Lista7
Short Description
Lista 7...
Description
Fun¸c˜ coes ˜ oes Polinomiais
0.1
Exerc´ Exerc´ıcios Recomendados Recomendados - unidade unidade 12
1. Sejam P ( P (x) e p(x) polinˆomios omios n˜ao ao identicamente nulos tais que gr [P [P ((x)] > gr [ p( p(x)]. )]. (em (em que que gr signi significa fica o grau grau do polinˆ polinˆ omio.) omio.) Prove Prove que existe existe um polinˆ omio omio q (x) tal que gr[P gr[P ((x) p( p(x)q (x)] < gr [P ( P (x)]. Usando Usando repetidamen repetidamente te este fato, mostre mostre que existem existem poli p olinˆ nˆ omios q (x) e r(x) tais que P ( P (x) = p(x)q (x) + r + r((x), com gr [r [r (x)] < gr [ p( p(x)]. Os polinˆ polinˆ omios omios q (x) e r(x), tais que P que P ((x) = p( p (x)q (x) + r(x) com gr [r [r (x)] < )] 0. Conclua da´ menos uma raiz real. Seja p Seja p((x) = a n xn + an−1 xn−1 + + a1 x + a0 , com a com a n = 0, n ´ımpar; ımpar ; vamos supor sup or que a que a n > 0 (o caso an e x > 1. an−1 , . . . , a1 , a0 e 1. Afi 2 an
|
|
|
| || |
|
||
|
|
| |
3
| |
Como x > 1 > 1 temos
| |
1 xk
1 ≤ | | |x| para todo k ≥ 1, portanto |g(x)| ≤ a x− + · · · + xa− + xa ≤ ≤ |K x| + · · · + |xK − | + |xK | ≤
n 1
1
0 n
n 1
n 1
n
≤ n|xK | < a2
n
e ent˜ ao ao an + g + g((x)
≥ a − |g(x)| ≥ a − a2 n
p( p(x)
=
an 2
2 n K e x > 1, ent˜ao ao an
Levando esta informa¸c˜ cao a˜o em (*), temos: se x >
e se x <
n
n
≥ x
n
an > 0 2
ao (lembrando que n ´e ´ımpa ım parr e p orta or tant ntoo x − 2 na K e x < −1, ent˜ao
n
0, existe ao menos um x∗ entre x1 e x2 tal que p(x∗ ) = 0. + a1 x + a + a0 , com a com a n = 0. 7. Seja p(x) = a n xn + an−1 xn−1 + a) Prove que se n se n ´e par, p(x) tem o mesmo sinal que an , para x suficientemente grande. b) Prove que se n ´e ´ımpar, p(x) tem o mesmo sinal que an para valores positivos muito grandes de x e tem sinal oposto de an para valores negativos de x para os quais x ´e muito muit o grande gra nde.. c) Conclua de (a) e (b) que p( p(x) cresce ilimitadamente, indiferentemente, n indiferentemente, n par par ou o u ´ımpar, quando quand o x cresce ilimitadamente. Vamos supor que a que a n > 0 (o caso a caso an
| |
2 n K , an
|
| || |
para todo x com x >
||
temos
≥ a − |g(x)| ≥ a − a2
an + g + g((x)
2 n K an
n
n
n
=
an > 0 2
S e n ´e par, pa r, temo te moss a) Se p( p(x) = x n (an + g + g((x)) = x n
an > 0, 0 , 2
para todo x >
2 n K . an
Como n > 0, temos xn > 0, portanto p(x) > 0: 0: assi assim m p(x) > 0 e an tˆem em o mesmo sinal se 2 n K x > . an alogo. alogo. Suponhamos a Suponhamos a n > 0. Como em (a), temos b) Este caso ´e tratado de modo an´
||
|g(x)| ≤ a2 , n
para todo x > 4
2 n K an
e portanto an + g(x)
≥ a − |g(x)| ≥ a2 − a2 n
que implica p(x) = x n (an + g(x)) = x n Analogamente, se x <
n
n
an , 2
=
an 2 n K > 0, para todo x > . 2 an an e portanto 2
− 2 na K , temos |g(x)| ≤ n
an + g(x)
≥ a − |g(x)| ≥ a2 − a2 n
n
n
an , 2
=
an que implica p(x) = xn (an + g(x)) = xn q (x) . Sejam p(x) = a n+r xn+r + + a1 x + a0 e q (x) = a n xn + + a1 x + a0 , com a n+r = 0 e b n = 0. Vamos escrever p(x) = x n+r (an+r + g1 (x)) e q (x) = x n (bn + g2 (x))
|
···
ent˜ao
| |
|
···
p(x) xn+r (an+r + g1(x)) xr (an+r + g1 (x)) = = q (x) xn (bn + g2 (x)) bn + g2 (x)
∈ R tal que |g (x)| < |a 2 | e
Procedendo como nos Exerc´ıcios 6 e 7, mostramos que existe T
1
|g (x)| T . Portanto temos 2
n+r
n
|a + g (x))| ≥ |a | − |g (x))| ≥ |a | − |a 2 | ≥ |a 2 | |b + g (x)| ≤ |b | + |g (x)| ≤ |b | + |b2 | ≤ |b2 | n+r
n
Portanto
1
n+r
2
n
r
1
n+r
n+r
2
n
n
n+r
n
r
| p(x)| = |x (a + g (x))| ≥ |x | |a | 2 = |x | |a | |q (x)| |b + g (x)| |b | 2 |b | |b | , temos | p(x)| > 1, ou seja | p(x)| > |q (x)|. Para |x| > |a | |q (x)| umero par ent˜ ao o polinˆomio p(x) = x + x − + ··· + x + 1 n˜ao possui 9. Mostre que se n ´e um n´ raiz real. A express˜ao de p(x) ´e a soma de uma PG de raz˜ ao x; portanto, se x = 1, temos 1−x x −1 . p(x) = = 1−x x−1 − 1 = 0; assim, p(x) = 0, para todo x = 1. Al´em disso, Como x = 1 e n + 1 ´e ´ımpar, temos x como p(1) = n + 1 temos que x = 1 n˜ao ´e raiz de p. Logo p n˜ao possui raiz real. √ 1 5 10. Tomando x = 3, use a rela¸ca˜o de recorrˆencia x = x + para calcular 5 com 2 x √ trˆes algarismos decimais exatos. (Por exemplo: sabemos que 1,414 ´e uma aproxima¸ c˜ao de 2 com n+r
n
n
1
r
n+r
2
n+r
n
n
1/r
n+r
n
n+1
n 1
n+1
n+1
0
n+1
5
n
n
trˆes algarismos decimais exatos porque 1, 4142 1, donde concluimos que ar < as . Logo a f ´e crescente. O caso 0 < a 0 Em cada um dos itens denotamos por S o conjunto solu¸ca˜o das inequa¸co˜es propostas. (a) 32 x+2 3x+3 > 3 x 3 3 2 x 32 3x 33 3x + 3 > 0 9 (3x )2 28 3x + 3 > 0: Fazendo 3x = y, obtemos 9 y 2 28 y + 3 > 0, que ´e equivalente a termos y < 91 ou y > 3. Como y = 3x, a condi¸ca˜o fica 3x < 91 ou 3x > 3, isto ´e, 3x < 3−2 ou 3x > 3, mostrando que x < 2 ou x > 1. Assim, S = ( , 2) (1, + ). x 1−x (b) 2 1 > 2 2 x 1 > 22x 2 x (2x 1) > 2 (2x )2 2x 2 > 0: Fazendo 2x = y, obtemos y 2 y 2 > 0, que ´e equivalente a termos y < 1 ou y > 2. Mas, y = 2x , logo 2x < 1 ou 2x > 2. Lembrando que 2x > 0 para todo x R , temos 2x > 2, ou seja x > 1. Assim, S = (1, + ). 4 x 41/2 + 5 2x + 2 > 0 2 (2x )2 + 5 2x + 2 > 0. (c) 4x+1/2 + 5 2x + 2 > 0 Fazendo 2x = y, obtemos 2 y2 + 5 y + 2 > 0, que ´e equivalente a termos y < 2 ou y > 12 . Como y = 2x , segue que 2x < 2 ou 2x > 12 . Lembrando que 2x > 0 para todo x R, temos 2x > 12 , ou equivalentemente, x R. Assim, S = R.
−
−
− − ⇐⇒
−
−
−
−
− − · − · −
−∞ − ∪ ∞ ⇐⇒ − ⇐⇒ − − − − ∞ · ⇐⇒ · · − − ∈
−
·
⇐⇒
− ·
−
− −
−
∈
⇐⇒ ·
·
−
−
∈
5. Mostre que lim ah = 1. h→0 umero real a = 1, em Vamos utilizar o Lema 8.3 do livro N´ umeros e Fun¸c˜oes Reais: Fixado o n´ todo intervalo n˜ ao degenerado de R+ existe alguma potˆ encia ar , com r Q. Suponhamos a > 1. O caso 0 < a 0). Logo h( k ) = y para todo h(y) = k y, para todo y y/k y R. Temos ent˜ao f (2 ) = y, para todo y R, ou seja f (21/k )y = y, para todo y R. Denotando a = 21/k , temos f (ay ) = y, para todo y R; assim, f ´e a inversa da fun¸c˜ao exponencial y R a y (0, + ). Logo, f (x) = loga x. R uma fun¸ca˜o crescente tal que f (x y) = f (x) + f (y), para todo x, y 2. Seja f : (0, + ) (0, + ). Usando a id´eia do exerc´ıcio anterior, prove que existe a > 0, a = 1 tal que f (x) = loga x.
∈ ∈ → ∈ ∞
∈
∈ ∈
∞ ∞ →
∈
∈
∈
umero x se sabemos que para todo a = 0, logx (a2 + 2) 1, temos x 1. R definida por g(x) = loga f (x) ´e linear. (Use o Teorema (1,0) (b) Pondo a = f (1) a fun¸c˜ao g : R Fundamental da Proporcionalidade.) (0,5) (c) Para todo x R, g(x) = x, onde g ´e a fun¸c˜ao definida no item (b). (0,5) (d) f (x) = a x para todo x R. UMA SOLUC ¸ ˜ AO O objetivo desta quest˜ao ´e mostrar que ´e poss´ıvel caracterizar a fun¸ c˜ao exponencial a partir da fun¸c˜ao logaritmo, sem usar argumentos geom´etricos, como est´a no livro no caso de logaritmos naturais. (a) Sendo crescente, f n˜ao ´e identicamente nula. Da´ı resulta que f (x) = 0 para todo x R, pois se existisse x 0 R com f (x0 ) = 0 ter´ıamos, para qualquer x R,
·
∈
∈
→
∈
→
∈
∈
∈
f (x) = f (x0 + (x
∈
− x )) = f (x ) · f (x − x ) = 0 0
0
0
e f seria identicamente nula. Em seguida, notamos que x x x x x f (x) = f ( + ) = f ( ) f ( ) = [f ( )]2 > 0 2 2 2 2 2
·
para todo x R. Vamos mostrar que f (0) = 1. Como f (0) = f (0 + 0) = f (0) f (0), ent˜ao f (0) ´e solu¸c˜ao positiva da equa¸c˜ao x = x 2. Como essa equa¸c˜ao s´ o tem 1 como solu¸c˜ao positiva, a igualdade est´a demonstrada.
∈
·
R ´e crescente e satisfaz g(x+y) = (b) O Teorema Fundamental da Proporcionalidade diz que se g : R g(x) + g(y) para quaisquer x , y R, ent˜ao g ´e linear, isto ´e, g(x) = c x, com c > 0. No nosso caso, temos
→
∈
g(x + y) = loga f (x + y) = loga [f (x) f (y)] = loga f (x) + loga f (y) = g(x) + g(y);
·
para quaisquer x , y R. (c) Temos g(1) = loga f (1) = loga a = 1, portanto g(x) = x para todo x R. (d) Como acabamos de ver, loga f (x) = x, para todo x R. Como loga ax = x e a fun¸c˜ao loga ´e injetiva, segue-se que f (x) = a x .
∈
∈
∈
Quest˜ ao 3. (a) Usando as f´ormulas para cos(x + y) e sen(x + y), prove que tg (x
− y) = 1tg+xtg−xtgtgyy
(b) Levando em conta que um ˆangulo ´e m´aximo num certo intervalo quando sua tangente ´e m´axima, use a f´ormula acima para resolver o seguinte problema: Dentro de um campo de futebol, um jogador corre para a linha de fundo do time advers´ ario ao longo de uma reta paralela ´a lateral do campo que cruza a linha de fundo fora do gol (ver Figura). Os postes da meta distam a e b (com a < b) da reta percorrida por ele. Mostre que o jogador vˆe a meta sob ˆangulo m´aximo quando sua distˆancia x ao fundo do campo ´e igual a ab.
√
44
b a β α
x
Pela figura temos tg (α) = tg (β
a b e tg (β ) = . Portanto x x
−
b tg β tg α x α) = = 1 + tg α tg β 1 +
−
−
a x ab x2
=
b a x + axb
−
Como o numerador b a ´e constante, tg (β α) ´e m´axima quando o denominador for m´ınimo. Ou seja, ´e preciso achar x que minimiza a express˜ao x + axb . Como a m´edia aritm´etica ´e sempre maior
−
−
do que ou igual `a m´edia geom´etrica, ent˜ao
√
1 (x + axb ) 2
≥
x +
ab x
=
√ ab, ou seja, o denominador ´e
sempre maior do que ou igual a 2 ab. A igualdade vale se e somente se os dois termos da m´edia s˜ao iguais, isto ´e, quando x = ab. Portanto x + axb atinge seu menor valor quando x = ab.
√
√
Quest˜ ao 4. (1,0) (a) 24h ap´os sua administra¸ca˜o, a quantidade de uma droga no sangue reduz-se a 10% da inicial. Que percentagem resta 12h ap´ os a administra¸c˜ao ? Justifique sua resposta, admitindo que o decaimento da quantidade de droga no sangue ´e exponencial. (1,0) (b) Em quanto tempo a quantidade de droga no organismo se reduz a 50% da dose inicial? (0,5) (c) Se a mesma droga for administrada em duas doses de 10 mg com um intervalo de 12h, qual ´e a quantidade presente no organismo ap´ os 24h da primeira dose? UMA SOLUC ¸ ˜ AO (a) Sendo exponencial, a quantidade de droga no organismo obedece `a lei c0 at , onde a ´e um n´umero entre 0 e 1, c0 ´e a dose inicial (obtida da express˜ ao para t = 0) e t ´e medido, por exemplo, 1 c0 em horas. Ap´os 24h a quantidade se reduz a 10 da inicial, isto ´e, c0 a24 = 10 . c 1 1 24 12 12 0 Portanto a = 10 . Da´ı segue que a = √ 10 , e que c0 a = √ 10 Ent˜ao a quantidade de droga ap´os 12h ´e a quantidade inicial dividida por 10. (b) Para saber o tempo necess´ario para a redu¸ c˜ao da quantidade de droga `a metade (isto ´e, a 1 meia-vida da droga no organismo), basta achar t que cumpra at = 21 . Como a24 = 10 implica
√
a
24 s
=
1 10
s
a resposta ´e t = 24 s, onde s ´e tal que 10−s = 2−1 . Da´ı segue que s = log10 2 e que t = 24 log10 2. 0 (c) A quantidade logo ap´os a primeira dose ´e c 0 . Ap´os 12h ela decai para √ c10 . Uma nova administra¸c˜ao a eleva para c0 + c100 = c 0 (1+ √ 110 ). Ap´os mais 12h essa quantidade ´e dividida por 10, passando
a ser c0 √ 110 +
1 10
√ √ , logo, com c = 10 mg, restar˜ao, ap´os 24h da primeira dose, (1 + 10) mg. 0
3a. Prova de 2011 45
Quest˜ ao 1. (1,0) (a) Prove isto: Se um n´ umero natural n˜ao ´e o quadrado de um outro n´ umero natural, sua raiz quadrada ´e irracional. (1,0) (b) Mostre que 2 + 5 ´e irracional. UMA SOLUC ¸ ˜ AO
√ √ p q
∈ N . Se ∈ Q ´e tal que
(a) Seja n
p q
2
= n, ent˜ao p2 = n q 2 . Como os fatores primos de p2 e
q 2 aparecem todos com expoente par, o mesmo deve ocorrer com os fatores primos de n. Ent˜ao n ´e o quadrado de algum n´umero natural. (b) Se w = 2 + 5 fosse racional ent˜ao seu quadrado
√ √
√ √
w2 = ( 2 + 2
tamb´em seria. Mas w 2−7 = de um n´umero natural.
√
√
5)2 = 2 + 2 10 + 5 = 7 + 2 10
√ 10 tamb´em seria racional, o que n˜ao ´e poss´ıvel, pois 10 n˜ao ´e o quadrado
Quest˜ ao 2. (2,0) No instante em que uma pedra caiu (sem sofrer impulso inicial) ao momento em que se ouviu o som de seu choque com a ´agua no fundo do po¸co decorreram S segundos. Calcular a profundidade do po¸co. Dar a resposta em fun¸c˜ao da acelera¸c˜ao g da gravidade e da velocidade v do som. Usar a f´ormula s = g2 t2 do espa¸co percorrido no tempo t por um corpo em queda livre que partiu do repouso. DUAS SOLUC ¸ ˜ OES Uma solu¸c˜ ao. O tempo S = t 1 + t2 ´e a soma do tempo t1 que a pedra levou para chegar ao fundo mais o tempo t2 que o som levou para vir at´e o n´ıvel da borda. Chamando de x a profundidade do po¸co, temos x = g2 t21 e, por outro lado, x = v t2 = v(S t1 ). Logo g 2 t 2 1
− = v(S − t ) 1
ou g t21 + 2 v t1
− 2 v S = 0,
que ´e uma equa¸c˜ao quadr´atica na inc´ognita t1 . As solu¸co˜es desta equa¸c˜ao s˜ao
−2 v +
4 v 2 + 8 g v S , 2g
−2 v −
4 v 2 + 8 g v S 2g
A segunda ´e negativa e neste problema n˜ao faz sentido. A primeira ´e positiva, porque 4 v 2 = 2v. Ent˜ao, dividindo por 2 o numerador e o denominador da fra¸c˜ao ,
√
t1 =
−v +
logo x = v t2 = v(S
−
4 v2 + 8 g v S >
v 2 + 2 g v S g
v 2 v + t1 ) = S v + g g
v2 + 2 g v S .
Outra solu¸c˜ ao. A solu¸ca˜o ´e essencialmente determinada por aquilo que escolhemos como inc´ ognita (t1 , t2 ou x). Se equacionarmos diretamente em x iremos pelo seguinte caminho. Observe que t1 = 2 xg e t 2 = xv . Ent˜ao, de t1 + t2 = S resulta uma equa¸c˜ao em x:
√
x + v Definamos y =
√ − − 2 g −1 x
S = 0.
√ x. Ent˜ao precisamos achar solu¸co˜es positivas de v −1 y 2 +
2 g −1 y 46
S = 0.
A ´unica solu¸c˜ao positiva dessa equa¸ca˜o quadr´atica ´e
−
− y = Ent˜ao
2 g −1 +
v2 2 x = y = + 4 g 2
2 g −1 + 4 S v −1 . 2 v −1
2 4 S + g v
2
4 8 S + , g2 vg
que equivale `a express˜ao obtida na primeira solu¸c˜ao .
Quest˜ ao 3 . Percorrendo, ao longo de uma reta horizontal, a distˆancia d = AB em dire¸c˜ao `a base ˆ e inacess´ıvel de um poste CD, nota-se (com o aux´ılio de um teodolito) que os ˆangulos C AD C ˆ BD medem, respectivamente, α e β radianos. D Qual ´e a altura do poste CD? Temos CD = AC tg α = BC tg β . Como AC = BC + d, vem (BC + d) tg α = BC tg β , e da´ı tg α BC = d tg α tg β β d α e A B C tg α tg β CD = BC tg β = d tg α tg β
−
−
Quest˜ ao 4. (2,0) Um reservat´orio cont´em uma mistura de ´agua com sal (uma salmoura), que se mant´em homogˆenea gra¸cas a um misturador. Num certo momento, s˜ao abertas duas torneiras, com igual capacidade. Uma despeja ´agua no reservat´ orio e a outra escoa. Ap´ os 8 horas de funcionamento, verifica-se que a quantidade de sal na salmoura reduziu-se a 80% do que era antes que as torneiras fossem abertas. Que percentagem do sal inicial permanecer´a na salmoura ap´ os 24h de abertura das torneiras? UMA SOLUC ¸ ˜ AO Seja M 0 a massa de sal existente no in´ıcio da opera¸ c˜ao . Decorrido o tempo t, essa massa ser´a t M (t) = M 0 a , onde a ´e uma constante (0 < a < 1). Isto se justifica porque, sendo a salmoura da torneira de sa´ıda uma amostra da salmoura do tanque, supostamente homogˆenea, a quantidade de sal que sai por unidade de tempo ´e proporcional `a quantidade de sal no tanque, e isto ´e o princ´ıpio que rege o decaimento exponencial. No entanto, a constante a n˜ ao precisa ser calculada para se resolver o problema. O enunciado nos diz (supondo o tempo t medido em horas) que M (8) = M 0 a8 = 0, 8 M 0, logo a8 = 0, 8. Ap´os 24 horas, a quantidade de sal ´e M 0 a24 . Ora, a24 = (a8 )3 = 0, 83 = 0, 512. Portanto a resposta ´e 51, 2%, isto ´e, pouco mais que a metade.
3.2
Provas de 2012 Primeira Prova de 2012 √
umeros racionais tais que a 2 + b Quest˜ ao 1. Prove que se a, b, c e d s˜ao n´ ent˜ao a = c e b = d. UMA SOLUC ¸ ˜ AO
√ 3 = c√ 2 + d√ 3
√ √ √ √ √ √ A igualdade a 2 + b 3 = c 2 + d 3 implica que ((a − c) 2 = (d − b) 3. Suponha que (c, d). tenhamos (a, b) = Ent˜ao teremos a = c ou b = d. Digamos que b = d (o caso a = c ´e an´alogo). Neste caso podemos dividir ambos os lados por d − b, e teremos √ 3 a−c = √ . d−b 2 47
Como a, b, c, d s˜ao todos racionais, o lado esquerdo ´e racional e igual a alguma fra¸ c˜ao irredut´ıvel . Mas a´ı ter´ıamos 3q 2 = 2 p2 ,
p q
o que ´e imposs´ıvel, pois o lado esquerdo tem um n´ u mero par de fatores 2 e o lado direito tem um n´umero ´ımpar (ou: o lado esquerdo tem um n´ umero ´ımpar de fatores 3 e o lado direito tem um n´ umero par).
R uma fun¸c˜ao crescente tal que, para todo x racional, vale f (x) = a x + b Quest˜ ao 2. Seja f : R (com a, b R constantes). Prove que se tem f (x) = a x + b tamb´em se x for irracional. UMA SOLUC ¸ ˜ AO
→
∈
Dado x irracional, podemos achar r e s racionais com r < x < s, sendo s r t˜ao pequeno quanto desejemos. Como f ´e crescente, da´ı vem f (r) < f (x) < f (s), ou seja, a r + b < f (x) < a s + b. Como f ´e crescente, ent˜ao a > 0, logo podemos subtrair b de cada termo e dividir por a, sem alterar a dire¸c˜ao das desigualdades: f (x) b r< < s. a
−
−
Como r e s podem ser escolhidos t˜ao pr´ oximos de x quanto desejemos, isto nos obriga a ter e, portanto, f (x) = a x + b.
f (x) b a
− = x
Quest˜ ao 3. R tal que g : R R, definida por g(x) = f (x) 1 , tenha (a) Determine uma fun¸c˜ao afim f : R o gr´afico abaixo. (b) Expresse g na forma g(x) = A + α 1 x a 1 + α 2 x a 2 + + α n x a n , para algum n, explicitando os valores de A, α1 , . . . , αn .
→
→ | − | · ··
| − |
2 . 1
|
| − |
|−
y
−2
−1
0
x
UMA SOLUC ¸ ˜ AO (a) Observa¸c˜ao: Em princ´ıpio n˜ao ´e necess´ario “deduzir”quem ´e f , basta apresentar uma fun¸c˜ao candidata e verificar. No entanto, dois argumentos para obtˆe-la seguem abaixo. a direita, vale g(x) = 2 x + 2. Portanto para x 1, Primeiro argumento: No trecho afim mais ` vale, f (x) 1 = 2 x + 2. Ent˜ao, no intervalo ( 1, + ), a express˜ao f (x) 1 n˜ao se anula, logo ou ´e sempre negativa, e neste caso ter-se-´a f (x) 1 = f (x) + 1, ou ´e sempre positiva, e neste caso ter-se-´a f (x) 1 = f (x) 1. No primeiro caso, ter´ıamos f (x) + 1 = 2 x + 2, ou f (x) = 1 2 x, em particular f (0) = 1, o que ´e imposs´ıvel. Ent˜ao s´o resta segunda op¸c˜ao , e f (x) 1 = 2x + 2, de onde f (x) = 2 x + 3, para x 1. Conclu´ımos que f (x) = 2 x + 3 ou f (x) = 2x 3. Ambas as possibilidades s˜ao v´alidas, e escolhemos a primeira f (x) = 2 x + 3. A´ı observamos que essa escolha de f (x) tamb´em funciona nos demais trechos afins.
||
|
|− |
| − − | | − − −
||
| − | | | − | | − | |
− ∞ || | − | −| ≥ −
48
| | − | | −| |
≥ −
Segundo argumento: Suponha que a taxa de varia¸c˜ ao de f seja positiva. Ent˜ao, para x suficientemente
afastado para a direita da raiz de f, f ´e positiva e maior do que 1, de modo que f (x) 1 = f (x) 1. No trecho mais `a direita, isso d´a 2 x + 2, e da´ı se conclui que f (x) = 2 x + 3. Nos outros intervalos, basta verificar. Verifica¸c˜ ao: Para verificar que g(x) = f (x) 1 olha-se a coincidˆencia das fun¸co˜es em cada trecho afim. Os dois lados s˜ao afins nos mesmos intervalos: ( , 2], [ 2, 32 ], [ 32 , 1] e [1, + ). Logo basta verificar a coincidˆencia entre as fun¸ co˜es em dois pontos de cada intervalo. Basta, portanto, 3 verificar que coincidem em 3, 2, 2 , 1, 0, o que pode ser feito facilmente.
||
||
|− |
−∞ −
− −
|− |
−
− −
∞
− − − − ´ natural tomar a = −2, a = − e a = −1. Ent˜ao buscamos escrever (b) E 1
2
3 2
3
g(x) = A + α x + 2 + β x +
|
|
|
3 + γ x + 1 2
|
|
|
Impondo g(0) = 2, g( 1) = 0, g( 32 ) = 1 e g( 2) = 0, obtemos quatro equa¸c˜oes lineares nas inc´ognitas A, α, β e γ . Resolvendo o sistema, chegamos em A = 1, α = γ = 2 e β = 2, logo na fun˜ao dada por 3 x 1 + 2 x + 2 2 x + + 2 x + 1 . 2 Resta ver que essa fun¸c˜ao ´e realmente a fun˜ao g. Essa verifica¸c˜ao ´e feita da mesma maneira que na quest˜ao (a).
−
−
−
−→ −
|
−
|− |
−
−| |
|
Quest˜ ao 4. Ache uma fra¸c˜ao ordin´aria igual ao n´umero real α = 3, 757575 . . . . UMA SOLUC ¸ ˜ AO Se α ´e o n´ umero acima ent˜ao 100 α = 375, 757575 . . . . Subtraindo as duas igualdades, vem 99 α = 372, 0000 . . . . Logo α = 372 . 99
R, em que Quest˜ ao 5. Considere as seguintes possibilidades a respeito das fun¸c˜oes afins f , g : R f (x) = a x + b e g(x) = c x + d. A) f (x) = g(x) para todo x R. B) f (x) = g(x) seja qual for x R. C) Existe um u´nico x R tal que f (x) = g(x). Com essas informa¸co˜es , i) Exprima cada uma das possibilidades acima por meio de rela¸c˜oes entre os coeficientes a, b, c e d. ii) Interprete geometricamente cada uma dessas 3 possibilidades usando os gr´aficos de f e g. UMA SOLUC ¸ ˜ AO:
→
∈
∈
∈
(i) A possibilidade A) ocorre se, e somente se, a = c e b = d. Prova: Se a = c e b = d ent˜ao, para qualquer x R, tem-se f (x) = a x + b = cx + d = g(x). Por outro lado, se f (x) = g(x) para qualquer x R, ent˜ao, em particular, f (0) = g(0), ou seja, a 0 + b = c 0 + d, isto ´e, b = d; al´em disso, f (1) = g(1), implicando a 1 + b = c 1 + d, ou seja, a = c (usando que b = d). A possibilidade B) ocorre se, e somente se, a = c e b = d. Prova: Se a = c e b = d, ent˜ao f (x) g(x) = (a c)x + (b d) = b d = 0, para qualquer x R. Por outro lado, se f (x) = g(x) para qualquer x R ent˜ao f (x) g(x) = (a c)x + (b d) = 0 para qualquer x R, ou seja, (a c) x + (b d) n˜ao tem raiz. Mas isto s´ o ocorre se a = c e b = d. A possibilidade C) ocorre se, e somente se, a = c. b Prova: Se a = c ent˜ao f (x) g(x) = (a c)x + (b d) tem u´nica raiz igual a ad− −c , logo este ´e o ´unico ponto x tal que f (x) = g(x). Por outro lado, se existe um ´unico ponto x tal que f (x) = g(x) ´e porque a diferen¸ca f (x) g(x) = (a c)x + (b d) tem uma u´nica raiz, ou seja, a c = 0. (ii) No caso A), os gr´aficos de f e g s˜ao retas coincidentes. No caso B), os gr´aficos de f e g s˜ao retas paralelas. No caso C), os gr´aficos de f e g s˜ao retas concorrentes.
·
∈ ∈
·
∈
−
− − −
∈
−
−
−
−
·
−
−
−
·
−
−
−
−
Segunda Prova de 2012 49
−
∈
Quest˜ ao 1. Seja f : R R uma fun¸c˜ao tal que f (0) = 0 e f (x) f (y) = x y para quaisquer x, y R. Prove que ou f (x) = x para todo x ou ent˜ao f (x) = x seja qual for x. UMA SOLUC ¸ ˜ AO:
→
∈
|
−
−
| | − |
Tomando y = 0, vemos que f (x) = x , logo f (x) = x para todo x. Resta mostrar que n˜ao se pode ter f (x1 ) = x 1 e f (x2 ) = x2 com x 1 e x2 n˜ao nulos. De fato, se isto ocorresse, ent˜ao
| | | | ± − |x + x | = |x − (−x )| = |f (x ) − f (x )| = |x − x |. Elevando ao quadrado ambos os lados da igualdade |x + x | = |x − x | concluir´ıamos que x x = −x x , isto ´e, que x x = 0, o que ´e uma contradi¸c˜ao com o fato de x e x serem ambos nulos. 1
2
1
2
1
1
1
2
1
2
2
1
1
2
2
2
1
1
2
2
Quest˜ ao 2. Dada a fun¸c˜ao quadr´atica f (x) = a x2 + b x + c, consideremos as fun¸co˜es afins g(x) = m x + t, onde m ´e fixo e t ser´a escolhido convenientemente. Prove que existe uma (´ unica) escolha de t para a qual a equa¸c˜ao f (x) = g(x) tem uma, e somente uma, raiz x. Interprete este fato geometricamente em termos dos gr´aficos de f e g. UMA SOLUC ¸ ˜ AO: A equa¸c˜ao f (x) = g(x) significa a x2 + (b m) x + c t = 0. Esta equa¸c˜ao do segundo grau tem uma raiz u´nica se, e somente se, seu discriminante (b m)2 4 a (c t) ´e igual a zero, ou seja, 2 se t = c (b−4m) (observando que a = 0, j´a que f ´e quadr´atica). Ao variar t, a reta gr´afico de g se a desloca paralelamente a si mesma e toca a par´abola gr´afico de f num s´o ponto quando ´e sua tangente. Este ´e o valor de t que foi calculado.
−
−
− − −
−
Quest˜ ao 3. Dados os pontos A = (3, 7), B = (4, 5), C = (5, 5) e D = (5, 3) em R2 , determine a fun¸c˜ao afim f (x) = a x + b cujo gr´afico cont´em trˆes desses pontos. UMA SOLUC ¸ ˜ AO: As inclina¸co˜es dos segmentos AB, AC e AD s˜ao, respectivamente, 2, 1 e 2. Portanto A, B e D s˜ao colineares. O segmento C D ´e vertical, logo C e D n˜ao podem pertencer ao gr´afico de uma fun¸c˜ao afim. Logo, al´em de A, B, D s´o resta a possibilidade de que A, B e C sejam colineares. No entanto, AB tem inclina¸c˜ao 2 e BC tem inclina¸c˜ao 0, ent˜ao A, B e C n˜ao podem ser colineares. Assim, A, B e D s˜ao os u´nicos trˆes pontos colineares dentre os quatro pontos dados. A fun¸ c˜ao afim cujo gr´afico os cont´em ´e f (x) = a x + b tal que f (3) = 7 e f (4) = 5. Portanto 3 a + b = 7 e 4 a + b = 5. Da´ı resulta que a = 2 e b = 13. A fun¸c˜ao procurada ´e f (x) = 2 x + 13.
− − −
−
−
−
Quest˜ ao 4. A popula¸c˜ao de uma cultura de bact´erias, num ambiente controlado, ´e estimada pela ´area que ocupa sobre uma superf´ıcie plana e tem taxa de crescimento di´aria proporcional a seu tamanho. Se, decorridos 20 dias, a popula¸c˜ao duplicou, ent˜ao ela ficou 50% maior (a) antes de 10 dias. (b) ao completar 10 dias. (c) ap´ os 10 dias. Escolha a resposta certa e justifique sua op¸ca˜o. UMA SOLUC ¸ ˜ AO: Se p0 ´e a popula¸c˜ao original, ap´os decorridos t dias a popula¸c˜ao p = p(t) ser´a dada por p = p 0 at , onde a ´e uma constante maior do que 1. Temos p0 a20 = 2 p0 , logo a20 = 2. Ent˜ao p(10) = p 0 a10 = p0 a20 = p 0 2 1, 414 p0 . Ent˜ao p(10) < 1, 5 p0 , o que nos faz concluir que o crescimento de 50% ser´a atingido ap´ os os primeiros 10 dias. A op¸c˜ao correta ´e (c).
√
√
Quest˜ ao 5. Dados n´umeros reais positivos x e y, ache α e β tais que cos x cos y = 21 cos α + 12 cos β . Em seguida mostre como (mediante o uso de uma tabela de fun¸c˜oes trigonom´etricas) esta igualdade pode ser empregada para reduzir o produto de dois n´ umeros reais positivos quaisquer `as opera¸co˜es de soma e divis˜ao por 2.
·
50
UMA SOLUC ¸ ˜ AO: A f´ormula do cosseno de uma soma, junto com a observa¸c˜ao de que sen( y) =
−
cos(x + y) = cos x cos y
·
− sen y, nos d´a
− sen x · sen y
e
− y) = cos x · cos y + sen x · sen y, logo cos(x + y) + cos(x − y) = 2 cos x · cos y. Da´ı resulta a igualdade proposta, com α = x + y e β = x − y. Em seguida, se a e b s˜ ao n´umeros reais positivos quaisquer, dados por suas express˜oes cos(x
decimais, deslocando as v´ırgulas que separam suas partes inteiras (altera¸c˜ao que pode facilmente ser refeita no final), podemos supor que esses n´ umeros s˜ao ambos compreendidos entre 0 e 1. A tabela nos d´a x e y tais que cos x = a e cos y = b. E a igualdade inicial fornece a b = cos x cos y = 1 (cos(x + y) + cos(x y)). Na pr´atica, ´e preciso 2 (i) tomar x e y pela tabela; (ii) calcular x + y e x y; (iii) obter seus cossenos, tamb´em pela tabela; (iv) somar os cossenos; e (v) dividir por 2. Este artif´ıcio era usado pelos astrˆ onomos antes da descoberta dos logaritmos.
·
− −
a Prova de 2012 3¯
√
Quest˜ ao 1. (2,0) Sejam a, x n´umeros reais positivos, com a < x. Pondo y = 21 (x + xa ), prove que a < y < x. Solu¸c˜ ao: Recordemos que a m´edia geom´etrica de dois n´ umeros ´e menor que a m´edia geom´etrica aritm´etica desses n´umeros, e estas m´edias coincidem se e somente se os n´ umeros s˜ao iguais. Como a < x, a x2 −a a 2 temos a < x e portanto x x = x > 0, donde x > x . Temos ent˜ao y = 21 (x+ ax ) > x xa = a. Para mostrar a outra desigualdade, notemos que, como a < x2 , temos
√
√
−
1 a 1 y = (x + ) = 2 x 2
√
x2 + a x
2 x2 x
1 < 2
√
= x .
Logo, a < y < x. R ´e o conjunto f (R) Quest˜ ao 2. (2,0) A imagem (ou conjunto de valores) de uma fun¸c˜ao f : R cujos elementos s˜ao os n´ umeros f (x), onde x ´e qualquer n´umero real. Determine as imagens da fun¸c˜ao afim f : R R , f (x) = r x + s, e da fun¸c˜ao quadr´atica g : R R , g(x) = a x2 + b x + c. Discuta as possibilidades e justifique suas afirma¸co˜es.
→
→
→
Se r = 0, temos f (x) = s, para todo x R. Logo, a imagem de f ´e f (R) = s Suponhamos agora r = 0. Afirmamos que a imagem de f ´e f (R) = R. De fato, dado y f´acil ver que o n´ umero x = y−r s satisfaz f (x) = y. Consideremos agora a fun¸c˜ao g. Vamos fazer a an´alise para a > 0. Podemos escrever
∈
g(x) = a
≥ 2
{}
− x +
b 2a
2
∈ R , ´e
∆ . 4a
∆ 0, temos g(x) Como x + 2ba , para todo x. Isto mostra que g(R) [ 4∆a , + ). Para 4a ∆ R tal que g(x) = y, isto ´e, mostrar a outra inclus˜ao, tomemos y . Vamos procurar x 4a 2 a x + b x + c y = 0. O discriminante desta equa¸c˜ao ´e
≥ − ≥−
−
∆ = b 2
∈
2
⊂ −
∞
− 4 a (c − y) = b − 4 a c + 4 a y = ∆ + 4 a y ≥ ∆ − ∆ = 0 Como ∆ ≥ 0, a equa¸c˜ao a x + b x + c − y = 0 tem ao menos uma solu¸c˜ao, isto ´e, existe x ∈ R tal 2
que g(x) = y.
51
Logo g(R) = [ 4∆a , + ). Considera¸co˜es an´alogas mostram que, se a 0, se x > x0 .
−
∈
−
≥
−
−
−
(b) Se a multiplicidade da raiz x0 ´e um n´umero ´ımpar, digamos 2 i + 1, de p(x), ent˜ao p(x) = (x x 0 )2 i+1 q (x), para algum polinˆomio q (x), com q (x0 ) = 0: para fixar as id´ eias, suponhamos q (x0 ) > 0 (tudo ´e an´alogo se q (x0 ) < 0). Como q ´e uma fun¸c˜ao cont´ınua e q (x0 ) > 0, existe r > 0 em que q (x) 0 para todo x (x0 r, x0 + r). Como (x x 0 )2 i+1 < 0, para todo x < x0 e (x x 0 )2 i+1 > 0, para todo x > x0 , temos (x x 0 )2 i+1 q (x) < 0 para todo x (x0 r, x0 ) e 2 i+1 (x x0 ) q (x) > 0 para todo x (x0 , x0 + r). Logo, p muda de sinal no intervalo (x0 r, x0 + r). A rec´ıproca ´e an´aloga ao caso (a).
−
≥
− −
∈
−
−
−
∈
∈
− −
(c) As figuras abaixo descrevem geometricamente as situa¸c˜oes estudadas em (a) e (b). y
y
x0 0
x0
x
0
x
k par
k ´ımpar
Quest˜ ao 3. (2,0) A massa de certas substˆancias radioativas decresce a uma taxa proporcional `a pr´ opria massa. A meia vida T de uma substˆancia como essa ´e definida como o tempo transcorrido para que sua massa se reduza `a metade da inicial. Considere uma substˆancia radioatva S cuja meia vida ´e de 5.000 anos. (a) Considere uma massa de m 0 = 7 g da substˆancia S . Qual ´e o tempo transcorrido para que a massa se reduza a 81 da inicial? Este tempo depende da massa inicial m 0 ? Justifique sua resposta. [0,2 ponto] (b) Determine a fun¸c˜ao m : [0, + [ R que d´a a massa da substˆancia S , com massa inicial m 0 , em fun¸c˜ao do tempo medido em anos. [0,8 ponto] (c) Use as aproxima¸co˜es log10 (2) 0, 3 e log10 (5) 0, 7 para determinar uma aproxima¸c˜ao para o tempo gasto para a massa da substˆancia S se reduzir a 10% da inicial. [1 ponto] Solu¸ca ˜o: (dada no gabarito) (a) Ap´os os primeiros 5.000 anos, a massa ser´a igual m1 = 21 m0 . Ap´os mais 5:000 a massa ser´a m2 = 21 m1 = 41 m0 , e ap´os outros 5.000, esta ser´a m3 = 21 m2 = 81 m0. Portanto, s˜ao decorridos 15:000 para que a massa se reduza a 81 da inicial. Independentemente de m0 = 7 g ou outro valor, o tempo para que a massa seja reduzida a 81 da inicial ser´a sempre de 15.000 anos. Como este argumento mostra, devido `a definio de meia-vida, a resposta n˜ao depende do valor da massa inicial. (b) Consideremos uma vari´avel s representando o tempo medido em unidades de 5.000 anos. Como a cada 5.000 anos, a massa cai a metade, ent˜ ao a massa em fun¸ c˜ao de s dada por:
∞→
m(s) =
1 m0 . 2s
Se t ´e uma vari´avel representando o tempo medido em anos, ent˜ao t = 5.000 s. Portanto: m(t) =
(c) Devemos resolver a equa¸c˜ao m(t) =
1 m 0 , 10
1 2t/5.000
m 0 .
que corresponde a 2t/5.000 = 10. Portanto, temos:
t log10 5 = log2 10 = 1 + log2 5 = 1 + 5.000 log10 2 56
Logo:
log10 5 t = 5.000 1 + log10 2
5.000 1 +
7 50.000 = 3 3
16.667 anos.
Quest˜ ao 4. [2 pontos] Considere uma reta r, um ponto A / r e trˆes pontos B, C, D r, tais que C est´a entre B e D. Em cada um dos itens a seguir, decida se s˜ao os dados suficientes para determinar com certeza as medidas de: (i) cada um dos lados do triˆangulo ABC ; (ii) cada um dos ˆangulos do triˆangulo ABC . Justifique rigorosamente as suas respostas.
∈
∈
= 60◦ ; [0,5 ponto] (a) BC = 1 e BAC 135◦ ; [0,5 ponto] (b) BC = 1 e ACD = = 60◦ e (c) BC = 1, BAC ACD = 135◦ ; [0,5 ponto] = 60◦ e ACD = 135◦ . [0,5 ponto] (d) BAC A
(a)
60 60 ◦
Os dados n˜ao determinam. Podemos ter mais de um triˆangulo, como mostram as figuras ao lado. A
60 ◦
◦
B
C
B
C
A
A 45
Os dados n˜ao determinam. Podemos ter mais de um triˆ angulo,
(b)
como mostra a figura ao lado. 135◦
◦
1
B
.
C
D
(c) Os dados s˜ao suficientes para determinar o triˆangulo. O ˆangulo Aˆ ´e 75◦ . Os lados b e c s˜ao determinados pela lei dos senos: b 1 c 1 Da rela¸c˜ao = obtemos b e da rela¸ c a ˜ o = obtemos c. sen60◦ sen75◦ sen 45◦ sen 75◦ A
Os dados s˜ao insuficientes. Podemos ter mais de um triˆangulo,
A como vemos os triˆangulos AB C e A B C ao lado (em que A B AB ). 45 .
(d)
◦
B
B
C
D
Quest˜ ao 5. [2 pontos] A figura a seguir representa um esbo¸co do gr´afico da fun¸c˜ao g : ]0, + [ R definida por g(x) = sen(log10 (x)), feito por um aplicativo computacional. Observe que o aplicativo n˜ ao conseguiu desenhar em detalhes o que ocorre perto da origem do sistema de coordenadas.
∞→
57
´ poss´ıvel determinar a menor raiz? [0,6 ponto] (a) Determine todas as ra´ızes da equa¸c˜ao g(x) = 0. E (b) Fa¸ca um esbo¸co do gr´afico de g na janela gr´afica 0 < x 0. Ent˜ ao x y = a, ou seja, a m´edia geom´etrica de x e y, dada por x y, ´e igual a a. A m´edia aritm´etica desses dois n´ umeros positivos ´e sempre maior do que ou igual a sua m´edia geom´etrica, e a igualdade se d´ a se, e somente se, x = y, (o que, por conseguinte, resulta em x = y = a). Ent˜ ao o per´ımetro 2 x + 2 y, que ´e 4 vezes a m´edia aritm´etica, ´e m´ınimo e igual a 4 a quando o retˆ angulo ´e um quadrado de lados iguais a a.
√
√
√
√
√
(b) Basta mostrar que n˜ ao existe retˆangulo de per´ımetro m´ a ximo com ´a rea fixada. Para isso, ´e suficiente mostrar que existem retˆ angulos com essa a´rea de per´ımetro t˜ ao grande quanto√ se queira. Por exemplo, para cada n´ umero natural tomamos o retˆ angulo Rn de lados n a e na . Evidentemente a a´rea desse retˆ angulo ´e a. Por outro lado, seu per´ımetro ´e 2n a + n2 a, que ´e maior do que 2 n a. Assim, dado qualquer n´ umero p > 0 sempre se pode achar n tal que o per´ımetro de R n ´e maior do que , bastando tomar tal que 2n a > p.
√
√
4.2
√ √
√
Exame 2012.2
Quest˜ ao 1. (a) Prove que, para quaisquer x, y, z, a, b, c (a x + b y + c z )2
∈ R, tem-se 2
≤ (a
+ b2 + c2 )(x2 + y 2 + z 2 ).
(b) Excetuando o caso trivial em que a = b = c = 0, mostre que vale a igualdade se, e somente se, existe m R tal que x = ma, y = m b e z = m c. UMA SOLUC ¸ ˜ AO (a) Efetuando as opera¸c˜oes indicadas, vemos que
∈
(a2 + b2 + c2 )(x2 + y 2 + z 2)
− (a x + b y + c z )
2
= (a y
2
− b x)
+ (a z
2
− c x)
+ (b z
2
− c y) .
Como todo quadrado em R ´e 0, segue-se a desigualdade proposta. (b) Quanto a` igualdade, ela ´e evidente no caso em que x = m a, y = m b e z = m c, para algum m R. Reciprocamente, se ela vale ent˜ ao, supondo, por exemplo, a = 0, pomos m = xa . Sabendo (pelo visto acima) que a y b x = a z c x = b z c y =, de x = m a resultam 0 = a y b x = a y m a b e da´ı (como a = 0) tiramos y = m b. Analogamente, obtemos z = m c. Quest˜ ao 2. (a) Usando o gr´ afico com o qual se define geometricamente o logaritmo natural ln, mostre que ln(1 + x) < x para todo x > 0, e da´ı ln x < x. (b) Tomando x em vez de x nesta u ´ltima desigualdade, prove que para todo x suficientemente grande o quoci- 1 ente lnxx pode tornar-se t˜ ao pequeno quanto desejemos. (c) Prove ainda que essa conclus˜ ao ´e v´alida para loga ritmos em qualquer base > 1. 1 1 + x UMA SOLUC ¸ ˜ AO: (a) ln(1 + x) ´e a a´rea de uma faixa de hip´erbole, contida no retˆ angulo de altura 1 e base igual ao intervalo [1, 1 + x] do eixo das abscissas. Da´ı ln(1 + x) < x, pois x ´e a a´rea desse retˆ angulo. Como ln x ´e uma fun¸c˜ao crescente de x, tem-se ln x ε42 . (c) Finalmente, se log x significar o logaritmo de x na base a, ent˜ao tomando c = log e teremos log x = c ln x, e da´ı ln x ln x = c , x x ou seja, os dois quocientes diferem apenas por uma constante. Ent˜ ao log x 2c < , x x
√
que ´e menor do que ε se x >
4.3
4 c2 ε2
.
Exame 2012.3
Quest˜ ao 2: (pontua¸c˜ao: 1,5) A figura abaixo mostra uma folha de papel retangular ABCD com AB = 25cm e BC = 20 cm. Foi feita uma dobra no segmento AE de forma que o v´ertice B coincidiu com o ponto P do lado CD do retˆangulo. (a) Calcule o comprimento do segmento DP . (b) Calcule a raz ao entre as a´reas dos triˆangulos ADP e P CE . (c) Calcule o comprimento do segmento AE . D
P
A
C
D
E
B
P
β α α β
A
C
E
B
Uma solu¸c˜ ao: a) Como os triˆ angulos AEB e AEP s˜ao congruentes, ent˜ ao AP = AB = 25 cm . Assim, pelo teorema de Pit´ agoras, DP = 252 202 = 15cm
√
−
b) Temos P C = 25 15 = 10 cm. O aˆngulo AP E ´e reto pois ´e igual ao aˆngulo ABE . Assim, os aˆngulos α e β da figura s˜ao complementares e, como consequˆencia, os triˆ angulos ADP e P CE 20 s˜ao semelhantes, pois possuem os mesmos ˆangulos e a raz˜ao de semelhan¸ca ´e k = AD = 10 = 2. P C 2 Assim, a raz˜ao entre as a´reas desses triˆ angulos ´e k = 4. 15 c) Da semelhan¸ca dos triˆ angulos ADP e P CE tem-se PCE = DP , ou seja, CE = 20 , o que d´a C AD 10 CE = 7, 5 cm e, consequentemente, BE = 12, 5cm. O teorema de Pit´agoras pode ser usado no triˆ angulo ABE para calcular o comprimento de 2 2 AE . Isto d´a AE = 25 + (12, 5) cm. Observando que, neste problema, AB ´e o dobro de BE , o c´alculo acima ´e imediato. Se um triˆangulo retˆ angulo possui catetos a e 2 a, ent˜ √ ao sua hipotenusa mede a 5. Assim, neste caso, obtemos facilmente que AE = 12, 5 5 = 252 5 cm. Quest˜ ao 5: (pontua¸c˜ao: 1) Um corpo est´a impregnado de uma substˆ ancia radioativa cuja meia-vida ´e um ano. Quanto tempo levar´ a para que sua radioatividade se reduza a 10% do que ´e?
−
√
√
67
Uma solu¸c˜ ao: Se M 0 ´e a massa da substˆ ancia radioativa no ano t = 0 e M ´e a massa da mesma t substˆancia ap´ os t anos, ent˜ao M = M 0 a , para um certo a, com 0 < a 10 e d 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 , ´e um quadrado. Uma solu¸c˜ ao: a) Escrevamos a = 10 b + c, com c 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 . Logo,
∈
∈{ ∈{
}
}
m = a 2 = (10 b + c)2 = 10(10 b2 + 2 b c) + c2 . Portanto, o algarismo das unidades de m coincide o algarismo das unidades de c 2 . Fazendo variar c no conjunto 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 , temos os seguintes poss´ıveis valores:
{
}
c2 = 0, c2 = 1, c2 = 4, c2 = 9, c2 = 16, c2 = 25, c2 = 36, c2 = 49, c2 = 64, c2 = 81, o que prova a asser¸c˜ao . b) Todo n´ umero natural a se escreve na forma 4 s + r, com r = 0, 1, 2 ou 3. Temos que r = r = r = r =
0: 1: 2: 3:
m = a 2 m = a 2 m = a 2 m = a 2
= (4 s)2 = 4(4 s2 ), = (4 s + 1) 2 = 4(4 s2 + 2 s) + 1, = (4 s + 2) 2 = 4(4 s2 + 4 s) + 4 = 4 (4s2 + 4 s + 1), = (4 s + 3) 2 = 4(4 s2 + 6 s) + 9 = 4 (4s2 + 6 s + 2) + 1,
logo m ´e da forma 4 n ou 4 n + 1. 68
[Observe tamb´em que se dois n´ umeros a e b deixam restos r 1 e r 2 , respectivamente, na divis˜ ao por um n´ umero c, ent˜ao o produto a b deixa o mesmo resto na divis˜ a o por c que o produto r1 r2. 2 2 2 2 Assim, apenas temos que olhar para 0 , 1 , 2 , 3 e observar que estes quatro n´ umeros deixam resto 1 ou 0 na divis˜ao por 4]. c) Os casos d = 2, 3, 7 e 8 s˜ ao consequˆencias imediatas do item (a). Os casos d = 1, 4 e 9 s˜ ao tratados a seguir. Temos que m = 11 . . . 1 = 100 x + 11 = 4 (25 x + 2) + 3, logo m ´e da forma 4 n + 3. Portanto, m n˜ao ´e um quadrado. Os n´ umeros m = 44 . . . 4 = 4 (11 . . . 1) e m = 99 . . . 9 = 9 (11 . . . 1) n˜ao podem ser quadrados, pois, caso contr´ ario, 11 . . . 1 seria um quadrado. O caso d = 5 segue do fato de m = 55 . . . 5 = 100 y + 55 = 4 (25 y + 13) + 3, logo da forma 4 n + 3. O caso d = 6 segue do fato de m = 66 . . . 6 = 4 (25 z + 16) + 2, logo da forma 4 n + 2.
4.4
Exame 2013.1
ao ´e demonstrar que a fun¸ ca˜o f (x) = Quest˜ ao 3. (pontua¸c˜ ao: 1,5) O objetivo desta quest˜ cos x, x 0, n˜ao ´e peri´o dica, ou seja, n˜a o existe nenhum n´ umero real positivo T tal que cos x + T = cos x para todo x 0. a) Encontre todos os valores de T 0 para os quais f (T ) = f (0) e, a seguir, encontre todos os valores de T 0 para os quais f (T ) = f (2 T ). b) Use o ´ıtem a) para mostrar que f (x) n˜ao ´e peri´odica. Uma solu¸c˜ ao: a) Se f (T ) = f (0), T 0, ent˜ao cos T = cos 0 = 1 e
√ √
≥
√
≥ ≥
≥
√
≥
√
T = 2 k π , k = 0, 1, 2, . . . = T = 4 k 2π 2 , k = 0, 1, 2, . . .
⇒
(1)
Reciprocamente se T = 4 k 2 π 2 , k = 0, 1, 2, . . . , ent˜ao f (T ) = f (0).
√ √ ≥ 0, ent˜ao cos 2 T = cos T e √ 2 T = √ T + 2 m π , m ∈ Z tais que √ T + 2 m π ≥ 0 ou √ √ √ 2 T = − T + 2 m π , m ∈ Z tais que − T + 2 m π ≥ 0. Logo √ 2 T −√ T = 2 m π =⇒ 2T −2 √ 2 T +T = 4 m π =⇒ T = 4 m π√ , m = 0, 1, 2, . . . 3−2 2 √ (para esses valores de T ´e imediato verificar que T + 2 mπ ≥ 0) ou √ 2 T +√ T = 2 m π =⇒ 2 T +2√ 2 T +T = 4 m 2 π =⇒ T = 4 m π√ , m = 0, 1, 2, . . . 3+2 2 √ (para esses valores de T ´e imediato verificar que − T + 2 m π ≥ 0). Por outro lado, se f (T ) = f (2 T ), T
2 2
2 2
2
(2)
2 2
4 m2 π 2 4 m2 π 2 Reciprocamente, se T = ou T = , m = 0, 1, 2, . . . , ´e imediato constatar 3 2 2 3 2 2 que f (T ) = f (2 T ). b) Para mostrar que f n˜ao ´e peri´odica, suponhamos o contr´ ario, isto ´e, admitamos a existˆencia de um n´ umero positivo T tal que
− √
− √
cos para todo x
√ x + T = cos √ x,
≥ 0. 69
(3)
Ent˜ao,
√
√
cos 2 T = cos T = cos 0, e, de a) (1), obtemos as igualdades 2 T = 4 k12 π 2 e T = 4 k22 π 2 , com k 1 e k 2 inteiros positivos, logo
√
2=
o que ´e imposs´ıvel dado que
k1 k2
√ 2 ´e um n´umero irracional.
Quest˜ ao 4. (pontua¸c˜ ao: 1,0) A derivada de um polinˆomio p(x) = an xn + an−1 xn−1 + a1 x + a0 ´e, por defini¸c˜ao, o polinˆomio p (x) = n an xn−1 + (n
− 1) a −
n 1
xn−2 +
· ·· + 2 a
2
· ·· +
x + a1.
Admita a regra da derivada do produto: ( p q ) (x) = p (x) q (x) + p(x) q (x) e prove que a R cumpre p(a) = p (a) = 0 se, e somente se, p(x) = (x a)2 s(x) para algum polinˆomio s(x). Uma solu¸c˜ ao: ( =) Supondo p(x) = (x a)2 s(x) = (x2 2 a x + a 2 ) s(x), temos, obviamente p(a) = 0. Derivando, vem que p (x) = 2 (x a) s(x) + (x a)2 s (x), portanto p (a) = 0. Logo, p(a) = p (a) = 0. (= ) Reciprocamente, supondo p(a) = p (a) = 0, temos, pelo algoritmo da divis˜ a o, que p(x) = (x a) q (x) para algum polinˆomio quociente q (x). Derivando esta u´ltima igualdade, vem
∈
−
⇐
⇒
−
−
− −
−
p (x) = q (x) + (x
− a) q (x).
Como p(a) = 0, temos q (a) = 0. Usando novamente o algoritmo da divis˜ a o temos q (x) = 2 (x a) s(x) para algum polinˆomio s(x), e da´ı p(x) = (x a) s(x).
−
4.5
−
Segundo Exame de 2013
Quest˜ ao 2. A sequˆencia (an), n 0, ´e definida da seguinte maneira: an a0 = 4, a1 = 6 e an+1 = , n 1 an−1 a) Encontre a7 . b) Encontre a soma dos primeiros 2013 termos da sequˆencia. Uma solu¸c˜ ao: a) Basta fazer um c´alculo direto: a7 = 6. Na verdade a sequˆ encia ´e dada por: 4, 6, 6/4, 1/4, 1/6, 4/6, 4, 6,... e vemos que ela se repete em ciclos de tamanho 6; os termos de ´ındices n = 6, 12, . . . , 6k, . . . k N s˜ao todos iguais a 4; isto ser´ a usado no ´ıtem b). b) Para encontrarmos a soma, primeiramente observamos que a soma do seis primeiros termos 6 1 1 4 151 + a5 ´e igual a 4 + 6 + + + + = . Assim, at´e 2009 (incluindo-o) temos 335 a0 + a1 + 4 4 6 6 12 151 6 1 50726 25363 blocos iguais a 151 . Portanto, a soma solicitada ´ e igual a 335( )+4+6+ + = = . 12 12 4 4 12 6
≥ ≥
∈
·· ·
R uma fun¸c˜ao peri´odica e g : R R uma fun¸c˜ao qualquer. Quest˜ ao 5. Sejam f : R odica? Em caso afirmativo, demonstre; em caso a) A fun¸ca˜o composta g f ´e necessariamente peri´ negativo, apresente um contra-exemplo. odica? Em caso afirmativo, demonstre; em caso b) A fun¸ca˜o composta f g ´e necessariamente peri´ negativo, apresente um contra-exemplo.
→
→
◦ ◦
70
Uma solu¸c˜ ao : a) Seja T > 0 o per´ıodo de f , ent˜ao f (x + T ) = f (x),
∀x ∈ R. Como (g ◦ f )(x + T ) = g(f (x + T )) = g(f (x)) = (g ◦ f )(x), ∀x ∈ R, conclu´ımos que g ◦ f ´e tamb´em peri´odica.
´ falso. Considere, por exemplo, as fun¸co˜es f (x) = sen(x) e g(x) definida por b) E
0, π , 2
(f g)(x) =
g(x) = Ent˜ao f g n˜ao ´e peri´odica.
◦
◦
se x 2008, tal que 1 + 2 + 13. Justifique sua resposta. Uma solu¸c˜ ao: k (k + 1) Sabemos que 1 + 2 + + k = . Assim, para que a soma seja um m´ ultiplo de 13, 2 temos que ter que k (k + 1) ´e um m´ultiplo de 13 e j´a que 13 um n´ umero primo, ent˜ a o ou k ou ultiplo de 13. Como queremos o menor valor de k para que isto aconte¸ca, devemos k + 1 ´e um m´ ter que k + 1 ´e um m´ultiplo de 13; assim k + 1 = 2015 e portanto k = 2014.
···
···
71
4.6
Quest˜ oes de 2014
Quest˜ ao 8: Sejam f : X Y e g : Y X duas fun¸c˜oes. Prove que: (a) se g f ´e injetiva, ent˜ ao f ´e injetiva. (b) se f g ´e sobrejetiva, ent˜ao f ´e sobrejetiva. Solu¸c˜ ao. (a) Queremos mostrar que, dados x1 , x2 X satisfazendo f (x1) = f (x2 ); temos necessariamente x1 = x 2 . Suponhamos f (x1 ) = f (x2 ). Ent˜ao, tem-se que g(f (x1 )) = g(f (x2 )), isto ´e, (g f )(x1) = (g f )(x2 ). Como g f ´e injetiva, essa igualdade implica x1 = x 2 . Como g f : X X ´e injetiva por hip´otese, conclui-se que x1 = x2 , ou seja, f : X Y ´e injetiva. (b) Queremos mostrar que, dado qualquer y Y , existe x X tal que f (x) = y. Visto que f g : Y Y ´e sobrejetiva, dado qualquer y Y , existe y1 Y tal que (f g)(y1 ) = y, isto ´e f (g(y1 )) = y. Denotando por x = g(y1 ) X , conclui-se que, dado y Y existe x = g(y1 ) X tal que f (x) = y, isto ´e, f ´e sobrejetiva.
→
◦ ◦
→
∈
◦
◦
◦
◦ →
◦
→
→
∈
∈
∈
∈ ∈
◦
∈
∈
Quest˜ ao 3: Um quadril´atero tem os seus v´ertices sobre cada um dos lados de um quadrado, cujo lado tem medida 1. Sabendo que as medidas dos lados desse quadril´ atero s˜ ao a, b, c e d, prove que 2 a 2 + b2 + c2 + d2 4.
≤
Solu¸ca ˜o: Denotemos por ABCD o quadrado de lado 1 e por MNOP o quadril´atero inscrito no quadrado tal que P M = a, MN = b, N O = c e OP = d, conforme mostra a figura. Denote ainda por x = AM, y = BN z = CO e t = DP . Como o quadrado ABCD tem lado 1, tem-se que MB = 1 x, CN = 1 y,OD = 1 z e P A = 1 t. Usando o Teorema de Pit´ agoras nos triˆ angulos retˆangulos AMP, MBN, NCO e ODP conclui-se que
−
−
−
−
a2 = (1 x)2 + (1 b2 = x 2 + y 2 , c2 = (1 y)2 + z 2 , d2 = (1 z )2 + t2 .
− − −
Somando, obt´em-se
2
− t) ,
≤
B
x
M
1
−x
A
y a b 1 t N P d 1 y t c
−
−
C
z
O
1
−z
D
a2 + b2 + c2 + d2 = [x2 + (1 x)2] + [y2 + (1 y)2 ] + [z 2 + (1 z )2 ] + [t2 + (1 t)2 ] = (2 x2 2 x + 1) + (2 y2 2y + 1) + (2 z 2 2 z + 1) + (2 t2 2t + 1) = f (x) + f (y) + f (z ) + f (t),
−
−
−
−
− − − −
em que f (x) = 2 x2 2 x + 1, x [0, 1]. Agora ´e necess´ ario calcular os valores de m´ aximo e 2 m´ınimo da fun¸ca˜o f (x) = 2 x 2 x + 1, x [0, 1]. Visto que f ´e uma fun¸ca˜o quadr´ atica de coeficiente l´ıder positivo, o valor m´ınimo ocorre no v´ertice (desde que esse v´ertice esteja dentro do intervalo) e o valor m´aximo ocorre em um dos extremos do intervalo. Como f (0) = f (1) = 1; a simetria da par´abola assegura que o v´ertice est´ a dentro do intervalo e ocorre em x = 1/2. Como f (1/2) = 1/2, obt´em-se que 1 f (x) 1, x [0, 1]. 2 Desta forma, como a2 + b2 + c2 + d2 = f (x) + f (y) + f (z ) + f (t), conclui-se que
−
−
∈
≤
∈
≤
∀ ∈
72
1 1 1 1 2 = + + + 2 2 2 2
≤ a
2
+ b2 + c2 + d2
73
≤ 1 + 1 + 1 + 1 = 4.
Cap´ıtulo 5 Outros Exerc´ıcios 5.1 Listas de anos anteriores Conferir tudo nesta se¸c˜ ao e copiar no Cap´ıtulo apropriado Exerc´ıcio 8: Em uma ferrovia, as esta¸co˜es A e B distam entre si 3km e a cada 3min parte um trem de cada uma delas em dire¸c˜ao a` outra. Um pedestre parte de A para B, no exato momento em que um trem parte de A para B e outro chega a A vindo de B. Ele chega a B no exato momento em que um trem parte de B para A e outro trem chega a B vindo de A. Em seu caminho, o pedestre encontrou 17 trens que iam no mesmo sentido que ele e com 23 trens que iam no sentido oposto ao seu, a´ı inclu´ıdos os 4 trens j´a citados anteriormente. As velocidades dos trens s˜ ao iguais. Calcule as velocidades dos trens e do pedestre. Denotemos vP = velocidade do pedestre, vT = velocidade do trem, t = tempo gasto pelo pedestre para ir de A a B . 17 trens A
→ B, contando desde quando P sai de A at´e quando chega a B 23 trens B → A, contando desde quando P sai de A at´e quando chega a B P foi alcan¸cado por 16 dos 17 trens: o u ´ltimo trem (T 17 ) alcan¸cou P em B T 17 saiu de A 16 Portanto
× 3 = 48 minutos depois de P . Portanto, T
17 levou
vT (t
trens no sentido oposto
− 48) = v
P t
t
− 48 minutos de A a B
= 3 km
o primeiro trem que cruza P saiu de B 22 3 = 66 minutos antes do T 23 (B →A) Portanto T 23 (B →A) fez o percurso B A em 66 t minutos. Assim vT (66 t) = v P t = 3 km
×
→
−
Combinando (??) e (??), temos 66 t = t em (??) temos vT (57 48) = 3, ou seja
−
−
−
vP =
3 60 Km/min = Km/hora 57 19
≈ 3, 15 Km/hora
Exerc´ıcio 10: Determine os valores reais de x que satisfazem a) 2 x + 3
(5.2)
− 48, donde obtemos t = 57 minutos. Substituindo
1 60 vT = Km/min = Km/min = 20 Km/hora 3 3 Finalmente
(5.1)
− (x − 1) < x + 1 74
b) 2 x + 3 (x 1) < x + 5 c) min x + 1, 5 x > 2 x 3 d) min x + 1, 5 x 2 x − 3 cuja solu¸ca˜o ´e x< . Logo o conjunto solu¸c˜ao ´e ( , ∞). (d) min{x + 1, 5 − x} 1 multiplicamos a inequa¸ca˜o por (1 x)(2 x + 1) 0, donde 0 < x 1 ou seja > 2, ou a
View more...
Comments