Literatura de Cordel

February 13, 2023 | Author: Anonymous | Category: N/A
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Literatura de Cordel - Lampião e Maria Bonita

"Lampião e Maria Bonita", Rouxinol do Rinaré e Klévisson Viana 5a. edição, Editora Tupynanquim - [email protected]

Nosso Deus onipotente Traga-me a luz infinita

 

Para buscar na memória Minha pena precipita Pra falar de Lampião Com sua Maria Bonita. De modo particular Meu gênio poético quis Nestes versos revelar A sina um tanto infeliz Do bravo cabra da peste Aqui do nosso País... Falando em cabra da peste É necessário lembrar Homens simples, lutadores, Heróis incomuns, sem par, São imortais na História Com um passado de glória Pra o poeta relatar. No Ceará, Conselheiro E padre Cícero Romão A Bahia quis gerar Outros de grande expressão: Castro Alves, Raul Seixas Com seus ideais e queixas Contra a vil escravidão. Também o Rei do Baião Este foi pernambucano Assim como Lampião Do cangaço o soberano É Virgulino Ferreira Cabra macho de primeira Que narro em primeiro plano. Também a mulher valente Quando há luta se agita Citamos no Ceará A coragem de Jovita E no sertão da Bahia A jovem de valentia De nome Maria Bonita.

 

Pernambuco, em Vila Bela, (Atual Serra Talhada) nasce a criança singela que foi porém destinada por tirania e embaraço tornar-se o Rei do Cangaço figura determinada. Em ´um, oito, nove, oito´ Virgulino então nascia Com Cristo teve em comum Os pais José e Maria Cresceu, rezou, foi à missa Mas por força da injustiça Com Jesus não parecia. [...] Mas vamos à narração Da vida de Virgulino Antes de ser Lampião Foi um exemplar menino Depois rapaz dedicado Um trabalhador honrado Desconhecendo o destino. Porém na Era de Quinze Todo o Nordeste sofria Grande seca no sertão Igual não se conhecia O povo pediu clemência E por falar de assistência Somente a Deus recorria. A família dos Ferreira Com fé em Deus verdadeiro Sofrendo a situação Viajaram a Juazeiro Procurando solução Com Padre Cícero Romão Do povão um timoneiro. Guardando o sítio dos pais

 

Ficara só Virgulino No regresso dos demais Perceberam um desatino: Dos seus poucos animais Alguém de gênio voraz Lhes roubara algum caprino. Virgulino e seus irmãos Procurando investigar Usando de persistência As peles foram encontrar Com a marca dos Ferreira Lá na Fazenda Pedreira O ladrão foi ocultar. João Caboclo, morador Lá da Fazenda Pedreira Roubou a tal criação O larápio de primeira A pele tinha ocultado Porém foi desmascarado Por Virgulino Ferreira. A fazenda já citada Pertencia a Saturnino O qual não tinha questão Com os pais de Virgulino Sua esposa de bom grado Tomara por afilhado Dos tais Ferreira um menino. Com base nessa amizade Seu José, pai dos Ferreira, Vendo ser tudo verdade Foi à Fazenda Pedreira Pedir ao chefe o favor De expulsar o morador, Figura vil, encrenqueira. João Caboclo tinha ´enchido´ A cabeça do patrão Distorcendo o ocorrido Em toda aquela questão E o filho do fazendeiro

 

Apoiava o encrenqueiro Aumentando a confusão. Assim começam as intrigas Nestas famílias vizinhas Antes eram tão amigas Depois por ações mesquinhas Duelar foi o destino Dos Ferreira e Saturnino Iguais a galos nas rinhas. As ofensas começaram Por Saturnino primeiro Se algum animal entrava Nas terras do fazendeiro Sendo dos seus intrigados Os rabos eram cortados Como gesto zombeteiro. Não tendo cerca ou arames Nas terras por divisão Se repetiam os infames Gestos de provocação Virgulino consciente Revida ´dente por dente´ Segue a Lei de Talião! Evitando que seus filhos Chegassem às fias de fato Tinham só dois empecilhos: Zé Ferreira era pacato Saturnino, o fazendeiro, Do seu filho desordeiro, Não queria desacato. Porém quisera a má sorte Agravar a situação Velho Saturnino morre Vai pra debaixo do chão Ficara por seu herdeiro José, o filho encrenqueiro E coiteiro de ladrão.

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