Linguagens Documentárias - Biblioteconomia

April 8, 2023 | Author: Anonymous | Category: N/A
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LINGUAGENS LINGU AGENS DOCUMENTÁRIAS DOCUMENTÁRIAS

Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educaç Educação ão

 

Claretiano – Centro Universitário

Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000 [email protected] Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006 claretiano.edu.br/batatais

Olá! Meu nome é Raquel Prado Leite de Sousa. Sousa. Sou Mestre em Ciência, Tecnologia Tecnologia e Sociedade pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Tenho graduação em Biblioteconomia e Ciências da Informação pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Licenciatura em Língua Portuguesa pelas Faculdades Integradas Maria Imaculada (FIMI) e Comunicação Social Jornalismo pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Tenho experiência como redatora, professora de Língua Portuguesa e Literatura e bibliotecária escolar, tendo atuado na rede pública e particular de ensino. Também atuei como professora, lecionando disciplinas de representação temática, representação descritiva e mediação da informação em cursos de graduação e especialização em Biblioteconomia. Atualmente curso doutorado em Educação na Ufscar. E-mail : [email protected] [email protected] m

 

Raquel Juliana Prado Leite de Sousa

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Batatais Claretiano 2018

 

© Ação Educacional Claretiana, 2018 – Batatais (SP) Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação gravação e distribuição na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do autor e da Ação Educacional Claretiana.

Reitor: Prof. Dr. Pe. Sérgio Ibanor Piva Reitor: Vice--Reitor Vice Reitor:: Prof. Dr. Pe. Cláudio Roberto Fontana Bastos Pró--Reitor Administravo: Pró Administravo: Pe. Luiz Claudemir Boeon Pró--Reitor de Extensão e Ação Comunitária: Pró Comunitária: Prof. Dr. Pe. Cláudio Roberto Fontana Bastos Pró--Reitor Acadêmico: Pró Acadêmico: Prof. Prof. Me. Luís Cláudio de Almeida Coordenador Geral de EaD: EaD: Prof. Me. Evandro Luís Ribeiro

CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL Coordenador de Material Didático Mediacional: Mediacional: J. Alves Preparação : Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera Preparação: • Cátia Aparecida Ribeiro • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori Martins • Lidiane Maria Magalini • Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo •  Patrícia Alves Veronez Montera • Raquel Baptista Meneses Frata • Simone Rodrigues de Oliveira Revisão: Eduardo Henrique Marinheiro • Filipi Andrade de Deus Silveira • Rafael Antonio Revisão: Morotti • Rodrigo Ferreira Daverni • Vanessa Vergani Machado Projeto gráfico, diagramação diagramação e capa capa:: Bruno do Carmo Bulgarelli • Joice Cristina Micai • Lúcia Maria de Sousa Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires Botta Murakami Videoaula: André Luís Menari Pereira Videoaula: Pereira • Bruna Giovanaz Giovanaz • Marilene Baviera • Renan de Omote Cardoso

INFORMAÇÕES INFORMAÇÕ ES GERAIS Cursos: Graduação Título: Linguagens Documentária Documentáriass Versão: fev./2019 Formato: 15x21 cm Páginas: 155 páginas

 

SUMÁRIO 1. 2. 3. 4. 5.

INTRODUÇÃO......... INTRODUÇÃO ................. ................. .................. .................. ................. ................ ................. ................. ................ ................. .............. ..... 9 GLOSSÁ GLO SSÁRIO RIO DE CON CONCE CEITOS ITOS ........ ................ ................. .................. .................. ................. ................ ................. ................. ........ 13 ESQUEMA DOS CONCEITOSCHA CONC EITOSCHAVE VE ........ ................. ................. ................. .................. ................. ................. ............ ... 16 REFER REF ERÊNC ÊNCIAS IAS BIB BIBLI LIOGR OGRÁFI ÁFICAS CAS ........ ................. ................. .................. .................. ................ ................. ................. .......... 17 EREFERÊNCIAS ......... ................. ................. .................. .................. ................. ................ ................. ................. ................ ................. ........... .. 17

UNIDADE 1 – LINGUAGENS DOCUMENTÁRIAS: CARACTERÍSTICAS, TIPOS E FUNÇÕES 1. INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO......... ................. ................. .................. .................. ................. ................ ................. ................. ................ ................. .............. ..... 21 2. CON CONTEÚ TEÚDO DO BÁS BÁSICO ICO DE RE REFER FERÊNC ÊNCIA IA ......... .................. ................. ................. .................. ................. ................ .......... 23 2.1. LINGUAGE LING UAGENS NS DOCU DO CUMEN MENTÁRIAS TÁRIAS ........ ................ ................. ................. ................ ................. ................. .......... .. 24 2.2. LI LISTAS STAS DE CABEÇALH CABEÇ ALHO O DE ASSUNTO............. ASSU NTO..................... ................ ................. ................. ............... ....... 36 3. CON CONTEÚ TEÚDO DO DI DIGITAL GITAL INT INTEGR EGRADO ADOR R ........ ................ ................. .................. ................. ................. ................. ............. ..... 41 3.1. LINGUAGE LING UAGENS NS DOCU DO CUMEN MENTÁRIAS TÁRIAS ........ ................ ................. ................. ................ ................. ................. .......... .. 42 3.2. LI LISTAS STAS DE CABEÇALH CABEÇ ALHO O DE ASSUNTO............. ASSU NTO..................... ................ ................. ................. ............... ....... 43 4. QU QUESTÕ ESTÕES ES AUTO AUTOAVALIATIVAS AVALIATIVAS ......... ................. ................. .................. ................. ................. ................. ................ ........... ... 44 5. CON CONSID SIDER ERAÇÕ AÇÕES ES ......... ................. ................. .................. ................. ................. ................. ................ ................. ................. ................ ........ 46 6. EREFERÊNCIAS ......... ................. ................. .................. .................. ................. ................ ................. ................. ................ ................. ........... .. 48 7. REF REFER ERÊNC ÊNCIAS IAS BIB BIBLI LIOGR OGRÁFI ÁFICAS CAS ........ ................. ................. .................. .................. ................ ................. ................. .......... 49

UNIDADE 2 – TESAUROS 1. INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO......... ................. ................. .................. .................. ................. ................ ................. ................. ................ ................. .............. ..... 53 2. CON CONTEÚ TEÚDO DO BÁS BÁSICO ICO DE RE REFER FERÊNC ÊNCIA IA ......... .................. ................. ................. .................. ................. ................ .......... 53 2.1. TES TESAURO AUROS: S: PRINCÍ PRIN CÍPIO PIOSS E FUNÇÕES FUNÇ ÕES ........ ................ ................. ................. ................ ................. ............. .... 54 2.2. ELABOR ELAB ORAÇÃO AÇÃO DE TESAU T ESAUROS ROS ........ ................. ................. ................ ................. ................. ................ ................ ........ 70 3. CON CONTEÚ TEÚDO DO DI DIGITAL GITAL INT INTEGR EGRADO ADOR R ........ ................ ................. .................. ................. ................. ................. ............. ..... 81 3.1. PRINCÍP PRIN CÍPIOS IOS E FUNÇ F UNÇÕES ÕES DO D O TESAURO TES AURO ........ ................ ................. ................. ................ ................. ........... 81 3.2.. . 2. FUNDAME 3.2 FU NDAMENTOS NTOS DA ELABO E LABORAÇÃO RAÇÃO DE TESAURO TESAUROSS .... ........ ........ ........ ........ ........ ...... .. 82 4. QU QUESTÕ ESTÕES ES AUTO AUTOAVALIATIVAS AVALIATIVAS ......... ................. ................. .................. ................. ................. ................. ................ ........... ... 83 5. CON CONSID SIDER ERAÇÕ AÇÕES ES ......... ................. ................. .................. ................. ................. ................. ................ ................. ................. ................ ........ 86 6. EREFERÊNCIAS ......... ................. ................. .................. .................. ................. ................ ................. ................. ................ ................. ........... .. 87 7. REF REFER ERÊNC ÊNCIAS IAS BIB BIBLI LIOGR OGRÁFI ÁFICAS CAS ........ ................. ................. .................. .................. ................ ................. ................. .......... 89

 

UNIDADE 3 – ANÁLISE DOCUMENTAL E INDEXAÇÃO 1. INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO......... ................. ................. .................. .................. ................. ................ ................. ................. ................ ................. .............. ..... 93 2. CON CONTEÚ TEÚDO DO BÁS BÁSICO ICO DE RE REFER FERÊNC ÊNCIA IA ........ ................ ................. .................. ................. ................. ................. .......... .. 94 2.1. 2. 1. ANÁLISE DOCUMENTAL: FUNDAMENTOS E PROCEDIMENTOS ..... ........ ..... .. 95 2.2. TEÚDO PRI NCÍPI PRINCÍ OS DA IND INDEXA EXAÇÃO ÇÃO ................ ........ ................ ................. ................. ................. ................. ................ ......... 3. CONTEÚ CON DO PIOS DIGITAL DI GITAL INTEGR INT EGRADO ADOR R ........ ................ ................. .................. ................. ................. ................. ............. ...... 109 113 3.1. ANÁL A NÁLISE ISE DOC DOCUME UMENTAL NTAL ......... ................. ................. ................. ................ ................. ................. ................ ............... ....... 113 3.2. IND INDEXA EXAÇÃO............... ÇÃO........................ ................. ................ ................. ................. ................ ................. ................. ................ ............ .... 114 4. QU QUESTÕ ESTÕES ES AUTO AUTOAVALIATIVAS AVALIATIVAS ......... ................. ................. .................. ................. ................. ................. ................. ........... .. 115 5. CON CONSID SIDER ERAÇÕ AÇÕES ES ......... ................. ................. .................. ................. ................. ................. ................. ................. ................ ................ ........ 117 6. EREFERÊNCIAS EREFERÊNCIAS  .................................... .................. ........................................ ........................................... ...................................... ................. 118 7. REF REFER ERÊNC ÊNCIAS IAS BIB BIBLI LIOGR OGRÁFI ÁFICAS CAS ......... ................. ................ .................. .................. ................ ................. ................. .......... 119

UNIDADE 4 – POLÍTICA DE INDEXAÇÃO 1. INTRODUÇÃO INTRODUÇÃO.................. .................................... ........................................ ........................................... ......................................... .................... 123 2. CON CONTEÚ TEÚDO DO BÁS BÁSICO ICO DE RE REFER FERÊNC ÊNCIA IA ........ ................ ................. .................. ................. ................. ................. .......... .. 124 2.1. POLÍTI POL ÍTICA CA DE D E INDE I NDEXAÇ XAÇÃO ÃO .......... .................. ................. ................. ................ ................. ................. ................ ........... ... 124 2.2.. LINGUAG 2.2 L INGUAGENS ENS DE REPR REPRESENTAÇÃO ESENTAÇÃO NA WEB .... ....... ....... ....... ....... ........ ....... ....... ....... ....... ....... ..... 131 3. CON CONTEÚ TEÚDO DO DI DIGITAL GITAL INT INTEGR EGRADO ADOR R ........ ................ ................. .................. ................. ................. ................. ............. ..... 147 3.1. POLÍTI POL ÍTICA CA DE D E INDE I NDEXAÇ XAÇÃO ÃO .......... .................. ................. ................. ................ ................. ................. ................ ........... ... 147 3.2.. LINGUAG 3.2 L INGUAGENS ENS DE REPR REPRESENTAÇÃO ESENTAÇÃO NA WEB .... ....... ....... ....... ....... ........ ....... ....... ....... ....... ....... ..... 148 4. QU QUESTÕ ESTÕES ES AUTO AUTOAVALIATIVAS AVALIATIVAS ......... ................. ................. .................. ................. ................. ................. ................. ........... .. 149 5. CON CONSID SIDER ERAÇÕ AÇÕES ES ......... ................. ................. .................. ................. ................. ................. ................. ................. ................ ................ ........ 152 6. EREFERÊNCIAS EREFERÊNCIAS  .................................... .................. ........................................ ........................................... ...................................... ................. 153 7. REF REFER ERÊNC ÊNCIAS IAS BIB BIBLI LIOGR OGRÁFI ÁFICAS CAS ......... ................. ................ .................. .................. ................ ................. ................. .......... 155

 

CONTEÚDO INTRODUTÓRIO Conteúdo A obra Linguagens Documentárias, no contexto do curso, tem como proposta a compreensão dos fundamentos, das funções e da importância das linguagens documentárias pré e pós-coordenadas no processo de representação para recuperação da informação. Além disso, ensina a utilizar as normas, os procedimentos e as metodologias de construção, atualização, avaliação e gestão de linguagens documentárias; diferenciar o uso e a aplicação das linguagens documentárias nos processos documentários de indexação e recuperação da informação; conhecer os fundamentos do processo de indexação para a identificação, a seleção e a representação de conceitos. Capacita também o aluno para a realização dos procedimentos de leitura documental para a análise de assunto. Facilita a ccompreensão dos fundamentos da Web semântica e os aspectos interdisciplinares na representação de recursos informacionais. Apresenta e caracteriza as linguagens de representação na Web: as ontologias, a Web semântica, as taxonomias e as folksonomias: conceitos, estruturas e aplicações taxonomias na representação e recuperação da informação na Web. Bibliografia Básica BOCCATO, Vera Regina Casari; GRACIOSO, Luciana de Souza. (Org.). Estudos de linguagem em Ciência da Informação. Informação. Campinas, SP: Alínea, 2011. CINTRA, Anna Maria Marques et al. Para entender as linguagens documentárias. documentárias. 2. ed. São Paulo: Polis, 2002. LANCASTER, F. Wilfrid. Indexação e resumos: resumos: teoria e prática. Brasília: Briquet de Lemos, 1999.

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CONTEÚDO INTRODUTÓRIO

Bibliografia Complementar BOCCATO, Vera Regina Casari Os sistemas de organização do conhecimento nas perspectivas atuais das normas internacionais de construção. InCID InCID:: Revista de Ciência da Informação e Documentação, Ribeirão Preto, v. v. 2, n. 1, p. 165-192, 2011. CURRÁS, Emilia. Tesauros Tesauros:: linguagens terminológicas. [Thesauros lenguajes terminologicos]. Antônio Felipe Corrêa da Costa (Trad.). Brasília: IBICT IBICT,, 1995. KOBASHI, Nair Yumiko. Fundamentos semânticos e pragmáticos da construção de instrumentos de representação de informação. DataGramaZero, DataGramaZero, v.  v. 8, n. 6, dez. 2007. Disponível em: . Acesso em: 10 dez. 2018. LARA, Marilda Lopes Ginez de. Linguagem documentária e terminologia. Transinformação,, Campinas, v. 16, n. 3, p. 231-240, set./dez. 2004. Transinformação PICKLER, Maria Elisa Valentim. Web Semântica: ontologias como ferramentas de representação do conhecimento. Perspectivas em Ciência da Informação, Informação, Belo Horizonte, Horizont e, v. 12, n. 1, p. 65-83, abr. 2007. Disponível em: . Acesso em 01 jan. 2019. KOBASHI, Nair Yumiko. Fundamentos semânticos e pragmáticos da construção de instrumentos de representação de informação. i nformação. DataGramaZero DataGramaZero,, v. 8, n. 6, dez. 2007. Disponível em: . Acesso em: 02 out. 2018.

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UNIDADE 1 LINGUAGENS DOCUMENTÁRIAS: LINGUAGENS CARACTERÍSTICAS, CARACTERÍSTI CAS, TIPOS E FUNÇÕES

Objetivos • Entender as diferenças entre linguagem linguagem natural, natural, linguagem de especialidade e linguagens construídas. • Apresentar as relações interdisciplinares interdisciplinares (aspectos linguísticos e lógicos) envolvidas na elaboração das linguagens documentárias. • Conhecer as características essenciais das linguagens documentárias segundo a estruturação, o controle do vocabulário e os critérios de coordenação dos termos. • Compreender as características características estruturais das listas listas de cabeçalho de assunto.

Conteúdos • • • •

Linguagem natural e linguagens de especialidade. especialidade. Objetivos e funções das linguagens linguagens documentárias. Pré-coordenação e pós-coordenação. Listas de cabeçalho de assunto.

Orientações para para o estudo da unidade Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: se guir: 1) Não se limite limite ao conteúdo conteúdo deste deste Caderno de Referência de Conteúdo; Conteúdo; procure mais informações em sites sites e  e bases de dados confiáveis e/ou nas referências refer ências bibliográficas, apresentadas ao final de cada unidade.

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UNIDADE 1 – O “EU” “EU” E A IDENTIDADE SOCIA L: ANÁLISE DAS RELAÇÕES HUMANAS E S OCIAIS NO CICLO DA VIDA

2) Não se esqueça de recorrer ao glossário sempre que encontrar um termo técnico que você ainda não conhece ou não domina. 3) Sempre que precisar precisar,, recorra recorra aos materiais complementares descritos no Conteúdo Digital Integrador .

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UNIDADE 1 – O “EU” “EU” E A IDENTIDADE SOCIAL: ANÁLIS E DAS RELAÇÕES HUMANAS E SOC IAIS NO CICLO DA VIDA

1. INTRODUÇÃO Imagine a seguinte situação: você está em casa e ouve alguém gritar "O café caiu! Alguém me ajude!". Se a pessoa estiver esti ver falando do café em grão, você a socorre com uma vassoura e uma pá de lixo. Mas e se for o pó de café? Melhor levar um aspirador. Se ela estiver se referindo à bebida  já pronta, você precisa ajudá-la com um pano e um rodo (e talvez uma pomada para queimaduras...). Porém, e se ela estiver falando da cotação do café na Bolsa de Valores? O linguista James Paul Gee (2008) usa o exemplo anterior para nos mostrar como a língua que falamos é polissêmica, ou seja, uma palavra ou locução pode ter muitos (poli) significados (sema). Agora, faça um pequeno exercício: encontre a definição da palavra “ponto” em algum dicionário da Língua Portuguesa. Quantos significados ela tem? Segundo o dicionário Michaelis Michaelis   (1998), “ponto” pode ter 48 sentidos diferentes! Se você é do Nordeste, provavelmente já pediu uma porção de macaxeira; se mora no Sudeste, um prato de mandioca. Se viajar para o Rio de Janeiro, vai ter de mandar preparar uma porção de aipim... Macaxeira, mandioca e aipim são todos nomes diferentes para a raiz da espécie Manihot esculenta, esculenta, um dos principais alimentos da culinária brasileira. No nosso dia a dia, não tem importância que uma palavra possua vários significados ou que um mesmo objeto tenha vários nomes. No decorrer dos acontecimentos aconteci mentos e durante uma conversa conversa

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UNIDADE 1 – O “EU” “EU” E A IDENTIDADE SOCIA L: ANÁLISE DAS RELAÇÕES HUMANAS E S OCIAIS NO CICLO DA VIDA

ou leitura de um texto, em geral, compreendemos se “ponto” se refere à parada do ônibus, ao grau de cozimento de um alimento ou ao sinal gráfico que encerra uma frase. Isso porque o conte contexto xto nos ajuda a compreender o sentido das palavras e frases. Se alguém lhe diz aipim e você não compreende, você pode pedir para a pessoa explicar o que significa essa palavra. A linguagem que utilizamos para nos comunicar cotidianamente é polissêmica porque a língua é viva, ou seja, ela está em constante mudança de acordo com as pessoas que as usam, a época, a região, a situação de fala etc. E essa é uma das maiores belezas da língua. A essa comunicação viva e dinâmica damos o nome de linguagem natural. Agora, quando começamos a falar em linguagens de especialidade, ou seja, em formas de comunicação dentro de certos domínios ou áreas de conhecimento, a polissemia da língua pode se tornar um problema. A linguagem de especialidade deve ser exata, cada palavra deve ter um só sentido e cada objeto deve ser representado sempre pelo mesmo termo. Imagine que você está fazendo uma pesquisa sobre “dor lombar” na internet em um buscador como Google, Bing ou Yahoo. No resultado da busca, vão aparecer coisas que utilizam a expressão dor lombar, lumbago, lombalgia, dor cervical etc. Isso acontece porque o buscador, além de manter a informação organizada sob diversos critérios, também consegue varrer o conteúdo da maioria dos documentos, e isso i sso é incrível. Entret Entretanto, anto, se você fizer uma pesquisa sobre “mangueira”, o buscador irá recupera recursos que falam sobre a árvore que dá o fruto da manga, sobre o tubo flexível de borracha que usamos para regar o jardim ou sobre a escola de samba. Em qual mangueira você pensou quando fez a busca?

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Para resolver problemas como esses, estão sendo criados recursos como ontologias ontologi as e Web Web semântica, para tentar organizar cada vez melhor a informação na Internet, assunto que veremos na Unidade 4. Nas bibliotecas, um catálogo não busca o conteúdo dos documentos, ou seja, se você procura um filme com o desfile da Mangueira, é necessário que o bibliotecário tenha indicado, no momento da catalogação, quais registros são vídeos com desfiles do Grêmio Recreativo Escola de Samba Estação Primeira de Mangueira. Para ajudar nessa descrição, pode-se definir que a palavra mangueira, quando se referir a um assunto dentro do sistema de informação, informação, deverá ser usada apenas para a escola de samba. Dessa forma, estamos controlando o uso do vocabulário e definindo os termos que serão utilizados para representar os assuntos. Esse conjunto de termos é chamado de linguagem documentária (ou documental). Para descrever o conteúdo dos documentos, houve a necessidade de criar e utilizar linguagens que dessem conta de indicar o assunto da forma mais exata, rigorosa e objetiva possível. O tipo, as caracterís características ticas e as funções dessas linguagens mudam conforme a época, a biblioteca, o acervo, os usuários etc. Por isso, a seguir veremos as principais características das linguagens documentárias.

2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA O Conteúdo Básico de Referência  Referência  apresenta, de forma sucinta, os temas abordados nesta unidade. Par Paraa sua compreensão integral, integr al, é necessário aprofundar seus conhecimentos estudando

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UNIDADE 1 – O “EU” “EU” E A IDENTIDADE SOCIA L: ANÁLISE DAS RELAÇÕES HUMANAS E S OCIAIS NO CICLO DA VIDA

o material indicado no Conteúdo Digital Integrador , item 3 desta unidade.

2.1. LINGUAGENS DOCUMENTÁRIAS No acervo de uma biblioteca, podemos encontrar obras que falem sobre lombalgia, outras sobre lumbago e outras sobre dor lombar. Os três termos se referem ao mesmo conceito e foram utilizados por autores diferentes, conforme a época ou a região em que foram escritos. Mas, se usarmos o vocabulário dos autores, o usuário que fizer uma busca pelo termo lombalgia, por exemplo, não encontrará as demais obras. Portanto, foi necessário pensar em um recorte da língua para poder descrever o conteúdo dos documentos da forma mais exata ex ata e uniforme possível, ou seja, selecionar os melhores termos que fossem capazes de comunicar os assuntos dos documentos sem ambiguidade. O objetivo é permitir que o usuário recupere a informação de que necessita de forma rápida e sem falhas na comunicação, evitando que ele encontre documentos com assuntos que não sejam relevantes ou que não localize o que busca. A esse recorte linguístico, cuja finalidade é comunicar o conteúdo dos documentos, damos o nome de linguagem documentária (LD), também conhecida como linguagem de representação. Podemos definir LD como: Todo sistema artificial de signos normalizados, que facilitam a representação formalizada do conteúdo dos documentos para permitir a recuperação, manual ou automática, de informação solicitada pelos usuários. (GIL URDICIAIN, 2004, p. 17-18, tradução nossa)

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As primeiras linguagens documentárias são as classificações bibliográficas, que foram criadas no final do século 19. Essas classificações, de modo geral, representavam todo o universo do conhecimento e utilizavam códigos, chamados de notação, para indicar o assunto global do documento por intermédio de números, letras ou sinais gráficos. A notação ajuda na ordenação dos documentos nas estantes e das fichas no catálogo topográfico. Entretanto, Ent retanto, além de representar represe ntar o assunto global, os bibliotecários foram percebendo percebendo que também havia a necessidade de descrever os assuntos dos documentos utilizando palavras, a fim de detalhar melhor o conteúdo e propiciar mais possibilidades de busca. Assim, for foram am criadas as linguagens documentárias para indexação, ou seja, para a descrição verbal do conteúdo nos registros catalográficos. É importante lembrar que, durante o processamento técnico, utilizamos sempre uma classificação (para atribuir uma notação de assunto no próprio documento) e também uma linguagem de indexação (para descrever os assuntos no catálogo). O uso das classificações você verá com mais detalhes na disciplina Represent Representação ação temática: Classificação. Classificação. Nesta obra, veremos verem os as linguagens documentárias de indexação. As primeiras regras de elaboração de linguagens de indexação foram descritas por Charles Ami Cutter, no início do século 20, quando ele criou a lista de cabeçalhos de assunto (GIL URDICIAIN, 2004): um conjunto de termos autorizados, organizados organiz ados em ordem alfabética, usados para indicar o assunto no cabeçalho, ou seja, no topo das fichas catalográficas do catálogo de assunto. Você verá na obra Representação descritiva: descritiva: catalogação que, na época das fichas em papel, o bibliotecário elaborava

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UNIDADE 1 – O “EU” “EU” E A IDENTIDADE SOCIA L: ANÁLISE DAS RELAÇÕES HUMANAS E S OCIAIS NO CICLO DA VIDA

uma ficha principal e, depois, fazia cópias (desdobramentos) dessas fichas, cada uma indicando cada assunto do documento no topo (cabeçalho), as quais eram arquivadas no catálogo de assunto por ordem alfabética. Assim, o usuário podia buscar um documento pelo conteúdo. Com a explosão da informação, sentiu-se cada vez mais a necessidade de descrever os assuntos de formas mais detalhadas. As listas de cabeçalhos de assunto, em geral, cobriam todo o universo do conhecimento e não eram eficazes em descrever os conteúdos nas áreas mais especializadas. Assim, surgiram os tesauros, uma linguagem constituída de listas estruturadas de conceitos, as quais possuem controle rigoroso dos termos utilizados. Dentro de empresas, também surgiu a necessidade de organizar a informação, então foram criadas as taxonomias, estruturas classificatórias que permitem a ordenação e a recuperação recuper ação em ambientes empresariais. Com a invenção da internet, foi necessário pensar a organização dos documentos digitais dentro da estrutura de navegação da Web, que é bem diferente da busca em catálogos de bibliotecas. Assim, foram criadas as ontologias, linguagem que permite ordenar os conceitos em domínios específicos do conhecimento conheciment o dentro de ambientes digitais. As LDs variam quanto às funções: os sistemas de classificação servem tanto para dar ordem às disciplinas quanto para a organização de coleções bibliográficas; as listas de cabeçalhos de assunto e os tesauros servem para controlar a terminologia adotada nos processos de indexação e recuperação da informação; as taxonomias são usadas para a organização e recuperação de informações em empresas e instituições; e as ontologias visam formalizar uma estrutura terminológicoconceitual em ambientes digitais. (HARPRING, 2016, p. 161)

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A vasta quantidade de documentos disponível na Internet pode tornar a busca um tanto precária, ou seja, você pode não encontrar exatamente o que deseja ou ter de analisar cada página recuperada para ter certeza de que ela vai ser útil. A Web semântica surgiu, então, como uma forma de relacionar os conteúdos da internet pelo uso de uma descrição digital padronizada que visa a permitir que as máquinas de busca compreendam compreen dam esse conteúdo (EIS, 2017). Além do uso das linguagens documentárias, uma alternativa pensada para a descrição de conteúdos na internet foi a folksonomia, também conhecida como indexação social, que nada mais é do que permitir que o próprio usuário descrev descrevaa os recursos utilizando a linguagem natural por meio de etiquetas. Creio que já foi possível possí vel perceber que há modos diferen diferentes tes de organizar e descrever o conteúdo dos documentos, os quais foram mudando de acordo com a época, o ambiente, os objetivos, os campos do conhecimento etc. Para estudar as melhores formas de representar os assuntos, foi necessário recorrer a teorias e métodos de outras disciplinas, como a Linguística, a Lógica, a Filosofia e a Computação. Por isso, dizemos que a construção de linguagens documentárias doc umentárias é fruto de estudos interdisciplinares. Com as leituras propostas no Tópico 3.1., 3.1., você vai acompanhar as características essenciais que regem a construção e o uso das linguagens documentárias. Antes de prosseguir para o próximo assunto, realize as leituras indicadas, procurando procuran do assimilar o conteúdo estudado.

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UNIDADE 1 – O “EU” “EU” E A IDENTIDADE SOCIA L: ANÁLISE DAS RELAÇÕES HUMANAS E S OCIAIS NO CICLO DA VIDA

Características Caract erísticas da linguagem documentária As linguagens documentárias são ferramentas essenciais para a comunicação entre usuários e o catálogo, permitindo que os documentos recuperados pelo Segundo Gil Urdiciain (2004),sejam as LDs interferem emconteúdo. dois momentos: na descrição, isto é, no momento da criação dos registros bibliográficos, e na recuperação, pela busca desses registros. O objetivo é facilitar a busca, poupando tempo e esforço do usuário. A linguagem documentária é utilizada em dois momentos: na entrada, ou seja, quando o bibliotecário descreve o conteúdo dos documentos, e na saída, quando o usuário busca pelo assunto e o sistema recupera os respectivos recursos.

Nesse contexto, as LDs são, pois, instrumentos intermediários, ou instrumentos de comutação, através dos quais se realiza a "tradução" da síntese dos textos e das perguntas dos usuários. Esta "tradução" é feita em unidades informacionais ou conjunto de unidades aptas a integrar sistemas documentários. A formalização das perguntas dos usuários é feita em linguagem do próprio sistema. É por esta razão que as LDs podem ser concebidas como instrumentos de comunicação documentária. doc umentária. (CINTRA et al., 1994, p. 24).

Chamamos de tradução o processo de exprimir os assuntos dos documentos da linguagem natural para a linguagem documentária. Esse procedimento é conhecido como indexação e requer a análise do documento para identificação dos assuntos e o uso da LD, que veremos na Unidade 3. A partir deste momento, os termos utilizados para representar os assuntos serão escritos sempre em letras maiúsculas, pois esse é o padrão adotado para não confundir os elementos de descrição. Por exemplo: Biblioteca de Alexandria

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pode ser o título de uma obra. Já BIBLIOTECA DE ALEXANDRIA é o assunto. Na construção de uma LD, o ideal é utilizar substantivos ou nominaisverbos, (GIL URDICIAIN, portanto, devemé ser sintagmas evitados adjetivos, numerais 2004), etc. Sintagma nominal uma unidade significativa que tem um nome (substantivo) como núcleo. Exemplo: em ENSINO SUPERIOR, o substantivo ensino é o núcleo e o adjetivo superior apenas delimita seu significado. Para selecionar os melhores termos dentro da linguagem natural, os bibliotecários recorreram a disciplinas da Linguística, como a semântica, a gramática, a terminologia e a lexicografia. A fim de propiciar relações entre os conceitos, foi necessário recorrer à lógica, ramo da Filosofia que estuda o raciocínio e os argumentos. A comunicação também influenciou a construção e o uso das LDs, tendo em vista que o processo de representar, buscar e recuperar a informação é comunicativo. É importante ressaltar que a LD não é uma linguagem natural, mas utiliza seus símbolos para representar o conhecimento (GIL URDICIAIN, 2004). A linguagem natural é redundante, ou seja, palavras e locuções podem ter diversos significados; já a linguagem documentáriaa deve ser unívoca, isto é, cada termo documentári ter mo deve se referir referir a apenas um significado e cada significado deve ter somente um termo para descrevê-lo descrevê-lo (GIL URDICIAIN, 2004). Os termos que constituem a linguagem documentária são selecionados e as relações entre esses elementos possuem regras de combinação, por isso dizemos que se trata de uma linguagem construída (CINTRA et al., 1994).

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Segundo Gil Urdiciain (2004), podemos caracte caracterizar rizar as LDs de acordo com o controle do vocabulário, a coordenação dos termos e a estrutura. O controle diz respeito ao significadoEnquanto e à grafiaados termos que compõem a linguagem documentária. linguagem natural é polissêmica, a LD deve ser monossêmica, ou seja, cada palavra ou locução deve apenas um (mono) significado (sema). As palavras homônimas, ou seja, palavras iguais na escrita e/ou na pronúncia e diferentes na significação, acarretam um problema na comunicação documentária: quando falamos que o assunto de um documento é banco, queremos dizer que se trata do tipo de assento ou da agência bancária? Esse tipo de problema, chamado de homonímia, deve ser solucionado. As palavras sinônimas, isto é, palavras diferentes que possuem o mesmo sentido, também causam confusão. Devemos dizer que o documento é sobre cachorros ou sobre cães? O problema da sinonímia também deve ser controlado. Quando falamos em controle do vocabulário, isso significa que devemos escolher um único significado para as palavras homônimas e uma única palavra para os sinônimos. No exemplo anterior, se decidimos usar cachorro, essa palavra sempre será usada para descrever documentos sobre esse assunto. Assim, dizemos que cachorro é o termo autorizado, ou seja, o termo permitido para representar esse assunto, sendo proibido utilizar cães. Essa decisão não pode ser arbitrária, e sim baseada nas preferências dos usuários reais da biblioteca e nos documentos que falam sobre o assunto. Veremos essas questões mais detalhadamente em outro momento. Quanto ao controle, temos linguagens:

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Livres: utilizam a linguagem natural. Exemplo: lista de Livres: palavras-chave. Controladas:: normalizam o significado dos termos, Controladas para impedir listas a sinonímia e adehomonímia. Exemplo: classificações, de cabeçalho assunto, tesauros etc.

Além de controlar o significado de cada termo usado, devemos, também, pensar na forma de organização e na apresentação desses termos, ou seja, na sua estruturação. Quanto à estrutura, temos linguagens: li nguagens: • Alfabéticas Alfabéticas:: trazem uma listagem dos termos autorizados e não autorizados organizados alfabeticamente. Exemplo: lista de palavras-chave e lista de cabeçalhos de assunto. • Hierárquicas: Hierárquicas: os termos são ordenados hierarquicamente, dos mais genéricos aos mais específicos: Exemplo: classificações bibliográ bibliográficas. ficas. • Combinatórias Combinatórias:: os conceitos são organizados de acordo com seus significados, de modo a explicitar as relações semânticas entres os termos. Exemplo: tesauros. A coordenação se refere à combinação dos termos que servirão para descrever os assuntos de forma mais exata. Suponha que eumescrita documento que tratenodeBrasil. métodos de ensino de leitura no Ensino Médio Para relacionar os assuntos, é necessário definir qual assunto é mais importante, colocando-o em primeiro lugar, como no exemplo a seguir: LEITURA – ESCRITA – ENSINO MÉDIO LEITURA – ESCRITA – BRASIL LEITURA – ESCRITA – MÉTODOS

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Não é aconselhável pré-coordenar pré-coordenar mais do que três termos, para não tornar a combinação muito complex complexa, a, pois esse tipo de coordenação exige que o usuário procure os termos exatamente na ordem em que eles foram descritos, o que pode ser muito difícil para quem não é bibliotecário. Já na linguagem pós-coordenada, que começou a ser utilizada na década de 1940, cada termo é atribuído separadamente. No momento da busca, o sistema de recuperação da informação vai permitir que os termos sejam combinados entre si de qualquer maneira, ou seja, pode-se recuperar um termo isolado ou termos em qualquer ordem e em qualquer combinação (LANCASTER, 2004). O mesmo documento do exemplo anterior seria indexado da seguinte maneira: LEITURA ESCRITA ENSINO MÉDIO MÉTODOS BRASIL O usuário poderá recuperar esse documento por apenas um dos termos, ou combinar dois, três, buscando quatro e os cinco. Portanto, haverá 31 combinações possíveis. Lancaster (2004) explica que essa forma de representação cria uma rede de relações multidimensionais entre os assuntos, que pode ser verificada na Figura 1.

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Fonte: adaptado de Lancaster (2004).

Figura 1 Relações multidimensionais entre os termos de indexação. indexação.

Portanto, quanto à coordenação, há linguagens: Pré-coordenadas:: os termos são combinados Pré-coordenadas pelo bibliotecário na hora da descrição. Exemplo: classificações bibliográficas e listas de cabeçalho de assunto. Pós-coordenadas:: os termos são combinados no Pós-coordenadas momento da busca pelo usuário. Exemplo: tesauros e listas de palavras-chave. •



Tendo em vista as características anteriores – controle, estruturação e coordenação – podemos dizer que as LDs são formadas por três elementos (GARDIN et al., 1968 apud Cintra et al., 1994): Léxico:: conjunto finito de termos com sentido Léxico devidamente delimitado. Diz respeito ao controle dos significados e do uso desses termos. Rede paradigmática: paradigmática: uma cadeia de relações entre os termos que possibilitará a criação de uma estrutura, a qual pode ser muito sofisticada ou até rudimentar. •



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Rede sintagmática: sintagmática: princípios que permitirão a combinação entre os termos, a fim de expressar as diversas relações entre os assuntos dos documentos.

Esses três elementos devem ser seguidos na elaboração das linguagens documentárias e vão influenciar diretamente diretamente seu uso, ou seja, os momentos da indexação indexação e da recuper recuperação. ação. É importante ressaltar que há certa confusão entre alguns conceitos que dizem respeito às linguagens documentárias. Cintra et al. (1994) explicam que léxico e vocabulário não são a mesma coisa. Léxico é o conjunto de palavras que formam uma língua. Já vocabulário é o repertório de ocorrências que aparecem em um conjunto limitado de textos. Todas as definições analisadas anteriormente levam-nos a concluir que as LDs não se confundem com léxicos, vocabulários, nomenclaturas e terminologias, embora incorporem elementos de todos eles. (CINTRA et al., 1994, p. 27)

A terminologia é o estudo da relação entre os conceitos e os signos verbais que os representam. O conceito, como já vimos, é uma unidade de conhecimento formada por uma combinação de características. A formação do conceito é um processo de abstração que tem como base a seleção de propriedades (características) de um conjunto de um ou mais objetos. O conceito, conseqüentemente, não tem vida independente, mas é o resultado de uma proposição feita dentro de um domínio do saber. Cada conceito é determinado pela posição que ocupa no conjunto estruturado de conceitos, denominado sistema conceitual. (LARA, 2002, p. 135)

O termo, unidade essencial da terminologia, tem como objetivo designar verbalmente o conceito dentro de uma área específica (LARA, 2002). Assim, cada termo tem um significado especializado de acordo com o sistema em que se insere

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(KOBASHI, 2007). Por exemplo: o Sol é a estrela central do sistema solar para a Astronomia e um deus para o povo tupiguarani (Guaraci). Para realizar um estudo terminológico, deve-se, primeiramente, fazer uma coleta dos termos que julgamos necessários, sempre registrando suas denições conceituais em chas terminológicas. Depois de uma análise das denições, seleciona-se o termo mais apropriado para representar o conceito em questão. Por m, deve-se criar uma rede de relações entre os conceitos representados, ou seja, um mapa conceitual (LARA, 2002). Assim, devemos ter em mente que as linguagens documentárias não são simples listas de palavras, nomes e termos, e sim um elemento essencial pensado e construído para garanr o diálogo entre o usuário e o sistema (KOBASHI, 2007), criado a m de facilitar que os leitores descubram, localizem e acessem os documentos mais úteis às suas necessidades de forma rápida e sem ruídos. A construção de linguagens de representação tem se tornado cada vez mais complex complexa, a, frente à necessidade de propiciar uma comunicação mais efeva e à crescente ulização de teorias e métodos de outras disciplinas. A apresentação das linguagens documentárias, nesta obra, seguirá a ordem cronológica, que permirá, também, compreender a evolução teórica e práca. A seguir, veremos os princípios e o funcionamento das listas de cabeçalho de assunto. As leituras indicadas no Tópico 3.2.  3.2.  falam sobre as principais características das listas de cabeçalho de assunto. Neste momento, você deve realizar essas leituras para aprofundar o tema abordado.

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2.2. LISTAS DE CABEÇALHO DE ASSUNTO As listas de cabeçalho de assunto são um conjunto de palavras ou locuções uniformes que devem ser usadas para descrever o assunto dos documentos, possibilitando a recuperação pelo conteúdo. Existem cabeçalhos simples e compostos: Simples:: são formados por uma única palavra: Exemplo: Simples FERIADOS. Compostos:: formados de locuções. Exemplo: DIA DAS Compostos MÃES. •



As primeiras regras para a elaboração dessas listas foram descritas por Charles Ami Cutter em 1876 e dizem respeito a (CESARINO; PINTO, PINTO, 1978; GIL URDICIAIN, 2004): Especificidade:: os termos utilizados devem representar Especificidade representar o assunto da maneira mais específica possível e não de forma mais geral. Exemplo: CACHORROS, e não ANIMAIS. Entrada direta: direta: as locuções devem ser escritas na forma direta. Exemplo: ALIMENTAÇÃO DE CACHORROS, e não CACHORROS-ALIMENTAÇÃO. Princípio de uso: uso: devem ser utilizados os termos mais convenientes para o usuário. Exemplo: não usar LUMBAGO se os usuários costumam usar LOMBAL LOMBALGIA. GIA. Princípio sindético: sindético: uma rede de referências que ajudará a encontrar os termos corretos. •







Para não haver confusão entre os termos, as listas apresentam apresent am remissivas, ou seja, espécie de notas que auxiliam a escolher o termo mais apropriado.

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A remissiva Ver (V. ou X) leva de um termo não autorizado para um autorizado. Ela serve para ajudar a escolher qual o termo correto a ser usado entre sinônimos, frases invertidas ou formas diferentes para certos nomes. Exemplo: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística V. IBGE Essa remissiva deve ser sempre cruzada ou, seja, junto do termo autorizado deve-se indicar que ele é remissiva do não autorizado. Exemplo: IBGE Remissiva de Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística A remissiva Ver também (V. também ou XX) remete a outros termos autorizados que podem ser úteis para a descrição. Ela serve para indicar assuntos complement complementares ares que geralmente são usados juntos ou temas mais específicos. Exemplo: FRUTAS CÍTRICAS V. também LARANJA; LIMÃO, BERMAGOTA; MEXERICA. As listas também trazem subcabeçalhos, termos usados para delimitar o sentido dos cabeçalhos, permitindo a pré-

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coordenação. O subcabeçalho deve ser usado sempre após o cabeçalho, usando um travessão para separar os termos. Exemplo: FILOSOFIA-DICIONÁRIOS Portanto, as listas de cabeçalhos de assunto costumam ter Portanto, listagens separadas de subcabeçalhos, que trazem localidades geográficas, geográf icas, subdivisões de formas de documentos, aspectos de assuntos e períodos cronológicos. Algumas listas de cabeçalho também trazem subdivisões flutuantes, ou seja, subcabeçalhos que devem ser utilizados junto a cabeçalhos específicos, quando houver uma nota apenas de uso autorizando a coordenação dos termos (ARRIOLA NAVARRETE; MONROY MUÑOZ, 2009). Algumas listas permitiam que o bibliotecário acrescentasse cabeçalhos quando necessário. A Relação de Assuntos para Cabeçalhos de Fichas, da bibliotecária brasileira Wanda Ferraz (1977), por exemplo, trazia a metade direita de cada página em branco para dar espaço à inserção de termos. Isso garantia a atualização da lista e a personalização de acordo com as necessidades dos usuários e bibliotecas. As listas de cabeçalho foram mudando ao longo do tempo, por influência de linguagens mais modernas, como o tesauro, inserindo recursos como a pós-coordenação e a associação de termos. A lista mais conhecida e utilizada no mundo é a Library of Congress Subject Headings (LCSH), que influenciou a construção de inúmeras listas ao longo das últimas décadas.

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Library of Congress Subject Headings (LCSH) A LCSH foi criada em 1898 para permitir a indexação na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos, tendo lançado sua 40ª edição em 2018. Ao longo desses 120 anos, tem passado por reformulações e atualizações constantes e serviu de base para a elaboração de outros cabeçalhos, como o Catálogo de Terminologia de Assuntos da Biblioteca Nacional do Brasil. Apesar de ainda ser intitulada de lista de cabeçalho de assunto, essa linguagem já incorporou alguns recursos de tesauros. A lista é apresentada em ordem alfabética, mas também traz símbolos para explicitar a hierarquia entre os termos. Os termos autorizados são impressos em negrito; os não autorizados são escritos sem negrito e não podem ser usados para indexar. Os conceitos são expressos no singular e os objetos aparecem no plural. Os termos formados por locuções podem figurar na ordem direta (ABBEYS IN ART) ou indireta (ART, AMERICAN). Cerca de 89.577 termos autorizados trazem notações da Library of Congress Classification, o que facilita que o bibliotecário encontre notação As correta de classificação no número deachamada. notações são impressaspara entrecolocar colchetes na LCSH e devem ser confirmadas na tabela de classificação. Abaixo de alguns cabeçalhos, aparecem notas de escopo, que servem para garantir a consistência consistênc ia do uso, pois muitas vezes o assunto pode gerar dúvidas e ambiguidades. Como a LCSH incorporou recursos do tesauro, sua estrutura e seu funcionamento serão mais bem compreendidos após o estudo da Unidade 2. Seu estudo, neste momento, é importante

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para entendermos a evolução das linguagens de indexação. A Figura 2 mostra parte da estrutura da LCSH.

  Fonte: Library Fonte:  Library of Congress Subject Headings (2018, p. A-3).

Figura 2 Exemplo da estrutura da LCSH. LCSH.

A Biblioteca do Congresso também publica a Children’s Subject Headings (CSH), linguagem de indexação criada para crianças e jovens que utilizam bibliotecas públicas e escolares. A CSH possui apenas 15 páginas e traz algumas diferenças de indexação comuns na LCSH, entre elas: Omissão das subdivisões que contêm a palavra juvenil, pois subentende-se que o acervo já é voltado para esse •





público. Exclusão de subdivisões que denotam classes de pessoas, como compositores, professores professores etc. Permissão do uso de termos específicos e gerais juntos, para prover mais possibilidades de busca. Exemplo: 1. ANIMAIS. 2. CÃES.

As listas de cabeçalho de assunto foram quase totalmente superadas pelos tesauros e não têm sido objeto de estudos

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aprofundados ou de pesquisas nos últimos anos (NARUKAWA; SALES, 2012), por isso há pouca bibliografia sobre o assunto. Na próxima unidade, veremos as principais características dos tesauros e sua elaboração.

Antes de realizar as questões autoavaliativas propostas no Tópico 4, 4, você deve fazer as leituras sugeridas no Tópico 3.3. para 3.3.  para aprofundar seus conhecimentos sobre as características essenciais das linguagens documentárias e o funcionamento das listas de cabeçalho de assunto.

Vídeo complementar –––––––––––––––––––––––– ––––––––––––––––––––––––––––––– ––––––– Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar. •



Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique no ícone Videoaula, localizado na barra superior. sup erior. Em seguida, selecione o nível de seu curso (Graduação), a categoria (Disciplinar) e o tipo de vídeo (Complementar). Por m, clique no nome da disciplina para abrir a lista de vídeos. Para assistir ao vídeo pelo seu CD, clique no botão “Vídeos” e selecione: Linguagens Documentárias  – Vídeos Complementares – Complementar 1.

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3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR O Conteúdo Digital Integrador   representa uma condição necessária necessár ia e indispe indispensável nsável para você compreender integralmente os conteúdos apresentados nesta unidade.

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3.1. LINGUAGENS DOCUMENTÁRIAS A linguagem documentária é um sistema artificial construído para representar o conhecimento registrado e propiciar a recuperação. Sua elaboração tem passado por mudanças constantes desde sua criação, no final do século 19, em decorrência da busca de teorias e métodos oriundos de outras áreas do saber, em especial a Linguística, e também por causa da própria evolução das bibliotecas e das mudanças nas necessidades dos usuários. Os textos a seguir tratam das principais características das linguagens de representação e sua importância para a comunicação entre os usuários e o catálogo, como forma de facilitar o acesso aos recursos bibliográficos. bibliográficos. KOBASHI, N. Y. Fundamentos semânticos e pragmáticos da construção de instrumentos de representação de informação. DataGramaZero DataGramaZero,, João Pessoa, v. 8, n. 6, dez. 2007. Disponível em: . Acesso em: 12 dez. 2018. LARA, M. L. G. de. O processo de construção da informação documentária documentária e o processo de conheciment conhecimento. o. Perspectivas em Ciência da Informação, Informação, Belo Horizonte, v. 7, n. 2, p. 127-139, jul./dez. 2002. Disponível em: . Acesso em: 12 dez. 2018. •



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LARA, M. L. G. de. Linguagem documentária e terminologia. Transinformação Transinformação,, Campinas, v. 16, n. 3, p. 231-240, set./dez. 2004.

3.2. 3. 2. LISTAS DE CABEÇALHO CABEÇ ALHO DE D E ASSUNTO ASSU NTO A lista de cabeçalho de assunto foi a primeira linguagem de indexação criada. Seus princípios fornecer forneceram am a base teórica e metodológica para a elaboração de outras linguagens, por isso, conhecer suas principais caracterís caracteríscas cas também é compreen compreender der um pouco sobre a história da Biblioteconomia. Com as leituras dos textos referenciados aqui, você vai saber um pouco mais sobre os princípios das listas de cabeçalhos de assunto e a avaliação da efevidade do uso de uma lista na descrição e na recuper recuperação ação de assunto. CESARINO, M. A. N. B.; PINTO, M. C. M. F. Cabeçalho de assunto como linguagem de indexação. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, UFMG, Belo Horizonte, v. 7, n. 2, p. 268-288, 1978. Disponível em: . b94a9>. Acesso em: 12 dez. 2018. •





GOMES, H. E. Cabeçalhos de assuntos unificados na Biblioteca Nacional.Revist Nacional. Revista a Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, Documentação, São Paulo, v. 16, n. 3/4, p. 90-101, 1983. Disponível em: . 370b0d214a96/ >. Acesso em: 12 dez. 2018. OLIVEIRA, N. M.; AL ALVES, VES, M. D. R.; VICENTE, G. O cabeçalho de assunto da Rede Bibliodata/Calco: uso e recuperação na base Acervus/Unicamp. Transinformação Transinformação,, Campinas,

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v. 9, n. 1, p. 110-123, jan./abr. 1997. Disponível em: . Acesso em: 12 dez. 2018.

4. QUES QUESTÕES TÕES AUTOA AUTOAVALIA VALIATIVAS TIVAS A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em responder às questões questõ es a seguir, seguir, você deverá revisar os conteúdos estudados para sanar as suas dúvidas. 1) São objetivos das linguagens documentárias: I - Permitir a descrição do conteúdo conteúdo e a recuperação recuperação dos documentos pelo assunto. II - Promover a comunicação documental entre usuários e o sistema de informação. III - Prover um conjunto de palavras e locuções que serão usadas para descrever e recuperar os documentos pelo assunto. Estão corretas: a) I e II. b) I e III. c) I, II e III. d) II e III. 2) Quais são os elementos essenciais das linguagens documentárias: documentárias: a) Um conjunto de termos controlados controlados (léxico), (léxico), uma cadeia cadeia de relações relações entre os termos (rede paradigmática) e uma lista com a síntese dos documentos (tradução). b) Um conjunto de termos controlados controlados (léxico), uma lista de significados dos termos (glossário) e regras de combinação entre os termos para a descrição dos assuntos (rede sintagmática).

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c) Um conjunto de palavras sinônimas (sinonímia), uma cadeia de relações entre os termos (rede paradigmática) e regras de combinação entre os termos para a descrição dos assuntos (rede sintagmática) d) Um conjunto de termos controlados controlados (léxico), uma cadeia de relações relações entre os termos (rede paradigmática) e regras de combinação entre os termos para a descrição dos assuntos (rede sintagmática) 3) Quanto ao controle do vocabulário na construção de linguagens documentárias, marque a alternativa incorreta: a) O significado dos termos que compõem a linguagem linguagem documentária deve ser delimitado, ou seja, deve garantir a monossemia. b) A polissemia facilita a descrição, a busca e a recuperação dos documentos. c) Deve ser escolhido um único significado para as palavras palavras homônimas. d) Deve ser escolhida escolhida uma única palavra para para representar representar os sinônimos. 4) Quanto à coordenação dos termos, observe as afirmações abaixo: I - Os termos podem ser colocados em qualquer ordem, ordem, tanto nas linguagens pré-coordenados quanto nas pós-coordenadas. II - Nas linguagens linguagens documentárias documentárias pré-coordenadas, os termos devem ser unidos no momento da descrição, com a utilização de um travessão. III - Nas linguagens documentárias pós-coordenadas, a combinação entre os termos é feita no momento da busca, criando uma relação multidimensional entre eles. Estão corretas: a) I e II. b) I e III. c) I, II e III. d) II e III. 5) Um bibliotecário, bibliotecário, ao indexar indexar um livro que que fala sobre os diferentes diferentes tipos de orquídeas, encontrou na lista de cabeçalho de assuntos o seguinte: Flores V. também floricultura e nome das várias flores. Ex.: Rosas, Cravos, Orquídeas etc.

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De acordo com o princípio de especificidade, o termo correto a ser utilizado para descrever o assunto será: a) Utilizar ORQUÍDEA, após encontrar esse termo na lista. b) Utilizar somente o termo mais abrangente FLORES. c) Coordenar os termos FLORES-ORQUÍDEA. d) Nenhuma das anteriores.

Gabarito Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões autoavaliativas propostas: 1) c. 2) d. 3) b. 4) d. 5) a.

5. CONSIDERAÇÕES Nesta primeira unidade, tivemos um primeiro contato com os princípios que regem a elaboração das linguagens documentárias utilizadas para a indexação. As teorias e os métodos que embasaram sua construção começaram a ser pensadas no final do século 19 e mudaram ao longo das décadas, recebendo influências vantajosas de outras áreas do saber, como a Filosofia, a Psicologia, a Linguística e a Computação. A explosão da informação e o advento do computador e da internet têm trazido facilidades para a organização e a recuperação dos registross do conheciment registro conhecimento. o.

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Depois da invenção dos motores de busca, muitas pessoas têm questionado o uso das linguagens documentárias, pois argumentam que não há mais a necessidade de analisar e descrever descrev er os documentos. Entretanto, Entretanto, é necessário pesar muito bem o uso das linguagens frente ao contexto em que ela está inserida, ou seja, a comunidade de usuários, a biblioteca, o sistema de informação utilizado e também os bibliotecários. Para fazermos uma reflexão sobre essa questão, cito algumas vantagens e desvantagens. Como vantagens, podemos mencionar: a consistência na linguagem propicia precisão e relevância na recuperação, eliminando o ex excesso cesso de documentos irrelevantes, irrelevantes, a comunicação entre bibliotecários, usuários e sistema é facilitada, as relações entre os termos ajudam a identificar e encontrar conceitos que poderiam passar despercebidos e o controle terminológico ajudar a escolher os melhores termos de indexação e busca (LOPES, 2002). Entre as desvantagens, estão: é necessário disponibilizar a linguagem na interface de recuperação para o usuário final, o treinamento de usuários e bibliotecários deve ser constante, a desatualização causa falhas na comunicação e o custo na construção e na gestão da linguagem pode ser muito alto (LOPES ( LOPES,, 2002). Não se deve esquecer que a representação documentária possui objetivos muito específicos e é concretizada em um contexto único existente dentro de bibliotecas. Dentre esses objetivos, um dos mais importantes é propiciar o acesso à informação relevante. Isso inclui a seleção sistematizada de documentos, o estudo das necessidades dos usuários e o acompanhamento constante de seu grau de satisfação. A

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UNIDADE 1 – O “EU” “EU” E A IDENTIDADE SOCIA L: ANÁLISE DAS RELAÇÕES HUMANAS E S OCIAIS NO CICLO DA VIDA

biblioteca possui uma função social diferente da função de um motor de busca e isso deve ser levado em consideração ao se estudar e avaliar criticamente a construção e o uso das linguagens documentárias. Na próxima unidade, veremos os fundamentos dos tesauros.

6. E-REFERÊNCIAS ARRIOLA NAVARRETE, Oscar; MONROY MUÑOZ, Adriana. Reflexiones en torno a la efectividad de los encabezamientos de matéria. matéria. In: ENCUENTRO NACIONAL DE CATTALOGADORES, 1. 2009. Bogotá, Colombia. 20-23 de octubre 2009 Disponível em: < CA http://eprints.rclis.org/13647/>. http:// eprints.rclis.org/13647/>. Acesso em: 14 ago. 2018. CESARINO, da Nóbrega; PINTO, Mariada Cristina Ferreira. Cabeçalho de assunto Maria como Augusta linguagem de indexação. Revista EscolaMello de Biblioteconnomia da UFMG,,BeloHorizonte,v. UFMG v.7, n.2,p. 168-288,set.1978. Disponívelem:. Acesso em: 12 dez. 2018. LARA, Marilda Lopes Ginez G inez de. O processo de construção da informação documentária e o processo de conhecimento. Perspectivas em Ciência da Informação Informação,, Belo Horizont Horizonte, e, v. 7, n. 2, p. 127-139, jul./dez. 2002. Disponível em: . ufmg.br/index.php/p ci/article/view/399>. Acesso em: 03 set. 2018. LIBRARY OF CONGRESS SUBJECT HEADINGS. LCSH section A. 2018. Disponível em: . Acesso em: 01 jan. 2019. LOPES, Ilza Leite. Uso das linguagens controlada e natural em bases de dados: revisão da literatura. Ciência da Informação, Informação, Brasília, v. 31, n. 1, p. 41-52, jan./abr. 2002. Disponível em: . Acesso em: 01  jan. 2019.

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UNIDADE 1 – O “EU” “EU” E A IDENTIDADE SOCIAL: ANÁLIS E DAS RELAÇÕES HUMANAS E SOC IAIS NO CICLO DA VIDA

NARUKAWA, Cristina Miyuki; SALES, Rodrigo. A relevância e influência de linguagens documentárias na política de tratament tratamento o da informação. In: LEIVA, Isidoro Gil; FUJIT FUJITA, A, Mariângela Spotti Lopes (Eds.). Política de indexação. indexação. São Paulo : Cultura Acadêmica; Marília: Ocina Universitária, U niversitária, 2012. p. 153-169. Disponível em: . Acesso em: 04 set. 2018. CAMPOS, Maria Luiza de Almeida; GOMES, Hagar Espanha; MOTTA, MOTTA, Dilza Fonseca da. Elaboração de tesauro documentário. BITI BITI,, jul. 2004. Disponível em: . conexaorio.com /biti/tesauro/>. Acesso em: 04 set. 2018. FURNO, Martine. Los diccionarios de Robert Estienne: sentidos y finalidades de una obra lexicográfica. Voces Voces,, v. 10-11, p. 11-27, 2000. Disponível em: . unirioja.es/servlet/articulo?codig o=240918>. Acesso em: 10 jan. 2019.

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UNIDADE 2 – TESAUROS

GABRIEL JUNIOR, Rene Faustino; LAIPELT, Rita do Carmo. Thesa: ferramenta para construção de tesauro semântico aplicado interoperável. P2P & Inovação, Inovação, Rio de Janeiro, v. 3, n. 2, p. 124-145, mar./set. 2017. Disponível em: . Acesso em: 03 set. 2018. GALDINO, Rejane; SABBAG, Deise Maria Antonio.da TemaTr emaTres es e a construção de tesauros: aspectos de aplicabilidade para o profissional informação. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação Documentação,, São Paulo, v. v. 13, n; esp. CBBD, 2017. Disponível em: . Acesso em: 03 set. 2018. INSTITUTO DO PATRIMÔNIO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO NACIONAL (BRASIL). Tesauro de  folclore e cultura popular popular brasileira. brasileira. [200?]. Disponível em: . Acesso em: 03 set. 2018. Última alteração em 19 jul. 2018. SECRETARIA DE BIBLIOTECA. SENADO FEDERAL (BRASIL). Diretrizes para construção do tesauro Virtual de Bibliotecas doBrasília: Congresso Nacional (2007) (2007). . Desenvolvido pelo Grupoda deRede Estudo do Tesauro da RVBI. Senado Federal, 2007. Disponível em: . Acesso em: 04 set. 2018. SEVERINO, Francesca. What thesaurus to define EU/ACP relations? Analysis of the term development in the thesauri of the EU and other international organizations. organizations. In: INCONTRO ISKO ITALIA, 2005. Anais 2005.  Anais eletrônicos... Milano: eletrônicos... Milano: ISKO, 2005. Disponível em: . Acesso em: 14 out. 2018. SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR (BRASIL). Tesauro da Justiça Militar da União: União: TesJMU. 2018. Disponível em: . Acesso em: 05 set. 2018. UNESCO.Tesauro de la Unesco. UNESCO.T Un esco.  2 results foranalfabetismo.2018b.Disponívelem: . Acesso em: 03 set. 2018. UNESCO. Tesauro de la Unesco. Unesco. 2018a. Disponível em: . Acesso em: 03 set. 2018.

 Lista de figuras Lista Figura 1  1 Pesquisa do termo Analfabetismo. Analfabetismo. Figura 2  2 Índice sistemático do Tesauro da Unesco. Unesco.

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UNIDADE 2 – TESAUROS

Figura 3 Apresentação 3 Apresentação gráfica do Tesauro de Folclore e Cultura Popular Brasileira. Figura 4  4 Relações lógicas do descritor ECONOMIC DEVELOPMENT do EuroVoc. EuroVoc. Figura 5  5 Índice alfabético do Tesauro Tesauro Brasileiro de Ciência da Informação. Informação. Figura 6  6 Índice permutado do DeCS. DeCS. Figura 7  7 Categorias do Tesauro da Justiça Militar da União. União. Figura 8 Formulário 8 Formulário de proposição de alteração Tesauro Tesauro da Justiça Miliar da União.

Sites pesquisados FERREYRA, Diego. TemaTres TemaTres.. Disponível em: . Acesso em: 05 set. 2018. FOOD AND AGRICULTURE ORGANIZATION.  Agrovoc  Agrovoc.. 2018. Disponível em: . rovoc>. Acesso em: 05 set. 2018. INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Thesaurus brasileiro da educação. educação. 2015. Disponível em: . Acesso em: 14 set. 2018. FUJITA, M. N. S. L. A representação documentária no processo de indexação com o modelo de leitura documentária para textos científicos e livros: uma abordagem cognitiva com protocolo verbal. Ponto de acesso, acesso, Salvador, v. 17, n. 1, p. 42-66, abr. 2013. Disponível em: . revistaici/ article/view/8135>. Acesso em: 14 set. 2018.

3.2. 3. 2. INDEXAÇÃO INDEXAÇ ÃO Considerada a etapa mais importante do tratamento temático, a indexação condiciona a busca e a recuperação da informação. A indexação malfeita dificulta o acesso aos registros do conhecimento, pois pode impedir que o usuário encontre um recurso,, fazer com que ele ache recursos não pertinentes às suas recurso necessidades ou recupere recursos em excesso. Como indexar é uma atividade humana, ela está perpassada de subjetividades, as quais devem ser diminuídas ao máximo pelo estabelecimento de princípios que guiarão o processo de descrição dos conteúdos dos documentos. Os textos aqui indicados trazem princípios teóricos que norteiam o estudo e a prática da indexação. MENDES, M. T. P.; SIMÕES, M. G. Princípios. In:  ______. Indexação por assuntos: assuntos: princípios gerais e normas. Lisboa: Gabinete de Estudos; a&b, 2002. p. •

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UNIDADE 3 – ANÁLISE DOCUMENTAL E INDEXAÇÃO

17-21. Disponível em: . Acesso em: 17 set. 2018. •



SILVA, R. da; FUJITA, M. A prática deteóricas indexação: análiseM.da evolução deS. L.tendências e metodológicas. Transinformação Transinformação,, Campinas, v. 16, n. 2, p. 133-161, ago. 2004. Disponível em: . Acesso em: 18 set. 2018. UNISIST. Princípios de indexação. Traduzido por Maria Cristina Mello Ferreira Pinto. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, UFMG, Belo Horizonte, Ho rizonte, v. v. 10, n. 1, p. 83-94, mar. 1981. Disponível em: 360dd892bd74 207c3466f1f/>.. Acesso em: 14 set. 2018.

4. QUES QUESTÕES TÕES AUTOA AUTOAVALIA VALIATIVAS TIVAS A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em responder às questões questõ es a seguir, seguir, você deverá revisar os conteúdos estudados para sanar as suas dúvidas. 1) A _______ é um conjunto conjunto de operações que permite identificar o ________ e a ______ contidos nos documentos para sua ________ de forma distinta da original, a fim de facilitar a consulta e a localização. Assinale a alternativa que completa corretamente a lacuna. a) Indexação / conteúdo conteúdo / forma / representação. b) Análise documentária / conteúdo / forma / representação. representação. c) Represent Representação ação / autor / edição / leitura. leitura. d) Análise documentária / conteúdo / indexação indexação / representação.

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UNIDADE 3 – ANÁLISE DOCUMENTAL E INDEXAÇÃO

2) Podem ser considerados considerados sinônimos de análise documentária: I - Indexação. II - Leitura documental. III - Análise de assunto. IV - Leitura técnica do documento. Estão corretas: a) I, II e III. b) I, II e IV IV.. c) I, III e IV IV.. d) II, III e IV IV.. 3) A análise documental foi cunhada por Jean-Claude Gardin e possui algumas características, exceto: a) Promover o controle controle do vocabulário vocabulário nas linguagens de indexação. b) Uniformizar Uniformizar procedimentos de identificação e seleção seleção do conteúdo temático para sua posterior representação e recuperação. c) Servir como base para para a classificação, a elaboração de resumos e a indexação. d) Propor estratégias estratégias de análise de documentos que dispensarão dispensarão a leitura leitura integral e linear dos textos. 4) Relacione os princípios de indexação indexação a seguir: a) Consistência

( ) Ausência de erros de omissão de termos necessários e de erros de inclusão de termos desnecessários.

b) Especificidade

( ) Quandade de termos ulizados para descrever o conteúdo do documento.

c) Ex Exau aust stiv ivid idad adee

( ) Pr Prec ecis isão ão co com m qu quee o ter ermo mo rep eprres esen entta um con once ceit ito. o.

d) Correção

( ) Grau de concordância na representação da informação de um documento por meio de um conjunto de termos selecionados.

5) Em relação à exaustividade na indexação, indexação, analise as afirmações a seguir: I - Quantos mais termos forem forem usados para descrever descrever um documento, menos chances ele terá de ser recuperado.

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UNIDADE 3 – ANÁLISE DOCUMENTAL E INDEXAÇÃO

II - A indexação indexação exaustiva exaustiva diz respeito ao uso de quantidade quantidade suficiente de termos para descrever o conteúdo de forma completa. III - A indexação seletiva se refere ao uso de uma quantidade pequena de termos, os quais apresentam somente a indicação dos assuntos principais. Estão corretas as alternativas: a) I, II, e III. b) I e II. c) I e III. d) II e III.

Gabarito Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões autoavaliativas propostas: 1) b. 2) d. 3) a. 4) d-c-b-a. 5) d.

5. CONSIDERAÇÕES A representação documental é, ao mesmo tempo, um processo de transformação, no qual a forma e o conteúdo são submetidos às operações que criam pontos de acesso, um processo de comunicação, pois permite a busca e a recuperação, e também um processo sintético, pois a informação é lida, selecionada e sintetiz si ntetizada. ada. A análise é uma das operações fundamentais do tratamento tratamento documental e consiste de um conjunto de operações que visam

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UNIDADE 3 – ANÁLISE DOCUMENTAL E INDEXAÇÃO

a representar os documentos de forma distinta de seu original, pela criação de símbolos de classificação, índices de assuntos e resumos. Essa representação gera um documento secundário que atua como mediador entre os registros do conhecimento e os usuários. É a análise documental que dará embasamento para a indexação, etapa que consiste em descrever o conteúdo dos documentos levando em consideração, também, as perguntas dos usuários. Para que a indexação seja consistente e cumpra seu papel mediador, alguns princípios devem estar bem definidos e registrados em um documento chamado Política de Indexação, o qual vai servir como guia de referência para a descrição e a recuperação da informação. Os elementos de formulação da Política de Indexação serão abordados na próxima unidade, em que também veremos um pouco sobre a organização da informação na Web.

6. E-REFERÊNCIAS FUJITA, M. N. S. L. A representação documentária no processo de indexação com o modelo de leitura documentária para textos científicos e livros: uma abordagem cognitiva com protocolo verbal. Ponto de acesso, acesso, Salvador, v. 17, n. 1, p. 42-66, abr. 2013. Disponível em: . Acesso em: 14 set. 2018. FUJITA, M. N. S. L.; NARDI, M. I. A. A leitura em análise documentária. Transinformação FUJITA, Transinformação,, Campinas, v. v. 10, n. 3, p. 13-31, set./dez. 1998. Disponível em: . Acesso em: 14 set. 2018. FUJITA, M. N. S. L.; RUBI, M. P. Um modelo de leitura documentária para a indexação de artigos científicos: princípios de elaboração el aboração e uso para a formação de indexadores. DataGramaZero,, v. 7, n. 3, p. A04-0, 2006. Disponível em: . Acesso em: 10 jan. 2018. GUIMARÃES, José Augusto Chaves. Abordagens teóricas de tratamento temático da informação: catalogação de assunto, indexação e análise documental. documental.Ibersid  Ibersid : revista de sistemas de información y documentación, Zaragoza, v. 3, p. 105-117, Zaragoza, 2009 Disponível em: . Acesso em: 18 set. 2018. LEIVA, Isidoro Gil. Aspectos conceituais da indexação. In: LEIVA, Isidoro Gil; FUJITA, Mariângela Spotti Lopes (Eds.). Política de indexação. indexação. São Paulo: Cultura Acadêmica; Marília: Ocina Universitária, 2012. p. 31-105. Disponível em: . Acesso em: 18 set. 2018. MENDES, M. T. P.; SIMÕES, M. G. Indexação por assuntos: assuntos: princípios gerais e normas. Lisboa: Gabinete de Estudos a&b, 2002. Disponível em: . Acesso em: 17 set. 2018. NARUKAWA, Cristina Miyuki; SALES, Rodrigo. A relevância e influência de linguagens documentárias na política de tratament tratamento o da informação. In: LEIVA, Isidoro Gil; FUJIT FUJITA, A, Mariângela Spotti Lopes L. (Eds.). Política de indexa indexação ção.. São Paulo: Cultura Acadêmica; Marília: Ocina Universitária, U niversitária, 2012. p. 153-168. Disponível em: . Acesso em: 14 set. 2018.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12.676: 12.676: métodos para análise de documentos – determinação de seus assuntos e seleção de termos de indexação. Rio de Janeiro, 1992. CHAUMIER, Jacques. Indexação: conceito, etapas e instrumentos. Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação Documentação,, São Paulo, v. v. 21, n. 1/2, p. 63-79, 1988. CÓDIGO de catalogação anglo-americano. 2. ed., rev. rev. 2002. São Paulo: FEBAB, 2004.

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UNIDADE 3 – ANÁLISE DOCUMENTAL E INDEXAÇÃO

CRUDEN, Alexander. Cruden’s concordance: concordance: to the holy scriptures. [S.l.]: Hitchcocks’s, 1869. FUJITA, M. N. S. L. Sistema de indexação PRECIS: I - PRECIS: perspectiva histórica e técnica do seu desenvolvimento e aplicação (continua). Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação Documentação,, São Paulo, v. v. 21, n. 1/2, p. 21-45, 1988. GUIMARÃES, José Augusto Chaves. A análise documentária no âmbito do tratamento da informação: elementos históricos e conceituais. In: RODRIGUES, Georgete M.; LOPES, Ilza. (Orgs.). Organizaç Organização ão e representaçã representação o do conhecimento na perspectiva da Ciência da Informação. Informação. Brasília: Thesaurus, 2003, v. 2, p. 100-117. LANCASTER, F. W. Indexação e resumos: resumos: teoria e prática. 2. ed. Brasília: Briquet de Lemos, 2004.

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UNIDADE 4 POLÍTICA DE INDEXAÇÃO

Objetivos • Compreender as políticas políticas e os manuais de indexação indexação como medidas de consistência do tratamento temático da informação. • Tomar conhecimento das linguagens de organização da informação informação na Web.

Conteúdos • • • • • •

A importância das políticas e manuais de indexação. indexação. Elaboração de políticas de indexação. Web semântica. Ontologias. Taxonomias. Folksonomias.

Orientações para o estudo da unidade para Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: se guir: 1) Uma boa maneira de treinar treinar a indexação é atribuir palavras-chaves palavras-chaves aos textos lidos no curso. Você pode anotar os assuntos a ssuntos de cada texto lido, ou até mesmo indicar o tema principal de cada parágrafo. Ao final, terá um índice para consulta rápida do conteúdo. 2) Busque identificar os principais conceitos conceitos apresentados; siga os estudos mesmo se tiver algumas dúvidas. Muitas vezes, uma dúvida que surge com a leitura de um trecho pode ser sanada em um parágrafo posterior. posterior.

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UNIDADE 4 – POLÍTICA DE INDEXAÇÃO

3) Não deixe de recorrer aos materiais complementares descritos no Conteúdo Digital Integrador .

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UNIDADE 4 – POLÍTICA DE INDEXAÇÃO

1. INTRODUÇÃO Agora que já vimos os princípios das linguagens documentárias, os procedimentos de análise documental e os fundamentos da indexação, podemos falar como tudo isso se relaciona com a própria biblioteca, os usuários e os recursos humanos e materiais disponíveis. Para que se garanta o acesso efetivo aos recursos bibliográficos, devemos refletir sobre como os fundamentos vistos nas unidades anteriores podem impactar os serviços prestados e os produtos oferecidos. Dito de outra forma, a linguagem documental, a leitura de assunto e a representação da informação, apesar de terem preceitos padronizados, devem ser personalizados de acordo com a unidade de informação em que atuamos. Para que isso aconteça, é necessário tomarmos uma série de decisões sobre a indexação, as quais devem ser uniformizadas uniformiz adas e registrad registradas as em manuais. As decisões pensadas e tomadas durante a elaboração da política não devem ser isoladas, ou se corre o risco de se criar deliberações que não podem ser concretizadas. Assim, ela deve seguir, como princípio primeiro, a missão da instituição que se insere, integrando as decisões gerencias da biblioteca como um todo. Ressalta-se que a política de indexação deve ser vista como a consolidação dos objetivos de recuperação da informação, informação, não como uma mera lista de tarefas a serem cumpridas. Também deve-se garantir que as decisões registradas no manual sejam cumpridas por todos os indexadores indexadores e em todos os momentos. A seguir, falaremos dos principais elementos a serem considerados durante a elaboração de políticas de indexação.

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UNIDADE 4 – POLÍTICA DE INDEXAÇÃO

Na segunda parte da unidade, para encerrar esta obra, veremos as tendências mais atuais de organização da informação na WEB, a fim de compreendermos as potencialidades do uso Web semântica, ontologias, taxonomias e folksonomias para melhorar a precisão na recuper recuperação. ação. Ressalta-se que a expressão Web, nesta obra, é utilizada para se referir à rede mundial de computadores (World ( World Wide Web eb), ), que congreg congregaa documentos hipertextuais e hipermidiáticos acessados por intermédio da Internet.

2. CONTEÚDO BÁSICO DE REFERÊNCIA O Conteúdo Básico de Referência  Referência  apresenta, de forma sucinta, os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo do Conteúdo Digital Integrador . 2.1. POLÍTICA DE INDEXAÇÃO Dentro das instituições, a política é um conjunto de regras, processos e conceitos que regem o gerenciamento da oferta de produtos serviços. O processamento técnico gera produtos e serviços,e como catálogos e recuperação da informação, por exemplo. Para sua gestão eficaz, devem ser estabelecidos alguns critérios, a fim de padronizar o processamento. Além dos manuais de catalogação, que norteiam o tratamento descritivo, é necessário formular manuais de indexação, a fim de garantir que os princípios do tratamento temático sejam cumpridos e se tornem uniformes. Antes da elaboração do manual, é necessário formular uma política de

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UNIDADE 4 – POLÍTICA DE INDEXAÇÃO

indexação, ou seja, um conjunto de decisões que permitirão otimizar a comunicação documentária. A política de indexação deve ser compreendida como uma decisão administrativa que reflita os objetivos da biblioteca, identificando condutas teóricas e práticas das equipes envolvidas no tratamento da informação da biblioteca para definir um padrão de cultura organizacional coerente com a demanda da comunidade acadêmica interna e externa. (RUBI, 2009, p. 92)

O serviço de indexaç indexação ão deve garantir que o usuário consiga acessar os documentos de que necessita da forma mais eficiente possível (CARNEIRO, 1985), por isso, tem impacto direto na recuperação da informação. Para a elaboração da política de indexação, devemos levar em conta três requisitos administrativos, ou seja, sobre a tomada de decisões referentes ao tratamento temático (CARNEIRO, 1985): 1. A organização organização onde o sistema de indexação está inserido: identificar o tipo de biblioteca, seus objetivos, missão, características e potencialidades. 2. A clientela a que se destina (destinatário): reconhecer as características dos usuários, como áreas de interesse, grau de instrução, profissão, gostos em relação aos assuntos e documentos, idade, formas de se relacionar com os sistemas de busca, preferências na apresentação dos resultados de busca etc. 3. Os recursos humanos, materiais e financeiros (infraestrutura): (infraestrutur a): definir as despesas para a aquisição do sistema de informação e para o fornecimento

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UNIDADE 4 – POLÍTICA DE INDEXAÇÃO

das buscas, bem como avaliação da relação custobenefício quando não houver o provimento de serviços. Elaborar a política de indexação é uma atividade complexa que vai além de explicações sobre o tratamento temático, pois requer deliberações que se ligam a outros processos dentro das bibliotecas, como o estudo de usos e usuários e o desenvolvimento de coleções.

Com as leituras propostas no Tópico 3.1., 3.1., você verá os principais elementos para a elaboração da política de indexação. Antes de prosseguir para o próximo assunto, realize as leituras indicadas, procurando assimilar o conteúdo estudado.

Elementos para uma política de indexaçã indexação o Vários fatores afetam o desempenho do sistema, podendo causar efeitos positivos ou negativos, conforme as deliberações tomadas ou não. Par Paraa garantir ao máximo a eficiência, é necessário compreendermos quais elementos do sistema interferem na qualidade dos serviços e como isso ocorre. Por eficiência máxima, compreendemos o atendimento às necessidades de busca dos usuários e a racionalização do processo de tratamento tratamento temático. Rubi (2009; 2012) sintetizou os elementos fundamentais para a criação das políticas de indexação, os quais podem ser vistos no Quadro 1.

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UNIDADE 4 – POLÍTICA DE INDEXAÇÃO

Quadro 1 Elementos 1 Elementos da política de indexação. ASPECTO Indexação

ELEMENTO Economia Especificidade Exaustividade Capacidade de revocação e precisão do sistema Formação do indexador Procedimentos de leitura documentária Síntese Seleção e aquisição de documentos-fonte documentos-fonte Cobertura de assuntos Manual de indexação (elaboração/ utilização) Consistência/ Uniformidade

Linguagem documentária Sistema de busca e recuperação

Escolha da linguagem Adequação Forma de saída dos resultados Estratégia de busca Avaliação do sistema Campos e subcampos de assunto do formato MARC Capacidade de consulta a esmo (browsing (browsing)) Uso (pelo usuário)

Fonte: adaptado Fonte:  adaptado de Rubi (2009; 2012).

Esses elementos estão intimamente relacionados entre si, de modo que alterações em um deles automaticamente afetarão os demais. O primeiro grupo de elementos do Quadro 1 diz respeito diretamente a questões relativas ao processo de indexação e serão descritos a seguir. O princípio da economia diz que não devem ser atribuídos muitos termos a um único documento. Em bibliotecas frequentadas por um grupo de usuários muito heterogêneo, como as bibliotecas públicas, por exemplo, deve-se determinar

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UNIDADE 4 – POLÍTICA DE INDEXAÇÃO

um assunto mais geral (RUBI, 2012), ou seja, utilizar um descritor mais genérico que englobe um grupo de conceitos em vez de atribuir vários descritores. A economia da indexação rege a exaustividade e a especificidade, que abordamos na Unidade 3, ajudando a definir a quantidade e a profundidade dos termos a serem utilizados. Assim, a especificidade e a exaustividade devem ser definidas na política de indexação e registradas com clareza no manual, ou seja, se os conceitos serão representados de forma mais específicas ou abrangentes e quantos descritores poderão ser atribuídos em cada registro. A capacidade capacid ade de revocação se refere à taxa de documentos relevantes recuperados frente ao sistema. Ela é mensurada pela relação entre o número de documentos relevantes recuperados sobre o tema e o número total de documentos que existem no sistema sobre esse tema (RUBI, 2009). Par Paraa sabermos essa taxa, devemos utilizar a fórmula a seguir (FURNIV (FURNIVAL, AL, 2002):

Assim, se o sistema possuirrelevantes 98 livros sobre biologia marinhaa e a busca recuperou 80 registros sobre esse assunto, taxa de revocação será de 81,63% (80 / 98 x 100). A precisão diz respeito ao número de documentos relevantes relevantes recuperados frente ao total de documentos recuperados e pode ser medida com ajuda da seguinte fórmula (FURNIVAL, (FURNIVAL, 2002):

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UNIDADE 4 – POLÍTICA DE INDEXAÇÃO

Portanto, se uma busca recuperou 50 registros, mas somente 15 eram relevantes para o usuário, temos uma taxa de precisão de apenas 30% (15 / 50 × 100). A revocação é a capacidade de recuperar documentos úteis e a precisão, a habilidade de evitar os inúteis (LANCASTER, 2004). A capacidade de revocação e de precisão do sistema de buscas da biblioteca está diretamente relacionada à especificidade e à exaustividade, ou seja, quanto mais exaustivamente um bibliotecário indexa seus documentos, maior será a revocação na recuperação da informação buscada e, inversamente proporcional, a precisão será menor. E quanto mais especificamente um bibliotecário indexar, menor será a revocação, porém a precisão será maior maior.. (RUBI, 2009, p. 86)

Lancaster (2004) sugere que não se limite muito a exaustividade, e sim se estabeleça uma faixa com o mínimo e o máximo de termos, por exemplo, de 8 a 15 termos. Essa quantidade pode variar de acordo com o tipo de documento e conformee a necessidade. conform A indexação realizada de maneira mais específica resultará, portanto, em uma recuperação com níveis de revocação menor e com um índice maior de precisão, ou seja, mesmo sendo um número reduzido de documentos, são exatamente estes que correspondem às questões de busca do usuário. (RUBI, 2009, p. 86)

A cobertura de assuntos se refere à capacidade que a linguagem e a indexação devem ter de corresponder às áreas do conhecimento em que a biblioteca atua, pois não há representação de assunto eficiente se os temas não forem abrangidos. Por exemplo: não há como cobrir os assuntos da área da Física se a linguagem utilizada só apresent apresentaa conceitos da Biologia.

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UNIDADE 4 – POLÍTICA DE INDEXAÇÃO

A formação do indexador se refere às habilidades e às competências que esse profissional deve possuir. São essenciais, além da concentração e da compreensão compreensã o de leitura (RUBI; FUJITA; BOCATTO, 2012), a: Imparcialidade:: deve-se agir sempre de forma imparcial Imparcialidade e sem preconceitos, não emitindo juízo de valor sobre o conteúdo dos documentos, pois o que está em questão é informar os assuntos, e não julgar a obra, seja por sua qualidade, valores, posicionamento etc. Fidelidade:: o indexador precisa representar o conteúdo Fidelidade dos documentos com veracidade, indicando com exatidão exa tidão os conceitos identificados e selecionados. •





Coerência Coerência: : deve-se saber equilibrar a exaustividade e a especificidade dos termos de indexação.

Também é necessário esclarecer como serão feitos os treinamentos dos indexadores e o acompanhamento e a avaliação da qualidade da indexaç indexação. ão. Outra decisão importante diz respeito aos procedimentos de leitura documentária. É preciso especificar como será feita a análise, ou seja, se ela será orientada pelo conteúdo do documento, pela demanda do usuário ou por ambos, quais partes dos documentos devem ser lidas, técnicas especiais de leitura de documentos não textuais (fotos, filmes, música, objetos tridimensionais) etc. A síntese se refere às decisões sobre a elaboração dos resumos dos documentos, ou seja, o tipo ti po de resumo, se indicativo, informativo informa tivo ou crítico, crí tico, e a extensão extensão,, a qual pode variar conform conformee a tipologia documental.

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As técnicas de redação do resumo você verá no decorrer de seus estudos. A seleção e a aquisição de documentos-fonte se referem à política de desenvolvimento de coleções, a qual deve prever a extensão da cobertura dos assuntos de interesse dos usuários e a qualidade dos documentos adquiridos (CARNEIRO, 1985). O desenvolvimento de coleções deve se basear em métodos quantitativos e qualitativos de avaliação de circulação do acervo e de identificação de necessidades e preferências dos usuários. Seu objetivo é garantir que sejam adquiridos os documentos mais pertinentes para a comunidade de leitores e evitar a compra de material com pouca relevância, fazendo o melhor uso possível dos recursos financeiros disponíveis. Por fim, o elemento manual de indexação diz respeito ao registro de todas as decisões tomadas na fase de elaboração da política de indexação, pois de nada adianta definir o tratamento de cada elemento e não deixar disponível um guia que o indexador possa consultar para aprender ou tirar dúvidas quando necessário. O manual de index indexação ação é um documento que visa a garantir a uniformidade inter e intraindexação, diminuir a subjetividade do processo e possibilitar a recuperação da informação que atenda às necessidades dos usuários. Portanto, o manual deve ser consultado com frequência. 2.2. LINGUAGENS DE REPRESENTAÇÃO NA WEB A explosão da Web, apesar de ampliar as possibilidades de acesso a documentos antes inacessíveis, trouxe trouxe a dificuldade de se localizar informações precisas frente ao excesso de itens disponíveis. Assim, houve a necessidade de se criar mecanismos

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de busca, para permitir encontrar a informação mais precisa entre os inúmeros documentos irrelevantes. Entretanto, apesar da evolução que as ferramentas de busca trouxeram para a Web, ainda há deficiências na recuperação de informação. Além disso, novas necessidades de busca vêm surgindo a cada época, em decorrência da diversidade de conteúdo, aplicativos e de interação entre usuários da Internet. Os atuais sistemas de organização e de representação necessitam de novas ferramentas para dar conta de responder a essas novas necessidades, o que tem forçado a adaptação das linguagens documentárias tradicionais. Para representar informações na Web, não existe um profissional que fará a análise documental e a descrição dos dados de forma e conteúdo. Os mecanismos de busca utilizam a indexação a partir das palavras em linguagem natural presentes nos próprios documentos, links links,, dados gerados durante a navegação, padrões de metadados etc. Assim, a polissemia e a ambiguidade são enormes e causam imprecisão na recuperação da informação. Para tentar aumentar a precisão na busca, os cientistas da Para computação têm pensado em formas de prover inteligência ao computador, para que ele consiga interpretar com mais exatidão qual o tipo de informação é solicitado em uma pesquisa. Dessa forma, foi criada a Web semântica, a qual pode ser descrita como: [...] uma nova ferramenta de busca de informações no ciberespaço, uma extensão da Web, acrescentando semântica ao atual formato de representação de dados. Uma ferramenta inteligente, que trabalha através de associação e dedução. Sob essa perspectiva, a tarefa de verificar o assunto do documento

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ficaria a cargo das máquinas, poupando tempo e trabalho a quem realizasse uma busca. (PICKLER, 2007, p. 67)

Para que a Web semântica possa de fato funcionar, estão sendo linguagens e estruturas capazes associar os dados,pesquisadas sendo as mais conhecidas as ontologias e asde taxonomias. Os estudos e as aplicações práticas nessa área ainda estão em fase inicial, em especial dentro da Biblioteconomia. Por isso, nesta obra, veremos apenas alguns fundamentos de Web semântica, ontologias e taxonomias e suas possibilidades dentro de sites sites,, bibliotecas digitais e ambientes corporativos. corporativos. Também veremos o uso da folksonomia, sistema livre de indexação que permite que os próprios usuários descrevam o conteúdo dos documentos disponíveis da Web.

As leituras indicadas no Tópico 3.2.  3.2.  tratam dos fundamentos teóricos e práticos da indexação. Neste momento, você deve realizar essas leituras para aprofundar o tema abordado.

Web semântica Antes de Web Web semântica, devemos compreender compreend er o conceito de Web sintática. Na Web sintática, os computadores fazem apenas a apresentação da informação, sendo que o processo de interpretação dos dados fica a cargo dos usuários (PICKLER, 2007). Ou seja, quando fazemos uma busca, precisamos avaliar os documentos recuperados um a um para selecionarmos quais trazem informações relevantes e descartarmos os demais.

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Porém, nunca temos tempo ou paciência para avaliar todos, então acabamos nos concentrando nos primeiros documentos apresentados em uma lista quase infinita de resultados. Mas, e se houver documentos relevantes entre os apresentados no final da lista? Para que a busca se torne mais inteligente e recupere documentos realmente relevantes, é necessário que os buscadores consigam compreender o significado, ou seja, a semântica do conteúdo das páginas. Assim, A ssim, a Web semântica: [...] é baseada na ideia de que o conteúdo deve ter uma descrição digital, padronizada por vocabulários e que provê meios para as máquinas (robôs, sistemas etc.) entenderem do que se trata esse conteúdo, ou seja, criando algum contexto para que as máquinas consigam utilizar esses dados. Dessagerando forma, os computadores poderão interpretar as informações, e distribuindo conteúdo útil, de acordo com as necessidades dos usuários (EIS, 2017, p. 583-584).

Dessa forma, ao fazer uma pesquisa sobre São Paulo, por exemplo, o próprio buscador busca dor entenderia se você está se referindo ao Estado, à cidade, ao santo ou ao time de futebol, pois seria capaz de interpretar dados relacionados à sua navegação, postagens, comentários etc. para compreender sua busca e retornar somente resultados relevantes. Porém, para funcionar, é necessário estabelecer uma padronização padronizaç ão de tecnologias, linguagens e metadados descritivos, com regras comuns. As regras podem ser criadas por intermédio da ontologia, estrutura que define formalmente as relações entre termos e conceitos (PICKLER, 2007). Com efeito, se a semântica tem a ver com a relação entre a linguagem e a realidade e a ontologia é o estudo da estrutura geral da realidade, então necessariamente haverá relações entre elas (PICKLER, 2007, p. 71).

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Há três fases da Web (EIS, 2017): 1) Web 1.0: 1.0: conhecida como Web passiva, em que o usuário era mero consumidor de informações. 2) Web 2.0: 2.0: a Web atual (sintática), em que podemos criar e compartilhar conteúdos diversos. 3) Web 3.0: 3.0: conhecida como Web semântica, cujo foco é, além de ler e produzir conteúdos, permitir que esses sejam relacionados e reutilizados da melhor maneira possível. A Web semântica é considerada uma extensão, e não um substituto da Web sintática. Eis (2017) afirma que ainda não se sabe ao certo qual o impacto disso em nossas vidas, pois ela ainda não foi desenvolvida totalmente. Como exemplo, o autor cita alguns e-mails e-mails que,  que, interpretando as mensagens que você recebeu ou enviou, avisam que seu voo irá atrasar ou inserem automaticamente automaticamen te na sua agenda, e na de seus colegas, o dia e a hora de uma reunião. Dentro de bibliotecas digitais, por exemplo, exemplo, as possibilidades serão inúmeras quando conseguirmos utilizar a We Web b semântica. O próprio computador poderia, por exemplo, interpretar seus gostos literários e interesses para indicar livros, revistas, filmes ou qualquer outro material do acervo. Não seria incrível? Ontologias A palavra ontologia tem origem grega e significa estudo (logia) do ser (onto) e foi primeiramente usada na Filosofia para designar a compreensão da natureza dos seres, ou seja, a existência das coisas do Universo. Ontologia é um ramo da

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metafísica, ou seja, parte da Filosofia que se ocupa dos conceitos mais abrangentes e abstratos. O termo começou a ser utilizado na Ciência da Computação para se referir a um corpo de conhecimento usado para pa ra descrever um domínio pela utilização de um vocabulário de representação representação (RAMALHO, 2010). Os conceitos e suas relações devem ser passíveis de serem interpretados pelo computador, ou seja, precisam possuir uma especificação formal. Assim, uma ontologia pode ser definida como uma especificação formal e explícita para representar as entidades de uma área específica e seus relacionamentos, a fim de eliminar a confusão terminológica e conceitual e possibilitar a criação de inferências a partir do conhecimento explícito. Dito de outro modo: “[...] as ontologias fornecerão o vocabulário necessário para a comunicação entre os agentes e as páginas da Web, definindo as relações entre os conceitos” (PICKLER, 2007, p. 72). Ontologias e linguagens documentárias se aproximam, porque ambas são linguagens construídas com a finalidade de representar o conhecimento (MOREIRA; SANTOS NETO, 2014), entretanto, não podem ser confundidas. As linguagens documentárias são utilizadas para traduzir o conteúdo dos documentos, já as ontologias servem para descrever:

a) conceitos genéricos, independentes de domínio, como, e. g., espaço, tempo e ação; b) conceitos especializados no interior de domínios, como o da medicina e. g.; c) conceitos especializados identificados em tarefas ou atividades, como, e. g., venda ou diagnóstico e d) conceitos que se relacionam tanto da identificação do domínio particular quanto da tarefa, os quais se referem, refer em, normalmente, a papéis desempenhados por atores do domínio. Essas ontologias são denominadas, respectivamente, ontologias de alto nível, ontologias de domínio, ontologias de

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tarefas e ontologias de aplicações. (MOREIRA; SANTOS NETO, 2014, p. 51)

Ainda não existe um consenso sobre o real espaço que será ocupado pela ontologia dentro da Ciência da Informação, pois sua incorporação é recente e suas possibilidades de uso ainda estão sendo testadas e pesquisadas. Ontologias não devem ser confundidas com tesauros, pois se tratam de modelos diferentes de representação do conhecimento. Enquanto os tesauros são desenvolvidos como ferramentas de auxílio para os usuários na busca de informações, as ontologias têm como principal objetivo descrever formalmente os recursos informacionais para possibilitar a realização de inferências automáticas (RAMALHO, 2010, p. 37).

As ontologias possuem os seguintes componentes (RAMALHO, 2010): 1) Classes e subclasses: subclasses: agrupam os elementos do mundo real (coisas físicas ou abstratas) de acordo com suas similaridades, levando-se em consideração um domínio concreto. Diz respeito à organização hierárquicaa dos conceitos. hierárquic 2) Propriedades descritivas: apresentam as caracterís características ticas das classes. descritivas: 3) Propriedades relacionais: relacionais: descrevem os relacionamentos dos elementos, os quais podem ou não fazer parte de uma mesma hierarquia, rotulando os tipos de relações existentes. existentes. 4) Instâncias Instâncias:: indicam os valores das classes e das subclasses, a fim de representar os elementos do domínio modelado.

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5) Valores: Valores: apresentam atributos concretos às propriedades descritivas e indicam formatos e tipos de valores aceitos em cada classe. 6) Regras e axiomas: axiomascomo : enunciados lógicos queaceitos, possibilitam impor condições tipos de valores a fim de possibilitar a realização de inferências automáticas. Regras e axiomas são as principais características das ontologias. Elas permitem inferir novas informações de modo automático, ou seja, torna possível que o computar consiga deduzir sozinho qual o conteúdo de uma página Web antes de apresentá-lo apresent á-lo no resultado de uma busca, por ex exemplo. emplo. A construção de ontologias deve utilizar os seguintes objetos (PICKLER, 2007): 1) Entidades Entidades:: descrição dos conceitos (elementos do domínio representado), a fim de prover uma representação lógica. 2) Atributos Atributos:: descrição das propriedades das entidades. 3) Relações Relações:: apresentação das ligações entre as entidades e os atributos. 4) Restrições Restrições:: condições impostas sobre as entidades, atributos ou relações, de acordo com o sentido dessas. Portanto, são as ontologias que permitirão representar explicitamente a semântica, ou seja, o significado dos dados. Assim, a ontologia melhora a recuperação da informação na Internet e pode permitir, entre outras coisas, a tradução de termos altamente técnicos técnicos para a linguagem do usuário comum, o armazenamento da memória corporativa, a comunicação comunica ção entre usuários e o entendimen entendimento to de domínio do conhecimento etc.

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Uma ontologia é formada por um conjunto de regras de inferência e uma taxonomia (DIAS; SANTOS, 2003).

Taxonomias A palavra taxonomia é originada do grego taxis taxis (ordenação)  (ordenação) e nomos nomos   (norma, método). Um dos primeiros a usar o termo foi Aristóteles, cerca de 300 a.C. para se referir ao esquema hierárquico que ele criou para estudar e classificar os objetos científicos (EIS, 2017; RAMALHO, 2010). Mais tarde, no século 18, o botânico Carlos Lineu usou a palavra taxonomia para designar sua classificação dos seres vivos. No estudo Systema Systema   Naturae Naturae,, ele agrupou os seres hierarquicamente, das classes mais genéricas até as espécies mais específicas (reino, filo, classe, ordem etc.) (LINNAEI, 1748), criando um dos trabalhos mais importantes da Biologia. A taxonomia tem como fundamento a estruturação de conceitos em um esquema mono-hierárquico, ou seja, cada componente só pode ocupar um único lugar na estrutura. Entretanto, já existem taxonomias poli-hierárquicas, que permitem agregar um único conceito em classes difere diferentes, ntes, sem causar confusão semântica. Na década de1990, a partir da popularização da Internet, o conceito de taxonomia passou a ser utilizado para designar os sistemas de acesso à informação que usavam a terminologia do usuário como base para criação da terminologia do sistema. si stema. A taxonomia, dentro dos ambientes digitais, tem como objetivo melhorar a busca e o acesso à informação, permitindo a exploração pela navegação (browsing (browsing)) e a recuperação (searching searching). ).

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Recentemente, o uso de taxonomias tem sido adotado por permitir acesso através de uma navegação em que os termos se apresentam de forma lógica, ou seja, em classes, c lasses, subclasses, sub-sub-classes, e assim por diante, em quantos níveis de especificidade sejam um deles agregando informação sobre os necessários, documentos cada existentes na base. Uma vantagem desta forma de acesso é a garantia, para o usuário, da melhor seleção do termo de busca, uma vez que as classes contêm tópicos mutuamente exclusivos (CAMPOS; GOMES, 2007, p. 2).

Várias definições vinculam a taxonomia ao ambiente corporativo, destacando a importância da organização da informação para a gestão estratégica, ou seja, o planejamento, a execução e o controle de todo os processos que levarão as empresas a atingirem seus objetivos. Infelizmente, não há uma definição universalmente aceita do termo dentro das áreas que lidam com a informação digital. Na Ciência da Informação, a taxonomia tem sido utilizada na organização da informação em portais corporativos e em bibliotecas digitais, apesar de sua aplicação ainda ser restrita devido a algumas limitações l imitações computacionais (CAMPOS; GOMES, 2007). Currás (2008) conceitua taxonomia como uma aplicação Web que serve à gestão de linguagens documentais, ao desenvolvimento de estruturas de navegação e como complemento para a gestão de conteúdos. Dentro das empresas, permite a administração do conhecimento corporativo e suas particularidades. Segundo a autora, todos esses conceitos remetem à Web semântica. Podemos citar duas principais características em comum entre taxonomias e tesauros, como: ajudar a sistematizar o conhecimento pelo estabelecimento de normas específicas e

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permitir a pré e a pós-coordenação dos termos que as utilizam (CURRÁS, 2008). Entre as difere diferenças, nças, ressalta-se que os tesauros podem ser construídos manualmente e são ferramentas utilizadas por bibliotecários, documentalistas e arquivistas;  já as tax taxonomias onomias se desenvo desenvolvem lvem quase ex exclusivament clusivamentee por intermédio da informática e são comuns entre profissionais da computação (CURRÁS, 2008). Existem diferentes tipos de taxonomia, conforme a aplicação que é dada (CAMPOS; GOMES, 2007): Taxonomia canônica: canônica: mono-hieráquica e baseada na divisão dicotômica, ou seja, cada conceito é sempre dividido em dois. Taxonomia de domínio: domínio: apresenta subdivisões policotômicas, ou seja, comporta várias subdivisões sobre uma determinada área do conheciment conhecimento. o. Taxonomia de processos: processos: divisão policotômica de procedimentos e tarefas gerenciais. •





As taxonomias taxonomias utilizam princípios da teoria da classificação (CAMPOS; GOMES, 2007): Categorização:: fornece as bases para a sistematização a Categorização partir da criação das categorias que formam formam o domínio. •





Cânones Cânones: : trabalho com o planoadas ideias para a criação de classes mais abrangentes, subdivisão vertical de subclasses (cadeias) e horizont horizontal al das espécies (renques). ( renques). Ordenação das classes e de seus elementos: elementos: a apresentação em sequências lógicas pela definição da melhor ordem para os conceitos (alfabética, do conceito mais antigo ao mais recente, do mais próximo ao mais distante, do mais simples ao mais complexo etc.).

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A elaboração das taxonomias dentro de ambientes corporativos é feita em quatro etapas (CAMPOS; GOMES, 2007): 1) Captura do conhecimento: conhecimento: delimitação da área, empresa setor em que ela seráespecialistas utilizada, a partir de realizaçãoe de entrevistas com e análise de documentos da instituição, entre elas classificações e linguagens já utilizadas. 2) Análise dos documentos/informações: documentos/informações: levantamento dos tipos de documentos e informações registradas que serão organizadas, tendo em vista que não será classificado o conhecimento, mas sim os documentos e os processos empresariais. 3) Elaboração da estrutura classificatória classificatória: : sistematização a partir dos princípios de categorização, formação e ordenação das classes, subclasses e espécies. 4) Validação Validação:: especialistas da área devem ser chamados para avaliar e certificar a taxonomia em todas as etapas. Um dos principais recursos que podem ser utilizados nas taxonomias é a herança de propriedades: o computador interpreta os relacionamentos entre os termos e estende automaticamente esses relacionamentos para o conjunto de termos que pertencem à mesma família (CAMPOS; GOMES, 2007). Assim, por exemplo: [...] é possível associarmos propriedades às classes que suas subclasses herdam automaticamente essas propriedades. Por exemplo, se códigos de cidade são definidos como do tipo cidade que, por conseguinte, possui Web sites, então podemos associar um determinado código de cidade a um site Web sem existir um relacionamento direto entre os dois (DIAS; SANTOS, 2003, p. 82).

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Pode-se dizer que a taxonomia taxonomia funciona func iona como um guia para o usuário, ajudando-o a encontrar o conteúdo desejado sem que ele seja especialista no assunto, pois revela progressivamente progressivamente as áreas de interesse a partir da própria navegação, favorecendo a associação de ideias e a descoberta de informações (CAMPOS; GOMES, 2007). Folksonomias O termo folksonomia, ou  folksonomy , advém de  folk   (povo) e nomia nomia (regra,  (regra, método) e foi criado por Thomas Vander Wal no ano de 2004 para descrever o ato de atribuir etiquetas (tags tags)) a recursos da Web 2.0. Muitas definições relacionam erroneamente a folksonomia folksono mia à taxonomia. O próprio própri o Vander Vander Wal critica os trabalhos que têm citado a definição encontrada na Wikipédia, a qual se tornou completamente distante do que ele entende por folksonomia, pois ela não implica criar categorias e não está relacionada à taxonomia, sendo sua antítese (SOUSA; BENETTI, 2014). Segundo o autor, folksonomia é a marcação de qualquer coisa com um endereço eletrônico feita livremente pelo próprio usuário, sempre realizada em um ambiente compartilhado e aberto a outros usuários (SOUSA; BENETTI, 2014). Como a etiquetagem é livre, não carece de uma rede estruturada de conceitos, como a tax taxonomia. onomia. Catarino e Baptista (2009) encontraram diversas expressões para se referir à atribuição de tags tags:: a) classificação social ou distribuída; b) etnoclassificação; c) social bookmarking; bookmarking; d) tagging tagging;; e) tagging systems; systems; f) social tagging; tagging; g) social tagging systems;; h) collaborative tagging system systems systemss; i) social classification; classification;  j) bookmarking bookmarking;; k) social bookmarking; bookmarking; l) social bookmarking manager; m) social ontologies; ontologies; e n) tax taxonomia onomia dinâmica.

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O princípio central da folksonomia é permitir que o próprio usuário faça a descrição dos conteúdos da internet utilizando a linguagem natural, por isso essa atividade também é conhecida como indexação social. Permitir que o próprio usuário faça a index indexação ação é uma ideia inovadora que traz uma série de vantagens, como: a) amplia a recuperação e a descoberta de conhecimento; b) permite o compartilhamento de informações e dos modos de organizá-la; c) promove maior acesso, devido à associação de conteúdos; d) pode ser uma alternativa à Web semântica; e) comporta a definição de conteúdos secundários, não apenas dos centrais; f) descentraliza a descrição por meio de uma estrutura menos rígida e mais flexível; e g) permite o uso da linguagem do usuário (GOUVÊA; LOH, 2007). Um dos sites sites mais  mais conhecidos que permitem a utilização de tags tags é  é o Flickr, rede social de fotografias. Ao postar uma foto, você pode inserir quaisquer palavras para descrever a imagem, as técnicas utilizadas, locais etc., como pode ser visto na Figura 1.

Fonte: Flickr Fonte:  Flickr (2018).

Figura 1 Atr 1 Atribuiç ibuição ão de tags no Flickr  Flickr .

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Essas etiquetas também servem para buscar a informação informação,, ou seja, ao procurar ou clicar em uma tag tag,, você recuper recuperaa imagens indexadas por seus fotógrafos. Entretanto, há uma série de desvantagens na indexação social, como a) incoerência entre as tags tags   e os conceitos que elas representam; b) erros de grafia, significados e inadequação gramatical; e c) problemas nos usos das tags tags   genéricas e específicas, por associação com conceitos coletivos ou meramente meramen te individualistas (GOUVÊA; ( GOUVÊA; LOH, 2007). Hoje é muito comum ouvirmos falar em hashtag hashtag,, que nada mais é do que uma palavra-chave antecedida do sinal gráfico cerquilha (#). O sinal de cerquilha serve para marcar a palavra-chave, indicando que ela se trata de um termo usado para descrever um recurso, gerando links links   e permitindo que sejam encontradas por motores de busca, evitando que sejam confundidas com palavras de um texto, título ou mensagem. Procure em qualquer buscador bus cador a palavra “cachorro”. “cachorro”. Em seguida, procure por #cachorro e compare os resultados. As hashtags hashtags   são utilizadas em aplicativos como Twitter , Facebook   e Instagram Instagram   e, além de descrever os recursos, têm sido utilizadas para a promoção de marcas e produtos e também como forma de manifestar contentamento ou insatisfação com fatos e pessoas. As hashtags hashtags mais  mais postadas (algumas alcançam o número de milhões em poucas horas) permitem verificar quais são os assuntos mais comentados no mundo. Dessa forma, grupos de pessoas têm combinado a inserção de hashtags hashtags estratégicas  estratégicas para expressar expressar suas opiniões ou chamar a atenção. Por exemplo: exemplo: se quisermos promover as bibliotecas, podemos combinar um dia para “taguearmos” #biblioteca nas redes sociais.

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Nas bibliotecas digitais, bases de dados e repositórios, a folksonomia pode ajudar a construir e a validar linguagens documentárias, ontologias, taxonomias e classificações, funcionando como um estudo de usos e usuários focado no vocabulário. Ela também pode ser utilizada como um recurso a mais, ou seja, além da indexação formal, pode-se acrescentar a indexação index ação do próprio usuário: enquanto os bibliotecários indexam oficialmente os documentos por intermédio dos registros dos catálogos, os leitores podem inserir tags tags diretamente  diretamente na interface da biblioteca ou base.

Antes4, realizar questões autoavaliativas propostas no Tópico 4,de você deveas fazer as leituras propostas no Tópico 3.3.,, a fim de compreender um pouco mais a fundo o que é 3.3. política de indexação e quais são as novas possibilidades de representação na informação na Web.

Vídeo complementar –––––––––––––––––––––––– ––––––––––––––––––––––––––––––– ––––––– Neste momento, é fundamental que você assista ao vídeo complementar. •



Para assistir ao vídeo pela Sala de Aula Virtual, clique no ícone Videoaula, localizado na barra superior. sup erior. Em seguida, selecione o nível de seu curso (Graduação), a categoria (Disciplinar) e o tipo de vídeo (Complementar). Por m, clique no nome da disciplina para abrir a lista de vídeos. Para assistir ao vídeo pelo seu CD, clique no botão “Vídeos” e selecione: Linguagens Documentárias  – Vídeos Complementares – Complementar 4.

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3. CONTEÚDO DIGITAL INTEGRADOR O Conteúdo Digital Integrador   representa uma condição necessária necessár ia e indispe indispensável nsável para você compreender integralmente os conteúdos apresentados nesta unidade. 3.1. POLÍTICA DE INDEXAÇÃO Antes de saber como devem ser realizados os procedimentos de indexação, é extremamente necessário que sejam tomadas decisões administrativas, de modo a tentar verificar como esses procedimentos vão impactar a representação e o acesso à informação. Tais decisões formam o que chamamos de política de indexação, a qual deve ser registrada em manuais, a fim de uniformizar os processos referentes à análise, síntese e representação (tradução). A bibliografia a seguir traz, além de textos sobre esse conjunto de decisões administrativas, um manual de indexação, o qual visa a esclarecer como deve ser estruturado esse tipo de documento. •



Universidade EstadualManual Paulistade (Unesp). Geral de Bibliotecas. políticaCoordenadoria de indexação  para as bibliotecas universitárias da Unesp Unesp.. Coordenação Mariângela Spotti Lopes FUJITA. São Paulo: Unesp, 2017. Disponível em: . Acesso em: 20 out. 2018. RUBI, M. P. Os princípios da política de indexação na análise de assunto para catalogação: especificidade,

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exaustividade, revocação e precisão na perspectiva dos catalogadores e usuários. In: FUJITA, M. S. L. et al. (Orgs.).  A indexaç indexação ão de livros livros:: a percepção de catalogadores e usuários de bibliotecas universitárias. Um estudo de observação do contexto sociocognitivo com protocolos verbais. São Paulo: Editora Unesp; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. p. 81-93. Disponível em: . Acesso em: 18 set. 2018. RUBI, M. M . P. P. Política Polític a de indexação. In: LEIVA, LEI VA, I. G.; FUJITA, M. S. L. (Eds.). Política de index i ndexação ação.. São Paulo: Cultura Acadêmica; Marília: Ocina Universitária, 2012. p. 107120. Disponível em: . acao_ebook.pdf>. Acesso em: 18 set. 2018.

3.2. LINGUAGENS DE REPRESENTAÇÃO NA WEB A representação dos recursos na Web apresenta novos desafios para todos os profissionais que trabalham com a informação, informaç ão, entre eles os bibliotecários. Além das linguagens de indexação, indexação, estão sendo estudadas e testadas linguagens de organização da informação digital capazes de minimizar a polissemia da linguagem natural, mas sem a necessidade de excluí-la. Assim, as ontologias estão sendo criadas para funcionar como a língua da internet, a fim de possibilitar que humanos e máquinas compreendam o conteúdo dos recursos sem ambiguidade.

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Já as taxonomias têm sido empregadas na classificação da informação informaç ão digital, especialmente dentro de portais corporativos e bibliotecas digitais, como forma de melhorar a navegação, ao lado dos mecanismos de busca. CAMPOS, M. L. A.; GOMES, H. E. Taxonomia e classificação: a categorização como princípio. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA E PÓSGRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO (ENANCIB), 8., 2007, Salvador. Anais Salvador.  Anais eletrônicos eletrônicos... ... Salvador: Ancib, 2007. Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2018. PICKLER, M. E. V. Web semântica: ontologias como ferramentas de representação do conhecimento. Perspectivas em Ciência da Informação, Informação, Belo Horizonte, v. 12, n. 1, p. 65-83, abr. 2007. Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2018. RAMALHO,R.A.S. Ontologias:aspectosinterdisciplinares. interdisciplinares. In: ______. Desenvolvimento e utilização de ontologias em bibliotecas digitais: digitais: uma proposta de aplicação. 2010. 145 f. Tese Tese (Doutorado (Douto rado em Ciência Ciênci a da Informação) Informação )  – Universidade Estadual Paulista, Marília, 2010. p. 23-42. Disponível em: . Acesso em: 25 set. 2018. •





4. QUES QUESTÕES TÕES AUTOA AUTOAVALIA VALIATIVAS TIVAS A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em

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responder às questões questõ es a seguir, seguir, você deverá revisar os conteúdos estudados para sanar as suas dúvidas. 1) A política de indexação indexação deve estar estar registrada registrada em manuais de indexação. indexação. Indique os elementos que não dizem respeito à política de indexação: a) Formato de metadados e requisitos funcionais. b) Especificidade e exaustividade. c) Revocação e precisão do sistema. d) Procedimentos de leitura leitura documental e síntese. síntese. 2) Na elaboração da política de indexação, três requisitos administrativos devem ser ponderados: I - Identificação da organização à qual estará estará vinculada vinculada ao sistema sistema de indexação (contexto). II - Identificação da clientela a que se destina o sistema (destinatário). (destinatário). III - Seleção de salas onde estarão disponíveis os sistemas de busca e recuperação (arquitetura). IV - Estabelecimento dos recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis (infraestrutura). Estão corretas as afirmações: a) I, II e III. b) I, II e IV IV.. c) I, III e IV IV.. d) II, III e IV IV.. 3) A Web Web semântica semântica tem como objetivo objetivo melhorar melhorar a recuperação da informainformação na internet. É correto afirmar que: I - A Web Web semântica semântica visa à substituição substituição da Web sintática, acrescentando semântica ao atual formato de representação de dados. II - A ontologia é a ferramenta ferramenta que permite atribuir sentidos sentidos ao conteúdo conteúdo dos documentos, pela formalização das relações entre termos e conceitos. III - Os computadores poderão interpretar as informações, a fim de recuperar conteúdos mais relevantes, conforme as necessidades dos usuários. a) I, II e III.

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b) I e II. c) I e III. d) II e III. 4) Assinale qual objeto não faz parte da construção de ontologias. a) Entidades, que se referem referem à descrição dos conceitos conceitos (elementos do domínio representado), cuja finalidade é prover uma representação lógica. b) Atributos, que dizem respeito à descrição das propriedades das entidades. c) Relações, que apresentam apresentam as ligações existentes entre as entidades e os atributos. d) Classificações, as quais trazem trazem números que representam representam as entidades. 5) Em relação às taxonomias, taxonomias, assinale a alternativa alternativa incorreta. incorreta. a) Utilizam princípios classificação, possuem características particulares tendoadvindos em vistada sua função em mas ambiente digital dentro do ambiente corporativo. b) É construída para atender a um público particular particular,, servindo de interface interface sistema-usuário por meio da navegação e facilitando as buscas nos portais. c) Estrutura e organiza organiza o conhecimento registrado registrado nas organizações, servindo como apoio à gestão. d) Taxonomia e tesauro são a mesma coisa e possuem os mesmos princípios, métodos de elaboração e funções, entretanto, as taxonomias são usadas exclusivamente por profissionais da computação.

Gabarito Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões autoavaliativas propostas: 1) a. 2) b. 3) d. 4) d. 5) d.

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5. CONSIDERAÇÕES Chegamos ao final da última unidade, onde tivemos a oportunidade de conhecer a importância da política de indexação e seu impacto na recuper recuperação ação da informação. A indexação é vista como a etapa mais importante do Tratamento Temático da Informação, pois ela determina os resultados das estratégias de busca. Para que seja realizada eficientemente, o indexador deve realizar a análise documental, a fim de compreender o conteúdo do documento. Para que haja correspondência entre os assuntos dos documentos e o assunto buscado pelo usuário, o bibliotecário precisa selecionar os principais conceitos encontrados e traduzi-los, utilizando uma linguagem de indexação. Essa linguagem li nguagem deve ser capaz de propiciar a mediação entre usuário e sistema; por isso, ela deve ser o reflexo das necessidades de representação e recuperação da informação. Assim, linguagens documentárias, análise de assunto e política de indexação se casam para garantir a comunicação documentária. Também abordamos brevemente as principais teorias que têm sido pesquisadas para a organização da informação na Web, a fim de pensarmos em formas mais inteligentes de oferecer conteúdos mais relevantes para os usuários. Nesta área, nós, bibliotecários, temos bastante a oferecer, mas ainda temos muito o que estudar! Ao final desta obra, espero que você tenha percebido que a linguagem documentária não é um instrumento estático; estático; como ela faz parte da interação entre o conhecimento humano e os leitores, deve acompanhar a evolução do saber e as mudanças nas necessidades e nos perfis dos usuários. Portanto, espero espero que

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você busque conhecer mais sobre o assunto não apenas durante o curso, mas também ao longo de sua carreira. Forte abraço, abraço, sucesso nos estudos e na profissão!

6. E-REFERÊNCIAS CAMPOS, Maria Luiza de Almeida; GOMES, Hagar Espanha. Taxonomia e classificação: a categorização como princípio. In: ENCONTRO NACIONAL DE PESQUISA E PÓSGRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO (ENANCIB), 8., 2007, Salvador.  Anais eletrônicos... eletrônicos ... Salvador: Ancib, 2007. Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2018. CARNEIRO, Marilia Vidigal. Diretrizes para uma política de indexação. Revista da Escola de Biblioteconomia da UFMG, UFMG, v. 14, n. 2, p. 221-241, 1985. Disponível em: . Acesso em: 10 jan. 2019. CATARINO, Maria Elisabete; BAPTISTA, Ana Alice. Folksonomias: características das etiquetas na descrição de recursos da web. Informação & Informação, Informação, Londrina, v. 14, n. esp., p. 46-67, 2009. Disponível em: . informacao/ article/view/3234/3221>. Acesso em: 27 set. 2018. DIAS, Tatiane Domingos; SANTOS, Neide. Web semântica: conceitos básicos e tecnologias associadas. Cadernos do IME : série informática, v. 14, p. 92, jun. 2003. Disponível em: . Acesso em: 18 out. 2018. EIS, Diego. Introdução à Web semântica: semântica: a inteligência da informação. [S.l.]: Casa do Código, 2017. (e-book) FLICKR. 2018. Disponível em: . ublic/>. Acesso em: 30 set. 2018. (área de acesso restrito ao usuário) GOUVÊA, Cleber; LOH, Stanley. Folksonomias: identificação de padrões na seleção de tags para descrever conteúdos. RESI RESI:: Revista Eletrônica de Sistemas de Informação, Campo Largo, v. 11, n. 2, p. 1-8, 2007. Disponível em: . fo/article/view/214>. Acesso em: 27 set. 2018. LINNAEI, Caroli. Systema naturae: naturae: sistens regna tria naturae, in classes et ordines genera et species redacta tabulisque aeneis illustrata. Secundum sextam Stockholmiensem editionem emendatam & auctam editionem. Lipsiae: Impensis Godofr. Kiesewetteri,

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1748. Disponível em: . Acesso em: 10 jan. 2019. MOREIRA, Walter; SANTOS NETO, Martins Fideles dos. A formação do conceito de ontologia na ciência da informação: uma análise nos periódicos Scire e Ibersid. Scire Scire,, vphp/scire/ . 20, n. 2, article/download/4173/3774>. p. 49-54, jul./dic. 2014. Disponível em:em: . indexacao_eboo k.pdf>. Acesso em: 10 jan. 2019. SOUSA, Raquel Juliana Prado Leite de; BENETTI, Marina. Indexação social no Skoob: a descrição do livro "O Mundo de Sofia" a partir de tags e resenhas. Informação & Informação,, Londrina, v. 21, n. 1, p. 520-541, jan./abr. 2016. Disponível em: . Acesso em: 01 out. 2018.

Sites pesquisados FLICKR. Home page. page. Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2018. Pplware.com. Vamos ligar e partilhar?   Introdução às ontologias. 09 jan. 2016. Disponível em: . Acesso em: 30 set. 2018.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CURRÁS, Emilia. Ontologías, taxonomía e tesauros: tesauros: manual de construcción y uso. 3. ed. actl. ampl. Gijón: Trea, [2008]. FURNIVAL, Ariadne Chloë. Os fundamentos da lógica aplicada à recuperação da informação.. São Carlos: informação Ca rlos: EdUFSCar, EdUFSCar, 2002. LANCASTER, F. W. Indexação e resumos: resumos: teoria e prática. 2. ed. Brasília: Briquet de Lemos, 2004.

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