Literatura Portuguesa I Renascimento Classicismo

July 26, 2022 | Author: Anonymous | Category: N/A
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Aluno: Marcelo Tavares dos Santos Indicação bibliográfica: Abdala Júnior, Benjamin; Paschoalin, Maria Aparecida. História social da literatura portuguesa. 2 ed. São Paulo: Ática, 1985, p. 33-48. Renascimento (1527-1580)

O texto deixa claro que o período supracitado é marcado pela contradição: dum lado a estrutura medieval; doutro, a força nova do ideário materialista. Destaca-se o reinado de D. João III (1521-1557), onde se fundou o Colégio das Artes, que trouxe mestres que ensinavam as línguas grega e latina, a matemática  – amiúde usada na navegação, e filosofia clássica. Com o falecimento de André de Gouveia, professor ilustre que trouxe esse novo conteúdo ao período, essa casa cai na mão da conservadora Companhia de Jesus, ocasionando um retrocesso. A Igreja, apoiadora contumaz da Casa de Portugal, sofre revés com a reforma protestante presente noutros Estados. Como resposta, a Santa Sé estabelece a Inquisição como forma de censurar artistas que iam ao encontro de seus dogmas, ocasionando um retardo cultural em relação à Europa. Mesmo assim, a proeminente burguesia mercante mostra sua força. A descoberta de novas rotas comerciais geram riqueza material e furor. A arte expressa a contradição entre o renascimento do “homo economicus” com o fiel cristão. O poeta Sá de Miranda  – que viveu em grande parte do século XVI - destaca-se por levar a Portugal, após estar na Itália o soneto, o decassílabo heroico e a oitava rima. Camões e suas obras Luís Vaz de Camões (1524?-1580) em suas poesias traz reflexões da filosofia clássica combinado com a tradição popular dos trovadores da Idade Média. O Bom, O Belo e o Verdadeiro de Platão misturam-se ao cristianismo latino. Com temas paradoxais, canta a alegria e a tristeza, os sabores da vida e a morte. Por vezes, assinala a mulher amada de modo distante, onde só há a lamentação do poeta: “Alma minha gentil, que te partiste  

Tão cedo desta vida, descontente, Repousa lá no Céu eternamente E viva eu cá na terra sempre triste.”  

As emoções da vida vêm e vão de modo desconcertante: “Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades,

Muda-se o ser, muda- se a confiança;”  

 

Diante de tantos paradoxos, frutos de sua época, o professor Abdala destaca que as dúvidas e expectativas do poeta o trazem para a nossa contemporaneidade. O lembrar da epopeia homérica influenciou a narrativa dos grandes feitos nacionais. As conquistas portuguesas de novos territórios e povos  – do qual o próprio Camões foi partícipe, pois morou em Macau e Goa a serviço da Coroa  –  destacam a liberdade oriunda do renascimento comercial em conjunto com a nobreza feudal. Abdala classifica Vasco da Gama como um semideus. Há duas ações históricas: a Viagem de Vasco da Gama e a narrativa deste sobre a história de Portugal ao rei de Melinde. Alegorias há, como o Velho do Restelo, símbolo daqueles que defendem a política agrária em Portugal; e o Gigante Adamastor, símbolo da força da Natureza contra os homens. Nos dez cantos, ocorrem as estrofes em oitavas com versos decassílabos heroicos e sáficos. A rima ocorre na sequência “abababcc”.  

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