LIBRAS Fonologia

November 12, 2022 | Author: Anonymous | Category: N/A
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LIBRAS Fonologia: A Fonologia na LIBRAS estuda as configurações das mãos e dos movimentos  para a formação dos sinais. sinais. Ferreira Brito(1998) ressalta a impo importância rtância do conhecime conhecimento nto léxico semântico nas línguas de sinais que corresponde a combinação das mãos; elas  podem se movimentar pelo corpo ou em frente dele. Assim, mitos que consideram a LIBRAS uma língua pobre é desnunado pela sua complexidade gramatical em um contexto cultural. Ela contém níveis linguísticos, semântica, morfologia, fonologia e sintaxe. A LIBRAS pode expressar vários conceitos, desde o concreto até abstrato, ou seja, não se resume em gestos isolados, afinal, está inserida na cultura surda, um envolvimento social e histórico.  Neste texto o foco está direcionado à Fonologia da LIBRAS, um estudo contextualizado, adquirido de forma espontânea e não de forma empírica. Esta última limita a imaginação e a criatividade, uma vez que o aluno vai memorizar informações.  Na perspectiva sócio-histórica, o conhecimento tem que ser construído pelo aluno; ele irá explorar a sua capacidade potencial percorrendo para a sua capacidade real, mediado  pelo educador educador (VYGOTSKY, 1994). O social constrói o conhecimento prévio e, engendra um contexto que vai imbricar a formação dos sinais, um processo de reflexão da própria língua; os sinais são assimilados a partir dos parâmetros: Configuração de mãos (CM), Movimento(M), Ponto de Articulação (PA) e Orientação (O). Temos que acrescentar as expressões faciais e corporais. A CM pode variar o uso das mãos, independe se a mão é a direita ou a esquerda, o indivíduo vai escolher a sua mão dominante. Existem sinais que utilizam uma mão, exemplo OUVIR, outros duas mãos, exemplo ESPERAR, neste caso uma mão serve de apoio para a outra. No sinal NASCER as duas mãos são utilizadas de forma espelhada e simétricas. FERREIRA BRITO(1993) delimitou 46 configurações de mãos, diferenciam entre elas nas posições, nos números de dedos estendidos ou não, e nas mãos fechadas ou abertas. A autora alerta que alguns sinais podem ter a mesma CM, o contraste está no PA e no contexto. O PA é o local do corpo onde o sinal vai ser realizado. LARANJA e APRENDER tem a mesma configuração de mão, a diferença que a LARANJA é feita na boca e APRENDER na testa. Outra situação, LARANJA e SÀBADO têm a mesma CM e PA, por isso é preciso considerar o contexto, a expressão facial e corporal, para entender a situação, os sinais não podem ser aprendidos isoladamen isoladamente. te. Continuando com a mesma autora, ela destaca que limitar o espaço para a realização da comunicação na LIBRAS, é muito importante, a Língua exige uma organização espacial; os sinais devem ser realizados desde o topo da cabeça até a cintura e executados em frente do tórax. O movimento(M), implica no deslocamento da mão no espaço ou no corpo. Quanto à direção dos M, eles podem ser: Unidirecional, Bidirecional e Multidirecional. A intensidade, o tempo e a frequência são características características importantes para o significado dos sinais para a adjetivação, para o aspecto e para o  plural.

 

  A Orientação (O) é o parâmetro que analisa a direção da palma das mãos na  produção dos sinais. Neste ponto, torna-se importante considerar considerar os sinais não-manuais, as expressões faciais e corporais; sem eles os sinais não tem significados. Enfim, a LIBRAS é indissociável dos fatores históricos e culturais. Eles contribuem pra a formação de novos léxicos como qualquer oura língua. Porém, segundo FERREIRA BRITO(1993), estes novos sinais precisam obedecer as regras e estruturações da LIBRAS. 2 MORFOLOGIA: A morfologia na LIBRAS estuda o processo de formação das palavras. O léxico tem que ser analisado com significação, abrange a ideia de gênero (Masculino/feminino), de número (Singular/plural), de grau (aumentativo/diminutivo) e de tempo (passado/ presente/futuro). Segundo FERREIRA BRITO(1993) a LIBRAS não pode considerar o Português sinalizado, cada língua tem a sua especificidade especificidade linguística. O canal de comunicação comunicação da língua de sinais é espaço-visual e língua Portuguesa é audiovisual, ou seja, a pessoa  precisa ouvir. A marcação do tempo e do tempo verbal é transmitida através dos movimentos pra trás, referindo ao passado; movimentos para frente, referindo o futuro; e movimentos no corpo, referindo o presente Alguns sinais podem estar incorporados com esta marcação do tempo, sofrendo modificações nos seus movimentos e nas configurações de mãos. Exemplo desta situação é o sinal ANO, quando estiver se referindo ao passado, o M modifica de pra frente para trás. O grau dos léxicos são representados pelos sinais de MUITO/POUCO, em relação à quantificação e pela a expressão corporal e facial. A intensidade pode ser notada pela mudança de CM ou pelo M (rápido/lento). Os gêneros são evidenciados  pelo o sinal de MULHER/HOMEM, regra que é aplicada para todos os sinais , simples, compostos, arbitrários( não tem semelhança com o real), icônicos(tem semelhanças com o real) e o uso da datilogia (quando não tiver um sinal próprio/para uso de nomes  pessoais e científicos principalmen principalmente). te). Os classificadores na LIBRAS especificam qualidade da pessoal, do animal e do objeto, mas eles não podem ser confundidos como adjetivos descritivos. Os classificadores podem evidenciar o plural que é marcado ao representar números nos sinais. Também são considerados afixos incorporados no radical verbal ou nominal. (FERREIRA BRITO, 1993). Fernandes (1999) os artigos, as preposições e as conjunções, são inexistentes na LIBRAS. A Autora analisou 6611 textos de ssurdos urdos aadolescentes dolescentes e percebeu percebeu a fragmentação da aprendizagem dos alunos, pois a educação foi concebida artificialmente, foram treinados a escrever e não se sentem autores da sua própria escrita. Os surdos parecem utilizar palavras aleatoriamente, exemplo é o conectivo ”que”, ele é utilizado sem respeitar a sua função sintática.

 

  3 LIBRAS-SINTAXE A sintaxe na LIBRAS evidencia uma organização do espaço e da escrita. Estabelece relações gramaticais para que a palavra tenha significação. Em uma situação de diálogo, quando o assunto é abstrato, os pontos são demarcados no espaço. Quando Quando o interlocutor, o receptor e o objeto estiverem presentes, os pontos são demarcados na  posição real. Os diálogos de exclamação, afirmação, interrogativas e negativas, dependem das expressões faciais e corporais para serem compreendidas. No caso de situações de negação além da expressão utiliza o sinal NÃO. Mostra que os sinais não  podem ser considerados apenas uma combinação lexical, todo assunto depende do contexto. Como na Língua Portuguesa existem palavras polissêmicas e dependem de uma interação com o assunto. A produção textual do surdo precisa ser feita a partir de uma situação prévia, onde o aluno vai conhecer o assunto a ser estudado, vocabulário e tipos de textos. Em uma proposta bilíngue, antes do aluno aprender a L2, ele precisa ter um certo grau de maturidade na sua L1, para isso o aluno precisa assimilar informações e internalizar os conteúdos. Assim a metodologia utilizada tem que ser explorada no campo visual.   Tais observações s refletem sobredaa LIBRAS escrita, noe início da aquisição dasdos línguas,  professor temobservaçõe que considerar a mistura da Lingua Portuguesa alunos,o devido a um processo que está em desenvolvimento L1-L2. Mas antes da escrita a exploração da leitura é de extrema importância. Vygotsky, enfatiza que a escrita aparece depois de uma organização interior, assim, a ludicidade tem que estar presente em todas t odas as práticas pedagógica e proporcionará uma educação significante. Fernandes(1999), Fernandes(19 99), ana analisando lisando os textos de surdos percebeu a organização organização sintática acontece na maioria das vezes em svo, osv, ovs e svo, independentemente da ordem o mais importante é considerar o conhecimento do aluno. Mas a maioria dos surdos escreve na língua portuguesa e na LIBRAS SVO, o que evidencia um domínio artificial da língua. língua. Enfim, um estudo de um sinal isolado não faz o surdo refletir sobre a sua própri

4 Relações entre identidade e cultura surda ensino da LIBRAS Construir uma identidade em uma sociedade que é predominada pela relação de  poder é conflitante. Segundo Segundo Foucault o pode poderr está em toda parte e quer quer controlar a todo momento. Quando o indivíduo não está de acordo com as normas é punido, antes ela acontecia em forma de dor, a tortura, atualmente ela acontece através da vigilância constante. Está última é mais dolorida, uma guerra fria, homogenia e traça destinos.

 

Garante a obediência. Os dominantes não querem aglomerações, grupos diferentes e formadores de opiniões, determinam a segregação social.  Nesta situação os grupos minoritários estão se unindo,em busca da ética temos os surdos uma minoria linguística que revindica condição humana para a sobrevivência. A construção de uma identidade surda está indissociável da diferença, engendram situações de identificação como uma minoria linguística. A identidade i dentidade não é fixa, a todo instante é transformada. A concepção sócio-antropológica desconsidera a concepção clínico-terapêutica. Esta última tem como objetivo normalizar um corpo deficiente, tornar o surdo ouvinte.  Na concepção sócio-antropólogica o surdo tem que se considerar surdo e internalizar a sua cultura. São diferentes não apenas porque não tem experiência auditiva, mas porque tem a sua subjetividade, sua especificidade linguística e entendem o mundo com a visão.  Neste contexto a LIBRAS torna-se coadjuvante na construção da cultura surda. s urda. A Língua de sinais estrutura pensamentos com significação. Os signos serão organizados de maneira que envolvam as experiências culturais dos indivíduosuma  perspectiva multicultural. multicultural.

05 O Ensino da LIBRAS e as concepções de linguagem

O ensino da Libras é direcionado por duas diferentes tendências, concepção da língua como um instrumento de comunicaçã comunicaçãoo e concepção da lí língua ngua como forma sóciohistórica. A primeira na visão para o ensino da Língua Portuguesa ou a da LIBRAS, limita o indivíduo a utilizar a língua numa perspectiva das unidades, das regras, um maranhado de código isolados. Predomina o vocabulário, o lexical. Neste contexto o surdo não vai compreender nem a LIBRAS, sua língua natural e nem a Língua Portuguesa. Decora um determinado número de palavras e utiliza aletoriamente.  Na concepção da língua como uma forma sócio-histórica, irá possibilitar ao aluno construir o seu conhecimento. Os signos serão organizados de maneira que envolvam as experiências culturais dos indivíduos. Raciocina as representações mentais e compreende não apenas os códigos mas o contexto histórico.  Na proposta bilíngue para os surdos, a língua natural é a LIBRAS e a secundária é o Português, pois é a língua majoritária do Brasil. A criança tem eu aprender de foram natural a LIBRAS, por ser uma língua espaço-visual e com base nesta língua de sinais que o surdo vai adquirir a Lingua Portuguesa, ambas devem ser experimentada desde a educação infantil

 

7 Educação Bilingue para surdos A Educação Bilingue para o surdo no Brasil acontece, quando o surdo adquiri a sua língua natural a LIBRAS e a secundária a Língua Portuguesa . Esta proposta de ensino tem que ser oferecida desde a educação infantil (decreto 5626/2005), ou seja desde 0 ano de idade(Lei9394/96).Vygotsky, Mukina, entre outros estudioso da Ed Infantil, defendem que nesta faixa etária a criança está em pleno desenvolvimento da  psique e através de situações lúdica a educação bilíngue consolidará na perspectiva multicultural. O surdo surdo internaliza internalizará rá duas culturas, a dos surdos e dos ouvintes. ouvintes. Engendra ramificações ramificações de aprendizagem. Como a maioria maioria dos surdo surdoss nascem nascem em família de ouvintes, é necessário criar oportunidades de surdo-surdo.

10 Concepção Sócio antropológica da surdez Em uma concepção sócio antropológica da surdez, a identidade e a diferença são indissociáveis. Os surdos desenvolve a sua identidade utilizando estratégias cognitivas e de manifestações comportamentais e visuais diferente das ouvintes. A libras é a coadjuvante da construção da identidade a partir dela os  pensamentos serão estruturados. Nesta proposta multicultural, ao internalizar duas linguagens, faz com que os surdos a língua de sinais em um dialogo surdo-surdo e a língua majoritária em uma dialogo surdo-ouvinte. Além da capacidade cultural o surdo ao entrar em contato a língua de sinais desenvolve não não apenas a capacidade linguística espac espacial, ial, mas a capacidade visuais visuais e espacial não linguistica. Sacks Sacks(( )relatou em seus eestudos studos que uma uma cç que aprende aprende a língua de sinais, desenvolve facilmente organização e construção espacial do que uma criança ouvinte estudos comprovam devido o deslocamento da capacidade auditiva pra a visual. Um pedagogia visual tem que ser exploradas na educação educação dos surdos...

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