Leya 8 Ano Bom

September 29, 2017 | Author: Manuel Penedo | Category: Word, Subject (Grammar), Portuguese Language, Human Communication, Semantics
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8.

o Ano

Ana Santiago

Português

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ÍNDICE

APRESENTAÇÃO DO PROJETO.......................................................

3

RECURSOS MULTIMÉDIA ..............................................................

4

CRITÉRIOS DE ANUALIZAÇÃO .......................................................

5

PROPOSTA DE ANUALIZAÇÃO DO 3.O CICLO......................................

6

DICIONÁRIO TERMINOLÓGICO – PRINCIPAIS ALTERAÇÕES .................

19

ACORDO ORTOGRÁFICO – POR PAULO FEYTOR PINTO ........................

39

GUIÕES DE LEITURA E ESCRITA — CENÁRIOS DE RESPOSTA ................

42

• A bicicleta que tinha bigodes, Ondjaki • A pérola, John Steinbeck • A Instrumentalina, Lídia Jorge • Poetas de ontem e de hoje – do século XIII ao XXI, para os mais novos, seleção de Maria de Lourdes Varanda e Maria Manuela Santos • A ilha encantada, Hélia Correia (versão para jovens de A tempestade, de William Shakespeare) • O colar, Sophia de Mello Breyner Andresen Nota: Este caderno de apoio ao professor encontra-se redigido conforme o novo Acordo Ortográfico.

Título

Autoras

Design de Capa

©2012

Caderno de Apoio ao Professor P8 Português 8.o Ano

Ana Santiago Sofia Paixão

Ideias com Peso

Texto Editores, Lda.

Editor

Texto Editores, Lda. Coordenação Editorial

Joana Paes

2

Lisboa, 2012 · 1.a Edição · 1.a Tiragem Pré-impressão

Leya, SA Impressão e Acabamentos

Multitipo

Tiragem

11250 Exemplares ISBN 978-111-11-3105-0 Depósito Legal n.o 339 632/12

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APRESENTAÇÃO DO PROJETO O projeto P propõe-se a dar resposta aos desafios impostos pela entrada em vigor do novo Programa de Português do Ensino Básico, a partir de uma análise atenta dos fundamentos que nortearam a distribuição de conteúdos e de descritores de desempenho, ao longo de todo o ensino básico. Trata-se de um projeto que pretende ser rigoroso, funcional e facilitador das aprendizagens. Para tal, com o objetivo de promover práticas de ensino de qualidade e aprendizagens significativas, o projeto P propõe: o desenvolvimento equilibrado e integrado das quatro competências específicas (oralidade, leitura, escrita e conhecimento explícito da língua); abordagens que assegurem o princípio da progressão (no ciclo, interciclos e ao longo do ano letivo); sequências de aprendizagem, caracterizadas pela diversidade textual, que garantam a construção de conhecimento, o treino, a consolidação e avaliação. Estas propostas concretizam-se nos elementos que integram o projeto: Manual Aposta numa organização por Unidades e Percursos, com uma identificação clara dos conhecimentos e das competências em desenvolvimento e propostas de resolução das atividades. Livro de Testes Seis testes de avaliação, estruturados por competências e a partir dos modelos das provas de aferição e dos exames nacionais, que incluem a avaliação da oralidade. Recursos multimédia Áudios, vídeos, imagens e gramática interativa, disponíveis na Aula Digital e no CD áudio (no caso particular dos recursos áudio). Caderno de Apoio ao Professor Apresentação dos recursos multimédia, proposta de anualização do programa, comparação entre os termos gramaticais da tradição e o Dicionário Terminológico, acordo ortográfico e propostas de leitura de imagens do manual. Planos de Aula Planificação das atividades, ao longo do ano letivo, que concilia as propostas do manual com os descritores de desempenho e os conteúdos do programa e apresenta sugestões de operacionalização. Caderno de Atividades Propostas de treino de conhecimento explícito da língua.

3

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RECURSOS MULTIMÉDIA (CD-ROM e online em www.p8.te.pt) Este recurso multimédia permite ao professor uma fácil exploração do projeto P8, utilizando as novas tecnologias em sala de aula com total integração entre os recursos digitais de apoio e o manual. Inclui: • Manual multimédia • Animações • Vídeos • Apresentações em PowerPoint • Jogos • Links internet • Testes interativos • Fichas em formato editável • Planos de aula e planificações em formato editável A

permite-lhe preparar as suas aulas em pouco tempo, podendo:

• aceder aos Planos de Aula disponíveis em formato editável e planificar as suas aulas de acordo com as características de cada turma; • utilizar as sequências de recursos digitais feitas de acordo com os Planos de Aula criados para si, que o apoiarão nas suas aulas, com o recurso a projetor ou quadro interativo; • personalizar os Planos de Aula com recursos do projeto ou com os seus próprios materiais. A

permite-lhe avaliar os seus alunos de uma forma fácil, podendo:

• utilizar os testes pré-definidos ou criá-los à medida da sua turma, a partir de uma base de mais de 200 questões; • imprimir os testes para distribuir, projetá-los em sala de aula ou enviá-los aos seus alunos com correção automática; • acompanhar o progresso dos alunos através de relatórios de avaliação detalhados.

4

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CRITÉRIOS DE ANUALIZAÇÃO A anualização proposta nas páginas seguintes não pretende substituir-se à planificação anual, também disponibilizada pelo P8 e concretizada nos percursos do manual, mas apresentar uma visão global do trabalho a desenvolver ao longo do 3.O Ciclo em cada competência. Esta proposta foi elaborada a partir dos quadros de descritores de desempenho e conteúdos do programa e tendo em conta os critérios definidos pela DGIDC, disponíveis nos dossiês relativos à implementação do novo PPEB em www.dgidc.min-edu.pt. Desse documento1, elaborado pela equipa de autores do programa, salientamos os aspetos seguintes: – A anualização não pode perder de vista que o trabalho a desenvolver sobre cada competência, num determinado ano de escolaridade, parte dos resultados esperados na respetiva competência, no ciclo anterior e no ano de escolaridade anterior, e aponta para os resultados esperados nessa competência, no ciclo em que se está a trabalhar e no ano de escolaridade em que o trabalho se desenvolve. – Ao longo de cada ciclo, a progressão concretiza-se: (i) entre descritores de desempenho; (ii) na partição do descritor de desempenho; (iii) na distribuição de conteúdo(s) associado(s) ao(s) descritor(es) de desempenho; (iv) na ativação do descritor de desempenho e conteúdo associado em contextos de complexidade superior.

1

Programa de Português do Ensino Básico, Anualização: critérios e propostas, Equipa de autores, DGIDC, 2009

5

6 8.o

9.o

– esquematizar.

Ouvinte (DT C1.1.) Informação (DT C1.1.)

7.o

8.o

Conteúdos 9.o

Relato

Síntese

Variação e normalização linguística (DT A.2.) Língua padrão (traços específicos) (DT A2.2.)

Tipologia textual: texto conversacional (DT C1.2.)

Características da fala espontânea e características da fala preparada.

Contexto (DT C1.1.)

Paráfrase

Nota: A utilização da cor cinzenta significa que os conceitos subjacentes a determinado contéudo podem ser trabalhados sem explicitação terminológica.

• Planificar o uso da palavra em função da análise da situação, das intenções de comunicação específicas e das caracte- Variedades situacionais; variedades sociais (DT A.2.1.) rísticas da audiência visada.

• Caracterizar propriedades de diferenciação e variação linguística, reconhecendo o papel da língua padrão.

• Identificar e caracterizar os diferentes tipos e géneros presentes no discurso oral.

• Manifestar ideias, sentimentos e pontos de vista suscitados pelos discursos ouvidos.

• Apreciar o grau de correção e adequação dos discursos ouvidos.

• Distinguir diferentes intencionalidades comunicativas, relacionando-as com os contextos de comunicação e os recur- Pragmática (DT C1.) Ato de fala (DT C1.1.) sos linguísticos mobilizados.

• Reproduzir o material ouvido recorrendo a técnicas de reformulação.

– agir em conformidade com instru- – formular, confrontar e verificar hipó- – distinguir visão objetiva de visão sub- Processos interpretati- Figuras de retórica e tro- Discurso, universo de jetiva. ções e informações recebidas; teses acerca do conteúdo; vos inferenciais (DT pos (DT C.1.3.1.) discurso (DT C1.1.) – identificar o assunto, tema ou tópi- – distinguir o essencial do acessório; C1.1.3.) cos; – reconhecer qualidades estéticas da – identificar elementos de persuasão; linguagem. – fazer inferências e deduções.

• Interpretar discursos orais com diferentes graus de formalidade e complexidade:

– identificar ideias-chave; tomar notas; – solicitar informação complementar; – utilizar grelhas de registo. – elaborar e utilizar grelhas de registo.

• Utilizar procedimentos para clarificar, registar, tratar e reter a informação, em função de necessidades de comunicação específicas:

• Dispor-se física e psicologicamente a escutar, focando a atenção no objeto e nos objetivos da comunicação.

7.o

Descritores de desempenho

Compreensão / Expressão oral

PROPOSTA DE ANUALIZAÇÃO DO 3.O CICLO

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8.o

8.o

– dar a conhecer, reconstruir universos Oralidade (DT C1.1.) no plano do imaginário. Tipologias textuais: texto narrativo, descritivo, expositivo (DT C1.2.)

Tipologias textuais: texto argumentativo, instrucional (DT C1.2.) Princípios de pertinência e de cooperação (DT C1.1.1.) Implicaturas conversacionais (DT C1.1.3.)

9.o

Progressão temática (C1.2.); coerência (DT C1.2.); coesão (DT C1.2.) Sequência de enunciados; Deixis pessoal, temporal, espacial (DT C1.1.); Tipologias textuais: texto preditivo (DT C1.2.)

Características da fala espontânea e da fala preparada.

7.o

Conteúdos

Comunicação e interação discursivas (DT C1.1.); locutor; interlocutor (C1.1.); princípios reguladores da interação discursiva (C1.1.1.); máximas conversacionais; princípio de cortesia; formas de tratamento (DT C1.1.); diálogo; dialogismo (DT C1.1.)

Tipologia textual: texto conversacional (DT C1.2.)

Recursos linguísticos e extralinguísticos

Língua padrão (traços específicos) (DT A2.2.)

Nota: A utilização da cor cinzenta significa que os conceitos subjacentes a determinado contéudo podem ser trabalhados sem explicitação terminológica.

– pedir e dar informações, explicações, – debater e justificar ideias e opiniões; – atender às reações verbais e não veresclarecimentos; – considerar pontos de vista contrá- bais do interlocutor para uma possí– apresentar propostas e sugestões. rios e reformular posições. vel reorientação do discurso; – retomar, precisar ou resumir ideias para facilitar a interação; – estabelecer relações com outros conhecimentos.

• Implicar-se na construção partilhada de sentidos:

• Seguir diálogos, discussões ou exposições, intervindo oportuna e construtivamente.

• Utilizar adequadamente ferramen- • Explorar diferentes formas de comutas tecnológicas para assegurar uma nicar e partilhar ideias e produções pessoais, selecionando estratégias e maior eficácia na comunicação. recursos adequados para envolver a audiência.

• Diversificar o vocabulário e as estruturas utilizadas no discurso, com recurso ao português padrão.

• Usar da palavra com fluência e correção, utilizando recursos verbais e não verbais com um grau de complexidade ade- Prosódia / nível prosódico (DT B1.2.); Característi- Elocução (DT C1.3.2.) quado às situações de comunicação. cas acústicas (CT B1.2.1.); Entoação (DT B1.2.4.)

– informar / explicar; – argumentar / convencer os interlocutores.

• Produzir textos orais de diferentes tipos, adaptados às situações e finalidades de comunicação:

– exprimir sentimentos e emoções; – relatar / recontar; – fazer apreciações críticas; – apresentar e defender ideias, comportamentos e valores; – descrever; – fazer exposições orais.

9.o

• Utilizar informação pertinente, mobilizando conhecimentos pessoais ou dados obtidos em diferentes fontes.

• Organizar o discurso, assegurando a progressão de ideias e a sua hierarquização.

7.o

Descritores de desempenho

Compreensão / Expressão oral

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7

8 8.o

• Assumir diferentes papéis em situações de comunicação, adequando as estratégias discursivas às funções e aos objetivos visados.

9.o

7.o

Nota: A utilização da cor cinzenta significa que os conceitos subjacentes a determinado contéudo podem ser trabalhados sem explicitação terminológica.

• Explorar os processos de construção do diálogo e o modo como se pode agir através da fala.

• Respeitar as convenções que regulam a interação verbal.

7.o

Descritores de desempenho

Compreensão / Expressão oral

8.o

Conteúdos

Estratégias discursivas (DT C1.1.) Competência discursiva (DT C1.1.) Argumentação (DT C1.3.3.)

9.o

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8.o

– elaborar e utilizar grelhas de registo.

– esquematizar.

– explicitar o sentido global do texto.

Nota: A utilização da cor cinzenta significa que os conceitos subjacentes a determinado contéudo podem ser trabalhados sem explicitação terminológica.

• Expressar, de forma fundamentada e sustentada, pontos de vista e apreciações críticas suscitados pelos textos lidos em diferentes suportes.

• Interpretar processos e efeitos de construção de significado em textos multimodais.

Macroestruturas textuais; / microestruturas textuais (DT C1.2.)

Tipologia textual (texto conversacional, narrativo, descritivo, expositivo, argumentativo, instrucional, preditivo) (DT C1.2.)

• Identificar e caracterizar as diferentes tipologias e géneros textuais.

Princípio de pertinência (DT C1.1.1.)

Contexto e cotexto; Propriedades configuradoras da textualidade (DT C1.2.)

Texto literário e texto não literário

Texto (DTC1.2.); sequência Estratégia discursiva (DT textual (DT C1.2.); tema C1.2.) (DT C1.2.); figuras de retórica e tropos (C1.3.1); contexto; processos interpretativos inferenciais (DT C1.2.); signi ficação lexical (DT B5.2.)

9.o

• Comparar e distinguir textos, estabelecendo diferenças e semelhanças em função de diferentes categorias.

• Identificar relações intratextuais, compreendendo de que modo o tipo e a intenção do texto influenciam a sua composição formal.

– formular hipóteses sobre os textos; – identificar causas e efeitos; – identificar temas e ideias principais; – distinguir facto de opinião. – identificar pontos de vista e universos de referência; – fazer inferências e deduções; – identificar elementos de persuasão; – identificar recursos linguísticos utilizados.

• Interpretar textos com diferentes graus de complexidade, articulando os sentidos com a sua finalidade, os contextos e a intenção do autor:

– tomar notas; identificar ideias-chave; – utilizar grelhas de registo.

Hipertexto (DT C1.2.) Descritores temáticos

8.o

• Utilizar procedimentos adequados à organização e tratamento da informação:

Leitor (DT C1.2.) Informação (DT C1.1.)

7.o

Bibliografia

9.o

Conteúdos

• Utilizar a leitura para localizar, selecio- Utilizar, de modo autónomo, a leitura para localizar, selecionar, avaliar e organar, avaliar e organizar a informação. nizar a informação.

• Definir uma intenção, seguir uma orientação e selecionar um percurso de leitura adequado.

7.o

Descritores de desempenho

Leitura

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9

10 7.o

• Identificar processos utilizados nos textos para influenciar o leitor.

• Discutir diferentes interpretações de um mesmo texto, sequência ou parágrafo.

• Comparar ideias e valores expressos em diferentes textos de autores contemporâneos com os textos de outras épocas e culturas.

Enciclopédia (conhecimento do mundo) (DT C.1.1.) Informação; universo de discurso

Contexto extraverbal Contexto situacional

– paródia

9.o

Géneros e subgéneros literários dos modos narrativo, lírico e dramático Níveis e categorias da narrativa Elementos constitutivos da poesia lírica (convenções versificatórias)

Paratexto; prefácio (DT Posfácio; epígrafe (DT C.1.2.) C.1.2.)

Nota: A utilização da cor cinzenta significa que os conceitos subjacentes a determinado contéudo podem ser trabalhados sem explicitação terminológica.

• Caracterizar os diferentes modos e géneros literários.

• Exprimir opiniões, como reação pessoal à audição ou leitura de uma obra inte- • Exprimir opiniões e problematizar gral. sentidos, como reação pessoal à audição ou leitura de uma obra integral.

• Analisar os paratextos para contextualizar e antecipar o conteúdo de uma obra.

• Ler por iniciativa e gosto pessoal, aumentando progressivamente a extensão e complexidade dos livros e outros materiais que seleciona.

• Reconhecer e refletir sobre os valores culturais, estéticos, éticos, políticos e religiosos que perpassam nos textos.

Intertexto / intertextua- – alusão, paráfrase lidade (DT C1.2.)

Semântica lexical: significação e relações se mânticas entre palavras (DT B.5.2.)

8.o

9.o

8.o

• Distinguir diferenças, semelhanças ou a novidade de um texto em relação a outros.

7.o

Conteúdos

Descritores de desempenho

Leitura

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8.o

9.o Plurissignificação (DT C1.2.) Figuras de retórica e tropos: – de natureza fonológica: aliteração; assonância

8.o

Conteúdos

Intertexto/Intertextualidade (DT C1.2.) Texto literário e não literário

Enunciação; enunciado; enunciador (DT C1.1.) Autor (DT C1.2.) Significado (DT B.6.) Sentido (DT C1.2.) Figuras de retórica e tropos: – de natureza semântica: antítese; hipérbole

7.o

Nota: A utilização da cor cinzenta significa que os conceitos subjacentes a determinado contéudo podem ser trabalhados sem explicitação terminológica.

• Reconhecer e refletir sobre as relações que as obras estabelecem com o contexto social, histórico e cultural em que foram escritas.

• Valorizar a obra enquanto objeto simbólico, no plano do imaginário individual e coletivo.

• Analisar recriações de obras literárias com recurso a diferentes linguagens.

• Explorar processos de apropriação e de (re)criação de um texto narrativo, poético ou outro.

• Comparar o modo como o tema de uma obra é tratado em outros textos.

– analisar o ponto de vista (narrador, – analisar as relações entre os diferentes modos de representação do discurso. personagens); – identificar marcas de enunciação e de subjetividade; – analisar o valor expressivo dos recursos retóricos.

• Analisar processos linguísticos e retóricos utilizados pelo autor na construção de uma obra literária:

7.o

Descritores de desempenho

Leitura

Contexto Contexto extraverbal: situacional; sociocultural; histórico (DT C1.1.)

Estilo (DT C1.2.) Figuras de retórica e tropos: – de natureza sintática: hipérbato; apóstrofe; – de natureza semântica: alusão; metonímia. Interdiscurso / interdiscursividade (DT C1.1.)

9.o

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11

12 8.o

9.o

• Utilizar com autonomia estratégias de preparação e de planificação de escrita de textos.

– preditivos; – argumentativos.

Reprodução do discurso no discurso (DT C1.1.2.) Convenções e regras para a configuração gráfica (DT E.4.) Pontuação e sinais auxiliares de escrita (DT E.2.) Língua padrão / traços específicos (DT A.2.2.)

Tipologia textual (DT C1.2.); sequência textual (DT C.1.2.); sequência narrativa (eventos; cadeia de eventos); sequência dialogal (intercâmbio de ideias); sequência descritiva; sequência expositiva

Texto (DT C1.2.) Plano do texto (C1.2.)

Escrita (DT C1.1.)

7.o

Nota: A utilização da cor cinzenta significa que os conceitos subjacentes a determinado contéudo podem ser trabalhados sem explicitação terminológica.

– dar ao texto a estrutura e o formato – ordenar e hierarquizar a informação, – desenvolver pontos de vista pessoais adequados, respeitando as conven- tendo em vista a continuidade de ou mobilizar dados recolhidos em ções tipológicas e (orto)gráficas esta- sentido, a progressão temática e a diferentes fontes de informação. belecidas; coerência global do texto; – respeitar as regras de pontuação e os – diversificar o vocabulário e as estrusinais auxiliares de escrita. turas utilizadas nos textos, com recurso ao português padrão.

• Redigir textos coerentes, selecionando registos e recursos verbais adequados:

– narrativos (reais ou ficcionais); – instrucionais; – descritivos (reais ou ficcionais); – do domínio dos media. – expositivos; – dialogais e dramáticos; – do domínio das relações interpessoais.

• Selecionar tipos e formatos de textos adequados a intencionalidades e contextos específicos:

• Utilizar estratégias de preparação e de planificação de escrita de textos.

• Utilizar a escrita para estruturar o pensamento e sistematizar conhecimentos.

• Recorrer à escrita para assegurar o • Recorrer à escrita para assegurar o registo e o tratamento de informação lida registo de informação lida ou ouvida. ou ouvida.

• Produzir enunciados com diferentes graus de complexidade para responder com eficácia a instruções de trabalho.

7.o

Descritores de desempenho

Escrita

Coerência textual (DT C1.2.); Variedades sociais e variedades situacionais.

Sequência descritiva (descrição literária, descrição técnica, planos de descrição); sequência expositiva (referente, análise ou síntese de ideias, conceitos, teorias); sequência dialogal (comentário de acontecimentos)

Enunciados instrucionais Enunciação; enunciado (DT A.1.)

8.o

Conteúdos

Sequência argumentativa (facto, hipótese, exemplo, prova, refutação)

Textualidade (DT C1.2.) Macroestruturas textuais (semânticas e formais). Microestruturas textuais (semânticas e estilístico-formais) (DT C1.2.)

9.o

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8.o

• Utilizar com autonomia estratégias de revisão e de aperfeiçoamento de texto.

9.o

Configuração gráfica

Resumo

7.o

Polifonia (DT C.1.1.)

Paráfrase

8.o

Conteúdos

Nota: A utilização da cor cinzenta significa que os conceitos subjacentes a determinado contéudo podem ser trabalhados sem explicitação terminológica.

• Escrever por iniciativa e gosto pes- • Escrever por iniciativa e gosto pessoal, de forma autónoma e fluente. soal.

• Utilizar os recursos tecnológicos para desenvolver projetos e circuitos de comunicação escrita.

• Explorar formas de interessar e implicar os leitores, considerando o papel da audiência na construção de sentido.

• Reinvestir em textos pessoais a informação decorrente de pesquisas e leituras efetuadas.

• Explorar efeitos estéticos da linguagem mobilizando saberes decorrentes da experiência enquanto leitor.

Síntese

Registo formal / informal (DT C1.1.) Recursos expressivos

• Explorar a criação de novas configurações textuais, mobilizando a reflexão sobre os textos e sobre as suas especificida- Intertexto / intertextualidade (DT C1.2.) des.

• Explorar diferentes vozes e registos • Explorar diferentes vozes e registos • Explorar diferentes vozes e registos Texto / textualidade para comunicar vivências, emoções. para comunicar vivências, emoções, para comunicar vivências, emoções, (DT C.1.2.) conhecimentos, pontos de vista e conhecimentos, pontos de vista. universos no plano do imaginário.

• Utilizar com critério as potencialidades das tecnologias da informação e comunicação nos planos da produção, revisão e edição de texto.

• Assegurar a legibilidade dos textos, em papel ou suporte digital.

• Utilizar estratégias de revisão e de aperfeiçoamento de texto.

• Utilizar, com progressiva eficácia, técnicas de reformulação textual.

7.o

Descritores de desempenho

Escrita

9.o

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13

Plano da língua, Variação e Mudança

Plano Fonológico

14

Plano Morfológico

8.o

Nota: A utilização da cor cinzenta significa que os conceitos subjacentes a determinado contéudo podem ser trabalhados sem explicitação terminológica.

Flexão: – pronomes pessoais: caso nominativo, acusativo, – nominal, adjetival dativo e oblíquo – determinantes e pronomes – pronomes pessoais

Sílaba métrica e sílaba gramatical Relações entre palavras escritas e entre grafia e fonia (DT E.5.)

Processos fonológicos de redução vocálica, assimilação e dissimilação; metátese (DT B.1.3.)

• Sistematizar propriedades da sílaba gramatical e da sílaba métrica: – segmentar versos por sílaba métrica; utilizar rima fonética e rima gráfica.

Processos fonológicos (DT B1.1.) Processos fonológicos de inserção, supressão e alteração

Propriedades acentuais das sílabas (DT B1.2.3.) Semivogal Ditongo: oral, nasal, crescente, decrescente Hiato (DT B1.1.2.)

Thesaurus, terminologias (DT D.1.)

• Distinguir pares de palavras quanto à • Distinguir contextos de ocorrência • Distinguir contextos de ocorrência classe morfológica, pelo posiciona- de modificação dos fonemas no de modificação dos fonemas nos plamento da sílaba tónica. nos diacrónico e sincrónico. plano sincrónico. • Sistematizar propriedades do diton• Caracterizar processos fonológicos go e do hiato. de inserção, supressão e alteração dos segmentos.

• Sistematizar as categorias relevantes para a flexão das classes de palavras variáveis.

9.o

Crioulos de base lexical Substrato, superstrato, portuguesa; bilinguismo; adstrato; família de línmultilinguismo (DT A.3.) guas; etimologia; étimo (DT A.4.3.); variação histórica (português antigo, português clássico, contemporâneo); palavras convergentes, palavras divergentes (DT A.4.2.) Normalização linguística; língua padrão (DT A2.2.)

• Consultar regularmente obras lexicográficas, mobilizando a informação na análise da receção e da produção do modo Glossários (DT D.1.) oral e escrito.

• Sistematizar propriedades da língua padrão.

• Caracterizar o processo de expansão • Distinguir contextos históricos que da língua portuguesa e as realiza- estão na origem de diferentes varieções associadas ao seu contacto com dades do português. línguas não europeias. • Caracterizar o português como uma língua românica. • Identificar dados que permitem contextualizar a variação histórica da língua portuguesa.

Variedades do português: variedades africanas e variedade brasileira (DT A.2.3.)

7.o

• Identificar, em textos orais e escritos, a variação nos vários planos (fonológico, lexical, sintático, semântico e pragmático). • Reconhecer especificidades fonológicas, lexicais e sintáticas nas variantes do português europeu. • Distinguir contextos geográficos, sociais e situacionais que estão na origem de diferentes variedades do português não europeu.

9.o Mudança linguística (DT A.4.) Fatores externos e internos e tipos de mudança (DT A.4.1.)

8.o

Conteúdos

• Reconhecer a língua como sistema dinâmico, aberto e em elaboração contínua.

7.o

Descritores de desempenho

Conhecimento explícito da língua

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Plano das Classes de Palavras

7.o 8.o

9.o

8.o

Classe aberta de palavras (DT B.3.1.); classe fechada de palavras (DT B.3.2.) Nome contável – não contável (DT B.3.1.) Verbo principal, auxiliar Verbo auxiliar temporal (DT B.3.1.) Quantificador universal; existencial (DT B.3.2.) Advérbio (DT B.3.1.) Locução adverbial (DT B.3.1.); advérbio de predicado (DT B.3.1.) Locução preposicional (DT B.3.2.) Conjunção Locução conjuncional coordenativa: conclusiva, explicativa

Pronomes: próclise, mesóclise, ênclise DT(B.3.2.)

• Caracterizar classes de palavras e respetivas propriedades. • Sistematizar propriedades distintivas de classes e subclasses de palavras.

• Aplicar as regras de utilização do pronome pessoal átono (reflexo e não reflexo) em adjacência verbal.

Nota: A utilização da cor cinzenta significa que os conceitos subjacentes a determinado contéudo podem ser trabalhados sem explicitação terminológica.

Composição morfológi- Derivação não afixal ca; composição morfossintática Afixação (DT B2.3.1.)

• Sistematizar padrões de formação de palavras complexas: – por composição de duas ou mais formas de base. • Explicitar o significado de palavras complexas a partir do valor de prefixos e sufixos nominais, adjetivais e verbais do português.

Advérbio de frase e conectivo (DT B.3.1.) Conjunção subordinativa: comparativa (DT B.3.2.) Verbo auxiliar aspetual (DT B3.1.)

Formas verbais finitas e formas verbais não finitas (DT B2.2.2.)

• Sistematizar especificidades da flexão verbal: contraste das formas do infinitivo pessoal com as do infinitivo impessoal e respetivas realizações linguísticas.

• Sistematizar paradigmas flexionais • Sistematizar paradigmas flexionais • Sistematizar especificidades da fle- Flexão verbal regulares e irregulares dos verbos. irregulares em verbos de uso menos xão verbal em: • Sistematizar paradigmas flexionais frequente. – verbos de conjugação incompleta. Verbo regular; verbo irregular (DT B2.2.2.) irregulares em verbos de uso frequente.

7.o

Conteúdos

Descritores de desempenho

Conhecimento explícito da língua

Verbo auxiliar modal (DT B3.1.) Conjunção subordinativa: concessiva, consecutiva (DT B.3.2.)

Verbos defetivos impessoais; unipessoais; forma supletiva (DT B2.2.2.)

9.o

cap_P8_Layout 1 3/12/12 3:18 PM Page 15

15

16 7.o

Funções sintáticas (DT B.4.2.) Complemento (direto, indireto, oblíquo, agente da passiva); predicativo do sujeito; modificador do grupo verbal Modificador do nome

• Sistematizar funções sintáticas: – internas ao grupo verbal.

• Sistematizar funções sintáticas: – internas ao grupo nominal.

Coordenação: oração coordenada conclusiva e explicativa Subordinação: oração subordinada substantiva (completiva); oração subordinada adjetiva relativa

• Sistematizar processos de articulação de grupos e frases. • Distinguir processos sintáticos de articulação entre frases complexas.

Nota: A utilização da cor cinzenta significa que os conceitos subjacentes a determinado contéudo podem ser trabalhados sem explicitação terminológica.

Frase passiva (DT B.4.3.)

• Transformar frases ativas em frases passivas e vice-versa.

Coordenação assindética (DT B.4.4.) Oração subordinada comparativa

Funções sintáticas ao Modificador de frase nível da frase (DT B.4.2.) Sujeito; predicado; vocativo Sujeito composto (DT B.4.2.)

• Sistematizar relações entre os principais constituintes da frase e as funções sintáticas por ele desempenhadas. • Sistematizar funções sintáticas: ao nível da frase. • Detetar diferentes configurações da função sintática de sujeito.

• Sistematizar funções sintáticas: – internas ao grupo nominal; – internas ao grupo adjetival; – internas ao grupo adverbial.

Concordância (DT B.4.2.) Elipse (DT B.4.2.)

• Sistematizar processos sintáticos.

Subordinação: oração subordinada adverbial: concessiva e consecutiva (DT B.4.4.) Oração subordinada adjetiva (relativa restritiva e relativa explicativa) (DT B.4.4.)

Complemento do nome; complemento do adjetivo; complemento do advérbio (DT B.4.2.)

Predicativo do complemento direto

Sujeito frásico

Grupo nominal; grupo verbal; grupo adjetival; grupo preposicional; grupo adverbial (DT B.4.1.)

• Sistematizar os constituintes principais da frase e respetiva composição.

9.o

Verbo principal: transitivo direto, indireto, direto e Verbo principal: transitiindireto (DT B.3.1.) vos predicativos

8.o

9.o

8.o

• Caracterizar propriedades de seleção de verbos transitivos.

7.o

Conteúdos

Descritores de desempenho

Conhecimento explícito da língua

cap_P8_Layout 1 3/12/12 3:18 PM Page 16

Plano Sintático

Plano Lexical e Semântico

Plano Discursivo e Textual

8.o

9.o

9.o

Princípio da cooperação: máximas conversacionais: de quantidade; de qualidade; de modo (DT C.1.1.1.)

• Usar princípios reguladores da interação verbal

Nota: A utilização da cor cinzenta significa que os conceitos subjacentes a determinado contéudo podem ser trabalhados sem explicitação terminológica.

Ato de fala direto / indireto (DT C.1.1.)

Monólogo

Discurso indireto livre (DT C.1.1.2.)

Enunciação, enunciado, enunciador/destinatário; Contexto extraverbal; intenção comunicativa; paraverbal; verbal; universo do discurso (DT C1.1.)

Posfácio, epígrafe, bibliografia (DT C.1.2.)

Valor temporal (DT B.6.2.) Valor aspetual / classes Valor aspetual (DT B.6.3.) aspetuais: evento, situação estativa (DT B.6.3.) Aspeto lexical / aspeto gramatical (DT B.6.3.) Valor modal; modalidade (DT B.6.4.)

Estrutura lexical; campo semântico (DT B.5.2.) Significação lexical; monossemia e polissemia (DT B.5.2.)

• Identificar diferentes atos de fala

• Caracterizar modalidades discursivas e sua funcionalidade.

• Distinguir modos de reprodução do discurso no discurso e a sua produtividade.

• Caracterizar elementos inerentes à comunicação e interação discursivas.

• Usar paratextos para recolher informações de natureza pragmática, semântica e estético-literária que orientam e Prefácio (DT C.1.2.) regulam de modo relevante a leitura.

• Caracterizar relações entre diferentes categorias, lexicais e gramaticais, para identificar diversos valores semânticos na frase. • Caracterizar atitudes do locutor face a um enunciado ou aos participantes do discurso.

8.o

Conteúdos

Vocabulário Neologismo, amálgama, Arcaísmo (DT B.5.1.) extensão semântica Acrónimo, sigla, emprés- truncação (DT B.5.3.) timo

7.o

Hiperonímia, hiponímia • Determinar os significados que dada palavra pode ter em função do seu contexto de ocorrência. • Distinguir propriedades semânticas que diferenciam palavras com um só significado de palavras com mais do que um (DT B.5.2.) significado. • Sistematizar relações semânticas de semelhança e oposição, hierárquicas e de parte-todo.

• Sistematizar processos de enriquecimento lexical do português. • Caracterizar os processos irregulares de formação de palavras e de inovação lexical.

7.o

Descritores de desempenho

Conhecimento explícito da língua

cap_P8_Layout 1 3/12/12 3:18 PM Page 17

17

18 7.o

Sinais auxiliares de Formas de destaque (DT E.3.) escrita (DT E.2.) Aspas Sobrescrito Subscrito Notas de rodapé Conhecimento gramatical e lexical Homonímia (DT E.5.)

• Sistematizar regras de uso de sinais • Sistematizar regras de configuração auxiliares de escrita para: gráfica para: – destacar contextos específicos de – destacar palavras, frases ou partes utilização. de texto; – adicionar comentários de referência ou fonte.

• Desambiguar sentidos decorrentes de relações entre a grafia e fonia de palavras.

Nota: A utilização da cor cinzenta significa que os conceitos subjacentes a determinado contéudo podem ser trabalhados sem explicitação terminológica.

Sinais de pontuação (DT E.2.)

• Sistematizar regras de uso de sinais • Veicular valores discursivos. de pontuação para: – delimitar constituintes de frase.

• Identificar figuras de retórica e tropos com mecanismos linguísticos geradores de densificação semântica e expressivi- Anáfora, antítese, eufe- Aliteração, perífrase dade estilística: mismo, hipérbole, metá– figuras de dicção (de natureza fonológica, morfológica, sintática); fora, ironia – figuras de pensamento; tropos.

Plurissignificação (DT C1.2.) (DT C.1.3.1.9.) Prosopopeia, imagem, alegoria, pleonasmo, símbolo, sinédoque, hipálage

Intertexto, hipertexto (DT C.1.2.)

Intertexto, hipertexto (DT C.1.2.)

• Interpretar várias modalidades e relações de intertextualidade.

• Caracterizar os diferentes géneros e subgéneros literários e respetiva especificidade semântica, linguística e pragmáti- Modo narrativo, modo lírico e modo dramático ca. Tipologia textual (DT C.1.2.)

Macroestruturas textuais / microestruturas textuais (DT C.1.2.); progressão temática; deixis (pessoal, temporal, espacial) (DT C1.1.); anáfora (DT C1.2.) Conectores contrastivos ou contra-argumentativos (DT C.1.1.)

Conectores discursivos: aditivos ou sumativos; conclusivos ou explicativos (DT C.1.1.)

• Reconhecer propriedades configuradoras da textualidade: – coerência textual; – referência; – coesão textual.

9.o

Pressuposição; implicação; implicatura conversacional (DT C.1.1.3.)

8.o

9.o

8.o

• Deduzir informação não explicitada nos enunciados, recorrendo a processos interpretativos inferenciais.

7.o

Conteúdos

Descritores de desempenho

Conhecimento explícito da língua

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Plano da Representação Gráfica e Ortográfica

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DICIONÁRIO TERMINOLÓGICO – PRINCIPAIS ALTERAÇÕES

Da nomenclatura gramatical portuguesa ao Dicionário Terminológico A Nomenclatura Gramatical Portuguesa (NGP) foi publicada em 1967 e revogada em 2004 com a publicação da Terminologia Linguística para os Ensinos Básico e Secundário (TLEBS). Ambas surgem como uma lista de termos a utilizar em contextos de ensino, de acordo com as orientações curriculares. Antes, como agora, uma lista de termos não é, por si só, ensinável, cabendo aos programas a definição clara dos conteúdos a trabalhar e/ou das competências a desenvolver. As conclusões da experiência pedagógica da TLEBS e os pareceres de especialistas motivaram a sua suspensão e consequente revisão, que veio a concretizar-se no Dicionário Terminológico (DT), disponível em http://dt.dgidc.min-edu.pt/, instrumento a usar por professores dos ensinos Básico e Secundário, «com uma função reguladora de termos e conceitos sobre funcionamento da língua de forma a acabar com a deriva terminológica»1. O Dicionário Terminológico, resultante da revisão da TLEBS, eliminou, por um lado, termos redundantes, inadequados ou pouco relevantes; por outro lado, acrescentou termos nos domínios da análise do discurso e da retórica. O novo Programa de Português do Ensino Básico (PPEB) recorre aos termos do DT nas listas de conteúdos de todas as competências. Nas tabelas de descritores de desempenho e de conteúdos do Conhecimento Explícito da Língua, a lógica de organização baseia-se no DT, mas não se limita a uma colagem, uma vez que alguns domínios se entrecruzam (é, por exemplo, o caso do domínio da Lexicologia, que surge integrado no Plano da Língua, Variação e Mudança). Assim, entender o DT e a tipologia das alterações não é, por si só, suficiente para uma real implementação do novo PPEB, mas ajudará a lidar com as novas abordagens e desafios.

Os domínios do Dicionário Terminológico A. Língua, comunidade linguística, variação e mudança A.1. Língua e comunidade linguística A.2. Variação e normalização linguística A.3. Contacto de línguas A.4. Mudança linguística

1

RELATÓRIO – Terminologia linguística: revisão e consulta pública, in http://www.dgidc.min-edu.pt/linguaportuguesa/Paginas/RELATORIOTLEBS.aspx

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B. Linguística descritiva B.1. Fonética e Fonologia B.2. Morfologia B.3. Classes de palavras B.4. Sintaxe B.5. Lexicologia B.6. Semântica C. Análise do discurso, retórica, pragmática e linguística textual C.1. Análise do discurso e áreas disciplinares correlatas D. Lexicografia D.1. Obras lexicográficas D.2. Informação lexicográfica E. Representação gráfica E.1. Grafia E.2. Pontuação e sinais auxiliares de escrita E.3. Configuração gráfica E.4. Convenções e regras para a representação gráfica E.5. Relações entre palavras escritas e entre grafia e fonia

Tipologia das alterações Mais do que comparar a NGP com o DT, importa referir o tipo de alterações terminológicas em contexto de ensino do português. No fundo, trata-se de conhecer as diferenças entre a terminologia usada até agora, a que chamaremos tradição gramatical por nem sempre corresponder a termos da NGP, e a que passou a figurar em todos os programas de Português desde 2011/2012. Assim, podemos verificar quatro tipologias de alterações: – Os termos mudam e/ou estabilizam-se, mas os conceitos mantêm-se: por exemplo, nome e substantivo são sinónimos, mas o DT fixa o termo nome; – os termos mantêm-se, mas o conceito muda: por exemplo, o predicativo do sujeito continua a chamar-se predicativo do sujeito, mas a sua definição inclui constituintes que a tradição gramatical considerava complementos circunstanciais, como na frase: A Maria está em Lisboa ; – o Dicionário Terminológico apresenta novos termos que não faziam parte dos programas, nem da tradição gramatical, sobretudo nas áreas da semântica, da semântica lexical e da análise do discurso, retórica, pragmática e linguística lexical; – mudam os termos e os conceitos: por exemplo, o numeral ordinal dá lugar ao adjetivo numeral, por se considerar que possui características dessa classe de palavras.

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Procederemos, em seguida, à apresentação e exemplificação das principais diferenças entre a tradição gramatical e o Dicionário Terminológico. Serão abordadas algumas áreas que sofreram alterações e apresentados novos termos e conceitos linguísticos que não faziam parte da tradição gramatical. Os domínios e os termos comparados foram selecionados pela sua importância ao longo dos três ciclos do ensino Básico, mas nem sempre reproduzem aqueles que figuram no novo PPEB nem estão distribuídos por anos de escolaridade. Para além disso, muitos dos termos apresentados não serão explicitados ao aluno, em contexto de sala de aula. Considerámos, no entanto, importante a sua integração, mas lembramos que os conteúdos do Conhecimento da Língua são os definidos pelo texto programático.

Níveis de língua e variedades do português Os termos relativos à Língua, Variação e Mudança não sofreram grandes alterações; destacam-se, no entanto, alguns termos que se encontram fortemente enraizados na metalinguagem da disciplina de Língua Portuguesa / Português e que sofreram alterações ou passaram a ser abordados de outra forma. Tradição gramatical

Dicionário Terminológico

Distinguia-se:

O termo variação inclui:

• geografia da língua portuguesa / domínio atual da língua portuguesa;

• variedades geográficas: correspondem às variações que a língua apresenta ao longo do seu território. As variedades do português são: a variedade europeia, a variedade brasileira e as variedades africanas.

• níveis/ registos de língua: – língua cuidada – língua familiar – língua popular – calão – gíria – regionalismos – língua literária • história da língua portuguesa/ diacronia/ sincronia

• variedades situacionais: resultantes da capacidade de os falantes adaptarem o estilo de linguagem à situação de comunicação. • variedades sociais: também chamadas «socioletos» ou «dialetos sociais», usadas por falantes que pertencem à mesma classe social e ambiente socioeconómico ou educacional. • variedades históricas: resultantes da mudança linguística. Consistem no contraste entre a gramática antiga e a gramática posterior da língua.

21

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Formação de palavras O que mudou… Processos morfológicos de formação de palavras Nos processos de formação regular de palavras, as alterações mais importantes relacionam-se com a composição.

Tradição gramatical

Dicionário Terminológico

Derivação (processo de formação de novas palavras a partir de uma palavra primitiva):

Derivação (processo morfológico de formação de palavras que consiste, tipicamente, na associação de um afixo derivacional a uma forma de base):

• prefixação (associação de um prefixo a uma forma de base) – impossível; • sufixação (associação de um sufixo a uma forma de base) – possibilidade;

22

• prefixação (sem alteração) – refazer, invisível, infeliz, descrente; • sufixação (sem alteração) – simplesmente, ventoso;

• parassíntese (associação simultânea de um prefixo e de um sufixo a uma forma de base) – amanhecer;

• parassíntese (sem alteração) – renovar, aprofundar, enlouquecer;

• derivação imprópria (integração da palavra numa nova classe de palavras, sem que se verifique qualquer alteração na forma);

• conversão (corresponde à derivação imprópria da tradição gramatical) – (o) olhar, (o) saber, (o) comer;

• derivação regressiva (criação de nomes a partir de verbos).

• derivação não afixal (corresponde à derivação regressiva da tradição gramatical) – apelo (do verbo apelar); desabafo (do verbo desabafar).

Composição (processo de formação de novas palavras a partir de mais do que um radical ou palavra):

Composição (processo de formação de novas palavras a partir da união de duas formas de base):

• justaposição (formação de uma palavra a partir de duas ou mais palavras, que mantêm a acentuação) – obra-prima, vice-diretor.

• morfológica (formação de uma palavra a partir de um radical e uma palavra ou de dois radicais) – agricultura, psicologia;

• aglutinação (formação de uma palavra a partir da união de palavras primitivas ou de radicais, em que apenas um mantém a acentuação) – girassol, multinacional.

• morfossintática (formação de uma palavra a partir de duas ou mais palavras) – couve-flor, guarda-chuva.

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Mais exemplos: Exemplos

Tradição gramatical

Dicionário Terminológico

Facilitar

Derivação por sufixação

Derivação por sufixação

Amanhecer

Derivação por parassíntese

Derivação por parassíntese

Infelizmente

Derivação por prefixação e sufixação

Derivação por prefixação e sufixação

(o) Olhar

Derivação imprópria

Derivação por conversão

Guarda-roupa

Composição por justaposição

Composição morfossintática

Biblioteca

Composição erudita (aglutinação)

Composição morfológica

Arranha-céus

Composição por justaposição

Composição morfossintática

Ortografia

Composição erudita (aglutinação)

Composição morfológica

(a) Pesca

Derivação regressiva

Derivação não afixal

Água-de-colónia

Composição por justaposição

Composição morfossintática

Democracia

Composição erudita (aglutinação)

Composição morfológica

O que há de novo… Processos irregulares de formação de palavras Estes processos são relativamente recentes no âmbito do ensino do português. Apenas o termo estrangeirismo, agora empréstimo, surge na NGP, ainda que outros, como sigla e acrónimo, façam parte da tradição gramatical. No DT surgem no domínio da Lexicologia.

Terminologia

Explicação

Exemplos

Empréstimo (antes estrangeirismo)

Transferência de uma palavra de uma língua para outra.

Futebol, scanner, surf

Extensão semântica

Alargamento do significado de uma palavra.

Navegar na Internet, portal

Amálgama

Criação de uma palavra a partir da junção de partes de duas ou mais palavras.

Informática (informação automática)

Truncação

Criação de uma palavra a partir do apagamento de uma parte da palavra de que deriva.

Moto(cicleta) Foto(grafia)

Sigla

Termo formado pelas iniciais das palavras que lhe deram origem, que se pronuncia letra a letra.

IRS (Imposto sobre o Rendimento Singular)

Acrónimo

Termo formado pela junção de sílabas ou letras iniciais. Lê-se como se fosse uma palavra.

Iva (Imposto sobre o Valor Acrescentado)

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Classes e subclasses de palavras O que mudou… As classes e subclasses de palavras são um subdomínio da Morfologia. Podem ser abertas, quando possuem um número ilimitado de palavras (nome, adjetivo, verbo, advérbio, interjeição), ou fechadas, quando possuem um número limitado de palavras (determinante, pronome, quantificadores, preposição e conjunção). Nome Os nomes deixaram de ser classificados como concretos e abstratos e incluem uma nova subclasse, a dos nomes contáveis, que podem ser enumerados (um ovo, dois ovos) e não contáveis, que não podem ser enumerados (*uma saudade / *duas saudades; *um açúcar / *dois açúcares). Tradição gramatical Substantivo ou nome • próprio • comum • concreto e abstrato • coletivo

Dicionário Terminológico Nome • próprio • comum: – coletivo – contável/não contável1

Adjetivo Ao contrário do que acontecia tradicionalmente, os adjetivos distribuem-se agora por três subclasses e incluem a antiga classe dos numerais ordinais. Dicionário Terminológico Adjetivo • qualificativo: exprime uma qualidade, ou seja, atribui uma qualidade ao nome, pode variar em grau e pode surgir antes ou depois do verbo, ainda que com alteração de sentido: amigo rico / rico amigo. • numeral: tradicionalmente chamado numeral ordinal, este adjetivo estabelece uma ordem (primeiro mês, segundo mês, terceiro mês) e surge antes do nome, habitualmente acompanhado por um determinante (o primeiro mês). • relacional: adjetivo que deriva de um nome e que habitualmente, não ocorre em posição pré-nominal nem varia em grau: os jornais diários; as aves aquáticas; a crosta terrestre.

1

24

Os nomes coletivos podem ser contáveis (uma turma, duas turmas), ou não contáveis (*uma flora, *duas floras).

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Verbo Enquanto classe de palavras, o verbo surge no DT com classificações muito próximas da tradição gramatical. Destaca-se, porém, o facto de serem consideradas as classes do verbo determinadas em função dos seus complementos. As questões relacionadas com a flexão do verbo encontram-se no domínio da Morfologia e não sofreram alterações significativas. Dicionário Terminológico Verbo que, numa frase, determina a existência de sujeito e/ou de complemento(s): Os rapazes descobriram uma passagem secreta. Os verbos principais dividem-se em classes, em função da ausência ou presença de alguns complementos: • Intransitivo: verbo sem complementos (A criança adormeceu.). Verbo principal

• Transitivo direto: verbo com complemento direto (A criança comeu a sopa.). • Transitivo indireto: verbo com complemento indireto (O filho telefonou ao pai.), ou complemento oblíquo (O Pedro foi para Lisboa.). • Transitivo direto e indireto: verbo com complemento direto e indireto (A professora leu uma história aos alunos), ou complemento direto e complemento oblíquo (O Rui pôs o saco no chão.). • Transitivo-predicativo: verbo com complemento direto e predicativo do complemento direto (O professor considera o João muito responsável.).

Verbo copulativo

Verbo que precisa de um predicativo do sujeito para que a frase tenha sentido completo. Consideram-se habitualmente como copulativos os verbos: ser, estar, permanecer; ficar; parecer; continuar (A Rita continua triste.).

Verbo auxiliar

Verbo que surge antes de um verbo principal ou copulativo, formando um complexo verbal (A Marta nunca tinha visto o mar.). Na mesma frase, pode haver mais do que um verbo auxiliar (A história poderia ter sido contada de outra forma.).

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Advérbio A classificação das subclasses do advérbio deixou de estar dependente de critérios meramente semânticos. Na maioria dos casos, o advérbio passou a ser classificado tendo em conta a relação que estabelece com os outros elementos da frase. Tradição gramatical

Dicionário Terminológico

Advérbio

Advérbio

• tempo

• advérbio de predicado: pertence ao grupo verbal e pode ter vários valores semânticos (lugar, tempo, modo, etc.) – A Rita está aqui.

• lugar • modo • dúvida

• advérbio de frase: modifica toda a frase, ao contrário do advérbio de predicado – Infelizmente, estou constipado.

• designação

• conectivo: estabelece relações entre frases ou constituintes da frase – Tu pensas que tens razão, contudo, estás enganado.

• negação

• negação (sem alterações) – Eles não conseguiram chegar a tempo.

• afirmação

• afirmação (sem alterações) – Não gosto deste livro, mas sim daquele.

• intensidade ou quantidade

• quantidade e grau: – Pode intensificar o sentido de outros advérbios (Sinto-me muito mal.), de adjetivos (Estou muito satisfeito.), ou de grupos verbais (Ela trabalhou muito.).

• exclusão

• exclusão (sem alterações) – Só eu sabia a resposta.

• inclusão

• Inclusão (sem alterações) – Até eu sabia a resposta.

• interrogativo

• interrogativo (sem alterações) – Quando partes? • relativo: introduz uma oração relativa – Esta é a escola onde estudo.

Uma análise da tabela permite concluir que os tradicionais advérbios de tempo, lugar, modo, dúvida e designação estão distribuídos pelos advérbios de predicado, de frase e conectivo. Note-se que os advérbios continuam a possuir diferentes valores semânticos (tempo, modo, etc.), mas estes deixaram de ser contemplados na sua classificação, ainda que essa distinção seja importante em contextos didáticos.

Determinante O determinante surge sempre antes do nome com o qual concorda em género e número. O Dicionário Terminológico mantém as subclasses já existentes (artigo definido e indefinido, possessivo, demonstrativo, indefinido interrogativo) e acrescenta a dos determinantes relativos: Dicionário Terminológico Determinante • relativo: acompanha um nome no início de uma oração relativa (Aquela é a Mariana cuja prima se chama Diana.).

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Quantificador Esta classe é nova na terminologia linguística do português. O quantificador serve para indicar o número, a quantidade; surge habitualmente antes de um grupo nominal e distribui-se por várias subclasses. Dicionário Terminológico Quantificador • numeral: refere-se a um número preciso (numeral cardinal: dois carros, três carros). • universal: refere-se a todos os elementos de um conjunto (todo, todos, toda, todas, ambos, cada, qualquer, nenhum, nenhuns, nenhuma, nenhumas) – todos os dias. • existencial: não se refere à totalidade dos elementos de um conjunto (algum, alguns, alguma, algumas, bastante, bastantes, muito, muitos, muita, muitas, pouco, poucos, pouca, poucos, tanto, tanta, tantos, tantas, vários, várias) – poucas vezes; algumas vezes.

Conjunção Esta classe não sofreu alterações significativas. Referimos, apenas, que as conjunções subordinativas integrantes são agora designadas por conjunções subordinativas completivas (O Pedro disse-me que hoje não vinha) e que as tradicionais conjunções coordenativas adversativas porém, todavia e contudo são, como já vimos, advérbios conectivos.

Pronomes Os pronomes permitem evitar repetições e têm um papel importante na coesão textual. Mantêm-se as subclasses tradicionais (pessoal, possessivo, demonstrativo, indefinido, relativo, interrogativo). Destacamos, apenas, algumas particularidades dos pronomes indefinidos e relativos. Dicionário Terminológico • Indefinido: corresponde ao uso pronominal dos quantificadores e dos determinantes indefinidos (Gostei de tudo; Estás à espera de alguém?). • Relativo: os pronomes relativos, além de evitarem a repetição de um nome, também servem para juntar orações (Dá-me o livro. / O livro está em cima da mesa. = Dá-me o livro que está em cima da mesa). Note-se que cujo, cuja, cujos, cujas são determinantes relativos; quanto, quanta, quantos, quantas são quantificadores relativos; onde é um advérbio relativo.

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Exemplos de classificação das palavras destacadas nas frases: Exemplo

28

Tradição gramatical

Dicionário Terminológico

A Mariana já bebeu o leite.

Nome/substantivo comum, concreto

Nome comum, não contável

A Rita tem quatro anos.

Numeral cardinal

Quantificador numeral

O Pedro está a estudar num horário noturno.

Adjetivo

Adjetivo relacional

Todos os alunos realizaram a tarefa.

Determinante indefinido

Quantificador (universal)

O homem estava sentado no degrau da entrada.

Nome/substantivo comum, concreto

Nome comum, contável

Já é a terceira vez que vou a Paris.

Numeral ordinal

Adjetivo numeral

Esta é a escola cujo diretor apresentou a demissão.

Pronome relativo

Determinante relativo

Enviei a carta ontem.

Advérbio de tempo

Advérbio de predicado

Poucas pessoas assistiram ao espetáculo.

Determinante indefinido

Quantificador (existencial)

Esta é a casa onde eu moro.

Pronome relativo

Advérbio relativo

A Marta respondeu sinceramente.

Advérbio de modo

Advérbio de predicado

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Funções sintáticas O que mudou… Funções sintáticas ao nível da frase1 Mantêm-se as funções nucleares da frase, registando-se alterações apenas nos tipos de sujeito e em alguns complementos circunstanciais que passaram a chamar-se modificadores (de frase): Tradição gramatical

Dicionário Terminológico

Sujeito:

Sujeito:

– simples

• Simples (sem alterações).

– composto

• Composto (sem alterações).

– subentendido

• Nulo (não surge na frase):

– indeterminado – inexistente

– subentendido: apesar de não aparecer na frase, a flexão verbal permite-nos identificar o seu referente: Estou cansado = [Eu] estou cansado; – indeterminado: não aparece na frase, porque não sabemos quem é, ou o que é, mas pode ser identificado através do teste de substituição por pronomes como alguém, quem: Dizem que a vida está difícil: – Alguém diz; – expletivo: tradicionalmente chamado sujeito inexistente; surge, habitualmente, com verbos meteorológicos (Nevou, choveu, trovejou) e em algumas frases com o verbo haver (Há muito tempo que não te via.).

1

• Predicado

• Predicado: é constituído pelo verbo ou complexo verbal, ou por um verbo e pelos seus complementos e/ou modificadores (A Marta fez hoje um teste de Biologia).

• Complemento circunstancial

• Modificador (de frase): elemento acessório, que modifica o sentido da frase ( Infelizmente, está a chover muito.).

• Vocativo

• Vocativo (sem alterações).

A distribuição das funções sintáticas apresentada – ao nível da frase e dos grupos verbal, nominal, adjetival e adverbial – é utilizada no Dicionário Terminológico. Por uma questão de organização, optámos por fazer a sua adaptação aos termos da tradição gramatical.

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Funções sintáticas internas ao predicado / grupo verbal Dicionário Terminológico

Tradição gramatical • Complemento direto

• Complemento direto (sem alterações).

• Complemento indireto

• Complemento indireto (sem alterações). • Complemento oblíquo: tal como os complementos direto e indireto, o complemento oblíquo é selecionado pelo verbo e, habitualmente, sem ele a frase não faz sentido (A Maria gosta de sopa.). Não pode ser substituído pelos pronomes pessoais o, a, os, as, como o direto, nem pelos pronomes lhe, lhes, como o indireto. O complemento oblíquo pode ter várias formas: – grupo preposicional: A Marta mora em Almada. – grupo adverbial: A Marta mora ali.

• Complemento agente da passiva

• Complemento agente da passiva (sem alterações).

• Predicativo do sujeito

• Predicativo do sujeito: elemento da frase selecionado, apenas, por verbos copulativos como ser, estar, continuar, parecer, permanecer, ficar. O predicativo do sujeito pode ter várias formas: – grupo nominal: O António é meu filho. – grupo adjetival: O António parece feliz. – grupo preposicional: O António está em Sintra. – grupo adverbial: O António está cá.

• Predicativo do complemento direto • Complemento circunstancial

• Predicativo do complemento direto (sem alterações). • Modificador do grupo verbal / predicado: elemento acessório, que modifica o sentido do predicado. Pode ter várias formas e surgir em várias posições: – grupo preposicional: A Marta viajou de madrugada. – grupo adverbial: A Marta viaja amanhã.

Funções sintáticas internas ao grupo nominal Tradição gramatical

Dicionário Terminológico • Complemento do nome: surge à direita do nome e é selecionado por ele. Pedem complemento:

• Complemento determinativo

• Atributo

– os nomes deverbais (relacionados com verbos) como destruição [da floresta]: substituição [do professor]; invasão [do território]; – os nomes relacionais como pai [da Maria], mãe [do João], irmã [da Ana], filho [do José]; – nomes epistémicos como certeza [de que consigo], hipótese [de começar de novo], ideia [de terminar os estudos], necessidade [de fazer este trabalho]; – nomes icónicos como fotografia [de turma], retrato [de família].

• Aposto

• Modificador do nome restritivo: elemento acessório, que modifica e restringe o nome a que se refere (O livro azul é meu. / O homem do chapéu não me deixa ver nada.). • Modificador do nome apositivo: elemento acessório, que modifica, mas não restringe, o nome a que se refere (D. Manuel, o Venturoso, mandou construir o mosteiro dos Jerónimos.).

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Em resumo, aqui ficam algumas respostas rápidas a perguntas frequentes sobre o que se alterou nas funções sintáticas: 1. O que aconteceu ao sujeito?

• O sujeito deixou de ser identificado como «aquele que pratica a ação», uma vez que em frases como «O João levou uma bofetada.» tal não se verificava.

• O sujeito não realizado chama-se sujeito nulo: subentendido (Estou atrasado.), indeterminado (Assaltaram a ourivesaria.) ou expletivo (em vez de inexistente – Choveu muito.). 2. O que aconteceu aos complementos circunstanciais? O tradicional complemento circunstancial pode ser classificado como:

• Predicativo do sujeito – O Luís está em Lisboa. / O Luís está aqui. • Complemento oblíquo – O Luís mora em Lisboa. / O Luís mora aqui. • Modificador – O Luís estuda em Lisboa. / O Luís estuda aqui. 3. O que aconteceu aos complementos determinativos? De um modo geral, os complementos determinativos são modificadores (restritivos) do grupo nominal – O rapaz de calções está à minha frente. Podem igualmente, nos casos já referidos anteriormente, ser complementos do nome – O pai da Marta. 4. O que aconteceu ao atributo? O tradicional atributo é um modificador (restritivo) do grupo nominal – A saia azul é bonita. 5. O que aconteceu ao aposto? O aposto é um modificador (apositivo) do grupo nominal – O Pedro, meu primo, chegou ontem. Exemplos de identificação das funções sintáticas 1. A Maria foi para a escola de autocarro. Tradiçao gramatical Sujeito: A Maria Predicado: foi para a escola de autocarro Complemento circunstancial de lugar: para a escola Complemento circunstancial de meio: de autocarro Dicionário Terminológico Sujeito: A Maria Predicado: foi para a escola de autocarro Complemento oblíquo: para a escola Modificador (do grupo verbal): de autocarro

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2. O Pedro está em Lisboa. Tradição gramatical Sujeito: O Pedro Predicado: está em Lisboa Complemento circunstancial de lugar: em Lisboa

Dicionário Terminológico Sujeito: O Pedro Predicado: está em Lisboa Predicativo do sujeito: em Lisboa.

3. A Sofia adoeceu durante a noite. Tradição gramatical Sujeito: A Sofia Predicado: adoeceu durante a noite Complemento circunstancial de tempo: durante a noite Dicionário Terminológico Sujeito: A Sofia Predicado: adoeceu durante a noite Modificador (do grupo verbal): durante a noite

4. A Maria colocou o lenço azul na mala. Tradição gramatical Sujeito: A Maria Predicado: colocou o lenço azul na mala Complemento direto: o lenço azul Atributo: azul Complemento circunstancial de lugar: na mala Dicionário Terminológico Sujeito: A Maria Predicado: colocou o lenço azul na mala Complemento direto: o lenço azul Modificador (restritivo do nome): azul Complemento oblíquo: na mala

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Relações entre palavras O que mudou… Família de palavras, campo lexical e campo semântico Tradição gramatical

Dicionário Terminológico

• O conceito família de palavras surge associado à parte da gramática que se ocupa da «classe, estrutura e formação de palavras»1.

• O conceito família de palavras surge no domínio da Lexicologia, no subdomínio Léxico e vocabulário. O conceito não apresenta alterações. Entende-se por família de palavras o conjunto das palavras formadas por derivação ou composição a partir de um radical comum. Exemplos: mar, maremoto, amarar, marinheiro, marinha, marinho, maré...

• São usados os termos campo lexical e campo semântico, mas existe alguma instabilidade na sua definição em gramáticas escolares.

• Surge o novo domínio Semântica lexical: significação e relações semânticas entre as palavras. • Estes termos são definidos no subdomínio Relações semânticas entre palavras, em Estrutura lexical: – campo lexical: conjunto de palavras que, pelo seu significado, fazem parte de uma determinada realidade e podem pertencer a diferentes classes. Exemplos: âncora, vela, atracar, ré... fazem parte do campo lexical de navio. – campo semântico: conjunto dos significados que uma palavra pode ter nos diferentes contextos em que se encontra. Exemplos: campo semântico de peça – peça de automóvel, peça de teatro, peça de bronze, peça de carne, és uma boa peça, etc.

1

Vd. Celso Cunha e Lindley Cintra, Breve Gramática do Português Contemporâneo.

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Relações entre palavras – Relações de hierarquia e relações de parte-todo O que há de novo… No novo domínio Semântica lexical: significação e relações semânticas entre as palavras, o subdomínio Relações de semelhança / oposição refere-se à sinonímia e antonímia, não havendo alterações no entendimento destes conceitos. Ainda neste domínio, mas em Relações de hierarquia, surgem como novos conceitos os termos hiperonímia e hiponímia. O termo jogo, por exemplo, é uma designação genérica de certas atividades cuja natureza ou finalidade é recreativa – de diversão, entretenimento, brincadeira. Assim, a palavra jogo é hiperónimo de xadrez, gamão, damas... Um hiperónimo é, portanto, um termo mais genérico que abrange vários termos específicos que dependem dele semanticamente. Exemplos: Talher é um hiperónimo de faca, garfo e colher. Escritor é hiperónimo de António Torrado, Cecília Meireles, José Saramago... Um hipónimo, ao invés, é uma palavra de sentido mais restrito em relação a outra de sentido mais geral. Exemplos: Morangos e bananas são hipónimos de fruta. Livro, revista, jornal são hipónimos de publicações. Ainda no subdomínio Relações semânticas entre as palavras, em Relações parte-todo, surgem outros dois novos conceitos: os de holonímia e de meronímia, referentes às relações semânticas entre palavras que representam o todo pela parte ou a parte pelo todo. Assim, um holónimo é uma palavra que se refere a um todo, refletindo uma relação de hierarquia semântica em relação a outra, já que o seu significado refere o todo do qual a outra palavra (designada merónimo) é a parte. Exemplos: Casa é holónimo de quarto, sala, cozinha. Avião é holónimo de cockpit. Um merónimo é uma palavra que se refere a uma parte, refletindo uma relação de hierarquia semântica em relação a outra, já que o seu significado remete para a parte constituinte (designada holónimo). Exemplos: Volante é merónimo de carro. Pétala é merónimo de flor.

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Sintaxe e Semântica O que mudou e o que há de novo... Tradição gramatical • Tipos e formas de frase – frase declarativa; – frase exclamativa;

Dicionário Terminológico • O dicionário terminológico refere a existência dos mesmos tipos de frase. Os tipos de frase são estudados no âmbito da Sintaxe.

– frase imperativa; – frase interrogativa. • Forma afirmativa e negativa

• Polaridade afirmativa e polaridade negativa A polaridade é estudada no âmbito da Semântica e do Conteúdo proposicional. O termo polaridade refere-se ao valor afirmativo ou negativo de um enunciado. A negação e a afirmação não são propriedades inerentes à frase; são valores que podem afetar o predicado ou apenas um sintagma. A polaridade negativa pode ser expressa através do advérbio de negação ou de outras palavras ou expressões com valor negativo, como não, nenhum, ninguém, nem, sem, nada. Exemplo: A Tânia gosta de gelados. A afirmação não exige a presença de nenhum operador específico. Diz-se então que a frase tem polaridade afirmativa. Exemplo: Ela nunca comeu gelados.

Princípios reguladores da interação discursiva O que há de novo... Na sequência das abordagens propostas pela Análise de Discurso, da Pragmática e da Linguística Textual, os princípios de cooperação, de cortesia e de pertinência surgem, juntamente com as máximas conversacionais e as formas de tratamento, como regras fundamentais que devem caracterizar a interação convencional. O princípio de cooperação baseia-se em máximas que os interlocutores deverão respeitar. Alguns comportamentos práticos a ter em conta na interação verbal e de acordo com as máximas expostas são os seguintes1:

1

Inês Duarte, Língua Portuguesa – Instrumentos de Análise, Universidade Aberta, Lisboa, 2000, p. 357.

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a) o discurso produzido deve conter a informação necessária (Máxima de quantidade ):

• Tornar a contribuição tão informativa quanto requerido (para o propósito em causa); • Não tornar contribuição mais informativa do que requerido (os enunciados repetitivos não respeitam esta máxima). b) o discurso não deve afirmar o que o locutor crê ser falso, nem o que carece de provas (Máxima de qualidade):

• Tentar que a contribuição seja verdadeira; • Não dizer o que crê ser falso; • Não dizer aquilo de que não se tem provas. c) o discurso deve ser pertinente ou relevante (Máxima de relação):

• Ser relevante. d) o discurso deve ser claro, breve e ordenado (Máxima de modo ou de modalidade):

• Ser claro(a); • Evitar a obscuridade da expressão; • Evitar ambiguidades; • Ser breve (evitar falar/ escrever mais do que o necessário); • Ser metódico(a). O princípio de cortesia relaciona-se com o facto de usarmos diferentes estratégias para levar o nosso interlocutor a comportar-se de certa maneira, respeitando normas de comportamento social e linguístico no desenrolar da interação comunicativa. Algumas máximas a respeitar; – evitar o silêncio ostensivo; – não interromper o interlocutor; – não manifestar falta de atenção; – não proferir insultos, injúrias, acusações gratuitas, etc. O princípio de pertinência explica como os interlocutores interpretam os enunciados num ato de comunicação: através do reconhecimento do universo de referência, pela partilha dos saberes implicados no ato de linguagem – saberes sobre o mundo, sobre valores psicológicos e sociais, sobre comportamentos, etc., que conferem aos parceiros credibilidade. De acordo com este princípio, os atos de linguagem devem ser apropriados ao seu contexto e à sua finalidade, contribuindo para o aspeto contratual da interação.

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Texto O que há de novo e o que mudou... Tipologias textuais No plano literário, mantém-se a tripartição de géneros, com as alterações e as inovações resultantes da evolução histórica da própria literatura: o género lírico, o género épico ou narrativo e o género dramático. Cada um compreende diversos subgéneros. Mas a maioria dos textos é constituída por numerosas sequências, que podem incluir diferentes tipologias textuais – num mesmo texto há sequências de diferentes tipos (por exemplo, num texto narrativo, é habitual haver sequências de tipo descritivo e de tipo conversacional). Cada tipologia textual possui determinadas características. Vejamos algumas das mais comuns: Textos conversacionais

Caracterizam-se por ter funções lúdicas, de intercâmbio de ideias, de comentário de acontecimentos, de agradecimento. Exemplo: conversa, entrevista...

Textos narrativos

Relatam eventos ou cadeias de eventos; apresentam verbos que indicam ações e tempos verbais como o pretérito perfeito e o pretérito imperfeito. Têm abundância de advérbios com valor temporal ou locativo. Exemplo: conto, romance, novela…

Textos argumentativos

Têm como funções persuadir, refutar, comprovar, debater uma causa, etc., estabelecendo relações entre factos, hipóteses, provas e refutações. Têm abundância de conectores discursivos, que articulam com rigor as partes do texto. O tempo dominante é o presente. Exemplo: publicidade, debates…

Textos descritivos

Caracterizam espaços, objetos, pessoas. Predominam o verbo ser e outros verbos caracterizadores de propriedades e qualidades de seres e coisas. Os tempos verbais dominantes são o presente e o pretérito imperfeito. Têm abundância de adjetivos qualificativos e de advérbios com valor locativo. Exemplo: descrição de paisagens, pessoas…

Textos expositivos

Apresentam a análise ou síntese de ideias, conceitos e teorias, com uma estrutura verbal em que predomina o verbo ser com um predicativo do sujeito nominal ou o verbo ter com complemento direto. Usam como tempo peculiar o presente. Exemplo: manuais escolares, relatos…

Textos instrucionais

Têm como função ensinar ou indicar como fazer algo, enumerando e caracterizando as sucessivas operações. A estrutura verbal dominante é o imperativo. Exemplo: regras, instruções, avisos, comunicados…

O termo paratexto é introduzido pelo dicionário terminológico e relaciona-se com o facto de os textos (obras literárias, obras científicas, etc.) surgirem sempre acompanhados de outros elementos textuais, de extensão variável, que enquadram o texto principal e que têm como função apresentá-lo, garantindo uma receção adequada. Esses elementos textuais ou textos secundários chamam-se paratextos. Exemplos: nome do autor, do editor, da coleção, título e subtítulo, desenho da capa, dedicatória(s), prefácio e posfácio, epígrafe, notas marginais, de rodapé e finais, bibliografia, índices, informações fornecidas nas badanas e na contracapa do livro, ilustrações, etc. 37

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Obras lexicográficas O que há de novo... Um novo domínio do dicionário terminológico é o da lexicografia, apresentada como a disciplina que se ocupa da realização de dicionários, léxicos e terminologias, bem como da análise da sua estrutura e dos métodos para a sua elaboração. É no seu âmbito que são elencadas as obras lexicográficas. Para além do termo dicionário, i.e., a obra que apresenta o conjunto de palavras de uma língua, geralmente organizadas por ordem alfabética e acompanhadas de informações, são especificados:

• Os tipos de dicionários (alguns exemplos): Os dicionários podem ser: – monolingues (listagem e significados das palavras de uma língua); – bilingues (listagem e tradução das palavras de uma língua numa outra língua); – de aprendizagem (para o ensino do vocabulário da língua geral ou das línguas especializadas, com uma forte componente didática baseada em descrições, exemplos, exercícios de língua e imagens); – de sinónimos/antónimos.

• Outras obras lexicográficas: – enciclopédia: lista estruturada de palavras ou expressões, nem sempre organizada por ordem alfabética, contendo informação geral sobre cada entrada, como por exemplo o estado da arte do conhecimento de um tema ou conceito. – glossário: dicionário com palavras ou expressões pouco conhecidas ou raras e respetivos significados, ou traduções; – terminologia: lista organizada de termos de um determinado domínio (por exemplo, termos de informática, de medicina); – thesaurus : 1. dicionário alfabético que procura apresentar com exaustividade as palavras de uma língua; 2. conjunto de termos normalizados, organizados em função de uma classificação documental da informação.

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ACORDO ORTOGRÁFICO POR PAULO FEYTOR PINTO

O novo acordo ortográfico no sistema educativo português A ortografia da língua portuguesa, tal como a própria língua, tem sofrido alterações ao longo do tempo. Em 2011, com a entrada em vigor da nova ortografia que aqui se apresenta, chega ao fim um período de 100 anos durante o qual a língua portuguesa teve duas ortografias oficiais distintas. Este facto foi provocado pelos portugueses que, em 1911, adotaram uma nova ortografia, tornaram-na oficial e não consultaram os brasileiros. Apesar de a nova ortografia comum ter provocado alterações tanto na ortografia portuguesa como na brasileira, aqui apresentam-se apenas as regras que alteram a ortografia a utilizar no sistema educativo português. Todas as regras ortográficas que não são referidas mantêm-se, portanto, inalteradas. Também a terminologia utilizada nesta brochura é a adotada no ensino básico e secundário e não a do texto legal. As alterações introduzidas na ortografia são as seguintes: 1. Introdução das letras k, w e y no alfabeto (Base I). 2. Obrigatoriedade de inicial minúscula em alguns nomes próprios e formas de cortesia (Base XIX). 3. Supressão das letras c e p em sequências de consoantes (Base IV). 4. Supressão de acento em palavras graves (Base IX). 5. Supressão e/ou substituição do hífen em palavras compostas e derivadas, formas verbais e locuções (Bases XV-XVII). A consulta deste texto pode ser complementada com a leitura do diploma legal que aprova a nova ortografia, em especial das bases ou regras acima identificadas e das respetivas notas explicativas. A Resolução da Assembleia da República, de agosto de 1991, está permanentemente disponível em: http://dre.pt/pdf1sdip/1991/08/193A00/43704388.pdf A Resolução do Conselho de Ministros que determina a entrada em vigor da nova ortografia, de janeiro de 2011, adotou também o Vocabulário Ortográfico do Português e o conversor Lince, desenvolvidos pelo Instituto de Linguística Teórica e Computacional com financiamento público do Fundo da Língua Portuguesa. Uma vez que o texto legal que descreve a nova ortografia prevê exceções e não é exaustivo na exemplificação, estas duas ferramentas são muito úteis para esclarecer as inevitáveis dúvidas e estão disponíveis gratuitamente no sítio: www.portaldalinguaportuguesa.org

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1. Introdução das letras k, w e y no alfabeto (Base I) As letras k, w e y fazem parte do alfabeto da língua portuguesa. Apesar desta novidade, as regras de utilização mantêm-se as mesmas. Estas três letras podem, por exemplo, ser utilizadas em palavras originárias de outras línguas e seus derivados ou em siglas, símbolos e unidades internacionais de medida, como darwinismo, Kuwait, km ou watt. A posição destas três letras no alfabeto é a seguinte: …j, k, l… …v, w, x, y, z. 2. Obrigatoriedade de inicial minúscula em alguns nomes próprios e formas de cortesia (Base XIX) A letra minúscula inicial é obrigatória nos: – nomes dos dias: sábado, domingo, segunda-feira, terça-feira, quarta-feira… – nomes dos meses: agosto, setembro, outubro, novembro, dezembro, janeiro… – nomes das estações do ano: verão, outono, inverno, primavera… – nomes dos pontos cardeais ou equivalentes, mas não quando eles referem regiões: sul, leste, oriente e ocidente europeu, mas o Ocidente. A letra minúscula inicial é obrigatória também nas formas de tratamento ou cortesia: senhor Silva, cardeal Santos… A letra inicial tanto pode ser maiúscula como minúscula em: – títulos de livros, exceto na primeira palavra: Amor de perdição ou Amor de Perdição. – nomes que designam cursos e disciplinas: matemática ou Matemática. – designações de arruamentos: rua da Liberdade ou Rua da Liberdade. – designações de edifícios: igreja do Bonfim ou Igreja do Bonfim. 3. Supressão das letras c e p em sequências de consoantes (Base IV) As letras c e p são suprimidas sempre que não são pronunciadas pelos falantes mais instruídos, como acontece em algumas sequências de consoantes: ação, ótimo, ata, ator, adjetivo, antártico, atração, coletânea, conceção, letivo, noturno, perentório, sintático… As letras c e p mantêm-se apenas nos casos em que são pronunciadas: facto, apto, adepto, compacto, contacto, corrupção, estupefacto, eucalipto, faccioso, fricção, núpcias, pacto, sumptuoso… Assim, tal como na oralidade, na escrita temos Egito e egípcio. Aceita-se a dupla grafia quando se verifica oscilação na pronúncia culta, como em setor e setor. Já existiam em português outras palavras com mais de uma grafia, como febra, fevra e fêvera. As letras b, g e m mantêm-se na escrita em português europeu padrão de sequências idênticas de consoantes: subtil, súbdito, amígdala, amnistia, omnipresente… A letra h mantém-se tanto no início e no fim de palavra como nos dígrafos ch, lh e nh: homem, oh, chega, mulher, vinho. 4. Supressão do acento em palavras graves (Base IX) O acento agudo é suprimido das palavras graves cuja sílaba tónica contém o ditongo oi. Generaliza-se portanto a regra já aplicada em dezoito e comboio. Assim, passamos a ter: joia, heroico, boia, lambisgoia, alcaloide, paranoico… 40

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O acento circunflexo é suprimido das formas verbais graves, da terceira pessoa do plural, terminadas em eem. Assim, passamos a ter: leem, veem, creem, deem, preveem… O acento gráfico, agudo ou circunflexo, é suprimido das palavras graves que não têm homógrafas da mesma classe de palavras. Assim, para pode ser uma preposição ou uma forma do verbo parar, tal como acordo já podia ser um nome ou uma forma do verbo acordar. Outros exemplos são: acerto (verbo ou nome), coro (verbo ou nome), fora (verbo ou advérbio)… O acento agudo mantém-se na escrita em português europeu padrão das formas verbais da primeira pessoa do plural, do pretérito perfeito do indicativo, dos verbos da primeira conjugação: gostámos, levámos, entregámos, andámos, comprámos… 5. Supressão e/ou substituição do hífen em palavras compostas e derivadas, formas verbais e locuções (Bases XV-XVII) O hífen é suprimido das palavras derivadas em que a última letra do primeiro elemento – o elemento não autónomo – é diferente da primeira letra do segundo elemento: autoavaliação, autoestrada, agroindústria, antiamericano, bioalimentar, extraescolar, neoidealismo… O hífen mantém-se nas derivadas começadas por ex, vice, pré, pós, pró, circum seguido de vogal ou n, pan seguido de vogal ou m, ou ab, ad, ob, sob ou sub seguido de consoante igual, b ou r. Assim, continuamos a ter: pós-graduação, pan-americano, sub-região… O hífen mantém-se nas derivadas em que o segundo elemento começa por h, r ou s. No primeiro caso, mantém-se a regra anteriormente em vigor: anti-herói, pan-helénico… O hífen é suprimido de palavras cuja noção de composição se perdeu, tal como já tinha acontecido com pontapé. Assim, passamos a ter: paraquedas, mandachuva… O hífen é substituído por r ou s , duplicando-o nas palavras derivadas e compostas acima referidas em que a última letra do primeiro elemento é uma vogal e a primeira letra do segundo elemento é um r ou um s: semirrígido, suprassumo, antirroubo, antissemita, girassol, madressilva, ultrassecreto… O hífen é substituído por um espaço em branco nas locuções substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuncionais: fim de semana, cão de guarda, cor de vinho… O hífen é substituído por um espaço em branco nas quatro formas monossilábicas do verbo haver seguidas da preposição de : hei de, hás de, há de e hão de. Mantém-se a ortografia em exceções pontuais tais como desumano, cor-de-rosa, coocorrência. O hífen mantém-se em todos os restantes casos: – generalidade das compostas: cobra-capelo, ervilha-de-cheiro, mal-estar, tenente-coronel… – derivadas em que a última letra do primeiro elemento é igual à primeira letra do segundo elemento: anti-ibérico, hiper-realista… – formas verbais seguidas de pronome pessoal dependente: disse-lhe, disse-o, dir-te-ei… – encadeamentos vocabulares: estrada Lisboa-Porto, ponte Rio-Niteroi…

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GUIÕES DE LEITURA E ESCRITA — CENÁRIOS DE RESPOSTA A BICICLETA QUE TINHA BIGODES Pré-leitura 2. A capa é composta pelos elementos seguintes: ilustração, nome do autor, título do livro e identificação da editora. Na ilustração, podemos destacar uma figura humana, que se eleva no céu azul em direção a uma bicicleta cintilante. 3. O livro é dedicado aos escritores angolanos Luís Bernardo Honwana e Manuel Rui, a quem o autor agradece a amizade e as personagens que o influenciaram. 4. a) Ondjaki; b) angolano; c) 1977; d) prosador; e) poeta, realizador; f) francês, espanhol, italiano, alemão, inglês, sérvio e sueco; g) Os da minha rua; h) Angola, Portugal e Brasil. 5. O autor chama-se Ndalu de Almeida, mas é mais conhecido por Ondjaki, o nome que os pais escolheram em primeiro lugar, palavra umbundu, uma das línguas de Angola, que significa «aquele que enfrenta desafios» ou «guerreiro». 6. «Estórias sem luz elétrica». 7.1. Segundo o autor, aquilo que tem para contar só pode caber na letra «e» de uma «estória». 7.2. Que o livro narra memórias do passado do narrador, misturadas com a fantasia e o sonho. 7.3. Que os nomes de pessoas dados aos animais que surgem no livro não pretendem ofender ninguém. 8.1. Trata-se de um excerto do livro. 8.2. A badana da contracapa (que funciona como um desdobrável) reproduz um envelope e a respetiva carta. Podemos ler o conteúdo da carta, mas não sabemos em que contexto foi escrita. 9. Na infância. Leitura 1. A ação decorre num bairro de Luanda, em Angola. 2. O protagonista é o narrador, uma criança. 2.1. «minha». 2.2. O narrador vive com a AvóDezanove. Os seus melhores amigos são a Isaura e o JorgeTemCalma. O seu maior sonho é ganhar uma bicicleta, mas tem muitas dificuldades em escrever a história que pode concretizar esse sonho. É uma personagem engenhosa, porque tenta encontrar uma solução para o seu problema junto dos amigos e dos vizinhos. 3. 1 g); 2 h); 3 f); 4 a); 5 e); 6 b); 7 c); 8 d). 4. O registo informal reproduz as falas das personagens, muitas delas crianças, que vivem num ambiente popular e familiar. Páginas 8 a 18 1. O narrador e o tio Rui. 1.1. As letras e as palavras. 2. O sonho de ter uma bicicleta. 2.1. O facto de não ter jeito para escrever. 2.2. Pedir ajuda ao tio Rui, que vivia na rua e era escritor. 3. O narrador promete que, se ganhar a bicicleta, deixará que todos andem nela sem pedir nada em troca. Está convencido de que só se fizer esse sacrifício conseguirá ganhar o concurso. 4. O tio Rui é simpático e vive muito apressado. É generoso, pois gosta de brindar as crianças com presentes ou com histórias que escreveu. Tem uma voz muito arrastada e a Isaura está convencida de que alguns sons e palavras ficam presos nos seus espessos bigodes. 4.1. O facto de escrever histórias, porque é precisamente o que o narrador não sabe fazer. 5. A Isaura conhece todos os animais do quintal e as suas características, mas não sabe a tabuada. Para além disso, dá nomes de pessoas conhecidas aos animais.

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5.1. SamoraMachel, Mobutu e Khadafi – os gafanhotos; Senghor – a lesma; Ghandi – o gato; AmílcarCabral, ou AmílcarCãobral, – o cão; Raúl e Fidel – os sapos; JoãoPauloTerceiro – o papagaio. Páginas 19 a 35 1. Saíam para a rua e juntavam-se perto do muro da casa do tio Rui. 2. a) Como estava escuro, o motorista do GeneralDorminhoco atropelou o sapo Raúl. Como ouviu a travagem brusca, mas não ouviu gritos, a Isaura percebeu que era um dos seus animais e foi a correr para o local, logo seguida pelas outras crianças e vizinhos. b) A Isaura reagiu emotivamente e chorou, o motorista e o General Dorminhoco não entenderam a gravidade do sucedido; o tio Rui convenceu-os de que o acontecido era muito grave e de que o infrator teria de ser multado. c) O tio Rui decidiu que o motorista Nove passava a chamar-se motorista Dez, porque o sapo Raúl era a sua décima vítima. 2.1. O funeral foi bonito e emotivo e decorreu na rua, junto a uma lagoa que estava toda iluminada com luzes trazidas pela assistência. A Isaura chorava, enquanto os morcegos voavam perto das pessoas. 3. O narrador pede ajuda à Isaura para escrever a história para o concurso e promete que a deixará usar a bicicleta se forem os vencedores. 3.1. Porque não tem ideias para uma história. Páginas 37 a 58 1. O narrador inveja o facto de os pensamentos do tio Rui se transformarem em histórias. 2. A esperança de ganhar a bicicleta, a felicidade ao sonhar que brinca com ela e a ansiedade perante a possibilidade de isso nunca acontecer. 3.1. Obter a caixa de madeira do tio Rui, onde estavam guardados restos de palavras. 3.2. A Isaura fica zangada, porque a caixa do tio Rui era um segredo só dos dois e o narrador falara dela ao pé do JorgeTemCalma, que não o conhecia. 4. O segredo é simples – a Isaura, que era vizinha do tio Rui, assistiu ao momento em que a tia Alice aparava os bigodes do tio Rui, e depois, enquanto os penteava, esfregava e soprava, caíam letras pequenas para dentro de uma caixa. O narrador só começou a acreditar quando viu com os seus próprios olhos. 5. Porque precisa da ajuda dele para conseguir a história. 6.1. O plano é irem a casa do tio Rui, para descobrirem a caixa que lhes permitiria escrever a história com as letras que, segundo o narrador, «já vêm com força de história» (página 55). Páginas 59 a 66 1. Estão a fazer um peditório de ideias para a história do concurso. 2. As crianças querem que o tio Rui coce os bigodes, para apanharem algumas ideias, ou que ele lhes dê uma história completa. 2.1. O tio afirma que o que as crianças querem é copiar uma história e que o objetivo do concurso não é esse. 3. O tio Rui sugere que as crianças procurem uma história na rua («– Acho que a nossa rua tem boas estórias – o tio Rui disse.», página 63). 4. a) O silêncio serve para que as pessoas se possam conhecer verdadeiramente, olhando umas para as outras; b) as boas ideias não surgem dos pensamentos, mas sim do que sentimos no coração. Páginas 67 a 75 1. No momento em que sabemos que o CamaradaMudo foi entregar o envelope na portaria da Rádio Nacional. 2. Pensaram que o narrador tinha roubado a caixa. 3. Diz que não escreveu uma «estória», mas sim uma «espécie de carta». 4. Não consegue descrever o brilho que saía das letras e dos acentos que estavam na caixa.

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GUIÕES DE LEITURA E ESCRITA — CENÁRIOS DE RESPOSTA 4.1. Que algumas coisas são muito difíceis de explicar por palavras. Páginas 77 a 86 1. Assistir ao anúncio do vencedor do concurso. 2. Sente o peso do silêncio que nunca sabia definir e uma tristeza profunda. 3. O texto enviado para o concurso da Rádio Nacional. 3.1. O narrador pediu ao presidente de Angola que oferecesse bicicletas a todas as crianças do país. Pós-leitura 1. Por exemplo: a amizade, a infância, a importância das palavras. 2. Quando sonhava com a bicicleta, o narrador sabia que só podia ganhá-la com a ajuda das letras que caíam dos bigodes do tio Rui e, talvez por isso, a bicicleta sonhada tinha bigodes iguais aos dele. A PÉROLA Pré-leitura 1.1. Capa: título da obra; nome do autor; ilustração em que se observa uma família sentada numas rochas junto ao mar; símbolo da editora. Lombada:  título da obra, nome do autor e símbolo da editora. Contracapa: sinopse; título da obra; nome do autor; nome da editora; código de barras. 1.2. Nome do autor, título da obra, nome da tradutora, nome da editora. 1.3. Título original: The pearl. Nome da tradutora: Clarisse Tavares. 2. a) Um conto popular mexicano; b) Kino, Juana e Coyotito; c) A pérola. Capítulo 1 1. Kino era «jovem e forte», tinha «cabelos negros», que lhe caíam sobre a «testa morena», e uns olhos «quentes, ferozes e brilhantes», assim como um «bigode fino e áspero». A sua mulher chamava-se Juana, tinha «cabelos negros», era «obediente e respeitosa, alegre e submissa» e conseguia aguentar a dor, a fadiga e a fome. O filho de ambos, Coyotito, era ainda um bebé. Viviam numa cabana, junto ao mar, tinham vários animais domésticos e eram pescadores. Os seus parentes próximos eram Juan Tomás, irmão de Kino, a sua mulher Apolónia e os seus quatro filhos. 2. Coyotito foi mordido por um escorpião. 2.1. Ameaçava-a a Canção do Mal, que era a música do inimigo da família, uma «melodia selvagem, secreta, perigosa […]». 3. Juana reage como uma leoa para defender a vida do seu filho e, na mente de Kino, a Música da família ganha tons de aço, ou seja, Kino prepara-se também para lutar por Coyotito. 4. Kino, Juana e Coyotito pertencem a uma família mais alargada, que é a do povo miserável que vive nas cabanas e que se junta a eles na ida à cidade, com o objetivo de procurar o médico que poderia curar Coyotito. 5. O médico era ignorante, cruel, avaro e hipócrita. Esse médico, «gordo e preguiçoso», era um mau profissional e uma pessoa pouco recomendável. 5.1. O facto de o médico pertencer «a uma raça que, durante perto de quatrocentos anos, tinha espancado, matado à fome, roubado e desprezado a raça de Kino, além de a aterrorizar […]», ou seja, a raça que falava à «gente da raça de Kino como se tratasse com simples animais», fazia com que ele se sentisse desse modo. 5.2. Soou a «música violenta do inimigo». 6. A sombra poderá representar o facto de as pessoas do povo de Kino serem consideradas inferiores, pelo que lhes eram recusados direitos básicos como os cuidados de saúde. Daí que se possa dizer que viviam «na sombra», privados de todas as regalias. 7. É possível estabelecer uma relação de contraste entre essas pérolas e os objetos do médico, porque enquanto as pérolas revelam a miséria de Kino, a «bandeja de prata», o «bule também de prata cheio de chocolates»,

a «chávena de porcelana finíssima» e o «pequeno gongo oriental» revelam os pequenos luxos do médico. 8. Venceu a Canção do Mal, porque Coyotito permanecia em risco de vida por causa da recusa do médico em tratá-lo. Capítulo 2 1. a) Plano da cidade, situada num amplo estuário, com os edifícios «a abraçarem» a praia; b) plano da praia; c) plano à beira da água e plano do fundo do mar; d) plano da praia; e) «à beira da água» e «No fundo do mar»; f) pretérito imperfeito do indicativo: «estava», «Eram», «tinha», «cobriam-na», «projetavam», «abundavam», «cresciam», «jazia», «passavam»; g) adjetivos qualificativos: «amplo», «antigos», «altas e graciosas», «curvas», «amarela», «leves», «pequenos», «venenoso», «coloridos», «esfaimados». 1.1. Areia, água, algas, conchas, caranguejos-violinistas, poças, lagostins, restolho, mar, algas, correntes, limos, cavalos-marinhos, peixe-globo, caranguejos. 1.2. É apresentado o plano geral do golfo, sobre o qual pairava o ar nublado. 1.3. Essa «miragem nublada» tornava a paisagem irreal, o que se relaciona com a crença das pessoas do golfo, para quem não havia provas da existência real daquilo que os olhos viam. 3. a) 6, b) 3, c) 5, d) 1, e) 4, f) 2. 4. A canoa era essencial ao trabalho de Kino, permitindo-lhe obter algum rendimento, com o qual alimentava a família. 5. Invadem-no a Canção do Mar e, dentro dela, a Canção da Pérola Ambicionada. 5.1 Sobressaiu a Canção da Ppérola Ambicionada, porque Kino viu uma ostra muito grande e encheu-se de esperanças. 6. O narrador usa a comparação e a hipérbole: «[…] a grande pérola, perfeita como a Lua», «Era a maior pérola do mundo». Capítulo 3 1. Para o narrador, cada cidade tem uma vida própria, como se fosse um ser vivo distinto dos outros. 1.1. A visão particular que o narrador tem de uma cidade relaciona-se com a ação narrada, através da ideia de que o sistema nervoso da cidade reage a notícias como da descoberta da pérola. 2. a) Pensa nas reparações que gostaria de fazer na igreja; b) olham para as roupas que não venderam; c) afirma que está a tratar o filho de Kino e imagina-se num restaurante em Paris. d) riram de prazer ao imaginarem que Kino lhes daria boas esmolas. 3. Os compradores de pérolas eram gananciosos, interesseiros e calculistas. 4. Kino transformou-se no inimigo de todos, porque era ele quem detinha a pérola desejada por toda a gente. 4.1. Kino não ouve a canção do inimigo, porque não se apercebe da «peçonha» produzida pelas «bolsas de veneno» da cidade e apenas ouve a música da pérola fundida com a música da família. 5. Kino imaginava que se casaria com Juana, sendo que ambos estariam bem vestidos para a ocasião, assim como Coyotito; compraria um arpão novo e uma carabina; o seu filho iria à escola. 5.1. Para Kino, o conhecimento significa a liberdade. 5.2. «Sabiam que agora o tempo contaria a partir da pérola de Kino e que haviam de falar daquele momento por muitos anos.» 6. a) A música do mal soava no espírito de Kino, porque a vinda do padre e do médico às cabanas representava o interesse que todos, sem exceção, tinham na pérola e o risco que isso implicava para Kino e a sua família, sendo que Coyotito acaba por adoecer na sequência da visita do médico; b) a descrição dos comportamentos dos animais predadores que perseguem os mais fracos relaciona-se com a visita do padre e do médico, pois ambos

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GUIÕES DE LEITURA E ESCRITA — CENÁRIOS DE RESPOSTA usam os seus conhecimentos para persuadirem Kino, cuja ignorância e medo o deixam indefeso. 6.1. O padre usa argumentos religiosos, dizendo a Kino que ele tinha recebido o nome de um «grande pai da Igreja» e lembrando-lhe que devia agradecer a Deus a sua descoberta. 8. No final do capítulo, Kino e Juana discutem por causa da pérola, instalando-se a discórdia. Capítulo 4 1. Tratava-se da notícia de que Kino ia vender a sua pérola, o que era uma situação particular que saía dos padrões normais da cidade e que, portanto, a faziam vibrar de nervosismo. 2. Quando relatou os procedimentos dos compradores de pérolas, o narrador deixou antever que Kino teria de se confrontar com a oferta de um preço muito abaixo do valor da sua pérola. 3. O recurso expressivo é a personificação. 4. Esta metáfora é usada pelo narrador para transmitir ao leitor o modo como o povo de Kino se habituara a defender-se contra o povo estrangeiro que havia quatrocentos anos chegara com os seus discursos de autoridade, como o do padre, e com a força das suas armas, para o subjugar. 5. O primeiro comprador de pérolas perdeu a precisão na mão com que fazia truques com uma moeda, os seus dedos curvaram-se e o seu punho cerrou-se assim que viu o tamanho da pérola de Kino, e esse comportamento permite entender que a atitude assumida de seguida tinha como único objetivo convencer Kino a vendê-la por um preço muito inferior ao seu valor real. Daí que não conseguisse afastar os olhos da pérola e acabasse por oferecer mil e quinhentos pesos. 6. O acontecimento anunciado pela Canção do Mal era a aproximação de um dos inimigos, contra o qual Kino teve de lutar para defender a sua família. Capítulo 5 1.1. d). 1.2. b). 2. Kino argumenta que a pérola se tinha transformado na sua alma. Capítulo 6 1. Soam a Canção da Pérola e a Canção da Família. 1.1. Kino sentia-se confiante quanto à solução que encontrara para proteger a sua família. 2. Nada do que Kino «vê» na pérola confirma as suas perspetivas otimistas quanto ao futuro, porque consegue «ver» apenas os acontecimentos negativos que tinham sucedido na sua vida desde o momento em que a encontrara. 2.1. A música da pérola soou sinistra e misturou-se com a música do mal. 2.2. Essa alteração significa a descrença de Kino relativamente à felicidade que julgara obter através da pérola. 3. Esse pressentimento devia-se ao despertar de um instinto ancestral dentro de Kino, que era o instinto do seu povo, intimamente ligado à natureza. 3.1. Os seus perseguidores eram dois batedores, que caminhavam em busca de pistas da passagem de Kino e Juana, e um homem a cavalo, com uma espingarda, que seguia atrás deles. 3.2. a) «O seu corpo retesou-se e encolheu a cabeça, espreitando por baixo de um ramo caído»; «Kino nem respirava. Apenas arqueou um pouco as costas. Tinha os músculos dos braços e das pernas salientes de tensão e o lábio superior coberto de suor.»; b) «Kino ficou tão rígido como o tronco da árvore.» 4. Os olhos de Kino «entristeceram» quando se apercebeu da sua impotência perante os batedores, mas «recuperaram a ferocidade» quando Juana lhe lembrou que os batedores assassinariam o filho de ambos. 5. a).

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6. Juana tapou-os porque não queria que Kino ficasse impressionado com os seus ferimentos, para que não fraquejasse. 7. O narrador descreve a fonte que a família viria a alcançar. 8. A família escondeu-se numa caverna e o plano de Kino consistia em atacar o homem que estava de vigília antes que a Lua nascesse. 9. a) O som de um choro vindo do alto, que pôs em alerta o vigia e que acordou um dos homens adormecidos; b) Deu um tiro na direção de onde vinha o som; c) «Mas Kino tornara-se tão frio e tão mortal como o aço.»; d) O grito da morte. 10. O que deixou maior impressão foram as sombras longas projetadas no chão à frente de Kino e Juana, que pareciam trazer assim duas torres de escuridão. 10.1. Os recursos expressivos são a comparação e a hipérbole, usadas na caracterização de Juana – «Estava tão distante, tão longínqua como o céu» – e na caracterização de Kino – «[…] parecia tão perigoso como uma tempestade iminente». A comparação é ainda usada na passagem: «As suas pernas moviam-se automaticamente, como se fossem bonecos de madeira […]». 11. A Canção da Família transformara-se num grito de guerra. 12. O som da música da pérola era um som «distorcido e demente», porque Kino vê na sua superfície a imagem do filho morto. 12.1. Kino atira a pérola e ela desaparece no fundo do mar, por isso a Música da pérola também desaparece. 13. a) Personificação; b) metáfora. A INSTRUMENTALINA Pré-leitura e escrita 1. Trata-se de um nome, pois a palavra é antecedida por um determinante (A – determinante artigo definido, feminino, singular). 1.1. A palavra não está dicionarizada. 1.2. Por exemplo: instrumentação , instrumental , instrumentalismo , instrumentalista, instrumentalização, instrumentalizar, instrumentar, instrumentário, instrumentista, instrumento. 2. O adjetivo instrumental, que por sua vez tem como forma de base o nome instrumento. 2.1. O sufixo –ina. 4. A bicicleta que se vê na imagem poderá ser a «instrumentalina» de que se fala no título da obra. 4.1. Poderá ser um nome próprio atribuído à bicicleta que se vê na ilustração da capa da obra. 5. Trata-se do tempo da infância. Leitura Páginas 9 a 12 1. A narradora encontra-se numa cidade «à beira do Lago Ontário» (muito provavelmente, Toronto), no bar do Royal York Hotel. 1.1. A narradora teve de se deslocar à cidade onde se encontra, e essa deslocação transformara-se em viagem. 1.2. Esse transporte chamava-se Instrumentalina. 1.3. a) «Quem diria?»; b) «Escondida no saco das reservas proibidas»; c) «imagem caprina.» 2. «Ora a Instrumentalina se me tinha levado até ao campo das margaridas, no dia em que meu tio Fernando me havia chamado Greta Garbo, ela mesma me tinha traído e amarrotado, e criado o meu primeiro desgosto.» 2.1. O acontecimento é a despedida do seu tio, que partira de comboio. Páginas 12 a 15 3. Trata-se do tempo da infância da narradora. 3.1. O espaço é o da casa do avô da narradora. 3.2. Habitavam esse espaço o avô da narradora, a sua mãe e as suas tias, e as crianças, entre as quais a narradora se incluía.

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GUIÕES DE LEITURA E ESCRITA — CENÁRIOS DE RESPOSTA 3.3. Os homens, maridos das mulheres que habitavam a casa e pais das crianças que por lá viviam também, tinham emigrado, e, assim, essas mulheres e essas crianças viviam sob a proteção do avô da narradora. 4. A chegada do seu tio com a Instrumentalina. 4.1. Os recursos expressivos são a hipérbole e a comparação: «[…] e os nossos gritos de alegria partiam a tarde em duas metades substanciais como as de um fruto – antes e depois da chegada do nosso querido tio». Páginas 15 a 18 5. O facto de o avô chamar o seu filho mais novo foi importante, porque lhe passou a responsabilidade de gerir a casa e os haveres da família, o que o obrigou a ir viver para aquela casa. 5.1. As crianças reagem com alegria. 6. «Mas não era a pessoa que nosso avô tinha querido que viesse.» 6.1. O tio Fernando não prestava atenção aos assuntos que tinha de tratar («[…] ouvia distraído, […] nem tomava por escrito qualquer nota sobre haveres»), nunca saía ao mesmo tempo que os carros de animais que seguiam com a carga e os homens para o trabalho («Os carros de animais partiam carregados de objetos e de homens, e ele, como se nada lhe pertencesse, saía antes ou depois, com o boné virado para trás, sentado na bicicleta corredora, estrada fora») e recusava-se, de todo, a ir por caminhos onde não era possível andar de bicicleta («[…] recusava-se a sair, sob o pretexto de que descalibrava as rodas nas irregularidades do caminho.»). 6.2. O seu grande interesse era a bicicleta corredora. 6.3. O avô gritava, exigindo que lhe tirassem da frente a bicicleta, que ele tratava por «Instrumentalina». Páginas 18 a 22 7. O tio Fernando proporcionava-lhes esse sentimento de liberdade, porque, podendo ele próprio fugir de tudo na sua bicicleta, por vezes levava-as também consigo na sua bicicleta. 8. A narradora tinha menos direitos, porque fora a última a chegar à casa da campina. 8.1. A narradora esperava que o tio se sentasse à porta e trazia-lhe os utensílios de que ele necessitava para arranjar a bicicleta, assim como o pulôver e a bacia com a toalha e o sabão. Arrumava-lhe também as ferramentas antes que ele pedisse. Tudo isto era feito ao crepúsculo, quando as outras crianças já tinham ido para outro sítio. 8.2. A narradora passou a ter a certeza de que o tio não a via, ou seja, nem dava por ela. Páginas 22 a 24 9. O acontecimento inesperado foi o tio Fernando levar a narradora na sua bicicleta. 9.1. Sensações visuais: «A rua começava a afastar-se, e o portão onde os meus primos permaneciam imóveis ia ficando definitivamente para trás. Os campos planos passavam dum lado para o outro, devagar, desprendendo-se cada vez mais das redondezas da casa da campina, e seu verde serôdio, perto do queimado, perdia-se de vista». Sensações táteis: «Com as mãos agarradas à cintura dele, tombando para a direita e para a esquerda como sobre um cavalinho que voasse, corríamos e corríamos sem parar». 9.2. O tio chama-lhe Greta Garbo quando ela faz pose para tirar a fotografia. 9.3. O tio chamou-lhe esse nome porque essa atriz, que ele admirava («[…] falou demoradamente duma mulher divina cujo olhar tirava o sono de quem a visse»), sabia fixar o olhar no vazio quando posava para a câmara («Um dia, também eu haveria de vê-la e aprender com ela a fixar o olhar numa coisa distante que não havia»). Páginas 24 a 33 10. O avô propôs-lhe que, mediante o pagamento de uma moeda de meia

libra, fizesse desaparecer a Instrumentalina dentro da água da nora, para que o tio não se fosse embora daquela casa. 10.1 Para a narradora, fazer desaparecer a Instrumentalina significaria o mesmo que fazer adoecer ou matar o próprio tio. 11. O avô esperava a chegada de uma mulher com quem queria casar o seu filho Fernando. 11.1. O avô pretendia prender o tio Fernando àquela casa através do casamento com a «mulher sem anel». 12. O tio Fernando passou a cronometrar as suas corridas, fazia piruetas e cavalinhos, andava de um só lado, fazia pinos e simulava quedas na bicicleta. Páginas 33 a 35 14. O raciocínio do avô parecia não ter lógica, porque, para a narradora, a Instrumentalina, ao contrário de afastar o tio, ligava-o às crianças daquela casa como nenhuma outra coisa. Daí que não compreendesse como poderia o desaparecimento da bicicleta contribuir para o manter preso à casa. 15. A comparação é adequada, porque a bicicleta permanecera no fundo da água da nora. 16. O seu maior desgosto relacionava-se com as cunhadas, porque estas tinham-no atraiçoado, recebendo o pagamento do seu pai para fazerem desaparecer a Instrumentalina. 17. Pressentia-se que ele fazia preparativos para se ir embora daquela casa. 18. Vieram substituir a Instrumentalina alguns «transportes extravagantes», conduzidos por outras pessoas, que eram cada vez mais rápidos e que demoravam cada vez mais a trazer o tio de volta a casa. Páginas 35 a 37 19. O tio Fernando voltou a falar com o avô e com as cunhadas, como dantes, havendo risos em consequência das suas brincadeiras. 19.1. A narradora não se deixa iludir pelos comportamentos do seu tio: «Alguma coisa do tio não era o tio, naquele serão demasiado conciliador para ser verdade». Páginas 37 a 39 20. Era mentira o que o tio Fernando dizia, porque ele estava decidido a partir para longe e para sempre. 21. Passados trinta anos, o tio da narradora deixou-lhe escritas duas linhas a marcar um encontro com ela no bar do Royal York Hotel. 22. Passados trinta anos, o tio Fernando era um «cavalheiro de meia idade», com um «olhar mediterrânico». POETAS DE ONTEM E DE HOJE – do século XIII ao XXI, para os mais novos 1. a) Matilde Rosa Araújo; b) poemas de poetas do século XIII ao XXI e para os leitores mais novos; c) Filipa Canhestro. 1.1. Os poetas são Luís de Camões e Fernando Pessoa. 1.2. A razão poderá ter sido a sua notoriedade. 1.3. O objeto é o relógio em que figuram os vários séculos. 1.4. O relógio relaciona-se com o critério cronológico segundo o qual os poemas estão organizados. 2. O título da obra, o subtítulo (que fornece indicação relativa aos critérios de seleção dos poemas) e o nome da editora. 2.1. Na lombada, destacam-se as informações principais sobre o livro: o título «Poetas de hoje e de ontem» e o subtítulo, que indica os critérios de seleção dos poemas. Estes aspetos são importantes, porque estão diretamente relacionados com o facto de o livro ser uma antologia poética. 3. A lista dos nomes de poetas organizados por períodos temporais relacionar-se-á com o conteúdo da obra, que, sendo uma antologia poética, incluirá poemas desses mesmos poetas mencionados na contracapa. 4. Uma das badanas inclui textos biobibliográficos das autoras da seleção

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GUIÕES DE LEITURA E ESCRITA — CENÁRIOS DE RESPOSTA dos poemas incluídos na antologia. A outra badana inclui uma ilustração e o título da obra. 5. 4.ª edição. 6. O critério seguido foi a organização dos poetas por períodos temporais: séculos XX-XXI, XIX-XX, XIX, XVIII-XIX, XVII, XVI-XVII, XVI, XV-XVI, XIII-XIV. 6.1. As autoras explicitam esses critérios no segundo e no terceiro parágrafos. 6.2. a) Falsa: Luís de Camões está representado com quatro poemas, assim como Fernando Pessoa e Matilde Rosa Araújo; b) Verdadeira; c) Falsa: para além de Almeida Garrett e de João de Deus, que estão representados na categoria do século XIX, há outros poetas representados nas categorias séculos XIX-XX e séculos XVIII-XIX e, portanto, alguns deles também desenvolveram a sua obra no século XIX; d) Falsa: D. Dinis é o último poeta representado na obra, porque é o poeta mais antigo, o que está de acordo com o critério seguido para a organização desta antologia; e) Verdadeira; f) Falsa: apenas a cor azul usada na tipografia para indicar os poetas dos séculos XX-XXI corresponde a um desses períodos temporais; as restantes cores agrupam os poetas dos vários períodos temporais em secções maiores. 6.3. No início de cada secção dedicada a um poeta, encontra-se um pequeno texto biográfico sobre esse poeta.

2. A peça inicia-se por um prólogo e divide-se em três atos. 3.1. Trata-se de um veneziano que apresenta, num texto poético, a cidade onde decorre a ação da peça – Veneza. 3.2. a) Cidade italiana construída sobre a água, em que as ruas são canais; b) o frontão de S. Marcos com os seus cavalos; a ponte da Giudeca; as prisões da Signoria; c) sobretudo o comércio; d) os gondoleiros. 4. Por exemplo: A ação decorre na luminosa cidade de Veneza. Ouvem-se línguas de todo o mundo pela voz dos mercadores. 5. a) «Cidade […] de apaixonados / Sempre perdidos de amores»; b) «Cada ano aqui se tecem / Histórias tão variadas / Que às vezes até parecem / Aventuras inventadas»; c) «Em Veneza tudo é belo»; d) «De resto em Veneza há só / Dança canções fantasia». 6. Informar sobre a cidade de Veneza com vista à sua promoção turística. 7. Porque está construída sobre bancos de areia, rodeados por canais criados pelas correntes do mar Adriático. 8. A proximidade do Oriente e do Mediterrâneo. 9. A prosperidade de Veneza é visível sobretudo na arte e em monumentos como a catedral de S. Marcos. 10. Apostando na tradição e mantendo as suas características únicas, a cidade adaptou-se aos tempos modernos, transformando os palácios em espaços vocacionados para o turismo.

A ILHA ENCANTADA Pré-leitura 2. a) falsa; b) verdadeira; c) verdadeira; d) falsa; e) verdadeira; f) falsa; g) falsa. Leitura 1. Alonso, Sebastian, António, Gonzalo, Adrian e Francisco formam um grupo de nobres que Próspero separa de Ferdinand, sendo os três primeiros os inimigos que Próspero quer castigar. Ferdinand e Miranda formam o par que Próspero quer juntar, daí que tenha afastado o primeiro dos outros nobres. O Capitão e o Contramestre permanecem adormecidos até ao final da peça, quando reconhecem o rei Alonso. Trinculo e Stephano são deixados à sorte, por vontade de Próspero, até se encontrarem e formarem outro grupo (com Caliban). 2. Ariel e Caliban desempenham papéis opostos, pois o primeiro colabora com Próspero, sendo seu ajudante, e o segundo conspira contra ele, sendo seu adversário. 3. Sycorax era uma feiticeira má que foi expulsa e abandonada com o filho, Caliban, naquela ilha. Aprisionou Ariel durante doze anos e entretanto morreu. Claribel é a filha de Alonso, rei de Nápoles, casada com o rei da Tunísia. 4. 1 e); 2 f); 3 a); 4 b); 5 c); 6 h); 7 d); 8 g). 5. A ação tem a duração de cerca de três horas, conforme diz o Contramestre no final do texto: «[…] Digno de contar/é também que o navio, que ainda há três horas/julgámos destruído, está tão novo/como quando o estreámos.» 6. 1 d); 2 f); 3 a); 4 b); 5 g); 6 h); 7 c); 8 e). 8. Metáfora: «Com cores mais ligeiras decidiram/Pintar seus vis propósitos». Personificação: Para suspirar aos ventos que, com pena,/Suspiravam também, e, ao empurrar-nos/Faziam mal com boas intenções». 8.1. a) «Ergue as tuas pestanas, as cortinas/Com franjas dos teus olhos. O que vês/Ali adiante, diz-me?»; b) «Se os dois espiões que trago aqui na cara não se enganam, está ali coisa digna de se ver.» O COLAR Pré-leitura 1. a) Capa: nome da autora, título do livro, género do texto (teatro), editora. Lombada: primeiro nome da autora, título do livro, editora; b) o texto começa na página 9 e termina na página 79; c) lista de obras da autora dividida por géneros e referência a um dos prémios que recebeu.

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Leitura 1. 1 b) e c); 2 a). 2. Geraldina (dama de companhia); Bonina (criada); Giovanna (amiga de Vanina); Tutor (tio de Vanina); Pietro Alvisi (jovem cantor veneziano); Comendador Zorzi (pretendente de Vanina); Bruno (criado); Condessa Zeti (tia do Comendador Zorzi); Giovanni e Juliano (primos do Comendador Zorzi); Lord Byron (poeta amigo da Condessa Zeti ); um mordomo; tocadores de viola. Ato I 1. Vanina dá-se muito bem com Bonina, que procura satisfazer todos os seus caprichos. Já com Geraldina, a relação é mais fria, pois Vanina considera-a enfadonha e excessivamente controladora. 1.1. A sua vaidade. 2. Pietro Alvisi é um jovem cantor veneziano. Vanina apaixona-se por ele, o que põe em causa o cumprimento da vontade do tio de a casar com outro homem. 2.1. Vanina conhece-o numa festa em casa de Giovanna, onde o ouve cantar pela primeira vez. É aí que ele lhe oferece uma rosa e lhe diz que ela é a rapariga mais bonita da festa. 2.2. Segundo Vanina, Pietro, para além de ter uma voz inigualável, é belo, pobre, ainda que seja um fidalgo, e misterioso. 2.2. a) Giovanna considera que o facto de Pietro cantar para ganhar dinheiro é um comportamento indigno e vergonhoso (página 17); b) Bonina vê-o como um homem muito belo, um excelente cantor e um namoradeiro (página 21); c) o Tutor vê Pietro como um «fidalgo desclassificado e arrogante» e «um caçador de aventuras» (página 26). 3. O Tutor, porque não gosta de Pietro e quer casar a sobrinha com um homem mais velho, rico e responsável; o Comendador Zorzi, que quer casar com Vanina, apesar de não ser essa a vontade da jovem. 4. a) Como um abutre; b) como um homem distinto, atencioso e delicado; c) como um homem bem-parecido, rico e civilizado. 5. Com a intenção de lhe entregar uma carta com um pedido de desculpas por ter abandonado a festa precipitadamente sem se despedir dele e também porque quer voltar a vê-lo. 5.1. Coloca um chapéu e cobre a cara com um véu para que ninguém a reconheça. 5.2. Bonina considera que o comportamento de Vanina é estranho e desconfia de uma paixoneta.

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GUIÕES DE LEITURA E ESCRITA — CENÁRIOS DE RESPOSTA 5.3. Vanina não consegue encontrar Pietro e fica a saber por um rapaz que o jovem ia cantar uma serenata a uma mulher por quem estava apaixonado. 6.1. Vanina está triste e desiludida. 6.2. Pensar que Pietro está com outra mulher. 7. A mulher a quem Pietro vai cantar uma serenata, encomendada pelo Comendador Zorzi, é a própria Vanina. 7.1. Vanina aproveita para fingir que está interessada no Comendador, mostra-se muito agradada pela carta e pelo colar que ele lhe enviou, mas, sobretudo, agradece-lhe a serenata e pede-lhe para ouvir de novo o cantor numa tentativa de se aproximar de Pietro. Aproveita ainda para enviar, por Bonina, a carta que havia escrito para Pietro. 8. Caso seja usado por Vanina, como virá a acontecer, o colar simboliza a união entre os dois. 9. Vanina decide não voltar a enganar o Comendador, dizer-lhe a verdade e devolver-lhe o colar de pérolas. Ato II 1. Considera que o sobrinho é insensato e que deveria casar com uma mulher mais velha. 2.1. O Comendador fica desagradado com o facto de Vanina beber sem comer, gostar de excessos, reagir impulsivamente quando ouve o som de uma viola, ser impaciente e impulsiva. Pouco a pouco, o Comendador percebe que não é isso que procura numa mulher. 3. O colar cai no prato do Comendador e este engole-o, pensando que se tratava de esparguete, e sente-se mal.

4. Não, porque, apesar de beijar Vanina, mostrando-se aparentemente apaixonado, pouco a pouco Pietro reage cada vez mais cinicamente, pois percebe que ela estará interessada numa relação mais séria. Vanina esperava confirmar o seu amor, mas é repudiada por Pietro. 5.1. A sua frieza, o seu cinismo e o seu calculismo. 5.2. Vanina sente-se desiludida com Pietro. 5.3. A desilusão e a tristeza perante a atitude de Pietro contrastam com as ilusões de felicidade e de paixão demonstradas no início da peça. 7. O Comendador decide casar com Giraldina, porque esta gosta de tranquilidade e de sossego, tal como ele. Ato III 1. A Condessa Zetti coloca a hipótese de Pietro ter repudiado Vanina por considerar que ela merecia um casamento melhor. 2. Lord Byron surge pela primeira vez e nunca tinha sido referido. 3. Os desgostos provocados pelo primeiro amor. Pós-leitura e Escrita 1.1. No ato II, durante o jantar em que as personagens estão todas juntas, há vários exemplos de apartes, usados para evidenciar os comentários e os sentimentos das personagens em relação ao que vai acontecendo: « – Realmente a Vanina não liga nada com o meu primo. É nova de mais.», página 46; «– Por isso é que nunca ninguém quer casar com eles.», página 48.

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