Livro Testes Entre Palavras 10
March 24, 2017 | Author: Ana Cristina | Category: N/A
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Índice 1. 2. 3. 4.
Testes de diagnóstico ...........................4
Testes-modelo IAVE ..........................12
Testes de compreensão do oral ........68
Anexos ................................................84 Critérios gerais de classificação dos testes .............................................84 Matriz dos testes de diagnóstico .........86 Matriz dos testes-modelo IAVE ..........87 Grelha de correção/cotação .................88
5. 5. Soluções......................................... 90 2
Soluções .............................................90
1. Testes de diagnóstico
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Teste de diagnóstico
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Teste de diagnóstico
GRUPO I A Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário e as notas apresentados. 5 10 15 20 25 30 -
Ela era gorda, baixa, sardenta e de cabelos excessivamente crespos, meio arruivados. Tinha um busto 1 enorme, enquanto nós todas ainda éramos achatadas2. Como se não bastasse, enchia os dois bolsos da blusa, por cima do busto, com balas3. Mas possuía o que qualquer criança devoradora de histórias gostaria de ter: um pai dono de livraria. Pouco aproveitava. E nós menos ainda: até para aniversário, em vez de pelo menos um livrinho barato, ela nos entregava em mãos um cartãopostal da loja do pai. Ainda por cima era de paisagem do Recife 4 mesmo, onde morávamos, com suas pontes mais do que vistas. Atrás escrevia com letra bordadíssima5 palavras como «data natalícia» e «saudade». Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. Como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorarlhe emprestados os livros que ela não lia. Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informoume que possuía As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendoo, dormindoo. E, completamente acima de minhas posses. Disseme que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria. Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança de alegria: eu não vivia, nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam. No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava num sobrado6 como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem para meus olhos, disseme que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscálo. Boquiaberta, saí devagar, mas em breve a esperança de novo me tomava toda e eu recomeçava na rua a andar pulando, que era o meu modo estranho de andar pelas ruas de Recife. Dessa vez nem caí: guiavame a promessa do livro, o dia seguinte viria, os dias seguintes seriam mais tarde a minha vida inteira, o amor pelo mundo me esperava, andei pulando pelas ruas como sempre e não caí nenhuma vez. Mas não ficou simplesmente nisso. O plano secreto da filha do dono da livraria era tranquilo e diabólico. No dia seguinte lá estava eu à porta de sua casa, com um sorriso e o coração batendo. Para ouvir a resposta calma: o livro ainda não estava em seu poder, que eu voltasse no dia seguinte. Mal sabia eu como mais tarde, no decorrer da vida, o drama do «dia seguinte» com ela ia se repetir com meu coração batendo. Clarice Lispector, «Felicidade clandestina», in Contos de Clarice Lispector, Lisboa, Relógio d’Água, 2006.
Vocabulário 1
seios; 2 os seios não se notavam ainda; 3 rebuçados; 4 cidade do nordeste brasileiro; 5 muito bem desenhada; 6 edifício com vários andares
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Divide o texto em duas partes lógicas, justificando. 2. Caracteriza psicologicamente a narradora, tendo principalmente em atenção a sua relação com a leitura.
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Teste de diagnóstico 1
3. Para sugerir a sua felicidade perante a perspetiva de poder ter acesso a um livro que muito desejava ler, a narradora serve-se de uma sucessão do mesmo recurso expressivo. Identifica-o apresentando pelo menos um exemplo. 4. Explica por que razão a narradora ficou «Boquiaberta», l. 23, quando percebeu que não iria receber o livro emprestado.
B Escreve um texto que tenha entre 80 e 130 palavras no qual apresentes um livro que tenhas lido e aconselhes outros jovens da tua idade a lêlo.
GRUPO II Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário.
Inês de Castro e o seu tempo 5 10 15 20 25 -
A figura de Inês de Castro, na aventura amorosa que viveu com D. Pedro, herdeiro do reino de Portugal, bem como a sua morte trágica, quase sempre é evocada em termos romanceados, tendo servido de mote a uma gama variada de expressões artísticas. Mas certo é que esse acontecimento deve ser explicado pela investigação histórica inserido no conhecimento genérico do tempo em que ocorreu. De facto, Inês de Castro não era uma dama de família desconhecida. Antes pertencia a um núcleo que, no reino vizinho1, engrossava as fileiras de uma oposição senhorial 2 com que o respetivo rei permanentemente se confrontava. Por isso, a sua ligação ao reino de Portugal, nomeadamente ao herdeiro do trono, não estava isenta de consequências políticas. Importa, pois, analisá-las para que possamos perceber as circunstâncias concretas que poderão explicar a atitude de Afonso IV de Portugal ao consentir no assassínio da jovem apaixonada de seu filho e herdeiro. Essas explicações não poderão cingir-se à política interna portuguesa, às rivalidades sociais, ou aos problemas económicos, mas deverão enquadrar-se no todo peninsular, onde importa confrontar sobretudo a política luso-castelhana, nas relações de proximidade entre os reinos no período que decorreu entre 1325 e 1369. Quer isso dizer que importa entender, por parte de Portugal, os reinados de D. Afonso IV (1325-1357) e de D. Pedro I (1357-1367) e, em Castela, a parte final do reinado de Afonso XI (13121350) e o de Pedro, o Cruel (1350-1369). Mas impõe-se ainda ter presente que toda esta ação decorre no século XIV, século marcado por um cortejo de calamidades que tiveram amplas repercussões a nível social, económico e, obviamente, político, nos reinos do ocidente europeu. Tradicionalmente, caracteriza-se esse século como o do outono da Idade Média3, mas também como o século «das fomes, das pestes e das guerras», desastres capazes de alterar o processo dos reinos que, depois do século XI, tinham iniciado um caminho de reorganização de instituições e reconhecimento do poder régio. Precisamente esse caminho visava a recuperação da autoridade dos monarcas, o que exigia o domínio dos grandes poderes senhoriais-feudais, que haviam caracterizado o tempo anterior. Ora, de entre os desastres que marcaram o novo século, devemos distinguir dois que tiveram uma extraordinária dimensão e de algum modo foram pano de fundo em muitas das situações calamitosas vividas na Europa de Trezentos: a Guerra dos Cem Anos que, iniciada em 1337, se estenderia, ainda que com algumas interrupções, até 1453, e a Peste Negra, com um período de ação fortíssima, que decorreu entre 1347 e 1350. (…) Estas calamidades seriam responsáveis por graves crises sociais. Manuela Mendonça, «Inês de Castro – uma vítima da política ibérica do século XIV?», in Inês de Castro 1355-2005 – Exposição bibliográfica, Lisboa, Biblioteca Nacional, 2005, pp. 21-22. (Texto adaptado) Vocabulário 1 em Espanha; 2 oposição ao rei por partes de senhores, de nobres; 3 fase da Idade Média em que esta se aproxima do seu fim
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Teste de diagnóstico
1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.5, seleciona a opção que permite obter uma afirmação correta. 1.1 A história amorosa de Inês de Castro deu origem (A) a muitos romances. (B) a investigações históricas. (C) a poemas, romances, peças de teatro, quadros. (D) a expressões figurativas.
1.2 Para se compreender bem a história de Inês de Castro, é necessário (A) conhecer o contexto histórico da época em que se desenrolaram os acontecimentos. (B) conhecer bem quem era a família de Inês de Castro. (C) saber quem, em Espanha, se opunha ao rei. (D) compreender as consequências políticas da ligação de Inês a Pedro de Portugal.
1.3 Para se perceber porque é que D. Afonso IV consentiu o assassínio de Inês de Castro, é preciso conhecer bem (A) a realidade política europeia da época. (B) a realidade política portuguesa da época. (C) a realidade política da Península Ibérica da época. (D) os reinados de D. Afonso IV e de seu filho D. Pedro I.
1.4 O texto refere o conjunto de desgraças que caracterizam o século XIV através de uma (A) hipérbole. (B) anáfora. (C)comparação. (D) metáfora.
1.5 A relação que a autora estabelece, no terceiro parágrafo, entre as «calamidades», l. 16, nele referidas e determinados acontecimentos políticos é de (A) possibilidade. (B) causalidade. (C) consequência. (D) oposição.
2. Responde, de forma correta, aos itens apresentados. 2.1 Indica, justificando, o processo de formação presente na palavra «luso-castelhana», l. 13, (texto do Grupo II). 2.2 Indica a função sintática da expressão destacada em «que haviam caracterizado o tempo anterior.», ll. 23-24, (texto do Grupo II). 2.3 Classifica a oração subordinada presente em «disse-me que havia emprestado o livro a outra menina», ll.24-25, (texto do Grupo I).
GRUPO III Ler por prazer é uma atividade a que se dedicam jovens e pessoas de todas as idades. Escreve um texto de opinião, que pudesse ser publicado num jornal escolar, no qual demonstres a importância da leitura. O teu texto deve ter um mínimo de 180 e um máximo de 240 palavras. 6
Teste de diagnóstico 2
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Teste de diagnóstico
GRUPO I A Lê o texto seguinte. As armas e os barões assinalados Que, da Ocidental praia Lusitana, Por mares nunca dantes navegados Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo Reino, que tanto sublimaram; E também as memórias gloriosas Daqueles Reis que foram dilatando A Fé, o Império, e as terras viciosas De África e de Ásia andaram devastando, E aqueles que por obras valerosas Se vão da lei da Morte libertando: Cantando espalharei por toda parte, Se a tanto me ajudar o engenho e arte. Cessem do sábio Grego e do Troiano As navegações grandes que fizeram; Cale-se de Alexandro e de Trajano A fama das vitórias que tiveram; Que eu canto o peito ilustre Lusitano, A quem Neptuno e Marte obedeceram. Cesse tudo o que a Musa antiga canta, Que outro valor mais alto se alevanta. Luís de Camões, Os Lusíadas, 3.a edição, Porto, Porto Editora, 1987. (Edição organizada por Emanuel Paulo Ramos)
1. Identifica o texto, inserindo-no na estrutura interna da obra a que pertence. 2. Refere os vários assuntos presentes nas duas primeiras estâncias que vão ser alvo do canto do Poeta. 3. Na terceira estância, está implícita a expressão do sentimento de orgulho. Refere as causas que estão na origem desse sentimento. 4. Identifica, justificando, o recurso expressivo presente em «Por mares nunca dantes navegados», v. 3, da primeira estância.
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Teste de diagnóstico
B Escreve um texto no qual, recorrendo à tua experiência de leitura, exponhas os motivos de crítica apresentados por Gil Vicente no Auto da Barca do Inferno ou no Auto da Índia em relação ao Fidalgo ou a Constança, respetivamente. O teu texto deve ter entre 120 e 150 palavras.
GRUPO II Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário.
Preparação para uma viagem de autonomia – por Filomena Gomes 5 10 15 20 25 30 30 -
A preparação para uma viagem de bicicleta em autonomia não é nova para nós. Na verdade, há alguns anos que o fazemos. Começámos com pequenas viagens, de 2 ou 3 dias, e fomos evoluindo para viagens um pouco maiores, à medida que a paixão pelas viagens e pela bicicleta crescia. Primeiro andámos por Portugal, depois fomos até Espanha, percorrendo os vários Caminhos de Santiago e depois mais longe, pela Europa e não só. Gostávamos que as pessoas percebessem e se convencessem que não é preciso ser dotado fisicamente para fazer isto; basta ser empenhado e esforçado. Também não é preciso ser rico ou dispor de grandes recursos financeiros para colocar em prática uma viagem em bicicleta; nós até somos adeptos do low cost, e poupamos o mais possível durante estas nossas viagens. Nem tão pouco é preciso estar desempregado ou abandonar o emprego ou a vida que se tem para poder viajar em bicicleta; basta guardar as férias a que se tem direito por lei e utilizá-las nestas viagens. Pois outra coisa não sabemos fazer e não gastamos nem férias nem dinheiro em cruzeiros, excursões ou viagens exóticas organizadas. A organização fazemos nós, os locais exóticos somos nós que os delineamos, com estudo de percursos/tracks de GPS, alojamentos, infraestruturas existentes, tudo retirado da Internet, de sites oficiais ou de blogs e fruto de muitos, muitos pedidos de colaboração com pessoas que sabemos já terem pedalado nos locais onde queremos ir. Estas pessoas são muitas vezes desconhecidas, que encontramos online, portugueses ou estrangeiros, e após as sucessivas conversas via e-mail e trocas de informação, tornam-se verdadeiramente nossas conhecidas de há muito tempo! O mundo é simples, é um título de um livro de Gonçalo Cadilhe, e é verdade! As pessoas estão dispostas a dar o que têm. Não só fornecem voluntariamente a informação de que dispõem para ajudar quem quer viajar, como também, em viagem, as pessoas que se encontram por esse mundo fora são, regra geral, amistosas. Convidam-nos para sua casa. Oferecem de comer e de beber. Conversam. Apreciam e admiram. Gostam de saber e de conhecer. Incentivam. E são generosas e bem-intencionadas. Independentemente do local do mundo. Os viajantes em bicicleta não são alvos a abater. Pelo contrário, chamam a atenção pela simplicidade do seu meio de transporte e não atraem a cobiça alheia, pois são encarados como gente despojada de grandes bens. Por isso, atrevam-se, partam e não receiem pois quem não se atreve, mais tarde lamentará não o ter feito… Viajar de forma simples significa também ser simples na bagagem, sobretudo quando temos de carregar tudo numa bicicleta! Assim, basicamente, o que carregamos para uma viagem de 3 dias é o mesmo que carregamos para uma viagem de 1 mês, por estranho que possa parecer! A roupa lava-se diariamente e há truques para ajudar à secagem. (…) Também temos de ser simples e contidos nos artigos de higiene e dormida. Bolsas, necessaires1 e carteiras só fazem peso e volume; há que acondicionar tudo em sacos de plástico e ter o cuidado de transportar roupa e saco-cama (forçosamente de pequeno peso e volume) em sacos estanques, para o caso de chuva. A nossa preparação física não é específica. Desde há vários anos que temos hábitos desportivos diários. Sabemos que estamos fisicamente preparados porque temos experiência e, por isso, temos noção do que é pedalar dias e dias seguidos, numa média de 100 km diários, com alforges 2 a pesar 10 ou 15 kg, com chuva, (continua)
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Teste de diagnóstico 2
frio e vento, ou com calor abrasador. Na realidade, o fator físico é aqui secundário. O principal é o fator psicológico, é a determinação mental em prosseguir, aconteça o que acontecer, o caminho é para a frente. Ninguém fica no meio de uma montanha ou de um deserto. Se ficar, por motivo de uma avaria ou intempérie, há que manter a calma, analisar a situação e decidir em conformidade. Mas tudo tem solução e há que ser forte, flexível e ter espírito de sacrifício. Ninguém se perde, pois os preciosos GPS Garmin indicam o caminho a seguir, bem como as estradas/vias alternativas existentes por perto. (…) Manter o espírito aberto, ser otimista, permeável ao que nos rodeia e bom observador, são estas as chaves para qualquer viagem em bicicleta. Uma certa dose de audácia, boa disposição e pronto!
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http://eupedalo.blogs.sapo.pt/62203.html (Texto adaptado, com supressões, consultado em 24-10-2014)
Vocabulário pequena bolsa para colocar objetos de toilette; 2 tipo de saco
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1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.5, seleciona a única opção que permite obter uma afirmação correta. 1.1 Na opinião da autora, as qualidades que permitem o sucesso no tipo de atividade desportiva que refere são de natureza (A) exclusivamente física. (B) física e psicológica. (C) mais física do que psicológica. (D) principalmente psicológica.
1.2 A referência ao livro de Gonçalo Cadilhe O mundo é simples, l. 19, serve para (A) apresentar um livro que aconselha solidariamente sobre como viajar de bicicleta. (B) indicar um livro que comprova a solidariedade recebida por quem viaja de bicicleta. (C) indicar um livro que comprova a solidariedade oferecida por quem viaja de bicicleta. (D) apresentar um livro que aconselha sobre como ser solidário para quem viaja de bicicleta.
1.3 De acordo com o quarto parágrafo, ll. 28-34, a simplicidade em viagem deve incidir sobre (A) toda a bagagem. (B) a maior parte da bagagem. (C) a bagagem mais importante. (D) a bagagem menos útil.
1.4 A função da tecnologia referida no quinto parágrafo, ll. 30-38, é (A) ajudar à preparação física. (B) contribuir para a preparação psicológica. (C) possibilitar a orientação. (D) encontrar alternativas a um caminho.
1.5 O recurso expressivo presente na frase «são estas as chaves para qualquer viagem em bicicleta.», ll. 39-40, é a (A) comparação. (B) hipérbole. (C) sinédoque. (D) metáfora.
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Teste de diagnóstico
2. Responde, de forma correta, aos itens apresentados. 2.1 Indica qual o processo fonológico que se verifica na passagem da «alevanta», v. 8, estância 3, para levanta (texto do Grupo I). 2.2 Identifica a função sintática da expressão «empenhado e esforçado», l. 7, (texto do Grupo II). 2.3 Classifica a oração subordinada presente na frase «Sabemos que estamos fisicamente preparados», ll. 31, (texto do Grupo II).
GRUPO III A juventude é uma fase da vida frequentemente associada ao desporto e ao exercício físico. Escreve um texto de opinião, que pudesse ser publicado num jornal escolar, no qual demonstres a importância da atividade física para um harmonioso desenvolvimento pessoal dos jovens – física e psicologicamente. O teu texto deve ter um mínimo de 180 e um máximo de 240 palavras.
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2. Testes-modelo IAVE (adaptados*)
* Estes testes foram elaborados de acordo com os modelos que têm sido adotados pelo IAVE, nos últimos anos, para os exames nacionais. A parte B do 1. o grupo apresenta, no entanto, uma estrutura ligeiramente diferente da que consta na prova de exame testada pela primeira vez em 2013-2014, uma vez que, tratando-se de testes de 10. o ano, não é possível avaliar conteúdos de anos anteriores do ciclo.
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Testes-modelo IAVE
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Sequência 1
Teste de avaliação
GRUPO I A Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário e as notas apresentados.
Relato de viagens
Em viagem pelo Afeganistão MAZAR-I-SHARIF, 27 de maio 5 10 -
Esta cidade deve a existência a um sonho. No tempo do sultão Sanjar, que reinou na primeira metade do século XII, chegou a Balkh, vindo da Índia, o boato de que o túmulo de Hazrat Ali, o quarto califa 1, se encontrava ali perto. Tal ideia foi negada por um dos mullahs2 locais, o qual acreditava, como ainda acontece hoje com a maioria dos xiitas 3, que o túmulo se achava em Nejef, na Arábia. Então o próprio Ali apareceu ao mullah em sonhos e confirmou o boato. O túmulo foi encontrado, e o sultão Sanjar mandou erigir um santuário sobre ele, que ficou pronto em 1136 e se transformou no núcleo da cidade atual. O santuário foi depois destruído por Gengis Khan 4. Em 1481, substituiu-se o primeiro santuário por outro, a pedido de Hussein Baikara, que no ano anterior estivera em campanha em Oxiana. Desde então, Mazar passou a ser um local de peregrinação, destituindo gradualmente as ruínas de Balkh, cidade atacada pela febre, tal como Mashad substituiu Tus pelo mesmo processo em Coraçone. MAZAR-I-SHARIF, 28 de maio
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Em frente ao hotel há um jardim público, onde florescem cravos-dos-poetas, bocas-de-lobo e até primaveras. Entre os canteiros, dispuseram-se banquinhos, bem como esteiras 5, que são mais populares, e onde as pessoas se sentam com bebidas, enquanto ouvem música. Há duas bandas. A primeira – uma fila de velhotes com instrumentos de metal – está ao sol. Sabem três músicas europeias e são acompanhados por dois jovens, que se encontram atrás deles e batem cada compasso nos ferrinhos e no tambor. A outra banda, em pose indolente em cima de um estrado à sombra de uma árvore, toca música indiana com uma viola, vários tambores e um harmónio pequeno. Ficamos a ouvir música dos nossos quartos, com janelas de sacada que dão para uma varanda nas traseiras do jardim. Todas as tardes, quando as nuvens se aglomeram sobre as montanhas, abate-se sobre a cidade uma lassitude6 irresistível. As moscas e um calor húmido invadem o quarto. Os cacarejos de perdizes levaram os meus devaneios para uma tarde de setembro em casa, até que me lembrei que deviam aguardar uma luta. Porquê estas nuvens? Está bastante calor, mas o verão já devia ter-se instalado há seis semanas. Não há memória de um ano semelhante. A chuva da noite em que chegamos fechou a estrada para Cabul 7 durante um mês. Em Haibak, houve uma aldeia inteira que caiu para o desfiladeiro. Se prosseguirmos a cavalo, como talvez se venha a revelar necessário, teremos de montar acampamento. Robert Byron, A estrada para Oxiana, Lisboa, Tinta da China, 2014, pp. 355-358. (Texto adaptado)
Vocabulário e notas 1 o quarto dirigente máximo da religião muçulmana, o terceiro depois de Maomé; 2 espécie de sacerdotes muçulmanos; 3 um dos dois ramos principais da religião muçulmana; 4 guerreiro lendário mongol que conquistou grandes territórios na Ásia; 5 espécie de tapetes; 6 diminuição de interesse; enfastiamento, tédio; 7 capital do Afeganistão
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Teste de avaliação 1 | Sequência 1
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Identifica, justificando, o tema dominante no texto. 2. Comprova que a variedade de temas é uma característica deste relato de viagens. 3. As dimensões narrativa e descritiva são evidentes no texto. Apresenta exemplos que comprovem esta afirmação. 4. Sensações e sentimentos do narrador estão presentes nos dois últimos parágrafos. Explicita essa presença.
B Para os adolescentes, a viagem, principalmente com amigos e em férias, é uma tentação sempre presente. Escreve um texto no qual procures explicar porque é que assim sucede. O teu texto deve ter entre 80 e 130 palavras.
GRUPO II Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário e as notas apresentados.
Exposição sobre um tema
A viagem feminina 5 10 15 20 -
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Historicamente, a viagem feminina tem sido de modo geral considerada de natureza mais íntima e confessional do que a viagem masculina. Mas ignorar na mulher o ânimo de conquista ou exploração, tradicionalmente associado ao universo masculino, significa obliterar1, por exemplo, os meses que Alexandra David Néel2 passou tentando tornar-se na primeira ocidental a entrar em Lhasa3, na altura um território proibido a estrangeiros; ou ignorar o mapeamento da região do nordeste do Irão feito por Freya Stark (1893-1993) enquanto buscava os castelos da histórica seita dos Assassinos. Ou mesmo a infortunada holandesa Alexandrine Tinne (18351869), que perdeu a vida no Saara, em busca da fonte do Nilo. Estas mulheres foram aventureiras e procuraram ser as primeiras nas explorações que se propunham fazer. Assim, não se pode negar que a vontade de mapear4 existiu em numerosos casos. A diferença em relação ao homem surge na maneira como a história é contada e recebida pelo público, bem como em todos os constrangimentos levantados pelo facto de ser uma mulher, e não um homem, a narrar a aventura. Até bem adiantado o século XX, uma mulher que viajasse só era objeto de espanto, curiosidade ou escândalo, quando não o conjunto dos três sentimentos, traduzindo a estupefação perante uma representante do sexo «fraco» a aventurarse no mundo dos homens. Esta estranheza perante a mulher que se desloca é uma ideia dominante nos diversos livros de conduta que ao longo dos séculos foram aparecendo sobre as mulheres. Num deles, em que se dão conselhos a jovens solteiros – The art of governing a wife (1747) –, afirma-se claramente: «É suposto os homens irem para fora e arranjarem a sua vida, lidar com outros homens, tratar de todos os assuntos de portas abertas.» O mundo dos homens é o mundo do exterior, do visível, enquanto das mulheres se espera que «assentem e
Teste-modelo IAVE
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Mas sim, elas viajam, e fazem-no cedo como peregrinas, missionárias, monjas, mulheres de exploradores ou missionários, até que no século XIX, apesar de ainda se julgar estranha a mulher viajante, se assiste à grande explosão da mobilidade feminina. As saint-simmoniennes5 em França e sobretudo as vitorianas5 inglesas dão o exemplo e partem em viagens de conhecimento e exploração:
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Nós, duas mulheres (…) descobrimos e afirmamos que as mulheres sozinhas viajam muito melhor do que com homens: elas obtêm o que querem de uma forma calma e sempre conseguem levar a sua avante, enquanto os homens vão ficar seguramente nervosos e armar confusão se as coisas não estão imediatamente como eles querem.
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Sónia Serrano, Mulheres viajantes, Lisboa, Tinta da China, 2014, pp. 27-29. (Texto adaptado)
Vocabulário e notas 1 apagar, esquecer; 2 nascida em 1868; 3 principal centro religioso do Nepal; 4 elaborar os primeiros mapas de certas regiões; 5 saint-simmoniennes (…) vitorianas – mulheres viajantes do século XIX, respetivamente francesas e inglesas
1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.5, seleciona a opção que permite obter uma afirmação correta. 1.1 A frase que melhor sintetiza o conteúdo deste texto é
(A) As mulheres só tardiamente começaram a viajar. (B) As mulheres souberam ganhar o direito à viagem. (C) As mulheres começaram a viajar muito depois dos homens. (D) As mulheres são melhores viajantes do que os homens.
1.2 De acordo com o primeiro parágrafo, ao longo do tempo, consideravase que as mulheres viajavam
(A) somente para expressar sentimentos e emoções.
(B) principalmente para realizar explorações e elaborar mapas. (C) também para realizar explorações e elaborar mapas. (D) também para expressar sentimentos e emoções.
1.3 A «estranheza» referida no texto, na l. 16, derivava de condicionalismos e preconceitos de ordem
(A) psicológica. (B) social.
(C) económica. (D) física.
1.4 A condição de viajante das mulheres, historicamente considerada, expressase no texto através de uma
(A) antítese.
(B) metáfora.
(C) comparação. (D) enumeração. 1.5 De acordo com as autoras das palavras com que o texto termina, em tipo de letra mais pequeno, a diferença entre mulheres viajantes e homens viajantes é de natureza (A) exclusivamente física. (B) física e psicológica. (C) exclusivamente psicológica. (D) parcialmente psicológica.
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Teste de avaliação 1 | Sequência 1
2. Responde, de forma correta, aos itens apresentados. 2.1 Indica o processo de formação presente na palavra «cravos-dos-poetas», l. 12, (texto do Grupo I). 2.2 Indica a função sintática da expressão destacada na frase: Essas mulheres estavam admiradas com a paisagem. 2.3 Classifica a oração destacada na frase «Ou mesmo a infortunada holandesa Alexandrine Tinne (18351869), que perdeu a vida no Saara», l. 7, (texto do Grupo II).
GRUPO III Hoje em dia, é frequente entidades como câmaras municipais ou juntas de freguesia proporcionarem viagens ou excursões a pessoas idosas. Num texto bem estruturado, com um mínimo de 200 e um máximo de 300 palavras, expõe as tuas ideias sobre a importância destas viagens para essas pessoas.
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Testes-modelo IAVE
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Sequência 1
Teste de avaliação
GRUPO I A Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.
Apreciação crítica de livro
Ingredientes vitais Ricardo Ribeiro Breve História de Quase Tudo, de Bill Bryson Tradução de Daniela Garcia Lisboa: Quetzal Editores, 2003, 496 pp.
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10 15 20 25 -
Os livros de ciência acessível a todos podem ser considerados um género próprio, apesar do lugar onde colocam a tal ciência ficar muito discutivelmente à mão de verdadeiramente «todos». Este tipo de obras surge com alguma frequência no nosso mercado, com balizas temáticas mais ou menos definidas. Um dos históricos, será Cosmos, de Carl Sagan, e, para completar o enquadramento, teremos em Ao Encontro de Espinosa, de António Damásio, um dos mais recentes casos. É à luz desta categoria que deveremos observar Breve História de Quase Tudo, cuja primeira particularidade pode ser assinalada no percurso profissional e literário do seu autor, Bill Bryson. Basicamente desde sempre, Bryson escreveu sobre viagens. Os seus travelbooks1 são famosos, sobretudo no mundo anglo-saxónico, e a sua presente incursão no ramo da ciência terá surpreendido muita gente. Segundo as suas palavras, o desejo de escrever algo assim partiu dos seus pesadelos enquanto jovem aluno, obrigado a encarar a ciência com materiais de estudo pouco claros e extremamente aborrecidos. Vai daí, decidiu arranjar maneira de pintar todas essas cinzentas matérias com cores bem mais alegres, e aqui temos este Breve História de Quase Tudo. E quando escolheu o título, não estava a brincar! Na realidade, ao longo das suas quase quinhentas páginas, uma infinidade de ciências é desdobrada perante o atónito olhar do leitor, que nem se apercebe da passagem de uma para outra. Geologia, paleontologia2, sismologia, antropologia, física quântica, química, farmacologia... um leitor apenas terá de escolher, porque qualquer ramo da ciência que lhe ocorra terá elevadas probabilidades de se encontrar representada neste extenso tratado. A divisão dos capítulos não coincide obrigatoriamente com a transição entre estas áreas do saber; nem o ritmo adotado por Bryson o permitiria, tal é a velocidade com que muda de assunto. Não pense o leitor que por ação desta dinâmica as coisas são expostas de forma atabalhoada e superficial. Bom, superficial talvez, que afinal de contas este livro é sobre quase tudo, mas há aqui margem para vários conceitos, e não poderá mesmo assim ser de ânimo leve que se classificará o texto de superficial. Uma das características da escrita do autor é o humor despretensioso com que se exprime. Por incrível que possa parecer, quem lê este livro pode dar consigo mesmo a rir literalmente à gargalhada, perante as situações narradas, mas, sobretudo, pela forma como estas são descritas por Bryson. (…) Quanto à edição portuguesa da Quetzal Editores, há que se lhe tirar o chapéu: «plasticamente» muito agradável, é enriquecida por um excelente trabalho de tradução assinado por Daniela Garcia.
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http://criticanarede.com/lds_histquase.html (Consultado em 18-11-2014)
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Vocabulário 1 livros de viagens; 2 ciência que estuda os fósseis
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Teste de avaliação 1 | Sequência 1
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Identifica, justificando, o tema dominante no texto. 2. Divide-o em três partes lógicas, justificando. 3. Apresenta uma justificação plausível e adequada ao sentido geral do texto para o uso do sinal de pontuação com que termina a frase «E quando escolheu o título, não estava a brincar!», l. 13. 4. O texto apresenta pelo menos uma característica do livro que pode ser alvo de crítica e duas que são obviamente positivas. Justifica esta afirmação, com base em elementos textuais pertinentes.
B A edição de livros de divulgação científica tem em Portugal uma expressão e tradição notáveis. Existe mesmo uma coleção, «Ciência aberta», da responsabilidade da editora Gradiva, que é escolhida até por autores estrangeiros para lançamento mundial de obras suas. Entre muitos outros títulos, nesta coleção foi editado o famoso Cosmos de Carl Sagan, que deu origem a uma conhecida série televisiva e ao filme Contacto, com Jodie Foster. Escreve um texto no qual indiques justificadamente se, na tua opinião, é preferível ler um livro ou ver uma série televisiva ou um filme nele baseado. O teu texto deve ter entre 120 e 150 palavras.
GRUPO II Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário e as notas apresentados.
Artigo de divulgação científica
Planeta para ET 5 -
10 15 20 -
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1
Há lugares na Terra cujas condições, verdadeiramente extremas, não ficam atrás das que reinam em certas luas e planetas, e onde prosperam criaturas que proporcionam pistas sobre como poderá ser a vida extraterrestre. Na cada vez mais febril procura de planetas habitáveis noutros mundos, dentro e fora do nosso Sistema Solar, os astrobiólogos descobriram que não é preciso mergulhar nos lagos de metano de Titã (uma das luas da Saturno), perfurar rochas marcianas ou submergir sob a espessa camada de gelo de Europa (satélite de Júpiter) para encontrar vida extraterrestre ou imaginar como poderá ser. No segundo caso, existem no nosso próprio planeta recantos que abrigam micro-organismos tão espantosamente resistentes, obstinados2 e adaptáveis a ambientes extremos como os que poderiam habitar outros mundos. Enquanto se espera que a tecnologia, a vontade política e o dinheiro permitam o ideal, que seria viajar diretamente para esses sítios longínquos em busca de vestígios de vida, cientistas como Chris McKay, astrobiólogo do Centro de Investigação Ames da NASA, na Califórnia, estudam cenários terrestres que mantêm certas semelhanças com alguns planetas e satélites vizinhos. O objetivo é procurar reconhecer indícios de vida em ambientes que podem ser considerados incompatíveis com ela, tal como a conhecemos. Obtém-se, assim, um profundo conhecimento da enorme diversidade metabólica 3 terrestre, fundamental para as missões interplanetárias já em curso, como a da Curiosity em Marte, planeta onde o veículo robótico da NASA chegou em agosto de 2012. Com efeito, o rover4, verdadeiro laboratório com rodas, procura indícios de vida no planeta vermelho. Os dados recolhidos pelos investigadores na Terra poderão revelar-se fundamentais para o Curiosity poder explorar onde interessa e o que interessa. Estão em jogo interrogações sobre o que é a vida, como podemos defini-la, quais os requisitos para poder existir, e quais os limites que a inibem (temperatura, salinidade, acidez…). (continua)
Teste-modelo IAVE
25 30 35 -
A formação da crosta terrestre, dos oceanos e da atmosfera são processos que ainda não compreendemos bem. Sabe-se que, há cerca de 3500 milhões de anos, época em que os investigadores situam a origem da vida, a Terra era um lugar muito mais quente do que hoje: a temperatura à superfície oscilava entre os 55 e os 85 graus Celsius, precisamente o nível em que prosperavam muitos extremófilos, os micro-organismos que vivem em condições extremas. Naquela época, a nossa casa poderia ser definida como uma concentração em constante transformação, embora inerte, de rochas, gases e água. Nesse caso, como foi possível surgir vida da não-vida? A resposta poderia residir na química, nomeadamente no estudo dos compostos que contêm ferro e enxofre. Em laboratório, minerais como a pirite, que possui estes dois elementos, produziram reações químicas que serviram de base a uma hipótese sobre a origem da vida: o ferro e o enxofre poderiam ter desempenhado um papel importante na formação de aminoácidos, as substâncias químicas orgânicas que constituem os componentes fundamentais das proteínas, as quais formam as células de animais e vegetais. (…) Nestas páginas, visitamos alguns dos sítios mais extremos do nosso planeta, lugares onde McKay e outros especialistas procuram as chaves para o aparecimento da vida. Talvez nos ajudem a encontrá-la não muito longe daqui.
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Revista Superinteressante, n.º 197, setembro de 2014, p. 76. (Texto adaptado, com supressões)
Vocabulário e notas 1
extraterrestres; 2 teimosos; 3 variedade de transformações químicas em seres vivos; 4 veículo apropriado para andar em superfícies irregulares
1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.5, seleciona a opção que permite obter uma afirmação correta. 1.1 A frase que melhor sintetiza o conteúdo dos dois primeiros parágrafos é
(A) Não é necessário explorar outros planetas para descobrir marcas de vida típica de ambientes de naturezaextraterrestre.
(B) É necessário explorar outros planetas para descobrir marcas de vida típica de ambientes de natureza extraterrestre.
(C) Os astrobiólogos estão convencidos de que é muito importante visitar outros planetas para descobrir pistas do que poderá ser a vida extraterrestre.
(D) Os astrobiólogos descobriram na terra microorganismos de natureza idêntica aos que poderão existir noutros planetas. 1.2 A consecução do objetivo apresentado no terceiro parágrafo depende
(A) da aplicação de dois fatores. (B) da aplicação de três fatores. (C) do conhecimento de duas características. (D) do conhecimento de três características.
1.3 O planeta Terra é apresentado, no quarto parágrafo, através de uma (A) hipérbole. (B) comparação. (C) metáfora. (D) personificação.
1.4 O quinto parágrafo refere um processo no qual os aminoácidos (A) não desempenham qualquer papel. (B) desempenham um papel inicial. (C) desempenham um papel intermédio. (D) desempenham um papel final.
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Teste de avaliação 2 | Sequência 1
1.5 A prova de que este texto funciona como introdução a um texto mais extenso encontra-se (A) no primeiro parágrafo. (B) no terceiro parágrafo. (C) no quinto parágrafo. (D) no último parágrafo.
2. Responde, de forma correta, aos itens apresentados. 2.1 Indica o processo morfológico de formação de palavras presente na criação do neologismo «astrobiólogos», l. 5. 2.2 Indica a função sintática da expressão destacada na frase «precisamente o nível em que prosperavam muitos extremófilos», l. 25. 2.3 Classifica a oração destacada na frase «Em laboratório, minerais como a pirite, que possui estes dois elementos, produziram reações químicas», l. 31.
GRUPO III Escreve um texto bem estruturado, com um mínimo de 200 e um máximo de 300 palavras, no qual aprecies criticamente um livro ou um filme que te tenha marcado especialmente.
20
Testes-modelo IAVE
1
Sequência 2
Teste de avaliação
GRUPO I A Lê o poema seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário e as notas apresentados.
Cantigas de amigo
Cantiga de romaria
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5
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10 -
Fui eu, madr’, en romaria a Faro con meu amigo e venho del namorada por quanto falou comigo, ca1 mi jurou que morria por mi, tal bem mi queria Leda2 venho da ermida3 e desta vez leda serei, ca falei com meu amigo que sempre muito desejei, ca mi jurou que morria por mi, tal bem mi queria Du m’eu vi4 com meu amigo, vin leda, se Deus mi perdon, ca nunca lhi cuid’ a mentir por quanto m’ele disse’ enton, 5 ca mi jurou que morria por mi, tal bem mi queria Joan de Requeixo, in Poemas portugueses – Antologia da poesia portuguesa do século XIII ao século XXI, Porto, Porto Editora, 2009, p. 149.
Vocabulário e notas 1 porque; 2 alegre, feliz; 3 pequena igreja; 4 enquanto vinha; 5 v. 10: porque estou certa de que me não mentiu em tudo o que me disse.
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Explicita, justificando, a relação entre o sujeito poético e a sua mãe. 2. Indica as causas do estado psicológico do sujeito poético, apresentando pelo menos três, uma relativa a cada estrofe. 3. Tem em atenção o refrão. Explica em que consiste a sua expressividade literária. 4. Apesar da existência de marcas paralelísticas como, entre outras, o refrão, esta cantiga não é um exemplo de paralelismo perfeito. Justifica esta afirmação.
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Teste de avaliação 1 | Sequência 2
B A variedade do sentimento amoroso é uma característica da expressão do amor nas cantigas de amigo. Escreve um texto no qual comproves esta afirmação com base na tua experiência de leitura. O teu texto deve ter entre 120 e 150 palavras.
GRUPO II Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário e as notas apresentados. 5
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Homens e mulheres da Idade Média, livro coletivo organizado pelo historiador francês Jacques Le Goff, retrata a época em questão como um tempo «muito mais positivo e mais progressista do que se pensou», nas palavras do próprio Le Goff, que já se debruçara em diversas outras obras sobre esse tema que tanto o fascina. O livro apresenta um panorama com 112 de seus personagens mais notórios, cujos perfis traçados por Le Goff e equipa não se limitam a resumir a vida e a exaltar os feitos dos retratados, mas mostrá-los como testemunhas da época em que viveram, o que permite novos olhares sobre a História dita oficial, aquela muitas vezes propagada de forma simplista ou reducionista 1, quando não equivocada, nos livros didáticos2. Cristóvão Colombo, por exemplo, embora fosse um homem tipicamente medieval, «teria ficado muito surpreso que se fizesse dele um inventor da modernidade», como o livro o considera. É na Idade Média que, talvez pela primeira vez, se verifica um certo equilíbrio entre homens e mulheres nas suas dimensões históricas. O que se deve, em grande parte, à mudança de estatuto da figura feminina na perspetiva da Igreja – a santidade. As mulheres puderam, enfim, tornar-se monjas, desempenhando papel decisivo na espiritualidade da época, nomeadamente no culto à Virgem Maria. Outro foco bem evidenciado é o dinamismo artístico do período, materializado 3, sobretudo, na produção musical (vocal e instrumental), na pintura e na arquitetura religiosa – embora grande parte daqueles que fizeram da época o «tempo das catedrais» tenham os seus nomes ignorados pela História. Homens e mulheres da Idade Média está dividido em cinco partes. A primeira abarca o período entre a Antiguidade tardia e a alta Idade Média, cujo personagem central é Carlos Magno, sagrado imperador pelo papa e que assume a missão de submeter os bárbaros à civilização romana. A morte de Carlos Magno é o que principia a segunda parte, que vai até ao ano 1000, momento em que se afirma a cristandade. A terceira aborda a fase mais luminosa da Idade Média, não por acaso intitulada na obra como «o apogeu medieval», quando as cidades aceleraram o desenvolvimento urbano, e as universidades cresciam com a participação dos teólogos4. A quarta parte é intitulada «Perturbações e mutações», e trata do período de transição rumo ao Renascimento, quando se multiplicam as revoltas campesinas conhecidas por jacqueries, e também algumas movimentações que, de certa forma, anunciam a Reforma protestante vindoura. Para encerrar, há o capítulo sobre «Personagens imaginários», em que são evocadas figuras míticas como a da Virgem Maria, a do rei Arthur, a de Robin Hood e a de Satanás. Le Goff justifica a inclusão destas personagens – «Numa sociedade o imaginário tem seguramente tanta importância e eficácia quanto as condições reais da vida e do pensamento». http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=42197466 (Texto adaptado, consultado em 26-10-2014)
Vocabulário e notas 1 simplificada em excesso; 2 livros destinados ao ensino básico, manuais escolares; 3 concretizado; 4 especialistas em teologia, a ciência ou estudo que se ocupa de Deus, da sua natureza e seus atributos e das suas relações com o homem e com o universo
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Teste-modelo IAVE
1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.5, seleciona a opção que permite obter uma afirmação correta. 1.1 Este texto apresenta o livro Homens e mulheres da Idade Média, coordenado por Jacques Le Goff, (A) de forma tendencialmente objetiva. (B) de forma tendencialmente subjetiva. (C) equilibrando objetividade e subjetividade. (D) dando maior ênfase à subjetividade.
1.2 O livro apresenta a Idade Média partindo (A) de resumos da vida de 112 personagens importantes nesse período histórico. (B) da exaltação de grandes feitos dessas personagens. (C) da condição de observadores do seu tempo dessas personagens. (D) da crítica aos «livros didáticos», l. 8.
1.3 A «arquitetura religiosa», l. 15, é uma das marcas mais importantes da Idade Média, «o ‘tempo das catedrais’», l. 16. Contudo, segundo o texto, (A) a produção artística também foi muito importante. (B) a música «vocal e instrumental», l. 15, teve grande desenvolvimento também. (C) desconhecem-se os nomes dos arquitetos responsáveis por essas construções. (D) ignoram-se os nomes dos trabalhadores que construíram esses edifícios.
1.4 A terceira das fases em que o livro divide a Idade Média é apresentada através de (A) uma hipérbole. (B) uma metáfora. (C) uma anáfora. (D) uma comparação.
1.5 O último capítulo do livro Homens e mulheres da Idade Média distingue-se dos outros devido a (A) ter uma extensão bastante superior à média. (B) abordar um tema de natureza diferente dos outros. (C) tratar do tema do imaginário da sociedade medieval. (D) ser importante o tratamento do tema do imaginário das sociedades em geral.
2. Responde, de forma correta aos itens apresentados. 2.1 Indica o processo fonológico de alteração que se verifica na evolução da palavra latina palavra portuguesa «amigo», v. 1, (texto do Grupo I).
amicu-
para a
2.2 Indica a função sintática desempenhada pelo pronome pessoal átono existente na frase «que já se debruçara em diversas outras obras sobre esse tema que tanto o fascina.», ll. 3-4, (texto do Grupo II). 2.3 Classifica a oração subordinada presente na frase «A quarta parte (…) trata do período de transição rumo ao Renascimento, quando se multiplicam as revoltas campesinas», ll. 23-24, (texto do Grupo II).
GRUPO III Escreve um texto cuja função seja apreciar criticamente um livro recentemente lido ou um filme visto há pouco tempo. O teu texto deve ter um mínimo de 200 e um máximo de 300 palavras.
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Teste de avaliação 1 | Sequência 1
22
Sequência 2
Teste de avaliação
GRUPO I A Lê o poema seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário e as notas apresentados.
Cantigas de amor
5 -
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10 -
15 20 -
Quantos an1 gran coita d’amor eno mundo, qual oj’ eu ei2, querrian morrer, eu o sei, e haverian en sabor. 3 Mais4 mentr’eu5 vos vir, mia senhor, sempre m’eu querria viver, e atender6 e atender! Pero7 já non posso guarir8, ca já cegam os olhos meus por vós, e non me val’ i9 Deus nem vós; mais por vos non mentir, enquant’ eu vos, mia senhor, vir, sempre m’eu querria viver, e atender e atender! E tenho que fazem mal sem10 quantos d’amor coitados son de querer sa morte, se non houveron nunca d’amor ben, com’eu faço11. E, senhor, por en12 sempre m’eu querria viver, e atender e atender! Joan Garcia de Guilhade, in Poemas portugueses – Antologia da poesia portuguesa do século XIII ao século XXI, Porto, Porto Editora, 2009, pp. 63-64.
Vocabulário e notas 1 têm; 2 tenho; 3 v. 4: teriam nisso prazer; 4 mas; 5 enquanto eu; 6 esperar; 7 mas; 8 curar-me; 9 nisso; 10 v. 15: entendo que ajuízam mal; 11 como me acontece a mim; 12 por isso
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Identifica, justificando, o sentimento que o sujeito poético expressa nos vv. 1-2. 2. Explicita a relação existente entre o sujeito poético e os outros na mesma situação.
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Teste-modelo IAVE
3. Identifica, justificando, o recurso expressivo presente no v. 9. 4. Tem em atenção as repetições constantes do refrão. Refere, justificando, a sua expressividade literária.
B A coita amorosa é uma característica fundamental da expressão do amor nas cantigas de amor. Escreve um texto no qual comproves esta afirmação com base na tua experiência de leitura. O teu texto deve ter entre 120 e 150 palavras.
GRUPO II Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário.
Os jograis 5 -
10 15 20 25 30
Os jograis são uma das mais importantes instituições da Idade Média, porque são eles quem conserva e vulgariza1 a cultura da palavra num tempo em que o livro era um objeto tão precioso como uma joia cara. Através dele se comunicam entre si os diversos grupos sociais com os seus valores; as diferentes regiões culturais do mundo com as suas criações próprias. Eles transmitem o repertório folclórico internacional, assim como as invenções que o vão enriquecendo. Além disso, é por via deles que passam à cultura oral muitas criações registadas em livros. São os intermediários culturais por excelência (…). O camponês, o burguês, o senhor, ou nas feiras e romarias, ou nos festins e banquetes, ao ar livre ou em salões, até mesmo nas naves das igrejas, entretinham-se a ver o jogral que tocava, cantava e bailava, mostrava o macaco dançarino, executava malabarismos com facas ou maçãs, fazia trejeitos 2 e paródias3 e por vezes recitava poemas ou relatava notícias de longínquas e extraordinárias terras. Se o sacerdote tinha o prestígio do saber e entendia os mágicos sinais que enegreciam os livros, o jogral despertava a imaginação com as suas estórias de países fantásticos ou de guerreiros invencíveis, com as suas canções, a desenvoltura4 de viajante sabedor e de aventureiro. Enquanto no clérigo se via um ministro de Deus, um guardião da porta do Céu, o jogral parecia um discípulo do Diabo, sem vergonha, sem eira nem beira, errante5. E a mulher que o acompanhava, dançarina ou cantadeira, não era também uma mulher como as outras: livre e devassa6, mostrava o corpo no bailado e nas acrobacias, e os seus cantares eram uma provocação ao jogo erótico. Do ponto de vista eclesiástico, o jogral, parente do Diabo, só como agente do mal podia encontrar o seu lugar. Mas isso mesmo o tornava perigosamente sedutor. As suas estórias e cantares levavam a imaginação para um mundo livre bem longe das naves da igreja: para o luar, para as florestas na primavera, para as cidades de sonho, para as ilhas encantadas do mar desconhecido. Por isso, durante muito tempo a Igreja e os moralistas condenaram os jograis. Lembrava-se a frase de Santo Agostinho segundo a qual dar presentes aos jograis era o mesmo que dá-los ao Diabo. São Gregório Magno, Papa, num texto traduzido em Alcobaça, narrava complacentemente7 a morte desastrosa de um jogral em castigo de se ter intrometido numa festa religiosa. Numa iluminura8 francesa do século XII, num manuscrito do Breviário de Amor, de Matfré de Armengaud, os jograis são representados como demónios à mesa de um festim, servindo os manjares e tocando trompa e violino. Algum rei mais piedoso os expulsou da sua corte. Afonso X, o Sábio, conta nas Cantigas de Santa Maria como um jogral que quis arremedar9 uma imagem da Virgem com o Menino nos braços foi logo castigado, ficando torto na boca e nos braços. (continua)
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Teste de avaliação 2 | Sequência 2
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Mas não era fácil dispensá-los. Os moralistas distinguiram subtilmente entre os bons e os maus jograis, e a joglaria10 acabou por adquirir direitos de cidade na sociedade medieval. António José Saraiva, A cultura em Portugal – teoria e história – Livro II – primeira época: a formação, Lisboa, Livraria Bertrand, 1984, pp. 56-57.
Vocabulário 1 divulga; 2 gestos estranhos, cheios de comicidade; 3 brincadeiras imitativas de natureza cómica; 4 o à vontade; 5 viajante; 6 pecadora; 7 com satisfação; 8 desenho, miniatura, grafismo que ornamenta livros, especialmente manuscritos medievais; 9 imitar de forma caricatural, distorcida, zombeteira; 10 os jograis enquanto instituição
1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.5, seleciona a opção que permite obter uma afirmação correta. 1.1 A frase que melhor sintetiza o conteúdo do primeiro parágrafo é (A) A função dos jograis na Idade Média consistia em substituir os livros. (B) Durante a Idade Média, os jograis foram o principal veículo das trocas culturais. (C) A função dos jograis na Idade Média consistia em transmitir informações que constavam dos livros. (D) Durante a Idade Média, os jograis foram o principal veículo de divulgação dos livros.
1.2 O segundo parágrafo estrutura-se através de uma comparação entre (A) as várias classes sociais e os eclesiásticos. (B) as várias classes sociais e os jograis. (C) os jograis e os eclesiásticos. (D) Deus e o Diabo.
1.3 O conector «por isso», l. 21, refere-se a um facto (A) enunciado antes, concretamente à capacidade de os jograis serem capazes de libertar as imagina-ções. (B) enunciado depois, concretamente à condenação que a igreja lançava sobre os jograis.
(C) enunciado depois, concretamente às condenações que Santo Agostinho e São Gregório Magno lançaram sobre os jograis. (D) enunciado antes, concretamente à capacidade de os jograis serem considerados parentes do Diabo.
1.4 O quarto parágrafo apresenta dois exemplos cuja função no texto é
(A) mostrar como a arte medieval representava os jograis.
(B) ilustrar informação anteriormente apresentada sobre os jograis.
(C) ilustrar informação posteriormente apresentada sobre os jograis.
(D) exemplificar uma visão negativa dos jograis na Idade Média. Apesar de mal vistos, os jograis eram aceites na sociedade. Os «moralistas», l. 22, encontraram um modo de os integrar porque (A) admitiam a inexistência de maus jograis. (B) não admitiam a existência de bons jograis. (C) não admitiam a inexistência de maus jograis. (D) admitiam a existência de bons jograis.
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Teste-modelo IAVE
2. Responde, de forma correta, aos itens apresentados. 2.1 Indica o processo fonológico que se verifica na evolução da palavra «eno», v. 2, para no (texto do Grupo I). 2.2 Indica a função sintática desempenhada pelo pronome pessoal átono existente na frase «dar presentes aos jograis era o mesmo que dá-los ao Diabo.», ll. 22-23, (texto do Grupo II). 2.3 Classifica a oração subordinada presente na frase «(…) entretinham-se a ver o jogral que tocava», l. 8, (texto do Grupo II).
GRUPO III Escreve um texto cuja função seja apreciar criticamente uma série da TV que vejas frequentemente. O teu texto deve ter um mínimo de 200 e um máximo de 300 palavras.
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Teste de avaliação 3 | Sequência 2
32
Sequência 2
Teste de avaliação
GRUPO I A Lê o poema seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.
Cantigas de escárnio e maldizer
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Ai, dona fea, foste-vos queixar que vos nunca louv[o] em meu cantar; mais1 ora2 quero fazer um cantar em que vos loarei toda via3; e vedes como vos quero loar: dona fea, velha e sandia4!
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Dona fea, se Deus mi pardom, pois avedes [a] tam gram coraçom que eu vos loe, em esta razom vos quero já loar toda via; e vedes qual sera a loaçom: dona fea, velha e sandia!
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15 -
Dona fea, nunca vos eu loei em meu trobar, pero muito trobei; mais ora já um bom cantar farei, em que vos loarei toda via; e direi-vos como vos loarei: dona fea, velha e sandia!
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Joam Garcia de Guilhade, in A lírica galego-portuguesa, Lisboa, Editorial Comunicação, 1983, p. 160. (Apresentação crítica, seleção, notas e sugestões para análise literária de Elsa Gonçalves)
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Vocabulário e notas 1 mas; 2 agora; 3 apesar de tudo; 4 tola
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Identifica o tema da cantiga. 2. Relaciona-a com o louvor da dama típico das cantigas de amor. 3. Identifica o recurso expressivo utilizado recorrentemente no decurso da cantiga – ao serviço da chacota. Justifica, apresentando pelo menos um exemplo. 4. Identifica estruturas paralelísticas cuja função é acentuar a sátira. Justifica a tua resposta.
B As cantigas de escárnio e maldizer abordam um variado leque de alvos de sátira. Escreve um texto que tenha entre 120 e 150 palavras no qual, apelando à tua experiência de leitura, comproves esta afirmação.
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Teste-modelo IAVE
GRUPO II Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário e as notas apresentados. -
Medos medievais, medos de hoje: paralelismo legítimo?
5 -
10 15 20 25 30 35 -
Os homens e as mulheres que viviam há mil anos são nossos antepassados. Falavam uma língua parecida com a nossa e as suas conceções do mundo não andavam muito longe das nossas. Há portanto analogias 1 entre as duas épocas, mas também diferenças e são estas diferenças que têm muito a ensinar-nos. Não são as semelhanças que vão impressionar-nos, é o que nos afasta que nos leva a interrogar-nos. Mudamos porquê e em quê? E em que pode o passado trazer-nos confiança? A nossa sociedade sente-se inquieta. O simples facto de ela se voltar resolutamente 2 para a sua memória3 é prova disso. Os franceses nunca comemoraram tanto. Todas as semanas se festeja aqui ou além o aniversário de qualquer coisa. Se nos agarramos assim à memória dos acontecimentos ou dos grandes homens da nossa história é também para recuperarmos a confiança. É portanto porque está oculta no fundo de nós uma inquietação, uma angústia. A Idade Média está longe da nossa história e as informações são raras. Temos portanto que considerar a Idade Média no seu conjunto. Verificamos que esta sociedade foi tomada, entre o ano 1000 e o século XIII, por um progresso material fantástico, comparável ao que se desencadeou no século XVIII e ainda hoje prossegue. A produção agrícola multiplicou-se por cinco ou seis e, em dois séculos, a população das regiões que constituem a França atual triplicou. Este mundo mudava muito depressa. Acelerava-se a circulação dos homens e das coisas. Depois, nos meados de século XIV, entrou-se numa fase de quase estagnação que durou até meados do século XVIII. Assim, por exemplo, nenhum progresso notável se registou nos transportes entre o reinado de Filipe Augusto e o de Luís XVI, a duração do trajeto de Marselha a Paris mantém-se praticamente igual num período de cinco séculos. Vemos também claramente a evolução das mentalidades. Num período de forte crescimento, como atualmente, os filhos não pensavam como os pais. Apesar de esta sociedade muito hierarquizada 4 cultivar fundamentalmente o respeito pelos anciãos. Ora aí temos uma diferença em relação a hoje. Todavia, não podemos responder a todas as perguntas que se fazem sobre a Idade Média. Para compararmos o homem medieval e o homem de hoje nos seus temores é necessário abrir um pouco o campo a fim de recolher indicações, factos suficientes. Temos também de tentar esquecer o que pensamos e meter-nos na pele dos homens de há oito ou dez séculos para penetrarmos na civilização da Idade Média, tão diferente da nossa. Nesse tempo, ninguém duvidava que houvesse outro mundo situado além das coisas visíveis. Impunha-se então uma evidência: os mortos continuavam a viver nesse outro mundo. E, à exceção das comunidades judaicas, toda a gente estava convencida de que Deus tinha encarnado5. (…) Tudo o que parecesse um desregramento6 da natureza era considerado sinal anunciador das atribulações 7 que haviam de preceder o fim do mundo. Tomo um exemplo: toda a gente pensava que, segundo a vontade divina, o curso dos astros é regular. O aparecimento de um cometa, isto é, de uma irregularidade, suscitava inquietação. Georges Duby, Ano 1000 ano 2000 – no rasto dos nossos medos, Lisboa, Teorema, 1997, pp. 13-18. (Texto adaptado)
Vocabulário e notas 1 semelhanças; 2 corajosamente; 3 para a lembrança, através de comemorações, de momentos ou personagens importantes da história; 4 sociedade dividida em estratos segundo a importância de cada um, fundamentalmente clero, nobreza e povo; 5 Deus tinha vindo ao mundo, fazendo-se homem na pessoa de Jesus Cristo; 6 algo invulgar; 7 sofrimentos
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Teste de avaliação 3 | Sequência 2
1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.5, seleciona a única opção que permite obter uma afirmação correta. 1.1 Pode dizer-se que a função deste texto é (A) fazer uma apreciação crítica sobre a mentalidade medieval. (B) convencer da inferioridade da mentalidade medieval comparada com a nossa. (C) expor modos de viver e de pensar do homem medieval. (D) narrar os medos do homem medieval.
1.2 A frase que melhor sintetiza o primeiro parágrafo é (A) As nossas sociedades podem aprender conhecendo principalmente o que há de comum entre elas e a sociedade medieval. (B) As nossas sociedades podem aprender conhecendo o que há de diferente entre elas e a sociedade medieval. (C) As nossas sociedades podem aprender conhecendo o que há de comum e de diferente entre elas e a sociedade medieval. (D) As nossas sociedades podem aprender conhecendo principalmente o que há de diferente entre elas e a sociedade medieval.
1.3 O «progresso material», l. 16, registado na Idade Média, a partir do ano 1000, (A) não é comparável ao dos nossos tempos. (B) é comparável ao dos nossos tempos. (C) não é comparável ao que se iniciou no século XVIII. (D) foi de curtíssima duração.
1.4 No que respeita às relações familiares, uma grande diferença entre o nosso tempo e a Idade Média do tempo do progresso material – séculos XI a XIV – reside (A) no modo como olhamos para os idosos. (B) no modo como os filhos se relacionam com os pais. (C) no modo como os idosos eram tratados nesse tempo. (D) no modo como os pais se relacionavam com os filhos.
1.5 O homem medieval via em determinados fenómenos físicos, para ele incompreensíveis, (A) um sinal de Deus. (B) um sinal de desgraça. (C) um aviso de desgraça próxima. (D) um sinal de que se aproximava o fim do mundo.
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Teste-modelo IAVE
2. Responde, de forma correta, aos itens apresentados. 2.1 Indica, justificando, o processo fonológico que se verifica na evolução da palavra do português antigo «fea», v. 1, para feia, no português contemporâneo (texto do Grupo I). 2.2 Indica a função sintática das palavras destacadas na frase «está oculta no fundo de nós uma inquietação», ll. 12-13, (texto do Grupo II). 2.3 Classifica a oração subordinada presente em «Nesse tempo, ninguém duvidava que houvesse outro mundo», ll. 30-31, (texto do Grupo II).
GRUPO III Escreve um texto de natureza expositiva no qual apresentes, justificando, pelo menos três problemas que consideres dos mais graves do mundo atual. O teu texto deve ter entre 200 e 300 palavras.
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Teste de avaliação 1 | Sequência 3
12
Sequência 3
Teste de avaliação
GRUPO I A Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário e as notas apresentados a seguir ao texto.
5 -
10 15 -
20 25
De triinta e oito portas que há na cidade, as doze eram todo o dia abertas, encomendadas 1 a boõs homees d’armas que tiinham cuidado de as guardar; pelas quaes neũa pessoa, que muito conhecida nom fosse 2, havia d’entrar nem sair, sem primeiro saber em certo por que razom ia ou viinha; e ali atravessavom paos com tavoado pera dormir os que tal cuidado tiinham3, por de noite serem deles acompanhadas4, e neuũ malicioso seer atrevido de cometer neuũ erro. E dalgũas portas tinham certas pessoas de noite as chaves, por razom dos batees 5 que taes horas iam e viinham d’aalem6 com trigo e outros mantimentos, segundo leedes7 em seu logar; outras chaves apanhava uũ homem cada noite de que o Meestre muito fiava, e veendo primeiro como as portas ficavom fechadas, lhas levava todas aos Paaços onde pousava8. Acerca da9 porta de Santa Catarina da parte do arreal 10 per onde mais acostumavom sair aa escaramuça, estava sempre uma casa prestes 11, com camas e ovos e estopas12, e triaga13, e outras necessárias cousas pera pensamento14 dos feridos quando tornavom15 das escaramuças. Na ribeira havia feitas duas grandes e fortes estacadas 16 de grossos e valentes paos, que o Meestre mandara fazer ante que el-Rei de Castela veesse, por defender 17 o combato da ribeira; e eram feitas des onde18 o mar mais longe espraia ataa19 terra junto com a cidade. E ũa foi caminho de Santos, a fundo da torre de atalaia contra aquela parte20, onde entendeo que el-Rei poeria seu arreal 21; outra fezerom no outro cabo da cidade junto com o muro dos fornos da cal contra o moesteiro de Santa Clara. (…) Nom leixavom os da cidade, por serem assi cercados, de fazer a barvacãa 22 d’arredor do muro da parte do arreal, des a porta de Santa Caterina, ataa torre d’ Alvoro Paaez, que nom era ainda feita, que seeriam dous tiros de besta23; e as moças sem neuũ medo, apanhando pedra pelas herdades, cantavom altas vozes 24 dizendo: Esta é Lixboa prezada, mirá-la e leixá-la25. Se quiserdes carneiro26, qual derom ao Andeiro26; se quiserdes cabrito27, qual deram ao Bispo27, e outras razões semelhantes. (…)
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(continua)
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Teste-modelo IAVE
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As outras cousas que pertenciam ao regimento28 da cidade, todas eram postas em boa e igual ordenança; i nom havia neuũ que com outro alevantasse arroido29 nem lhe empecesse per talentosos excessos30, mas todos usavom d’amigavel concordia, acompanhada de proveito comuũ. Fernão Lopes, Crónica de D. João I, «Capítulo 115», (Textos escolhidos), Lisboa, Seara Nova / Comunicação, 1980, pp. 173-175. (Apresentação crítica, seleção, notas e sugestões para análise literária de Teresa Amado)
Vocabulário e notas 1
entregues, confiadas; 2 exceto se fosse muito conhecida; 3 os que estavam encarregados das portas construíram uma espécie de casas onde podiam dormir, junto às portas; 4 para de noite as portas se manterem sob a sua vigia; 5 barcos; 6 do margem sul do rio Tejo; 7 conforme lestes; 8 onde o Mestre de Avis vivia; 9 perto da; 10 arraial, acampamento; 11 pronta; 12 usados para fazer curativos; 13 medicamento; 14 curativo; 15 regressavam; 16 espaços defendidos por estacas; 17 para defender; 18 desde onde; 19 até; 20 perto de Santos; 21 onde o Mestre de Avis entendeu que o rei de Castela estabeleceria o seu acampamento; 22 os da cidade, apesar de cercados, continuavam a construir uma parte da muralha (barbacã) ainda não terminada; 23 seria este o comprimento da muralha em construção: a distância que percorre, em duplicado, a flecha arremessada de uma besta, tipo de arco; 24 cantavam em voz alta, de modo a serem ouvidas pelos castelhanos; 25 olhá-la e ir embora; 26 referência ao assassinato do Conde Andeiro, partidário da rainha Dona Leonor e do rei de Castela, morto pelo Mestre de Avis; 27 referência ao assassinato do Bispo de Lisboa, pela população enfurecida, convencida de que ele seria partidário do rei de Castela; 28 governo, organização; 29 provocasse desacatos; 30 nem lhe causasse dano por atos intencionalmente desordeiros
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Indica as várias precauções tomadas relativamente às portas da cidade cercada abertas durante o dia. 2. Elabora uma caracterização do Mestre de Avis com base nos elementos textuais pertinentes. 3. Tem em atenção a letra da cantiga que cantavam as «moças» de Lisboa, e identifica os seus destinatários externos e internos, justificando. 4. Identifica a personagem coletiva referida na globalidade do texto, justificando.
B A afirmação da consciência coletiva do povo de Lisboa durante o cerco é uma característica com a qual o leitor da Crónica de D. João I se depara frequentemente. Escreve um texto no qual comproves esta afirmação com base na tua experiência de leitura. O teu texto deve ter entre 120 e 150 palavras.
33
Teste de avaliação 1 | Sequência 3
12
GRUPO II
Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.
5 -
10 15 -
20 25
Na Crónica de D. João I a narrativa apoia-se em dois tipos de personagens: os grupos e os indivíduos. Entre os primeiros, encontramos: as populações civis, em que se avantaja a de Lisboa, seguida das de várias outras cidades e vilas, e faz sentir a sua presença a «arraia meúda» 1 não necessariamente localizada; e os grupos militares, seja os exércitos portugueses (nas quatro grandes batalhas) e castelhanos (sempre numerosíssimos), seja os pequenos contingentes que saem a tomar um castelo, pôr cerco a uma vila, realizar uma pilhagem para reabastecimento, ou simplesmente fazer negaças ao inimigo do outro lado da fronteira. Entre os segundos, destacam-se a grande distância dos outros, pela importância que assumem na ação e pela minuciosa caracterização, D. João I, Nun’Álvares e D. Leonor. As cenas em que são protagonistas os populares caracterizam-se em geral pelo movimento, rápido, precipitado mesmo, como precipitados são os seus atos, não gastando muito tempo a ponderar razões. Nos poucos casos em que há diálogo, é sob a forma de vozes, nem sempre identificadas, que se isolam da multidão, representando-a face a um interlocutor externo, ou dirigindo-se aos próprios companheiros. Ocorre, raramente e quando em situações de oposição aos burgueses ou aos nobres, que se assista a uma tirada relativamente longa, ameaçando ou anunciando a decisão duma passagem à ação. Mas mais normalmente as falas são curtas, incitando a uma ação violenta ou à vigilância, insultando um traidor, proclamando fidelidade a um senhor, pedindo favores ao Mestre ou ao rei. Não é um discurso refletido. (…) [D. João I] surge-nos como chefe militar sem prestígio, traído pelos que supõe seus mais dedicados, desobedecido pelas suas tropas, escarnecido pelos habitantes dos castelos 2 que interminavelmente cerca com a mais estrondosa ineficácia, posto em xeque por pactos vexatórios 3 que nada o obrigava a aceitar, sempre apanhado desprevenido por toda a espécie de obstáculos, naturais ou outros. Apesar disso, é querido e seguido por muitos. No episódio do cerco de Coira, uma conversa entre o rei e alguns cavaleiros traduz claramente a sua inépcia como chefe, mas revela também a relação de boa amizade que o une aos seus (cap. 76, 2.ª Parte): porque sabe rir e sorrir, porque conhece o prazer de passar um serão «em sabor» com os seus homens, porque ouve igualmente conselhos e censuras, porque reconhece fraquezas, porque é sensível a pedidos e fiel à palavra dada, porque procura que reine a concórdia à sua volta, porque é capaz de levar a amizade até ao sacrifício. Fernão Lopes, Crónica de D. João I (Textos escolhidos), Lisboa, Seara Nova / Comunicação, 1980, pp. 38, 39 e 46. (Apresentação crítica, seleção, notas e sugestões para análise literária de Teresa Amado)
Vocabulário 1 o povo; 2 castelos de localidades que tomaram o partido do rei de Castela; 3 acordos vergonhosos
1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.5, seleciona a única opção que permite obter uma afirmação correta. 1.1 O primeiro parágrafo do texto está assente numa lógica de progressão textual que caracteriza (A) em primeiro lugar, as personagens individuais e seguidamente as coletivas. (B) em primeiro lugar, as personagens coletivas e depois as individuais, exemplificando pela mesma ordem. (C) em primeiro lugar, as personagens individuais e depois as coletivas, exemplificando pela ordem inversa. (D) em primeiro lugar, as personagens individuais e depois as coletivas.
1.2 No segundo parágrafo, explicita-se a relação entre (A) as palavras que saem da multidão e os atos desta. (B) as ações da multidão e as palavras de quem a dirige. (C) as palavras que saem da multidão e os objetivos desta. (D) as ações da multidão e as palavras de oposição aos nobres e burgueses.
34
Teste-modelo IAVE
1.3 A visão de D. João caracteriza-se (A) por um acumular de características positivas. (B) por um acumular de características negativas. (C) pelo equilíbrio entre características positivas e negativas. (D) pelo predomínio das características negativas sobre as positivas.
1.4 O «episódio do cerco de Coira», l. 20, (A) tem como função exemplificar informação que é apresentada posteriormente. (B) é um exemplo relativo às qualidades de D. João I. (C) exemplifica um defeito de D. João I. (D) acentua alguns dos defeitos de D. João I.
1.5 A sequência de várias orações subordinadas adverbiais causais presente no final do texto, entre as ll. 2225, tem como função (A) realçar a camaradagem entre D. João I e os seus soldados e cavaleiros. (B) comprovar que D. João I não tinha somente defeitos. (C) chamar a atenção para as qualidades humanas e de chefia de D. João I. (D) ilustrar as suas capacidades militares.
2. Responde, de forma correta, aos itens apresentados. 2.1 Indica o processo fonológico presente na evolução da palavra do português antigo «batees», l. 6, para batéis, no português moderno (texto do Grupo I). 2.2 Indica a função sintática desempenhada por «D. João I, Nun’Álvares e D. Leonor.», l. 8, (texto do Grupo II). 2.3 Classifica a segunda oração coordenada presente em «ameaçando ou anunciando a decisão duma passagem à ação.», l. 14, (texto do Grupo II).
GRUPO III Escreve um texto expositivo no qual apresentes o contexto histórico em que ocorreu o cerco de Lisboa narrado por Fernão Lopes na Crónica de D. João I. O teu texto deve ter um mínimo de 200 e um máximo de 300 palavras.
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Teste de avaliação 2 | Sequência 3
22
Teste de avaliação
Sequência 3
GRUPO I A Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.
5 -
10 15 -
20 -
Toda a cidade era dada a nojo1, cheia de mezquinhas querelas2, sem neuũ prazer que i houvesse: uũs com gram mingua do que padeciam; outros havendo doo3 dos atribulados4; e isto nom sem razom, ca se é triste e mezquinho o coraçom cuidoso5 nas cousas contrairas6 que lhe aviinr podem7, veede que fariam aqueles que as continuadamente tão presentes tiinham? Pero com todo esto, quando repicavom, nenhuũ non mostrava que era faminto, mas forte e rijo contra seus emigos. Esforçavom-se uũs por consolar os outros, por dar remédio a seu grande nojo, mas nom prestava conforto de palavras nem podia tal door seer amansada com neũas doces razões; e assi como é natural cousa a mão ir ameúde onde se a door, assim uũs homees falando com outros, nom podiam em aI departir senom em na mingua que cada uũ padecia. Ó quantas vezes encomendavom nas missas e preegações que rogassem a Deos devotamente por o estado da cidade! E ficados os geolhos, beijando a terra, braadavam a Deos que lhes acorresse, e suas prezes nom eram compridas! Uũs choravam antre si, mal-dizendo seus dias, queixando-se por que tanto viviam, como se dissessem com o Profeta: «Ora veesse a morte ante do tempo, e a terra cobrisse nossas faces, pera nom veermos tantos males!» Assi que rogavam a morte que os levasse, dizendo que melhor lhe fora morrer que lhe serem cada dia renovados desvairados padecimentos. Outros se querelavom a seus amigos, dizendo que foram desventuirada gente, que se ante nom deram a el-rei de Castela que cada dia padecer novas mizquiindades, firmando-se de todo nas peores cousas que fortuna em esto podia obrar. Sabia porém isto o Mestre e os de seu Conselho, e eram-lhe doorosas d’ouvir estas novas; e veendo estes males a que acorrer nom podiam, çarravom suas orelhas do rumor do poboo. Como nom querees que maldissessem sa vida e desejassem morrer alguũs homees e molheres, que tanta diferença há d’ ouvir estas cousas aaqueles que as entom passarom, como há da vida aa morte? Os padres e madres viiam estalar de fame os filhos que muito amavom, rompiam as faces e peitos sobr’eles, nom teendo com que lhe acorrer, senom planto e espargimento de lagrimas. e sobre todo isto, medo grande da cruel vingança que entendiam que el-Rei de Castela deles havia de tomar; assi que eles padeciam duas grandes guerras, ũa dos emigos que os cercados tiinham, e outra dos mantiimentos que lhes minguavom, de guisa que eram postos em cuidado de se defender da morte per duas guisas.
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Fernão Lopes, Crónica de D. João I (Textos escolhidos), Lisboa, Seara Nova / Comunicação, 1980, pp. 197-198. (Apresentação crítica, seleção, notas e sugestões para análise literária de Teresa Amado)
Vocabulário 1 estava cheia de tristeza; 2 questões frequentes por tudo e por nada; 3 pena; 4 os que sofriam mais; 5 preocupado, sofredor; 6 com as coisas adversas; 7 que podem suceder de vez em quando
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. A cidade é apresentada como um ator coletivo. Justifica esta afirmação transcrevendo pelo menos dois exemplos pertinentes. 2. Explica por que razão havia pessoas na cidade cercada que desejavam a morte. 3. Explicita e justifica as reações do Mestre de Avis e de outros responsáveis pela defesa da cidade aos lamentos dos habitantes cercados.
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Teste-modelo IAVE
4. Identifica, justificando, o recurso expressivo presente em «padeciam duas grandes guerras», ll. 23-24, tendo em consideração o sentido geral do parágrafo em que ocorre a frase.
B Escreve um texto que tenha entre 120 e 150 palavras no qual apresentes as linhas gerais do contexto histórico em que decorre o cerco da cidade de Lisboa pelo exército castelhano.
GRUPO II Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário.
Breve história da cidade proibida 5 -
10 15 -
20 25 30
Durante cinco séculos, o Palácio de Pequim foi a residência oficial dos imperadores da China e o centro do seu poder. O lugar sempre fascinou pelas suas dimensões, pelo seu aspeto secreto e, para os privilegiados que a ele tinham acesso, pela magnificência dos seus edifícios e o luxo dos seus aposentos. (…) O palácio inscreve-se numa longa tradição de residências imperiais que se sucedem ao longo de vários milénios. Inúmeros elementos fazem dele o centro cosmológico 1 do mundo. Assim, a cor vermelha era a cor imaginada da Estrela Polar, único ponto fixo no céu da cosmografia 2 chinesa. O próprio palácio era comummente designado por esse epíteto: Cidade Púrpura Proibida. Diversos elementos, simultaneamente simbólicos e decorativos, pontuam o conjunto do complexo. Um leão e uma leoa de bronze guardam as portas. Abrigo para uma medida de cereal, quadrante solar, animais emblemáticos (como a tartaruga) sublinham as funções religiosas e judiciais do monarca. Vários templos estão espalhados por toda a extensão do palácio. O serviço religioso era desempenhado por clérigos específicos e apenas uma parte dos habitantes do palácio os frequentava. (…) O palácio está dividido em duas partes: o átrio exterior, consagrado a vida cerimonial e, nas traseiras, o átrio interior, para utilização do imperador e sua família. Pátios sucessivos – alguns de grandes dimensões – e passagens ao ar livre entre longos muros delimitam os espaços de área variável, com afetações 3 precisas. A partir da Praça da Paz Celestial, uma sequência de portas monumentais e átrios – orientados de sul para norte, como manda a tradição chinesa, e dispostos segundo um ritmo intencional – conduz ao pavilhão da Suprema Harmonia, o edifício mais sumptuoso e mais vasto do palácio, coração do Império, onde se realizavam as audiências mais importantes, frente ao trono imperial. Atrás, dois outros edifícios, construídos sobre o mesmo envasamento4 de mármore com três níveis, completam este primeiro conjunto e constituem um cenário grandioso para uma grande parte das cerimónias oficiais. Três alamedas sublinham o eixo sulnorte do palácio. O caminho central só era percorrido pelo imperador, num palanquim5. Neste percurso solene, as escadas são substituídas por rampas de mármore branco, esculpidas com dragões de corpo reptilíneo, símbolos por excelência do imperador. Por detrás do átrio exterior, um longo átrio, perpendicular ao eixo principal, separa o palácio em dois. A porta da Pureza Celestial dá acesso a uma outra fiada de três pavilhões erigidos sobre um envasamento comum. Residência dos imperadores e imperatrizes até 1723, esta parte traseira será a seguir utilizada como aposentos de aparato; assim o Palácio da Tranquilidade Terrena era utilizado para a noite de núpcias do casal imperial. O jardim imperial ocupa a parte posterior do recinto. O seu plano simétrico rompe com a ordenação habitual dos jardins chineses. A despeito de frequentes alterações, os elementos deste eixo central conservaram, em geral, o aspeto que tinham no século XV. AA. VV., ABCedário da cidade proibida, Lisboa, Público, 2003, pp. 11-16. (Texto adaptado)
Vocabulário 1 centro da conceção do mundo; 2 representação gráfica do cosmos; 3 funções; 4 base; 5 veículo para uma pessoa, espécie de liteira
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Teste de avaliação 2 | Sequência 3
2
1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.5, seleciona a única opção que permite obter uma afirmação correta. 1.1 Sendo este texto de natureza expositiva, a sua linguagem caracteriza-se (A) pelo recurso à objetividade, embora com algumas marcas de subjetividade. (B) pelo recurso à subjetividade, embora com ligeiras marcas de objetividade. (C) pelo recurso à objetividade, sem marcas de subjetividade. (D) pelo recurso à subjetividade, sem qualquer marca de objetividade.
1.2 Da leitura do segundo parágrafo infere-se que a civilização chinesa, no que respeita à arquitetura monumental, se caracteriza tradicionalmente por (A) dar muita importância aos elementos decorativos. (B) dar tanta importância a elementos decorativos como a elementos simbólicos. (C) privilegiar os elementos simbólicos em detrimento dos decorativos. (D) privilegiar os elementos simbólicos.
1.3 A importância do pavilhão da Suprema Harmonia é realçada, no quarto parágrafo, através da utilização de uma (A) metáfora. (B) comparação. (C) personificação. (D) hipérbole.
1.4 A solenidade do percurso referido no quarto parágrafo, ll. 12-22, é sublinhada através da referência (A) a elementos arquitetónicos como as «rampas» feitas de material nobre. (B) a elementos simbólicos gerais. (C) a elementos simbólicos específicos. (D) à utilização de um «palanquim» para transportar o imperador.
1.5 A frase que mais se aproxima pelo sentido da última frase do texto, «A despeito…», l. 29, até ao fim, é (A) os elementos do «eixo central» continuam com o aspeto que tinham no século XV. (B) o aspeto atual do «eixo central» mudou muito porque houve muitas alterações ao longo do tempo. (C) apesar de o aspeto do «eixo central» ter mudado, é idêntico ao que tinha no século XV. (D) apesar de ter sofrido muitas alterações, o aspeto do «eixo central» é idêntico ao que tinha no século XV.
2. Responde, de forma correta, aos itens apresentados. 2.1 Indica o processo fonológico de alteração presente na evolução de «contrairas», l. 3, para contrárias (texto do Grupo I). 2.2 Indica a função sintática da palavra destacada na expressão «Neste percurso solene…», ll. 21-22, (texto do Grupo II). 2.3 Classifica a oração subordinada presente na frase «O palácio inscreve-se numa longa tradição de residências imperiais que se sucedem ao longo de vários milénios.», ll. 4-5, (texto do Grupo II).
GRUPO III Elabora uma síntese do texto do Grupo II que tenha cerca de um quarto da sua dimensão.
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Teste-modelo IAVE
1
Sequência 4
Teste de avaliação
GRUPO I A Lê o poema seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário e as notas apresentados.
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Inês Renego deste lavrar e do primeiro que o usou! ò Diabo que o eu dou, que tão mao é d’aturar! Ó Jesu! que enfadamento1, e que raiva, e que tormento, que cegueira, e que canseira2! Eu heide buscar maneira d’algum outro aviamento3. Coitada, assi heide estar encerrada nesta casa como panela sem asa4 que sempre está num lugar? E assi hãode ser logrados5 dous dias amargurados, que eu possa durar viva? E assi heide estar cativa em poder de desfiados6?
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Antes o darei ao Diabo Que lavrar mais nem pontada. Já tenho a vida cansada de jazer sempre dum cabo7. Todas folgam e eu não todas vêm e todas vão onde querem, senão eu. Hui! e que pecado é o meu, ou que dôr de coração? Esta vida é mais que morta. São8 eu coruja ou corujo ou são algum caramujo9 que não sai senão à porta? E quando me dão algum dia licença, como a bugia10, que possa estar à janela é já mais que a Madanela quando achou a aleluía11.
Gil Vicente, «Auto de Inês Pereira», in Teatro de Gil Vicente, 6.a edição, Lisboa, Portugália Editora, s/d, pp. 159-160. (Apresentação e leitura de António Jose Saraiva)
Vocabulário e notas 1
aborrecimento; 2 desgraça; 3 vv. 8-9: hei de encontrar uma solução para este problema; 4 panela que não era usada; vividos; 6 v. 18: Sempre a trabalhar nos panos; 7 no mesmo sítio; 8 sou; 9 espécie de lapa, molusco marinho; 10 macaca; 11 alusão à alegria de Maria Madalena quando soube da Ressurreição de Cristo – a de Inês é idêntica, quando se põe à janela 5
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Teste de avaliação 1 | Sequência 4
2
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Integra o texto na estrutura da peça a que pertence explicitando a sua função. 2. Refere, justificando, o estado psicológico em que se encontra Inês. 3. Este monólogo permite traçar um quadro do quotidiano de uma moça do povo do início do século XVI. Justifica esta afirmação. 4. Inês apresenta-se como uma jovem diferente de todas as outras. Explica como o faz, indicando os dois recursos expressivos que contribuem para a sua individualização.
B A dimensão satírica da Farsa de Inês Pereira é uma das suas características mais evidentes. Escreve um texto no qual comproves esta afirmação com base na tua experiência de leitura – referindo pelo menos Pero Marques e Brás da Mata. O teu texto deve ter entre 120 e 150 palavras.
GRUPO II Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.
Gil Vicente – A sátira social 5 -
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O tipo mais insistentemente observado e satirizado por Gil Vicente é sem dúvida o clérigo, e especialmente o frade, presente em todos os setores da vida portuguesa, na corte e no povo, na cidade e na aldeia. Gil Vicente censura nele a desconformidade entre os atos e os ideais, pois, em lugar de praticar a austeridade, a pobreza e a renúncia ao mundo, busca as riquezas e os prazeres, é espadachim, blasfema 1, tem mulher e prole2, ambiciona honras e cargos, procedendo como se a ordenação sacerdotal o imunizasse contra os castigos que Deus tem reservados para os pecadores. (…) Outro tipo insistente nos autos vicentinos é o Escudeiro, género de parasita ocioso e vadio (…). O Escudeiro imita os padrões da nobreza, toca guitarra, verseja, faz serenatas às filhas dos «oficiais mecânicos», pavoneia-se de bravo e cavaleiro, espera o seu «acrescentamento», que o instalará de vez na nobreza. Mas não trabalha, passa fome estreme 3, tem medo, é corrido sob a chuva de insultos da mãe da pretendida, que o aconselha a aprender um ofício para não morrer à míngua 4. Esta parasitagem faminta, que tendia a multiplicar-se com a decadência da baixa nobreza e seus ramos desqualificados, levantava protestos da parte de burgueses e artífices. Também aqui Gil Vicente se faz eco de um sentimento popular, ao mesmo tempo que de um problema colocado ao nível dos governantes. Mas cabe perguntar em que medida ele visa, através do Escudeiro, o próprio ideal de vida nobre. O facto é que, embora relativamente raros, os fidalgos aparecem também duramente atacados nos autos. Na Barca do Inferno e na Farsa dos Almocreves caracterizam-se por uma presunção balofa5 e por explorarem o trabalho dos servidores sem lhes pagar (o que também sucede com os Escudeiros relativamente aos respetivos moços). Não fica mais favorecido o grupo dos magistrados e dos administradores. Meirinhos 6, corregedores, juízes, insaciáveis espoliadores7 do povo, são impiedosamente fustigados8 na Barca do Inferno, na Floresta de Enganos, na Frágua do Amor, onde a Justiça é uma velha corcovada9 com as algibeiras repletas de galinhas, perdizes e bolsas, as mãos enormes, habituadas a «apanhar». (…) (continua)
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Não fica mais favorecido o grupo dos magistrados e dos administradores. Meirinhos 6, corregedores, juízes, insaciáveis espoliadores7 do povo, são impiedosamente fustigados8 na Barca do Inferno, na Floresta de Enganos, na Frágua do Amor, onde a Justiça é uma velha corcovada9 com as algibeiras repletas de galinhas, perdizes e bolsas, as mãos enormes, habituadas a «apanhar». (…) Quem suporta a carga desta hierarquia social de parasitas e ociosos? Segundo Gil Vicente, o «Lavrador». Este Lavrador, que faz duas rápidas mas impressionantes entradas em cena (Barca do Purgatório, Romagem de Agravados), (…) é uma personagem patética cuja voz acusadora tem acentos comoventes. Trabalha até à extenuação, sem tempo sequer para limpar as gotas de suor. O produto do trabalho é-lhe arrancado pelos cobradores de rendas ou pelos frades. Na igreja escorraçam-no como um cão. Até Deus, segundo João Murtinheira, parece comprazer-se em persegui-lo enviando-lhe o sol e a chuva fora de tempo (…). Em resumo, segundo o Lavrador do Auto impropriamente dito da Barca do Purgatório: Nós somos vida das gentes e morte das nossas vidas. E todavia, pondera o mesmo Lavrador, todos vimos do mesmo pai Adão. Este sentimento da condição miserável do camponês, aliás sustentáculo dos privilégios senhoriais, tem um acento profundamente sincero em Gil Vicente, e é a contrapartida grave do riso que ele prodigaliza 10 a propósito das outras camadas. A. J. Saraiva e Óscar Lopes, História da literatura portuguesa, 17.a edição, Porto, Porto Editora, 1996, pp. 199-201.
Vocabulário 1 profere insultos contra o sagrado; 2 filhos; 3 verdadeira; 4 de fome; 5 ridícula; 6 oficiais da justiça; 7 ladrões; 8 criticados; 9 corcunda; 10 oferece
1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.5, seleciona a única opção que permite obter uma afirmação correta. 1.1 De acordo com o primeiro parágrafo do texto, Gil Vicente satiriza os clérigos porque a sua vida (A) não decorre de acordo com o princípio de desapego pelas riquezas do mundo. (B) revela incoerência entre o que pregam e o que fazem. (C) não revela incoerência entre as palavras e as ações. (D) decorre de acordo com o princípio de desinteresse pelas honrarias mundanas.
1.2 O segundo parágrafo refere vários aspetos da vida dos Escudeiros, exceto (A) a origem da sua posição social. (B) os seus anseios de ascensão social. (C) críticas que a sociedade lhes fazia. (D) o modo como desapareceram da sociedade.
1.3 A possibilidade de a crítica aos Escudeiros ser, talvez, um ataque à nobreza, baseia-se no facto de (A) os Escudeiros pertencerem a uma nobreza decaída. (B) tanto os Escudeiros como os nobres terem certos comportamentos idênticos. (C) tanto os Escudeiros como os nobres serem presunçosos. (D) os Escudeiros estarem ao serviço da nobreza.
1.4 O recurso expressivo presente na frase «Meirinhos, corregedores, juízes, insaciáveis espoliadores do povo, são impiedosamente fustigados na Barca do Inferno, na Floresta de Enganos, na Frágua do Amor», ll. 21-22-23, é uma (A) comparação. (B) hipérbole. (C) metáfora. (D) personificação.
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1.5 A frase que melhor sintetiza o último parágrafo do texto é (A) Gil Vicente tanto sabe criticar com seriedade como através do riso. (B) Gil Vicente tanto critica o clero através da seriedade como através do riso. (C) Gil Vicente critica principalmente através do riso. (D) Gil Vicente critica especialmente a exploração dos pobres pelos poderosos.
2. Responde, de forma correta, aos itens apresentados. 2.1 Identifica, justificando, um arcaísmo entre os vv. 14-16 (texto do Grupo I). 2.2 Indica a função sintática da expressão destacada na frase Inês julgava a sua vida um verdadeiro martírio. 2.3 Classifica a oração subordinada presente na frase «O Escudeiro (…) espera o seu “acrescentamento”, que o instalará de vez na nobreza», ll. 10-11, (texto do Grupo II).
GRUPO III Elabora uma síntese do texto do Grupo II que tenha cerca de um quarto da sua dimensão.
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Sequência 4
Teste de avaliação
GRUPO I A Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário e as notas apresentados. Ida a Mãe, fica Inês Pereira e o Escudeiro. E senta-se Inês Pereira a lavrar, e canta esta cantiga: -
Inês Si no os huviera mirado no penara, pero tampoco os mirara
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O Escudeiro, vendo cantar a Inês Pereira, mui agastado1 lhe diz:
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Esc. Vós cantais, Inês Pereira? Em vodas m’andáveis vós2? Juro ao Corpo de Deos que esta seja a derradeira! Se vos eu vejo cantar, eu vos farei assoviar… Inês Bofé, senhor meu marido, se vós disso sois servido, bem o posso eu escusar.
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Vós não haveis de falar com homem, nem mulher que seja nem sòmente ir à igreja não vos quero eu leixar. Já vos preguei as janelas, por que não vos ponhais nelas. Estareis aqui encerrada nesta casa, tão fechada como freira d’Oudivelas. Inês Que pecado foi o meu? Por que me dais tal prisão? Esc. Vós buscastes discrição, que culpa vos tenho eu? Pode ser maior aviso, maior discrição e siso que guardar eu meu tisouro? Não sois vós, mulher, meu ouro? Que mal faço em guardar isso?
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Esc. Mas é bem que o escuseis, e outras cousas que não digo! Inês Porque bradais3 vós comigo? Esc. Será bem que vos caleis. E mais, sereis avisada que não me respondais nada, em que ponha fogo a
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Vós não haveis de mandar em casa sòmente um pêlo6. Se eu disser: – isto é novelo – haveilo de confirmar. E mais quando eu vier de fora, haveis de tremer; e cousa que vós digais não vos há de valer mais que aquilo que eu quiser.
Gil Vicente, «Auto de Inês Pereira», in Teatro de Gil Vicente, Lisboa, Portugália Editora, s/d, pp. 188-189. (Apresentação e leitura de António Jose Saraiva)
Vocabulário e notas 1 zangado; 2 a festa já acabou; 3 gritais; 4 que se dá ao respeito; 5 presa; 6 nem um bocadinho
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Teste de avaliação 2 | Sequência 4
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Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Refere, justificadamente, as reações do público a esta cena. 2. Indica sobre quem recai a sátira no texto, justificando. 3. Explicita a relação entre Brás da Mata e Inês Pereira. 4. Comprova que, mesmo numa situação de domínio, Brás da Mata não deixa de usar um discurso com marcas de sedução, referindo os recursos expressivos pertinentes.
B A relação entre Inês Pereira e sua mãe, ao longo da farsa, não é, por norma, pacífica. Escreve um texto no qual comproves esta afirmação com base na tua experiência de leitura. O teu texto deve ter entre 120 e 150 palavras.
GRUPO II Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário e as notas apresentados.
Para um «clássico» da inquisição portuguesa 5 -
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Os Episódios dramáticos da Inquisição portuguesa de António Baião, textos de referência nos estudos sobre o Santo Ofício1, apesar dos anos, não perderam o viço2. Alimentam-se da fonte viva dos documentos e continuam a satisfazer a sede dos seus leitores. O segredo da sua perenidade 3 está na segurança das informações e no estilo jornalístico, quase folhetinesco 4, com que apresenta os resultados da investigação. Não se trata de uma elaboração hermética 5, voltada para os seus pares6, mas de uma pesquisa a par e passo partilhada com o comum dos leitores. António José Saraiva queixava-se, nos seus estimulantes estudos sobre a Inquisição Portuguesa, de que perante mais de 40 000 processos e quilómetros de prateleiras de documentos, referentes ao Santo Ofício, não restava ao investigador outro caminho a não ser o da pesca à linha. António Baião, que foi durante quarenta anos diretor do Arquivo Nacional da Torre do Tombo, teve tempo para lançar a cana e o anzol e obteve assim uma bela pescaria, sobretudo de peixes graúdos: Fernão de Oliveira, Damião de Góis, o cónego Baltasar Estaço, António Homem, o padre António Vieira, Duarte da Silva e tantos mais. António Baião parte do concreto. Multiplica-se em narrativas breves, retiradas dos processos, acompanha alguns autos de fé7, visita com D. João V o tribunal de Évora. O título da obra Episódios dramáticos da Inquisição portuguesa conforma-se inteiramente com o conteúdo. E não tendo a pretensão de desenhar a estrutura do edifício inquisitorial, consegue introduzir o leitor nas paredes daquele mundo sinistro. (…) Têm-se multiplicado nos últimos anos os estudos sobre a Inquisição Portuguesa. A metodologia utilizada é mais complexa. O Arquivo da Inquisição, conservado na sua maior parte na Torre do Tombo, mantém ainda intacta boa parte da riqueza, essencial para a história cultural e social. E no entanto, apesar de publicados na primeira metade do século XX, não só o leitor, mas também o investigador não podem dispensar a leitura e o estudo destes Episódios dramáticos da Inquisição portuguesa de António Baião e também a História dos cristãos-novos portugueses do seu contemporâneo Lúcio de Azevedo. (…)
(continua)
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Para a vida e obra de António Baião, o leitor não tem mais que ater-se à excelente biografia e à bibliografia exaustiva que lhe dedicou o responsável por esta nova edição dos Episódios dramáticos da Inquisição portuguesa, Ana Cristina da Costa Gomes, mestre em História Moderna com uma tese inovadora sobre o esquecido humanista Diogo de Sá. Estamos-lhe gratos por trazer de novo António Baião ao convívio dos leitores. António Borges Coelho, in António Baião, Episódios dramáticos da Inquisição portuguesa, Volume I, Lisboa, Prefácio, 2004, pp. 23-24.
Vocabulário e notas 1 outra designação do Tribunal da Inquisição; especializado em questões de fé religiosa, perseguiu principalmente os judeus, desde o século XVI até ao século XVIII, tendo terminado no início do século XIX; 2 importância; 3 duração, atualidade; 4 estilo agradável de ler, simples; 5 estilo dificilmente compreensível; 6 intelectuais como ele; 7 cerimónias durante as quais eram punidos os condenados pela Inquisição, por vezes com a morte no fogo
1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.5, seleciona a única opção que permite obter uma afirmação correta. 1.1 Este texto foi escrito com a função de (A) relacionar o livro de António Baião nele referido com outros de temática afim. (B) apreciar criticamente o livro de António Baião nele referido. (C) comprovar a atualidade da obra de António Baião nele referida. (D) convencer sobre a importância da aquisição e leitura deste livro.
1.2 O recurso expressivo com o qual o autor designa a documentação consultada por António Baião para escrever o seu livro, presente na frase «Alimentam-se da fonte viva dos documentos», l. 2, é uma (A) personificação. (B) hipérbole. (C) comparação. (D) metáfora.
1.3 Com a utilização da expressão «pesca à linha», l. 9, António José Saraiva não pretendia (A) enfatizar a dificuldade do investigador perante a enormidade da tarefa. (B) realçar a sorte do investigador se acaso encontrasse material interessante. (C) demonstrar que o investigador necessitava de auxiliares no seu trabalho. (D) evidenciar o tempo que o investigador tinha de dedicar à tarefa.
1.4 O terceiro parágrafo apresenta, para referir o percurso de investigação de António Baião, uma sucessão de (A) duas metáforas. (B) três metáforas. (C) quatro metáforas. (D) cinco metáforas.
1.5 O texto termina com uma agradecimento cuja causa reside (A) na obtenção de um grau académico. (B) na reedição de um livro. (C) na elaboração de uma bibliografia. (D) na redação de uma biografia.
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Teste de avaliação 2 | Sequência 4
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2. Responde, de forma correta, aos itens apresentados. 2.1 Indica o processo irregular de formação de palavras através do qual a palavra «leitor», l. 20, (texto do Grupo II), adquire o significado de dispositivo de leitura para CD ou DVD, no domínio da informática. 2.2 Indica a função sintática da expressão destacada na frase António Borges Coelho considera de grande valor o trabalho de investigação de António Baião. 2.3 Indica a função sintática da expressão destacada na frase «Os Episódios dramáticos da Inquisição portuguesa de António Baião, textos de referência nos estudos sobre o Santo Ofício, apesar dos anos, não perderam o viço.», ll. 1-2, (texto do Grupo II).
GRUPO III As relações entre pais e filhos são hoje muito mais consensuais e flexíveis do que eram antigamente. Escreve um texto bem estruturado, com um mínimo de 200 e um máximo de 300 palavras, em que exponhas os vários modos que essas relações assumem nos nossos dias – destacando o melhor e o pior deles.
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Sequência 5
Teste de avaliação
GRUPO I A Lê o poema seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário e as notas apresentados a seguir ao texto. a este moto1 seu2: Se Helena apartar3 do campo seus olhos, nascerão abrolhos4.
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VOLTAS A verdura amena5, gados, que paceis6, sabei que a deveis aos olhos d’ Helena. Os ventos serena, faz flores d’ abrolhos o ar de seus olhos.
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Faz serras floridas7, faz claras as fontes: se isto faz nos montes, que fará nas vidas? Trá-las suspendidas como ervas em molhos, na luz de seus olhos.
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Os corações prende Com graça inhumana8; de cada pestana ũ’ alma lhe pende9. Amor se lhe rende, e, posto em giolhos10, pasma nos seus olhos11. Luís de Camões, Rimas, Coimbra, Almedina, 2005, p. 19. (Texto estabelecido e prefaciado por Álvaro J. da Costa Pimpão)
Vocabulário e notas 1 mote; 2 da autoria do próprio Camões; 3 afastar, deixar de olhar; 4 plantas espinhosas; 5 agradável, bela; 6 pastais; 7 v. 9: o olhar de Helena transforma a água turva das fontes em água límpida; 8 enorme; 9 está suspensa; 10 posto de joelhos, em adoração; 11 encanta-se com os seus olhos, aos quais fica preso, sem poder deixar de os fitar
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Teste de avaliação 1 | Sequência 5
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Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Explica a relação entre o «moto» ou mote e as voltas da cantiga. 2. Explicita o sentido da pergunta feita pelo sujeito lírico nos vv. 10-11, tendo em consideração a relação entre Helena e a Natureza. 3. Identifica, justificando, o primeiro recurso expressivo que, na segunda estrofe, contribui para a sugestão do poder transformador dos olhos de Helena. 4. Prova que o primeiro e o segundo versos da cantiga, «A verdura amena / gados, que pasceis», têm o mesmo número de sílabas métricas mas não têm o mesmo número de sílabas gramaticais.
B Apoiando-te na tua experiência de leitura, escreve um texto que tenha entre 120 e 150 palavras, no qual apresentes as principais características físicas e psicológicas que Camões atribui às mulheres que canta.
GRUPO II Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta a nota apresentada.
Os grandes temas camonianos O amor 5 -
O amor é, de facto, o principal tema de toda a lírica camoniana – como é, n’Os Lusíadas, uma das grandes linhas que movem, organizam e dão sentido ao universo, elevando os heróis à suprema dignidade de, através dele, atingirem a divinização. Na Lírica de Camões, o amor é, contudo, fonte de contradições vivamente sentidas: ele é sucessivamente «fogo que arde sem se ver», «ferida que dói e não se sente», «contentamento descontente» – daí que ele dificilmente possa trazer consigo a alegria e a paz. É algo de indefinível ou, nas próprias palavras do Poeta, «um não sei quê, que nasce não sei onde, vem não sei como e dói não sei porquê.» (…)
A mulher amada: a natureza 10 15 20
Ligado ao tema do Amor, encontramos, como vimos, o tema da mulher amada, entendida como ser celestial – «celeste formosura» – ou como fera, Circe 1; da ausência da mulher amada, vivida como ocasião de purificação do amor, ou como mágoa e saudade; o da morte da amada, encarada com mágoa serena e resignação cristã (soneto «Alma minha gentil que te partiste») ou como mágoa revoltada, impotente e, esta sim, «sem remédio» (sonetos Quando de minhas mágoas a comprida ou O céu, a terra, o vento sossegado). É bom de ver que estas visões contrastantes da amada, da sua ausência ou morte, têm que ver com a dupla visão do amor, atrás referida. Mas o entendimento amoroso exige um enquadramento natural. A natureza aparece-nos na poesia camoniana, na lírica como na épica, como uma natureza alegre (Alegres campos, verdes arvoredos), serena, luminosa, perfumada, em que avultam o verde, o cristal das águas límpidas, os frutos saborosos, as flores. Neste cenário se vivem sentimentos amorosos – e se a natureza, por vezes, fica indiferente (soneto O céu, a terra, o vento sossegado), de outras vezes ela compartilha da tristeza dos amantes (Aquela triste e leda madrugada). (continua)
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O «desconcerto do mundo» 25 -
Experiência amorosa e experiência de vida colocam Camões perante uma constatação: a de que no mundo a realidade é absurda e domínio do «desconcerto», em que se premeiam os maus e se castigam os bons. Esta constatação deixou marcas amargas n’Os Lusíadas – e deixou-as na Lírica, em poemas de revolta, de queixa, desengano, perplexidade angustiada. (…) A mudança, que é a condição de tudo, para ele fez-se sempre para pior. Por isso se sente com o direito de se interrogar se o bem passado foi de facto bem ou se já era prenúncio do mal presente. Amélia Pinto Pais, Eu cantarei de amor – lírica de Luís de Camões, Porto, Areal Editores, 2007, pp. 27-29. (Texto adaptado)
Nota 1 feiticeira, na mitologia grega; modelo de maldade
1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.5, seleciona a opção que permite obter uma afirmação correta. 1.1 A frase que melhor sintetiza os dois primeiros parágrafos é (A) O amor é o tema central da obra de Luís de Camões; mas apresenta faces diferentes, conforme se trate da poesia lírica ou da poesia épica. (B) O amor é o grande tema da obra de Luís de Camões; na poesia lírica apresenta-se como um fenómeno contraditório. (C) O amor é o grande tema da obra de Luís de Camões, apresentando, na poesia épica, um caráter de sentimento pleno de dignidade. (D) O amor é o tema central da obra de Luís de Camões; apresenta faces diferentes, sendo valorizado na poesia épica.
1.2 De acordo com o segundo parágrafo, o sentimento amoroso expresso por Camões na poesia lírica caracteriza-se por ser de natureza (A) contraditória. (B) problemática. (C) pessimista. (D) injusta.
1.3 A «mulher amada» é apresentada por Camões como (A) um ser angélico e formoso. (B) um ser diabólico e feroz. (C) um misto de bom e de mau. (D) um ser ora bom ora mau.
1.4 A natureza apresenta-se, na poesia lírica de Camões, (A) sem ligação com os estados de alma dos amantes. (B) por vezes como confidente dos amantes. (C) por vezes tomando parte nos estados de alma dos amantes. (D) enquadrando os estados de alma dos amantes.
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Teste de avaliação 1 | Sequência 5
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1.5 De acordo com o último parágrafo do texto, o tema camoniano do desconcerto do mundo tem na origem (A) a constatação de que o mundo se caracteriza pela diversidade. (B) a verificação de que o mundo se caracteriza pela contradição. (C) a constatação de que o mundo é ilógico. (D) a verificação de que o mundo se caracteriza pela mudança contínua.
2. Responde, de forma correta, aos itens apresentados. 2.1 Seleciona, no quarto parágrafo do texto, três nomes que possam integrar o campo lexical da Natureza. 2.2 Indica a função sintática da expressão «a divinização», l. 3. 2.3 Transcreve, do último parágrafo, a oração subordinada adjetiva relativa explicativa.
GRUPO III O amor é um sentimento que todos atinge a partir da adolescência. Os mais velhos estão também a ele sujeitos. Num texto bem estruturado, com um mínimo de 200 e um máximo de 300 palavras, expõe as tuas ideias sobre a importância deste sentimento para o bem-estar desta camada populacional idosa.
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Teste-modelo IAVE
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Sequência 5
Teste de avaliação
GRUPO I A Lê o poema seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário e as notas apresentados a seguir ao texto.
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Grão tempo há já1 que soube da Ventura2 a vida que me tinha destinada; que a longa experiência da passada me dava claro indício da futura. Amor fero3, cruel, Fortuna4 dura, bem tendes vossa força exprimentada: assolai5, destruí, não fique nada; vingai-vos desta vida, qu’ inda dura. Soube Amor da Ventura, que a não tinha,
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e, por que mais sentisse a falta dela, de imagens impossíveis me mantinha. Mas vós, Senhora, pois que minha estrela7 não foi milhor, vivei nesta alma8 minha,
Luís de Camões, Rimas, Coimbra, Almedina, 2005, p. 129. (Texto estabelecido e prefaciado por Álvaro J. da Costa Pimpão)
Vocabulário e notas 1 há muito tempo; 2 felicidade; 3 feroz; 4 a sorte, o acaso; 5 arruinai; 6 v. 9: Amor soube que não podia ter a Ventura; 7 vv. 12-13: o Poeta dirige-se à «Senhora» dizendo-lhe que também com ela não teve sorte; 8 espírito, memória
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Indica o tema do soneto. 2. Divide o poema em duas partes lógicas, justificando. 3. Explicita a reflexão pessoal sobre o amor presente no soneto. 4. Identifica o primeiro recurso expressivo presente no último verso do soneto.
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Teste de avaliação 2 | Sequência 5
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B
Apoiando-te na tua experiência de leitura, escreve um texto que tenha entre 120 e 150 palavras, no qual apresentes as temáticas do desconcerto do mundo e da mudança – centrais na lírica camoniana.
GRUPO II Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário.
Breve história do perfume 5 10 15 20 25 30 -
A perfumaria não tem nada de fútil. Trata-se de um grande fenómeno de sociedade que, associando perfumaria e maquilhagem, ao longo de milénios indiferente às mutações políticas, sociais ou religiosas, tem estado presente em todas as civilizações e associado a todas as culturas. No entanto, em nenhum lugar do mundo, a perfumaria terá constituído, como aconteceu no Ocidente, um fenómeno técnico e económico de tal amplitude. A evolução da perfumaria deve ser abordada, tendo sempre em conta quatro elementos variáveis: a evolução das sociedades, as estruturas económicas, a evolução das técnicas, o hedonismo 1. Ignorar qualquer destes elementos é perder a sequência de uma história particularmente complexa, já por si perturbada pelos nossos hábitos e pelos nossos preconceitos. Existem grandes áreas geográficas, cada uma das quais corresponde a um comportamento relativamente aos perfumes. A zona que nos é mais facilmente percetível é, evidentemente, a que corresponde ao conjunto do mundo ocidental, onde os símbolos, as modas e as práticas comerciais são semelhantes durante dois milénios distintos, o anterior à Idade Média e o que lhe sucede. (…) A antiguidade conhecia o alambique2 mas ignorava o fabrico do álcool, contentando-se com matérias gordas aromatizadas, águas, pós, essências obtidas por pressão. O álcool é mencionado pela primeira vez em Itália no século VIII. No século XIV, surge um alcoolato3 de rosmaninho4 e de essência de terebintina5, utilizado mais como um remédio universal do que como um perfume, a que se deu – primeiro exemplo de estratégia publicitária moderna – o nome de Água da Rainha da Hungria, mítica soberana a quem esta água teria restituído e conservado uma juventude resplandecente. A perfumaria medieval, com a predominância de notas suaves, parece ter bastado a uma sociedade à qual as Cruzadas trouxeram o hábito de banhos públicos, das bolas de sabão (o verdadeiro sabão) e da água-derosas. Podemos aqui acrescentar o esboço de uma nova arte de viver, descoberta pelos cruzados na mais sumptuosa e elegante das cidades, Constantinopla. A perda de Constantinopla, conquistada pelos otomanos em 1453, acaba por determinar o poderio de Veneza. É aqui que nasce a perfumaria moderna, no início do século XVI. As obras dos botânicos alemães e dos engenheiros venezianos aperfeiçoam o alambique, aumenta o número de óleos essenciais extraídos por destilação, permitindo o nascimento da perfumaria alcoólica que, em pouco tempo deixará de ser italiana para se tornar francesa. Durante mais de três séculos, apesar do aparecimento de algumas fragrâncias6, esta perfumaria pouco evoluiu, contentando-se com perfumes florais. (…) Será necessária a chegada de um autodidata genial, François Coty, para que nasça a perfumaria tal como a conhecemos hoje, fundada numa arquitetura olfativa muito subtil, onde vegetais e corpos sintéticos se articulam para criar fragrâncias totalmente novas. AA. VV., ABCedário do perfume, Lisboa, Público, 2003, pp. 11-15.
Vocabulário 1 a busca do prazer; 2 aparelho próprio para realizar a destilação de matérias vegetais, para produzir álcoois ou perfumes; 3 substância derivada do álcool; 4 planta aromática; 5 tipo de resina extraída de um arbusto designado terebinto; 6 aromas, perfumes
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Teste-modelo IAVE
1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.5, seleciona a opção que permite obter uma afirmação correta. 1.1 De acordo com o primeiro parágrafo do texto, o uso de perfumes (A) acompanha as variações sociais, políticas e outras. (B) não acompanha as variações sociais, políticas e outras. (C) não é indiferente às variações sociais, políticas e outras. (D) está ligado às variações sociais, políticas e outras.
1.2 A relação entre áreas geográficas e uso de perfumes (A) é uniforme: todas apresentam a mesma relação com os perfumes. (B) é variada: cada uma apresenta uma relação diferente com os perfumes. (C) é ambígua: não é clara a relação de cada uma com os perfumes. (D) é intensa: todas apresentam uma forte relação com os perfumes.
1.3 O perfume que surgiu no século XIV com a designação Água da Rainha da Hungria é ainda hoje, por causa desse nome, um exemplo de (A) perfume moderno. (B) perfume com poderes curativos. (C) técnica de marketing. (D) técnica curativa através de um perfume.
1.4 O nascimento da «perfumaria moderna» em Veneza, no começo do século XVI, não está ligado ao (A) desenvolvimento de estudos botânicos. (B) melhoramento do alambique. (C) desenvolvimento de técnicas de destilação. (D) aparecimento de novos aromas.
1.5 O último parágrafo do texto refere a perfumaria contemporânea através de uma (A) metáfora. (B) comparação. (C) personificação. (D) hipérbole.
2. Responde, de forma correta, aos itens apresentados. 2.1 Elabora duas frases em que a palavra «água», l. 18, apresente significados inequivocamente diferentes. 2.2 Indica a função sintática da palavra destacada na frase «Trata-se de um grande fenómeno de sociedade (…) indiferente às mutações políticas», ll. 1-2. 2.3 Classifica a oração destacada na frase «A antiguidade conhecia o alambique mas ignorava o fabrico do álcool…», l. 14.
GRUPO III Escreve uma síntese do texto «Breve história do perfume» que tenha cerca de um quarto da sua dimensão.
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Teste de avaliação 1 | Sequência 6
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Sequência 6
Teste de avaliação
GRUPO I A Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário e as notas apresentados. 4 E vós, Tágides1 minhas, pois criado Tendes em mi um novo engenho ardente, Se sempre em verso humilde2, celebrado Foi de3 mi vosso rio alegremente, Dai-me agora um som alto e sublimado, Um estilo grandíloco4 e corrente5, Por que6 de vossas águas Febo ordene Que não tenham enveja às de Hipocrene7. 5 Dai-me hũa fúria8 grande e sonorosa, E não de agreste avena ou frauta ruda9, Mas de tuba canora e belicosa10, Que o peito acende e a cor ao gesto muda. Dai-me igual canto aos feitos da famosa Gente vossa, que a Marte tanto ajuda11; Que12 se espalhe e se cante no Universo, Se tão sublime preço cabe em verso.
Luís de Camões, Os Lusíadas, «Canto I, estâncias 4-5», 3.ª edição, Porto, Porto Editora, 1987. (Edição organizada por Emanuel Paulo Ramos)
Vocabulário e notas 1 Ninfas do Tejo; 2 referência à poesia lírica de caráter bucólico; 3 por; 4 grandioso; 5 impetuoso; 6 para que; 7 vv. 7-8: para que Apolo, deus da Poesia, ordene que as águas do Tejo não tenham inveja das águas de Hipocrene, fonte na qual, acreditava-se, os poetas encontravam, «bebiam», inspiração, na Grécia antiga; 8 exaltação; 9 a «avena» e a «frauta» são símbolos da poesia lírica de caráter pastoril; 10 a «tuba», trombeta de guerra, associa-se à poesia epica; 11 vv. 5-6: os Portugueses, favorecidos por Marte, isto é, bons guerreiros; 12 para que
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Identifica o texto, justificando. 2. Explicita o contraste entre dois tipos de poesia nele presente. 3. Caracteriza o «canto», v. 5 da estância 5, solicitado pelo autor. 4. Identifica, justificando, os dois versos seguidos nos quais Camões, tal como fez na Proposição, aponta no sentido de os feitos dos Portugueses serem superiores aos dos Antigos. 54
Teste-modelo IAVE
B Na Dedicatória de Os Lusíadas, Camões apresenta a D. Sebastião as características do seu Poema. Escreve um texto no qual comproves esta afirmação, apresentando exemplos pertinentes, com base na tua experiência de leitura. O teu texto deve ter entre 120 e 150 palavras.
GRUPO II Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário.
Século XVI: a decadência 5 10 15 20 25 30 -
Em meados do século XVI, produz-se uma série de acontecimentos que ensombram o ambiente nacional: são abandonadas algumas das praças do Norte de África que exigiam um enorme esforço financeiro, Sanfim e Azamor em 1541; Arzila em 1549; Alcácer Ceguer em 1550. Conservam-se apenas Ceuta, Tânger e Mazagão. O debate que precede esta decisão leva a tomar consciência de que muita coisa mudara relativamente aos ideais de cruzada contra o islão formulados no início das descobertas e põe a nu as dificuldades para manter um império disseminado por espaços tão vastos, tanto mais que no Brasil começam a surgir os franceses, procurando substituir-se aos portugueses. (…) Vive-se então uma «hora depressiva e amarga» [palavras de Hernâni Cidade], que Camões tem ocasião de experienciar na própria Índia para onde tinha partido pouco antes. A fase da descoberta e da consolidação do Império dera lugar à exploração comercial, em que os interesses económicos se sobrepunham ao espírito de serviço, e escasseavam os gestos de dedicação e de nobreza, uma vez que os pequenos aprendem com os grandes a ambição e a ganância do lucro. Diogo do Couto – o continuador de João de Barros, nas Décadas da Ásia, e amigo de Camões – traça no Soldado prático uma visão da Índia que é um quadro de decadência deplorável, de indisciplina e de corrupção: abusos de toda a ordem dos governadores, dos capitães, dos vedores da fazenda; as armadas são preparadas com desleixo; domina o desperdício na gestão dos dinheiros públicos; o suborno, o roubo e a venalidade1 são moeda corrente; ninguém está disposto a sacrificar o seu interesse pelo do reino; os criminosos e toda a espécie de burlões ficam impunes; não se faz justiça porque os cargos são vendidos; e os obscuros soldados sobre os quais assenta a construção do Império, no regresso ao reino, em vez do justo pagamento, encontram desprezo e abandono. Camões não foi indiferente a esta visão sombria; no poema encontramos entusiasmo, mas também deceção. A epopeia quer exaltar os «lusíadas», os portugueses. Mas sem perder de vista os seus erros e defeitos, por vezes graves. (…) [Camões] denuncia o desprezo do bem comum, a ambição ilegítima, o exercício viciado do poder, a hipocrisia dos que pretendem agradar ao povo escondendo interesses inconfessáveis, a exploração dos pobres feita pelos ministros apenas desejosos de cumprir formalmente os preceitos legais, sem atenderem à lei moral que obriga a pagar com justiça a quem trabalha. Dir-se-ia que a deceção vai subindo de tom, progredindo em desassombro 2 e na coragem de visar frontalmente ou com pouca dissimulação até figuras régias. Veja-se a áspera censura a D. Manuel (X, 22-25) e as críticas a D. Sebastião (IX, 25-29) lembrando-lhe a responsabilidade da soberania e advertindo-o quanto aos perigos da adulação de privados que desviam a autoridade dos seus objetivos – o serviço do povo – para fazer dela um instrumento de tirania e opressão, apenas em benefício do egoísmo e das ambições pessoais. Maria Vitalina Leal de Matos, Tópicos para a leitura de Os Lusíadas, Lisboa, Verbo, 2003, pp. 22 a 24. (Texto adaptado)
Vocabulário 1 corrupção dos funcionários públicos; 2 determinação
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Teste de avaliação 1 | Sequência 6
2
1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.5, seleciona a opção que permite obter uma afirmação correta. 1.1 O recurso expressivo presente no início do primeiro parágrafo que sugere bem o estado depressivo do país «em meados do século XVI» é a (A) personificação. (B) metáfora. (C) comparação. (D) antítese.
1.2 O «debate» referido na l. 4 foi (A) consequência do abandono de algumas praças no Norte de África. (B) posterior ao abandono de algumas praças no Norte de África. (C) causado pelo abandono de algumas praças no Norte de África. (D) contributo decisivo para o abandono de algumas praças no Norte de África.
1.3 Com a frase «uma vez que os pequenos aprendem com os grandes a ambição e a ganância do lucro.», ll. 11-12, a autora apresenta (A) uma consequência dos factos negativos anteriormente apresentados. (B) um contraste com os factos negativos anteriormente apresentados. (C) uma explicação dos factos negativos anteriormente apresentados. (D) uma causa para os factos negativos anteriormente apresentados.
1.4 A função dos dois pontos presentes na l. 13 é de (A) introduzir uma enumeração. (B) enfatizar a informação que se segue. (C) introduzir uma explicação. (D) iniciar um esclarecimento.
1.5 Para a autora, o «desassombro» e a «coragem» de Camões, referidos no último parágrafo, justificam-se porque (A) foi capaz de criticar os aduladores de D. Sebastião. (B) centrou a crítica em censuras a D. Manuel. (C) lembrou a D. Sebastião os seus deveres. (D) não hesitou em criticar representantes máximos do Estado
2. Responde de forma correta aos itens apresentados. 2.1 Indica a palavra divergente de «feito(s)», v. 5 da estância 5, e cujo étimo latino é FACTU (texto de Grupo I). 2.2 Indica a função sintática da expressão destacada na frase Camões mostra-se descontente com os governantes. 2.3 Classifica a oração iniciada por «que» em «produz-se uma série de acontecimentos que ensombram o ambiente nacional», l. 1, (texto de Grupo II).
GRUPO III Escreve uma síntese do texto do Grupo II que tenha cerca de um quarto da sua dimensão.
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Teste-modelo IAVE
2
Sequência 6
Teste de avaliação
GRUPO I A Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário e as notas apresentados. 154 Mas eu que falo, humilde, baxo e rudo1, De vós não conhecido nem sonhado? Da boca dos pequenos2 sei, contudo, Que o louvor sai às vezes acabado. Nem me falta na vida honesto estudo, Com longa esperiencia misturado, Nem engenho, que aqui vereis presente, Cousas que juntas se acham raramente3.
156 Ou fazendo que, mais que a de Medusa, A vista vossa tema o monte Atlante12, Ou rompendo nos campos de Ampelusa Os muros de Marrocos e Trudante13. A minha já estimada e leda Musa Fico que em todo o mundo de vós cante14, De sorte que Alexandro em vós se veja, Sem à dita de Aquiles ter enveja15.
155 Pera servir-vos, braço às armas feito; Pera cantar-vos, mente às Musas dada; Só me falece4 ser a5 vós aceito6, De7 quem virtude8 deve ser prezada. Se me isto9 o Céu concede, e o vosso peito Dina empresa tomar de ser cantada10, Como a pressaga mente vaticina Olhando a vossa inclinação divina11, Luís de Camões, Os Lusíadas, (X, 154-156) 3.a edição, Porto, Porto Editora, 1987. (Edição organizada por Emanuel Paulo Ramos)
Vocabulário e notas 1 Camões exibe a sua origem social, o povo; 2 de pessoas do povo; 3 vv. 5-8: Camões apresenta várias qualidades suas – o conhecimento baseado nos livros, o «estudo», o conhecimento facultado pela «experiência» da vida, o «engenho», isto é, a capacidade poética, «aqui» – em Os Lusíadas – concretizada; 4 só me falta; 5 por; 6 conhecido; 7 por; 8 a capacidade engenhosa que lhe permitiu construir Os Lusíadas; 9 ser reconhecido pelo rei; 10 vv. 56: e o rei decidir empreender façanhas dignas de serem epicamente cantadas; 11 vv. 7-8: como se adivinha que sucederá, dada a intenção do rei; 12 Atlas ficou petrificado ao ver a Medusa, ser horripilante; o sentido destes dois primeiros versos é que o Norte de África, isto é, os Mouros, fiquem ainda mais petrificados ao verem D. Sebastião do que ficou Atlas ao ver a Medusa; o Monte Atlante fica em Marrocos; 13 Ampelusa e Trudante são terras de Marrocos; por estes versos e pelos dois últimos da estância anterior se verifica que a intenção de atacar Marrocos era do conhecimento geral no reinado de D. Sebastião; a tentativa levará pouco depois ao desastre de Alcácer Quibir; 14 Camões oferece-se para cantar epicamente os futuros feitos de D. Sebastião; 15 Alexandre Magno foi o maior general da Antiguidade Clássica; dizia lamentar não ter um Homero que lhe cantasse os feitos – como Aquiles teve; tinha inveja de Aquiles por isso; Camões promete, jura, («Fico») que cantará epicamente os feitos de D. Sebastião.
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem . 1. Indica o destinatário das palavras de Camões. Na tua resposta, deves referir, justificadamente, se esta é ou não a primeira vez que Camões se lhe dirige em Os Lusíadas. 2. Explicita os projetos apresentados por Camões nas duas últimas estrofes. 3. Identifica, justificando, a personificação presente na última estrofe. 4. Relaciona, justificadamente, os dois últimos versos da terceira estrofe com a Proposição de Os Lusíadas. 57
Teste de avaliação 2 | Sequência 6
2
B
O plano das considerações do Poeta foi, no decurso do estudo de Os Lusíadas, o mais trabalhado nas tuas aulas. Escreve um texto que tenha entre 120 e 150 palavras no qual, apelando à tua experiência de leitura, apresentes os principais temas nele tratados.
GRUPO II Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário e as notas apresentados.
O Creoula 5 10 15 20 25 30 -
O NTM Creoula celebrou em 2012 duas importantes efemérides: a 10 de maio o 75.º aniversário do seu lançamento à água e a 1 de junho os vinte e cinco anos que leva como Navio de Treino de Mar [NTM] que na tutela do Ministério da Defesa Nacional, é mantido e operado pela Marinha. Trata-se, em ambas as situações, de números inusitados1 em certa medida corroborados pelo facto de em todo o mundo não subsistirem muitos navios que ostentem pergaminhos com esta relevância. O NTM Creoula foi construído em 1937 nos estaleiros da Companhia União Fabril (CUF) em Lisboa para a Parceria Geral de Pescarias, tendo em vista reforçar a respetiva frota na pesca do bacalhau à linha. Pelo facto de a sua construção ter contado com o apoio do Estado, cujo intuito era dinamizar a pesca do bacalhau e, sobretudo, a indústria da construção naval nacional, o Presidente da República, general Óscar Carmona, marcou presença na cerimónia de lançamento à água dos dois navios-irmãos – Creoula e Santa Maria Manuela – construídos lado a lado e em simultâneo nos mesmos estaleiros. Constituindo, ainda hoje, os melhores veleiros alguma vez construídos em Portugal, o regime 2 aproveitou a ocasião para enaltecer o facto de os estaleiros, propriedade do industrial Alfredo da Silva, terem levado a cabo tamanha tarefa em somente sessenta e dois dias de trabalho. Concluído o seu aprontamento, o Creoula iniciou ainda esse ano a sua primeira campanha da pesca do bacalhau, nos longínquos bancos da Terra Nova e da Gronelândia. Em virtude da evolução tecnológica, mas também como reflexo da definição das zonas económicas exclusivas (ZEE) por parte dos países ribeirinhos3, a pesca do bacalhau à linha deixou, entretanto, de ser rentável. Quando todos os demais veleiros tinham já sido encostados por inviabilidade económica, a história reservava ao Creoula o protagonismo de efetuar em 1973, nas vésperas da Revolução de Abril, a última das suas 37 campanhas de pesca, durante as quais capturou cerca de 23 mil toneladas de bacalhau. Após cessar a atividade de pesca de bacalhau como veleiro, em 1975 a Parceria Geral da Pescarias ainda colocou a hipótese de converter o Creoula em navio-motor, a exemplo do que sucedera anteriormente com o navioirmão Santa Maria Manuela. No entanto, por essa altura começaram também a surgir propostas de armadores4 estrangeiros interessados na sua aquisição, facto que terá obstado à sua reconversão. Atendendo à conjuntura que então se vivia, aliada ao facto de se tratar do derradeiro exemplar da famosa White Fleet5 em condições de preservar, o Estado também demonstrou interesse na sua aquisição, começando por colocar entraves6 à sua venda para o estrangeiro. Em virtude das dificuldades financeiras que o país então atravessava, a aquisição do Creoula só se viria a concretizar em 1979. (…) A principal missão do NTM Creoula é proporcionar treino de mar aos jovens portugueses, razão pela qual participa regularmente em regatas e em concentrações de veleiros internacionais de elevado prestígio, em expedições científicas e em missões de difusão da imagem de Portugal, da sua cultura e das suas tradições. António Manuel Gonçalves, Creoula – tradição e juventude, Lisboa, CTT, 2014, pp. 6-9. (Texto adaptado)
Vocabulário e notas 1 invulgares; 2 o regime político do Estado Novo (1928-1974); 3 países que, como a Islândia ou o Canadá, têm mares onde os portugueses pescavam o bacalhau; 4 industriais da pesca e/ou transporte marítimo; 5 a frota portuguesa de pesca de bacalhau; 6 obstáculos
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Teste-modelo IAVE
1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.5, seleciona a opção que permite obter uma afirmação correta. 1.1 O facto de o NTM Creoula ser um navio invulgar quando comparado com outros congéneres é destacado no primeiro parágrafo através de uma (A) comparação. (B) metáfora. (C) personificação. (D) anáfora.
1.2 O objetivo principal da construção do navio Creoula teve origem no facto de se pretender (A) fazer propaganda ao regime político vigente. (B) dinamizar a economia do país. (C) aumentar a pesca do bacalhau. (D) fomentar a construção naval.
1.3 A falta de rentabilidade da pesca do bacalhau à linha derivou (A) exclusivamente de inovações tecnológicas. (B) principalmente de opções políticas. (C) tanto de inovações tecnológicas como de opções políticas. (D) mais da evolução da tecnologia do que de decisões politicas.
1.4 A «reconversão» referida na l. 24 trata-se (A) da passagem do Creoula de veleiro a navio-motor. (B) da venda do Creoula a armadores estrangeiros. (C) da venda do Creoula para ser navio-motor. (D) da passagem do Creoula de navio-motor a veleiro.
1.5 A compra do Creoula pelo Estado só se concretizou em 1979 devido a fatores (A) políticos e sociais. (B) meramente financeiros. (C) principalmente financeiros. (D) financeiros e sociais.
2. Responde, de forma correta aos itens apresentados. 2.1 Identifica, justificando, o processo de formação irregular de palavras presente em «CUF», l. 6, (texto do Grupo II). 2.2 Indica qual o primeiro modificador de grupo verbal presente no texto do Grupo II. 2.3 Refere a função sintática da expressão destacada na frase «durante as quais capturou cerca de 23 mil toneladas de bacalhau.», l. 20, (texto do Grupo II).
GRUPO III Escreve uma síntese do texto do Grupo II que tenha cerca de um quarto da sua dimensão.
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Teste de avaliação 1 | Sequência 7
12
Sequência 7
Teste de avaliação
GRUPO I A Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário apresentado.
Depois da tempestade 5 10 15 20 25 30 -
Passados três dias, em que continuamente se deu à bomba, começou enfim a abonançar a procela 1. Dos pedaços da ponte que o mar abatera, e de três remos do batel que escaparam do estrago, trataram logo de improvisar um mastro e armaram nele uma velazinha. Os nossos, então, pensaram em dar cabo dos estrangeiros. Jorge de Albuquerque dissuadiu-os disso. No estado em que estavam, o único remédio era a nau dos corsários. Se ela escapara, trataria decerto de demandar a nossa, por causa dos Franceses que nela iam; e vindo-os buscar, e não os achando, decerto matariam os Portugueses todos. Lembrou-lhes também que já não tinham água, nem vinho, nem mantimento algum, e só podiam esperar o que os Franceses lhes dessem. Assim discutiam, travando razões, quando deram vista da nau francesa. Fizeram-lhes fogos. Ela acudiu, desbaratada também, mas não destroçada como estava a nossa. Tendo sabido que a nossa gente se quisera levantar contra os Franceses, e que Jorge de Albuquerque se opusera a tal, mostraram-se gratos os compatriotas daqueles. Ofereceram-se para o levar consigo, e mais três portugueses que ele indicasse; deixá-los-iam desembarcar na primeira terra que tomassem, se assim desejava. Jorge de Albuquerque agradeceu-lhes muito: mas que muito mais lhes agradeceria se quisessem levá-los a todos eles, pois jamais desampararia a sua gente, e em tal transe. O destino dos outros seria o seu. Responderam os Franceses que não podiam. Dois dias depois, aquietava o tempo. Os corsários, aproveitando a bonança, trataram de descarregar a «Santo António» das muitas mercadorias que nela vinham, e que haviam escapado do furacão ou do alijar de carga que se havia feito. Até despojaram alguns portugueses dos próprios fatos que traziam vestidos. Outros, porém, mais humanos, andavam curando os que estavam doentes e lhes davam de comer e de beber. Negaram-se a prover os desgraçados de algumas coisas que precisavam, como enxárcias, antenas, velas; a muito rogo, deram-lhes dois sacos de biscoito podre; e na segunda-feira, 17 de setembro, afastou-se a nau deles a todo o pano, e foi-se esbatendo na atmosfera turva. (…) Então, vendo-se desamparados na vastidão oceânica, sem nenhuns recursos, sem um livor 2 de esperança, caíram de joelhos no convés da nau, puseram-se a rezar o Miserere3. Rezado o Miserere e as ladainhas4, Jorge de Albuquerque começou a mandar, a tomar providências para a salvação de todos. Só se encontraram em todo o navio: numa botija, duas canadas de vinho; uma pequena quantidade de cocos; alguns poucos punhados de farinha-de-pau: e meia dúzia, ao todo, de tassalhos5 de carne e de peixe-cavalo. Isto para quarenta pessoas que a bordo havia. «As terríveis aventuras de Jorge de Albuquerque Coelho (1565)», in História trágico-marítima – narrativas de naufrágios da época das conquistas, Adaptação de António Sérgio, Lisboa, Sá da Costa Editora, 2009, pp. 126-129.
Vocabulário 1 tempestade; 2 sinal; 3 oração a pedir misericórdia a Deus; 4 orações; 5 pedaços
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Elabora uma caracterização psicológica de Jorge de Albuquerque Coelho com base nas suas atitudes referidas no texto. 60
Teste-modelo IAVE
2. Explicita em que consistiu a humanidade, l. 20, de alguns inimigos dos portugueses. 3. Explica, justificando, o sentido da expressão «a todo o pano», l. 25. 4. Refere o que esteve na causa de os portugueses terem rezado o «Miserere» e várias «ladainhas», l. 28.
B Os naufrágios relatados na História Trágico-Marítima eram, como sucede no relato das aventuras de Jorge de Albuquerque Coelho que leste, frequentemente originados na ganância e na imprevidência. Recorrendo à tua experiência de leitura, escreve um texto que tenha entre 120 e 150 palavras no qual mostres a veracidade desta afirmação.
GRUPO II Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário.
Relatos de naufrágios 5 10 15 20 25 -
Na Biblioteca Nacional de Lisboa e na do Palácio Real da Ajuda, no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, nas Bibliotecas de Évora, de Vila Viçosa e Coimbra, em bibliotecas estrangeiras e alguns fundos 1 privados encontram-se, manuscritos ou impressos, vários exemplares de uns vinte relatos de naufrágios, compostos entre a segunda metade do século XVI e finais do século XVII por diferentes autores portugueses, uns famosos, outros desconhecidos, outros ainda anónimos. Publicados originariamente em folhas soltas, estes relatos vieram a confluir nos dois volumes da coletânea de Bernardo Gomes de Brito intitulada História Trágico-Marítima (Lisboa 1735-1736) – onde os vemos frequentemente sujeitos a alterações e diluições 2 textuais consideráveis, no limiar da reescrita (…). De um ponto de vista temático, para todos estes relatos se pode estabelecer um paradigma 3 comum: os navios, apinhados de cargas preciosas – especiarias, lacas, essências, pedras preciosas, esplêndidos panos –, zarpam de um porto das costas ocidentais da Índia, de volta ao Reino. É janeiro, fevereiro, por vezes março: um período, portanto, em que decerto os ventos, para dobrar o cabo da Boa Esperança, não garantem uma navegação tranquila nem ao mais experimentado timoneiro 4 nem à mais robusta embarcação, mesmo se favorecidos por uma benigna ventura. Como previsto ou previsível, o desafio aos elementos desencadeia raivosas tempestades celestes e marítimas, a cuja fúria os navios só podem opor, intrepidamente, a sua preparação improvisada, o seu patchwork5 de velas, lemes, mastros, sirgas6 e cabrestantes7 da mais diversa proveniência. Para aguentar os golpes não é ajuda que valha a pródiga cooperação dos aristocráticos passageiros que, à compita com marinheiros, grumetes8 e oficiais, acorrem a religar velas, a calafetar fendas com sacos de arroz e voluptuosos tecidos orientais, a libertar as bombas entupidas de pimenta. Os navios acabam por despedaçar-se contra as rochas da terra hostil habitada pelas bárbaras gentes cafres 9, entre gritos e estridores, lágrimas e prantos de pecadores arrependidos, já só interessados em salvar a alma com públicas confissões. Aos que conseguem salvar também a pele, os deuses não reservam melhores destinos: a fome primordial, a sede, o calor diurno ou o frio noturno, a extenuante travessia dos rios, vales, pântanos, florestas e montes, as ciladas dos indígenas e os ataques das feras ritmam obsessivamente a peregrinação dos sobreviventes do naufrágio. Drasticamente selecionados, de modo mais ou menos natural, bem poucos são os que chegam a bom porto: para recomeçarem de novo, já se sabe, porque a avidez10 humana não tem fundo. Giulia Lanciani, Sucessos e naufrágios das naus portuguesas, Lisboa, Caminho, 1997, pp. 9-10.
Vocabulário 1 coleções; 2 modificações; 3 modelo; 4 piloto; 5 conjunto, estrutura; 6 cabos para reboque de navios; 7 mecanismo para içar âncoras; 8 marinheiros em início de funções, o grau mais baixo no navio; 9 africanos habitantes da costa oriental de África; 10 ganância
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Teste de avaliação 1 | Sequência 7
2
1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.5, seleciona a opção que permite obter uma afirmação correta. 1.1 De acordo com o primeiro parágrafo do texto, Bernardo Gomes de Brito (A) coligiu com fidelidade os relatos de naufrágios dos séculos XVI e XVII. (B) agrupou com critérios rigorosos estes relatos de naufrágios. (C) coligiu estes relatos com atenção deficiente aos originais. (D) agrupou os relatos de naufrágios dos séculos XVI e XVII com raras alterações aos originais.
1.2 O segundo parágrafo apresenta um modelo das relações dos naufrágios (A) que não integra uma visão crítica das viagens. (B) que apresenta uma visão crítica das viagens. (C) que refere de modo incipiente uma visão crítica dos naufrágios. (D) que apresenta uma visão crítica da preparação das viagens.
1.3 Neste parágrafo, a palavra «portanto», l. 12, funciona como (A) um marcador textual para organizar a informação. (B) um conector textual que se refere à informação à sua esquerda. (C) um conector textual que aponta para informação à sua direita. (D) um marcador espacial.
1.4 No último parágrafo, a autora sugere a infelicidade até dos que escapam aos naufrágios através de uma
(A) comparação.
(B) antítese.
(C) enumeração.
(D) metáfora.
1.5 Na parte final do texto, a autora exprime
(A) o seu desencanto com a natureza humana. (B) a sua esperança na natureza humana.
(C) a sua perplexidade perante a natureza humana. (D) o seu orgulho na natureza humana.
2. Responde, de forma correta, aos itens apresentados. 2.1 Indica a função sintática desempenhada pelas palavras destacadas em «relatos de naufrágios», l. 4. 2.2 Indica a função sintática desempenhada pela expressão destacada em «bem poucos são os que chegam a bom porto», ll. 28-29. 2.3 Classifica a oração «porque a avidez humana não tem fundo», l. 29.
GRUPO III Escreve um texto que tenha entre 200 e 300 palavras no qual faças a apreciação crítica de um livro que tenhas lido, de um filme que tenhas visto ou de um quadro que tenhas observado numa exposição.
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Teste-modelo IAVE
2
Sequência 7
Teste de avaliação
GRUPO I A Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário e as notas apresentados.
Tempestade 5 10 15 20 25 30 -
Às dez, escureceu por completo; parecia noite. O negro mar, em redor, todo se cobria de espumas brancas; o estrondo era tanto, – do mar e do vento, – que uns aos outros se não ouviam. Nisto, levanta-se de lá uma vaga altíssima, toda negra por baixo, coroada de espumas; e, dando na proa com um borbotão1 do vento, galga sobre ela, a submerge, e arrasa. Estrondeando 2 e partindo, leva o mastro do traquete3 com a sua verga e enxárcia4; leva a cevadeira5, o castelo de proa, as âncoras; estilhaça a ponte, o batel, o beque6, arrebatando pessoas, mantimentos, pipas. Tudo se quebra e lá vai no escuro. A nau, até o mastro grande, fica rasa e submersa, e mais de meia hora debaixo de água. Os sobreviventes, que se arrastavam pávidos7, confluem8 a um padre que se acha a bordo e atropela as rezas e as confissões9. Um relâmpago risca, ilumina a treva: vêem-se todos de joelhos, com as mãos no ar, a pedir misericórdia e a clamar por Deus. Jorge de Albuquerque, como de costume, falava aos outros para lhes dar coragem. Confiassem em Deus, – e ao mesmo tempo fossem dando à bomba, esgotando a água que invadira o convés. Enquanto houver vida – dizia-lhes – trabalhem todos por a conservar. E se Deus dispusesse por outra forma, tivessem paciência ante os seus decretos: somente Ele sabe o que nos é melhor. Com estas palavras os persuadia à faina. Deram à bomba, com imensa dificuldade de se aguentarem de pé, e esgotaram a água. Mas outro vagalhão se lançou sobre a nau. Cobrindo o convés, arrebatou o mastro grande, verga, vela, enxárcias, camarotes, borda; levou o mastro da mezena com o aparelho todo, uma parte da popa, e também um dos franceses dos de maior jerarquia10. Os Portugueses que trabalhavam na bomba foram logo arrojados aqui e além; cobertos pelo mar, todos se convenceram de que se afogariam. Levantaram-se aos poucos, queixando-se este de que partira um braço, aquele uma perna. Ficou tudo mergulhado por algum tempo; e o mar, depois, dava ainda pelos joelhos dos desgraçados. Mandou o Albuquerque alguém à coberta, para ver a água que nela entrava. Só faltavam três palmos para chegar acima, e a encher de todo. Fuzilavam relâmpagos; a força do vento, a imensidade das ondas, aterravam os ânimos; a água que entrava vinha cheia de areia. Jorge de Albuquerque, apesar de tudo, consolava os tristes, afirmando-lhes a esperança de se saírem daquilo. O mastro grande, quando caiu, ficou preso na enxárcia; por debaixo de água, passara para a banda de barlavento11; e de aí, jogado na vaga, dava choques horríveis de encontro ao costado, que tremia todo com som cavernoso. Enfim, vieram uns mares que o levaram para longe, e de mais esse tormento se viram livres. Passados três dias, em que continuamente se deu à bomba, começou enfim a abonançar a procela. «As terríveis aventuras de Jorge de Albuquerque Coelho (1565)», in História trágico-marítima – narrativas de naufrágios da época das conquistas, Adaptação de António Sérgio, Lisboa, Sá da Costa Editora, 2009, pp. 133 e seguintes.
Vocabulário e notas 1 trajada; 2 avançando com estrondo; 3 mastro na proa do barco; 4 cabos do mastro do traquete; 5 tipo de vela; 6 peça de madeira na proa da nau; 7 cheios de pavor; 8 dirigem-se; 9 reza e confessa muito depressa; 10 posição social; 11 lado do navio onde bate o vento que o impele
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Teste de avaliação 1 | Sequência 7
2
Apresenta, de forma clara e bem estruturada, as tuas respostas aos itens que se seguem. 1. Identifica dois tipos de sensações referidas pelo narrador para caracterizar a tempestade. 2. Refere, justificando, as atitudes dos náufragos apresentadas no texto que contribuem para caracterizar a sua mentalidade religiosa. 3. Identifica, justificando, o recurso expressivo presente no sexto parágrafo que melhor contribui para sugerir a violência do mar. 4. Explica o sentido da frase «vieram uns mares que o levaram para longe», l. 30.
B Na narrativa que leste, as ações de Jorge de Albuquerque Coelho revelam frequentemente grande capacidade de liderança. Apelando à tua experiência de leitura, escreve um texto que tenha entre 120 e 150 palavras, mostrando que assim é.
GRUPO II Lê o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulta o vocabulário e as notas apresentados.
A água no século XX: um problema de todos nós 5 10 15 20 25 -
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«Bebemos 90% das nossas doenças.» Em grande parte do mundo, esta afirmação de Louis Pasteur continua, infelizmente, atual: 1200 mil milhões de habitantes não têm acesso à água potável e 2 mil milhões não têm saneamento. No dealbar1 do século XXI, a primeira das urgências é portanto sanitária, e a qualidade da água encontra-se no âmago da aposta do futuro. A água é um bem raro e frágil. A imensidade dos oceanos e a eterna renovação do ciclo da água não devem provocar-nos ilusões: é certo que não se «consome» água como se consome petróleo; após o seu uso, de novo parte para os rios, para os lençóis de água subterrânea ou para a atmosfera. Mas, através desta perturbação no ciclo da água, é subtraída aos outros seres vivos, e a sua qualidade, por vezes, degrada-se de forma irremediável. Sendo certo que se fizeram, (…) nestes últimos anos, importantes progressos em matéria de qualidade das águas, não se devem subestimar os esforços ainda a empreender para reduzir toda a espécie de poluição e recuperar os nossos rios e lençóis de água. 4500 litros de água para produzir um quilo de arroz. Alimentar dentro em breve 8 a 9 mil milhões de habitantes será, antes de tudo, utilizar melhor a água na produção alimentar. A agricultura representa hoje 70% dos consumos da água no mundo. Em inúmeros países, a autossuficiência alimentar já é um problema de água e as situações de sobre-exploração de recursos multiplicam-se. A secagem do mar de Aral 2 mostrounos as consequências dramáticas de uma gestão irrefletida da água. Após a «revolução verde», que permitiu um extraordinário crescimento das quantidades de alimento produzidas nos últimos quarenta anos, é uma «revolução azul» que se torna agora necessário empreender. Manon des Sources3 lembrou-nos em que medida a água, quando falta, pode estar no centro das rivalidades e dos conflitos. O que não é só verdade à escala das cidades: mais de metade das terras emersas pertencem a bacias hidrográficas partilhadas por vários países. Manter a paz, supõe, e suporá ainda mais amanhã, repartir equitativamente este recurso raro entre montante e jusante4. É verdade que a tecnologia oferece continuamente novos progressos no tratamento e economia da água: a dessalinização, por exemplo, permite hoje às cidades costeiras ricas disporem de um importante recurso. No entanto, não é assim, nem mesmo deslocando icebergues, que se encontrará água para os milhares de milhões de indivíduos que não dispõem de 2 euros por dia para viver.
Teste-modelo IAVE
30 -
Perante estes desafios, a educação, a sensibilização das opiniões públicas, a difusão de novas práticas são indispensáveis. Hoje, a gestão da água diz respeito a cada cidadão, pelo uso inteligente que dela poderá fazer na sua vida quotidiana. A salvação deste bem comum, condição para um desenvolvimento sustentável, exige a participação de todos nas decisões. E nada se fará sem a solidariedade que devemos àqueles que não dispõem deste mínimo vital: beber um pouco de água limpa todos os dias é pedir demasiado? Hervé Manéglier e Myriam Schleiss, ABCedário da água, Lisboa, Público, 2003, p. 7. (Texto adaptado)
Vocabulário e notas 1 iniciar; 2 mar interior na Ásia: secou devido à exploração intensiva da sua água; 3 título de um livro de Marcel Pagnol e de um filme homónimo onde se retratam conflitos entre camponeses do sul de França devido à falta de água para a rega; 4 entre a nascente e a foz do rio
1. Para responder a cada um dos itens de 1.1 a 1.5, seleciona a opção que permite obter uma afirmação correta. 1.1 A frase que melhor sintetiza a temática geral do texto é (A) É urgente deixar de consumir tanta água em todo o mundo.
(B) É importante lutar contra o consumo excessivo de água no mundo.
(C) É fundamental usar a água com equilíbrio.
(D) É absurdo o consumo de água no mundo. 1.2 Relativamente ao acesso à água por parte dos «1200 mil milhões de habitantes» referidos na l. 2, o problema dessas pessoas é de natureza (A) qualitativa.
(B) quantitativa.
(C) qualitativa e quantitativa. (D) climática.
1.3 Segundo o texto, não se consome água como se consome petróleo porque (A) a água não é um recurso natural renovável. (B) o petróleo é um recurso natural renovável. (C) existe um ciclo do petróleo, mas não dá água. (D) existe um ciclo da água, mas não do petróleo.
1.4 A referência ao «mar de Aral», l. 15, tem como função apresentar um exemplo (A) das origens do mau consumo de água. (B) dos efeitos da deficiente gestão do consumo da água. (C) dos defeitos que podem ocorrer na gestão do consumo da água. (D) dos efeitos da «revolução verde», l. 16.
1.5 O texto termina com uma interrogação retórica cuja função é (A) persuadir, convencer. (B) explicar, ensinar. (C) admitir, aceitar. (D) justificar, provar.
2. Responde, de forma correta, aos itens apresentados. 2.1 Indica o processo irregular de formação de palavras que justifica o uso, na língua portuguesa, da palavra «icebergues», l. 25.
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Teste de avaliação 2 | Sequência 7
2
2.2 Identifica o modificador de frase presente no primeiro parágrafo. 2.3 Classifica a oração subordinada presente na frase «não se “consome” água como se consome petróleo;», l. 6.
GRUPO III Seleciona um quadro de um pintor famoso que conheças e redige um texto que tenha entre 200 e 300 palavras que constitua uma apreciação crítica desse objeto artístico.
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3. Testes de Compreensão oral
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Teste de compreensão do oral
1
Sequência 1
Teste de compreensão do oral
Escolha Portugal – Açores
Escolha Portugal – Açores
1.ª escuta / 1.º visionamento – apreensão de sentidos Globais 1. Procede ao visionamento do anúncio publicitário «Escolha Portugal – Açores» tomando notas sobre os tópicos seguintes. a. Tema do anúncio b. Recursos expressivos utilizados c. Tempos / modos verbais mais frequentes d. Efeitos de áudio, vídeo e texto e. Slogan
2. Indica o tema deste anúncio publicitário. _________________________________________________________________________________________ 3. Seleciona a opção correta. O objetivo principal deste anúncio é a. expor factos relativos às qualidades turísticas dos Açores. b. apreciar criticamente as suas belezas naturais. c. persuadir os turistas a visitarem os Açores. d. informar os turistas sobre a oferta hoteleira do arquipélago.
4. Seleciona a opção incorreta. Este anúncio dirige-se, em especial, a um público-alvo que a. valoriza o desporto e o lazer. b. gosta de mar e praia. c. aprecia a tranquilidade e o contacto com a Natureza. d. pretende conhecer a vida noturna de Ponta Delgada, a capital da ilha de S. Miguel.
2.ª escuta / 2.º visionamento – apreensão de pormenores Centra-te na figura de Pedro Pauleta, na linguagem e nos recursos expressivos utilizados. 5. Apresenta uma explicação possível para a presença de Pedro Pauleta, um destacado futebolista português, neste anúncio. _________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________ 69
Teste de compreensão do oral | Sequência 1
2
6. Identifica, entre as seguintes informações, a única subjetiva sobre os Açores. a. «Estamos aqui (…) na ilha de S. Miguel, a ilha maior dos Açores». b. «uma praia que costumo frequentar muitas vezes, porque acho que é [uma praia] lindíssima». c. «A Lagoa do Fogo é uma das maiores da ilha». d. «[A Lagoa do Fogo] ocupa a grande caldeira do vulcão adormecido do Fogo».
6.1 Justifica. _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________
7. O texto dito apresenta frases curtas com repetição de alguns adjetivos no grau superlativo. 7.1 Relaciona a utilização de adjetivos no grau superlativo com o objetivo do anúncio. 7.2 Indica o valor expressivo a. da repetição do superlativo «lindíssima(s)». ______________________________________________________________________________________________________
b. do conjuntivo [com valor de imperativo] «descubra». ______________________________________________________________________________________________________
Centra-te no som e imagens do vídeo. 8. Indica de que modo a banda sonora e a captação de imagens concorrem para a ação persuasiva do discurso. ____________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________
9. Tem em atenção o texto e os níveis de destaque em que aparece nos 1.º, 2.ºo e último frames. 9.1 Justifica a diferença de destaque atribuído às palavras «AÇORES» (2.º frame), e «PORTUGAL» (último frame) e à expressão «Pub. Institucional» (1.º e 2.º frames). _________________________________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________________________________
10. Tendo em conta o organismo patrocinador (Turismo de Portugal), o local e o objetivo do vídeo, cria uma frase ou expressão que possam servir de slogan para este anúncio. _________________________________________________________________________________________________________
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Teste de compreensão do oral
1
Teste de compreensão do oral
Sexta-feira 13, em Montalegre
Sequência 2
Sexta-feira 13, em Montalegre
A reportagem documenta um conjunto de festividades criadas em torno de mitos e crenças populares, que se realiza em Montalegre, em todas as sextas-feiras 13 de cada ano.
1.ª escuta / 1.º visionamento – apreensão de sentidos globais 1. Procede ao visionamento da reportagem «Sexta-feira 13, em Montalegre» tomando notas sobre os tópicos seguintes. a. Tema da reportagem b. Número e variedade de intervenientes c. Opinião geral dos intervenientes/visitantes sobre a celebração da sexta-feira 13 d. Factos relativos à comemoração da sexta-feira 13 e. Efeitos verbais e não verbais
2. Indica o tema desta reportagem. _________________________________________________________________________________________ 3. Seleciona a opção correta. O objetivo principal deste anúncio é a. expor factos relativos à feitiçaria e ao paranormal verificados no decorrer das festas de Montalegre. b. persuadir o auditório a visitar Montalegre nas festividades da sexta-feira 13. c. informar o público sobre as comemorações da sexta-feira 13, mostrando Montalegre como a capital do misticismo. d. relatar o estranho aparecimento de bruxas, duendes e outras criaturas durante as festas de Montalegre.
4. Identifica, entre as seguintes, as características desta reportagem. a. As intervenções do repórter são feitas na 3.ª pessoa, e refere, em geral, factos. b. Os entrevistados exprimem-se na 1.ª pessoa e apresentam opiniões. c. Os intervenientes são variados e em elevado número. d. Apresenta-se claramente dividida em diversas partes. e. Apresenta diversos efeitos verbais e não verbais. f. Trata de um tema próprio da cultura popular.
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Teste de compreensão do oral | Sequência 2
2
2.ª escuta / 2.º visionamento – apreensão de pormenores 5. Identifica os tipos de figuras da mitologia popular que desfilam nesta comemoração, em Montalegre. ____________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________
6. Indica duas razões possíveis para que esta festa se realize à noite. ____________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________
7. Seleciona a opção incorreta. Com as opiniões que lhes são solicitadas pelo repórter, os entrevistados a. manifestam entusiasmo pela sua participação nas comemorações. b. salientam a originalidade e a qualidade desta comemoração. c. mostram querer divertir-se com os amigos. d. pretendem encontrar namorado ou namorada.
8. Identifica a metáfora utilizada pelo P.e Fontes para se referir ao grande número de visitantes de Montalegre. ____________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________
9. Identifica o recurso expressivo usado pelo presidente da câmara de Montalegre para salientar a excelência daquele acontecimento cultural. _____________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________
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Teste de compreensão do oral
1
Teste de compreensão do oral
Amor perfeito – Fome em Portugal
Sequência 3
Amor perfeito – Fome em Portugal
1.ª escuta / 1.º visionamento – apreensão de sentidos globais 1. Procede ao visionamento da reportagem «Amor perfeito – Fome em Portugal» tomando notas sobre os tópicos seguintes. a. Partes em que se estrutura b. Variedade de intervenientes c. Comportamento dos utentes dos serviços de ajuda d. Características da postura, tom de voz e olhar dos utentes dos serviços de ajuda e. Opiniões dos voluntários das instituições de solidariedade social envolvidas
2. Identifica o tema dominante nesta reportagem. _________________________________________________________________________________________ 3. Seleciona a opção correta. O objetivo fundamental deste vídeo é a. convencer o auditório a praticar ações de solidariedade para com os mais afetados pela crise. b. informar o auditório sobre o alastramento da fome em Portugal e o papel das IPSS no seu combate. c. expor factos relativos ao papel das IPSS no combate à pobreza. d. relatar factos e acontecimentos que estiveram na origem do alastramento da fome em Portugal.
4. Seleciona as características que encontraste nesta reportagem. a. Tem como objetivo informar. b. Apresenta um tema dominante. c. Expõe grande multiplicidade de intervenientes. d. Revela diversidade de pontos de vista. e. Utiliza discursos de 1.ª e de 3.ª pessoas. f. Prevê multiplicidade de recursos expressivos. g. Confere-se a presença dominante da subjetividade.
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Teste de compreensão do oral | Sequência 3
2
2.ª escuta / 2.º visionamento – escuta seletiva / apreensão de pormenores Tem em atenção a 1.ª parte do vídeo. 5. Ordena a sequência dos seguintes factos. a. Há crianças com fome a chegarem às urgências dos hospitais. b. CSI foi atribuído a mais 45 000 idosos c. O abono de família passou a ser atribuído a mais pessoas.
d. O número de pedidos aprovados de RSI diminuiu.
e. Uma utente do hospital troca trabalho por comida. Tem em atenção a 2.ª parte do vídeo – distribuição de alimentos, no Porto.
6. Indica uma razão possível para que esta distribuição se faça à noite. ____________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________
7. Identifica a função dos efeitos técnicos áudio e vídeo durante as entrevistas (iluminação, distorção de imagem e de som e utilização de legendas). ____________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________
8. Seleciona a opção incorreta. Com as opiniões que lhes são solicitadas pelo repórter, os entrevistados a. a pobreza. b. o desemprego. c. a doença. d. a emigração.
Centra a tua atenção na 3.ª parte do vídeo – em Paredes, um caso particular. 9. Identifica a única afirmação verdadeira. a. A entrevistada ilustra um caso de pobreza envergonhada. b. Os motivos da fome têm como origem a emigração.
c. A postura, o tom de voz, o ritmo do discurso e o olhar contrastam com os sentimentos que a entrevistada evidencia. d. Apesar do sofrimento e da tristeza, a entrevistada mantém a fé num futuro melhor.
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Teste de compreensão do oral
1
Sequência 4
Teste de compreensão do oral
Dia Internacional da Mulher
Dia Internacional da Mulher
1.ª escuta / 1.º visionamento – apreensão de sentidos globais 1. Procede ao visionamento da reportagem «Dia Internacional da Mulher» tomando notas sobre os tópicos seguintes. a. Tema b. Partes em que se estrutura a reportagem c. Intervenientes d. Pontos de vista de Sara e. Pontos de vista de Manuela
2. Seleciona a opção correta. O objetivo principal deste vídeo é a. homenagear as figuras que se destacaram na luta das mulheres pela igualdade de direitos.
b. informar sobre a história da luta das mulheres pela igualdade de direitos, celebrando o Dia Internacional da Mulher. c. persuadir o auditório quanto à necessidade de defender os direitos das mulheres. d. historiar os acontecimentos que ilustram a luta das mulheres pela igualdade de direitos.
3. Partindo do visionamento desta reportagem, seleciona as características formais próprias do género. a. Tem como objetivo informar. b. Apresenta um tema dominante. c. Apresenta múltiplos intervenientes. d. Exibe diversidade de pontos de vista sobre o tema. e. Ocorrem discursos de 1.ª e de 3.ª pessoas. f. Verifica-se a presença exclusiva de objetividade. g. Verifica-se a presença de objetividade e de subjetividade.
4. Indica as afirmações verdadeiras (V) e as falsas (F). a. Na 1.ª parte do vídeo o discurso do jornalista, em «off», é em 3.ª pessoa. b. Nesta parte do vídeo a informação é sobretudo factual e objetiva. c. A 1.ª parte do vídeo é constituída por uma resenha histórica dos movimentos feministas
V/F
internacionais.
d. As entrevistadas apresentam, em geral, factos e não opiniões.
e. As entrevistadas raramente discordam quanto às questões colocadas.
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Teste de compreensão do oral | Sequência 4
2
2.ª escuta / 2.º visionamento – escuta seletiva / apreensão de pormenores Tem em atenção a 1.ª parte do vídeo – história da luta das mulheres. 5. Ordena a sequência dos seguintes factos, referentes à luta das mulheres pela igualdade de direitos. a. As mulheres apenas começaram a votar no final do século XIX. b. O dia da mulher foi celebrado pela 1.ª vez nos Estados Unidos em 1909. c. Um milhão de pessoas manifestou-se na Europa em 1911 a favor dos direitos das mulheres.
d. Um grande incêndio numa fábrica têxtil em Nova Iorque provoca a morte de 150 trabalhadores, a maioria mulheres, vítimas de precárias condições de trabalho.
e. No século XX (década de 70), a ONU institui o 8 de março como Dia Internacional da Mulher. Centra-te na 2.ª parte do vídeo – opiniões de mãe e filha. 6. Indica a posição de Sara relativamente à 1.ª questão colocada pelo jornalista. ____________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________
7. Centra-te na 2.ª questão. De acordo com Sara, as principais desigualdades que ainda subsistem entre homens e mulheres têm que ver com a. acesso a cargos elevados. b. divisão das tarefas domésticas. c. salários. d. educação dos filhos.
8. Identifica a função dos efeitos técnicos áudio e vídeo durante as entrevistas (iluminação, distorção de imagem e de som e utilização de legendas). ____________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________
9. Indica os comportamentos de Manuela que eram alvo de observações preconceituosas e as razões por que eram feitas. ____________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________
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Teste de compreensão do oral
1
Teste de compreensão do oral
Canção «A paixão» de Rui Veloso
Sequência 5
Canção «A paixão» de Rui Veloso
1.ª escuta – apreensão de sentidos globais 1. Escuta a canção «A paixão (segundo Nicolau da Viola)» de Rui Veloso usando a grelha seguinte para tomares notas. a. Assunto do texto b. Estruturação do texto c. Intervenientes na ação narrada d. Características repetitivas do texto
2. Indica o tema do texto. ____________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________
3. Seleciona a opção correta. O principal objetivo do texto é a. fazer uma exposição sobre o poder do amor.
b. contar a história de uma paixão falhada.
c. documentar a influência da música sobre as relações amorosas. d. argumentar sobre os efeitos nefastos da paixão amorosa.
4. Ordena as seguintes afirmações, numerando-as de 1 a 7, de forma a reconstituíres a sequência do texto. A primeira e a última encontram-se já ordenadas. 1 a. Ela era aquela com quem ele sonhava andar e, talvez, casar. b. Apesar disso, ela não fez o menor esforço para gostar e foi-se rapidamente embora. c. Ele empenhou o anel de rubi para a levar ao concerto no Rivoli, contando com o poder persuasivo da música. d. No entanto, nem a força da música a demoveu. e. Daí, ele, retirou a lição de que não se ama alguém que não ouve a mesma canção. f. Ele gastou muito tempo a tentar convencê-la a sair do seu mundo. 7 g. Foi isso mesmo que o fez compreender que essa paixão se tinha extinguido.
5. Identifica uma das características repetitivas do texto ouvido. ____________________________________________________________________________________________________________
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Teste de compreensão do oral | Sequência 5
2
2.ª escuta – apreensão de pormenores Centra-te na 1.ª parte do texto (iniciada em «Tu eras aquela (...)» até «(...) ele se moveu»). 6. Identifica a frase com que o sujeito poético identifica a amada. ____________________________________________________________________________________________________________
7. Seleciona a opção correta. A oração coordenada adversativa «Mas esse teu mundo era mais forte do que eu» estabelece relativamente à relação com a amada uma a. condição. b. oposição. c. finalidade.
d. causa. Centra-te no refrão. 8. Seleciona a opção correta. Na frase «Empenhei o meu anel de rubi / para te levar ao concerto que havia no Rivoli», a frase destacada indica relativamente à intenção do sujeito poético uma a. condição. b. hipótese. c. finalidade.
d. consequência. Centra-te na segunda parte (iniciada em «Era só a ti que eu mais queria» até «(...) mesma canção»). 9. Identifica o valor expressivo da repetição da negação em «não ficaste», «não fizeste», «nem meia hora». ____________________________________________________________________________________________________________
10. Explicita a «lição» aprendida pelo sujeito poético. ___________________________________________________________________________________________________________
Centra-te na conclusão (iniciada em «foi nesse dia que percebi»). 11. Considera o verso «A minha paixão era um lume». 11.1 Indica o recurso expressivo aí presente. ______________________________________________________________________________________________________
11.2 Explica o seu valor literário. ______________________________________________________________________________________________________
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Teste de compreensão do oral
1
Sequência 6
Teste de compreensão do oral
As maravilhas de Portugal no mundo – cidade velha de Santiago, Cabo Verde
As maravilhas de Portugal no mundo – cidade velha de Santiago, Cabo Verde
1.ª escuta – apreensão de sentidos globais
1. Procede ao visionamento do documentário «As maravilhas de Portugal no mundo – cidade velha de Santiago, Cabo Verde» usando a grelha seguinte para tomares notas. a. Apreciação geral sobre a cidade de Santiago b. História da cidade: 1. Fundação 2. Arquitetura – tipos de edifícios predominantes 3. Clichés da cidade 4. Importância da cidade c. Razões da decadência
2. Identifica o tema dominante neste documentário. ____________________________________________________________________________________________________________
3. O objetivo principal deste documentário é: a. Informar sobre alguns aspetos da vida quotidiana da cidade velha de Santiago, em Cabo Verde.
b. Documentar factos da história e da realidade atual da cidade velha de Santiago, em Cabo Verde. c. Expor factos relativos a pontos turísticos de relevo da ilha de Santiago, em Cabo Verde.
d. Relatar factos sobre as atividades desenvolvidas pelos portugueses radicados no arquipélago. 4. Identifica, entre as afirmações seguintes, a única que não corresponde às características de um documentário. a. Tem como objetivo informar/documentar uma determinada realidade. b. Tem como objetivo publicitar um determinado acontecimento. c. Apresenta um tema dominante ilustrado pela perspetiva dos intervenientes. d. Inclui variedade de registos linguísticos. e. Documenta a realidade histórica da antiga capital de Cabo Verde.
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Teste de compreensão do oral | Sequência 6
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5. Indica se as afirmações são verdadeiras (V) ou falsas (F). Corrige as falsas. a. A cidade velha de Santiago foi a primeira capital de Cabo Verde. b. A cidade foi fundada por António da Nola em 1462 e recebeu a visita de figuras ilustres como Vasco da Gama, Cristóvão Colombo e o Padre António Vieira, que aí pregou. c. Em meados do século XVI a cidade apresentava ainda um tecido urbano pouco desenvolvido, com muito poucas casas e edificações religiosas. d. Na atualidade, das edificações religiosas do século XVI, apenas restam vestígios arqueológicos. e. Santiago deveu o seu desenvolvimento ao facto de ser uma placa giratória comercial entre três continentes. f. A sua decadência deveu-se a dois factos: a exposição a ataques frequentes de corsários e a mudança das rotas comerciais.
V/F
2.ª escuta – apreensão de pormenores Centrate na intervenção do Professor José Maria Semedo. 6. Para este professor, Santiago foi um espaço de convivência entre a escravatura e a população europeia, facto que, na sua opinião, gerou a. um novo tipo de discriminação. b um novo tipo de globalização. c. uma nova cultura.
d. um novo tipo de organização social. 7. Na opinião de Rosalinda Barreto, a Cidade Velha deveria «passar para o património» porque assim os caboverdianos mais jovens poderiam a. saber que Santiago foi a primeira capital do país. b criar negócios turísticos de sucesso. c. evitar a migração para outras cidades do país.
d. conhecer a cidade onde o seu país nasceu e cresceu. 8. Indica três edificações dos séculos XV e XVI que se podem encontrar e visitar na atualidade. ____________________________________________________________________________________________________________
9. Na sua segunda intervenção, o Professor José Maria Semedo ilustra o facto de Santiago ter sido um importante entreposto que permitiu a. o comércio de escravos. b o comércio entre Portugal e as suas colónias africanas . c. a circulação de plantas e alimentos entre diversos continentes.
d. a circulação de plantas e alimentos entre Portugal e as suas colónias africanas.
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Teste de compreensão do oral
1
Teste de compreensão do oral
NRP Sagres Volta ao Mundo 2010
Sequência 7
NRP Sagres Volta ao Mundo 2010
1.ª escuta – apreensão de sentidos globais 1. Procede ao visionamento do vídeo «NRP Sagres Volta ao Mundo 2010» e usa a grelha seguinte para tomares notas. a. Calendário e percurso da terceira volta ao mundo do veleiro Sagres b. As missões da Sagres c. As expectativas da guarnição d. Os tempos livres e. As saudades
2. Indica o tema dominante neste documentário. ____________________________________________________________________________________________________________
3. Seleciona a opção correta. O objetivo principal deste vídeo é a. convencer os jovens portugueses a alistarem-se na marinha portuguesa.
b. informar/documentar a terceira viagem de circum-navegação do NRP Sagres. c. relatar as atividades desenvolvidas pela guarnição da Sagres durante a sua terceira viagem de circum-navegação.
d. fazer uma exposição detalhada sobre os portos, países e comunidades portuguesas visitados pelo NRP Sagres. 4. Identifica entre as seguintes a única informação subjetiva. a. O NRP Sagres faz a sua terceira viagem de circum-navegação, visitando 19 países. b. O NRP Sagres será o primeiro navio da Marinha portuguesa a passar o cabo Horn. c. As comunidades portuguesas são, talvez, os maiores apreciadores do NRP Sagres. d. Uma das missões do NRP Sagres é fazer diplomacia cultural.
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Teste de compreensão do oral | Sequência 7
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2.ª escuta – apreensão de pormenores 5. Identifica a única afirmação falsa. Corrige-a. a. A terceira viagem de circum-navegação do NRP Sagres demora cerca de um ano e visita 19 países. b. Um dos objetivos do NRP Sagres consiste em apoiar a diplomacia do Estado português. c. A guarnição do navio não pratica desporto uma vez que as dimensões do navio não o permitem.
d. A equipa médica acha que estudar as doenças tropicais, já pouco usuais nos nossos hospitais, é uma das aliciantes desta viagem do NRP Sagres.
e. Uma das principais funções da guarnição do NRP Sagres é receber os emigrantes portugueses nos diversos portos onde atraca. Centra-te na intervenção inicial do comandante do NRP Sagres. 6. Indica dois objetivos do NRP Sagres nesta sua terceira viagem de circum-navegação. ____________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________________________________
7. Seleciona a opção correta. De acordo com o comandante na sua última intervenção, todos os elementos da guarnição da Sagres são iguais porque a. ninguém está sujeito à hierarquia militar durante a viagem. b ninguém se preocupa com as saudades da família. c. todos estão sujeitos à hierarquia militar.
d. todos sofrem com as saudades da família. 8. Recorda as intervenções do comandante e do contramestre e seleciona a opção correta. O entusiasmo sereno que evidenciam face à terceira viagem do NRP Sagres é percetível através a. do olhar fixo e postura rígida. b da postura rígida e tom de voz muito alto. c. do tom de voz expressivo e postura descontraída.
d. do tom de voz ponderado, marcado por frequentes silêncios/pausas.
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4. Anexos
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Anexos
Critérios gerais de classificação dos testes Grupo I 4 itens de Educação Literária + parte B – 100 pontos Itens de resposta restrita (Educação Literária) – As respostas deverão ser classificadas quanto aos aspetos de conteúdo (C) e quanto aos aspetos de estruturação do discurso e correção linguística (F), numa proporção de 60% para 40%. Exemplos: Item cotado com 15 pontos Conteúdo – 9 pontos Forma – 6 pontos, assim distribuídos: • 3 pontos: aspetos de estruturação do discurso • 3 pontos: correção linguística
Item cotado com 20 pontos Conteúdo – 12 pontos Forma – 8 pontos, assim distribuídos: • 4 pontos: aspetos de estruturação do discurso • 4 pontos: correção linguística Item cotado com 30 pontos Conteúdo – 18 pontos Forma – 12 pontos, assim distribuídos: • 6 pontos: aspetos de estruturação do discurso • 6 pontos: correção linguística
A atribuição de zero pontos nos aspetos relativos ao conteúdo implica a classificação com zero pontos nos aspetos de estruturação do discurso e correção linguística. As respostas apresentadas nas soluções constituem apenas uma proposta. Serão, portanto, admissíveis outras interpretações consideradas válidas pelo professor.
Grupo II 5 itens de Leitura + 3 itens de Gramática – 5 pontos cada (40 pontos) Nos itens de escolha múltipla (Leitura), a cotação do item só é atribuída às respostas que apresentem de forma inequívoca a opção correta. Todas as outras respostas são classificadas com zero pontos. Nos itens de resposta curta (Gramática), a cotação do item só é atribuída às respostas totalmente corretas. Todas as outras respostas são classificadas com zero pontos.
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Anexos
2Se a resposta contiver dados que revelem contradição em relação aos elementos considerados corretos, ou se apresentar dados cuja irrelevância impossibilite a identificação objetiva dos elementos solicitados, é atribuída a classificação de zero pontos. Nos itens em que se solicita o uso de terminologia linguística, são classificadas com zero pontos as respostas que contenham abreviaturas ou representações ortográficas incorretas dos termos.
Grupo III Item único – 60 pontos A cotação do item de resposta extensa é distribuída por parâmetros de estruturação temática e discursiva (ETD) – 36 pontos – e de correção linguística (CL) – 24 pontos – numa proporção de 60% por 40%. Os critérios de classificação relativos à estruturação temática e discursiva apresentam-se organizados por níveis de desempenho nos parâmetros seguintes: (A) tema e tipologia, (B) estrutura e coesão, (C) léxico e adequação discursiva: Descritores dos níveis de desempenho (ETD)
Tema e tipologia
Estrutura e coesão
Léxico e adequação discursiva
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18 – Trata, sem desvios, o tema proposto. – Mobiliza informação ampla e diversificada relativamente à tipologia textual solicitada: produz um discurso coerente e sem qualquer tipo de ambiguidade.
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12 – Trata o tema proposto, embora com alguns desvios. – Mobiliza informação suficiente, relativamente à tipologia textual solicitada: produz um discurso globalmente coerente, apesar de algumas ambiguidades.
13 – Redige um texto bem estruturado, constituído por três partes (introdução, desenvolvimento, conclusão), proporcionadas e articuladas entre si de modo consistente. – Marca corretamente os parágrafos. – Utiliza, adequadamente, conectores diversificados e outros mecanismos de coesão textual.
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7 – Redige um texto satisfatoriamente estruturado nas três partes habituais, nem sempre devidamente articuladas entre si ou com desequilíbrios de proporção mais ou menos notórios. – Marca parágrafos, mas com algumas falhas. – Utiliza apenas os conectores e os mecanismos de coesão textual mais comuns, embora sem incorreções graves.
5 – Mobiliza, com intencionalidade, recursos da língua expressivos e adequados. – Utiliza o registo de língua adequado ao texto, eventualmente com esporádicos afastamentos, que se encontram, no entanto, justificados pela intencionalidade do discurso e assinalados graficamente (com aspas ou sublinhados).
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3 – Mobiliza um repertório lexical adequado, mas pouco variado. – Utiliza, em geral, o registo de língua adequado ao texto, mas apresentando alguns afastamentos que afetam pontualmente a adequação global.
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6 – Aborda lateralmente o tema proposto. – Mobiliza muito pouca informação relativamente à tipologia textual solicitada: produz um discurso geralmente inconsistente e, por vezes, ininteligível. 4 – Redige um texto com estruturação muito deficiente, em que não se conseguem identificar claramente três partes (introdução, desenvolvimento e conclusão) ou em que estas estão insuficientemente articuladas. – Raramente marca parágrafos de forma correta. – Raramente utiliza conectores e mecanismos de coesão textual ou utiliza-os de forma inadequada.
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1 – Mobiliza um repertório lexical adequado, mas pouco variado. – Utiliza, em geral, o registo de língua adequado ao texto, mas apresentando alguns afastamentos que afetam pontualmente a adequação global.
Anexos
Fatores de desvalorização linguística (para resposta restrita e resposta extensa). Desvalorizaçã o
Fatores de desvalorização • Erro inequívoco de pontuação • Erro de ortografia (incluindo erro de acentuação, uso indevido de letra minúscula ou de letra maiúscula e erro de translineação) • Erro de morfologia • Incumprimento das regras de citação de texto ou de referência a título de uma obra
1 ponto
• Erro de sintaxe • Impropriedade lexical
2 pontos
Matriz dos testes de diagnóstico Objetivos
Domínios – Educação Literária; Leitura / Gramática; Escrita
Educação Literária Interpretar textos de diferentes tipologias e graus de complexidade. (EL9; 9)
Leitura Interpretar textos de diferentes tipologias e graus de complexidade. (L9; 9)
Conteúdos
Texto literário constante da lista de obras e textos para educação literária de 9º ano (págs. 82-83 do Programa e Metas Curriculares de Português do Ensino Secundário)
Parte A 4 itens de resposta curta Grupo I – 50%
Textos de leitura não literária relacionados tematicamente com o texto de leitura literária
Gramática a) Explicitar aspetos fundamentais da morfologia. (G7; 21.4) b) Explicitar aspetos da fonologia do português. (G9; 24) c) Explicitar aspetos fundamentais da sintaxe do português. (G9; 25) Escrita a) Planificação b) Redação / a) Planificar a escrita de textos. textualização: (E9; 13) – texto b) Redigir textos com coerência e expositivo correção linguística. (E9; 14) – texto – Escrever textos expositivos. argumentativo (E9; 16) c) Revisão – Escrever textos argumentativos. (E9; 17) c) Rever os textos escritos. (E9; 19)
Perguntas/ cotação
Estrutura
A. 1. 2. 3. 4.
Parte B 1 item de resposta extensa (80 a 130 palavras)
B. Total –
5 itens de escolha múltipla e/ou de associação
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5
5 pontos 5 pontos 5 pontos 5 pontos 5 pontos
2.1 2.2 2.3
5 pontos 5 pontos 5 pontos
Grupo II – 20%
Total –
Grupo III – 30%
15 pontos 20 pontos 15 pontos 20 pontos
1 item de resposta extensa. (180 a 240 palavras)
30 pontos 100 pontos
40 pontos
Item único – 60 pontos Total –
200 pontos
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Anexos
Matriz dos testes-modelo IAVE Domínios – Educação Literária; Leitura / Gramática; Escrita
Objetivos Educação Literária Ler e interpretar textos literários. (EL10; 14)
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Conteúdos Texto literário dos diferentes períodos da literatura portuguesa constantes do programa (pontos 1 a 6 do Programa e Metas Curriculares de Português do Ensino Secundário)
Leitura Ler e interpretar textos de diferentes géneros e graus de complexidade. (10; 7)
Textos de leitura não literária relacionados tematicamente com o texto de leitura literária
Gramática a) Conhecer a origem e evolução do português. (G10; 17) b) Explicitar aspetos essenciais da sintaxe do português. (E10; 18) c) Explicitar aspetos essenciais da lexicologia do português. (E10; 19)
a) Pontos 1.2 e 1.3 do programa b) pontos 2.1 e 2.2 do programa c) pontos 3.1, 3.2 e 3.3 do Programa
Escrita a) Planificar a escrita de textos. (E10; 10) b) Escrever textos de diferentes géneros e finalidades. (E10; 11) c) Redigir textos com coerência e correção linguística. (E10; 12) d) Rever os textos escritos. (E10; 13)
a) Planificação b) Síntese; exposição sobre um tema; apreciação crítica c) Redação / textualização d) Revisão
Perguntas/ cotação
Estrutura Parte A 4 itens de resposta curta Grupo I – 50%
Parte B 1 item de resposta extensa (120 a 150 palavras)
5 itens de escolha múltipla e/ou de associação
Grupo II – 20% 3 itens de resposta restrita
A. 1. 2. 3. 4. B. 5. Total –
1 item de resposta extensa. (180 a 240 palavras)
30 pontos 100 pontos
1.1 1.2 1.3 1.4 1.5
5 pontos 5 pontos 5 pontos 5 pontos 5 pontos
2.1 2.2 2.3
5 pontos 5 pontos 5 pontos
Total –
Grupo III – 30%
15 pontos 20 pontos 15 pontos 20 pontos
40 pontos
Item único – 60 pontos Total –
200 pontos
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Grelha de correção/cotação GRUPO I 1 20 pontos C-12 1 2
F-8
2 20 pontos T
C-12
F-8
3 15 pontos T
C-9
F-6
4 20 pontos T
C-12
F-18
B 30 pontos T
C-18
F-12
I T
100
GRUP O
GRUPO II
GRUPO 1.1 5
1.2 5
1.3 5
1.4 5
1.5 5
2.1 5
2.2 5
2.3 5
40
GRUPO III
GRUP Total O
Item único
Prova
CL ETD 36 pts 24 pts pts
T
Anexos
3 4 5 6 7 8 Nota: esta folha está 9 disponível para download em 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 M
Média /pergunta
89
60
200
5. Soluções
90
Soluções
Nota: nas perguntas de resposta fechada, as soluções são as indicadas; nas de resposta aberta, naturalmente, outros modos de responder corretamente devem ser tidos em conta.
Testes de diagnóstico TESTE DE DIAGNÓSTICO 1
pp. 4-6
Grupo I A 1. O texto pode dividir-se em duas partes distintas: a primeira, correspondente à apresentação física e psicológica da menina amiga da narradora, cujo pai era dono de uma livraria, vai desde o início até à promessa que ela fez à narradora de lhe emprestar um livro «o emprestaria», l. 15; a segunda parte corresponde ao restante texto: nela se verifica a alegria da menina pela possibilidade de possuir o livro e a desilusão que se lhe seguiu. 2. A narradora é uma menina que tem uma muito forte relação com a leitura, embora tenha alguma dificuldade no acesso aos livros. A promessa de um livro desejado mostra-a, psicologicamente, como imensamente feliz, empolgada mesmo.
TESTE DE AVALIAÇÃO 1 – SEQUÊNCIA 1
3. Trata-se da sucessão de metáforas presente na frase «eu não vivia, nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.», ll. 16-17. 4. A menina ficou «boquiaberta» como reação de enorme espanto ao facto de não lhe ser emprestado o livro tão desejado: ela não esperava, de modo nenhum, que tal sucedesse. Grupo II 1. 1.1 (C); 1.2 (A); 1.3 (C); 1.4 (D); 1.5 (B) 2. 2.1 O processo de formação presente na palavra é a composição morfológica (por radicais), uma vez que a palavra se forma pela associação de um radical e de uma palavra. 2.2 Complemento direto 2.3 Oração subordinada substantiva completiva [«que havia emprestado o livro a outra menina»; a sua função sintática é de complemento direto do elemento subordinante «havia emprestado».] TESTE DE DIAGNÓSTICO 2
pp. 7-10
Grupo I A 1. Trata-se da Proposição de Os Lusíadas, a primeira parte da estrutura interna do Poema, composta ainda pela Invocação, pela Dedicatória e pela Narração.
TESTE DE AVALIAÇÃO 2 – SEQUÊNCIA 1
2. O Poeta vai cantar heróis da nossa história, factos históricos notáveis, navegações por mares desconhecidos, guerras contra os infiéis, nomeadamente em África e na Ásia, sem esquecer quem se notabilizou por outros motivos e se mantém na memória coletiva. 3. Trata-se do orgulho derivado da consciência de que os feitos dos Portugueses são superiores aos dos antigos gregos e romanos, especialmente as navegações, mas também os feitos de natureza bélica. 4. O recurso expressivo é a hipérbole, um exagero, uma vez que os mares orientais, por exemplo, eram desde há muito navegados; este exagero é compreensível num poema épico no qual abundam as hipérboles – ao serviço do engrandecimento do herói, dos heróis. Grupo II
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Soluções
3. O título do livro pode parecer excessivo, ao pretender abarcar «quase tudo»; contudo, da leitura do livro constata-se que o projeto do título se revela verdadeiro: daí o espanto traduzido pelo ponto de exclamação. 4. Uma característica que pode ser alvo de crítica é alguma superficialidade que nele se pode detetar, embora o autor da apreciação admita que não será fácil referir a superficialidade a respeito deste livro; características positivas são, por exemplo, o humor do autor ou a qualidade da tradução. Grupo II 1. 1.1 (A); 1.2 (B); 1.3 (C); 1.4 (C); 1.5 (D) 2. 2.1 O processo de formação é a composição morfológica. 2.2 Sujeito 2.3 Oração subordinada adjetiva relativa explicativa [Desempenha a função sintática de modificador do nome apositivo «pirite», que modifica; este nome é o seu elemento subordinante.] TESTE DE AVALIAÇÃO 1 – SEQUÊNCIA 2
pp. 20-22 TESTE DE AVALIAÇÃO 3 – SEQUÊNCIA 2
Grupo I A 1. A mãe assume o papel de confidente do sujeito poético: a amiga conta à mãe os seus amores. 2. Na primeira estrofe ou cobla, o sujeito poético, a amiga, sente-se apaixonada («enamorada») pelo seu amigo que lhe «jurou» que morria por ela; na segunda estrofe, ela confessa que regressa de Faro «leda», v. 5, isto é, cheia de alegria pois conseguiu falar e ter o amor de quem desejava há muito; na terceira estrofe, ela confessa ainda a sua alegria, desta vez fundada em que não acredita que o seu amigo lhe possa mentir. 3. O refrão é literariamente expressivo desde logo pelo seu caráter repetitivo através do qual a amiga apaixonada reitera a confissão de amor do seu amigo. 4. Para ser perfeita, a técnica paralelística exige número par de coblas, o que não é o caso. Grupo II 1. 1.1 (A); 1.2 (C) 1.3 (D) 1.4 (B); 1.5 (B) 2. 2.1 O processo fonológico é a sonorização – consoantes surdas em posição intervocálica tornam-se sonoras. 2.2 Complemento direto – o 2.3 Oração subordinada adverbial temporal [«quando se multiplicam as revoltas campesinas»; a sua função sintática é demodificador do grupo verbal.]
TESTE DE AVALIAÇÃO 2 – SEQUÊNCIA 2
pp. 23-26
Grupo I A 1. Trata-se do sentimento da coita de amor, típico das cantigas de amor, às quais pertence o texto; consiste na expressão do sofrimento por parte do sujeito poético devido à indiferença da senhor. 2. Trata-se de uma relação de oposição ou de contraste: enquanto os outros querem morrer de amor em consequência da coita, o sujeito poético prefere viver.
TESTE DE AVALIAÇÃO 1 – SEQUÊNCIA 3
3. Metáfora, em «cegam os olhos meus»: do mesmo modo que
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Soluções
2. No terceiro parágrafo, ocorrem referências ao Mestre de Avis. Pelas informações que Fernão Lopes faculta, pode concluir-se que o Mestre era uma pessoa previdente, pois tratou de providenciar certos modos de defesa, ao saber do cerco que se aproximava. 3. Os destinatários externos da cantiga são, certamente, os que cercavam Lisboa: a cantiga tinha como função desmoralizálos, ao mandá-los embora; os internos são, evidentemente, os lisboetas cercados: a cantiga tinha como função alentá-los. 4. A personagem coletiva é a cidade de Lisboa cercada – que age como um todo – «os da cidade», l. 17. Grupo II 1. 1.1 (B); 1.2 (A); 1.3 (C); 1.4 (C); 1.5 (A) 2. 2.1 Sinérese – as duas vogais contíguas /ee/, em hiato, dão lugar ao ditongo /ei/ por semivocalização de uma delas. 2.2 Sujeito 2.3 Oração coordenada disjuntiva [«ou anunciando a decisão de uma passagem à ação»] TESTE DE AVALIAÇÃO 2 – SEQUÊNCIA 3
pp. 35-37
Grupo I A 1. A cidade é apresentada como uma personagem coletiva, uma força que age como um todo; comprovam-no expressões como «Toda a cidade», l. 1, «nenhuũ non mostrava», l. 5, que mostram essa unidade.
TESTE DE AVALIAÇÃO 2 – SEQUÊNCIA 4
2. O desejo da morte por parte de habitantes da cidade cercada surge nas ll. 12-13, quando o narrador informa que algumas pessoas a desejavam sob pretexto de, desse modo, deixar de testemunhar o conjunto de desgraças que tinham caído sobre Lisboa – ll. 12-16. 3. Os responsáveis políticos e o Mestre de Avis sabiam do sofrimento do povo e condoíam-se com ele, mas como nada podiam fazer, tornaram-se indiferentes às queixas populares – cf. O quarto parágrafo. 4. A palavra «guerras» refere-se a duas realidades: por um lado, a verdadeira guerra, com os castelhanos que cercavam Lisboa: (a palavra está aqui no sentido denotativo) mas ocorre também no sentido conotativo, significando o sofrimento de que padeciam por não terem de comer – l. 24. Trata-se, por isso, de uma metáfora desse sofrimento. Grupo II 1. 1.1 (C); 1.2 (B); 1.3 (A); 1.4 (C); 1.5 (D) 2. 2.1 Metátese – transposição de segmentos ou de sílabas no interior de uma palavra. 2.2 Modificador do nome restritivo 2.3 Oração subordinada adjetiva relativa restritiva [«que se sucedem ao longo de vários milénios»; tem a função sintática de modificador do nome restritivo «residências imperiais», o seu elemento subordinante]. DE AVALIAÇÃO 1 – SEQUÊNCIA 4 TESTE DE AVALIAÇÃO 1 – SEQUÊNCIA 4
TESTE DE AVALIAÇÃO 1 – SEQUÊNCIA 5
pp. 38-41
Grupo I A 1. Trata-se do monólogo inicial de Inês, no início da peça, no qual ela apresenta a sua situação – a recusa – e confessa ter um projeto para dela se libertar: esse projeto de libertação é o assunto da peça. 2. Encontra-se bastante zangada, furiosa mesmo, pois entende
93
Soluções
4. O verso «A verdura amena» tem sete sílabas gramaticais e cinco sílabas métricas; o verso «gados, que pasceis» tem cinco sílabas gramaticas e cinco sílabas métricas.
TESTE DE AVALIAÇÃO 2 – SEQUÊNCIA 6
Grupo II 1. 1.1 (A); 1.2 (A); 1.3 (D); 1.4 (C); 1.5 (C) 2. 2.1 «campos», «águas», «flores» 2.2 Complemento direto 2.3 «que é condição de tudo» [A sua função sintática é de modificador do nome apositivo «mudança», o seu elemento subordinante.] pp. 50-52
TESTE DE AVALIAÇÃO 2 – SEQUÊNCIA 5
Grupo I A 1. Trata-se do tema do desencanto amoroso, da desilusão amorosa. 2. Na primeira parte, que ocupa as três primeiras estrofes, o sujeito poético confessa-se derrotado pelo Amor: nunca o conseguiu realizar plenamente. Na segunda parte, correspondente ao último terceto, dirige-se a uma «Senhora» com quem também não teve sorte, para lhe dizer que, pelo menos, perdurará na memória dele e contra isso nada pode a «Fortuna». 3. Trata-se de uma reflexão pessoal marcada pelo desencanto, pela desilusão, pela confissão de que o Amor só trouxe sofrimento; não há esperança para o poeta. 4. Apóstrofe – «Senhora»
TESTE DE AVALIAÇÃO 1 – SEQUÊNCIA 7
Grupo II 1. 1.1 (B); 1.2 (B); 1.3 (C); 1.4 (D); 1.5 (A) 2. 2.1 A água-de-colónia ainda é um dos perfumes mais populares; o símbolo químico da água é H 2O. 2.2 Complemento do nome 2.3 Oração coordenada adversativa
TESTE DE AVALIAÇÃO 1 – SEQUÊNCIA 6
pp. 53-55
Grupo I A 1. Trata-se da Invocação de Os Lusíadas: Camões invoca as Ninfas do Tejo, as Tágides, para que o ajudem na composição do seu Poema. 2. Camões contrasta a poesia épica, o presente, e a poesia lírica, o passado. Épica: «um som alto e sublimado», v. 5; lírica: «verso humilde», v. 3, ambos na estância 4. 3. Trata-se de um «canto» que deve corresponder, na grandiosidade, ao seu assunto – vv. 5-6 da estância 5. 4. Versos 7 e 8 da primeira estrofe: Camões pretende um estilo grandioso (v. 6, est. 4), para que as águas do Tejo (os Portugueses) não invejem as águas de Hipocrene (os antigos gregos): se não invejam, é porque são superiores. Grupo II 1. 1.1 (B); 1.2 (D); 1.3 (D); 1.4 (A); 1.5 (D) 2. 2.1 A palavra divergente é facto. 2.2 Complemento do adjetivo 2.3 Oração subordinada adjetiva relativa restritiva [Desempenha a função sintática de modificador restritivo do nome «acontecimentos», o seu elemento subordinante.]
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Soluções
TESTE DE AVALIAÇÃO 2 – SEQUÊNCIA 7
pp. 62-65
Grupo I A 1. Sensações visuais / cromáticas: «escureceu por completo», l. 1, «o negro mar», l. 1, «espumas brancas», l. 1, «toda negra por baixo», l. 3, etc.; sensações auditivas: «o estrondo era tanto», l. 2 «Estrondeando», l. 4, «clamar por Deus», l. 10. 2. A mentalidade religiosa dos náufragos revela-se nos brados com que pedem o auxílio divino, ajoelhando-se, l. 9, mas, principalmente, na preocupação com a salvação da alma, quando se dirigem a um «padre» para se confessarem naquele transe aflitivo e prenunciador da morte: o que mais desejam é salvar a alma para a eternidade – ll. 8-10. 3. Trata-se da enumeração das várias partes ou componentes do barco destruídas pelo «vagalhão», l. 17. 4. Esta frase significa que a água do mar levou para longe, no seu movimento contínuo, o «mastro grande», l. 26; «mares» aqui é uma palavra genérica que significa a água em movimento contínuo.
TESTE DE COMPREENSÃO DO ORAL – SEQUÊNCIA 2
Grupo II 1. 1.1 (C); 1.2 (A); 1.3 (D); 1.4 (B); 1.5 (A) 2. 2.1 O processo irregular é o empréstimo. 2.2 «infelizmente», l. 2 2.3 Oração subordinada adverbial comparativa
Testes de compreensão do oral TESTE DE COMPREENSÃO DO ORAL – SEQUÊNCIA 1
pp. 68-69
1. Notas possíveis: a. Tema do anúncio – Visitar os Açores; b. Recursos expressivos utilizados – A repetição de «lindíssimas»; o uso do superlativo; c. Tempos / modos verbais mais frequentes – Presente do indicativo e do conjuntivo; d. Efeitos de áudio, vídeo e texto – Apresenta sobretudo efeitos de vídeo: alternância dos planos panorâmicos (que salientam a beleza do conjunto) com grandes planos (que salientam o pormenor); e. Slogan – Não está presente. 2. O tema do anúncio é a descoberta turística dos Açores. 3. c. 4. d. 5. A presença de Pedro Pauleta torna o anúncio mais credível e mais suscetível de atrair visitantes aos Açores, não só por ser uma personalidade destacada no meio desportivo, mas sobretudo por ser açoriano. Tratando-se de uma figura que nos é familiar e simpática, a sua presença sugere o papel do anfitrião que faz as honras da casa, levando-nos a visitá-la e mostrando-nos o que ela tem de melhor. 6. b. 6.1 Trata-se da única afirmação em que o locutor apresenta o seu ponto de vista sobre a praia do Pópulo, através da forma verbal «acho» e do adjetivo «linda» no grau superlativo. Essa apreciação depende apenas do sujeito que a faz, e não do objeto apreciado, sobre o qual diferentes sujeitos poderão fazer apreciações diferentes ou mesmo opostas.
TESTE DE COMPREENSÃO DO ORAL – SEQUÊNCIA 3
7. 7.1 A utilização de superlativos como «lindíssima» ou «o melhor», «a maior» sugere uma perspetiva destacada e única dos Açores inserindo-se, assim, no objetivo de persuadir oturista a «descobrir» ilhas tão exclusivas. 7.2 a. A repetição permite ampliar a ideia de beleza associada a estas ilhas; b. «Descubra» tem o valor de uma sugestão
95
Soluções
de IPSS, voluntários); c. Comportamento dos utentes dos serviços de ajuda – Silenciosos, evitam as câmaras da televisão, procuram o anonimato; d. Características da postura, tom de voz e olhar dos utentes dos serviços de ajuda – Cabisbaixos, olhar triste, discurso com silêncios, voz embargada, vozes e imagens distorcidas por efeitos técnicos; e. Opiniões dos voluntários das instituições de solidariedade social envolvidas – Descrevem as situações de fome, colocam-se na situação dos utentes, têm vontade de agir para ajudar, indicam os tipos de menus que distribuem. 2. O alastramento da fome em Portugal.
TESTE DE COMPREENSÃO DO ORAL – SEQUÊNCIA 5
3. b. 4. a.; b.; c.; e. 5. 1 – a; 2 – e; 3 – c; 4 – d; 5 – b 6. A noite protege o anonimato dos que buscam ajuda, permitindo disfarçar um pouco melhor a pobreza envergonhada. 7. Em geral, estes efeitos concorrem para proteger a identidade das pessoas que buscam ajuda. A legendagem torna perceptíveis intervenções ditas em voz baixa, de modo envergonhado. 8. b. 9. d.
TESTE DE COMPREENSÃO DO ORAL – SEQUÊNCIA 4
pp. 74-75
1. Notas possíveis – a. Tema – A luta das mulheres pela emancipação; b. Partes em que se estrutura a reportagem – Duas: historiação da luta das mulheres; entrevista a mãe e filha sobre este tema; c. Intervenientes – Manuela e Sara, respetivamente, mãe e filha; d. Pontos de vista de Sara – O Dia Internacional da Mulher serve para lembrar o que as mulheres conseguiram até agora. Hoje as mulheres têm mais liberdade que no passado. Mesmo assim, há coisas que se proíbem às mulheres mas se permitem aos homens. Ainda há diferenças entre homens e mulheres no acesso a cargos elevados e nos salários; e. Pontos de vista de Manuela – A luta e as batalhas que as mulheres conseguiram ganhar ao longo do tempo. Ainda há batalhas a travar pelas mulheres. No passado, procurou conquistar o seu espaço apesar das restrições paternas e da pressão social relativamente ao comportamento tido como convencional nas mulheres. A ida à discoteca ou ao café era reprovada, por exemplo. Mesmo hoje, mantém-se o machismo masculino face às mulheres. 2. b.
TESTE DE COMPREENSÃO DO ORAL – SEQUÊNCIA 6
3. a., b., d., e., g. 4. a. V; b. V; c. F (faz uma breve historiação da luta das mulheres pela igualdade de direitos); d. F (as entrevistadas apresentam opiniões); e. V. 5. 1 – b; 2 – d; 3 – c; 4 – a; 5 – e 6. Faz sentido comemorar o DIM porque lhe lembra os direitos que as mulheres conquistaram até ao momento, tanto a nível pessoal, como social ou profissional. 7. a e c 8. A ida à discoteca era reprovada porque esses locais de diversão eram vistos como próprios para raparigas de reputação duvidosa. Já a prática de futebol feminino era recriminada porque se destinaria a jovens de bairros sociais, isto é, a gente «inferior». 9. Manuela acha que se trata de uma luta permanente, uma vez que o homem tem um fundo machista, quase «genético», que o impele a manter essa desigualdade.
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Soluções
2. A cidade velha de Santiago, em Cabo Verde. 3. b. 4. b. 5. a. V; b. V; c. F (em meados do século XVI apresentava já cerca de 500 casas e 24 igrejas, capelas e ermidas); d. F (A maioria destas edificações desapareceu, mas restam ainda algumas outras como o convento de S. Francisco ou a Igreja de Nossa Senhora do Rosário); e. V; f. V 6. c. 7. d. 8. A Igreja de Nossa Senhora do Rosário, o pelourinho e a fortaleza de S. Filipe. 9. c.
TESTE DE COMPREENSÃO DO ORAL – SEQUÊNCIA 7
pp. 80-81
1. Notas possíveis: a. Calendário e percurso da terceira volta ao mundo do veleiro Sagres – De janeiro a dezembro de 2010 – que levará a Sagres a visitar 19 países; b. As missões da Sagres – Dar formação aos cadetes da escola naval; visitar as comunidades portuguesas no estrangeiro; apoiar a política externa do Estado; c. As expectativas da guarnição – Contramestre: visitar muitos países, passar o cabo Horn (o 1. o navio a fazê-lo); cozinheiro: conhecer quase tudo porque nunca fez uma viagem destas; médico: conhecer os países onde o navio aporta; lidar com doenças tropicais que já não são frequentes nos nossos hospitais; d. Os tempos livres – A guarnição exercita-se num ginásio improvisado, fazem desporto, organizam torneios de jogos de cartas, futebol de convés; e. As saudades – Comandante: as famílias sofrem com a ausência prolongada. Telefonar de vez em quando; não pensar muito nisso.
2. Preparação da terceira viagem de circum-navegação do NRP
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