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CONTABILIDADE
G ER EN CIA L
conceitos básicos e aplicação
I
SamirBazzi
CONTABILIDADE
G ER EN CIA L
conceitos básicos e aplicação
SÉRIE GESTÃO FINANCEIRA
Ü selo DIALÓGICA da Editora lnterSaberes faz referência às
DIALÓGICA
publicações que privilegiam uma linguagem na qual o autor dialoga com o leitor por meio de recursos textuais e visuais, o que torna o conteúdo muito mais dinâmico. São livros que criam um ambiente de interação com o leitor - seu universo cultural, social e de elaboração de conhecimentos - possibilitando um real processo de interlocução para que a comunicação se efetive.
EDITORA
intersaberes
Sam ir Bazzi
Contabilidade gerencial: conceitos básicos e aplicação
ed ito ra
VßÖ* intersaberes Àv. Vicente M ach ad o 3 1 7 . 14 andar Centro . C E P 80420-010 . Curitiba . PR . Brasil l one: (41) 2103-7306 w w w .editoraim ersaberes.com .br editoraged ítoraintcrsabcre sxom .br
C on selh o editorial
Dr. Ivojosé Both (presidente) Dr? Blend Godov Dr. Nelson Luís Dias Dr. Ulf Gregor Bara now
Editor-chefe
Lindsay Azambuja
Editor-assistente
Ariadne Nunes Wenger
Capa
Design
Lais Gal väo dos San los
Fundo Fotolia Projeto gráfico
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Iconografia
Vanessa Plugiti
iBedição, 2015. fo i feito O depósito legal.
D ados Internacionais d e C atalogação na Publicação xor>9cvefxieocseu>pnrxip9 > MNCtM.
abordados.
• Ptocesvo de tonada de òMfeAoemoresatol.
Apto ô estudo dPMe captuk». você ;pfA u.irMKiextemiKicbru;ac\^sfüf> Acw iw fin. 5 ram
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O Conselho Regfam I de Contabilklade óo Estado de S&» Pw ki jCRCSPl com o apeso ir. = ---------------------------------------R e c e ita d e v e n d a s
M a rg e m d e lu c ro o p e r a c io n a l M a rg e m d e lu c r o liq u id o
...
ML =
In te r p re ta ç ã o Q u a n t o m a io r a m a r g e m d e lu c r o b ru to , m e lh o r (isto é, m e n o r 0 c u s t o d o s p ro d u to s d a e m p re sa ).
L u c r o o p e r a c io n a l
É p r e f e r ív e l u m a m a r g e m d e lu c r o
R e c e it a d e v e n d a s
o p e r a c io n a l e le v a d a .
L u c ro líq u id o
--------------------------------------R e c e ita d e v e n d a s
Q u a n t o m a is e le v a d a a m a r g e m d e lu c r o líq u id o d e u m a e m p r e s a , m e lh o r .
R j.n 11: Adaptado dc Cituuin, -zuiu. p. 58-60.
A aplicação d as fórm ulas das m argens é extrem am ente sim ples, como verem os a seguir. Carlos Alberto continuou suas análises utilizando a DRE, que foi \ apurada no final do primeiro ano de exercício da sua empresa • (em 31/12/X1). Aplicando as fórmulas nos resultados que já haviam sido apurados, a análise ficou da seguinte forma:
Tabela 3.3 - A n á lise das m argens de lucro Companhia Industrial de Alimentos Demonstração do Resultado do Exercício - 31/127X1 R e c e it a b r u t a
R $ 8 .7 0 0 ,0 0
( -) D e d u ç õ e s d a re c e ita
R S-
= R e c e it a L í q u i d a
R $ 8 .7 0 0 ,0 0
( -) C u s t o d o s p r o d u t o s v e n d id o s
- R s 4 3 5 0 ,0 0
= L u c ro B ru to
Rs
( -) D e s p e s a s o p e r a c io n a is
- R s 1.0 5 0 ,0 0
= L u c r o O p e r a c io n a l
R s 3 .3 0 0 ,0 0
( -) Im p o s t o d e R e n d a = L u c r o L íq u id o
4 -3 5 0 , 0 0
- R s 4 9 5 ,0 0 R s 2 .8 0 5 ,0 0
C á lc u lo d a s m a r g e n s M B = L B /V e n d a s
5 0 ,0 0 %
M O = L O /V e n d a s
37, 93 %
M L = L L /V e n d a s
32 , 2 4 %
interpretando os resultados apurados, Carlos Alberto percebeu que, no primeiro ano da análise, os custos de produção represen taram exatamente a metade das vendas líquidas, gerando, assim, uma margem bruta de 50%. Como as despesas operacionais representaram 12,07% (R$ 1.050,00), a margem operacional foi diminuída nesse percentual, representando 37,93%. Já a margem líquida, diminuindo do lucro operacional as despesas não finan ceiras, representadas pelo Imposto de Renda pago no período (R$495,00), indicou 32,24%, ou seja, diminuindo todas as saídas (o total dos custos mais o total das despesas), sobraram, no fim do período, RS 2.805,00 líquidos, demonstrando que a empresa soube aproveitar muito bem sua operação. Fica claro, portanto, que a an álise desses índices por meio da DRE perm ite que os tom adores de decisão da em presa ava liem os lucros em relação ao volum e de vendas realizad as no período. E importante salientarm os que, se não houvesse lucro no período, a em presa não apresentaria resultado satisfatório
e, dessa form a, dificilm ente satisfaria aos investidores e não con segu iria um crescim ento sustentável ao longo do tempo.
3.1.3
Sistema DuPont de análise
O sistem a de análise DuPont é outra ferram enta utilizada para o processo d ecisório gerencial, que leva em conta os dados do Balanço Patrim onial e da DRE. G itm an (2010, p. 66) afirm a que esse sistem a é "u tilizad o para dissecar as dem onstrações financeiras de um a em presa e avaliar sua situação financeira". A análise realizada por esse sistema busca conjugar aspectos fin an ceiros, de lu crativid ad e e de v en d as, os q u ais, para Padoveze (2010), representam os com ponentes básicos de ala vancagem da rentabilidade do capital próprio de um a empresa. Para que seja estru turada essa análise, faz-se necessário o entendim ento de quatro outras fórm ulas que com pletam o sis tema DuPont: giro do Ativo Total, multiplicador de alavancagem
financeira, retorno sobre o Ativo Total e retorno sobre o capital pró prio. Esses indicadores são dem onstrados no quadro a seguir. Q uadro 3.4 - Fórm ulas do sistem a DuPont de an álise In d ic a d o r
G ir o d o A tiv o
F ó r m u la
Vendas G A = --------------------------A t iv o T o ta l
M u lt ip lic a d o r d e a la v a n c a g e m f in a n c e ir a (M A F) R e to m o so b re 0 A t iv o T o ta l
R e t o rn o s o b r e 0 c a p it a l p r ó p r io
In te r p re ta ç ã o In d ic a a e f ic iê n c ia d a e m p r e s a e m u t iliz a r o s a t iv o s n a g e r a ç ã o d a s vendas. R e fle te 0 e fe it o d a a la v a n c a g e m
M AF_
A t iv o T o ta l P a t r im ó n io L íq u id o M a r g e m L íq u id a G ir o d o A t iv o
f in a n c e ir a s o b re 0 re t o r n o a o s a c io n is t a s . M e d e a r e n t a b ilid a d e d a e m p r e s a e m r e la ç ã o à s v e n d a s r e a liz a d a s . R e p r e s e n t a e x a t a m e n t e 0 o b je t iv o
RO E.
R0A M AF
d a a n á lis e D u P o n t , a v a lia n d o a s it u a ç ã o f in a n c e ir a . Fo n t e A daptado d e Gitm an, .20 iq, p. S4-W>.
O sistem a DuPont é representado por meio de um quadro, no qual se inserem os valores que já foram apurados no Balanço Patrim onial e na D R E, asso cia n d o e ssa s d em onstrações às
fórm ulas propostas. Gitm an (2010) apresenta esse quadro, que é utilizado por m uitos autores, conform e visto na F igu ra 3.1. Figura 3.1 - Sistem a DuPont de análise
F o x ti-: A daptado de Gitm an, 2010, p. 67.
Com a utilização desse quadro, o gestor da em presa pode, de m aneira sim ples, decom por e a n alisar o retorno sobre o capital próprio, de acordo com as dim ensões im portantes para seu estudo.
0% Carlos Alberto entendeu a importância de verificar qual foi o real retorno obtido no primeiro ano de operação da empresa c fez uma análise aprofun dada utilizando o método Du Pont. O empresário percebeu que é um quadro simples de ser montado e que os resultados apurados servirão para o processo decisório futuro de sua empresa. A tabela de apuração do método DuPonl da Companhia Industrial de Alimentos foi a seguinte: Figura 3.2 - A n álise do sistem a Du Pont
: Percebemos que a Companhia Industrial de Alimentos, no seu : primeiro ano de atividade, apresentou um excelente retorno : sobre o capital investido pelos sócios em sua operação, com um : • ROE de 67,82%, muito acima de qualquer expectativa do setor. | : Apesar de o multiplicador de alavancagem não ter representado • : exatamente sua necessidade interpretativa, em virtude da não : : existência de nenhuma conta de Passivo no primeiro ano de ope- : : ração da empresa, indica a relação entri* o Ativo e o Patrimônio : ; Líquido.
;
Carlos Alberto, dessa forma, está satisfeito com as operações ; : da empresa. O administrador está começando a entender per- ■ : feitamente a utilização das demonstrações financeiras e suas : respectivas análises, o que lhe permite conversar de igual para : igual com seus gerentes, pois começa a falar na mesma lingua- : | gem de todos, e não mais a de um dentista que assumiu uma | • empresa, sem nenhum conhecimento industrial.
j
Isso só tem feito Carlos Alberto se dedicar cada vez mais a : : entender a contabilidade gerencial e suas aplicações dentro da : j empresa.
:
Por m eio da an álise DuPont, podem os ter um diagnóstico diferenciado do resultado de um a em presa. Partindo da an á lise do ROE, é possível dissecarm os todos os dados de entrada d as dem onstrações utilizadas, perm itindo isolar cada conta e an alisá-las em um conjunto.
3.2
Demonstrações gerenciais complementares
São duas as dem onstrações contábeis que podem scr considera das demonstrações gerenciais complementares: a Demonstração
dos Fluxos de Caixa (DFC) e a Demonstração do Valor Adicionado (DVA). Essas dem onstrações também são estu d ad as exau stiva mente na contabilidade financeira, apesar de a obrigatoriedade
de sua em issão ter sido definida há pouco tem po, um a vez que a Lei n. 6404/1976 não falava especificam ente sobre essas d em onstrações. F ia s foram tratad as d iretam en te pela Lei n. n.638/2007 e por a lg u n s pronunciam entos específicos do C onselho Federal de C ontabilidade (CFC). N osso objetivo, neste tópico, será v erifica r as aplicações gerenciais dessas dem onstrações.
3.2.1
Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC)
O objetivo principal da dem onstração d os Flu xos de C a ix a (DFC) é o de evidenciar as transações que alteraram, no período an alisad o, o sald o da conta C a ix a da em presa, além de d ei x ar claras tod as as m ovim entações que ocorreram . C oelh o c R ibeiro (2013) afirm am que a DFC busca sintetizar o fluxo dos recursos financeiros que transitaram pela conta C aixa, os q u ais são registrados na form a de entradas (créditos) e saídas (débitos). A DFC apresenta duas finalidades principais: dem onstrar as form as de obtenção de recursos que transitaram pelo caixa da em presa e a utilização desses recursos e au xiliar na deter m inação dos fluxos de caixa futuros da em presa. D essa forma, essa demonstração analisa a estrutura patrim onial c financeira da conta C aixa. Um dos fatores que não podem ser ignorados em relação à DFC é a utilização d os ch am ados equivalentes de caixa. De acordo com a Resolução CFC n. 1.296, de 17 de setembro de 2010 (CFC, 2010), que aprovou a N B C T G 03, o caixa com preende o num erário em espécie e depósitos bancários d isponíveis. Já os equivalentes de caixa são as aplicações financeiras realiza d as no curto prazo, as quais podem ser convertidas em caixa rapidamente e estão sujeitas a um a pequena m udança de valor. A in da a respeito desse assunto, o Com itê de Pronunciam entos Contábeis (CPC), por m eio do pronunciam ento técnico C P C PM E R i, no seu Item 7.2, apresenta a segu inte questão:
Equivalentes de caixa são aplicações financeiras de curto prazo, de alta liquidez, que sâo mantidas com a finalidade de atender a compromissos de caixa de curto prazo e não para investi mento ou outros fins. Portanto, um investimento normal mente qualifica-se como equivalente de caixa apenas quando possui vencimento de curto prazo, de cerca de três meses ou menos da data de aquisição. Saldos bancários a descoberto decorrentes de empréstimos obtidos por meio de instrumentos como cheques especiais ou contas-correntes são geralmente considerados como atividades de financiamento similares aos empréstimos. (CPC, 2009, p. 34) A D FC, d essa form a, de acordo com W arren et al. (2010), fornece in fo rm açõ es que serão u tiliz ad a s para a lg u n s p ro cessos em relação à em presa, as quais estão dem onstradas na Figura 3.3 a seguir. Figura 3.3 - Inform ações geradas pela DFC
In f o r m a ç õ e s d a D F C
B a s e p a r a a v a lia ç ã o d a c a p a c id a d e d e p a g a m e n t o d a s d iv id a s
A DFC relaciona os fluxos de caixa por meio de trés tipos de ativid ad es: operacionais, de investim en to e de fin an cia mento. Coelho e R ibeiro (2013) explicam essas atividades da seguinte forma:
• Atividades operacionais - São as principais geradoras de receita da em presa e de outras atividades que não sào de investimento e tampouco de financiamento. São exemplos o recebimento das vendas, o pagam ento dos fornecedores, a com pra de m ateriais, o pagam ento dos funcionários etc.
• Atividades de investimento - Referem -se à aquisição e à venda de ativos de longo prazo c de outros investim en tos não incluídos com o equivalentes de caixa. Sào exem plos as aquisições ou ven d as de participações em outras em p resas e d e a tivo s u tiliz a d o s na p ro d u ção d e bens ou na prestação de serviços ligados ao objeto social da em presa. É im portante salientarm os que essas atividades não com preendem em si a aquisição de ativos que serão objeto de revenda pela em presa.
• Atividades de financiamento - Resultam das m udanças no tam anho ou na com posição do capital total da em presa (capital próprio m ais o capital de terceiros). Compreendem a captação de re c u rso s d os só cio s ou acio n istas da em presa e seu respectivo retorno em form a de lucro ou dividendos, além da captação de em préstim os e outros recursos associados à am ortização c à rem uneração. A N B C TG 03 (R2) (CFC, 20x3, p. 46) exem plifica os fluxos de caixa que decorrem dc cada g ru p o de atividades.
Atividades operacionais
1 -1 14. Os fluxos de caixa advindos das atividades operacionais são basicamente derivados das principais atividades gerado ras de receita da entidade. Portanto, eles geralmente resultam
de transações e de outros eventos que entram na apuração do
lucro líquido ou prejuízo. Exemplos de fluxos de caixa que decorrem das atividades operacionais são: (a) recebimentos de caixa pela venda de mercadorias e pela prestação de serviços; (b) recebimentos de caixa decorrentes de royalties, honorários,
comissões e outras receitas; (c) pagamentos de caixa a fornecedores de mercadorias e serviços; (d) pagamentos de caixa a empregados ou por conta de empregados; (e) recebi mentos e pagamentos de caixa por seguradora de prê mios c sinistros, anuidades e outros benefícios da apólice; (f) pagamentos ou restituição de caixa de impostos sobre a renda, a menos que possam ser especifica mente identifi cados com as atividades de financiamento ou de investi mento; e (g) recebimentos e pagamentos de caixa de contratos mantidos para negociação imediata ou disponíveis para venda futura. [...] Atividades de investimento
i6. A divulgação em separado dos fluxos de caixa advindos das at ividades de investimento é importante em função de tais fluxos de caixa representarem a extensão em que os dispêndios de recursos são feitos pela entidade com a finalidade de gerar lucros e fluxos de caixa no futuro. Somente desembolsos que resultam em ativo reconhecido nas demonstrações contábeis são passíveis de classificação como atividades de investimento. Exemplos dc fluxos de caixa advindos das atividades de inves timento são: (a) pagamentos em caixa para aquisição de ativo imobilizado, intangíveis e outros ativos de longo prazo. Esses pagamen tos incluem aqueles relacionados aos custos de desenvol vimento ativados e aos ativos imobilizados de construção própria; (b) recebimentos de caixa resultantes da venda de ativo imo bilizado, intangíveis e outros ativos de longo prazo;
(c) pagamentos em caixa para aquisição de instrumentos patri moniais ou instrumentos de dívida de outras entidades e participações societárias em jo in t ven tu res (exceto aqueles pagamentos referentes a títulos considerados como equi valentes de caixa ou aqueles mantidos para negociação imediata ou futura); (d) recebimentos de caixa provenientes da venda de instru mentos pat rimoniais ou inst ru mentos de dívida de ou tras entidades e participações societárias em jo in t v e n tu re s (exceto aqueles recebimentos referentes aos títulos con siderados como equivalentes de caixa e aqueles mantidos para negociação imediata ou futura); (e) adiantamentos em caixa e empréstimos feitos a terceiros (exceto aqueles adiantamentos e empréstimos feitos por instituição financeira); (f) recebimentos de caixa pela liquidação de adiantamentos ou amortização de empréstimos concedidos a terceiros (exceto aqueles adiantamentos e empréstimos de institui ção financeira); (g) pagamentos em caixa por contratos futuros, a termo, de opção e sw ap, cxccto quando tais contratos forem mantidos para negociação imediata ou futura, ou os pagamentos forem classificados como atividades de financiamento; e (h) recebimentos de caixa por contratos futuros, a termo, de opção e sw a p , exceto quando tais contratos forem man tidos para negociação imediata ou venda futura, ou os recebimentos forem classificados como atividades de financiamento. [••O Atividades de financiam ento
17. A divulgação separada dos fluxos de caixa advindos das atividades de financiamento é importante por ser útil na pre dição de exigências de fluxos futuros de caixa por parle de fornecedores de capital à entidade. Exemplos de fluxos de caixa advindos das atividades de financiamento são: (a) caixa recebido pela emissão de ações ou outros instrumen tos patrimoniais;
(b) pagamentos em caixa a investidores para adquirir ou res gatar ações da entidade; (c) caixa recebido pola emissão de debéntures, empréstimos, notas promissórias, outros títulos de dívida, hipotecas e outros empréstimos de curto e longo prazos; (d) amortização do empréstimos e financiamentos; e (e) pagamentos em caixa pelo arrendatário para redução do passivo relativo a arrendamento mercantil financeiro. A DFC pode ser estru tu rad a pelo m étodo direto ou pelo indireto. O que os diferencia é a m aneira como eles apresentam o fluxo de caixa d as ativid ades operacionais. Vam os an alisar m ais detalhadam ente cada um desses métodos. 3.2.1.1
M étodo direto
N o m étodo direto, todos os recursos que d erivaram d a s ati vidades operacionais são apresentados na form a original dos recebim entos e pagam entos, levan d o -se em consideração o período em análise. A N B C TG 03 (CFG, 2013, p. 6) explica esse m étodo da seguinte maneira: 19. Pelo método direto, as informações sobre as principais clas ses de recebimentos brutos e de pagamentos brutos podem ser obtidas alternativamente: (a) dos registros contábeis da entidade; ou (b) pelo ajuste das vendas, dos custos dos produtos, mercado rias ou serviços vendidos (no caso de instituições financei ras, pela receita de juros e similares e despesa de juros e encargos e similares) e outros itens da demonstração do resultado ou do resultado abrangente referentes a: li) variações ocorridas no período nos estoques e nas contas operacionais a receber e a pagar; (ii> outros itens que não envolvem caixa; e (üií outros itens tratados como fluxos de caixa advindos das atividades de investimento e de financiamento.
&
Q uando um a em presa opta pelo m étodo direto da DFC, ela tem de divulgar, de form a adicional, a conciliação entre o lucro líquido e o fluxo de caixa líquido das ativid ades operacionais, separando por categoria todos os itens conciliados. 3.2.1.2
M étodo indireto
O método indireto também é conhecido como método da recon ciliação, pois ajusta as inform ações constantes na DRE. Coelho e Ribeiro (2013, p. 434) explicam o método indireto da seguinte forma: Os recursos das atividades operacionais são demonstrados a partir do Resultado do Exercício antes da tributação pela CSLE e pelo IR (lucro líquido ou prejuízo), e ajustado: pela adição das despesas e exclusão das receitas consideradas na apuração do resultado e que não afetaram o caixa da empresa, isto é, que não representaram saídas ou entradas de dinheiro, bem como pela exclusão das receitas realizadas no exercício e recebidas no exercício anterior; pela adição das receitas rece bidas antecipadamente que não foram consideradas na apu ração do resultado; pela exclusão das despesas incorridas no período porém pagas no exercício anterior; e pela inclusão das despesas do exercício seguinte pagas antecipadamente que representam saídas de caixa e não integram o resultado do período. Exclui-se, também do resultado, os resultados obtidos nas transações de bens classificados nos subgrupos de Investimentos, Imobilizado e Intangível, todos do Ativo Não Circulante, uma vez que as baixas referentes a esses bens devem ser indicadas pelos valores brutos entre as atividades de investimento. Finalmente, deve-se incluir entre os ajustes as variações posi tivas ou negativas ocorridas no período nos estoques e nas contas operacionais a receber e a pagar, uma vez que essas variações, por não representarem despesas nem receitas, não foram incluídas na apuração do Resultado do Exercício e, tam bém, pela natureza não integrarão os fluxos de caixa das ati vidades de investimento e de financiamento.
<
O s itens tratados com o fluxos de caixa d as ativid ad es de investim ento e de financiam ento são os m esm os dos apurados por meio do método direto. 3.2.1.3
Elaboração da DFC
Para a elaboração da DFC, tanto por meio do m étodo direto quanto do indireto, todos os d ad o s devem ser retirados do Balanço P atrim on ial (de d o is p erío d o s segu id os) e da D RE do período atual. Q uando for necessário, podem os utilizar o livro-razão para nos aprofundarm os um pouco m ais em alguns lançam entos contábeis. ................................................................................... .............................. .. ................................................................ .. • 2
: Carlos Alberto não entendeu direito como deve estruturar a DFC, : ainda mais porque existem dois métodos diferentes. Como o ; empresário estava muito confuso, não hesitou em ligar para o seu : amigo contador, que prontamente foi ao escritório da Companhia : Industrial de Alimentos. :
O contador levou consigo um documento oficial do CFC, a
: NBC TG 03 (R2) - Demonstração dos Fluxos de Caixa, para expli: car, com base no pronunciamento do CFC, o funcionamento da : DFC. Carlos Alberto tentou assimilar a NBC TG 03, mas não ; entendeu como poderia obter todas as informações necessárias : da sua empresa. O contador disse que seria impossível, pois : a Companhia Industrial de Alimentos só tinha um Balanço Patrimonial e, para a análise, são necessárias duas demonstra: ções. Mas, mesmo assim, ele utilizou a NBC TG 03, que tem um : exemplo prático, para auxiliar Carlos Alberto. O exemplo constante na norma mostra os saldos do período : corrente, no entanto, é importante salientarmos que nem o : Balanço Patrimonial nem a DRE sào apresentados de acordo : com os requisitos de divulgação e apresentação das demons: trações contábeis.
9
As seguintes informações adicionais são também relevantes para a elaboração da DFC: •
Todas as ações da controlada foram adquiridas por R$ 590. Os valores justos dos ativos adquiridos e dos passivos assumidos foram os que seguem: (R $)
E sto q u e s
100
C o n ta s a R eceb er
10 0
C a ix a
40
A t iv o Im o b iliz a d o (te rre n o s , f á b r ic a s , e q u ip a m e n t o s etc.)
650
C o n ta s a Pagar
10 0
D ív id a d e L o n g o P ra z o
200
•
R$ 250 foram obtidos mediante emissão de ações e outros R$ 250 por meio de empréstimo a longo prazo.
•
A despesa de juros foi de R$ 400, dos quais R$ 170 foram pagos durante o período. Além disso, R$ 100 relativos à despesa de juros do período anterior foram pagos durante o período.
•
Foram pagos dividendos de R$ 1.200.
•
O passivo com Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), no início e no fim do período, foi de R$ 1.000 e R$ 400, respectiva mente. Durante o período, fez-se uma provisão de mais RS 200. Ü Imposto de Renda na fonte sobre dividendos recebi dos foi de R$ íoo.
•
Durante o período, o grupo adquiriu ativos imobiliza dos (terrenos, fábricas e equipamentos) ao custo total de R$ 1.250, dos quais R$ 900 por meio de arrendamento financeiro. Pagamentos em caixa de RS 350 foram feitos para compra de imobilizado.
•
Parte do imobilizado, registrado ao custo de R$ 80 e depreciação acumulada de RS 60, foi vendida por R$ 20.
&
•
Contas a receber no final de 20X2 incluíam juros a rece ber de R$ too.
•
■
Foram recebidos juros de R$ 200 e dividendos (líquidos de imposto na fonte de KS 100) de R$ 200.
•
:
Foram pagos durante o período RS 90 de arrendamento mercantil.
I
A DRE apresentada para o período findo em 20X2 é a seguinte: (R S ) Vendas
30 .6 5 0
C u s t o d a M e r c a d o r ia V e n d id a (C M V )
(26 .0 0 0 )
L u c r o B ru to
4650
D e s p e s a c o m D e p r e c ia ç ã o
(450)
D e s p e s a s d e V e n d a e A d m in is t r a t iv a s
(910)
D e s p e s a d e J u ro s
(400)
R e s u lt a d o d e E q u iv a lê n c ia P a t r im o n ia l
500
P e rd a C a m b ia l
(4 0 )
L u c r o L íq u id o a n t e s d o Im p o s t o d e R e n d a e d a C o n t r ib u iç ã o S o c ia l
3350
Im p o s t o d e R e n d a e C o n t r ib u iç ã o S o c ia l
(300 )
L u c ro L íq u id o
3 .0 5 0
Já os balanços patrimoniais dos períodos 20X1 e 20X2 foram: 2 0 X 2 (R $ )
2 0 X 1 (R $ )
A t iv o s C a ix a e E q u iv a le n t e s
230
16 0
C o n ta s a R eceb er
1.9 0 0
1.2 0 0
E sto q u e s
1.0 0 0
1.950
In v e s t im e n t o s
2.500
2.500
d e C a ix a
A t iv o Im o b iliz a d o a o C u s to D e p r e c ia ç ã o A c u m u la d a A t iv o Im o b iliz a d o L íq u id o T o t a l d o A tiv o
3730
1.9 10
( 14 5 0 )
(1.0 60 )
2.280
850
7.91O
6 .6 6 0
(continua)
C u sto de m a t e r ia l n e c e s s á r io p / p ro d u çã o (RS) (+ ) E s t o q u e f in a l d e m a t e r ia l d e s e ja d o (R$) T o ta l d e m a t e r ia l n e c e s s á r io (R$> ( -) E s t o q u e in ic ia i d e m a t e r ia l (R$) C u sto d as c o m p r a s (Rs)
Orçamento de mão de obra direta Cada unidade requer 1,5 hora de mão de obra para ser produzida, a uma taxa de RS 8,00 por hora de mão de obra. A Companhia Industrial de Alimentos estima que, em média, cada funcionário trabalhará 480 horas por trimestre e que, no primeiro trimestre, serão necessários 23 funcionários para atender à expectativa de produção. O orçamento de mão de obra direta é apresentado na sequência.
Companhia Industrial de Alimentos Orçamento de mão de obra direta T r im e s t r e
T r im e s t r e
1
2
1,5
T r im e s t r e
T r im e s t r e
T o ta l
1
4
anual
1.5
1.5
i ,5
1,5
8 ,0 0
8 ,o o
8 ,0 0
8 ,0 0
8 ,0 0
1 2 ,0 0
12 ,0 0
12 ,0 0
12 ,0 0
1 2 ,0 0
7-235
8 .8 6 6
9.432
12.058
37.590
8 6 .8 14 ,0 0
10 6 .3 9 2 ,0 0
113 -17 8 ,0 0
14 4 .6 9 0 ,0 0
4 5 1 0 7 4 , OO
10 .8 5 2
13 .2 9 9
14.147
18.O 86
480
480
480
480
23
28
29
38
H o ra s d e m à o d e o b ra d ir e t a (M O D ) Taxa por h o ra d e m ào d e o b ra d ir e t a (RS) C u sto d e m ã o d e o b ra d ir e t a p o r u n id a d e
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