Juliana Da Silveira Gonçalves - Manual de Prescrição de Fitoterápicos - Cad0&1

April 6, 2024 | Author: Anonymous | Category: N/A
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Manual de

Prescrição de Fitoterápicos pelo Nutricionista Juliana da Silveira Gonçalves

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24/09/2019 09:34:50

EDITORA ATHENEU

São Paulo — Rua Avanhandava, 126 – 8º andar Tel.: (11)2858-8750 E-mail: [email protected] Rio de Janeiro — Rua Bambina, 74 Tel.: (21)3094-1295 E-mail: [email protected]

CAPA/PRODUÇÃO EDITORIAL: Equipe Atheneu DIAGRAMAÇÃO: Know-How Editorial

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

G626m Gonçalves, Juliana da Silveira Manual de prescrição de fitoterápicos pelo nutricionista / Juliana da Silveira Gonçalves. – 1. ed. – Rio de Janeiro : Atheneu, 2019. 376 p. ; 24 cm. Inclui bibliografia e índice ISBN 978-85-388-1040-7 1. Nutrição. 2. Matéria médica vegetal. 3. Ervas - Uso terapêutico. I. Título. 19-59165

CDD: 615.321 CDU: 615.01



Meri Gleice Rodrigues de Souza - Bibliotecária CRB-7/6439 14/08/2019

21/08/2019

GONÇALVES, J. D. S.

Manual de Prescrição de Fitoterápicos pelo Nutricionista © Direitos reservados à EDITORA ATHENEU – São Paulo, Rio de Janeiro, 2019

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Editora Juliana da Silveira Gonçalves Nutricionista. Doutora e Mestre em Ciências da Saúde pelo Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul (IC-FUC/RS). Especialista em Fitoterapia e em Nutrição Clínica pela Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN). Pós-Graduação em Fitoterapia Clínica pela Faculdade Aldeia de Carapicuíba (FALC). Pós-Graduação em Nutrição Aplicada à Estética pela Universidade Candido Mendes (UCAM). Pós-Graduação em Nutrição Clínica pela Faculdade CBES. Presidente da Associação Brasileira de Fitoterapia Regional Sul (ABFIT).

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Colaboradores Adriana Scherer Russowsky Farmacêutica. Mestre em Biociências e Reabilitação pelo Instituto Porto-Alegrense (IPA). Pós-Graduação em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Vice-Presidente da Associação Brasileira de Fitoterapia Regional Sul (ABFIT).

Amanda Fraga Lencina Nutricionista. Pós-Graduação em Nutrição Oncológica pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Moinhos de Vento.

Ana Lúcia Hoefel Nutricionista. Mestre em Bioquímica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Doutora em Fisiologia pela UFRGS. Pós-Graduação em Nutrição Clínica e Hospitalar pelo GANEP Educação.

Ana Paula Pujol Nutricionista. Doutora em Educação pela Universidade Católica de Santa Fé (Argentina). Pós-Graduação em Nutrição e Qualidade de Vida pela Faculdade Dom Bosco. PósGraduação em Obesidade e Emagrecimento pelas Faculdades Integradas AVM. PósGraduação em Fitoterapia pela Faculdade Unyleya. Diretora de Ensino do Instituto Ana Paula Pujol.

Camila Leandra Bueno de Almeida Spinelli Nutricionista. Doutora e Mestre em Ciências Farmacêuticas pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali). Pós-Graduação em Nutrição Clínica Funcional pela Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul). Coordenadora do Curso de Nutrição da Universidade Sociedade Educacional de Santa Catarina (Unisociesc).

Camila Mocelin de Luna Nutricionista. Pós-Graduação em Nutrição Clínica Funcional e Fitoterapia pela Faculdade Inspirar. Pós-Graduação em Obesidade e Cirurgia Bariátrica pelo Centro Integrado de Nutrição (CIN).

Caroline Bandeira Nutricionista. Doutoranda e Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Pós-Graduação em Nutrição Materna Infantil pela Faculdade de Tecnologia de Curitiba (FatecPR). Pós-Graduação em Nutracêutica pela Universidade Lusófona de Lisboa (Portugal).

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VIII  MANUAL DE PRESCRIÇÃO DE FITOTERÁPICOS PELO NUTRICIONISTA Catharina Schoen de Borba Nutricionista. Pós-Graduação em Nutrição em Oncologia pelo Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Moinhos de Vento. Pós-Graduação em Comportamento Alimentar pelo Instituto de Pesquisa, Ensino e Gestão em Saúde (IPGS).

Cícero Florêncio de Arruda Nutricionista. Pós-Graduação em Fitoterapia pelo Instituto de Pesquisa, Ensino e Gestão em Saúde (IPGS).

Cintia Weide Farmacêutica Bioquímica. Mestre em Biociências e Reabilitação pelo Instituto PortoAlegrense (IPA).

Cristiane Feldman Fidalgo Pereira Nutricionista. Pós-Graduação em Fitoterapia pela Associação Brasileira de Fitoterapia (ABFIT). Pós-Graduação em Nutrição Oncológica pelo Instituto Nacional do Câncer do Rio de Janeiro (Inca-RJ). Pós-Graduação em Nutrição Clínica pela Centro Universitário São Camilo (CUSC). Membro da Sociedade Brasileira de Nutrição Oncológica (SBNO).

Daiana Vianna Nutricionista. Doutora e Mestre em Ciência dos Alimentos pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São Paulo (FCF-USP).

Flávia Teixeira Nutricionista. Pós-Graduação em Nutrição Clínica, Funcional e Fitoterapia pela Faculdade Inspirar.

Janete Corrêa Haider Nutricionista. Mestre em Ciências da Saúde pelo Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul (IC-FUC/RS). Pós-Graduanda em MBA de Negócios da Gastronomia no Centro Universitário Ritter dos Reis (UniRitter).

Jeane Nogueira Farmacêutica. Mestre em Ciências Aplicadas a Produtos para Saúde pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Doutora em Biotecnologia Vegetal pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Joyce Moraes Camarneiro Nutricionista. Mestre em Ciências Nutricionais pela Universidade Estadual Paulista (Unesp). Doutora em Ciências Nutricionais pela Unesp. Pós-Doutora em Nutrição da Criança e Adolescente pela Universidade de São Paulo (USP).

Karine Soares Bello Nutricionista. Pós-Graduação em Nutrição Clínica, Funcional e Fitoterapia pela Faculdade Inspirar.

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Colaboradores  IX

Keli Vicenzi Nutricionista. Mestre em Saúde Coletiva pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Pós-Graduação em Nutrição Clínica Funcional pela Universidade do Cruzeiro do Sul (Unicsul). Pós-Graduação em Nutrição Esportiva Funcional pela Unicsul. Pós-Graduação em Fitoterapia Funcional pela Unicsul. Pós-Graduação em Nutrição Ortomolecular, com ênfase em Nutrogenia e Nutrigenômica, pela Fapes Saúde.

Lays Arnaud Rosal Lopes Rodrigues Nutricionista. Mestre em Alimentos e Nutrição pela Universidade Federal do Piauí (UFPI).

Leandro de Albuquerque Medeiros Farmacêutico. Mestre em Inovação Terapêutica pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Membro do Grupo de Trabalho em Suplementos Alimentares do Conselho Federal de Farmácia (CFF). Membro do Grupo de Trabalho em Suplementos Alimentares do Conselho Regional de Nutrição Região 6 (CRN6).

Luana Bertamoni Nutricionista. Mestre em Saúde e Gestão do Trabalho pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali). Pós-Graduação em Nutrição Estética pela Faculdade Inspirar. Pós-Graduação em Nutrição Esportiva Funcional pela Universidade Cruzeiro do Sul (Unicsul).

Luciana Melo de Farias Nutricionista. Mestre em Alimentos e Nutrição pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Pós-Graduação em Fitoterapia Clínica pelo Instituto de Pesquisas, Ensino e Gestão em Saúde (IPGS). Pós-Graduação em Nutrição e Distúrbios Metabólicos pela UFPI. Doutoranda em Alimentos e Nutrição pela UFPI.

Luisa Amábile Wolpe Simas Nutricionista. Técnica em Estética Facial e Corporal. Pós-Graduação em Nutrição Clínica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Mestre em Medicina Interna e Ciências da Saúde pela UFPR.

Maria Angélica Fiut Nutricionista. Mestre em Psicanálise, Saúde e Sociedade pela Universidade Veiga Almeida (UVA). Pós-Graduação em Fitoterapia Aplicada à Nutrição pelo Instituto Brasileiro de Plantas Medicinais (IBPM). Pós-Graduação em Nutrição Clínica pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos). Pós-Graduação em Nutrição Ortomolecular, Biofuncional e Fitoterapia pela Faculdade Redentor (UniRedentor). Coordenadora da Pós-Graduação em Fitoterapia na Prática Clínica da Faculdade Inspirar. Coordenadora e Professora no Ambulatório de Fitoterapia do Hospital Federal do Andaraí/RJ. Presidente da Associação Brasileira de Fitoterapia (ABFIT).

Maricélia Moura Dantas Nutricionista. Pós-Graduação em Nutrição Clínica, Metabolismo, Prática e Terapia Nutricional pela Universidade Gama Filho (UGF). Pós-Graduação em Pediatria, Escolar e na Adolescência pela Universidade Estácio de Sá.

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X  MANUAL DE PRESCRIÇÃO DE FITOTERÁPICOS PELO NUTRICIONISTA Marina Jagielski Goss Nutricionista. Mestre em Ciências Farmacêuticas pela Universidade do Vale do Itajaí (Univali). Pós-Graduação em Nutrição Clínica Funcional pela Universidade do Cruzeiro do Sul (Unicsul).

Milena Artifon Nutricionista. Pós-Graduação em Nutrição Clínica Funcional e Fitoterapia pela Faculdade Cenecista de Bento Gonçalves (FACEBG). Mestranda em Ciências do Movimento Humano pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Patrícia dos Santos Marques Baldez Nutricionista. Pós-Graduação em Personal Dietitian em Clínica, Esporte e Fitoterapia pelo Centro Universitário de Barra Mansa (UBM). Integrante Fundadora do Grupo “Nutris do Bem”.

Priscila Ferreira Haygert Farmacêutica. Mestre em Farmacologia pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Pós-Graduação em Farmacologia e Interações Medicamentosas pelo Centro Universitário Internacional (Uninter).

Rakel Braz Mota Tavares de Almeida Nutricionista. Pós-Graduação em Nutrição Clínica, Funcional e Fitoterapia pela Faculdade Inspirar.

Renata Trindade Rigon Farmacêutica. Mestre em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

Thaís Rodrigues Moreira Nutricionista. Mestre e Doutora da Pós-Graduação em Ciências Médicas pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Pós-Graduada em Nutrição Clínica pela Universidade Gama Filho (UGF). Professora-Adjunta do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

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Dedicatória

Dedico este livro a todos os amantes da fitoterapia.

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Agradecimentos Primeiramente, agradeço a Deus por sempre iluminar meu caminho, pelas conquistas até o momento, mas peço que continue me dando sabedoria para conquistar muito mais. Obrigado por me abençoar muito além do que mereço! Aos meus pais, obrigada por existirem e por serem meus! Obrigada pelos ensinamentos, pelo amor incondicional e dedicação, mas principalmente pelo incentivo de estudar e crescer na Nutrição. Ao meu marido, Ronaldo, por sempre acreditar em mim! Pelo seu companheirismo, paciência e, principalmente, por entender minha ausência. Obrigada por cada palavra de incentivo nos momentos que mais precisei. Este livro é nosso! Aos meus afilhados, verdadeiros pequenos grandes amores, minha alegria e grande fonte de inspiração. A todos os meus familiares e amigos que me apoiaram, contribuindo de diferentes formas para a realização deste sonho. Aos colaboradores desta obra, que acreditaram e aceitaram fazer parte deste lindo trabalho. A todos vocês, meus sinceros agradecimentos. Beijos nos seus corações, “Agradeço todos os dias pelo que tenho, mas nunca deixarei de lutar pelos sonhos que ainda quero realizar.” Juliana da Silveira Gonçalves Editora

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Prefácio 1 É com grande satisfação que escrevo o prefácio para o livro Manual de Prescrição de Fitoterápicos pelo Nutricionista, organizado pela nutricionista Dra. Juliana da Silveira Gonçalves. A prática milenar de utilizar fitoterápicos como coadjuvantes na prevenção e tratamento de doenças vem ganhando destaque e, sobretudo, respaldo científico. Atualmente, é possível o conhecimento de mecanismos de ação, dose × resposta, bem como alvos genéticos e epigenéticos dos fitoterápicos. As informações hoje disponíveis trazem aos profissionais um grande leque de fitoquímicos e compostos bioativos para serem aplicados às mais diversas necessidades individuais. Paralelamente, também trazem questionamento do “por que usar?” e/ou “para quem e qual dosagem utilizar?”, informações imprescindíveis para os que buscam a aplicação adequada aos fitoterápicos. A obra escrita pela Dra. Juliana e seus colaboradores apresenta, didaticamente, o essencial, escrito de forma agradável, prazerosa e de fácil compreensão. Estruturada de modo a auxiliar a prática clínica, as seções foram divididas considerando as bases do uso e prescrição de fitoterápicos nos sistemas orgânicos, bem como suas aplicações em situações corriqueiras do exercício profissional. Um livro essencial para todos aqueles que buscam a otimização da prescrição nutricional de fitoterápicos, um verdadeiro manual de apoio ao profissional. Recomendo a leitura desta obra, agradeço a todos os autores pelas informações aqui compartilhadas e parabenizo-os pela maneira simplificada de abordar um assunto tão complexo. Ressalto que as informações aqui contidas são de extrema importância para todos os profissionais da saúde engajados nas práticas de melhor estilo de vida. Luciano Bruno Nutricionista. Mestre e Doutor em Alimentos e Nutrição pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Pós-Doutor em Ciência de Alimentos pela Cornell University – NY.

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Prefácio 2 A fitoterapia, uma ciência tão antiga e uma das mais usadas no mundo para o manejo e controle de diversas condições clínicas, ganhou notório destaque nas últimas décadas. Quando tão poucos estudos científicos existiam a respeito desse tema, as plantas medicinais eram uma das poucas estratégias viáveis para remediar problemas de saúde e, por vezes, para salvar as populações. O avanço da ciência tornou possível o desenvolvimento de soluções e drogas cujo princípio ativo ainda era fundamentado nas plantas. Na nutrição, em que a prescrição dietética decorre do ajuste nutricional das demandas individuais para prevenir e tratar doenças, o subsídio da fitoterapia se torna um valioso recurso para profissionais e pacientes. E hoje, poder dispor de uma obra preciosa tal como é o Manual de Prescrição de Fitoterápicos pelo Nutricionista marca uma novo capítulo da Nutrição, no qual teremos, em um único compilado, informações tão relevantes para nossa consulta diária. Elaborado com dedicação e rigor, é, sem dúvida, um recurso que subsidiará condutas e prescrições, bem como trabalhos acadêmicos e científicos. Neste compêndio, o interessado encontrará todos os fundamentos disponíveis que amparam a prescrição e o uso de fitoterápicos, tanto sob o aspecto regulatório como farmacêutico. Outra seção de extrema relevância que encontramos na sequência se refere às aplicações e cuidados que devem ser observados quanto à utilização da fitoterapia nos sistemas corporais. Encontra-se, ainda, um grande diferencial, que são os fitoterápicos em condições especiais, no qual estão contemplados os aspectos mais inovadores ou pouco explorados em outras obras ou publicações, mas que nos desafiam no cotidiano enquanto profissionais. Por fim, ao prefaciar este manual, sinto-me extremamente honrada. Acompanho o trabalho da editora, Dra. Juliana da Silveira Gonçalves, há muitos anos, profissional altamente qualificada e que foi uma das nutricionistas pioneiras no Brasil a buscar formação especializada no tema, quando poucos ainda acreditavam que isso seria uma necessidade nos consultórios, clínicas e serviços de nutrição. E a você, leitor, independentemente de ser profissional ou usuário, paciente ou cliente, aproveite ao máximo as informações contidas neste instrumento, que têm extrema qualidade e podem contribuir, juntamente com um estilo saudável, para uma vida com mais saúde e mais longevidade. Aline Petter Schneider Nutricionista. Mestre em Agronegócios pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Doutora em Ciências da Saúde (Clínica Médica) pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Diretora do Instituto de Pesquisa, Ensino e Gestão em Saúde (IPGS – Ensino Superior em Saúde).

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Apresentação É com imensa alegria que apresento às comunidades acadêmica, científica e técnica e aos amantes da fitoterapia o livro Manual de Prescrição de Fitoterápicos pelo Nutricionista, elaborado com muito carinho, estudo e dedicação. A fitoterapia resulta da junção de duas palavras gregas, sendo o estudo das plantas medicinais e suas aplicações na prevenção e no tratamento de diferentes patologias. Há uma grande diversidade de plantas medicinais em todo o mundo, utilizadas há milhares de anos, muitas vezes por meio de mecanismos desconhecidos. Considerada a forma de medicina mais antiga da civilização humana, a fitoterapia existe há cerca de cinco mil anos. Ela surgiu em diversos povos espalhados pelo mundo, sendo na China a mais antiga, onde surgiu por volta do ano 3.000 a.C. Após décadas esquecidos, os fitoterápicos retornam ao uso popular. Nos últimos anos, multiplicaram-se as informações sobre os seus benefícios. Paralelamente, ocorreu uma substituição de medicamentos sintéticos por medicamentos fitoterápicos e produtos de origem natural. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), em torno de 80% da população de países em desenvolvimento utiliza práticas tradicionais na atenção primária à saúde e, desse total, 85% fazem uso de plantas medicinais. Com base nas minhas dúvidas e necessidades dentro do atendimento clínico, para a prescrição de fitoterápicos com segurança aos meus pacientes, surgiu o desejo de elaborar este livro. Uma obra na qual profissionais nutricionistas e da área da saúde possam encontrar todas as informações relevantes para realizarem suas prescrições seguramente. Esta obra, dividida em 25 capítulos, abrange desde a introdução, conceitos, legislação e bases farmacêuticas até assuntos relativos à prescrição de fitoterápicos separados em sistemas corporais e tópicos especiais em fitoterapia, como fitoterapia no esporte, na saúde da mulher, estética, entre outros. Em cada capítulo desta obra, você encontrará algumas sugestões de formulações para indivíduos adultos. Ressalto que são apenas sugestões, pois cada paciente deve ser avaliado individualmente, levando em consideração todos os seus aspectos de saúde para uma prescrição correta, segura e eficaz. Nesses mesmos capítulos, você encontrará informações pertinentes sobre diferentes tipos de plantas medicinais para poder realizar suas formulações, com base nas necessidades de cada paciente. Este livro, embora finalizada sua primeira versão, não pode ser considerado uma publicação definitiva, pois há necessidade de constantes pesquisas e atualização sobre o tema, que diariamente sugere novas plantas. Espero que ele sirva de incentivo para novos estudos com fitoterápicos.

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XX  MANUAL DE PRESCRIÇÃO DE FITOTERÁPICOS PELO NUTRICIONISTA Desejo que os profissionais nutricionistas prescritores de fitoterápicos possam utilizar esta obra como uma ferramenta de consulta em seus atendimentos, para nortear suas prescrições com plantas medicinais, e que seus pacientes possam usufruir dos benefícios que os fitoterápicos podem trazer a nossa saúde e bem-estar. Boa leitura! “O livro é uma extensão da memória e da imaginação.” Jorge Luis Borges Um abraço fraterno, Juliana da Silveira Gonçalves Editora [email protected] @jusg_nutri

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Sumário 1

Parte Fitoterapia aplicada à nutrição 1. Introdução à fitoterapia......................................................................... 3 Juliana da Silveira Gonçalves

2. Legislação em fitoterapia...................................................................... 9 Leandro de Albuquerque Medeiros || Cícero Florêncio Arruda

3. Legislação em fitoterapia para nutricionistas.......................................... 17 Juliana da Silveira Gonçalves || Leandro de Albuquerque Medeiros || Patrícia dos Santos Marques Baldez

4. Nutrição e fitoterapia............................................................................ 23 Catharina Schoen de Borba || Juliana da Silveira Gonçalves

5. Farmacologia....................................................................................... 27 Renata Trindade Rigon || Priscila Ferreira Haygert

6. Bases farmacêuticas............................................................................ 41 Juliana da Silveira Gonçalves || Karine Soares Bello

7. Interações fitoterápicos × medicamentos × nutrientes............................. 55 Adriana Scherer Russowsky || Cintia Weide

8. Fitoterapia contemporânea.................................................................... 63 Maria Angélica Fiut

2

Parte Fitoterapia nos sistemas corporais 9. Fitoterapia no sistema respiratório......................................................... 79 Juliana da Silveira Gonçalves

10.

Fitoterapia no sistema cardiovascular.................................................... 91 Camila Mocelin de Luna || Juliana da Silveira Gonçalves

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XXII  MANUAL DE PRESCRIÇÃO DE FITOTERÁPICOS PELO NUTRICIONISTA

11.

Fitoterapia no sistema digestório........................................................... 105 Juliana da Silveira Gonçalves

12.

Fitoterapia no sistema endócrino........................................................... 119 Camila Leandra Bueno de Almeida Spinelli || Juliana da Silveira Gonçalves || Marina Jagielski Goss

13.

Fitoterapia no sistema urinário............................................................... 133 Juliana da Silveira Gonçalves || Luciana Melo de Farias || Lays Arnaud Rosal Lopes Rodrigues

14.

Fitoterapia no sistema musculoesquelético............................................. 145 Jeane Nogueira || Juliana da Silveira Gonçalves

3

Parte Tópicos especiais em fitoterapia 15.

Fitoterapia nas doenças neurológicas.................................................... 157 Flávia Teixeira || Juliana da Silveira Gonçalves || Rakel Braz Mota Tavares de Almeida

16.

Fitoterapia nos distúrbios emocionais.................................................... 171 Ana Lúcia Hoefel || Juliana da Silveira Gonçalves || Maricélia Moura Dantas

17.

Fitoterapia na obesidade....................................................................... 185 Keli Vicenzi || Milena Artifon || Thaís Rodrigues Moreira

18.

Fitoterapia no paciente oncológico......................................................... 199 Maria Angélica Fiut || Cristiane Feldman Fidalgo Pereira

19.

Fitoterapia no esporte........................................................................... 211 Daiana Vianna || Juliana da Silveira Gonçalves

20.

Fitoterapia – da gestação à pediatria..................................................... 231 Joyce Moraes Camarneiro || Juliana da Silveira Gonçalves

21.

Fitoterapia em nutrição estética............................................................. 251 Juliana da Silveira Gonçalves || Luisa Amábile Wolpe Simas

22.

Fitoterapia na saúde da mulher.............................................................. 267 Ana Paula Pujol || Juliana da Silveira Gonçalves || Luana Bertamoni

23.

Plantas alimentícias não convencionais (PANCs)...................................... 283 Amanda Fraga Lencina || Janete Corrêa Haider || Juliana da Silveira Gonçalves

24.

Fitogastronomia................................................................................... 299 Caroline Bandeira

25.

Nutrição magistral................................................................................ 307 Galena Química e Farmacêutica

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Sumário  XXIII

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Parte Anexos

Anexo I – Lista de plantas de registro simplificado de medicamentos fitoterápicos e produtos tradicionais fitoterápicos (adaptado da IN 02/2014)..... 335 Anexo II – Critérios para enquadramento de medicamentos como isentos de prescrição médica (adaptado da RDC 98/2016, da Anvisa)............................... 347 Anexo III – Resolução CFN n. 402/2007.......................................................... 349 Anexo IV – Resolução CFN n. 525/2013.......................................................... 353 Anexo V – Resolução CFN n. 556/2015........................................................... 357 Anexo VI – Modelos de prescrição................................................................... 361 Anexo VII – Resolução RDC n. 10/2010 – Diretoria colegiada............................ 367 Anexo VIII – Tabela de uso tradicional de fitoterápicos....................................... 399 Índice Remissivo.................................................................................................. 441

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Parte 1 FITOTERAPIA APLICADA À NUTRIÇÃO “Alimentos que para alguns são remédio e para outros, amargo veneno.” (Lucrécius)

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Introdução à fitoterapia

1

Juliana da Silveira Gonçalves

A utilização de produtos naturais como recurso terapêutico é tão antiga quanto a civilização humana1. Desde a Antiguidade, as plantas são utilizadas como produtos terapêuticos há, aproximadamente, mais de 3.000 anos a.C. Tais espécies utilizadas na Mesopotâmia eram usadas como forma de prevenir, curar e aliviar diversas doenças2 (Oliveira et al., 2006). A palavra fitoterapia tem origem grega, resultante da junção das palavras phito (planta) e therapia (tratamento). É o método mais antigo utilizado para tratamento de doenças por meio de plantas medicinais em suas diferentes preparações3. A descoberta humana das propriedades úteis ou nocivas dos vegetais tem suas raízes no conhecimento empírico. O conhecimento sobre plantas tem sempre acompanhado a evolução do homem através dos tempos. As primitivas civilizações perceberam cedo a existência de plantas comestíveis, de outras dotadas de maior ou menor toxidade, que, ao serem experimentadas no combate às doenças, revelaram o seu potencial curativo. A descoberta empírica das propriedades curativas das plantas foi pela observação dos animais que buscavam nas ervas a cura para suas afecções4. A história do uso de plantas medicinais tem mostrado que elas fazem parte da evolução humana e foram os primeiros recursos terapêuticos utilizados pelos povos. A utilização de plantas medicinais pelo homem como forma terapêutica na pré-história era utilizado como instinto. As antigas civilizações têm suas próprias referências históricas acerca das plantas medicinais e, muito antes de aparecer qualquer forma de escrita, o homem já utilizava as plantas e, entre elas, algumas como alimento e outras como remédio. Nas suas experiências com ervas, houve sucessos e fracassos: muitas vezes estas curavam, e em outras matavam ou produziam efeitos colaterais severos5,6. Alguns alimentos e especiarias também são considerados plantas medicinais, além de fontes de sabores diferenciados na culinária e na gastronomia, e têm função importante da fitoterapia pela incontestável presença de fitoquímicos7.

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4  PARTE 1 – FITOTERAPIA APLICADA À NUTRIÇÃO O ser humano utiliza as espécies vegetais para avaliar ou tratar suas enfermidades em todas as culturas. Cada povo, cada grupo, traz consigo conhecimento de seus ancestrais sobre plantas medicinais. No decorrer dos anos, no século XX, os recursos terapêuticos de origem natural passaram a ser considerados os recursos mais utilizados como alternativa para os níveis mais baixos5,6. Hoje, a fitoterapia tem adeptos em todo o mundo e seu uso é cada vez mais difundido pelos profissionais de saúde. Ela é cada vez mais procurada pelas pessoas e se caracteriza pelo tratamento de diversas patologias por meio da utilização de substratos naturais de origem botânica8 (Kurian et al., 2007). Apesar do grande avanço e evolução da medicina a partir da segunda metade do século XX, as plantas ainda têm uma grande contribuição para a manutenção da saúde e alívio das enfermidades em países em desenvolvimento9. Entre os principais motivos, estão as condições de pobreza e falta de acesso aos medicamentos, associados à fácil obtenção e tradição do uso de plantas com fins medicinais10. O uso indiscriminado, influenciado muitas vezes pela interpretação equivocada da mídia do que é um produto natural, constitui uma preocupação para a saúde11, uma vez que pode ocasionar casos de superdosagem, intoxicação, interação com outros medicamentos/alimentos, além dos potenciais efeitos colaterais e adversos12. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 80% da humanidade não tem acesso ao atendimento primário de saúde, por estar muito distante dos centros de saúde ou por não possuir recursos para adquirir os medicamentos prescritos. Para essa população, as terapias alternativas são as principais formas de tratamento, e as plantas medicinais, os principais medicamentos13. O Brasil tem uma rica história de uso das plantas medicinais no tratamento dos problemas de saúde da população, uso este construído com base na experiência e transmitido de forma oral14. A partir da segunda metade dos anos 1970 e década de 1980, tem-se verificado o crescimento das “medicinas alternativas” e, entre elas, a fitoterapia4. É o país que apresenta a maior diversidade genética vegetal do mundo, contando com mais de 55.000 espécies diferentes catalogadas. A busca da população pelas plantas incentivou os pesquisadores e a indústria farmacêutica a investirem mais nas pesquisas de novos fármacos15. No Brasil, a história da utilização de plantas no tratamento de doenças apresenta influências das culturas africana, indígena e europeia. A contribuição dos escravos africanos com a tradição do uso de plantas medicinais no país se deu por meio das plantas que trouxeram consigo, que eram utilizadas em rituais religiosos e também por suas propriedades farmacológicas, empiricamente descobertas. Os índios que aqui viviam, dispostos em inúmeras tribos, utilizavam grande quantidade de plantas medicinais e, por intermédio dos pajés, esse conhecimento das ervas locais e seus usos foi transmitido e aprimorado de geração em geração. Os primeiros europeus que chegaram ao Brasil depararam-se com esses conhecimentos, que foram absorvidos por aqueles que passaram a viver no país e a sentir a necessidade de viver do que a natureza tinha a lhes oferecer. Tais fatos fizeram com que os europeus ampliassem seu contato com a flora medicinal brasileira e a utilizassem para satisfazer suas necessidades alimentares e medicamentosas4. O principal órgão responsável pela regulamentação de plantas medicinais e seus derivados no Brasil é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), autarquia do Ministério da Saúde (MS) que tem como papel proteger e promover a saúde da população,

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CAPÍTULO 1 • Introdução à fitoterapia  5

garantindo a segurança sanitária de produtos e serviços e participando da construção de seu acesso16. De acordo com a legislação em vigor no país, entende-se como fitoterápico “aquele medicamento obtido empregando-se exclusivamente matérias-primas vegetais. E caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos do seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. Sua eficácia e segurança são validadas através de levantamentos etnofarmacológicos de utilização, documentações tecno-científicas em publicações ou ensaios clínicos fase 3”17. A Anvisa tem elaborado normas para regulamentação do uso da fitoterapia com plantas medicinais, antes de serem utilizadas pela população. Segundo o Ministério da Saúde, não se considera medicamento fitoterápico aquele que, na sua composição, inclua substâncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem as associações delas com extratos vegetais18. Quase 95% da população brasileira depende de terapias tradicionais, ou seja, inserção de plantas medicinais na atenção básica de saúde, por falta de acesso da população às assistências médica e o alto custo de medicamentos industrializados. Com a inserção da fitoterapia no Sistema Único de Saúde (SUS) pela Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS, em 2006, assegura-se a utilização de fitoterápicos pela rede pública de saúde, visando à manutenção, promoção e prevenção da saúde e contribuindo para o fortalecimento dos princípios do SUS19. Medicamentos procedentes de fitoterápicos têm menos chances de causar efeitos colaterais e são mais ativos que os medicamentos alopáticos, além de serem de baixo custo. Porém, sabe-se que os fitoterápicos ocasionam efeitos colaterais e possuem contraindicação, e, por conta disso, é conveniente ter um conhecimento necessário sobre seus princípios ativos, a qualidade da planta e a origem para uma prescrição correta. Muitas vezes os pacientes optam por outros tipos de modalidades terapêuticas em busca da cura, além de amenizar os desconfortos ocasionados pela doença20. Quase todas as drogas causam efeitos secundários. No entanto, não somos capazes de provar se todos que utilizam medicamentos sentirão efeitos colaterais, uma vez que cada organismo reage de forma diversificada. Os medicamentos fitoterápicos, apesar de naturais, também podem causar efeitos secundários caso entrem em conflito com patologias já em tratamento por determinados pacientes, pois são vários os tipos de medicamentos fitoterápicos que podem causar interação19. Estudos referem que indivíduos optam pela fitoterapia como forma de tratamento de algumas patologias, e muitos relatam não haver dependência dos medicamentos alopáticos e efeitos colaterais, observando que obtiveram benefícios ao tratar da doença sem agredir outros órgãos. A busca de se tratar problemas de saúde de forma natural vem sendo vivenciada há séculos, e o tratamento feito pela fitoterapia oferece não apenas a cura da doença, mas também promove no indivíduo mudanças referentes aos hábitos de vida que culminam na satisfação com a melhora da saúde15,21-23. A fitoterapia baseada em evidências enfatiza a necessidade da avaliação crítica das informações sobre medicamentos fitoterápicos. A literatura científica tem disponibilizado, atualmente, com acesso facilitado, informações sobre plantas medicinais nas áreas de botânica, química, farmacologia, farmacotécnica e outras disciplinas correlatas que vêm sendo divulgadas em artigos científicos, livros técnicos e monografias especializadas, como as farmacopeias. Mesmo assim, a indústria não tem feito menção a essas

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6  PARTE 1 – FITOTERAPIA APLICADA À NUTRIÇÃO informações obrigatórias, seja por negligência ou falta de exigências legais, implicando um problema sanitário21. A fitoterapia, como medicina alternativa ou complementar, é um fenômeno social no mundo atual, caracterizado pelas suas inter-relações biológicas, sociais, culturais e econômicas, estando a fitoterapia clássica presente há muito tempo no tratamento e prevenção de patologias, porém sendo necessário ao profissional de saúde o respaldo científico para orientação deste tratamento24. É um tema amplamente discutido por diversos profissionais da área clínica, pois, apesar de seu uso tradicional e seguro na medicina popular, está sendo aceito por diversas categorias profissionais no Brasil como uma linha de aplicação prática há poucos anos e, entre os profissionais nutricionistas, há aproximadamente uma década7. A utilização de plantas medicinais em atendimentos à população deve estar vinculada ao conhecimento prévio do profissional de saúde referente ao tratamento. Diferentes profissionais procuram alternativas mais naturais, com efeitos benéficos, em busca da melhor qualidade da vida de seus pacientes3. O profissional nutricionista é responsável pela alimentação de cada indivíduo, prescrevendo dietas de acordo com sua necessidade nutricional, buscando a melhora do estado nutricional de seus pacientes25. A intervenção do nutricionista deve ser voltada à prescrição de alimentos de acordo com suas necessidades nutricionais, inserindo fitoterápico quando necessário, de acordo com a sua restrição e especificidades estabelecidas na legislação vigente14. Os fitoterápicos prescritos pelos nutricionistas são aqueles isentos de prescrição médica, que tenham indicação terapêutica exigida no seu campo de conhecimento específico. O nutricionista, enquanto profissional da saúde, tem papel relevante na utilização dos recursos oferecidos pela fitoterapia. Entretanto, a adoção dessa prática implica a reflexão de alguns aspectos relativos ao seu desempenho profissional, tendo em vista tratar-se de um amplo conjunto de conhecimentos e habilidades3. O nutricionista pode complementar a sua prescrição dietética com a adoção do embasamento científico da fitoterapia quando houver indicações terapêuticas relacionadas às suas atribuições legais26. A fitoterapia oferece caminhos alternativos às terapias tradicionais, focando a natureza como objeto de escolha para a melhoria da saúde global dos pacientes. O medicamento fitoterápico, cuja eficácia e qualidade são comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente, por ocasião do registro, em que há uma identificação botânica, uma caracterização química e bibliografia consultada, vem como mais uma ferramenta no tratamento de saúde24.

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