Kebra Nagast - A Glória Dos Reis(1)

KE

NEG

(A Glória dos Reis) A VERDADEIRA ARCA DA ALIANÇA

“Declare entre as nações, publique e estabeleça um modelo; publique, e não oculte...” Jeremias 50:02

Uma Tradução Moderna de

KE

NEG

(A Glória dos Reis)

A história da partida de Deus e Sua Arca da Aliança de Jerusalém para a Etiópia, e o estabelecimento da religião dos hebreus e da linhagem Salomônica dos Reis neste país previamente pagão.

DEDICADO Á memória do grande profeta, visionário, filósofo e libertador, Vossa Excelência Marcus Mosiah Garvey, herói nacional da Jamaica e campeão eminente da raça negra, pois ele empenhou-se fervorosamente para que a dignidade de todo homem fosse reconhecida.

Um Deus, Um Objetivo, Um Destino

KEBRA NEGAST (A Glória dos Reis)

Conteúdo

Página

Nota do Editor .............................................................................................................. 8 Reconhecimentos ........................................................................................................ 10 Introdução ................................................................................................................... 11 Versões em Língua Inglesa do Kebra Negast ............................................................. 17 Capítulos do KEBRA NEGAST Parte 1

O Começo ................................................................................................ 19

1. Sobre a glória dos reis ........................................................................................... 20 2. A grandeza dos reis................................................................................................ 20 3. O reino de Adão ..................................................................................................... 21 4. Sobre a inveja ........................................................................................................ 21 5. O reino de Seth ...................................................................................................... 21 6. O pecado de Caim.................................................................................................. 22 7. Sobre Noé .............................................................................................................. 22 8. O dilúvio ................................................................................................................ 22 9. A aliança de Noé.................................................................................................... 23 10. Sobre Zion ........................................................................................................... 23 11. Declaração dos patriarcas .................................................................................... 24 12. Canaan ................................................................................................................. 24 13. Abraão ................................................................................................................. 24 14. A aliança de Abraão ............................................................................................ 25 15. Isaac e Jacó .......................................................................................................... 25 16. Rubens ................................................................................................................. 25 17. A glória de Zion ................................................................................................... 26 18. As divisões da terra.............................................................................................. 27 Parte 2

Salomão e Sheba ..................................................................................... 28

19. A rainha do sul ..................................................................................................... 29 20. Tamrim o mercador ............................................................................................. 29 21. O retorno de Tamrin à Etiópia ............................................................................. 30 22. A rainha da Etiópia se prepara para sua jornada a Jerusalém .............................. 31 23. A rainha da Etiópia chega a Salomão o rei .......................................................... 32 24. A conversa de Salomão com a rainha da Etiópia ................................................ 32 25. Salomão e o trabalhador ...................................................................................... 33 26. As instruções de Salomão à rainha .......................... ...............................................34 27. A sedução da rainha de Sheba ............................................................................. 36 28. O juramento de Salomão à rainha da Etiópia ...................................................... 36 29. O sinal de Salomão para a rainha da Etiópia ....................................................... 38 30. A rainha traz seu filho Bayna-Lehkem ................................................................ 38 31. Bayna-Lehkem vai para Jerusalém ...................................................................... 39 32. Bayna-Lehkem chega à Gaza .............................................................................. 40 33. Salomão faz Bayna-Lehkem capitão de seu exército .......................................... 41 34. A conversa de Salomão com Bayna-Lehkem ...................................................... 42 35. Salomão questiona seu filho Bayna-Lehkem ...................................................... 44 36. Salomão envia nobres de Israel para a Etiópia com seu filho ............................. 45 37. Bayna-Lehkem (Menyelek I) é consagrado rei da Etiópia e nomeado Davi II .................................................................................................................. 46 38. Os comandos de Zadok........................................................................................ 47 39. A benção dos reis ................................................................................................. 47 40. Os dez mandamentos ........................................................................................... 48 Parte 3

Zion Africana .......................................................................................... 51

41. Os pastores e oficiais da corte de Davi II na Etiópia ........................................... 52 42. O rei não deve ser ofendido ................................................................................. 53 43. A conspiração dos filhos dos nobres que foram para a Etiópia ........................... 54 44. A trama para a remoçao do Tabernáculo de Zion do templo em Jerusalém ....... 55 45. A oferenda de Azariah ao rei .............................................................................. 56 46. Como eles removeram o Tabernáculo de Zion .................................................... 57 47. Como Salomão abençoou seu filho Davi II ......................................................... 57 48. O adeus de Davi II; A tristeza do povo ............................................................... 58

49. Davi II (Menyelek I) recebe a cobertura do Tabernáculo de Zion ...................... 59 50. O presente da carruagem de Zion para a Etiópia ................................................. 60 51. Como o povo da Etiópia regozijou ...................................................................... 61 52. Zadok o pastor descobre que o Tabernáculo de Zion desapareceu ..................... 63 53. Como Salomão se ergueu para matá-los.............................................................. 64 54. Salomão chega ao Egito ...................................................................................... 64 55. O lamento de Salomão pelo Tabernáculo de Zion .............................................. 65 56. O retorno de Salomão a Jerusalém ...................................................................... 68 57. Os anciãos de Israel mantêm em segredo a partida de Zion ................................ 70 Parte 4

A Queda de Israel ................................................................................... 72

58. Como a filha do Faraó seduziu Salomão ............................................................. 73 59. O pecado de Salomão .......................................................................................... 74 60. Sobre a profecia de Cristo ................................................................................... 74 61. O lamento mortal de Salomão ............................................................................. 75 62. A pérola e o Salvador .......................................................................................... 77 63. A Conversa de Salomão com o anjo .................................................................... 79 64. O reino de Rehoboam .......................................................................................... 80 65. Maria a filha de Davi ........................................................................................... 82 66. O rei de Roma ...................................................................................................... 82 67. O primeiro julgamento de Adramis, rei de Roma ............................................... 84 68. O reino de Medyam ............................................................................................. 85 69. O rei da Babilônia ................................................................................................ 85 70. Sobre as falsas testemunhas ................................................................................. 86 71. O rei da Pérsia...................................................................................................... 89 72. Sobre o rei de Mohab........................................................................................... 90 73. O rei de Amalek, descendente de Lot .................................................................. 91 74. O rei dos filisteus ................................................................................................. 91 75. Como o filho de Sansão matou o filho do rei dos filisteus .................................. 93 76. A jornada de Abraão ao Egito ............................................................................. 94 77. O rei da Etiópia retorna a seu país ....................................................................... 96 78. Como a Rainha Makeda fez seu filho rei da Etiópia ........................................... 97 79. O que você deve comer: O puro e o impuro ........................................................ 98

80. Como o reino de Bayna-Lehkem (Davi II, Menyelek I) foi estabelecido na Etiópia............................................................................................................. 99 81. Como os homens de Roma destruíram a fé ....................................................... 100 82. A primeira guerra do rei da Etiópia ................................................................... 101 83. Como a autoridade de Bayna-Lehkem foi universalmente aceita ..................... 102 Parte 5

A Semente da Mulher ........................................................................... 105

84. A profecia sobre Cristo ...................................................................................... 106 85. O murmúrio de Israel ......................................................................................... 108 86. A vara de Moisés e a vara de Aaron .................................................................. 109 87. Parábola de dois escravos (O Diabo e Adão) .................................................... 113 88. Como os anjos se rebelaram contra Deus quando Ele criou Adão .................... 113 89. Sobre Ele que existe em tudo ............................................................................ 117 90. A rejeição da palavra ......................................................................................... 117 91. As cornetas do altar ........................................................................................... 119 92. A arca de Noé e a conversa com os fracos ........................................................ 119 93. A crença de Abraão ........................................................................................... 120 94. Profecias relativas à chegada de Cristo ............................................................. 121 95. A entrada gloriosa de Cristo em Jerusalém ....................................................... 124 96. A crucificação .................................................................................................... 125 97. A ressurreição .................................................................................................... 126 98. A ascensão de Cristo e Sua segunda vinda ........................................................ 127 99. Os profetas como precursores de Cristo ............................................................ 128 100. A carruagem e o conquistador do inimigo....................................................... 129 101. O retorno de Zion ............................................................................................ 131 102. O julgamento de Israel ..................................................................................... 131 103. A carruagem da Etiópia ................................................................................... 132 104. O rei de Roma e o rei da Etiópia ..................................................................... 132

Apêndice I: Etiópia (Abissínia) - Uma Breve Sinopse Histórica ............................ 135 Apêndice II: Os Falashas......................................................................................... 139

Sobre o Tradutor/Editor ........................................................................................ 145

Nota do Editor Este volume contém a tradução em “português” da famosa obra Etíope, Kebra Negast – A Glória dos Reis. Este livro foi colocado na mais alta honra por muitos séculos, e foi e ainda é venerado pelo povo por conter a prova final de sua descendência dos patriarcas hebreus, e da realeza dos reis da linha salomônica com Jesus Cristo, o Filho de Deus. Em outras palavras, este livro prova:

1 . Que os legítimos reis da Etiópia descenderam de Salomão, Rei de Israel. 2 . Que o Tabernáculo da Lei de Deus, a Arca da Aliança, foi trazido de Jerusalém a Aksum por Menyelek, primeiro filho de Salomão.

3 . Que o Deus de Israel transferiu Sua morada na terra de Jerusalém para Aksum, a capital eclesiástica da Etiópia.

Menyelek estava representando a Vontade de Deus ao remover o Tabernáculo de Zion de Jerusalém, como Deus estava satisfeito pelo fato de os judeus não serem dignos de cuidar da Arca aonde Ele se encontrava, e a Arca desejou partir. A Etiópia esticou suas mãos a Deus (Salmo 68:31) e Ele veio a ela com a Arca, para prescindir o Reino de Menyelek, que foi estabelecido de acordo com os mandamentos que Ele deu a Moisés, aos pastores e profetas de Israel. A linha de reis fundada por Salomão continuou a reinar mesmo depois de os etíopes terem tornado-se cristão sob os ensinamentos de Frumentius e Adesius, e esta linha continuou inquebrável até o décimo século de nossa era. Deus então permitiu que a linha fosse separada do trono, e permitiu também que os reis Zagwe governassem a Etiópia até o Reino de Yekuno Amlak, que restaurou a Dinastia Salomônica em 1270 d.C. A literatura etíope documenta uma lenda dizendo que Deus, quando criou Adão, colocou em seu corpo uma “pérola” ou uma “semente”, que seria passada de Adão para uma série de homens santos, um após o outro até o tempo no qual ela deveria adentrar o corpo de Maria, e formar uma substância, seu primeiro filho, Jesus, o Cristo. Esta “pérola” passou pelo corpo de Salomão, um ancestral de Jesus Cristo. Jesus Cristo e Menyelek, o filho de Salomão pela Rainha de Sheba, eram filhos de Salomão, sendo assim parentes consanguíneos. Mas Cristo é Filho de Deus, e portanto, sendo parente de Cristo, Menyelek era divino. O Kebra Negast afirma que os reis da Etiópia que descendiam de Menyelek eram de origem divina, e que suas palavras e feitos eram de Deus.

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A Arca da Lei que Menyelek removeu do Templo de Jerusalém era uma caixa retangular, feita de madeira dura e coberta com ouro e de grandes dimensões. Era provida com uma cobertura qual descansavam o assento da Misericórdia e as figuras do Querubim. No Kebra Negast nenhuma menção é feita sobre o assento da Misericórdia e o Querubim, mas nós lemos lá que Moisés fez um estojo parecido com a “barriga de uma ovelha” e nele foram colocadas as duas Tábuas da Lei. O estojo feito por Moisés carregava a Palavra escrita em pedra, e mais tarde a mulher carregou a Palavra encarnada. Apesar de a história do oeste silencias sobre o lugar no qual o Tabernáculo das Leis foi finalmente depositado, a tradição etíope afirma que ele sobreviveu a todos os problemas e desastres que caíram sobre os abissínios em suas guerras contra os muçulmanos, e foi preservado em Aksum. Esta completa e moderna tradução do Kebra Negast deriva principalmente da versão espanhola dessa obra que apareceu em Toledo e, em 1528, e em Barcelona em 1547, tendo sua versão francesa publicada em Paris em 1558. Muitas outras traduções e edições foram feitas em alemão, inglês, italiano e outros idiomas. Esta edição popular segue o estilo clássico literário da tradução-comentário, com sua elegante fraseologia e sintaxe. Após verificar e correlatar seus aspectos com manuscritos anteriores e outras fontes de referências, o editor orgulhosamente apresenta essa nova edição do Kebra Negast (A Glória dos Reis), tentando estabelecer a verdade sobre as origens da dinastia Salomônica dos Reis e sobre a atual morada da Arca da Aliança.

Seu manuscrito irmão, o Fetha Negast, ou o livro da justiça dos reis, está atualmente sendo traduzido para o espanhol e permanece virtualmente desconhecido ao mundo, justamente com a vasta coleção da literatura etíope escrita em “Geez” o idioma do Império Aksumita, precursor da Etiópia Moderna.

O Editor

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RECONHECIMENTOS Eu desejo expressar minha profunda gratidão ao Embaixador de Israel na Jamaica pela extraordinária assistência dispensada a este projeto. A riqueza de materiais de pesquisa que eles me providenciaram provou-se de incalculável ajuda. Eu reconheço especialmente o incansável suporte do Embaixador Sr. Uri Prosor; Diplomata Cultural Sr. Abbie Avidan e a Deputada Chefe da Missão, Sra. Talua Lador-Fresher. Eu também estou em grande dívida com o Sr. Errol St. B. Smith, consultor especial e principal contribuinte deste trabalho, por ter providenciado raros manuscritos comparativos e documentos históricos; ao Sr. M. Matthews, Diretor do Departamento de Imprensa da Embaixada da Etiópia, Washington DC por seus conselhos e assistência; à Professora Beatriz Susana Bou, do Departamento de Traduções Técnicas, Universidade de Rosário, Argentina, e aos Professores Linda Strebin e June Strebin do Laboratório de Idiomas, Universidade de Carabobo, Venezuela, que, como meus antigos tutores, me deram valiosos ensinamentos sobre as intricadas técnicas de traduções ideológicas. Entre aqueles que ajudaram na edição e correção dos rascunhos originais e que deram muitas valiosas sugestões estão Sra. Deloris Williams e Srta. Etta McLarty, ambas professoras do Colégio da Igreja, Mandeville; pesquisador-editor Sr. Emerson Dorway, da Faculdade West Indies, e Pastor H. H. Holmes (Conferência Central dos Adventistas do Sétimo Dia, Jamaica). Na revisão do manuscrito e preparação dos rascunhos finais, eu tive a ajuda da Sra. Dorothea Oliphant- Watson, Sr. Christopher Morrison e Sra. Valerie Tibby. Grandes agradecimentos são devidos às seguintes instituições por providenciarem a pesquisa e materiais para referência: A Sociedade do Mundo Judeu, Sociedade Israelense para Pesquisas Bíblicas, O Museu Britânico, O Arquivo das Índias (Espanha) e a Federação Mundial do Império Etíope. Finalmente, meus sinceros agradecimentos vão a todos aqueles que ofereceram palavras de encorajamento e suporte, e a minha família que pacientemente e heroicamente me carregou através destes oito anos de trabalho e esforço.

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INTRODUÇÃO A Etiópia é um fenômeno único na África, pois junto com o Egito, ela é uma das duas nações africanas que podem traçar suas histórias desde a antiguidade; mas enquanto o Egito se torna mais e mais alienado de sua cultura antiga, devido a sucessivas conquistas, a Etiópia reteve suas características originais, e foi hábil na preservação e no aperfeiçoamento de uma cultura nascida do encontro e da fusão gradual de dois povos especiais: os Cushites – que eram parecidos com os indígenas – e as tribos Semíticas, que podem ter emigrado da Arábia. O Egito dos Faraós acredita que havia recebido algumas de suas divindades da Etiópia. Os gregos consideravam-na o lar original do trigo e da oliveira; e descobertas antropológicas recentes confirmam a antiguidade da presença do homem na Etiópia. A Etiópia possui uma contínua existência enquanto nação, por não menos do que dois mil anos, e na maior parte deste período, seus contatos com o resto do mundo era limitado e intermitente. A verdadeira era mística e bíblica da história da Etiópia, começou durante o período Sabaean (por volta de 750-650 a.C.) quando eles emergiram na Etiópia e nas cosas Sabaean do sul da Arábia. Entre eles estavam a religião astral, a realeza sagrada e a linguagem e escritos que foram preservados pela igreja Etíope na forma do Geez (Etíope). Este estágio Sabaean de seu passado levou a Etiópia a incluir entre suas antigas tradições os episódios bíblicos, sobre a visita da Rainha Sheba a Salomão, como foi relatado no Primeiro Livro dos Reis, cap; 10:1-10. Então, do segundo ao nono século d.C, a mistura dos novos imigrantes com o povo que já estava em solo africano há algum tempo, criou uma nação independente baseada em Aksum, planície da província de Tigre, e que ainda permanece como o centro religioso etíope. O declínio do Império Aksumita começou no século VII d.C. com a expansão do Cristianismo no mundo civilizado, o que afetou gravemente o comércio destas regiões, pela desvalorização do incenso e da mirra. Ao mesmo tempo, a Igreja Etíope reteve um cristianismo arcaico, que era muito Semítico e pesadamente influenciado pelo Judaísmo que o havia nutrido. Isto, no entanto, era equilibrado pelo fato de que os imperadores etíopes eram considerados os mestres das águas do Rio Nilo, que de acordo com a crença popular, eles podiam destruir até o ponto de secar o Egito. Durante o século X, sob circunstâncias muito obscuras, a dinastia usurpadora dos reis Zagwe apareceu na Etiópia, e mais tarde, textos eclesiásticos acusaram esta dinastia de não ter o puro traço salomônico, ou seja, não descender da união entre Salomão e a Rainha Sheba. Os Zagwe, que eram príncipes da região Lasta, centro da Etiópia, se

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aproveitaram do eclipse dos soberanos Aksumitas para transferir o assento do império para sua própria região. A restauração da dinastia salomônica dos reis aconteceu mais tarde, no século XIII, quando um poderoso setor da igreja proclamou os príncipes salomônicos como os legítimos herdeiros da linhagem Aksumita, como foi definido pelas tradições do Kebra Negast (A Glória dos Reis). Os reis Zagwe foram varridos repentinamente, e a dinastia restaurada de Salomão, começando com Yekuno Amlak (que governou de 1270-1285), transferiu o assento do império para o sul, na província de Shoa. O Kebra Negast ou o livro da Glória dos Reis da Etiópia, existe por não menos do que mil anos, e contém a verdadeira história sobre a origem da linhagem salomônica dos reis da Etiópia. Ele é considerado a mais importante autoridade na história da conversão dos etíopes da adoração ao sol, à lua e às estrelas para aquela do Senhor Deus de Israel. Foi durante a era das conquistas europeias e a colonização da África, que se renovou o interesse dos acadêmicos pelo começo do legendário país de “Prester Juan”. Fragmentos e relatórios orais de um remoto reino cristão no coração da África, em meio a um mar de nações pagãs, capturaram a imaginação de vários exploradores europeus. Tanto Espanha quanto Portugal esperavam encontrar neste reino um possível aliado contra o Islamismo e o crescente poder dos Ottomans. Uma das mais antigas coleções de documentos sobre o país do “Negus” (Rei) surgiu através das escrituras de Francisco Alvarez, enviado oficial que Emmanuel, Rei de Portugal, enviou Davi, Rei da Etiópia, sob o Embaixador Don Roderigo de Lima. Nos papéis relacionados a esta missão, Alvarez incluiu um relato do Rei da Etiópia, e uma descrição em português dos hábitos etíopes, que foi impresso em 1533. Nos primeiros vinte e cinco anos do século XVI, PN Godinho publicou algumas tradições sobre o Rei Salomão e seu filho Menyelek derivadas do Kebra Negast. Mais informações sobre o conteúdo do Kebra Negast foram fornecidas por Baltazar Téllez (1595-1675), autor de A História General da Etiópia Alta (Coimbra, 1660). As fontes dessa obra eram as histórias de Manuel Almeida, Alfonso Méndez e Jerônimo Lobo. Entre as mais completas e menos conhecidas traduções do Kebra Negast, é o exaustivo trabalho de Enrique Cornélio Agrippa (1486-1535), História de las cosas de Etiópia (Toledo, 1528) – um grande e amplificado relato. Agrippa era um alquimista, expert em ciências mágicas e Cabala, e físico do rei; ele morava nas cortes de Maximilian I e de Charles V; eventualmente ele sofreu o aprisionamento em Grenoble, ordenado por Francis I, no qual ele morreu. Maiores informações sobre a participação árabe nas narrativas originais do Kebra Negast, foram incluídas pelo Pastor Jesuíta Manuel Almeida (1580-1646) em seu História de Etiópia, obra que não parece ter sido integralmente publicada. Manuel Almeida foi enviado como um missionário para a Etiópia, e teve grandes oportunidades

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para aprender sobre o Kebra Negast em primeira mão, devido ao seu excelente domínio do idioma. Seu manuscrito é um valioso trabalho. Seu irmão, Apollinare também veio ao país como missionário, e foi, juntamente com seus dois companheiros, apedrejado até a morte no Tigre. Job Ludof, de quem Historia Aethiopica foi publicada em Frankfurt, em 1681, refere-se várias vezes em sua obra a Historia General de Baltazar Téllez, mas é certo de que ele não conhecia o Kebra Negast como um todo. Não foi até o fim do século XVIII, quando James Bruce de Kinnaird (1730-1794), o famoso explorador britânico, publicou um relato de suas viagens em busca de fontes do Nilo, que algumas informações, assim como o conteúdo fabuloso deste extraordinário livro, vieram ao conhecimento de um seleto círculo de acadêmicos eteólogos. Quando estava saindo de Gondar, Ras Michael, o poderoso “Wazir” do Rei Takla Haymanor, deu a ele vários valiosos manuscritos etíopes, e entre eles estava uma cópia do Kebra Negast. Quando a terceira edição do seu “Viagens em Busca das Fontes do Nilo” foi publicada, apareceu uma descrição do conteúdo do manuscrito original. É claro que estes documentos foram entregues à Livraria Bodleian na Universidade de Oxford. No ano de 1870, Francis Praetorious, publicou junto com uma tradução latina, o texto etíope dos capítulos 19 ao 32 do Kebra Negast, editados de outro manuscrito de Domingo Lorda; este foi entregue à Biblioteca Palatina. Esta obra de Praetorious tornou conhecida pela primeira vez ao pequeno círculo de acadêmicos do oeste etíope, a forma exara da lenda etíope que transforma o rei da Etiópia em um descendente de Salomão, rei de Israel, por Makeda, a rainha da Etiópia, mais conhecida como Rainha de Sheba. O começo das penetrações estrangeiras à Etiópia seguiram o devastador ataque muçulmano sobre o reino, em 1541. Eles foram liderados por Ahmed Gran de Harar, fazendo com que o império apelasse pela ajuda de Portugal. Cristóvão da Gama, filho de Vasco da Gama, chegou em Massaua em 1541 com quatrocentos homens, mas foi morto, assim como a maioria de seus soldados durante a batalha contra o inimigo. Subsequentemente, um novo exército, equipado com armas de fogo, foi montado com a cooperação dos portugueses restantes, e em 1543 as forças de Gran foram derrotadas e seu líder, morto. Os esforços dos portugueses que ajudaram na vitória, e mais tarde dos jesuítas para converter o país ao catolicismo romano levaram a mais conflitos com o reino, até que finalmente, em 1633, os jesuítas foram expulsos. Dois séculos mais tarde, em 1855, Teodoro, um líder militar de muita visão assumiu o título imperial e imediatamente começou a ressuscitar o poder do império e se empenhou para unir e reformar o país.

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Entretanto, como consequência da demora de dois anos da Rainha Victoria, da GrãBretanha, em resposta a uma carta que Teodoro havia enviado relativa ao livre uso das águas provenientes das abundantes enxurradas anuais do Nilo Azul, o imperador aprisionou vários diplomatas e oficiais em Magdala. Todos os esforços diplomáticos para assegurar sua soltura falharam, e em julho de 1867 uma força militar sob o comando de Sir Robert Napier foi despachada para a Etiópia para garantir a soltura dos prisioneiros ingleses. Rei Teodoro e seu exército rumaram para Magdala para encontrar os ingleses, mas em 1868, o forte das montanhas foi capturado pelas forças de Napier, e Teodoro cometeu suicídio para evitar usa captura. Em agosto de 1868, a grande coleção de manuscritos e documentos etíopes que os ingleses encontraram em Magdala, foi levada e trazida para o Museu Britânico. Entre estes manuscritos estavam duas cópias genuínas do legendário Kebra Negast. Estes manuscritos foram classificados como Oriental 818, e Oriental 819, respectivamente, e foram inteiramente descritos pelo professor Wright em seu “Catalogo dos Manuscritos Etíopes”, (Londres, 1877). Dentro do contexto da fascinante história deste genuíno manuscrito do Kebra Negast (Oriental 819), escrito durante o reino do Imperador Iyasu I (1682-1706 d.C.), seu eventual retorno a Abissínia foi verdadeiramente providencial, e ele surgiu da seguinte maneira: Em 10 de Agosto de 1872, o príncipe Kasa, que foi subsequentemente coroado como Rei João IV, escreveu ao nobre britânico Earl Granville dizendo,: “Existe um livro chamado Kebra Negast que contém a lei de toda a Etiópia, e os nomes dos Shums (Chefes). Eu oro para que você encontre quem possui esse livro, e o envie a mim, pois em meu país, meu povo não obedecerá minhas ordens sem ele”. Uma cópia desta carta foi enviada ao Museu Britânico e os curadores decidiram atender o pedido do Rei João. O manuscrito foi devolvido a ele no dia 14 de Dezembro de 1872, com as seguintes palavras adicionadas a ele: “Este volume foi devolvido ao Rei da Etiópia por ordem dos curadores do Museu Britânico, 14 de Dezembro, 1872. (Assinado) J. Winter Jones, Diretor”. No começo do século XX, H. Le Roux, um enviado do presidente da República Francesa a Menyelek II, Rei da Etiópia, veio ao rei para ver este manuscrito (Oriental 819) e obteve sua permissão para traduzi-lo para o francês. Le Roux, tendo feito este pedido ao rei pessoalmente, recebeu a réplica do rei, que ele traduziu assim: “Nós somos um povo que se defende não só através da força das armas, mas também pela autoridade de nossas escrituras; e sobre estas tradições e história vive a força do reino. Eu, como Imperador, e todos os assuntos do reino, concordo que este livro seja traduzido para o idioma francês, trazendo assim, ao conhecimento dos povos do mundo, que nós somos os guardiões da aliança de Deus, através dos tesouros que Ele concedeu

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a nós. Assim será entendido que a ajuda de Deus estará sempre conosco, para nos livrar dos inimigos que nos atacam”. O rei então deu ordem para que o manuscrito fosse trazido de Addis Ababa, lugar no qual os monges tentaram mantê-lo usando o pretexto de estarem copiando o texto, e em menos de uma semana ele foi posto nas mãos de Le Roux, que mal podia acreditar no que via. Le Roux, mais tarde comentou: “Eu alcancei o que achei ser impossível. O livro que agora tenho em minhas mãos contém a verdadeira história da Rainha de Sheba e de Salomão, o mesmo que Negus e os pastores consideram a mais autêntica de todas as versões que circulam nas livrarias da Europa e entre os monastérios abissínios. Este é o livro que Rei Teodoro apertou contra seu coração na noite de seu suicídio; o mesmo que os soldados ingleses carregaram para Londres e que o Embaixador devolveu ao Rei João”. Com a ajuda de um amigo, Le Roux traduziu vários capítulos do Kebra Negast, e em seu devido curso publicou sua tradução, La Reine de Saba (Paris, 1914). Os catálogos dos manuscritos etíopes em Oxford, Londres e Paris, que foram publicados por Dillman, Wright e Zotenberg, realmente contém uma boa quantidade de informações sobre o conteúdo do Kebra Negast, mas os acadêmicos sentem que é impossível julgar o valor histórico e literário da obra através de meras transcrições ou traduções apenas dos cabeçalhos de alguns capítulos. Em 1882, sob a proteção do governo bávaro em Munique, Alemanha, Doutor C. Bezold preparou uma edição, em alemão, do texto etíope editado dos melhores manuscritos disponíveis até então e que foi publicado sob a tutela da academia Bavária e intitulado Kebra Negast (Munique, 1909). A maior autoridade para a edição etíope de Doutor Bezold é o famoso manuscrito que foi enviado como um presente para a Academia Francesa, pelo Rei Sahla Dengel da Etiópia, que morreu em 1855. De acordo com Zotenberg, em seu Catalogo dos Manuscritos Etíopes, este manuscrito deve pertencer ao décimo terceiro século, e se isto é verdade, então ele é o mais antigo manuscrito etíope ainda existente. Nenhum dos manuscritos do Kebra Negast dá qualquer indicação da identidade de seus compiladores, a época na qual foi escrito nem as circunstâncias nas quais ele foi compilado. A maioria dos acadêmicos acredita que, no entanto, ele foi compilado logo depois da restauração da “Linhagem Salomônica dos Reis” quando o trono da Etiópia era ocupado por Yekuno Arnlak, que reinou de 1270 a 1285. É possível que em seu formato original, o texto etíope tenha sido traduzido da versão árabe, que veio de Coptic. Durante os cento e trinta e três anos do reinado usurpador dos reis Zagwe da Etiópia (1137-1120), ninguém ousou compilar as tradições salomônicas

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do Kebra Negast em nenhum dos idiomas do reino. Assim, pelos três séculos da era Zagwe, ele permaneceu somente na versão árabe. Durante as perseguições dos cristãos no Egito e na Etiópia pelos muçulmanos, nos séculos X, XI e XII, muitas igrejas, monastérios e suas bibliotecas de manuscritos pereceram. Entretanto, os Reis Salomônicos, que durante o período da dominação Zagwe, se assentaram na província de Shoa, fizeram de tudo para preservas os registros cronológicos e genealógicos de seus ancestrais juntamente com outros documentos históricos que continham os anais de seus predecessores. Grande parte da narrativa contida no Kebra Negast é baseada em lendas e tradições que são extremamente antigas. Estas lendas e tradições derivam de uma grande variedade de fontes e podem ser traçadas desde os escritos do Antigo Testamento e também de obras sírias como O Livro de Bee, e outros como O Livro de Adão e Eva, Kufale, As Instruções de São Pedro a Seus Discípulos, A Vida de Hanna, a mãe da Virgem Maria, O Livro da Perola e A Ascensão de Isaías. Junto com estes trabalhos, existem seções que são atribuídas a Gregory Thaumaturgus e a Dormitius, Patriarca da Constantinopla. O propósito dos autores e compiladores e mais tarde dos editores do Kebra Negast permanece um, ou seja, glorificar a Etiópia narrando a história da chegada da “Espiritual e Sagrada Zion” – O Tabernáculo da Lei do Deus de Israel – de sua própria boa vontade de Jerusalém a Etiópia. E tornar claro que o Rei da Etiópia descendeu de Salomão, o filho de Davi, rei de Israel, e através dele, Abraão e os antigos patriarcas. O Kebra Negast tinha também o coobjetivo de fazer o povo da Etiópia perceber que seu país foi especialmente escolhido por Deus para ser a nova casa da sagrada Zion. Zion existiu primeiramente nos céus em uma forma não material e era a morada de Deus. Quando Salomão terminou de construir o Templo de Deus, Zion foi estabelecida lá, na mais sagrada das sagradas, e através dela, Deus tornou conhecidos seus mandamentos quando visitou o Templo. Ele foi, em todas as épocas considerado como o mais visível emblema do Todo Poderoso Deus e a cópia material da não material Zion. É esperado que nesta breve introdução da história do Kebra Negast, que o leitor encontre algumas palavras úteis para o papel majestoso que a providência divina reservou para a raça negra, e que a leitura diligente com a mente aberta traga a descoberta de um dos episódios mais enigmáticos e fascinantes da história envolvendo o relacionamento entre Deus e o homem, e evidências de Seu infinito amor por nós serão percebidas.

M. F. Brooks 1995

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VERSÕES EM LÍNGUA INGLESA DO KEBRA NEGAST A existência do Kebra Negast aparentemente era desconhecida na Europa até a metade do século XVI, mas o antigo sumário em língua inglesa sobre o conteúdo do Kebra Negast foi publicado por James Bruce de Kinnaird (1730-0794) em um relato sobre suas viagens em busca das fontes do Rio Nilo. Bruce fez uma cópia para ele mesmo do Kebra Negast, que em seu devido curso foi levada para a Livraria Bodleian, na qual ela é classificada como “Bruce 87” e “Bruce 93”. Em 1877 o Professor W. Wright, da Universidade de Cambridge, publicou uma completa descrição do manuscrito do Kebra Negast na Coleção Makdala do Museu Britânico. Estas são conhecidas como “leituras variadas” ou comentários acadêmicos supridos pelos manuscritos orientais 818 e 819, que agora estão depositados no Museu Britânico. No ano de 1907 uma parte da versão francesa do Kebra Negast traduzida para o inglês foi feita pela Sra. J. Van Vorst. Este foi intitulado Magda, Rainha de Sheba (Nova York e Londres). No entanto, como esta versão contém a maioria das lendas e adições que foram incluídas nas considerações árabes, ela não é considerada um trabalho autoritário. A último tradução a ser conhecida do Kebra Negast foi aquela feita por E. Budge, arqueólogo egípcio que conduziu diversas escavações no Egito e Sudão. A obra de Budge é uma extensiva colação do Oriental 818 e da publicação do Dr. C. Bezold. Tanto o texto de Bezold quanto o Oriental 818, representam o Kebra Negast na forma que os pastores etíopes consideram a mais autoritária. No entanto, o Professor Wright considerou estas fontes “obras apócrifas”, e ele pensou que provavelmente um autor árabe deva ter suprido as partes fundamentais da narrativa, e que os autores etíopes afirmaram que a fonte original de sua obra foi um arquétipo que serviu para dar a autoridade e importância que o trabalho não teria por si só. É acreditado que as divisões do oeste da igreja ortodoxa etíope possui uma versão resumida do Kebra Negast, talvez feita por eles mesmos a partir de fontes próprias. Apesar dos diversos requerimentos deste editor, a mim não foi permitido o uso dos mesmos. É importante notar que virtualmente toda e qualquer versão ou tradução inglesa do Kebra Negast, trata das obras de todas as histórias lendárias e obviamente das ficcionais, que são indubitavelmente de fontes árabes, como uma unidade completa. Nenhuma distinção é feita entre os originais em Geez e as adições tardias. Um cuidadoso estudo do Kebra Negast feito através de compilações e traduções da obra para o inglês, me convenceram que a forma original do Kebra Negast foi aquela que pertenceu à Livraria Patriarcal de Alexandria e também que a versão árabe feita foi

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muito suplementada pelos escribas dos diversos monastérios do Egito. Subsequentemente, estas versões encontram seus caminhos para a Etiópia através do Rio Nilo. Este editor recebeu uma paráfrase francesa do texto árabe do Kebra Negast, que foi impressa por Amelineau em seu Contes ET Romans (Paris, 1888); e também uma cópia em espanhol impressa por Bezold. A partir deles eu me habilitei a separar todas as adições ficcionais, com o intento de trazer uma completa e autêntica versão inglesa do KEBRA NEGAST. As extensivas narrativas, tanto as ficcionais quanto as lendárias aparecerão nessa versão moderna e serão intituladas: LENDAS DO KEBRA NEGAST.

M. F. Brooks

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KEBRA NEGAST (A Glória dos Reis)

PARTE I O Começo

“E o Templo de Deus foi aberto nos céus, e lá era visto seu templo a Arca de Seu Testamento...”

(Revelações 11:19)

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(A GLÓRIA DOS REIS) 1 - SOBRE A GLÓRIA DOS REIS Esta é a interpretação e a explicação dos patriarcas sobre o esplendor, a grandeza e a dignidade, e como os deu às crianças e Adão, e especialmente sobre o esplendor e a grandeza de Zion, o Tabernáculo da Lei de Deus, do qual Ele mesmo é o criador e construtor, no forte de Sua santidade antes de todas as coisas, anjos e homens. Pois o Pai, o Filho e o Espírito Santo, com a boa companhia, a boa vontade e a cordial concordância, todos juntos tornaram a sagrada Zion o lugar da moradia de sua glória. Então o Pai, o Filho e o Espírito Santo disseram: “Vamos fazer o homem à nossa imagem e semelhança” e com pronta concordância e boa vontade eram todos da mesma opinião. E o Filho disse: “Eu colocarei o corpo de Adão”, e o Espírito Santo disse: “Eu habitarei o coração dos profetas e dos puros”; e esta comunhão e aliança foi preenchida em Zion, a cidade de sua glória. E Ele fez Adão à Sua própria imagem e semelhança, para que Ele pudesse remover Satanás por causa de seu orgulho, junto com seu exército e pudesse estabelecer Adão, sua planta, juntamente com os puros, Suas crianças e suas orações. Pois o plano de Deus foi decidido e decretado sobre Seus dizeres: “Eu me tornarei homem, e eu estarei em tudo o que for criado; eu habitarei a carne”. E nos dias que vieram, por Seu bom prazer, nasceu na carne da Segunda Zion o segundo Adão, que era Cristo, nosso Salvador. Esta é nosso glória e nossa fé, nossa esperança e nossa vida, a Segunda Zion.

2 - A GRANDEZA DOS REIS Vamos considerar e vamos começar a afirmar qual dos Reis da Terra, do primeiro ao último, em respeito à lei e às ordens, à honra e à grandeza, nós devemos glorificar. Gregório, o trabalhador das maravilhas e milagres, que foi posto em uma caverna por seu amor pelo martírio de Cristo e sofreu por quinze anos disse: “Quando eu estava no buraco, eu refleti sobre este assunto, e sobre a loucura dos Reis da Armênia, e eu disse, em que consiste a grandeza de Deus?” “É na multidão de soldados, ou no esplendor do mundo, ou na extensão de governar cidades? Estes eram meus pensamentos cada vez que eu rezava, e eu estava agitado para mediar de novo e de novo sobre a grandeza dos reis, e agora eu começarei”.

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3 - O REINO DE ADÃO E eu vou a Adão e digo, Deus é rei na verdade. E para Ele são as orações, e Ele apontou Adão para ser o Rei de tudo o que Ele criou. E Ele o levou para fora do jardim por causa de sua apostasia através do pecado da serpente e da conspiração do Diabo. E deste triste momento Caim nasceu, e quando Adão viu o rosto de Caim, suado e zangado, aparentando o mal, se entristeceu. E então nasceu Abel, e quando Adão viu que sua aparência era boa e seu rosto risonho ele disse: “Este é meu filho, o herdeiro de meu reino”.

4 - SOBRE A INVEJA Quando eles já haviam crescido juntos, Satanás tinha a inveja dentro de si e colocou esta inveja dentro do coração de Caim, que tinha inveja de Abel, primeiro por causa das palavras de seu pai, que disse: “Ele que tem boa aparência deve ser o herdeiro de meu reino”; e segundo por causa de sua irmã, que possuía um belo rosto e havia nascido com ele, mas sido entregue a Abel para cumprirem o mandamento de Deus de multiplicarem e encherem a terra. O rosto da irmã que havia nascido com Abel lembrava o de Caim então seu pai trocou as irmãs na hora de dá-las em casamento; e terceiro, porque quando os dois irmãos ofereceram o sacrifício, Deus aceitou a oferenda de Abel e rejeitou a de Caim. Graças a esta inveja, Caim matou Abel. Asso, o primeiro fratricídio foi cometido através da inveja de Satanás pelas crianças de Adão. Tendo matado seu irmão, Caim caiu em um estado de pânico, e foi rejeitado por seu pai e pelo Senhor. Então Seth nasceu, e Adão o olhou e disse: “Agora Deus mostrou compaixão por mim e me entregou a luz de meu rosto. De tristes lembranças eu me consolarei com ele. O nome dele que deverá herdar minha herança será borrado até sua nona geração”.

5 - O REINO DE SETH Adão morreu e Seth reinou na pureza. E Seth morreu e Enos reinou, e Enos morreu e Cainan reinou. Então Cainan morreu e Mahalaleel reinou; Mahalaleel morreu e Jared reinou, e Jared morreu e Enoch reinou na pureza, e ele temia a Deus, e Deus o escondeu para que ele não visse a morte. E ele se tornou um rei na carne em sua terra. Depois do desaparecimento de Enoch, Methuselah reinou, depois Lamech reinou; e Lamech morreu e Noé reinou na pureza e ele agradou Deus em todas as suas obras.

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6 - O PECADO DE CAIM Este amaldiçoado homem chamado Caim, o assassino de seu irmão, multiplicou o mal assim como sua semente, e eles provocaram Deus em Sua ira através de sua fraqueza. Eles não tinham medo de Deus, e eles não acreditavam que Deus os tinha criado, e eles nunca oraram e nunca o veneraram, nem o chamaram e nem prestaram serviços a Ele. Eles comiam, bebiam e dançavam. E tocavam com afinados instrumentos e compunham canções libertinas; eles trabalhavam sem lei, sem medida e sem regras. E a fraqueza das crianças de Caim foi multiplicada, até a extensão de sua sujeira eles introduziram a semente do jumento na égua, e surgiu a mula, na qual Deus não tinha comando; mesmo aqueles que deram suas crianças, que acreditam naqueles que negam Deus, e sua prole se tornou a semente da sujeira Gomorraites, metade deles sendo do bem e a outra metade sendo do mal. Para aqueles que possuem esta fraqueza, seu julgamento está pronto e seus erros duradouros.

7 - SOBRE NOÉ Noé era um homem puro. Ele temia a Deus e mantinha a pureza e a lei de seus pais com ele (Noé era a décima geração de Adão). E ele mantinha na lembrança e fazia o que era bom. Ele preservou seu corpo da fornicação e advertiu suas crianças para não se misturarem com as crianças de Caim, o arrogante tirano e divisor do reino que andava sob os conselhos do Diabo, que fez o mal florescer. Caim os havia ensinado tudo o que Deus odiava: orgulho, jactância, adulação, calúnia, acusações falsas e blasfêmia. E além de tudo isso, na fraqueza dos impuros, que eram sem lei e contra as regras, o homem lavrou poluição com homem, e mulher trabalhou com mulher pela coisa abominável.

8 - O DILÚVIO Isso era o mal perante Deus, e os destruiu com as águas do dilúvio que eram mais geladas que o gelo. Ele abriu as portas do céu e as cataratas caíram sobre eles. Ele abriu as fontes que estavam sob a terra e elas apareceram sobre a terra. Os pecadores foram varridos e punidos com o fruto da punição. E com eles pereceram todos os animais e coisas horrorosas, pois todos foram criados pela glorificação de Adão, e por sua glória; alguns para suprirem-no com alimentos, alguns para o seu prazer e outros para a glorificação de seu criador. Então ele devia conhecê-los, assim como Davi disse: “E tu deves ajeitar tudo sob seus pés”. Por seus pecados eles foram criados e por seus pecados eles foram destruídos, com exceção das oito almas, e sete de todos os tipos de animais limpos e coisas rastejantes e dois de todos os tipos de animais impuros e coisas rastejantes.

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9 - A ALIANÇA DE NOÉ Noé, o puro, morreu e Shem reinou na sabedoria e pureza, pois ele foi abençoado por Noé quando ele disse: “Seja o mestre do teu irmão”. E a Ham ele disse: “Seja o servo de teu irmão”. E ele disse a Japhet: “sejas tu o servo de Shem meu herdeiro e sujeite-se a ele”. E novamente após o dilúvio, o Diabo nosso inimigo não cessou com sua hostilidade contra as crianças de Noé, e provocou Canaan, o filho de Ham, e ele se tornou um violento tirano e usurpador que arrancou o reino das crianças de Shem. Eles haviam dividido o mundo entre eles e Noé os fez jurar pelo nome de Deus que eles nunca invadiriam as fronteiras uns dos outros, e que eles não comeriam o animal que morresse por si mesmo e nem os que foram derrubados por animais selvagens, e que eles não cultivariam a prostituição contra a lei, com receio de que Deus novamente se irritasse e os punisse novamente com o dilúvio. Noé se humilhou e ofereceu sacrifício, e ele chorou e lamentou-se. E Deus veio conversar com ele, que disse: “Se Tu irás destruir a terra mais uma vez, varra-me junto com aqueles que pereceram”. E Deus disse a ele: “Eu farei uma aliança com você. Você diga à tuas crianças que elas não devem comer o animal que morrer por si mesmo ou que forem derrubados por animais selvagens, e elas não devem cultivar a prostituição contra a lei; E eu, de minha parte não destruirei a terra uma segunda vez, e eu darei às minhas crianças o inverno e o verão, plantio e colheita, outono e primavera”.

10 - SOBRE ZION “E eu juro por mim mesmo e por Zion, o Tabernáculo de minha Aliança, que eu criei por um assento misericordioso e pela salvação do homem, que mais tarde eu o farei descer até tua semente e eu terei prazer em receber as oferendas de tuas crianças sobre a terra, e o Tabernáculo de minha Aliança estará com eles para sempre. E quando uma nuvem aparecer no céu, eles não deverão temer imaginando a chegada de um dilúvio. Eu farei surgir de minha moradia em Zion, o Arco de minha Aliança, que é o arco-íris, que coroará com cores o Tabernáculo de minha Aliança, e eu colocarei o arco-íris no céu, e colocarei de lado a raiva e enviarei compaixão”. “E eu não esquecerei minha palavra, que saiu de minha boca, eu não voltarei atrás. Apesar de céu e terra passarem, minha palavra não passará”. E os patriarcas que estavam lá responderam e pediram benção para Gregório: “Olhemos agora, nós entendemos claramente que antes de todas as coisas criadas, mesmo dos anjos, e antes do céu e da terra, e antes dos pilares dos céus e dos abismos dos mares, Ele criou o Tabernáculo da Aliança, que está no céu mas virá por sobre a terra”.

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11 - DECLARAÇÃO DOS PATRIARCAS E eles responderam dizendo: “O Tabernáculo da Aliança foi a primeira coisa a ser criada por Ele, e não existe mentira em tua palavra; é verdadeira, correta, pura e inalterável. Ele criou Zion antes de tudo, para ser a moradia de sua glória, e o plano de Sua Aliança é aquele que Ele já disse: ‘Eu colocarei a carne de Adão, que é poeira, e Eu aparecerei perante todos aqueles que Eu criei, com minha mão e minha voz’. Se a sagrada Zion não tivesse a carne de Adão, então a palavra de Deus não teria aparecido e nossa salvação não teria acontecido. O testemunho está na similaridade. A sagrada Zion tem que ser considerada a imagem da Mãe dos Redimidos, Maria. Pois na Zion que foi construída estão depositados os dez mandamentos da lei que foram escritos por Suas mãos, e Ele mesmo, o Criador, morou no útero de Maria, e através Dele tudo ganhou vida”.

12 - CANAAN Foi Canaan quem tomou o reino das crianças de Shem, e ele transgrediu o juramento que havia feito ao seu pai, Noé. Os filhos de Canaan eram sete homens poderosos, então ele tomou sete cidades da terra de Shem e colocou seus filhos para governá-las; duplicando assim sua porção de terra. Mais tarde Deus se vingou dos filhos de Canaan, e fez com que os filhos de Shem herdassem os países. Estas são nações que eles herdaram: Canaanites, Perizites, Hivites, Hittites, Amorites, Jebusites e Girgasites. Estas são aquelas as quais Canaan arrancou forçosamente da semente de Shem. Pois não foi certo ele invadir o reino e descumprir o juramento, e por causa disto eles pereceram através da transgressão dos mandamentos de Deus, da adoração de ídolos e por terem se curvado a eles.

13 - ABRAÃO Terah gerou um filho e a ele deu o nome de Abraão, e quando Abraão tinha doze anos seu pai o enviou para vender ídolos. E Abraão disse: “Estes não são deuses que podem nos libertar”, então ele levou os ídolos mesmo sem seu pai o mandar. Então ele dizia aos compradores: “Você deseja comprar deuses que não podem nos libertar, coisas feitas de madeira, pedra e ferro, feitas pelas mãos do artesão?”, e eles se recusavam a comprar de Abraão porque ele havia difamado as imagens de seu pai. E quando ele voltava, ele saía da estrada, jogava as imagens e olhando para elas dizia: “Eu imagino se vocês estão habilitadas a fazer o que eu peço neste momento, e se vocês podem me dar pão para comer e água para beber?”. Nenhuma delas nunca respondia a ele, pois eram apenas pedaços de pedra e madeira. Então ele as amontoava e as maltratava e elas nunca

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diziam uma palavra. Ele batia no rosto de uma, chutava a outra e jogava a terceira até transformá-las em um monte de pedaços e então dizia: “Se vocês não são capazes nem de livrarem a si mesmas como podem ser chamadas de deuses? Aquele que as veneram o fazem em vão, e eu desprezo vocês e vocês não serão meus deuses”. Então ele se virava para o leste, esticava suas mãos e dizia: “Sejas Tu meu Deus, ó Senhor, criador dos céus e da terra, criador do sol e da lua, criador do mar e da terra seca, fazedor da majestade do céu e da terra e daquilo que é visível e daquilo que é invisível; ó fazedor do universo, sejas Tu meu Deus. Eu coloco minha confiança em Ti, e deste dia em diante eu não colocarei minha confiança em ninguém a não ser em Ti”. Então apareceu a ele uma carruagem de fogo que brilhava, e Abraão com medo caiu com sua face no chão; e Deus disse a ele: “Não temos, fique de pé”. E ele removeu o medo de Abraão.

14 - A ALIANÇA DE ABRAÃO E Deus conversou com Abraão, e disse a ele: “Não temas, a partir deste dia tu será meu servo, e eu estabelecerei minha aliança contigo e com tua semente depois de ti, e eu multiplicarei tua semente e eu engrandecei teu nome. E eu trarei o Tabernáculo de minha Aliança sobre a terra sete gerações depois da tua e ele deverá rondar com tua semente, e será a salvação de tua raça; e depois eu enviarei minha palavra para a salvação de Adão e seus filhos para sempre”. “Aqueles que são de tua nação são homens maldosos, e minha divindade que é verdadeira, eles rejeitaram. E por ti, dia após dia, eles não devem seduzir-te, venha para fora desta terra, a terra de teus pais, para a terra que eu mostrarei, e que eu darei a tua semente depois de ti”. E Abraão obedeceu a Deus e se sujeitou a Ele. E Deus disse a ele: “Teu nome será Abraão”. E deu a ele a saudação da paz e foi para o céu.

15 - ISAAC E JACÓ Isaac seu filho se tornou rei e não transgrediu os mandamentos de Deus; ele era puro de corpo e alma e morreu com honra. Então seu filho Jacó reinou, e ele também não transgrediu os mandamentos de Deus e suas posses se tornaram numerosas, e suas crianças eram muitas; Deus o abençoou e ele morreu com honra.

16 - RUBENS

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Depois dele, o primeiro filho de Jacó transgrediu os mandamentos de Deus e o reino partiu de suas mãos e de sua semente, porque ele havia violentado a esposa de seu pai e seu pai o amaldiçoou e Deus ficou irritado com ele. Ele se tornou o último dentre seus irmãos, e suas crianças se tornaram leprosas e sarnentas. Apesar de ser o primeiro filho de Jacó, o reino foi tirado dele. Então seu irmão mais jovem reinou e foi chamado de Judas por causa disto; sua semente estava sendo abençoada e seu reino floresceu. Dez gerações mais tarde Jesse reinou. E isto é o que eu digo sobre o reino: a benção do pai estava no filho, então o reino foi abençoado com prosperidade. Sobre o reino de Israel, após a morte de Jesse, Davi reinou na pureza, na integridade e na graciosidade.

17 - A GLÓRIA DE ZION Sobre Zion, o Tabernáculo da Lei de Deus; no começo, logo quando Deus estabeleceu os céus, Ele ordenou que ele se tornasse a moradia de sua glória na terra e disposto a isso Ele o trouxe à terra e permitiu que Moisés fizesse um retrato dele. E Ele disse: “Faça uma arca ou um tabernáculo de madeira que não possa ser comido pelos vermes e o cubra com ouro puro. Tu deves colocar a palavra de Deus dentro, que é a Aliança que eu escrevi com meus próprios dedos, que ela possa manter minha lei, as duas tábuas da Aliança”. O sagrado e o espiritual são de diversas cores, e o trabalho é maravilhoso, em jaspe brilhante e pedra iluminada. Elas chamam a atenção dos olhos e mexem com a mente. Foi feito pela mente de Deus e não pela mão do homem. Ele mesmo criou para ser a habitação de Sua glória; é uma coisa espiritual cheia de compaixão; é uma coisa sagrada cheia de luz. É algo de liberdade e a moradia de Deus, do qual a moradia está no céu e seu lugar de movimento é na terra. Vive com homens e anjos; uma cidade de salvação para os homens e a habitação para o Espírito Santo. Dentro da arca está um vasilhame dourado que contém o manna que veio dos céus; a vara de Aaron que brotou depois que o solo secou pois ninguém o molhou, quebrada em dois lugares, de uma ela se tornou três. Moisés cobriu a arca com ouro puro e fez varas para carregá-la, e ela foi carregada perante o povo até a terra que eles herdariam. E os profetas apontaram para as crianças de Israel no Tabernáculo do Testemunho e os pastores usavam Ephod, uma vestimenta sagrada para que pudessem ministrar o Tabernáculo do Testemunho; e os altos pastores fizeram oferendas para obter a remissão de seus pecados e dos pecados do povo. Desta maneira Deus comandou Moisés até o monte Sinai e mostrou a ele a construção e Zion estava majestosa em Israel, e era reconhecida por Deus como a moradia de Sua glória. Ele mesmo veio às montanhas e conversou com os escolhidos. Ele mostrou a eles um caminho para a salvação e os livrou das mãos dos inimigos. Ele falava por

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sobre as nuvens e os comandou para manterem a lei e seus mandamentos, e para andarem sobre os preceitos de Deus. Esta é a salvação das crianças de Adão, pois desde a chegada do Tabernáculo da Lei de Deus, eles devem ser chamados de Homens da Casa de Deus, assim como Davi disse: “Suas moradas são em Zion. E minha morada é aqui, pois eu a escolhi, e eu abençoarei os pastores e os farei felizes. E a Davi eu darei a semente, e sobre a terra um deverá se tornar o rei, e no céu um de sua semente deverá reinar na carne sobre o trono de Deus. Quanto aos inimigos, eles deverão se reunir sob seu escabelo, e eles devem ser selados com a sela”.

18 - AS DIVISÕES DA TERRA Da metade de Jerusalém e do norte até as partes do sul estão as porções do imperador de Roma; e da metade de Jerusalém até as partes do norte e o oeste da Índia estão as porções do imperador da Etiópia. Os dois são da semente de Shem, filho de Noé, a semente de Abrão, a semente de Davi, as crianças de Salomão. Pois Deus deu a glória à semente de Shem, graças às bênçãos de seu pai Noé. O imperador de Roma é filho de Salomão, e o imperador da Etiópia é o primeiro e mais velho filho de Salomão.

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PARTE II Salomão e Sheba

“Eu sou negro, mas belo. Vocês irmãs de Jerusalém, como as tendas de Kedar, como as cortinas de Salomão”.

(A Canção de Salomão 1:5)

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19 - A RAINHA DO SUL Nosso Senhor Jesus Cristo, ao condenar o povo judeu que vivia naquela época, falou: “A rainha do sul deve se erguer no dia do julgamento, e deverá disputar, e condenar, e deverá domar esta geração que não escuta o significado de minha palavra, pois ela veio dos confins da terra para escutar a sabedoria de Salomão”. A rainha do sul de quem Ele falou era a rainha da Etiópia. E esta rainha era muito bela e de uma estatura soberba. Sua compreensão e inteligência, as quais Deus havia dado a ela, eram de um caráter tão grande que ela veio a Jerusalém para escutar a sabedoria de Salomão. Isto foi feito de acordo com a vontade de Deus e por Seu belo prazer. Ademais, ela era extremamente rica, pois Deus havia dado a ela a glória, a riqueza, o ouro, a prata e uma esplêndida aparência, camelos, escravos e homens. E eles carregaram seus negócios e negociaram por ela as terras na Índia e em Aswan.

20 - TAMRIN, O MERCADOR Havia um certo homem sábio, o líder da caravana mercante, chamado Tamrin, e ele costumava carregar quinhentos e vinte camelos e possuía cerca de setenta e três navios. Naqueles dias o Rei Salomão queria construir uma Casa de Deus, e ele mandou mensagens para todos os mercadores do leste e do oeste, do norte e do sul, convocando os mercadores para virem e pegarem ouro e prata de suas mãos, assim ele poderia pedir a eles o que fosse necessário para a obra. Alguns homens se reportaram a ele falando sobre este rico mercador etíope, então Salomão enviou uma mensagem dizendo a ele para trazer o que desejasse da Arábia; ouro vermelho e madeira negra que não pudessem ser comidos pelos vermes, e safiras. Este mercador era Tamrin, o mercador da rainha da Etiópia, e ele veio a Salomão o rei, que pegou o que queria dele e deu ao mercado tudo o que ele desejasse em grande abundância. Tamrin era um homem de grande compreensão e percebeu a sabedoria de Salomão, então maravilhado ele observou Salomão para aprender como o rei dava respostas com sua palavra, e entender seu julgamento e a presteza de sua boca, a discrição de seu discurso e seu modo de vida, e também suas ocupações e seu amor, sua administração e suas leis. Àqueles a quem Salomão dava ordens ele o fazia com humildade e graciosidade, e quando eles comeriam falhas, ele os repreendia com gentileza. Pois ele comandava sua casa com sabedoria e temor a Deus, e ele sorria para os tolos e os colocava no caminho certo, e lidava gentilmente com seus servos. Ele abria sua boca em parábolas e suas palavras eram doces como o puro mel. Seu comportamento era admirável e seu aspecto prazeroso. Pois sua sabedoria é amada pelos homens de cultura, e é rejeitada pelos tolos. Quando o mercador já havia visto todas estas coisas, ele estava admirado e extremamente maravilhado. Aqueles que estava, acostumados a ver Salomão o tinha em

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total afeição, e ele se tornou seu professor; e por causa de sua excelência e sabedoria aqueles que haviam vindo a ele não desejavam deixá-lo. A doçura de suas palavras era como água para o homem que tem sede, como pão para o homem que tem fome, como a cura para os doentes e vestimenta para o homem nu. Ele era como um pai para os órfãos, e ele julgava com pureza e imparcialidade. Ele tinha a glória e riqueza, as quais havia recebido de Deus em grande abundância, especialmente ouro, prata, pedras preciosas, belas roupas, gado e inumeráveis cabras e ovelhas. Na época de Salomão o rei, o ouro era comum como o bronze e a prata como o chumbo, e o ferro era abundante como a grama dos campos. Deus havia dado a ele a glória, a riqueza e a sabedoria, e a graça em tal abundância que não havia nenhum como ele entre seus predecessores e nem entre aqueles que vinham a ele.

21 - O RETORNO DE TAMRIN À ETIÓPIA Era sabido que o mercador Tamrin desejava voltar ao seu país, e ele foi a Salomão e perante ele se abaixou, abraçou-o e disse: “Paz esteja com a tua majestade! Me mande de volta e me deixe ir para meu país, e para a minha senhora, pois eu já fiquei muito tempo contemplando a tua glória e tua sabedoria, e a abundância das saborosas carnes que me deste. E agora eu devo voltar à minha senhora. Se ao menos eu pudesse morar contigo, assim como o último de teus servos, pois abençoados são ele que ouvem a tua voz e cumpre com seus mandamentos. Se ao menos eu pudesse morar aqui e nunca deixá-lo, mas tu deves me mandar de volta para minha senhora, pois agora esta é minha carga, pois eu devo dar a ela a sua propriedade, agora sou seu servo”. E Salomão entrou em seu palácio e entregou a ele o que ele quisesse para seu país, a Etiópia, e o mandou em paz. Tamrin se despediu e se foi, cumpriu sua jornada e chegou à sua esposa, e entregou a ela todas as coisas que havia trazido. Ele contou a ela como havia chegado ao país de Judah e Jerusalém, e como ele havia chegado à presença de Salomão o rei, e tudo o que havia visto e escutado. Ele contou a ela como Salomão administrava a justiça e como ele falava com autoridade e decidia corretamente todos os assuntos que chegavam a ele; como ele dava macias e graciosas respostas, e como não havia nada de falso nele. Mais tarde ele contou como designou os inspetores sobre os setecentos lenhadores que cortavam a madeira e os oitocentos pedreiros que quebravam as pedras, e também como ele mesmo buscou aprender com os mercadores e vendedores sobre o negócio e sobre o país, e como ele recebeu informações e as duplicou e como toda a sua obra foi feita com sabedoria. A cada manhã Tamrin relatava à rainha sobre a sabedoria de Salomão e como ele ensinava esta sabedoria e como ele dirigia os assuntos do reino baseando-se em um sistema sábio. Pois nenhum homem fraudava o outro, nem roubava a propriedade de seu vizinho, nem havia ladrões naquela época. Em sua sabedoria ele sabia que aqueles que

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haviam cometido erros e sido castigados por ele, por medo não repetiriam os feitos do mal, mas viveriam em um estado de paz e temor ao rei. Tudo isso foram as coisas que Tamrin contou à rainha, e todas as manhãs ele lembrava das coisas que havia visto com o rei e as descrevia para ela. A rainha ficava calada e maravilhada com as coisas que ouvia do mercador, seu servo, e ela considerou em seu coração que ela iria até Salomão o rei; e ela chorou de prazer por tudo o que Tamrin havia contado. Ela estava ansiosa para ir ao encontro do rei, mas quando ela pensou na longa jornada achou que era muito longe e muito difícil de cumprir. De tempos em tempos ela perguntava a Tamrin coisas sobre Salomão, e Tamrin contava a ela coisas que a deixavam muito desejosa para ouvir sua sabedoria e ver o seu rosto e abraçá-lo e suplicar por sua realeza. E seu coração estava inclinado a ir, pois Deus havia feito seu coração desejá-lo.

22 - A RAINHA DA ETIÓPIA SE PREPARA PARA SUA JORNADA A JERUSALÉM E ela disse a seus servos: “Vocês que são o meu povo, escutem as minhas palavras pois eu desejo a sabedoria e meu coração busca encontrar a compreensão. E eu sou movida pelo amor da sabedoria, pois a sabedoria é muito melhor do que tesouros de ouro e prata, e a sabedoria é o melhor que já foi criado nesta terra. Com o que, sob os céus, a sabedoria pode ser comparada? É mais doce que o mel e provoca mais regozijo que o vinho, brilha mais que o sol e é mais amada que as pedras preciosas, nutre mais que o óleo e satisfaz mais que as saborosas carnes, e dá mais fama que toneladas de ouro e prata. É uma fonte de alegria para o coração, uma luz brilhante para os olhos e a velocidade para os pés; um distintivo para o peito e um capacete para a cabeça”. “Ela faz os ouvidos ouvirem e os corações entenderem, é uma professora para aqueles que já aprenderam, e um consolo para aqueles que são discretos e prudentes. Dá a fama para aqueles que a buscam. E um reino não pode se sustentar sem a sabedoria, e a riqueza não pode ser preservada sem a sabedoria; não se pode manter de pé sem a sabedoria. E sem a sabedoria, o que a língua fala não é aceitável. Sabedoria é o melhor de todos os tesouros. Aquele que acumula ouro e prata não pode garanti-los sem a sabedoria, mas o homem que acumula sabedoria nenhum outro pode tirá-la de seu coração. Os tolos são consumidos pela sabedoria. E por causa daqueles fracos que fazem o mal, os puros são agraciadas; e por causa das fraquezas dos tolos, os sábios são amados. Então eu seguirei as pegadas da sabedoria e ela me protegerá para sempre”. Então a rainha terminou os preparativos e começou sua jornada com grande pompa e majestade, e com muitos equipamentos e provisões. Pela vontade de Deus seu coração desejava ir a Jerusalém para que ela pudesse ouvir a sabedoria de Salomão, e assim foi. Setecentos e noventa e sete camelos, incontáveis mulas e asnos, e ela viajou sem pausas, e com seu coração confiante em Deus.

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23 - A RAINHA DA ETIÓPIA CHEGA A SALOMÃO O REI E ela chegou a Jerusalém trazendo ao rei muitos presentes que ele desejava muito possuir. E ele a pagou com grande honra e regozijo, e deu a ela um quarto em seu palácio bem próximo ao dele. Ele enviava a ela comida tanto pela manhã quanto pela noite. A cada vez que chegavam quinze porções de alimentos, cozidos em óleo e com abundantes molhos e trinta porções de outras coisas como pães, touros, vacas, carneiros e muita bebida como vinho e outros, tudo para alimentar a ela e a seus homens. E todo dia ele cedia a ela onze vestimentas que saltavam aos olhos. E quando ele a visitava ela podia notar sua sabedoria, seu julgamento justo, sua graça e seu esplendor e podia ouvir a eloquência de seu discurso. Ela, maravilhada em seu coração e admirada em sua mente, reconheceu em seu entendimento o homem admirável que ele era. Ela se espantava a cada vez que o ouvia ou via; como ele era perfeito em sua compostura e sábio em sua compreensão, prazeroso e de grande estatura. Ela observava sua voz e o movimento de seus lábios e como ele comandava com dignidade e que seus pedidos eram atendidos silenciosamente e com temor a Deus. Tudo o que ela viu a deixou estarrecida com a abundância de sua sabedoria e não havia falhas em suas palavras e em seus discursos, tudo o que ele falava era perfeito. Salomão estava trabalhando na construção do Templo de Deus, e ele se ergueu e andou para a direita e para a esquerda, para frente e para trás. E mostrou aos trabalhadores as medidas e o peso, e o espaço coberto pelos materiais, e ele disse aos homens como usar o martelo, a broca e o formão e mostrou aos pedreiros os ângulos, os círculos e a superfície. E tudo foi feito de acordo com suas ordens, e não houve ninguém que se opôs à suas palavras; pois a luz de seu coração era como uma lâmpada na escuridão, e sua sabedoria era abundante como a areia. E do discurso dos animais e pássaros nada era escondido dele, e ele forçava os demônios a obedecerem a sua sabedoria. E ele fez tudo através de suas habilidades as quais Deus havia dado a ele, pois ele não pedia a vitória sobre seus inimigos, nem riquezas e fama, mas ele pediu a Deus sabedoria e compreensão para que ele pudesse governar seu povo, e construir Sua casa, e embelezar a obra de Deus e tudo o que Ele dei foi sabedoria e entendimento.

24 - A CONVERSA DE SALOMÃO COM A RAINHA DA ETIÓPIA A Rainha Makeda disso ao Rei Salomão: “Abençoado sejas tu, meu Senhor, na sabedoria e na compreensão dadas a ti. Eu apenas queria ser uma das últimas de tuas servas, para que eu pudesse lavar os teus pés, escutar a tua sabedoria, aprender com tua compreensão, servir tua majestade e me alegrar com tua sabedoria. Ó como me alegraram as tuas respostas, e a doçura de tua voz, a graciosidade de teu andar, e a beleza de tuas palavras, e tua prontidão. A doçura de tua voz faz o coração regozijar, e torno os ossos fortes e dá coragem ao coração e boa vontade e graça aos lábios. Eu te olho e vejo que a sabedoria é imensurável e tua compreensão incansável, e que é como

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uma lâmpada na escuridão. Eu agradeço a Ele que me trouxe e mostrou-te a mim e me fez andar sobre a soleira de teu portão, e me fez ouvir a tua voz”. Rei Salomão respondeu a ela dizendo: “Sabedoria e entendimento nascem em ti. Por mim, eu só as possuo na medida que Deus me deu-as porque eu implorei a Ele. E tu, apesar de não conhecer o Deus de Israel, tens esta sabedoria crescendo em teu coração e que te trouxe para me ver, o vassalo e o escravo de meu Deus, e a construção de Seu santuário que eu estou estabelecendo, no qual eu sirvo e ando ao redor de minha senhora, o Tabernáculo da Lei do Deus de Israel, a santa e sagrada Zion. Eu sou o escravo de meu Deus e não um homem livre; Eu não sirvo de acordo com minhas vontades, mas de acordo com as Dele. Este discurso não sai de mim, mas eu só sou o instrumento usado por Ele. Do pó Ele me fez carne, e da água Ele me fez um homem sólido, e sendo apenas uma gota que secaria, Ele me fez à Sua imagem e semelhança”.

25 - SALOMÃO E O TRABALHADOR E enquanto Salomão estava falando sabiamente com a rainha, ele viu um trabalhador carregando uma pedra sobre sua cabeça, e uma sacola de couro com água sobre seu pescoço e ombros, e sua comida e sandálias estavam amarradas em seu quadril, e havia pedaços de madeira em suas mãos, suas roupas estavam rasgadas e destruídas, o suor caía em gotas de seu rosto e a água de sua sacola era derramada em seus pés. O trabalhador passou perto de Salomão e quando ele já estava indo o rei disse: “Fique parado!”, e o trabalhador parou. E o rei se virou para a rainha e disse: “Olhe este homem. No que eu sou superior a ele? De que maneira eu sou melhor do que ele? E como devo eu glorificar-me sobre este homem? Pois eu sou um homem, pó e poeira e que amanhã se transformará em vermes e corrupção, mas neste momento eu pareço ser alguém que nunca morrerá. Quem poderia reclamar de Deus se ele tivesse feito este homem como eu e me feito como este homem? Não somos os dois homens? A morte dele é a minha morte; e a vida dele é a minha vida. Este homem é mais forte para o trabalho do que eu, pois Deus deu o poder àqueles que são frágeis”. Então Salomão disse ao trabalhador: “Volte ao trabalho”. E ele continuou falando com a rainha: “Qual é a nossa utilidade, às crianças do homem, se não exercitarmos a bondade e o amor na terra? Nós todos não somos nada, meras gramas do campo, que secam durante a temporada e pegam fogo? Na terra nos sustentamos com carnes saborosas, e usamos boas roupas e mesmo estando vivos nós fedemos à corrupção, nós nos sustentamos com doces odores e delicadas pomadas, mas mesmo vivos nós estamos mortos no pecado e na transgressão; senso sábios nos tornamos tolos através da desobediência e ações maldosas; sendo honrados nos tornamos desprezíveis através da mágica, feitiçaria e adoração de ídolos”.

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Mas o homem que é um ser de honra, que foi criado à imagem e semelhança de Deus, se ele fizer o que é bom ele se tornará Deus, e o homem que não vale nada, se pecar ele será como o Diabo, o arrogante que se recusou a obedecer aos mandamentos de Deus, e todos os arrogantes andam em seu caminho, e serão julgados com ele. E Deus ama os meigos, e aqueles que praticam a humildade andam em Seu caminho e aproveitarão de Seu reino. Abençoado é o homem que conhece a sabedoria, compaixão e o temor a Deus”. Quando a rainha ouviu ela disse: “Como tua voz me agrada! E quão grandes são as tuas obras e a destreza de tua boca me delicia! Me diga agora: quem eu devo venerar? Nós veneramos o sol como nossos pais nos ensinaram, porque dizemos que o sol é o Deus dos Deuses, e existem aqueles que entre nós que veneram outras coisas; pedras, madeira, árvores; alguns veneram imagens entalhadas e outros imagens de ouro e prata. Nós veneramos o sol pois ele cozinha nosso alimento, e ele ilumina a escuridão e remove o medo; nós o chamamos de “nosso Rei” e o chamamos de “nosso Criador”, e o veneramos como nosso Deus; pois nenhum homem nos disse que além dele há outro Deus. Mas nós ouvimos que em Israel há outro Deus, o qual nós não conhecemos, e os homens dizem que Ele enviou dos céus um Tabernáculo e deu a você a tábua com a ordem dos anjos pelas mãos de Moisés o Profeta. Isto nós também ouvimos, que Ele mesmo veio a você e falou com você, e o informou sobre suas ordens e comandos”.

26 - AS INSTRUÇÕES DE SALOMÃO À RAINHA E o rei respondeu a ela dizendo: “É certo que os homens devem venerar a Deus, que criou o universo, os céus e a terra, o mar e a terra seca, as estrelas e os brilhantes corpos dos céus, as árvores e as pedras, os animais e as aves penosas, o bem e o mal. Apenas Ele nós devemos venerar, no medo e no temor, com alegria e felicidade. Pois Ele é o Senhor do universo, Criador de anjos e homens. É Ele que mata e deixa viver, que pune e mostra compaixão, Ele que ergue aquele que está na miséria, que exalta o pobre da poeira, que faz a tristeza e a felicidade, que ergue e derruba. Ninguém pode derrubá-lo pois Ele é o Senhor do universo, e não há ninguém que pode dizer a Ele: ‘O que você fez?’. E a Ele é correto que haja orações e agradecimentos tanto dos homens quanto dos anjos. E a nós foi dado o Tabernáculo do Deus de Israel, que foi criado antes de toda a criação por Seu glorioso conselho. E Ele fez vir a nós Seus mandamentos, escritos para que nós pudéssemos reconhecer Seus decretos e julgamentos que Ele ordenou da montanha de Sua santidade”. E a rainha disse: “Desde agora eu não mais venerarei o sol, mas sim o Criador do sol, o Deus de Israel. E o Tabernáculo do Deus de Israel será minha senhora, e da minha semente depois de mim, e de todos os reinos que estão sob meu domínio. E graças a isto eu encontrei o favor em ti, e antes do Deus de Israel meu Criador, que me trouxe a ti,

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que me fez ouvir a tua voz, que me mostrou a tua face e me fez entender os teus mandamentos”. Então ela retornou para seus aposentos. A rainha costumava ir a Salomão e ouvir sua sabedoria, e a guardava em seu coração. E Salomão costumava visitá-la, e responder a todas as questões que ela o perguntava, e ele a informava sobre todos os assuntos que ela quisesse saber. Após morar lá por seis meses a rainha decidiu retornar a seu próprio país, e ela enviou uma mensagem a Salomão dizendo: “Eu desejo muito morar contigo, mas agora pelo bem do meu povo eu desejo retornar ao meu país. Pelo que eu ouvi, Deus fará crescer frutos em meu coração, e no coração de todos os que ouviram junto comigo. Pois o ouvido nunca poderia ser preenchido pelo som de tua sabedoria, e os olhos nunca poderiam ser preenchidos pela visão de tuas perfeições”. Não foi só a rainha que veio ouvir a sabedoria de Salomão. Muitos costumavam vir das cidades e dos países, tantos os próximos quanto os mais longínquos, pois naquela época não havia homem que pudesse ser comparado com ele em sabedoria (e não eram apenas seres humanos que vinham a ele, mas os animais selvagens e os pássaros costumavam vir para escutar sua voz e conversar com ele), e então eles voltavam a seus países admirados por sua sabedoria e maravilhados com o que tinham visto e ouvido. Quando a rainha enviou a mensagem a Salomão, dizendo que estava prestes a partir, ele ponderou em seu coração e disse: “Uma mulher de esplêndida beleza veio a mim dos confins da terra! O que eu sei? Será que Deus dará a ela minha semente?”. E como era dito no Livro dos Reis, Salomão era um amante das mulheres. E ele se casou com mulheres hebraicas, egípcias, canaanites, edomites, moabites, de Rif e Kuerge, Damasco e Síria, e mulheres que eram consideradas lindas. E ele tinha quatrocentas rainhas e seiscentas concubinas. Isto não acontecia com o intento da fornicação mas sim como resultado do pedido de Deus e sua lembrança do que Deus havia dito a Abraão: “Eu farei tua semente tão numerosa quanto as estrelas do céu e como a areia do mar”. E Salomão disse em seu coração: “O que eu sei? Talvez Deus me dará filhos homens de todas estas mulheres”. Portanto quando ele fazia tal coisa, ele agia sabiamente dizendo: “Minhas crianças devem herdar as cidades do inimigo, e devem destruir aqueles que veneram ídolos”. Estes antigos povos viviam sob a Lei da Carne, pois a graça do Espírito Santo não havia sido dada a eles. E para aqueles que viveram depois de Cristo, era dito para viverem com uma mulher sob a lei do casamento. Sobre Salomão, nenhuma lei foi dada no que diz respeito às mulheres, e nenhuma culpa pode ser jogada em cima dele por ter se casado com várias mulheres. Mas para aqueles que acreditam, a lei e o comando foram dados para que eles não se casassem com várias mulheres, assim como Paulo disse: “Aqueles que tem várias esposas buscam a própria punição. Ele que se casa com uma mulher não tem pecado”.

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27 - A SEDUÇÃO DA RAINHA DE SHEBA Rei Salomão enviou uma mensagem à rainha dizendo: “Agora que tu vieste aqui, porque vais embora sem ver a administração do reino e como as refeições dos escolhidos são comidas na maneira dos puros, e como o povo é mantido longe dos pecadores? Com esta visão tu adquirirás sabedoria. Me siga e senta-te em meu esplendor e eu completarei tuas instruções, e tu aprenderás sobre a administração de meu reino; pois tu amas a sabedoria e ela deverá permanecer contigo para sempre”. A rainha enviou uma mensagem em resposta: “De tola eu me tornei sábia por seguir a sua sabedoria, e de ser uma coisa rejeitada pelo Deus de Israel eu me tornei uma mulher escolhida por causa da fé que está em meu coração; e ainda eu venerarei nenhum outro Deus exceto Ele. E sobre o que disseste, que desejaria aumentar minha sabedoria e minha honra, eu irei a ti de acordo com teu desejo”. E Salomão se alegrou com este mensagem, e ele arrumou os escolhidos com belas roupas e dobrou os suprimentos de sua mesa. Todas as preparações para a manutenção de sua casa estavam feitas, a casa estava pronta para os convidados. Então ele pediu a mesa real de acordo com a lei do reino. E a rainha chegou e foi a um lugar preparado com esplendor e glória, e ela sentou-se atrás dele, de onde pudesse ver e aprender tudo. E ela maravilhada com o que via e ouvia, agradeceu ao Deus de Israel em seu coração. Ela estava paralisada com a realeza do palácio que tinha visto, pois ela podia ver mas ninguém podia vê-la, assim como Salomão havia arranjado. Ele embelezou o lugar no qual ela se sentava e espalhou tapeçarias em cor púrpura e assentou carpetes, e decorou o lugar com mármore e pedras preciosas; então ele queimou pós aromáticos e espalhou óleo de mirra por todo o lugar e também incenso em todas as direções. Quando eles trouxeram a rainha, o odor agradou-a bastante, e mesmo antes de comer as deliciosas carnes ela já estava satisfeita com o cheiro delas. Sábio, Salomão mandou para ela carnes que a deixariam sedenta e bebidas que eram misturadas com vinagre, e peixes e pratos temperados com pimenta. A refeição real chegara ao fim, e os administradores, os conselheiros e os servos partiram, então o rei surgiu e disse à rainha: “Fique comigo até a aurora”. E ela disse: “Jure pelo teu Deus, o Deus de Israel, que tu não me tomarás a força. Pois se eu, de acordo com a lei do homem sou uma virgem, e for seduzida, eu então viajaria em minha jornada de volta com tristeza, aflição e turbulência”.

28 - O JURAMENTO DE SALOMÃO À RAINHA DA ETIÓPIA Salomão respondeu e disse a ela: “Eu juro a ti que não te tomarei pela força, mas tu deves também jurar a mim que não tomarás a força nada do que está em minha casa”. A rainha riu e disse: “Sendo um homem tão sábio por que falas como um tolo? Devo

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roubar qualquer coisa ou devo levar só aquilo que o rei não me der? Não pense que vim aqui por amor às riquezas. Ademais meu reino é tão rico quanto o teu, e não há nada que eu não tenha. Claramente eu vim só pela tua sabedoria”. E ele disse a ela: “Se tu me fizeste jurar, jure também que nenhum de nós seja tratado injustamente”. E ela disse a ele: “Jure que não me tomarás pela força e eu juro que não tomarei nada do que é teu”. E ele jurou e a fez jurar. E o rei foi para sua cama de um lado da câmara e os servos prepararam uma cama para a rainha do outro lado. Então Salomão disse a um jovem servo: “Lave a taça e arrume uma jarra de água enquanto a rainha se arruma, e feche as portas e vá dormir”. Salomão falou ao servo em uma língua que a rainha não entenderia, e ele fez o que o rei mandou e foi dormir. O rei ainda não tinha dormido, ele apenas fingia, mas observava a rainha atentamente. A rainha dormiu um pouco mas logo acordou com a boca seca pedindo por água, pois a refeição que Salomão sabiamente havia oferecido a ela fez com que ela ficasse bastante sedenta. Sua boca estava seca e ela passando a língua entre os lábios não encontrou nenhuma umidade, então ela buscou a água que havia visto. Ela olhou para o rei cuidadosamente, ela pensou que ele estava dormindo, mas não, ele estava esperando ela se levantar para roubar a água que estava perto de sua cama. Ela se levantou, e silenciosamente pegou a taça, ergueu a jarra de água, mas antes que ela pudesse bebê-la, Salomão pegou sua mão e disse: “Por que quebraste p juramento que fez dizendo que não tomaria a força nada do que é meu?”. E ela disse: “Meu juramento foi quebrado só porque eu desejo beber água?”, e o rei disse: “Existe alguma coisa que tenha visto sob os céus mais preciosa do que a água?”. E a rainha disse: “Eu pequei contra mim mesma e tu estás livre do teu juramento, mas deixe-me beber água para matar minha sede”. Então Salomão disse: “Então estou livre do juramento que me fez jurar?”, e ela disse: “Sim, esteja livre, mas deixe-me beber água”. E ele permitiu que ela bebesse, e depois que ela tinha bebido, ele uniu sua vontade a dela e eles dormiram juntos. Imediatamente após ele ter dormido, apareceu em seu sonho um sol brilhante, e ele desceu dos céus e espalhou grande esplendor sobre Israel. E quando havia terminado, ele voou à Etiópia e brilhou por lá com grande luminosidade para sempre, pois ele desejava morar lá. E o rei disse: “Eu esperei para ver se ele voltaria à Israel mas não voltou. E de novo enquanto eu esperava uma luz surgir dos céus, e um sol emergir da tribo de Judah, mandou uma luz que era muito mais forte do que a anterior”. E Israel, por causa do brilho deste sol tratou este sol com crueldade e não andaria sob a luz dele. E este sol não prestou atenção à Israel, e os israelitas o odiavam, e se tornou impossível que a paz existisse entre eles e o sol. Eles ergueram suas mãos contra Ele com facas, e eles desejavam extinguir este sol. E eles puseram o escuro sobre todo o mundo, com terremotos e grossa escuridão, e eles imaginavam que o sol nunca mais se ergueria. E destruíram sua luz e se posicionaram sobre Ele, guardando seu túmulo. Ele surgiu por onde eles não estavam olhando e iluminou o mundo todo, especialmente o primeiro mar e o último mar, Etiópia e Roma. E não prestou atenção à Israel, e ascendeu a seu antigo trono.

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Quando Salomão o rei teve esta visão durante seu sono sua alma se perturbou e ele acordou com a mente agitada. Maravilhado com a visão da rainha, pois ela era vigorosa e bela, e era de uma virgindade pura. Ela reinou em seu país por seis anos e mesmo com sua graciosidade e esplêndida forma manteve seu corpo puro. Então a rainha disse a Salomão: “Me dispense, me deixe partir para meu país”. E ele entrou em sua casa e deu a ela o que ela quisesse, desde coisas esplêndidas até riquezas, belas roupas e coisas de grande valor; camelos e numerosas carroças que carregavam coisas pelo deserto, e uma embarcação para atravessarem o mar.

29 - O SINAL DE SALOMÃO PARA A RAINHA DA ETIÓPIA A rainha regozijou e se dirigia para partir, e o rei a preparou com grande pompa e cerimônia. E Salomão a puxou de lado para que eles pudessem ficar sozinhos novamente, e tirou o anel que tinha em seu dedo menor, e entregou a ela e disse: “Pegue este anel para que não se esqueças de mim, e se acontecer de me dar uma semente, este anel será um sinal dela, e se for um menino ele deverá vir a mim, e que a paz de Deus esteja com você! Enquanto eu dormia contigo eu tive muitas visões em um sonho, pareceu que um sol havia se erguido sobre Israel, mas ido embora e voado por sobre a Etiópia iluminando-a; talvez este país seja abençoado através de você; Deus sabe. E a ti, observe o que te disse, você deve venerar Deus com todo teu coração e fazer tuas vontades. Pois Ele pune aqueles que são arrogantes e mostra compaixão àqueles que são humildes, e Ele moveu os tronos do poder, e tornou honrados aqueles que precisavam. Pois a vida e a morte são Dele, a riqueza e a pobreza são entregues por Sua vontade. Pois tudo está nele e ninguém pode se opor a Seus julgamentos e mandamentos, nos céus, na terra, no mar ou nos abismos; e que Deus esteja contigo” Vá em paz”. Então eles se separaram.

30 - A RAINHA TRAZ SEU FILHO BAYNA-LEHKEM E a rainha partiu e chegou ao país de Bala Zadisareya nove meses e cinco dias após ter se separado do Rei Salomão. E as dores do parto se abateram sobre ela, e ela deu a luz a um menino, e o entregou à enfermeira com grande prazer e alegria. Então ela aguardou até que os dias da purificação terminassem, então chegou a seu próprio país com grande pompa e cerimônia. E os oficiais que haviam permanecido por lá trouxeram muitos presentes para a rainha, fizeram obediência, e pagaram homenagens a ela, e todas as regiões do país se alegraram com sua chegada. Àqueles que eram nobres ela vestiu com belas roupas, e para alguns ela deu ouro e prata, e cinturões e roupões; e ela deu a eles tudo o que eles pudessem desejar. Ela comandava seu reino corretamente e ninguém desobedecia a seus comandos, pois ela amava a sabedoria e Deus fortaleceu seu reino.

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A criança cresceu e ela o chamou de Bayna-Lehkem, que significa “filho do homem sábio”. Quando o garoto alcançou os doze anos, ele foi à rainha e disse: “Ó rainha, me diga quem é meu pai”. E a rainha brava, querendo amedrontá-lo, para que ele desistisse da ideia disse: “Por que me perguntas sobre teu pai? Eu sou teu pai e tua mãe; não busque saber mais”. E o garoto saiu de sua presença e se sentou. Ele ainda indagou a rainha mais duas vezes, implorando para que ela contasse a ele. No entanto um dia ela disse a ele: “Seu país é longe, e a estrada é complicada, você não mais deseja ficar aqui?”. O jovem Bayna-Lehkem era bonito, seu corpo, seus membros e ombros, tudo lembrava seu pai, o Rei Salomão; seus olhos, suas pernas e sua postura, lembravam a Salomão o rei. Quando ele tinha vinte e dois anos, já estava treinado na arte da guerra e cavalaria, na caça de animais selvagens e em tudo o que um jovem desejasse saber. E ele disse à rainha: “Eu irei e olharei a face de meu pai, e voltarei pela vontade de Deus, o Senhor de Israel”.

31 - BAYNA-LEHKEM VAI PARA JERUSALÉM E a rainha chamou Tamrin, o chefe de sua caravana de mercadores e disse a ele: “Se prepare para tua jornada e leve este jovem contigo, pois ele me incomoda durante o dia e durante a noite. E tu deves levá-lo ao rei e trazê-lo de volta em segurança, se o Senhor de Israel assim quiser”. E ela preparou uma grande comitiva, e ajeitou tudo o que seria necessário para a jornada e para presentear o rei. Ela preparou tudo para mandá-lo, e entregou aos oficiais dinheiro suficiente para o que eles precisassem durante a viagem. E ela disse a eles que não deviam deixar o rapaz lá, apenas apresentá-lo ao rei e depois trazê-lo de volta para ela, pois ele assumiria a liderança da terra. Até aquela época havia uma lei na Etiópia que dizia que apenas uma mulher podia reinar, e que ela devia ser uma virgem que nunca havia conhecido nenhum homem, mas a rainha havia dito a Salomão: “Daqui para frente um homem que é de tua semente deverá reinar, e sua semente após ele e geração após geração. Tudo isso deves ser escrito nos pergaminhos e nos livros dos profetas, e você deve colocá-lo na Casa de Deus que será construída como um memorial e uma profecia para os últimos dias, e o povo não deve venerar o sol nem a magnificência dos céus, ou as montanhas e as florestas, ou as pedras e as árvores, ou imagens e figuras de ouro, ou aves penosas que voam; e não devem fazer uso destes em divindade, e não devem adorá-los. E esta lei deve durar para sempre. E se alguém desobedecer esta lei tua semente o julgará para sempre. Basta nos dar uma cobertura da sagrada Zion, o Tabernáculo da Lei de Deus, que nós abraçaremos. Paz seja a força de teu reino e de tua sabedoria brilhante, que Deus o Senhor de Israel deu a você”;

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E a rainha puxou o garoto de lado e quando eles estavam sozinhos ela entregou o sinal que Salomão havia entregado a ela, ou seja, o anel de seu dedo, para que ele pudesse reconhecer seu filho e lembrar-se da aliança que havia feito com ela, para que ela venerasse a Deus durante todos os dias de sua vida, ela e aqueles que estivessem sobre seu domínio, com todo o poder que Deus havia dado a ela. E a rainha o mandou em paz. O Jovem rapaz e sua comitiva começaram a jornada e chegaram à vizinhança de Gaza. Esta é a Gaza que Salomão o rei deu à Rainha da Etiópia. Nos Atos dos apóstolos, Lucas o Evangelista escreveu: “Ela era o governador de todo o país chamado Gaza, um eunuco da Rainha Candace, que havia acreditado na palavra de Lucas o apóstolo.

32 - BAYNA-LEHKEM CHEGA À GAZA Quando o jovem chegou em Gaza, província de sua mãe, ele se alegrou com a honra que lhe foi concedida e com os presentes que foram feitos para ele. E quando o povo o viu, pensaram que ele era a própria reencarnação de Salomão o rei. Eles obedeciam a ele e disseram: “Saúdem, o pai real vive!”, e eles trouxeram presentes e oferendas, gado e comida, como faziam para seu rei. E o povo de todo o país, até das mais longínquas fronteiras, estava estarrecido e disseram: “Este é o Rei Salomão”. E alguns diziam: “O rei está em Jerusalém construindo a Casa de Deus”. E outros: “Este é Salomão, o filho de Davi”. E eles estavam perplexos e mandaram espiões montados em cavalos para conferir se Salomão estava mesmo em Jerusalém, ou se era ele mesmo em Gaza. Quando os espiões chegaram ao observador da cidade de Jerusalém, eles encontraram o Rei Salomão lá e obedeceram a ele e disseram: “Saudações, o pai real está vivo! Nosso país está perturbado, pois chegou um mercador que lembra a ti em forma e aparência, sem nenhuma alteração ou variação. Ele se parece contigo na nobreza e na forma esplêndida, e na estatura e na aparência. Seus olhos são brilhantes como os teus, suas pernas são graciosas e seu pescoço como a torre de Davi teu pai. Ele é exatamente como ti, e cada membro de seu corpo é como os teus”. E Salomão disse: “Para onde ele deseja ir?”, e eles responderam: “Nós não perguntamos, pois ele se parece muito contigo, mas seu povo, quando perguntados disseram: ‘Nós viemos dos domínios da Rainha Candace da Etiópia e estamos indo para Judah, para o Rei Salomão’.” E quando o Rei Salomão ouviu isto seu coração ficou perturbado e sua alma feliz, pois naqueles dias ele não tinha crianças, exceto um garoto que tinha sete anos e se chamava Rehoboam. Aconteceu a Salomão exatamente como Paulo disse: “Deus fez tolice com a sabedoria deste mundo”, pois Salomão, com sua sabedoria, havia feito planos e disse: “De mil

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mulheres eu devo ser pai de mil meninos, e eu devo herdar os países dos inimigos, e eu derrotarei seus ídolos”. Mas Deus só lhe deu três filhos. Seu filho mais velho era o rei da Etiópia, filho da rainha da Etiópia, e era o primeiro filho de quem Deus falou profeticamente: “Deus jurou a Davi na pureza e não se arrependeu. ‘Do fruto de teu corpo eu farei sentar sobre teu trono’.” E Deus deu a Davi, com Sua graça, a garantia de que alguém de sua carne se sentaria no trono, da virgem, e ele deveria julgar os vivos e os mortos e recompensar todos os homens de acordo com o seu trabalho, um para quem o prazer é conhecer Nosso Senhor Jesus Cristo para todo o sempre. E Ele deu a ele um que deverá se tornar o rei do Tabernáculo da Lei da sagrada Zion, que é para dizer, o Rei da Etiópia. E para aqueles que reinaram e não eram de Israel, aconteceu por causa da transgressão da lei e dos mandamentos, pois Deus não estava feliz.

33 - SALOMÃO FAZ BAYNA-LEHKEM CAPITÃO DE SER EXÉRCITO E Salomão enviou o comandante de seu exército, com presentes e alimentos para entreter o viajante. Então o comandante se foi com um grande número de carroças até chegar a Bayna-Lehkem, o abraçou e deu a ele tudo o que Salomão havia enviado, e disse: “Rápido, venha comigo, pois o coração do rei está queimando com o fogo de seu amor por ti. Talvez ele ache por si mesmo se tu és seu irmão ou filho; pois em tua aparência e em tua conversa tu não és em nada diferente dele”. “E agora, erga-se rapidamente, pois meu Senhor disse a mim: ‘Traga-o a mim em honra e conforto, e com um bom serviço, com alegria e felicidade’.” E o jovem rapaz respondeu: “Eu agradeço a Deus, o Senhor de Israel, que eu tenha encontrada a graça de meu senhor o rei sem ao menos ter visto seu rosto; sua palavra me alegra. E agora eu confiarei no Senhor de Israel para que Ele me mostre o rei, e então voltarei em segurança para minha mãe a rainha e para meu país, a Etiópia”. E Benaiah, filho de Jehoiada, comandante do exército do Rei Salomão, respondeu a Bayna-Lehkem dizendo: “Meu senhor, este é um assunto muito pequeno, e tu encontrarás muita alegria em meu senhor o rei. E sobre o teu país, Salomão o rei é muito melhor que tua mãe, e nosso país é melhor que o teu país. Nós ouvimos que o teu país é uma terra gelada e cheia de nuvens, de um calor escaldante e uma região de gelo e neve. E quando os filhos de Noé, Shem, Ham e Japhet dividiram o mundo eles olharam para teu país com sabedoria e viram que apesar de ser uma terra espaçosa, era uma terra de redemoinhos e calor, então a deram para Canaan, filho de Ham. Mas a terra que é nossa, é uma terra herdada, a terra prometida, a qual Deus nos deu de acordo com o juramente que fez a nossos pais, uma terra cheia de leite e mel, na qual a comida é nossa sem ansiedade, uma terra que dá frutos incansavelmente, uma terra para a qual Deus olha continuamente, ano após ano”.

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“Tudo isto é teu, nós somos teus e seremos teus herdeiros, e tu deves morar em nosso país, pois tu és a semente de Davi, o senhor de meu senhor, e a você pertence o trono de Israel”. E o chefe do mercador Tamrin respondeu a Benaiah: “Nosso país é o melhor. Nosso ar é melhor pois não tem calor escaldante ou fogo, e a água de nosso país é boa e doce, e flui em rios; ademais os cumes das montanhas são cheios de água. E nós, ao contrário de vocês, não precisamos cavar fundo para encontrar água, e nós não morremos pelo calor do sol, e mesmo ao meio-dia nós caçamos animais selvagens, gazelas, pássaros e pequenos animais. E no inverno Deus nos protege ano após ano, e na primavera as pessoas comem o que elas pisaram com os pés, assim como no Egito. Nossas árvores produzem boas frutas. O trigo, a cevada e todo o gado são bons e maravilhosos. Mas há uma coisa que vocês tem que é melhor do que a nossa, a sabedoria, e foi por causa dela que viemos”. Então Benaiah, o comandante, respondeu: “O que é melhor que sabedoria? Pois a sabedoria estabeleceu a terra e tornou o céu forte, e refreou as ondas do mar para que elas não cobrissem a terra. No entanto erga-se e vamos ao meu senhor, pois seu coração está movido pelo amor a ti, e ele me enviou para levá-lo o mais rápido possível”. E o filho da rainha levantou-se e vestiu a Benaiah e aos cinquenta homens que estavam com ele com belas vestimentas e partiram para Jerusalém para ver Salomão o rei. Quando chegaram próximos ao local no qual os cavalos eram treinados, Benaiah saiu na frente e foi ao rei para lhe dizer que o filho da rainha era belo e que sua voz era prazerosa e que ele se parecia muito com o rei e que sua estatura era extremamente nobre. Então o rei disse a ele: “Aonde está ele? Eu não te mandei para trazê-lo o mais rápido possível?”, e Benaiah disse: “Ele está aqui, eu o trarei rapidamente”. E Benaiah se foi e disse ao jovem: “Erga-se ó meu mestre e venha”; e fazendo Bayna-Lehkem andar rápido ele o levou aos portões de entrada. E quando todos os soldados o viram, fizeram reverência a ele, e disseram: “Olhem, o Rei Salomão saiu do palácio”. Mas quando os homens que estavam dentro, maravilhados, voltaram a seus lugares, viram que o rei ainda estava em seu trono; e novamente olharam para o jovem rapaz, incapazes de falar ou dizer qualquer coisa. Quando Benaiah entrou para anunciar ao rei a chegada do jovem, não havia ninguém próximo a ele. Todos haviam saído para ver o rapaz.

34 - A CONVERSA DE SALOMÃO COM BAYNA-LEHKEM Benaiah saiu e trouxe Bayna-Lehkem para dentro, e quando o rei viu ele se ergueu para recebê-lo e dar as boas vindas e soltando as faixas que cobriam seus ombros, ele abraçou-o, beijou-o e disse: “Olhe, meu pai Davi renasceu e voltou e dos mortos”. E

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Salomão se voltou para aqueles que tinham anunciado a chegada do rapaz e disse: “Vocês disseram: ‘Ele lembra a ti’, mas esta não é a minha estatura, mas a estatura de Davi meu pai, nos dias de sua juventude, e ele é mais bonito do que eu”. E Salomão entrou em sua câmara e vestiu seu filho com roupas cobertas de ouro, um cinto de ouro e colocou uma coroa em sua cabeça e um anel em seu dedo. Tendo vestido ele com gloriosa vestimenta que saltava aos olhos, ele o sentou em seu trono para que ele ficasse igual ao próprio rei. Então disse aos oficiais e nobres de Israel: “Vocês que me tratam com escárnio por eu não ter um filho, olhem, este é meu filho, o fruto que saiu de meu corpo, que Deus me deu quando eu não mais esperava”. E os nobres responderam: “Abençoada seja a mãe que trouxe este rapaz, e abençoado seja o dia no qual te uniste com a mão deste garoto. Pois surgiu sobre nós, da raiz de Jesse, um homem brilhante que deverá ser o rei da posteridade de sua semente. E sobre seu pai, ninguém, deve perguntar, pois ele é um israelita da semente de Davi, feito perfeitamente à semelhança de seu pai; nós somos seus servos e ele será nosso rei”. E eles trouxeram presentes de acordo com sua grandeza. O jovem então pegou o anel que sua mãe tinha dado e disse a seu pai: “Pegue este anel e lembre-se das palavras que disseste para a rainha, e nos dê uma cobertura do Tabernáculo da Lei de Deus, para que nós o veneremos em todos os nossos dias, e todos aqueles que estão sujeitos a nós e a todos que estão no reino da rainha”. E o rei disse: “Por que me deste o anel como um sinal? Sem voe me dar o anel eu descobri a semelhança de tua forma, pois tu és de fato meu filho”. Então o mercador Tamrin falou ao rei: “Escute ó rei a mensagem que minha rainha mandou por mim: ‘Pegue este jovem rapaz, o consagre, o abençoe, e o faça rei por sobre nosso país e dê a ele o comando que nenhuma rainha nunca mais deve reinar a Etiópia, e o mande de volta em paz. E que a paz esteja com o poder de teu reino, e com tua brilhante sabedoria. Por mim, eu nunca desejei que ele fosse para onde tu estás, mas ele me implorou para que fosse ao teu encontro. Além disso, eu estava com medo que ele caísse doente durante a longa jornada, pela sede da água ou pelo calor do sol, levando assim meus cabelos grisalhos tristes para o túmulo. Então eu pus minha confiança na sagrada Zion, o Tabernáculo da Lei de Deus, que tu na há de embargar em tua sabedoria. Pois teus nobres não retornam para as casas e olham suas crianças, pela razão da abundância de sabedoria e comida que tu cedes a eles de acordo com seu desejo. Por causa disto, eu, através de meu temor, busquei a segurança de que tu o enviarás de volta em paz, sem doença ou sofrimento, no amor e na paz de meu coração que regozija por ter te encontrado”. E o rei respondeu: “Além de dar a luz e amamentá-lo, o que mais uma mãe fará com um filho? Uma menina pertence à mãe e um menino ao pai. Deus amaldiçoou Eva dizendo: ‘Traga a criança na angústia, e na tristeza do coração e depois disso retorne ao teu

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marido’. Assim este filho é meu e eu não o darei à rainha, mas eu o farei rei de Israel. Pois este é o meu primeiro filho, o primeiro de minha raça dado por Deus”. Salomão enviava ao rapaz, dia e noite, carnes saborosas e belas roupas, e ouro e prata. E disse a ele: “É melhor para ti morar aqui em nosso país conosco, no qual está a Casa de Deus e no qual Deus vive”. Então o rapaz mandou uma mensagem a ele: “Ouro, prata, riquezas e roupas não são queridos em nosso país. Mas eu vim para ouvir tua sabedoria, para ver teu rosto, para saudar a ti e para prestar homenagem ao teu reino, e obedecer a ti, e depois eu espero que me mandes de volta para minha mãe e para meu próprio país. Pois nenhum homem odeia o lugar onde nasceu, e todos amam as coisas de seu país natal. E apesar de ter me dado saborosas carnes eu não as amo, não são essenciais para meu corpo, mas as carnes de onde cresci e me tornei forte são gratificantes pra mim. E embora teu país me agrade como um jardim, meu coração não está feliz; as montanhas da terra de minha mãe são mais agradáveis para minha visão. E quanto ao Tabernáculo da Lei do Deus de Israel, se eu o amo aonde quer que eu esteja, ele me dará a glória, e eu devo olhar para a Casa de Deus que tu construíste, e farei ofertas e súplicas a ela”. “E quanto a Zion, o Tabernáculo da Lei de Deus, me dê uma cobertura do que o cobre, e eu o venerarei junto com minha mãe e com todos aqueles que estão sujeitos à minha soberania. Pois minha senhora a rainha, já se livrou de todos aqueles que adoram ídolos, e daqueles que veneram estranhos objetos. Pois ela ouviu de ti e aprendeu, e ela fez de acordo com tua palavra, e nós veneramos o Deus vivo”. E o rei não tinha como fazer seu filho permanecer em Jerusalém.

35 - SALOMÃO QUESTIONA SEU FILHO BAYNA-LEHKEM Novamente Salomão conversou com seu filho enquanto eles estavam a sós, e disse: “Por que desejas me deixar? O que falta aqui para que queiras voltar para o país dos pagãos? O que é que te impulsionas a deixar o reino de Israel?”, e seu filho disse: “É impossível para mim viver aqui. Eu devo voltar para minha mãe, tu me favoreceste com tua benção. E tu tens um filho que é melhor do que eu, seu nome é Rehoboam, que nasceu de tua legítima esposa, enquanto minha mãe não é tua esposa de acordo com a lei”. E o rei respondeu: “Desde que você fala desta maneira, eu mesmo não sou filho do meu pai Davi de acordo com a lei, pois ele tomou a mulher de outro homem que havia morrido em uma batalha, e me gerou por ela, mas Deus tem compaixão e perdoou. Quem é mais fraco e tolo que o homem? E quem tem sabedoria e compaixão como Deus? Deus me fez de meu pai e Ele te fez de mim, de acordo com Sua vontade. Ó meu filho, por teu temor a Deus, não violente a face de teu pai, pois nos tempos que estão

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por vir, você não conhecerás a violência Dele vindo de encontro a teus quadris, e que a tua semente prospere na terra. Meu filho Rehoboam é um menino de seus anos de idade e tu és meu primeiro filho. Tu vieste para reinar e levantar a lança dele que te gerou. Olhe, eu reinei por vinte e nove anos e tua mãe chegou a mim no sétimo ano de meu reinado; e por favor Deus, Ele deve me fazer alcançar a extensão dos dias de meu pai. E quando eu me reunir com meus pais, tu deves se sentar em meu trono e deves reinar em meu lugar, e os habitantes de Israel te amarão muito; e eu farei um casamento para ti e te darei quantas rainhas e concubinas desejares. E tu deves ser abençoado nesta terra herdada com a benção que Deus deu a nossos pais, assim como a aliança com Noé Seu servo, e com Abraão Seu amigo, e com os homens puros e os descendentes deles, desde Davi meu pai. Você me vê, um homem fraco, sobre o trono de meus pais, e você deves ser como eu depois de mim, e deves julgar nações sem número, e famílias que não podes contar”. “E o Tabernáculo do Deus de Israel pertencerá a ti e a tua semente para sempre. E Deus deverá morar nele e ouvir tuas orações, e tua memória deverá seguir de geração a geração”. E seu filho respondeu: “Ó senhor, é impossível para eu deixar meu país e minha mãe, pois ela me fez jurar perante seu peito que eu não permaneceria aqui, mas retornaria para ela rapidamente, e que eu também não me casaria com uma mulher daqui. E o Tabernáculo de Deus deve me abençoar aonde quer que eu esteja, e tuas orações devem me acompanhar sempre. Eu desejava ver teu rosto, ouvir tua voz e receber tuas bênçãos; e agora eu desejo retornar para minha mãe em segurança”.

36 - SALOMÃO ENVIA NOBRES DE ISRAEL PARA A ETIÓPIA COM SEU FILHO Salomão o rei voltou pra seu palácio; e reuniu conselheiros, seus oficiais e os antigos de seu reino, e disse a eles: “Eu não consigo fazer meu filho permanecer aqui. E agora escutem o que direi a vocês. Vamos fazê-lo rei da Etiópia, junto com suas crianças. Vocês sentam na minha mão direita e na minha mão esquerda, e assim as mais velhas crianças devem se sentar em sua mão direita e em sua mão esquerda. Conselheiros e oficiais, vamos dar a ele seus primeiros filhos e assim teremos dois reinos; eu governarei aqui com vocês e nossas crianças governarão lá. E eu confio em Deus que Ele me dará a semente pela terceira vez, e um terceiro rei virá de mim”. “Baltazar o rei de Roma desejava que eu desse meu filho para sua filha, e assim fazê-lo junto com sua filha, rei de toda a Roma. Pois alem dela ele não tinha nenhum outro filho, e ele jurou que só faria rei o homem que tivesse a semente de Davi meu pai: ‘A semente de Salomão deverá fazer três cabeças de três reinos sobre a terra’. E nós enviaremos aos pastores, e ordenaremos leis para eles, e eles deverão venerar o Deus de Israel sob três líderes reais”.

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“E Deus deverá se orgulhar da raça do povo de Israel, e ser exaltado em toda a terra assim como meu pai escreve em seu livro, dizendo: ‘Diga às nações que Deus é o rei. Anuncie aos povos Sua obra, ore a Ele e cante a Ele’; e novamente ele disse: ‘Ore a Deus com uma nova canção. Sua oração está na congregação dos puros, Israel deve se alegrar em Seu Criador’. E as nações que servem a ídolos devem nos olhar e nos temer e nos fazer reis sobre elas, e elas deverão orar a Deus e temê-lo”. “Agora venham, vamos fazer deste jovem homem rei, e vamos mandá-lo com nossas crianças, vocês que possuem riqueza e posição. De acordo com a posição e a riqueza que vocês tem aqui, suas crianças devem governar lá. E eles devem ver a ordenação da realeza, e nós os estabeleceremos de acordo com nossa lei, e nós os dirigiremos e os comandaremos e os enviaremos para governarem lá”. E os pastores, oficiais e conselheiros responderam: “Mande o teu primeiro filho e nós mandaremos os nossos de acordo com teu desejo. Pois quem pode resistir aos comandos do rei e de Deus? Eles são seus servos e de tua semente assim como tu proclamaste. Se desejares tu pode mandá-los junto com suas mães para serem escravos; nós não transgrediremos teus comandos nem os comandos de Deus”. E então eles prepararam suas crianças para mandá-los para a Etiópia, para que eles pudessem reinar lá e morar lá para sempre, eles e suas sementes, de geração a geração.

37 - BAYNA-LEHKEM (MENYELEK I) É CONSAGRADO REI DA ETIÓPIA E NOMEADO DAVI II E eles aprontaram o unguento do óleo do reino, e os sons da grande corneta e também da pequena, as flautas e gaitas, a bateria e a harpa cruzavam o ar; e a cidade respondia com choros de alegria e felicidade. E trouxeram o jovem rapaz para a sagrada das sagradas e ele parou perto das cornetas do altar e a soberania foi dada a ele pela boca de Zadok, o mais alto pastor, e pela boca de Benaiah o pastor e comandante do exército do Rei Salomão, e ele o consagrou com o óleo sagrado do reino. Então ele saiu da Casa do Senhor, e eles o chamaram de Davi, pois o nome do rei foi dado a ele pela lei. Eles o fizeram cavalgar sobre a mula do Rei Salomão e o levaram ao redor da cidade e disseram: “Nós o apontamos a partir deste momento”. Então eles choraram para ele: “Vida longa ao pai real!”, e alguns disseram: “É certo que teu domínio da Etiópia será do rio do Egito até o sol poente, e de Shoa ao leste da Índia, pois tu agradarás ao povo destas terras. E o Senhor Deus de Israel e o Tabernáculo da Leo de Deus deverá ser o teu guia, e será de tudo o que você olhar. Todos os teus inimigos cairão perante ti, e a perfeição estará para ti e para tua semente depois de ti; tu deverás julgar muitas nações e ninguém poderá julgá-lo. As bênçãos do céu e da terra serão tuas”. E toda a congregação de Israel disse: “Amém”. E Salomão seu pai também

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disse a Zadok o pastor: “Faça-o saber e conte sobre o julgamento e decreto de Deus que ele deves observar na Etiópia”.

38 - OS COMANDOS DE ZADOK Zadok o pastor disse ao jovem: “Escute o que eu direi a ti, e se tu fizer Suas vontades, tu deves viver para Deus, e se não, Deus te punirá e tu serás varrido pelos teus inimigos. E Deus virará a face para ti, e tu ficará consternado, triste e infeliz em teu coração, e teu sono não te dará descanso. Então escute a palavra e faça Suas vontades e comandos e não sirva a nenhum outro Deus. Mas se não ouvir a palavra de Deus, então escute a todas as maldições aqui mencionadas e que cairão sobre ti: amaldiçoado serás tu, no campo e na cidade, amaldiçoados serão os frutos de tua terra e de tua barriga, o teu gado e as tuas ovelhas. E Deus enviará a ti a fome e a pestilência, e Ele destruirá tudo aquilo em que puseres a mão, e Ele destruirá a ti, pois não ouviste a Tua palavra. E os céus que estão sobre ti se tornarão latão e o chão sob teus pés se tornará ferro, e Deus fará com que a chuva que deveria cair sobre os campos se torne escura, e a poeira cairá dos céus até te cobrir e te destruir. E tu cairás perante teus inimigos na batalha. Tu deves atacálos em uma estrada e em sete estradas tu deves voar sobre suas faces, e tu serás derrotado; teu corpo morto se tornará comida para as aves dos céus e não haverá ninguém para te enterrar. E Deus te punirá com doenças (lepra), com devastadoras pestes, com a febre destruidora, e com punições, as pragas do Egito. Com cegueira e terror no coração, e tu andará tateando como um cego na escuridão, e não encontrarás ninguém para te ajudar nos problemas”. “Tu se casarás com uma mulher e outro homem a levará embora usando a força. Tu deves construir uma casa mas não morará nela. Tu plantarás um vinhedo mas não colherás as uvas. Os homens matarão teu gado perante teus olhos e não comerás de tua carne. Levarão teus asnos e não os devolverão. Tuas ovelhas correrão para os escravos e para teus inimigos, e não encontrarás ninguém para te ajudar. Teus filhos e filhas seguirão outras pessoas, e tu verás com teus próprios olhos eles serem mortos, e não poderá fazer nada. Um inimigo que tu não conheces devorará tua comida e teu trabalho, e não poderás impedi-lo; e tu se tornarás um homem sofrido e calamitoso”. “Todas estas coisas cairão sobre ti se não escutares a palavra de Deus. Mas se realmente escutares a palavra de Deus, a bondade te encontrará, e tu governarás o país de teus inimigos, e herdará a glória de nosso Senhor Deus de Israel, que comanda a tudo, pois Ele é o Senhor da morte e da vida, e Ele comanda todo o mundo com Sua sabedoria, Seu poder e Seus braços poderosos”.

39 - A BENÇÃO DOS REIS

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“Escute agora a benção que virá sobre você, se fizer a vontade de Deus. Tu serás abençoado em todos os teus caminhos; abençoado serás tu no campo, na cidade e em tua casa, e abençoado será o fruto de tua terra, as fontes de tua água e as frutas que plantares. Abençoadas serão tuas ovelhas, tuas granjas e celeiros, abençoados serás na ida e na vinda”. E Deus trará a ti teus inimigos que se ergueram contra ti, e eles serão esmagados sob teus pés. Deus enviará Sua benção sobre tuas casas e em tudo o que puseres a mão, e Ele multiplicará as coisas boas para ti, as crianças de teu corpo, o produto de tua terra, e crias em teu rebanho. E na terra que Ele jurou dar a teu país, Deus abrirá as portas das bênçãos dos céus, e Ele dará as chuvas abençoadas, e abençoará os frutos de teu trabalho. Tu concederás mas não pedirás, tu deves governar sobre muitas nações mas ninguém poderá governar-te”. “E Deus estará em sua cabeça e não em teu rabo, e tu estarás no alto e não no fundo. E tu deves reunir todas as bênçãos da terra para teu rebanho, e tu inutilizarás as nações por teu exército e as fará baixar perante ti e perante tua soberania, por causa de tua grande glória. Tua honra deve erguer-se como o cedro e como a estrela da manhã; o brilho de tua glória deve estar ante de todas as nações da terra, e ante de todas as tribos de teu povo Israel”. “Pois Deus estará contigo em todos os teus caminhos, e Ele fará tua vontade em tudo o que desejar. E tu herdarás a terra de teus inimigos, e a magnitude de teu povo será alçada por causa da grandeza de tuas ações, e graças à quantidade de teus soldados. E todos aqueles que não fizerem as vontades de Deus, temerão a ti pois tu fazes a vontade Dele, e serves a Ele e portanto Ele te dará a majestade através da visão daqueles que veem a ti. Seus corações tremerão perante teus cavalos e o estremecer de teus arcos, e perante o brilho de teu distintivo eles se abaixarão à face da terra, pois seus corações estarão apavorados com tua mortal majestade”.

“Quando aqueles que estão nas montanhas virem a ti, eles descerão a planície, e aqueles que estiverem no mar ou nas águas profundas, virão a ti. Deus os trará à tua mão pois eles transgrediram os mandamentos de Deus. E tu, quando cumprires com Suas vontades, receberás Dele tudo o que pedir; pois se tu amá-lo, Ele te amarás, e se cumprir com Seus mandamentos Ele garantirá a petição de teu coração, e tudo o que buscas, tu receberás Dele”.

40 - OS DEZ MANDAMENTOS

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“Ouça Israel o que Deus mandou você fazer; Ele disse: ‘Eu sou o Senhor teu Deus que trouxe vocês da terra do Egito e de fora do cativeiro. Não deve haver nenhum Deus além de mim, e não devem gravar nenhum outro Deus, e nenhum outro Deus como o que estás nos céus, ou na terra ou na água sob a terra. Não devem se abaixar por eles, e não devem servi-los, pois eu sou um Deus ciumento. Eu sou aquele que visita os pecados dos pais sobre as crianças, da terceira e da quarta geração daqueles que me odeiam, e eu mostro compaixão pelas várias gerações daqueles que me amam e cumprem meus mandamentos’.” “Tu não deves fazer falso juramento em nome do Senhor teu Deus, pois o Senhor não considerará inocente aquele que fizer um falso juramento em Seu nome”. “Observe o dia do Sabbath para santificá-lo, assim como disse o Senhor teu Deus. Seis dias deves trabalhar, e no sétimo dia, o Sabbath de teu Senhor Deus, tu não deves trabalhar, nem teu filho, nem tua filha, nem teu servo, nem teus animais e nem o estranho que reside contigo. Pois em seis dias Deus fez o céu e a terra, o mar e tudo o que está nele, e descansou no sétimo dia, e por causa disso Deus abençoou o sétimo dia e o decretou livre de trabalho”. “Honre teu pai e tua mãe, assim como eles foram bons para ti, nos muitos dias que tu deves encontrar na terra que Deus deu a ti”. “Tu não deves sair com a mulher de outro homem” “Tu não deves tirar uma vida” “Tu não deves cometer fornicação” “Tu não deves roubar” “Tu não deves levantar falso testemunho contra teu vizinho” “Tu não deves cobiçar a esposa de teu vizinho, nem sua casa, nem sua terra, nem seus servos, nem seus touros, nem seu asnos, nem nenhum dos animais que teu vizinho adquirir” “Esta é a palavra que Deus falou, Sua lei e regulamentos. E aqueles que pecarem Ele punirá, para que Ele não seja erradamente confirmado, e devem permanecer longe da poluição na qual Deus não é feliz. E é isto que faz Deus infeliz, por isso os homens corretos devem se afastar disto. ‘Nenhum homem deve descobrir a vergonha daquele que reinou; pois eu sou o senhor teu Deus. A vergonha de teu pai e de tua mãe não deve ser descoberta, pois ela é tu mãe. A vergonha da esposa de teu pai não deve ser descoberta, pois ele é teu pai. Tu não deves descobrir a vergonha de tua irmã que foi gerada por teu pai e tu mãe. Mesmo que ela tenha nascido por fora, ou mesmo que for uma parente tua, tu não deves descobrir tua vergonha’. ‘Tu não deves descobrir a vergonha, nem da irmã de teu filho ou a vergonha da irmã e da esposa do filho do teu irmão, pois ela será tua própria vergonha’.

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‘Tu não deves descobrir a vergonha da esposa de teu irmão, pois ela será a vergonha de teu irmão enquanto ele viver. Tu não deves descobrir a vergonha de uma mulher e nem de sua filha; tu não deves causar a vergonha delas; é a casa e é o pecado’. ‘Tu não deves tomar por esposa uma virgem assim como a irmã dela para deixá-las com ciúmes, e tu não deves descobrir sua vergonha, nem a vergonha de uma ou outra enquanto a mais velha das irmãs viver. Tu não deves ir com uma mulher menstruada, até que ela se purifique; tu não deves esconder sua vergonha enquanto ela estiver impura. E tu não deves se deitar com a mulher de teu vizinho, e não deves deixar tua semente dentro dela’. ‘Tu não deves se deitar com um homem como se ele fosse uma mulher, pois esta é a poluição, e tu não deves ir com um animal ou se deitar com ele para que tua semente vá para ele, para que tu não sejas poluído. E uma mulher não deves se deitar com um animal. E não deves te poluir com nenhuma destas coisas, pois com elas, as nações que eu guiei antes de ti foram poluídas, e tu não deves poluir teu corpo’. E santifique tuas almas e teus corpos para Deus, pois Ele é o único, e Ele ama aqueles que santificarem seus corpos e almas para Ele. Pois Ele é sagrado e temido, Ele é alto e misericordioso, e para Ele a oração é devida para todo o sempre. Amém”.

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PARTE III Zion Africana

“A Etiópia em breve esticará suas mãos na direção De Deus”.

(Salmos 68:31)

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41 - OS PASTORES E OFICIAIS DA CORTE DE DAVI II NA ETIÓPIA E a cidade regozijou, pois o rei havia feito seu filho rei, e o apontou de seu próprio território para todos os outros. Mas a cidade também se entristeceu porque o rei havia mandado eles entregarem seus filhos mais velhos. E aqueles que estavam na mão direita deveriam se sentar da mesma maneira que seus pais se sentaram com o Rei Salomão, na mão direita de seu filho, Davi II, o rei da Etiópia; e os que estavam na mão esquerda deveriam se sentar como seus pais se sentaram com o Rei Salomão, na mão esquerda de seu filho, Davi II, rei da Etiópia, e suas posições e nomes seriam iguais aos de seus pais. E cada um deveria estar de acordo com sua ordem, sua grandeza e sua posse de autoridade; e na sabedoria eles devem estar. Assim como Salomão fez aos nobres, e como ordenou aos governadores, deveria Davi II ordenar em seu reino. Estes são os nomes daqueles que foram indicados para irem para a Etiópia: Azariah, filho de Zadok o pastor, que era o mais alto pastor Elyas, filho de Arni o arcediácono(o pai de Arni era o arcediácono de Nathan o profeta) Adram, filho de Arderones, líder de seu povo Fankera, filho e Soba, escriba Akonhel, filho de Tofel o jovem Samneyas, filho de Akitalam o gravador

Fikaros, filho de Neya, comandante do exército, chefe das tropas Lewandos, filho de Akire, comandante dos recrutas Fakuten, filho de Adray, comandante do mar Matan, filho de Benyas, chefe da casa Adaraz, filho de Kiren, mestre das decorações

Datakem, filho de Matren. Chefe dos cavaleiros Adaryos, filho de Nedros, chefe dos soldados Awsteran, filho de Yodad, portador da “Glória” Astarayon, filho de Asa, mensageiro do palácio Imi, filho de Matatias, comandante do bando Makri, filho de Abisa, juiz do palácio Abis, filho de Karios, assessor dos dízimos e taxas Lik Wendeyos, filho de Nelenteyos, juiz da assembleia Karmi, o filho de Hadneyas, chefe dos trabalhadores reais Seranyas, filho de Akazel, administrador da casa do rei Estes são aqueles que foram entregues a Davi II (Menyelek I), rei da Etiópia e filho de Salomão, rei de Israel. E Salomão também deu cavalos, carroças, camelos, mulas, carretas, ouro, prata e esplêndidas roupagens, byssus (um tecido muito valioso), púrpura, pérola e pedras preciosas; e deu a seu filho tudo o que ele precisaria no reino da Etiópia.

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Então eles se aprontaram para a partida, e apesar de haver grande alegria entre os nobres do rei da Etiópia, havia tristeza entre os nobres do reino de Israel, porque através do primeiro filho de Salomão, o rei de Israel, ou seja, o rei da Etiópia, os filhos mais velhos dos nobres foram dados para governarem a Etiópia junto com o filho de Salomão. Então eles abraçaram seus pais, mães, parentes, amigos e compatriotas e choraram. E eles secretamente amaldiçoaram o rei, pois ele havia tirado seus filhos contra sua vontade. Mas ao rei eles disseram: “Fizeste bem. Tua sabedoria é tão boa que o reino de Israel. Pela vontade de Deus e pela tua, se estendeu até a Etiópia. E Deus reunirá os outros reinos do mundo em tuas mãos, pois tu tens uma mente correta, e tu quiseste que eles servissem o Deus de Israel, e que ídolos fossem destruídos neste mundo”. E eles oraram e disseram: “Agora saiba que Deus falou sobre ti ao nosso pai Abraão, quando disse: ‘Em tua semente todas as nações da terra serão abençoadas’.” E mudaram suas expressões para parecerem felizes, e zombaram dele, e os saudaram muito graças à sua sabedoria. Mas quando eles disseram tais coisas para ele, em sua sabedoria ele os entendeu, e tolerou-os pacientemente, assim como Deus nos tolera, mesmo sabendo de nossos pecados. E toda a terra, os céus e os fins do mundo, o mar e a terra seca, são o reino de Deus. Ele julga. E Ele deu a terra ao rei para se sujeitá-la a ele, ele deve julgar aqueles que fizerem o mal, e recompensar aqueles que fizerem o bem. Pois o espírito de Deus reside no coração do rei, e Suas mãos estão em sua mente, e Seu conhecimento em sua compreensão.

42 - O REI NÃO DEVE SER OFENDIDO Não é bom ofender o rei, pois ele foi consagrado por Deus. Não é digno nem bom. Se ele fizer aquilo que é bom ele não sofrerá nenhuma perda em nenhum dos três reinos; primeiro, Deus deverá derrotar por ele seus inimigos. Segundo, Deus o fará reinar com Ele e com os puros, e o fará sentar em sua mão direita. Terceiro, Deus o fará reinar sobre a terra com glória e alegria, e guiará seu reino por ele, e trará as nações para debaixo de seus pés. Mas se ele ameaçar a Deus e não fizer o que é bom, e não andar no caminho correto, Deus trabalhará contra ele; na terra Ele fará seus dias serem poucos, e na eternidade Ele fará com que seu lugar seja a habitação de Sheol, com o Diabo; e na terra ele não desfrutará nem da saúde e nem da felicidade, e ele viverá com medo e terror, sem paz e com perturbação. Não é bom para ninguém que se encontra sob o domínio de um rei ofendê-lo, pois a retribuição pertence a Deus. Mas os pastores são como profetas, pois os mistérios são dados para eles, para que eles os segurem sob o sol da pureza, enquanto Serafim, que foi criado do fogo, está apto apenas a se manter sob os mistérios com a tenacidade do fogo.

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Quanto aos pastores, Ele os nomeou “sal”, “lâmpada” e também “luz do mundo”, e “o sol que ilumina a escuridão”; Cristo, o sol dos puros vive em seus corações. E o pastor que tem ele em sua compreensão repreende o rei sobre o trabalho que ele vê; e aquele que não viu Deus será indagado, e não há ninguém que pode chamá-lo para acertar as contas. Ademais, as pessoas não devem ofender os pastores, pois eles são as crianças de Deus e os homens de Sua casa, por esta razão eles devem repreender os homens por seus pecados e erros. E tu, ó pastor, se ver um pecado em homem conhecido, não hesite em repreendê-lo. Não deixe nem a espada nem o exílio te amedrontarem. E ouça como Deus estava bravo com Isaías porque ele não repreendeu o Rei Uzziah. E escute sobre Samuel o profeta, como ele repreendeu Saulo o rei, sem medo dele, e como ele tomou seu reino através da espada; e escute como Elijah repreendeu Ahab. Então não tema, e repreenda e ensine aquele que transgredir. E a antiga Israel ofendeu seu rei e provocou a ira dos profetas, e mais tarde eles crucificaram seu salvador.

43 - A CONSPIRAÇÃO DOS FILHOS DOS NOBRES QUE FORAM PARA A ETIÓPIA E as crianças dos nobres de Israel, que foram comandados a partir com o filho do rei, formaram um conselho juntos, dizendo: “O que devemos fazer? Pois nós devemos deixar nosso país e nosso local de nascimento, e nossa família e o povo de nossa cidade. Vamos nos entristecer por conta de nossa senhora Zion, pois eles estão nos fazendo deixá-la, pois nela eles nos comprometeram com Deus, e nós servimos a ela até este dia. É por causa dela e por nossa partida que eles nos fizeram especialmente chorar”. E os outros responderam: “Ela é nossa senhora e nossa esperança e nosso objeto de exaltação, e nós crescemos sob suas bênçãos. E como será possível para nós abandonarmos Zion nossa senhora? Pois nós fomos dados a ela. E o que devemos fazer? Se resistirmos aos seus comando o rei nos matará, e nós somos incapazes de transgredir a palavra de nossos pais e os mandamentos de nosso rei. E o que devemos fazer quanto a Zion?”. Então Azariah, o filho de Zadok o pastor, respondeu: “Eu aconselharei vocês sobre o que devemos fazer. Mas façam uma aliança comigo até o fim de nossas vidas; e jurem a mim que vocês nunca repetirão isto nem que foram pegos no cativeiro ou sob tortura”. E eles fizeram um juramento a ele em nome do Senhor Deus de Israel, e sob a sagrada Zion, o Tabernáculo da Lei de Deus, e sob o que Deus prometeu a Abraão, e sob a pureza e a excelência de Isaac, e sob Sua promessa de fazer Jacó chegar e herdar uma terra na qual ele era um estranho, e sua semente após ele.

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Quando eles já haviam jurado, ele respondeu: “Venham agora, vamos levar conosco nossa senhora Zion. Como faremos? Eu mostrarei a vocês. Sigam meu plano e se Deus quiser seremos aptos a levar nossa senhora conosco. E se eles descobrirem o que fazemos e nos matarem, isto não deve nos incomodar, porque morreremos por nossa senhora Zion”. E eles disseram a ele: “Nós faremos tudo o que nos disse; vivendo ou morrendo, o faremos, estamos contigo pelo amor de nossa senhora Zion. Se morrermos, isto não nos causará tristeza, e se vivermos a vontade de Deus será feita!”. E um deles, o filho de Benaiah, Zacarias, disse: “Eu não posso me sentar por causa da grande alegria que está em meu coração. Me diga, tu podes de fato carregá-la e entrar na casa de Deus invés de teu pai Zadok, com as chaves em tuas mãos? Tu conheces a janela secreta que o Rei Salomão fez, mas que nenhum dos pastores pode usar, exceto teu pai, que a usa uma vez por ano no dia da consagração, para oferecer sacrifício na sagrada das sagradas, em seu nome e em nome de seu povo? Pondere, considere e não adormeça sobre teu desejo de levar Zion. E nós partiremos com ela o mais breve possível, e nós nos alegraremos enquanto nossos pais sofrem quando ela chegar conosco na Etiópia”. Azariah então disse: “Faça o que eu te digo, e nós teremos sucesso. Me deem dez ‘didrachmas’ (moedas de prata antiga que pesavam dois dracmas), e eu as darei a um carpinteiro para que ele me prepare boas pranchas de madeira, por causa de seu amor pelo dinheiro ele as produzirá rapidamente com o tamanho e a largura de nossa senhora Zion. Eu mesmo darei as dimensões, e direi a ele: ‘Prepare-me pedaços de madeira em uma estrutura para que eu posso construir uma jangada, pois nós vamos viajar pelo mar, e se por acaso o navio afundar, eu usarei a jangada, e assim seremos salvos do mar. Eu pegarei os pedaços de madeira separados para que eu mesmo possa montá-la’. Então eu a colocarei na habitação de Zion, e eu a guarnecerei na rouparia de Zion, e eu tomarei Zion, e então cavarei um buraco no chão e a colocarei lá, até que mós portamos e levemo-la conosco, mas não contarei nada ao rei até que já estejamos viajando”. Todos entregaram as fez “didrachmas”, e este dinheiro formou mil e quarenta “didrachmas”, que ele deu ao carpinteiro que fabricou uma obra prima com os pedaços de madeira que sobraram do santuário, e Azariah regozijou-se e a mostrou aos seus irmãos.

44 - A TRAMA PARA A REMOÇÃO DO TABERNÁCULO DE ZION DO TEMPLO EM JERUSALÉM Enquanto Azariah dormia o anjo do Senhor apareceu a ele e disse: “Pegue quatro cabras e elas devem ser o seus pecados; e quatro ovelhas puras e um touro nos quais a escravidão ainda não tenha se deitado. E tu deves oferecer o touro em sacrifício no lado leste de Zion, e a ovelha e a cabra nos lados direito e esquerdo, e para o oeste, no qual as saídas estão fechadas. E seu senhor Davi II (Menyelek I) deve falar com o Rei

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Salomão e dizer: ‘Uma coisa eu te pergunto pai, eu ofereceria em sacrifício a cidade sagrada de Jerusalém, e para minha senhora Zion, o mais sagrado dos tabernáculos da lei de Deus’. E Salomão dirá a ele: ‘Então o faça’, então Davi II dirá: ‘Deixe o filho do pastor oferecer o sacrifício no meu lugar, assim como ele sabe; e ele te dará o comando, e tu deves oferecer o sacrifício. E tu deves trazer o Tabernáculo da Lei de Deus após ter oferecido o sacrifício, e eu te mostrarei novamente o que deves fazer em respeito à retirada dela; pois isto é para Deus. Pois Israel provocou a ira, e por esta razão Ele fará com que o Tabernáculo da Lei de Deus se livre deles”. Quando Azariah acordou de seu sonho ele regozijou e seu coração e sua mente estavam claros. Ele lembrava tudo o que o anjo havia dito durante a noite, e como ele o havia selado e dado a força para ele. Então ele foi aos seus irmãos, e quando eles estavam reunidos, ele os contou o que o anjo havia mostrado; como o Tabernáculo da Lei de Deus e o reino do Rei Salomão seriam cassados por eles, com exceção das suas “varas” e como o reino seria dividido. Então Azariah disse: “Regozijem comigo. Eu o faço porque isto foi mostrado a mim; pela graça do pastorado e o reino deve partir conosco e será pela vontade de Deus. Agora vamos contar a Davi nosso senhor para que ele possa contar a seu pai: ‘Eu oferecerei o sacrifício’.” Então eles contaram a Davi o filho de Salomão e ele regozijou e ele enviou para Benaiah, para que ele enviasse para seu pai, e ele veio. Então Davi o enviou a seu pai e ele disse ao rei: “Há uma petição que eu devo fazer a ti, pois eu, seu teu servo, estou partindo, e desejo oferecer um sacrifício pelos meus pecados nesta cidade sagrada de Jerusalém e Zion, o Tabernáculo da Lei de Deus. E que a paz esteja com vossa majestade”.

45 - A OFERENDA DE AZARIAH AO REI E Benaiah então contou ao Rei Salomão, e o Rei regozijou e mandou aprontarem o altar do sacrifício para que seu filho pudesse fazer a oferenda. E ele trouxe e disse a ele que ele deveria dedicar a Deus cem bois, cem touros, dez mil ovelhas, dez mil cabras e dez de cada animal que pudesse ser comido e dez de cada ave limpa, para que ele pudesse oferecer sacrifícios ao rei de Israel; e vinte jarras de prata com a fina farinha branca, cada uma pesando vinte shekels, e quarenta cestas de pães. Tudo isto, Salomão o rei entregou ao seu filho. Novamente Davi enviou uma mensagem dizendo: “Deixe Azariah o pastor oferecer o sacrifício em meu lugar”; e Salomão disse: “Faça o que tu desejares”. E Azariah regozijou e trouxe do rebanho de seu pai um touro, no qual nenhuma escravidão já houvesse pousado, e quatro cabras e quatro ovelhas.

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E o rei foi oferecer o sacrifício, e os pastores se aprontaram, o povo se reuniu, e os pássaros regozijaram e todos estavam alegremente reunidos naquele dia. Então Azariah fez suas oferendas com as oferendas do rei e ele ofereceu com vasilhas, assim como o anjo havia dito. Após eles terem feito o sacrifício, eles voltaram para suas casas e dormiram.

46 - COMO ELES REMOVERAM O TABERNÁCULO DE ZION E olhe, o anjo do Senhor apareceu novamente para Azariah e permaneceu sobre ele como um pilar de fogo, e preencheu a casa com sua luz. E ergueu-se e disse: “Levantese, seja forte e erga Elmeyas e Abis e Makri e pegue os pedaços de madeira que eu abrirei para ti as portas do santuário. E pegue o Tabernáculo da Lei de Deus, e tu deves carregá-lo sem problemas ou desconforto. E como eu fui comandado por Deus, eu serei teu guia enquanto tu carregá-lo”. Azariah levantou-se rapidamente e acordou três homens, seus irmãos, e eles pegaram os pedaços de madeira e foram à casa de Deus (eles encontraram as portas abertas, tanto as de fora como as de dentro), ao exato lugar no qual Azariah achou Zion, o Tabernáculo da Lei de Deus; e eles pegaram no piscar de um olho, com o anjo do Senhor presente e guiando-os. Não era a vontade de Deus, Zion não podia ter sido levada. E os quatro a carregaram e a trouxeram para a casa de Azariah, então voltaram para a casa de Deus e assentaram a estrutura de madeira no exato lugar no qual estava Zion, e a cobriram com a cobertura de Zion, e fecharam as portas e voltaram para suas casas. Depois disto eles pegaram lâmpadas e as puseram no local no qual Zion estava escondida, e sacrificaram ovelhas e queimaram oferendas de incenso, e espalharam panos sobre o local e o guardaram em segredo por sete dias e sete noites.

47 - COMO SALOMÃO ABENÇOOU SEU FILHO DAVI II E então o rei da Etiópia levantou-se para partir para seu país e veio a seu pai para que pudesse orar em seu lugar, e disse a ele: “Abençoe-me meu pai”, e fez obediência a ele. E o rei ergueu-se e disse: “Abençoado seja o meu Senhor que abençoou meu pai Davi, e que abençoou nosso pai Abraão. Que ele esteja contigo para sempre, e abençoe tua semente assim como ele abençoou Jacó e fez suas sementes tão numerosas quanto as estrelas do céu e a areia do mar. E como Abraão abençoou Isaac seu filho, seja a tua benção como os céus e espaçosa como a terra, e que todos os animais da terra e todos os pássaros dos céus, os animais do campo e os peixes do mar, estejam sujeitos a ti. Sejas

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cheio, perfeito e gracioso, puro e correto, e misericordioso; não sejas opressivo, nem perverso, e nem proclame a ira. E que o inimigo tenhas medo de ti e teus adversários serão postos sob o solo de teus pés. E minha senhora Zion, a mais sagrada dentre as sagradas, o Tabernáculo da Lei de Deus, seja teu guia por todos os tempos; um guia em respeito àquilo que tu deves pensar em teu coração e fazer com teus dedos”. E Davi II foi abençoado, e ele fez obediência e partiu.

48 - O ADEUS DE DAVI II; A TRISTEZA DO POVO Os etíopes se despediram do rei e partiram; mas primeiro de tudo, durante a noite eles colocaram Zion em uma carroça junto com outras mercadorias e produtos de todos os tipos. Quando todos os vagões estavam cheios, os mestres da caravana se ergueram e as buzinas foram soadas e a cidade se excitou; a juventude gritou alto e a graça cercou Zion. Os velhos lamentaram, as crianças choraram, as viúvas se entristeceram e as virgens choramingaram por causa dos filhos dos nobres, os homens poderosos de Israel se preparavam para partir. Mas a cidade não lamentou por eles sozinha, mas porque a majestade da cidade havia sido carregada com eles, e apesar de ainda nãosaberem que Zion havia sido levada, eles sentiram a tristeza em seus corações e choraram muito; e eles estavam e ficaram como quando Deus matou o primeiro filho do Egito, pois não havia uma casa na qual não houvesse lamentação, dos homens aos animais; os cães ladraram e os asnos relincharam, e todos os que foram deixados derramaram juntos suas lágrimas. Foi como se um general de um poderoso exército houvesse sitiado a cidade e a capturado de assalto, e feito de seu povo prisioneiro e matado cada um deles com a lâmina de sua espada; assim estava a cidade de Zion, Jerusalém. Rei Salomão estava consternado com a lamentação que dominava a cidade, e ele olhou do telhado do palácio, o forte da casa do rei, e viu a cidade inteira chorando e seguindo a caravana. E como uma criança quando é removida do seio de sua mãe, seguindo-a e chorando, assim fez o povo seguiu e chorou, e eles acabaram com poeira sobre suas cabeças e derramaram lágrimas de seus olhos. Quando Salomão viu a majestade daqueles que haviam partido, ele ficou comovido e tremeu, seus joelhos dobraram enquanto lágrimas caíam gota a gota sobre sua roupa, e ele disse: “A desgraça sou eu! Pois minha glória partiu e a coroa de meu esplendor caiu. Minha barriga está queimando porque meu filho se foi, e a majestade de minha cidade e os nobres, as crianças de meus poderosos foram removidas. Deste momento nossa glória se foi, e nosso reino foi carregado para um povo estranho que não conhece Deus, assim como disse o profeta: ‘O povo que não me procurou me encontrará’. A partir de agora a lei e a sabedoria devem ser entregues a eles. E meu pai profetizou sobre eles, dizendo: ‘Etiópia deve se abaixar perante Ele, e Seus inimigos comerão poeira’. E em

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outro lugar ele disse: ‘Etiópia deve esticar suas mãos a Deus, e Ele a receberá com honra, e os reis da terra agradeceram a Deus’. E novamente ele disse: ‘Olhem os filisteus, e os tiranos e o povo da Etiópia, que nasceram sem lei. A lei deve ser dada a eles, e eles devem chamar Zion, graças ao homem que deve nascer’. Será este homem meu filho que foi gerado de mim?”.

49 - DAVI II (MENYELEK I) RECEBE A COBERTURA DO TABERNÁCULO DE ZION Então Rei Salomão disse a Zadok o pastor: “Vá, traga a cobertura que está sobre Zion, e pegue esta cobertura que é melhor que aquela outra, e a ponha sobre os dois querubins que estão abaixo”. Esta cobertura era feita de fios do mais fino ouro, trançados e torcidos em um padrão. “E os cinco camundongos que foram dados a Zion, e as dez figuras de sua vergonha, os emerods, que os nobres dos filisteus fizeram por sua redenção (nas franjas estão as figuras de ouro que vieram da terra de Kades, a qual Moisés, sobre o Sinai, comandou que fosse feitas sobre a roupa de Aaron seu irmão); com tudo isso reunido na cobertura de Zion, entregue-a a meu filho Davi. Pois sua mãe disse na mensagem de Tamrin seu servo: ‘Traga para nós algumas das franjas da cobertura de Zion, para que nós possamos venerá-la, nós e aqueles que estão sujeitos a nós e ao nosso reino’. E agora entregue-a a ele e diga: ‘Pegue esta cobertura de Zion, pois tua mãe enviou uma mensagem sobre isto, e disse a ti: ‘Nos dê algumas das franjas de sua cobertura para que nós possamos venerá-la, para que nós não sejamos como os pagãos que veneram outro Deus’.’ E Zion, o Tabernáculo da Lei de Deus, deverá ser um guia para ti aonde quer que tu estejas. Mas ele deve permanecer conosco para sempre apesar de não termos pago todas as honras devidas; e tu, apesar de não estar contigo, deverá honrá-la e reverenciá-la de acordo com o que é devido e com a verdade. Pois Deus disse a Eli através da boca de Samuel o profeta: ‘Eu desejo que tu permaneças, tu e a casa de teu pai, para oferecer incenso ao Tabernáculo da Lei de Deus e que tu residas perante mim para sempre, mas agora eu me arrependi. Eu virarei a face para ti, porque tu trataste minhas oferendas com desprezo e preferiu a teus filhos antes de mim. E agora, ele que me honrou eu honrarei, e ele que me estimou eu estimarei, e eu destruirei toda a sua semente’. Isto Ele disse porque os levites o estimaram. E disse a ele: ‘Pegue esta cobertura de Zion e a coloque no santuário, e quando sacrificares, vire teu rosto para nós, e sacrifique por Jerusalém e pela sagrada Zion; e quando orares vire teu rosto para Jerusalém’.” E Zadok o pastor foi e entregou a Davi a cobertura de Zion, e ele entregou a ele todos os mandamentos dos quais Salomão havia falado. E Davi, o filho de Salomão regozijou profundamente e disse no momento em que a cobertura foi concedida aos seus cuidados: “Isto deve ser para mim Minha Senhora”. E seu pai disse a ele: “Ele regozijou

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sobre a cobertura de Zion e ele deve subjugar todos nós, se não estivesse voltando para seu próprio país, a Etiópia”. Então eles encheram os vagões, os cavalos e as mulas para partirem, e começaram sua jornada. E Miguel o arcanjo marchou na frente e abriu suas asas e os fez marchar através do mar e da terra seca, e sobre a terra seca ele cortou caminho para eles e abrindo-se todo como uma nuvem sobre eles, ele os protegeu do insuportável calor do sol. E nenhum homem carregou seu vagão, mas homem, cavalo, mula ou camelo, todos foram erguidos do chão como se pesassem um cúbito (antiga medida de cumprimento, equivalente a dezoito polegadas), e todos aqueles que cavalgaram sobre animais foram erguidos como se fossem o arco feito pelos braços de um homem. E todos viajaram em vagões como navios no mar quando o vento sopra, como um morcego pelo ar e como uma águia quando seu corpo é levado pelo vento. Assim eles viajaram.

50 - O PRESENTE DA CARRUAGEM DE ZION PARA A ETIÓPIA Então eles rumaram para Gaza, a cidade da mãe do rei, a qual Salomão deu à rainha da Etiópia quando ela veio a ele. E de lá eles chegaram em um dia à fronteira de Gebes no Egito, o nome dela é “Mesrin”. E quando os filhos dos guerreiros de Israel viram que eles percorreram em um dia uma distância que normalmente tomaria trinta dias de marcha, e que eles não estavam cansados, nem famintos e nem sedentos, nem os homens, nem os animais, e que todos sentiam como se tivessem comido e bebido muito, estes filhos dos guerreiros perceberam que aquilo só podia ser coisa de Deus. Então eles disseram ao seu rei: “Deixe-nos pararmos nossos vagões, pois nós viemos para as águas da Etiópia. Este é Takkazi (Rio Nilo), que flui desde a Etiópia e molha o Vale do Egito”. E eles pararam seus vagões por lá e armaram suas tendas. Então os filhos dos guerreiros de Israel vieram e guiaram todo o povo, e disseram a Davi: “Nós temos agora que te contar e revelar um segredo. O sol que vem dos céus e foi dado à Israel no Sinal, e se tornou a salvação da raça de Adão, de Moisés, a semente de Jesse, olhe ele agora foi dado a ti pela vontade de Deus, pela vontade Dele que o fabricou e construiu-o, isto aconteceu. E agora Deus escolheu a ti para ser o servo da sagrada Zion, o Tabernáculo da Lei de Deus, e ela será um guia para ti, agora e sempre, para ti e para tua semente. Pois tu não conseguirás levá-la de volta mesmo que desejares, e teu pai não pode tomá-la, pois ela veio por vontade própria, e não pode ser removida do local se ela não quiser. E olhe, é a nossa salvação, nosso forte e nosso local de refúgio, nossa glória e o abrigo de nossa segurança”. Quando Azariah disse isto, Rei Davi ficou perturbado e disse: “Na verdade, ó Senhor, lembre-nos na misericórdia, nós os resguardados, o povo que tu rejeitaste, agora posso eu ver tua pura moradia que está no céu, a sagrada Zion? Como podemos agradecer ao

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Senhor pelas coisas boas que fizeste por nós? Ele nos coroou com sua graça para que nós pudéssemos conhecer sua oração sobre a terra e servi-lo de acordo com Sua grandeza. Pois Ele é bom para Seus escolhidos, e a Ele pertence o louvor para todo o sempre”. Então Rei Davi se levantou e saltou como uma jovem ovelha e como uma jovem cabra que houvesse mamado abundantemente em sua mãe, e como seu avô Davi, regozijou perante o Tabernáculo da Lei de Deus. Ele golpeou o chão com seus pés e chorou de alegria com sua boca, e grande alegria e felicidade invadiram o acampamento do rei da Etiópia. Eles arrastavam os pés no chão como jovens bois; eles batiam suas mãos juntos e maravilhados; então esticaram suas mãos em direção ao CEI e se abaixaram com seus rostos no chão e agradeceram a Deus em seus corações.

51 - COMO O POVO DA ETIÓPIA REGOZIJOU E o Rei Davi II (Menyelek I) veio e se ergueu perante Zion e ele saudou-a e fez obediência a ela, e disse: “Ó Senhor Deus de Israel, seja louvado, porque fizeste tua vontade e não a dos homens. Tu fizeste um homem sábio esquecer-se de sua sabedoria, e destruiu o conselho de teu conselheiro. Tu ergueste um homem pobre e assentou o solo de seus pés como uma rocha forte. Pois um copo cheio de glória está em tuas mãos para aqueles que amam a ti. E quanto a nós, nossa salvação virá de Zion e Ele removerá o pecado de Seu povo, e a bondade e a misericórdia serão espalhadas por todo o mundo. Pois nós somos a obra de tuas mãos, e quem pode nos perturbar se Ele nos ama assim como Israel a seu povo?”. “E quem pode reprová-lo se Ele nos ergueu aos céus e a Seu trono? Pois a vida e a morte são Dele, e a glória e a sua desonra estão em suas mãos; Ele tem o poder de punir ou multiplicar Sua compaixão”. Depois disso, Rei Davi ponderou e disse: “Olhe Zion, olhe nossa salvação, olhe ele que regozija, ele que adorna com esplendor como o sol, olhe ele decorado como uma noiva, não com a roupa da glória efêmera, mas ele decorado com a glória e o louvor que são de Deus, pois tu és a habitação de Deus nos céus, o Senhor dos exércitos”. Assim falou Davi o rei, filho de Salomão, rei de Israel. Pois o espírito da profecia descende dele por causa de sua alegria, e ele não sabia o que havia dito e ele era como Pedro e João no alto do Monte Tabar. E todos maravilhados disseram: “Este, o filho do profeta, deve ser classificado dentre os profetas!”.

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E o povo da Etiópia tocou flautas, e cornetas, baterias e gaitas, e o rio do Egito ficou estremecido com o som de suas canções; e com eles vinham choros de alegria. Então os ídolos que eles haviam feito com suas mãos na forma dos homens, cachorros, gatos, altas torres, e também pássaros de ouro e prata, caíram e se transformaram em pedaços. Pois Zion brilhava como o sol, e com sua majestade eles ficaram consternados. Então prepararam Zion e puseram presentes a seus pés, a colocaram em sua carruagem, espalharam púrpura ao seu redor. A deixaram bela e cantaram canções a sua volta. Então os vagões iniciaram sua jornada logo pela manhã, e o povo cantou músicas para Zion, e todos foram novamente erguidos como penas e se despediram do Egito, passaram pelas pessoas como sombras, e o povo venerou-os, pois viram Zion se movendo pelos céus assim como o sol, e todos correram atrás da carruagem de Zion, alguns atrás e outros na frente. Então chegaram a Al-Ahmar, que fica em Eritrea, no Mar Vermelho, a mesma foi dividida pela mão de Moisés e as crianças de Israel marcharam nas profundezas dela como se fosse terra seca. Nesta época o Tabernáculo da Lei de Deus não havia sido dado a Moisés, e portanto a água só se uniu junta, uma parede na mão direita e outra na mão esquerda, e permitiu que Israel passasse com seus animais e crianças e suas esposas. Após cruzarem o mar, Deus falo com Moisés e entregou a ele o Tabernáculo da Aliança como o Livro da Lei. Quando a sagrada Zion atravessou com eles que cantavam canções e tocavam harpas e flautas, o mar os recebeu e suas ondas saltaram e rugiram como um leão nervoso, e trovoou como o trovão de Damasco e Etiópia quando a luz abriu as nuvens. O mar venerou Zion, e seus vagões foram erguidos por sobre as nuvens. E havia alegria sobre o mar de Eritrea, e o povo da Etiópia que havia vindo ao mar regozijou extremamente, com grande alegria, maior do que a de Israel quando ela veio ao Egito. Quando eles chegaram ao Monte Sinai e pararam em Kades, eles permaneceram lá enquanto os anjos cantavam canções e as criaturas do mundo espiritual derramavam suas orações com as crianças da terra, com canções, salmos e tamborins, alegremente. Novamente eles encheram os vagões e partiram, e rumaram para a terra de Medyam, e chegaram ao país de Belontos, que é um reino da Etiópia. Então acamparam lá, pois haviam alcançado a fronteira de seu país com glória e alegria, sem turbulências no caminho, através do vagão do espírito da noite dos céus e pelo Arcanjo Miguel. E todas as províncias da Etiópia regozijaram, pois Zion enviava uma luz como a do sol na escuridão, aonde quer que ela fosse.

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52 - ZADOK O PASTOR DESCOBRE QUE O TABERNÁCULO DE ZION DESAPARECEU Quando Zadok o pastor retornou a Salomão o rei, ele o encontrou triste. E o rei disse a Zadok o pastor: “Quando a rainha veio, apareceu para mim uma visão durante a noite: Parecia que eu estava parado em uma câmara de Jerusalém e o sol desceu dos céus até a terra de Judah, e iluminou- com grande esplendor e depois iluminou o país de Negus, a Etiópia e não retornou à Judah. E novamente o sol desceu dos céus e iluminou Judah com mais força do que antes, mas os israelitas não prestaram atenção a ele, e tramaram para acabar com sua luz. Mas ele se ergueu de um lugar que ninguém esperava, e brilhou sobre os países de Roma e Etiópia, e sobre todos aqueles que acreditaram nele”. Zadok o pastor respondeu: “Ó meu senhor, por que não me contaste antes que havia tido tal visão? Tu fizeste meus joelhos tremerem. Que a desgraça caia sobre nós se nossos filhos levaram a nossa senhora, a sagrada Zion, o Tabernáculo da Lei de Deus!”. E o rei disse: “Nossa sabedoria foi abandonada e nossa compreensão enterrada. O sol que apareceu para mim há muito tempo enquanto eu dormia com a rainha da Etiópia é o símbolo de Zion. Mas me diga, ontem quando tu pegaste a cobertura de Zion, tiveste a certeza de que ela estava lá?”, e Zadok respondeu: “Não, meu senhor; haviam três coberturas sobre ela, e eu peguei apenas a primeira, e pus sobre ela a cobertura que me deste, e trouxe a outra”. Então o rei disse: “Vá rápido e olhe nossa senhora, examine-a de perto”. Então Zadok pegou as chaves e abriu a casa do santuário, e examinou o loca, mas não encontrou nada exceto a estrutura de madeira que Azariah fabricou para substituir Zion. Quando Zadok viu isto, ele caiu com seu rosto no chão, e seu espírito saiu dele, pois ele estava apavorado e ficou como se estivesse morto. Quando ele se preparava para sair, Salomão enviou Benaiah para buscá-lo, e ele o encontrou quase morto. Benaiah então o levantou e sentiu seu coração e seu nariz para tentar encontrar algum sinal de vida, ele o ventilou e o colocou sobre a mesa. Então Zadok se levantou e olhou o lugar no qual Zion estava, e não a viu, e novamente caiu no chão, e ficou com poeira em sua cabeça, levantou-se e saiu pelas portas da casa de Deus, chorando; e o som de seu lamento era ouvido até no palácio do rei. Rei Salomão então se ergueu e mandou o arauto gritar e os soldados tocaram as trombetas para que o povo pudesse perseguir os homens da terra da Etiópia, e se eles os pegassem, deveriam trazer seu filho de volta juntamente com o Tabernáculo de Zion, e deveriam matar todos os outros homens com suas espadas. Com sua boca ele falou: “Assim como viveu o Deus de Israel, eles são homens da morte e não da vida; eles merecem a morte porque roubaram a casa do santuário de Deus, e desejaram poluir a habitação de Seu nome em uma terra na qual não há lei”.

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53 - COMO SALOMÃO SE ERGUEU PARA MATÁ-LOS Assim falou o Rei Salomão. E o rei se erguei irado e se aprontou para perseguir os homens da Etiópia. Quando o rei, seus nobres e os homens poderosos da guerra se ergueram, os antigos de Israel, as viúvas e as virgens se reuniram na casa de Deus e choraram por Zion, pois o Tabernáculo da Lei de Deus havia sido levado. Então o rei mandou que os soldados fossem para a direita e para a esquerda, em busca da chance de que um dos fugitivos pudesse retornar com medo da perda. E o próprio rei seguiu a trilha dos homens pela estrada que levava à Etiópia, e enviou cavaleiros na frente para encontrar aonde estavam os homens, e voltarem com notícias. Os cavaleiros rumaram e chegaram ao Egito aonde os homens haviam acampado com seu rei. Os soldados do Rei Salomão questionaram o povo, e os egípcios disseram a eles: “Alguns dias atrás alguns homens etíopes passaram aqui; eles viajavam suavemente em vagões, como anjos e eram mais doces que as águias dos céus”. Então os soldados disseram: “Há quantos dias isto aconteceu?”, e os homens responderam: “Este é o nono dia desde que nos deixaram”. E alguns dos cavaleiros do rei retornaram a Salomão e disseram: “Eles deixaram o Egito há nove dias. Alguns de nossos companheiros rumaram para o mar de Eritrea em busca deles, e nós voltamos para reportá-lo, ó rei. No terceiro dia eles chegaram ao Rio Takkazi, no Egito; e nós chegamos no dia do Sabbath. Hoje voltamos a ti, no quarto dia da semana. Considere em tua sabedoria a distância que estes homem percorreram”. O rei estava nervoso e disse: “Pegue cinco deles. Até que descubramos a verdade em suas palavras”. O Rei Salomão e seus soldados marcharam rapidamente e chegara à Gaza, e o rei perguntou ao povo: “Quando meu filho os deixou?”. E eles responderam: “Ele nos deixou três dias atrás, e após encherem seus vagões nenhum deles viajou pelo chão, mas seus vagões foram suspensos pelo ar; eram mais leves que águias no ar, e toda sua bagagem viajou com eles pelo céu, seguindo o vento. Quanto a nós, pensamos que tu, em sua sabedoria, havia feito eles viajarem em vagões por sobre as nuvens”. Então o rei disse a eles: “Era Zion, o Tabernáculo da Lei de Deus, que estava com eles?”, e eles responderam: “Nós não vimos nada”.

54 - SALOMÃO CHEGA AO EGITO Quando o Rei Salomão deixou este lugar ele encontrou um dos nobres do Egito que o rei Faraó enviou a ele com presentes; havia uma grande abundância de tesouros com ele, ele chegou e fez obediência ao rei. E Salomão o questionou mesmo antes de ele apresentar seus presentes e credenciais: “Tu viste homens da Etiópia voando por este caminho?”. O embaixador do Faraó respondeu: “Ó rei, viva para sempre! Meu senhor, o

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rei Faraó me enviou a ti de Alexandria, e então eu vim para Cairo, a cidade do rei, e quando cheguei lá, estes homens da Etiópia de quem falaste, chegaram lá também. Eles alcançaram a cidade após uma passagem de três dias pelo Takkazi, o rio do Egito, e eles estavam tocando flautas, e viajavam em vagões como um exército de seres espirituais. E quem os viu disse: ‘Estes, sendo antes criaturas da terra, se tornaram seres sagrados’. Quem então é mais sábio do que Salomão o rei de Judah? Mas ele nunca viajou desta maneira, em vagões com asas. E aqueles que estavam nas cidades e testemunharam quando estes homens chegaram ao Egito, nossos deuses e os deuses do rei caíram e se quebraram em pedaços, e as torres dos ídolos se tornaram fragmentos. E eles perguntaram aos pastores, os divinos do Egito a razão pela qual nossos deuses caíram, e eles responderam: ‘O Tabernáculo da Lei do Deus de Israel, que veio dos céus, está com eles e viverá em seu país par a sempre’. E foi por causa disto, que quando eles chegaram à terra do Egito nossos deuses se quebraram”. “E tu ó rei, do qual a sabedoria não tem igual sob os céus por que deixaste o Tabernáculo da Lei de Deus, o qual teu pai manteve puro para ti, partir? Pois de acordo com o que escutamos, o Tabernáculo é usado para te livrar das mãos de teus inimigos, e o espírito da profecia que está nele, é usado para conversar com você e o Deus do céu que mora nele em Sua sagrada santidade e você é chamado o homem da casa de Deus. Por que tu deste tua glória para outro?”. Salomão respondeu com sua sabedoria: “Como pode Davi ser apto a levar nossa senhora Zion, se ela está conosco?”

55 - O LAMENTO DE SALOMÃO PELO TABERNÁCULO DE ZION Salomão entrou em sua tenda e chorou, e disse: “Ó Deus, tu tiraste de nós o Tabernáculo de Tua Aliança em meus dias? Se ao menos tivesse tirado minha vida antes disto! Pois não podes fazer de Tuas palavras meras mentiras, e não podes quebrar a aliança que fizeste com nossos pais, com Noé teu servo que manteve a pureza, com Abraão que não transgrediu teus mandamentos e com Isaac teu servo que manteve o corpo puro, sem a poluição do pecado, com Israel, Tua sagrada, q qual tu chamaste ‘Teu povo Israel’, e com Moisés e Aaron os pastores, nos dias que Tu fizeste o Tabernáculo da Lei descer dos céus sobre a terra, as crianças de Jacó, Tua herança, com Tua lei e Teus mandamentos na forma da constituição dos anjos. Pois Tu já fizeste Zion ser a habitação de Tua glória sobre a montanha do santuário. E novamente Tu deste para Moisés a carga para que ele servisse nobremente sobre a terra e a fizesse morar na ‘Tenda do Testemunho’, para que Tu pudesses vir da montanha de Teu santuário e fazer o povo escutar Tua voz e estivessem aptos a andar no caminho de Teus mandamentos. Agora eu sei que Tu consideras Tua herança em local mais iluminado que Teu povo de Israel. Até esta época, ela estava conosco e nós não a administramos corretamente, e por esta razão Tu estás bravo conosco e viraste Tua face para mim. Ó Senhor, não olhe para nossos atos errados, mas considera a bondade de nossos antepassados.

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Meu pai Davi, Teu servo, desejou construir uma casa em Teu nome, pois ele havia ouvido a palavra de Teu profeta que disse: ‘Qual é a casa para minha moradia, e qual é o local no qual posso descansar?. Não foram as minhas mãos que fizeram tudo isto, disse o Senhor, que governa tudo? É impossível para ti construir tudo isto, mas aquele que saiu de teus quadris deverá construir uma casa para mim’. E agora, ó Senhor, Tua palavra não foi mentira, e eu construí Tua casa, com Tu sendo meu guia. E quando eu terminei de construir Tua casa, eu trouxe o Tabernáculo da Aliança para morar nela, e ofereci sacrifícios em Teu sagrado nome, e Tu olhaste para isto com bondade. E a casa foi preenchida com Tua glória, o mundo todo foi preenchido com Tua soberania, e Teu povo regozijou com a visão de Tua glória. Este é o terceiro dia depois daquela época, e Tu retiraste Tua luz de nós para que pudesses iluminar aqueles que estão na escuridão. Tu retiraste nossa honra para que pudesses honrar aqueles que não tem honra; Tu retiraste nossa majestade para entregá-la àqueles que não a tem; Tu levaste nossa vida para dá-la àqueles que estão longe de Ti. A desgraça sou eu! Eu choro. Erga-se Davi meu pai e chore comigo por nossa senhora Zion, pois Deus nos negligenciou e tirou nossa senhora de teu filho. A desgraça sou eu! Pois o sol dos puros me negligenciou. A desgraça sou eu! Pois nós negligenciamos os mandamentos de nosso Deus, e nós nos tornamos rejeitados na terra. Como pastores nós agimos errado, e como reis nós não fizemos o que era certo a respeito da justiça dos órfãos. Que a desgraça caia sobre nós! O que é sagrado se foi para longe de nós, e nós estamos castigados. Nossa alegria se virou para nossos inimigos, e a graça que era nossa foi removida de nós. Nossas costas estão viradas para as lanças de nossos inimigos. Que a desgraça caia sobre nós! Nossas crianças se tornaram prisioneiras daqueles que recentemente eram nossos prisioneiros. Nossas viúvas e nossas virgens lamentam. Que a desgraça caia sobre nós! Nossos velhos choram e nossos jovens se entristecem. Nossas mulheres derramam lágrimas e nossa cidade está devastada. Deste dia até o último de nossos dias nós choraremos, assim como nossas crianças, pois a glória da filha de Zion foi levada, e a glória da filha da Etiópia só cresceu. Deus está bravo, e quem mostrará compaixão? Deus sujou, e quem limpará? Deus planejou e quem desafiará Seus planos? Deus falou, e tudo passou. Deus tirou e ninguém trará de volta. Nosso nome era honrado e agora não é nada. De homens da casa de Deus, nós nos tornamos homens de fora, e de homens de dentro das câmaras nós fomos jogados para fora por nossos pecados. Pois Deus ama o puro, mas os pastores não tinham nada de puros, e amavam o impuro. Os profetas nos castigaram, mas nós não aceitamos a maldição, e eles quiseram nos fazer escutar, mas nós não escutamos. Que a desgraça caia sobre nós! Por nossos pecados nós somos rejeitados e graças à nossa apostasia nós seremos punidos. A soberania não fornece nada sem pureza, e o julgamento não fornece nada sem justiça, e

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as riquezas não fornecem nada sem o temor a Deus. Os pastores amam as palavras das fábulas mais que as palavras das escrituras; e eles amam o som da harpa mais que o som do Saltério (O Livro dos Salmos); eles amam as orações dos homens mais do que o orador; eles amam as risadas e a fornicação mais do que os julgamentos da vida; eles amam o vinho e as bebidas mais que os sacrifícios de Deus. Eles amam a ociosidade mais do que o louvor; eles amam possuir mais do que dar; e eles amam dormir mais do que orar, cochilar mais do que assistir. Que a desgraça caia sobre nós! Ó Zion, nós fomos negligentes no que diz respeito aos mandamentos de Deus. Nós amamos as palavras dos contadores de fábulas mais do que as palavras de nossos pastores. Nós desejamos contemplar a face de nossas mulheres mais do que a face de Nosso Deus no arrependimento. Nós amamos as palavras dos tolos mais do que as palavras dos sábios, e amamos mais as palavras tolas do que as palavras dos profetas. Por livre e espontânea vontade nós poluímos nossas vidas. O arrependimento e a misericórdia não foram feitos por nós. Ele nos deu a glória e nós a jogamos fora; Ele nos fez sábios e por livre e espontânea vontade nos tornamos mais estúpidos que os animais. Nós preferimos a luxúria do alimento que se torna esterco do que a comida da vida, que dura para sempre. Nossos governantes e o povo fizeram o que Deus odeia, e eles não amam o que Deus ama; o amor pelos vizinhos e pelos humildes, misericórdia pelos pobres, paciência e o amor da casa de Deus. Mas o que Deus mais odeia é a idolatria, a divinação, a magia e a bruxaria, o roubo, a opressão, a fornicação, a inveja, a bebida, os falsos testemunhos, e os juramentos mentirosos. Todas essas coisas que Deus odeia nós fizemos. E foi por causa disto que Deus tirou o Tabernáculo da Aliança de nós e o entregou ao povo que faz Suas vontades e Suas leis. Ele virou Sua face contra nós e iluminou-os. Ele nos desprezou mas amou a eles; Ele mostrou a misericórdia para eles mas não para nós. Pois Ele jurou por Ele mesmo que não tiraria o inverno e o verão, plantio e colheita, fruto e trabalho, sol e lua, enquanto Zion estivesse na terra, e que nunca destruiria o céu nem a terra, fosse com o dilúvio ou com o fogo, e que Ele não se livraria dos homens, animais, répteis ou coisas estranhas, mas que mostraria misericórdia pelo trabalho de Suas mãos, e que multiplicaria Sua misericórdia para aquilo que Ele fez. Mas quando Deus levou o Tabernáculo de Sua Aliança, ele destruiu o céu e a terra, e toda a Sua obra; e neste dia Deus nos desprezou e tirou de nós o Tabernáculo de Sua Lei”. Enquanto Salomão dizia tais coisas ele não parou de chorar, e as lágrimas escorriam por suas bochechas continuamente. Então o espírito da profecia respondeu a ele: “Por que estás triste? Isto aconteceu pela vontade de Deus. E Zion não foi dada a um alienígena, mas para teu primeiro filho, que deverá sentar no trono de teu pai Davi”.

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“Pois Deus jurou a Davi, e Ele não se arrependeu, que do fruto de seu corpo Ele faria se sentar no trono para sempre, no Tabernáculo de Sua Aliança, a sagrada Zion. E eu o colocarei sobre os reis da terra, e seu trono será como nos dias dos céus e como a ordem da lua para sempre. E ele que sentar no trono da soberania nos céus, deverá governar os mortos e os vivos na carne para sempre”. “E os anjos e os homens servirão a ele, e toda língua o louvará, e todo joelho se curvará perante ele, nos céus e na terra. Conforte-se com estas palavras e volte para tua casa, e não deixe teu coração triste”. O rei se conformou com estas palavras e disse: “A vontade de Deus foi feita, e não a vontade dos homens”. E novamente o anjo surgiu e disse: “Quanto a ti, tu deves construir a casa de Deus, e ela será a glória e o suporte para ti; e se tu mantiveres Seus comandos e não servir a outros deuses, tu serás amado por Deus, assim como Davi teu pai”.

56 - O RETORNO DE SALOMÃO A JERUSALÉM Quando Salomão voltou à cidade de Jerusalém, ele chorou junto com os idosos de Jerusalém, uma grande lamentação na casa de Deus. E depois, o rei e Zadok o pastor se abraçaram, e novamente choraram na moradia de Zion, então permaneceram em silêncio por um longo tempo. Finalmente os idosos se levantaram e falaram ao rei: “Não fiques triste, nosso Senhor, pois nós sabemos que sem vontade de Deus Zion não morará aonde quer que seja e nada acontece sem a vontade de Deus. Sobre Zion nos tempos antigos, nos dias de Eli o pastor, antes de nossos pais pedirem por um rei, os filisteus carregaram o Tabernáculo da Lei de Deus e o levaram para sua cidade e a puseram na casa de seu rei, Dagon. E Dagon se quebrou em pedaços e foi destruído, e se tornou pó. Sua terra se tornou um deserto e os ratos comeram todos os frutos da terra e o povo sofreu furúnculos e feridas. Então os filisteus se reuniram com seus pastores e disseram: “Como podemos nos livrar destas doenças e turbulências que caíram sobre nós e sobre nosso país?”. E os pastores meditaram e pediram para ficarem sozinhos, e trouxeram seus instrumentos mágicos e ponderaram e pensaram em um jeito para se livrarem das maldições. Eles descobriram que a punição que caiu sobre a cidade veio por causa de Zion. Então eles foram aos seus reis e seus governadores e disseram a eles: ‘Tudo veio abaixo através da sagrada Zion, o Tabernáculo da Lei de Deus. E agora é por isso que a levaremos de volta à sua cidade, seu país e sua casa. Não a devolveremos vazia, mas daremos a ela oferendas para que ela se esqueça de nossos pecados, e guarde as

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turbulências quando retornar para sua casa. Se não a levarmos de volta nada de bom acontecerá, não é bom forçá-la a viver conosco, pois a punição continuará’. O rei e os governadores disseram aos pastores: ‘Que presente devemos dar a ela e como a mandaremos de volta? Pensem e nos digam o que fazer’. E os pastores formaram um conselho e disseram ao rei e aos governadores: ‘Faça para ela de acordo com nossas casas, sessenta imagens de ratos em ouro, pois os ratos destruíram nossa terra, e sessenta imagens de um membro de um homem, pois nosso povo sofreu com furúnculos e feridas nos membros’. E os filisteus fizeram como foram mandados, cento e vinte oferendas de ouro para Zion. E os pastores disseram: ‘Deixe-os trazer dois camelos que deram a luz ao mesmo tempo e ponha-nos em uma carruagem. Mantenham os jovens em casa e calados; domine os camelos e depois os solte e deixe-os ir aonde quiserem. Se eles marcharem direto para Jerusalém, nós saberemos que Deus mostrou compaixão por nossa terra, mas se eles correrem para o local de onde vieram, então saberemos que Deus ainda está desapontado conosco e não removerá Suas punições’. Os filisteus fizeram como foram mandados pelos pastores, e mandaram Zion de volta, e se prostraram perante ela. E os camelos rumaram diretamente para a terra de Judah e o povo os recebeu, e aqueles que não os receberam eram homens da casa de Dan, e eles não homenagearam Zion pois eles a tinham em ira e desacreditavam em Deus. Então eles quebraram os vagões em pedaços e fizeram com que os camelos fossem sacrificados, mas Zion retornou ao seu lugar, e enquanto Zion estava em sua casa, Samuel o profeta administrou-a, e a visão e a profecia foram reveladas para ele, e ele agradou a Deus em todas as suas ações, e ele governou Israel por quarenta e oito anos. Depois dele, o povo pediu a Deus um rei, assim como todas as nações que os rodeavam. E Samuel apontou Saulo o rei, e ele reinou por quarenta anos; ele era da tribo de Benjamim, que era a mais nova das tribos de Israel. Samuel o profeta também apontou teu pai Davi e quando os filisteus lutaram com Saulo o rei, Saulo foi conquistado e morreu com Jonathan seu filho. Aqueles filhos de Saulo desejavam levar Zion embora, quando souberam que sei pai e seu irmão haviam morrido. E quando desejaram escondê-la e levá-la para o vale de Gilboa, para que teu pai Davi não a levasse, ela não permitiu que eles a carregassem até que teu pai viesse e levasse ela embora, mas não com oferendas ou incenso. Pois era impossível carregar Zion a não ser que ela quisesse e Deus desejasse. E novamente, quando teu pai reinou em Israel, ele a levou da cidade de Samaria e a trouxe para Jerusalém, dançando perante ela, e batendo palmas graças à alegria que ela provocava; pois ela foi levada por ele para que pudesse vir à cidade de teu pai.

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E quanto àquilo que disseste sobre a ida de Zion para a Etiópia, se Deus quiser, não há ninguém que vá impedir; pois ela foi por vontade própria e por vontade própria ela voltará, se assim Deus quiser. E se ela não retornar, assim será o belo prazer de Deus, e quanto a nós, se Deus quiser, Jerusalém permanecerá para nós o lugar no qual tu construíste a casa de Deus. Então agora não deixe teu coração triste, mas conforte-se com o que te disse; e a sabedoria que o Deus de Israel deste para ti, renovou-se. Pois a sabedoria é uma coisa estranha. Como uma lâmpada não é o sol, e vinagre e aloe não são utilizados como o mel, e as palavras dos tolos não são benéficas para o homem sábio. E como a fumaça é para os olhos, e como uma fruta verde é para os dentes, assim são as palavras dos tolos para o homem sábio, não benéficas”.

57 - OS ANCIÃOS DE ISRAEL MANTÊM EM SEGREDO A PARTIDA DE ZION Salomão o rei respondeu: “Escutem o que eu tenho a dizer a vocês: Suponham que Ele tenha me levado enquanto eu estava carregando Zion, o que é impossível para Deus? E suponha que Ele fizesse com que eles herdassem de nossa cidade e nos destruírem; o que é impossível para Deus? Pois tudo está nele e nada pode desafiar Sua vontade, e não há ninguém que possa se opor a seus mandamentos nos céus acima ou na terra abaixo. Ele é o rei do qual o reino jamais, jamais passará. Mas agora deixem-nos ir e ajoelhar na casa de Deus”. E os anciãos de Israel, junto com seu rei foram para a casa de Deus, e adentraram a sagrada das sagradas e se prostraram e suplicaram, e pediram a benção de Deus. Então Salomão chorou na moradia da sagrada Zion, o Tabernáculo da Lei de Deus, e todos choraram com ele, e algum tempo depois eles se acalmaram. Então o Rei Salomão disse: “Parem, para que os não circuncidados não possam se vangloriar sobre nós, e disse: ‘Sua glória foi levada, e Deus os abandonou’. Não revele nada ao companheiro alienígena. Vamos arrumar estes quadros que agora estão aqui, vamos cobri-los com ouro e decorá-los do jeito de nossa senhora Zion, e vamos colocar o Livro da Lei dentro”. “Jerusalém, seja livre, como é no céu sobre nós, a qual nosso pai Jacó viu, está conosco, e embaixo estão os portões do céu, a Jerusalém da terra. Se agirmos de acordo com as vontade de Deus, Ele estará sempre conosco, e nos livrará das mãos do inimigo, e das mãos de todos aqueles que nos odeiam. Que a vontade de Deus seja feita e não a nossa”. Através disso, ele nos tornou tristes. De agora em diante, Sua ira irá esfriar e, respeito a nós, e Ele não nos abandonará aos nossos inimigos, e não retirará Sua misericórdia de

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nós; Ele se lembrará da aliança que fez com nossos pais Abraão, Isaac e Jacó. Ele não dará de Suas palavras mentiras, e não quebrará a aliança que evita que as sementes de nossos pais sejam destruídas”. E os anciãos de Israel responderam: “Que teu bom prazer seja feito, e o bom prazer do Senhor Deus! Quanto a nós, ninguém irá transgredir tua palavra, e não contaremos a ninguém que Zion foi levada de nós”. E então os anciãos de Israel estabeleceram esta aliança com o Rei Salomão na casa de Deus. E Salomão viveu por mais onze anos após a partida de Zion, e então seu coração se virou de lado para o amor a Deus. E Ele esqueceu sua sabedoria através do excessivo amor pelas mulheres. Salomão amou muito a filha do Faraó o rei do Egito, que se chamava Makshara, e ele a trouxe para a casa que ele havia feito. No telhado haviam figuras do sol, da lua e das estrelas, e era tão iluminada durante a noite como era durante o dia. As vigas eram feitas de chumbo e o telhado de prata; e o chão era feito com blocos de safira, as paredes eram de pedras negras e vermelhas. Ele costumava morar lá graças ao seu amor pela casa e por Makshara, a filha do Faraó, rei do Egito. A Rainha Makshara possuía certos ídolos que seu pai havia dado a ela para que ela os venerasse, e quando Salomão a viu santificando-se por eles, não a repreendeu, nem a abandonou. Deus ficou irado com ele e o fez esquecer sua sabedoria. Mas ela multiplicava seus sacrifícios, sua adoração e sua loucura de acordo com a estupidez dos egípcios, e todas as pessoas de sua casa veneravam estátuas e aprendiam as tolices sobre a adoração de ídolos. Aproveitando o prazer da ignorância, eles adoravam com a filha do Faraó, e as crianças de Israel se juntaram a eles na adoração de ídolos. Salomão sentia prazer ao escutar as tolices. E quando ela percebeu que ele a amava e a tinha em grande estima, e fazia muitas questões sobre os deuses dos egípcios, ela se tornou muito agradável a ele e falava com ele com palavras açucaradas, com o discurso macio das mulheres e o sorriso doce que sempre vem acompanhado com uma maldade, com a virada de rosto e a assunção de um bom objetivo, e com uma reverência de cabeça. Com as ações deste tipo, ele conseguiu que seu coração se virasse contra Deus, e ela o incitou ao mal de sua obra, desejando trazê-lo para a loucura que era a adoração de ídolos. E conforme o mar profundo engole em suas profundezas o homem que não sabe nadar, até que a água o cubra e destrua a sua vida, assim fazia aquela mulher, desejando submergir Salomão o rei.

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PARTE IV A Queda de Israel

“Quando os pastores chefes portanto e os oficiais o viram, eles choraram, dizendo: Crucifiquem-no, Crucifiquem-no”.

(João 19:6)

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58 - COMO A FILHA DO FARAÓ SEDUZIU SALOMÃO Então a filha do Faraó apareceu perante Salomão e disse a ele: “É bom adorar os deuses como meu pai o faz e como todos os reis do Egito faziam antes dele”. E Salomão respondeu: “Eles chamam de deuses as coisas que foram feitas pelas mãos do trabalhador, em metal, pelo carpinteiro em madeira, pelo oleiro, pelo pintor, pelo escultor. Estes não são deuses, e sim o trabalho das mãos do homem, em ouro, prata, pedra, ferro e barro. E você chama de ‘nossos deuses’ coisas que não o são. Mas nós não adoramos nada que não seja o Sagrado Deus de Israel, e nossa Senhora, a sagrada Zion, o Tabernáculo da Lei de Deus, a qual nos foi dada para adorarmos, nós e nossa semente depois de nós”. E ela respondeu: “Teu filho levou Zion embora, teu filho a quem tu geraste, que surgiu de um povo alienígena, ao qual não foi indicado para se casar, de uma mulher etíope, que não é da tua cor, nem de teu país, e que é mais do que tudo, negra”. E Salomão respondeu: “Não és tu da raça da qual Deus nos impediu de tirar esposas? E tua raça é a raça dela, pois todos vocês são crianças de Ham. E Deus, tendo destruído sete reis da semente de Ham, nos concedeu esta cidade, que nós e nossa semente devemos morar aqui para sempre. E quanto a Zion, a vontade de Deus foi feita, e ele a entregou a eles para que eles pudessem venerá-la. E quanto a mim, eu não irei adorar nem sacrificar teus ídolos, e eu não farei tua vontade”. Em um dia ela se embelezou e assentou por ele, e ela se comportou com insolência e o tratou com desdém. E ele disse: “O que devo fazer? Tu fizeste tua cara feia para mim, e não como era antes, e tua forma não está como de costume. Peça-me, e eu concederei tudo o que desejares, e eu o farei para ti, para que tua face volte a ser graciosa como antes”, mas ela não disse uma palavra. E ele repetiu a ela que faria tudo o que ela quisesse. E então ela disse: “Jure para mim, pelo Deus de Israel”. Ele jurou para ela que faria tudo por ela, e que ele faria tudo o que ela dissesse. E ela amarrou um cordão escarlate no meio da porta do templo de seus deuses, e ela trouxe três gafanhotos e os colocou na casa de seus deuses, e disse a Salomão: “Venha comigo, sem quebrar o cordão, abaixe-se e mate estes gafanhotos e arranque suas cabeças”. E ele o fez. E ela disse: “Eu farei tuas vontades pois tu sacrificaste pelos meus deuses e os venerou”. Ele o tinha feito por causa do juramento que ela o fez fazer, mesmo sabendo que era um pecado adentrar a casa dos deuses dela. Deus comandou as crianças de Israel dizendo: “Vocês não devem se casar com uma mulher estranha, para que não sejam poluídos por elas através de seus deuses, e agraves da fraqueza de seu trabalho e da doçura de suas vozes; pois elas ganham o coração do homem simples com a doçura de suas vozes e com a beleza de suas formas elas destroem a sabedoria do homem tolo. Quem era mais sábio que Salomão? E ele foi seduzido por uma mulher. Quem era mais puro do que Davi? E ele foi seduzido por uma

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mulher. Quem era mais bonito que Amnon? E ele foi seduzido por Tamar, a filha de Davi, seu pai. E Adão foi a primeira criação de Deus, e ele foi seduzido por Eva, sua esposa; e através desta sedução a morte surgiu para todos os seres criados”.

59 - O PECADO DE SALOMÃO Salomão cometeu um grande pecado com a adoração de ídolos, e de um homem sábio ele se tornou um tolo, e seu pecado foi escrito no Livro dos Profetas, mas Deus tinha misericórdia por Salomão, pois este erro que foi escrito como pecado. E seu nome foi classificado junto com Abraão, Isaac, Jacó e Davi seu pai no livro da vida, nos céus. Pois Deus sempre perdoa aqueles que pecaram. Qual foi o maior dos dois pecados, o de Davi ou o de seu filho Salomão? Davi provocou a morte de Uriah na batalha, por meio de um plano para tomar sua mulher Bathsheba, que se tornou a mãe de Salomão; mas ele se arrependeu e Deus teve compaixão por ele.

60 – SOBRE A PROFECIA DE CRISTO De acordo com a interpretação da profecia, o nome Salomão significa no texto secreto “Cristo”. Salomão construiu a casa de Deus, e Cristo ergueu Seu corpo e o fez na igreja. E quando ele disse aos judeus: “Jogue fora esta casa, e em três dias eu a reconstruirei novamente”. Ele falava sobre a casa de Seu corpo. E enquanto Salomão multiplicou esposas de povos estranhos graças à sua beleza e encantamento, e desejos cresceram nele por causa de seu amor por elas, Cristo reuniu aqueles dos povos estranhos que não tinham lei, mas que acreditavam Nele. E não haviam homens não circuncidados para Ele, não havia pagãos, nem escravos, nem judeus, nem servos e nem homens livres; mas Ele os reuniu em Seu sagrado reino por Sua carne e sangue. Na canção das canções, Salomão cantava: “Existem sessenta homens poderosos em volta da cama de Salomão, todos treinados para a guerra e segurando espadas, cada um com sua espada sobre sua coxa”. O número sessenta indicava o número dos patriarcas puros, os profetas, apóstolos, mártires, crentes e santos que havia resistido à guerra contra Satanás. A palavra “espada” sendo interpretada, significa “a palavra das escrituras”. A palavra Senhor cortava como uma poderosa e afiada espada, assim como as escrituras cortavam do coração dos homens o perigo causado por perigosas fábulas e imaginações.

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Novamente Salomão cantava: “Rei Salomão fez uma carruagem para ele mesmo”, e estas palavras devem ser interpretadas como sendo: “Cristo realmente pôs em nosso corpo”. O nome Salomão no idioma hebraico significa “Cristo”. E os tolos judeus imaginavam que as palavras de Davi: “O Senhor me disse: ‘Tu és meu filho e neste dia eu te gerei’,” se referiam a Salomão se filho. “Ó Deus, dê o Teu julgamento ao rei, e Tua pureza ao filho do rei, para que ele possa julgar teu povo com pureza e suas necessidades com justiça. E ele deve viver e eles devem dar a ele o ouro da Arábia, e devem orar por ele continuamente, e devem seguilo com boas palavras, e ele será uma base para toda a terra no alto das montanhas, e seus frutos serão maiores que a sidra, e ele florescerá na cidade como a grama da terra, e seu nome estará diante do sol. Eu te trouxe da barriga perante a estrela da manhã. Deus jurou, e não se arrependerá; tu és Seu pastor para sempre, depois da consagração de Melchizedek”. Sobre esta profecia e outras como ela, que Davi profetizou sobre Cristo, os judeus tolos que são cegos do coração, dizem que as palavras de Davi se referiam a Salomão seu filho; isto é o que os judeus dizem, e eles fizeram Cristo ser Salomão por causa da similaridade dos nomes e da sabedoria, e porque ele era o filho de Davi em carne e osso. E apesar de aqueles que vieram depois de Davi e Salomão, ou seja Elijah e Elisha, saberem disso, mesmo assim eles escreveram, no Livro dos Reis, o pecado de Salomão como sendo dele, para que pudessem jogar a vergonha sobre os judeus, que são cegos no coração e inimigos da pureza. Salomão o rei, o filho de Davi o rei e profeta, era também rei e profeta, e ele profetizou muitas similaridades sobre Cristo e sobre a igreja, e ele escreveu quatro livros de profecias, e é classificado com Abraão, Isaac, Jacó e Davi seu pai no reino dos céus.

61 - O LAMENTO MORTAL DE SALOMÃO Salomão tinha sessenta anos quando foi atacado por uma doença. E seus dias não foram como os de Davi seu pai, foram vinte dias mais curtos, porque ele estava sob o domínio de uma mulher e venerava ídolos. E o anjo da morte veio e o golpeou no pé, e ele chorou e disse: “Ó Senhor Deus de Israel, eu fui conquistado pela lei terrestre, pois não há ninguém livre da vergonha perante Ti, Ó Deus, e não há ninguém puro e sábio perante Ti. Pois Tu avalias o coração. Nada permanece escondido de Ti. Tu olhas para as coisas escondidas como se elas estivessem reveladas e as busca no coração. Tenha misericórdia por mim Senhor. E se Tu tiveste misericórdia pelos puros que nunca transgrediram Teus mandamentos, o que é tão maravilhoso em Tua misericórdia? Mas se Tu mostrares misericórdia por mim, um pecador, Tua misericórdia serás uma coisa

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maravilhosa e graciosa. E apesar de haver pecado, lembre-se de Abraão, Isaac e Jacó, meus pais que não transgrediram Tuas leis. Tenhas misericórdia por mim, Senhor, por consideração a Davi Teu servo”. “Ó Mestre do mundo, e dos reis e dos governantes, ó Tu que fizeste dos tolos, sábios, tenha misericórdia por mim, Senhor”. E enquanto ele falava, lágrimas escorriam por sua face. Então o anjo de Deus desceu e disse: “Escute o que eu direi a ti, pelo Deus que me enviou. De um homem sábio tu te tornaste um tolo, e de um homem rico tu te tornaste um pobre, e de um rei tu te tornaste um homem comum, tudo através da transgressão dos mandamentos de Deus. O início de tua maldade foi a coleção de muitas esposas, pois através disto tu transgrediste os mandamentos de Deus e Sua lei, a qual Moisés escreveu e entregou a ti e à Israel, para que não casasses com muitas esposas de povos estranhos, mas apenas de sua própria nação e da casa de teus pais, para que tua semente fosse pura e sagrada, e assim Deus pudesse morar em ti”. “Mas tu seguraste iluminadamente a lei de Deus, pensando que era mais sábio do que Deus, e que teria muitos filhos homens. Mas a tolice de Deus é mais sábia do que a sabedoria do homem, e Ele apenas te deste três filhos homens: aquele que carregou a tua glória para uma terra estranha, e fez a habitação de Deus partir para a Etiópia; aquele que é manco de um pé e que sentará em teu trono pelo povo de Israel, o filho de tua esposa Tarbana da casa de Judah; e aquele que é filho de uma grega, uma criada, que nos últimos dias destruirá Rehoboam e todo o teu povo de Israel, e esta terra será dele porque ele acredita em Deus que está por vir, o Salvador. Então a tribo de Rehoboam (Judah) e aqueles que foram deixados em Israel, crucificarão aquele que está por vir, o Redentor, e tua memória será encoberta pela terra. Pois eles pensarão em um plano que não estarão aptos para cumpri-lo, e Ele ficará irado com eles e enterrará sua memória. E quanto a ti, José filho de Jacó será um símbolo para ti. Pois seus irmãos o venderam da Síria para a terra do Egito, e em sua saída para a terra do Egito, e lá nasceu a penúria em todo o mundo. E ele chamou seu povo e os livrou da penúria e deu a eles moradia na terra do Egito, o nome disto é Goshen. Pois ele mesmo foi rei sob Faraó, rei do Egito. Similarmente, o Salvador que virá de tua semente, livrará a ti, e te tirará de Sheol (região desconhecida; Hades; Inferno), na qual até a chegada do Salvador tu sofrerás a dor junto com teus pais, mas Ele te livrará, tu e aqueles que estão perante ti, e aqueles que virão depois de ti, de Adão e Sua chegada na tribo de Judah, e Ele te livrará de Sheol assim como José livrou seu povo da penúria. E como os egípcios fizeram os parentes de José escravos, os demônios fizeram de vocês escravos através do erro da adoração de ídolos.

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E como Moisés livrou seu povo da escravidão do Egito, o Salvador livrará vocês da servidão a Sheol. E como Moisés escreveu dez milagres e pragas perante Faraó o rei, o Salvador que virá de tua semente também trabalhará dez milagres perante teu povo. E assim como Moisés, após os milagres, dividiu o mar e fez com que seu povo o atravessasse sobre a terra seca, o Salvador explodirá as paredes de Sheol e o livrará. E como Moisés afogou Faraó e os egípcios no mar de Eritrea, o Salvador afogará Satanás e seus demônios em Sheol; pois o mar pode ser interpretado como Sheol (ruína), e Faraó como Satanás, e seus exércitos como os demônios. Então Moisés os alimentou com maná no deserto sem trabalho, o Salvador alimentará você com a comida do paraíso para sempre. E como Moisés os fez morar no deserto por quarenta anos sem roupas, e com o solo sob seus pés se tornando pranto, o Salvador o fará morar sem trabalho para sempre depois da ressurreição. E como Josué os trouxe à terra prometida, o Salvador o trará ao Jardim do Prazer. E como Josué matou sete reis de Canaan, o Salvador destruirá os pecadores e os calará no forte de Sheol”. 62 - A PÉROLA E O SALVADOR “E olhem, deverá surgir para ti um sinal que simbolizará a chegada do Salvador de tua semente, e que Ele livrará a ti, a teus pais e a tua semente com Sua chegada”. “Sua salvação foi criada na barriga de Adão na forma de uma pérola (semente), nem antes de Eva. E quando Ele criou Eva da costela de Adão, Ele a entregou a Adão e disse: ‘Multipliquem da barriga de Adão’. A pérola não saiu com Caim ou Abel, mas sim com o terceiro que veio da barriga de Adão, e entrou na barriga de Seth. E então, passando dele, a pérola foi para todos aqueles que eram os filhos mais velhos, até chegar a Abraão. Mas ela não passou de Abraão para seu primeiro filho Ishmael, mas ela esperou e passou para Isaac o puro. E ela novamente não saiu com seu filho mais velho, o arrogante Esaú, mas sim com Jacó, o humilde. E também não foi para seu primeiro filho, o errado Rubens, mas para Judas, o inocente. E ela não saiu de Judas até que quatro pecadores tivessem nascido, ela apenas surgiu em Perez, o paciente”. “Então dele esta pérola apareceu em todos os filhos mais velhos até que chegasse à barriga de Jesse, o pai de teu pai, e esperou até que seis homens de ira tivessem nascido para ir para o sétimo, Davi, teu pai, o inocente e humilde Davi; pois Deus odeia a arrogância e o orgulho, mas ama a inocência e a humildade”. “A pérola então esperou no lombo de teu pai até que cinco tolos errantes houvessem nascido, e foi para a tua barriga por causa de tua sabedoria e entendimento. A pérola mais uma vez esperou e não foi para teu primeiro filho, pois aqueles homens bons de seu país nem o negaram, nem o crucificaram, como Israel. Teu povo. Mas quando ele

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viu Aquele que escreveu milagres e que deveria ter nascido com a pérola, eles acreditaram Nele e escutaram Seus avisos”. “E a pérola não foi para teu filho mais jovem Adramis, pois aqueles bons homens nem o negaram, nem o crucificaram, quando viram as obras milagrosas e maravilhas que haviam nele, que deveria ter nascido com a pérola, e mais tarde eles acreditaram nele através de seus discípulos”. “Agora a pérola saiu de tua barriga e foi para a barriga de teu filho Rehoboam por causa da falta de justiça de Israel teu povo, que em sua negação e em sua fraqueza crucificaram-no. Mas se Ele não fosse crucificado, Ele não poderia ter sua salvação, pois Ele foi crucificado sem pecado, e ergueu-se sem corrupção. E por consideração a isto, Ele desceu a você até Sheol, e derrubou suas portas, para que Ele pudesse te livrar e mostrar misericórdia por todos vocês”. “Vocês, nos quais a pérola esteve, serão salvos juntos com suas esposas e não serão destruídos, de seu pai Adão até Ele que está por vir, e de Eva tua mãe, esposa de Adão, para Noé e sua esposa Tarmiza, para Terah e sua esposa Aminya, para Abraão e sua esposa Sarah, para Isaac e sua esposa Rebecca, para Jacó e sua esposa Leah, para Yahuda e sua noiva Tamar, para teu pai e sua esposa Bathsheba, para tu mesmo e Tarbana tua esposa, para Rehoboam teu filho e sua esposa Amisa, e para Jochim teu parente, que está por vir e sua esposa Hanna”. “Nenhum de vocês que carregou a pérola será destruído, tanto os homens quanto as mulheres, aqueles que carregam a pérola não serão destruídos. Pois a pérola deve ser carregada por homens puros, e as mulheres que carregaram a pérola não serão destruídas, pois elas se tornaram puras através da pérola, pois ela é pura e sagrada, e por ela elas se tornam puras e sagradas, por causa disto e por Zion, Ele criou todo o mundo”. “Zion ergueu sua moradia com teu primeiro filho Menyelek, e ela será a salvação para o povo da Etiópia para sempre; e a pérola será carregada na barriga de Rehoboam teu filho, e será a salvadora de todo o mundo. E quando determinada época chegar, a pérola nascerá de tua semente, pois ela é extremamente pura, sete vezes mais pura que o sol. E o Redentor virá do trono de sua Divindade, e morará sobre ela. E vestirá sua carne”. “Eu sou Gabriel o anjo, o protetor daqueles que carregaram a pérola do corpo de Adão até o corpo de Hanna, para que eu mantenha vocês que a carregam longe da poluição e servidão. E Michael foi comandado para garantir que Zion vá para onde ela quiser ir, e Uriel deve guiar e manter amadeira das matas, na qual deverá estar a cruz do Salvador. E quando teu povo irado crucificá-lo, eles investirão sobre a cruz por causa da quantidade de milagres que acontecerão por causa dela, e ficarão envergonhados quando perceberem suas maravilhas”.

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“Tempos mais tarde, um descendente de teu filho Adramis pegará a madeira da cruz. O terceiro meio de salvação que serão postos sobre a terra. O anjo Michael está com Zion, com Menyelek teu filho, que tomou o trono de Davi teu pai; e eu estarei com a pérola pura, por Ele que reinará para sempre, com Rehoboam teu segundo filho, e o anjo Uriel estará com teu filho mais jovem Adramis. Isto eu te contei, e tu não deves deixar teu coração triste por causa de tua própria salvação e da salvação de teu filho”. Quando Salomão ouviu estas palavras, ele rapidamente saiu de sua cama e prostrou-se perante o anjo de Deus e disse: “Eu agradeço ao Senhor, ó radiante ser espiritual, pois Tu fizeste-me ouvir palavras que me encheram de alegria, e porque Ele não cortou de minha alma a herança de meu pai por causa de meus pecados, e minha alma estará com a alma de Davi meu pai, e com a alma de Abraão, Isaac e Jacó meus pais. E quanto às minhas crianças, elas terão três poderosos anjos sobre a terra para protegê-los”. “Quem é como Deus, o misericordioso, que mostra misericórdia a seus trabalhadores e os glorifica, que perdoa pecados dos pecadores e que não elimina o memorial dos penitentes? Sua pessoa é clemente e misericordiosa, e a Ele pertence o louvor”.

63 - A CONVERSA DE SALOMÃO COM O ANJO Então Salomão se virou e olhou para o anjo, esticou suas mãos e disse: “Meu senhor, a chegada do Salvador de quem falaste está perto ou longe?”, e o anjo respondeu: “Ele virá três e trinta gerações de tua semente, e livrará você. Mas Israel irá odiar o Salvador e invejá-lo por causa de suas obras e milagres. E o crucificarão e o matarão, mas Ele se levantará e os livrará, pois Ele é bom com os escolhidos e misericordioso com os penitentes. Olhe, eu digo a você que Ele não deixará em Sheol Seu povo de Israel, do qual Sua semente foi criada”. Quando o anjo do Senhor disse todas estas palavras a Salomão, ele disse: “Que a paz esteja contigo”. E Salomão respondeu: “Meu senhor, eu suplico a você, eu te perguntarei uma coisa, não seja desatento ao meu choro”. E o anjo disse: “Fale, faça tua pergunta, e eu farei com que saiba de tudo o que vi e ouvi”. E Salomão disse: “Eu estou bravo por causa de Israel, Seu povo, a quem Ele escolheu como Seu primeiro filho dentre todas as antigas tribos do mundo; me diga, eles serão destruídos depois da chegada do Salvador?”, e o anjo respondeu a ele: “Sim, eu disse a ti que eles crucificarão o Salvador, e quando derramarem Seu sangue na madeira da cruz, eles serão espalhados por todo o mundo”. E Salomão disse: “Eu choro por meu povo. Desgraça ao meu povo que do começo ao fim provocou a ira ao seu criador. Eu e aqueles que estão perante a mim, não merecemos a misericórdia por causa da maldade de nossos atos, pois nós somos uma geração infiel. Desgraça para aqueles que derramarão sangue inocente e matarão um homem puro, e que não acreditou Nele, nem em seus mandamentos”.

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“Seu julgamento está esperando na moradia errada. Grande é a punição por seus trabalhos pecadores e eles serão destruídos por aquilo que eles mesmos imaginaram”. Depois disto, Salomão se virou para seu filho Rehoboam e disse: “Ó meu filho, mantenha-se longe do mal e faça coisas boas, para que tu tenhas muitos duas sobre a terra. E não se ajoelhe perante estranhos deuses, e não os adore, mas tema e honre apenas Deus, para que possas conquistar teus inimigos e adversários, e herde a moradia de teu pai nos céus, e a vida eterna”. E ele disse: “Escreva meu nome na lista do livro e o coloque na caixa”. Então ele disse a Zadok o pastor: “Consagre meu filho e faça dele um rei. Como meu pai Davi, meu senhor, fez de mim rei enquanto ainda estava vivo; assim como faço com meu filho Rehoboam. E sua semente será a salvação de mim mesmo e de meus pais para sempre, de acordo com aquilo que o anjo disse a mim”.

64 - O REINO DE REHOBOAM Então Zadok o pastor pegou Rehoboam e fez dele rei, e o consagrou fazendo tudo o que a lei mandava. E Rehoboam colocou um tablete de madeira sobre o Tabernáculo com o nome de seu pai Salomão escrito nele, e então eles o colocaram sobre a mula do rei e disseram a ele: “Salve! Vida longa ao pai real!”, e a cidade chorou, e os trompetes foram tocados. E antes que Rehoboam pudesse retornar a seu pai, Salomão morreu. E eles deitaram Salomão no túmulo de seu pai Davi, e eles choraram por ele com grande tristeza, pois não tinham encontrado ninguém com sabedoria durante aqueles dias. Quando sete dias haviam passado Rehoboam fez com que a tristeza por seu pai cessasse. E o povo de Israel reuniu perante Rehoboam e disseram a ele: “Ilumine nosso trabalho, pois teu pai o fez muito pesado no tratar da madeira, no lidar da pedra e na fabricação de vagões que trazem o cedro”. Rehoboam se reuniu em conselho com seus conselheiros que disseram a ele: “Responda a eles graciosamente, pois nesta época tu és como um jovem animal e teu corpo não é suficientemente forte. Fale graciosamente e responda a eles: ‘Eu farei por vocês tudo o que desejarem’. E quando tuas mãos tiverem poder sobre eles, tu poderás fazer com teu povo tudo o que desejares”. Rehoboam então se livrou dos conselheiros e chamou os jovens tolos que foram trazidos com ele, e se reuniu com eles, e disse a eles a mensagem que a casa de Deus havia enviado para ele, e o que os conselheiros haviam dito, e os tolos disseram: “Um homem velho dá o conselho de um velho, mas o homem jovem como tu dá o conselho de um jovem. E quanto a estes homens que estão aqui há anos, seus lombos estão tão moles quanto o de um animal que não consegue andar. E sobre o assunto que falaste, quem podes repudiar o mandamento de nosso senhor o rei?”

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Então um deles saltou no ar perante Rehoboam, e o outro levantou sua espada enquanto outro brandiu sua lâmina, e outro ergueu seu arco e flecha. Então quando terminaram a brincadeira, eles o aconselharam dizendo: “Ó nosso senhor, que nós estejamos contigo, e tu conosco! Teu pai em sua sabedoria nos deu os filhos dos homens poderosos de Israel que são habilitados na arte da guerra, para crescerem contigo para que teu reino fosse forte depois dele. Ó nosso senhor, não mostre um rosto tímido para estes homens, não os deixe pensar que és fraco e não sabes fazer a guerra contra eles e contra teus inimigos. Pois se eles virem em nós, uma atitude de fraqueza nas palavras e nos atos, nós seremos desprezados por eles, e eles não nos darão presentes, nem escravos ou tributo, e teu reino será destruído”, Ó rei, envie a eles palavras destemidas e fale soberbamente, dizendo: “Em respeito ao meu pai, vocês dizem na madeira e na pedra, mas eu farei com que vocês me sirvam com correntes de ferro e chicotes de escorpião. Pois meu pequeno dedo mais forte do que a parte mais grossa do corpo de meu pai, e meu conselho é maior do que o conselho de meu pai que me gerou. Nada diminuirá em seu trabalho e serviços forçados, e tudo será aumentado a vocês. E se não seguirem meus comandos, eu farei de teu gado minhas presas e de tuas crianças meus cativos, e minha faca os consumirá. E eu tomarei suas cidades e seus campos, suas plantações, seus bens, seus jardins e seus frutos. E eu amarrarei seus honoráveis em correntes de ferro, e suas riquezas providenciarão comida para meus servos, suas mulheres serão adornos nas casas de meus nobres. Olhem, eu não mudarei minha decisão e não a diminuirei, e eu a sustentarei rapidamente e a escreverei para sempre. Pois esta terra inteira foi dada a meu avô Davi, e a meu pai Salomão depois dele. E Deus me deu após meus pais, e eu farei vocês me servirem assim como serviram a eles; e agora me obedeçam”. Assim fez Rehoboam e disse aos anciãos de Israel. E o povo se ergueu junto em grande número e disse: “Volte para sua casa, ó Israel! Nós não temos ninguém a quem podemos tornar seguro na casa de Judah e na casa de Benjamim? Nós iremos rejeitar suas casas e seus homens, e nós faremos nosso rei e nossos governantes os homens que nós quisermos e aquele que agradar nossas almas”. E eles pegaram suas armas de guerra, e saíram em um só corpo e foram para a cidade de Samaria de Beth Efrata, aonde se reuniram. E a casa de Israel juntou muitos dentre eles para que pudessem fazer rei o homem que eles escolhessem. Todos se abaixaram na casa de Israel, e escolheram um homem da casa de seu pai, e tornaram Jeroboam rei. E assim o reino foi separado de Rehoboam filho de Salomão, e para ele foram deixadas apenas as casas de Benjamim e Judas seu pai. Ele que reinou no trono de Davi seu pai era Jesus Cristo, Seu parente na carne por uma virgem, que se sentou sobre o trono de Sua divindade; e sobre a terra Ele garantiu reinar sobre Seu trono o rei da Etiópia, o primeiro filho de Salomão.

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65 - MARIA A FILHA DE DAVI José era filho de Davi e Maria também era filha de Davi. Portanto Maria era prometida em casamento a José seu parente, assim como é dito no evangelho: “Ó José, filho de Davi, não temos tomar Maria, sua noiva como esposa, pois aquele que nascerá dela, vem do Espírito Sagrado, a Palavra de Deus”. E lá nasceu dela, Deus a Palavra, Luz da Luz, Filho do Pai, que veio e livrou a Sua criação das mãos de Satanás e de Sheol: e da morte Ele livrou todos nós que acreditamos Nele; Ele nos levou a Seu pai e nos ergueu aos céus até Seu trono, para nos tornarmos Seus herdeiros; pois Ele é um amante da humanidade, e a Ele pertence o louvor para sempre.

66 - O REI DE ROMA O reino de Roma era a porção e o domínio de Japhet, o filho de Noé. Eles planejaram e construíram doze grandes cidades. E Darius construiu as maiores de todas as cidades do reino: Antioch, Tyre, Parthia e Roma, e aqueles que reinavam moraram lá; e o Rei Constantino construiu Constantinopla baseada em seu próprio nome. O sinal da cruz apareceu para ele durante a batalha na forma de estrelas cortando o céu, e ele foi livrado das mãos do inimigo; e desta época em diante, os reis de Roma moraram lá. Darius teve muitos descendentes; e de Darius aos dias de Salomão, houve dezoito gerações. De sua sementes nasceu um homem chamado Zanbares, que em sua sabedoria, fez o desenho de um astrolábio (instrumento para obervar as posições dos corpos celestiais, agora substituído pelo sextante), e colocou as estrelas dentro dele, e uma balança para o sol. E ele visou o que aconteceria naqueles dias; que o reino não permaneceria para as crianças de Japhet mas partiria com a semente de Davi, da tribo de Shem. E quando assim ele viu, ele enviou uma mensagem para Davi dizendo: “Pegue minha filha para teu filho”. E Davi o rei a pegou, e a deu para Salomão seu filho, e Salomão gerou um filho dela e o chamou de Adramis. Zanbares morreu antes disto e Baltasor, que era um de seus parentes, tronou-se rei. Ele não teve filhos homens para reinar após ele em seu trono, e ele era ciumento demais para deixar as crianças de seu pai reinarem após ele. E ele enviou uma mensagem para Salomão o rei dizendo: “Saudações à grandeza de teu reino, e à tua honorável sabedoria! Me dê teu filho para que eu faça dele rei sobra a cidade de Roma. Pois eu não tive nenhum filho homem, apenas três filhas mulheres. Eu darei a ele qualquer uma de minhas filhas, a que mais agradá-lo, e eu darei a ele meu trono, e ele será o rei, ele e sua semente depois dele na cidade de Roma para sempre”.

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Quando o Rei Salomão leu esta carta, ele meditou, dizendo: “Se eu mantiver meu filho aqui, ele enviará a mensagem para o rei do Leste, que dará a ele seu filho, e isto que eu planejei será feito inutilmente; portanto eu enviarei meu filho”. E ele se reuniu com seus conselheiros da casa de Israel, e disse: “Nós já entregamos nossos filho e crianças à Etiópia, e Israel tem um reino lá. E agora para que nós tenhamos um terceiro reino, o país de Roma, eu enviarei Adramis, meu filho mais jovem”. “Não considerem isto contra mim como uma coisa ruim, que antes eu tirei os filhos de vocês, pois isto é uma coisa agradável a Deus que os homens da Etiópia tenham aprendido Seu nome, e tenham se tornado Seu povo. Assim como Roma se tornará um povo de Deus se nós dermos nossos filhos. O povo de Israel tomou os reinos da Etiópia e de Roma. Deem seus filhos mais jovens como deram os mais velhos, e mantenham os do meio em sua cidade”. Então os homens de Israel se levantaram e se reuniram em conselho, e retornaram e disseram: “Nós falaremos sobre isto com o rei, e ele fará sua vontade”. E ele disse a eles: “Façam-me ouvir o que tendes a dizer”. E eles disseram: “Tu já tomaste nossos filhos mais velhos de nossas casas, e agora tomas os mais jovens de nossas crianças”. E ele ficou agradecido ao seu conselho, e ele fez por eles o que todos desejavam. E ele trouxe seu filho Adramis, que pegou alguns dos nobres dos mais altos graus da casa de Israel, e deram a ele um pastor da tribo dos Levites, que se chamava Akimihel, e eles colocaram Adramis sobre a mula do rei e choraram para ele: “Saudações! Vida longa ao pai real!”. E todo o povo disse: “Isto é certo e próprio”. E eles consagraram-no com o óleo sagrado do reino, e o comandaram para manter todas as leis do reino, e o fizeram jurar que ele não veneraria nenhum outro deus a não ser o Deus de Israel, e o abençoaram como haviam abençoado Davi seu irmão, e aconselharam Adramis assim como haviam aconselhado Davi, e o acompanharam em sua longa jornada junto à costa marítima. E Salomão o rei escreveu e enviou uma carta dizendo: “Que a paz esteja com Baltasor, rei de Roma! Pegue meu filho Adramis, e dê a ele tua filha e faça dele rei de Roma. Tu desejaste um rei com a semente de Davi ,ei pai, e eu fiz tua vontade. Também enviei a ti alguns nobres, catorze em sua mão direito e catorze na esquerda, que deverão manter a lei com ele e se submeterem às tuas vontades”. E eles chegaram lá com os embaixadores do reino de Roma, com muito esplendor e todo o equipamento que foi requerido pelo país de Roma. E eles chegaram à cidade de Roma, a Baltasor o rei, e repetiram tudo o que Salomão havia dito, e entregaram para eles seu filho. Baltasor regozijou, e deu a ele sua filha mais velha, Adlonya; e fez um grande casamento de acordo com a grandeza de seu reino, e o estabeleceu sobre toda a sua cidade, Roma. E ele abençoou-o, pois ele era

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nobre em estatura, e sua sabedoria era maravilhosa, e ele era extremamente forte e poderoso. Um dia Baltasor resolveu testar seu conhecimento, no julgamento de casos. Um homem, o dono de um vinhedo, veio a ele e apelou a ele dizendo: “Meu senhor, Arsani, filho de Yodad, devastou meu vinhedo com suas ovelhas. E olhe, eu tomei suas ovelhas e elas estão em minha casa; que decisão tomará quanto a isto?”. E o dono das ovelhas veio ao rei e fez um apelo dizendo: “Dê-me minhas ovelhas de volta, pois ele as carregou porque elas entraram em seu vinhedo”. E o rei disse: “Vão os dois e argumentem seu caso para o rei Adramis, e o que quer que ele diga a vocês, vocês farão”. E eles foram a Adramis. Então Adramis perguntou a eles: “Quanto do vinhedo as ovelhas comeram? As folhas, ou as trepadeiras, ou as uvas, ou as raízes?”. E o dono do vinhedo respondeu: “Elas comeram as trepadeiras e os ramos que tinham uvas, e não há nada sobrando a não ser os brotos das raízes”. Adramis então perguntou ao dono das ovelhas: “Isto é verdade?”. E o dono das ovelhas disse: “Meu senhor, elas comeram apenas as trepadeiras com folhas”. Adramis então disse: “Este homem diz que comeram as uvas; isto é verdade?”. E o dono das ovelhas respondeu: “Não meu senhor, mas elas comeram as flores antes de elas se tornarem uvas”.

67 - O PRIMEIRO JULGAMENTO DE ADRAMIS, REI DE ROMA Adramis então disse a eles: “Escutem ao julgamento que eu declararei a vocês. Se as ovelhas destruíram todos os pés do vinhedo, então todas elas pertencem a ti. E se elas comeram as folhas dos ramos e as flores das uvas, pegue as ovelhas, tire sua lã, e pegue também as ovelhas jovens que ainda não tiveram filhotes. Mas as ovelhas que já tiveram crias serão deixadas para o dono delas”. Todos os que ouviram o julgamento que ele pronunciara ficaram maravilhados e Baltasor disse: “Este é o julgamento do povo de Israel. Daqui por diante julgue quem tiver um caso com a lei, faça guerra com quem quiser guerrear, governe o que quiser ser governado, mantenha vivo o que tiver que ser mantido, e passe o julgamento de acordo com o homem que for julgado, e pegue esta cidade para ti e para tua semente depois de ti”. E todos os homens da cidade de Roma ficaram maravilhados, e fizeram de Adramis rei sobre eles, e eles regozijaram com ele em grande alegria; pois tudo aconteceu pela vontade de Deus.

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Depois disto, uma febre levou Baltasor, e ele enviou Adramis para a guerra, e a tudo o que ele desejou, enquanto ele permaneceu na cidade; depois disto Baltasor morreu, e Adramis dirigiu o reino. E a cidade de Roma se tornou posse de Adramis e de suas gerações depois dele, e pela vontade de Deus os reinos do mundo foram dados para a semente de Shem, e a escravidão para a semente de Ham, e a mão de obra para a semente de Japhet.

68 - O REINO DE MEDYAM O rei de Medyam era da semente de Shem. Pois da semente de Isaac era Esaú, que saiu do útero de sua mãe com Jacó agarrado à sola de seu pé e Jacó recebeu o direito de primeiro filho de Esaú pela consideração de uma taça de sopa. E o nome do reino de Esaú era, de acordo com seu nome de desprezo, “Edom”, pois o significado de Edom é “lentilhas”; e por causa disto a semente de Esaú foi chamada “Edomites”. Pois através da ganância de sua semente, ele abandonou e perdeu o direito do primeiro filho da semente de Shem. E ao menos que a alma seja reprimida pela moderação, ela derrubará em uma rede toda a luxúria da barriga que é do corpo. Pois o corpo é ganancioso, mas a moderação reprime a alma, e portanto Paulo disse: “Aquilo que a alma não deseja o corpo deseja; e aquilo que o corpo não deseja a alma deseja; e assim cada um concorre contra o outro”. Se um homem quer uma coisa e sua alma se junta a ele neste desejo, ele se torna como Cristo. Os apóstolos dizem que Cristo é a cabeça de todo homem que viaja em uma estrada correta. E nosso Senhor diz a seus discípulos: “Andem no espírito e não sigam a luxúria de seus corpos”. E quando eles ouviram isto, abandonaram toda a luxúria da carne e disseram a nosso Senhor: “Olhe agora, nós abandonamos tudo e seguimos a ti; qual é a nossa recompensa?”. E nosso Salvador disse: “Vocês tornaram seus corpos como os dos anjos, e vocês devem fazer poderosos atos assim como eu faço. E olhem, eu dei a vocês a autoridade para erguerem os mortos, e eu dei a vocês o poder para curar os doentes, e vocês pularão sobre qualquer poder de seus inimigos. E em minha segunda vinda, vocês julgarão e envergonharão as doze tribos de Israel, porque eles não acreditaram em mim, e trataram minha glória com desprezo. E quanto àqueles que acreditaram em mim, vocês devem glorificá-los e fazê-los regozijar com vocês em meu reino”.

69 - O REI DA BABILÔNIA

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E veio a passar nos dias antigos, que viveu no reino de Manasseh, rei de Israel, um homem chamado Karmim, e ele era temente a Deus, e ele deu muitas coisas e muitas oferendas para os pobres de Israel. E quando ele fez as oferendas à casa de Deus, ele o fez com sinceridade, e seu dízimo ele dava dobrado; e ele era bom em todas as suas maneiras, e não havia mal nenhum nele. Mas Satanás, o inimigo de todo o bem, o invejava, pois ele percebeu que seu curso na vida era bom. E este homem Karmim era extremamente rico. Tinha camelos, cavalos, ovelhas, muito gado, ouro e prata, e belas roupas, e ele costumava alimentar a mula do rei em Armatem, uma cidade de Israel. Seu país nativo era o país de Judah, a porção de seu pai, mas por causa de seu amor pela riqueza, ele partiu para Armatem e morou lá, e Israel permitiu que ele se estabelecesse lá graças à suas riquezas; pois ele era extremamente rico e tinha muitas posses, e os governantes de Judah tinham medo dele.

70 - SOBRE AS FALSAS TESTEMUNHAS E lá havia um certo homem depravado da semente de Benjamim, que se chamava Benyas, que costumava cuidar da mula do rei de Israel, e Karmim costumava alimentálo junto com a mula do Rei Manasseh. E entre os vizinhos de Karmim havia certos homens que tinham inveja dele por causa de seus pastos e bens, e por causa da quantidade de seus gados e servos, pois a região na qual ele se estabeleceu era herança de seus pais, e por esta razão eles desejavam expulsá-lo de seu país. Então eles mantinham Benyas sob vigia, com objetivos maldosos, e eles difamaram e abusaram de Karmim, e disseram a Benyas: “Este Karmim blasfemou o rei de Israel, o consagrado Deus dizendo: ‘Este rei não é filho de uma mulher livre, mas sim filho de uma velha serva que foi comprada por duas medidas de grãos para trabalhar no moinho e na feitura de tijolos’. Então leve este caso para o rei e acuse-o, pois nós seremos tuas testemunhas perante ele, e não o envergonharemos”. E eles fizeram uma aliança, e juraram que levantariam falso testemunho contra Karmim, por quem tais palavras nunca haviam sido ditas, e dono da mente por onde tais pensamentos nunca passariam. Então Benyas foi ao seu senhor, o rei e disse tudo sobre o combinado. E o rei disse a ele: “Existe algum homem que escutou tal coisa junto contigo?”. E Benyas respondeu: “Sim meu senhor, existem alguns que ouviram, dois nobres de Israel que pertencem a Armatem”. E o rei disse: “Vá agora e traga-os em segredo para encontrarmos aonde eles concordam com tuas palavras; e se eles concordarem nós cortaremos a cabeça de Karmim”. Benyas então partiu e trouxe Zaryos e Karmelos, da tribo de Manasseh, pois haviam concordado que não o envergonhariam perante o rei, no assunto do falso testemunho.

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E estes dois homens concordaram com Benyas e planejaram entre eles no caminho de volta dizendo: “Quando falamos ao rei, se ele por ventura perguntar a cada um de nós separadamente com o intento de descobrir a verdade por trás de nossas palavras: ‘Aonde vocês ouviram estas palavras?’, nós responderemos: ‘Quando estávamos bebendo vinho com ele’. E quando ele disser a nós: ‘Que dia foi isso?’, nós diremos: ‘Cinco dias após a lua nova’. E quando ele disser: ‘A que horas do dia?’, nós diremos: ‘À nona hora, quando ele estava sentado conosco e bebíamos vinho juntos’. E quando ele perguntar: ‘No que vocês beberam e aonde se sentavam?’, nós diremos a ele: ‘Bebemos em copos de ouro, e nossos assentos ficavam no centro da casa aonde as almofadas foram assentadas’.” E eles concordaram com esta trama maldosa enquanto estavam a caminho da casa do rei. Quando eles chegaram na presença do rei, Benyas os trouxe e o rei perguntou, e eles repetiram ao rei tudo sobre a trama mentirosa. E ele perguntou a eles como suspeitavam, sobre a ocasião, o dia, a hora da bebedeira, e seus assentos. E eles contaram tudo.

E quando o rei já havia se decidido e os dispensado, ele chamou o capitão de seu exército que parou perante ele, e disse: “Vá durante o entardecer e cerque a casa de Karmim e não deixe ninguém de seu povo escapar de ti, nem homem nem mulher, e mate todos com tua espada. E quanto a Karmim, corte a sua cabeça, e traga todas as suas posses, seus bens, todo o seu gado, ouro e prata”. E os mentirosos regozijaram e retornaram para suas casas. Foram à casa de Karmim e conversaram com ele em paz. O elogiaram e falaram docemente perante sua face, mas com o mal em seus corações. Então estava completa a profecia de Davi que dizia: “Aqueles que dizem palavras de paz com teu vizinho e tem o mal em seus corações, sua recompensa será de acordo com a maldade de sua obra e com a maldade de seus pensamentos”. E eles beberam até cair na casa de Karmim, e dormiram lá com ele; mas quando eles haviam dormido, o anjo de Deus foi mandado a Karmim, o acordou e disse: “Deixe todas as tuas posses e salve-se, pois os soldados foram comandados por Manasseh o rei, para cortarem tua cabeça. Pegue o máximo de tuas riquezas que puder carregar, e fuja para outro país, pois este Manasseh é um assassino de profetas e um caçador do sangue de inocentes”. Então Karmim levantou-se imediatamente e pegou seu tesouro em ouro. Então ele acordou sua mulher e seus dois filhos e também seus servos escolhidos, e os encheu com bens de grande valor e saiu pela noite. Ele enviou sua esposa e seus filhos com dois servos a Jerusalém, e ele próprio partiu com dois servos para um país remoto, em uma jornada de três meses; e ele chegou na

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Babilônia. E então ele foi à Balaon o rei da Babilônia, e entregou presentes a ele, e contou tudo o que tinha acontecido. E Balaon simpatizou com Karmim e deu a ele uma moradia próxima da casa de seu mercador, que havia partido para um país distante por três anos. E aqueles homens, Zaryos e Karmelos, que haviam levantado falso testemunho contra Karmim, foram mortos bêbados na cama na casa de Karmim. **************** E a esposa do mercador amou Karmim, e ela foi seduzida por ele e engravidou. O marido da mulher a havia abandonado em sua jornada enquanto ela estava grávida, e ela deu a luz e entregou a criança a uma enfermeira. Então, no segundo ano, ela se desviou do caminho e engravidou de Karmim, pois a pessoa de Karmim era extremamente boa em Israel. E a mulher desejou jogar a criança em um rio quando ela nascesse e esperar por seu marido o mercador, como se nada tivesse acontecido e como se não tivesse feito nada de errado, assim como a mulher fraca que errou com seu marido e se lavou, depois se sentou como uma mulher que não tinha feito nada de errado; e ela jurou falsamente. E nesta mesma época a esposa de Balaon, o rei da Babilônia deu a luz a algo que se parecia com uma águia, como um pássaro, mas sem asas. Então ela chamou uma criada, sua favorita, e mandou a coisa embora em uma cesta, e comandou a criada para que ela jogasse a cesta no rio, sem que ninguém soubesse. E chegou o momento da esposa do mercador da a luz, e ela deu a luz a um menino, perfeito em forma e merecedor de compaixão. E sem amamentá-lo, ela chamou sua criada favorita, colocou o bebê em uma caixa e a comandou para jogá-lo no rio sem que ninguém soubesse, pois ela tinha medo de seu marido. Nesta vergonhosa noite na qual duas mulheres, a mulher do mercador e a mulher do rei, deram a luz a duas crianças, e na aurora mandaram suas criadas jogá-las no rio. Por vontade de Deus, estas duas criadas se encontraram antes de jogarem as crianças no rio, e elas conversaram e a criada da rainha perguntou: “O que há na caixa?”, e a criada da mulher do mercador mostrou uma linda criança. E ela disse: “Por que trazes esta criança aqui?”, e a criada do mercador disse: “A esposa de meu senhor tomou o caminho errado com um certo israelita, e ela engravidou e deu a luz a esta criança, então ela me mandou jogá-la no rio”. E a criada da rainha disse: “Por que ela não quis uma criança tão linda?”, e a criada do mercador disse: “Seu marido a deixou grávida e ela deu a luz a uma criança e está criando ela; como então ela pode criar esta outra criança que é de uma semente estranha?” Então a criada do mercador perguntou à outra: “O que tu tens nesta cesta?”, e a criada da rainha disse: “Minha senhora deu a luz a uma criança que não tem a aparência de um

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ser humano, mas sim de uma águia sem asas, e ela me mandou jogá-lo no rio. Então agora me dê essa criança para que eu possa dá-la à minha senhora, e tu pegues este pássaro e o coloque no rio”. E assim elas fizeram. E a criada da rainha pegou a criança de Karmim e a entregou para sua senhora, e a rainha regozijou, e foi reportado ao rei que a rainha havia tido o filho. E a rainha deu o garoto às enfermeiras, e ele cresceu no palácio do rei, e foi chamado Nebuchadnezzar, que significa “Salvo pela pena de um pássaro”. Então o rei da Babilônia é da semente de Shem, e ele veio e derrotou Jerusalém pela vontade de Deus, e ele carregou as crianças de Israel, e os fez vagar pela Babilônia com os netos de Manasseh. O rei da Babilônia era tão rico que ele construiu um pilar de ouro na planície da Babilônia, e ele era muito arrogante, e ele costumava dizer: “Eu faço o sol brilhar nos céus”; e ele venerava ídolos. Mas Deus o humilhou para que ele pudesse conhecê-Lo, ele assentou sua porção com os animais do campo. E quando ele conheceu o nome do Senhor, depois de sete anos, Ele teve compaixão por ele, e o fez se arrepender. E o reino da Babilônia era dele, e pertenceu àqueles que eram de sua semente.

71 - O REI DA PÉRSIA O rei da Pérsia é semelhante à semente de Shem. Judas teve dois filhos, e deu Tamar para seu filho mais velho, mas ele morreu. Judas então mandou seu filho mais novo para ela, para que ele pudesse, com sua semente, trazer herdeiros para seu irmão através da esposa dele, mas ele fez aquilo que Deus odeia, ele não desejava erguer a semente para seu irmão como seu pai havia dito; então quando se deitou com Tamar ele fez com que sua semente caísse no chão, para que ela não germinasse no útero de Tamar e fosse chamada a semente de seu irmão. Ao contrário, ele desejou ter crianças com sua própria esposa e em seu próprio nome. E quando Deus viu este ato maldoso, Ele virou sua face contra ele e o matou. Então Judas, o sogro de Tamar trouxe-a de volta e a colocou na casa de seu pai, e disse a seu povo: “Cuidem desta mulher israelense, e não a deixe manchar-se com um estranho, pois eu tenho um filho pequeno, e se Deus deixá-lo crescer, eu o darei a ela”. Um dia, enquanto Tamar vivia como viúva na casa de seu pai, Judas seu sogro foi ao local no qual estavam suas ovelhas. E quando Tamar ouviu isto, ela tirou a vestimenta de luta e se vestiu esplendorosamente e agiu do jeito de uma meretriz, e ela seguiu-o e sentou-se.

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Judas então enviou uma mensagem a ela dizendo: “Eu desejo estar contigo”. E ela disse: “O que me darás pelo meu aluguel?”. E ele disse: “Bem cedo eu te enviarei um cordeiro”. Ela então disse: “Me dê uma prova até me dar o cordeiro”. Judas então deu a ela seu cajado, seu anel, e a capa que estava sob sua vestimenta. Depois de ter dormido com ela, ela pegou as coisas e partiu para a casa. Quando ele enviou o cordeiro para ela, seus servos perguntaram: “Aonde é a casa da meretriz?”, e foi dito a eles: “Não há nenhuma meretriz em nossa cidade”. Então eles retornaram para a cidade e contaram ao rei que não havia nenhuma meretriz na cidade. E Judas disse: “Vão, a vontade de Deus foi feita”. Quando Tamar compreendeu e eles contaram isto ao seu sogro, ele foi e levou os anciãos de Israel ao pai dela e disse a ele: “Traga para mim tua filha Tamar, para que nós possamos apedrejá-la assim como Moisés mandou, pois ela trouxe infâmia para a casa de Israel”. Quando isto foi relatado a Tamar, ela trouxe o cajado, o anel e a capa, e os deu a seu pai, e disse aos anciãos de Israel: “O dono destas coisas me seduziu; deixem-me ser apedrejada com ele, com pedras”. Quando Judas viu seus bens, ele os reconheceu, e disse: “Tamar é mais pura do que eu”. Então ele partiu e foi para sua casa. E Tamar deu a luz a gêmeos, duas nações, Perez e Zara. Pérsia foi fundada sobre o nome de Perez, e ele governou-a e sua semente depois dele. Está provado que o rei da Pérsia é da semente de Shem.

72 - SOBRE O REI DE MOAB O rei de Moab também é da semente de Shem, pois quando Deus fez Abraão partir do país de seu pai em direção à terra de Harran, Ele fez com que Lot passasse sobre a terra de Sodoma e Gomorra, então ele enviou seus anjos, Michael e Gabriel, para buscar Lot e queimar as cidades de Sodoma e Gomorra; e eles destruíram-nas e trouxeram Lot com suas crianças. A ira de Deus caiu sobre a cidade de Sodoma como a chuva de fogo dos céus, que queimou montes e montanhas, pedras e terra, e trovões caíram com sons estrondosos da ira de Deus, e uma nuvem de fogo fez com que o calor emitisse fumaça. Quando esta barulheira estava sendo ouvida, os anjos disseram a Lot: “Não se vire após ter saído da cidade, não se vire e não morrerás”. Mas quando Akmaba ouviu isto ela se virou para que pudesse ver a cidade de seus pais, e ela se tornou um pilar de sal, e assim ela permanece até hoje.

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Quanto a Lot, Deus o fez morar nas montanhas de Ararat, e lá ele plantou um novo vinhedo, mas suas filhas fizeram seu pai beber vinho, e elas tramaram a trama dos fracos, dizendo: “Por que as posses de nosso pai podem ser devastadas? Nossa mãe foi destruída na estrada, e não há ninguém aqui para nos casarmos”. E elas fizeram seu pai beber, e a filha mais velha deitou-se com ele enquanto sua mente ainda estava encoberta pelo vinho, e Lot, o homem puro não percebeu quando sua filha se deitou com ele e quando ela se levantou, pois sua mente estava cheia de bebidas fortes, portanto o ato de deitar-se com sua filha não foi atribuído a Lot como um pecado, pois ele estava inconsciente. E a filha mais velha deu a luz a uma criança, e a chamou de “Moab”, que significa “De meu pai, em meus joelhos”. Moab então era o pai dos moabites e dos agarenes. Agora está claro que o rei de Moab é da semente de Shem.

73 - O REI DE AMALEK, DESCENDENTE DE LOT E o tempo passou quando a filha mais velha de Lot deu a luz a seu filho, e ela disse à filha mais nova: “Venha, vamos fazer nosso pai beber vinho, para que tu possas acompanhá-lo e ter sua prole”. E novamente elas prepararam o vinho, e falaram com ele palavras enganosas, dizendo: “Beba o vinho, ó pai, para que teu coração fique confortável”. E ele, um homem simples, bebeu até ficar bêbado, e novamente quando havia bebido muito e sua mente estava encoberta, a filha mais jovem se aproximou e deitou-se com ele, e ele não percebeu que ela estava com ele. E ela também deu a luz a um filho e o nomeou “Ammon”, e ele é o pai dos amalekites. Agora está claro que o rei de Amalek também é da semente de Shem.

74 - O REI DOS FILISTEUS Olhe como a semente de Sanson reinou sobre os filisteus. Sansão era da semente de Dan, um dos doze filhos de Jacó, e ela era filho de uma criada de Jacó. O anjo do Senhor apareceu para a mãe de Sansão e disse à ela: “Mantenha-se longe de toda a poluição e da companhia de qualquer homem que não seja teu marido, pois ele que nascerá de ti será um nazareno, sagrado do Senhor, e ele será o libertador de Israel das mãos dos filisteus”. E então ela deu a luz a Sansão. E novamente o anjo apareceu à ela dizendo: “Tu não podes deixar que uma lâmina caia sobre a cabeça dele, e ele não deve comer carne nem beber vinho, e ele não deve se casar com uma mulher que não seja do seu próprio povo, e da casa de seu pai”. E como

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Deus deu força a ele, vocês ouviram no Livro dos Juízes. Mas Sansão transgrediu o mandamento de Deus, e se casou com a filha de um filisteu não circuncidado. Por causa disto Deus ficou irado, e ele entregou nas mãos dos filisteus não circuncidados e eles o cegaram, e o fizeram agir como um palhaço na casa de seu rei. Quando Sansão jogou o telhado sobre eles, ele matou setecentos mil deles com o ferro, com a pedra e com seu cajado, e com a mandíbula de um asno. Pois eles eram tão numerosos quanto gafanhotos, até que ele livrou Israel dos serviços dos filisteus. **************** Dalila engravidou de Sansão e enquanto ela estava grávida, Sansão morreu com os filisteus, e Dalila deu a luz a um menino e seu nome era “Menahem”, que significa “Semente de um homem forte”. Dalila era irmã de Maksaba, a esposa do rei dos filisteus, e Sansão matou o rei dos filisteus em seu palácio com seu povo e sua criadagem, e morreu com ele. Então Dalila foi para sua irmã Maksaba, a rainha dos filisteus. As duas mulheres eram lindas e não tinham filhos, mas as duas estavam grávidas e seus maridos haviam morrido. As duas se amavam muito, seu amor não era como o deu duas irmãs, mas sim como o de uma mãe para com o seu filho e de um filho para com sua mãe, assim era seu amor. O governo sobre aqueles que sobreviveram ao massacre cometido por Sansão estava nas mãos de Maksaba, pois nenhum dos homens poderosos havia sobrevivido, e portanto Maksaba governou aqueles que sobraram. E eles falavam com ela durante todo o dia: “Nós não temos nenhum outro rei exceto tu, e exceto ele que sairá da tua barriga. Se nosso deus Dagon fizer um favor para nós, que em tua barriga esteja um filho homem, que reverenciará nosso deus Dagon e reinará sobre nós, então teu nome e o nome de Kwolason nosso senhor, serão teu memorial sobre nós”. Maksaba deu a luz a um menino e todos os filisteus regozijaram, e eles a homenagearam e cantaram: “Dagon e Bel honraram e amaram Maksaba, e a semente de Kwolason está novamente conosco”. Dalila também carregava um menino, e as duas trouxeram as crianças em grande estado e dignidade; e quando os garotos estavam com cinco anos de idade, eles comiam e brincavam perante elas, e as mães fizeram vestimentas de um tecido caro para eles, e colocaram adagas sobre seus quadris, e correntes de ouro em seus pescoços. E o povo colocou o filho de Maksaba sobre o trono de seu pai e ele se tornou o rei dos filisteus.

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75 - COMO O FILHO DE SANSÃO MATOU O FILHO DO REI DOS FILISTEUS Akamhel (Menahem), o filho de Sansão falou a sua mãe Dalila: “Por que eu não estou sentado e reinando sobre este trono?”, e sua mãe disse: “Não mais meu filho, este trono não pertence a teu pai, e esta cidade não era a cidade de teu pai; se Deus permitir que tu cresças, tu deves ir ao trono de teu pai”. E o filho disse: “Eu não te abandonarei minha mãe, nem a Maksaba minha tia, e eu serei rei aqui”. Um dia, os dois jovens estavam bêbados ao fim da refeição, e as portas foram fechadas. As duas mulheres estavam sentadas juntas prestes a comer, os jovens brincavam perante elas e comeram, elas comeram com eles e a empregada segurava um prato de carne perante elas. Então Akamhel pegou um pedaço de carne do prato que enchia suas duas mãos, e o colocou na boca, e Tebreles, o filho de Maksaba, a rainha dos filisteus, pegou o pedaço que estava para fora da boca de Akamhel, que puxou sua espada e cortou a cabeça de Tebreles que caiu sobre o prato que lá estava antes que ele pudesse engolir o que havia pegado; e seu corpo caiu no chão e suas mãos e pés tremiam compulsivamente, e ele morreu. Medo e pavor caíram sobre as duas mães, e elas não disseram uma palavra a ninguém, pois estavam apavoradas, mas engoliram a comida que estava em suas bocas, e se entreolharam sem saber o que fazer. Então a criada se aproximou e pegou a cabeça de Tebreles que ainda estava no prato, e a colocou junto ao seu pescoço e o cobriu com sua vestimenta. Então Dalila se levantou, pegou a espada do garoto morto e foi para cima do próprio filho com o intento de matálo, mas ele se salvou ao esconder-se atrás de um pilar. Então sua irmã se levantou e a pegou dizendo: “Por que devemos ser destruídas por causa desta disputa? Este jovem é prole de uma raiz ruim e não pode gerar bons frutos; venha minha irmã, não deixe que ele te destrua também”. Então ela pegou a espada de suas mãos e trouxe uma rica vestimenta púrpura que era usada pelos reis, e a deu ao garoto dizendo doces palavras: “Pegue a vestimenta meu filho, e sente-se no trono dos filisteus”. Akamhel rugiu como um urso selvagem, pois ele queria matar as duas mulheres até que elas decidiram deixar a casa, e elas saíram e após isto ele pegou a vestimenta e saiu. Então as mulheres voltaram e prepararam o corpo para o enterro, e o enterraram em segredo. Quando o momento da refeição noturna havia chegado, os jovens e as servas procuraram por seu rei mas não o encontraram, então perguntaram por ele à sua mãe, e

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ela respondeu: “Seu rei está doente, e este homem se sentará em seu lugar”. Então eles o pegaram e o colocaram no trono, e foram preparar um grande banquete e regozijaram. E desde então, o filho de Sansão reinou sobre os filisteus, e não houve ninguém que tenha transgredido suas ordens. Ele cometeu este crime quinze invernos após seu nascimento, e o reino dos filisteus se tornou dele e de sua semente. Então está provado que o reino dos filisteus pertence à semente de Shem.

76 - A JORNADA DE ABRAÃO AO EGITO Quando Deus deu a Abraão a glória e riquezas, ele não tinha um filho. E Sarah e ele conversaram juntos em sua cama, e ele disse a ela: “Tu és estéril”. E ela disse a ele: “Não sou eu que sou estéril e sim você”. E eles continuaram a discutir e disputar sobre o assunto. E a penúria chegou na terra de Canaan, e Abraão ouviu que havia comida no Egito, o país do Faraó. Então como Abraão havia doado todos os seus bens para a caridade durante os dias de penúria, e não tendo nada para o amanhã, quando a penúria anunciava fortalecimento, ele ficou sem comida. E ele disse: “Eu agradeço a Deus tudo o que Ele me deu e eu dei para os meus servos. Mas quanto a ti Sarah, vamos para o Egito para nos salvarmos da fome e da morte”. E ela disse: “Que tua vontade seja feita meu senhor, e se tu morrer eu morrerei contigo, e se tu viver eu viverei contigo, não posso me opor à tua palavra”. E eles partiram em jornada para o Egito. Quando eles chegaram perto do Egito, Abraão disse a Sarah: “Uma coisa eu devo te perguntar”, e ela disse: “Fale meu senhor”. E ele disse: “Eu ouvi que os hábitos dos egípcios são ilegais, e que eles vivem na adoração e na fornicação. Então quando ele virem a ti, eles tramarão contra mim, e me matarão por casa do bole charme de tuas formas; pois não há entre eles ninguém que possa ser comparado a ti”. “E agora, para salvar a minha vida, se acontecer de eles perguntarem coisas a meu respeito, ‘Eu sou sua irmã’, para que minha alma seja salva das mãos de estranhos”. E Sarah disse: “Tua vontade seja feita, as palavras que disseste eu direi, e o que me pedir eu farei”. E eles choraram e veneraram Deus, e chegaram à grande cidade do rei do Egito. Quando os egípcios viram Abraão e Sarah, eles se maravilharam com a beleza de sua aparência, pois eles imaginavam que eles haviam saído da mesma mãe. E disseram a Abraão: “O que esta mulher é tua?”, e Abraão disse: “Ela é minha irmã”. Portanto o povo reportou ao Faraó que um lindo casal havia chegado, uma mulher e um jovem homem, e que não havia beleza como a deles em sua terra.

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Faraó regozijou e enviou uma mensagem para Abraão: “Dê-me tua irmã para que eu possa me casar com ela”. E Abraão ponderou: “Se eu a mantiver longe dele, ele me matará e a tomará”, então ele disse: “Providencie para que eu viva confortavelmente”. Faraó então deu a ele mil peças de prata e pegou Sarah para se casar; e a trouxe para seu palácio e a colocou em sua cama e se preparou para dormir com ela. Mas o anjo do Senhor apareceu a ele durante a noite carregando uma espada de fogo, e se aproximou dele e iluminou toda a câmara com sua chama flamejante, e ele queria matar o Faraó. Faraó fugiu de um lado para o outro da câmara, mas aonde quer que ele fosse o anjo o seguia. Então o Faraó esticou suas mãos na direção do anjo e disse: “Ó senhor, perdoe meus pecados”. E o anjo disse: “Por que atacou a esposa de outro homem?”. E o Faraó disse: “Ó senhor, não derrame o sangue inocente, pois ele me disse ‘Ela é minha irmã’, e portanto eu a peguei inocentemente. O que devo fazer para me livrar das tuas mãos?”, e o anjo disse: “Devolva a esposa de Abraão, e dê a ele um presente, e o mande para seu próprio país”. Então Faraó chamou Abraão e devolveu sua esposa Sarah junto com uma criada que se chamava Hagar, e deu a ele ouro e prata e caras vestimentas e o mandou em paz. Então Abraão e Sarah retornaram para seu país em paz. E Sarah disse a Abraão: “Eu sei que sou estéril. Pegue a criada que Faraó me deu; pode ser que Deus dê sua semente a ela. Quanto a mim, eu sou velha e seca, e a flor de meu corpo secou”. E Abraão pegou Hagar e ela engravidou dele, e deu a luz a um filho que foi chamado Ishmael, que significa “Deus me ouviu”. Depois disto, Deus deu a Abraão a semente através de Sarah, e nasceu Isaac, mas Sarah tinha ciúmes de Ishmael, o filho da criada, porque ele alcançaria a idade adulta antes do que seu filho, e ela disse em seu coração: “Pode ser que ele mate meu filho para herdar a casa de seu pai”. Abraão então fez oferendas a Deus e disse: “Senhor, o que devo fazer em relação a Ishmael, meu primeiro filho? Eu desejo que ele viva comigo perante ti, mas Sarah tem ciúmes porque tu deste a semente a ela já velha”. Ishmael tinha catorze anos quando Isaac nasceu. E Deus disse a Abraão: “O que Sarah diz é verdade; afaste a criada e seu filho Ishmael. Deixe Ishmael viver perante mim, e eu farei dele uma grande nação, e ele terá doze nações e reinará sobre elas; mas eu estabelecerei uma aliança com Isaac meu servo, o filho de Sarah, e nele abençoarei todas as nações da terra, e nos céus eu farei dele o rei”. Pois como Deus jurou, Ele deu todos os reinos do mundo à semente de Shem, e também um trono exaltado e domínio, assim como seu pai Noé, pela palavra de Deus, abençoou seu filho Shem, dizendo: “E isto que ele diz tem referência ao Redentor, o rei de todos

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nós, Jesus Cristo o rei do céu e da terra. Que glorificou reis, e quando agradado mostrou Seu poder; pois a ele pertencem o poder e o domínio, e todas as coisas criadas, para todo o sempre”.

77 - O REI DA ETIÓPIA RETORNA A SEU PAÍS E o rei da Etiópia retornou ao seu país com alegria e felicidade; e marchando com suas canções, flautas e carruagens, como um exército de seres sagrados, os etíopes chegaram de Jerusalém à cidade de Wakeron em um único dia, e eles enviaram mensageiros para anunciar sua chegada a Makeda, a rainha da Etiópia, e para reportar a ela como eles haviam encontrado todas as coisas boas, como seu filho havia se tornado rei, e como eles haviam trazido a sagrada Zion. E ela fez com que todas estas notícias gloriosas fossem espalhadas, e ela fez com que um arauto fosse a todos os lugares do país que eram de seu domínio e ordenasse que todos fossem conhecer seu filho, e especialmente a sagrada Zion, o Tabernáculo do Deus de Israel, e eles tocaram trombetas perante ela, e todo o povo da Etiópia regozijou, do último ao maior, e os soldados se levantaram com ela para conhecerem o rei. E ela chegou à cidade do governo, que é a cidade chefe do reino da Etiópia, que mais tarde se tornou a cidade chefe dos cristãos da Etiópia, e lá preparou numerosos perfumes da Índia, para serem usados. E seu filho chegou pela estrada de Azyaba de Wakeron, então passou por Masas, por Bur e finalmente chegou à cidade do governo, a capital da Etiópia, que a própria rainha havia construído e chamado de “Dabra Makeda”, por causa de seu nome. Davi II o rei chegou com grande pompa à cidade de sua mãe e ela viu nas alturas a sagrada Zion sendo trazida como o sol. E quando a rainha viu isto ela agradeceu ao Deus de Israel, e o louvou. E ela reverenciou Zion, e ergueu sua cabeça e agradeceu ao Criador. Então ela bateu palmas, e gritou saudações com sua boca, e dançou no chão com seus pés, e adornou todo o corpo com felicidade e alegria. Pavilhões e tendas foram postos nos pés de Dabra Makeda, na parte plana do lado das boas águas, e eles mataram trinta e dois mil touros e bois. E puseram Zion no forte de Dabra Makeda, e prepararam trezentos guardas com espadas para cuidarem do Tabernáculo de Zion, junto com seus próprios homens e nobres, os poderosos de Israel. E seus próprios guardas eram trezentos homens que carregavam espadas, e ainda mais, seu filho Davi, tinha setecentos guardas. Eles regozijaram com grande glória e prazer e foram arrumados com vestimentas caras, pois o reino era dirigido por ela, do mar de Aleba ao mar de Oseka, e todos obedeceram a seus comandos.

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Rainha Makeda tinha grandes honras e riquezas, que ninguém antes dela tinha tido, e ninguém depois dela jamais teve. Naqueles dias Salomão era o rei em Jerusalém, e Makeda era rainha na Etiópia. Aos dois foram dados sabedoria, riquezas, glória, graciosidade e entendimento, e bela voz, e eloquência no discurso, e inteligência. Ouro e prata eram coisas comuns, e roupas entrelaçadas em ouro eram tão comuns quanto tecidos de linho, e o gado e os cavalos eram incontáveis.

78 - COMO A RAINHA MAKEDA FEZ SEU FILHO REI DA ETIÓPIA No terceiro dia de celebrações Makeda entregou a seu filho dezessete mil cavalos escolhidos, que deviam observar o exército inimigo, e mil mulas escolhidas, vestimentas de honra, ouro e prata medidos pelo omer (medida hebraica, algo em torno de meio galão). E ela deu a seu filho tudo o que por lei pertencia a ele, e o trono de seu reino. E a rainha disse a seus nobres: “Falem agora ou jurem pela sagrada Zion que nunca farão mulheres rainhas ou as colocarão sobre o trono da Etiópia, e que ninguém exceto a semente masculina de Davi, o filho de Salomão o rei, jamais reinará sobre a Etiópia, e que vocês nunca farão mulheres rainhas”. E todos os nobres do rei juraram, os governadores, os conselheiros e os administradores. E ela fez Almeyas e Azariah, o chefe dos pastores e o chefe dos diáconos respectivamente. E os filhos dos poderosos de Israel seguiram a lei, junto com seu rei Davi no Tabernáculo do Testemunho, e o reino foi renovado. Então os corações das pessoas brilharam com a visão de Zion, o Tabernáculo da Lei de Deus, e o povo da Etiópia abandonou seus ídolos, e venerou o Criador, o Deus que os havia feito. E os homens da Etiópia amaram a pureza e a justiça que Deus ama. Eles abandonaram as antigas fornicações e escolheram a pureza que estava na visão da sagrada Zion. Eles abandonaram os deuses que na verdade eram demônios e escolheram o serviço a Deus. As filhas de Jerusalém sofreram a desgraça, e as filhas da Etiópia foram honradas, a filhas de Judas estava triste, mas a filha da Etiópia regozijava. O povo da Etiópia foi escolhido entre ídolos e imagens, e o povo de Israel foi rejeitado. As filhas de Zion foram rejeitadas, e as filhas da Etiópia foram honradas, pois Deus aceitou os povos que haviam sido abandonados, e rejeitou Israel, pois Zion foi tirada deles e veio para a Etiópia, pois aonde quer que Deus esteja feliz, lá ela morará.

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E a Rainha Makeda deu o reino a seu filho Davi II, o filho de Salomão o rei de Israel, e disse a ele: “Pegue o reino, eu o dei a ti. Eu fiz rei aquele que Deus fez ei, eu escolhi aquele que Deus escolheu como o responsável por Seu Tabernáculo”. Então o rei se erguei e girou sua vestimenta, e se abaixou perante sua mãe e disse: “Tu és a rainha, ó minha senhora, e eu te servirei em tudo o que comandastes, seja na vida ou na morte. Aonde quer que me mandes, eu irei, e o que quer que confie a mim, eu farei. Pois tu és a cabeça e eu sou os pés, e tu és a rainha e eu sou o escravo; tudo deve ser feito de acordo com teus comandos, e ninguém deve transgredi-los”. “E olhemos, nós trouxemos conosco a lei do reino e os mandamentos de Deus, os quais Zadok o pastor declarou a mim quando me consagrou rei, com o óleo da soberania na casa do santuário de Deus, o chifre do óleo, que é o unguento do pastorado e da realeza estando em suas mãos. E ele fez para nós o que estava escrito na lei, e nós fomos consagrados, Azariah para o pastorado e eu para o teu reino; então Almeyas, a boca de Deus e o mantenedor da lei e de Zion, o ouvido do rei em todos os caminhos da pureza”. “Eles também nos disseram e nos fizeram entender que nós carregamos a morte e a vida, e que nós somos como homens que tem o fogo na mão esquerda e a água na mão direita, e que podem por suas mãos em tudo o que agradá-los. Pois a punição e a vida estão escritas”. E assim, Almeyas e Azariah trouxeram o que foi escrito perante Deus e perante o rei de Israel e leram para Makeda e para os grandes homens de Israel. E quando eles ouviram estas palavras, todos se abaixaram e fizeram obediência, e eles glorificaram Deus, Ele que os fez ouvir estas palavras e deu a eles estes mandamentos, para que eles pudessem seguir a justiça e o julgamento de Deus. A rainha então disse a seu filho: “Meu filho, Deus te deu a pureza, ande sobre ela e não se afaste dela, pois vocês são os guardiões da lei de Deus e os guias de Seus mandamentos. Vocês são os homens da casa de Deus e os guardiões de Zion, o Tabernáculo da Lei de Deus”.

79 - O QUE VOCÊ DEVE COMER: O PURO E O IMPURO “Isto é o que você deve comer: o boi, a ovelha, a cabra, o búfalo e o antílope, a gazela, toda criatura com um casco rachado tu podes comer, e todas as criaturas que ruminam. Mas você não deve comer o camelo, o coelho e a lebre, pois eles ruminam mas não tem o casco rachado. O lobo e o porco você não deve comer, pois seus cascos são limpos mas eles não ruminam. Você não deve comer o que é impuro.

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Tudo o que está na água com barbatanas e escamas, você come; mas tudo o que houver lá e for impuro você não come. Dentre os pássaros tudo o que é puro você come, mas não comerá o seguinte: a águia, o abutre, o corvo, a coruja, o avestruz, nem a gaivota, o falcão, a garça, o cisne, nem o íbis, nem o pelicano, nem o morcego; estes são impuros. Não deve comer o gafanhoto nem nada de sua espécie, pois eles são impuros e você não deve tocar seus corpos mortos, e quem tocá-los será impuro até o anoitecer. Estas coisas que declaramos a você, para que possa manter e seguir a lei de Deus, para que seja abençoado em seu país, que Deus deu a você pela sagrada Zion, o Tabernáculo da Lei de Deus, e foi por causa dela que nós fomos escolhidos e nossos pais rejeitados. E quanto a ti minha rainha, sua sabedoria é grande e ultrapassa a sabedoria dos homens. Não há ninguém que possa ser comparado contigo com relação à tua inteligência, e a compreensão de teu coração é mais profunda que a dos homens, exceto meu senhor Salomão. Mas tua sabedoria excedeu muito a de Salomão, pois tu foste apta a arrastar os homens poderosos de Israel e o Tabernáculo da Lei de Deus, com a habilidade de tua sabedoria e compreensão. Tu devastaste a casa de seus ídolos e destruíste suas imagens e limpaste o que era impuro no meio de teu povo, pois levaste para longe deles tudo o que Deus odeia. E sobre teu nome, o próprio Deus o preparou, pois Ele te chamou Makeda, que significa ‘Assim não’. ‘Assim não’ se venera o sol, mas o certo é venerar a Deus. ‘Assim não’ se pratica o trabalho mágico, mas ampara-se sobre o Sagrado de Israel. ‘Assim não’ se oferece sacrifícios para os ídolos de pedra e madeira, mas é certo oferecer sacrifícios para Deus. E o tempo passou pela vontade de Deus, para que Zion viesse a Etiópia para ser um guia de nosso rei Davi II (Menyelek I), o amante de Deus, o guardião do Tabernáculo, e o diretor da moradia de Sua glória”.

80 - COMO O REINO DE BAYNA-LEHKEM (DAVI II, MENYELEK I) FOI ESTABELECIDO NA ETIÓPIA Então Azariah disse: “Tragam as trombetas de jubileu e vamos para Zion, e lá nós renovaremos o reino de nosso senhor Davi”. E ele pegou o óleo da soberania, encheu a taça e consagrou Davi com o unguento, com o óleo da soberania. E eles tocaram as cornetas, as gaitas e as trombetas, e tocaram a bateria, e todos os tipos de instrumentos musicais soaram, e havia canções, dança, jogos, disputas com cavalos, e todos os homens e mulheres da Etiópia estavam presentes, pequenos e grandes, e os

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pigmeus, seis mil em número, também as mulheres virgens, a quem Azariah havia escolhido como as mulheres de Zion, que serviriam as mesas e os banquetes no forte real quando Davi aparecesse, vestidas com roupas de fino ouro. Assim, desta maneira o reino de Davi II (Menyelek I) foi renovado na capital Dabra Makeda, na casa de Zion, quando a lei foi estabelecida pela primeira vez pelo rei da Etiópia. Assim a fronteira leste do reino da Etiópia é o começo da cidade de Gaza na terra de Judas e Jerusalém, e sua fronteira é o lado de Jericó passando pela costa do mar de Leba e Saba, rodeado por Bisis e Asnet. Sua outra fronteira é o mar do Negro e Homem Nu, indo do Monte Kebereneyon até o Mar da Escuridão, ou seja, o lugar aonde o sol se põe, e estendendo-se a Feneel e Lasifala, e suas fronteiras são as terras próximas ao Jardim do Paraíso, aonde há muita comida e grande abundância de gado; esta fronteira se estende até Zawel, passando pelo mar da Índia, com sua fronteira indo até o mar de Tarsis. Em sua parte mais remota fica o mar de Medyam, que chega ao país de Gaza. Assim então, esta é a extensão do domínio do rei da Etiópia, e isto pertence a ele e à sua semente depois dele, para todo o sempre.

81 - COMO OS HOMENS DE ROMA DESTRUÍRAM A FÉ Depois de uma espera de três meses, Zion chegou à Etiópia, no começo do primeiro mês na linguagem hebraica. Então eles escreveram a lei e os nomes, e o depositaram como um memorial para dias tardios, assim o que era certo devia ser feito pelo Tabernáculo de Zion, para que a glória dos reis de Roma pudesse ser bem conhecida. Pois os reis da Etiópia e os reis de Roma eram irmãos e seguravam a fé cristã, e acreditavam na pregação do evangelho desde o tempo do Rei Constantino e da Rainha Helena, que trouxeram a madeira da cruz. E os reis de Roma continuaram a acreditar por mais cento e trinta anos. Então Satanás, que era o inimigo do homem desde muito tempo, se ergueu e seduziu o povo de Roma, e eles poluíram a fé de Cristo, e introduziram heresias na igreja de Deus pela boca de Nestorius e Arius, que no coração tinham o mesmo ciúme, lá colocado pelo Satanás, que havia no coração de Caim quando matou seu irmão Abel. Desta maneira fez seu pai, o Diabo, o inimigo da pureza e o ódio pelo bem, colocando o ciúme, assim como disse Davi: “Eles falam violência nas alturas dos céus, e colocam suas bocas nos céus, e suas línguas movem-se pela terra”.

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Aqueles mesmos homens que não sabem de onde vieram, e também não sabem para onde estão indo, insultam Seu criador com suas línguas e blasfemam Sua glória, enquanto Ele é Deus, a palavra. Ele desceu do trono de Sua soberania e colocou o corpo de Adão, e neste corpo Ele foi crucificado para que pudesse redimir Adão da maldade, então Ele voltou para os céus e sentou-se no trono de Sua soberania no corpo que Ele tinha tomado. E Ele deverá vir novamente na glória para julgar os vivos e os mortos, e recompensará a todos de acordo com sua obra.

82 - A PRIMEIRA GUERRA DO REI DA ETIÓPIA Depois de três meses, Davi e seus soldados se ergueram na cidade do governo, com a Rainha Makeda sua mãe e o Tabernáculo de Zion, e foram para a guerra. E os levites carregavam o Tabernáculo da Lei, enquanto outros homens poderosos marchavam na frente e atrás, e do lado direito e do lado esquerdo. Assim como nos tempos antigos, quando Deus, do Monte Sinai, fez Zion descer de Sua santidade para Moisés e Aaron, fizeram Azariah e Almeyas com o Tabernáculo da Lei, cantando salmos e canções do espírito, como os exércitos sagrados, pois Deus havia dado a eles belas vozes e maravilhosas canções, e Ele estava muito feliz por ser louvado por eles. Então eles vieram da cidade do governo e acamparam em Maya Abaw, e na manhã seguinte eles devastaram o distrito de Zawa, no qual o inimigo existia entre eles desde a antiguidade; e expulsaram o povo e os mataram com a lâmina de suas espadas. Depois disto eles passaram deste lugar e acamparam em Gerra, e lá eles também devastaram a cidade das víboras, que tinham rostos de homens mas rabos de asno presos em seus quadris. A rainha então retornou e acampou na cidade de Zion, e eles permaneceram lá por três meses, então as carruagens se moveram e voltaram para a cidade do governo. Depois, em apenas um dia eles chegaram à cidade de Saba e devastaram o distrito de Noba, então eles acamparam ao redor de Saba e a devastaram até sua fronteira com o Egito. A majestade do rei da Etiópia era tão grande que os reis de Medyam e do Egito fizeram com que presentes fossem levados até ele. Então, quando eles acamparam em Abat, eles guerrearam na Índia, e o rei da Índia trouxe presentes e homenageou o rei da Etiópia. O Rei Davi II fazia a guerra aonde quer que lhe agradasse, e nenhum homem conseguiu conquistá-lo, mas todos que o atacavam eram conquistados, pois a própria Zion fez com que a força do inimigo fosse exaurida. Mas o Rei Davi com seu exército e todos aqueles

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que o obedeciam, corriam nas carruagens sem dor, fome ou sede, sem suor ou exaustão, e viajando em um dia distâncias que normalmente tomariam três meses. E eles não ficavam sem nada do que pediam a Deus através do Tabernáculo da Lei de Deus, pois Ele morava com ela e seu anjo a guiava, pois ela era Sua moradia. Quando o rei quisesse que algo fosse feito, tudo o que ele desejasse, ou pensasse em sua mente, ou apontasse com seu dedo, era realizado, e todos o temiam mas ele não temia a ninguém, pois a mão de Deus estava com ele, e o protegia dia e noite. Ele fazia a vontade de Deus e Deus trabalhava por ele, e o protegia de todo o mal.

83 - COMO A AUTORIDADE DE BAYNA-LEHKEM FOI UNIVERSALMENTE ACEITA Pelo Kebra Negast nós sabemos e aprendemos que o rei da Etiópia é honrado, pois ele é o rei de Zion, o primeiro nascido da semente de Shem. A habitação de Deus está em Zion. E que ele quebrou a força e o poder de seus inimigos e adversários, e que depois dele o rei de Roma foi o consagrado do Senhor por causa da madeira da cruz. Sobre o reino de Israel, verdadeiramente a pérola nasceu deles, e da pérola nasceu o sol dos puros, que se fez no corpo da mulher, pois se não, Ele não poderia ser visto pelos olhos dos mortais; e tendo colocado nosso corpo, Ele se tornou como nós, e andou com os homens. Ele fez sinais e milagres entre eles, Ele ergueu os mortos, abriu os ouvidos dos surdos e limpou os leprosos; Ele satisfez a fome com comida, e fez muitos milagres, alguns foram escritos e outros não. Quando as fracas crianças de Israel viram tudo isto, elas pensaram que Ele fosse um homem, e tinham inveja Dele pelo que viam e ouviam, e o crucificaram sobre a madeira da cruz e o mataram. Mas no terceiro dia Ele se ergueu dos mortos e subiu até o glorioso céu, e sentou-se no trono de Sua soberania. Lá Ele recebeu de Deus um reino incorruptível para sempre, para reinar sobre os seres espirituais e os seres terrenos, e sobre todas as coisas criadas; assim toda língua adora Seu nome, e todo joelho se curvará perante Ele; e Ele julgará os vivos e os mortos, e recompensará a todos de acordo com sua obra. Portanto quando os judeus O virem, eles serão envergonhados, e serão condenados ao fogo duradouro. Mas nós que acreditamos, seremos colocados no trono e regozijaremos

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com nossos professores, os apóstolos, que providenciaram para que nós andássemos no caminho de Cristo e sob Seus mandamentos. Depois que os judeus crucificaram o Salvador do mundo, eles foram espalhados, e seu reino foi destruído e foram subjugados para sempre. Então todos os anjos que estavam reunidos juntos disseram: “Em toda verdade o rei da Etiópia é o mais exaltado e mais honrado do que qualquer outro rei que existe sobre a face da terra, por causa da glória e da grandeza da sagrada Zion”. E Deus amou o povo da Etiópia, pois sem conhecerem Suas leis, eles destruíram seus ídolos; mas aqueles para quem a lei foi dada (judeus), fizeram ídolos e veneraram os falsos deuses que Deus odeia. Quando mais tarde Ele nasceu da carne para redimir Adão, Ele manifestou sinais e maravilhas perante eles, mas eles não acreditaram Nele ou em Seus ensinamentos. E o povo da Etiópia acreditou neste discípulo merecedor de nossa confiança, e por esta razão, Deus ama muito o povo da Etiópia. Ele os ama com um amor imortal que durará para sempre. A semente de Abraão exaltou a semente de Shem. Todos eles são reis sobre a terra, mas os escolhidos do Senhor são as pessoas da Etiópia, pois lá descansa a moradia do Senhor, a sagrada Zion, o Tabernáculo da Lei de Deus, que Ele fez em um assento misericordioso através de Seu amor pelas crianças dos homens; também pelas chuvas e pelas águas dos céus, pelas plantas e pelas frutas, pelos povos e pelos países, os reis e os nobres, os homens e os animais, e os pássaros e coisas horríveis. A salvação foi dada para todos nós que acreditamos em Nossa Senhora Maria, a semelhança da sagrada Zion, pois o Senhor morou no útero da virgem, e foi trazido por ela sem união carnal. E as dez palavras da Lei foram escritas pelo dedo de Deus e colocadas em Zion, o Tabernáculo da Lei de Deus. E agora nós declararemos da Lei de Moisés as profecias dos profetas, nossas pais, os homens sagrados da antiguidade, e as profecias sobre Cristo nosso redentor, para que as gerações da posteridade possam ouvir a narrativa da história, e nós também relataremos a eles a interpretação das escrituras. Nós começaremos então com o começo do livro, e faremos você entender espiritualmente, assim como Davi disse através do Espírito Santo: “No começo o livro foi escrito por minha causa”. E um respondeu dizendo: “O que é o começo do livro?”, responderam a ele: “É a lei que foi escrita sobre Cristo, o filho de Deus. ‘No começo Deus fez o céu e a terra’; e eles existem desde a antiguidade. Então a terra não tinha forma, e foram misturados a

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escuridão, os ventos, a água, a névoa e o pó; tudo isto foi misturado junto, e o Espírito de Deus pairou sobre as águas”. Isto significa que pela palavra de Deus os céus e a terra foram criados, e estas palavras significam que o Espírito de Deus permaneceu sobre toda a criação.

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PARTE V A Semente da Mulher

“E o dragão ficou irado com a mulher, e veio para fazer a guerra com os remanescentes de sua semente, que mantêm os Mandamentos de Deus, e têm o testemunho de Cristo”.

(Revelações 12:17)

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84 - A PROFECIA SOBRE CRISTO Moisés proclamou na lei e disse: “Um profeta como eu deve se erguer por vocês de seu irmão, e ouvi-lo, e toda a alma que não ouvir o profeta vocês devem expulsá-la do meio de seu povo”. Isto ele disse sobre Cristo, o filho de Deus, e ele também profetizou sobre Sua crucificação dizendo: “Quando as serpentes afligiram as crianças de Israel, eles choraram para Moisés, e Moisés chorou para Deus livrá-los das serpentes”. Então Deus disse a ele: “Faça a imagem de uma serpente em chumbo e a suspensa em um local no qual ela será vista como um sinal, e deixei todos que foram mordidos pela serpente olharem para a imagem, e eles viverão”. Assim quando eles falharam ao olhar a imagem, eles morreram, mas os que a olharam e acreditaram, viveram. Desta maneira foi com Cristo; aqueles que não prestaram atenção Nele ou não acreditaram Nele, pereceram no inferno, e aqueles que ouviram-no e acreditaram, herdaram a terra da vida duradoura, na qual nunca haverá dor ou sofrimento. E agora nós faremos vocês conhecerem como eles não prestaram atenção em Cristo, a palavra de Deus. As crianças de Israel falaram contra Moisés dizendo: “Isto é o que Deus falou para Moisés? Como que nós, que não ouvimos a palavra de Deus, podemos acreditar Nele?”. E Deus, que conhece os corações dos homens ouviu o murmúrio das crianças de Israel e disse a Moisés: “Tu pediste perdão para teu povo, e eles murmuraram contra ti, dizendo: ‘Por que Deus não falou conosco também?’. E agora, se eles acreditam em mim, deixeos virem até mim junto contigo. E diga a eles para purificarem-se e lavarem suas roupas, e deixe os grandes homens de Israel subirem para ouvir os mandamentos que eu darei a eles. Deixe-os ouvir minha voz e seguirem os comandos que eu darei”. Então Moisés disse às crianças de Israel o que havia sido dito a ele, e o povo se curvou perante Deus, e se purificaram no terceiro dia. E os setenta anciãos de Israel foram até o Monte Sinai, e eles estavam distantes uns dos outros à distância do voo de uma flecha, e ficaram parados encarando uns aos outros. Assim havia muitos deles, e eles não estavam aptos a subirem para as nuvens com Moisés, e o medo e o temor se abateu sobre eles, e a sombra da morte os cercou. Então eles ouviram o som das cornetas e gaitas e sentiram a escuridão e os ventos. Quando Moisés subiu às nuvens e conversou com Deus, todos os grandes homens de Israel ouviram a voz de Deus, e se apavoraram e tremeram com terror, e por causa do medo extremo que tomava conta de seus corações eles não conseguiram levantar.

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Mas quando Moisés voltou, eles disseram a ele: “Nós não ouviremos a palavra de Deus para que não morramos de pavor. E olhe, nós sabemos que Deus fala contigo, então se há alguma coisa que Ele diria para nós, escute você e nos diga. Seja para nós a boca de Deus, e nós seremos para Ele Seu próprio povo”. Você não percebe que eles negaram Cristo dizendo: “Nós não ouviremos a esta voz, para que não morramos de pavor”? Pois Cristo é a palavra de Deus e portanto eles dizem: “Nós não ouviremos a esta voz”, eles querem dizer: “”Nós não acreditamos em Cristo”. Novamente Moisés falou com Deus e disse: “Mostre-me tua face”. E Deus disse a Moisés: “Ninguém pode olhar para minha face e continuar vivo, mas apenas como num espelho. Vire teu rosto para o oeste e tu verás em uma rocha o reflexo do meu rosto”. Quando Moisés viu o reflexo do rosto de Deus, seu próprio rosto brilhou com uma luz que era sete vezes mais forte que o sol, e a luz era tão forte que as crianças de Israel não podiam olhar para seu rosto sem usarem um véu. Moisés disse que eles não desejavam olhar para a face de Deus, pois eles disseram a ele: “Faça para nós um véu, para que nós possamos olhar para teu rosto”. Tendo dito estas palavras é evidente que eles odiavam o som de Sua palavra e a visão de Seu rosto. Ademais, quando Abraão pegou seu filho Isaac e o levou ao Monte Carmel, Deus enviou dos céus um carneiro para q redenção de Isaac. E Isaac não foi massacrado. Abraão deve ter interpretado como Deus o pai, e Isaac deve ser interpretado como um símbolo de Cristo o filho. E quando Ele veio dos céus para a salvação de Adão e seus filhos, a soberania que havia vindo dos céus não foi morta, apenas Seu corpo o foi, a soberania não sofreu nada e permaneceu imutável. Então o mortal se tornou vivo na ressurreição com a soberania. Agora isto é um claro manifesto de que Cristo, o filho de Deus nos redimiu. Ele nos glorificou, e nós devemos honrar especialmente, tanto nos céus como na terra, Nossa Senhora Maria a virgem, a mão de Deus, a segunda Zion. Ouçam agora esta explicação sobre o primeiro homem, que é nosso pai Adão. Eva foi criada de um osso de seu corpo, sem a união carnal, e se tornou sua companheira. Mas tendo ouvido a palavra da decepção, de ajudante de Adão ela se tornou uma assassina ao fazê-lo transgredir o mandamento. Mas em Sua misericórdia, Deus criou a pérola no corpo de Adão; Ele limpou o corpo de Eva, o santificou e fez dele a moradia para a salvação de Adão. Assim Maria nasceu sem vergonha, pois Ele a fez pura, sem poluição, e ela redimiu sua dívida sem união carnal.

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Ela deu a luz a um rei sagrado em carne e osso, e Ele nasceu dela, e ele renovou Sua vida na pureza de Seu corpo. Ele matou a morte com Seu corpo puro e ergueu-Se sem corrupção e nos ergueu também à imortalidade, ao trona da divindade, e nos levou a Ele, e nós trocamos a vida de nossos corpos mortais pela vida imortal. Através da transgressão de Eva, nós morremos e fomos enterrados. E pela pureza de Maria nós recebemos a honra, e fomos exaltados às alturas. Ezequiel também profetizou sobre Maria dizendo: “Eu vi uma porta no leste que estava selada com um grande e maravilhoso selo, e não houve ninguém que conseguiu entrar, a não ser o Senhor dos Exércitos; Ele entrou e saiu de lá”. Ouçam agora esta explicação. Quando ele disse: “Eu vi uma porta”, esta era a porta dos portões do céu, a entrada dos santos ao reino dos céus. E quando ele disse: “Estava no leste”, ele se refere à pureza e beleza. Os homens a chamam de “portão da salvação”, e também “o leste” para onde os santos olham com alegria e felicidade. A “tranca” a que ele se refere é a virgindade de seu corpo; e quando ele diz que ela “estava selada com um grande e maravilhoso selo”, isto mostra claramente que ela estava guardada por Deus, o Grande e Maravilhoso, através do Espírito Santo. Ademais, quando ele diz: “Ninguém conseguiu entrar exceto o Senhor dos Exércitos; Ele entrou e saiu”, ele quer dizer o Criador dos céus e da terra, dos anjos, homens e senhores. O Senhor dos Exércitos é fruto da soberania, que colocou nosso corpo através dela, Cristo. Ele entrou e saiu dela sem a poluir. Moisés também profetizou sobre Maria: “Eu vi um arbusto de espinhos no Monte Sinai, ao qual o fogo devorador não consumiu”, e o significado deste fogo é a soberania do filho de Deus; e o “arbusto de espinhos”, que queimou mas sem as folhas serem consumidas, é Maria.

85 - O MURMÚRIO DE ISRAEL Mais uma vez as crianças de Israel murmuraram sobre o ministério do pastor perante Deus dizendo: “Nós não somos Israel, da semente de Abraão? Por que nós não podemos oferecer sacrifícios na tenda do testemunho pelo Tabernáculo da Lei de Deus, a sagrada Zion, com incenso e sagrados instrumentos, como eles fazem? Por que Moisés, seu irmão Aaron e suas crianças, devem fazer isto sozinhos? Nós não somos do povo que Deus escolheu tanto quanto eles?”. E quando Moisés ouviu isto ele disse a eles: “Façam o que vocês quiserem”. Então os anciãos de Israel fizeram setenta turíbulos com os quais eles perfumariam Zion e louvariam a Deus, e eles puseram incenso e carvão nos turíbulos, e foram oferecê-los

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à sagrada das sagradas, mas imediatamente após colocarem o incenso nos turíbulos, ao primeiro movimentos deles, um fogo saiu dos turíbulos e eles foram queimados e derretidos. Como cera derretendo no fogo, assim eles derreteram; e como a grama secando ao aproximar-se do fogo, assim eles foram consumidos juntos com seus instrumentos, e nada sobrou a não ser os turíbulos. E Deus disse: “Santifique para mim estes turíbulos em minha tenda, e eles serão usados em minhas oferendas, pois eles foram consagrados pela morte destes homens”. O turíbulo é Maria, e Cristo o filho de Deus, é o carvão, e o odor do incenso é o cheiro da pureza de Cristo, e através Dele, também o perfume dos profetas, apóstolos e mártires que rejeitaram o mundo e herdaram o reino dos céus. As correntes dos turíbulos são a escada que Jacó viu, pela qual os anjos subiam e desciam, e através do cheiro do incenso as orações do coração puro chegam até o trono de Deus. Quando a chama havia queimado os pecadores, as pessoas que eram parentes destes homens foram destruídas ofendendo Moisés e Aaron: “Vocês fizeram nossos anciãos perecerem”, e eles pegaram pedras para apedrejar Moisés e Aaron. Mas Deus estava extremamente bravo com Israel e Ele desprezou o conselho de Dathan e Abiram, os filhos de Korah, como um trapo sujo. Então a palavra de Deus fez um sinal para a terra e a terra abriu sua boca e os engoliu, junto com todos os seus companheiros, esposas, crianças e animais. Eles foram para Sheol (inferno) vivos, e a terra se fechou sobre eles. Quanto ao povo que estava associado a eles e haviam escutado as ofensas a Moisés, Deus enviou uma praga sobre eles e todos morreram logo depois. Moisés e Aaron vieram com turíbulos e incenso e choraram perante Deus, e imploraram pelo perdão ao seu povo, dizendo: “Lembre-se Senhor, Abraão Teu amigo, Isaac Teu servo, e Israel Tua sagrada, pois nós somos sua semente e as crianças de seu povo. Diminui Tua ira em respeito a nós, e nos ouça. Não nos destrua e retire Tua punição de cima de Teu povo”. E Deus, o misericordioso viu a sinceridade de Moisés, e teve compaixão por eles. Então Deus falou a Moisés: “Fale a este povo: ‘Santifiquem-se, e tragam, cada um de vocês, uma vara’, e escrevam sobre eles para que possais conhecer suas varas, tu e teu irmão Aaron. De tuas casas, deixe Aaron escrever em sua vara, mas sobre a tua própria vara não escreva nada, pois ela será um perfeito milagre para as crianças de teu povo e uma proteção contra os fracos, e um sinal de vida para todos aqueles que acreditam”.

86 - A VARA DE MOISÉS E A VARA DE AARON

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Moisés falou estas palavras para eles, e eles trouxeram uma vara da casa de seus pais, que eles haviam escolhido para a pureza; e a então havia doze varas. E Moisés escreveu sobre suas varas os nomes de seus pais: na vara de Aaron foi escrito o nome de Levi, na vara de Adonyas foi escrito o nome de Reuben, e nas varas de todos os homens das casas de Israel foi escrito o nome de seus pais. E Deus disse a Moisés: “Leve as varas de Zion para a tenda do testemunho, e as deixe lá até a manhã, e então pegue-as perante os homens e entregue a cada um deles sua vara, e o dona da vara na qual for encontrada uma marca, ele é o escolhido para ser o meu pastor”. Moisés contou ao povo estas palavras, e eles fizeram de acordo com o que Deus havia dito. Então a manhã chegou, Moisés pegou as varas, e os anciãos de Israel juntamente com Aaron vieram. E Moisés veio perante eles, ergueu as varas e as trouxe perante todo o povo, e a vara de Aaron foi encontrada com o fruto e a flor de uma amêndoa que emitia uma fragrância perfumada. E Moisés disse a eles: “Olhem vocês, esta é a vara que Deus escolheu, temam-no e verem-no”; e todo o povo se curvou perante Deus. Esta vara é Maria, de quem nasceu sem a semente do homem a palavra de Deus. E quando ele disse: “Eu escolhi, eu manifestarei um milagre, e ele será meu pastor”; isto significa que Deus escolheu Maria de todas as congregações de Israel, assim como Davi seu pai profetizou: “O Senhor ama os portões de Zion mais que todas as moradias de Jacó”, e ele disse: “Maravilhoso é Seu discurso sobre ti, ó cidade de Deus”. Assim, quando ele disse: “Mais do que todas as moradias de Israel” e “seus portões”, ele se refere ao silêncio de sua boca, a pureza de seus lábios, e ao louvor que sai de sua boca, como o mel que floresce de seus lábios, e a pureza de sua virgindade, que não possuía vergonha e impureza antes de dar a luz; e mesmo depois, ela continuou pura e sagrada, e assim será, exatamente como era, por toda a eternidade. E nos céus, ela foi com os anjos uma coisa pura, e ela é a vara de Aaron. Assim ela vive em Zion com o pote que é cheio de manna, e com as duas tábuas de pedra que foram escritas com o dedo de Deus. Mas a sagrada e espiritual Zion está sobre eles, a sagrada Zion, a constituição do que é maravilhoso, e da qual o próprio Deus é o fabricante, a verdadeira moradia de Sua glória. E Deus novamente falou com Moisés dizendo: “Faça um Tabernáculo de madeira que seja indestrutível, nem pelos vermes e nem pelo apodrecimento e o cubra com pratos de fino ouro, por toda a parte”. O ouro é o mais fino de Sua soberania que desceu dos céus, e desta maneira, o Tabernáculo foi coberto com ouro, a moradia da sagrada Zion. O Tabernáculo deve ser interpretado como Maria, e a madeira que é indestrutível deve ser interpretada como Cristo, nosso Redentor; e novamente o pote de ouro dentro do Tabernáculo deve ser interpretado como o corpo de Cristo que desceu dos céus, e a

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palavra de Deus que está escrita nas duas tábuas de pedra deve ser interpretada como Cristo o filho de Deus. A espiritual Zion então deve ser interpretada como a luz da soberania. A pérola espiritual que está dentro do Tabernáculo é como uma gema brilhante de grande apreço, e ele que a adquiriu deve segurá-la com muita força em suas mãos, e enquanto a gema estiver em suas mãos, o dono poderá ir ao Tabernáculo, e lá ele será um pastor. Ele que possui a pérola deve ser interpretado como a palavra de Deus, Cristo, e a pérola espiritual deve ser interpretada como Maria, a mãe da luz, através de quem “Cristos”, o “Puro”, assumiu um corpo.

Nela, Ele fez um templo para si próprio em seu corpo puro, e dela nasceu a luz de todas as luzes, que nasceu por Sua própria vontade e não foi feito por outro, mas Ele fez um templo através de uma incompreensível sabedoria que transcende a mente do homem. Quando Deus trouxe Israel do Egito, eles estavam sedentos por água e choraram para Moisés, e Moisés foi a Deus com seus lamentos. E Deus disse: “Pegue tua vara e destrua esta rocha”. E Moisés destruiu a rocha e dela saiu doze fontes. E eles beberam, as pessoas e os animais, e depois de beber a rocha os seguiu. A rocha deve ser interpretada como Cristo, as correntes de água devem ser interpretada como os apóstolos, o que eles beberam foram os ensinamentos dos evangelhos. E a vara é a madeira da cruz. E esta rocha é firme: “Ele que construiu sobre a rocha não será movido por demônios”. E novamente ele disse: “Eu sou a porta”. “Tu és a rocha”, Ele disse a Pedro. “E sobre ti eu construirei o povo cristão”. E novamente ele disse: “Eu sou o pastor das ovelhas”, e disse: “Alimente minhas ovelhas”. E novamente Ele disse: “Eu sou o caule da vinha, você é o cacho e o galho da fruta”. A vara de Moisés deve ser interpretada como a madeira da cruz, com a qual ele libertou Adão e suas crianças da punição dos diabos. Como Moisés atacou a água do rio e transformou-a em sangue e matou seus peixes, desta maneira Cristo matou com Sua cruz e os trouxe de Sheol. E como Moisés atacou o ar com sua vara e todo o Egito se tornou escuro por três dias e três noites com a escuridão que podia ser sentida, e os egípcios não podiam levantar de suas camas, assim Cristo, tendo sido crucificado, iluminou a escuridão dos corações dos homens e se ergueu dos mortos no terceiro dia. E como a vara de Moisés mudou e se transformou pela palavra de Deus, sendo seco mas com vida, e sendo viva mas secando, assim fez Cristo com a madeira da cruz, dando a vida para o povo que acreditou Nele, e com o sinal da cruz, o fez expulsar os demônios. Demônios e cristão mudaram. Os seres espirituais se tornaram condenados, e através da transgressão dos mandamentos de seu Senhor eles foram exilados pelo poder de Sua

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cruz. Mas nós nos tornamos seres espirituais ao recebermos Seu corpo e sangue no lugar daqueles que foram exilados, e agora nós somos almas merecedoras do louvor, pois acreditamos em Sua cruz e em Sua ressurreição. Portanto, como Moisés atacou as montanhas ao esticar suas mãos com sua vara, e trouxe a punição pelo comando de Deus, assim Cristo expulsou os demônios dos homens pela força de Sua cruz. Quando Deus disse a Moisés: “Ataque com tua vara”, Ele quis dizer: “Faça o sinal da cruz de Cisto”, e quando Deus disse a Moisés: “Estique suas mãos”, Ele quis dizer que pela abertura de Suas mãos, Cristo nos redimiu da servidão aos nossos inimigos e nos deu a vida esticando Suas mãos sobre a madeira da cruz. Quando Amalek lutou com Israel, Moisés veio à montanha junto com Aaron. Eles vieram orar porque Amalek estava predominando. E Deus disse a Moisés: “Estique suas mãos até que Israel se apodere de Amalek”. Então as mãos de Moisés foram erguidas até o pôr do sol, mas elas foram se tornando pesadas, e Moisés já fraco, as deixou cair, e Israel parou de reagir e seus inimigos atropelaram. Mas quando Moisés ergueu suas mãos novamente, Amalek foi derrotado, e Israel varreu seus inimigos liderados por Amalek. Quando Aaron e Hur viram isto, eles colocaram pedras sobre os braços de Moisés e fizeram com que eles descansassem sobre as pedras, e Aaron e Hur carregaram Moisés nos ombros, para que suas mãos não caíssem novamente. A guerra de Amalek contra Israel foi a guerra dos fiéis contra os demônios, antes de Cristo ser crucificado estes demônios haviam conquistado os fiéis. Mas quando ele esticou suas mãos na madeira da cruz, por causa do pecado de Adão e de suas crianças, e suas palmas foram pregadas com pregos, aqueles que estavam protegidos pelo sinal da cruz conquistaram os demônios. A esticada de mão de Moisés simboliza a cruz de Cristo; Aaron e Hur construírem um apoio de pedras indica a madeira da cruz e os pregos.Também, Aaron representa o ladrão à direita e Hur representa o ladrão à esquerda. Então Amalek representa os demônios, e o rei de Amalek representa Satanás. Quanto aos amalekites, eles foram conquistados, e isto significa que nós conquistamos os demônios e Satanás pela ressurreição de Cristo e pela Sua cruz. Quando Israel saiu da escravidão no Egito, eles foram para as águas amargas que não podiam beber, e lamentaram por causa da amargura da água. E Deus disse a Moisés: “Erga tua vara e a coloque na água, e faça o sinal da cruz”. E Deus disse: “Deixe-a tornar-se doce”, então a água teria se tornado doce. Mas Ele manifestou que pelo sinal da cruz de Jesus Cristo, todas as coisas poluídas se tornariam boas e agradáveis.

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Então agora eu declararei a ti, pelos profetas sobre Sua crucificação. Davi disse: “Eles pregaram meus pés e minhas mãos”. E novamente Ele disse: “Eles me fizeram beber vinagre para minha sede”. O sopro da vida que soprou sobre Adão bebeu vinagre, e a mão que fez a terra estava pregada com um prego. Ele que pela causa de Adão, humilhou a si mesmo, nasceu e tomou a forma de um servo.

87 - PARÁBOLA DE DOIS ESCRAVOS (O DIABO E ADÃO) Um certo rei tinha dois escravos; um era arrogante e forte, e o outro era humilde e fraco. E o arrogante atacou o humilde, bateu nele e o roubou, mas não o matou, e o rei sobre seu trono viu tudo. E o rei desceu e impediu o arrogante, bateu nele e o subjugou, e o colocou em um lugar escuro. Então ele levantou o escravo humilde e fraco, abraçou-o e tirou a poeira que o cobria, lavou-o e limpou suas feridas, o colocou em seu cavalo e o trouxe para a cidade; e o colocou em seu trono e depois em sua mão direita. O rei é na verdade Cristo, o escravo arrogante é Satanás, e o humilde servo é Adão. Quando Cristo viu como o escravo arrogante batia no humilde e o derrubou no chão, Ele desceu dos céus e ergueu Adão Seu servo, e prendeu Satanás com correntes no terror de Sheol. Então ele assentou o corpo de Adão sobre Seu trono e o glorificou e o exaltou, e o honrou; e ele foi louvado por todos os seres que Ele tinha criado, os anjos e os arcanjos, milhares e milhares de seres espirituais. Ele derrubou o arrogante e ergueu o humilde. Ele reduziu o arrogante à sua vergonha e honrou o humilde. Ele rejeitou o arrogante e amou o humilde. Ele desprezou o orgulhoso e teve pena do rebaixado. Ele afastou o arrogante de seu posto nas alturas, e ergueu o pobre da poeira. Ele retirou a honra do poderoso e tirou o pobre da corrupção. Pois com Ele estão a honra e a desgraça. Quem Ele deseja honrar, será honrado, e quem Ele deseja desgraçar, será desgraçado.

88 - COMO OS ANJOS SE REBELARAM CONTRA DEUS QUANDO ELE CRIOU ADÃO Havia certos anjos com quem Deus estava irado (Ele, o conhecedor dos corações, conhecia eles), pois eles ofendiam Adão dizendo: “Deus mostrou Seu amor por ele e nos colocou para cuidarmos dele, como dos animais e das coisas horríveis, do peixe do

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mar, do pássaro do ar e de todas as frutas, das árvores do campo, dos céus e da terra. Ele consagrou os céus para dar a ele a chuva, e a terra para dar a ele os frutos”. “O sol e a lua Ele também deu a ele; o sol para iluminar seu dia e a lua para iluminar sua noite. Ele o fez com Seus próprios dedos e o criou à Sua própria imagem. Ele o beijou e soprou para dentro dele o espírito da vida, e disse a ele: ‘Meu filho, meu primeiro filho, meu amado’. E Ele o colocou em um jardim para comer e aproveitar, sem doenças e sofrimento, e sem trabalho, mas Ele disse a ele para não comer de uma árvore. E tendo ganhado todas estas coisas de Deus, Adão transgrediu este mandamento e comeu desta árvore, e ele se tornou odiado e rejeitado, e Deus o expulsou do jardim. Desde então Adão abandonou sua esperança. Pois ele transgrediu o mandamento de Seu criador”. Então Deus respondeu aos anjos: “Por que vocês ofendem Adão desta maneira? Pois ele é de carne e osso, cinzas e pó”. E os anjos disseram: “Podemos declarar a ti o pecado de Adão?”, e Deus disse: “Declarem, e eu ouvirei vocês, e eu mesmo responderei a respeito de Adão, meu servo”. Pois Deus amava seu filho, Adão. E Deu disse: “Eu o criei do pó, e eu não abandonarei aquilo que eu fiz. Eu o trouxe da não existência, e eu não farei de meu trabalho motivo de riso para seus inimigos”. E os anjos responderam: “Louvor a Ti, ó Senhor, pois Tu, o conhecedor dos corações, sabe que nós ofendemos Adão porque ele transgrediu Teus mandamentos, o de que ele não devia comer de uma árvore depois que o fizeste senhor sobre todas as coisas que Tu criaste, e o colocou sobre todas as obras de Tuas mãos”. “Se Tu não disseste a ele, e se Tu não o comandaste a não comer de uma árvore, então não houve ofensa por parte dele; e se ele comeu por falta de comida, então também não houve ofensa da parte dele”. “Mas Tua palavra o fez saber, e Tu disseste: ‘Tão claramente como tu comeste desta árvore, tu deverás morrer’. E ele depois de ouvir isto, se tornou ousado e comeu. Tu não o deixaste com falta de frutas para comer no jardim, e não o deixou com falta de conforto, e deixou uma companheira para ele. Então, estas coisas que dizemos para deixá-lo saber, nós declaramos a Ti como ele transgrediu Teu mandamento”. Então, o misericordioso, o amante da humanidade respondeu a eles: “Vocês eu criei do fogo e do ar para que pudessem me louvar. Ele eu criei com duas vezes mais elementos que vocês, da poeira e da água, do vento e do fogo; e ele se tornou um ser de carne e osso, e nele existem dez pensamentos ou intenções, cinco bons e cinco ruins. Se seu coração incitá-lo ao bem, então ele andará com boas intenções; mas se o diabo seduzilo, ele andará no caminho do mal”. “Quanto a vocês, vocês não tem nenhum outro objetivo em suas mentes a não ser louvarem-me, com exceção daquele arrogante que fez o mal e se tornou um ser

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maldoso, e foi expulso de sua assembleia. E agora, por que glorificam a vocês mesmos em vez de Adão? Se vocês fossem como ele é e eu tivesse criado vocês do pó, vocês também seriam de carne e osso, e vocês teriam transgredido o meu mandamento mais do que ele, e negado minha palavra”. E os anjos disseram: “Louvor a Ti, Senhor! Justiça para conosco! Nós não transgrediremos Teus mandamentos, e não nos oporemos à Tua palavra, pois nós somos seres espirituais da vida e ele veio do pó. Então agora nos teste, para que saibas que somos aptos a mantermos Tua palavra”. Quando os anjos haviam se exaltado desta maneira, Deus, o amante da humanidade disse a eles: “Se vocês se desviarem de minhas palavras, o errado cairá sobre suas cabeças, então o inferno, o fogo e o sofrimento, o calor fervente e o vento selvagem serão suas moradias até o grande dia, e vocês serão mantidos por correntes que não poderão ser soltas e nem quebradas para sempre. Mas se mantiverem minha palavra e meus mandamentos, vocês se sentarão em minha mão direita e em minha mão esquerda, pois todos os que conquistarem são poderosos, e ele que é conquistado deverá perecer”. Satanás não tinha poder aonde quer que fosse, pois ele só tinha o que havia feito germinar na mente. Ele não podia fazer nada, ele não podia bater e não podia arrastar, ele não podia tomar e não podia lutar, ele só podia fazer os pensamentos se desenvolverem silenciosamente na mente. Então ele que é pego pela mente maligna, prepara-se para a destruição; mas se um homem conquistar a mente maligna, ele encontrará a graça e será recompensado para sempre. E agora, de acordo com o que você deseja que esteja sobre você, receba a mente do homem e o corpo do homem. Mas preste muita atenção, para que não transgrida minha palavra e não quebre meu mandamento, e não se sujem com a comida, a bebida e a fornicação, ou com qualquer outra coisa má, e não transgrida minha palavra. Imediatamente foram dados a eles através de Sua palavra, a carne e o sangue, e um coração como as crianças do homem. E os anjos ficaram felizes por deixarem as alturas dos céus, e eles desceram para a terra, para a tolice da dança das crianças de Caim, com todos os seus ídolos que eles haviam fabricado através da tolice de sua fornicação, e as suas canções, que eles acompanhavam com o tamborim, as flautas, as gaitas e muita gritaria e choro de alegria, e muito barulho. As filhas dos homens estavam lá e se divertiam com as orgias sem culpa, pois elas se perfumavam para os homens que lhes agradassem, e elas perderam o equilíbrio de suas mentes. Os homens não se reprimiam e pegavam dentre as mulheres aqueles que desejavam, e cometiam abominações impronunciáveis com elas. Deus estava irado com eles, então Ele os prendeu no terror de Sheol até o dia da redenção. Como o apóstolo disse: “Ele tratava Seus anjos com severidade, Ele não os

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poupava, mas os fez morar em um estado de julgamento, e eles foram acorrentados até o grande dia”. Assim a palavra de Deus conquistou; Ele fabricou Adão à Sua imagem e semelhança, e aqueles que ofenderam ou riram de Adão foram conquistados. As filhas de Caim, com as quais os anjos haviam pecado, engravidaram, mas não tinham condições de dar a luz às suas crianças e elas morreram. Das crianças que estavam em seus úteros, algumas morreram e outras nasceram pela abertura da barriga de suas mães. Elas saíram pelos umbigos, cresceram e se tornaram gigantes dos quais a altura alcançava as nuvens; mas por sua causa e por causa dos pecadores, a ira de Deus ficou quieta, e Ele disse: “meu espírito descansará neles por apenas cento e vinte anos, então eu os destruirei com as águas do dilúvio, eles e todos os pecadores que não acreditaram na palavra de Deus”. Para aqueles que acreditaram na palavra de Seu pai e fizeram Suas vontades, nenhuma injúria virá das águas, mas Ele os libertará dizendo: “Se tivesses acreditado em minha palavra poderias ter se salvado do dilúvio”. E Noé disse: “Ó Senhor, eu acredito em Tua palavra, faça-me saber como poderei ser salvo”. E Deus disse: “Tu podes ser salvo das águas através da madeira”. Então Noé disse: “Como, ó Senhor?”, e Deus disse: “Faça uma arca de quatro lados, e a construa com o trabalho de um carpinteiro, e faça nela três andares, e navegue nela com toda a tua casa”. Noé acreditou na palavra de Deus, construiu a arca e foi salvo. Deus poderia ter dado a Noé as asas de uma águia e o transportado para o país dos vivos com toda sua família até que Sua ira contra os pecadores tivesse esfriado; ou Ele poderia tê-lo levantado pelo ar, ou Ele poderia ter comandado que as águas que eram como paredes, não se aproximassem de uma montanha na qual Noé poderia morar com seus filhos, e não afogar os animais e gados que ele quisesse. Mas você sabe, Deus estava feliz que por meio da madeira, que havia sido santificada, a salvação de sua criação aconteceria, ou seja, através da arca e da madeira da cruz. Deus disse a Noé: “Faça-a, e serás salvo”, ou seja, o Tabernáculo da Igreja; e quando Ele disse: “Faça-a com quatro lados”, Ele mostrou que o sinal da cruz era quádruplo. Os quatro cantos da arca são as cornetas do altar, e Ele comandou Moisés a construir a arca (Arca da Aliança) com uma madeira indestrutível. Ele disse: “Eu te santificarei da sujeira, da impureza, da fornicação e da falsidade, junto com teu irmão e tua casa. Agora ofereça para mim um sacrifício puro, e eu te aceitarei depois que ti e tua casa fordes santificados; comande todo o povo a se santificar, pois minhas coisas sagradas serão oferecidas aos sagrados”.

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“E tu deves buscar o Tabernáculo de Minha Aliança, que eu criei por meu louvor. Então, se vier a mim com pureza no coração, com amor e paz, sem zombaria ou ofensa, e se tornarem seus corações corretos a meu respeito e a teu vizinho, eu ouvirei tuas orações, e escutarei suas petições sobre tudo o que submeter a mim, e eu virei e ficarei com vocês, e andarei entre vocês e morarei em seus corações, e vocês serão meu povo, e eu serei seu Deus verdadeiro”.

89 - SOBRE ELE QUE EXISTE EM TUDO Novamente Deus disse a Moisés: “Faça para mim um espaço aberto na frente do pátio do Tabernáculo. Nenhum homem que for impuro sexualmente ou sujo poderá ir até lá, e ninguém que não for puro. Pois eu estou lá, mas não só lá, eu estou em todo o lugar no qual meu nome for invocado na pureza”. “Eu estava com Daniel na caverna do leão, e eu estava com Jonah na barriga do grande peixe. Eu fiquei nas profundezas do precipício para que as montanhas não fossem submersas pela água; e eu estou sob as águas para que elas não sejam submersas pelo fogo e pelo enxofre; eu estou sob o fogo e o enxofre para que eles não sejam submersos pelos ventos e pelo vazio”. “Eu fico sob as profundezas do precipício e sob os abismos, e todas as criaturas se suportam em mim, e tudo o que eu criei vem a mim como um lugar de refúgio”. “Eu estou sobre a terra e estou nos fins do mundo, eu sou o mestre de tudo. Eu sou o ar, minha moradia, e eu estou sobre as carruagens dos querubins, e eu sou louvado para sempre pelos anjos e pelos homens santos. Eu estou sobre as alturas dos céus e eu encho tudo. Eu estou sobre os sete céus”. “Eu vejo tudo e eu texto tudo, e não há nenhum outro Deus além de mim, nem nos céus e nem na terra, não há ninguém como eu. Minhas mãos fizeram as fundações da terra, e minha mão direita fez a força dos céus: Eu, meu filho e o Espírito Santo”.

90 - A REJEIÇÃO DA PALAVRA Vamos chorar por eles, pela fraqueza dos desprezados judeus. Que a desgraça caia sobre os judeus e os pagão que fugiram da verdade e recusaram-se a se submeterem ao amor de Deus, que em Sua bondade amou os homens. Pois depois que Adão foi rejeitado por seu pecado, Ele o salvou pela grandeza de Sua misericórdia, sendo crucificado na madeira da cruz, com Suas mãos pregadas com pregos.

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Com Suas palmas esticadas em humildade, e Sua cabeça pendendo para um lado, Ele para quem o sofrimento era incabível, por nossa causa sofreu na duradoura majestade de Sua soberania. Ele morreu para que pudesse destruir a morte; Ele sofreu a exaustão para que pudesse fortalecer os homens fracos do pó; sedento, Ele bebeu vinagre e foi coroado com uma coroa de espinhos. Ele não temeu e não foi envergonhado pela astúcia, pelo ódio e pelos cuspes dos judeus poluídos. Deles, Ele apanhou e foi socado por punhos. Ele foi pregado e trespassado por pregos; Ele foi zombado e ofendido apesar de Ser Deus e o rei da morte, Ele, o dono da glória, que aguentou pacientemente todas as desgraças. Molestado e miserável, eles deixaram-no triste quando o rejeitaram e o odiaram, ainda forte e glorioso, eles entristeceram-no quando levantaram falso testemunho contra Ele. Pois Ele mesmo sabia de Sua soberania, Ele sabia de Sua glória e conhecia a si mesmo. E não havia ninguém que o conhecesse, pois Ele era o criador de tudo. Se o conhecessem, eles não teriam crucificado o Senhor da Glória. Ele disse em Sua misericórdia: “Perdoe-os Pai, pois eles não sabem o que fazem”. Eles pensavam que Seu criador fosse uma das coisas criadas, então eles mataram o HomemDeus que não pertencia ao mundo mortal. Ele não era algo que havia sido feito com as mãos, mas Ele era o criador e o fabricante, a luz das luzes, o Deus dos deuses, o filho do Pai, Jesus Cristo. Isaías, o homem de palavras sábias dentre os profetas, disse: “Ele era um homem humilde, e Sua aparência foi rejeitada, como uma raiz, ele se escondeu em um chão queimado. Ele veio a terra em carne e osso, como um ser da terra, apesar de ser a base e o salvador do universo”. Sobre os judeus, os inimigos da verdade, ele disse: “Eu os chamei, mas eles não me responderam, eu os amei, mas eles me odiaram”. E Davi disse: “Eles devolveram para mim o mal em troca do bem, e me odiaram em retorno ao meu amor”. Novamente o profeta Isaías disse: “Com seus lábios eles me amaram, mas em seus corações, eles se mantiveram longe de mim, e sua adoração por mim é vazia”. Assim Deus recompensou os judeus de acordo com sua fraqueza, e tratou os gentios de acordo com sua humildade, pois Ele é misericordioso e tem compaixão por aqueles que O chamam, que se refugiam Nele, e que se purificam de toda a sujeira, também amando aqueles que choram e se arrependem. Stephen falou aos judeus enquanto durante seu martírio, e os judeus o mataram com pedras; e ele falou com eles, mostrando a sua tolice por não terem seguido os mandamentos de Deus: “Vocês não mantiveram a lei de acordo com a ordem dos anjos

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que vocês receberam”. Quando ouviram isto, eles ficaram loucos de raiva, e rangeram seus dentes.

91 - AS CORNETAS DO ALTAR O Tabernáculo simboliza as cornetas do altar no qual os pastores ofereciam os sacrifícios, aonde eles puseram a tábua, a imagem do túmulo no qual Cristo foi enterrado em Golgotha. Na tábua das oferendas está um símbolo do primeiro filho, o corpo de Immanuel, o puro, o corpo intocado, o qual nosso Salvador pegou de Maria e do qual Ele falou aos apóstolos: “Comam meu corpo; quem não comer de meu corpo, não terá porção da vida duradoura junto comigo”. “Mas ele que comer de meu corpo, mesmo que esteja morto, viverá para sempre, pois ele estará associado a mim e a meu sangue, e se tornará meu herdeiro, e ele dirá ao meu Pai: ‘Nosso Pai que estás no céu’, e o Pai responderá: ‘Tu és meu filho’.”

92 - A ARCA DE NOÉ E A CONVERSA COM OS FRACOS Deus salvou Noé na arca e conversou com Abraão na madeira de Manbar, a madeira que não pode ser destruída, e Ele salvou Isaac através do carneiro que foi pego na mata, e ele tornou Jacó rico através das três varas de madeira que ele colocou na água corrente, e através do topo de seu cajado Jacó também foi abençoado. E ele disse a Moisés: “Faça um Tabernáculo de madeira que não possa ser destruído, faça-o à semelhança de Zion, o Tabernáculo da Aliança”. E quando Davi o levou da cidade de Samaria, ele colocou o Tabernáculo em uma nova moradia e regozijou. Desde o começo Deus fez do Tabernáculo um meio de salvação e muitos sinais e maravilhas foram feitos através dele, pois Deus ordenou a salvação através da madeira de Sua cruz, no Tabernáculo de Sua Lei, do começo ao fim. A salvação chegou a Adão através da madeira, assim como a primeira transgressão dele também veio através do fruto da madeira. Aqueles que vêm à Sua moradia e são aceitos no Tabernáculo sagrado, e que oram a Ele com todo o seu coração, Ele os ouvirá e os salvará nos dias de tribulação e irá realizar seus desejos, pois Ele fez o Tabernáculo à imagem de Seu trono. A imagem e o fruto são a mãe do Redentor, Maria. É certo nós a venerarmos, pois em seu nome está abençoado o Tabernáculo da Lei de Deus. E é certo venerarmos também

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Michael e Gabriel. Quando foi dito a ele: “Olhe-os, Teu pai e Tua mãe lá fora te buscando”; Cristo, o amante da humanidade respondeu esticando suas mãos na direção daqueles a quem estava ensinando e disse: “Olhem, meu pai, minha mãe e meu irmão. Quem quer que tenha ouvido minha palavra e feito minha vontade, este também é meu pai, minha mãe e meu irmão”. Ó tu, judeu cego de coração, não podes ver Sua misericórdia e Seu amor pela humanidade quando Ele fala conosco? Ele não separa nem faz distinção, mas Ele disse a eles: “Meu irmão”, pois Ele amava aqueles que O amavam e seguiam Seus mandamentos. E agora, nós declararemos a você o que está escrito sobre o orgulho do Faraó. Moisés fez o que Deus mandou e virou sua vara para uma serpente, e Faraó mandou que os mágicos e feiticeiros fizessem o mesmo com suas varas. E eles apontaram suas varas para três serpentes, que através da mágica agitaram-se perante Moisés e Aaron, e perante o Faraó e os nobres do Egito. Mas a vara de Moisés engoliu as varas dos mágicos, pois aqueles enganadores trabalharam a mágica para a visão do homem, sem saberem que o que acontece através da palavra de Deus derrota qualquer rei ou mágica que possa ser feita.

93 - A CRENÇA DE ABRAÃO Abraão e Davi, e todos os profetas, um após o outro, profetizaram sobre a chegada do filho de Deus, e isto era justificado pela fé. Abraão disse: “Irás Tu em meus dias, ó Senhor, colocar Tua palavra no chão?”, e Deus disse: “De jeito nenhum. Seu tempo ainda não chegou, mas eu mostrarei a ti, a imagem de Sua chegada. Vá ao Jordão, mergulhe na água, e por ela vá para a cidade de Salem, aonde conhecerá Melchizedek, e eu o mandarem mostrar-te o sinal e a imagem Dele”. Abraão fez tudo isto e ele encontrou Melchizedek, e ele deu a ele o mistério do pão e do vinho, aqueles mesmos que são celebrados em nossa Páscoa como um memorial do sacrifício de nosso Senhor Jesus Cristo. Este era o desejo e a alegria de Abraão quando ele foi ao altar que Melchizedek havia feito, carregando o ramo e a palmeira no dia do Sabbath. Veja como ele regozijou em sua crença, ó judeu cego, que apesar de ter olhos, não vê nada, e tendo ouvidos, não escuta nada, assim como o profeta Isaías disse: “Seus olhos são cegos e seus corações estão cobertos pela escuridão, assim impossibilitando-os de entender a Deus, que não mostrará compaixão a eles”.

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94 - PROFECIAS RELATIVAS À CHEGADA DE CRISTO Isaías o profeta, profetizou sobre Sua chegada: “Um filho nasceu de nós. Uma criança foi dada para nós. Domínio está escrito sobre Seu ombro. Ele é Deus, forte e governante, rei, grande conselheiro é Seu nome”. O significado disto é manifestado: o filho de Deus nasceu, do qual a soberania foi escrita antes que o mundo o fosse, e Ele é mais sábio do que qualquer um. Novamente Isaías profetizou e disse: “Olhem meu servo que eu escolhi, em quem está o deleite de minha alma, e as nações devem depositar sua confiança Nele”. Por estas palavras nós entendemos que Cristo é o Espírito de Deus, a palavra do Pai que nos deu a carne e nasceu por nós; e os povos de Roma e da Etiópia acreditaram Nele. E ao povo de Israel ele falou: “Muitos Te seguirão, com seus quadris amarrados e com correntes em suas costas, e orarão para Ti e Te venerarão, pois Tu és Deus, e nós não o reconhecemos”. Isto ele disse porque Israel ficou cega e o crucificou, e se recusou a andar no caminho da pureza. Então quando Isaías profetizou: “Deus virá, e os pagãos deverão pôr sua confiança Nele e o conhecerão”, ele quis dizer que Cristo virá e os judeus o rejeitarão, mas os pagãos acreditarão Nele. Novamente ele profetizou: “Sejam fortes, vocês de mãos fracas e joelhos cansados, e regozijem pois seus corações foram guardados. Deus virá e saudará nossas dívidas e nos salvará. Ele abrirá os olhos dos cegos e fará com que os surdos escutem; os pés mancos correrão e o mundo falará”. Estas palavras são ditas a respeito daqueles que pecaram ao venerar ídolos, e aqueles que estão mortos em erro, e aqueles dos quais os corações estão obscuros, e a você que não sabe que Deus o criou. Regozijem este dia, pois Ele irá redimir o pecado de Adão. Ele foi crucificado sem pecado, e Ele matou a morte com sua própria morte. Este é o significado de sua profecia. Dele, Davi o profeta disse: “Deus virá em uma forma visível, e nosso Deus não manterá o silêncio”. Jeremias também profetizou: “Deus virá por sobre a terra, e andará com homens como nós”. Então Ezequiel profetizou e disse: “Eu, vosso Deus, irei chegar e andarei entre eles, e eles me conhecerão pois eu sou seu Deus”

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Novamente Davi profetizou: “Abençoado é Ele que vem em nome de Deus, nós abençoamos Você em nome do Senhor”. Salomão seu filho profetizou: “Deus estará entre os homens, e Ele andará sobre a terra”. E seu pai Davi profetizou: “Ele virá como o orvalho sobre a lã, e como a gota que molha a terra, e a pureza será espalhada entre os seres neste dia”. E novamente Salomão profetizou: “Um salvador nascerá de Zion, e Ele removerá todos os pecados de Jacó”. Assim Micah o profeta profetizou: “A palavra de Deus aparecerá em Jerusalém, e a lei virá de Zion”. E Zacarias o profeta profetizou: “Regozije, ó filha de Zion. Olhe, eu estou vivo e morarei contigo, disse Deus, o sagrado de Israel”. Assim profetizou Davi dizendo: “E Ele viverá, e eles darão a Ele o ouro da Arábia, e eles orarão por Ele continuamente, e Ele será fortalecido por toda a terra sobre o topo das montanhas”. Novamente Isaías profetizou: “Olhe, uma virgem conceberá e dará a luz a um filho, e ele virá em seu nome será Emmanuel”. Assim Davi disse: “Eu te trouxe do útero antes da estrela da manhã”. E novamente ele disse: “Deus disse a mim: ‘Tu és meu filho, e neste dia eu te trouxe’.” E novamente ele disse: “Deus olhou dos céus para as crianças dos homens, e do templo de Seu santuário”. Moisés o profeta profetizou e disse: “E todas as crianças de Deus devem dizer: ‘Ele é forte, pois Ele vingará o sangue de Seus filhos”. Assim Davi profetizou e disse: “E eu farei a corneta de Davi se erguer, e eu prepararei uma lâmpada para meu consagrado, e eu vestirei Seus inimigos com a vergonha, e Nele, minha santidade florescerá”. Novamente Davi disse: “Um povo que eu não conheço deve me servir; ao ouvirem pela primeira vez a minha palavra eles me responderão”. E aos judeus ele disse: “As crianças dos estranhos se tornaram velhas e viajaram orgulhosamente pelo seu caminho, Deus vive, e abençoado é meu Deus”. Quando ele disse: “Deus vive”, ele fala de Sua santidade; e quando ele fala: “E abençoado é meu Deus”, ele fala sobre a colocação da carne de Adão. E novamente ele fala sobre a colocação da carne em Isaías o profeta: “Quem é o glorioso que veio de Edom? Adonai, quem veio dos céus e colocou as coisas de Bozrah, glorioso em majestade?”.

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Quando ele diz “glorioso”, ele se refere ao Seu doce odor. E quando ele diz “Adonai”, ele quer dizer “a palavra do Pai que veio antes do mundo, o filho de Deus”; e quando ele diz: “Ele colocou as coisas de Bozrah, glorioso em majestade”, ele indica claramente o corpo de Adão”. Sobre os cristãos, Davi o profeta profetizou dizendo: “Declare entre as nações que Deus é rei, e que Ele tornou o mundo firme, para que nunca fosse removido”. E sobre Sua vinda às nações, ele disse: “Perante à face de Deus, Ele virá, Ele virá e julgará a terra, e Ele julgará o mundo com pureza e as nações com justiça”. Assim Isaías o profeta profetizou: “O Senhor dos Exércitos destruirá o mal das nações, levará ao nada os nobres e os poderosos da terra”. Continuando a profecia ele disse: “Ele virá e construirá Sua casa, e libertará Seu povo”. E ele adicionou estas palavras: “E nesta época, florescerá da raiz de Jesse, um que reinará sobre as nações, e as nações deverão depositar sua confiança Nele, e o lugar no qual Ele morar será glorioso para sempre”. Novamente Davi disse: “Cante a Deus que mora em Zion, e declare às nações Sua obra”. Assim Salomão profetizou sobre nosso Salvador Emmanuel, o sol da pureza: “Ele me trouxe antes dos montes, e me estabeleceu antes do mundo, antes de fazer a terra e os céus. Antes da chegada dos dilúvios e do aparecimento da beleza das flores, e mesmo antes de os ventos soprarem, Deus criou Sua obra por Sua glória, e eu existi junto com meu Pai”. E Davi seu pai profetizou: “Seu nome veio antes do sol, e antes da lua, e geração a geração”. Assim seu filho Salomão profetizou: “Quando Ele tornou forte o firmamento sobre as nuvens, e quando Ele posicionou os limites dos céus, e quando Ele colocou o mar em seu lugar, e antes de fundar Seu trono sobre os ventos, e quando Ele fortaleceu as fundações da terra, eu existi junto com Ele”. Então Ezequiel profetizou: “A face de meu Deus está no leste, e Sua luz é mais brilhante que o sol, e as nações depositaram sua confiança Nele”. Novamente Isaías profetizou: “Não se lembre das coisas do passado, e não pense nas coisas da antiguidade; olhe, eu farei uma coisa nova que agora surgirá. Para que você saiba que eu fiz uma estrada que atravessa os desertos e as águas dos rios. E os animais do campo devem me seguir, e também os pássaros jovens e os avestruzes. Pois eu dei a

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água ao deserto, e fiz correntes de água jorrarem na seca, assim eu darei para meu povo e meus escolhidos, para que eles declarem minha glória e sigam meus mandamentos”. Salomão profetizou: “Quem foi aos céus e desceu? E quem reuniu os ventos, e mediu as águas do mar em Suas mãos e os céus na palma de Sua mão? Qual é o Seu nome e o nome de Seu filho?”. Assim Malaquias o profeta profetizou e disse aos judeus: “Eu não tenho prazer por vocês, disse Deus que governa todas as coisas. E não tenho prazer em suas oferendas, e não aceitarei nenhum presente de suas mãos. Pois do nascer do sol, até seu descanso, meu nome deve ser louvado por todos os povos, e em todos os países incensos devem ser oferecidos em meu nome, disse o todo poderoso Deus”. Então Micah o profeta profetizou: “Uma nova aliança aparecerá sobre a montanha de Deus, e será preparada nos topos das montanhas, e será exaltada por sobre os montes, e o povo dirá: ‘Venham, vamos à montanha de Deus’. E muitas nações irão até lá e eles declararão a nós Seu caminho, e nós andaremos nele”. Davi o profeta disse: “Escutem-me, ó meu povo, e eu falarei a ti Israel, e trarei o testemunho a ti. Eu sou Deus, teu Deus”. Assim Moisés profetizou sobre a soberania: “Escute, ó Israel, teu Deus é um”. E isto é explicado assim: Pai, filho e Espírito Santo são um Deus, do qual o reino é um, o domínio é um, e como apenas um, os homens devem venerá-Lo nos céus e na terra, e nas profundezas dos mares. A Ele é o louvor, para todo o sempre!

95 - A ENTRADA GLORIOSA DE CRISTO EM JERUSALÉM Os profetas profetizaram sobre Sua gloriosa entrada em Jerusalém. Isaías disse: “Brilhes tu, brilhes tu Jerusalém, tua luz chegou e a glória de Deus se ergueu sobre ti”. E o profeta Zacarias profetizou: “Regozije, regozije filha de Zion, e deixe Jerusalém gritar de alegria”. E Davi profetizou e disse: “Pela boca das crianças e bebês, Tu ordenaste a força por causa dos inimigos, para que Tu pudesses derrotar os inimigos e vingadores”. Seu filho Salomão disse: “As crianças são ensinadas por Deus, e os povos regozijam contigo”. Novamente Davi profetizou: “Assopre a corneta em Zion no dia da próxima lua, no dia apontado de nosso festival, pois é uma ordem de Israel”.

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Então Ezra o escriba profetizou: “Saia e faça um festival de felicidade e diga à filha de Zion: ‘Regozije, Teu rei chegou’.” Isaías o profeta profetizou: “Regozije Jerusalém. Teu rei chegou montado em um asno. Sua recompensa está com Ele, e Sua obra está perante Seu rosto”. Assim Davi o profeta disse: “Abençoado é Ele que vem em nome do Senhor”. Jacó o filho de Isaac profetizou: “Judas, teu irmão te louvou, tuas mãos estão sobre as costas dos inimigos e as crianças de tua mãe devem venerá-lo. E o domínio não sairá de Judas, e o governo não partirá de tuas crianças, até que ele encontre a Ele, que esteve esperando, e que é a esperança das nações”. E ele também profetizou: “Seus dentes são brancos como a neve e seus olhos são brilhantes como o vinho, e Ele deve lavar Suas roupas no vinho e Sua túnica no sangue dos cachos de uva”. Novamente ele profetizou: “Judas é a cria do leão; tu deitaste e tu dormiste; ninguém deve acordá-lo, exceto aquele que caça até encontrar; levante-se de teu poderoso lugar”. E Jacó abençoou seu filho Judas dizendo: “Existe um rei que virá de ti e lavará suas roupas no vinho, e glorioso é o local de descanso do Amado”. Por “Amado” entenda-se Cristo, e o “Messias” é Cristo, e Jesus significa “Salvador dos povos”. Os profetas mencionam Cristo sob um nome secreto que é interpretado por “o Amado”.

96 - A CRUCIFICAÇÃO Os profetas também profetizaram sobre a crucificação de Cristo. Moisés, o servo de Deus, profetizou dizendo: “Vocês verão sua salvação crucificada sobre a madeira da cruz, e não acreditarão”. Davi profetizou e disse: “Muitos cachorros me agarraram, e eles puseram pregos em minhas mãos e em meus pés; e eles contaram todos os meus ossos; e apesar de me conhecerem, eles me desprezaram, e eles dividiram minhas roupas entre eles e tiraram na sorte minhas vestimentas”. Isaías profetizou sobre a encarnação e crucificação de Cristo dizendo: “Quem acredita em nossa palavra, que é o braço de nosso Senhor revelado? E nós falamos como crianças perante Ele; e Ele é como raiz em um chão queimado; Ele não tem beleza e nem forma; e Sua forma é a mais rejeitada e abandonada do que a de qualquer homem. Ele é um homem quebrado e um homem do sofrimento; pois Ele virou Sua face e eles O trataram com desprezo e O rebaixaram a nada”.

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Então ele adicionou essas palavras: “Ele pegou nossas doenças e carregou nossas pragas, e por Seus machucados nós fomos curados; e nós O vimos machucado e sofrendo, e ele não abriu Sua boca durante toda Sua dor, e Ele não abriu sua boca durante Seu sofrimento até que eles tomaram Sua vida e não sabiam de Seu nascimento; através do pecado de meu povo, eu cheguei à morte”. Jeremias o profeta profetizou: “E eles tomaram o prêmio do honrado, trinta peças de prata, ele que havia honrado entre as crianças de Israel. E Deus me disse: ‘Ponha isto no pote derretido, teste-o e veja se é puro’; e eles o deram para o oleiro. Como Deus me mandou, eu falarei”. Isaías o profeta disse: “Eles o classificaram com os pecadores, e o levaram à morte”. Davi o profeta disse: “Aqueles que me odeiam muito são numerosos, e eles me recompensaram com o mal pelo bem”. Zacarias o profeta disse: “E eles olharão sobre Ele que eles crucificaram e pregaram”. E ainda existem muitas passagens que foram escritas e muitas profecias que podem ser mencionadas sobre Sua chegada, Sua crucificação, Sua morte, Sua ressurreição e Sua segunda vinda sob a glória. Mas nós mencionamos apenas algumas das profecias dos profetas, para que nós possamos ouvir e acreditar, e entender, assim como foi dito nos Atos dos Apóstolos: “Pelo evangelho Tu nos guiaste, e pelos profetas, Tu nos confortaste; pois as palavras dos profetas fazem correta a fé daqueles que dúvidas”.

97 - A RESSURREIÇÃO Davi profetizou sobre Sua ressurreição dizendo: “Eu levantarei, disse o Senhor, e eu farei a salvação e a manifestarei abertamente”. Novamente ele disse: “Erga-se, ó Senhor, e julgue a terra, pois Tu deves herdá-la entre as nações”. Ele também profetizou: “Erga-se, ó Senhor, nos ajude e nos livre pela glória de Teu nome”. E, “Deixe que Deus se levante e deixa Seus inimigos serem espalhados, e deixe-os fugir perante Sua face”. Isaías o profeta disse: “Ele removerá a doença de Seu corpo, pois Ele não pecou, e a falsidade não foi encontrada em Sua boca. E a ele que serviu a bondade e a pureza, a ele será mostrada a luz, e Ele o justificará; e Ele levará embora o pecado de muitos. Pois Ele não pecou e a falsidade não é encontrada em Sua boca”.

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Novamente Davi profetizou: “Pois minha alma não será deixada no inferno”. E Salomão seu filho profetizou: “O sol dos puros se levantará, e viajará pela correção, e retornará a Seu lugar”.

98 - A ASCENSÃO DE CRISTO E SUA SEGUNDA VINDA Todos os profetas profetizaram sobre Sua ascensão e Sua segunda vinda para julgar os vivos e os mortos. Davi disse sobre Sua ressurreição: “Ele subiu às alturas. Tu fizeste do cativeiro, um cativo e deu Sua graça às crianças dos homens”. E ele também disse: “Tendo ido, eu voltarei, e eu retornarei da vastidão do mar”. E, “Cante para Deus que foi aos céus, os céus que estão em frente da manhã”. Amos o profeta profetizou: “O Messias, Ele que fez o tempo da manhã, veio e foi exaltado da terra para as alturas; e Seu nome é Deus que governa tudo”. Assim Davi profetizou: “Tu és exaltado ó Senhor, pelo poderoso, e nós cantaremos e louvaremos Tua força”. Zacarias o profeta disse: “Seu pé ficou no Monte das Olivas, ao leste de Jerusalém. E Ele cavalgou sobre o querubim, e Ele voou sobre as asas do vento”. Davi disse: “Abram os portões do príncipe e deixem as portas da criação abertas, e o rei da glória virá! Quem é o rei da glória? Deus, o poderoso e forte, Deus o poderoso na batalha. O Senhor dos Exércitos é o rei”. Zacarias disse: “Neste dia o Deus meu Senhor virá, e todos os Seus santos junto com Ele”. E novamente Davi profetizou: “Deus faltou uma vez, e isto de acordo com o que ouvi; a compaixão pertence a Deus. E Tu, ó Senhor, é o poder, pois Tu deves recompensar a todos de acordo com sua obra”. Então Daniel o visionário profetizou: “Eu vi em minha visão à noite, de lá veio um que é o filho do homem da antiguidade, e foram dados a Ele o domínio, a glória e a soberania, e todas as nações, e povos e países devem servi-lo, e Seu domínio não terá fim, para todo o sempre”. E assim todos os profetas profetizaram, e nada aconteceu sem a profecia dos profetas. E eles declararam tudo o que aconteceu e o que aconteceria, o que foi feito e o que deveria ser feito, tudo o que pertencia aos dias passados e tudo o que pertencia aos dias futuros, até a Sua segunda vinda. Tudo isto eles fizeram, não apenas o que eles disseram e profetizaram, mas junto com isto, eles deram manifestações Dele em seus corpos.

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Quando houve a penúria em Canaan e nosso pai Abraão foi ao Egito, ele voltou com muitas riquezas e honras, e sem vergonha. Desta maneira o redentor desceu e livrou a igreja, a assembleia das nações, e subiu de novo, com honra e louvor.

99 - OS PROFETAS COMO PRECURSORES DE CRISTO Isaac rendeu obediência a seu pai dizendo: “Segure-me”, e ele foi oferecido como sacrifício, apesar de não ter morrido, tendo sido redimido pelo carneiro que veio dos céus. Desta maneira o filho de Deus era obediente a Seu pai, mesmo estando à morte. E Ele foi confinado com Seu amor pela humanidade, e Ele foi pregado na cruz, e o filho de Deus se tornou nosso resgate, mas Sua soberania não sofreu. Jacó, filho de Isaac partiu para a terra de Laban, o país do irmão de sua mãe. Ele foi apenas com seu cajado, e lá ele juntou bastante gado, e adquiriu animais, tanto os puros quanto os impuros, e ele teve doze filhos, e ele revelou o batismo, e voltou para seu próprio país, quando recebeu a benção de Isaac, seu pai. Desta maneira nosso Senhor Jesus Cristo desceu dos céus, a própria palavra de Deus; e o cajado de Jacó, com o qual ele comandou suas ovelhas, é nossa Senhora Maria, nossa salvação. O cajado representa a madeira da cruz, na qual Ele foi crucificado, e nos redimiu e tomou posse de nós dentre os judeus, os pagãos e os gentios. E Ele escolheu doze apóstolos, que fizeram as pessoas de todo o mundo e em todos os países acreditarem Nele, e Ele foi aos céus para Seu pai. Assim Moisés partiu para Medyam, e lá ele conversou com Deus, que o fez aprender e acreditar na ressurreição dos mortos de seu país: Abraão, Isaac e Jacó. Então, através de Sua vara, Deus deu a ele o poder para fazer milagres e ele teve dois filhos. Por isso, fica claro que nós seremos salvos pela soberania, pois como a boca de Deus proclamou: “Eu sou o Deus de Abraão (que significa o Pai) e de Isaac (que significa Filho) e de Jacó (que significa o Espírito Santo)”, indicando claramente a trindade: “Eu não sou o Deus dos mortos, mas o Deus dos vivos”, pois todos eles estão vivos com Deus, e assim a ressurreição dos mortos deve ser entendida. Jonah foi engolido e colocado na barriga do grande peixe, e nosso redentor desceu até os intestinos da terra, e se erguei novamente no terceiro dia. Daniel foi colocado na caverna dos leões, e o rei e seus nobres a selaram com suas trancas, mas ele saiu sem que os leões o devorassem.

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Similarmente nosso Senhor foi colocado no túmulo, e os judeus o selaram com suas trancas, imaginando que estavam selando o sol para que ele não mais brilhasse. Ó tolos, fracos, cegos e mentes torcidas, vocês clamariam para que o Espírito da vida não mais aparecesse? E os judeus foram jogados à vergonha, e Ele voltou a brilhar sobre nós que acreditamos Nele. José foi vendido como escravo por seus irmãos, e nosso Senhor foi vendido pelas mãos de Judas. E José, aonde ele foi vendido, livrou seus irmãos da penúria, e Cristo livrou a nós que acreditamos Nele, e nos tornou Seus herdeiros e Seus irmãos. E como José deu uma herança para seus irmãos na terra de Goshen, assim Cristo deu aos puros uma habitação e uma herança duradoura. Ademais, para que nós aprendamos e entendamos, e estejamos certos sobre a ressurreição dos mortos, eu darei a vocês um sinal, que vocês entenderão pela direção de Sua palavra. Quando Abraão chegou à terra de sua herança, ele primeiro comprou um túmulo, no qual iria reunir os mortos de sua família. Suas crianças e sua esposa, para que ele pudesse encontrá-los na ressurreição; e lá ele enterrou sua esposa Sarah e ele mesmo foi enterrado lá. Pois Abraão era um profeta, e ele sabia que seria erguido com seu povo. E Isaac e Rebecca sua esposa também foram enterrados lá. E isto permaneceu em sua posse desde o tempo no qual Jacó veio à terra do Egito com setenta e sete almas (por causa da penúria e porque seu filho José estava lá), até que seu número crescesse até terem seiscentos mil homens armados marchando, sem contar mulheres e crianças. Jacó morreu no Egito quando estava bem velho, e ele havia dito a José seu filho: “Eu te comando pela vida de meu pai e por meu Deus. Que é o renovador de minha vida, que tu não me enterres neste país, mas no túmulo de meus pais, para que minha morte seja com eles, e que minha vida subsequentemente também seja com eles”. E José seu filho carregou Israel (Jacó) e o enterrou no túmulo de seus pais, pois ele cumpriu o juramento que fez a Jacó. Quando Jacó caiu doente no Egito, ele chamou seus irmãos e seus filhos, e os fez jurar que não deixariam seus ossos no Egito, e disse: “Quando Deus fizer vocês retornarem, levem meus ossos com vocês e os deposite no túmulo deu meus pais”.

100 - A CARRUAGEM E O CONQUISTADOR DO INIMIGO

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Os patriarcas então disseram a Gregório, o trabalhador das maravilhas: “Olhe agora, nós sabemos bem, e tu nos fez entender que os reis da Etiópia se tornaram gloriosos e grandes graças a Zion. E os reis da Etiópia também se tornaram grandes por causa dos pregos da cruz que a tainha Helena fez em um freio, e que se tornaram os conquistadores do inimigo”. “Agora, conte-nos, por quanto tempo o conquistador do inimigo permanecerá com o rei de Roma, e a carruagem carregando Zion com o rei da Etiópia. Conte-nos, pois Deus revelou a ti o que aconteceu, e o que acontecerá, visão e profecia, como Moisés e Elijah”. E Gregório disse: “Eu revelarei a vocês sobre o rei de Ro ma, como ele transgrediu a aliança e desprezou a fé, provocando a ira de Deus”. “Esta fé que eu ordenei e assentei, um rei de Roma deve transgredir, e estará associado com ele um certo arcebispo, e eles transformarão e perverterão a palavra de Deus e a colocarão de lado no desejo de seus corações, e eles ensinarão o que quiserem, e mudarão as escrituras para enquadrá-las em sua própria natureza, assim como o apóstolo disse: “Eles se comportaram como as pessoas de Sodoma e Gomorra”. E nosso Senhor disse aos Seus discípulos no evangelho: ‘Se guardem contra aqueles que virão a vocês usando a pele da ovelha, mas que por dentro são lobos arrebatadores’.” “Mas quando eles tiverem destruído a fé, o conquistador do inimigo será tirado deles, e nenhum deles que mudaram nossa fé se sentarão sobre o trono de Pedro o apóstolo; e as tripas dos arcebispos serão esvaziadas se eles se sentarem com sua fé pervertida. Pois o anjo de Deus, Uriel, foi comandado para proteger o trono de Pedro em Roma. O próprio Deus levará embora o conquistador do inimigo, tirando-o do rei que não soube guardar a fé, e os Persas declararão guerra contra ele e o derrotarão”. “E o rei da Pérsia, que se chama Irenaeus, deverá conquistá-lo, e o rei o carregará junto com seu cavalo, e pela vontade de Deus, o cavalo sobre o qual está o conquistador do inimigo será provocado, e em um frenesi ele irá até o mar e lá perecerá. Mas os pregos do freio (o conquistador do inimigo) brilharão lá no mar até que Cristo volte novamente, glorioso sobre uma nuvem dos céus, com toda a Sua força e Seu poder”. “Isto é o que Deus me mostrou quando eu estava na cova. E agora, sobre o rei da Etiópia e Zion, o freio dos céus, e sua carruagem sobre a qual ela se move, eu declararei a vocês o que meu Deus revelou a mim e me fez entender. A Etiópia continuará com a fé cristã até a chegada de nosso Senhor, e ela de jeito nenhum se virará contra a palavra do evangelho, e será como nós ordenaremos, até o fim do mundo”. Então um dos patriarcas disse a Gregório, o trabalhador das maravilhas e milagres: “Quando Samalyal vier, ele que é o falso Cristo (o anticristo), a fé do povo da Etiópia será destruída por seu ataque?”, e Gregório respondeu: “Claro que não. Davi profetizou

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dizendo: ‘A Etiópia dará suas mãos alcançarem Deus’.” E isto que ele disse significa que os etíopes nunca perverterão ou mudarão nossa fé, nem a fé daqueles que vieram antes de nós.

101 - O RETORNO DE ZION E o Tabernáculo da Lei de Deus, a sagrada Zion, permanecerá na Etiópia até o dia no qual nosso Senhor habitará o Monte Zion, e Zion virá e aparecerá para todos, preparada com três selas, assim como Moisés as deu a ela, e como está escrito na antiga lei e na nova: “No testemunho de duas ou três testemunhas, tudo valerá”. E então, nesta época, Isaías o profeta disse: “Os mortos se erguerão, e aqueles que estão nos túmulos viverão, pois a garoa que vem de Ti é a vida”. E quando os mortos foram erguidos, Sua misericórdia, com a qual ele molha a terra, cessará; e então eles deverão parar em Sua frente com as obras que fizeram. Enoch e Elias virão, vivos, para que possam atestar, e Moisés e Aaron se moverão dos mortos em torno de todos. E eles abrirão a sagrada Zion, e serão vistos pelos judeus, os crucificadores, e eles os punirão e os condenarão, por causa de tudo o que eles fizeram para perverter a palavra de Deus. E os judeus verão o que Ele escreveu para eles com Sua mão, as palavras de Seus mandamentos; e o manna, com o qual Ele alimentou-os no deserto, mesmo sem eles trabalharem; a espiritual Zion, que desceu pela sua salvação; e a vara de Aaron, que floresceu à maneira de Maria.

102 - O JULGAMENTO DE ISRAEL Então Ele dirá a eles: “Por que me renegaram, e me trataram com crueldade, mesmo sabendo que tudo o que fiz foi por vocês, e que com a minha vinda dos céus, eu livraria vocês da escravidão de Satanás, e que eu vim por esta causa? Olhem e vejam como pregaram minhas mãos com pregos e estocaram a lança em mim”. E os doze apóstolos se erguerão e passarão o julgamento sobre eles “Nós o fizemos ouvir, mas vocês não ouviram as profecias dos profetas e as nossas pregações”. Então os judeus chorarão e se arrependerão quando isto já for inútil, e eles serão jogados na punição duradoura, e com o Diabo, seus pais, que os guiou, e seus demônios, que os levaram pelo caminho errado, e com os fracos, eles serão trancados.

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E aqueles que acreditaram e que foram batizados em Seu nome, e receberam Seu corpo e sangue, se tornaram Seus servos com todo o coração, “pois não há ninguém que possa odiar seu corpo”. O corpo de Cristo chora em nossos corpos, e Ele teve compaixão para com Seus irmãos. Se houver alguém que pecou, ele será julgado no fogo de acordo com a quantidade de seus pecados; ele que carrega um fardo leve, será punido levemente; e ele que carrega um fardo pesado, será punido pesadamente. Um dia com Deus é equivalente a um período de dez mil anos; alguns serão punidos por um dia, outros por meio dia; e alguns serão testados e absolvidos de suas transgressões.

103 - A CARRUAGEM DA ETIÓPIA Novamente os patriarcas disseram a Gregório: “Olhe agora, você nos disse sobre o conquistador do inimigo de Roma, agora nos conte sobre a carruagem da Etiópia, e como ela permanecerá por lá até a chegada de Cristo, assim como nos contou sobre Zion e a fé do povo da Etiópia”. Então Gregório disse: “Ela certamente permanecerá por lá. E novamente escutem e eu declararei a vocês; alguns judeus levantarão suas cabeças contra nossa fé em Nagran e na Armênia em dias depois destes; mas este Deus permitirá, por Sua vontade que Ele mesmo o destrua, pois a Armênia é território de Roma e Nagran é território da Etiópia”.

104 - O REI DE ROMA E O REI DA ETIÓPIA O rei de Roma, o rei da Etiópia e o arcebispo de Alexandria foram informados que deveriam se erguer para lutar, declararem guerra contra os inimigos de Deus, os judeus, e que deveriam destruí-los. O rei de Roma, Enya, e o rei da Etiópia, Phinehas, deviam devastar suas terras e construir igrejas lá, eles deveriam cortar os judeus em pedaços até o final deste ciclo em doze ciclos da lua. Então o reino dos judeus deveria ser finalizado, e o reino de Cristo deveria ser constituído até o advento do falso Messias. Depois, dois outros reis, Justinus, o rei de Roma, e Kaleb, o rei da Etiópia, se encontraram em Jerusalém aonde seus arcebispos estavam fazendo oferendas, e eles estabeleceriam a fé no amor e entregaram presentes uns aos outros e deram saudações de paz, então deveriam dividir a liderança da terra do centro de Jerusalém, como nós já explicamos. (parte I, cap. 18)

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Também por amor e irmandade, eles receberam juntos o título real de rei da Etiópia. Os dois deveriam ser colocados com Davi e Salomão, seus pais. Aquele que eles escolheram para ser o rei de Roma, também deveria ser chamado “rei da Etiópia”, e o rei da Etiópia também deveria carregar o nome de “rei de Roma”, e eles teriam parte da herança por onde seus nomes fossem chamados, com Davi e Salomão seus pais. E assim, após terem se unido em um laço comum e estabelecido a fé corretamente, eles determinaram que os judeus não deveriam mais viver, e cada um deles deveria deixar seu filho em Jerusalém; e o rei da Etiópia deveria deixar por lá seu primeiro filho que se chamava Israel, e deveria retornar para seu país alegremente. Então, quando ele chegou em sua casa real, agradeceu imensamente a Deus e ofereceu seu corpo como oferenda ao louvor de Deus. E Deus aceitou, pois ele não manchou seu corpo após ter retornado, mas ele deve ir para um retiro espiritual na pureza do coração. Ele então fez de seu filho mais novo, que se chamava Gabra Maskal, o rei, e ele se fechou em um monastério. Quando isto foi dito para o rei de Nagran, o filho de Kaleb, ele veio para reinar sobre Zion, e Gabra Maskal deveria fazer seus exércitos se erguerem armados, e ele rumará em uma carruagem, e eles se encontrarão exatamente no final do mor de Liba, e lutarão juntos. Nesta mesma noite, os dois oraram desde o por do sol até a aurora, quando a batalha surgir rugindo perante eles. E quando eles tiverem chorado para Ele com lágrimas, Deus considerará suas orações e as penitências de seus pais, e dirá: “Este é o mais velho, e ele fincou o pé para cumprir a vontade de seu pai, e aquele, o mais jovem, amou seu pai e orou a Deus por ele”. Então Deus dirá para Gabra Maskal: “Escolhas tu entre a carruagem e Zion”, e Ele o provocará para escolher Zion, e ele reinará abertamente sobre o trono de seu pai. E Deus fará Israel o filho mais velho do rei da Etiópia, escolher a carruagem, e ele reinará em segredo e não será visto, e Ele o enviará a todos aqueles que transgredirem Seus mandamentos. Ninguém deve construir casas e ninguém deve sofrer fadiga no trabalho, nem de sede durante a jornada, eles devem viver em tendas. E seus dias serão o dobro dos homens normais, e eles devem usar arcos e flechas e atirarem e pregarem aquele que Deus odeia. Assim Deus deu ao rei da Etiópia mais glória, graça e majestade, do que todos os outros reis da terra por causa da grandeza de Zion, o Tabernáculo da Lei de Deus, a sagrada Zion. Que Deus nos faça cumprir seu prazer espiritual, e nos livre de Sua ira, e compartilhe conosco Seu reino.

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Então eles responderam: “Tu falaste bem, pois hoje foi revelado a ti pela ajuda do Espírito Santo. Tu nos disseste tudo o que aconteceu, e tu estás de acordo com o Livro de Domitius de Roma”. “Tu profetizaste também o que acontecerá com as duas cidades, as noivas de Cristo, Roma e Etiópia, as grandes cidades de Deus, e às igrejas de Nestasya, Arkadya, Marena e Armênia, nas quais sacrifícios puros e oferendas serão feitos por todas as épocas”. Que Deus nos mostre Sua graça. Cristo é nosso rei, e em Cristo estão nossas vidas, para todo o sempre. Amém.

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APÊNDICE I ETIÓPIA (ABISSÍNIA) - Uma Breve Sinopse Histórica Área:

1.221.900 Km quadrados.

População:

27.000.000 (aproximadamente)

Capital:

Addis Ababa (“nova flor”)

Idiomas:

Quase cem idiomas diferentes e mais vários dialetos. Os principais idiomas são: Amharic, Tigrinya e Gurage. O Geez, a linguagem do antigo império Aksumita sobreviveu como idioma litúrgico e literário, e agora é chamado de Etiópico.

Economia:

baseada quase que exclusivamente na agricultura.

A Etiópia teve uma contínua existência enquanto nação por dois mil anos, e durante a maior parte deste tempo seu contato com o resto do mundo foi mínimo. Conhecida na antiguidade como ponta, ou “terra de Deus”, a Etiópia conseguiu preservar uma cultura rica e única, graças ao seu isolamento geográfico, e ao fato de que era o único país negro africano a manter sua independência contra as invasões estrangeiras. O Cristianismo foi e ainda é a religião dominante, e foi introduzido no século IV, o que torna a Etiópia a nação cristã mais antiga do mundo. O Islamismo foi introduzido no século VII. A influência judaica penetrou a Etiópia durante a era do reino Aksum, e deixou uma importante marca nos costumes religiosos da nação. Uma reminiscência destes convertidos persiste até hoje nos “Falashas”, do norte etíope, dos quais a preservação e a aderência do Antigo Testamento Judeu são inegáveis, pois eles ainda observam o Sabbath, praticam a circuncisão, possuem serviços na sinagoga, seguem certas dietas do Judaísmo, observam sacrifícios no Nusan 14, no ano religioso judeu, e observam os maiores festivais judaicos. Eles foram descobertos por Joseph Halevy em 1867, e somam aproximadamente vinte mil pessoas vivendo nas regiões do norte do Lago Tana, geralmente distante de outros etíopes. Eles se chamam de Beta Israel (Casa de Israel), apesar de não conhecerem o hebraico e serem de locais de traços étnicos. Tentativas dos portugueses, que buscavam o legendário reino cristão do monarca Prester (pastor) João e de notórios jesuítas, para converter o país ao catolicismo romano, levaram sérios conflitos, culminando na expulsão dos jesuítas em 1633.

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A RESTAURAÇÃO SALOMÔNICA Mias tarde, no século XIII, os Zagwe, usurpadores do trono foram varridos, e Yekuno Amlak (reinou de 1270 a 1285) restaurou a dinastia salomônica dos reis, legítimos herdeiros da linhagem aksumita, como foi definido pelas tradições no KEBRA NEGAST. Teodoro II (reinou de 1855 a 1868): Como consequência do atraso de dois anos da Rainha Vitória da Inglaterra em responder a uma carta enviada pelo imperador, vários oficiais britânicos foram aprisionados em Magdala. Em julho de 1867, uma força militar britânica, liderada por Robert Napier foi despachada para a Etiópia, para assegurar a soltura dos ingleses. Após corajosa resistência, o último forte da montanha foi capturado em abril de 1868, e o Imperador Teodoro cometeu suicídio para evitar sua captura. Em 1889, Menyelek II ascendeu ao trono, e em março de 1896 ele impôs uma derrota esmagadora contra as forças invasoras italianas. Menyelek morreu em dezembro de 1913, seu sucessor, o muçulmano Lij Yasu foi forçosamente destronado, e a filha de Menyelek, Imperatriz Zauditu, foi coroada, com Ras Tafari, filho do primo de Menyelek, Ras Makonnen, como regente e herdeiro do trono. Em 1982, Ras Tafari foi coroado Negus (Rei) e dois anos depois, a 2 de novembro de 1930, seguindo a morte da Imperatriz Zauditu, ele foi coroado imperador da Etiópia e pegou o nome de Haile Selassie I (poder da Santa Trindade) e herdou os títulos salomônicos, “Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, Eleito de Deus e Leão Conquistador da Tribo de Judah”, ele sendo o ducentésimo vigésimo quinto renascido de Salomão, e descendente direto da união do Rei Salomão com a rainha de Sheba. Muito crédito é concedido a este último governante da linhagem salomônica dos reis pela modernização do Império Real, pela publicação de uma Constituição, pelo papel ativo da Etiópia nos assuntos mundiais, pela política de pacífica neutralização e pelo desenvolvimento em geral da qualidade de vida de seu povo. A voraz invasão e ocupação da Etiópia pelas forças italianas fascistas em 1935, evidenciaram a impotência da Liga das Nações em proteger seus membros mais fracos. A Etiópia resistiu por sete meses até a queda de Addis Ababa, a 5 de maio de 1936. Mas algumas regiões da Etiópia nunca foram conquistadas. Este ataque, que foi abençoado pelo pontífice romano e chamado de “cruzada católica”, foi particularmente cruel em sua execução. Os italianos assassinaram p arcebispo Petros (o cóptico abuna) e massacraram os monges do grande monastério de Debre Libanos, e após um golpe, dizimaram toda a população de Addis Ababa, durante uma orgia frenética de assassinatos em fevereiro de 1937. Com a ajuda da França e da Inglaterra, a Etiópia se libertou da invasão italiana, e o Imperador Haile Selassie I retornou à sua capital a 5 de maio de 1941. A renovação do relacionamento com o papado, quebrada desde 1632, foi

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aprovada em junho de 1969, culminando com a visita do imperador ao Vaticano a 9 de novembro de 1970. Em 1974 houve a abolição da monarquia na Etiópia, pelo governo comunista-marxistamoscovita-tirano, após a derrota do imperador e da Dinastia Salomônica Real Etíope, e o aprisionamento da família imperial. Houve por toda a Etiópia uma enorme resistência às políticas comunistas de trabalho escravo em áreas remotas, resultando na degradação do solo, fome, e empobrecimento geral da nação. Eventualmente, o governo comunista foi derrotado, e hoje a Etiópia tem a autoridade para determinar seu futuro político, incluindo a solução para a espinhosa questão da Eritrea. Muitas organizações patrióticas estabelecidas por etíopes exilados em outros países, estão lutando pelo restabelecimento da monarquia e da Dinastia Real baseada nas antigas tradições do KEBRA NEGAST.

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S. M. I. Negusa Negast, Sua Majestade Imperial Haile Selassie I (Poder da Santa Trindade) Imperador da Etiópia, Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, Leão Conquistador da Tribo de Judah, Eleito de Deus, Luz do Universo – ostenta aqui a mística e metafísica “Saudação da Paz” ou Sinal da Santa Trindade. O triângulo descendente é um símbolo esotérico que representa a fase material do Selo de Salomão, a estrela de seis pontas também é conhecida como a Estrela de Davi.

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APÊNDICE II OS FALASHAS O mundo se maravilhou mais uma vez com a extraordinária habilidade e genialidade militar mostradas pelo estado de Israel, ao resgatar milhares de judeus etíopes da fome que estava devastando a terra de Negus em 1984. Sob a “Lei do Retorno” que dá a todo judeu o direito de pedir a cidadania israelense, um vasto número de imigrantes adentraram Israel. Dentre estes, algo em torno de cem mil sobreviventes dos campos de concentração nazistas. A “Operação Tapete Mágico” trouxe milhares de judeus do Iêmen e Marrocos, e mais cento e vinte mil vieram do Iraque durante a “Operação Ezra e Nehemiah”; mas não foi até fevereiro de 1980, quando a missão de resgate dos Falashas foi confiada à famosa e eficiente agência de inteligência israelense, a Mossad. Em uma grande operação secreta, agentes israelenses rodearam dezenas de milhares destas pessoas e as levaram através das montanhas e desertos para o Sudão, no qual as fronteiras estavam preparadas para recebê-los, e aviões especialmente preparados iriam levá-los “nas asas da águia” até Zion, a terra prometida, Israel. Quem eram estas pessoas? O que levou as autoridades israelenses a tomarem vastas e caras medidas guardadas em segredo e escondidas até de seu próprio povo? Na Etiópia moderna vive um número de pessoas estimado em torno de vinte e três mil. Eles de fato são pessoas extraordinárias: pele negra mas com fortes traços judaicos. Na Etiópia eles são conhecidos como “Falashas” que significa estranho ou forasteiro. Por muitos séculos a existência dos Falashas, ou “judeus negros” era desconhecida pelo mundo exterior. Todo o conhecimento sobre eles havia se perdido. Foi só no século XIX que eles foram redescobertos por missionários e antropologistas. Desde então, sua história tem sido cuidadosamente reconstruída e sua religião assiduamente estudada. Muitas conclusões surpreendentes foram tiradas, mas mistérios contraditórios ainda permanecem. Os traços religiosos dos Falashas para com o serviço a Jeová são óbvios, e parece que em seu desenvolvimento religioso teve início muito tempo atrás, porque eles não conheciam nada sobre o Talmud, um corpo de escrituras que refletiu relativamente tarde no desenvolvimento dos pensamentos religiosos judaicos e na filosofia. Os Falashas, os judeus da Etiópia, se chamam “Beta Israel” (Casa de Israel), e de acordo com suas tradições, eles se originaram dos nobres de Jerusalém que acompanharam Menyelek I (Davi II - o filho do Rei Salomão e de Makeda, a rainha de Sheba) quando ele voltou para seu país. Outra opinião afirma que eles são descendentes dos soldados

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judeus que na antiguidade guardavam a fronteira sul do Egito. Finalmente, alguns acreditam que os Falashas são meramente um seguimento de uma população local que em algum ponto do passado se converteu ao judaísmo. Assim o mistério de sua origem ainda não foi totalmente decifrado. De acordo com teorias científicas, eles são de origem Hamltlc (Cushite) e pertencem à família Agau que já fez parte da população da Etiópia, isto antes do surgimento das tribos Semíticas, que vieram do sul da Arábia. Crônicas etíopes mostram que o judaísmo foi difundido antes da conversão ao cristianismo da dinastia Aksum durante o século IV. Depois disso, aqueles que permaneceram fiéis ao judaísmo foram perseguidos e compelidos a se retirarem da região costeira para as montanhas ao norte do Lago Tana. Eles se concentraram nesta região e viveram sob uma pol´tica de independência, na qual eles eram seus próprios governantes. Os Falashas tiveram um papel ativo na levantada das tribos Agau contra dinastia Aksum no século X. De acordo com as tradições etíopes, houve uma rainha judia conhecida como Judith (ou Esther) que liderou os rebeldes na deposição de Negus e incitou sua raiva contra os cristãos, suas igrejas e monastérios. Assim começou uma guerra esporádica entre cristãos, judeus e muçulmanos, com a eventual derrota dos Falashas pelo Negus Ishaq no começo do século XV. Mais tarde foi o Negus Yakob (1434-1468) que deu a ele mesmo o título de “exterminador dos judeus”, e seu filho Baeda Maryam (1468-1478) organizou o massacre dos Falashas. Paradoxalmente, crônicas etíopes louvam sua bravura e sua devoção à religião. Apesar da perda maciça de vidas dentre os Falashas nestas guerras, os Falashas não foram completamente destruídos, então quando as tribos Agau novamente se ergueram em rebelião durante o reino de Negus Susenyos (1607-1632), os Falashas, sob a liderança de seu rei Gideon, participaram da revolta. Entretanto, após Negus ter dominado os outros rebeldes ele direcionou todo o seu poder contra os Falashas, e ele conquistou seu forte. Homens, mulheres e crianças foram mortos. O Negus então prometeu a permanência dos Falashas para que eles pudessem voltar para suas vilas, com a condição de que eles abaixassem suas armas. No entanto, depois de pouco tempo, Negus renegou sua promessa, e os presenteou com duas alternativas: a conversão ou a morte. No grande massacre perpetrado contra aqueles que se recusaram a aceitar o batismo, Rei Gideon perdeu sua vida. Então muitos falashas foram vendidos como escravos, e a pena de morte foi decretada contra aqueles que continuaram a observar os costumes judaicos. Estes eventos marcaram o fim da independência Falasha. Até suas terras foram confiscadas, e eles foram compelidos a trabalhá-las como hóspedes.

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No curso do tempo, eles foram permitidos a retornarem para sua antiga religião; e mesmo apesar de não haver guerras, desde então o sofrimento e a degradação eram o destino dos Falashas. Apesar disto, os Falashas mantiveram sua distinção, consideravam-se parte do povo judeu, tanto na origem como na fé. Sua religião é baseada na bíblia, que eles possuem no idioma Geez na mesma tradução adotada pela igreja etíope; nela está incluído um número de livros apócrifos (Tobit, Judith, Sabedoria de Salomão, Sabedoria de Bem Sira, I e II Macabeus, e o livro de Baruch). Eles também consideram os livros de Enoch e Jubileus textos sagrados. Os Falashas tem pastores que clamam a descendência de Aaron, e em todas as religiões que eles habitam, os pastores elegem um Alto Pastor que se torna o líder espiritual da comunidade. O santuário de Sabbath é rigorosamente observado pelos Falashas. O trabalho para na sexta-feira ao meio-dia, quando todos se purificam através do ritual da imersão e com o uso das roupas do Sabbath. A luz das velas, ou o ato de acender o fogo, o desenho das águas indo além dos limites do vilarejo, e relações sexuais proibidas no Sabbath. De fontes etíopes também aparece que em tempos antigos os Falashas observavam o descanso do Sabbath mesmo quando estavam em guerra, e lutavam apenas quando eram atacados. Os Falashas determinam seus festivais através de um calendário padronizado baseado no calendário judeu, e eles celebram as luas novas e os festivais judaicos como estão escritos no Pentateuco. Sua aderência à prática da circuncisão masculina feita no oitavo dia após o nascimento, está prescrita biblicamente, o que confirma sua linhagem religiosa judaica. As leis do ritual recebem atenção especial dos Falashas. Suas esposas permanecem em uma cabana especial nos limites do vilarejo durante o período de sua menstruação e retornam para suas casas somente após terem se purificado através da imersão. Uma cabana especial também é preparada para as mulheres em confinamento. A impureza permanece por quarenta dias se a criança nascida é um menino, e oitenta dias se for uma menina. Depois da conclusão dos dias de impureza, a mulher raspa os cabelos de sua cabeça, imerge-se e lava suas roupas antes de retornar à sua casa. A cabana de confinamento é então queimada. Os Falashas não comem carne crua como os outros etíopes, e eles observam as leis do Pentateuco sobre os rituais de limpeza e sobre os animais impuros e da purificação do fortalecimento da veia femoral. Por esta razão, os Falashas não comem carne morta pelos cristãos. A vida familiar é sempre exemplar. O divórcio é raro e só o adultério o justifica. É por esta razão que os Falashas não são afetados por doenças venéreas que são tão comuns na Etiópia.

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Os Falashas acreditam firmemente em um só Deus, o Deus de Israel, que escolheu Seu povo e que mandará o Messias para redimi-los e fazê-los retornar à terra sagrada. Em várias ocasiões, profetas se ergueram no meio dos Falashas e anunciaram a chegada do Messias, o que fez com que diversos movimentos messiânicos emergissem. Durante o reino do Imperador Teodoro II, em 1862, tal episódio foi responsável pelo desastre que surpreendeu um grande grupo de Falashas que tentavam chegar a Israel a pé A maioria deles morreu no caminho e os sobreviventes retornaram quebrados e destituídos. Os Falashas acreditam em um mundo que está por vir e na ressurreição dos mortos. Em suas escrituras existem descrições detalhadas das recompensas que esperam os puros no Jardim do Éden, e dos castigos e punições que esperam pelos fracos. Edward Ullendorf, grande autoridade nas tradições e costumes dos Falashas, viu em seu judaísmo uma fusão de pagãos, judeus e cristãos, tanto nas crenças como na prática. Por outro lado, Joseph Halevy e outros pesquisadores ficaram profundamente impressionados com sua consciência judaica. Hoje a maioria dos Falashas fala o Amharic, que é o idioma oficial da Etiópia. Sua literatura, no entanto, é totalmente escrita em Geez, o idioma clássico etíope, que hoje é o idioma sagrado da igreja etíope. A bíblia também é lida em Geez. É uma tradução que foi feita não do texto hebraico original, mas sim do Septuagint. Esta é também a tradução aceita pela igreja etíope, e não há evidências que comprovem que os Falashas um dia possuíram outra versão mais próxima do original. Os jesuítas portugueses do século XVII afirmaram que em seus dias, os Falashas possuíam a bíblia em hebraico e conheciam um pouco do idioma. De acordo com uma tradução, o último rei dos Falashas (durante o reino de Negus Susenyos) queimou seus livros antes de sua morte; mas outra tradição, sustentada por Filosseno Luzzato, diz que os Falashas esconderam todos os seus livros na cidade de Gondar, para que eles não caíssem nas mãos dos inimigos. Em todos estes contos existe uma certa dificuldade em distinguir o que é real e o que é lenda. O livro Teezaza Sanbat (Preceitos do Sabbath) é uma obra original dos Falashas, e eles o atribuem a Aba Zabra, um monge que viveu nos dias de Negus Zara Yakob (século XV). É uma coleção de leis do Sabbath (de acordo com o Livro dos Jubileus) e lendas sobre a criação do homem, o Jardim do Éden, Noé, Abraão, Moisés e outros. Esta obra não existe na versão cristã, mas algumas partes dela foram introduzidas, com algumas mudanças, em uma obra cristã chamada Dersana Sanbat (O Sermão no Sabbath), que louva o tão chamado “Sabbath Cristão”, ou seja, o Domingo. Em adição a estas obras, existem ainda textos que não foram publicados, tais como aqueles que estão na Biblioteca Faitlovitch em Tel Aviv, Israel, e que incluem trabalhos como “O Testamento de Isaac”, “O Testamento de Jacó”, “As Orações da Sabedoria”, “As Palavras de Moisés”, e outros. Pode ser assumido que ainda existem várias obras

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desconhecidas em outras bibliotecas e nas mãos dos Falashas. Parece que todos os livros dos Falashas foram escritos antes de perderem sua independência. Menções foram feitas nas tradições sobre a origem dos Falashas ser ligada aos judeus que acompanhavam Menyelek, o filho do Rei Salomão e da rainha de Sheba, quando ele voltou de Jerusalém para a Etiópia. Como os próprios etíopes, especialmente os da dinastia real, clamam pela mesma origem, os Falashas adicionaram uma história: Nesta jornada, Menyelek atravessou um rio no Sabbath com a arca sagrada da Aliança, que ele havia roubado do templo de Jerusalém. Alguns de seus seguidores atravessaram o rio com ele, e daquela época, ele e seus companheiros pecadores se tornaram cristãos, enquanto os outros seguidores que observaram o Sabbath se tornaram pais dos Falashas. A história contendo a arca sagrada foi de fato depositada em Aksum, em uma caverna secreta que foi subsequentemente selada após um terremoto que causou um desmoronamento. Só quando um Falasha se aproxima desta caverna é que a parede se abre e permanece desta maneira até que ele tenha se prostrado perante a arca sagrada. É estimado que existam aproximadamente doze mil Falashas ainda vivendo nesta área ao norte do Lago Tana e nas fronteiras da cidade de Gondar. Grande parte deles está engajada na agricultura, mas como preciamente mencionado, eles não mandam em sua própria terra. Portanto, trabalhando como inquilinos em sua terra, eles devem ceder a maior parte de sua produção para os supostos donos das terras. Em adição a isto, os Falashas (tanto homens como mulheres) estão envolvidos em várias atividades, tais como cerâmica, tecelagem, fiação, e trabalham como ferreiros e ourives. Desde sua moderna descoberta por Joseph Halevy, em 1867, os Falashas tem sido objetos de uma enorme fascinação e estudo por vários acadêmicos. A abundância de lendas e tradições que permeiam sua história, também alimentam muita especulação sobre sua origem e linhagem. No geral, a aparência dos Falashas é similar à dos Amhara. Como resultado da mistura dos sangues Hamíticos e Semíticos, existem diferenças na cor da pele e nas feições, que tende ao tipo Agau, e em outros tende ao tipo Semítico, encontrado nos judeus orientais. No entanto, um estudo antropológico ainda não foi executado. A questão que indaga o quanto judeus os Falashas são, ou se eles são de fato judeus, ainda é motivo de muitos debates em Israel. Apesar de alguns dos judeus hasídicos e outros grupos ortodoxos, tanto em Israel como nos EUA, ainda recusarem a reconhecêlos como judeus, seu resgate dramático na operação secreta chamada “Moisés”, providenciou provas suficientes para Israel considerá-los verdadeiros judeus. Existe uma quantidade de teorias que conectam os Falashas aos judeus da antiguidade. Algumas clamam que quando os hebreus deixaram o Egito, durante o êxodo bíblico, um grupo se separou do resto e caminhou até o sul da Etiópia, aonde eles eventualmente

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estabeleceram seu próprio reino. No entanto, uma das crenças mais persistentes e populares diz que os Falashas são uma das “dez tribos perdidas de Israel”. Por volta do ano 964 a.C, depois da morte do Rei Salomão, um abandono aconteceu em Israel. Dez das doze tribos retiraram-se e sob Jeroboam formoram o reino do norte. Então, duzentos anos mais tarde, quando este reino do norte caiu perante o brutal exército assírio, a maioria dos israelenses foi obrigatoriamente deportada para a Assíria, aonde perderam sua identidade e foram assimilados. Muitos judeus ortodoxos acreditam que os Falashas são a tribo perdida de Dan. No entanto, esta teoria não possui base histórica. A questão realmente importante não é de onde os Falashas vieram, mas sim de onde seu judaísmo veio. Sem considerar a verdadeira natureza de sua origem ou conversão ao judaísmo, o fato permance; os Falashas constituem um testemunho vivo da extinta saga da transferência da Arca da Aliança de Jerusalém para um local desconhecido na Etiópia. As numerosas profecias em Daniel, capítulos 8, 9 e 11, que falam sobre a restauração do templo em Jerusalém, o “sacrifício diário”, e as muitas predições como a redescoberta da Arca de Deus, e seu retorno ao Templo de Deus, fazem da emergência dos Falashas, judeus da Etiópia, um evento de inegável importância profética. É sabido que atualmente em Israel acontece um treinamento de jovens levites para os rituais pastorais do templo cerimonial, com uma visão que tem base em um antigo estabelecimento bíblico, que diz respeito à veneração e sacrifícios. A presença de milhares de Falashas em Israel, eles próprios os únicos descendentes vivos dos guardas da sagrada Arca da Aliança de Deus, pode significar o começo de uma série de eventos proféticos culminando com a reconstrução do Templo de Deus em Jerusalém, e o retorno do Messias como rei. A Etiópia, a terra bíblica dos “homens de cara queimada”, ainda está para cumprir o maior destino profético, e os judeus Falashas estão no centro da chegada de grandes e turbulentos eventos.

M. F. B.

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Dr. Miguel F. Brooks

SOBRE O TRADUTOR/EDITOR Doutor Miguel F. Brooks é um professor, autor-publicador, acadêmico bíblico e pesquisador. Nascido no Panamá de pais jamaicanos, ele recebeu cedo seu treinamento em ciências, literatura, filosofia e medicina. Graduado no Instituto Istmeño no Panamá e na Universidade de Carabobo na Venezuela, ele é membro de várias sociedades filosóficas e acadêmicas e possui mestrado em Ciências Gerais e um doutorado em Psicologia. Intérprete treinado e tradutor (Inglês, Espanhol e Português), Dr. Brooks é superior ordenado e pastor na Igreja Adventista do Sétimo Dia, e está atualmente engajado em uma pesquisa bíblica e histórica sobre interpretações proféticas e a exegese do Antigo Testamento.

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