Luz Do Oriente II

November 6, 2018 | Author: api-3734393 | Category: Western World, Japan, Ancient History, God, Human Nature
Share Embed Donate


Short Description

Download Luz Do Oriente II...

Description

Biografia de Mokiti Okada

LUZ DO ORIENTE \u2013 VOLUME 2

T\u00edtulo do Original:"Toho no Hikari - Guekan" Editora:Sekai Kyusei Kyo \u2013 Atami, Jap\u00e3o Copyright by Sekai Kyussei Kyo \u2013 Atami

1

2

3

4

5

6

PREFÁCIO

A publicação de Luz do Oriente, biografia do fundador de nossa Igreja, pela qual ansie muitos anos, é para mim uma alegria insuperável. Ao relembrar, com todo respeito, o esforç data empreendido por todas as pessoas relacionadas a esse trabalho até que ele chegasse à sinto-me profundamente agradecida. O título Luz do Oriente foi tirado de uma das caligrafias feitas por Meishu-Sama (nom religioso de Mokiti Okada), e eu acho que não existe nome mais adequado para enaltecer os espiritualidade de nosso Mestre. Com a publicação deste livro, grande número de pessoas p conhecer tudo sobre Mokiti Okada — um grande praticante do amor e da justiça, o qual, ten como cidadão comum, depois de inúmeras provações, tornou-se o manifestante da Glóri "Em breve será iniciada a pesquisa sobre Mokiti Okada", disse Meishu-Sama. Creio, p também ele esteja se sentindo muitíssimo satisfeito ao ver concretizadas essas palavras, co publicação da presente biografia, por ensejo do seu Centenário. Como filha de Meishu-Sama, vivi durante muitos anos perto dele. Diversas imagens s me naturalmente ao pensamento: às vezes, a figura do pai carinhoso; outras vezes, a figura que vivia unicamente para a Obra Divina e, ainda, a figura cheia de nobreza que se divertia caminhadas ao lado de Nidai-Sama (Segunda Líder Espiritual), que fazia "ikebana" (vivifica e se interessava pelas obras de arte. Lendo este livro, fiquei admirada de ver reproduzidas, sem nenhum exagero ou adaptação, essas imagens de Meishu-Sama com as quais tive cont pessoa de sua família. Quanto mais lia, mais me sentia atraída, podendo novamente experim pele a grandiosidade daquele que viveu para cumprir sua missão, e o muito que lhe devemo ainda, conhecer diversos aspectos seus que até então eu desconhecia. Cheguei mesmo a te de que ele havia retornado a este mundo e de que eu ouvia bem perto a sua voz, o que me de mais saudosa. Aprender com Meishu-Sama e dele nos aproximar é, para nós, que seguimos o camin por ele em seus Ensinamentos, um grande desejo e também a meta de todo o nosso esforço. do Oriente é um bom orientador para isso. Desejo que, daqui para a frente, o tenham sempr o utilizem como guia, para corresponderem ainda mais à Vontade de Meishu-Sama.

ITSUKI OKADA Terceira Líder Espiritual da Igreja Messiânica Mund

APRESENTAÇÃO À EDIÇÃO BRASILEIRA 7

É imensa a minha alegria pela edição, em língua portuguesa, do livro "Luz do Oriente". Em sua edição original, em japonês, o livro foi publicado em dezembro do ano passado, ante ano comemorativo do centenário de nosso Mestre; desde então, tem sido muito apreciado p japoneses, que nele têm encontrado informações que lhes permitem conhecer, ainda mais profundamente, o sentimento altruísta característico de Meishu-Sama. Através de sua leitu nele podemos, ainda, encontrar diretrizes que nos permitem um melhor posicionamento, n conturbada em que vivemos. O fato de ele ter sido traduzido e editado em língua portuguesa e estar, agora, ao alca brasileiros é, para mim, motivo da maior satisfação. Meishu-Sama fundou a nossa Igreja com o objetivo de concretizar o Mundo Ideal de Verdad Belo, um mundo de eterna paz. Paralelamente às atividades religiosas, entretanto, apresen amplamente e, sobretudo, esforçou-se ele mesmo, desde a época inicial, na prática de teori nos campos da política, economia, educação, arte, medicina, agronomia e em todos os dem das ciências sociais e naturais. Hoje, por intermédio de seus seguidores em todo o mundo, o de Mei-shu-Sama frutificou de diversas formas, através de atividades como as do Museu de M.O.A., voltadas para a salvação através do Belo; a Academia Sanguetsu de Vivificação pela impulsiona a formação do Paraíso através das flores; a Agricultura Natural, que visa a prom verdadeira saúde do homem; os trabalhos do Instituto de Pesquisas Ecológicas, voltados pa proteção e preservação do meio ambiente etc.. Temos ainda a M.O.A. que, ultrapassando fr diferenças étnicas e religiosas, vem desenvolvendo, com espírito de compreensão e ajuda m inúmeras atividades educacionais, assistenciais e culturais. O pensamento e a filosofia de Meishu-Sama, que fundamentam essas atividades, são de um profundidade imensas. Nem é preciso dizer que, para nós, fiéis da Igreja Messiânica Mundi Sama é o modelo do qual procuramos nos aproximar mais e mais, estudando-O cons-tantem sentido, tenho a certeza de que a publicação deste livro, que registra fielmente sua vida e su zações — ao lado da publicação de obras como os Ensinamentos ("Alicerce do Paraíso") e as "Reminiscências de Meishu-Sama" — representa mais uma Luz para seguirmos seus passo lhe o comportamento, manifestação concreta de seu espírito. Hoje, com o desenvolvimento das diversas atividades messiânicas, pessoas de todo o mund apenas os membros de nossa Igreja — vêm despertando para o desejo de assimilar o pensa filosofia de Meishu-Sama. Assim, é grande a minha expectativa de que este livro sirva para ao mundo a divina espiritualidade de nosso Mestre, servindo de ponte para guiar até ele tod dade. Finalizando, expresso meus sinceros agradecimentos a todas as pessoas que, direta o colaboraram para que esta obra viesse a ser editado em língua portuguesa.

TSUTOMU NAKAMURA Presidente da Igreja Messiânica Mundia

APRESENTAÇÃO DA REEDIÇÃO

8

A publicação do livro Luz do Oriente partiu do desejo da nossa Segunda Líder Espiritu 1961. Foi formada a Comissão de Compilação da História do Fundador Mokiti Okada e teve coleta de dados para a sua execução. Por ocasião da comemoração dos trinta anos da fundação da Igreja, em 1965, lançar, como preparação, o livro Reminiscências sobre Meishu-Sama. Posteriormente, objetivando a publicação de uma biografia completa do Fundador, co das atividades comemorativas do seu Centenário, e graças ao desejo e apoio de inúmeras p ligadas à Igreja Messiânica Mundial, em 23 de dezembro de 1981, lançamos o livro Luz do O Os 72 anos de vida de Mokiti Okada, que desejou ardentemente concretizar a Verdad construir a verdadeira civilização, foram repletos de experiências que abrangiam os campo empresarial, educacional, artístico e filosófico. Através de uma investigação o mais fiel possível à realidade, a presente publicação retr ampla trajetória de Mokiti Okada. Embora ainda insuficiente, esta biografia engloba o cotidia e a filosofia de Mokiti Okada e acreditamos que seja capaz de apresentar uma visão geral da v Fundador. Estamos convictos de que este livro oferecerá alimento espiritual e será um seguro n para todos nós que, espelhados nos ideais do Mestre, almejamos incessantemente nossa el seres humanos e como participantes na construção do Mundo Ideal. Atendendo ao desejo de um grande número de admiradores e adeptos de Mokiti Okada reeditamos o livro Luz do Oriente. Nesta segunda edição, corrigimos algumas datas e inserim trechos para maior clareza textual. Modificamos, igualmente, expressões que, sob o prisma d aos direitos humanos, eram consideradas indevidas. Desejamos, sinceramente, que o presen parte da leitura diária daqueles que, de uma maneira ou de outra, possuem afinidade com a O nosso Fundador.

Igreja Messiânica Mundial - Maio de 1994

NOTAS DO TRADUTOR 9

1- Nos nomes em japonês, utilizamos as seguintes grafias:

a) n - para os sons nasais, mesmos antes de p e b. b) ss - para representar o som de c, mesmo no caso das palavras que têm sido comum usadas com um s só, como por exemplo Osaka, que, neste caso, será escrita Ossaka, pois, do modo, em português, seria normal pronunciar Ozaka. c) z - para se representar esse som, mesmo quando não seja estritamente ne exemplo: Kizaemon, que, por estar entre vogais, poderia ser escrito com s. d) r - no início de palavra deve ser pronunciado com o mesmo som do r de Ma Henrique ou rua. e) sh - pronuncia-se como em inglês ( = ch em português.) f) h - essa consoante, no início das sílabas, deve ser pronunciada com o som aspir de rico, e não como o h de híbrido, por exemplo, que é mudo. g) j - deve ser pronunciado com o som dj. h) g - pronuncia-se sempre com o som que ele tem na palavra guerra.

2 - Devido à diferença entre as divisões políticas e territoriais do Japão e as do B rasil, possível traduzir os endereços nos moldes brasileiros, dando a idéia exata dos termos. O en exemplo, da casa onde o Fundador nasceu é:

Tokyo-to, Daito-ku, Hashiba 2 tyo-me 2 ban Distrito Federal / distrito / localidade ou bairro / conjunto de quadras / número Traduziríamos, então, para: Hashiba, quadra 2, nº 2, Distrito de Daito, T óquio D.F. , o que é apenas um aproximada.

3 - No caso de trechos extraídos de obras que não são publicações da Igreja, for fontes.

4 - Os nomes aqui empregados nem sempre são os de registro. No caso da pesso por um nome que não é o de registro, utilizou-se esse nome.

ÍNDICE

PREFÁCIO................................................................................................................................................................... APRESENTAÇÃO À EDIÇÃO BRASILEIRA................................................................................................................................. APRESENTAÇÃO DA REEDIÇÃO.............................................................................................................................................. NOTAS DO TRADUTOR............................................................................................................................................................. CAPÍTULO I..............................................................................................................................................................................

A FUNDAÇÃO DA IGREJA.................................................................................................................................................. 1.A RELIGIÃO DA LUZ.................................................................................................................................................. a)INSTITUIÇÃO DA DAI NIPON KANNON KAI (Associação Kannon do Japão)................................................................. b)PROPOSIÇÃO........................................................................................................................................................... c)KANZEON BOSSATSU 3) E A BOLA DE LUZ................................................................................................................ d)AS PUBLICAÇÕES..................................................................................................................................................... 2.A EXPANSÃO............................................................................................................................................................. 10

a)MUDANÇA PARA O JIKAN-SO ("Casa de Jikan")6)...................................................................................................... b) A PUBLICAÇÃO DA "APOSTILA DA TERAPIA JAPONESA"........................................................................................ c)A ELABORAÇÃO DOS TALISMÃS.............................................................................................................................. d)O CURSO KANNON.................................................................................................................................................. CAPÍTULO II.................................................................................................................................................................................................................... 26

DEZ ANOS DE CONTENÇÃO............................................................................................................................................. 1.GYOKUSSEN-KYO, O VALE DO RIO PERFEITO 8)........................................................................................................ a)INAUGURAÇÃO DA NOVA SEDE................................................................................................................................ b)A ATENÇÃO DA SOCIEDADE..................................................................................................................................... 2.AS PRESSÕES........................................................................................................................................................... a)INSTITUIÇÃO DA DAI NIPON KENKO KYOKAI (Associação Japonesa de Saúde)........................................................... b)A DISSOLUÇÃO DA DAI NIPON KANNON KAI E A "ORDEM DE PROIBIÇÃO DA PRÁTICA DE TRATAMENTOS"............ c)O CASO "OMIYA"....................................................................................................................................................... d)"PRIMEIRO CASO TAMAGAWA"................................................................................................................................ 3.A OBRA DIVINA SOB PRESSÃO.................................................................................................................................. a)A KANNON HYAPUKU KAI (Associação dos Cem Kannon) E O FUJIMI-TEI (Solar de Contemplação do Monte Fuji)......... b)O REINÍCIO DAS ATIVIDADES DE TRATAMENTO...................................................................................................... c)BUSCANDO A LUZ..................................................................................................................................................... 4.DE MÃOS ATADAS..................................................................................................................................................... a)"SEGUNDO CASO TAMAGAWA"................................................................................................................................ b)OS MILAGROSOS QUADROS DE CALIGRAFIA........................................................................................................... c)SOB A FORMA DE "CONFRATERNIZAÇÃO"............................................................................................................... 5.À ESPERA DO MOMENTO OPORTUNO...................................................................................................................... a)A VIDA NO LAR.......................................................................................................................................................... b)AGRICULTURA NATURAL......................................................................................................................................... c)MINERAÇÃO............................................................................................................................................................. d)VIAGENS A DIVERSAS REGIÕES............................................................................................................................... 6.DIAS DE RESIGNAÇÃO.............................................................................................................................................. a)PUBLICAÇÃO DA OBRA "MYONITI NO IJUTSU" ("Medicina do Futuro")...................................................................... b)ATIVIDADES DE SALVAÇÃO EM FORMA PROVISÓRIA............................................................................................... 7.NOVENTA E NOVE POR CENTO................................................................................................................................. a)PROGNÓSTICO SOBRE A DERROTA NA GUERRA E CONSELHO PARA OS FIÉIS SE REFUGIAREM............................ b)O PERÍODO FINAL DA GUERRA................................................................................................................................. CAPÍTULO III................................................................................................................................................................................................................... 67

O JAPÃO RENASCIDO........................................................................................................................................................ 1. TAMAGAWA PARA HAKONE E ATAMI......................................................................................................................... a)RUMO À TERRA SAGRADA......................................................................................................................................... b)O SHINZAN-SO (Solar da Montanha Divina) E O TOZAN-SO (Solar da Montanha do Leste).............................................. c)A VIGILÂNCIA............................................................................................................................................................ d)O FIM DA GUERRA..................................................................................................................................................... 2.A GRANDE EXPANSÃO............................................................................................................................................... a)INSTITUIÇÃO DA NIPON KANNON KYODAN (Igreja Kannon do Japão)......................................................................... b)O OLHAR DESCONFIADO DA SOCIEDADE................................................................................................................. c)AS INVESTIGAÇÕES DA CRIMINAL INVESTIGATION DIVISION DAS TROPAS DE OCUPAÇÃO..................................... CAPÍTULO IV.................................................................................................................................................................................................................. 82

EVOLUÇÃO E APERFEIÇOAMENTO................................................................................................................................. 1.CONSTRUÇÃO E DESTRUIÇÃO................................................................................................................................. a)INSTITUIÇÃO DA IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL................................................................................................... b)O GRANDE INCÊNDIO DE ATAMI.............................................................................................................................. 2.A PERSEGUIÇÃO RELIGIOSA.................................................................................................................................... a)INÍCIO...................................................................................................................................................................... b)INVESTIGAÇÕES RESIDENCIAIS............................................................................................................................. c)PRISÃO..................................................................................................................................................................... d)AS TORTURAS MENTAIS.......................................................................................................................................... e)CONSCIENTIZAÇÃO DO ESTADO DE UNIÃO COM DEUS.......................................................................................... f)SENTENÇA E REFORMA DA ORGANIZAÇÃO............................................................................................................. CAPÍTULO V.................................................................................................................................................................................................................... 98

CONSTRUÇÃO DO SOLO SAGRADO................................................................................................................................. 1.SHINSEN-KYO (TERRA DIVINA) - SOLO SAGRADO DE HAKONE............................................................................... a)O PROTÓTIPO DO PARAÍSO TERRESTRE.................................................................................................................. b)O KANZAN-TEI (Casa de Contemplação da Montanha)................................................................................................ c)O HAGUI-NO-YA (Casa do Trevo)................................................................................................................................ d)O NIKO-DEN (Palácio da Luz do Sol)........................................................................................................................... e)O SANGUETSU-AN (Casa de Cerimônia de Chá Monte e Lua)...................................................................................... 2.ZUIUN-KYO (TERRA CELESTIAL) - SOLO SAGRADO DE ATAMI................................................................................. a)INÍCIO DA OBRA....................................................................................................................................................... b)O PLANO DE DEUS.................................................................................................................................................... c)O BAIEN (Jardim das Ameixeiras) e a TSUTSUJI-YAMA (Colina das Azaléias)................................................................ d)O KYUSSEI KAIKAN (Templo Messiânico)................................................................................................................... e)O SUISHO-DEN (Palácio de Cristal)............................................................................................................................ 3.AS DIVERSAS INSTALAÇÕES DA IGREJA EM ATAMI.................................................................................................. a)O TOZAN-SO (Solar da Montanha do Leste)................................................................................................................ b)A SEDE PROVISÓRIA DO BAIRRO DE SHIMIZU......................................................................................................... c)A SEDE PROVISÓRIA DO BAIRRO DE SAKIMI............................................................................................................ d)O HEKIUN-SO (Solar da Nuvem Esmeralda)............................................................................................................... 4.O SOM DA CONSTRUÇÃO......................................................................................................................................... a)O GRUPO DE DEDICAÇÃO......................................................................................................................................... b)A CONSTRUÇÃO DOS JARDINS E OS PROFISSIONAIS.............................................................................................. 11

CAPÍTULO I A FUNDAÇÃO DA IGREJA 12

13

1. A RELIGIÃO DA LUZ

a) INSTITUIÇÃO DA DAI NIPON KANNON KAI (Associação Kannon do

O Fundador, que havia começado a trilhar um novo caminho a partir do dia 15 de setembro teve a intuição que, de acordo com a Providência Divina, havia chegado o momento de trans hesitação os Ensinamentos de Deus. Apoiado pela grande sinceridade dos fiéis, que, embor limitado, ofereciam uma dedicação fervorosa, ele passava o dia-a-dia compenetrado, tendo fundação da Igreja. Sabedor, por meio da Revelação Divina de 1926, do advento do Mundo da Luz, o Mun Paradisíaco, e consciente de que, como representante de Deus na Terra, ele era a pessoa qu concretizar esse mundo, o Fundador realizou diversos estudos e pesquisas, preparando-se ocasião oportuna. Especialmente depois da Revelação da Transição da Era da Noite para a — recebida no Monte Nokoguiri em 1931, através da qual ficou sabendo que a época presen de uma fase transitória do Mundo da Noite para o Mundo do Dia — o propósito de fundar um permanecia em seu íntimo como algo definitivo, sólido e inabalável. A Transição da Noite para o Dia, esclarecida pela Revelação de 1931, significa uma ampla r cultura, a qual inclui todas as atividades da humanidade. Nesse momento, será efetuada a g transição da civilização dirigida pela Cultura Material, que vigorava até agora, para a Nova Civilização, dirigida pela Cultura Espiritual. Atualmente, a sociedade humana enfrenta inúmeros problemas. Embora se observe u progresso nos mais diversos campos, isso nem sempre se liga à felicidade do homem, o que evidentemente, é um paradoxo. E a causa desse paradoxo é que os homens contemporâneo reconhecendo a existência do espírito, vieram caminhando como bem entendiam, esquecen Ensinamentos de Deus. Esse caminhar errado precisa ser corrigido a qualquer custo. A civi contemporânea entrou num beco sem saída e irá desmoronar por causa da contradição que si mesma; após isso, construir-se-á uma nova civilização fundamentada na Vontade Divina. transformação será iniciada exatamente nesse momento. Compenetrado na sua missão de tarefa e repleto de orgulho e alegria por ser a pessoa encarregada de trazer ao mundo a Luz Salvação, o Fundador instituiu, no dia 1º de janeiro de 1935, no bairro de Koji, em T óquio, a Kannon Kai, apresentando-a à sociedade. O Fundador nasceu no extremo leste do Japão, no dia seguinte ao solstício de inverno. Tend mundo nessa ocasião em que novamente os dias, radiantes da luz do sol, começam a ficar m Fundador marcou o primeiro passo da ação salvadora de Kannon num ponto de Tóquio indi Plano de Deus. Relembrando o mistério de seu destino desde que nasceu e a missão que lhe de ser a "Luz do Oriente", ele extravasou o seu sentimento nos poemas abaixo: "Penso profundamente No meu destino De escolhido Como depositário de Deus, Para salvar o mundo. " “Finalmente Chegou o momento Em que todos os cantos do mundo Serão purificados Pela Luz de Deus. " 14

A expressão "Luz do Oriente" figura numa profecia sobre a vinda do Salvador divulga os tempos antigos, numa região do litoral do Mediterrâneo. Representa o nome pelo qual er "Soberano da Paz" que seria enviado do local da nascente do Sol e através de quem as pesso salvas. Considera-se que essa é a primeira vez que a expressão aparece registrada na H O Fundador conscientizou-se de que o termo "Oriente" referido pela profecia si extremo leste do Japão; "Luz" significa a Luz de Kannon, e a expressão "Senhor da Luz", ele Descobrindo, na sua caminhada até ingressar no mundo da Fé, coincidências misteriosas qu sustentavam suas próprias convicções, ele disse, anos mais tarde: "A expressão ‘Luz do Orie respeito à minha pessoa. Existem diversas provas disso, mas a mais evidente é que o extrem mundo é o Japão, cujo leste é Tóquio. O nome ‘Tóquio’ significa ‘Cidade do Leste’, o que mo cidade está de fato no leste. O leste de Tóquio é Assakussa; por sua vez, o leste deste distrito local onde eu nasci. Nasci aí e depois vim me mudando gradativamente para o oeste (1).”Ass Fundador, exatamente como o Sol, que nasce no leste e avança em direção do oeste, foi uma simbolizada, envolvida e guiada pela Luz. No dia 1º de janeiro de 1935, ele ergueu-se com a Verdade, ou seja, com a Luz de Kannon.

b) PROPOSIÇÃO "Fala-se Na Luz do Oriente, Mas trata-se Da Luz Salvadora de Kannon. " A Luz do Oriente Finalmente está se expandindo E, com o tempo, iluminará O extremo oeste. " A verdadeira salvação Do Supremo Deus É a Luz do Oriente Que nascerá no Fim dos Tempos."

A instituição da Dai Nipon Kannon Kai — ponto de partida dos messiânicos — foi realizada à horas do dia 1º de janeiro de 1935, numa sede provisória situada no bairro de Koji, quadra 1 uma distância de apenas quinhentos metros do Ojin-Do. Antes da cerimônia de instituição, foi realizada, à zero hora desse dia, a entronização da imag Hinode Kannon, pintada pelo Fundador. Contrastando com a iluminação da Rua Utibori, as m Palácio Imperial mostravam-se escuras, enquanto a chuva traçava linhas brancas. Na presen principais fiéis, em número de dezoito, o Fundador entoou a oração Amatsu-Norito. Em segui liderados por ele, todos entoaram respeitosamente a oração Zenguen-Sanji, além de outras o salmos. Com essa solene vibração, abriu-se o ano de 1935 — ano da fundação da Igreja. Term cerimônia, cuja duração foi de uma hora mais ou menos, os fiéis tomaram rumo de casa. A chu caía até aquele momento, cessou, e todos chegaram a seus lares envolvidos por uma sensaçã Figura

Cerimônia de instituição da Dai Nipon Kannon Kai. No fundo, à direita, vê-se o Fundado

O dia de Ano Novo foi muito tranqüilo. No pilar do portão da sede provisória da Igreja, foi c uma grande placa de "hinoki" (cipreste), árvore cujo nome significa "árvore de fogo", ou "á sol", ou, ainda, "árvore de espírito" e que antigamente consideravam sagrada. Nessa placa metro e setenta, havia um letreiro escrito pelo Fundador: "Dai Nipon Kannon Kai - Sede Pr

- O Fundador morou em Assakussa, depois mudou-se para Kyo-bashi e, em seguida, para Omori. Mais tarde, foi para Tamagawa e depois para Hakone, Atami e Quioto, sempre avançando na direção oeste. (1)

15

À tarde, a pequena sede ficou lotada com a presença de aproximadamente cento e cin chegavam uns após outros. Às dezoito horas, com a nova música "Yamato Shimane" ("A Ilha Japão"), cantada entusiasti ao som do"yagumo koto" (2), teve início a cerimônia. Ryozo Takemura, presidente da Kanno chefe do cerimonial, entoou a oração "Amatsu-Norito" e, após a entrada do Fundador, outra Depois do ofertório de gratidão, todos, liderados pelo Mestre, entoaram a oração "Z enguen um salmo, encerrando-se, assim, a cerimônia de instituição da Kannon Kai. Em prosseguimento, perante os fiéis ali presentes, o Fundador pronunciou as primeiras pa instituição da Igreja. Ele esperara por aquele momento durante longo tempo; assim, nessas vigorosas, estavam contidas a sua grande ansiedade por aquele evento e uma alegria irrefr dia, em que foi dado o primeiro passo com base na Providência de Deus, cada palavra pronu Fundador tinha um importante significado, servindo de diretriz para a Obra Divina. Por isso compartilhando de sua alegria, os fiéis mostravam-se muito interessados e atentos, para nã escapar uma única palavra. Figura Aspecto do treino de "yagumo koto" na Sede Provisória, situada no bairro de Koji

A proposição apresentada na fundação da Igreja intitulava-se "A construção do Mundo Luz" e tinha o seguinte conteúdo: "Feliz Ano Novo. Com a graça de Deus, pudemos instituir a Dai Nipon Kannon Kai, fato que me p alvissareiro. Pretendia fazê-lo mais tarde, mas Kannon estava muito apressado. (...) Hoje, gostaria de falar sobre a construção do Mundo da Grandiosa Luz, que é o objeti Kai. Conforme o seu nome indica, trata-se de um mundo sem trevas, construído através da Luz de mundo sem trevas é um mundo sem sofrimento, um mundo sem pecados e males. Com o dese verem surgir um mundo assim, há milhares de anos que santos, grandes religiosos e outros m vêm pregando muitos ensinamentos e desenvolvendo grandes atividades. Entretanto, ele nã concretizou até hoje; não apareceu sequer nada de semelhante. Considerando-se que esse m passava de um ideal da humanidade, até o presente duvidava-se de seu advento. Entretanto, que ele vai se concretizar. " O Fundador descreveu, ainda, o caminho que ele percorrera até aquele dia. Disse que, no in duvidara, mas que, através dos inúmeros milagres que recebera, adquirira absoluta convic possibilidade do Mundo Ideal e inabalável certeza de que Kannon o concretizaria por seu in "Qual a base disso? É o Poder de Kannon. Até o momento, esse poder nunca havia se manifestado realmente. Sakyamuni pregou a pie Cristo, o amor, e diversos santos ensinaram ao homem o Caminho, mas nenhum deles tinha suficiente para fazer com que seus ensinamentos fossem praticados. Ou melhor: conseguir pessoas os praticassem, mas não toda a humanidade. Assim, tudo se limitou a simples profe e o mundo almejado não se concretizou até hoje. A sociedade humana se degradou, entrand de extrema confusão, porque essas religiões ou morais tinham bastante poder, mas não o Po Absoluto. Isto é, elas perdiam para o Mal por faltar-Ihes poder. Finalmente chegou a hora: daqui para a frente, o Poder Absoluto vai se manifestar na Terra. um poder desconhecido pela humanidade durante milhares de anos e acontecerão fatos qu sequer imagina. (...) O mundo é formado por países, constituídos pelo conjunto de seres humanos; os países são de cidades, bairros e vilas; estes são compostos de famílias, e as famílias, de indivíduos. Por indivíduo, que é a unidade, não for salvo, não há condições para que o mundo o seja. Conseqüentemente, assim como a Fé Shojo, que visa às vantagens individuais, é errada, a F sacrifica o indivíduo, também o é. Torna-se, pois, imprescindível que ambas sejam corrigid o todo seja salvo. O indivíduo é salvo e se aperfeiçoa; ampliando-se isto, o mundo será salvo

- Tipo de "koto" que mede cerca de um metro de comprimento, tendo 12,4 cm de largura na parte superior e 11,5 cm na parte inferior. Nesse corpo fino, comprido e reto, estão alinhadas duas cordas paralelas se esse tipo de "koto" existia no antigo Japão, mas a origem do que é utilizado atualmente, remonta da Era Edo. (2)

16

aperfeiçoará. Assim, em primeiro lugar, é preciso que o indivíduo seja salvo. Se o lar mundo, este estará salvo quando aquele se tornar um paraíso e se salvar. (...) Doravante, com o Poder de Kannon, isso irá ser concretizado. Explicando melhor, surgirão de doenças, miséria e conflitos, e, conseqüentemente, despontará um mundo isento desses Doença, miséria e conflito é o mesmo que doença, fome e guerra, ou seja, as três pequenas mas acho mais adequadas aquelas denominações. Sem nenhuma sombra de dúvida, tudo is totalmente eliminado. Até então, por melhor que fosse a Fé professada, não se conseguiam dessas desgraças, mas agora, professando a fé em Kannon, eles se tornarão uma realida A construção do Grandioso Mundo da Luz parece ser muito difícil, mas não é tanto assim; b mundo se encha de lares sem doença, miséria e conflito, pois, com isso, ficará banhado de v paz. O Poder Kannon é a Luz do Oriente, da qual se fala desde os tempos antigos. Essa expressão esmo, na antigüidade, encerra um grande mistério. A partir do dia 4 de fevereiro de 1928 — anos, portanto — adquiri diversos conhecimentos sobre o assunto, por Revelação de Kanno Pacientemente, esperei pela chegada do tempo certo. Ou melhor, fiquei fazendo os prepara Mas vejamos por que a Luz do Oriente só se manifestou nos dias de hoje. A cultura do Japão sempre foi importada do oeste, até a própria civilização vinda da China, p país localiza-se a oeste do Japão. Creio que puderam compreendê-lo pelo salmo lido há pouc corrigir a civilização do oeste e construir o caminho do leste, que prosperará pela eterni Retrocedendo no tempo, também se observa claramente que a política, a economia, a educ todos os setores da cultura japonesa entraram num beco sem saída, donde se conclui a falên espírito ocidental. Inicialmente, introduziu-se no Japão a cultura oriental, isto é, a civilizaçã budismo da Índia; quando ela já havia sido assimilada o suficiente, penetrou a civilização oc é bastante significativo. (. . .) As primeiras civilizações que surgiram no mundo foram a chinesa e a hindu. Como acontece com a civilização européia, elas prevaleceram durante longo tempo, em todo o mundo. Dep civilização oriental transportou-se gradativamente para o oeste, dando origem às civilizaçõ grega, assíria etc. e, através da civilização romana, desenvolveu-se a civilização ocidental d O fato da civilização oriental ter surgido primeiro que a ocidental, encerra um profundo sig Providência de Deus para governar o mundo. A civilização oriental é espiritual e vertical, e ocidental é material e horizontal. Assim, já estava pronto o modelo das duas grandes civiliza Também no que se refere à ordem de grandeza, a oriental é uma civilização de caráter restr ocidental é de caráter amplo. Podemos compreender isso ao observarmos que o pensament egoístico e isolacionista, ao passo que o pensamento ocidental é expansionista. Entretanto, civilizações, crescendo o suficiente e atingindo a fase de maturação, entram num beco sem exatamente essa a situação da civilização ocidental hodierna. Assim, tanto o caráter restrit como o caráter amplo da outra são impotentes. A questão, portanto, é saber para onde vão e grandes civilizações. Eis a missão da Kannon Kai. A sua união, no final, é a Providência de D ponto de união é o Japão, e a hora da união é a partir deste momento. É como se formar um c noivo, chamado Oriente, e a noiva, chamada Ocidente, se casam, e o padrinho de casament A criança que nascerá dessa união é a ‘Verdadeira Civilização’, o ‘Mundo Ideal’, tão esperad humanidade — o Paraíso Terrestre, o Mundo de Miroku. O poder, nunca visto antes, que exe grande tarefa de promover esse casamento, fazendo nascer uma criança bela e perfeita, é, Poder Kannon. A época atual é o momento crítico do mundo para o nascimento dessa civilização. É o mome também o momento inicial. A cruz gamada que constitui o emblema da Kannon Kai e existe tempos antigos, simboliza essa união do vertical e do horizontal. As pontas dobradas repres depois de feita a união, a cruz começa a girar. Girar significa gerir, movimentar-se para a es ) Quando a civilização que, até o presente, veio do oeste, atingiu os 99% de seu desenvolvim uma Luz no extremo leste do Japão (. . .): a Luz do Oriente. Com essa Luz, a civilização que v avançando para o leste e que estava destinada a desmoronar, será reformulada e aperfeiço a civilização ideal, caracterizada pela harmonia e pela fusão do vertical e do horizontal. Ela caminho da Luz, o caminho da eterna prosperidade, e, ao contrário de antes, avançará cada para o oeste. (. . . ) O ponto de partida da atuação da Luz do Oriente é a instituição desta Igreja, que ora isso, daqui em diante, ela irá se expandir com grande impulso. O Kannon de Mil B

conhecido pelo nome de Kannon de Mil Olhos; com os mil braços, ele dá vida a todas as as renascer, e banha-as e salva-as com a Luz que irradia de seus mil olhos. A partir deste momento, daqui da Kannon Kai, situada em Koji, no centro do Japão, tem iníc civilização que avança para o oeste. Será construído o Mundo Perfeito, isto é, o Mundo da G Luz, objetivado por nós. Por isso, trata-se de um movimento absolutamente inédito. (...) Deu preparando-o de forma latente há mais de dez mil anos, e finalmente esse momento che Assim, mostrando o avanço da civilização ocidental em direção do leste e o avanço da civiliz oriental em direção do oeste, o Fundador proclamou vigorosamente a chegada da civilizaçã resultante da fusão entre as duas. E essa observação histórica da civilização mundial não fo através de uma análise objetiva dos fatos. Ele visualizou aguçadamente o destino da Históri concretizar a partir daquele dia, quando a Luz do Oriente, irradiando-se de Koji onde estava Dai Nipon Kannon Kai, começaria a avançar para o oeste. Plenamente convicto dessa verda divulgou com palavras proféticas.

c) KANZEON BOSSATSU (3) E A BOLA DE LUZ

Por trás do fato de o Fundador ter instituído a Igreja com o nome Dai Nipon Kannon Kai, hav dedicada trajetória em que ele fora despertando para a sua profunda afinidade com Kanzeo Desde o ano de 1926, este o acompanhava, protegendo-o e, às vezes, manejando-o livremen relação íntima e inseparável, atuavam em prol da salvação da humanidade. O Fundador, que viera provando incontáveis milagres através da cura de um grande númer enfermas, foi esclarecendo pontos básicos teológicos, tais como a fonte do poder de salvaçã próprio manifestava convictamente, a relação enhe Deus e Kanzeon e a sua relação com Mas que nível hierárquico de Kanzeon Bossatsu se manifestou ao Fundador? Nas escrituras budistas, Kanzeon Bossatsu era considerado como materialização da ilimita que faz a salvação ansiada pelo povo. Não existe nenhuma outra divindade que tenha sido a familiar de fé para os povos do Oriente, desde os tempos antigos, a começar pela Índia, Chin A Fé Kannon, no Japão, foi professada indistintamente por todas as classes sociais, servindo para poemas e histórias, como divindade de grande poder. Segundo os filólogos, o nome original de Kanzeon Bossatsu é Avalokitesvara, em sânscrito, da Índia. Este nome foi traduzido para o chinês como "Kanzeon" e "Kozeon", pelo bonzo e es Kumaraju, do período inicial da Dinastia Tang. "Kozeon" significa "possuidor do nome que c Luz ao Mundo", e "Kanzeon","pessoa que atende aos pedidos do povo sofredor". Assim, são considerados como nomes que englobam a grande piedade e virtude de Kannon. Kannon aparece em muitas escrituras budistas Daijo como encarnação da salvação d recebendo nomes variados, de acordo com a sua atuação. Existe, por exemplo, o "Fukukens ("Kannon que não despreza os desejos das pessoas"), o Nyoirin Kannon ("Kannon possuidor de realizar todos os desejos") e outros, como Taissei, Bato, Byakue, Juitimen, Senjussengan que ele apresenta trinta e três faces, conforme o tipo, a hora e o local da salvação que r Como já mencionamos, antes de fundar a Dai Nipon Kannon Kai, o Fundador compôs a oraç "Zenguen-Sanji ". Ele explicou que ela é uma súmula do sutra "Kanzeon Bossatsu - Fumonb simplesmente sutra "Kannon", o vigésimo quinto dos vinte e oito capítulos do sutra "Myo-ho chamado comumente de sutra "Hoke". O sutra "Hoke" influenciou não só a fé e a filosofia, mas também a arte e a literatura b Muitas seitas, considerando-o como uma compilação completa das últimas pregações siste Sakyamuni, têm-no como centro máximo de todas as escrituras budistas. Quem lhe deu ess Tendai Daishi (4), na China, e, no Japão, o Príncipe Shotoku (5). O "Hoke Guisho", onde este ú interpretou o sutra "Hoke" e fez uma minuciosa pesquisa ideológica, colocando-lhe observa guardado, atualmente, no Palácio Imperial, como propriedade do Imperador. Nele está esc não é um livro de alguém de além-mar que se reúne a mim, Príncipe Shotoku, no Japão". Co príncipe esclareceu que se trata de um livro de explicações elaboradas por ele próprio e não interpretações budistas transmitidas por adeptos do continente chinês. Segundo pesquisas uma tendência a crer-se que essa frase inicial tenha sido acrescentada posteriormente. De (3) (4) (5)

- Kanzeon Bossatsu é o nome completo de Kannon, Kanzeon ou Bossatsu. -Terceiro Mestre da Religião Tendai da China. Nascido em 538 e falecido em 597. - Nascido em 574 e falecido em 622.

18

forma, fazendo-se uma análise minuciosa do "Hoke Guisho", percebe-se que o sentido preciso. O sutra "Kannon" é considerado a parte mais importante do sutra "Hoke" e geralmen sendo venerado como uma escritura independente. Tomando por base o sutra "Kannon" ao da fundação da Igreja, uma oração para ser rezada perante Deus, o Fundador assumiu a me que o Príncipe Shotoku: não é uma reprodução do pensamento budista; baseia-se na sua pr subjetividade. A visão de Kannon pregada por ele, ou seja, a visão de Deus segundo a nossa Igreja, es numa interpretação feita através da Inteligência Divina. No dia 11 de janeiro de 1935, logo após a instituição da Igreja, o Fundador dirigiu aos fiéis u sobre Kanzeon Bossatsu. Ensinou, então, que este é a encarnação de Deus, tendo ido do Jap Índia, onde realizou diversas providências. No sutra "Kegon", das escrituras budistas, cont Zenzai Doji (considerado a encarnação anterior de Sakyamuni) foi procurar Kanjizai Bossa Monte Hodaraka, em busca de seus ensinamentos. Esse Bossatsu, explicou ele, é a encarna que foi do Japão para a Índia. Na fase em que o budismo, introduzido no país, foi sendo assimilado pela sociedade japones se ao povo a teoria sobre a identidade entre Buda e Deus; segundo essa teoria, ambos possu raiz, sendo que Buda é a figura original, e Deus, a sua manifestação. Entretanto, baseado na Divina, o Fundador pregou o contrário, ou seja, que Deus é a figura original, e Buda, a sua manifestação. Foi a primeira palestra oficial que ele fez sobre Kanzeon Bossatsu, o qual atuava em sua pe alvo da fé na Dai Nipon Kannon Kai. Desde então, sempre que tinha oportunidade, nas pala dirigidas aos fiéis ou nos artigos que publicava, o Fundador, com uma interpretação comple diferente dos sutras "Daijo", posicionou o Kanzeon pregado por ele acima de Amida e não c acompanhante deste. Conforme está escrito na oração "Zenguen-Sanji", relembremos respeitosamente o fa "Sesson Kanzeon Bossatsu desceu do Céu à Terra, manifestou-se como Komyo Nyorai e com Miroku; tornando-se Gusse no Mikami, ele extermina os três males e as cinco impurezas do realiza o seu grande desejo de salvar todas as criaturas, estabelece o Mundo de E terna Luz Kanzeon é a encarnação de Deus, Criador do Universo, que, para salvar a humanidad até o nível de Bossatsu (divindade incumbida da conversão e salvação das pessoas e que se abaixo de Buda). Com o passar e a mudança dos tempos, transforma-se em Komyo Nyorai e Miroku Omikami, estado original de Deus, através do qual passa a atuar. Portanto, Kanzeon posteriormente Komyo Nyorai, é a própria figura do Criador do Universo, isto é, do Deus Su se manifesta e atua de acordo com cada época. O Kanzeon Bossatsu, que é alvo da fé na Dai Nipon Kannon Kai, não se limita à concepção b não é outro senão o Ente Absoluto, fonte de todas as divindades, Deus Salvador que deseja v todos os seres. O Fundador explicou, ainda, a forma como se manifesta a grande virtude de Bossatsu e como se desenvolve a Providência Divina de salvação, dizendo que, quando o po Kanzeon Bossatsu se irradia através dele, é que se manifesta como o "Poder Kannon", capa as pessoas e o mundo. Através de um grande número de misteriosas vivências religiosas, o Fundador conscientizo esse poder de salvação atuava intensamente na Bola de Luz localizada em seu ventre, a qua milagroso poder de salvação manifestado por ele. A esse respeito, ele escreveu: "Dessa Bol ondas de Luz infinitamente. E onde se localiza sua fonte? Localiza-se no poder concretizado de Kanzeon Bossatsu, no Mundo Espiritual; dele me é fornecida uma Luz infinita. Esse pode é que o ‘Poder Kannon’, também referido como ‘Misterioso Poder da Inteligência Suprema’ de Luz é a que Nyoirin Kannon também possui. " O Nyoirin Kannon mencionado pelo Fundador é uma das manifestações de Kanzeon Bossat forma varia de acordo com a atuação que vai ter. Consideram-no como o Kannon encarrega concretizar todos os desejos e dizem que ele é capaz de atendê-los, de acordo com a sua von à misteriosa Bola de Luz que possui. Na época, entre as pessoas que tiveram a oportunidade de contatar com o Fundador, havia tendo a faculdade da visão espiritual, enxergavam a Bola de Luz que estava localizada em s Através do poder manifestado por ela, a Obra Divina ia sendo desenvolvida conforme os des Deus. 19

"A Bola de Luz Que possuo, A cada dia, a cada mês, Vai se expandindo, E um dia envolverá o Mundo. "

d) AS PUBLICAÇÕES

O Fundador, que vivia dias atarefadíssimos desde a instituição da Dai Nipon Kannon Kai, em 1935, começou a publicar um jornal e uma revista periódica. Devido à missão Divina que re erguer-se, como Luz do Oriente, para a construção do Mundo de Luz, ele deu ao primeiro o do Oriente", e ao segundo, "Mundo de Luz". O jornal, publicado pela Editora Toko, foi lançado no dia 23 de janeiro, e a revista, no fevereiro. Neles, o Fundador esclareceu o objetivo, o significado e as atividades da Dai Nip Kai, indicou os erros da civilização, lançou aguçadas críticas sociais etc., escrevendo ele m amplos assuntos. Os fiéis, tendo-os como ponto de apoio para a elevação de sua fé, empenh bastante em estudá-los. No estatuto da Dai Nipon Kannon Kai, o Fundador orientou: "Os m devem, na medida do possível, adquirir e ler os Ensinamentos, revistas e boletins publicado associação, a fim de polirem a sua espiritualidade e estarem a par da situação geral das nos atividades." Ao mesmo tempo, distribuiu essas publicações de modo que fossem lidos pelo geral. Na época, as atividades por meio das letras tinham a grande finalidade de abrir o cam difusão. Figura Publicações da Dai Nipon Kannon Kai: "Mundo de Luz" e "Luz do Oriente"

As pessoas que estiveram presentes à cerimônia de instituição da Dai Nipon Kannon Kai som pouco mais de cento e cinqüenta. Mas, nessa época inicial, quando ela se apresentava como r presume-se que chegava a muitas dezenas o número de membros que professavam a fé com t entusiasmo, ao lado do Fundador. Com a fundação da Igreja, essas pessoas, servindo a ele de instrumentos, esforçavam-se pela divulgação da Kannon Kai levando as sementes para a sua através das publicações.

No dia 5 de fevereiro de 1935, o Fundador registrou em seu diário: "A partir de hoje, Ficou decidido vender, nas casas, O jornal ‘Luz do Oriente’. E eu saí com esse objetivo, Agora ao entardecer. " Figura Editora Toko, onde funcionava a redação dos órgãos informativos

Por aí se percebe que ele colocou grande empenho na publicação e distribuição desses info Shintaro Shimizu, encarregado da redação das publicações, disse: "Acho que ‘Luz do Orien uma tiragem de aproximadamente três mil exemplares, e ‘Mundo de Luz’, duzentos." O Fundador organizou grupos de propaganda da Dai Nipon Kannon Kai na Sede, na Editor em cinco filiais, procurando fazer uma distribuição diligente. Cada grupo era formado prin por jovens, rapazes e moças, os quais, batendo de porta em porta, empenharam-se na distr publicações e na difusão religiosa, centralizadas em T óquio e nas cidades circunvizinhas, c 20

Yokohama e Omiya. Conforme já foi mencionado (Vide Luz do Oriente vol.1 p.365), Issai Na responsável pela Filial Assagaya, e Otomatsu Araya, responsável pela Filial Setagaya, disse único meio de difusão da época era a distribuição de jornais e que a sua renda provinha de u da quantia obtida através dela. Assim, os ministros dedicavam sua vida a essa atividade, tra devotadamente na Obra Divina realizada pelo Fundador. A Editora Toko, além de ser o local onde funcionava a redação dos órgãos informativos, era alojamento do grupo masculino no jornal e dos componentes do grupo de propaganda. Em m 1935, foram instalados, em diversos locais da cidade, novos pontos de distribuição, que se t Juntamente com essas publicações, continuavam a ser desenvolvidas as atividades literária composição de "waka" e "kanku" humorístico, atividade realizada sob o nome de "Shofu-Ka "Showa-Kai", renovou-se com a fundação da Igreja e passou a ser efetuada sob o nome de "S Kai". Em seu diário, no dia 16 de janeiro de 1935, o Fundador escreveu: "Realizamos a primeira sessão De ‘waka’ e ‘kanku’ da ‘Shion-Kai’, Da qual participaram Cinqüenta e sete pessoas."

O caderno de "kanku" premiado na primeira reunião da "Shion-Kai" intitulava-se "O Messias", título muito adequado à Igreja que se iniciava trazendo a Luz do Oriente. O primeiro número da revista literária "Shion" saiu no dia 11 de fevereiro; os números dois e t foram publicados respectivamente em abril e julho. Com o crescimento da difusão e o conseq aumento de trabalho, a publicação dessa revista teve de ser interrompida. Mas as atividades continuaram. Os poemas passaram a ser publicados na seção literária do jornal "Luz do Orien periódico, muito propagado como transmissor de Luz, foi editado até o número nove; a partir número dez, teve o seu nome mudado para "Luz de Kannon", mas, no dia 11 de abril de 1936, suspensa a sua publicação. Quanto à revista "Mundo de Luz", embora de forma não periódica editaram-na até o número cinco. Figura

Altar da Editora Toko, no andar superior. Vê-se o quadro onde está escrito "Luz do caligrafia reproduzida na capa deste livro

Essas publicações deixaram de ser editadas porque, a partir do final de 1935, a Polícia Espe começou a fazer freqüentes visitas à Editora, dando início a uma intervenção direta das aut 1936, intensificou-se o movimento para dissolver a Dai Nipon Kannon Kai, o que tornou difí continuação das atividades religiosas, a começar pelas publicações.

2. A EXPANSÃO a) MUDANÇA PARA O JIKAN-SO ("Casa de Jikan")(6)

Após a fundação da Igreja, a atividade de difusão expandiu-se de forma espantosa. Como já mencionamos, aproximadamente cento e cinqüenta pessoas estiveram presentes à cerimô instituição. No dia 1º de maio, quatro meses depois, o Fundador realizou, pela primeira vez Primavera. Dele participaram mais de duzentas pessoas, que lotaram a Sede Provisória. N cada mês, era realizado o Culto Mensal. Naquele 1º de maio estava completando um ano q Fundador fora para o Ojin-Do, situado em Koji, bairro do centro de Tóquio, iniciando suas a sob o nome de "Tratamento Espiritual de Digitopuntura no Estilo Okada", para comprovar resultados da salvação por meio do Johrei. Nesse dia comemorativo, quando o nome do Fun (6)

- Jikan: um dos pseudônimos do Fundador

21

propagava fora de Koji e seu poder de salvação passava a ser alvo das atenções de muit ter sentido uma profunda emoção. Após o ofício religioso, o Fundador fez uma palestra para os duzentos e poucos fiéis que est reunidos e nela mencionou a grande expansão alcançada pelas suas atividades desde que in Ojin-Do. Ele disse que, assim como havia sido dado um novo passo no mês de maio de 1934, grande avanço na Obra Divina dali por diante. No mesmo mês, o Fundador transferiu sua residência para o Jikan-So. A partir de então, com mais adiante, o "talismã" usado pelos membros foi renovado. Em conseqüência, a ministraç Johrei, que até ali só era permitida a um limitado número de pessoas, passou a ser permitid um que freqüentasse as aulas e recebesse o "talismã" com o poder de salvação. Essa era um inédita. Em abril, o Fundador pedira a Shimizu que lhe procurasse uma casa para morar, separado d o qual se tornara pequeno com o crescimento da Obra Divina. Dois ou três dias depois, Shim uma casa muito boa, no bairro de Koji, quadra 1. Era uma residência assobradada, em que s os estilos japonês e ocidental. Tinha quase o mesmo tamanho da antiga sede provisória de H e o segundo pavimento, onde ficaria o Altar, era bem amplo: 16,20 m2 divididos em dois compartimentos. As janelas do andar superior estavam pintadas de preto, e as paredes, de acordo com a moda chinesa; o andar de baixo seguia o estilo ocidental. A casa era tão gracio Fundador gostou tanto dela, que logo resolveu alugá-la, pagando mensalmente 120 ienes. M para lá no dia 5 de maio, um ano depois que entrara no Ojin-Do, e deu-lhe o nome "Jikan-So" pelo desejo de torná-la o ponto focal para o amplo desenvolvimento da Obra Divina de Kann efetuado por ele. Um ano atrás, quando se mudara para o Ojin-Do, o Fundador deixara a esposa e os filhos no S em Omori. Desta vez, chamou-os para o Jikan-So, onde passou a morar com a família. Na noite da mudança, realizada sem nenhum problema, fez uma comemoração no andar superior da c participação dos quinze diretores, de Yoshi, sua esposa, e de Mitiko, sua filha mais velha

b) A PUBLICAÇÃO DA "APOSTILADA TERAPIA JAPONESA"

Além das atividades iniciais com a instituição da Dai Nipon Kannon Kai, o Fundador t dedicava ao método de tratamento que viera aplicando desde sua ida para o Ojin-Do, isto é, "Tratamento Espiritual de Digitopuntura no Estilo Okada", desenvolvido ativamente como cura por meio do Espírito Divino. Seus eficazes resultados iam aparecendo com o passar do tornavam-se cada vez mais numerosas as pessoas que buscavam a salvação. Paralelamente número daqueles que se interessavam pelo princípio da cura da doença através da Fé e pelo de higiene. Então, depois de sua mudança para o Jikan-So, o Fundador planejou o estabelec sistematização do princípio da cura da doença, o qual ele descobrira por meio do método de praticado durante um ano. Mudando o nome desse método para "Terapia Japonesa", penso derrubar, com ele, o extremismo da Ciência, que pendia exageradamente para o materialis a chave para dar início à Nova Civilização. Com esse propósito, empenhou-se na formação d habilitadas na terapia espiritual, fundamentando-se no que escreveu e elaborou de acordo Divina. Figura "Apostila da Terapia Japonesa" mimeografada

A "Terapia Japonesa", baseada no Espírito Divino do Fundador, recebeu esse nome por ser u espiritual de salvação criado por ele, que é natural do Japão. Seu conteúdo foi reunido e pub livro intitulado "Apostila da Terapia Japonesa". Esse livro não era impresso. E ra uma cópia mimeografada do texto manuscrito. No início, como proposição, ele escreveu sobre o princí objetivo do “Tratamento de Digitopuntura no Estilo Okada": "Esse método de tratamento foi criado por desígnio do Deus Supremo, que deseja completo a doença, o maior dos sofrimentos da humanidade. Para concretizar esse obje 22

a manifestar um grande poder de perfeita união Deus-Homem através do corpo espirit Sua representação, e do corpo material de Jinsai (7). Eu recebi Ordem Divina para executar essa grandiosa obra e, desde então, durante sete anos contato com todos os tipos de doentes, vim fazendo estudos e passando por aprimoramentos. período, graças à orientação espiritual de Kanzeon, consegui resultados surpreendentes, jam imaginados pela medicina tradicional. Portanto, sob o novo nome de ‘Terapia Japonesa’, reso iniciar a grandiosa e fundamental providência de salvação da humanidade. Esse tratamento pode ser efetuado por qualquer pessoa; uma vez recebendo a minha perm conseguirá uma extraordinária capacidade de cura através do Poder Kannon, que se manif do seu corpo espiritual. " Depois de publicar esse trabalho, o Fundador iniciou, na sede provisória da Dai Nipon Kann de junho de 1935, o Curso de Terapia Japonesa, com base na apostila. Até ali, investido do P Kannon de Salvação, adquirido por orientação espiritual de Kanzeon Bossatsu, o próprio Fu ocupara-se dos tratamentos, mas, com o desenvolvimento da Obra Divina, ele planejou a fo pessoas que também os praticassem. Na época inicial da Dai Nipon Kannon Kai, a aplicação do método de salvação só era permit diretores. Eles curavam as doenças colocando no local da enfermidade um papel ou leque c "miteshiro" com palavras escritas pelo Fundador. Assim, na época em que foi fundada a Dai Kannon Kai, apenas um limitado número de discípulos tinha permissão para ministrar Jo Figura Certificado de qualificação de terapeuta outorgado aos que concluíam o curso

Entretanto, captando que, a partir do dia 5 de maio, a Obra Divina caminhara para uma nov Fundador resolveu permitir a ministração do poder de salvação a um grande número de fié formar elementos humanos que ele abriu o Curso de Terapia Japonesa, o qual deu origem, posteriormente, ao Curso Kannon, mencionado mais adiante; o espírito deste último foi her atual Curso de Iniciação. O Curso de Terapia Japonesa tinha a duração de uma semana, constando da observação de Johrei e da leitura completa da apostila. Àqueles que o concluíam, era atribuída a qualificaç terapeuta. Fazendo-se esse curso e usando-se o talismã com as palavras "Poder Kannon de Tratamento" escritas pelo punho do Fundador, era possível manifestar-se infinito poder de Assim, o poder do Johrei, até então manifestado através de leques, passou a sê-lo através de Como resultado, o Johrei, que só o Mestre ministrava diretamente, com as palmas das mãos permitido aos seus discípulos e a um grande número de fiéis.

Figura

"O misterioso Poder Kannon Salva a humanidade Através das pessoas. "

Diploma outorgado aos que concluíam o curso. Assinatura: Korin (pseudônimo do Funda

No boletim "Dai Nipon Kannon Kai", publicado no dia 11 de novembro de 1935, consta cento e uma pessoas que concluíram o curso de terapeutas até aquela ocasião.

c) A ELABORAÇÃO DOS TALISMÃS "Até as letras escritas A tinta carvão, Em papel branco, Emitem Luz Pelo Poder Kannon. " 7)

- Um dos pseudônimos do Fundador.

23

“No poder De cada uma das letras, Está a misteriosa Obra Divina que salva A vida das pessoas. " Figura "Luz Intensa" e a imagem do Kannon de Mil Braços, o novo talismã protetor Figura Talismã que permitia a ministração do Johrei:"Poder Kannon de Cura" figura Figura Caixa de paulóvnia para guardar o talismã Figura Talismã primitivo: "Luz"

Antes mesmo da fundação da Igreja, o Fundador criara um talismã que servia de protetor p pessoa. Depois da mudança para o Jikan-So, ele criou mais dois tipos: um novo talismã prot aquele que permitia ministrar Johrei a outras pessoas e salvá-las. O primeiro talismã protetor possuía a palavra "Luz" , escrita pelo Fundador; o novo continh palavras "Luz Intensa" e a imagem do Kannon de Mil Braços, colocadas num mesmo invóluc usava pendurado ao pescoço. Com esse talismã não se podia ministrar Johrei, mas, pelo sim pessoa enferma tê-lo no peito, ela ficava banhada pela Luz de Kannon e pela divina espiritu Fundador; havia ocasiões em que esse talismã podia ser emprestado a doentes graves, por O talismã que permitia a ministração de Johrei a terceiros continha as palavras "Poder Kann Tratamento" ou "Poder Kannon de curar doenças", escritas em sentido vertical. Normalme guardado numa caixa feita de paulóvnia; na hora da ministração do Johrei, que se fazia atra palmas das mãos, ele era pendurado ao pescoço. Pode-se dizer que esse talismã correspond "Ohikari”; que possibilita qualquer pessoa ministrar Johrei, quando ela se converte à Fé Me Entretanto, como já foi dito, ele era outorgado apenas àqueles que, tendo cursado as aulas habilitarem a praticar a cura das doenças por meio do Espírito Divino, recebiam do Fundad qualificação de terapeuta.

d) O CURSO KANNON

Tendo instituído a Dai Nipon Kannon Kai, seguindo a determinação Divina, o Fundador lanç obra de construção do Paraíso Terrestre. Ele estava convicto de que o poder de salvação atr Deus e a Verdade ensinada por Este eram os dois pilares para a concretização desse ideal. A da Terapia Japonesa" explicava da forma mais comprobatória possível o poder de salvação a por Deus; relacionado com ela, o Curso Kannon esclarecia a Verdade baseada na Revelação como, por exemplo, a Providência de Deus, a verdadeira natureza de Kanzeon Bossatsu, a r Mundos Divino, Espiritual e Material e a missão do homem. O Curso Kannon teve início no dia 15 de julho de 1935. Quatro dias antes, o Fund explicando o seu conteúdo: 24

"Os ensinamentos da Kannon Kai — embora a palavra "ensinamento" não seja adequa são de compreensão muito difícil, devido aos costumes urgentes. Por isso, vou sistematizá-l Curso Kannon. Explanarei algo que não existe em nenhuma religião ou organização similar. Trata-se do verd aspecto da execução do Plano de Deus para o Céu e a Terra. Vou esclarecer, em todos os senti Deus construirá o Mundo de Luz por meio desta Igreja.“

O conteúdo do Curso Kannon, bem como a data e o número de alunos, era o que co abaixo. DATA CONTEÚDO Nº DE ALUNOS 15/07/35 - 1ª aula - O objetivo de Deus Supremo e o verdadeiro 114 aspecto da execução do Seu Plano para o Céu e a Terra. 25/07/35 - 2ª aula - A origem da Religião e a vinda do Salvador. 127 05/08/35 - 3ª aula - A verdadeira natureza de Kanzeon Bossatsu.112 15/08/35 - 4ª aula - A realidade dos Mundos Divino, Espiritual e 123 Material . 25/08/35 - 5ª aula - A essência do Bem e do Mal e a construção do Mundo de Luz. 05/09/35 - 6ª aula - A missão do Japão e dos outros países. 140 15/09/35 - 7a aula - A doença;princípios e métodos infalíveis 140 para se obter a saúde.

Assim, durante três meses, o Fundador ministrou, ele mesmo, o curso sobre a doutrina Àqueles que assistiram às sete aulas, foi atribuída a qualificação de "Sendo-shi" (mission Esse curso tornou-se a base da doutrina da Kannon Kai e a maioria daqueles que conc de Terapia Japonesa também participaram dele e se tornaram missionários. No dia 5 de outubro de 1935, encontramos o seguinte poema registrado no diário do Fu "Na primeira aula Do segundo curso Eu também palestrei Durante cerca de uma hora. "

Após o término da sétima aula, no dia 15 de setembro, tivera início o segundo curso, a part Fundador designou sete pessoas — Mitsuo Massaki, Shinjiro Okaniwa, Shintaro Shimizu, I Nakajima, Shiguenori Matsuhissa, Yoshihiko Kihara e Tomozo Hida — para ministrarem o C Kannon como seus auxiliares. As apostilas acabaram não sendo editadas e por isso cada pa anotava em seu caderno as aulas do Fundador. O curso posterior foi ministrado com base n anotações.

25

CAPÍTULO II DEZ ANOS DE CONTENÇÃO

26

27

1.

GYOKUSSEN-KYO, O VALE DO RIO PERFEITO (8)

a) INAUGURAÇÃO DA NOVA SEDE

A Dai Nipon Kannon Kai, instituída em janeiro de 1935 numa sede provisória situada no bai Koji, crescia dia a dia, e, poucos meses depois, o prédio já se tornara muito pequeno. Ficou, decidida a compra de um terreno e de um prédio adequados para lhe servirem de sede. Tam margens do Rio Tama, no extremo sul de Setagaya, subúrbio ao sul de T óquio, foi o lugar m indicado, entre muitos outros. Havia muito tempo que o Fundador amava as límpidas águas desde o início da Era Showa compunha poemas sobre ele: "Nas noites enluaradas, O límpido Rio Tama Dos mudados campos de Mussashi Continua como nos tempos antigos." “A bruma No extremo Dos campos de Mussashi, O Monte Fuji e o Rio Tama. "

No dia 5 de junho de 1935, o Fundador saiu à procura de uma casa, pelas margens do R "Decidido a procurar um local Onde a sede viria a ser instituída, Fui a Tamagawa, Levando Shimizu Em minha companhia.”

Entretanto, naquele dia ele não achou um local adequado. Dizem que o poema abaixo t composto nessa ocasião: "Minha esposa disse: Vamos construir Uma casa na colina Por onde corre o baixo Rio Tama E morar lá. "

Dez dias depois, o Fundador foi novamente a Tamagawa, desta vez acompanhado de Yoshi, Sh Inoue e Ryozo Takemura, que era natural daquele lugar. Visitando o templo que abriga o jazig família de Takemura, ficaram sabendo que a casa do conde Kenjiro Den estava à venda e imed se dirigiram para lá. Aproximadamente três meses depois, no Culto Mensal de setembro, o Fu relatou de forma minuciosa a impressão que teve por ocasião da ida a essa casa : "Quando vi o local, minha surpresa foi enorme. Era tão magnífico, que fiquei paralisado. E então: ‘É esse! Já estava preparado por Deus!’ Situa-se no ponto mais alto da região, possui jardim de formato esplêndido; sua área é de 25 mil metros quadrados. Mais da metade do te (cerca de 16 mil metros quadrados) é muito boa. Daí se avista, logo abaixo, um pomar de pê seguido de um arrozal. Mais adiante fica o Rio Tama, dando para se ver uma ponte a partir d sucedem várias colinas dos campos de Mussashi. Posso afirmar que não há, na cidade de T lugar com um panorama tão magnífico como esse. " (8)

- Nome do local onde estava situada a nova sede da Dai Nipon Kannon Kai, em Tamagawa, Tóquio.

28

Completamente embevecido com o local que encontrara, o Fundador extravasou seu s poema: "O Gyokussen-Kyo Adequado para a lua, Para a flor E também para a neve, É a Flor do Paraíso. " Figura

Foto tirada no dia 25 de junho, dez dias depois da visita a Tamagawa, quando o Fundad Rio Tama com os fiéis

Para o Fundador, que, naquela época, passava dificuldades financeiras, a aquisição de uma tão grande como aquela era uma utopia. Entretanto, de forma rápida e inesperada, abriram portas para essa transação. Uma pessoa que costumava receber Johrei com Shinjiro Okaniw fazia difusão em Omori, era muito íntima da família Den, e graças à sua ajuda o Fundador p adquirir por um preço bem baixo os 16 mil metros quadrados que tinham a bela visão panor mencionada linhas atrás. Nesse local, havia glicínias brancas e lilás, coisa muito rara em T também o pinheiro plantado pelo Imperador Kinjo (9) quando lá estivera. Tratava-se, portan propriedade famosa. O preço final ajustado era 98 mil ienes, e, na época, o Fundador só dispunha de 5 mil. como o proprietário se propôs a entregar a casa mediante 10 mil ienes de sinal, ele fez um e de 5 mil e pagou a quantia estipulada, mudando-se para lá no dia 1º de outubro: Figura Parte da casa do Gyokussen-Kyo e a latada de Glicínias. À esquerda podia-se avistar, ao o Rio Tama, a cordilheira Tanzawa e o Monte Fuji "Mudamo-nos Para o Gyokussen-Kyo Num dia tranqüilo, de sol, E nem vento havia. "

O contrato de venda da propriedade de Tamagawa firmou-se em condições extremamente f entretanto, depois que o Fundador para lá se mudou, as coisas não correram muito bem. No 1937, surgiu um desentendimento com a família Goto, que já havia adquirido metade da pa terreno, em torno dos direitos de propriedade da área onde ele se estabeleceu. A disputa, in época, durou até 1955, pouco antes da ascensão do Fundador. Figura Portão principal do Gyokussen-Kyo "Morando na tão desejada Vila de Tamagawa, Aprecio o Monte Fuji De manhã e de tarde. "

No dia 10 de outubro de 1935, dez dias depois da mudança, foi realizada pomposamen treze horas, a cerimônia de inauguração da Sede Geral da Dai Nipon Kannon Kai. Foi um dia agradável, abençoado por um tempo maravilhoso. No palco ao ar livre, instalado p aquela cerimônia numa área de mais de 5 mil metros quadrados, foi construído um altar de aproximadamente 1, 7 metro, e o som do"yagumo koto" ecoava solenemente. (9)

- Imperador na época, tendo assumido o poder em 1926.

29

Após a palestra do Fundador, realizou-se uma festa. Todos os presentes passaram momento o entardecer. Da colina a que o Mestre deu o nome de Colina Bansho, puderam apreciar a p outonal do límpido Rio Tama, as montanhas de Tanzawa, que se erguem além do rio, e o sag Fuji, o qual podia ser avistado ao longe. A cerimônia de inauguração da Sede Geral da Dai Nipon Kannon Kai ocorreu exatamente d dez dias depois da cerimônia de instituição dessa entidade, na sede provisória, em Koji, no d janeiro daquele ano. Misteriosamente, o nascimento da nova sede levou quase o mesmo tem humano permanece no ventre materno. A partir de então, a Sede Provisória de Koji foi trans Sede de Tóquio. O número de fiéis elevava-se, agora, a aproximadamente seiscentas pessoa de filiais, a onze. Figura Cerimônia de inauguração da Sede Geral da Dai Nipon Kannon Kai Figura O Fundador pouco depois que se mudou para Tamagawa

Na primavera de 1936, o Fundador compôs um poema enaltecendo a beleza natural do Gyo e mostrando a importância desse lugar, que ele disse ser o ponto básico da Obra Divina, o lo se expandiriam os Ensinamentos de Deus. "Vigorosamente, A Luz dos Ensinamentos da Verdade Começa a se irradiar, Partindo do Gyokussen-Kyo. "

Imbuído desse sentimento, o Fundador desenvolvia a grande obra de salvação do m entusiasmo cada vez maior.

b) A ATENÇÃO DA SOCIEDADE

No dia 17 de outubro de 1935, uma semana depois da cerimônia de inauguração d Fundador registrou em seu diário: "Um indivíduo chamado Tizaki Veio à minha procura Com o desejo de entronizar A Imagem da Luz Divina Em Jossankei, Hokaido. "

Tizaki, cujo primeiro nome era Ussaburo, exercia, na época, o cargo de diretor e gerente da Otaru Estradas de Rodagem S/A, firma situada na cidade de Otaru, em Hokaido. Administra também, uma empresa construtora chamada Grupo Tizaki, sua ocupação original, e lidava diversos tipos de empreendimentos. Após a Segunda Guerra Mundial, foi eleito deputado fe a falecer com cinqüenta e quatro anos, em 1951. Tizaki era um ardoroso fiel de Kannon, do entronizou um total de trinta e três imagens: trinta e uma em Jossankei, estação de águas te localizada nos arredores de Saporo, e duas na praia de Assari, próxima daquele local. A déc imagem entronizada por ele, de Iwato Kannon, foi pintada pelo Fundador. No número cinco "Mundo de Luz", órgão informativo da Dai Nipon Kannon Kai, saiu um artigo relatando essa entronização, realizada em Jossankei no dia 26 de outubro de 1935. A imagem de Iwato Kan continuou sendo cultuada naquele local e ainda hoje é visitada por muitos peregrinos. Figura

Artigo sobre a entronização da imagem de Iwato Kannon, publicado na revista "Mundo d 30

Na nova sede, foram realizados, em seguida, os Cultos Mensais de novembro e d dia 11 de novembro, o Culto de Outono, passando-se a desenvolver entusiásticas ativida Figura

Culto de Outono. O Fundador aparece no centro, de frente. Compareceu a esse Culto u Filial Omiya "O primeiro Culto de Outono Foi grandioso. Participaram cerca De trezentos fiéis. "

Por esse poema, registrado no diário do Fundador, podemos constatar a grande atividade q desenvolvia. Justamente nessa época, foi publicado no Jornal Hibi, de T óquio, datado de 17 dezembro, o artigo de Soiti Oya (10) sobre a Dai Nipon Kannon Kai. Figura

O artigo sobre a Dai Nipon Kannon Kai publicado no Jornal Hibi. Esse artigo é o primei sobre a Igreja nos meios de comunicação (Propriedade da Biblioteca do Congresso Naci Com estas manchetes:

"O surto de religiões parecidas"; "O astro de sucesso atualmente"; "O Mestre possuidor do Poder Kannon"; "Misteriosas graças materiais" , foi publicada a foto do Fundador e a foto espiritual do Dragão Dourado. O texto era o qu "Hanzo-Mon, situado no bairro de Koji, em Tóquio, fica bem próximo do novo prédio do Con Nacional e da Polícia Metropolitana. Indo um pouco mais adiante do ponto de ônibus Hanzo encontra-se um pilar quadrado onde está escrito ‘Dai Nipon Kannon Kai’. Como me dissera aquele era o local onde atuava o novo ‘deus’ de tanto sucesso ultimamente, experimentei ir dois ou três dias atrás." A seguir, Soiti Oya nos diz que, no andar térreo, ouviu de um senhor de aproximadamen relato de vários casos milagrosos. E prossegue: "Se ele é um ‘deus’ tão milagroso assim, quero vê-lo mesmo que seja apenas uns instantes", d “Conduziram-me, então, à sala do ‘Grande Mestre’, no andar superior. No centro, estava um h parecido com o escritor Tosson Shimazaki, mas um pouco mais jovem, de cabelos bem branco seu lado, alguns homens e mulheres.” O jornalista diz que perguntou ao Fundador o motivo pelo qual fundara uma nova reli entre ele e Kanzeon Bossatsu, entre a religião e a cura das doenças etc. E acrescenta: "No alto, entre o teto e a porta, está afixado o preço do tratamento: na primeira vez, 2 ienes segunda, 1 iene. Também está afixado o preço do tratamento a domicílio: 5 ienes na primeir ienes na segunda. Parece que o ‘deus’ também dá consultas domiciliares e é bem mais care médicos da cidade. Apesar de ter iniciado esse trabalho no dia 1o. de janeiro do corrente an de quarenta a cinqüenta doentes por dia, contando com mais de dez filiais, dentro e fora da .)" É interessante, porém, que esse artigo de Soiti Oya chegou ao conhecimento de Keijiro Take que sofria de apoplexia e estava em tratamento. Takeuti foi procurar o Fundador no dia 6 de 1936, menos de um mês após a leitura do artigo, e, através do Johrei, seu estado de saúde m muito. Ele imediatamente se tornou membro e, utilizando-se da sua posição de médico, pas colaborar com as atividades religiosas do Fundador.

- Nasceu em 1900, na cidade de Ossaka, e faleceu em 1970. Desde pequeno demonstrou habilidade para as letras e, ainda jovem, depois de abandonar a Universidade de Tóquio, entrou para o mundo do j Através do "Jinbutsu Hyoron", revista fundada por ele em 1933, ficou conhecido pelas suas críti (10)

Além de ocupar o cargo de conselheiro da Dai Nipon Kenko Kyokai (Associação Japonesa de instituída em maio daquele ano, Takeuti começou a difundir o Johrei em Morioka, cidade on situada no Estado de Iwate, e, logo depois, chegou a pedir a ajuda dos terapeutas de T óquio esse apelo, o Fundador imediatamente enviou para lá Araya Otomatsu. Nessa ocasião, para atenção da polícia, que continuava sempre alerta, Araya empenhou-se na ministração de Jo passando por aprendiz de Takeuti e salvou muitas pessoas. Takeuti enviou, ainda, para uma revista popular chamada "Iwate Koron", um artigo intitula resultados do tratamento de doenças pelo Estilo Okada vistos por um médico", no qual dizia "Em 1907, formei-me pela Universidade de Medicina de Tóquio. Defendi tese de doutorado especializando-me em medicina química. Por meio de bolsas de estudo, fiz cursos em outro os quais a Alemanha, e depois passei a dirigir um hospital na cidade de Morioka. Entretanto repentinamente, sofri um derrame cerebral, sendo acometido de apoplexia. Fui examinado médicos categorizados e todos diagnosticaram: ‘Paralisia total - impossibilidade de recup Mais tarde, entrei para o mundo da Fé e fui para Tóquio. Durante cerca de dois anos recebi tratamento ministrado através da palma da mão, mas não senti grandes melhoras. E xatame de dezembro, li o artigo publicado pelo Jornal Hibi, de Tóquio, sobre a Dai Nipon Kannon Ka me muito bem após a leitura e dirigi-me imediatamente à sede dessa associação, naquel Logo no início do tratamento ministrado pelo Mestre Jinsai Okada, fui surpreendido por um que nunca havia sentido antes e a cada dia ia me libertando da paralisia. Adquiri autoconfia breve me recuperei por completo. O Mestre Jinsai não só curava todas as doenças sem o uso de remédios, como também estav um grande número de ‘terapeutas’. Eu também, ao lado dele diariamente, como seu aprend acompanhava de perto todos os tipos de tratamentos e ficava admirado com os excelentes r obtidos: doenças realmente incuráveis pela medicina iam sendo curadas umas após as outr pois, afirmar, por esses resultados, que o método de tratamento de doenças no Estilo Okada fato absoluto poder de salvar os sofrimentos da humanidade causados pela doença." Figura As revistas "Iwate Koron" e "Naigai Koron", para os quais o Fundador enviou artigos

Por sugestão de Takeuti, o Fundador enviou, para o número de julho de 1936 da revista "Iw Koron", o artigo intitulado "O que é o Poder Kannon" e, para o número de setembro da mesm revista, o artigo "O grande erro da medicina ocidental". Colaborou, também, quase que tod em 1935 e 1936, na revista "Naigai Koron", publicada mensalmente pela editora do mesmo sediada no Distrito de Shiba, em Tóquio. Ainda nos restam os seguintes números: Outubro de 1935: "A respeito da criação da terapia japonesa" Novembro de 1935: "O método de tratamento que supera a Ciência" Dezembro de 1935 a fevereiro de 1936: "Conheça a verdade a respeito das campanhas Kannon" (1), (2), (3) Junho e julho de 1935: "A construção de um Japão saudável e o grande erro da medicina ocidental" (1), (2) Mais tarde, na época em que o Fundador estava proibido de exercer suas atividades, Takeu importantes incumbências, entre as quais criar oportunidades para ele receber permissão d Entretanto, esse médico acabou deixando suas tarefas religiosas ao encargo de Otomatsu A a dedicar-se exclusivamente à Medicina. Com o acirramento da guerra, mudou-se para Vila Estado de Iwate, vindo a falecer em 1948, com a idade de sessenta e sete anos. Assim, menos de um ano e meio após a instituição da Dai Nipon Kannon Kai, o conceito do F elevara bastante, e a difusão crescia rapidamente. Motokiti Inoue registrou esse crescimen "A Dai Nipon Kannon Kai teve um desenvolvimento espantoso e em pouco tempo tornou-se todas as religiões novas." Todavia, à medida que crescia a difusão e se propagava, através de milagres, a "Terapia Jap surgiam algumas pessoas dos meios religioso e médico que, sofrendo as conseqüências des ocultamente, junto à Polícia Especial, planejando pressionar a Dai Nipon Kannon Kai. 32

2. AS PRESSÕES

a) INSTITUIÇÃO DA DAI NIPON KENKO KYOKAI (Associação Japonesa Saúde)

No dia 26 de fevereiro de 1936, houve, na região de Tóquio, uma nevasca como não acontec anos. Na manhã desse dia, ocorreu um trágico incidente: mais de mil e quatrocentos militar suboficiais e soldados, comandados por vinte e dois jovens oficiais, atentaram contra autor Governo, assassinando o Ministro dos Negócios Internos Makoto Saito, o Ministro das Fina Korekiyo Takahashi e o Supervisor Geral de Ensino Jotaro Watanabe; além disso, feriram gr o Chefe de Gabinete Kantaro Suzuki e depredaram a Polícia Metropolitana e o Jornal Assah ocasião dessa terrível ocorrência, o então Primeiro-Ministro Keissuke Okada se salvou, ma lugar, foi morto o Secretário de Estado. Esse é o conhecido "Caso 2.26". O grupo rebelde ap de todo o bairro de Nagata, no Distrito de Kojimati, onde está situado o Palácio do Governo prédios governamentais. Naquela manhã, o Fundador foi à sede de Tóquio da Kannon Kai, que ficava bem perto do lo estava reunido o grupo rebelde; entretanto, sentindo algo de estranho no ar, retornou a Tam do almoço. Conta-se que, quando estava para sair, ele disse ao Responsável: "Hoje, o dia nã bom, por isso deixe a Imagem da Luz Divina guardada no armário. Caso aconteça alguma co o com vários ‘tatami’ e esconda-se dentro dele. Os detalhes, você ficará sabendo depois. No dia 27, o Fundador escreveu em seu diário: "Nas proximidades da Sede, Agruparam-se soldados fardados. Tudo ficou como se fosse Em tempo de guerra. "

Os jovens oficiais que lideraram o "Caso 2.26" assim se pronunciaram: "O nosso país está d uma grande crise; no entanto as autoridades governamentais e os grupos financeiros, quer lucros pessoais, não fazem o mínimo de reflexão. É preciso acabar com isso o quanto antes. pronunciamento e com o lema "Respeito à Família Imperial e Fim à Maldade", deram um go Estado. Entretanto, por trás desse movimento, ocultava-se a disputa interna existente no E qualquer maneira, foi um incidente que teve grande influência na política japonesa. A parti poder de pronunciamento do Exército aumentou ainda mais, crescendo a ponto de nada co controlá-lo. Na primavera de 1935, o artigo "Tenno Kikan Setsu" ("Teoria sobre os órgãos governamentais"), escrito por Tatsukiti Minobe, que dava conferências sobre legislação na Universidade Imperial de Tóquio (atual Universidade de Tóquio), foi atacado pelos militare direitistas; no outono de 1936, foi firmado o "Acordo de Mútua Defesa", entre o Japão e a Al Hitler. Esses acontecimentos são representativos da época que se estava vivendo. Paralelam medida que o militarismo avançava, o controle ideológico foi se tornando rigoroso, principa relação às entidades religiosas. Figura

Texto rascunhado pelo Fundador na qual ele informava aos fiéis o adiamento do Culto M ler:"Devido à lei proibitiva...”

No dia 8 de dezembro de 1935, ocorreu a segunda pressão à Religião Omoto; em setembro abril de 1937, as pressões à Igreja Hito no Miti; em novembro de 1938, a segunda pressão à Hon'Miti. O líder e os dirigentes destas duas últimas foram detidos, passando por severos interrogatórios, e só obtiveram a liberdade em 1945, com o fim da Segunda Guerra Mundia jornais de janeiro de 1936, antes mesmo do julgamento, apareciam manchetes que agitava propositadamente a opinião pública, como esta, por exemplo: "Onissaburo Deguti, da Omo 33

de morte ou trabalhos forçados por tempo indeterminado?" O Fundador, que fora divulgado Omoto em tempos passados, já havia se desligado dela; no entanto, embora tivesse ficado r que ele não possuía mais nenhuma ligação com a entidade, continuavam tratando-o como "remanescente", de modo que a vigilância das autoridades tornou-se ainda mais rigoros No dia 19 de março de 1936, dois policiais da delegacia de Omiya, no Estado de Saitama, fo Gyokussen-Kyo. No dia 27 de maio, o Fundador foi chamado à delegacia de Tamagawa, ond interrogaram durante várias horas sobre o artigo "A Luz do Oriente", publicado com o título de Kannon". No dia 1º de junho, ele recebeu nova intimação para comparecer à delegac Desde a instituição da Dai Nipon Kannon Kai a 1º de janeiro de 1935, o Fundador viera conc religião e a técnica medicinal, a fé e o tratamento, mas devido a essa corrente repressiva da instituída, a 15 de maio de 1936, no Gyokussen-Kyo, a Dai Nipon Kenko Kyokai, com a finali dissociar da religião a técnica medicinal e o tratamento, tornando-os atividades independen cerimônia de instituição da entidade, explicando seus objetivos, o Fundador disse que ela fo abrir, de forma ampla, o caminho da salvação, tornando-o acessível a qualquer pessoa, foss sua religião, inclusive às pessoas sem fé. Entretanto, além desse sentido que possuía na Obra Divina, a associação fora organizada p rigoroso controle ideológico feito pelas autoridades da época, que tentavam pressionar inc atividades religiosas. A Dai Nipon Kenko Kyokai teve sua sede provisória instalada na sede de Tóquio da Dai Nipon Kai. Os membros, que, no momento da instituição da entidade, eram em número de duzentos nove, pagariam 50 "sen" de taxa de matrícula e uma mensalidade de 30 "sen". Naquele dia, fo o folheto "Myoniti no Ijutsu" ("A Medicina do Futuro"), uma palestra feita pelo Fundador, na q explica o Johrei — poder de salvação atribuído por Deus — pelo aspecto científico e comproba evitando, na medida do possível, as expressões religiosas. figura

O Fundador dirigindo-se aos fiéis na cerimônia de instituição da Dai Nipon Kenko Kyoka está anotando a palestra é Motokiti Inoue

Figura

Publicações da Dai Nipon Kenko Kyokai: a revista "Kenko" e o folheto "Myoniti no Ijutsu

Pouco depois, no dia 15 de junho, foi editado o primeiro número da revista "Kenko" ("Saúde constituído da "Saudação da Editora" e do artigo "A construção de um Japão Saudável", ond Fundador usa o pseudônimo "Jinsai".

b) A DISSOLUÇÃO DA DAI NIPON KANNON KAI E A "ORDEM DE PROIBIÇÃO DA PRÁTICA DE TRATAMENTOS"

Logo após a instituição da Dai Nipon Kenko Kyokai, a intervenção das autoridades tornou-s diário do Fundador, está registrado que no dia 30 de junho ele recebeu a visita de um indivíd chamado Shima, da Polícia Especial. A maior preocupação das autoridades policiais era o rápido crescimento da Dai Nipon Kann embora ainda fosse uma Igreja pequena, poderia vir a se tornar, um dia, um estorvo para os nacionais. Por isso, ela foi alvo de diversas intervenções ostensivas por parte das autoridad intenção era esmagá-la enquanto ainda estava pequena. Assim, no dia 1o de julho, menos de um mês e meio após a criação da Dai Nipon Kenko Kyok Fundador com imenso pesar, viu-se forçado a dissolver, por iniciativa própria, a Dai Nipon K O Culto Mensal realizado nesse dia, no Gyokussen-Kyo, foi o último ofício religioso da instit diário do Fundador, foi registrado apenas um poema: 34

"Após a cerimônia Do Culto Mensal, Expliquei detalhadamente O motivo da dissolução Da Kannon Kai. " Figura Regulamento do "Curso Especial de Verão" rascunhado pelo Fundador

Após dez anos de estudos e buscas, sempre lutando contra censuras e difamações e levando instável, ele instituíra a Igreja. Agora, quando finalmente as atividades começavam a engre sentimento a estaria dissolvendo? O Fundador já fizera uma previsão muito clara sobre o futuro do Japão. No dia 17 de janeiro de aproximadamente um ano antes da fundação da Dai Nipon Kannon Kai, falara, entre outras co sobre a guerra entre o Japão e o mundo, que viria a ocorrer. Obviamente, por ser demasiado p fazer uma afirmativa dessa natureza numa época como aquela, dirigiu-se apenas a um peque centralizado nos discípulos, que sempre estavam ao seu lado. A dissolução da Dai Nipon Kann com certeza, foi uma providência que ele tomou com base nessa previsão. Entretanto, apesar de ser uma época rigorosa, o Fundador não cruzou os braços pura e sim Embora tivesse dissolvido pelas suas próprias mãos a Dai Nipon Kannon Kai como atividade colocou todo o seu empenho na Dai Nipon Kenko Kyokai, que continuava as atividades daqu forma de tratamentos. Tendo por marco o dia 6 de julho — pouco depois da dissolução da Da Kannon Kai — iniciou-se, no Gyokussen-Kyo, o "Curso Especial de Verão", sobre a técnica d tratamento de doenças no Estilo Okada. Esse curso compunha-se de doze aulas intensivas e quase que em dias alternados. Perante os cinqüenta ou sessenta terapeutas que dele partic Fundador, encarregando-se de todas as aulas, criticou a medicina ocidental, apontando-lhe Entretanto, o controle das autoridades era muito rigoroso e persistente. A Delegacia de Pol Metropolitana, alertada para a realização do curso, repentinamente, sem nenhum aviso pré "Ordem de proibição da prática de tratamentos", no dia 28 de julho. Essa lei significava a di da própria Dai Nipon Kenko Kyokai. No diário do Fundador, estão registrados estes dois "Como a tempestade Que vem após a bonança, Veio da Delegacia de Policia Metropolitana A ordem de proibição de tratamentos. " “Ainda não se sabe O motivo da ordem. Fico penalizado Com a má política Que faz o povo sofrer. "

c) O CASO "OMIYA"

No dia 4 de agosto de 1936, uma semana depois que o Fundador recebera aquela ord chegou, também de forma repentina, uma intimação da delegacia de Omiya, no Estado de S Naquela cidade, havia uma filial da Dai Nipon Kannon Kai, cujo responsável era Yoshihide T também existia uma fábrica, a Tecelagem Katakura, onde trabalhavam mais de mil operária das quais, doentes, ficaram curadas através do Johrei ministrado por ele. Esse fato causou c dizerem que contrariava a Lei da Medicina, e Takei foi denunciado à polícia. Naturalmente, detido, e, mais tarde, como Presidente da Kannon Kai, o Fundador respondeu pela culpa. A intimação também teve por motivo a foto espiritual tirada por Mitsuo Azuma, a qual foi con como sendo truque de fotografia ( 11 ). (11)

- Vide página 369 de "Luz do Oriente", 1o volume.

35

Figura

O Fundador, por ocasião de sua ida à Filial Omiya, no dia 5 de maio, antes do acon primeira fileira, da esquerda para a direita, Ryozo Takemura, o Fundador e Yoshihide Take

No dia 5, o Fundador respondeu ao interrogatório do chefe do setor de Polícia Especial e de policiais da delegacia. Esse interrogatório caracterizou-se pela parcialidade e brutalidade. respostas não correspondessem exatamente aos seus desejos, eles apelavam para a agress cabelos do Fundador ou ameaçando-o com uma espada de bambu. Na ocasião, ocorreram f estranhos, como por exemplo a repentina dor de cabeça sentida pelo policial que o agredira forte que o obrigou a sair da sala. Sem se saber como, permaneceu no recinto apenas o chef Polícia Especial. Este, pouco depois, elaborou o depoimento, escrevendo: "A foto espiritual de uma foto artística feita por Okada." Como essa afirmativa contrariava a verdade, o Fund pensou em protestar, mas, ante o perigo de ser agredido, não teve outra alternativa a não se Assim, o documento foi parar na Polícia Metropolitana e o seu nome entrou para a lista negr respeito, ele disse: "Com um depoimento falso feito por meios forçados, acabam transformando um cidadão bom cidadão mau. Por isso acho que este mundo é realmente terrível. Através do fato em questão, ver o quanto as autoridades da época eram tiranas e feudais. A partir daquele momento, por t para a lista negra, eu vivia pressionado. Todas as vezes que mudava de residência, tinha de co polícia local, que não cessava de exercer vigilância sobre mim, fazendo tudo para me incrimin isso, além de nada poder fazer, eu estava sempre preocupado e nem sequer conseguia dormir por saber que a qualquer momento poderia ser preso ou ter a minha casa revistada. Dessa for se dizer que, até o fim da Segunda Guerra Mundial, as novas religiões recebiam o mesmo trat que o comunismo. Em face de tal situação, eu sempre pensava: ‘Embora esteja realizando ações tão benéficas humanidade, sou oprimido desse jeito! Que tristeza! Entretanto, isso também é um aprimor Deus me dá’. Pensando assim, reprimia a ira."

d) "PRIMEIRO CASO TAMAGAWA"

Na delegacia de Omiya, o Fundador foi solto no dia seguinte ao de sua prisão. Logo em segu ele e Shimizu foram novamente intimados, desta vez pela delegacia de Tamagawa, que, ent motivos, os acusava de atrapalharem os tratamentos médicos. Shimizu foi dispensado no m mas o Fundador ficou detido do dia 10 ao dia 20 de agosto, para investigações. A principal r alegada — atrapalhar os tratamentos médicos — não passava de um pretexto. O verdadeiro intimação era investigar a relação entre a Kannon Kai e a Omoto. O Gyokussen-Kyo foi revis sendo apreendidos não apenas os livros, mas tudo que se relacionava às duas entidades. Es acontecimento recebeu o nome de "Primeiro Caso Tamagawa". Figura O Fundador, na época do "Primeiro Caso Tamagawa"

Na ocasião, Issai Nakajima também foi detido para investigações. Kisseko, sua esposa, assim recebeu o telefonema comunicando a detenção do Fundador, dirigiu-se imediatamente para Entretanto, lá chegando, soube que seu marido também havia sido preso. Yoshi, esposa do M disse-lhe carinhosamente: "Não precisa se preocupar conosco. Volte logo para casa, pois seu precisar de você." E assim ela fez. No Gyokussen-Kyo, a casa, que ficara na maior desordem após a revista, foi arrumada pelo do Fundador. Entretanto, os quadros que estavam na sala de estar e na sala de visitas e os q caligrafados por ele foram todos apreendidos; desde o guarda-louças até o guarda-roupa, t objetos foram revistados um a um. Os documentos e todas as outras coisas que se relaciona 36

Omoto foram colocados numa carroça relativamente grande e levados, como provas, que ficava a uma distância irrisória dali. Na ocasião, Issai Nakajima ficou preso durante Logo depois que, por iniciativa própria, dissolveu a Dai Nipon Kannon Kai, o Fundador rece notificação da proibição da prática de tratamentos, ficando, assim, com as suas rendas tota cortadas. As sucessivas dívidas que acumulara desde 1919 ainda estavam sendo pagas e el dedicantes para sustentar, de modo que o futuro se apresentava sombrio. Sem outra altern o Shofu-So, onde funcionava a Filial Omori, empregando nas despesas diárias os 6 mil ienes recebeu. Na época, Shinjiro Okaniwa, que era o Responsável daquela filial, não tinha paz de espírito. que podia ser preso a qualquer momento, pois, no dia 10 de agosto, quando a residência do foi revistada, um dos policiais da delegacia de Tamagawa Ihe havia dito: "Em breve, você e I também serão chamados; portanto, fiquem preparados.” Além disso, depois da venda do Sh Filial Omori foi fechada e ele teve de mudar-se para o Gyokussen-Kyo, não tendo outra alter senão trabalhar em serviços diversos, como cuidar do jardim, por exemplo. Os demais terapeutas também estavam na mesma situação. Nada podiam fazer abertamen exceção era Takeuti, de Morioka, que, aproveitando-se de sua posição de médico e sob o no "Tratamento de Digitopuntura no Estilo Takeuti", instalou em sua casa uma clínica de trata "Terapia Japonesa", podendo desenvolver intensas atividades. Como já foi mencionado, ele Johrei com a ajuda dos terapeutas de Tóquio, que receberam excelente formação do Funda pessoas enviadas para auxiliá-lo, mais tarde se dispersaram pelas diversas regiões do nord e foram ampliando o círculo da salvação através do Johrei.

3. A OBRA DIVINA SOB PRESSÃO

a) A KANNON HYAPUKU KAI (Associação dos Cem Kannon) E O FUJIM (Solar de Contemplação do Monte Fuji)

A partir de agosto de 1936, o Gyokussen-Kyo teve o seu nome mudado para Hozan-So (Sola Montanha Preciosa). Por trás desse fato percebe-se a intenção de eliminar o aspecto religio instituição até mesmo no que se refere ao nome da sede. Entretanto, sem outra alternativa, caminhando para a Segunda Guerra Mundial. Até maio de 1944, período agitado em que o o mundo entrava num clima turbulento de guerra, o Solar da Montanha Preciosa continuou s os fiéis existentes nos vários pontos do país, o lugar da esperança, a fonte de alegria, tornan baluarte de seus corações, como a única luz a iluminar o mundo de trevas em que estav Em setembro de 1936, pouco depois do "Caso Omiya", foi instituída, no Solar da Mont uma associação com o nome de Kannon Hyapuku Kai. No seu estatuto, consta o seguint "Por serem as imagens de Kannon, pintadas com o máximo cuidado pelo Fundador, diferent imagens pintadas pelos artistas e possuírem uma elegância altiva e delicada, não encontrad atualidade, ele recebeu muitos pedidos, mas, infelizmente, até o momento não foi possível a fato inevitável, porque o Mestre não dispunha de tempo. Agora, tendo conseguido tempo disponível, o Fundador irá se empenhar na confecçã imagens de Kannon, desejo que vem acalentando há longos anos. Tratando-se de obras con com todo o amor, nem é preciso falar sobre a excelência de suas qualidades, devendo ser pr para as gerações futuras como tesouro de família. Acreditamos que uma oportunidade com se repetirá. Portanto, façam o seu pedido o quanto antes." As imagens de Kannon foram desenhadas em papéis de aproximadamente 45 ou 67 cm de l foram vendidas a 50 ienes cada uma. Hoje, restam-nos pouco mais de dez, entre as quais a d Kannon, Dharma Kannon e Narihira Kannon, todas elas possuidoras de muita delicadeza, h elegância, qualidades que, somadas ao colorido suave e às linhas expansivas e belas, transp aqueles que apreciam essas imagens ao estado de máxima felicidade. A Kannon Hyapuku Kai foi um meio do qual se valeu o Fundador, que tivera as suas atividad interrompidas, para, através da pintura de obras de arte, outorgar imagens de Kannon. Com nome indica, estava prevista a distribuição de cem imagens. (N.T.: O ideograma “hyaku”, qu palavra “Hyapuku”, significa “cem”) 37

Nesse período logo após os acontecimentos de Omiya e Tamagawa, muitos fiéis vacilavam, distribuição não podia ser feita conforme se desejava. Entretanto, havia pessoas convictas continuaram ao lado do Fundador e receberam as imagens coloridas, de elevado teor artíst objeto de fé. Assim, não obstante a época rigorosa, as imagens de Kannon pintadas por ele c amor serviam de apoio e davam grande força e esperança às pessoas, que não se cansavam Mestre, sem se importar com o perigo que corriam. Mas voltemos ao período que antecedeu a pressão ocorrida em 1936. O número de dedicantes aumentava, assim como também era cada dia maior o número pessoas que vinham em busca do Johrei; além disso, muitos doentes se hospedavam no Hozan estava se tornando pequeno demais. Então, o Fundador teve a idéia de construir uma moradi particular. Tendo resolvido edificá-la na parte sudoeste do Hozan-So, chamou um carpinteiro as instruções. Logo depois, por causa da pressão que sofreu, ele ficou em dificuldades finance graças à ajuda de Rei, tia e mãe de criação de Yoshi, a obra foi iniciada no dia 5 de julho, ficand concluída três meses depois, nos meados de outubro. Figura

Aspecto externo do Fujimi-Tei, construído com a frente voltada para o oeste, para se panorama

A nova residência tinha aproximadamente 54 m2 , possuindo três compartimentos respecti 16,2 m2, 9,72 m2 e 3,24 m2, "hall" de entrada e cozinha. Era uma casa bem pequena, mas fo construída voltada para o oeste, de modo que, de seu interior, se pudesse ver o Monte Fuji; razão, recebeu o nome de Fujimi-Tei, ou seja, o Solar da Contemplação do Monte Fuji. No di outubro, encontramos o seguinte poema registrado no diário do Fundador:

Figura

"A partir de hoje Passamos a morar No Fujimi-Tei. O final do dia foi muito atarefado. "

O Fundador pintando imagens de Kannon no Fujimi-Tei

Desde que fundara a Igreja, por diversas vezes, o Fundador havia reformado e ampliado ca aquela era a primeira que ele construía. Além do mais, na época do Hozan-So, em que se ed alicerces da Igreja, o Fujimi-Tei foi o lugar onde ele viveu durante quase dez anos. Valorizando o silêncio que ali reinava, o Fundador passou a fazer, nessa casa, as caligrafias escrever os Ensinamentos. Sob a rigorosa vigilância das autoridades, o Fujimi-Tei adquiriu importante significado na Obra Divina, por sua localização nos fundos do terreno, o que o tr num ótimo lugar para as conversas com os discípulos. Na época, existia no Hozan-So um grande número de árvores, entre as quais, enormes cere jardim, onde havia um lago, era um lugar aprazível para as brincadeiras das crianças. A Ter Espiritual da Igreja, Itsuki Okada, que ali passou sua infância, lembra aquela época: "Em volta do lago, havia grandes ameixeiras e para ali também pendiam muitas árvores do Eram árvores grudadas umas nas outras, de modo que o local estava sempre escuro e úmid de sapo enchiam a borda do lago, que, além de ser o paraíso das crianças, era também o hab insetos e larvas. Pensando agora, acho estranho que Meishu-Sama (12), a quem agradavam os ambientes aleg tenha deixado aquele lugar quase como era, sem modificá-lo muito. Fico imaginando que ta tenha deixado assim porque Nidai-Sama ( 13) gostava das coisas ao natural e ele não tivera o alternativa, diante da sua relutância um tanto persistente. - Nome de respeito do Fundador. - Nome de respeito de Yoshi, segunda esposa do Fundador, que, após a ascensão deste, tornou-se a Segunda Líder Espiritual da Igreja Messiânica Mundial. (12) (13)

38

Do lago saíam dois caminhos. Subindo-se o do lado esquerdo, chegava-se bem em frente ao onde Meishu-Sama residia. Daí, voltando-se os olhos para o oeste, via-se o céu abrir-se amp bem na linha do horizonte, avistavam-se plantações verdes, canais de irrigação e casas rúst espalhavam atalhos, de onde às vezes subia poeira e, mais adiante, o Rio Tama corria brilha outro lado do rio, via-se a cidade de Kawasaki, e, nos dias de céu límpido, podia-se distinguir bem nítida, a Cordilheira Tanzawa, os Alpes Japoneses e o Monte Fuji. Meishu-Sama sempre se deleitara com essa paisagem e, para poder apreciá-la, construiu o F voltado para o oeste. No verão, ele passava apuros com o forte sol que ressecava quase tudo; inverno, ficava tremendo com o gelado vento noroeste, que chegava a fazer barras de gelo na do telhado e entrava pelas frestas da janela. Apesar disso, não ia para a casa principal. Amava Tei e ali permanecia. No entardecer dos dias ensolarados, quando um ar meio preguiçoso começa a envolver a ci vilas situadas lá embaixo, as montanhas em frente, repentinamente, têm os seus traços rea pôr-do-sol, mostrando uma alegre vivacidade. Então o céu, que há pouco ainda estava esbra vai ficando dourado; quando já o está por completo, até as nuvens, que não tinham nada de passam a brilhar, tomando um formato arredondado e, ofuscadas pela sua roupagem folhea começam a dominar o firmamento. Na hora em que isso acontece, a Terra, respirando baixi pode fazer senão ficar assistindo a essa breve comemoração celeste.

Figura Poema e desenho do Fundador: "O Fuji / Na manhã de Ano Novo, l Visto do Gyokussen-Kyo"

Que surpresa e alegria Meishu-Sama sentiu ao ver pela primeira vez o Hozan-So. . . Quanto ele fez para adquiri-lo dando uma entrada que não chegava nem a um décimo do preço tota que entendo seus sentimentos. Um local tão maravilhoso como esse, creio eu, não se conse em parte alguma de Tóquio. Assim, meu coração chega a doer quando penso na sua tristeza Hozan-So, embora o estivesse fazendo para adquirir o Pote de Glicínias ( 14)”. É considerada Nacional do Japão e pertence à Igreja Messiânica Mundial.

Figura Poema escrito pelo próprio punho do Fundador: "O luar, a neve, as flores O bordo, o pico do Fuji. . . / Não me canso de apreciar A paisagem do Gyokussen-Kyo: "

O Fundador, que, possuindo aguçada sensibilidade religiosa, compenetrava-se na paisagem sentia-se totalmente envolvido em sua atmosfera de silêncio e tranqüilidade, viria, mais tar transformar em Solo Sagrado um lugar pitoresco, muito mais próximo do Fuji, que dali pod apreciado entre tantos outros aspectos da natureza. Podemos dizer que sua afinidade com sagrado já começava a nascer em seu íntimo naquela época.

b) O REINÍCIO DAS ATIVIDADES DE TRATAMENTO

No outono de 1936, o médico Keijiro Takeuti, que, tendo voltado para Morioka, sua colaborava com a Obra Divina, apresentou a Otomatsu Araya o General de E xército Sabu (14)

- Peça de cerâmica confeccionada por Ninsei Nonomura no início da Era Edo (1603 - 1867)

39

qual Ihe pedira para curar a doença de sua filha. Araya, sentindo que havia algum mistério uma pessoa tão importante vir em busca de auxílio, disse-lhe que fosse procurar o Fundado imediatamente foi ao Hozan-So com a esposa e a filha. A partir do dia seguinte, a menina, ac da mãe, passou a ir lá diariamente, e seu estado de saúde foi melhorando pouco a pouco Entretanto, o caso chegou ao conhecimento da polícia, e a senhora Yassumi teve de fazer um por escrito. O marido, que presenciava a melhora gradativa da criança, ficou indignado e, r Secretaria de Saúde do Ministério dos Negócios Internos, ao Superintendente Geral da Pol Metropolitana e a outras autoridades, empenhou-se intensamente em anular a ordem de pr tratamento recebida pelo Fundador. No dia 22 de outubro de 1937, graças também à ajuda Itimin, amigo de Yassumi, que tempos depois se tornou Ministro da Agricultura, essa ordem "Finalmente, Passado pouco mais de um ano, A longa proibição de tratamento Foi anulada. "

Assim, depois de um ano e três meses, o Fundador pôde praticar livremente os tratamentos talvez para determinar os meios de controle, a polícia exigiu-lhe que se definisse entre a rel tratamento. Decidido a prosseguir com este último, ele reiniciou suas atividades sob o nom "Tratamento de Digitopuntura no Estilo Okada". Na ocasião, quase todos os membros da D Kannon Kai estavam afastados, e por isso podemos dizer que ele partiu da estaca zero.

c) BUSCANDO A LUZ

Liberada a prática de tratamento, o Fundador esforçava-se ao máximo para recupera de um ano e três meses que ficara em branco. Nessa época, tornou-se fiel Sossai Shibui, cuj registro era Sossaburo e que, mais tarde, tornou-se Presidente do Conselho Administrativo Kannon Kyodan (Igreja Kannon do Japão). Shibui nasceu em 1886 e era natural de Kita Sait Estado de Saitama. Foi jovem para Tóquio, tornando-se administrador de uma loja de roupa ocasião em que se tornou fiel, possuía uma grande loja em Tsunohazu, próximo à estação fe Shinjuku, e era um dos diretores da entidade religiosa chamada Guedatsu Kai. Foi apresent Nakajima por um parente seu que havia sido salvo através do Johrei e, por intermédio daqu Johrei do Fundador em novembro de 1937, tornando-se fiel em março do ano seguinte. O primeiro encontro de Shibui com o Fundador ocorreu numa sala onde estavam presentes entre membros antigos e novos. Depois do encontro, o Mestre chamou Motokiti Inoue e per "Como é aquele senhor gordo que veio hoje pela primeira vez?" Pelo fato de nunca o ter vist Inoue não sabia o que responder. Então, o Fundador disse: "Ele é uma pessoa de grande int que será muito útil no futuro." Essas palavras tornaram-se realidade em poucos anos. Naquela oportunidade, Shibui sentiu-se fortemente atraído pela divina espiritualidade do F pelo Ensinamento da Transição da Noite para o Dia, que ele lhe transmitiu. Com o passar do acabou deixando seus negócios, que ficaram ao encargo de um funcionário, e passou a dedi exclusivamente à Obra Divina, transformando em sala de Johrei os dois cômodos do segund sua loja. Guardando uma fé inabalável em seu interior, Shibui atraiu as pessoas com sua per serena e sua forma habilidosa de conversar; mas, sobretudo por causa do grande poder de J manifestado por ele, os milagres se sucediam e grande número de pessoas se reuniam à sua movimento era tal, que o segundo andar já não bastava, e Shibui teve de usar também o prim Naquela época, ele chegava a ministrar mais de cento e cinqüenta Johrei por dia. Pouco tempo depois, Shibui passou a ir à cidade de Mito, no Estado de Ibaraki. Após ministr até o entardecer, ele tomava um trem com destino àquela cidade, onde chegava altas horas assim que desembarcava, ia dar assistência às pessoas que o esperavam. Retornava para T primeiro trem da manhã e logo começava as atividades em sua casa. Esse dia-a-dia rigoroso se por meio ano. Na época, ele repousava de duas a três horas por dia, e dizem que muitas v jantava, por falta de tempo. Assim, a difusão cresceu de forma admirável, surgindo, entre a que o ajudaram na recepção e no Johrei, muitos elementos humanos que se dedicaram à Ob como pilares da Igreja Messiânica Mundial. 40

Quando se tornou fiel, Shibui vendeu duas casas que possuía no bairro de Kashiwagui, situad Distrito de Shinjuku, e, com a quantia obtida, fez a Oferta de Gratidão. Em 1941, por ocasião do Fundador ao antigo santuário Isse (15 ), em Tanba, e a outros locais, ele vendeu a casa que a Suguinami, para pagar as despesas da viagem. Do começo ao fim, ele prestou um dedicado s Fundador. Dizem que, depois que começou a fazer difusão, Shibui treinava sorrisos diante do espelho, impressão às pessoas, e praticava como agir sem cerimônia, para fazer com que elas se sen vontade. É fato muito conhecido que, quando ia visitar o Fundador, ele sempre usava um av respeito, o próprio Shibui comenta: "Quando eu ia visitar o Fundador, tinha como norma us avental em cima do quimono. Parece que achavam isso muito esquisito, pois, certo dia, um f ‘Para se apresentar diante de alguém importante, o lógico é a pessoa tirar o avental. Assim, por que o senhor sempre o coloca para se apresentar a Meishu-Sama?’ E eu respondi: ‘Poss Ministro para todos os senhores, mas, perante Meishu-Sama, não passo de um guri ou apre Procuro nunca me esquecer disso. O fato de eu me apresentar a ele com avental é a express sentimento. No verão de 1942, por causa de problemas relativos a remédios, eu fiquei preso durante cer semana e fui submetido a terríveis interrogatórios. Parece que, na ocasião, Meishu-Sama fi preocupado, pois falou: ‘Nem mesmo Shibui conseguirá suportar os interrogatórios.’ Entre suportei tudo de dentes cerrados e não disse nem o ME de ‘Meishu-Sama’. Por ele, eu estav até a morrer, se fosse preciso." Motoko, segunda filha de Shibui, relembrando aquela época, nos diz: "Na ocasião, meu pai ‘Meishu-Sama é o Salvador. Por ele estou disposto até a morrer na cadeia, se for necessário estejam preparados.’ Em seguida, foi para a delegacia. Ainda hoje me lembro perfeitament me tocou aquela séria decisão de meu pai." Shibui faleceu aos sessenta e nove anos, no dia 17 de maio de 1955, três meses apó Fundador. Quando foram iniciados os tratamentos, em 1937, iam receber Johrei aproximadamente de dia; em 1938, esse número elevou-se a cerca de vinte e foi aumentando cada vez mais, de m final do ano, já eram trinta ou quarenta pessoas. Entre elas, muitas receberam Johrei do Fu vivenciaram milagres e a ele se ligaram por um forte elo espiritual. Em abril de 1939, a filha mais velha de Sakae Iwamatsu, pintor de estilo japonês, posteriormente Responsável da Igreja Daiai, foi acometida de um mal diagnosticado como cá fêmur. Os médicos disseram, então: "Ela precisa ser internada imediatamente. Se fizer o men movimento com a perna, será preciso amputá-la a partir da junta com o tronco." Iwamatsu, encaminhado por Sossai Shibui, de quem há muito recebia assistência, logo no dia seguinte f Hozan-So, levando a filha. O Fundador, aproximando a palma de sua mão da criança que esta diante dele, ficou de olhos semicerrados, prendendo a respiração por alguns segundos, e, com prece, ministrou-lhe Johrei durante aproximadamente dois minutos. Iwamatsu, tocado por su inexprimível dignidade, ficou aguardando ao lado, com grande respeito. Ouvindo o Fundador "Pronto, ela já está curada; não precisa vir aqui outra vez", ele caiu em si e, instintivamente, fe profunda reverência com a cabeça; mas no íntimo, pela rapidez com que tudo se processara, que acabava de escutar. Como, porém, as crianças são espontâneas, a menina, que viera carr não podia pisar no chão, de tanta dor, saiu da sala antes do pai, de cujo pensamento ela nem s desconfiava, e foi correndo para a rua. Vivenciando esse grande milagre, nasceu em Iwamatsu uma inabalável admiração pelo Fund Profundamente impressionado com a concretização do prognóstico feito por ele — "O Japão, Alemanha e a Itália se desentenderão com os Estados Unidos e a Inglaterra, e esse desentend resultará em guerra" — ingressou na Fé em setembro de 1940, abraçando imediatamente a c sacerdotal. Em 1950, tornou-se diretor da sede da Igreja e, ao mesmo tempo, diretor do Depa de Atividades Sociais; daí em diante, continuou a ocupar cargos importantes. No outono de 1939, na mesma época em que Iwamatsu foi pela primeira vez ao Hozan-So, J Minoura, posteriormente Responsável das Igrejas Kofu e Seiko, que trabalhava na Casa Kin tradicional loja de objetos de aço situada em Tóquio, caiu numa prostração nervosa por exc trabalho. Além dele, que era fraco por natureza, sua esposa e seus filhos também não gozav saúde, de modo que a família toda estava freqüentando o hospital. Um amigo seu, não supo essa situação, apresentou-o a Issai Nakajima. (15)

- Nome popular do Santuário Kotai, localizado no Estado de Quioto.

41

Sentindo-se muito bem logo ao primeiro Johrei, imediatamente Minoura desejou tornar-se m no Hozan-So, fez o curso de uma semana ministrado pelo Fundador. No talismã da época, es escrito: "Poder Kannon de Tratamento". Logo depois que Minoura se tornou fiel, sua filha mais velha contraiu escarlatina e ele a para repousar no Templo Shinko-ji, de Akabane, em Tóquio, dirigido por seu cunhado, Nobum Takato, que, na época, era bonzo da Religião Shingon e, posteriormente, veio a ser o Respons Igreja Showa. A seguir, chamou Issai Nakajima. Em menos de uma hora, ocorreu um grande m feridas que se espalhavam por todo o corpo da criança, foram secando até ficarem reduzidas desapareceram sem deixar nenhum vestígio; ao mesmo tempo, a febre baixou, os olhos recob brilho, e a menina sentiu fome. Presenciando esse milagre e melhorando, ainda, da apendicite crônica da qual era portador, tornou-se membro naquele mesmo outono. Ele ficara encantado pela maneira extremamente com que o Fundador falava e procedia e, por outro lado, por seu porte austero. Diante da rapi que o Mestre respondia às mais variadas perguntas, vencendo qualquer dificuldade, Takato p orgulho que tinha, até então, de ser um grande religioso e sentiu nascer dentro de si um gran de segui-lo. Assim que se tornou fiel, começou a ministrar Johrei e, diante dos sucessivos mila ocorridos, começaram a vir muitas pessoas. Então, em abril de 1940, ele entrou para a carrei missionária, transformando o Templo Shinko-ji em local de tratamento. Em junho desse ano, também entrou para a carreira sacerdotal. Takato faleceu no dia 11 de novembro de 1974, ao e nove anos incompletos, e o cunhado, no dia 14 de abril de 1978, com quase setenta e Hidejiro Kobayashi, cujo nome de registro era Jiro Kura e que posteriormente foi Responsá Igreja Meissei, exercia o cargo de gerente da filial de uma companhia de seguros situada na Hiratsuka, no Estado de Kanagawa. Era primo de Takato, mas não acreditava nos milagres por este e por outras pessoas. Devido a essa característica de não se deixar levar por ningué visitar o Fundador com a seguinte intenção: "Vou até a origem, para desmascarar esse falso tratamento." Entretanto, depois de ir ao Hozan-So por três dias, Kobayashi acabou abaixan para o Mestre e se tornou membro em maio de 1940. Dedicou-se com muita devoção, acata obedientemente as francas palavras do Fundador: "Você possui muitas máculas; por isso, p as pessoas, para somar méritos; caso contrário, não terá morte natural." Desde então, aban tudo o mais, ele passou a segui-lo e a se dedicar à Obra Divina. Veio a falecer no dia 19 de de 1953, aos cinqüenta e cinco anos de idade. Em julho de 1940, Teruko Horiuti, posteriormente Responsável da Igreja Shomei, e Naoko que veio a ser Responsável da Igreja Hikari no Miti, também se tornaram membros. Teruko do Estado de Yamanashi e casou-se com Morei Horiuti, que, mais tarde, tornou-se Vice-Alm Marinha. Ela contraiu tuberculose intestinal, chegando a ser desenganada pelos médicos. N guiada por sua vizinha Kie, esposa do então Capitão da Marinha Sokiti Nonoyama, foi ao Ho onde ouviu do Fundador as seguintes palavras: "Não sei se o seu físico vai suportar. Caso vi jornais que você recebeu Johrei e morreu, muita gente deixará de ser salva. Ora, a vida de u número de pessoas é muito mais importante que a vida de uma só. Por isso, recuso-me a tra palavras, ao contrário do que se poderia esperar, emocionaram Teruko profundamente. Toc grande amor que elas encerravam, prometeu que nada seria publicado, mesmo que ela vies Desse dia em diante, Teruko passou a freqüentar o Hozan-So. Talvez graças à sua atitude, fo pouco melhorando e logo ficou totalmente restabelecida. Mais tarde, juntamente com a sen Nonoyama, que lhe apresentara o Fundador, expandiu os Ensinamentos deste entre militar componentes da família imperial, ministrou-lhes Johrei e encaminhou muitas pessoas à fé. A sido desenganada pelos médicos, ela dedicou na Obra Divina durante quatro décadas, falec 1o. de novembro de 1980, depois de cumprir uma vida de oitenta anos. Quando Teruko estava recebendo as aulas no Hozan-So, uma senhora, carregando nos braç criança pequena, foi procurar o Fundador no maior desespero. Era Naoko Hiramoto, reside Estado de Kanagawa. A criança, chamada Tiyoko, era sua filha mais velha, de três anos de id aquela manhã, vomitava seguidamente, tendo começado a agonizar. Com a intuição de que cólera infantil, Hiramoto pegou a menina às pressas, de pijama mesmo, e foi correndo até o Como seu filho mais velho, atacado de meningite, havia sido salvo pelo Fundador, ela achou este poderia recorrer. A criança estava como morta: os olhos cerrados, o corpo gelado e a respiração quase impe Percebendo a gravidade do caso num relance de olhos, o Fundador disse: "Não é aqui que trazê-la." Desesperada, Hiramoto gritou: "O senhor não me falou que viesse a qualquer ho estivesse em apuros?" E colocou a menina diante dele. Compreendendo que a senhora esta 42

nervosa, o Fundador não a recriminou. Tirou rapidamente o "haori" (16 ) e, calado, estendeu as direção da criança, que estava prostrada. Depois, deixou um dos braços de fora do quimono e concentrando-se mais, continuou a ministrar Johrei. Dizem que ele ficou assim durante mais o vinte minutos. Ao fim desse tempo, a menina abriu os olhos e balbuciou: "Mamãe, mamãe"; em levantou-se e, sorrindo, abraçou sua mãe. Hiramoto, muito contente, pôs-se a chorar em voz a Fundador, que também ficou muito feliz, comentou: "Eu ficaria em má situação se essa crianç morresse aqui, sabe? Se a senhora tivesse demorado um pouco mais, teria sido tarde." Dizend deu uma tragada gostosa no cigarro. Como mencionamos anteriormente, Hiramoto tornou-se membro naquele mesmo mês. Um v que ficou sabendo do milagre que lhe acontecera, começou a receber Johrei com ela e també um grande milagre. Daí por diante, todos os dias, Hiramoto ministrava Johrei num grande nú pessoas. No dia 23 de novembro daquele ano, quando Hiramoto chegou ao Hozan-So, o Fundador, se motivo aparente, lhe disse: "Eu vou parar de ministrar Johrei. De agora em diante vocês é q fazê-lo. Por isso, venham aqui todos os dias. Vou Ihes ensinar muitas coisas." No dia 28, ele pela delegacia de Tamagawa, por suspeita de estar infringindo as leis da medicina. Vemos, cinco dias antes do fato acontecer, o Mestre já previra a intervenção das autoridades po Hiramoto abraçou a carreira sacerdotal em abril de 1941. Na ocasião, perguntando ao Fun que sentimento se deveria fazer difusão, ele lhe ensinou três pontos: "Salve as pessoas esqu dormir e de comer"; "Gratidão é para se ter e não para se fazer as pessoas terem"; "Tudo de feito em conjunto comigo". A partir daí, Hiramoto entregou-se completamente à difusão, te palavras como credo. Um ano e quatro meses depois, em agosto, obedecendo à ordem do F deixou a terra em que nascera e crescera, e partiu sozinha, apenas com os seus dois filhos p para a longínqua cidade de Hagui, no Estado de Yamaguti, localizado no extremo oeste da I O que sustentava esse seu sentimento era unicamente a fé absoluta que depositava no F Eiti Inagawa, que estudou biologia e era cristão fervoroso, sofria de asma desde criança. Ap recorrido à medicina ocidental, à medicina chinesa, à acupuntura e à moxa, não ficara cura há mais de dez anos. Em 1941, recebendo Johrei por incentivo de um conhecido, ficou admi sensação de bem-estar que nunca havia provado até então e, imediatamente, tornou-se fiel cuidados de Issai Nakajima. Depois, abandonando a fé cristã e também o seu cargo de profe ginásio, abraçou a carreira missionária. Suas crises de asma continuaram, mas toda vez que elas ocorriam, ele era abençoado com a oportunidade de hospedar-se no Hozan-So, em Tamagawa, e receber Johrei do Fundador. A dessa época, Inagawa disse: "Para minha felicidade, recebi Johrei várias vezes com o Grande Mestre; até mesmo à noite, q crises eram violentas. Nessas oportunidades, ao chegar aos seus aposentos, muitas vezes, eu encontrava desenhando imagens de Kannon. Aí, ele interrompia momentaneamente o desen estava fazendo, e me ministrava Johrei. A propósito, embora esteja um pouco fora do assunto Mestre, ao desenhar imagens de Kannon, confeccionava dez unidades de cada vez. Terminad trabalho, estavam prontas dez imagens. Quando as minhas crises começavam e eu ia para o Hozan-So, ajudava na construção dos ja Agricultura Natural. Recuperando a saúde, voltava a ministrar Johrei e a dar aulas em vário cuja difusão estava centralizada na cidade de Tóquio." Inagawa formou muitos fiéis entre a elite e a classe intelectual e, mais tarde, tornou-se Resp Igreja Seiko. No diário de Inoue, está registrado que, no dia 4 de fevereiro de 1944, ele levo Eiji Yoshikawa até à presença do Fundador e, em março e abril do mesmo ano, professores Cadetes do Exército. Infelizmente, Inagawa faleceu com apenas trinta e três anos de idade, junho de 1947. Teruko Nihongui, que posteriormente foi Responsável da Igreja Nipon, recebeu o talismã n tratamento de Shibui, em Shinjuku, no mês de novembro de 1941. Ela não conseguia se mo causa das cáries nos ossos, mas foi salva, quando só lhe restava esperar pela morte. Ao vê-la primeira vez, Shibui, que lhe outorgou o talismã, achou que ela não iria durar muito, dada a do seu estado. Entretanto, quando Nihongui recebeu o primeiro Johrei do Fundador, no Ho 1942, ela sentiu que o Mestre havia alongado sua vida. Constatando que em seu abdômen h pus, o Fundador disse: "Isso é terrível. Será expelido através de um furúnculo ou então pela seria melhor que fosse pela urina." (16)

- Vestimenta que corresponde ao paletó.

43

O pus foi eliminado sem virar furúnculo e sem que Nihongui percebesse. Esse milagre serv os Ensinamentos do Fundador se propagassem muito pela Região de Yokossuka. Desde qu Nihongui dedicou-se à difusão, vindo a falecer no dia 28 de agosto de 1973, com sessenta e incompletos. Figura O Fundador ministrando Johrei numa criança

Assim, entre as pessoas salvas pelo Fundador, ia aumentando, com o tempo, o número daqu decidiam seguir a carreira sacerdotal. Eram pessoas desejosas de salvar outras ministrand maravilhosa Força Divina, para retribuir, ainda que em pequena parcela, o grande benefíci recebido. Embora fosse permitido praticar o Johrei como tratamento popular, todas elas est mesma situação do Fundador. A vigilância e o controle da polícia continuavam rigorosos, e feita dentro de um clima de tensão, pois as pessoas sabiam que, a qualquer momento, pode presas. Entre o verão e o outono de 1940, o Johrei chegou ao auge como tratamento milagroso. Inou encarregado da recepção, entregava às pessoas um cartão numerado, e elas ficavam esper vez. Primeiramente, recebiam Johrei de um dos discípulos e, depois, do próprio Fundador. E fazia discriminação entre as pessoas que atendia; tratava a todas igualmente, e não de acor posição ou condição social. Dizem que por isso ele granjeava o respeito e a admiração de to Podemos afirmar que essa sua característica e o calor com que ele envolvia aqueles que o ro contribuíram grandemente para a expansão da Igreja. Nessa época, o Fundador costumava acordar por volta das sete horas e, depois do des pegava a tesoura e andava pelo jardim, apanhando flores e galhos. De sua casa, dirigia-se p Johrei, que ficava em outro prédio, e fazia uma vivificação floral no "toko-no-ma", onde estav Imagem de Kannon. Em seguida, começava a ministrar Johrei. Não almoçava; às quinze hor um lanche que constava apenas de doce e chá. Terminado o Johrei, por volta de dezoito e tri dezenove horas, tomava banho e jantava. Às vinte e duas horas mais ou menos começava a c palavra "Komyo" ("Luz Intensa") e a confeccionar os "ohineri" (17). Devido, porém, a esse intenso trabalho físico e espiritual, desenvolvido a cada dia, o F ia ficando visivelmente cansado. Yoshi, sua esposa, estava preocupadíssima. Ele andava tão que, certo dia, ao entardecer, voltando para o Fujimi-Tei, tentou vencer o cansaço bebendo antes, ou logo depois de tomar uma dose, ficou pálido e desmaiou, vitimado por isquemi

4. DE MÃOS ATADAS a) "SEGUNDO CASO TAMAGAWA"

Com o trabalho do próprio Fundador e a atuação de seus discípulos, o "Tratamento de Digit no Estilo Okada" foi se expandindo cada vez mais, e o número de pessoas que recebiam Joh aumentando em todas as regiões. Entre o verão e o outono de 1940, especialmente no Hoza freqüência era tão grande que se tornava necessário distribuir cartões numerados. Entreta uma vez, isso veio a incomodar as autoridades e, por volta de outubro desse ano, reiniciara intervenções policiais. Exatamente nessa época o Japão caminhava às cegas para a Segunda Guerra Mundial. Em 1940, organizaram-se os chamados "Tonari Gumi" (Grupo de Vizinhos) (18), formando-se ass sistema através do qual as autoridades poderiam ter controle sobre toda a sociedade. Ness formou-se a Tríplice Aliança, entre o Japão, a Alemanha e a Itália; em outubro, foi instituída - Vide página 337 de "Luz do Oriente", 1o. volume. - Organização, situada abaixo da Sociedade dos Amigos de Bairros e Vilas, que prestava auxílio aos vizinhos durante a Segunda Guerra Mundial. (17) (18)

44

Yokussan Kai" ("Comissão de Assessoria Política ao Governo Imperial"), que tinha como então Primeiro-Ministro Fumimaro Konoe. Tudo isso foi fortalecendo o regime fascista n A partir do momento em que os policiais passaram a ir com freqüência ao Hozan-So, começou diminuir o número de pessoas que procuravam o Fundador. Havia muitos dias em que, à tarde aparecia ninguém; mesmo assim, na solitária sala de Johrei, ele continuava sentado até o ano Através dessa atitude, podemos entender o sentimento do Mestre, que nada podia fazer contr persistentes pressões. Dois meses mais tarde, no dia 28 de novembro, dois policiais apareceram repentinam Hozan-So e intimaram o Fundador a acompanhá-los. Chegando à delegacia de Tamagawa, d apenas: "Você infringiu as leis da Medicina, não foi?", e colocaram-no atrás das grades. Pass dias, o investigador começou os interrogatórios, dizendo: "Você se lembra de ter falado a um que ele ficaria curado sem precisar ir ao médico, não lembra?" Pelo seu jeito, estava evident desde o início, ele tinha a intenção de induzir o Fundador a reconhecer a infração de que o a Diante da resposta positiva, o investigador falou: "Suas palavras mostram uma total infraçã Medicina". O Fundador havia contado os fatos tal qual se haviam passado, e estava tranqüil qualquer terapeuta diria a um cliente palavras semelhantes. Então, o investigador prossegu pequenos infratores nós perdoamos, mas aqueles como você, que agem abertamente, nós c elementos nocivos à sociedade e não podemos deixar que continuem prejudicando-a." Pela investigador, o Fundador previu que seria proibido de exercer suas atividades. Assim, antec jogada, declarou, de livre e espontânea vontade: "Se, por causa disso, eu for processado pel infringir as leis da Medicina, ser-me-á totalmente impossível continuar com o meu trabalho partir de hoje vou abandoná-lo." Pouco dias depois, talvez indignado por ter sido passado para trás, o delegado intimou o Fu comparecer novamente à delegacia e mandou que ele fizesse esta promessa por escrito: "P minha vida, jamais voltarei a praticar a terapia". Reprimindo toda a sua indignação, o Fund entregou, no dia 24 de dezembro, o pedido e a promessa de extinção de suas atividades Entretanto, isso não significou o fim das pressões e intervenções da polícia. E ra freqüente u ficar vigiando do lado de fora da cerca da casa. Por isso, os discípulos que se reuniam com o tomavam cuidado para não irritar as autoridades, evitando, por exemplo, irem à sua casa em número, para não dar muito na vista. Mas, mesmo assim, as suspeitas persistiam. Em 1940, ano em que o Fundador entregou o pedido de extinção de suas atividades, T Horiuti levou ao Hozan-So a esposa do político Fumio Goto. Ele fora Ministro dos Negócios I governo do Primeiro-Ministro Keissuke Okada e, em 1936, quando este renunciou ao cargo do "Caso 2.26"; foi o seu substituto temporário. A senhora Goto, ouvindo Horiuti e conhecendo o Fundador, quis receber Johrei. Passo a freqüentar o Hozan-So e, mesmo depois que o Mestre entregou o pedido de extinção de su atividades, continuou indo lá, discretamente, quase todas as noites. Um policial que há mui vinha vigiando a casa, ficou desconfiado e, certo dia, seguiu-a até a mansão onde ela morava Namikibashi, perto de Shibuya. Lá, havia um guarda na entrada, e o policial pensou consigo "Ah! Não há dúvidas de que ela é suspeita. Até a sua casa está sendo vigiada." Então, pergun colega: "Quem é a mulher que acabou de entrar nesta casa?" Ao que ele respondeu, com um indignado: "Veja lá como você fala! Saiba que é a esposa do Ministro Fumio Goto." Assustad resposta inesperada, o policial pediu mil desculpas e foi embora de mansinho, muito tem Mas a vigilância da polícia não se limitava ao Hozan-So. Em volta dos discípulos do Fundado continuavam a agir como terapeutas de digitopuntura, e das clínicas de tratamento, a mesm alçada, com menor ou maior intensidade. Os policiais, vestidos à paisana, ficavam por perto as pessoas que saíam depois de terem recebido Johrei, interrogavam-nas; se encontrassem brecha, intimavam o terapeuta a comparecer à delegacia e o submetiam a interrogatório Sabedores de que o Fundador fora preso e declarara extintas as suas atividades, seus discíp nele depositavam absoluta fé e por ele se esforçavam dia e noite, suportando também as rig pressões das autoridades, ficaram profundamente abalados e inseguros. Desejando certific segurança do Mestre com os seus próprios olhos, para se tranqüilizarem, e querendo, além receber as diretrizes para o futuro, eles dominaram a vacilação que facilmente ocorre nessa reuniram-se no Hozan-So, no dia 1º de dezembro de 1940, dia seguinte àquele em que o Fun posto em liberdade pela delegacia de Tamagawa. Com uma voz que não parecia de alguém submetido a interrogatórios até a véspera, o declarou que, a partir do dia 1º de dezembro, não mais exerceria a terapia, deixando a linha dos trabalhos ao encargo deles. Explicou-lhes, também, o significado daquela ocorrência, s 45

mais tarde, escreveu: "Espiritualmente, significava que eu havia subido mais um degrau, e íntimo, fiquei contente. Em verdade, até então, o meu trabalho estava limitado ao tratamen termos, era trabalho corporal, como o de um soldado na frente de batalha." Ouvindo as palavras do Mestre, dissiparam-se as nuvens que seus discípulos tinham no cor eles compreenderam que as pressões, ao invés de uma catástrofe, eram, na realidade, a Pro Céus para elevar a Obra Divina a uma nova fase. Todos os presentes ficaram apreensivos an grandeza da missão que estavam recebendo, mas renovaram a decisão de cumpri-la. O Fundador gozava de grande fama entre as pessoas influentes, de modo que, embora ele t entregue o pedido de extinção de atividades, políticos, empresários, militares e pessoas de continuavam indo ao Hozan-So em busca de Johrei. Entre essas pessoas, estava, por exemp do Almirante Nobumassa Suetsugu, além da esposa de Fumio Goto, a qual mencionamos an Não podendo atendê-las, por estar proibido de exercer a terapia, o Fundador desculpava-se "No momento, minhas atividades estão suspensas e, por isso, não posso fazer tratamentos. mesmo que eu faça, obtenham a permissão da Polícia Metropolitana e eu as atenderei a qua Então, essas pessoas se dirigiram àquele órgão, e como elas eram muito influentes, seus pe puderam ser recusados. Depois de muitos apuros, foi comunicado ao Fundador que entrega "Pedido de Prática de Tratamento". Isso aconteceu em 1941. Assim, ele passou a ministrar a um limitado número de pessoas. Desde então, até o fim da Segunda Guerra Mundial, entre aqueles que procuraram o e dele receberam Johrei, figuram as seguintes pessoas: o ex-Ministro da E ducação Hatissab Hideo Hiraide, que, na época, era Capitão da Marinha e se tornou muito famoso como porta quartel general do Exército Japonês; Koiti Kawakami, Presidente do Banco Nihon Kogyo; R e outros membros da família real da Coréia. Todos eles eram pessoas muito importantes na

b) OS MILAGROSOS QUADROS DE CALIGRAFIA

Durante vários anos, desde a fundação da Igreja, o Fundador servira de modelo para a difus agora, finalmente, já começavam a se formar muitos discípulos que, assimilando os seus En conseguiam difundi-los. Exatamente na época em que foi se organizando esse sistema, ele d de frente da difusão e entregou aos seus discípulos as tarefas que vinha realizando sozinho, exemplo, a ministração das aulas e a outorga dos talismãs. Passou, então, a se dedicar à cal formação de terapeutas. Figura Talismã da época, entregue com a denominação de "lembrança"

A partir daí Nakajima, Shibui e os demais discípulos outorgavam o talismã às pessoas que busca da salvação e, em seguida, encaminhavam-nas ao Hozan-So, para fazerem a entrevi Mestre. O talismã da época era uma folha de papel onde estava escrita, em sentido horizontal "KOMYO", caligrafada pelo próprio Fundador; entretanto, para evitar aborrecimentos com ele não era entregue com essa denominação, e sim, como "lembrança".

Figura Figura

46

Sinetes confeccionados por Matsubayashi com autorização do Fundador. No de cima "Bansho Daishu"; no de baixo, "Okamo-no-In"

O Fundador, que deixara de ministrar Johrei, passou a dedicar a maior parte de seu tempo caligrafias no Fujimi-Tei, onde, nas tardes de verão, batia um sol tão forte que suas costas cobertas de suor. Até ali, ele só realizava esse trabalho à noite, mas nessa época, pegava n qualquer hora. As caligrafias que fez então, e as imagens que pintou, somaram um númer elevado. Em abril de 1941, por intermédio de Shibui, o Fundador encontrou-se pela primeira vez com e confeccionista de sinetes Tenjo Matsubayashi, natural do Estado de Nagano. Na época, es um calígrafo principiante, mas o Fundador pediu-lhe orientação sem dar importância a t O Fundador havia aprendido pintura, mas nunca aprendera caligrafia e por isso perguntou Matsubayashi qual a técnica correta dessa arte, ao que ele respondeu: "E xistem pessoas qu desenvolvem com a orientação de um professor, e outras que escrevem magnificamente se nenhuma orientação. Eu acho que uma pessoa como o senhor não precisa de mestre. Por m alguém tenha conseguido fazer caligrafias maravilhosas, se não praticar, não progredirá. E melhor mestre é a prática." Figura

"Jitsuguetsu" ("Sol e Lua") - caligrafia feita pelo Fundador. Na época, estava pendurada na parede de um dos côm So

Alguns anos mais tarde, numa sessão de poesia realizada no Hozan-So, Hossui Matsumoto, membro da Academia de Artes, que estava presente, ao ver o quadro"Jitsuguetsu", da autor Fundador, elogiou-o muito, dizendo: "Em geral, letras como as que formam as palavras ‘Jits ‘Guetsu’ têm os traços definidos e, por isso, as pessoas não conseguem escrevê-las muito be caligrafia é esplêndida." Outro membro da Academia de Artes, Tiku-u Tsutiya, que também estudioso da literatura chinesa, teve a oportunidade de ver a caligrafia "Kyussei", feita pelo e achou-a extraordinária. Tempos depois, o Mestre disse a respeito de suas próprias caligra “Algumas pessoas elogiam as minhas caligrafias, mas o que terão elas de bom? Obras realm são as do bonzo Ikyu. Nelas, não se percebe a mínima intenção de escrever bem. Seu valor e justamente no fato de serem obras despretensiosas.” As caligrafias do Fundador, como podemos depreender por suas palavras de profunda adm caligrafias de Ikyu, não se prendem a padrões e regulamentos; são a manifestação do seu a e do seu ardente desejo de salvar o mundo, os quais lhe afluíam do fundo da alma, e resultam pinceladas despretensiosas. Originariamente, elas não possuem apenas valor artístico; o p objetivo do Fundador, ao confeccioná-las, era salvar a humanidade, encaminhando-a ao est aventurança, ou seja, executar a Obra Divina de salvação do mundo. Existem muitos episód confirmam esse seu propósito, mesmo antes da fundação da Igreja. Certo dia, na casa do Fundador, ao entrar na sala onde ele entronizara a imagem do Kannon Braços, Kiyomi, filha de Ryozo Takemura, que, nos primórdios da Igreja, foi um dos seus dir teve a faculdade da visão espiritual: viu, no "toko-no-ma", um grande palácio com um belo c uma bela sala, onde, num plano um pouco mais elevado, como se fosse um palco, o Mestre e sentado cerimoniosamente, com trajes solenes. Existem, ainda, muitos episódios sobre pessoas que viram a luz emanada das imagens de K caligrafias feitas pelo Fundador, assim como o caso de muitos que foram salvos diretament últimas. Na época em que as atividades religiosas estavam proibidas, essas imagens e calig objeto de secreta idolatria, como fonte do poder de salvação.

c) SOB A FORMA DE "CONFRATERNIZAÇÃO"

No dia 23 de dezembro de 1940, o Fundador completou cinqüenta e oito anos. Em se desse dia, consta o seguinte registro: "Sendo dia do meu aniversário, fomos com 47

Restaurante Nihon, em Higashi Nakano. Além de mim e de Yoshi, havia mais vinte e cinco p o jantar comemorativo do novo sistema, cantamos e compusemos ‘kanku’ humorístico, e as alegria se tornaram fortes." Como podemos ver por esse registro, o Fundador denominou "novo sistema" a modificação deixando a linha de frente da difusão e permitindo a seus discípulos a outorga do talismã. E de forma positiva, de modo que o seu jantar de aniversário teve, na verdade, o objetivo de co início do novo sistema. Pelas suas palavras, vemos que, embora controlando suas ações por pressão das autoridades, ele tinha, no íntimo, um entusiasmo muito grande; nessas palavra percebe o mínimo de tristeza. Figura

O primeiro jantar realizado no Restaurante Nihon. Na primeira fileira, da esquerda para dir primeira pessoa é Hidejiro Kobayashi; a terceira, Kisseko Nakajima; a quarta, Yoshi; a quin Fundador, e a sexta, Issai Nakajima. Na última fileira, na mesma ordem, a terceira pessoa é Inoue; a sétima é Nobumassa Takato e a oitava, Jiro Minoura.

A partir desse jantar, as orientações, que eram efetuadas na casa do Fundador, reunindo os representantes dos membros, passaram a ser feitas através de jantares promovidos pelos p discípulos. Ele incumbira Issai Nakajima de promover esse primeiro jantar comemorativo. muito contente, logo iniciara os preparativos, começando pela procura de um local. O Fund decidiu-se pelo Restaurante Nihon, situado em Higashi Nakano, no Distrito de Shinjuku Naquele dia, fez muito frio, mas o céu estava límpido e azul; um dia muito agradável. Às dezessete horas, quando o Fundador se sentou à mesa, Nakajima fez a saudação como re de todos; depois do brinde, o Mestre deu uma explicação simples sobre o significado daque comemoração. Em seguida, foram apresentados por Motokiti Inoue os vinte e sete poemas Fundador compusera especialmente para aquele dia. Neles, estavam expressos os mais div sentimentos que afluíam ao seu coração naquela época, como, por exemplo, a ira em relaçã autoridades policiais, que atrapalhavam persistentemente a Obra Divina de salvação das p mundo; por outro lado, ele também expressou o seu desejo de ver esse fato com amplitude, bem mais elevado, e, ainda, as suas esperanças em relação à época de atividades que haver "Estando num mundo Onde o Bem é visto como Mal, O que posso fazer? Vejo-me de mãos atadas." “Em todas as épocas, As pessoas sinceras Que se dedicam ao bem da sociedade, Percorrem caminhos espinhosos." O sobre-humano poder ocultando, Velo silenciosamente Por este mundo Que vai se degradando." “O país se preocupa Em construir um novo mundo, E as pessoas sofrem Sem saber o que é servir." “Vendo Luz No caminho que sigo, Em meu íntimo aflora A fonte da esperança." 48

Como se estava em regime de guerra naquela época, os alimentos tinham começado a esca de 1940, uma parte do vestuário e dos alimentos passou a ser controlada pelo sistema de cu racionamento; em 1941, o arroz, alimento básico, entrou no sistema de distribuição. Tratan jantar nessas condições, não era possível conseguir-se todos os ingredientes; assim, o que f ser trazido pelos fiéis. Mas as dificuldades não eram só em relação à comida. O aquecimento era muito precário e, lugar do Fundador e de sua esposa, não obstante estar-se em pleno inverno, só havia, nos b fino e longo carvão artificial, feito de pó de carvão mineral, devido à falta de carvão vegetal, dava para esquentar as mãos. Todos, tremendo de frio, brindaram pelo aniversário do Fund depois, começaram a compor "kanku" humorístico. Estavam na maior alegria, por poderem seus ensinamentos nessa ocasião. Assim que os participantes entraram no salão e ocuparam os seus lugares, a luz apagara. Vo depois, mas apagou de novo por diversas vezes e, em todas elas, a comemoração foi interrom as pessoas presentes, esse fenômeno, ligado à situação aflitiva da época, parecia simbolizar Japão dali em diante. A partir da comemoração de aniversário realizada no Restaurante Nihon, a orientação e os através de jantares passaram a ser efetuados periodicamente, com a participação do Funda discípulos e de outros membros. O controle ideológico tornava-se cada vez mais rigoroso e proibido fazer reuniões. Nesse tempo, evitava-se reunir muitas pessoas no Hozan-So. Como o Fundador falar perante grande número de discípulos naquele local, os diretores, promove jantares, criaram oportunidades para ouvirem os seus Ensinamentos com tranqüilidade. N Ensinamentos impressos eram muito limitados, de modo que cada palavra dita pelo Fundad diretriz e uma salvação que não se trocavam por nada deste mundo. Figura

Cerimônia de instituição do Grupo Toko. Na primeira fileira, a quinta pessoa da esquerd é Takuji Moriyama; a seguir, Yoshi, o Fundador e Motokiti Inoue Assim, formaram-se grupos cujos líderes eram os principais dirigentes. Convidando o promoviam os jantares. Havia cinco grupos: Grupo Toitsu (posteriormente denominado Grupo Tengoku) Responsável: Issai Nakajima Grupo Outi (posteriormente denominado Grupo Hinode e, depois, Grupo Miroku) Responsável: Sossai Shibui Grupo Daiwa Responsável : Takao Sakai Grupo Toko Responsável: Takuji Moriyama Grupo Shinshin Responsável : Otomatsu Araya.

Mais ou menos na mesma época, tornou-se um hábito convidar o Fundador não apena jantares, mas também para assistir a sessões de cinema. Ele disse que, no seu tempo de em cinematográfico, vivia muito atarefado, pois tinha de deslocar-se para vários lugares, toda filme entrava em cartaz; mas depois de seu ingresso na vida religiosa — acrescentou ele — anos sem ir ao cinema. Em abril de 1937, vinte e sete meses após a fundação da Igreja, assis película épica intitulada "Ossaka Natsu-no-Jin" ("A Batalha de Verão em Ossaka"). Daí por d voltou a freqüentar as salas de projeção. Depois que obteve permissão de praticar novamen o Fundador passou a ir ao cinema nos dias de folga; a partir do "Segundo Caso Tamagawa", por ter mais disponibilidade de tempo, tornou-se ainda mais assíduo. Entre 1941 e 1943, viu filmes, entre os quais "Sob o Céu de Paris" e "Mimosa Kan", que ainda hoje são muito conhe Os jantares, em Tóquio, seguidos de sessões cinematográficas, continuaram até o início de 19 o Fundador se mudou para Hakone. Os restaurantes mais freqüentados foram: em Shiba, o K o Hotel Imperial; em Ueno, o Seiyo-Ken, o Takara-Tei e o Hoshigaoka-Saryo; em Meguro, o Ga Daitoa-Kaikan e o Ritsu; em Marunouti, o Tyuo-Tei; em Shinjuku, o Tokio-Kaikan; em Yokoham Itiraku, o Heian-Ro e o Kairaku-En. 49

Mitiko, a filha mais velha do Fundador, muitas vezes acompanhava os pais. Esses jantares, havia palestras e orientações religiosas, constituíam também um local de diversão, onde, n sereno, era possível conversar de perto com o Fundador enquanto se comia. A cada ano, porém, o problema dos alimentos ficava mais sério, tornando-se difícil a aquisiç ingredientes para o preparo dos jantares. Por isso, eles passaram a ser cedidos pelo "Suikoclube dos oficiais da Marinha; e os fiéis, no caso da carne de frango, por exemplo, mandava de suas casas. Assim, graças a dedicações sinceras, os jantares puderam continuar. A essa fé tão sincera dos membros, o Fundador também correspondia com muito am seguinte episódio: Estava programado, para o dia 22 de julho de 1941, um jantar promovido pelo Grupo Outi, na Hospedaria Iwamoto-Ro, localizada em Katasse, um lugar à beira-mar, de frente para a Ilha E dia, entretanto, por infelicidade, um furacão vinha se aproximando da Região Kanto, e o temp iniciado no dia anterior não mostrava o menor indício de cessar; muito pelo contrário, ficava c mais forte. Diante disso, o Fundador perguntou a Shibui, responsável por aquele grupo, se nã melhor transferir o jantar para outro dia, mas ele argumentou que os fiéis que moravam mais haviam saído de casa e que todos queriam participar da reunião custasse o que custasse. Ped ao Fundador que pelo menos fosse fazer a palestra. Diante dessas palavras, o Mestre entrou n que viera apanhá-lo e partiu, debaixo do forte temporal. O mar, em Katasse estava muito violento; entre as pessoas que moravam nas suas proximid algumas estavam se preparando para deixar o local. A Hospedaria Iwamoto-Ro, esperando furacão, mantinha as venezianas fechadas. Apesar da violência do temporal, todos aqueles participar do jantar encontravam-se lá. Alguns chegaram completamente molhados, por te o guarda-chuva com o vendaval. Em Katasse, além do grupo, não havia nem sombra de turi modo que a hospedaria parecia exclusivamente deles. A reunião começou, e o Fundador, no início de sua palestra, falou: "O momento atual não é n tranqüilo. Sinto que o temporal de hoje é uma amostra disso. Os que aqui se acham reunidos pessoas que ficaram curadas de suas doenças e, por essa razão, têm grande vontade de salv que sofrem por males físicos. Assim, precisam ficar sabendo, profunda e minuciosamente, p nosso tratamento cura as doenças, de modo que eu vou procurar explicá-lo da forma mais cl possivel." Assim se posicionando, o Fundador falou sobre a relação entre a doença e o Johrei, aspectos espiritual e material. Figura

O jantar realizado na Hospedaria Iwamoto-Ro, em plena ocorrência do furacão. Na prim terceira pessoa da esquerda para a direita é Sossai Shibui; a seguir, Yoshi, o Fundador e

Em seqüência à palestra, o jantar realizou-se conforme estava programado, e a reunião term nenhum problema. Então, o Fundador saiu novamente pelo temporal adentro, tomando o cam volta ao Hozan-So. A chuva estava ainda mais forte do que na ida e, à beira da estrada, que, em diversos lugares, parecia o leito de um rio, já havia casas totalmente inundadas. Mas ele cheg Hozan-So sem nenhum transtorno.

5. À ESPERA DO MOMENTO OPORTUNO a) A VIDA NO LAR

Vivendo numa época difícil, o Fundador desenvolvia a Obra Divina sempre buscando o melh possível, de acordo com o momento; ao mesmo tempo, como chefe da família, nunca se esqu atenção aos seus. Em relação aos filhos, tinha por lema ensinar o que ele próprio praticava. Entretanto, como a na educação no lar, o fundamental é dar importância à espontaneidade da criança, jamais se poderes de pai para forçá-los a alguma coisa. Considerando que as crianças têm seus próprio sentimentos, respeitava sua vontade e não se prendia a coisas pequenas. Velava pelos filhos e 50

e, se notasse algo errado, jamais deixava passar despercebido: com atitude muito rigorosa, lhes o caminho certo. Se eles, por exemplo, não o cumprimentavam de manhã ou à noite, re severamente, dizendo: "Por que é que não fazem os cumprimentos?" Conseqüentemente, o los à vontade, não significa que os criasse de forma largada. Devido ao seu intenso trabalho guiar grande número de pessoas, não podia relacionar-se com os filhos como geralmente os mas sempre se preocupou com o futuro deles e dava muita atenção à sua educação. Por diversas vezes, o Fundador foi com Yoshi à Escola Imperial de Belas-Artes Tama (atual Universidade de Arte de Tama), freqüentada por Mihomaro, seu segundo filho, para vê-lo estu Como ele próprio também pintava, dava-lhe várias opiniões, que, muitas vezes, se transforma severas críticas; não em relação aos desenhos e pinturas em si, mas no sentido de que o filho d importância ao sentimento que se deve ter ao pintar ou desenhar. Nem por isso, entretanto, p Mihomaro negligenciasse a técnica. Certo dia, ouvindo-o falar: "Não gosto de fazer cópias", o Fundador lhe disse: "É melhor fazer cópias. Depois de treinar bastante através delas, então, f próprias criações." Por muito tempo o filho não cedeu, mas depois compreendeu que, durante estudos, as cópias eram muito importantes. Assim, adquiriu capacidade para se tornar indepe como pintor. Na primavera de 1941, o Fundador pediu ao professor primário Nobuyuki Yamato que desse particulares a seus filhos. Desde o final de 1939, vez por outra, Yamato ia ao Hozan-So; naque primavera, foi transferido para a Escola Primária Tamagawa, situada perto dali. A partir de e durante aproximadamente um ano, ele deu aulas para os filhos do Fundador. Este, todo dia 21 mês, colocava as mensalidades num envelope confeccionado por ele próprio com uma folha p caligrafia a pincel onde escrevia "Agradecimento", e entregava-o pessoalmente a Yamato. De quando, ia ver os filhos estudando; às vezes, entrava na alegre conversa travada entre eles, Y Yoshi, permanecendo em sua companhia por alguns momentos. Figura O Fundador e sua família, no Fujimi-Tei. Da direita para a esquerda, Mihomaro, Kunihiro, o Fundador, Itsuki, Yoshi, Miyako e Mitiko

Para as seis crianças, três meninos e três meninas, encabeçadas por Mitiko, a primogênita, era um dia esperado com muita ansiedade, pois, nesse dia, ganhavam a semanada. Reunind Fundador tirava a bolsa de dinheiro de dentro do quimono e dava, para o menino mais velho para menina mais velha, 15, e assim por diante. A diferença da quantia era determinada pe idade. De acordo com a situação financeira do momento, as crianças ganhavam mais ou me que, nas ocasiões mais difíceis, quando os filhos iam pedir-lhe dinheiro, o Fundador resmun uma expressão muito dolorosa. Na época, eles não ganhavam brinquedos e, por isso, ajeita fazendo pipas e até telescópios. Com o passar do tempo, quando a situação financeira já estava melhor, a família reunid almoçar para os lados de Guinza. Um dos filhos do Fundador lembra sua figura como pai: "De ele era muito rigoroso; de outro, era extremamente carinhoso. No período em que moramos n So, costumávamos passar momentos bastante divertidos com papai e mamãe após as refeiçõ começava a tocar música no rádio, papai, entrando no ritmo, acompanhava-a batendo as palm com muito humor. Cantando, por exemplo, ‘Veja, abrindo o céu do leste no mar, e o sol do ama brilhando bem alto. . .’ (19 ), batia na parte de cima de uma lata de chá, virava-a e batia no fundo em seguida, colocava a lata na mesa, pegava-a de lado, virava-a novamente, colocando-a na p primitiva, e voltava a bater na parte de cima. Assim, dava ‘shows’ muito engraçados, fazendo todos dessem gargalhadas. " A minuciosa atenção que o Fundador tinha para com Yoshi também era algo avançado p aquele tempo e mesmo para os dias atuais. Podemos constatar isso inclusive pelo fato de ele s levá-la consigo, quando saía. A esse respeito, Yoshi disse: "Na época, era uma grande novidad mulher andarem juntos, de modo que chamávamos muita atenção. Eu achava que não estáva procedendo muito bem, mas Meishu-Sama não se importava. Podemos dizer que também nes ele era moderno." Tratava-se, porém, de uma atitude natural do Fundador, que não gostava d melhor do que era. (19)

- Trecho de uma marcha que fez sucesso na época.

51

Figura

O Fundador e Yoshi passeando por Guinza, no verão de 1940. Após esse passeio, eles for

O Fundador também costumava consultar a esposa em tudo que ia fazer e respeitava profundamente sua opinião e seus sentimentos. Yoshi tinha muito boa memória e, além de um sensibilidade, era possuidora de extraordinário senso de beleza. Por isso, freqüentemente em opiniões sobre arte ou assuntos da vida diária, jamais recuando de sua posição; às vezes, o atr entre ela e o Fundador era tão grande, que as pessoas que estavam perto ficavam tensas. Nes ocasiões, entretanto, repentinamente, Yoshi dizia: "Está bem, querido." Com isso, ela desfazia completo a tensão de momentos atrás; logo a seguir, puxava assuntos alegres, serenando o cl ambiente. Aí, o Fundador também lhe respondia sem oferecer qualquer resistência, de modo caía em total esquecimento. A rapidez com que se processava essa transformação era realme Figura O Fundador e Yoshi apreciando as cerejeiras

Durante o tempo em que residiu no Hozan-So, o Fundador nunca perdeu a alegria; co ter esperanças no futuro mesmo diante dos mais duros sofrimentos. Até o momento em que seguidas pressões das autoridades, seu caminho foi fechado antes de ter sido totalmente pe viveu dias tranqüilos naquele local, pintando e fazendo caligrafias, envolvido pelo perfume pela brisa. Freqüentemente, ia passear com Yoshi pelas margens do límpido Rio Tama, leva uma vida muito serena. Foi num desses passeios que, pela primeira vez, falou à esposa sobr planos de construir o Museu de Arte. Enquanto caminhavam, ele voltou-se para Yoshi e diss atenção: em breve construirei um Museu de Arte." Ela o apoiou, dizendo: "Ótimo!"; mas, no não conseguiu levar o assunto a sério, porque Ihe parecia impossível construir um Museu d uma simples coleção individual. Para Yoshi, aquilo era como querer apanhar as nuvens com ela até achou uma tolice. Entretanto, dez anos depois, as palavras do Fundador tornaram-s realidade. Figura

O Fundador fotografando Yoshi com seus companheiros de "nagauta" (longa canção épic

Anos mais tarde, o Fundador escreveu: "Desde jovem gosto de dar alegria ao próximo, a pont se tornar quase um "hobby" para mim. Sempre estou pensando no que fazer para que todos fi felizes. Por exemplo, quando acordo de manhã, a primeira coisa que faço é interessar-me pelo ânimo dos meus familiares. Se houver uma só pessoa mal-humorada, já não me sinto bem." E procedia assim apenas quando tudo estava tranqüilo, mas também nas situações mais a Figura A foto tirada pelo Fundador

Tempos depois, Yoshi disse: "Meishu-Sama estava sempre voltado para um futuro alegre, nun mostrando a menor sombra de tristeza. Não é que ele não tivesse nenhum problema ou preoc mas a verdade é que, mesmo nesses momentos, jamais mencionava uma só palavra desagrad me faz crer que era realmente um ser celestial. É natural que uma pessoa comum reclame ou sofrimentos, mas Meishu-Sama não agia assim. Nesse ponto, acho que devemos seguir o seu

52

b) AGRICULTURA NATURAL

No início da Era Showa (1926 - 1986 ), por meio da Revelação Divina, o Fundador conscient que a criação da nova civilização era da maior urgência e importância e que essa era a sua m Baseado nesse esclarecimento, sua primeira preocupação foi criar o "Método de Saúde seg Princípios Divinos". Como resultado de pesquisas efetuadas durante longo tempo, deu iníci do Johrei, o qual, conforme já foi dito, ele começou a divulgar no bairro de Koji, em T óquio, a maio de 1934. Em seguida, o Fundador passou a cuidar da criação de um novo método agrícola, segunda g questão. Em julho de 1935, no Curso Kannon, iniciado logo após a instituição da Dai Nipon Kai, ele pregou os princípios fundamentais da agricultura indicada por Deus e disse que, fu viria uma época em que se colheriam produtos em abundância. A maior parte das fazendas daquele tempo estava numa situação incalculavelmente trágica às de hoje. Os agricultores que alugavam terras alheias, tinham muitos gastos, encontrand estado de extrema pobreza. Em 1934, especialmente na região nordeste, houve grandes da friagem, e muitos agricultores não colheram sequer para comer. A propósito das fazendas agrícolas da época, o Fundador, pensando seriamente num m agricultores, compôs estes poemas: "Não há um dia sequer Que os jornais não publiquem Artigos sobre a devastação Das terras agrícolas. Que peso no meu coração!" “Com a inédita Produção baixa do arroz, Os agricultores Nada podem fazer, E o vento do outono está frio. " Figura Galinheiro do Hozan-So. A pessoa à esquerda é Mitiaki Okaniwa

Em fevereiro de 1936, pouco depois da mudança para o Gyokussen-Kyo, que tinha um quint amplo, ficou decidido iniciar o cultivo de verduras, assim como a criação de galinhas, para o ovos frescos. Quem ficou encarregado desse trabalho foi Mitiaki Okaniwa. Okaniwa retirou a grama de uma extensão aproximadamente de 1000 m2, na parte nordest propriedade, à beira da rua, arou a terra e fez a roça. Com a chegada do verão, começou a c berinjela, tomate, pepino etc.. Nessa época, por ter recebido a primeira ordem de proibição tratamentos feita pela Polícia Metropolitana, o Fundador estava numa situação financeira e apertada. Nessa difícil conjuntura, o cultivo de verduras passou, então, a ter a importante f suprir uma parte da alimentação dele e de sua família, assim como também dos dedican No início, o cultivo foi feito pelo método comum, utilizando-se fertilizantes químicos. Entret do esforço de Okaniwa, a produção de verduras e de ovos não alcançava grandes resultado desenvolvimento dos produtos era fraco e, além disso, começaram a aparecer pragas. Entã Fundador determinou que se fizesse o cultivo sem usar qualquer tipo de adubo. Em 1939, O andou à procura de mudas de verduras que tivessem sido cultivadas com a menor quantida de fertilizantes e plantou-as. Os resultados foram muito bons e, embora o crescimento fosse demorado, evidenciou-se que o sabor dos produtos era excelente e que não surgiam pra Através de uma observação minuciosa desses fatos e comparando a agricultura que utiliza defensivos químicos, assim como também fertilizantes de origem humana e animal, com o c usa unicamente matéria orgânica vegetal, o Fundador comprovou que o erro da agricultura é negligenciar a natureza, tal como acontece com os tratamentos médicos em relação aos s Ou seja, ele obteve provas concretas de que os fertilizantes químicos, os excrementos de or e animal e os defensivos agrícolas intoxicam as plantações e o solo, constituindo a causa do 53

aparecimento de pragas e doenças; verificou, ainda, que eles são prejudiciais à saúde dos h animais domésticos. Assim, pôde constatar que o cultivo que usa apenas matéria orgânica v agricultura indicada por Deus. O Fundador fez, então, pesquisas sobre a parte técnica do método concreto desse Experimentou, por exemplo, plantar sementes de soja sem cobri-las com terra. Só de caírem sobre o solo, as sementes das plantas e das árvores criam raízes e brotam, des se muito bem, sem ser preciso cobri-las com terra. Essa técnica fez com que se concluísse q natural proceder à semeadura sem cobrir as sementes com terra, apenas colocando-as nos Com esse procedimento, inicialmente, elas foram comidas pelos corvos, mas, depois que se cuidado para evitar isso com a utilização de redes, o seu desenvolvimento foi normal, obten colheita surpreendente. A partir de 1942, também se experimentou o cultivo do arroz em campo alagado sem fertilizantes, utilizando-se, para as pesquisas, o brejo que ficava à beira do lago existente na do declive do Hozan-So. Mais tarde, esse lugar foi aterrado, correspondendo, atualmente, à da parte sul do Lago Shobu. Figura Plantação de agricultura natural no terreno do Hozan-So

A partir de 1938, quando o Fundador começou a colocar empenho na atividade de mineraçã Okaniwa ficou responsável por ela e não pôde mais se dedicar à Agricultura Natural. Então algum tempo, a pesquisa desse método esteve nas mãos de diversos dedicantes, sob a orien Fundador. Certo dia, no início de 1941, o Mestre chamou um fiel ao Fujimi-Tei e perguntouexperiência em agricultura. Diante da resposta que ele lhe deu — "Muito pouca, mas pelo m como usar a enxada" — pediu-lhe que substituísse Okaniwa naquele trabalho, dizendo: "Eu amador. Cuide das plantações e faça-me os relatórios." O novo encarregado cultivou o arroz, a partir de 1942, no brejo a que nos referimos; na hort a berinjela, pepino e outras verduras, utilizando-se compostos naturais, como folhas caídas cada ocorrência ao Fundador e dele recebendo orientações, realizou um trabalho fiel e con resultados admiráveis. Através disso, o Mestre fortaleceu a crença de que qualquer pessoa a Agricultura Natural, despojando-se de todos os preconceitos, consegue colheitas conside independentemente de ter ou não experiência. Figura

O lago conserva o aspecto da época. O campo de arroz alagado ficava na parte sul, no foto, onde está a passagem

Durante vários anos, o Fundador continuou a pesquisa e a experiência do novo método com diversos tipos de produtos: flores, frutas, verduras, arroz, trigo e até soja. E não deixou o unicamente ao encargo dos dedicantes; às vezes, ele próprio pegava na pá e ficava todo sujo d Preocupava-se em verificar a maciez do solo, a forma com que os produtos se desenvolviam e detalhes. No início, Yoshi nada percebera, mas, com o passar do tempo, começou a sentir que alguma intenção especial na atitude do Fundador, que, diariamente, empenhava-se com entu controle da horta e do jardim. Foi durante uma refeição que ela soube dos seus verdadeiros p quando, ele, provando a comida que estava na mesa, disse palavras de orgulho: "Isso foi plant fertilizantes. O que acham? Não é gostoso?" Figura O Fundador, junto à plantação de milho, no jardim do Hozan-So

O arroz e as verduras colhidas no Hozan-So iam melhorando de qualidade a cada ano, e o F pôde comprovar o verdadeiro valor do método agrícola natural; entretanto, como, na époc agricultores ainda eram poucos, quase não havia quem praticasse esse método. Ocasional 54

recomendou o cultivo sem fertilizantes a Kanzo Wakatabe, pai de uma dedicante, o qual era no Estado de Totigui. Ao saber que Wakatabe seguiu seu conselho e obteve bons resultados ainda mais a sua convicção. Mais tarde, em maio de 1944, um ano antes do término da Segunda Guerra Mundial, mudou para Gora, em Hakone, o Fundador adquiriu um terreno vizinho à sua casa e continu experiências com o cultivo sem fertilizantes. O terreno era cheio de pedras, tinha um solo p colheitas foram excelentes, tanto na quantidade como na qualidade, e melhoravam a cada a fato, foi aumentando gradativamente o número de fiéis que aderiam ao novo método. Nos primeiros tempos da Agricultura Natural, o Hozan-So era freqüentado por um floricult administrador da Vila Kaminogue e cuja esposa ocupava o cargo de vice-presidente da Asso Aikoku de Senhoras, do bairro de Tamagawa. Yoshi, esposa do Fundador, também era vicedessa associação, fundada em 1901 com o objetivo de auxiliar soldados enfermos e familiar de guerra. Devido a esse fato, eles eram ligados por uma relação muito íntima. Certo dia, o floricultor levou uma muda de rosa que o Fundador lhe havia pedido e, depois d como de costume, ia colocar fertilizante. Nesse momento, Shibui, que passava ali por acaso Grande Mestre não gosta que usem fertilizantes, sabia?" Entretanto, sob a grama, a terra e e, por isso, segundo o floricultor, as flores sairiam pequenas caso não se colocasse adubo. N momento, o Fundador apareceu, acompanhado de Yoshi. Ainda não convencido, o floriculto Ihe: "Não se pode colocar adubo?" O mestre confirmou: "É isso mesmo", ao que ele, firmem convicto, replicou: "Então, levarei essa muda de volta. Eu sou artista de jardinagem; se dere pequenas, quem não vai gostar sou eu." Aí o Fundador lhe perguntou: "Você não teria outra melhor?" Nesse momento, o floricultor lembrou-se de um buraco existente no lugar onde el as folhas secas que catara na limpeza diária do jardim. Apontando naquela direção, ele diss buraco, há bastante húmus; deixe-me colocá-lo na raiz da muda de rosa". O Fundador conse bom grado: "Ah, se for assim, está bem." Com isso, o floricultor pôde plantar a muda, que de belas flores. Já durante a Segunda Guerra Mundial, portanto, o Fundador havia criado o método agrícol fertilizantes e estabelecido a técnica de cultivo, mas a divulgação efetiva desse método só fo após a guerra. Em dezembro de 1948, foi publicado o primeiro número da revista "Tijo Teng nele, o Fundador, sob o pseudônimo de "Shin-no-Sei", publicou pela primeira vez um artigo assunto, intitulado "O cultivo sem fertilizantes". Mais tarde, publicou várias revistas que da enfoque ao novo método e empenhou-se em divulgá-lo, de modo que ele se expandiu gradat todo o país. A partir de outubro de 1950, foi definido o nome do método "Agricultura Natura ficando decidido desenvolver essa atividade separadamente das atividades religiosas. Ness Fundador compôs vinte e sete poemas com o tema "Maná da Vida". Citamos dois: "Chegou a hora De salvar os agricultores Respeitados como grande tesouro Desde os tempos antigos. " “Que tolice pesquisar O tão profundo Mistério do solo Através da tão supérflua Ciência!"

Nos anos dez da Era Showa (1934 -1942), quando o Fundador iniciou a pesquisa da Agricul Natural, já começavam a ser muito usados, no Japão, resíduos de soja importados do contin fertilizantes químicos, como o sulfato de amônia, além dos tradicionais adubos feitos com r colza e de peixe (arenque, sardinha e bacalhau). Nessa época, teve início, também, o uso de agrícolas para frutas e verduras. Pelo fato de os defensivos e os fertilizantes não serem usad grande quantidade, como acontece atualmente, seus malefícios não vinham à tona, e apena em conta os resultados imediatos, ou seja, a produção maior. Para o Japão, que estava entra realmente num regime de tempos de guerra, planejar o aumento da produção de alimentos um sistema de auto-suficiência era o assunto urgente do momento, e o aumento da produçã alimentos constituía uma das questões básicas da política nacional da época. As críticas em relação à agricultura contemporânea, que utiliza fertilizantes químico quantidade e ampla pulverização de defensivos agrícolas, começaram finalmente a agitar o comunicação após a guerra, a partir dos anos quarenta da Era Showa (1965 -1973), quando 55

malefícios de tais produtos começaram a se evidenciar. Numa época como esta em que esta a Agricultura Natural constitui um aspecto muito importante da Nova Civilização, como me salvação através dos alimentos. Mais de trinta anos antes de tais acontecimentos, o Fundad por Orientação Divina, o clima de negligência em relação à natureza e à vida, o qual se ocul civilização contemporânea e, sentindo os perigos oferecidos pela agricultura química, cont pesquisar o caminho para solucionar o problema. Ele pregou que a Agricultura Natural é um método agrícola que se baseia na Natureza e a s Mundo Natural, animais e vegetais se harmonizam e, através de uma interligação orgânica vida. Tudo que existe no solo são bênçãos que Deus atribuiu ao homem, de modo que, segun Fundador, praticando-se uma agricultura condizente com as Leis da Natureza, não há moti as colheitas não sejam fartas. Essas suas palavras mostram uma absoluta certeza de que a A Natural é o método agrícola indicado por Deus e condizente com as Leis da Natureza; essa também sustentada pelos fatos que ele mesmo comprovou na época em que viveu em Tama de experiências conduzidas sob sua orientação. Podemos dizer que a reação antecipada do Fundador referente aos problemas da poluição é merece grande atenção na história do Japão. Além disso, é preciso observar que seus ensin sobre a salvação do mundo e do homem não ficaram limitados a palavras: ele mostrou o mé concreto para realizá-la e ele mesmo o praticou.

c) MINERAÇÃO

Durante sua vida, o Fundador dedicou-se a diversas atividades, e uma delas foi a mine a iniciou no verão de 1935, ano da fundação da Dai Nipon Kannon Kai. Na época, entre as pe foram salvas pelo Johrei, havia uma senhora chamada Yukiko, cujo marido, Yassuyoshi Nak dedicava-se à mineração. Ele administrava a Mina Daikiti, situada no coração da Cordilheir Estado de Yamagata. Naquela ocasião, estava sem capital de giro e, tendo conhecido o Fun propôs-lhe que investisse em seus empreendimentos. Mais tarde, nos contatos entre os doi suas freqüentes idas ao Jikan-So para tratar de negócios, Nakane sentiu-se tocado pela per pela virtude espiritual do Fundador e tornou-se um fiel ardoroso. Interessado na proposta, o Mestre enviou Mitiaki Okaniwa ao local onde estava situada a m das informações recebidas, decidiu comprá-la. Em setembro de 1936, três meses após o "Pr Tamagawa", foi até lá com Shinjiro Okaniwa. A Mina Daikiti produzia tungstênio e, durante algum tempo, as escavações foram intens Qual seria o motivo pelo qual o Fundador resolveu administrar uma mina e dedicar-se a ess com tanto ardor, ao ponto de ir a um lugar de difícil acesso? Para o desenvolvimento de uma como essa, é necessário um capital bem grande e, naquela ocasião, ele não estava absoluta situação financeira. Devia, portanto, haver uma razão bem forte. Tempos depois, em divers oportunidades, o Fundador contou aos fiéis a sua intenção: em resumo, era a aquisição de c as atividades da salvação da humanidade e da construção do mundo ideal na Terra. Na época, além de ter uma família para manter, ele ainda se via perseguido por dívida precisava saldar. E não possuía uma renda fixa, devido às pressões que estava sofrendo. Po tinha muitos outros encargos: formar ministros e enviá-los para diversas regiões; publicar o informativos e editar livros; cuidar de um grande número de pessoas que, ao mesmo tempo faziam dedicações, recuperavam-se da saúde; além disso, para o futuro, tinha o grande son construir um museu de arte. O desenvolvimento de todas essas tarefas exigia um grande ca modo que, se ele fosse depender unicamente da Oferta de Gratidão dos fiéis, seria um peso grande para eles. Como a Obra Divina não permite adiamentos, presume-se que o Fundado escolhido a administração da mina como um dos meios para vencer esse árduo caminho Além da aquisição de capital, havia, nesse empreendimento, um ponto muito vantajoso: pro exercer atividades terapêuticas e religiosas, o Fundador pôde desviar um pouco a atenta vi autoridades, até o término da Segunda Guerra Mundial. Tratava-se de uma profissão a apre perante a sociedade. Foi com esse cuidado que, a partir da época em que deu prosseguimen atividades messiânicas sob o nome de "Tratamento de Digitopuntura no Estilo Okada", ele c portão do Hozan-So, uma placa com os dizeres: "Okada Minerações". 56

Além da Mina Daikiti, o Fundador iniciou, antes da guerra, a administração da Mina Guero. G uma cidade de águas termais situada numa região montanhosa; segundo uma antiga lenda, u branco ferido foi quem contou às pessoas da vila que ali havia águas termais. Adquirida a Mina Guero, foram iniciados os trabalhos no local, em 24 de novembro de 1940 oportunidade, o Fundador foi inspecioná-los, acompanhado de Shimizu e Inoue. A viagem t duração de um dia apenas, mas dizem que, nela, ocorreu um milagre. Para subir até a mina, o Fundador usou uma bengala preparada para ele de antemão, a estava no escritório, situado no sopé da montanha. Quando desceu, deixou-a no lugar onde a retornou a Tóquio. Nesse escritório, morava um senhor idoso que sofria de reumatismo e cam com dificuldade. Como aquela bengala era bem oportuna, ele começou a andar apoiando-se n repente, percebeu que estava se locomovendo com mais facilidade. Achando aquilo misterios continuou a usá-la, e qual não foi a sua alegria pelo inesperado milagre, ocorrido sem que ele quando, de ver-se curado do reumatismo que o atormentava há longo tempo. Há, ainda, outro episódio relacionado com a Mina Daikiti. Na época em que Yassuyoshi Nakane usava como escritório uma casa independente, ficava no mesmo terreno que a Hospedaria Minato-ya, situado em Funato, perto da mina, e conversar, nas horas de folga, com Tatsumi Tsukahara, dono da hospedaria. Nessas convers citava freqüentemente um conselho que o Fundador costumava dar: "Seja honesto e cumpr compromissos". Tsukahara sentiu-se tocado por essas palavras e, desde então, seguiu-as co todos os dias. Anos mais tarde, relembrando com saudades aquela época, ele contava aos fi visitar o lugar: "Eu também tomei aquele conselho como diretriz de minha vida e, graças a i negócios prosperaram; só de lembrar, fico muito agradecido." Depois da guerra, o Fundador começou a administrar mais duas minas: a Morikiti, sit Estado de Akita, perto do Lago Tazawa, e a Minakami, no Estado de Gunma. Na primeira, a escavações foram iniciadas por volta de 1947 ou 1948. Era uma mina bem antiga, cuja histó remontava a quatrocentos anos. Tinha ouro, prata, bronze, chumbo e sulfato de cobre e, na próspera em que esteve sob a direção do Fundador, nela trabalhavam cerca de vinte mineir segunda, ele a comprou em agosto de 1951 e, logo em seguida, deu início às escavações. Ne trabalhavam sete ou oito funcionários e aproximadamente quarenta jovens dedicantes, os q em um mês, perto de oito toneladas de zinco e chumbo. Com relação ao empreendimento das minas no período pós-guerra, também existem a que chegaram até nós.

O fato que se segue ocorreu quando um dos discípulos do Fundador foi inspecionar a M Hossokura, situada no Estado de Miyagui, na qual o Mestre estava interessado. Ao chegar lá, a pessoa que ele deveria procurar estava ausente e só voltaria dali a uma semana. Achando qu poderia esperar tanto tempo, resolveu ir embora e retornar numa outra ocasião. Então, o Fun chamou-o à sua casa, através de um telegrama, e perguntou-lhe: "Como ficou aquele caso?" E respondeu: "Indo a essa mina dias atrás, fui informado de que o encarregado daquele setor es ausente e só voltaria dentro de uma semana. Pensando que era perda de tempo esperar duran dias, resolvi voltar." Aí, o Fundador, num tom severo, disse: "O quê!?" Repita!" O discípulo obe "Sim, o responsável estava ausente e ..." Mas o Mestre o interrompeu: "Isso eu entendi. O que quero ouvir é o que você disse a seguir. " E, num tom mais severo ainda, continuou: "Você acha realizar um trabalho para mim é perda de tempo?" Logo em seguida, acrescentou, repreende "Espere quantos dias tiver de esperar; enquanto não puder cumprir a incumbência que Ihe de o que fazer no local. Você diz que é perda de tempo porque não dá muita importância às minha ordens." Com isso, o Fundador advertiu que era leviandade e falta de sinceridade usar à toa e como "desperdício de tempo" ao realizar uma tarefa determinada por ele, que tudo desenvolv Obra Divina. Pouco depois desse acontecimento, Motokiti Inoue, também a serviço do Fundador, foi enco com determinada pessoa e retornou por ela estar ausente. Entretanto, nessa ocasião, o Fun disse nada. Através dos episódios narrados, podemos ver que, ao orientar as pessoas, o Fundador não v atitudes tomadas por elas, e sim, o sentimento que as guiava. Vemos, também, que ele dava de acordo com cada pessoa. 57

Com um profundo significado dentro da Providência Divina, a atividade de mineração prosseguiu até antes da ascensão do Fundador, mas os gastos foram grandes e não podería termos conclusivos, que essa atividade foi um sucesso. Assim, as minas, usadas como recur para desenvolver a Obra Divina a partir do início da longa época de contenção, tiveram sua concluída graças às sinceras contribuições vindas de todo o país, como resultado do espant crescimento da Igreja.

d) VIAGENS A DIVERSAS REGIÕES

A partir da comemoração do qüinquagésimo oitavo aniversário do Fundador, em dezembro reuniões feitas no Hozan-So, como já dissemos, foram interrompidas para desviar as persis intervenções e pressões das autoridades. E, no lugar delas, sob a forma de "jantares", os fié a receber as orientações do Fundador em hotéis e restaurantes, formando-se grupos que se para realizá-los. Pouco depois, essa atividade ultrapassou os limites da cidade de Tóquio, transformando-se em oferecidas ao Fundador e sua esposa a diversas localidades. Isso se originou do desejo que os f tinham de contatar com ele e receber suas orientações através de visitas a santuários e templo lugares famosos e históricos ou ainda a locais pitorescos, deleitando-se com a cultura e a arte d lugar.

Iniciadas em maio de 1941, as viagens perduraram até abril de 1943, sendo visitado lugares: Maio/1941 22/06 30/06 a 02/07 22/08 22 a 23/10 25/ 11 Maio/1942 14 a 15/07 5 a 07/11 23 a 24/12 Abril/ 1943

- Ayabe, em Tanba-Moto-Isse (atualmente, Estado de Quioto); Quioto e Oumi (Estado de Shiga). - Santuário Kashima (Estado de Ibaraki) e Santuário Katori (Est Tiba). - Santuário Isse (Estado de Mie) e Nagaragawa (Estado de Guifu) - Santuário Tosho, em Niko, Santuário Futarassan e Termas Yunish (Estado de Totigui). - Atami e Hakone. - Santuário Mitake (Tóquio). - Santuário Hikawa, em Omiya, e Yoshimi Hyaketsu (Estado de Sa - Atami, Costa de Izu, Templo Shuzen-ji (Estado de Shizuoka) e H - Templo Zenko-ji, Togakushi (Estado de Nagano) e Termas Ku (Estado de Gunma). - Hota e Sotoboshu (Estado de Tiba). - Península Miura.

Além de Yoshi, acompanhavam o Fundador, nessas viagens, o seu secretário Motokiti Inoue representantes de cada grupo, sempre num total de dez pessoas aproximadamente. De aco lugar aonde iam, havia ocasiões em que retornavam no mesmo dia, e outras em que viajava três ou quatro dias. Entre os diversos locais visitados, ele registrou como importantes para Divina, as viagens a Tanba-Moto-Isse, aos Santuários Kashima, Katori e Isse, e ao Templo Z A viagem a Yunishikawa, no Estado de Totigui, em agosto de 1941, foi uma experiência Fundador. Ele já havia tentado visitar essa vila em 1923, mas no meio do percurso, 58

quando ia transpor a montanha, perdeu-se no caminho e acabou não chegando lá. E lugar ao qual se dirigia pela segunda vez. Yunishikawa, uma vila bem distante, fundada por refugiados da família Heike, era habitada por sessenta famílias, num total de mais ou menos novecentas pessoas, que viviam tranqüil curioso é que lá não havia doentes. A única exceção era um velhinho que fora acometido de por causa da bebida. Interessado nesse fato, o Fundador fez diversas perguntas aos morado e ficou sabendo que ali não existia médico e que todos eram completamente vegetarianos. A haver rios na região, as pessoas não comiam peixe e, como não criavam galinhas, também n ovos. A esse respeito, o Mestre escreveu: (. . .) "Esse fato torna evidente o quanto a comida v e a não-utilização de remédios são benéficas à saúde, comprovando a tese que eu defen Na juventude, o Fundador tivera a experiência de se curar de tuberculose, doença considerad pelos médicos, fazendo um regime totalmente vegetariano; aprendera, assim, que o vegetari extremamente importante para a saúde do homem. Na época em que era empresário, també experiência de superar uma terrível dor de dente, experiência essa que se ligaria à descobert tóxicos contidos nos remédios. Mais tarde, com a Revelação Divina que recebeu, sua convicç respeito desses tóxicos tornou-se inabalável. A viagem a Yunishikawa, em 1941, ficou fortem gravada no seu íntimo, como exemplo vivo de tais verdades. Figura

Carro de boi que o Fundador pegou para percorrer os quinze quilômetros até Yun esquerda para a direita, Yoshi, o Fundador e Sossai Shibui

Assim, para os dirigentes que acompanhavam o Fundador, as viagens realizadas de 1 constituíram uma oportunidade única de promoverem a elevação da sua espiritualidade rec ensinamentos do Fundador de viva voz e apreciando as paisagens naturais. Ao mesmo temp Mestre, foram viagens de preciosas descobertas, nas quais ele pôde contatar com verdades importância para a execução da Obra Divina. figura

"Visita ao Santuário Moto-Isse", poema escrito pelo próprio punho do Fundador e oferecido que o acompanharam ao Moto-Isse, como lembrança da visita àquele local: "Chegando ao t Moto-Isse / Fiquei a pensar / Em acontecimentos importantes / De tempos longínquos. " Por ocasião da visita a Moto-Isse, o Fundador compôs estes versos: "Com a força do tempo Sinto que se abriu A tão esperada Porta do Céu."

Como se pode deduzir do poema acima, com as visitas a esses afamados e antigos templos e s verdadeiros símbolos do Japão, o Fundador, que já fizera diversas previsões sobre o rumo seg país, antevendo os fatos com muita antecedência, certificava-se intimamente — através da co com divindades e espíritos considerados fonte da tradição religiosa japonesa — do secreto sig contido no futuro do Japão e também no caminhar deste mundo, que se desenvolve com a ma Transição da Noite para o Dia. Figura

O Fundador e os componentes do Grupo Juikai, no pátio interno do Santuário Isse, em frent Kanbashi. Na primeira fileira, da direita para a esquerda, a senhora Nakajima, Yoshi e a sen Hassegawa. Na fileira de trás, na mesma ordem, Takato, Kobayashi, Nakajima, o Fundador saltando duas pessoas, Minoura

No dia 23 de dezembro de 1942, o Fundador foi a Hota, na tentativa de escalar nova Nokoguiri. Entretanto, desde o início da Segunda Guerra Mundial, esse lugar havia se 59

estratégica, estando proibido subir a montanha. Sem outra alternativa, ele desistiu da esc passar a noite numa casa de veraneio situada próximo dali, pertencente a um fiel chamad Shihozawa. Pelo fato de seu pai administrar uma empresa jornalística no Havaí, Shihozawa lá viv entrar para a escola primária. Todavia, como os pais desejavam que ele estudasse no Japão foi sozinho para este país e, depois de terminar o curso universitário, tornou-se administrad algumas empresas. Ele estava ligado à Obra Divina por ter recebido Johrei do Fundador, po do início da guerra, e ter-se curado completamente de peritonite. Após a guerra, deixou a a de suas empresas e tornou-se Presidente do Conselho Administrativo da Nipon Kannon Kyo que ocupou desde outubro de 1948 até o seu falecimento, em janeiro de 1950. Esse cargo, m corresponderia ao de Presidente.

6. DIAS DE RESIGNAÇÃO

a) PUBLICAÇÃO DA OBRA "MYONITI NO IJUTSU" ("Medicina do Futur

Retrocedamos no tempo. Em dezembro de 1940, com o "Segundo Caso Tamagawa", o Fund iniciativa própria, desistiu das atividades de difusão que realizava sob o nome de "Tratamen Digitopuntura no Estilo Okada". Por esse motivo, o curso que conferia o poder de salvação d pelo Espírito Divino, passou a ser dado pelos seus discípulos, e não mais por ele. Os discípu receberam a permissão de substituí-lo, começaram a realizar os tratamentos e os cursos em regiões, tendo como base a "Apostila da Terapia Japonesa" (cujo nome, posteriormente, foi para "Apostila da Técnica do Tratamento de Doenças no Estilo Okada") e o Curso Kannon. A difusão, que estava centralizada em Tóquio, passou a se desenvolver numa esfera bem m O talismã, que continha as palavras "Poder Kannon da Cura de Doenças", escritas verticalm outorgado pelo Fundador aos que concluíam o curso, foi substituído por um talismã com as "Luz Intensa", escritas em sentido horizontal. Até o final da guerra, porém, evitava-se o nom "talismã" e usava-se o nome "lembrança". "Ocultando Uma força sobre-humana, Espero pela hora em que agirei Para o bem do homem e do mundo. " “Reprimindo a grande esperança Que arde no meu peito, Fico apenas a observar As mudanças do mundo. "

Deixando, assim, a linha de frente da difusão, o Fundador viajava para diversas localidades à pesquisa da Agricultura Natural, à pintura e à caligrafia, vivendo dias tranqüilos, à espera momento oportuno. Além dessas atividades, escrevia muito. Mais tarde, esses escritos fora numa obra em três volumes, intitulada "A Medicina do Futuro". Nela, o ato do Johrei, que el Revelação Divina e divulgou, foi explicado de forma comprobatória, do ponto de vista cientí espiritual. Foi a primeira publicação editada tipograficamente e reunia a "Apostila da T écn Tratamento de Doenças no Estilo Okada" revisada e enriquecida. Seu conteúdo, em termos o que figura na relação abaixo, consistindo de explicações centralizadas nas pesquisas e ex Fundador; apresentava, ainda, dados estatísticos. 60

1- O futuro do problema populacional e a sua solução básica. 2 - Os erros da medicina e explicação a respeito. 3 - Patologia e Higiene. 4 - Ciência Espiritual.

A esses ensinamentos, o Fundador chamou de Ciência Espiritual. Assim, as horas vagas que apresentaram em conseqüência da pressão das autoridades, que o proibiram de praticar tr ele as utilizou para escrever "A Medicina do Futuro". Nesse livro, o Fundador escreveu: "A porcentagem de curas alcançadas na época em que eu m dedicava a essa atividade era espantosa: 90% dos casos eram certos. Um dos motivos pelos q de aplicar o tratamento, foi o meu físico não agüentar tamanho trabalho, pois em frente ao po minha casa, sempre havia filas de pessoas. Talvez ninguém acredite que a porcentagem de cu que estou afirmando; aqueles, principalmente, que se dedicam a esse campo como especialis ainda mais a acreditar. Ora, se eu ainda me dedicasse à cura, todos poderiam pensar que esti valendo dessa afirmativa para fazer propaganda. Entretanto, eu já não realizo esse trabalho, que não há nenhuma necessidade de promoção." Figura

Primeira edição do livro "A Medicina do Futuro", encadernada com tecido, em estilo jap

Assim, a primeira edição de "A Medicina do Futuro" teve o primeiro e o segundo volumes pu no dia 28 de setembro de 1942, com venda proibida, sendo distribuídos apenas entre os fiéi pessoas que estavam fazendo o curso para ingressar na Fé. O terceiro volume foi lançado em ano seguinte. Nessa obra, o Fundador escreveu ainda: "Eu creio que não haja um livro com surpreendentes e inconcebíveis como este. Talvez até haja pessoas que as encarem como d .) O meu grande desejo de criar uma verdadeira medicina japonesa e salvar a alma de milhõ pessoas que estão para sucumbir, transformou-se nesta obra." Era seu propósito, caso fosse possível, dirigir-se amplamente às pessoas da sociedade coloc à venda nas livrarias; entretanto, estava-se em plena guerra e o controle de pensamento e d era rigoroso, havendo perigo de que ele não passasse pela censura das autoridades. Por iss Fundador desistiu de sua idéia e, sem outra alternativa, distribuiu-o apenas aos membro No dia 13 de dezembro do mesmo ano, foi editada uma obra em um só volume intitulada "O da Tuberculose e a sua Solução". Para elaborá-la, o Fundador extraiu a parte relacionada à constante em "A Medicina do Futuro" à qual deu nova redação. Na época, a tuberculose pul temida como doença incurável e própria de países em decadência, de modo que o governo e envidando todos os esforços para achar um meio de combatê-la. O Fundador censurou esse cegamente dependente da ciência material e, objetivando mostrar um plano verdadeiro e fu para eliminá-lo, escreveu um livro em forma de advertência. Nesse livro, citou dados reais s da tuberculose pulmonar, mostrando-os de maneira compreensível. Em 1942, quando foi publicada a primeira edição de "A Medicina do Futuro", o Fundador de a lssai Nakajima, a Shibui Sossai e a outros discípulos que escolhessem, em suas respectiva terapia, quatro pessoas que possuíssem a qualificação de terapeutas populares e estivessem dedicando ao Johrei; essas pessoas deveriam ser mandadas à fabrica de armamentos milita capital, para ministrarem Johrei nos seus funcionários. A experiência teve grandes resultad aqueles que receberam Johrei, muitos desejaram receber o talismã. Como dissemos, o Fundador, no livro "A Medicina do Futuro", tinha como fundamento própria experiência de salvar durante longos anos as pessoas sofredoras e também a compro fatos reais através da obra realizada pelo seu grande número de discípulos. As duas obras, "A Medicina do Futuro" e "O Problema da Tuberculose e a sua Solução", con passar pela censura graças a diversas intercessões junto às autoridades. O primeiro, com d gratuita, foi reeditado em fevereiro de 1943, e o segundo, em maio do mesmo ano.

61

Figura

Comemoração da reedição de "A Medicina do Futuro", realizada no Restaurante Tyuoem pé, o Fundador dirigindo-se aos fiéis

No diário do Fundador, com a data de 5 de fevereiro de 1943, consta: "A convite do Sr. Shibui, Anfiteatro Toho e vi um filme ocidental; em seguida, entrando no Cinema Nitigueki, vi um film japonês. Depois, no Restaurante Tyuo-Tei, comemoramos a reedição do livro. Foi uma festa m alegre, da qual participaram mais de cem pessoas." Por esse registro, ficamos sabendo que e com os discípulos para comemorar a reedição de "A Medicina do Futuro". Dessa reunião participaram Sossai Shibui, Issai Nakajima e os outros principais discípulos, cento e quatorze pessoas, centralizadas no Fundador e sua esposa. A festa, que teve início à horas, durou sessenta minutos e, em seguida, o Mestre fez uma palestra de aproximadamen e meia. Após a palestra, Motokiti Inoue leu os vinte poemas compostos pelo Fundador para oportunidade, e a comemoração terminou. Desses poemas, citamos dois: "Para construir um mundo Sem doença, miséria e conflito, Estou me esforçando Dia e noite. " “Vou construir O mundo sem doença O qual todos já renunciaram, Pensando ser um desejo impossível. "

Os três volumes de "A Medicina do Futuro" foram distribuídos apenas aos fiéis, mas quem o encontrar ensinamentos que tornavam possível a solução de problemas bem familiares. De para a existência do espírito, que até então não reconheciam, as pessoas sentiram um forte emoção e, além de abrirem os olhos para um novo mundo, receberam muita força. Através d grande número de ministros, a começar pelos responsáveis de Igrejas, que, estando perto d edificaram os alicerces da Igreja, ficaram com um desejo ainda mais ardente de salvar o mu assim, renovaram o seu sentimento em relação à importantíssima afinidade que lhes foi per qualidade de discípulos do Fundador. "A Medicina do Futuro", que proporcionou o despertar de tão grande número de pessoas, te publicação proibida pela Polícia Metropolitana em fevereiro de 1944. Isso aconteceu apena meio depois do lançamento da primeira edição. O motivo da proibição era que o livro se fun em idéias que contrariavam a medicina vigente e se opunham aos órgãos governamentais d Numa época em que o pensamento materialista crescia, é natural que o seu conteúdo não fo aceito, pois, com base na existência do espírito, pregava-se a impossibilidade de dar uma so definitiva à doença sem a eliminação das máculas do espírito.

b) ATIVIDADES DE SALVAÇÃO EM FORMA PROVISÓRIA

Após o "Segundo Caso Tamagawa", ocorrido em 1940, Nakajima, Shibui, Kihara, Sakai, Ara alguns diretores receberam permissão de ministrar as aulas e outorgar o talismã, o que até feito pelo Fundador. Sakai fazia difusão em Tóquio; Kihara, em Kyushu; Araya, em Itino-Sek Estado de Iwate; Nakajima e Shibui conseguiram encaminhar pessoas de diversas partes d as quais surgiram muitos elementos que contribuíram para o crescimento da Igreja. Esses discípulos iam três vezes por mês ao encontro do Fundador, cada qual em dias determ para fazer-lhes os relatórios rotineiros e receber diretrizes e orientações. Através do seu tr imagens de Kannon, os quadros com caligrafias e os talismãs chegaram a todos os cantos d também à Coréia, Formosa e Manchúria (região situada a nordeste da atual República da C eram territórios japoneses na época, e até à China, salvando muitas pessoas. Obviamente, não assumia nenhum aspecto religioso, e como tudo era realizado sob o nome de "terapia", fazia individualmente o pedido para exercício dessa atividade em seu próprio nome, como p 62

"Clínica Terapêutica de Digitopuntura no Estilo Nakajima", "Clínica Terapêutica de Digi Estilo Shibui" etc., desenvolvendo as atividades sob o nome de terapeutas. A esse respeito, conta-se um episódio muito interessante. Em 1944, E itaro Ogawa (posterio Responsável da Igreja Koyo) visitou Sakai, que tinha uma clínica de digitopuntura no bairro Kamata, em Tóquio. Até então, Ogawa trabalhava nesta cidade como terapeuta de acupunt tendo ouvido falar muito bem sobre a digitopuntura, interessou-se em conhecê-la. Ao chegar à clínica, notou que havia uma imagem de Kannon atrás do lugar onde Sakai esta ministrando Johrei, e que ele vestia um "hakama" (20 ). Perguntou-lhe, então: "Por que de sua uma luz misteriosa?" E Sakai respondeu com firmeza: "Não posso dizer agora, pois o signif muito profundo. É preciso que, antes, você experimente. Experimentando, entenderá." Ogawa foi à clínica durante uma semana e, por mais que se esforçasse, não conseguia ver n coisa senão uma religião. Interrogando Sakai a esse respeito, recebeu uma resposta clara: trata de religião." Aí, Ogawa perguntou: "Então por que pendura a Imagem de Kannon ness Ao que ele respondeu: "Recebemos muitas pessoas diariamente e, na hora de aplicar a tera em que se faz necessário a pessoa ficar nua de cintura para cima. Obviamente, também toc corpo das mulheres. Portanto, como o homem tende a ter maus pensamentos, penduramos Imagem de Kannon, para que isso não aconteça." Vendo que ali também havia a fotografia de um senhor de cabelos brancos, Ogawa quis sab e novamente recebeu uma resposta bem clara: "É meu mestre. Graças a ele sou capaz de fa faço. Coloco aí a sua foto para que ele esteja sempre ao meu lado, e cumprimento-o pela ma noite. Isso não tem nenhuma ligação com religião." Ogawa não ficou satisfeito com as respostas, mas observando a atitude autoconfiante de Sa as pessoas sofredoras serem realmente salvas, sentiu que descobrira um poder pelo qual pr então e não havia encontrado. Assim, fez o curso com Sakai e, depois que recebeu o talismã Niigata, sua terra natal, onde imediatamente começou a ministrar Johrei. Devido também ao fato de seu filho, que estava enfermo, ter melhorado misteriosamente at recebimento de Johrei, passou a ler com assiduidade livros como "A Medicina do Futuro", q época, era lido às ocultas pelos fiéis. Fortemente impressionado com o princípio fundament pregado pelo Fundador, dedicou-se à difusão. Por esses fatos, podemos ver qual era o aspecto da difusão naquela época, em que, não obst rigorosas limitações do regime de guerra, a essência da Fé era seguida fielmente e tudo era prática com tenacidade, cedendo onde era preciso. Procurava-se evitar ao máximo o empre religiosos e, tendo como intermediário o Poder de Deus chamado Johrei, os Ensinamentos e transmitidos de coração para coração, de espírito para espírito. Por volta de 1943, a difusão começou a entrar no ritmo em diversas regiões; em Nagoya, tev primeiro curso ministrado por Shibui, que passou a viajar para lá com essa finalidade. Tal e todo o país deve-se, em primeiro lugar, à rapidez com que o poder do Johrei era transmitido pessoa para outra. Os discípulos do Fundador, que, como medida de segurança, por se esta de guerra, moravam separados uns dos outros, cada qual em sua terra natal, iniciaram inte de difusão nesses locais. Dessa maneira, os alicerces da Igreja, que haviam alcançado rapid grande progresso, achavam-se firmemente edificados, após a guerra. Entretanto, por trás dessa prosperidade, havia o sofrimento inexprimível dos discípulos, po tomarem o máximo de cuidado, estavam constantemente sob o perigo de serem presos pela autoridades, talvez para mostrar jamais terem reconhecido oficialmente que eles continuas Divina na forma de terapia popular, constantemente arranjavam algum pretexto e os detinh delegacia. Nas aulas e nos locais onde se ministrava Johrei, às vezes, havia um policial vigia encarregado do curso, sem querer, tocava em assuntos religiosos, não conseguindo reprim entusiasmo pela Fé, ele o advertia: "Orador! Cuidado!" Estava-se, portanto, numa situação que se assemelhava a caminhar em cima de giletes; apesa atividades da Obra Divina continuaram a ser desenvolvidas com muita persistência. Através discípulos, firmemente decididos a darem a vida pelo Fundador, se preciso fosse, seu ardente salvação do homem e do mundo foi se expandindo amplamente.

(20)

- Traje japonês semelhante a uma saia-calça, o qual se usa sobre o quimono.

63

7. NOVENTA E NOVE POR CENTO

a) PROGNÓSTICO SOBRE A DERROTA NA GUERRA E CONSELHO PARA OS FIÉIS SE REFUGIAREM

Desde que entrou na guerra contra as grandes potências mundiais, com o ataque a Pearl Ha Havaí, efetuado na madrugada do dia 8 de dezembro de 1941, o Japão, impulsionado pelos resultados obtidos em diversos combates, foi ampliando seguidamente os campos de batalh estendendo-os das ilhas do Pacífico Sul para a Península da Indochina e daí para a Indonési por sua vez, vibrava com as seguidas vitórias, noticiadas pelos militares. Não havia nenhum dificuldade, e a vida no país transcorria tranqüilamente. Entretanto, há muito que o Fundador prognosticava secretamente a derrota do Japão na gu comunicando esse fato, conforme já dissemos, apenas aos fiéis de sua inteira confiança. Ele prognósticos através de expressões sem maiores detalhes, como por exemplo: "Eles perder noventa e nove por cento, mas ganharão com o um por cento restante." Dependendo da pe quem estava falando, dizia palavras mais claras. No dia 10 de dezembro, dois dias após o ataque Pearl Harbor, a marinha japonesa obt vitória nos mares da Malásia, afundando os couraçados britânicos "Prince of Wales" e "Repu esposa de Morei Horiuti, contra-almirante da Marinha que havia participado desse plano, fo Fundador, a fim de Ihe agradecer pela vitória. Então ele falou claramente a respeito da derr vez ganhamos, mas em breve perderemos. Se não perder a guerra, o Japão não se tornará verdadeiramente Japão." A outro fiel, o Mestre disse: "As previsões para esta guerra são ten Agora não posso falar a verdade, porque seria pressionado, mas suas conseqüências serão c O fato que se segue, aconteceu no final de 1939, dois anos antes do Japão entrar na guerra. disse a Otomatsu Araya, que naquela época estava fazendo difusão em Kamaishi, no Estado "Em breve Kamaishi tornar-se-á um mar de chamas. Vá logo para Ishinomaki ou para Iti-noAraya, depois de muito esforço, havia conseguido edificar as bases da difusão naquele local obtendo grande progresso, de modo que, no íntimo, relutava em seguir as palavras do Fund acabou indo para Iti-no-Seki. Aquilo seria mesmo verdade? Seis anos depois, em 1945, no período final da guerra, ocorreu uma grande tragédia: Kama concentravam muitas fábricas de armamentos militares, foi inteiramente destruída pelos b navais americanos. Araya relembra o fato com profundo respeito: "Meishu-Sama sabia que transformaria num mar de chamas, embora a guerra ainda nem tivesse começado. Ainda qu para não pensar que ele é Deus, como poderia?" Massajiro Ito, discípulo de Araya, dedicava-se à atividade de terapia em Kessen Numa, no E Miyagui. Antes da guerra começar, havia recebido do Fundador um "shikishi" (21 ) onde esta "Sankyo Seikan" ("Moradia no mato - Contemplação tranqüila"). Certo dia, olhando para es palavras, teve o pressentimento de que a guerra se agravaria. Como Araya também previa u de emergência, por causa das palavras do Fundador, ele confirmou seu pressentimento. As de fevereiro de 1941, instalou um refúgio nas matas de Shishiori, um lugar afastado de Kes lá guardou os seus pertences de valor e também os dos fiéis. Entretanto, como essa providê tomada antes do Japão ter entrado na guerra, houve pessoas que debocharam dizendo: "Qu louco que construiu aquela casa no mato?"

Figura "Shikishi" recebido por Ito - caligrafia do Fundador:"Sankyo Seikan" - Papel grosso, decorado ou liso, geralmente em formato quadrangular,onde se escreve poesia ou se faz desenhos a fim de presenteá-lo a alguém ou usá-lo como decoração. (21)

64

Nos meses de julho e agosto de 1945, pouco antes do término da guerra, Kessen Numa sofr bombardeios navais, transformando-se num mar de chamas, mas Ito e seus companheiros, mata, conseguiram chegar ao final do conflito em absoluta segurança. Assim, tudo se passo as palavras que o Fundador escrevera no "shikishi". Muito tempo antes, o Mestre havia dito a alguns fiéis: "Quando as conseqüências da guerra a nordeste, ela estará perto do final." De fato, um mês após o ataque a Kamaishi e Kessen, a gu terminou. Em abril de 1942, Naoko Hiramoto, a quem o Fundador incumbira de fazer difusão em no Estado de Yamaguti, mostrou-se preocupada com seu filho, que ela iria deixar em T óquio isso, o Fundador procurou tranqüilizá-la: "Deixe seu filho por minha conta” Farei dele uma Quando ele tiver de se alistar, o alistamento militar acabará." Naquela ocasião, fazia cinco guerra começara e, embevecido com as sucessivas vitórias, o povo estava todo entusiasmad ninguém entendeu as palavras do Fundador. No dia 1º de agosto de 1945, ele disse a Hiram visitá-lo: "O mais tardar no mês que vem, já não haverá nenhum avião inimigo sobrevoando céus." De fato, duas semanas depois, a guerra terminou. Desde 1942, o Fundador vinha aconselhando os fiéis que moravam nas grandes cidades a s no interior. Na época, se desse esse conselho abertamente, interpretariam que ele fosse con assim, segundo dizem, o Fundador incentivava o refúgio disfarçadamente, dizendo: "Se tive no interior, vá ministrar-Ihes Johrei." Muitas pessoas, seguindo-Ihe os conselhos, tiveram salvas, sendo inúmeros os milagres ocorridos durante o período da guerra. Entretanto, ent houve alguns que morreram por não terem feito caso de suas palavras. Entre os diretores da época, havia um, a quem chamaremos M, que fazia difusão no bairro Fu situado em Tóquio. Há muito tempo, o Fundador o aconselhava a refugiar-se, dizendo: "Fuka região que corre mais perigo." Mas M, não se sabe por quê, estava custando a se decidir e ac seguindo esse conselho. Certo dia do verão de 1944, quando todos os fiéis residentes em Tó haviam se refugiado, Motokiti Inoue perguntou-Ihe se não iria fazer o mesmo, ao que ele resp "Estou procurando, mas não acho uma casa adequada." Em verdade, se M procurasse, ainda encontrar alguma casa, mas ele não dava mostras de querer sair de T óquio. Na noite do dia 10 de março de 1945, uma esquadrilha de aviões B 29, bombardeiros de gra sobrevoou o céu de Tóquio e bombardeou a cidade, centralizando-se nos bairros da zona in comercial. Esse ataque aéreo tornou-se uma grande tragédia, destruindo duzentas e trinta vitimando mais de um milhão de pessoas, das quais cento e vinte mil morreram. Desde esse dia, M não mais apareceu, e não se sabia que fim ele levara. Algum tempo entretanto, o único parente seu que havia sobrevivido, por ter se refugiado, foi procurar o F com tristeza, relatou-lhe que M e sua família, composta de cinco pessoas, haviam morrido c Aconteceu, também, o seguinte fato: O Fundador aconselhara muitas pessoas a que se refugiassem, mas nada disse a Nob Takato. Este, sentindo-se abandonado pelos companheiros, estava muito triste. Todavia, qu guerra terminou, a região situada entre Oji — bairro onde Takato tivera um templo budista encontrava-se totalmente destruída pelos bombardeiros; apenas os arredores da casa de Ta misteriosamente, não haviam sido atingidos. Com certeza, o Fundador sabia, desde o início ser poupada, devido à missão de seu proprietário. Assim, em todas as oportunidades, o Mestre prevenia a seus discípulos que o Japão seria de guerra, mas em sua mente, via o brilhante futuro do país após a derrota. No dia 5 de feverei ele compôs este poema: "Após os sofridos dias De guerra, de fome E de doença, Virá o Mundo da Luz. "

b) O PERÍODO FINAL DA GUERRA

Com a grande derrota sofrida na batalha naval de Midway em junho de 1942, a gue rapidamente desvantajosa. Devido à sua vasta extensão, as terras ocupadas, onde se 65

vitórias brilhantes até poucos meses atrás, começaram a pesar para os militares japoneses para manter a linha de guerra, eles supriam a falta de material e de tecnologia com a força d da união, continuando a se desgastar cada vez mais durante as batalhas. No dia 1º de janeiro de 1944, o então Primeiro-Ministro Hideki Tojo, reconhecendo, p noticiário dos jornais, as dificuldades por que o Japão estava passando na guerra, anunciou publicamente a todo o país, pedindo a colaboração do povo através da contenção nos gasto empenho nos estudos e da união, para poderem vencer essas dificuldades. Entretanto, as tropas aliadas mudaram a tática e passaram para o ataque, firmando vitórias batalhas do Arquipélago Marshal, em janeiro; da Ilha Saipan, em junho; da Ilha de Guam, em na batalha naval do Mar Leyte, nas Filipinas, em outubro. E continuaram avançando para o rumo ao próprio Japão. A cada batalha, as tropas japonesas sofriam derrotas e perda total d homens e de grande número de aviões e navios, sendo, pouco a pouco, encurraladas para u final. Chegando-se a tal ponto, o povo teve de suportar uma vida muito mais rigorosa que a Intensificava-se a falta de energia, de matérias-primas e de alimentos, mas a produção de a outros equipamentos bélicos continuava a ter total prioridade. Até para se comprar lâmpad fluorescentes e pilhas novas, era preciso levar as já usadas. A fim de economizar energia, ap pessoas que procurassem não viajar, e os moinhos d'água, para os quais há muito tempo nin olhava, passaram a ser usados novamente como geradores. Em abril de 1944, abriram-se, em Tóquio, restaurantes onde se vendia papa de arroz com ver seguindo-se dias de longas filas de pessoas que procuravam adquirir uma travessa desse alim Devido à falta de mão-de-obra, os estudantes e até as crianças foram mobilizados para trabal fábricas de armamentos; paralelamente, a mão-de-obra feminina foi ganhando importância a Nessa época, raciocinando ser impossível evitar um ataque aéreo ao Japão, o governo incenti em geral, especialmente as crianças, a refugiar-se em locais que se presumia não fosse atingi bombardeios. A maioria da população foi para o interior, à procura de conhecidos e, de fato, a final de 1944, os ataques aéreos americanos começaram a se intensificar.

66

CAPÍTULO III

O JAPÃO RENASCIDO

67

68

1. TAMAGAWA PARA HAKONE E ATAMI a) RUMO À TERRA SAGRADA

Há bastante tempo o Fundador incentivava os fiéis a se refugiarem e, no início de 1944, ele também começou a procurar outro local para morar. Naturalmente, não se tratava de simpl Havia uma razão de profundo significado na Obra Divina para o Fundador querer afastar-se procurar um lugar que se tornaria a base das suas atividades, preparando-se para a expans Divina. Podemos constatar isso pelas palavras que ele disse, nessa época, a uma pessoa rela o assunto: "Quero um pavilhão para expandir as Verdades que prego." Os lugares que o Fundador teve em vista desde o início, para serem a sede da Obra Divina, f Hakone e Atami, cidades pelas quais ele sentia uma grande atração desde jovem. Amou-as c nenhuma outra, tendo-as visitado diversas vezes. Por dois anos consecutivos, em 1941 e 19 viagem de dois dias a essas localidades. No dia 22 de outubro de 1941, foi a Atami acompanhado de cinco pessoas, entre as quais, Yo Motokiti Inoue e Shibui. Depois de almoçar no Hotel Ono-ya, dirigiu-se para Hakone, perno Hotel Fuji-ya, situado em Miya-noshita. No dia seguinte, retornou a casa via E -no-Shima. O poemas da série intitulada "Viagem a Hakone e Atami", que compõem a coletânea "Akemar shu", são dessa ocasião. Citamos dois: "Contemplei longamente O Oceano Pacífico Segurando o corrimão do quarto andar Da Hospedaria Ono-ya, em Atami." “Visitei o Santuário Hakone Passando por um caminho Sob velhos cedros, onde é escuro Mesmo em pleno dia." Figura

Foto tirada no percurso de Gotenba para o Pico Otome, no regresso da viagem a Izu, em 194 segunda pessoa da esquerda para a direita é Motokiti Inoue; a seguir, Mitsuo Hayashi, o Fun Seiiti Momomi e Yoshi; pulando uma pessoa, Sossai Shibui

Nos dias 14 e 15 de julho de 1942, o Fundador visitou vários locais situados enhe Izu e Hakone Primeiramente, parou em Atami; a seguir, passou pelas praias da parte leste de Izu e, depois d nas termas do Templo Rendai-ji, percorreu as praias do oeste, pernoitando na Hospedaria Ara termas do Templo Shuzen-ji. No dia seguinte, passou pela Praia de Mito, por Numazu, por Go pelo Pico Otome, dirigindo-se, depois, para Hakone, onde almoçou no Hotel Gora. Em seguida para casa, via Yokohama. A região compreendida entre Hakone e Izu corresponde, atualmente, ao Parque Nacional Fu Izu, ponto turístico muito freqüentado. Hakone foi uma região determinada para Parque Nac antes dos muitos existentes. (Fuji e Hakone foram escolhidos em 1936, e Izu foi-lhes anexado Hakone é uma cidade conhecida pela sua bela paisagem de lagos, entre montanhas de aspect diversificado: o verde do início do verão, o bordo do outono etc.. Além disso, por ter um clima agradável no verão e ser de fácil acesso para quem vem de Tóquio, desde os tempos antigos, considerada local de veraneio, juntamente com Karuizawa, constituindo um ponto turístico d mundial. Mas Hakone não se caracteriza apenas por paisagens pitorescas. Graças à sua situação geo ou menos no centro do território japonês, que é estreito e alongado, aí se reúnem os mais di de pássaros selvagens. É, também, um dos lugares do Japão onde existe maior variedade de Possui, como vemos, uma natureza especialmente rica. Depois da Segunda Guerra Mundial, parte de Atami foi incluída no então Parque Nacional Hakone. Atami é uma cidade de águas termais que, tal como Hakone, apresenta-se abenço paisagem natural. Estendendo-se no sopé da montanha, possibilita avistar-se o mar de qua 69

além do mais, por estar rodeada de montanhas, tem um clima bem mais ameno que vizinhas, como Odawara, a leste, e Numazu, a oeste. Além de Hakone e Atami terem uma paisagem pitoresca e serem excelentes pontos turístic atentar, ainda, para o fato de que, desde os tempos antigos, essas duas cidades possuem alg diferencia de outras: são locais sagrados. Isto está esquecido pela maioria dos japoneses, m pesquisando o passado, encontramos ocorrência de sentido extremamente misterioso. A "pequena ilha do alto-mar", que se tornou conhecida através de um poema de Sanetomo M general da Era Kamakura — "Vencendo o caminho de Hakone, vejo a praia de Izu e as ondas na pequena ilha do alto-mar" — é a Ilha Hatsu, situada não muito longe da Baía de Atami. Ol dessa ilha, na direção do continente, avistamos o Santuário Messiânico e o Templo Messiân no Solo Sagrado de Atami e voltados para o leste, de modo a receberem de frente a luz do So na Baía de Sagami. No seguimento dessa linha vinda do leste, encontra-se a Montanha Higane (conhecida pelo nome de Pico Jikoku), de onde é possível divisar-se os dez estados da região leste, na anti geográfica, e as ilhas de Izu. O nome "Higane" é uma corruptela de "hikari" (luz). L iteralment significa "dia dourado", mas seu sentido conotativo é "Hi-ga-Mine" (pico do fogo). As expressõ no-Takane" (alto pico de Izu), que encontramos na obra "Manyo-shu, da Era Nara (645 - 794), "Hikari-ga-Mine" (pico da luz), que aparece em "Azuma Kagami", da Era Kamakura (1192 - 13 referem-se a essa montanha. No pico da Montanha Higane, há um santuário onde se cultua Homussubi-no-Mikoto fogo. Ele está registrado na lista de santuários constante nas "Normas de Procedimento em Cerimoniais", e daí se pode concluir sua importância. No registro chamado "Kamakura Jiki" que, na Montanha Higane, foi cultuado Ninigui-no-Mikoto, um deus bravo, neto de Amatera Omikami. A leste, localiza-se a Montanha Iwato, cujo nome se relaciona a "Amano-Iwato" (p céus), local situado em "Taka-amahara" (campo dos altos céus), onde Amaterassu-Omikam por uns tempos. Assim, pelos deuses relacionados a essa região desde os tempos antigos, p entender o significado misterioso dos locais situados nas proximidades da Montanha Hig Antigamente, a Península de Izu era denominada Província de Izu. Izu é uma palavra que te sentido de "itsuku" (limpar as impurezas do corpo e da alma e cultuar Deus). A antiga Proví era considerada como "região sagrada onde está o assento de Deus". Por trás dela, ergue-se Monte Fuji. Já dissemos que no terreno do Hozan-So, situado numa colina, em Tamagawa, foi construíd Contemplação do Monte Fuji, projetado pelo Fundador. Negligenciando os costumes obser edificação das casas, segundo os quais se evitam o sol do verão e o vento noroeste do invern construiu voltado para o oeste, de modo que se pudesse avistar o monte. Antes mesmo de m Hozan-So, o Fundador já conhecia profundamente o significado espiritual do Monte Fuji. E em 1930 e, na época em que residia no Hozan-So, amou intensamente a sua bela figura, que de motivo para desenhos e poemas. Figura A Terra Celestial de Atami e o Monte Fuji, que se ergue por trás dela, vistos da Ilha Templo Messiânico; 2 - Museu de Arte M.O.A.

Nascido em Hashiba, o Fundador foi mudando de residência sempre para o oeste. Nesse fat prova da sua missão de "Luz do Oriente". Durante a Segunda Guerra Mundial, passou do Ho para Hakone e Atami, aí construindo locais sagrados. Essa linha espiritual do seu caminhar oeste, como Luz do Oriente, sempre objetivando o Monte Fuji, que ele amava há tanto temp um profundo mistério. As regiões de Atami e Hakone determinadas pelo Fundador como Solo Sagrado possu portanto, um significado misterioso, não só histórico como geográfico. A esse respeito, dize segue a Providência Divina, ele escreveu: "Quando o Criador fez a Terra, traçou um projeto baseado num plano eterno. Isso, com certez feito há milhares ou bilhares de anos, mas ele determinou que, futuramente, haveria uma reg paradisíaca, no Parque Mundial chamado Japão; para tanto, preparou da forma mais perfeita clima, ambiente, beleza natural etc., e esperou pelo tempo certo. Obviamente essa região par nossa Atami, mas Hakone e o Fuji possuem a mesma missão. 70

Assim, dentro do Plano do Criador, estava programado que Atami, em particular, seria um l o mais elevado e mais belo. Quando o progresso da cultura material atingiu finalmente as c adequadas, Ele determinou que eu nascesse e, depois de diversas mudanças, viesse a mora cidade, dando, então, início à construção do protótipo do Paraíso Terrestre, Seu objetivo Atualmente, pela sua magnífica paisagem, a região que vai de Izu até Hakone e o Fuji, passa costas de Atami, constitui Parque Nacional, o que comprova suas maravilhosas condições n há outro lugar que possa ser a base da concretização do grande ideal de construção do Para Terra. Convicto dessa verdade, o Fundador começou a procurar um terreno. Mais tarde, ele "O Deus Criador, Há milhares de anos, Preparou a beleza De Hakone e Atami. "

b) O SHINZAN-SO (Solar da Montanha Divina) E O TOZAN-SO (Solar da Montanha do Leste)

Enquanto o Fundador fazia diversos preparativos, surgiu-lhe a oportunidade de nego dois imóveis. O primeiro não foi de seu agrado; então lhe ofereceram uma casa de veraneio que havia sido construída antes da guerra, por Raita Fujiyama, uma importante figura do m financeiro. Gora era um lugar pelo qual ele tinha um amor todo especial; no final da E ra Tai -1926), ali passara um verão, numa casa alugada. Portanto, quando lhe falaram sobre aque propriedade, foi vê-la imediatamente. Por ser tempo de guerra, o estado de conservação da casa não era muito bom, e o jardim est estragado. Entretanto, da varanda do quarto — construído em plano mais elevado, aproveit agrupamento natural das rochas — tinha-se, por entre as árvores, uma vista muito tranqüil profundidade admirável, bem característica de Hakone, divisando-se o Monte Myojo, famo queima da letra "dai" ( 22). Além disso, misteriosamente, essa propriedade ficava bem próxim onde o Fundador estivera anteriormente, em veraneio. Tendo gostado muito do lugar, ele d encarregado para que procedesse logo às negociações. Sobre a casa em questão, à qual deu o nome de Solar da Montanha Divina, o Fundador assim expressou: "Apesar de ser bem velha, essa casa não deixa nada a desejar. O terreno tem aproximadamente 2.000 m2, e a casa, por volta de 330 m2. A entrada está voltada para o su Subindo-se cerca de vinte metros por uma escada de pedra natural e entrando-se no vestíbu uma escada de três degraus. Subindo-se por ela e atravessando-se um corredor bem largo, outra escada, com oito degraus, ao final da qual há uma sala adequada para servir de nave. se tem para os quatro lados, é pitoresca. Creio que não existe nada igual em toda a cidade d No Solar da Montanha Divina, à esquerda da escada que conduzia ao vestíbulo, havia uma s japonês; à direita, uma sala de estilo ocidental. A propósito, o Fundador escreveu: "Seria m adequado dizer que a casa tem o formato de asas de cegonha abertas. Além disso, a sala oci formato de navio, o que significa ‘avançar cortando as ondas’. Tudo é ideal. Algo que merec que essa casa foi totalmente construída em cima de uma rocha; creio, pois, que a descrição numa oração ‘uma casa de pilares grossos construída sobre as raízes das rochas’ — refere-s realmente adequada para Casa de Deus e, por isso, estou bem certo de que foi preparad Figura

Foto tirada no dia da mudança para o Solar da Montanha Divina. Na primeira fileira, da dire esquerda, Takejiro Okada (irmão do Fundador), o Fundador, Yoshi e Rei Ota (tia de Yoshi). N esquerdo, em cima, pode-se ver o telhado da casa Figura

- Festividade anual que se realiza no dia 16 de agosto no Monte Myojo em Hakone. No aclive desse monte, escavando-se o terreno, forma-se a letra"dai" ( ), cujo significado é "grande". Nessa escavação, faz fogueira, com o objetivo de encaminhar os espíritos ao Mundo Espiritual. De longe, avista-se o mar aspecto da letra em chamas.] (22)

71

O Fundador e sua esposa descansando no compartimento superior do Solar da Montanh da mudança "Olhando as grandes pedras Cobertas de velhos musgos, No jardim em volta de minha casa, Fico a imaginar como foi a Era dos Deuses."

O desenvolvimento da região de Hakone remonta à Era Kamakura, quando os xoguns com peregrinar até o Santuário Hakone, situado à beira do Lago Ashino. Na Era Edo (1615 -186 instalado um posto fiscal na cidade de Hakone, a qual prosperou como cidade hoteleira. Qu tornou-se conhecida como ponto turístico mais recentemente, depois que teve início a Er 1912). Outrora, era um matagal cheio de rochas. Para expressar a idéia de abundância de p japoneses usam a palavra "gorogoro", havendo quem diga que o local recebeu o nome de "G "Goro", por haver muitas pedras ali. Mas retrocedamos no tempo. No final da Era Meiji, foi instituída a Companhia Ferroviária H Tozan S/A, a qual propiciou o desenvolvimento de Gora e construiu uma estrada de ferro, in em 1919, de Yumoto até lá. Com a instalação do bondinho de cabo de aço entre Gora e o Mo em 1935, o bairro passou a ser muito conhecido como local de veraneio. Mudando-se para Gora em 5 de maio de 1944, o Fundador, influenciado pela Montanha Divi mais alto de Hakone, deu à sua nova residência, como já dissemos, o nome de Solar da Mont Divina. Essa montanha, considerada desde a antigüidade como "montanha onde reside Deu devotada fé desde a Era Heian (794 - 1185). No Pico Kanmuri, vizinho à Montanha Kami, situa-se o Templo Jinben-ji, que cultua os mong En-no-gyoja (23) e Shin-no-gyoja, que dizem ser os pais do ascetismo das montanhas. Shin-no origem samurai, sendo natural de Vila Haga, região que inclui a atual cidade de Mooka, no Totigui. Durante um aprimoramento no Monte Mihara, na Ilha de O, situada em Izu, ele rec ordem espiritual de En-no-gyoja para desbravar as montanhas de Hakone, indo então para onde esteve aproximadamente de 1879 a 1890. Como resultado de seu aprimoramento, cur doentes com o poder que adquirira, abriu estradas nas entranhas das matas etc. Dessa form o respeito dos moradores da região. Anos mais tarde, em 1885, escalou o Pico Kanmuri, ond sentado à moda budista, fazendo jejum. Shin-no-gyoja fez diversas previsões para o povo de Vila Haga. Uma delas foi que, em futuro tornar-se-ia possível escalar as montanhas de Hakone num transporte muito cômodo o que cidade prosperar como ponto turístico. Outro fato que ele previu é que, em menos de cem a construído, em Hakone, um santuário ultra-religioso e um monumento em homenagem aos povos do mundo inteiro. Como que obedecendo a essas palavras, a cidade passou a ser serv linha de trem, instalou-se o bondinho de cabo de aço e, como resultado, Hakone foi se torna ponto turístico de categoria mundial. Além disso, em Gora, o Fundador construiu o Solo Sag concretizando sua vontade não realizada em vida, foi edificado, em 1958, o Santuário dos A para sufragar os espíritos. Em 1971, inaugurou-se o Santuário da Divina Luz, como local es básico. E o fato de ainda existir a lápide de Shin-no-gyoja entre o arvoredo situado à esquer santuário, é muito significativo, se o associarmos à profecia feita por ele. Anos mais tarde, a respeito do nome e da topografia de Gora, o Fundador disse: "O centro da nossa Igreja é Gora, em Hakone. ‘Go’ é ‘cinco’ e também ‘fogo’; ‘ra’ é ‘espi o nome Gora significa ‘expansão centrífuga da essência do fogo’. É muito profundo o significado do assento em forma de flor de lótus (‘rengue-dai’) que constit onde repousam as estátuas budistas. Gora, situada em Hakone, é o próprio ‘rengue-dai’, porq formada de montanhas de alturas variadas em torno de uma montanha alta, assemelhando-s topograficamente, à flor de lótus."

- Místico do período inicial da Era Nara, nascido na antiga Província de Yamato. No livro "Shoku Nihongui", consta que ele espalhou boatos ruins,que amedrontaram a sociedade, e, então, foi exila É também mencionado nos livros "Nihon Ryoiki", "Konjaku Monogatari" e outros. Na Era Heian, à m que a seita budista Mikyo foi se expandindo, ele foi sendo santificado, e passaram a considerá-lo o p ascetismo das montanhas. (23)

72

Dessa forma, tanto pelo nome, como pela topografia e história, Hakone e Gora possu oculto, simbolizando a Obra Divina que as foi determinando como local espiritual básico Em agosto de 1944, três meses após mudar-se para Hakone, o Fundador comprou ou situada em Higashiyama, na cidade de Atami, e para lá se mudou em outubro. Ela fora cons volta de 1933, por Kengo Ishi, antigo Presidente do Banco Dai-iti e, em 1939, tornara-se pro Kamessaburo Yamashita, um empresário conhecido pela sua biografia de bem-sucedido na fundou a companhia de navegação a vapor Yamashita. O Fundador deu a essa casa o nome d Montanha do Leste, devido à sua localização. Figura Jantar realizado no salão anexo (local de entrevistas) do Solar da Montanha do L dezembro de 1945, ano seguinte ao da mudança do Fundador para essa casa

Atami é a cidade de águas termais mais visitada por turistas em todo o Japão. Em virtude de paisagem delineada por belas costas marítimas lembrar a famosa Riviera Italiana, chamam "Riviera do Oriente". Dizem que a Baía de Atami, cercada por montanhas, formou-se com o afundamento da base da cratera do Vulcão Atami, que outrora era ativo. A história de Atam antiga e, após a abertura do Túnel Tan-na, em 1934, a cidade alcançou rápido progresso. De clima abençoado, as flores das ameixeiras começam a brotar no final do ano, em pleno rigor e, no final de janeiro, já se pode ver o "kanzakura", uma variedade de cerejeira que floresce demais espécies. A respeito do nome "Atami", o Fundador explicou: " ‘A’ significa ‘céu’; ‘ta’ significa ‘centro’ e expressa-se com o sinal ... (. . .) ‘mi’ significa ‘água’. Portanto, o nome ‘Atami’ significa ‘terras no centro do céu’." Ele também costumava dizer: "O fogo arde em sentido vertical, e a água c sentido horizontal. . . " Captando que a expansão ou crescimento horizontal é uma ação basea propriedade da água, o Fundador explicou que o Solo Sagrado de Atami significa expansão d pelo mundo inteiro. Figura

Foto tirada nas proximidades do atual Templo Messiânico, na ocasião em que o Fundador e acompanhantes venceram a montanha a pé, vindo de Yugawara. Na primeira fileira, a terce da esquerda para a direita é Yoshi, e a quarta, o Fundador "Não me canso de Atami. A vista para o mar E para a montanha É magnifica. E Atami também possui Abundância de águas termais. "

A partir de 1944, era praxe o Fundador, do outono à primavera, realizar os trabalhos em Atami, e nos quatro meses de verão, ou seja, de junho a setembro, em Hakone. Tendo ad terrenos nessas duas cidades com o grande objetivo de construir protótipos do Paraíso Terr instruções para as obras de construção do Shinsen-Kyo (Terra Divina) (24) enquanto estava e e, durante o tempo que passava em Atami, procurava, pelos arredores, o terreno mais adeq tornar a sede do desenvolvimento da Obra Divina. O local para a construção do Zuiun-Kyo (Terra Celestial) (25 ) foi escolhido no outono de 1945 depois de visitarem o Pico Jikoku, o Fundador e mais trinta pessoas, entre discípulos e fiéis, pé desde Yugawara, venceram a montanha e, entrando em Atami, chegaram às proximidad onde, posteriormente, foi construído o Templo Messiânico.

c) A VIGILÂNCIA (24) (25)

- Nome do Solo Sagrado de Hakone. - Nome do Solo Sagrado de Atami.

73

Mesmo depois que o Fundador se mudou de Tamagawa para Hakone e Atami, os olhos pers autoridades continuaram a perseguir seus passos. Até o término da guerra e a queda do reg vigilância estabelecido pela Polícia Especial, pela Polícia Militar e por outras corporações, o era tratado como indivíduo suspeito, como elemento perigoso. Quando ele comprou o Solar Montanha do Leste, a notícia foi logo transmitida pelas autoridades de Tóquio às de Atami e em que ele se mudou de Hakone para Atami, vez por outra, um policial militar vestido à pais Solar da Montanha do Leste para fazer investigações. Dizem que o Fundador pressentia o m que o policial estava saindo de casa e que, se calhasse de estar fazendo caligrafia nesse mom pincel parava sozinho. Entretanto, mesmo diante do policial, ele atendia as pessoas com a s sempre. Participavam das investigações não apenas policiais militares vestidos à paisana como tam da delegacia de Atami. Na época, o controle de ideologias vinha sendo feito tanto pelos mili pela polícia. O Fundador, porém, não tomava nenhuma precaução especial. Servia-lhes doc atendia-os com um sorriso, apesar de se tratar de pessoas que estavam ali para fazer invest Levava-os para o local de entrevistas, fazia com que ouvissem a palestra junto com os fiéis, os com imagens de Kannon pintadas por ele e até lhes ministrava Johrei. Essa forma de atendimento indiscriminado provinha, em primeiro lugar, do seu desejo de não nada, fazendo com que os investigadores verificassem tudo com seus próprios olhos e ouvido Entretanto, podemos dizer que era, também, uma manifestação do grande amor do Fundado muito tempo, tratava todas as pessoas da mesma forma. Durante as visitas que lhe faziam, os investigadores eram envolvidos pela sua personalidade e passavam a simpatizar cada vez ma Essa simpatia ia se transformando em respeito e admiração pela sua pessoa. Assim, por um lado, o Fundador dispensava às autoridades um tratamento amável; por outr esquecia de ter os devidos cuidados para evitar que eles se irritassem à toa. Os fiéis que vin entrevistas, entravam separadamente; uns pela porta da frente, outros pela porta lateral, p etc.. Tomava essa precaução porque, diariamente, cinco a seis elementos da Polícia Especia ocultas. Às vezes, ele dizia aos fiéis: "Os agentes da Polícia Especial são exigentes; por isso, senhor não vir aqui.” Pouco depois que o Fundador se mudou para Atami, um investigador foi visitá-lo e, suspeitan mantivesse contacto com os Estados Unidos, levou dois ou três rádios que havia em sua casa, fossem examinados por um especialista. E não era só. Às vezes, ficava um investigador escon casa em frente ao Solar da Montanha do Leste, tomando notas minuciosas sobre os fiéis que freqüentavam o Solar. Figura Da esquerda para a direita, Kyuhei Kaneko, Rei Ota, o Fundador, Yoshi e Itsuki, num arredores do Solar da Montanha do Leste

Certo dia, apareceu um investigador da Divisão Especial, o qual lhe disse: "Na sua casa, cur doenças, mas não é Kannon quem as cura. Elas são curadas graças ao grande poder do Imp isso, vocês deveriam agradecer a ele." Acostumado com os métodos dos policiais, que tudo relacionavam ao poder do Imperador, o Fundador respondeu com um pouco de ironia: "As p foram curadas devem mesmo ir agradecer lá no Palácio Imperial, é?" Entretanto, apesar das investigações insistentes, nada surgia que pudesse incriminá-lo. Dize policial, um tanto desapontado, se queixou: "Investiguei bastante, fazendo tudo para prender mas estou em apuros, porque não consigo achar nenhuma prova." Essas palavras chegaram a conhecimento do Fundador, o qual registrou: "Eu não pude deixar de rir. Prende-se alguém q motivos; se não há, é porque a pessoa é honesta. Ele, no entanto, diz que está em apuros porq me incriminar a qualquer custo. Não consigo entender uma coisa dessas.” Mesmo depois de sua mudança para Hakone e Atami, o Fundador costumava arranjar tempo passear em companhia dos familiares e dedicantes que o ajudavam diretamente. Um ano e po do término da guerra, era comum ele fazer passeios aos picos e sopés das montanhas de Hak ocasiões, apanhava ervas e flores mimosas que encontrava pelo caminho, para fazer vivificaç Quase sempre o Fundador estava trajado à vontade. Passeando pelas matas de Hakone e até andando pela movimentada cidade termal de Atami, tinha o hábito de usar roupas comuns. A ser um senhor idoso como outro qualquer. Mas essa postura de não se portar de maneira espe 74

levava as pessoas que o conheciam bem a sentir maior familiaridade com ele e compree de sua pessoa.

d) O FIM DA GUERRA

A guerra se tornava mais acirrada e, em fevereiro de 1945, as tropas americanas desembarcar na Ilha Io, ocupando-a após uma luta desesperada durante um mês. Também nos campos de batalha da Europa, a Itália, já em setembro de 1943, havia se rendi incondicionalmente às tropas aliadas. Isolada, a Alemanha começou a recuar a partir de 19 destino dos países do Eixo apresentava-se sombrio. Após a ocupação da Ilha Io, as tropas americanas intensificaram seu ataque e, no dia 1º de a de um mês depois, iniciaram a estratégia de desembarque na Ilha Okinawa. A batalha aí tra envolveu não só os soldados como também muitos civis e, em menos de três meses, morrera dez mil pessoas, entre as quais cem mil não estavam em combate. A partir de 1944, haviam-se intensificado os ataques aéreos ao Japão, que ficara sem qualqu Especialmente após a ocupação de Okinawa, começaram bombardeios indiscriminados, qu não apenas as grandes metrópoles e as instalações militares, mas também as cidades peque de todo o país. Em maio, os alemães se renderam por completo, e então as tropas aliadas pa atacar o Japão com força total. Nos meados de julho, cidades litorâneas como Kamaishi e M foram bombardeadas por canhões navais, sofrendo um golpe destruidor. Apesar de tal situa governo continuava a preparar a batalha decisiva no território japonês. Entretanto, o Japão foi vítima da tragédia histórica representada pelas bombas atômicas la dia 6 de agosto em Hiroshima e no dia 9, em Nagasaki. Só então, por decisão do Imperador, resolveu se render, colocando um ponto final naquela guerra que durara quase quatro a No dia 15 de agosto de 1945, estavam reunidos no Solar da Montanha Divina, em Hakone, c cinqüenta fiéis, que tinham vindo de todo o país para encontrar-se com o Fundador. Nesse d cedo, o rádio anunciava repetidamente que, ao meio-dia, seria transmitida uma importante Fundador ordenara que todos ouvissem essa transmissão. Pouco antes da hora determinad se cerimoniosamente diante do rádio, e todos fizeram o mesmo. Ao meio-dia, foi anunciada do fim da guerra, e quem deu a notícia foi o próprio Imperador, fato inédito em toda a histór Japão. Naquele grupo, havia pessoas a quem o Fundador já tinha avisado que o Japão perder guerra; no entanto, ao ouvirem o triste resultado a que o país chegara depois de ter empreg suas forças, a maioria ficou atônita e engoliu em seco. Passados alguns instantes de silêncio término da transmissão, o Fundador disse aos fiéis, que o olhavam ansiosamente: "Foi bom Japão irá melhorar." Falou apenas isso e deixou a sala. Essas palavras, ditas no tom costum surpreenderam muito os diretores e fiéis, que estavam desapontados. No dia seguinte, com com aqueles que vieram para a entrevista: "Não posso falar abertamente, mas, na verdade, resultado merece uma grande comemoração." Ouvindo isso, os discípulos sentiram desfaz intranqüilidade que os assaltara há pouco, e compreenderam que, com o término da guerra chegava o momento em que o Japão se tornaria realmente um país correto. Mas agora, mais do que nunca, quando haviam terminado os dias de tensão causados pela v incessante das autoridades e era possível falar abertamente à sociedade sobre a fé em Deu em seu íntimo durante longo tempo, a firmeza do Fundador precisava ser muito grande. Ele, que, com o fim da guerra, vira-se livre das vigilâncias e reiniciara suas atividades, pass procurado por um grande número de pessoas. Entre elas, havia muitos militares profission designação dada àqueles que entravam para a carreira militar por intermédio de alistam Pouco depois de terminada a guerra, um militar o visitou e, muito irado, desabafou toda a su insatisfação: “Não consigo entender o motivo da rendição. É uma vergonha!" Entretanto, o nada disse para alimentar o assunto. Admirado, o militar lhe perguntou: "O senhor é japonê ele, imediatamente, respondeu: "Não; não sou japonês." O homem teve um sobressalto e co tremer, mas perguntou: "Então de que país é o senhor?" Diante da resposta — "Eu sou unive ficou sem ação. Então, o Mestre lhe falou sobre o amor à humanidade, que está acima da po único país. O período pós-guerra do Japão começou com a ocupação do país pelas tropas al rendição firmada pela aceitação da Declaração Potsdam em 15 de agosto de 1945, tod 75

Primeiro-Ministro Kantaro Suzuki renunciou, sendo substituído pelo gabinete chefiado por Higashikuni-no-miya Naruhiko, que se lançou à reorganização da situação de pós-guerra e restauração da ordem social. Na verdade, porém, tudo estava sob a direção do alto comand general das tropas de ocupação. Essa situação durou cerca de sete anos, até que o Japão se independente, com o Tratado de Paz de São Francisco, firmado entre quarenta e oito países quais os Estados Unidos. A política das tropas de ocupação consistia em promover o desarmamento, liquidar o milita tornar o Japão uma nação pacífica; ao mesmo tempo, pretendia-se assegurar a liberdade do e a democracia, e reorganizar uma atividade econômica capaz de contribuir para a paz mun Entretanto, se analisarmos atentamente, veremos que a situação do Japão era a de um derr tem de cumprir a pena imposta pelos vencedores através do julgamento dos criminosos de Mesmo a liberdade de expressão não era total: as notícias desvantajosas para as tropas alia rigorosamente censuradas. De modo geral, porém, foi adotada uma política que visava à lib ampla e à concretização da democracia. No campo da Religião, foi assegurada a liberdade d embora de forma relativa: as religiões não sofreriam intervenções desde que respeitassem pública e os bons costumes. Conseqüentemente, podemos dizer que era a primeira vez que chegava para o mundo religioso. Antes e durante a guerra, as religiões sofreram terríveis pressões e intervenções, cuja base "Lei de Preservação da Ordem da Nação", promulgada em 1925. Devido a essa lei, a Omoto no Miti sofreram duros golpes, conforme já foi dito. Finda a guerra, entretanto, na época do indireto do alto comando do quartel-general das tropas de ocupação, todos os religiosos qu encontravam presos, foram postos em liberdade. Passou-se, então, a desenvolver uma polít separação entre Governo e Religião. Com base nessa política, em lugar da L ei das Organiza Religiosas, existente antes da guerra, foi baixada a Lei das Pessoas Jurídicas de Natureza R Essa lei não indagava absolutamente nada sobre o conteúdo da Fé e estabelecia que os pod não podiam interferir nela. Reconhecia-se a entidade religiosa desde que fossem feitos os r Dessa forma, acabaram por completo as intervenções maldosas do Governo em relação às r Como resultado, a Omoto, por exemplo, que sofrera rigorosas pressões durante a guerra, re atividades no mês de fevereiro de 1946, sob o nome de "Aizen-en" e, nessa mesma época, a também reiniciou as suas, sob o nome de Entidade Religiosa P.L. . Iniciava-se, de fato, a épo liberdade religiosa e começaram a nascer novas religiões umas após as outras. Sayo Kitam Religião Tensho-Kotai Jingu, que ficou conhecida como "religião dançante", iniciou as prega julho de 1945, e a Religião Jiu, que se tornou famosa por ter entre seus fiéis o ex-lutador de s Futabayama, o sábio jogador de "shogui" (26) Seiguen Go e outros, passou a ser alvo de aten janeiro de 1947. Com a Lei das Pessoas Jurídicas de Natureza Religiosa, as religiões que até então tinham de a ocultas, desenvolvendo suas atividades sob outros aspectos, chegaram ao fim dessa jornada Para nossa Igreja também terminou a época adversa de proibição das atividades religiosas, e numa fase de grande mudança histórica. A propósito, existe um episódio que simboliza essa m Em setembro de 1945, um mês após o fim da guerra, um ministro foi a Hakone levar oferenda muito mal, chegando a desmaiar. Avisado do acontecido, o Fundador foi ministrar-lhe Johrei e ele melhorou, sentou-se cerimoniosamente e entoou em voz alta a oração Amatsu-Norito. A m pessoas que estavam à sua volta haviam se tornado fiéis na época da terapia popular, antes e guerra; assim, elas se surpreenderam com a oração, que ouviam pela primeira vez. Entretant uma profunda admiração pela sua grande solenidade, curvaram-se respeitosamente. Dessa forma, o caminho que vai tornando claro o trabalho de nossa Igreja como religi a ser trilhado passo a passo, mas o Fundador ainda esperou durante dois anos, até que a L Pessoas Jurídicas de Natureza Religiosa se firmasse. Ou seja, durante os quase dois anos tr até que a liberdade religiosa fosse assegurada, de direito e de fato, pela nova Constituição, em 1947, o Fundador continuou as atividades de salvação ainda sob a forma de terapia Com o final da guerra, a linha de difusão, que, apesar da liberdade limitada, fora consolidada conflito, expandiu-se de forma extraordinária, como uma correnteza que encontra passagem todo o país. O Johrei salvava as pessoas que, no difícil dia-a-dia, sofriam com doenças, problem financeiros e conflitos, e os Ensinamentos do Mestre tornavam-se a Luz que ilumina o caminh que perderam o rumo a seguir. (26)

- Jogo japonês semelhante ao xadrez.

76

No dia 11 de fevereiro de 1947, o Fundador reformulou o sistema de atuação dos seus discíp atividades se desenvolviam sob o nome de "Tratamento de Digitopuntura no Estilo X", e org Nipon Joka Ryoho Fukyu-Kai (Associação de Divulgação da Terapia Japonesa de Purificação planejando a união da entidade. Ele próprio ocupou o cargo de Presidente; Sossai Shibui, o Presidente, e o escritório foi instalado em Atami. A expansão da Associação era espantosa. Com a seqüência inumerável de milagres produzi aumentou o número de pessoas que desejavam se tornar associadas. Abriram-se cursos nas diversas regiões, e em todos eles havia muitos participantes, ligados a pessoas salvas pelo J ali estavam por causa de comentários que ouviram. Houve um curso ministrado no Estado d que toda uma vila ingressou na Fé. Entre as pessoas que assistiam a esses cursos, começou a crescer o número daqueles à experiência emocionante de terem sido salvos, despertavam para a sua missão de servos desejavam se tornar exclusivamente terapeutas. Por outro lado, alguns não viam com bons rápida expansão que a Associação vinha alcançando, e houve casos de denúncias à polícia, alegação de que ela infrigia as leis da Medicina; vez por outra, isso chegou a se tornar maté jornalística. Por causa dessas denúncias, as autoridades viram-se várias vezes obrigadas a terapeutas e submetê-los a interrogatórios. Entretanto, com a ardorosa fé dos dirigentes, tu ser vencido. Aliás, esses fatos tornaram-se uma boa propaganda para atrair as pessoas, e a continuou a crescer de forma espantosa.

2. A GRANDE EXPANSÃO

a) INSTITUIÇÃO DA NIPON KANNON KYODAN (Igreja Kannon do Jap

Após o término da guerra, as atividades da Obra Divina continuaram durante algum tempo aspecto de terapia popular. Entretanto, pouco depois, as tropas de ocupação americanas co fazer investigações sobre as ideologias existentes no Japão, naquela época. A Associação de da Terapia Japonesa de Purificação também foi objeto dessas investigações e quem as fez fo indivíduo chamado Nicholas. Quando este visitou a clínica de Shimizutyo, juntamente com Fundador deu-lhe diversas explicações sobre a nossa Igreja. Entretanto, como eles não con entender que da palma da mão saísse uma luz espiritual, o Mestre os fez assistir a uma expe Colocou algumas pessoas de pé à beira do lago e pediu a Issai Nakajima que, do outro lado, Johrei naquela direção. Quando Nakajima iniciou o Johrei, as pessoas começaram a tossir e Suspeitando que tudo tivesse sido combinado, Nicholas mandou que elas ficassem de costa Nakajima só ministrasse Johrei quando ele desse o sinal. Obviamente, o resultado foi o mes suspeitas de Nicholas se desfizeram por completo. O Fundador assistiu a tudo achando mui Nicholas ficou muito bem impressionado com essa visita e foi embora achando que a Associ coisas muito boas. Mais tarde, graças principalmente ao seu trabalho, a instituição da Igrej Japão pôde ser preparada sem tropeços; em 30 de agosto de 1947, ela foi instituída oficialm entidade religiosa. Figura

Cerimônia de Instituição da Igreja Kannon do Japão. No centro, Sossai Shibui, Presiden Administrativo

A cerimônia de instituição foi realizada solenemente, no dia 11 de novembro do mesmo ano So, em Tamagawa, com a presença dos principais dirigentes e membros de todo o país. Na o Fundador fez a seguinte saudação: "Em outubro de 1934, iniciei a campanha Kannon sob a denominação de Associação K Japão, com o objetivo de construir um mundo isento de doença, miséria e conflito. Naquela entretanto, as autoridades tinham como diretriz pressionar indiscriminadamente todas as organização similares, e por isso a Associação Kannon do Japão também não foi poupada, re total repressão. Conseqüentemente, desde então abandonamos o aspecto religioso e viemo desenvolvendo atividades terapêuticas, o que é do conhecimento de todos. Tudo isso está b 77

ação de Oshin-Miroku, uma das manifestações de Kannon, e o fato encerra um profundo sig Finalmente, com a marcha do tempo, chegou a oportunidade de manifestar a força virtuosa Poder da Inteligência Superior de Kannon. " Na Igreja Kannon do Japão, o Fundador ocupou o cargo de Conselheiro, e Sossai Shibui, o d Presidente do Conselho Administrativo. A Sede foi instalada no Hozan-So e compunha-se de departamentos: Administrativo, Assuntos Religiosos, Higiene e Saúde, e Empreendiment

A organização regional foi dividida em oito igrejas, a saber :

Igreja Miroku - Responsável: Sossai Shibui Bairro de Kaminogue 110, Tamagawa Distrito de Setagaya - Tóquio Igreja Tengoku - Responsável: Nakajima Issai Ashikawa 136, Izussan Nishi, cidade de Atami, Estado de Shizuoka. Igreja Daiwa - Responsável: Takao Sakai Yukinoshita 66 - cidade de Kamakura - Estado de Kanagawa. Igreja Showa - Responsável: Nobumassa Takato Quadra 3, nº 6, Distrito de Oji - Tóquio Igreja Shinshin - Responsável: Otomatsu Araya Bairro de Jinushi 25 - cidade de Iti no Seki - Estado de Iwate. Igreja Meshiya (posteriormente mudada para Igreja Koho) Responsável : Yoshihiko Kihara Higashi Ueno 677, Mukaijima Bairro de Okawa, Vila Mizuma - Estado de Fukuoka. Igreja Ko-no-Hana - Responsável: Raku Naito Shiroyama 1365, cidade de Fujinomiya - Estado de Shizuoka. Igreja Taissei - Responsável: Teruhiko Onuma Kitazawa, quadra 3, nº 1086 - Distrito de Setagaya - Tóquio. Em julho de 1948 foi instituída a nona igreja filial: Igreja Jitsuguetsu (mais tarde deno Meissei) Responsável: Hidejiro Kobayashi Aratama, quadra 2, nº 224 - cidade de Odawara - Estado de Kanagawa.

Instituída a Igreja Kannon do Japão, as atividades de salvação foram totalmente reformulad organização, que iniciou suas atividades como religião, o Johrei até então denominado "trat passou a ser chamado de "Purificação" e, logo a seguir, de "Johrei". Quanto ao talismã, este ter as palavras "Hikari" ("Luz"), "Komyo" ("Luz Intensa") e "Dai-Komyo" ("Luz Muito Intens escritas verticalmente. A partir de janeiro de 1948, começou a ser entoada a oração Zengue também os salmos. Foi nessa ocasião também que, por determinação do Fundador, os fiéis passaram a dirigir-s diante de Sua Imagem, pelo nome Miroku Omikami. Na Imagem de Deus estava escrito "Da Nyorai" ("Divindade de Luz Muito Intensa"); mais tarde, na época da Segunda Líder Espirit palavras foram mudadas para "Dai-Komyo-Shinshin" ("Deus Verdadeiro de Luz Muito Inten significa que, desejando a salvação da humanidade, Deus, Criador do Universo, que descer posição de Bossatsu e se manifestara sob o nome de Kanzeon Bossatsu, finalmente retornav posição original e começava a atuar para desenvolver a grande obra da salvação. Assim, efetuou-se o grande salto da terapia popular denominada Tratamento de Puri Digitopuntura, para a pessoa jurídica de natureza religiosa chamada Igreja Kannon do Japã Entretanto, houve alguns membros que vacilaram. Aqueles que pensavam unicamente em seus próprios problemas, sentiram muita insegurança ao ouvirem falar do ideal de salvar a e transformar a Terra num paraíso. Entre as pessoas que se limitavam a pensar no Johrei co tratamento, não conseguindo reconhecer a existência de Deus e o Seu amplo desejo de salv interpretaram que tinham sido enganadas, quando se revelou seu aspecto religioso. Quant 78

intelectuais, havia os que, embora comprovando a grandiosidade do Johrei, achavam incoe reconhecer nele o Poder Divino, uma vez que tinham uma visão materialista do mundo. Hav aqueles para os quais era embaraçoso, perante a sociedade, ter ligação com uma religiã Assim, quando foi instituída a Igreja Kannon do Japão, muitos membros da Associação de D da Terapia Japonesa de Purificação se afastaram. Por outro lado, as pessoas que, desde a ép Associação, haviam despertado para a missão de salvar seus semelhantes e que, por trás do captavam a Vontade Divina de construir o Mundo Ideal, sentiram uma alegria inexprimível chegar a época pela qual tanto esperavam. Com seu ardente entusiasmo pela difusão, surg milagres em todo, o país e muitas outras pessoas foram sendo salvas. Assim, apesar de have número de desligamentos, alcançou-se uma expansão que supria e ultrapassava esse núme 1947, em que se instituiu a Igreja Kannon do Japão, foi um ano de crescimento inédito em to história da Igreja. O número oficial de membros que, na época do término da guerra, era de centenas, em dois anos chegou a dezenas de milhares. Em outubro de 1948, o Fundador deu autonomia à Igreja Miroku, uma das nove filiais, recebeu o nome de Igreja Miroku do Japão. No primeiro número da revista "Hikari", editada depois, ele explicou a relação entre a Igreja Kannon do Japão e a Igreja Miroku do Japão: "To coisas têm positivo e negativo, masculino e feminino, vertical e horizontal; assim, se ambas a caminharem suprindo suas falhas e defeitos, a expansão será mais rápida. É como ter braço braço esquerdo. Esta é a Verdade." A partir daquela data, comprovando as palavras do Fund duas Igrejas tiveram uma expansão assombrosa; em 1949, o número de fiéis elevava-se a ma mil.

b) O OLHAR DESCONFIADO DA SOCIEDADE

A linha da difusão expandiu-se por todo o país como o fogo de uma queimada, mas nem sem obteve a compreensão de todos os setores da sociedade e foi recebida de bom grado. Pelo c criticada, desprezada ou então atacada. Como a expansão era admirável, a insatisfação de das pessoas também aumentava. Essa antipatia em relação à Igreja estava estreitamente ligada com a situação em que se enco religiões do Japão naquela época. No dia 28 de dezembro de 1945, logo após o término da gue baixada a Lei das Pessoas Jurídicas de Natureza Religiosa, sendo reconhecida a liberdade de começaram, então, a surgir religiões novas umas após outras, na devastada sociedade japone elas, havia algumas que, até o final da guerra, com a pressão sofrida, não tinham tido outra al senão colocar-se sob o manto das religiões reconhecidas, e agora, após esse período de subm tornavam-se independentes. Havia outras que não eram reconhecidas e, finalmente, podiam se como religião. Entretanto, como a Lei das Pessoas Jurídicas de Natureza Religiosa, que vig época, era um ato muito simples, que não necessitava de qualquer aprovação do governo, bas entregar às autoridades local os papéis exigidos, houve muitas organizações criadas com fina desonestas, visando a aproveitar-se do fato das entidades religiosas não pagarem impostos. C religiões começaram a criar problemas em diversos lugares, os olhos da sociedade tornavam mais rigorosos em relação às novas religiões. Assim, a Igreja Kannon do Japão, que, não obsta conjuntura, continuava expandindo-se surpreendentemente, passou a ser olhada com uma a maior ainda. Bem nessa época aconteceu um caso embaraçoso. O Ministério da Fazenda, desconfi declaração de imposto de renda da Igreja relativa ao ano-base de 1947, realizou inspeções instalações da Igreja, em novembro de 1948, por suspeita de sonegação de impostos. Para a Igreja, esse acontecimento foi uma tempestade em dia de sol. Fazia pouco tem fora instituída como pessoa jurídica, em agosto de 1947, e ainda não estava devidamente o Com o rápido crescimento da difusão, a Igreja se tornara grande, e a parte burocrática fora complexa. As pessoas que cuidavam dessa parte naquela época, dedicavam-se também à d disso, não possuíam conhecimentos e experiências suficientes, no campo jurídico e admini Assim, a Igreja imediatamente solicitou os serviços de dois advogados para tratarem do cas apurado o seguinte: na construção da Terra Divina, em Hakone, as obras em grande escala acarretado gastos que atingiam altas somas; entretanto, devido à falta de experiência no se contabilidade, houvera falhas nos registros e isso foi interpretado como desvio de dinheiro rendas individuais do Fundador e de Shibui. O caso em si ficou resolvido em maio de 1949, 79

pagamento de uma multa, mas deu origem a diversos problemas, que influenciaram mui Igreja.

Em dezembro de 1948, durante essas investigações a propósito da suspeita de soneg imposto, o caso foi noticiado por um jornal de grande circulação. Nessa reportagem, elabor base em boatos irresponsáveis e denúncias provocadoras, exagerava-se absurdamente os b dizendo que eles alcançavam 2 bilhões a 3 bilhões de ienes. Desde então, começaram a apa repetidamente, nos jornais, artigos onde se dizia que a Igreja enganava pessoas inocentes, se de sua infelicidade para obter lucros exorbitantes. E não foi só isso: faziam-se distorções Ensinamentos do Fundador e publicavam-se notícias espalhafatosas ridicularizando o Johr Agricultura Natural. As críticas em relação à Igreja começaram a aparecer não só nos jornais, como també rádio. Na cidade de Takayama, situada no Estado de Guifu, foi realizada, no dia 1º de março uma gravação de opiniões colhidas ao vivo; nos dias 3 e 5 do mesmo mês, ela foi transmitida país por uma emissora, com o título de "Superstição e Religião". Entretanto, o conteúdo desse noticiário era injusto. Do começo ao fim, tratava-se o assunto sensacionalista, dando-se a entender que a Igreja estava enganando o povo mal informado. participantes constituíam um grupo reunido propositalmente por pessoas que não gostava Entre eles, havia fiéis corajosos que falavam abertamente sobre os milagres do Johrei, mas entre pessoas ousadas, sua voz se perdia no tumulto. Pouco tempo depois, em frente à estação ferroviária de Nagano, em Shinshu, foi realizada o gravação de opiniões colhidas ao vivo, desta vez sobre o tema "O homem pode ser salvo atra Religião?" Como acontecera na vez anterior, o grupo envolvia pessoas críticas, cheias de re hostilidade. Tais programas, em síntese, eram planejados de antemão, de modo a dar a imp que a Igreja Kannon do Japão era uma religião supersticiosa e trapaceira, que enganava Esses noticiários propiciaram o aparecimento de muitos extorsionários e chantagistas, que com os bens da Igreja, publicados nos jornais. Era freqüente eles visitarem o Solar da Mont Leste levando notáveis cartas de apresentação. Sobre o assunto, o Fundador escreveu: "É i que existem chantagistas do tipo afável e do tipo ameaçador. O primeiro é muito dócil e mos Igreja. Dizendo que certa entidade planeja colocá-la em má situação, que está confundindo e outras coisas do gênero, fazem hábeis roteiros e exigem somas para promover campanha atores e, se estivermos desprevenidos, somos enganados. Mas os mais numerosos são aque método consiste em fazer ameaças, como por exemplo: ‘O Alto Comando e o Poder Judiciári providenciando o fechamento da Igreja’; ‘Vou levá-lo à força, mandar revistar a casa e destr Igreja’; ‘Vou mandar prender todos, inclusive das filiais’; etc.. Ultimamente, têm aparecido aproveitam do nome de membros do Congresso e até do Partido Comunista." Os mais perigosos atuavam junto aos jornais, à polícia e às tropas de ocupação, através de queriam pressionar a Igreja. O método utilizado era o ataque escrito por meio de hábeis de jornais não conseguiam discernir a verdade e, erroneamente, reconheceram o conteúdo de denúncias como fato real; as autoridades, deixando-se levar por esses planos, partiram par investigações.

c) AS INVESTIGAÇÕES DA CRIMINAL INVESTIGATION DIVISION DAS TROPAS DE OCUPAÇÃO

Os planos, traçados através das denúncias, manifestaram-se em forma de inspeção das inst Igreja pela Criminal Investigation Division das Tropas de Ocupação, no dia 25 de agosto de dia, por volta das vinte e uma horas, o Fundador estava fazendo caligrafia a pincel no Sounquando, de repente, lá fora, soou um disparo de revólver. Um dedicante foi até o "hall" de en deparou com soldados das tropas de ocupação entrando na casa, empunhando pistolas. Sem que se soubesse o motivo, por tratar-se de algo inesperado, o Fundador e Yoshi f levados ao Kanzan-Tei (Solar da Contemplação da Montanha), e as demais pessoas foram re Soun-Ryo. Em seguida, os soldados retiraram o forro do teto, removeram as pedras do jardi realizaram uma inspeção completa com detector de metal. Mais tarde, soube-se que esse acontecimento tinha por base uma denúncia enviad ocupação, segundo a qual a Igreja escondia materiais preciosos, como barras de 80

diamante, etc. Contudo, apesar das buscas minuciosas, nada disso foi encontrado. Muito pe depois que os soldados se retiraram, verificou-se que alguns objetos, entre os quais obras d artigos pessoais de Yoshi, haviam desaparecido. Cerca de dois meses depois, num tom resp firme, o Fundador foi pedir ao comandante da Criminal Investigation Division das Tropas d que investigasse aquele caso. Entretanto, os objetos perdidos não apareceram. Na atitude do Fundador, que não cedia nem um passo para o que estava errado e mantinha-se mesmo ao lidar com as tropas de ocupação, cujo poder, na época, era absoluto, podemos ver q uma pessoa que não se deixava intimidar. No dia 21 de setembro, quase um mês após esse incidente, foi publicado o seguinte "Nihon Trivium": "A Igreja Kannon do Japão era objeto das nossas investigações desde janeiro, devido a pro relativos à sonegação de imposto de renda, contribuições para partidos políticos, fundos e políticas, posição pela qual temos de aplicar-lhe as leis existentes. Havia, também, contra difamações provenientes de outras organizações religiosas, mas ficou esclarecido que o c nada daquilo que se alardeava. Como não se colheram provas suficientes, as investigaçõe encerradas. O tratamento através do Johrei e do cultivo sem fertilizantes talvez possa constituir um prob seu caráter anti-social; como, porém, isso não é da nossa alçada, não podemos considerá-lo problema, desde que os fiéis tenham uma compreensão elevada sobre isso." O conteúdo desse artigo favorecia a Igreja mas, ao mesmo tempo, mostra que sua atividades nela baseadas eram objeto de muitas críticas por parte da sociedade. Além dos problemas relativos às finanças, o Johrei e a Agricultura Natural também fo objetos de equívocos e difamações. Hoje, finalmente, as limitações e as falhas da visão cien materialista começam a ser levantadas, e a harmonia e o poder da natureza começam a ser naturalidade. Mas na época, como as inovações técnicas se desenvolviam grandemente, ap enalteciam as possibilidades da inteligência humana. Em conseqüência, tudo que não pude provado pela Ciência, era rejeitado antecipadamente, como sendo superstição. No tocante à agricultura, os fertilizantes químicos, que começaram a ser usados antes da Se Guerra Mundial, passaram a sê-lo ainda mais. Entre os defensivos agrícolas, o D.D.T. e o B.H pulverizados em grande quantidade, mas devido ao mal que faziam ao corpo humano, parar fabricados. Todavia, como, naquele tempo, os tóxicos contidos nos fertilizantes e nos defens agrícolas ainda não se manifestavam, só se enalteciam os bons resultados obtidos com a uti substâncias. A sociedade estava mergulhada na cega crença nos fertilizantes e defensivos, a intensidade das censuras e risos que a Agricultura Natural provocou. Nesse clima, ocorreu uma desavença entre os dois advogados a quem a Igreja encarregara caso ocorrido por ocasião das investigações do Ministério da Fazenda; em novembro de 194 desavença cresceu ao ponto de ser levada a juízo. No início, os dois trabalhavam em conjun decorrência de um desentendimento que envolvia problemas sentimentais, gerou-se um eq torno dos honorários de ambos, até que um deles acabou recorrendo à Justiça. Esse protesto chegou ao conhecimento de um jornal e foi noticiado espalhafatosam matinal do dia 20 de novembro, com as seguintes manchetes: "Grupo financeiro Igreja Kannon: grande sonegador de impostos?” "Quatro milhões e meio para abafar o caso" "Advogados brigam pela partilha de honorários e o caso é levado à Justiça" As investigações relativas à suspeita de sonegação de impostos e os fatos ocorridos até o fin foram noticiados de maneira terrivelmente distorcida. Desde então, as críticas à Igreja, par mais diversos periódicos, aumentavam cada vez mais. No dia 14 de dezembro, saiu um artig exagerando desmedidamente os fatos e até contendo difamações infundadas. No dia 31 de número 42 do jornal "Hikari", o Fundador publicou um artigo de protesto contra esses notic

Eis o artigo: O jornal X infringe a ética do jornalismo. "Como diz o adágio, quanto maior a árvore, mais sujeita ela está aos ventos. Assim, com o surpreendente crescimento de nossa Igreja, começaram a surgir muitas calúnias e difama nós, por inveja ou por outro motivo. O Jornal X, que se considera e é considerado um grand apesar de ter sido refutado três vezes pela nossa Igreja, publica novamente, na edição do d espalhafatosos artigos cheios de maledicência, o que só podemos interpretar como feito 81

intencionalmente. Não podemos deixar de ficar abismados com a falsidade do seu conteúdo, tampouco de nos preocuparmos com a influência maléfica que um instrumento público, como causa, ao tomar tal atitude. Pensando nisso, enviamos ao Jornal X as palavras de protesto da I vítima direta, e do Prefeito So, da cidade de Atami, vítima indireta, e publicamos as mesmas p nosso jornal, para transmitir a verdade e para que façam uma profunda reflexão a respe As autoridades suspeitavam da Igreja por causa de denúncias que vinham recebendo há mu Em agosto de 1949, agentes da Criminal Investigation Division das Tropas de Ocupação for a casa do Fundador. Não se encontrou nada que pudesse incriminá-los mas, em novembro d ano, com a desavença dos advogados, as suspeitas das autoridades aumentaram e foram in investigações sigilosas.

CAPÍTULO IV 82

EVOLUÇÃO E APERFEIÇOAMEN TO

83

84

1. CONSTRUÇÃO E DESTRUIÇÃO a) INSTITUIÇÃO DA IGREJA MESSIÂNICA MUNDIAL

O rápido progresso que a Igreja Kannon do Japão alcançou, a ponto de se tornar alvo das at sociedade, está profundamente relacionado com a situação social da época. Nos anos 20 da (1945 - 1954), o povo japonês, recobrando suas energias da devastação, da pobreza, do cao insegurança decorrentes da derrota na Segunda Guerra Mundial, arou a terra e construiu c fazendo com que, nas metrópoles transformadas em escombros, começasse a ecoar o som d restauração. Entretanto, além das cidades terem sido destruídas e de quase todas as instala industriais terem ficado reduzidas a cinzas, houve uma inflação nunca vista, sendo necessá tempo para que o país saísse dessas péssimas condições e recuperasse o nível de vida que p da guerra. Em 1952, com o Tratado de Paz de São Francisco, teve fim a época de ocupação, e o Japão r seu direito de nação independente. Havia, porém, uma grande disputa dos poderes político esquerdistas e direitistas, e os conservadores reformistas travavam uma luta partidária den próprios campos, de modo que a situação política apresentava-se extremamente conturbad desse caos, o que fez o país se erguer foi a guerra na Coréia, estourada em junho de 1950, e Arquipélago do Japão. Ironicamente, essa guerra serviu para favorecer a reorganização da japonesa; se olharmos apenas a posição do Japão, poderíamos dizer que foi como chuva em seca. Ela serviu, ainda, para despertar a atenção dos japoneses e dos demais povos para a t existia no Extremo Oriente — local de disputa entre o comunismo e o liberalismo — fazendo todos começassem a se conscientizar da posição extremamente importante que o Japão ocu política internacional. Como resultado, apressou-se o acordo de paz entre ele e os países da Unidas, especialmente os Estados Unidos, sendo antecipada a reconquista dos seus direito retorno à sociedade internacional. As lutas na Península Coreana tornaram-se intensas e o mundo começou a temer que elas s transformassem na Terceira Guerra Mundial. Felizmente, o pior foi evitado, mas a Coréia te infelicidade de se dividir em República da Coréia e República Democrática Popular da C Na revista "Tijo Tengoku" de janeiro de 1950, o Fundador escreveu: "Finalmente, entramos 1950. Para as pessoas comuns, é um ano como outro qualquer; no nosso ponto de vista, é um importante, porque corresponde a um nó no desenrolar da transição do Mundo da Noite pa do Dia, preconizado por nós." Como que comprovando essas palavras, naquele ano ocorreram fatos importantes, dentro e f Igreja. Em janeiro, faleceu Issai Nakajima, grande discípulo do Fundador; no dia 4 de feverei Início da Primavera, foi instituída a Igreja Messiânica Mundial; em abril, houve um grande in que destruiu a maior parte do cenho de Atami; em maio, a sede provisória da Igreja, localizad bairro de Shimizu, também em Atami, o Hekiun-So, residência do Fundador, situada no bairr Minaguti, na mesma cidade, e outros prédios, foram revistados inesperadamente; pouco dep próprio Fundador foi preso. No período em que esteve detido, ele teve uma experiência muito importante relacionada à sua própria qualificação Divina, conforme será referido posteriorm mês após esse fato, eclodiu a Guerra da Coréia. O dia 4 de fevereiro de 1950 foi uma data muito importante na história da nossa Igreja. As d organizações independentes — Igreja Kannon do Japão e Igreja Miroku do Japão — que dur de um ano e três meses vieram funcionando como as duas rodas dianteiras da Obra Divina, dissolvidas e unificadas, passando a constituir a Igreja Messiânica Mundial. Foi estabelecid de grandes, médias e pequenas Igrejas, para desenvolver a atividade de difusão da Fé.

Inicialmente, criaram-se três grandes igrejas Tengoku, Miroku e Taissei — cujos re endereços eram: Igreja Tengoku - Kisseko Nakajima Nishi Ashikawa 136 - Izussan, cidade de Atami — Estado de Shizuoka.

85

Igreja Miroku - Sossai Shibui Midori, quadra 4, nº 589, cidade de Odawara — Estado de Kanagawa. Igreja Taissei - Teruhiko Onuma Gora 1300, Vila Miyaguino, Circunscrição de Ashigara Shimo — Estado de Kanagawa.

Mais tarde, foi acrescentada a Igreja Koho, situada em Tossu, bairro da Circunscrição de M Estado de Saga, cujo Responsável era Yoshihiko Kihara. Ligadas a essas quatro grandes igr instaladas setenta e seis igrejas médias e, filiadas a estas, setecentas e dez pequenas igreja organização da Sede estava constituída por departamentos, entre os quais a Secretaria Int Administração e Serviços Religiosos, tendo sido criados os cargos de conselheiro e diret Naquele mesmo dia 4 de fevereiro, o jornal "Hikari" teve o seu nome mudado para "Kyussei primeira página, sob o título "A respeito do nascimento da Igreja Messiânica Mundial", o Fu publicou a saudação de inauguração da Igreja, que começava assim: "A Igreja Kannon do Japão, fundada como pessoa jurídica de natureza religiosa a 30 de ago 1947, e a Igreja Miroku do Japão, fundada sob os mesmos termos a 30 de outubro de 1948, dissolvidas espontaneamente e, com a união de ambas, sob um novo plano, criou-se a entid denominada Igreja Messiânica Mundial, no Dia do Início da Primavera deste ano, 4 de feve 1950." Em seguida, o Fundador explicava que aquilo estava acontecendo de acordo com a Providê que Kanzeon Bossatsu, atuando para a salvação da humanidade como Buda, passara a atua Deus, que era a sua verdadeira natureza; que a sua função, até ali mais restrita ao Oriente, grande salto, passando a ser de âmbito mundial — salvar toda a humanidade — e que a Igre Messiânica Mundial era a manifestação de tudo isso. Assim teve início o novo sistema e, como os trabalhos básicos da Obra Divina haviam ficado Fundador, que ocupava o cargo de Conselheiro desde 1947, quando foi fundada a Igreja Kan Japão, passou a ocupar a posição de Líder Espiritual e a aparecer no primeiro plano da Igrej desse momento, baseado na Ordem Divina, começou a usar o nome de Meishu, empenhand expansão da Grande Causa com o espírito e o corpo renovados. Ao dar início à Igreja Messiânica Mundial e ao desenvolvimento da Obra Divina propriamen Fundador escreveu: "Dei o primeiro passo em fevereiro de 1928. Faz, pois, exatamente vint anos. Nesse período, ficaram prontas as obras básicas e, por fim, estou organizando o pesso hasteando a grande bandeira da salvação do mundo e começando as atividades propriamen seja, é como se eu estivesse me preparando no meu camarim e, já pronto, subisse ao pa

b) O GRANDE INCÊNDIO DE ATAMI

Dois meses depois que a Igreja, sob o novo sistema, iniciou a Obra Divina de salvação do mu um vigor igual ao do nascer do Sol, Atami sofreu dois grandes incêndios. O primeiro ocorre do dia 3 de abril, no cenho comercial de Nakamisse, perto da estação, atingindo noventa e q Dez dias depois, aconteceu um incêndio como nunca se tinha visto antes: o fogo, surgido po das dezessete horas numa empresa construtora situada no aterro perto do mar, começou a com o forte vento que soprava, e logo as ruas do centro foram engolidas pelas chamas. Cont labaredas que se elevavam no céu noturno, podiam ser vistas até em Kamakura e Oisso, cid litorâneas como Atami, mas bem distantes dela. As chamas vigorosas, depois de atravessar finalmente enfraqueceram, apagando-se no sopé da Montanha Tenjin, na zona leste, por vo noite. De acordo com as estatísticas, 979 casas foram queimadas, 1461 famílias ficaram de número de vítimas elevou-se a 5745, e os prejuízos foram avaliados em 3 bilhões de iene Além do forte vento, a precariedade do fornecimento de água foi fatal. Devido à violência do bombeiros da cidade e os que vieram ajudar provenientes de cidades vizinhas, como Hayak Yugawara, não conseguiram trabalhar com eficácia, de modo que a situação chegou àquela tragédia. Dizem que a causa direta do incêndio foi uma ponta de cigarro jogada por um ope incendiou um tanque de gasolina. Naquele dia, havia um grande número de dedicantes trabalhando nas obras de construção Sagrado de Atami, junto com os profissionais. Na época, o terreno onde se ergue o atual Te Messiânico, os muros de pedra ao redor, o terreno do Palácio de Cristal e outros aspectos b Terra Celestial delineavam as suas formas. Dali, a duzentos metros acima do nível do mar, a 86

que começaram em determinado ponto da cidade, podiam ser vistas bem em frente, dando de que era possível alcançá-las com as mãos. Quando as sirenes começaram a tocar persist incêndio parecia se agravar, os dedicantes, preocupados com a Sede Provisória, situada rel perto do ponto onde irrompera o fogo, desceram a montanha. No momento em que eles che faíscas caíam como chuva e pareceu-lhes que era questão de tempo a Sede pegar fogo. A Im Deus já havia sido levada para um local seguro, juntamente com os quadros de caligrafia do Figura

Situação em que ficou o centro de Atami, atingido pelo fogo, visto de um planalto da cidade

Foi mais ou menos nessa hora que o Fundador chegou, na companhia de Yoshi, vindo do He situado no bairro de Minaguti. Depois de dirigir palavras de agradecimento àqueles que apressadamente carregavam os objetos, ficou em silêncio, ministrando Johrei na direção Logo em seguida as chamas atingiram a porta da frente, que caiu em poucos instantes. O tr objetos ainda continuou, e às pessoas que estavam desocupadas, foram distribuídos baldes panelas etc., a fim de transportarem água para os lugares que pareciam estar em perigo. El ininterruptamente, no telhado e nas paredes; entretanto, com a intensidade do fogo, logo s que isso acontecia, jogava-se mais água. Figura Frente da Sede Provisória, no bairro de Shimizu. As árvores esturricadas mostram incêndio

Enquanto repetiam esse trabalho às cegas, as pessoas não tinham nem tempo para sacudir que caíam sobre seu próprio corpo. Além disso, uma intensa chuva de fagulhas caía sobre o casas e lojas situadas à volta vomitavam fogo; a Sede estava cercada de três lados pelas lab árvores do jardim já não tinham mais folhas. O prédio do jornal "Hikari", que ficava próximo sendo envolvido pelas chamas. Todos jogavam água no corpo, para aliviar o calor, e até entr lago, para poderem continuar o trabalho, mas as roupas logo secavam, parecendo que iriam a qualquer momento. As pessoas que não tinham vasilhas para pegar água, subiam ao telha estendiam desesperadamente a mão, ministrando Johrei na direção das chamas que se apr Exatamente na hora em que se pensava que era o fim, devagarinho o vento começou a mud direção. As labaredas, que pareciam prestes a engolir a Sede a qualquer momento, foram e para trás. Isso aconteceu por volta das vinte e duas horas, ou seja, cinco horas após o início Figura

Exemplar do primeiro número do jornal "Hikari", atingido pelo fogo, que, contudo, não q do Fundador

Os avisos sobre a situação da Sede Provisória chegavam sucessivamente ao Fundador, que retornado ao Hekiun-So: "Pegou fogo!" "Está queimando!" etc.. Mas o Fundador, sem demo mínimo abalo, dizia, cheio de convicção: "Não, ela não vai pegar fogo não." Pouco antes, qua incêndio atingiu a Rua Guinza, ele orientara: "Os bairros de Shimizu e Assahi também corre Por isso, avise a todos e mande que se preparem para a evacuação." Ao mesmo tempo, talve da absoluta proteção de Deus, disse também: "Pelo menos a Sede Provisória será poupa Seria mesmo verdade? O incêndio se alastrou de Guinza para Assahi e, em seguida, para Shimizu, mas a Sede Prov todos pensavam não escapar, continuou de pé, em meio de escombros. E o milagre não foi s manhã seguinte, arrumando o local onde estava sediada a redação do jornal "Hikari", os de descobriram, entre as cinzas e restos de objetos destruídos pelo fogo, alguns jornais semiq Eram exemplares do primeiro número daquele periódico e do número 53 do jornal "Kyusse para o qual ele fora mudado. Todos ficaram surpreendidos por eles terem sido poupados no fogaréu, e essa surpresa logo se transformou num sentimento de respeito, pois, na primeir primeiro número do jornal "Hikari", havia sido publicada uma foto do Fundador ocupando 87

da folha, e o fogo, como que se desviando da foto, queimara apenas as bordas, em formato s No número 53 do jornal "Kyussei", também na primeira página, havia sido publicada a figur Daimiroku, desenhada pelo Fundador. (Vide páginas com fotos coloridas, no início do 1º vol pessoas que estavam realizando aquele trabalho, descansaram as mãos e, reunidas em volt choraram de emoção. Esse milagre ocorrido durante o grande incêndio de Atami foi pomposamente noticiado no "Kyussei", ampliando o redemoinho de emoção religiosa e dando coragem e esperança aos o país, os quais tendiam a ser malvistos, como integrantes de uma religião nova.

2. A PERSEGUIÇÃO RELIGIOSA a) INÍCIO

Pouco tempo depois do incêndio de Atami, quando a restauração da cidade ainda estava sen um fiel chamado Hissashi Itino, que trabalhava na delegacia local, recebeu a seguinte orde de manhã, às seis horas, chegarão policiais federais e você deverá servir-lhes de guia e levá eles pedirem." Não houve nenhuma explicação sobre o lugar aonde iriam nem sobre o moti Isso ocorreu no dia 7 de maio de 1950, por volta das vinte horas. O dia seguinte amanheceu frio. Conforme fora dito, chegaram a Atami mais de setenta polic de Shizuoka da Delegacia Regional da Polícia Federal. Ao ouvir o nome dos locais para onde se dirigir, Itino duvidou de seus ouvidos, pois o objeto das investigações era o Hekiun-So, o Nuvem Esmeralda, Tozan-So, o Solar da Montanha do Leste e mais sete prédios relacionad Messiânica Mundial. Naquele ano, Itino fora salvo de tuberculose em estado grave e, tornando-se fiel, estava se e na difusão. Certo dia, entretanto, foi chamado pelo seu superior, do qual recebeu a severa o abandonar suas atividades. Sem outra alternativa, havia retirado o talismã. Caso tivesse fic um pouco antes o que os policiais vinham fazer, poderia ter avisado o Fundador — pensou e agora era tarde. Naquela manhã, o Mestre acordara num clima nada agradável. Aguçando os ouvidos de den cobertas, pareceu-lhe que o lado da cozinha estava muito agitado. Mal ele acabou de formu pensamento, um dedicante entrou apressadamente no quarto e disse: "Chegaram muitos p estão dizendo que vieram fazer investigações." O Fundador, não se lembrando de ter dado m isso, achou o fato estranho, mas não ficou assustado. Nisso, ouviu-se uma voz de homem: "A minha identificação." Provavelmente, ele deve ter mostrado o mandado de busca. Sua voz p claramente ouvida de dentro do quarto. Percebendo que a situação não era nada boa, o Fun levantou-se e abriu a porta. Viu, então, um policial vestido à paisana procurando alguma coi os cantos. Esse policial lhe disse: "Não é necessário levantar-se. Continue deitado", e prosse revista. Os policiais, em número de doze ou treze, levaram oito horas revistando a casa e, depo documentos, correspondências, cadernetas de bancos, dinheiro etc., retiraram-se. Naquele dia, as autoridades prenderam Motokiti Inoue, secretário do Fundador, e Kyuhei K diretor do Departamento de Obras. Além disso, revistaram todas as instalações da Igreja lo cidade de Atami e a Sede da Grande Igreja Miroku, num total de oito prédios. Foi um trabalh grande escala, mobilizando oitenta pessoas, entre investigadores e policiais. Todos os préd cuidadosamente revistados, especialmente a Sede Provisória, em que os policiais removera tábuas do assoalho. Através desse fato evidenciava-se que eles tencionavam encontrar algu achavam estar escondida. Isso foi o início da perseguição religiosa que abalou a Igreja durante três anos. Kaneko, preso naquela ocasião, era natural do Estado de Niigata. Começara a dedicar ao la Fundador em 1940, quando este residia no Hozan-So, e, após prestar serviço militar durant retornar à vida comum, continuara a dedicar ao lado dele. Sua capacidade de ação e seu dis granjearam-Ihe o cargo de diretor do Departamento de Obras, e ele foi de grande utilidade compra e a construção da Terra Celestial. 88

b) INVESTIGAÇÕES RESIDENCIAIS

Mas por que a Igreja era alvo de tantas investigações? Como foi dito no capítulo anterior, a atividade de difusão tornara-se mais intensa enh 1947. Os milagres se sucediam, e o número de fiéis aumentava gradativamente. Todavia, re sobre aquela época, vemos que as explicações sobre o Johrei e a Agricultura Natural, que e principais atividades de difusão, foram insuficientes em alguns aspectos e que as orientaçõ bem transmitidas a todos os pontos do país, sendo bem possível que houvesse exageros. Po avolumando censuras e difamações contra a Igreja, e as pessoas que antipatizavam com ela denúncias às autoridades. Era, pois, natural que estas mantivessem uma atitude de descon esse era também o objetivo dos que faziam as denúncias. Nisso, ocorreu o caso da investigação determinada pelo Ministério da Fazenda e, em seguid completa busca feita pela Criminal Investigation Division nas instalações da Igreja, especia Terra Divina de Hakone. Esta última não deu em nada, mas logo depois chegou ao conhecim público a desavença enhe os dois advogados contratados pela Igreja, o que supomos ter aum suspeitas das autoridades. Entretanto, mesmo dando busca na Igreja, não foi possível apre de concreto. Então, ocasionalmente, aconteceram dois ou três problemas dos quais as auto aproveitaram para prender os diretores da Igreja, conseguir provas e, com isso, prender ta Fundador, averiguando assim, de uma só vez, a situação interna da entidade. As suspeitas incidiam sobre cinco pontos:

Primeiro: Ter feito suborno por ocasião da compra de terras agrícolas para ampliar as Celestial. Segundo: Ter construído ruas sem antes fazer a transferência de usufruto das terras comprada para construir a Terra Celestial, havia também terras agrícolas. Terceiro: Ter realizado, por duas vezes, reformas na Sede Provisória, em 1949, sem o n e, nessa oportunidade, ter subornado a autoridade encarregada do assunto. Quarto: Na época, havia uma lei que controlava o fornecimento de produtos considerados extraordinários e nela constava um regulamento relativo aos produtos derivados do petróle eram rigorosamente controlados. Pessoas da Igreja eram acusadas de terem adquirido, por vezes, gasolina, que estava sob esse controle. Quinto: Um funcionário de determinado Banco, fiel da Igreja, era acusado de ter depo dinheiro do Fundador numa conta corrente em nome de outra pessoa.

A grande investigação do dia 8 de maio fundamentava-se, aparentemente, nessas cin acusações, mas na verdade tinha por objetivo esclarecer as diversas suspeitas que pairavam Igreja e, especialmente, encontrar os objetos secretos que se dizia terem sido escondidos p exército. Entretanto, não foram achados metais, pedras preciosas nem nada que pudesse s prova. Como o resultado da investigação não foi o que as autoridades esperavam, os investi resolveram interrogar severamente Motokiti Inoue e Kyuhei Kaneko, que já estavam detido de confissão de ambos, conseguir provas para a prisão do Fundador. Na delegacia de Shizuoka, Inoue e Kaneko sofreram constantes interrogatórios. Sobre Inou suspeita de que, objetivando ocultar a fortuna pessoal do Fundador, tivesse pedido ao funci Banco para que colocasse seu saldo bancário em nome de diversas pessoas e dado a ele um gratificação. Quanto a Kaneko, era suspeito de ter dado dinheiro à comissão das terras agrí terem facilitado a transferência de usufruto, na ocasião em que o Fundador comprou terras para construir a Terra Celestial. Como ambos jamais haviam sequer pensado em semelhant negaram por completo as acusações. Entretanto, o investigador não se deu por satisfeito e nos interrogatórios. Com o passar dos dias, Inoue e Kaneko foram ficando exaustos física e mentalmente, em vir violenta mudança de ambiente e dos incessantes interrogatórios ameaçadores. Principalm Inoue, que era doentio de nascença, o baque foi grande. A nevralgia ciática de que sofria ag devido à insuficiência de sono e à falta de apetite, sua fraqueza era muito grande. Depois qu prisão, ele foi acometido ao mesmo tempo de insuficiência cardíaca e hepatite, e o médico l repouso absoluto durante um mês. 89

Apesar de pressionados a tal ponto, Inoue e Kaneko suportavam tudo, unicamente pelo des acontecesse o que acontecesse, o Fundador não fosse incomodado. Percebendo isso, o inve contra-atacou habilmente, fazendo ameaças: "Se vocês não confessarem, vou mandar que t Okada." Dispostos a sofrerem as conseqüências e a protegerem o Mestre mesmo que eles p fossem incriminados, Inoue e Kaneko imaginaram o que o investigador queria e confessara aquilo de que eram acusados. Por ironia do destino, no entanto, esses pronunciamentos tor pretexto em que se fundamentaram as autoridades para dar ordem de prisão ao Fundad Figura

O Fundador, dois dias após sua prisão, sendo transferido da delegacia de Ihara pa Regional de Shizuoka

c) PRISÃO

Na madrugada do dia 29 de maio, três semanas depois da grande investigação, os prédios pe à Igreja foram novamente revistados. Um grupo de policiais foi ao Hekiun-So e pediu ao Fund ainda estava dormindo, para os acompanhar. Aquilo que todos temiam intimamente, acabara tornando realidade. O Mestre ficou abismado com o rumo dos acontecimentos, mas atendeu dos policiais, dizendo: "Deve haver algum ponto que não está sendo compreendido, para que discípulos sejam interrogados por tanto tempo. Irei dar as explicações pessoalmente."

No dia seguinte, a prisão do Fundador foi noticiada em todos os jornais, sendo muito todo o Japão. "O Fundador Okada foi preso" "A Igreja Messiânica sonega e suborna" (Jornal Assahi) "Detido o "Ohikari-Sama"" "Sonegou impostos por meio de suborno" (Jornal Mainiti) "O "Ohikari-Sama" foi preso" "Suspeito de ter sonegado impostos" "Invadida a Igreja Kannon em Atami e Hakone" (Jornal Yomiuri) Figura Noticias sobre a prisão do Fundador publicadas em jornais do dia 30 de maio

Antes da Segunda Guerra Mundial, o Fundador tivera a experiência de ser preso três vezes de 1936, na delegacia de Omiya, chegara a sofrer torturas durante os interrogatórios, como exemplo ter os seus cabelos puxados. Entretanto, a respeito do caso ocorrido em maio de 19 disse: "Quando se fala em interrogatórios da Policia Especial, todos logo imaginam que seja caráter extremamente feudal, mas o desta vez foi incomparavelmente brutal e rigoroso. Fo

O Mestre aceitara ser preso para dar explicações em favor de seus discípulos e esclar mas o que esperava por ele eram interrogatórios cruéis. Antes de apelarem para a prisão, as autoridades haviam calculado uma maneira para induz do Fundador. Inicialmente, os investigadores, entre os quais o próprio diretor do departam investigação, trataram do problema relativo à suspeita de que ele tivesse pedido ao funcion Banco para fazer depósitos em nome de várias pessoas. Intimado a dizer a verdade, o Fund 90

que sabia, negando terminantemente o que não sabia. Mas os investigadores não recuaram "Não há razão para que não saiba. Se tentar fingir ou mentir, não lhe perdoaremos. Uma vez palavras de Inoue coincidem com as do funcionário do Banco, não adianta você negar. São d um; é claro, portanto, que você está mentindo." Ouvindo isso, ele retrucou: "Por mais que eu acho que eu é que estou certo." Mas os três investigadores já haviam decidido que o Fundador tinha culpa e continuaram in verdade, o que eles queriam que ele confessasse era como utilizara o dinheiro depositado n que dera uma gratificação ao funcionário que o ajudara. Ora, como este era fiel da Igreja e e zelando pelo dinheiro do Mestre com a alegria de contribuir para Obra Divina, era totalmen que tivesse recebido propina para fazer isso. Assim, o Fundador não tinha como se lembrar que não sabia. Diariamente, desde cedinho até tarde da noite, ele desenvolvia grande núme da Obra Divina, não desperdiçando um segundo sequer. Por isso, era natural que não soube memória detalhes relativos à contabilidade. Entretanto, os investigadores não desistiram. P contrário: mostravam-se irritados, e os interrogatórios iam ficando cada dia mais severo

d) AS TORTURAS MENTAIS

Durante o período em que esteve preso na Delegacia Regional de Ihara, no Estado de Shizu Fundador recebeu a ajuda de Shin Makita, dona de uma hospedaria situada nas proximidad muito tempo vinha fornecendo refeições aos presidiários, como atividade secundária, nas h do seu trabalho. Enquanto arrumava a cela do Fundador, ela pedia-lhe conselhos. As respos tocavam-na profundamente e, sem que se desse conta, Makita passou a sentir grande respe Mas isso não aconteceu apenas com essa senhora. Exceto o investigador, todos os elemento delegacia, a começar pelo delegado, aprendiam alguma coisa com suas atitudes do dia-a-di a chamá-lo de "professor" e a dispensar-lhes cuidados especiais. Certo dia, quando levou o café da manhã para o Fundador, Makita não o encontrou na sala on presidiários costumavam fazer as refeições. Achou aquilo estranho, mas ouvindo barulho de no corredor do primeiro andar, para lá se dirigiu. Encontrou o Fundador andando de um lado outro, balançando os braços, e então lhe perguntou: "Que aconteceu, professor?" Acho que e respondeu: "Nada. Estou andando porque preciso fazer exercício. Aqui é um bom lugar para vez que não posso ir lá para fora." A amplitude de pensamento daquele homem que andava p corredor do presídio para suprir a falta de exercício, numa vida de liberdade restrita, atraiumisteriosamente. Um fato que também tocou profundamente o coração de Makita foi o que aconteceu numa ou quando ela foi levar-lhe a refeição de costume. Nessa oportunidade, o Fundador Ihe disse: "E um indivíduo chamado Motizuki, que está preso aqui, será posto em liberdade. Esse homem é ladrão, mas eu Ihe prometi que, quando o libertassem, eu Ihe daria 5 mil ienes, e peço à senho diga isso a alguém de minha casa. De manhã, quando eu estava lavando o rosto, Motizuki che de mim e pediu-me dinheiro emprestado. Eu quis saber para que ele queria esse dinheiro e el que, quando saísse da prisão, pretendia começar um negócio honesto, como vendedor de chá precisava de capital. Tendo-Ihe eu perguntado de quanto necessitava, Motizuki me responde mil ienes, e eu aceitei ajudá-lo." Assim, mesmo na prisão, o Fundador conservava o coração aberto e o amor profundo que o caracterizavam, causando boa influência nas pessoas à sua volta. Contudo, à medida que os passavam, ele ia ficando impaciente. Um dos motivos era a preocupação com os fiéis. Até en já tinham vacilado em conseqüência de noticiários difamatórios, mas ele próprio pudera da orientações adequadas, de modo que as influências tinham sido insignificantes. Desta vez, e como quem estava detido era ele, a insegurança e o sofrimento dos membros eram muito gr que fora preso, centenas de fiéis se reuniam diariamente, em frente à delegacia, para verem se passando e rezarem por ele. Outro motivo da impaciência do Fundador era a insuportável humilhação de ver-se obrigad mentiras, ele que sempre evitara os sentimentos, as palavras e as atitudes falsas. Assim sen natural que ficasse cada vez mais impaciente diante da ameaça de permanecer preso para não confessasse aquilo que o investigador desejava. Chegando a tal ponto, o Fundador teve uma decisão. Lendo o pensamento do investigador atrás das palavras que ele dizia, fez dec adequadas e, com isso, ficou encerrado o depoimento sobre o problema do saldo bancário. 91

sua tranqüilidade durou pouco. O interrogatório passou a versar sobre o problema das inve efetuadas pelo Ministério da Fazenda em 1948. Tratava-se de um caso extremamente comp era fácil fazer um pronunciamento favorável. Quando o investigador não ficava satisfeito co respostas do Fundador, atacava-o com palavras grosseiras: "Imagine se você não vai se lem problema tão evidente! Seria tão fácil se falasse com franqueza! O negócio demora porque v distorcer as coisas!” Figura

A bengala e os tamancos do Fundador diante de sua cela, fechada a cadeado. No canto se ver uma portinhola

Devido à raiva e à perturbação que sentia por ver-se forçado a prestar um depoimento falso Fundador foi pouco a pouco ficando exausto. Fazia dez dias que fora preso e, somado ao fat tinha sessenta e sete anos, estava se ressentindo da falta de exercício. Além do mais, sua me corpo estavam completamente enfraquecidos em conseqüência da grande mudança de am Durante um interrogatório, ele sentiu uma forte tontura e acabou desmaiando no local. Seg diagnóstico do médico da polícia, o Fundador estava neurastênico. No dia seguinte, o interrogatório recomeçou e, tal como antes, diziam: "Comece a lem Fundador se esforçava para manter a calma, mas acabou perdendo os sentidos novamente. depois, finalmente conseguiu ficar de pé, mas não podia andar. O chefe das investigações ca costas e levou-o até a cela. No percurso, sem querer, ele gritou: "Isso é uma tortura mental! palavra tortura, o investigador estremeceu. A partir daquele momento, o Fundador passou a ser perturbado incessantemente por tontur tentava pensar em alguma coisa, ficava tonto. Chegando a esse ponto, tomou consciência do seu corpo e da sua mente. Seu estado de fraqueza era tal, que ele não conseguiu sequer respo interrogatórios do dia seguinte. Partiu, então, para a última alternativa que Ihe restava: invo espírito de Mitio Shibui — irmão mais novo de Sossai Shibui — que, na época, havia se encarr daquele problema, e ficou sabendo da quantia aproximada. No outro dia, respondeu aos inte enunciando com clareza a quantia da qual tomara conhecimento, e assim, finalmente, o depo encerrado.

e) CONSCIENTIZAÇÃO DO ESTADO DE UNIÃO COM DEUS

Os interrogatórios cessaram por algum tempo. No dia 15 de junho, o Fundador foi transferi penitenciária de Shizuoka. Desde as pressões que sofrera antes da Segunda Guerra Mundi ficado detido várias vezes em delegacias, mas essa era a primeira vez que ia para um presíd seu coração apertado de tristeza. Entretanto, a nova cela era bem mais limpa que a da deleg paredes brancas e janelas amplas, proporcionando bastante claridade; possuía até uma peq cozinha. Ao olhar aliviado pela janela, o Fundador avistou pés de hortênsias com flores em b quais pareciam ter sido plantadas pelos presidiários. Já estando preso há um longo período claros raios de sol e as flores extremamente belos. Os interrogatórios complementares mais detalhados prosseguiram e, no dia 19 de jun dias depois que ali entrara, o Fundador foi libertado, por volta das vinte e três horas. Foram dois dias de interrogatórios, iniciados a 29 de maio. A libertação do Fundador havia sido comunicada ao Hekiun-So, e os dedicantes mais próxim quais o seu secretário, foram buscá-lo de carro na penitenciária de Shizuoka. No início esta que ele sairia às dezenove ou vinte horas; ao tomar conhecimento disso, um grande número jornalistas foi esperá-lo no portão da frente. Para despistá-los e evitar tumulto, a penitenciá saída do Fundador. Dessa forma, facilitaram-lhe as coisas, fazendo-o sair pela porta dos fun volta das vinte e três horas. Ele nada levava consigo. Vestido com uma "yukata" (27) e de tamancos, entrou no carro. Pod notar um pouco de desgaste físico, mas para quem ficara vinte e oito dias preso, seus passo vigorosos. Mal entrou no carro, disse: "O pessoal está bem?" Assim, ao invés de preocuparmesmo, o Fundador quis saber como estavam os outros. (27)

- Vide Luz do Oriente,1o. volume, pág. 80.

92

Os jornalistas que foram despistados ficaram furiosos, mas de nada adiantou. Só um, do Jor esperando perto do Pico Jikoku e conseguiu tirar uma foto de surpresa, que usou para uma exclusiva do dia seguinte. O carro, para evitar possíveis perseguidores, seguiu na direção d aparentando levar o Fundador para sua residência, mas depois dirigiu-se para Hakone. Por três e trinta da madrugada, o Mestre conseguiu chegar sossegado à casa de um conhecido, Bara. No período em que o Fundador esteve preso na penitenciária de Shizuoka, aconteceu um fa importante para a Obra Divina. O primeiro sinal desse fato ocorreu no dia 13 de junho, quan ainda estava na Delegacia Regional de Ihara. Na manhã desse dia, o Fundador começou a s barriga, a qual foi se intensificando e, à tarde, tornou-se insuportável. Ele ministrou Johrei e e com isso a dor amenizou um pouco, mas continuou até a manhã do dia 14. Achando estran perguntou a Deus o que aquilo significava e recebeu a seguinte resposta: "Isso se deve à Gr Providência e não pode ser evitado. Portanto, agüente um pouco." Naquele momento, o Fun deu conta de que o dia seguinte seria 15 de junho, data em que recebera a Revelação Divina Monte Nokoguiri, em 1931, no Estado de Tiba, quando fora dado o primeiro passo da transi da Noite para a Era do Dia no Mundo Espiritual. Além disso, no mesmo dia 14, o Fundador teve um sonho maravilhoso. Sonhou que, no cum Fuji, todo coberto de neve, havia um grande prédio que parecia um palácio. Ele entrou ness mas, quando estava para apreciar a magnífica paisagem de neve, despertou. Desde os temp todos gostavam de sonhar com o Fuji, com águia e com berinjela, pois isso era considerado sorte. Assim, embora estivesse na prisão, o Fundador sentiu que algo de bom iria acontecer se da dor de barriga. "Não há dúvidas de que o meu ventre está sendo purificado para provi progresso da Obra Divina", pensou ele. Com essa convicção, ficou aguardando ansioso. Chegou o dia 15 de junho. À medida que a consciência do Fundador foi se abrindo, um pens começou a tomar forma definida. Relacionava-se à misteriosa Bola de Luz que havia em seu cuja existência ele se conscientizara em 1926, pela Revelação Divina. Posteriormente, ele e essa Bola de Luz era a fonte da Luz da Salvação. Mais de vinte anos depois, no dia 15 de junh o Fundador apreendeu que o Espírito do Supremo Deus havia se assentado nela. Na tarde daquele dia, ele foi transferido para o presídio de Shizuoka. No dia seguinte amanheceu sem apetite e só à tarde conseguiu tomar um copo de leite, que achou delicioso Mestre escreveu mais tarde, esse acontecimento expressava que o Espírito Divino que hab de Luz estava se desenvolvendo tal como um recém-nascido que toma leite. A esse respeito intitulado "Um mistério", ele disse: "À medida que o Espírito de Deus for crescendo e se to adulto, a Bola de Luz irá aumentando o seu brilho e, no futuro, manifestará uma virtude extraordinária.” Figura Caligrafia do Fundador: "Sanka Ketsujitsu" ("As flores caem e os frutos se formam"). O sinete é "Mei-i"

Até essa época de perseguição religiosa, o Fundador viera desenvolvendo a atividade de salva acordo com a Orientação de Deus. Entretanto, após o fato misterioso ocorrido quando ele esta houve uma grande mudança na sua qualificação Divina. Assim, a Bola de Luz, ganhando maio plenitude, passou a manifestar uma força ainda maior que até então. Ao mesmo tempo, a rela Deus e ele tornou-se mais direta e inseparável: Deus passou a manejá-lo livremente. Por isso, aquilo que se realiza de acordo com a orientação do Fundador, é, em suma, a Vontade de Deus Providência. Depois desse acontecimento, ele tomou profunda consciência de que atingira o e união com Deus. Assim, esse fato de extrema importância dentro da Providência Divina aconteceu secre da prisão, quando não havia nenhum discípulo sequer ao lado do Mestre. Essa perseguição religiosa, em que o próprio Fundador foi humilhado, tornou-se um inesquecível para a Igreja. A vacilação dos fiéis foi grande, e a difusão, que havia se desenvo forma impetuosa, estacionou por algum tempo. Entretanto, se pensarmos que, em meio des dificuldade, o Fundador se conscientizou da elevação de sua própria qualificação Divina, ve tudo não passou de um plano misterioso, baseado na Providência Divina. 93

"O Grandioso Deus Para realizar ocultamente Uma obra misteriosa, Escolheu a cela de uma prisão. "

Após ter sido libertado, o Fundador afastou-se de suas atividades por uns tempos e foi desc Hakone, para recuperar-se da fraqueza mental e física em que se encontrava. Deixou tamb as entrevistas com os membros e de ditar os Ensinamentos. Passava os dias tranqüilamente música, por exemplo. Quando foi se recuperando, deu início à confecção de mil quadros com "As flores caem e os frutos se formam", os quais outorgou aos fiéis. Eram quadros que expre este mistério da Providência: assim como é preciso que as flores caiam para que os frutos se meio do sofrimento, há ocorrências Divinas muito alentadoras. Depois que Inoue, o secretário do Fundador, foi preso, no dia 8 de maio de 1950, data em qu a perseguição religiosa, quem ficou no seu lugar foi Teruaki Kawai, que mais tarde se torno da Igreja. Sua principal tarefa era atender os chantagistas que apareciam seguidamente. N Kawai tinha apenas vinte e cinco anos e estava fazendo difusão sobretudo na Região Kansa a primeira vez que iria dedicar ao lado do Fundador, perguntou a este com que espírito deve ao que o Mestre respondeu: "Aqui não existe nada disso." Ouvindo essas palavras, Kawai fa tinha vontade de servir e de se aprimorar, mas o Fundador replicou: "Você deve se aprimora que for necessário em cada ocasião. Não pense neste ou naquele aprimoramento. Ficarei sa fizer o que eu digo." Diante disso, Kawai comentou: "Dessa forma, parece que não há nada c precise me preocupar. É isso mesmo?" O Fundador então confirmou:"Sim. Isso é o que se ch aprimoramento celestial. Entretanto, como as pessoas que me procuram geralmente vêm a dinheiro, é preciso que seja suficientemente inteligente para enxergar a intenção delas e to dianteira. " Pouco tempo depois, o Fundador fora preso e submetido a interrogatórios. Passara aproxim três semanas detido e, sendo solto pela penitenciária de Shizuoka, fora repousar em Hakon tempo. Voltando a Atami, disse a Kawai e às outras pessoas que ficaram cuidando da Igreja sua ausência: "Será que os fiéis não estão vacilantes? O meu sofrimento é imposto por Deus não é nada grave. Mas eles não sabem da verdade e devem estar preocupados." Ouvindo e palavras, todos ficaram comovidos com o amor do Mestre, que, embora ainda enfraquecido preocupava-se com os fiéis. Kawai fora acometido de uma grave tuberculose pulmonar em 1943, quando cursava a Uni Wasseda, só lhe restando esperar pela morte. Entretanto, recebendo Johrei com Issai Naka a pouco, recuperara a saúde e, em contacto com os Ensinamentos do Fundador, despertara novo mundo e decidira oferecer sua vida exclusivamente à Obra Divina. Na ocasião em que ao lado do Mestre, em 1950, ocupava o cargo de Responsável da Filial Tyokushin, ligada à I Tengoku. Quando aquele ainda estava vivo, Kawai dedicava-se à difusão na Região Kansai; tornou-se um dos diretores da Igreja; mais tarde, após o falecimento do Fundador, ocupou o Presidente do Conselho Administrativo e, em seguida, o de Presidente da Igreja.

f) SENTENÇA E REFORMA DA ORGANIZAÇÃO

A acusação do Fundador, de Shibui, de Inoue e de Kaneko foi definida no dia 12 de ju Fundador foi acusado de infração da Lei dos Assuntos Econômicos e de suborno. Por ocasião da grande investigação do dia 8 de maio, alegando algumas infrações legais, a p determinou a prisão dos diretores da Igreja e, com base na sua confissão, mandou prender Fundador. Fundamentada numa confissão feita sob severa pressão, elaborou uma acusação autoridades públicas. Assim, de acordo com seu objetivo inicial, conseguiu levar o Fundado julgamento. Figura 94

A primeira sessão do julgamento. O Fundador aparece na primeira fileira, à direita. O vai até a segunda fileira

A primeira sessão do julgamento foi realizada no Tribunal Regional de Shizuoka, no dia 11 de três meses depois da libertação do Fundador. A Igreja foi bem preparada, sendo defendida po advogados, enhe os quais o ex-Ministro da Justiça Naoshi Obara e o ex-reitor da Universidade Naoshi Obara era aquele advogado que atuara como investigador-chefe no chamado "Caso S acontecimento que, conforme já foi mencionado, presume-se ter sido um dos motivos que lev Fundador a criar uma empresa jornalística, na época em que era empresário, com o objetivo os males da sociedade. O julgamento da Igreja foi realizado em quarenta e uma sessões, dura anos e dois meses. A disputa girou em torno da validade das confissões, e a defesa e a promot permaneceram em pé de igualdade até o fim. O Fundador escreveu um livro falando abertamente sobre a situação em que foram realizad interrogatórios e sobre a verdade desse caso de perseguição religiosa. Nesse livro, publica outubro de 1950 com o título "Registros sobre a Perseguição Religiosa", ele esclarece que s e a de todos os outros réus foi feita sob condições extremamente forçadas. As testemunhas advogados da Igreja comprovaram o fato, mas a promotoria negou-o terminantemente, refo espontaneidade da confissão. A sentença do julgamento foi dada no dia 24 de dezembro de 1952. Ao contrário do que se e vitória da promotoria foi absoluta, e o Fundador e os outros réus foram condenados a presta na prisão. Os fiéis, que acreditavam na inocência do Mestre, ficaram atônitos por algum tem como o cumprimento da pena foi adiado para três anos mais tarde, tranqüilizaram-se um Como era de se esperar, o grupo de advogados ficou extremamente revoltado com a senten revolta não provinha apenas do fato de terem perdido o caso. Para eles, uma vez que o recon de confissão espontânea era a única prova contra a Igreja, não havia nenhuma infração da l admitiam a espontaneidade da confissão. Essa era a opinião uniforme do grupo. Assim, todo incentivaram o Fundador a recorrer, pois, como o fundamento da acusação da promotoria e pensavam que poderia ganhar em caso de novo julgamento. Entretanto, o Fundador acabou recorrendo. Na noite em que foi dada a sentença, ele disse a Yoshi: "Como até agora a Igreja grande expansão em curto espaço de tempo, deve haver, na sociedade, muita gente que a in Entretanto, como ela foi condenada pela sentença decretada hoje, esses sentimentos irão s que é benéfico para nós. Além do mais, ainda que tenhamos sido considerados culpados, a p cumprida mais tarde, não havendo, portanto, muitos danos." Figura

Artigo de um jornal que noticiava a sentença: "Grande alvoroço e surge apenas um rato"

Entre as outras pessoas que foram condenadas, as que pertenciam à Igreja acataram a decisã Fundador e também não recorreram, mas as que não pertenciam imediatamente recorreram Tribunal Superior de Tóquio, após a sentença. Dois anos depois, todos foram absolvidos. Isso porque surgiram suspeitas sobre a espontaneidade da confissão dos indiciados; por falta de p promotoria perdeu a causa. Assim, a inocência do Fundador e dos demais componentes da Ig comprovada, mesmo que indiretamente, após quatro anos e alguns meses. Em junho de 1950, a Igreja deu início à reforma da Organização, pois ficara claro que a pers religiosa fora motivada pela falta de estruturação necessária à expansão da Igreja e pelo desconhecimento das leis. Paralelamente, refletindo-se sobre a inesperada prisão do Funda se que ela ocorrera por ser ele o Líder Espiritual e, ao mesmo tempo, o Responsável e o Rep da entidade jurídica denominada Igreja Messiânica Mundial. Logo depois que ele voltou da prisão, todos os cargos foram extintos e, em seu lugar, foi inst "Comissão Organizadora da Reconstituição da Igreja Messiânica Mundial", que, acatando a Fundador, estabeleceu o seguinte projeto: - Abolir o sistema em que o Líder Espiritual acumula o cargo de Representante e adot Presidência do Conselho Administrativo; - Estabelecer o sistema de diretores, em número fixo de onze pessoas (entre os quais Conselho Administrativo e três diretores executivos); - Criar o cargo de fiscal, em número de três pessoas; - Implantar o sistema de diversos conselheiros. 95

Com isso, o Fundador deixou a posição de Responsável da Igreja, sendo substituído por Nao Okussa. Assim, foi organizado um sistema em que todas as responsabilidades burocráticas encargo dos fiéis. Okussa, que nessa ocasião ocupava o cargo de Presidente do Conselho Administrativo, nas na cidade de Tóquio e, logo após se formar na Universidade Keio Guijuku, instalou uma firm industrial naquela cidade. Em seguida, organizou empresas de mineração e comércio, man desde jovem, seus talentos empresariais. Filiou-se à nossa Igreja em 1943. Entre os seus pa uma senhora que sofria de tuberculose da laringe e podia morrer a qualquer hora; com o Jo ministrado pelo Fundador, ela viveu mais dois ou três anos. Atraído por esse fato, Okussa p Issai Nakajima e, depois da conversa que manteve com ele durante uma noite inteira, resol fiel. Alguns anos mais tarde Okussa, encarregou-se de tarefas importantes na Obra Divina. Apó da Segunda Guerra Mundial, a Igreja teve uma rápida expansão, mas seu relacionamento c sociedade era muito pequeno. Então, utilizando-se de sua vivência, ele apresentava ao Fun indivíduos que podiam ser úteis à Organização e, às vezes servia-lhe de consultor na parte administrativa. Além de se sentir atraído pela personalidade do Mestre, era grande a sua ad pelo ideal que ele alimentava, de modo que, após organizar suas empresas, seguiu o caminh dedicação à Obra Divina como um dos componentes da sede da Igreja. Okussa tinha uma natureza quieta e era de pouca conversa. Todavia, graças à sua fidelidad honestidade, gozava da inteira confiança do Fundador e das pessoas em geral. Especialmen se tornou Presidente do Conselho Administrativo, em 1950, contribuiu para a expansão da responsável pelos assuntos burocráticos, tendo servido ao Fundador com muita devoção. A da ascensão deste, numa época em que a Igreja passou por sérias dificuldades, Okussa pres ajuda à Segunda Líder Espiritual, desenvolvendo um trabalho muito valioso como sustentá Divina. Veio a falecer aos setenta e três anos, no dia 12 de junho de 1968. O conteúdo da reformulação dos órgãos da Igreja foi anunciado pelo próprio Fundado jornal "Eiko" de 23 de agosto de 1950. O jornal "Kyussei", cuja publicação havia sido interro desde a prisão do Mestre, voltava a ser editado; agora, sob aquele nome, e na primeira pági publicado um artigo sobre a reforma em questão, intitulado "A Respeito da Volta do Nosso J Nesse artigo, o Fundador explicava que a perseguição sofrida pela Igreja representava um bênção de Deus para polir o seu espírito. Estendia o assunto à guerra da Coréia, eclodida um depois que ele saíra da prisão, e, confrontando a com o que lhe acontecera, advertia que est iniciando uma purificação de escala mundial. Assim, com base no significado da Providênci ficava esclarecido que, por trás daquela reforma, havia um profundo cuidado de Deus. A re caso, o Fundador compôs poemas com o título "Perseguição Religiosa" "Com a intenção de fortalecer O meu fraco espírito, Deus me impôs Essa perseguição religiosa." “Acho misterioso o meu destino. Fazendo um retrospecto, Vim passando diversas vezes Por caminhos espinhosos." “É meu destino Ter maiores sofrimentos E maiores alegrias Que as outras pessoas."

No dia 5 de fevereiro de 1951, meio ano após o início do novo sistema da Igreja Messiânica Fundador anunciou seu desejo de modificar por completo o sistema de difusão, estabelece regional. Um ano atrás, no dia 4 de fevereiro de 1950, a Igreja Kannon do Japão e a Igreja Miroku do haviam se fundido, sendo instituída a Igreja Messiânica Mundial. Desde então, todas as un religiosas ficaram ligadas às três Grandes Igrejas —Miroku, Tengoku e Taissei — e à Médi 96

Koho (logo elevada à categoria de Grande Igreja). Pela nova organização, elas foram dividid dezessete regionais, devendo formar-se, com a ligação direta dos fiéis ao Fundador, um sist todos pudessem ter o mesmo sentimento que ele. O quadro detalhado do pessoal foi publica de março de 1951, no número 94 do jornal "Eiko". Entretanto, o sistema regional acabou nã implantado nessa ocasião. Teruaki Kawai, que não conseguia compreender a não-concretização do sistema regional, o à elevação da fé e ao progresso da Obra Divina, perguntou ao Fundador por que isso havia a e ele respondeu: "No início eu também concordei em implantar o sistema, mas não deu cert ainda é cedo." Por trás dessa decisão do Fundador, podemos concluir que ele achava cedo p implantar o novo sistema não pela confusão que este poderia acarretar, mas pela situação q atravessava, dentro e fora da Igreja. Assim, o sistema regional limitou-se à apresentação de um plano do Fundador e, até a ascen em 1955, acabou não surgindo a oportunidade para concretizá-lo. A concretização da refor tornou-se, assim, uma tarefa deixada ao encargo dos messiânicos da posteridade. Misterios sistema regional foi concretizado mais de vinte anos depois, em 1972, através do desenvolv Unificação da Igreja (28), realizada pelo então Presidente Teruaki Kawai.

- Reforma da Igreja no aspecto religioso, iniciada a partir de 1969 e realizada com o objetivo de se retornar ao espírito do Fundador e estabelecer a fé centralizada no Solo Sagrado. (28)

97

CAPÍTULO V CONSTRUÇÃO DO SOLO SAGRADO

98

1. SHINSEN-KYO (TERRA DIVINA) - SOLO SAGRADO DE HAKONE a) O PROTÓTIPO DO PARAÍSO TERRESTRE

Com o chocante acontecimento que foi a prisão do Fundador, a Igreja, durante algum dano de ver a linha de difusão recuar bastante. Entretanto, mesmo nesse período a con 99

Sagrado, em Hakone e Atami, continuou a ser desenvolvida a firmes passos, pelas mãos das sólida fé. A construção tivera início em maio de 1944, quando o Fundador se mudou de Tam bairro de Tóquio, para o Solar da Montanha Divina, em Gora, na cidade de Hakone. Assim que adquiriu aquela casa, definindo-a para sua moradia, o Fundador comprou um te cerca de 6.600 m2, o qual fazia parte de uma propriedade pertencente à Estrada de Ferro Tozan e correspondia à área que vai do Museu de Arte até o Palácio da Luz do Sol. Nesse te estava situada a casa de veraneio que ele havia alugado tempos atrás e da qual guardava p recordações. O terreno estava incluído no Parque Gora-En, construído pela Estrada de Ferro Odawara D (posteriormente Estrada de Ferro Hakone Tozan) no período que vai do final da E ra Meiji ao Era Taisho. O Gora-En era constituído de dois jardins, um em estilo japonês e outro em estil foi muito comentado, na época, por sua construção moderna. Entretanto, ele ficou bastante com o grande terremoto ocorrido na Região Kanto em 1923. Tendo permanecido longo tem cuidados durante a guerra, os galhos das árvores estavam todos desordenados, e por isso, m durante o dia, era um parque escuro. A área adquirida pelo Fundador correspondia ao jardi japonês. O objetivo do Mestre, ao comprar terrenos em Hakone e Atami numa época material e psicologicamente difícil, ou seja, entre o final da guerra e logo depois do seu término, era co base na Providência de Deus, uma terra ideal caracterizada pela harmonia entre a beleza n beleza criada pelo homem e fazer dela a base da Obra Divina. Esse Paraíso Terrestre, onde concretizaria a Verdade, o Bem e o Belo, teria a função de protótipo, visando a mostrar a tod humanidade a imagem do Mundo Ideal que seria estabelecido na Terra quando chegasse a oportuna. A propósito, o Fundador escreveu: "O Paraíso Terrestre que temos por ideal é um perfeita Verdade, Bem e Belo." E ensinou, ainda: "Esse Paraíso Terrestre que é a Terra Divin o futuro Paraíso Terrestre, de escala mundial." A construção e a conclusão do protótipo idealizado pelo Fundador estão intimamente relacio o avanço da construção do Mundo Ideal. A esse respeito, ele nos ensinou: "As realizações Div elaboradas em forma extremamente pequena e vão se expandindo gradativamente, até que a amplitude mundial." Superando a grande dificuldade financeira daquela época e vencendo a material, o Mestre desenvolveu a construção do protótipo do Paraíso Terrestre porque estava absolutamente convicto de que ela possuía um profundo significado no desenvolvimento da P Divina. À medida que se iam adquirindo terras em Hakone e Atami e que a obra de construção avança ocorrendo sucessivos fatos misteriosos, os quais mostravam que essas terras tinham sido antecipadamente preparadas pela invisível Vontade Divina. O Fundador explicou isso dizend interessante como os terrenos de que necessitamos vão chegando às nossas mãos uns após o são terrenos dispersos: eles vão se ampliando de um vizinho para outro. O mesmo acontece c tempo. Quando está se aproximando a hora em que teremos necessidade do terreno, os propr nos procuram, para vendê-los. Tudo se processa conforme desejamos." Ele escreveu, ainda: " de que precisamos, surgem abundantemente, num só lugar. Parecem não ter fim, por mais qu escavemos." Mas esses acontecimentos não se limitaram à ampliação dos terrenos e às pedras. Fatos mist como, por exemplo, conseguir na hora certa as espécies de árvores desejadas, ocorreram um número de vezes, durante a construção do protótipo do Paraíso Terrestre. Não seria exagero foi uma seqüência ininterrupta de milagres. Sobre o desenvolvimento da grande construção determinada pela Vontade de Deus baseado na teoria da Transição da Era da Noite para a Era do Dia, escreveu: "Desde 1931, o Mundo Espiritual tende gradativamente a clarear e por isso tornou-se fácil Paraíso. Não são os homens que o constroem, e sim, Deus. Assim, a construção avança natu acordo com o tempo, bastando que o homem trabalhe em conformidade com a Vontade Div quem fez o projeto e inspeciona o trabalho, utilizando livremente grande número de pessoa mim, pode-se considerar que represento o papel de mestre-de-obras. Naturalmente, como minha função, também estou construindo um modelo do Paraíso, fato que é do conhecimen Sendo assim, os terrenos me são oferecidos inesperadamente, em lugares inesperados e po inesperadas. Mal eu sinto que Deus me está dizendo para comprá-los, obtenho a quantia ne maiores sacrifícios. De acordo com o terreno, consigo não só o projeto mais adequado como construtor, e o material necessário também entra na medida exata. Até um arbusto para jar trazido inesperadamente por alguém, e há sempre um lugar onde ele se encaixa com perfei 100

aparecem-me várias árvores ao mesmo tempo e fico sem saber onde colocá-las; entretanto, que tudo isso é feito por Deus, ponho-me a estudar o jardim e começo a plantá-las uma a um Resultado: elas vão se encaixando perfeitamente. Cada vez que isso acontece, vejo que tudo feito por Deus. Quando desejo colocar uma pedra ou uma árvore em determinado lugar, em dias elas vêm às minhas mãos. Que poderá ser isso senão um milagre?" A obra de construção propriamente dita dos jardins da Terra Divina foi iniciada em 19 responsabilidade de um profissional especializado. O Fundador ia ao local todos os dias e d instruções nos mínimos detalhes, até sobre uma árvore, uma planta ou uma pedra. Sem se p normas da construção de jardins, ele construiu a Terra Divina dispondo pedras, plantas e ár um método inovador. Era a expressão da mais elevada arte, que combinava com a natureza Figura

Poema escrito pelo próprio punho do Fundador:"Limpando matagais /Cobertos de planta Construí, em Hakone, / Um jardim de flores. "

Nos jardins da Terra Divina foram usadas grandes quantidades de pedras em vários l composição de rochas da corrente de água, que passa pelo jardim da Casa de Contemplaçã Montanha, e as inúmeras rochas dispostas em vários pontos dele formam um aspecto pecul foi habilmente aproveitada a topografia de Gora, pois todas elas foram encontradas nesse m terreno. Através disso, o Fundador captou a cuidadosa preparação de Deus. Figura

Composição de rochas da Cascata Ryuzu. Pendurando-se uma corrente no centro das toras que se vêem à esquerda, levanta-se a rocha para movê-la. O prédio do centro, no fundo da fo Casa de Contemplação da Montanha

Dizem que as rochas soterradas em Gora caíram lá com a explosão do Monte Soun, situado Terra Divina. Constatando que, durante a construção da Terra Divina, toda vez que ele quer uma pedra em determinado lugar, a pedra adequada aparecia perto dali, o Fundador conclu longínqua antigüidade, Deus já havia preparado aquele terreno. Assim, pelos diversos fatos relacionados à construção do protótipo do Paraíso Terrestre, ele solidificou ainda mais a su que Deus desejava tal construção, esperando vê-la concluída o mais rápido possível. Os gra planos decorrentes dessa crença foram sendo concretizados seguidamente. Em agosto de 1946 ficou pronta a Casa de Contemplação da Montanha, moradia do Fun Divina. Em maio do ano seguinte, reformou-se uma das casas de aluguel que existiam na época do j estilo japonês, a qual recebeu o nome de Hagui-no-Ya (Casa do Trevo); mais tarde, na sua fr concluído o Hagui-no-Miti (Caminho do Trevo). Em 1948, iniciou-se a construção do Soun-R (Alojamento Nuvens Ligeiras), que posteriormente teve o seu nome mudado para Niko-Den Luz do Sol) ; em maio desse ano, foi realizada a sua pré-inauguração, dando-se também iníc construção do jardim e do lago. Os fiéis haviam começado a dedicar desde 1945, mas foi a p obra que se formou o Grupo de Dedicação, o qual passou a ajudar o trabalho dos profissiona maio de 1949, ficou pronto um jardim de rica variedade, que se estendia da Casa de Contem Montanha até o Alojamento Soun. No verão de 1950, inaugurou-se o Sanguetsu-An (Casa d de Chá Monte e Lua), ao lado do qual foi construído o Jardim de Bambus. De 1948 a 1950, a Igreja viu-se atingida por diversos acontecimentos funestos, mas isso não o ritmo da construção. Esta continuou sendo firmemente desenvolvida e, na primeira metad parte fundamental da Terra Divina estava quase pronta. Durante sete dias, a partir de 21 de foi realizado solenemente o primeiro Culto de Outono, no Palácio da Luz do Sol. O número d participantes que vieram de todo o Japão para essa cerimônia foi surpreendente: até o mez especialmente construído na parte sul ficou lotado. No rosto dos fiéis, não havia nem vestíg tenebrosos momentos vividos quatro meses atrás, isto é, dos dias dolorosos e inseguros dec perseguição religiosa. Todos eles mostravam-se contentes por terem conseguido participar qual se festejava a conclusão das bases da Terra Divina. O Fundador compôs dez poemas pa oportunidade, dos quais transcrevemos os que se seguem : 101

"Finalmente está se formando O Paraíso Terrestre. O Culto de hoje Festeja essa alegria. " “A Terra Divina Reflete-se aos olhos das pessoas Como imagem de perfeita Verdade, Bem e Belo. "

Para esse Culto foram convidados artistas de primeira categoria, entre os quais En'nossuke I geração) (1888 - 1963), Kossaburo Yoshizumi (4a geração) (1876 - 1972), Mussei Tokugawa ( -1971) e Kinba Sanyutei (3a geração) (1894 -1964). Após a cerimônia, foram apresentados di números artísticos, e o Fundador e sua esposa passaram momentos alegres e divertidos junto No final do ano, teve início a preparação do terreno para a construção do museu. O trabalho f concluído no verão de 1951 e, no outono, principiaram as obras de edificação dos alicerces, e fortes pilares para a construção de concreto armado. Assim que voltou de sua primeira viage missionária à Região Kansai, o Fundador apresentou o projeto do Jardim dos Musgos, para cu construção se aterraria a depressão do terreno na parte leste da Casa de Cerimônia de Chá M Lua, e pediu a todos os fiéis que oferecessem musgos de diversas regiões. Assim, o terreno co bambu "kumazassa" transformou-se por completo: em seu lugar, dando outro colorido raro à Divina, surgiu um belo jardim de musgos, enriquecido pelo Estilo Rin-pa. Em junho de 1952, inaugurou-se o tão esperado Museu de Arte de Hakone, com o qual ficava concluída a Terra D Comemorando os dois eventos, foi realizado solenemente, durante três dias, o Culto do Paraí Terrestre.

b) O KANZAN-TEI (Casa de Contemplação da Montanha)

A primeira construção iniciada pelo Fundador na Terra Divina foi a Casa de Contemplação d Montanha. Embora se estivesse em plena guerra, ele recebia muitos visitantes e, além diss dedicantes moravam com ele. Assim, o Mestre construiu essa casa pela necessidade de ter residência mais reservada, a fim de poder realizar as tarefas Divinas com tranqüilidade. Aplainando o terreno inclinado ao norte do Solar da Montanha Divina, ele conseguiu uma á aproximadamente 100 m2, onde iniciou a construção. Na época, as edificações estavam con podendo ter mais de 50 m2 e, por isso, o Fundador viu-se obrigado a construir uma casa que ultrapassasse essas dimensões. Dada a impossibilidade de conseguir a madeira necessária daquela que havia comprado para construir um anexo no terreno do Hozan-So, madeira qu sido utilizada, pois, devido à disputa desse terreno, o tribunal o havia proibido de fazer cons nele. Entretanto, embora a madeira estivesse assegurada, havia o problema do transporte. transportar a quantidade de madeira necessária, seria preciso um caminhão e gasolina ma guerra, até isso era difícil para um cidadão. Felizmente, graças à ajuda de um fiel relaciona exército, o problema foi resolvido, tornando-se possível a construção. Eis, porém, que, iniciada a obra, em março de 1945, surgiu outro problema: assegurar a ali dos trabalhadores. Se não lhes fornecessem comida, eles teriam de parar o serviço para ir c a obra sofreria atraso. Nessa época, a situação alimentar era péssima, mas na casa do Fund felizmente, havia um estoque de arroz ofertado pelos fiéis do interior e ele o cedeu aos trab Certo dia, ao vê-lo comendo um simples pão feito de farinha de macarrão, alimento que na é substituía o arroz, um discípulo imaginou que ele estava vendendo este último para empreg nas despesas diárias. Talvez decifrando o seu pensamento, o Fundador lhe disse: "Vou traba casa. Quando ela ficar pronta, a humanidade estará mais perto da salvação. Se deixarmos o trabalhadores passarem fome, a obra atrasará. Por isso estou-Ihes fornecendo arroz." Quando a construção finalmente se normalizou e um terço da obra já estava concluíd ataques aéreos se intensificaram e o estoque de arroz fornecido aos trabalhadores chegou Entretanto, exatamente nessa época, um discípulo chamado Otsuki Kyoji (posteriormente da Igreja Kossei) comprou seis sacas de arroz branco e o enviou ao Fundador, que, através sentiu a vigorosa Vontade Divina de que a obra continuasse. Depois disso, a construção da 102

Contemplação da Montanha prosseguiu normalmente, ficando concluída em agosto de 194 cinco meses após ter sido iniciada nas péssimas condições sociais do período durante e apó Tratando-se de uma casa de apenas 50 m2, foi muito tempo, mas demonstra o esforço feito os inúmeros obstáculos que surgiram. Durante a construção da Casa de Contemplação da Montanha, ocorreu um episódio que co misterioso poder do Fundador. Foi no verão de 1945. Os alicerces estavam prontos, e os pila era hora, portanto, de fazer a cobertura. Três dias depois, entretanto, quando faltavam ape cm para ela ficar terminada, o céu de repente começou a escurecer e surgiram nuvens negr muda com muita facilidade nas montanhas. Isho Murata, escultor de estilo Kamakura, que ocasionalmente estava na obra para inspecionar o local onde iria construir o "biwa-toko" olhando as nuvens, preocupado com a chuva. Nisso, o profissional que estava fazendo a cob correndo ao seu encontro e lhe pediu: "Sr. Murata! Estou em apuros. . . Se eu não terminar o antes que chova, os pilares ficarão manchados. Por favor, diga ao Grande Mestre para fazer coisa!" Em seguida, ele acrescentou que, em trinta ou quarenta minutos, no máximo em um cobertura estaria pronta. Murata, por intermédio de Motokiti Inoue, imediatamente transm pedido ao Fundador, que, no mesmo instante, foi lá fora. - Que aconteceu? - Parece que vai começar a chover a qualquer momento e. . . figura O Fundador e sua esposa, na Casa de Contemplação da Montanha. O quadro pendurad obra "Riqueza do Mar", de Suiho Takeuti - Está bem. Quanto tempo ainda é necessário? - Em uma hora, no máximo, a cobertura estará terminada. - Sim, mas qual o tempo mínimo que ainda leva? - Quarenta minutos. - Ah, é? Então, o Fundador fixou os olhos no céu durante dois ou três minutos, os quais, para Murata estava ao seu lado, pareceram uma eternidade. Depois, voltando-se para o operário, disse: termine logo a cobertura." O profissional terminou o trabalho às pressas e, exatamente no momento em que ia escada, começou a cair uma chuva bem forte. Entretanto, não estava chovendo até cerca metros ao redor da casa; dali para frente, era uma chuva torrencial. Murata, que se torna recentemente, duvidara do resultado daquele olhar fixo do Fundador; constatando, porém próprios olhos, o poder incomum do Mestre, sentiu por ele um respeito tão grande que es instintivamente. Da Casa de Contemplação da Montanha, como seu nome indica, avistava-se, entre outras ele Montanha Daimonji (Pico Myojo), a leste, o Pico Myojin e o Monte Senguem. Mesmo no escal verão, os beirais bem largos proporcionavam uma sombra refrescante, e o vento trazia o ar fr montanhas. Com a expansão da linha de difusão, a vida do Fundador ia ficando cada vez mais atarefada, mas podemos imaginar quanta tranqüilidade e descanso esse panorama deve ter proporcionado ao seu coração. A casa foi usada para os encontros com os diretores da Igreja, com os comerciantes de obra com muitas outras pessoas; aí, também, foram ditados e revisados um grande número de E Ela foi muito importante como ponto central da Obra Divina no Solo Sagrado de Hakone

c) O HAGUI-NO-YA (Casa do Trevo)

Em maio de 1947, o Fundador transportou uma das casas de aluguel localizadas no antigo j estilo japonês do Gora-En para o declive existente atrás da Casa de Contemplação da Monta Depois de reformá-la, deu-lhe o nome de Casa do Trevo. Ele guardava uma lembrança espe casa, pois no final da Era Taisho, quando a Terra Divina ainda era o jardim de propriedade d de Ferro Hakone Tozan, passara um verão numa daquelas casas. Não conseguindo esquece reformou uma delas para usá-la como anexo. No início, a Casa do Trevo era utilizada para hospedar visitantes, mas depois pa exclusivamente para o Fundador fazer as caligrafias a pincel. Em frente a ela foi constr (29)

- Plano localizado ao lado do "toko-no-ma", com aproximadamente 30 cm de altura e uma área de 81 cm2.

103

o Caminho do Trevo. No começo do outono, o trevo "miyaguino" dá flores vermelhas e bran seus galhos pendentes, os quais formam um túnel, proporcionando um espetáculo de graça que deleita os olhos dos visitantes. Figura O Fundador passeando pelo caminho do Trevo

Nesse local, devemos atentar para a disposição das rochas que margeiam o caminho. O tama altura de cada uma foram aproveitados habilmente, de modo a tornar o caminho harmonioso por si mesmo, delinear reentrâncias e saliências. Um especialista em construção de jardins, v composição, comentou: "Geralmente se utiliza o método de ‘enfileirar as faces’, que consiste as rochas em fila, com a parte plana voltada para o caminho; aqui, entretanto, a composição é totalmente diferente, o que me deixou muito surpreso. Na maioria das vezes, não se consegu e ordenar bem as rochas." De fato, colocando-nos no Caminho do Trevo e observando-o de fo atenta, descobrimos nele um sabor muito especial. A sensibilidade com que o Fundador o con utilizando o trevo para esconder, de forma natural, a composição das rochas, a qual exigiu tan trabalho e tempo, causou admiração até mesmo a um especialista no assunto. O Fundador disse: "Como sempre falo, não gosto de falsidade; por isso, além de achar que e usar de artifícios é uma espécie de falsidade e também de esnobação, acho que, de certa for má impressão aos outros." Esse seu sentimento está contido não apenas no Caminho do Tre toda parte dos jardins sagrados de Hakone e Atami.

d) O NIKO-DEN (Palácio da Luz do Sol)

Pouco tempo depois que a Casa de Contemplação da Montanha ficou pronta, as leis que regulamentavam as construções tornaram-se mais tolerantes. O Fundador planejou, então de um local para fazer as entrevistas com seus discípulos e com os fiéis e, com esse objetivo aproximadamente 278 m3 de cedros, que eram propriedade de um templo situado no Estad transportou-os para Odawara em mais de vinte caminhões, a fim de transformá-los em mad seguida, levou-os para a Terra Divina. Pouco depois, vieram oferecer-Ihe um terreno de aproximadamente 2.000 m2, localizado abaixo do Solar da Montanha Divina, e ele imediata comprou. Aplainando esse suave declive, conseguiu um terreno relativamente reto. Solucio problema do material e do local, a obra ia ser finalmente iniciada. Exatamente nessa ocasião, o Fundador conheceu o arquiteto Issoya Yoshida, por intermédi Kossaburo Yoshizumi (4a geração), expoente de "nagauta". Ele gostara muito da casa de Yo sabendo que fora construída por Yoshida, quis conhecê-lo. Mais tarde, descrevendo a impre teve sobre esse arquiteto, disse: "Ao conversar com ele, vi que tinha uma mente muito escla nossas opiniões coincidiam perfeitamente. Assim, achei que fora realmente enviado por De essa convicção, o Fundador pediu a Yoshida que fizesse o projeto do novo prédio que iria co Issoya Yoshida nasceu em Nihon-Bashi, na cidade de Tóquio, em 1894. Após se formar arqu estudar a arquitetura ocidental, tendo ido à Europa e aos Estados Unidos. Maravilhado com das construções do período inicial do Renascimento italiano, aprendeu a importância da tra retornou ao Japão decidido a reconsiderar as construções tradicionais. Apresentando uma tendência a seguir os modelos ocidentais, o mundo arquitetônico japonês teve um grande im aparecimento de Yoshida, que, tomando por base o estilo Sukiya aliado ao estilo das casas d de chá, fez desabrochar uma nova beleza arquitetônica. Figura

Da esquerda para a direita, as Sras. Yoshida e Kotaro, Issoya Yoshida, Kossaburo Yoshi Yoshizumi, o Fundador, a Sra. Kossaburo e Yoshi

Até seu falecimento, em 1974, Yoshida fez muitos projetos, que ficaram na história da cons japonesa, entre os quais o Edifício Yamato Bunka e o prédio principal do Templo Tyugu-ji, e Teatro Cabúqui de Tóquio e obras particulares. Em 1964, foi condecorado com o Prêmio Cu 104

livro intitulado "Jozetsusho", aproveitando as palavras de um célebre arquiteto, mostrou o a ideal das construções residenciais: "Indo à festa de inauguração de uma casa, não achei nad pudesse ser relevantemente elogiado; tampouco encontrei algo a criticar. Também não sen ir logo embora e por isso acabei não me preocupando com as horas, tendo ficado lá um bom Uma casa assim é o ideal." "Sem supervalorizar a raridade, dar um toque especial, com despretensiosa serenidade. . . pensamento de Yoshida em relação à arquitetura deve ter encontrado ressonância no coraç Fundador, que também tinha desenvolvido uma apurada sensibilidade em relação às constr tradicionais do Japão. Ainda no livro a que nos referimos, Yoshida escreveu sobre o sentime deve caracterizar o arquiteto: "Ainda que tenhamos consultado pilhas e pilhas dos mais div de arquitetura estrangeira, a construção que não foi feita com o sexto sentido parece ter alg faltando. Os conhecimentos emprestados de terceiros, na maioria das vezes não servem. Q pensa com toda a sinceridade e amor, tendo sido preenchidas todas as condições, o sexto se funciona." Esse pensamento também coincidia com o do Fundador, que respeitava a intuiçã a construção do Solo Sagrado de acordo com as idéias que lhe vinham à mente em cada Na base do pensamento comum que identificava o Fundador e Yoshida, estava a profunda c que ambos tinham da Arte e o fato de terem estudado na mesma escola — Escola de B elas-A Tóquio — e serem possuidores do sentimento próprio dos "edoko" (30). E não eram "edoko" c Eram dois "edoko" ligados por um caráter extraordinariamente grandioso. Assim, na construção do Palácio da Luz do Sol, como em todas as outras construções do Sagrado, o caminho se abriu graças à proteção de Deus. A obra, iniciada no dia 23 de fevereir transcorreu normalmente, sendo pré-inaugurada em maio do mesmo ano e concluída em ma seguinte. Figura

Interior do Palácio da Luz do Sol. O quadro no "toko-no-ma", ao centro, é o Hinode Kannon, p pelo Fundador. No alto da parede, à direita, vê-se a caligrafia "Palácio da Luz do Sol", també por ele

Inicialmente, esse salão foi denominado Soun-Ryo (Alojamento Nuvens Ligeiras), pelo fato Soun estar localizado logo atrás; em 1950, teve o seu nome mudado para Palácio da Luz do época, como ainda havia leis regulamentando as construções, cujo limite era de 330 m2, ele ser construído obedecendo a essas dimensões, mas em 1951, com o abrandamento das leis Assim, o Palácio da Luz do Sol adquiriu o tamanho que possui atualmente. Yoshida também se encarregou do projeto de ampliação da Casa de Contemplação quando foi construído o jardim de inverno e a sala de banho. "Não há nada Que possa comparar-se A alegria que eu sinto hoje, Vendo construída A morada de Deus." “Está radiante o rosto dos fiéis Que, com a chegada do momento certo, Vieram visitar pela primeira vez O jardim que cultua Deus."

e) O SANGUETSU-AN (Casa de Cerimônia de Chá Monte e Lua)

Em 1947, o Fundador pediu a Seibe Kimura (2a geração), especialista no assunto, que cons Casa de Cerimônia de Chá Monte e Lua. A idéia surgira no verão de 1946. Na época, o gene do exército americano, que ocupara o território japonês, e outros altos oficiais quiseram as cerimônia de chá. Atendendo ao pedido de uma pessoa influente de Atami que tomara conh disso, o Fundador cedeu-lhe a sala de chá do Solar da Montanha do Leste. Há muito tempo (30)

- Pessoa natural de Edo, antigo nome da cidade de Tóquio.

105

chegada do dia em que se apresentaria ao mundo a beleza das construções tradiciona resolveu, nessa oportunidade, construir uma casa de chá, idéia concretizada dois anos d Havia uma misteriosa afinidade entre o Fundador e Seibe Kimura. No ano de 1914, quando empresário e participou da Exposição Taisho, realizada em Tóquio, com um adorno para ca recebendo o Prêmio de Bronze, Kimura participou da mesma exposição com uma sala de ce chá. Quando aceitou o pedido para construir a Casa de Cerimônia de Chá Monte e Lua, Kim estava perto dos oitenta anos. Não obstante, movido pelo entusiasmo e pelo ideal do Funda se de corpo e alma a esse trabalho, com a intenção de construir algo único em todo o mundo empregando a técnica e o sentimento que viera polindo durante longo tempo. No verão de 1 três anos de trabalho, finalmente a casa ficou concluída, ocupando uma área de 82,5 m2 Hamakiti Akiyama, o pedreiro que trabalhou nessa construção, disse : "A Casa de Cerimônia de Chá Monte e Lua foi construída pelo Sr. Seibe Kimura, pelo marce e por mim. Na época, eu freqüentava assiduamente, entre outras residências, a do empresá Yassuzaemon Matsunaga (deputado estadual e presidente da Companhia de Eletricidade K Sr. Koyata Iwassaki (proprietário do Grupo Financeiro Mitsubishi desde a E ra Taisho até lo término da Segunda Guerra Mundial) e a do Sr. Ino Dan (membro do Conselho de Nobres, p da Emissora Kyushu Assahi e conselheiro dos Pneus Bridgestone). Através desses contatos participando também da construção da Casa de Cerimônia de Chá Monte e Lua. O Fundado vez em quando ao local da obra e mostrava-se satisfeito: "Puxa! Está muito bom!" Por suas podia-se perceber que ele era uma pessoa compreensiva e de fino gosto estético. A constru casa de chá comum requer de doze a treze marceneiros; para aquela, teriam sido necessári cinqüenta a sessenta por cada 3,3 m2. Provavelmente não será possível construir outra cas magnífica. O Fundador tinha uma profunda e calorosa compreensão pelo nosso trabalho, e conseguíamos executá-lo com muita satisfação e alegria." Figura O caminho e a vista da Casa de Cerimônia de Chá Monte e Lua

A Casa de Cerimônia de Chá Monte e Lua, atualmente, goza de muita fama na Região K Terminada essa obra, foi construído, pegado a ela, o Jardim de Bambus, que, com suas rochas musgos e com seus bambus crescidos de forma dispersa, possui a graça característica do est Na Era Guen, existiu na China um pintor, chamado Shizui Dan, que pintou muitos quadros de rochas. O Fundador admirava suas obras e, há muito tempo, adquirira algumas. No Jardim de está expressa a sensibilidade desse artista, com pedras e bambus verdadeiros. Os bambus cr inúmeras raízes e dão muitos brotos, formando densos agrupamentos, o que lhes tira a graça evitar isso, teve-se o cuidado de enterrar blocos de concreto entre os bambus. A graça do estilo chinês também foi expressa no aspecto exterior e no telhado azul do construído mais tarde. Nessa parte da Terra Divina, expressou-se uma harmoniosa belez

2. ZUIUN-KYO (TERRA CELESTIAL) - SOLO SAGRADO DE ATAMI a) INÍCIO DA OBRA

A construção da Terra Celestial foi iniciada em 1945, com a aquisição do terreno de aproxim 16.500 m2 onde está situado o atual Templo Messiânico. Na época, o local tinha o nome de I Okubo. Em 1946, adquiriu-se um terreno de mais ou menos 10.000 m2, que compreendia a ergue o Palácio de Cristal e a parte que vai do Jardim das Ameixeiras até o Alojamento Shin isso, a Terra Celestial tomou um aspecto semelhante ao que tem hoje. Mapa resumido da Terra Celestial (1981) 106

1 - Museu de Arte M.O.A 2 - Escada rolante subterrâneo 3 - Entrada para o Museu 4 - Local de descanso 5 - Alojamento para moças 6 - Internato "Tozankaku” 7 - Apartamento para funcionários casados 8 - Hospedaria Nuvem Auspiciosa 9 - Sede Administrativa 10 - Anexo da Sede Administrativa 11 - Templo Messiânico 12 - Monte Límpido 13 - Palácio de Cristal 14 - Colina das Azaléias 15 - Monte Paisagem 16 - Gabinete de Kyoshu-Sama 17 - Jardim das Ameixeiras 18 - Cabana de Cerimônia de Chá "Seiko-Tei” 19 - Alojamento “Shinjin” 20 - Monte Nuvem de Pedras 21 - Casa"Yomei"

Figura Poema escrito pelo próprio punho do Fundador: "Para construir o Paraíso Terrestre, Escolhi Atami, Que possui uma vista magnífica Para o mar e para a montanha"

O local é muito pitoresco e de lá se pode avistar ao mesmo tempo a Baía de Sagami, com a Ilha as Penínsulas Miura e Bosso. Além do mais, é de fácil acesso, possuindo um clima ameno e ab de águas termais; apresenta, portanto, ótimas condições. A esse respeito o Fundador disse: " poderia ser o Solo Sagrado senão uma grande obra de arte preparada por Deus quando criou mundo?" Naquele tempo, entretanto, a região era um lugar montanhoso, fechado e de acesso m para se chegar lá, só havia um pequeno caminho de terra passando por entre as árvores. Ce durante uma entrevista realizada no Solar da Montanha do Leste, o Fundador expôs aos fié planos para o futuro: "Em breve construirei, na montanha em frente, um prédio que compo milhares de pessoas." Para os fiéis, no entanto, era como se estivesse ouvindo falar de um s na época, embora a difusão houvesse crescido, pouco mais de dez pessoas se reuniam para com o Fundador; além disso, a "montanha em frente" a que ele se referia, podia ser avistada do outro lado da estação ferroviária, a uma distância de centenas de metros em linha reta, e coberta de densas matas. Malgrado tais condições, a obra de construção do Solo Sagrado de Atami teve início naquel ano de 1946, com a terraplenagem do local onde existe hoje o Alojamento Shinjin, para aí se casa de administração. Em seguida, a obra foi progredindo firmemente, do Templo Messiân Palácio de Cristal e para a Colina Sekiun (Nuvem de Pedra). O terreno era maior e mais acid o de Hakone, de modo que foi necessário um trabalho de grande escala, para cortar montes depressões. Na época ainda não se dispunha de máquinas, e a maior parte do trabalho teve executada com a força braçal dos grupos de dedicantes. A terra e as pedras, explodidas com eram retiradas com pás, colocadas em caixas e levadas até os vagões, para serem transp 107

b) O PLANO DE DEUS

Na Terra Celestial aconteceu o mesmo que se deu em Hakone: as necessidades eram suprid momento necessário, numa seqüência de milagres. Por exemplo: para o preparo do terreno erigido o Templo Messiânico, foi preciso cortar parte da montanha, surgindo, durante essa quantidade de pedras, que puderam ser utilizadas nos muros levantados em diversos ponto Sagrado. Se essas pedras tivessem sido compradas, as despesas com a sua aquisição e tran sido enormes.

Aconteceu, ainda, o seguinte fato: Figura

Preparação do terreno, feita com pás e picaretas, para a construção do Templo Messiân

Por volta de 1948 ou 1949, quando o terreno do Templo Messiânico estava em pleno prepar Fundador determinou que se construíssem estradas para automóveis, a fim de tornar o trab prático. Para isso, entretanto, era necessário eliminar a inclinação do terreno, o que faria sa quantidade de terra. O encarregado quis, então, saber o que deveria fazer com ela — preoc lógica de uma pessoa na sua posição. O Fundador respondeu: "Não se preocupe com coisas estão por acontecer. É um cuidado desnecessário, porque Deus está conosco. Ele fará o que O encarregado ficou abismado com essa resposta. Pouco tempo depois, foi adquirido o terr Jardim das Ameixeiras, situado num vale muito fundo, de modo que a terra excedente das o estrada pôde ser utilizada para aterrá-lo. As pedras extraídas nessa oportunidade foram em construção da muralha situada próximo ao Alojamento Shinjin. Mais tarde, também, toda vez que havia necessidade de pedras, elas apareciam nas proxim terra que sobrava, servia para aterrar depressões do terreno. Assim, foi um suceder de mila se encaixava perfeitamente. Através desses fatos, as pessoas a eles relacionadas passaram compreender que, se procedessem de acordo com as palavras do Fundador, não haveria err mesmo tempo, essas pessoas fortaleceram a convicção de que Atami, tal como Hakone, era Sagrado preparado por Deus. Figura

Poema escrito pelo próprio punho do Fundador: "Nas terras de Hakone e de Podemos reconhecer l O profundo Plano Divino"

Por volta do final da guerra, quando o povo, abatido pela crueldade da contenda, vivia perse dificuldades do dia-a-dia, o Fundador, com ardoroso entusiasmo, comprou terrenos uns apó aproveitando-Ihes a beleza natural, foi dando a eles um aspecto ainda mais belo. Nem é preciso dizer que o avanço ininterrupto da construção do Solo Sagrado deveu-se às r decisões e orientações precisas do Fundador, o qual sempre estava à frente de sua época. Po não podemos esquecer-nos da sinceridade dos membros, que se esforçavam por correspon do Mestre. Com a união do amor oferecido pelos fiéis de todos os cantos do país, diariament pelo Poder Divino, o Solo Sagrado foi sendo construído. A construção jamais se desenvolveu boa situação financeira. Entretanto, quando e quanto necessário, chegavam às mãos do Fun puras e sinceras ofertas de gratidão feitas pelos membros. Com elas, o círculo da salvação e de receber maior proteção de Deus ia se expandindo. No final de outubro de 1948 o número elevava-se a oitenta e oito mil; em maio do ano seguinte, menos de meio ano depois, totaliza dez mil pessoas.

c) O BAIEN (Jardim das Ameixeiras) e a TSUTSUJI-YAMA (Colina das Aza 108

O terreno destinado à construção do Templo Messiânico ficou pronto no verão de 1950. Cor parte da montanha, conseguiu-se uma área de 3.960 m2. A grande quantidade de terra que obteve, foi utilizada para aterrar uma depressão e até serviu para formar montes. É nesse lu o atual Jardim das Ameixeiras, cuja construção teve início na primavera de 1950. Na época construída a estrada que, saindo do Alojamento Shinjin, passa ao lado do Edifício Nuvem Au atravessa o Jardim das Ameixeiras, contorna a Colina das Azaléias e termina junto ao Temp Messiânico. Dois anos depois, em dezembro de 1952, foi construída uma estrada subterrânea ligando o Te Messiânico ao Palácio de Cristal. Sua construção foi feita com escavadeira. Quando a escavaç atingira a metade do túnel, começou-se a ouvir bem baixinho o barulho da máquina, a qual vin avançando pelo outro lado. Quando esse barulho se tornou mais nítido, a parede de terra que frente desmoronou e pôde-se ver o rosto preto de terra dos componentes do grupo de dedican momento, espontaneamente, ambos os lados soltaram vivas. Na primavera do ano anterior, ficara concluído o Jardim das Ameixeiras, cuja construção le ano. Da mesma forma que a Colina das Azaléias, iniciada em setembro de 1951 e concluída 1952, ele foi idealizado pela sensibilidade artística do Fundador, que admirava muito a arte Rin-pa. Esse jardim caracteriza-se pela graça de seus pequenos montes e pela elegância de todas elas muito antigas. Representa nada mais nada menos que a concepção artística do B Ameixeiras com Flores Vermelhas e Brancas — de Ogata Korin, pintor que o Fundador tant — transposta para a Natureza. Antes da construção do Jardim das Ameixeiras, quando iam ser compradas as árvores, o Fu disse ao jardineiro Issao Morimoto: "As ameixeiras que só dão flores têm pouco perfume. Po plante árvores que dêem frutos e que sejam velhas." Então, Morimoto andou por diversos lo procura de ameixeiras com mais de cem anos. Das trezentas e sessenta plantadas nesse jar parte foi adquirida na Mansão Mitsui, em Oisso, e o restante provém da plantação existente Soga, subúrbio da cidade de Odawara. Pelo fato de se ter gasto muito tempo com a procura árvores, foram necessários quatro anos para arrancá-las, transportá-las e plantá-las. A Colina das Azaléias, anteriormente, era um declive cheio de mato, mas foi coberta c extraída durante a preparação do terreno onde seria construído o Templo Messiânico, e mo formato que possui atualmente. De acordo com a orientação do Fundador, ela deveria apre formato arredondado vista de qualquer direção. Entretanto, a obra estava levando muito te ficava conforme ele desejava. O Fundador ainda não havia dado sua aprovação, mas o jardi achando que o formato estava mais ou menos delineado e sentindo pena dos trabalhadores de dedicantes que faziam aquele serviço, pensou: "Como o formato está mais ou menos pro plantar as azaléias, ele não vai me dizer para arrancá-las." Assim, plantou cerca de trezenta No dia seguinte, os profissionais e o grupo de dedicantes estavam muito tensos, esperando Fundador. Quando este chegou, desceu rapidamente do carro, como de costume e, após um olhos para a Colina das Azaléias, ordenou: "O formato não está bom. Por isso arranque os az comece tudo de novo." Essas palavras breves, mas denotadoras de que ele não admitia tran fizeram com que todos sentissem uma confiança inabalável. Imediatamente, as azaléias for arrancadas, recomeçando-se o transporte de terra. Alguns dias depois, finalmente, ficou co magnífico monte, que, visto de todos os lados, apresentava o formato desejado pelo Mestre contente, ele disse: "Agora está bem." E então as azaléias foram plantadas de novo. Assim orientação deste, surgiu uma arte de jardinagem baseada na beleza da superfície arredo Dias depois, olhando para a Colina das Azaléias com profunda emoção, o Fundador dirigiu p conforto aos dedicantes e aos trabalhadores, pelo árduo trabalho executado: "Vocês conseg Obrigado pelo esforço que fizeram durante tanto tempo." E acrescentou: "Vocês devem te preocupado com o tempo e com o dinheiro gasto para construir essa colina, mas isso não é p Eu quero construir algo realmente magnífico e deixá-lo para a posteridade. Esse é o meu ún pensamento." Ouvindo tais palavras, todos ficaram impressionados pela vigorosa determin Fundador quanto à construção do Solo Sagrado; ao mesmo tempo, sentiram que esta era um valiosa e de importante significado dentro da Providência Divina. As dificuldades enfrentadas na construção da Colina das Azaléias não se limitaram ao delin seu formato. Anteriormente, na aquisição dos pés de azaléias, já houvera uma grande dific Fundador havia determinado que fossem plantados 3.600 pés; entretanto, as azaléias dem para crescer e não era nada fácil encontrar essa quantidade de arbustos com formato e tam semelhantes. No início, procurou-se em Odawara, em T óquio e até nas casas de plantas do Saitama, mas as respostas eram negativas. Quando já se aproximava o dia da conclusão da 109

encarregado foi além de Amagui, visitou uma casa tradicional de Nakaizumoto e procurou t agricultores residentes entre Mishima e Hakone, até que finalmente completou a quantida de pés de azaléias. Através desse fato, ele renovou sua crença de que as palavras do Fundad concretizavam.

d) O KYUSSEI KAIKAN (Templo Messiânico)

O Fundador desenvolveu a construção da Terra Celestial dividindo esta em três partes, às q nome de Seissei-Dai (Monte Límpido), Keikan-Dai (Monte Paisagem) e Sekiun-Dai (Monte N Pedras). O centro é o Templo Messiânico, erigido no Monte Límpido. Esse prédio, como se p foto, é uma construção de concreto armado ao qual se adaptou o estilo de Le Corbusier (188 que, na época, era o estilo arquitetônico mais moderno, tendendo a dominar o mundo das c O Fundador adaptou-o à forma das construções religiosas e projetou-o de maneira ainda m Fez as paredes internas brancas e deu à fachada um desenho simples, utilizando linhas reta e cinza escuro. A área do terreno ocupado pelo templo é de 3.960 m2, sendo que o andar tér aproximadamente 2.300 m2, e o primeiro pavimento, cerca de 1.130 m2, com capacidade p acomodar umas três mil pessoas. Ele foi projetado não apenas para a realização de ofícios r mas para utilidades múltiplas, entre as quais, projeção de filmes e espetáculos de teatro e d possuindo também um camarote para orquestra, destinado a concertos musicais. Para a construção do Templo Messiânico, confeccionou-se, antes, uma maquete de doi quadrados e fizeram-se muitos estudos. Diariamente, numa hora determinada, o Fundador ia Celestial e dava instruções sobre a obra. Especialmente na ocasião de decidir a grossura dos medida que ele mencionou, por intuição, foi exatamente a mesma que o especialista no assun para sustentar o peso de prédio. Terminados os alicerces, deu-se início à construção dos pilar inspecionar oito que já estavam sendo edificados, o Fundador ordenou: "Reconstruam-no, po faltando sinceridade." Derrubar, com força humana, pilares de concreto armado era um serv trabalhoso e demorado, mas eles é que iriam sustentar o prédio. Assim, captando, por intuiçã espiritual, a falha que havia na obra, o Mestre determinou que ela fosse refeita, embora estiv de que seria um trabalho muito custoso. Figura Vista externa do Templo Messiânico por volta de 1957

A construção do Templo Messiânico desenvolveu-se sob a direção do próprio Fundad meio de acontecimentos misteriosos, mas só pôde ser concluída após sua ascensão, ocorrid nome do prédio, que inicialmente era Meshiya Kaikan (Templo Messias), foi mudado para K Kaikan (Templo Messiânico) em março de 1957. Na época, a construção foi efetuada com o de se estar fazendo o melhor prédio possível; devido, porém, à pouca firmeza do terreno e c de precaução quanto à segurança dos visitantes, ele foi reconstruído em 1972, mantendo a Templo Messiânico construído pelo Fundador. Figura

O Fundador, após uma inspeção das obras do Templo Messiânico. A senhora à direita é R

e) O SUISHO-DEN (Palácio de Cristal)

No Solo Sagrado de Atami, a última construção dirigida diretamente pelo Fundador f Cristal. Eis um poema que ele compôs sobre o monte onde está edificado esse prédio :

110

"No Monte Paisagem, Fico embevecido. É como se fosse Um desenho em rolo Que vai se desenrolando."

O Fundador denominou Monte Paisagem o lugar de onde se descortinava o melhor pan Sagrado de Atami, e nele, mais tarde, construiu o Palácio de Cristal. Figura

Armação de ferro do Palácio de Cristal, em que não se utilizaram pilares na parte front esquerda foram retiradas posteriormente

O prédio tem um formato muito original. É uma circunferência de aproximadamente 22 metr diâmetro cortada ao meio. Para que os fiéis e todas as pessoas que visitassem a Terra Celestia pudessem apreciar da melhor forma possível a paisagem que dali descortina, o Fundador con face sul do prédio todo em acrílico. O termo "Cristal" simboliza o mundo ideal, sem impurezas transparência da parte da frente, bem ampla, sem nenhum pilar, é realmente muito adequada nome. Quando o terreno do Monte Paisagem ficou pronto, o Fundador mandou construir um subindo nele, estudou a direção para a qual ficaria voltado o Palácio de Cristal, a altura do chã modo que a paisagem pudesse ser vista da forma mais perfeita possível. O projeto do Palácio de Cristal foi todo idealizado pelo Fundador. Como seu formato arredond ausência de pilares eram muito raros num prédio independente, não se encontrou na época, e lugar, alguém que pudesse calcular sua resistência. Conseqüentemente, o próprio chefe do S do Ministério das Construções encarregou-se do trabalho e até escreveu uma carta de recom modo que o pedido de "habite-se", entregue à repartição competente, no Estado de Kanagaw aprovado incondicionalmente. Figura Praia do leste da Península de Izu vista do Palácio de Cristal

A construção desenvolveu-se em ritmo acelerado, ficando pronta em apenas três meses, gr dedicação dos fiéis provenientes de todo o país. Após sua conclusão, em dezembro de 1954 disse: "O Palácio de Cristal não pertence exclusivamente a nós. Desejo que o maior número se deleite com este lugar pitoresco concedido por Deus." Por trás dessas palavras, percebe sentimento do Mestre, que, preocupando-se até com os pormenores, queria fazer daquele l ambiente de lazer e tranqüilidade não só para os fiéis como para todos que o visitassem O Palácio de Cristal tornou-se famoso no mundo arquitetônico, e pessoas relacionadas a ess provenientes dos mais diversos locais, freqüentemente iam visitá-lo, para estudos. O Funda que a muralha de pedra situada atrás do prédio, a qual forma uma reentrância, representa cor vermelha do tapete representa o Sol.

3. AS DIVERSAS INSTALAÇÕES DA IGREJA EM ATAMI

111

a) O TOZAN-SO (Solar da Montanha do Leste)

Entre a aquisição do Solar da Montanha do Leste, situado em Atami, e a construção do Tem Messiânico, na Terra Celestial, o Fundador comprou dois prédios, um no bairro de Shimizu bairro de Sakimi, ambos na cidade de Atami, para usá-los como Sede Provisória. Como sua moradia particular, em substituição ao Solar da Montanha do Leste, adquiriu o Solar da Nu Esmeralda, no bairro de Minaguti, também em Atami. Essas instalações, dispersas pela cid elas relacionadas ao Fundador, desde antes do término da guerra, constituem valiosos préd contam a história da Igreja e nos quais a Obra Divina foi desenvolvida durante mais de d Conforme já foi mencionado, desde 1944 o Fundador passara a morar no Solar da Montanha durante o inverno e, a partir deste local, desenvolveu a construção do Solo Sagrado na Terra C Ao mesmo tempo, por um período de quatro anos, utilizou o anexo do Solar como local para e com os fiéis. Nessa época, ele dividia os principais encontros entre os dias 1º e 9. As entrevist realizadas três vezes ao mês: no início, no meio e no final; o dia 10 era para descanso. Quando entrevistas, o Fundador geralmente fazia caligrafia a pincel ou ditava Ensinamentos durante na sala Komyo, no anexo do Solar e, na parte da tarde, cuidava do jardim. Com o mar claro estendendo-se bem diante dos seus olhos, num jardim onde batia bastante sol, podava as plan uma tesoura, para que ficassem redondas; no começo da primavera, quando a velha ameixeir beira do lago floria, ele ficava em pé na frente dela e não se cansava de apreciá-la.

"Com sua bela vista Para o mar e a montanha, Possui também Fartura de águas termais. Não me canso de Atami." Figura Vista externa do Solar da Montanha do Leste "Abrigado do inverno Em meu quarto, Olhava todos os dias, Pela janela, O tranqüilo mar de Izu."

Na época do primeiro proprietário do Solar da Montanha do Leste — Kengo Ishu, president Dai-iti — a família do jardineiro morava com ele. Depois de adquirir o Solar, o Fundador quis pessoas continuassem morando ali, e sempre se preocupava com elas. Durante e depois da período de dificuldade alimentar, dava-Ihes arroz e verdura e dizia-Ihes com carinho: "Em c tudo com fartura, de modo que, se houver algo que desejem comer, podem levar." O jardine as pessoas de sua família sentiam-se muito gratos por essas atenções e durante longo temp com muita devoção.

Fato semelhante ocorreu quando o Fundador adquiriu o Solar da Montanha Divina, em Hak anexo do bairro de Shimizu, em Atami, comprado posteriormente. Para o zelador do Solar d Montanha Divina, ele deu uma casa situada em Minotaira, local um pouco afastado de Gora anexo do bairro de Shimizu, permitiu que o zelador continuasse morando ali e cuidando Figura Sala de entrevistas, no anexo do Solar da Montanha do Leste 112

Atualmente, o Solar da Montanha do Leste é conservado como Prédio em Memória do F visitado por fiéis de todos os países.

b) A SEDE PROVISÓRIA DO BAIRRO DE SHIMIZU

Cerca de três anos após o término da guerra, o crescimento da difusão continuava espantos de pessoas desejosas de se entrevistarem com o Grande Mestre elevava-se cada vez mais, n os recém-ingressos na Fé, como entre aqueles que eram fiéis há muito tempo. Com isso, as e anexo do Solar da Montanha do Leste iam se tornando impraticáveis. A partir de agosto de 1 da inauguração provisória do Alojamento Nuvens Ligeiras, realizada em maio, elas passara feitas aí. Nesse mesmo mês de maio, o Fundador comprara a casa de veraneio do Presidente Companhia Petrolífera Ogura, situada no bairro de Shimizu, no centro de Atami, onde insta Provisória; de outubro em diante, realizou as entrevistas nesse local. Figura Vista externa da Sede Provisória de Shimizu

O terreno da Sede tinha aproximadamente 3.300 m2, sendo que o prédio ocupava uma área d menos 570 m2, parte da qual foi utilizada como sala de entrevistas. Comparando-se com o So Montanha do Leste, era bem mais amplo; entretanto, com o aumento cada vez maior do núme pessoas, tornou-se pequeno em pouco tempo. Os fiéis que não conseguiam entrar, tinham de a cultos e participar das entrevistas em pé no jardim, durante mais de duas horas. Assim, para q pudessem desfrutar de maior comodidade, colocou-se ali, de início, um abrigo de lona e, poste uma cobertura provisória, fazendo-se um corredor externo. Por ocasião do grande incêndio ocorrido em Atami no dia 13 de abril de 1950, todos os préd redondeza, conforme já se disse, foram destruídos pelo fogo; todavia, rodeada pelas árvore carbonizadas, a Sede restou, o que constituiu um grande milagre.

Figura O Fundador durante uma entrevista na Sede Provisória de Sakimi

c) A SEDE PROVISÓRIA DO BAIRRO DE SAKIMI

Na Igreja Miroku, há muito se planejava a construção de uma sede. Decidiu-se, então, cons bairro de Sakimi, próximo da estação ferroviária de Atami, um sobrado de madeira onde tam haveria um local para hospedar os fiéis. Entretanto, quando os alicerces já estavam concluí o grande incêndio e, pouco depois, a perseguição religiosa, de modo que a obra esteve inter temporariamente. Resolvido esse problema, foi reiniciada. Certo dia de outubro em que Sh lá, ocasionalmente o Fundador chegou, expressando-lhe seu desejo de usar o prédio como s provisória, porque a de Shimizu já se tornara pequena e ficara muito danificada pelo incênd Acrescentou que pretendia utilizá-lo a partir do dia 23 de dezembro e por isso gostaria de q construção terminasse em tempo. Obedecendo a essas palavras, Shibui desenvolveu a Obra com novo espírito. O Fundador de o nome de Sede Provisória de Sakimi, começando a usá-lo como local para entrevistas no di dezembro de 1950. Figura

Vista externa do Solar da Nuvem Esmeralda e a ameixeira branca que o Fundador tanto 113

d) O HEKIUN-SO (Solar da Nuvem Esmeralda)

As entrevistas na Sede Provisória de Shimizu tiveram início em outubro de 1948 e, desde en Fundador morou lá durante certo período. Nisso, apareceu à venda uma casa muito boa, pe Estação Kinomiya, na linha Ito. Ela pertencera à família Kuninomiya e por esse motivo era u construção excelente. Estava situada num lugar pitoresco, de onde se avistava a Ilha Hatsu cidade de Atami, e sua parte leste era aberta. O Fundador gostou muito dessa casa e compr imediatamente, dando-Ihe o nome de Solar da Nuvem Esmeralda. Estabelecendo nela sua r à Sede de Shimizu para dedicar-se às tarefas da Obra Divina. Entretanto, como, na época, o chantagistas o viviam perseguindo, a existência da casa foi mantida em segredo por algum Quando havia cultos em Shimizu, o Fundador entrava e saía discretamente pelos fundos O período em que o Fundador residiu no Solar da Nuvem Esmeralda, foi o mais atarefado d vida, devido à grande expansão da Igreja; ao mesmo tempo, foi a época em que se concretiz diversas Providências Divinas. Essa casa é muito importante por ter sido o local onde ele pa últimos anos de sua vida, desenvolvendo a Obra Divina de acordo com o Plano de Deus, e ta local onde ocorreu sua ascensão.

4. O SOM DA CONSTRUÇÃO a) O GRUPO DE DEDICAÇÃO

A construção dos Solos Sagrados de Hakone e de Atami foi executada por profissionais e por integrantes do Grupo de Dedicação. Esse grupo era composto por homens e mulheres jovens provenientes de todo o país. Ao partirem de suas respectivas Igrejas, eles o faziam como seus representantes. Por isso, incentivados a dedicarem também pelos que não podiam participar empenhavam-se na construção com imensa alegria e boa vontade, por terem recebido tal per homens estavam divididos de acordo com sua força física: os que trabalhavam no corte de mo no transporte de terra em carretas, no serviço de ajudante de jardineiro etc. As mulheres se encarregavam dos trabalhos leves e do preparo das refeições. Nos dias de chuva, em que não possível trabalhar na construção, tanto os homens como as mulheres iam preparar a tinta car Fundador utilizava para fazer caligrafias. Entre os dedicantes, havia muitos que tinham sido desenganados pelos médicos e foram sa Johrei, mas todos suportavam muito bem aquele trabalho pesado, conseguindo cumprir sua pedidos para dedicar na construção chegavam ininterruptamente, vindos de todo o Japão, e número de fiéis foi enviado para o local das obras. Na ocasião de atender os pedidos, porém cuidado para fazê-lo imparcialmente, não desfavorecendo nenhuma Igreja. Figura

O Fundador durante uma inspeção pelos arredores da árvore situada abaixo da Escadar

A situação conturbada do período pós-guerra perdurava, mas nada conseguia tirar daquela alegria de poderem dedicar na construção do Solo Sagrado, sentindo de perto o Poder Divin convivendo com quem tinha os mesmos ideais. Especialmente o fato de poderem encontrar que ia todos os dias inspecionar a obra, era motivo de imensa gratidão e alegria para elas, d seus problemas desapareciam. Todos os componentes do Grupo de Dedicação, sem exceções, empenharam-se devotadam considerando aquele lugar como o Sagrado Jardim de Deus. Durante o trabalho, tinham em estarem concretizando o modelo da sociedade ideal que haveria de existir na Terra. Conseq como se tratava da construção do protótipo do Paraíso, estavam conscientes de que tudo q de bom e de mau na Terra Divina e na Terra Celestial iria se refletir na sociedade. Mas isso apenas uma convicção; era, também, motivo de orgulho para eles. Esse sentimento de miss na forma como trabalhavam. Quando recebiam do encarregado de obras um serviço fora d 114

programação, todos, mesmo que estivessem exaustos, corriam para o local, um querendo c do outro, com o desejo de executar o trabalho custasse o que custasse. Na época, quando ia Solo Sagrado, os componentes do Grupo de Dedicação faziam-no com o espírito mais nobre servir sem nada buscar em troca. Assim, levavam consigo arroz e dinheiro para suas necess Entretanto, de todo o país chegavam-lhes alimentos em grande quantidade, oferecidos pelo manifestação de sua gratidão por aquelas pessoas, que estavam dedicando na qualidade de representantes. Os dedicantes, por sua vez, também os recebiam agradecidos, sentindo a s dos fiéis nessas valiosas ofertas. Havia, porém, entre os inúmeros componentes do grupo, alguns que, apesar de serem memb Igreja, constituíam um problema até mesmo para suas próprias famílias. Para que pessoas de viessem dedicar no Solo Sagrado existia um motivo justificável: aqueles que as cercavam, em fizessem o máximo pensando no seu bem, não conseguiam mudar seu íntimo e então faziam-n participar da dedicação pela crença de que elas só poderiam mudar recebendo a Luz do Solo Em abril de 1952 havia um grupo de vadios entre os dedicantes de Atami. Conquanto fossem fortes, não tinham vontade de dedicar. Passavam as horas debochando do trabalho dos dema obedeciam às instruções do encarregado, a quem chegavam a tachar de incompetente. Pouc o início da dedicação, começou a desaparecer seguidamente dinheiro, relógios e outros perte dedicantes. Segundo opinião geral, os culpados eram aqueles indivíduos vadios. Algumas pes exaltaram, querendo logo colocar tudo em pratos limpos, mas ficou decidido que todos iriam velar por eles, para que reconhecessem seus erros e mudassem de atitude. Pouco tempo depois, a atitude dos jovens principiou a mudar. Eles começaram, então “Não está certo que só nós fiquemos sem fazer nada, quando viemos aqui para dedicar." passaram a participar dos trabalhos com os demais componentes do grupo. No momento em empenharam para valer, apresentaram um rendimento admirável, dando conta do serviço d três pessoas. E não foi só: o dinheiro e outros objetos que haviam desaparecido, foram send devolvidos. Quando os outros dedicantes se ausentavam para o trabalho, eles os colocavam seus lugares sem que ninguém visse. No fim do período de dedicação do grupo, durante uma confraternização realizada no aloja indivíduo que era uma espécie de líder daqueles jovens, subitamente, levantou-se e, choran que, através do contacto com a postura de todos durante a dedicação, percebera que seu m estava errado. Manifestando o propósito de mudar seu pensamento e viver com seriedade d diante, ele se desculpou do fundo do coração, pela sua falta de respeito. Em seguida, seus c se levantaram sucessivamente e também se desculparam. Os demais componentes do Grup Dedicação, tocados por esse quadro, cumprimentaram-nos pela mudança de pensamento, geral. Houve muitos outros exemplos de pessoas que, tendo firmado o propósito de elevar-se espi através de sua dedicação na construção do Solo Sagrado, iniciaram uma vida nova. Muitas vontade de se dedicar integralmente à Obra Divina e voltaram para seus lares decididas a s carreira missionária. Vendo a atitude dedicada dos fiéis, os trabalhadores profissionais já n executavam as tarefas apenas porque aquela era a sua profissão; passaram a realizá-las com considerando-as como trabalhos atribuídos por Deus. Figura

Primeira turma do grupo de dedicantes que participaram da construção da Terra Celest

Pela absoluta confiança que depositava nos dedicantes, o Fundador não estabeleceu horári e saída. Quanto ao prazo para o término de cada obra, também estava sob a responsabilidad desenvolviam os trabalhos por iniciativa própria. Até os profissionais, que começaram a tra se estivessem iniciando um serviço comum, foram tomando uma postura diligente à medida vivendo naquele ambiente. A propósito, o Fundador escreveu: "Todos estão tão entusiasma querem saber de problemas trabalhistas. Executam as tarefas da melhor forma possível, co vontade de que tudo esteja ao meu gosto, e por isso os resultados são de uma categoria com encontra na sociedade. Dependendo do serviço, eles usam lâmpadas e ficam trabalhando at da noite. Vejo isso acontecer com muita freqüência." Figura 115

Décima primeira turma de dedicantes que participaram da construção da Terra Divin Atrás, vê-se o Museu de Arte em construção

Com base na sua experiência de empresário e na realidade do Mundo Ideal evidenciada por Revelação Divina, o Fundador depreendia, através da obra de construção do Solo Sagrado, verdadeira imagem do relacionamento entre patrão e empregado. Nessa obra, ficou patent quando o empregado trabalha com todo afinco para engrandecer o patrão e este também te objetivo a felicidade e o bem do empregado, o trabalho se desenvolve num ambiente celesti mais, e a empresa prospera. A obra de grande escala efetuada em Hakone e Atami foi realizada logo após o término da S Guerra Mundial, quando os materiais e a maquinaria eram limitados. Conseqüentemente, c dissemos, ela foi quase que totalmente executada pelas mãos humanas. Numa grande obra força humana é o elemento principal, costumam acontecer acidentes; aquela, entretanto, g proteção Divina, desenvolveu-se sem a ocorrência de nenhum acidente considerável. Certa que se pensou que iria ocorrer um grave acidente, ele foi milagrosamente evitado. No dia 8 1949, o jornal "Hikari" noticiou o seguinte fato : "A construção do templo no Monte Zuiun, em Atami, apresenta um adiantamento inesperad fervorosa dedicação de todos os fiéis. Dias atrás, aconteceram dois milagres misteriosos, qu absolutamente não foram uma simples coincidência. Um deles ocorreu por ocasião da esca montanha. Quando se escavam montanhas muito íngremes, ocorrem freqüentes desmoron terra, os quais são extremamente perigosos. Ora, durante o trabalho de alguns dedicantes, desmoronamento bem em cima deles. Como isso aconteceu de repente, eles não tiveram te fugir. Assim, pensou-se que todos tinham ficado soterrados, mas qual não foi o milagre! Os d estavam enterrados só até a cintura e seus ferimentos eram mínimos. Assim que foram soco companheiros, recomeçaram a trabalhar normalmente. O outro milagre evidenciou-se dura transporte de uma carreta, que caiu num barranco de mais de dez metros de altura. A pesso conduzia chegou a pensar que ficaria esmagada sob ela, mas, emaranhando-se no mato que barranco, foi salva por um triz."

O fato que se segue aconteceu no verão de 1945, quando se estava colocando o telh Contemplação da Montanha. Em Hakone, o transporte de rochas enormes era muito freqüente. Havia, portanto, um grand Um jovem que dedicava na construção do jardim em volta daquela casa, prendeu a mão entre rochas, e o sangue imediatamente começou a escorrer. O Fundador passava por ali bem ness tão logo viu o que estava ocorrendo, começou a ministrar Johrei do lugar onde se encontrava, metros e sessenta de distância do rapaz. O sangue, que saía em grande quantidade, estancou de três minutos. Vendo isso, o Mestre deixou o local como se nada tivesse acontecido, mas as que ali estavam ficaram maravilhadas, sentindo-se tomadas por uma sensação arrepiante, se emoção que se tem ao vencer uma guerra. Abismadas, permaneceram estáticas, olhando o F afastar.

b) A CONSTRUÇÃO DOS JARDINS E OS PROFISSIONAIS

A partir de 1944, o Fundador costumava passar de quatro a cinco meses em Hakone (época ano), e o restante do ano, em Atami. Quando estava nesta cidade, quase todas as tardes, ele Celestial, para dar instruções sobre a construção, e permanecia lá durante uma ou duas ho em Hakone, saía várias vezes para o jardim, mas ao entardecer, sempre dava uma volta de u pela Terra Divina, andando bem devagar. Nessa ocasião, às vezes também dava instruções mas sem se deter em pormenores. Ao ver o que ficara pronto, dizia: "Está bom" ou "Não est dava novas instruções. Uma vez dito "Está bom”, a coisa estava decidida, e ele jamais voltav no assunto. De início, quando os profissionais recebiam suas orientações, ficavam aborreci pensando: "Ele é um amador e fica dando instruções." Entretanto, devido ao aguçado sexto o caracterizava e ao modo como ele dirigia o trabalho, jamais vacilando quando colocava um logo lhe tiraram o chapéu e, pouco a pouco, passaram a obedecer-lhe de boa vontade. 116

O discernimento e as decisões do Fundador eram tão rápidos que as pessoas que recebiam instruções, ficavam em apuros para seguir-lhe o ritmo. Os profissionais e os dedicantes, rec ordem sua, mostravam-se preocupados com o prazo e o orçamento e, freqüentemente, ach seria impossível executar a tarefa. Entretanto, quando eles se empenhavam com todas sua concluindo um trabalho depois de refazê-lo duas, três vezes, constatavam que ele havia fica o Fundador determinara. Surpreendiam-se, então, com sua visão precisa e com a grandeza inteligência. As instruções e os planos do Mestre tinham por base a previsão de um futuro bem distante e ouvindo suas palavras, as pessoas não percebiam sua verdadeira intenção, sentindo-se per Entretanto, com o passar do tempo, aquilo que acreditavam não passar de um sonho, torna realidade, e elas compreendiam que a suposta utopia na verdade era um plano racional. Ao executar uma tarefa, o Fundador costumava dizer: "Basta que façam como eu digo fazer." Entretanto, quando se tratava de pessoas experientes, a tendência era que elas colo próprias idéias em ação, não conseguindo obedecer às instruções do Fundador. Havia algum recebiam repreensões um tanto estranhas: "Você trabalha bem demais e, por isso, o trabalh bom. Aqueles que não conhecem o serviço de jardinagem ou qualquer outro, fazem conform para fazer. Quem o conhece, executa-o de acordo com a sua própria cabeça. Isso não é b O fato que se segue, aconteceu na época em que estava sendo construído o Jardim dos Mus Terra Divina, em 1952. O Fundador mandou que o jardineiro movesse, uns trinta centímetr grande rocha existente num canto do jardim, mas ele a moveu apenas alguns centímetros. O mandou que refizesse o trabalho e, desta vez, o jardineiro moveu a pedra apenas dez centím Mandando-o executar o serviço de novo, o profissional ainda não o fez de acordo com suas i então, sem outra alternativa, o Fundador chamou o chefe dos jardineiros. Este prestou bast às suas palavras e, em três ou quatro horas, concluiu o trabalho conforme lhe fora indicado questão encaixou perfeitamente no local.

Ensinando a importância da docilidade, o Mestre sempre dizia: "Ainda que o pessoa s com capacidade para realizar algo, ela deve fazer docilmente aquilo que eu digo para fazer. assim, conseguem-se resultados magníficos." Esse era também o princípio que o norteava n dia-a-dia, mesmo estando no estado espiritual em acordo com a Vontade de Deus. Além do fator docilidade, devemos ver, nesse episódio da rocha, o zelo que o Fundador tinha construção do Solo Sagrado. Se a rocha estivesse bem no meio do jardim, estaria muito à vi pessoas e, por isso, seria até natural que fosse preciso refazer o trabalho duas ou três vezes Ela estava em frente do salão de descanso do Museu de Arte, escondida atrás da ponte que Jardim dos Musgos, não ficando muito à vista das pessoas. Além disso, era tão grande, que d pessoas não conseguiam movê-la. Para deslocá-la um pouco era preciso usar uma cremalhe num cavalete formado de três toras. Se fosse atualmente, ela seria facilmente deslocada co mas, na época, tudo era feito com a força humana, de modo que o trabalho não era nad Na construção do Jardim Sagrado, como vemos, sem se importar com o trabalho e o tempo despendidos, o Fundador esforçava-se para construir algo que realmente estivesse impreg até mesmo tratando-se de uma rocha situada num canto. Esse seu sentimento está contido pormenorizadamente em cada árvore e em cada pedra dos Solos Sagrados de Hakone e FIM DO SEGUNDO VOLUME

117

View more...

Comments

Copyright ©2017 KUPDF Inc.
SUPPORT KUPDF