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LISTA 1 – OPTOELETRÔNICA (EN3717) •
Fótons. Efeito Fotoelétrico
1) Mostre que a energia de um fóton, em elétron-volts (eV), é relacionada ao comprimento de onda λ , em nanômetros (nm), através da expressão E ph = 1240 λ .
SOLUÇÃO c
Equação de Planck-Einstein: E ph = hν = h . λ
Substituindo h = 4.14×10−15 eV⋅s, c = 3×1017 nm/s (= 3×108 m/s) ⇒ hc = 1242 eV⋅nm ∴ Com boa aproximação, podemos escrever E ph = 1240 λ
2) Um transmissor de ondas de radio AM operando em 700 kHz tem potência de 1 kW. Calcule o número de fótons emitidos por segundo pela antena. Re: 2.16 × 1030 fótons/s
SOLUÇÃO Cálculo da energia do fóton: −34 3 −1 E ph = hν = (6.626 × 10 J⋅s)(700 × 10 s ) −28 E ph = 4.638 × 10 J/photon
ou 2.895 × 10−9 eV/photon
O número de fótons emitidos pela antena por segundo, N =
P E ph
=
1000 J s = 2.16 × 1030 fótons por segundo − 28 4.638 × 10 J
3) Em condições ideais, o olho humano é capaz de perceber luz de comprimento de onda 550 nm se a energia captada pelo olho se dá a uma taxa tão pequena quanto 100 fótons por segundo. Qual a potência óptica correspondente? Re: 3.6×10−17 W
SOLUÇÃO Energia do fóton, E ph = hν =
hc
λ
= (6.626×10−34 J⋅s)(3×108 m/s)/(550×10−9 m) = 3.61×10−19 J
O número de fótons emitidos por segundo N = = 100 fótons/s. Logo a potência, P = NE ph = (100 fótons/s)(3.61×10
−19
J) = 3.61×10−17 W (= J/s)
2
4) Um experimento fotoelétrico indica que luz violeta de comprimento de onda λ = 420 nm corresponde ao máximo comprimento de onda da radiação que provoca emissão de fotoelétrons pela superfície de um fotocatodo multialcalino. a) Qual a função trabalho do fotocatodo, em eV? b) Se radiação UV de comprimento de onda λ = 300 nm incide no fotocatodo, qual a
máxima energia cinética dos fotoelétrons, em eV? 2
c) Se a radiação UV do item acima tem irradiância de 20 mW/cm
, e os elétrons emitidos
são coletados pela aplicação de uma tensão positiva no eletrodo oposto ao fotocatodo, qual a densidade de fotocorrente, em mA/cm2? Re: a) 2.96 eV , b) 1.18 eV , c) 4.84 mA/cm2
3
5) O metal Césio é utilizado como material de um fotocatodo para emissão de fótons porque os elétrons podem ser facilmente removidos da sua superfície. A função trabalho para o Césio puro é de 1.9 eV. a) Qual o máximo comprimento de onda da radiação incidente que provoca emissão de
elétrons? b) Se radiação azul de comprimento de onda λ = 450 nm incide no fotocatodo, qual é a
energia cinética máxima dos fotoelétrons, em eV? Qual a voltagem requerida no eletrodo oposto ao fotocatodo para que a fotocorrente no circuito seja nula? c) A eficiência quântica (QE) de um fotocatodo é definida como, QE =
Número de fotoelétrons emitidos . Número de fótons incidentes
QE é 100% se cada fóton incidente ejeta um elétron. Considere que luz azul com λ = 450
nm e irradiância I = 30 mW/cm2 incide em um fotocatodo circular de Césio com 6.0 mm de diâmetro. Se os fotoelétrons são coletados pela aplicação de uma voltagem positiva no anodo (eletrodo oposto ao fotocatodo) e a eficiência quântica QE = 25%, qual será a fotocorrente? Re: a) 653.9 nm , b) 0.86 eV e − 0.86 V , c) 0.769 mA
4
•
Ondas. Potência e Irradiância Óptica.
6) Uma onda harmônica plana se propaga no espaço livre e tem as componentes do campo elétrico nas direções xˆ , yˆ e zˆ dadas por: E x = 10 cos{ 8π × 1014 [( z c0 ) + t ]} V/m
e E y = E z = 0 . Considere as dimensões no SI.
Determine: a) A amplitude do campo elétrico da onda; b) A direção e sentido do fluxo de energia; c) A frequência em Hz; d ) O comprimento de onda.
Re: a) E 0 = 10 V/m; b) − z ; c) ν = 4×1014 Hz; d ) λ = 750 nm
SOLUÇÃO •
k
ω
Escrevendo E x = E 0 cos(k z + ω t ) = cosω z + t identificamos:
a) A amplitude do campo elétrico E 0 = 10 V/m. b) A direção e sentido do fluxo de energia = direção e sentido de propagação = − z . c) A frequência angular ω = 8π × 10 d ) Identificamos
k
ω
=
1 c0
⇒
14
rad/s ⇒ ν =
2π
= 4×1014 Hz.
2π 2π c0 c0 . Substituindo c0 = 3 × 108 m/s = = ⇒ λ = λ c0 ω ν
e ν = 4×1014 Hz ⇒ λ = 750 nm.
5
7) Um laser emite um feixe de luz com potência óptica de 5 mW. Se o feixe é focalizado em uma área circular de 10 µm de diâmetro, encontre a irradiância e a amplitude do campo elétrico da luz no plano focal. Considere a iluminação uniforme, a velocidade
c0
= 3×108 m/s e a permissividade ε 0 = 8.85×10−12 F/m. Expresse os resultados em unidades SI. Re: E 0 = 2.2×105 V/m
SOLUÇÃO Dados: P = 5 mW, d = 10 µm, c0 = 3×108 m/s e ε 0 = 8.85×10−12 F/m. P
P
4P
•
A irradiância I =
•
Escrevendo I em função do campo elétrico: I = S = (1 2) E 0 H 0 , com H 0 = c0ε 0 E 0 .
A
=
π ( d 2) 2
=
π d 2
: Eq.(1)
Logo I = (1 2)c0ε 0 E 02 : Eq.(2) •
Eq.(1) = Eq.(2) ⇒ E 0 =
1
8P ⇒ E 0 = 2.19 × 105 V/m (= 219 kV/m) d π c0ε 0
8) Uma aeronave voando a uma distância de 10 km de um transmissor de ondas de radio recebe um sinal de irradiância 10 µW/m2. Qual é a amplitude a) do campo elétrico da onda e b) do campo magnético da onda? c) Se o transmissor radia uniformemente sobre um hemisfério, qual a potência da onda transmitida? Re: a) E 0 = 87 mV/m; b) 230 µA/m; c) 6.28 kW
SOLUÇÃO Dados: d = 10 km, I = 10 µW/m2, c0 = 3×108 m/s e ε 0 = 8.85×10−12 F/m. a)
1 2
Irradiância da onda que chega na aeronave I = E 0 H 0 : Eq.(1) A amplitude do campo magnético H 0 = ε 0 c0 E 0 : Eq.(2) 1 2
Eq.(2) → Eq.(1) ⇒ I = ε 0 c0 E 02 ⇒ E 0 =
2 I ε 0 c0
Substituindo os dados ⇒ E 0 = 8.68 × 10 −2 V/m = 86.8 mV/m −4 b) H 0 = ε 0 c0 E 0 = 2.3×10 A/m = 230 µA/m
4π d 2 = 2π d 2 c) ÁREA DO HEMISFÉRIO: A = 2
Potência P = IA = 10 µW/m2 × 2π(10×103)2 m2 = 6.28×109 µW = 6.28 kW
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9) Um laser He-Ne radia luz com comprimento de onda 632.8 nm e potência 3.0 mW. O feixe diverge com um ângulo θ = 0.17 mrad, como ilustrado na figura abaixo. a) Qual a irradiância do feixe a uma distância d = 40 m do laser? Considere que o laser é substituído por uma fonte de luz pontual, que emite luz de maneira uniforme em todas as direções. b) Qual potência deveria ter essa fonte para prover a mesma irradiância a 40 m? Re: a) 82.6 W/m2; b) 1.7 MW
SOLUÇÃO Dados: i) Potência P0 = 3.0 mW; ii) Ângulo de abertura do cone θ = 0.17 mrad a)
Irradiância I =
P
r
θ /2
A
2
A = π r
d
θ θ r θ π d 2θ 2 2 ≈ tan = ⇒ r = d ⇒ Área A = π r = 2 2 d 2 4
Substituindo θ = 0.17×10−3 radianos e d = 40 m ⇒ A = 3.63×10−5 m2. Irradiância I = b)
P A
= 8.26×104 mW/m2 = 82.6 W/m2
Para uma fonte pontual emitindo luz em todas as direções ⇒ A = 4π d 2 A potência P = IA = 82.6 W/m2 × 4π(40 m)2 = 1.66×106 W = 1.66 MW
10) Duas ondas de luz se superpõem em certo ponto do espaço. As componentes do campo elétrico nesse ponto são E 1 = E 0 cos t e E 2 = E 0 cos(ω t + 50 ) . Escreva a o
expressão do campo resultante (amplitude e fase). Re: E = 1.81 E 0 cos(ω t + 25°)
SOLUÇÃO •
E = E 1 + E 2 = E 0 exp i t [1 + exp i50
o
] = E 0 exp i t [(1 + cos 50 ) + i sin 50 ] o
(1 + cos 50 ) + i sin 50 = 1.643 + i 0.766 = 1.813 exp i 25 o
o
o
⇒ E = 1.81 E 0 exp i t exp i 25 = 1.81 E 0 exp i( t + 25 ) o
o
∴ Tomando a parte real: E = 1.81 E 0 cos( t + 25 ) o
o
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LISTA 2 – OPTOELETRÔNICA • Polarização
EN3717
1) Um feixe laser de potência óptica P = 100 mW está linearmente polarizado na direção yˆ .
Esse feixe se propaga na direção xˆ e incide em um polarizador linear com eixo de
transmissão formando um ângulo de 30 graus com o eixo yˆ . Calcule a potência óptica do feixe transmitido pelo polarizador. Considere o polarizador ideal. Re: P = 75 mW
2) Uma onda plana randomicamente polarizada incide perpendicularmente em um polarizador linear. A irradiância da onda incidente I = 300 mW/cm2. Calcule a irradiância da luz transmitida pelo polarizador. Considere o polarizador ideal. Re: I = 150 mW/cm2 3) Um feixe de luz de 10 mW de potência está linearmente polarizado na direção vertical ( yˆ ). Esse feixe passa através de um sistema de dois polarizadores lineares. Com relação à direção yˆ , o eixo de transmissão do primeiro polarizador faz um ângulo θ
e o eixo de
transmissão do segundo polarizador faz um ângulo de 90°. Considerando o ângulo θ variável, qual a máxima potência de luz transmitida pelo sistema? Solução
•
Chamando P0 a potência óptica incidente, a potência na saída do 1º polarizador: P1 = P0 cos 2 θ : Eq.(1)
Re: PMAX = 2.5 mW y
P1 θ
90°−θ
P2
8 •
A potência na saída do 2º polarizador: P2 = P1 cos 2 (90 − θ ) = P1 sin 2 θ : Eq.(2)
1 4
Substituindo Eq.(1) em Eq.(2) ⇒ P2 = P0 (sin θ cosθ ) 2 ⇒ P2 = P0 sin 2 2θ ( 0 ≤ θ ≤ 90 ) •
o
Logo, a máxima potência transmitida ocorre para θ = 45 ( sin 2θ = 1 ), com o
P2 = P0 4 . Se P0 = 10 mW ⇒ P2 = 2.5 mW.
4) Considere uma lâmina de quartzo de meia-onda para λ 0 = 550 nm. Se a espessura da lâmina d = 30 µm, determine a birrefringência ∆n. Re: ∆n = 9.2×10−3 Solução d ∆n = λ 0 2 ⇒ ∆n = λ 0 2 d
∴ ∆n = 9.17×10−3 (≈ 0.0092)
•
Formalismo de Jones
5) Luz com polarização circular esquerda incide em uma placa retardadora de meia-onda. Determine o estado de polarização da luz emergente utilizando o formalismo de Jones. Re: Polarização circular direita.
SOLUÇÃO 1 0 1 1 0 − 1 i = − i ⇒ Polarização circular direita
6) Considere um feixe de luz linearmente polarizado a +45º do eixo x (direção horizontal) e com irradiância I 0 = 8.0 mW/cm2. Esse feixe atravessa então a seguinte sequência de polarizadores lineares: um polarizador com eixo de transmissão horizontal, seguido de um polarizador com eixo de transmissão a −45º da horizontal e finalmente um polarizador com eixo de transmissão vertical. a) Escreva a matriz de Jones para o elemento óptico composto por essa sequência de polarizadores; b) Determine a irradiância e o estado de polarização da luz emergente.
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Re: a)
1 0 0 , b) Polarização linear vertical, com I = 1.0 mW/cm2. 2 − 1 0
SOLUÇÃO 0 0 1 1 − 1 1 0 1 0 0 2 − 1 1 0 0 = 2 − 1 0 0 1
a) M = P y P− 45 Px =
b) Para um vetor incidente de amplitude unitária:
1 0 0 1 1 − 1 0 = 2 − 1 0 2 1 2 2 1
⇒ Polarização linear vertical. ⇒ Lembrando que a irradiância é proporcional ao quadrado da amplitude do campo
elétrico, temos que a irradiância na saída é I OUT = (1 2 2 ) I 0 = I 0 8 = 1.0 mW/cm2. 2
•
Moduladores ópticos.
7) Um modulador eletro-óptico de amplitude utiliza um cristal LiNbO3 de comprimento L = 3 cm. Os polarizadores de entrada e saída do modulador estão cruzados, i.e., seus eixos de transmissão são ortogonais. O campo elétrico está aplicado na direção do eixo óptico do cristal e a distância entre os eletrodos é d = 0.1 mm. Considere o comprimento de onda λ 0 = 633nm, o
d
L
índice de refração ordinário no = 2.286, o índice extraordinário ne = 2.200 e os coeficientes eletro-ópticos r 13 = 9.6 pm/V e r 33 = 30.9 pm/V. a) Qual deve ser o ângulo entre a direção do eixo óptico e a direção de polarização do feixe incidente? b) Calcule a tensão de meia-onda do modulador. Re: a) 45°, b) 9.86 V
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SOLUÇÃO Retardo relativo de meia-onda ⇒ L ( ∆ne − ∆n o ) = λ 0 2 , com λ 0 o comprimento de onda no vácuo. O campo elétrico externo E = V / d , com d a distância entre os eletrodos. V V λ 1 1 1 1 ⇒ L − n e3 r 33 π + no3 r 13 π = 0 ⇒ V π = λ 0 d 2 d 2 ( L d ) no3 r 13 − n e3 r 33 2
Substituindo os dados: ne3 r 33 = 329 pm/V e no3 r 13 = 115 pm/V, ⇒ no3 r 13 − n e3 r 33 = − 214 pm/V
Considerando em módulo: V π = 633 × 10 3 pm
1 1 = 9.86 V 300 214 pm/V
8) Um modulador eletro-óptico de fase utiliza um cristal LiNbO3 de comprimento L = 3 cm. O campo elétrico está aplicado na direção do eixo óptico do cristal (eixo z) e a distância entre os eletrodos é d = 0.1 mm. O índice de refração ordinário no = 2.286, o índice extraordinário ne = 2.200 e os coeficientes eletro-ópticos r 13 = 9.6 pm/V e r 33 = 30.9 pm/V. Considere que o feixe incidente está polarizado na direção z e que o comprimento de onda da luz no
z d
vácuo λ 0 = 870 nm. Determine a tensão que deve ser aplicada para provocar um retardo de fase de π 2 ?
L
x
Re: 4.41 V
SOLUÇÃO Um retardo de fase de π 2 equivale a uma variação de caminho óptico de λ 0 4 . ⇒ L∆ne =
V π 2 λ λ 0 λ 0 1 −1 = 0 ⇒ V π 2 = ⇒ − ne3r 33 d 4 2( L d ) ne3 r 33 2 4 L
Substituindo os dados e tomando em módulo V π 2 = 4.41 V.
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LISTA 3 – OPTOELETRÔNICA (EN3717) •
Sensores de Imagem. Resolução.
1) Uma câmera fotográfica digital possui um sensor de imagem (CCD) cujos pixels têm dimensão linear de aproximadamente 5.5 µm. Qual deve ser o máximo f # ( f-number ) do sistema óptico dessa câmera para que a resolução da imagem seja limitada pelo CCD. Considere o comprimento de onda da luz no centro do espectro visível (λ = 550 nm). Re: f /4
SOLUÇÃO Para que a resolução seja limitada pelo CCD, o diâmetro do disco de Airy 2 ρ < 5.5 µm. Logo: ρ = 1.22λ f # < 2.75 µm ⇒ f # < 4.1. ∴ A câmera deve usar uma lente f /4. •
Discos ópticos.
2) Utilizando um CD e um laser HeNe (λ = 0.633 µm) em uma montagem como a ilustrada na Fig.1, um estudante mediu uma distância y1 = 12.5 cm do máximo de 1ª ordem de difração ao máximo central. A distância do CD à tela D = 29 cm. Utilize as dimensões especificadas na Fig.2 e estime o comprimento total da trilha em espiral do CD.
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Re: L ≈ 5.4 km
SOLUÇÃO •
Cálculo do número de voltas/mm (linhas/mm)
O ângulo da 1ª ordem de difração θ 1 = arctan( y1 D ) ⇒ θ 1 = 23.3° Equação da rede: λ = h sin θ 1 ⇒ h = 1.60 µm ⇒ 1 h = 625 linhas/mm •
Cálculo do comprimento médio de uma volta completa
OBS.: Para facilitar o cálculo, vamos assumir que cada volta possui um raio constante (em realidade, a trilha é uma espiral de raio variável) O raio mínimo ocupado pela área de programação r m = 50/2 = 25 mm e o raio máximo r M = 116/2 = 58 mm.
⇒ O raio médio r = ( r m + r M ) 2 = 41.5 mm ⇒ O comprimento médio da trilha em uma volta completa l = 2π r = 260.75 mm •
Cálculo do comprimento total da trilha
O número total ( N ) de voltas N = 625 linhas/mm × 33 mm = 20625 voltas ⇒ O comprimento total da trilha L = Nl = 5.38 km
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LISTA 4_5: LASERS Constantes fundamentais: h = 6.626×10
OPTOELETRÔNICA (EN3717)
c0 = 3×10
8
m/s ;
−34
J⋅s = 4.136×10−15 eV⋅s ; k B = 1.381×10−23 J/K = 8.617×10−5 eV/K
Atenuação e ganho num laser de rubi
1) Considere um cristal de rubi com dois níveis de energia separados por uma diferença de energia correspondente ao comprimento de onda no vácuo λ 0 = 694.3 nm, com uma curva Lorentziana com ∆ν = 60 GHz. O tempo de vida espontâneo é t sp = 3 ms e o índice de refração do rubi é n = 1,76. A soma N 1 + N 2 = N a = 1022 cm-3. a)
Determine a diferença de população N = N 2 − N 1 e o coeficiente de atenuação α (ν 0 ) para a
linha central sobre condições de equilíbrio térmico para T = 300 K. b)
Qual o valor da diferença de população para um coeficiente de ganho γ (ν 0 )= 0.5 cm-1 para a
frequência central? c)
Qual deveria ser o comprimento L do cristal para termos um ganho total G (ν 0 ) = 4 ?
Considerar γ (ν 0 ) = 0.5 cm-1. Re: a) N ≈ − N a = −1022 cm−3 e α (ν 0 ) = 2.19×103 cm−1; b) N = 2.28×1018 cm−3 ; c) L = 2.77 cm
SOLUÇÃO a) Equilíbrio térmico → A distribuição de Boltzmann é válida
OBS: Em equilíbrio térmico não pode haver ganho, uma vez que não há inversão de população. • ∴
Boltzmann: N i ∝ exp(− E i k B T ) , com N i a população no nível de energia E i N 2 N 1
− E 21 , com E 21 = E 2 − E 1 k T B
= exp
Diferença de população •
Sabe-se que N 1 + N 2 = N a = 1022 cm-3
•
E 21 = E 2 − E 1 = hν 0 = hc0 λ 0
•
k B T = 0.0259 eV (para T = 300 K)
∴
− E 21 k BT = − 69.1 e exp(− E 21 k BT ) = 9.78×10−31
= 1.79 eV
14 N 2 N 1
− E 21 − E 21 − E 21 N N ⇒ 1 + 2 = 1 + exp ⇒ a = 1 + exp ≈ 1 N 1 N 1 k B T k B T k BT
= exp
⇒ N 1 ≈ N a e N 2 = N a − N 1 ≈ 0 ∴ N = N 2 − N 1 ≈ − N a = −1022 cm−3
Coeficiente de atenuação Na ausência de inversão de população ( N < 0) o meio irá atenuar (ao invés de amplificar) o fluxo de fótons se propagando na direção z de acordo com φ ( z ) = φ (0) exp[− α (ν ) z ], onde o coeficiente de atenuação α (ν ) = −γ (ν ) = − N σ (ν ) (OBS: γ (ν ) é o coeficiente de ganho e σ (ν ) é a seção de choque da transição na frequência ν ). OBS: A irradiância I ( z ) = hνφ ( z ) ; I ( z ) = I (0) exp[γ (ν ) z ] . λ 2 O coeficiente de ganho é dado pela expressão γ (ν ) = N σ (ν ) = N g (ν ) , 8π t sp
Com λ o comprimento de onda da luz no meio, t sp é o tempo de vida espontâneo e g (ν ) é a ‘normalized lineshape function’. O coeficiente de ganho na frequência central ν = ν 0 = ( E 2 − E 1 ) h fica γ (ν 0 ) = N
λ 2 4π 2 t sp ∆ν
= N
(λ 0 n)2 4π 2 t sp ∆ν
.
Substituindo os dados: α (ν 0 ) = −γ (ν 0 ) = 2.19×103 cm−1 b) N = ? para γ (ν 0 ) = 0.5 cm−1
Utilizando a expressão acima: N = γ (ν 0 )
4π 2 t sp ∆ν
(λ 0 n )2
Substituindo os dados N = 2.28×1018 cm−3 c) O Ganho total é definido como G (ν ) = φ (d ) φ (0) = I (d ) I (0) = exp[γ (ν )d ] G (ν 0 ) = exp[γ (ν 0 ) L ] ⇒ L =
Substituindo os dados L =
1 ln[G (ν 0 ) ] γ (ν 0 )
1 ln(4) cm = 2.77 cm 0.5
15 Densidade de fluxo de fótons de saturação para rubi
2) Determine a densidade de fluxo de fótons de saturação, e a correspondente intensidade de saturação, para a transição na frequência central do laser de rubi ν = ν 0 ( λ 0 = 694.3 nm). Use os parâmetros da tabela abaixo e assuma que τ s ≈ 2t sp . Re: φ s (ν 0 ) ≈ 8.33×1021 fótons/(cm2⋅s) e I s (ν 0 ) = 2.39 kW/cm2
Repita o item anterior para: o laser de He-Ne ( λ 0 = 632.8 nm), o laser de Nd3+:YAG ( λ 0 = 1064 nm); o laser de Nd3+:glass ( λ 0 = 1060 nm); o laser de Er3+: silica fiber ( λ 0 = 1550 nm); o laser de corante Rhodamina 6G ( λ 0 = 560 nm); o laser de titanio-safira Ti3+:Al2O3 ( λ 0 = 780 nm); o laser de CO2 ( λ 0 = 10600 nm); e, para o laser de Ar + ( λ 0 = 514.5 nm.
SOLUÇÃO Densidade de fluxo de fótons de saturação φ s (ν 0 ) = ? φ s (ν 0 ) =
1 1 ≈ , τ sσ (ν 0 ) 2t spσ (ν 0 )
com τ s a constante de tempo de saturação. Substituindo os valores do tempo de vida espontâneo t sp = 3 ms e σ (ν 0 ) = 2×10−20 cm2, chegase a φ s (ν 0 ) ≈ 8.33×1021 fótons/(cm2⋅s) (OBS: Os processos de emissão estimulada e de absorção dependem da taxa W i = φσ (ν ) (densidade de probabilidade) segundo as equações:
16
Intensidade de saturação I s (ν 0 ) = ? I s (ν 0 ) = hν 0φ s (ν 0 ) = h
c0
λ 0
φ s (ν 0 ) = 2.39 kW/cm2
Ganho em um amplificador saturado
3) Considerar um meio amplificador laser com comprimento d = 10 cm e densidade de saturação de fluxo de fótons φ s = 4×1018 fótons/(cm 2⋅s). Se φ (0) = 4×1015 fótons/(cm 2⋅s) produz uma densidade de fluxo de fótons na saída φ ( d ) = 4×1016 fótons/(cm 2⋅s). a)
Determinar o ganho para pequeno sinal (ganho não saturado)
b)
Determinar o coeficiente de ganho γ 0 .
c) Qual é a densidade de fluxo de fótons para a qual o coeficiente de ganho decresce por um fator
de 5? d )
Determinar o coeficiente de ganho quando a densidade de fluxo de fótons é φ (0) = 4×1019
fótons/(cm 2⋅s) Re: a) G = 10 ; b) γ 0 = 0.23 cm−1 ; c) φ = 16×1018 fótons/(cm2⋅s) ; d ) γ (ν ) ≈ 2.1×10−2 cm−1
SOLUÇÃO a)
G=
b) X =
φ ( d ) = 10 φ (0) φ (0) φ ( d ) 1 φ s
Em condições altamente saturadas, o fluxo de fótons é aproximadamente constante. De fato, nessas condições Y ≈ X + γ 0 d ⇒ φ ( d ) ≈ φ (0) + γ 0φ s d O produto γ 0φ s d = 0.92×1019 fótons/(cm 2⋅s) ⇒ φ ( d ) ≈ 4.92×1019 fótons/(cm 2⋅s) ≈ φ (0)
17 Assumindo fluxo ≈ constante, com φ ≈ φ (0) = 4×1019 fótons/(cm 2⋅s) e substituindo em γ (ν ) =
γ 0 (ν ) ⇒ γ (ν ) ≈ 2.1×10−2 cm−1 1 + φ φ s (ν )
Cavidade ressonante
4) Determinar o espaçamento de frequências e largura espectral dos modos de um ressonador cujos espelhos têm refletâncias de 0.98 e 0.99 e estão separados uma distância de 100 cm. O meio tem índice de refração n = 1 e perdas desprezíveis. Re: ν FSR = 1.5×108 Hz e ∆ν FWHM = 7.22×105 Hz
SOLUÇÃO c
•
Espaçamento de frequências (Faixa espectral livre: FSR) ν FSR =
•
Largura espectral (Full width at half maximum: FWHM) ∆ν FWHM =
2d
=
c0
2nd
= 1.5×108 Hz
ν FSR , com ℑ a finesse ℑ
da cavidade. Quando as perdas da cavidade ressonante são pequenas, a Finesse é grande é dada por, ℑ=
π α r d
(= 2πτ ν ) (OBS: τ p
FSR
p
O coeficiente de perda:
Considerando α s = 0 ⇒ α r = 1.51×10−4 cm−1 ⇒ ℑ = 208 ⇒ ∆ν FWHM =
ν FSR = 7.22×105 Hz ℑ
=
1 é o tempo de vida do fóton) α r c
18 Oscilação do laser de rubi
5) a) Para a linha central de transição λ 0 = 694.3 nm, o coeficiente de absorção do laser de rubi em equilíbrio térmico para T = 300 K é α (ν 0 ) = 0.2 cm-1. Se a concentração de íons de Cr3+ responsável pela transição é N a = 1.58×1019 cm-1, determinar a seção de choque de transição σ (ν 0 ) . b)
Um laser de rubi usa um cristal de 10 cm de comprimento com índice de refração n = 1.76 e
área de 1 cm2, operando em 694.3 nm. Ambas as faces são polidas e tem refletância de 80%. Assumindo que não há outras perdas, determinar o coeficiente de perdas na cavidade, α r , e o tempo de vida do fóton, τ p . c)
Ao ser bombeado, o coeficiente de ganho aumenta (valor inicial − 0.2 cm-1). Determinar o
valor limiar da diferença de população, N t , para iniciar a oscilação laser. Re: a) σ (ν 0 ) ≈ 1.27×10−20 cm2 ; b) α r = 0.023 cm−1 e τ p = 2.63 ns ; c) N t = 1.76×1018 cm−3
SOLUÇÃO a)
α (ν 0 ) = −γ (ν 0 ) = − N σ (ν 0 )
Equilíbrio Térmico a T = 300 K ⇒ N 2
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