Neste contexto, o paradigma dominante era o Realismo, e os dois grupos que debatiam eram os dos tradicionalistas e dos cientificistas, tendo o primeiro se consolidado melhor na Europa e o segundo nos EUA. Abordagem Tradicionalista Esta corrente metodológica queria manter os estudos e as análises seguindo a forma clássica de se estudar as ciências sociais, que era por meio da teorização baseada na filosofia, no direito e na história, aspirando resultados qualitativos. Sobressairiam a intuição e a percepção para se chegar ao julgamento, em detrimento da forma empírica, que limitaria o resultado com o seu rigor. O principal autor dessa vertente foi Hedley Bull, que em um artigo criticava a análise cientificista (ou behaviorista). Segundo ele, o rigor do método cientificista afastaria a substância da Política Internacional por causa de seu rigor científico similar ao utilizado nas ciências naturais e incompatível com as ciências sociais; alegou que sempre que o cientificismo chegou à substância do problema foi por meio da análise clássica; que os cientificistas não fazem o progresso que aspiram, pois buscam leis constantes e resultados exatos; que behavioristas produzem modelos e tendem a dogmatizá-los e confundi-los com a realidade, que é mais complexa do que essas simulações; que o trabalho científico era empobrecido por dados quantitativos e não qualitativos, estes últimos impossíveis de se matematizar mas determinantes no estudo da política internacional; que o cientificismo não permite a autocrítica, que considera inválido tudo que foi produzido antes do surgimento do movimento behaviorista e que as teorias por eles produzidas não acompanham o dinamismo do sistema internacional; e finalmente que a abordagem tradicional pode explicar com rigor e precisão a teoria t eoria da política internacional.
Abordagem Cientificista Ao contrário do tradicionalismo, os cientificistas ou behavioristas buscam validar as suas hipóteses por meio de experimentação e métodos
empíricos de análise. Buscam explicações, padrões recorrentes e dados precisos. O mais importante escritor dessa vertente foi Morton Kaplan, que contra-atacou os argumentos de Bull em um novo artigo. Alegava que só se faz avanços através do método científico; que a intuição faz parte do conhecimento científico, mas apenas para a formulação de hipóteses; que a base do saber científico não é a motivação humana e seu comportamento; que a política internacional é inicialmente estável, pois grandes reviravoltas não ocorrem constantemente no sistema internacional; que os modelos são necessários para a construção de teorias da política internacional e servem como referências para se estudar a situação real; que a filosofia não foi rejeitada por eles e que pode ser usada como instrumento de produção de teorias, mas que o que os tradicionais chama de filosofia é apenas especulação; e que os clássicos generalizam e não produzem uma ciência genuína, somente fazem proposições muito gerais que se encaixam em todas as hipóteses mas que nada concluem, não sendo feitos estudos profundos para tal.
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