LÖWY - A Guerra Dos Deuses

 

LÖWY, M LÖWY, Michael. ichael.  A guerra dos deuses: religião e política na América Latina. Petrópolis, RJ: Vozes, 2000. 155 Cristianis Crist ianismo mo da Libe Libertaçã rtaçãoo na Améric Américaa Cent Central: ral: contr contribuiu ibuiu – até certo certo ponto ponto involunta involuntariame riamente nte –   para o surgimento da revolta popular (devido à explosiva situação social e política nos países da região, em especial Nicarágua e El Salvador) Revolução Nicaraguense: primeira nos tempos modernos em que cristãos desempenharam papel essencial, tanto nas bases quanto na liderança_essencial para o entendimento: surgimento anterior  do cristianismo da libertação, que mudou a cultura religiosa de setores significativos da Igreja “A experiência experiência nicarag nicaraguens uensee é um exe exemplo mplo inter interessa essante, nte, embora embora extremo, extremo, da interação interação entre  política e religião – que leva a uma forte simbiose cultural, à influência mútua e à convergência convergência  prática na cultura religiosa religiosa de muitos do doss fiéis – e entre étic éticaa cristã e esperanças esperanças revolucionárias.” revolucionárias.” 156  período anterior à Conferência de Medellín (1968): Igreja nicaraguense: nicaraguense: instituição tradicional e conservadora,, que apoiava abertamente a ditadura de Somoza. conservadora Origens do cristianismo da libertação na Nicarágua: jovem missionário espanhol, Pe. José de la Jara, iniciativa pioneira de paróquia uma novadecomunidade pastoral no de Panamá_funda, ema 1966,influenciado as primeiras por comunidades de base na San Pablo, na periferia Managuá, com ajuda de irmãs de várias ordens religiosas (Maryknoll, assuncionistas, teresianas e do Sagrado Coração de Jesus). 157 Móvel principal: mostrar que uma paróquia era mais que um prédio de igreja ou um território, mas uma comunidade de irmãos e irmãs, uma “Família de Deus”_promovia a participação ativa dos leigos na vida da Igreja, a leitura coletiva da Bíblia (uma espécie de “dialogo socrático”)_primeiro resultado: A missa Popular Nicaraguense, escrita e cantada pela comunidade_Comunidade de Solentiname de Cardenal: surge do contato com San Pablo em 1968  pós Medellín: expansão maior das CEBs nas favelas de Manágua e no campo_as ordens religiosas esta estava vam m mu muit itoo envo envolv lvid idas as ness nessee proc proces esso so,, es espe peci cial alme ment ntee as fe femi mini nina nas_ s_ma mais is en envo volv lvid idos os:: maryknolls, capuchinos, jesuítas e assuncionista assuncionistas. s. 1969 1969:: comu comuni nida dade de de San San Pabl Pabloo cria cria o Movi Movime ment ntoo da Ju Juve vent ntud udee Cr Cris istã tã,, qu quee se ra radi dica cali liza za rapidamente com muitos de seus membros aderindo ou tornando-se simpatizantes da FSLN no início dos anos 1970. 158 UCA e cristãos: professores iniciam diálogo com estudantes marxistas ligados à FSLN (Uriel Molina e Fernando Cardenal, vice-reitor da UCA)_1971: alguns estudantes decidem viver na  paróquia do Pe. Uriel Molina, na comunidade de El Riguero em Manágua, e compartilhar a vida comunitária dos pobres. Formam o Movimento Universitário Cristão, que estabelece elos com a Frente, porém mantem-se independente_1973: padres, estudantes da UCA formam o Movimento Revolucionário Cristão, do qual vários membros se aliam à FSLN_Primeira célula cristã da FSLN: Luis Carrión, Joaquín Cuadra, Álvaro Baltodano e Roberto Gutiérrez, futuros líderes da Frente. Os Delegados da Palavra: liderança leiga criada no campo pelos capuchinhos e jesuítas com vistas a

 

celebrar determinados sacramentos em áreas rurais que não contavam com a presença regular de  padres_contudo,, o papel dessas lideranças ultrapassava o aspecto do serviço religioso: eram  padres_contudo treinada também para ministrar cursos de alfabetização e dar informações sobre saúde e agricultura, organizar reuniões comunitárias, etc._1969: jesuítas criam a Comissão Evangélica de Promoção Agrária (CEPA), com objetivo de dar instrução formal aos Delegados da Palavra_detalhes: i) essa organização estava ativa nas áreas de Carazo, Masaya, Léon e Estelí – futuras bases da rebelião; ii) essas atividades nas comunidades se desenvolviam desenvolviam fora do controle direto dos bispos. 159 Radicalização política dos Delegados: muitos aderem ao movimento sandinista_1977: vários líderes camponeses formam um sindicato rural (a Associação de Trabalhadores do Campo, a ATC) que cooperava com a FSLN_1978: a CEPA contra seus laços formais com a Igreja e se torna uma organizaçãoo cristã independente, simpática à Frente. organizaçã 160 relacionando sua participação no processo insurrecional com a fé católica e as determinações de Medellín

Ver declaração do Pe. García Laviana

160-61 Com o aprofundamento da crise do regime, a hierarquia católica torna-se cada vez mais crítica do governo. NO entanto, embora contrários ao regime, os bispos se recusaram a dar qualquer apoio aos sandinistas. (Ver declaração de Obando y Bravo sobre violência) Apesar disso, muitos cristãos aprticiparam ativamente da insurreição: “As áreas onde a luta foi mais intensa e a ação melhor organizada e mais eficaz foram justamante aquelas onde as CEBs, os Delegados da Palavra e os cristãos radicais tinham estado ativos nos anos anteriores: Monimbo, Masaya, Chinandega, León, Matagalpa, Estelí, os subúrbios ao leste de Manágua e Open Tres, uma favela na periferia da capital.” 162 Reconhecimento da novidade histórica da participação maciça de cristãos (tanto leigos quanto do clero) na revolução, como um atos decisivo no processo, pela FSLN: ver trecho da Declaração sobre a Religião de 7 de outubro de 1980 no Barricada. Pós-revolução: Igreja dividida: os que estavam con el proceso e os que se opunham a ele_bispos cada vez mais hostis ao sandinismo X ordens religiosas pró-FSLN