Livro 06 - HERMENÊUTICA (1).pdf
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HERMENÊUTICA
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SUMÁRIO APRESENTAÇÃO 1 - INTRODUÇÃO 2 - ORIGEM 3 - HERMENÊUTICA E OUTRAS CIÊNCIAS BÍBLICAS 4 - AS QUALIFICAÇÕES DE UM INTÉRPRETE 5 – PERÍODOS DE INTERPRETAÇÃO BÍBLICA – BREVE HISTÓRIA DA HERMENÊUTICA REGISTRANDO A APRENDIZAGEM
6 - DISPOSIÇÕES NECESSÁRIAS PARA O ESTUDO DAS ESCRITURAS 7 - MÉTODOS DE INTERPRETAÇÃO 8 - SENTIDOS DE INTERPRETAÇÃO 9 - PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO 10 - PRINCÍPIOS DE VISÃO PANORÂMICA REGISTRANDO A APRENDIZAGEM
11 - PRINCÍPIOS DE PROCLAMAÇÃO DA PALAVRA 12 - MÉTODOS DA HERMENÊUTICA 13 - EXEGESE 14 - REGRAS FUNDAMENTAIS DE INTERPRETAÇÃO 15 - FIGURAS DE RETÓRICA REGISTRANDO A APRENDIZAGEM
LEITURA COMPLEMENTAR
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1) INTRODUÇÃO “Toda a Escritura divinamente inspirada é proveitosa pa ra ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda a boa obra” ( 2 Tm 3:16,17). “Sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da Escritura é de particular inte rpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirad os pelo Espírito Santo” (2 Pe 1:20,21). “Falando disto, como em todas as suas epístolas, entre as quais há pontos difíceis de entende r, que os indoutos e inconstantes torcem e igualmente as outras Escrituras, para sua própria perdição. Vós, portanto, amados, sabendo isto de antemão, guardai-vos de que, pelo engano dos homens abomináveis, sejais juntamente arrebatados, e decaiais da voss a firmeza” (2 P e 3:16,17).
De muitas maneiras os homens se diferem entre si e esse fato, naturalmente, faz com que eles se distanciem mentalmente uns dos outros na capacidade intelectual, no gosto estético, na qualidade moral, etc. Alguns foram instruídos em conhecimentos intelectuais e outros não tiveram estas oportunidades e isto provoca divergências de interpretação. Apesar destas divergências entre os homens, Deus tem um plano para a humanidade que está revelado na Bíblia Sagrada. Esse plano de Deus traça o caminho para reunir uma grande família em Cristo Jesus, com a unificação dos povos sem distinção de cor, raça, sexo, nacionalidade ou condições sociais e econômicas (Gl 3:28; Cl 3:11). Diante deste quadro, a aplicação da hermenêutica será imprescindível à unificação do conhecimento do Plano da Salvação para todos os homens da terra. Visto que a Palavra escrita traz a revelação de Deus, concluímos que é imprescindível os mesmos fatores para a interpretação e aplicação. Surge então a necessidade da dependência total do Espírito Santo.
2) ORIGEM A palavra HERMENÊUTICA é derivada do termo grego HERMENEUTIKE e o primeiro homem a empregá-la como termo técnico foi o filósofo Platão.
Definição Literal: A hermenêutica é a ciência e a arte da interpretação bíblica. É o estudo das regras que regem a interpretação do texto bíblico inteiro. O estudo das normas que regulam a interpretação de formas literárias específicas, como parábolas, tipos e profecia.
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Divisão: A divisão da hermenêutica é reconhecida como geral e específica. A geral é aquela que se aplica à interpretação de qualquer obra escrita e de determinadas matérias, através de formas de comunicação. Comunicação é a forma de transmissão e recepção de fatos e sentidos por meio de um determinado canal. A específica é aquela que se aplica a determinados tipos de produções literais tais como: Leis, histórias, profecias, poesias, etc., e que será tratada neste estudo por estar dentro do campo de aplicação da literatura sacra – A BÍBLIA, como Palavra de Deus inspirada. (2 Tm 3:16). É a ciência da interpretação da comunicação de Deus com o homem. Esta comunicação divina veio a nós por meio da Bíblia, a Palavra escrita. Existem vinte e uma maneiras através das quais Deus têm falado: Sonho; Visão; Anjo do Senhor; Analogia; Figura; Sombra; Exemplo; Modelo; Sinal; Significado do Espírito Santo; Alegoria; Ministério; Visão Noturna; Enigma; Parábola; Provérbios; Voz Audível; Profecia; Carta; Grupos Simbólicos; Figuras de Linguagem.
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3) HERMENÊUTICA E OUTRAS CIÊNCIAS BÍBLICAS ESTUDO DO CÂNON
CR TICA TEXTUAL CRÍTICA HISTÓRICA
TEOLOGIA BÍBLICA HERMEN UTICA EXEGESE
TEOLOGIA SISTEMÁTICA
4) AS QUALIFICAÇÕES DE UM INTÉRPRETE Um mero conhecimento e regras de Hermenêutica não fazem de um estudante um bom intérprete. Falsas obras têm desenvolvido um sistema de Hermenêutica pelo qual a Palavra é mal interpretada, e isto tem trazido escuridão ao invés de luz. Existem três categorias de intérpretes da Palavra de Deus:
1 – Intérprete Legal Suas características: - Literalismo: Ler as Escrituras querendo que elas sejam cumpridas ao p é da letra. - Legalismo: Os mandamentos devem ser cumpridos como uma ordem, sem dependência da disposição interna da pessoa. Os escribas eram os intérpretes oficiais no Novo Testamento – Jo 5:39-47.
2 – Falso Intérprete Há pessoas que torcem a Palavra de Deus, levando-a para princípios que compactuam com sua própria maneira de viver. É um processo consciente, agem segundo o coração – 2 Co 4:2; Ef 4:14 e 2 Pe 3:16.
3 – Intérprete Verdadeiro
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Jesus nos é revelado como o perfeito intérprete. Ele é o intérprete padrão, e todo intérprete deve ser moldado por Ele – 1 Tm 2:15.
Qualificações: 1 - O intérprete deve ser nascido do Espírito Santo e da Palavra – Jo 3:1-12; 1 Pe 1:23. 2 - O intérprete deve ter ardente fome da Palavra de Deus – Jr 15:16; Sl 1:2. 3 - O intérprete deve possuir uma atitude de humildade – 1 Pe 5:5; Tg 1:21. 4 - O intérprete deve ter uma atitude de respeito e reverência para com a Palavra de Deus – Sl 119:5-8. 5 - O intérprete deve aceitar a total inspiração das Escrituras – 2 Tm 3:16; 2 Pe 1:21. 6 - O intérprete deve se aproximar da Palavra com fé – Hb 11:6; Is 6:9,10. 7 - O intérprete necessita de uma mente renovada – Rm 12:2; Ef 4:23; Rm 8:5-7. 8 - O intérprete necessita depender do Espírito Santo para iluminação – 1 Co 2:7-16. 9 - O intérprete necessita manter um espírito de oração – At 6:4. 10 - O intérprete necessita meditar sobre a Palavra de Deus – Sl 1:2. 11 - O intérprete deve ser intelectualmente honesto – 2 Co 4:2. 12 - O intérprete precisa recorrer à unidade do Espírito e da Palavra – 1 Jo 5:7 e 4:1-6. 13 - O intérprete necessita reconhecer a unidade e a harmonia da revelação progressiva da bíblia: a progressão de unidade dos livros da bíblia e a harmonia da revelação nesses livros. 14 - O intérprete deve entender a relação entre o Velho e o Novo Testamento – Jr 31:31-34. 15 - O intérprete necessita ser diligente em seu uso de recursos e estudos – 1 Tm 4:13 e 2 Tm 2:15. 16 - O intérprete necessita manter uma mente equilibrada - 2 Tm 1:7. Nossas mentes precisam possuir as seguintes qualidades: a – Equilíbrio – Não altamente imaginativa, não precipitada em julgamento, não dada a extremos, orgulhos ou tolices. b – Inteligência e clareza na percepção. c – Agudo intelecto. d – Bom discernimento e habilidade de raciocínio. e – Capacidade de se comunicar claramente. 17 - O intérprete deve reconhecer a diferença teológica entre: a – Revelação – É a verdade comunicada que não pode ser descoberta pelo raciocínio natural. b – Iluminação – É a percepção de verdades totalmente trazidas pela influência do Espírito Santo – Ef 1:17,18. c – Inspiração – Descreve o processo pelo qual a revelação foi comunicada e registrada. 1Pe 1:20-21
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5) PERÍODOS DE INTERPRETAÇÃO BÍBLICA HISTÓRIA DA HERMENÊUTICA 1- EXEGESE JUDAICA ANTIGA Teve início com Esdras (Neemias 8:8) O povo de Israel ao retornar do exílio da Babilônia, o povo perdeu sua compreensão do hebraico, alguns eruditos bíblicos supõem que Esdras traduziu o texto hebraico para o aramaico, lendo em voz alta e acrescentando explicações para esclarecer o significado. 2- USO DO ANTIGO TESTAMENTO PELO NOVO TESTAMENTO A maioria das citações do N.T. referindo-se ao A.T. tem sua interpretação de forma literal. Ex: história como história, poesia como poesia, símbolos como símbolos. 3- EXEGESE PATRÍSTICA (100-600 dC) Período onde predominava uma escola de interpretação alegórica. O método alegórico praticado pelos pais da igreja (apóstolos) muitas vezes negligenciou por completo o entendimento de um texto. Não havia nenhum princípio que regulasse a exegese. Principais patrísticas: - Clemente de Alexandria (150 – 215 dC) - Orígenes (185-254 dC) - Agostinho (354-430 dC) - A Escola de Antioquia da Síria (428 – 600 dC) – formou a base da hermenêutica moderna. Período – de 95 AD a 600 AD. -Método – Mistura dos métodos literais e alegóricos. -História – Os pais pós-apostólicos foram grandes defensores da doutrina Cristológica contra as heresias. -Principais homens deste período: Clemente de Roma, Inácio, Barnabé, Marcion, Justino e Irineu. Escola da Alexandria
No começo do século II a interpretação bíblica foi grandemente influenciada pela Escola de Alexandria. Clemente e Orígenes, dois dos mais proeminentes pais deste período, foram chefes da Escola de Alexandria. Ambos aceitaram o sentido literal das Escrituras, exaltando mais o sentido alegórico. Escola de Antioquia
De 325 AD a 600 AD, esta escola sobrepõe Alexandria devido a sua exegética alegórica. Os métodos de interpretação das Escrituras desta Escola são mais honráveis, científicos e proveitosos. Período 4- EXESEGE MEDIEVAL (600- 1500) A interpretação era marcada pela tradição e o que se destacava era o método alegórico.
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Durante este período havia geralmente quatro sentidos atribuídos às Escrituras: literal, alegórico, moral (certo e errado) e escatológico. 5- EXEGESE DA REFORMA (Séc. XVI) No século XIV e XV era profunda a ignorância com relação ao estudo da Bíblia. Reformadores: - Lutero (1483-1546) Abandonou o método alegórico e criou novos princípios hermenêuticos. - Calvino (1509 -1564) – O maior exegeta da Reforma. Superou Lutero. Os princípios hermenêuticos sistematizados por esses reformadores nortearam a moderna interpretação protestante. De modo geral, a Reforma seguia os seguintes princípios hermenêuticos: - A Bíblia é a Palavra inspirada por Deus; - As Escrituras devem ser entendidas na língua original; - Somente as Escrituras são infalíveis, a Igreja é falível; - A Bíblia é a maior autoridade em matéria de teologia; - A Igreja está sujeira às Escrituras, não as Escrituras à Igreja; - As Escrituras interpretam as Escrituras; - Todo entendimento e exposição da Bíblia devem confirmar a r evelação total das Escrituras.
6- EXEGESE DA PÓS-REFORMA (1550 -1800) - Confessionalismo - Pietismo - Racionalismo Durante este período foi desenvolvido o método da Reforma, método Literal, ramificando-se em: A) DOGMATISMO – Ênfase extrema do método literal, formando dogmas e trazendo novamente certas pressões às pessoas. O principal teólogo dogmático foi João Cocceins, teólogo holandês. B) PIETISMO – Reagindo contra a teologia dogmática, o pietismo levantou-se no sentido de levar as pessoas a uma edificação espiritual e pessoal por intermédio do estudo da Bíblia; a influência do Pietismo se estendeu aos morávios, puritanos e quakers. O Pietismo tem os seguintes pontos de interpretação: a – A Bíblia tem que ser estudada nas línguas originais; b – Um minucioso conhecimento da herança histórica é proveitoso; c – O Espírito Santo deve iluminar e aplicar a Palavra ao cristão; d – A Bíblia será estudada devocionalmente e aplicada praticamente. C) CRITICISMO – Vendo a fraqueza e insuficiência do método devocional, vários intérpretes iniciaram Escolas de turnos para o estudo das Escrituras. A inadequação do dogmatismo ignorando a herança histórica das Escrituras causou o surgimento de várias Escolas analíticas. Quatro pontos seguidos pelo Criticismo: a – Os diversos sentidos das Escrituras devem ser rejeitados e somente o sentido literal deve ser retido; b – Alegoria e tipologia devem ser consideradas impróprias, exceto nos casos em que o autor indica que o significado combina com o sentido literal; c – Desde que a Bíblia tem sentido gramático comum como os outros livros, deve-se estudá-la observando-se estas leis; d – O sentido literal pode não ser determinado por um suposto sentido dogmático.
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D) RACIONALISMO – Seguindo as tendências do Criticismo, várias Escolas foram além e exaltaram a razão humana sobre a autoridade da Bíblia como queriam, divorciada do restante do contexto literal.
7- HERMENÊUTICA MODERNA (1800 – até os dias de hoje) - Liberalismo - Neo-ortodoxia - Nova hermenêutica - Hermenêutica no Cristianismo ortodoxo A hermenêutica moderna iniciou no princípio do século XIX chegando aos dias atuais. Todos os métodos iniciados durante os períodos anteriores estão presentes até hoje. Entretanto, o método mais utilizado tem sido o literal. Após o período da pós-reforma, duas correntes opostas começaram a se desenvolver. De um lado o Racionalismo Humanístico, promovido por intérpretes que desvalorizavam a autoridade das Escrituras por rejeitarem a inspiração da infalibilidade divina sobre ela. O Racionalismo preparou o caminho para o Liberalismo de hoje, enquanto o Criticismo forneceu a herança para os conservadores. M o d e r n i s m o o u L i b e r al i s m o
a) Usado como um termo que inclui todas as Escolas que saíram dos elementos fundamentais do Cristianismo ortodoxo; b) Os liberais creem que a mentalidade moderna governa nossa aceitação das Escrituras. O que não é aceitável ao intelecto do homem moderno, é rejeitado. c) Eles redefiniram inspiração. O envolvimento do sobrenatural nos escritos da Bíblia é abandonado e a inspiração é definida como efeito humano religioso sobre a Bíblia. d) O conceito de evolução é aplicado aos religiosos de Israel. As Escrituras são vistas como primitivos começos em relação aos pensamentos teológicos modernos. e) A Bíblia é para ser interpretada historicamente. Conservadorismo
a) Inclui as Escolas de pensamentos que saíram e firmaram-se nos elementos fundamentais do Criticismo ortodoxo; b) Creem que a razão deve ser submetida às Escrituras. Há coisas nas Escrituras além da razão humana, mas não ao contrário. A razão, por si, não é suficiente para interpretar as Escrituras. Iluminação é essencial; c) Firmaram a inspiração verbal plena as Escrituras. Creem que a Bíblia é revelação infalível. d) Creem na existência do sobrenatural; e) Reconhecem a progressiva revelação da verdade nas Escrituras aplicável a todos os tempos. f) Os conservadores veem o sentido histórico das Escrituras como herança para a comunicação da verdade;
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g) Apoiam a verdade da interpretação teológica, crendo que as Escrituras servem para revelar Deus ao homem.
REGISTRA NDO A A PRENDIZA GEM 1) Qual a definição literal de Hermenêutica? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________ 2) Texto Bíblico para interpretação ...
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6) DISPOSIÇÕES NECESSÁRIAS PARA O ESTUDO DAS ESCRITURAS O pecado obscurece o entendimento do homem, exerce influência perniciosa em sua mente e torna necessário o esforço especial para evitar erros (2 Pe 3:16). A aplicação e a conservação do caráter teológico da hermenêutica estão vinculadas ao recolhimento do princípio da inspiração divina da Bíblia Sagrada. Assim como para apreciar devidamente a poesia, é necessário possuir um sentido especial para o belo e poético e, para o estudo da filosofia, é necessário um espírito filosófico. Assim, é da maior importância uma disposição especial para o estudo proveitoso das Sagradas Escrituras.
É imprescindível: 1. Ter um espírito respeitoso. O filho que não respeita, que caso fará dos conselhos, avisos e palavras de seu pai? A Bíblia é a revelação do Onipotente. “ O homem para quem olharei é este: o aflito e abatido de espírito, e que treme da minha palavra .” (Is 66:2) 2. Ter um espírito dócil. Isto significa ausência de obstinação e teimosia diante da revelação divina. É preciso receber a Palavra de Deus com mansidão. (Tg 1:21) 3. Ser amante da verdade. Significa possuir um coração desejoso de conhecer a verdade. (Jo 3:19-21) 4. Ter um espírito paciente. Como o garimpeiro que cava e revolve a terra buscando com diligência o metal precioso, da mesma maneira o estudioso das Escrituras deve, pacientemente, buscar as revelações que Deus propôs e que, em algumas partes, é bastante profunda e de difícil interpretação. 5. Ter um espírito prudente. Inicie a leitura do mais simples e depois prossiga para o mais difícil. “ Se, porém, algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus... e ser-lhe-á concedida” (Tg 1:5).
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7) ANÁLISE HISTÓRICO-CULTURAL E CONTEXTUAL INCLUIR INTRODUÇÃO AO TEXTO> 1) 2) 3) 4) 5)
ANÁLISE HISTÓRICO-CULTURAL ANÁLISE CONTEXTUAL ANÁLISE LÉXICO-SINTÁTICA ANÁLISE TEOLÓGICA ANÁLISE LITERÁRIA
Através dos séculos, os intérpretes das Escrituras têm desenvolvido vários métodos de interpretação. Eles foram desenvolvidos e se tornaram sistemas de interpretação, cada um possuindo suas regras e formando seus grupos de princípios diferentes.
1. Método Alegórico Origem: O método alegórico originou-se da união da filosofia grega e da religião, ou seja, resultou da tentativa de conciliá-los. Definição: O método alegórico presume que o plano claro e o senso lógico das Escrituras não contêm significação da verdade. Ele crê que as palavras que as Escrituras literalmente dizem são apenas as cascas que ocultam as verdades espirituais. Em alegorização, a passagem com significado literal óbvio traz à luz um significado espiritual escondido que não é evidente no plano de linguagem literal. Evolução: Centenas de pessoas têm provado que o método alegórico é totalmente inadequado na interpretação das Escrituras. O erro fundamental com o método alegórico é: uma escritura pode ter várias interpretações. Em outras palavras, Deus quer dizer muitas outras coisas além do que Ele claramente diz.
2. Método Devocional Origem: Originou-se com o Hagadic exegético do período inter-testamentário. Na visão de aplicar as Escrituras às próprias vidas, os escribas judeus começaram a interpretá-las à luz de suas próprias vidas (situações). Este método foi muito enfatizado no Pietismo, após a Reforma. Portanto, tem sido conhecido como o método Pietista da Reforma. Definição: Este método crê que a Bíblia foi escrita para a edificação pessoal de cada crente e que cada significado escondido somente pode ser revelado pelo reluzir de uma grande luz espiritual interior. Evolução: O principal perigo deste método é com a preocupação de aplicar as Escrituras à vida pessoal, pois o intérprete pode ignorar o plano literal e particularizar a situação. O intérprete deve reconhecer que as Escrituras são para serem aplicadas devocionalmente, mas isto somente pode acontecer após ter sido interpretada literal e historicamente.
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3. Método Racional Origem: Tendo ascendido na história antiga, o método racional desabrochou durante a pós-reforma e ainda estende seus frutos a esta época moderna. No século XX o Racionalismo foi mais forte na Alemanha, na Escola do Cristianismo-Higher. Definição: O método racional na história presume que a Bíblia não é a autoridade inspirada da Palavra de Deus. Ele interpreta as Escrituras como um documento humano na luz da razão humana. O racional é o padrão e a razão, o guia. Se a Bíblia pode se harmonizar com o conhecimento do intérprete, então ela deve ser entendida como significando o que diz, mas, senão, deve ser considerada de forma mística. Evolução: Várias gerações têm provado que este método é mais pobre que a incredulidade. A exegese racional pode ser também chamada “ausência de Jesus”. Ele exalta o senso da razão sobre a autoridade da Palavra de Jesus. Através dele, o intérprete projeta-se a si mesmo acima da autoridade da Palavra e isto o leva a ver somente aquilo que confirma as suas conclusões.
4. Método Literal Origem: O método literal de interpretação é o mais antigo. Ele originou-se com Esdras, o pai da Hermenêutica. Definição: O literal crê que as palavras do plano evidente de significação são realidades que Deus transmitiu. Sua revelação é para ser entendida por todo aquele que crê que as palavras comunicadas nas Escrituras são para o conhecimento do homem que busca a comunicação da verdade sobre as leis regulares que governam a comunicação escrita. Para ser entendida pelo intérprete elas precisam ser interpretadas, usando as mesmas leis. Isto não nega o envolvimento do Espírito Santo em ambos os aspectos, da produção e da interpretação da Bíblia. O método literal divide-se em quatro áreas: a - O sentido literal inclui o figurativo: a linguagem figurativa é uma parte da comunicação e também é incluída pelo sistema literal de interpretação. Portanto, o literal inclui o figurativo. b - O método literal inclui o significado espiritual: alguns intérpretes têm espiritualizado as Escrituras para dizerem coisas que eles querem que elas digam. O método literal, embora tenha rejeitado a espiritualização, admite a substância natural e espiritual das Escrituras. A Bíblia é um livro espiritual e contém verdades espirituais e, portanto, pode ser interpretada espiritualmente. Isto pode ser aplicado pela aceitação da suficiência da iluminação do sentido literal das palavras. c - A interpretação literal inclui a aplicação: a tarefa do intérprete literal é primeiro discernir o significado da Palavra de Deus e depois colocá-la de forma aplicável. A regra geral do método literal é: há uma só interpretação, mas muitas aplicações. d - O método literal inclui significados profundos: alguns intérpretes creem que o método literal limita os crentes em descobrirem as verdades latentes das Escrituras. Alguns aspectos profundos são incluídos neste método: Deus é o virtual autor das Escrituras; algumas verdades incluídas são óbvias, visíveis, enquanto outras são latentes, ocultas e escolhidas. Eventos históricos podem ter significação espiritual. Certas figuras de fala como tipos, símbolos ou alegorias podem ter significações ocultas. Evolução: O método literal se faz seguro e de confiança para a interpretação das Escrituras, e cada um dos outros métodos têm provado ser inadequados para serem usados como guia de interpretação. É sobre este método literal que este estudo está construído.
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QUADRO DO SUMÁRIO DE HERMENÊUITICA GERAL (ESCANEAR)
8) SENTIDOS DE INTERPRETAÇÃO Cada versículo das Escrituras pode ser interpretado tendo em vista os seguintes sentidos: 1. SENTIDO LITERAL – É o sentido do plano evidente das Escrituras. 2. SENTIDO DEVOCIONAL – É o sentido vivificado pelo Espírito Santo e aplicado à vida pessoal. 3. SENTIDO SIMBÓLICO – É o sentido figurado, utilizado para confirmar verdades, lições. Pode-se usar qualquer figura de linguagem. 4. SENTIDO PROFÉTICO – É o sentido no plano de interpretação profética, às vezes figurada, às vezes não. Normalmente apontado para o futuro. 5. SENTIDO MORAL – É o sentido que estabelece os fatores morais (certo ou errado; bom ou mal) de cada verso das Escrituras.
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9) PRINCÍPIOS DE INTERPRETAÇÃO 1. Princípio do Contexto Definição: é o princípio pelo qual a interpretação de alguns versos é determinada pela consideração de seu contexto. O contexto das Escrituras nos é dado em cinco categorias: - Contexto das Escrituras como um todo - Contexto do Testamento - Contexto do Livro - Contexto da Passagem - Contexto do Verso
2. Princípio da Primeira Menção Definição: é aquele pelo qual a interpretação de alguns versos é apoiada ou feita considerando a primeira vez que algo é mencionado nas Escrituras. Áreas que envolvem o princípio da primeira menção: 1° - Princípios 2° - Eventos 3° - Símbolos 4° - Pessoas 5° - Lugares 6° - Profecias Observações: - O primeiro passo para o uso do princípio da primeira menção da palavra na Bíblia, é procurar a primeira ocorrência mencionada. - Nunca referir somente à primeira menção da palavra na Bíblia, mas procurar o princípio demonstrado. - Nenhuma menção posterior a respeito de um assunto pode ser usada para contradizer ou violar o que a primeira menção diz. - O princípio da primeira menção às vezes se torna limitado, devendo-se recorrer a uma visão mais ampla em toda a Escritura. - A primeira menção deve sempre estar relacionada com as outras menções. Esse princípio nunca pode ser usado para interpretar um verso isolado, mas em conexão com outros.
3. Princípios da Comparação
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Definição: é o princípio no qual alguns versos podem ser interpretados pela comparação ou contradição com os outros versos ou grupos de versos. Este princípio está incluso no princípio do contexto. Áreas que envolvem o princípio da comparação: 1° Princípios 2° Eventos 3° Símbolos 4° Pessoas 5° Lugares 6° Profecia 7° Parábola
4. Princípio da Menção Progressiva Definição: é o princípio pelo qual a interpretação de alguns versos é ajudada pela consideração da menção progressiva do assunto nas Escrituras. Áreas que envolvem o princípio da menção progressiva: 1° Princípios 2° Eventos 3° Símbolos 4° Pessoas 5° Profecias 6° Lugares
5. Princípio da Menção Completa Definição: é o princípio pelo qual a interpretação de alguns versos é determinada pela consideração da menção completa do assunto nas Escrituras.
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10) PRINCÍPIOS DA VISÃO PANORÂMICA 1. Princípio da Eleição Definição: é o princípio pelo qual a interpretação de alguns versos ou de um grupo de versos é determinada pela consideração do princípio da eleição nos propósitos de Deus. Distinção da Eleição
a. Eleição no Tempo – refere-se à eleição de Deus, tanto de pessoas quanto de nações, para o cumprimento do Seu propósito em relação ao tempo. b. Eleição na Eternidade – isto se refere ao destino de todas as pessoas em relação à eternidade, considerando o livre arbítrio do indivíduo. c. Eleição na Revelação – Deus é o virtual autor das Escrituras, sendo capaz de revelar o Seu propósito eleito no desenrolar do drama da criação e redenção, descrito por Ele na Bíblia. d. Em relação ao plano da Redenção, a eleição pode ser definida como soberano ato da graça de Deus, por meio da qual ele escolheu em Cristo todos os que de antemão o conheceram e aceitaram.
2. Princípios das Alianças Definição: é o princípio pelo qual a interpretação de alguns versos é determinada pela consideração dos grupos das Alianças. A palavra aliança nas Escrituras se refere, geralmente, a um contrato entre Deus e os homens ou entre homens. Tipos de Aliança
a. Aliança Incondicional b. Aliança Condicional Elementos das Alianças
a. As palavras e as promessas da Aliança b. O sangue da Aliança c. O selo da Aliança Classificação das Alianças
a. Aliança Eterna – Hb 13:20-21 - Promessas ou Palavras - Selo da Aliança - Sangue da Aliança b. Aliança Edênica - Palavras – Gn 2:16-17 - Selo – Gn 3:22-24; Ap 2:7 - Sangue – Lev 7:11-14 c. Aliança Adâmica - Palavras – Gn 3:5 - Selo – Gn 9:15
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- Sangue – Gn 3:19 d. Aliança Noaica - Palavras – Gn 9:1-11 - Selo – Gn 9:12-17 - Sangue – Gn 8:20-21 e. Aliança Abraâmica - Palavras – Gn 22:1-17; 28:3-14 - Sangue – Gn 15 - Selo – Gn 17 f. Aliança Mosaica - Palavras –Dt 4:10-13 e 5:1-33 - Sangue – Ex 24:3-8; Hb 9:18-20 - Selo – Ex 31:12-18 g. Aliança Palestínica - Palavras – Deut 29:1 e Lev 26 - Selo – Salmo 89:27-37 - Sangue – Deut 27:1-8 h. Nova Aliança - Palavras – Is 42:6; 49:8 - Sangue – Mt 26:26-28 e Jo 19:34-35 - Selo – Ef 1:13-14; 4:30 e At 2:4 As alianças contêm a revelação progressiva para o homem. As Alianças Eterna e Edênica envolvem o Plano da Criação. As demais desenvolvem o Processo da Redenção.
3. Princípio Cronométrico Definição: é o princípio pelo qual a interpretação de um verso ou passagem é determinada pela consideração do seu período cronológico. As Escrituras baseiam-se sobre os princípios de um tempo, que são períodos, tempos e estações. Classificação: as épocas podem ser divididas em: 1. Época passada: - Eterno passado; Época da criação; Época da recriação; Época dos patriarcas; Época da nação escolhida. 2. Época presente: Refere-se á época do Novo Testamento. Este período também é conhecido como Época Messiânica ou do Espírito Santo. - Tempo de correção: Hb 9:10 - Tempo de restauração: At 3:21 - Últimos dias: At 2:17 3. Época futura: Este termo é usado em referência a época após a segunda vinda de Cristo. A Bíblia não nos dá uma perfeita descrição desta época futura, mas ela será estabelecida em sua realidade. - Época do Porvir: época imediatamente após a segunda vinda de Cristo. - Eterno Futuro: domínio de Cristo por todos os séculos. Definições das Dispensações
1° - A ordem dos eventos debaixo da autoridade divina, o trabalho de Deus com as criaturas.
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2° - Um sistema religioso, um sistema de princípios e ritos. 3° - Definição teológica – É a administração do trabalho de Deus para o homem, mas isto contém um não direcionamento às épocas de tempo. Classificação das Dispensações
O plano de redenção é um, mas seus métodos de trabalho para com o homem têm sido variados. Estas várias dispensações não podem ser separadas das alianças divinas. Na verdade são baseadas naquelas. a. Dispensação da Inocência – Aliança Edêmica b. Dispensação da Consciência – Aliança Adâmica c. Dispensação do Governo Humano – Aliança Noaica d. Dispensação da Promessa – Aliança Abraâmica e. Dispensação da Lei – Aliança Mosaica f. Dispensação da Graça – Nova Aliança g. Dispensação do Reino – Eterna Aliança
MAPA DAS 8 DISPENSAÇÕES 4. Princípio da Brecha (TIRAR OU MANTER) Definição: é o princípio pelo qual a interpretação de alguns versos das Escrituras ou de uma passagem é feita pela consideração de certas brechas de tempo entre as pessoas ou eventos. Este princípio fornece certo espaço de tempo para que as promessas se desenvolvam. 4.1 – Brecha da promessa concernente a entrada na Terra Prometida. Deus prometeu a Abraão e Jacó que eles possuiriam Canaã, a T erra Prometida (Gn 15:13-21; 22:1618; 28:13-15). Através do Êxodo, Deus leva Israel por meio de Moisés a entrar na Terra Prometida (Ex 3:15-17) 4.2 – Brecha concernente ao domínio da Terra - Gn 15:18-21 Deus havia prometido que eles possuiriam a Terra e que dominariam sobre os cananeus; entretanto, após a morte de Josué, as outras gerações que não conheciam o Senhor perderam o domínio da terra. 4.3 – Brecha concernente a permanência na Terra – Lv 26:14-16; Dt 28:58-68. A promessa dada envolvia certas condições para a nação, e uma das condições dizia respeito ao Ano Sabático. 4.4 – Brecha da Promessa concernente ao Cetro (Reinado) – Gn 49:10. Há algumas brechas com relação a estas promessas que aconteceriam em Judá. 4.5 – Brecha concernente ao voto Nazireu. 4.6 – Brecha do termo do cumprimento profético.
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Primeira e segunda vindas de Cristo – Is 61:1-2 e Lc 4:16-21. 4.7 – Brecha da preexistência, encarnação e crucificação do Messias – Mq 5:2-4. 4.8 – Brecha do dia do Senhor – Ml 3:1. 4.9 – Brecha entre duas ressurreições – Dn 12:2; Jo 5:29; At 24:15; Ap 20:5.
5. Princípio Moral Definição: é o princípio que determina o discernimento moral que uma passagem ou verso contém. O que é certo ou errado. Áreas que ilustram este princípio: a. História – as sessões históricas das Escrituras foram escritas não apenas como lembranças históricas, mas como lições espirituais. b. Poesia – Jó 19:23. Masquil – Salmo de instrução – Sl 78, 88,89. c. Profecia – Is 48:17. Aqui Deus indica que Seu propósito foi institucional. d. Provérbios – Pv 1:1-16 e. Parábolas – Mt 13:10-13; Mc 4:1-2. As parábolas nas Escrituras transmitem os ensinos de Cristo.
6. Princípio Simbólico Definição: é o princípio que pelo qual a interpretação dos versos contém os elementos simbólicos que podem ser determinados pela interpretação correta dos símbolos envolvidos. Categoria de símbolos nas Escrituras:
a. Símbolos pelos objetos: “O Senhor é a minha rocha” – Sl 62:2. b. Símbolos pelas criaturas: “As grandes bestas são quatro reis” - Dn 7:17. c. Símbolos pelas ações: “O mais velho servirá ao mais novo” – a mão de Jacó pegando o calcanhar de Esaú - Gn 25:23-26. A pisada de seu pé (domínio) – Js 1:3 d. Símbolos pelos números: Nas Escrituras Deus atribui significância simbólica aos números – 2 Co 13:1; Ap 13:18; Mt 19:28. e. Símbolos pelos nomes (simbolicamente nações e pessoas). Nomes são usados para simbolizar tanto a nacionalidade quanto a personalidade. Também significa a natureza, o caráter, a experiência ou a função da pessoa, lugar ou nação: Nabal (tolo) – 1 Sm 25:26; Icabode (a gloria se foi) – 1 Sm 4:21; Loami (não meu povo) – Os 1:9. f. Símbolos pelas cores: Is 1:18; Mc 15:20; Ap 3:4-5. g. Símbolos pelas direções: Jr 1:14; Ez 43:1-2; 2 Cr 4:4; Dn 8:4. Qualificações:
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1° - Se as linguagens dos versos foram feitas no sentido literal, então devem ser interpretadas como simbólicas – Ap 12:1-4. 2° - Se é feita no sentido literal, então pode ser interpretada com sentido simbólico desde que a interpretação pressuposta possa ser apoiada literalmente por outros versos – Jo 1:14 e 1 Co 3:17. 3° - O intérprete deve reconhecer os três elementos fundamentais do simbolismo. - O significado de um símbolo é baseado sobre a natureza literal e as características daquilo que é usado como símbolo. - Um símbolo representa alguma coisa essencialmente diferente dele mesmo. - O elo entre o objeto usado e o significado é a característica comum. 4° - Sempre a Bíblia interpreta a si mesma, mas os intérpretes devem saber usar e pesquisar para achar as considerações feitas pelos símbolos. 5° - O intérprete deve guardar em mente que uma coisa pode ser usada para simbolizar vários exemplos: natureza divina, fé, sabedoria. 6° - Se o símbolo não é interpretado na Palavra, então devemos investigar o contexto ou a ideia apresentada por ele. O princípio nunca pode ser usado como base doutrinária apenas como apoio a assuntos literais e comprovados.
7. Princípio dos números Definição: é o princípio pelo qual a interpretação dos versos das Escrituras que contêm números é auxiliada por um estudo da significação simbólica dos números (Dn 8:13-14; Sl 90:12; 147:4; Mt 10:30). Esses versos mostram que Deus está interessado nos números. O caminho da vida de Israel foi governado pelos números. Isto está evidente pelas Festas, T abernáculo de Moisés e Leis Cívicas.
8. Princípio da Profecia Definição: é uma previsão do futuro debaixo da influência e orientação divinas; a arte ou prática de um profeta. Natureza da profecia:
- Profecia como proclamação: age no campo da pregação. O profeta fala de Deus para o povo, comunicando a mente de Deus para os presentes. Isto inclui: exortação, reprovação, alerta, edificação e conforto. - Profecia como predição: age na área de provisão. O profeta fala comunicando a mente de Deus para o futuro, usando passado e presente para revelar o futuro. Degraus da Inspiração Profética:
- O Espírito de Profecia – Ap 19:10 – O Espírito de Profecia é o Espírito Santo que vem para inspirar e falar ao homem. - O Dom da Profecia – 1 Co 12:10 – É um dos dons do Espírito. É a habilidade de falar fortemente, sobrenaturalmente, como o Espírito permite. - O ministério de um profeta – Os 12:10; Hb 1:1; Ef 4:1-12 – O profeta é uma pessoa a quem Deus dá o distinto ministério de representá-Lo diante do homem.
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- A profecia das Escrituras – 2 Tm 3:15-16 – A expressão “Profecia das Escrituras” é usada para referir-se aos livros do Velho Testamento, significando que elas são revelações inspiradas e infalíveis. O Ministério dos Profetas
Em toda a história de Israel, sempre houve homens conhecidos pelos termos: - O Homem de Deus – 1 Sm 9:6. - Os Videntes – 1 Sm 9:9; Am 7:12. - Os Intérpretes – Is 43:27 – A palavra “mestre” significa intér prete (porque ele interpretava a lei). - Os Mensageiros do Senhor – Is 42:19; Ml 3:1 – Eram chamados mensageiros porque levaram a mensagem de Deus à Nação. - Os Servos – Am 3:7 – Servos de Jeová, eram escravos do amor de Deus. - Os Profetas – Os 12:10; 2 Pe 1:21 – Eram homens que proclamavam publicamente os oráculos de Deus, debaixo da unção do Espírito. O Desenvolvimento do Espírito Profético
1 – O profeta Moisés, a Carta da Lei – Nm 12:6-8; Dt 18:18. 2 – Os profetas Samuel e Malaquias, o Espírito da Lei: após Samuel vemos um desenvolvimento do ofício profético. Classificação dos Profetas
Dois são os grupos de profetas: escritores e não escritores. Exemplo: Arão, Natã, Gade, Ágabo e Silas tiveram seus ministérios proféticos confirmados por Deus através de sinais e milagres, sem deixarem registro escrito. Exemplos de alguns homens usados por Deus para escreverem as Escrituras. - Livros históricos: Moisés, Samuel. - Livros proféticos: Isaías, Miquéias, Jeremias, Naum etc. - Livros poéticos: Davi, Jeremias. Classificação dos Escritores Proféticos
1 – Profecia local – São as profecias referentes às situações locais das próprias gerações, contextos e condições em que eles estavam: Jr 26. 2 – Profecia que destina o curso da nação – Quando o profeta falava concernente ao futuro da nação, baseando no passado histórico e condições presentes, predizendo os julgamentos ou as bênçãos de Deus – Ez 29; Dn 2. 3 – Profecia Messiânica - São profecias referentes a Cristo e a Igreja – 1 Pe 1:10-12. a – A primeira vinda de Cristo: Gn 3:15 e Dt 18:15. b – A Igreja: Sl 18:49 c – A segunda vinda de Cristo: Gn 49:10; Is 13:6-16; 24:21-23; Ml 4. É chamado de O DIA DO SENHOR, significando Sua segunda vinda, com julgamento.
8. Princípio Tipológico Definição: é o princípio no qual a interpretação é feita ou determinada somente através da interpretação correta do tipo ou tipos envolvidos.
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Definição de tipo: é um emblema, um símbolo, aquele que tem uma significação simbólica, que é emblemático. Forma, figura, exemplo: At 7:43;1 Co 10:6. O Tipo é simbólico e representativo. O antítipo é verdadeiro e definitivo. Ex: Adão é tipo de Cristo e Cristo é antítipo de Adão. Diferença entre símbolos e tipos: os tipos são para serem vistos como grupos selecionados de símbolos, tendo características proféticas, sendo como sombras. - Símbolo: uma representação, uma coisa prefigura a outra. - Tipo: representação profética, uma coisa prefigura a outra. Exemplos: -Símbolo: tem em si mesmo uma ideia essencial no tempo. Representa a coisa do passado, do presente e do futuro: Sl 18:2 (rocha); Ap 1:20 (candelabro); Ap 19:8 (a cor branca); Ap 13:18 (o número 666). -Tipos: é essencialmente uma preordenação de algo que virá. Para ser interpretado, geralmente requer um estudo da analogia entre o tipo e o que ele tipifica. Exemplo: Rm 5:14 (Adão); Lv 1:5 (os sacrifícios); I Re 1:34 (os ofícios dos profetas, sacerdotes e reis); Êx 25:40 (tabernáculo). -Os tipos podem envolver símbolos, mas os símbolos não apresentam tipos. Classificação dos tipos:
Os tipos do Velho Testamento podem ser divididos em quatro classificações: pessoas, ofícios, instituições e eventos. - PESSOAS – Rm 5:12-21 – Essas pessoas que foram usadas como tipo podem ser vistas como figuras nas características, ofícios, funções ou relacionamentos da história da Redenção. - OFÍCIOS – Hb 10:1-12 – Nas Escrituras Deus menciona ofícios para serem vistos como uma prefiguração dos ofícios que viriam a existir. - INSTITUIÇÃO – Hb 8:1-5 – Deus menciona certas instituições para serem vistas como prefiguração de instruções futuras. - EVENTOS – 1 Co 10:1-11 – Deus produziu eventos históricos para servirem de prefiguração vindoura. Observações:
- O uso deste princípio deve ter constante harmonia com os contextos; - Devemos usar o princípio tipológico em conexão com o princípio simbólico, pelo fato de que os tipos geralmente incluem os símbolos. - O sentido tipológico das Escrituras deve ser solidamente baseado no sentido literal. O sentido tipológico não pode contradizer o sentido literal; - Geralmente falando, a Bíblia interpreta seus prórpios tipos ou nos fornece a chave da interpretação.
9. Princípio Parabólico Definição: é o princípio pelo qual as parábolas são interpretadas através do discernimento das mesmas. A sua moral é interpretar seus próprios elementos. Propósitos: este foi um dos métodos de ensino de Cristo. Ele indicava o uso das parábolas em duas áreas: 1° - Para revelar a verdade aos famintos e abertos de coração (Mt 13:9-12).
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2° - Para esconder as verdades aos que estavam fechados e endurecidos de coração (Mt 13:13-15). Áreas: Jesus usou suas próprias parábolas em duas áreas maiores: 1° - O Reino da Criação – usando símbolos como sementes, ovelhas, água, fermento, vinho e trigo. 2° - O Reino do Relacionamento Humano – como o relacionamento entre pai e filho, servo e senhor, amigos. -Pequenas parábolas: podem ser facilmente identificadas como símile. A distinção geralmente é: símile tem um par de detalhes que podem ser comparados, enquanto a pequena parábola é vista como tendo vários pares (At 8:32; Is 53:7 e Ap 1:14)
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REGISTRANDO A A PRENDIZA GEM 1) Cite 3 pontos imprescindíveis para o estudo proveitoso das Escrituras. _________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2) Defina o Método Literal. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________ 3) Quais são os cinco Sentidos de Interpretação existentes? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________ 4) O que é o Princípio do Contexto? _________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 5) O que é o Princípio da Comparação? _________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 6) O que é o Princípio da Menção Progressiva? _________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 7) O que você entende por Princípio Simbólico? Cite 2 exemplos. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ______________________________________________ 8) O que você entende por Princípio Tipológico? Cite 2 exemplos.
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12) MÉTODOS DA HERMENÊUTICA Método é a maneira ordenada de fazer alguma coisa. É um procedimento seguido passo a passo com o objetivo de alcançar um resultado. Durante séculos, os eruditos religiosos procuraram todos os métodos possíveis para desvendar os tesouros da Bíblia e arquitetar meios de descobrir os seus segredos.
1. Método Analítico É o método utilizado nos estudos pormenorizados, com anotações de detalhes, por insignificantes que pareçam, com a finalidade de descrevê-los e estudá-los em todas as suas formas. Os passos básicos deste método são: a. Observação – É o passo que nos leva a extrair do texto o que realmente descreve os fatos, levando também em conta a importância das declarações e do contexto; b. Interpretação – É o passo que nos leva a buscar a explicação e o significado (tanto para o autor quanto para o leitor) para entender a mensagem central do texto lido. A interpretação deverá ser conduzida dentro do texto e do vcontexto textual e histórico, com oração e dependência total do Espírito Santo, analisando o significado das palavras e frases chaves, avaliando os fatos, investigando os pontos difíceis ou incertos, resumindo a mensagem do autor a seus leitores originais e fazendo a contextualização (trazer a mensagem a nossa época ou ao nosso contexto); c. Correlação – É o passo que nos leva a comparar narrativas ou mensagens de um mesmo fato escrito por vários autores diferentes, em épocas distintas em que cada um narra o fato, em ângulos não coincidentes, como por exemplo a mesma narrativa descrita em Mc 10.46 e Lc 18.35, onde o primeiro descreve “saindo de Jericó” e o segundo “ chegando em Jericó”; d. Aplicação – É o passo que nos leva a buscarmos mudanças de atitudes e de ações em função da verdade descoberta. É a resposta por meio da ação prática daquilo que se aprendeu. Um exemplo de aplicação é pedir perdão e reconciliar-se com alguém ou mesmo o prestar adoração a Deus.
2. Método Sintético É o método utilizado nos estudos que abordam cada livro como uma unidade inteira e procuram o seu sentido como um todo, de forma global. Neste caso determinam-se as ênfases principais do livro, ou seja, as palavras repetidas no livro todo, mesmo em sinônimos, e com isto, a palavra-chave desenvolve o tema do livro estudado. Outra maneira de determinar a ênfase ou característica de um livro é observar o espaço dedicado a certo assunto. Como por exemplo, o capítulo 11 da Epístola aos Hebreus que enfatiza a fé, e em todos os demais capítulos enfatiza a palavra SUPERIOR (De acordo com a versão Almeida Revista e Atualizada – ARA). SUPERIOR: a. aos anjos – 1:4; b. ao sacrifício – 9:23; c. ao sacerdócio – 5 a 7; d. à aliança – 7:22;
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e. ao patrimônio – 10:34; f. à bênção – 7:7; g. à ressurreição – 11:35; h. à esperança – 7:19; i. à pátria – 11:16; j. à promessa – 8:6; k. a Moisés – 3:1-4;
3. Método Temático É o método utilizado para estudar um livro com um assunto específico, ou seja, o estudo do livro terá um tema característico definido. Como exemplo, temos a FÉ: a. Salvadora – Ef 2:8; b. Comum – Tt 1:4; Jd 3; c. Pequena – Mt 14:28-31; d. Grande – Mt 15:21-28; e. Vencedora – I Jo 5:4; f. Crescente – 2 Ts 1:3.
4. Método Biográfico Essa espécie de estudo bíblico é divertida, pois propicia a oportunidade de sondar o caráter das pessoas que o Espírito Santo colocou na Bíblia e de aprender com seus exemplos de vida. Paulo, escrevendo aos Coríntios, disse: “Estas cousas lhes sobrevieram como exemplo, e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem os fins dos séculos têm chegado.” (1 Co 10.11). Sobre alguns personagens bíblicos muito foi escrito. Quando se estuda a respeito de pessoas como Jesus, Abraão e Moisés pode ser necessário restringir o estudo a áreas como, “A vida de Jesus tal como nos é revelada no Evangelho de João”, “Moisés durante o Êxodo”, ou “O que diz o Novo Testamento sobre Abraão”. Lute sempre para manter os seus estudos bíblicos em tamanho manejável. a. Est ud o B io gr áfic o B ási co
PASSO UM – Escolha a pessoa que você quer estudar e estabeleça os limites do estudo (por exemplo, “A vida de Davi antes de tornar-se rei”). Usando uma concordância bíblica ou um índice enciclopédico, localize as referências que têm relação com a pessoa do estudo. Leia várias vezes às referências e faça um resumo de cada uma delas. -Observações – Anote todo e qualquer pormenor que notar sobre essa pessoa. Quem era? O que fazia? Onde morava? Quando viveu? Por que fez o que fez? Como levou a efeito? Anote minúcias sobre ela e seu caráter. -Dificuldades – Escreva o que você não entendeu acerca dessa pessoa e dos acontecimentos de sua vida. -Aplicações possíveis – Anote várias destas durante o transcurso do seu estudo, e escreva um “A” na margem. Ao concluí-lo, você voltará a estas aplicações possíveis e escolherá aquela que o Espírito Santo destacar. PASSO DOIS – Com divisão em parágrafos, escreva um breve esboço da vida da pessoa. Inclua os acontecimentos e características importantes, declarando os fatos, sem interpretação. Quando possível, mantenha o material em ordem cronológica. b. Es tu do Bi og ráfic o A van çado
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Os seguintes passos podem ser acrescentados quando você achar que o ajudarão em seus estudos biográficos. São facultativos e só devem ser incluídos progressivamente, à medida que você adquirir confiança e prática. Trace o fundo histórico da pessoa. Use um dicionário bíblico para ampliar este passo, somente quando necessário. As seguintes perguntas haverão de estimular o seu pensamento: -Quando viveu a pessoa? Quais eram as condições políticas, sociais, religiosas e econômicas da sua época? -Onde a pessoa nasceu? Quem foram seus pais? Houve alguma coisa de incomum em torno do seu nascimento e da sua infância? -Qual a sua vocação? Era mestre, agricultor, ou tinha alguma outra ocupação? Isto influenciou o seu ministério posterior? Como? -Quem foi seu cônjuge? Teve filhos? Como eram eles? Ajudaram ou estorvaram a sua vida e o seu ministério? -Faça um gráfico das viagens da pessoa. Aonde ela foi? Por quê? Que fez? -Como a pessoa morreu? Houve alguma coisa extraordinária em sua vida?
5. Método Indutivo O método indutivo se baseia na convicção de que o Espírito Santo ilumina a quem examina as escrituras com sinceridade, e que a maior parte da Bíblia não é tão complicada, que qualquer um que saiba ler possa entendê-la. Os Judeus da Beréia foram elogiados por examinarem cada dia as escrituras “se estas coisas eram assim” (At 17.10,11). É óbvio que obras literárias têm “partes” que se formam no “todo”. Existe uma ordem crescente de partes, de unidades simples e complexas, até se formarem na obra completa. A menor unidade literária que o Estudo Bíblico Indutivo (EBI) emprega, é a palavra. Palavras são organizadas em frases, frases em períodos, períodos em parágrafos, parágrafos em seções, seções em divisões e, por fim, a obra completa. PALAVRA – menor unidade; FRASE – reunião de palavras que formam um sentido completo; PERÍODO – reunião de frases ou orações que formam um sentido completo; PARÁGRAFO – discurso ou capítulo que forma um sentido completo e que, usualmente, se inicia com mudança de linha; SEÇÃO – parte de um todo, divisão ou subdivisão de uma obra, tratado, estudo.
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13) EXEGESE Exegese é o estudo cuidadoso e sistemático de um texto para comentários, visando o esclarecimento ou interpretação do mesmo. É o estudo objetivando subsidiar o passo da interpretação do método analítico da hermenêutica. Este estudo é desenvolvido sob as indagações de um contexto histórico e literário.
1. Pré-requisitos para uma boa exegese a. Tenha uma vida afinada com o Espírito Santo, pois E le é o melhor intérprete da Bíblia – (Jo 16.13; 14.26; 1 Co 2.9,10; 1 Jo 2.20,27) b. Vá você mesmo diretamente ao texto não permitindo que alguém pense por você, evitando assim a dependência de outra pessoa, para que você desenvolva ao máximo o seu potencial próprio. c. Procure o significado de cada palavra dentro do seu contexto. Deve ser tomado conforme o sentido da frase nas Escrituras, porque as palavras variam muito em suas significações.
2. Aplicações da exegese A aplicação da exegese é realizada a partir das indagações básicas sobre o contexto e o conteúdo do texto em exame. a. Texto – O capítulo, parágrafo ou porção bíblica que encerra uma ideia completa que se pretende estudar. Ex.: Mt 5.1-12; 1 Co 11.1-16. b. Contexto – A parte que antecede o texto e a parte que é precedida pelo texto. Ex.: Texto: Jo 14.6, Contexto: Jo 14.5 e Jo 14.7. Texto: Gn 1:1, Contexto: Ap 22:21. Obs.: Às vezes, tomar somente o contexto próximo do texto é o suficiente para uma interpretação correta. Outras vezes, será necessário lançar mão do capítulo inteiro, ou do livro inteiro, ou ainda da Bíblia toda.
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14) REGRAS FUNDAMENTAIS DE INTERPRETAÇÃO Não devemos nos esquecer que a primeira pessoa a interpretar as Escrituras de forma distorcida foi o diabo. Ele deu à Palavra Divina um sentido que ela não tinha, falseando astutamente a verdade (Gn 3.1). Os seus imitadores, conscientes e inconscientes, têm perpetuado este procedimento, enganando a humanidade com falsas interpretações das Escrituras Sagradas. A maior de todas as regras é: A ESCRITURA É EXPLICADA PELA PRÓPRIA ESCRITURA, ou seja, A BÍBLIA É SUA PRÓPRIA INTERPRETE.
Primeira regra – É preciso, sempre que possível, tomar as palavras em seu sentido usual e comum. Porém, tenha sempre presente a verdade de que os sentidos usuais e comuns não equivalem sempre ao sentido literal. Exemplo: Gn 6.12 = A palavra CARNE no sentido usual e comum significa pessoa. A palavra CARNE no sentido literal significa tecido muscular.
Segunda regra – É de todo necessário tomar as palavras no sentido que indica o conjunto da frase. Exemplos: a) FÉ em Gl 1.23 = significa crença, ou seja, doutrina do Evangelho. FÉ em Rm 14.23 = significa convicção. b) GRAÇA em Ef 2.8 = significa misericórdia, bondade de Deus. GRAÇA em At 14.3 = significa pregação do Evangelho. c) CARNE em Ef 2.3 = significa desejos sensuais. CARNE em 1 Tm 3.16 = significa forma humana. CARNE em Gn 6.12 = significa pessoas.
Terceira regra – É necessário tomar as palavras no sentido indicado no contexto, a saber, os versículos que estão antes e os que estão depois do texto que se está estudando. No contexto achamos expressões, versículos ou exemplos que nos esclarecem e definem o significado da palavra obscura no texto que estamos estudando. Quarta regra – É preciso levar em consideração o objetivo ou desígnio do livro ou passagem em que ocorrem as palavras ou expressões obscuras. O objetivo ou desígnio de um livro ou passagem se adquire, sobretudo, por meio da leitura e do estudo com atenção e repetidas vezes, tendo em conta em que ocasião e para quais pessoas foi escrito originalmente. Alguns livros da Bíblia já trazem estas informações. Ex.: Pv 1.1-4. Quinta regra – É necessário consultar as passagens paralelas, “explicando coisas espirituais pelas espirituais” (1 Co 2.13). Passagens paralelas são as que fazem referência umas às outras, que têm entre si alguma relação, ou tratam, de um modo ou de outro, de um mesmo assunto. Existem paralelos de palavras, paralelos de ideias e paralelos de ensinos gerais. a. Paralelos de palavras – Quando lemos um texto e encontramos nele uma palavra duvidosa, recorremos a outro texto que contenha palavra idêntica e, assim, entendemos o seu significado. Ex.: “Trago no corpo as marcas de Jesus” (Gl 6.17). Fica mais fácil o seu entendimento quando lemos a passagem paralela: “Trazendo sempr e no corpo o morrer de Jesus” (2 Co
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4.10). b. Paralelos de idéias – Para alcançar a ideia completa e exata do que ensina determinado texto, talvez obscuro ou discutível, consulta-se não somente as palavras paralelas, mas os ensinos, as narrativas e os fatos contidos nos textos ou passagens que se relacionam com o dito texto obscuro ou discutível. Tais textos ou passagens são denominados “paralelos de idéias”. Ex: “Sobre esta pedra edificarei a minha igreja”. (Mt 16.1 8). Quem é esta pedra? Se pegarmos em 1 Pe 2.4 a ideia paralela, “E, chegando-vos para ele, (Jesus) pedra viva...” entenderemos que a pedra é Cristo. Ex: Em Gl 6.15, o que é de valor para Cristo é a nova criatura. O que significa esta expressão figurada? Consultando o paralelo de 2 Co 5.17, verificamos que a nova cria tura é a pessoa que “está em Cristo”, para a qual “as cousas antigas passaram”, e “se fizeram novas”. c. Paralelos de ensinos gerais – Para a correta interpretação de determinadas passagens não são suficientes os paralelos de palavras e de ideias, mas é preciso recorrer ao teor geral, ou seja, aos ensinos gerais das Escrituras. Ex.: O ensino de que “o homem é justificado pela fé , sem as obras da lei”, só será bem compreendida com a ajuda dos ensinos gerais na Bíblia toda. Segundo o teor ou ensino geral das Escrituras, Deus é um espírito onipotente, puríssimo, santíssimo, conhecedor de todas as coisas e em todas as partes presentes. Porém, há textos que, aparentemente, nos apresentam um Deus como o ser humano, limitando-O a tempo ou lugar, diminuindo em algum sentido Sua pureza ou santidade, Seu poder ou sabedoria; tais textos devem ser interpretados à luz dos ensinos gerais das Escrituras.
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15) FIGURAS DE RETÓRICA Exporemos em seguida uma série de figuras com seus correspondentes exemplos, que precisam ser estudados detidamente e repetidas vezes.
1. Metáfora Esta figura tem por base alguma semelhança entre dois objetos ou fatos, caracterizando um com o que é próprio do outro. Ex: Ao dizer Jesus: “Eu Sou a Videira Verdadeira”, Jesus se caracterizou com o que é próprio e essencial da videira (pé de uva); e ao dizer aos discípulos: “Vós sois as varas”, caracterizou-os com o que é próprio das varas. Ex: “Eu Sou o Caminho”, “Eu Sou o Pão Vivo”, “Judá é Leãozinho”, “Tu és Minha Rocha”, e tc.
2. Sinédoque Faz-se uso desta figura quando se toma a parte pelo todo ou o todo pela parte, o plural pelo singular, o gênero pela espécie, ou vice-versa. Ex.: “Minha carne repousará segura”, em vez de dizer: meu corpo (Sl 16.9). Toma o todo pela parte: “... beberdes o cálice”, no lugar de dizer: do cálice, ou seja, parte do que há no cálice.
3. Metonímia Emprega-se esta figura quando se aplica a causa pelo efeito, o sinal ou símbolo, pela realidade que indica o símbolo. Ex.: Jesus emprega a causa pelo efeito: “Eles têm Moisés e os profetas; ouçam-nos”, no lugar de dizer que têm os escritos de Moisés e dos profetas (Lc 16.29). Jesus emprega o símbolo pela realidade que o mesmo indica: “Se eu não te lavar, não tem parte comigo”. Lavar é o símbolo da regeneração.
4. Prosopopeia Esta figura é usada quando se personificam as coisas inanimadas, atribuindo às coisas os feitos e ações das pessoas. Ex.: “Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” ( 1 Co 15.55). Paulo trata da morte como se fosse uma pessoa. “Os montes e os outeiros romperão em cânticos diante de vós, e todas as árvores do campo baterão palmas” (Is 55.12). “Encontraram-se a graça e a verdade, a justiça e a paz se beijaram. Da terra brota a verdade, dos céus a justiça baixa o seu olhar” (Sl 85.10,11).
5. Ironia Faz-se uso desta figura quando se expressa o contrário do que se quer dizer, porém sempre de modo a ressaltar o sentido verdadeiro.
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Ex.: “Clamai em altas vozes... e despertará”. Elias dá a entender que chamar por Baal é completamente inútil (1 Rs 18.27).
6. Hipérbole É a figura pela qual se representa uma coisa como muito maior ou muito menor do que a real, para apresentá-la viva à imaginação. É um exagero. Ex.: “Vimos ali gigantes (maior)... e éramos aos nossos próprios olhos como gafanhotos (menor)... as cidades são grandes e fortificadas até aos céus” (Nm 13.33). “Nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam, escritos” (Jo 21.25). “Rios de águas correm dos meus olhos, porque não guardam a tua lei” (Sl 119.136).
7. Alegoria É uma figura retórica que geralmente é composta de várias metáforas unidas representando, cada uma delas, realidades correspondentes. Ex.: “Eu Sou o Pão Vivo que desceu do céu; se alguém dele comer, viverá eternamente; e o pão que eu darei pela vida do mundo, é a minha carne... Quem comer a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna”, etc. Esta alegoria tem sua interpretação nesta mesma passagem das Escrituras (Jo 6.51-65).
8. Fábula É uma alegoria histórica, na qual um fato ou alguma circunstância é exposta em forma de narração, mediante a personificação de coisas ou de animais, ou seja, objetos e animais são identificados como pessoas (caracterizadas). Ex.: “O cardo que está no Líbano mandou dizer ao cedro que lá está: Dá tua filha por mulher a meu filho; mas os animais do campo, que estavam no Líbano , passaram e pisaram o cardo” (2 Rs 14.9). Com esta fábula Jeoás, rei de Israel, responde a proposta de guerra feita por Amazias, rei de Judá.
9. Enigma Ex.: “Do comedor saiu comida e do forte saiu doçura” (Jz 14.14).
10. Tipo Ex.: A serpente de metal levantada no deserto foi mencionada por Jesus como um tipo para representar sua morte na cruz (Jo 3.14). Jonas no ventre do grande peixe foi usado como tipo por Jesus para representar sua morte e ressurreição (Mt 12.40). O primeiro Adão é um tipo para Cristo, o último Adão (1 Co 15.45).
11. Símbolo Representa alguma coisa ou algum feito por meio de outra coisa ou fato familiar que se considera a propósito para servir de semelhança ou representação. Ex.: Representa-se: A majestade pelo leão, a força pelo cavalo, a astúcia pela serpente, o corpo de Cristo pelo pão, o sangue de Cristo pelo cálice, etc.
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12. Parábola Apresenta sob a forma de narração, relatando fatos naturais ou acontecimentos possíveis, sempre com o objetivo de ilustrar uma ou várias verdades importantes. Ex.: O Semeador (Mt 13.3-8); a ovelha perdida, a dracma perdida e o filho pródigo (Lc 15), etc.
13. Símile Procede da palavra Latina “similis” que significa semelh ante ou parecido a outro. É uma analogia. Comparação de coisas semelhantes. Ex.: “Pois quanto o céu se alteia acima da terra, assim (do mesmo modo) é grande a sua misericórdia para com os que temem” (Sl 103.11); “Como o pai se compadece de seus filhos, a ssim (do mesmo modo) o Senhor se compadece dos que o temem” (Sl 103.13).
14. Interrogação Somente quando a pergunta encerra uma conclusão evidente é que é uma figura literária. “Interrogação é uma figura pela qual o orador se dirige ao seu interlocutor, ou adversário, ou ao público em tom de pergunta, sabendo de antemão que ninguém vai responder”. Ex.: “Não fará justiça o Juiz de toda a terra?” (Gn 18.25); “Não são todos eles espíritos ministrado res enviados para serviço a favor dos que hão de herdar a salvação?” (Hb 1.14); “Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus?” (Rm 8.33); “Com um beijo trais o Filho do homem?” (Lc 22.48).
15. Apóstrofe O vocabulário indica que o orador usa de seus ouvintes imediatos para dirigir-se a uma pessoa ou coisa ausente ou imaginária. Exemplos: “Ah, Espada do Senhor, até quando deixarás de repousar?” (Jr 47.6); “Meu filho Absalão, meu filho, meu filho Absalão!” ( 2 Sm 18.33).
16. Antítese Inclusão, na mesma frase, de duas palavras ou dois pensamentos que fazem contraste um com o outro. Ex.: “Vê que proponho hoje a vida e o bem, a morte e o mal” (Dt 30.15); “Entrai pela porta estreita (larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz a perdição e são muitos os que entram por ela) porque estreita é a porta e apertado o caminho que conduz para a vida, e são poucos os que acertam com ela” (Mt 7.13,14).
17. Provérbio Trata-se de um ditado comum. Ex.: “Médico, cura-te a ti mesmo” (Lc 4.23); “Nenhum profeta é bem recebido em sua própria terra” (Mt 13.57).
18. Paradoxo
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Denomina-se paradoxo uma preposição ou declaração oposta à opinião comum. Ex.: “Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos” (Mt 8.22); “Porque quando sou fraco, então é que sou forte” (2 Co 12.10).
CONCLUSÃO O que estudamos aqui são apenas subsídios para uma interpretação mais segura. De maneira nenhuma queremos, com isto, substituir o método mais antigo e eficaz que existe: A leitura humilde regada de oração, jejum e na total dependência do maior intérprete das Escrituras Sagradas – O Espírito Santo.
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REGISTRANDO A A PRENDIZA GEM 1) O que é Kerigma? _________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 2) O que é Didakê? _________________________________________________________________________________ ___________________________________________________________________ 3) Cite 3 princípios que produzem a unção de Deus na pregação. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________ 4) O que é o Método Temático? _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________ 5) Defina Exegese. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________ 6) Cite 2 Regras Fundamentais de Interpretação. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ _____________________________________________________ 7) O que é Metáfora? Cite um exemplo. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________ 8) O que é Hipérbole? Cite um exemplo. _________________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________
LEITURA COMPLEMENTAR -“CONHECENDO A GLÓRIA DE DEUS” – Bp. Rodovalho
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