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Revista Joias & Design - Setembro 2014
editorial
Um novo tempo
Rene Carlos Cruz Rodrigues Diretor - Editor Chefe
Amanda Borges Rodrigues Diretora - Editora
Todos vivemos momentos de novos tempos; alguns bons e outros ruins. Para nós o “novo tempo”, depois da mudança para Bragança Paulista, nos trouxe tristezas e alegrias. A tristeza veio da perda de um ente querido que nos abalou muito e as alegrias vieram do número de leitores que cresce a cada dia mostrando que estamos trilhando o caminho certo. Você deve ter estranhado o atraso da revista no mês de novembro. Tivemos problemas - mudança, nova estrutura, novos projetos e problemas pessoais. Pensamos em juntar as edições ediçõ es de novembro e dezembro para diminuir o atraso, mas achamos que isso interromperia o projeto da revista mensal. Publicar uma revista mensal com conteúdo técnico não é fácil. Mas, esse é nosso compromisso. Continuaremos nesse caminho. Pois bem, amigo leitor! Nossa decisão foi de, mesmo atrasada, manter a revista com edições mensais. Estamos trabalhando muito para que a edição de fevereiro esteja no ar ainda no mês de fevereiro. Temos certeza que juntos continuaremos a publicar uma revista de qualidade e voltada para os interesses de quem cria e produz joias.
As novidades do novo tempo
Uma revista técnica depende muito de seu conteúdo e da maneira com que o leitor aproveita esse conteúdo. Nossas edições têm mostrado que em termos de conteúdo estamos no caminho certo. No entanto, também percebemos que muitas coisas precisam ser melhoradas - anúncios, site interativo, novos produtos e maior participação do leitor. É isso! Estamos trabalhando para, passo a passo, conseguir alcançar essas metas. Sabemos que sua participação é de extrema importância e contamos com ela.
Fiquem com Deus! Até a próxima!
Marcia Pompei Colaboradora
Liviane Pires Colaboradora Projeto Gráfco Equipe Editora Leon
A Revista “Joias & Design” não se responsabiliza por eventuais mudanças na programação de pauta, bem como pelas opiniões emitidas por colaboradores, colunistas emitidas em suas edições. O conteúdo publicado em anúncios é de total responsabilidade do anunciante. Se você tem alguma crítica, sugestão ou elogio, escreva para o email:
[email protected]. Sua opinião é muito importante para nós. Se você é designer e quer ver seu trabalho divulgado na revista escreva para:
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Caso você queira anunciar na re-
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Rene Carlos Cruz Rodrigues Editor chefe
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Revista Joias & Design - Novembro 2014
biojoia
Amanda Rodrigues
Capim dourado o “ouro” da biojoia
Seu brilho é como o do ouro, o preço nem tanto. Em Tocantins, não é tão dícil de encontrar quanto seu “amigo valioso”, mas sua raridade o torna protegido por leis brasileiras que asseguram sua continuidade na natureza. O fato é que o capim dourado caiu na admiração dos brasileiros e estrangeiros. www.goldengrass.co.uk
O capim dourado (Syngonanthus nitens) é uma espécie de “sempre
viva”. Ganhou este nome por ter uma cor semelhante à do ouro. Ele só é en contrado nas planícies e cerrados da região do Jalapão, em Tocantins, nor deste do Brasil. É uma planta selva -
gem, nativa desta região, que cresce sem o uso de adubos ou pesticidas.
Foto: Agência Tocantinense de Notícias
Essa planta ganhou mais vida com as técnicas de artesanato que foram criadas pelos indígenas da re gião e passadas de geração em gera ção e, repassadas aos ex-escravos, nos quilombos. Nesta época, as técnicas eram uti-
www.piejan.com.br
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lizadas principalmente para fabricar utensílios domésticos como cestas, vasos e cumbucas. A primeira vez que apareceu ao público geral foi em 1993, na 1ª edição da FECOARTE (Feira de Folclore, Comidas típicas e Artesanato do Estado do Tocantins), realizada em Palmas-TO. Através do incentivo da primeira-dama do estado, Eleusa Miranda Costa, os artesãos deram início à uma história de evolução e cresci mento sustentável da região, pois desenvolveram novas peças e apri moraram o artesanato - que logo foi reconhecido pelo público geral e pe las autoridades locais. Em 2007, através do apoio do Se -
www.hak.com.br
brae e do Governo Brasileiro, o Capim dourado ganhou o mundo com a utili zação da técnica em joias e adornos pessoais. A comunidade local começou a criar joias e vendê-las através da internet. Os turistas que visitavam a região foram se apaixonando pelas peças e divulgando em todos os cantos do mundo. O lado ruim dessa história é que isso atraiu colhedores de outras regiões, que começaram a “contrabande ar” as plantas, em períodos de coleta inapropriados, prejudicando a população local e a própria sobrevivência da espécie. Para acabar com esse problema,
o Governo Brasileiro criou diversas
leis que, desde 2007, regulamentam a forma e a época da colheita, que só pode ocorrer de 20 de setembro a 20
de novembro. O capim “in natura” foi proibido de ser retirado da região e, além disso, somente artesãos cadas-
trados e da comunidade podem fazer a colheita.
Essas leis permitem que somente peças prontas de artesanato sejam comercializadas, garantindo a susten tabilidade social e econômica do local.
www.goldengrass.co.uk
Designer Meire Bonadio
A “costura” do capim dourado, como é chamada a técnica de artesanato dessa planta, é feita com o o de seda do buriti, retirada das folhas jovens dessa palmeira, também pre ciosa, natural do Tocantins. O o de seda é desado e tratado para s er usado como linha. Esse processo de costura exige muita paciência, atenção e cuidado.
Alguns designers de joias trabalham em conjunto com esses artesãos aplicando materiais mais nobres, como o próprio ouro e pedras, agregando maior valor às peças.
A utilização do capim dourado O capim dourado é uma planta forte, durável e exível, por isso sua manipulação e adaptação ao processo de criação de joias e bijuterias foi mais fácil e com uma grande gama de oportunidades de utilização e desen volvimento de design das peças. Após a colheita, os galhos já maduros devem secar à sombra e, aí sim, podem ser manipulados.
Mesmo sendo exível, o capim é frágil e se quebra com facilidade du rante o manuseio. O artesão que o manipula deve ter cuidado para que sempre haja uma harmonia entre a linha de seda do buriti e do capim, tornando a peça visualmente propor -
cional, como qualquer outro tipo de artesanato.
A utilização de os coloridos, mi çangas e sementes incrementam e adicionam cor às peças. Materiais importados da China como linhas douwww.goldengrass.co.uk 4
Revista Joias & Design - Novembro 2014
radas também são muito utilizados.
Mesmo após colhido e manipulado, o capim dourado não perde a cor e brilho. Conforme dissemos, é um material leve, o que torna brincos e colares muito confortáveis na hora do uso. Deve-se evitar a utilização durante o sono, atividades esportivas ou banho, para manter a durabilidade e beleza da joia.
Escola de joalheria Atelier Márcia Pompei O Atelier Márcia Pompei desde 1997 conta com professores altamente qualifcados e uma série de cursos para atender quem busca conhecimentos no ramo de joalheria Cursos ministrados
Um dia na semana é reservado para o “Atelier Livre”, período em que o aluno utiliza as ferramentas, instalações e equipamentos do Atelier para adiantar seus exercícios ou produzir novas peças, por conta própria, sem a presença de professor. Uma pequena taxa é cobrada, por hora de Atelier Livre.
Joalheria - Curso básico Joalheria - Curso intemediário Joalheria Clássica (Tradicional) Joalheria Contemporânea Criação em bancada Lapidação de Gemas Forja Casamento de metais Design de Joias - Curso básico Design de Joias - Curso avançado Design de Joias - 3D Rhinoceros Modelagem em cera Fundição por cera perdida Molde de borracha e Injeção de cera para fundição Esmaltação em Joalheria - Básico e Avançado Inlay de pedras Titânio na joalheria Cravação - Curso básico Cravação - Curso avançado Tear em joalheria Alumínio Anodizado na joalheria Acrílico na joalheria Laca Japonesa Gemologia Montagem de Colar de Pérolas Colar articulado com fo metálico
Coleções de joias - A criação Formação de preços em joalheria Informações para o vendedor de joias
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destaque
A forma orgânica de Silina Pandelidou
A designer grega Silina Pandelidou deixa claro em suas peças o amor pelas formas orgânicas. Segundo blogueiros amer icanos, Silina consegue transmitir, por exemplo, a vontade de estar em uma praia, em algumas de suas peças. Num post de Ann Martin da All Things Paper, ela diz que Silina começa por fazer um pequeno esboço daquilo que está vagando em sua mente. Ás vezes são conchas ou ores. Todo seu trabalho se baseia em formas orgânicas inspiradas na natureza. Ás vezes ela permite que o metal escolha o caminho da criação.
Silina usa papel em suas joias e diz que ele a atrai pela versatilidade. Segundo ela, a bra do papel forma Silina diz que ela admira as manifesum ambiente onde ela pode brincar tações da natureza. Elas a imprescom as cores da natureza como uma sionam. Ela as observa com cuidado, espécie de tela, onde ela pode narrar em fragmentos, que mais tarde tenta suas histórias. transmití-los com suas mãos. Silina estudou design gráco e As joias de Silina são muito vendidas encadernação em Sevilha. Aprendeu na Grécia e em toda a Europa. Suas a trabalhar com metal em Florença joias tem história. e começou a criar e produzir joias. Segundo ela, a união do metal e do papel permite que ela conte suas histórias na forma de objetos pequenos e preciosos. Ela corta o papel e o adere ao metal. Pinta-o e veda a pintura com verniz para que a peça que imper meável. Segundo ela, as linhas encontradas na natureza mostram beleza, perfeição e harmonia e são elas sua maior fonte de inspiração, pois as linhas retas são atéias, isto é, Deus nunca desenha com linhas retas. Brincos produzidos em prata e papel
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capa
Rene Rodrigues
www.everyjewel.com
A resina na produção de joias um recurso contemporâneo de criação e produção
Quem vive antenado com a joalheria contemporânea está sempre pensando em novos materiais, principalmente aqueles que tenham versatilidade, sejam fáceis de encontrar e fáceis de usar; requisitos que não é para qualquer material. Mas, alguns materiais atendem esses requisitos e vão além. A resina é um desses materiais que tem como limite de criação e produção apenas a imaginação e criatividade do designer que a usa, pois com ela é possível fazer qualquer coisa em que se possa pensar. Ela é uma grande aliada da joalheria contemporânea. A resina é um produto muito versátil que pode ser combinado com muitos materiais como: metais, madeira, plásticos, vidro, entre outros. É muito fácil e simples de usar. É encontrada facilmente no mercado. Não necessita de equipamentos para aplicação e permite a transformação do líquido viscoso (resina) em qualquer tipo de objeto sólido. Seu aspecto nal pode ser manipulado de muitas formas: ela pode car transparente, opaca, colorida, translúcida, etc, e em qualquer forma tridimensional.
Numa aplicação de resina podemos incluir (literalmente embutir) diferentes tipos de materiais e objetos na peça que estamos produzindo. Com toda essa versatilidade a resina tem sido muito empregada na joalheria, tanto na produção de bijute-
www.etsy.com - Luddite Made
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rias como no complemento de partes de uma joia. Muita gente acredita que a resina é um produto especíco para produção de bijuterias. Todavia, neste artigo, você verá que ela pode fazer composição com metais nobres como é o caso do ouro e da prata e, pode também, compor lindas peças com madeira e outros materiais. Assim, posso dizer que a resina é um produto contemporâneo e muito versátil - que pode ser usado na criação e produção de joias com resultados prossionais.
As resinas Provavelmente você já se deparou com uma aplicação de resina sem ter
Anéis reproduzidos em forma de silicone com inclusões.
percebido. Ela é muito utilizada na indústria em geral e no artesanato. Depois de curada apresenta um aspecto vitricado ou plasticado, dependendo da técnica que foi usada em sua aplicação e preparo, além do tipo de resina usado. Existem dois grandes grupos de resinas: as naturais e as sintéticas (articiais). As naturais são secreções externas do metabolismos dos vegetais. Algu-
mas árvores, por exemplo, produzem resina quando recebem um corte natural ou articial. Essas secreções são formadas por produtos orgânicos como óleos e ácidos. Quando expostas ao exterior (fora do organismo do vegetal) podem se manter líquidas ou endurecer por ação de temperatura, evaporação do óleo, etc. São empregadas na indústria de lacas, adesivos, na indústria de papel e na medicina. As resinas sintéticas são produtos orgânicos derivados do petróleo com inúmeras aplicações industriais e artesanais. Existem vários tipos de resinas para diferentes aplicações. Elas são bi-componentes, isto é, a resina e mais um catalisador que, depois de misturados, provocam a polimerização (endurecimento) da resina.
Antes de entrar no passo a passo da aplicação das resinas, acho impor tante mostrar à você algumas imagens de como ela é usada na joalheria. Os resultados são sempre atraentes porque a resina combina com a maioria dos materiais usados na joalheria. Ouro, prata, alumínio, madeira e pedra, são alguns deles. Além de fazer belas composições com outro s materiais, a resina permite a exploração de cores - um recurso indispensável na joalheria contemporânea. Conhecendo as possibilidades e a facilidade de emprego das resinas, arrisco dizer que seu uso está apenas no começo. Há muito o que se explorar com esse material.
www.isharya.com
www.okajewelry.com The Purple Baloon O pingente da The Purple Baloon foi estruturado em prata. As partes coloridas foram preenchidas com resina.
L. Sue Azabo combinando prata com resina www.isharya.com
www.isharya.com Britta Boeckmann combina resina com madeira australiana. Pulseira Emporio Armani
Silver Chamber
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www.isharya.com
Vania Ruiz
www.amazon.com.uk www.unusualengagementringsreview.com
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www.polyvor.com
Neste artigo abordarei apenas dois tipos de resinas sintéticas: a resina epóxi e a de poliéster devido às suas características, que a meu ver se adaptam melhor às necessidades das joias e bijuterias. Entretanto, existem muitos outros tipos, também empregadas na joalheria.
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Observe e conclua os resultados de aplicação das resinas. Pense também no que ainda pode ser feito. Com o uso e experimentos, você poderá descobrir muitas maneiras de usar esse incrível material.
Antes de conhecer as características especícas de cada uma delas vamos para o lado prático do emprego das resinas. Vamos começar fazendo coisas bem básicas com as resinas para, depois, entender melhor suas possibilidades e maneiras de sua incrível aplicação.
Caso você decida usar resina em suas peças, pesquise na Internet. Existe um grande número de fabricantes oferecendo características diferentes em seus produtos. É muito fácil encontrar fornecedores de resinas e borracha de silicone (usada para produzir moldes). Muitos tutoriais apresentam a resina como um produto simples. No entanto, seu emprego pode apresentar resultados sosticados se você souber usá-la.
www.everyjewel.com
Tipos de aplicação de resina A resina é muito usada para a reprodução de peças por meio de molde de silicone. Neste caso a resina, depois de preparada, é derramada num molde de borracha de silicone
e, após o tempo de cura, endurece e reproduz com delidade a imagem contida na cavidade do molde . Ela pode ser aplicada com um pincel sobre vários materiais. Pode
ser aplicada sobre áreas vazadas em peças de metal. São muitas as maneiras que a resina pode ser aplicada. Nas imagens anteriores, mostrei várias dessas aplicações da resina.
Aplicando resina em peça de metal Para entender melhor como a resina funciona, segue um exemplo bem simples de aplicação. Veja nas imagens abaixo o pingente em prata bem simples, que 9
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usaremos como exemplo de aplicação de resina. Meu objetivo, neste exemplo, é mostrar à você a forma bem básica de aplicação da resina, por isso usei
um formato bem simplicado. Na sequência, apresento um passo-a-passo que mostra o preparo e a aplicação da resina no pingente da gura ao lado.
A ideia é preencher a cavidade do pingente com resina colorida, de maneira que a cor combine com a prata e que também apresente uma certa transparência. No decorrer deste artigo, você poderá avaliar melhor as características da sua peça e escolher o fabricante que atenda melhor suas necessidades.
Os produtos, como resinas e borracha de silicone líquida, são comercializados com boletins técnicos que orientam o uso do produto. ATENÇÃO - Sempre use luvas e óculos de proteção em local bem ventilado. Eles são produtos químicos tóxicos. Mantenha-os longe do alcance de crianças.
Produtos para o preparo da resina
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Peça de resina produzida em forma de si licone. Na resina foi usada carga para deixá-la branca.
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Na imagem acima você vê os produtos básicos para o preparo da resina de poliéster: 1 - resina, 2 - catalisador, 3 - diluente, 4 - pigmento, 5 - copos plásticos para mistura, 6 balança de precisão, 7 - pingente a ser resinado, 8 - palitos para mistura e 9 - colher de plástico para mistura. As resinas são fornecidas totalmente transparentes. Cada fabricante tem sua fórmula de composição da resina, por isso é imprescindível seguir as orientações do seu fornecedor no que diz respeito às quantidades exatas dos produtos. Normalmente, eles são fornecidos com boletins técnicos detalhados. Todavia, como mostrarei neste artigo, é importante saber qual a função de cada produto e os resultados que eles proporcionarão durante o processo. Assim, você poderá alterar as quantidades dos produtos conforme suas necessidades. Para misturar os componentes 10
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pode-se usar um vasilhame de plástico ou vidro. É aconselhável utilizar produtos descartáveis. Isso elimina o processo de limpeza. Entretanto, caso use um pote de vidro, a limpeza deve ser feita com solvente especial para a resina. Esse produto também é vendido pelo fabricante da resina. Existe ainda um produto chamado “carga”, usado para eliminar a transparência. Calcita, talco industrial, dolomita, quartzo, gesso, são alguns tipos de carga usadas nas resinas de poliéster. É sempre importante seguir a orientação do fabricante no que diz respeito a quantidade de carga que pode ser usada no preparo da resina, pois quantidades exageradas podem impedir a cura (endurecimento). Quando usamos carga do tipo calcita na resina, o resultado será uma peça branca sem transparência como a que podemos ver na imagem acima. Existem muitos recursos para plicar carga na resina.
Pode-se usar vários materiais como carga, vidro moído, glitter e pó de madeira, mas é importante testar os materiais antes de partir para um processo de produção, pois alguns materiais, ou a quantidade deles, podem impedir a cura completa e correta da peça acabada.
By My Crap Na imagem acima pode-se ver a pulseira e a forma de borracha de silicone usada para produzir a pulseira.
www.polyvore.com Nesta imagem pode-se ver o uso de resina com carga (parte branca) combinada com madeira.
Preparando a resina 1 - O primeiro passo para o preparo de resina consiste em despejar a quantidade adequada de resina no copo, colocado sobre a balança. Caso a resina tenha sido fornecida em embalagem com abertura pequena pode-se despejá-la em recipiente intermediário, isto é, colocá-la em um copinho separado para, dali, tirar a quantidade que será pesada.
4 - Caso necessário, acrescenta-se o material de carga. Depois desta etapa é importante misturar bem os ingredientes.
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5 - Ainda usando a balança, para controlar a quantidade de produtos no preparo da resina, colocamos a quantidade indicada para o catalisador.
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2 - Logo em seguida, repita a operação em outra área do pingente, de maneira que a resina possa escorrer acomodando-se na cavidade. Você pode voltar com o palito no copinho onde a resina foi preparada.
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2 - Em seguida, acrescenta-se o corante na quantidade indicada pelo fabricante. Antes de continuar o preparo, aconselho misturar bem o corante com a resina para depois prosseguir.
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3 - Caso necessário, a resina também pode ser diluída. Essa diluição somente deve ser feita com produto indicado pelo fabricante da resina.
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Aplicando a resina Um aspecto importante na aplicação da resina é o nivelamento da peça. Quando aplicamos resina ela escorre e, se não houver nivelamento, um lado pode apresentar maior espessura do que o outro.
No mercado encontra-se níveis bem simples, que podem ser usados para o nivelamento da peça. Para facilitar, você pode colocá-la sobre uma base de vidro ou madeira e calçar essa base para conseguir nivelar. 1 - Depois da resina preparada, deixe-a descansar por alguns minutos. Usando um palito de madeira, despeje a resina na cavidade do pingente. Mantenha uma certa distância na altura do palito. Isso diminui a quantidade de bolhas. Aplique de pequenas em pequenas quantidades.
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3 - Seguindo o mesmo critério dos passos anteriores, vá preenchendo os espaços do pingente.
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Durante o processo de preenchimento é importante ter atenção com o nivelamento da peça. Sempre que for trabalhar com resina proteja os olhos com óculos e as mãos com luvas de borracha. Trabalhe em lugar ventilado, se possível com ventilador para eliminar os gases emitidos pela resina. Essa não precisa ser uma preocupação exagerada. Muitas pessoas trabalham com artesanato de resinas. Todavia, por se tratar de produto químico, que emite gases, é importante a preocupação com a segurança de quem os usa.
Pingente com imagem de fundo Ainda usando o mesmo pingente, é possível aplicar uma imagem de fundo e depois cobrí-la com resina. Esse é um recurso muito usado para produção de bijuterias. A imagem pode ser em papel, plástico, foto, etc. 1 - A imagem é recortada no tamanho exato da cavidade do pingente.
2 - Usando cola branca, a imagem é colada no fundo da cavidade.
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3 - Usando um palito de madeira a imagem é ajustada pressionando-a em todas as áreas.
4 - O preparo e aplicação da resina segue os mesmos critérios que vimos anteriormente. Esse recurso permite a produção de uma grande variedade de pingentes, brincos, pulseiras, etc. A resina pode ter cor ou não. É importante que a imagem seja protegida por um adesivo transparente quando se pretende usar uma imagem impressa, pois as tintas de impressão podem ser diluídas pelos produtos químicos contidos na resina. Quando não se tem a opção de aplicar adesivo sobre a imagem, também é possível aplicar sobre ela uma camada de cola branca (essa usada na escola). A cola forma uma camada protetora sobre a imagem que se tornará resistente aos produtos químicos da resina. Esta técnica pode ser aplicada a qualquer tipo e formato de pingente.
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www.bebetsy.com
Na imagem acima vemos que o pingente da esquerda não tem borda. Veremos esse recurso mai s adiante.
Está técnica pode ser usada tanto com resina epóxi quanto com resina de poliéster. Em qualquer um dos casos é importante seguir as instruções do fornecedor da resina.
www.sarahbober.com
Em casos mais delicados a resina pode ser aplicada co m seringa. É importante que a seringa seja limpa com solvente logo após a aplicação. Converse com seu fornecedor para saber se a resina não ataca o plástico da seringa. Os produtos de alguns tipos de resina podem atacar alguns tipos de plásticos. 12
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goneaussiequilting.blogspot.com.br
Várias partes em resina Um outro recurso interessante é a possibilidade de aplicação de várias partes de resina numa mesma peça. Assim, peças mais complexas, com o quadrado, redondo e outros também podem receber resinas nas suas diferentes cavidades. Neste caso, as peças são produzidas pelo processo convencional de joalheria: cortadas, soldadas, limadas e polidas para depois receber a aplicação da resina. Os resultados podem ser sosticados dependendo da técnica e criatividade do designer.
www.etsy.com/pt/shop/ivywoodrose
O trabalho de Ivy Solomon da Ivy Woodrose, nas três fotos ao lado direito, mostra o cuidado e criatividade que podem ser aplicados na joalheria com resina. São peças em prata e resina.
Brincos da AJ Design
Peças com o e sem fundo Outro recurso que pode ser usado com a resina é a peça feita com os quadrados, redondos, etc, mas sem fundo. Neste caso a peça já soldada, limada e polida deve ser presa s obre um material bem plano. Novamente o nivelamento da peça é de grande importância para que a resina seja bem distribuída.
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Área de aplicação da resina Na gura 1, temos a imagem de Na gura 2 você vê apenas o um pingente de prata com aplicação pingente sem a aplicação da resina. de resina em duas áreas de cores di- Neste caso as partes foram soldadas, ferentes. limadas e polidas e a resina será apliNeste caso, o pingente não tem cada com o material de prata já acafundo e a cor da resina será vista dos bado. Todavia, poderíamos fazer o dois lados. Para que o acabamento acabamento da prata posteriormente. da resina apresente o mesmo resul- A resina de poliéster aceita polimento tados dos dois lados será necessário por meio de politriz, o mesmo recurusar alguns recursos que analisare- so que é usado para polir metais. mos a seguir. 13
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A resina deve se acomodar de forma correta nas cavidades do pingente. Para isso ela deve ser xada numa placa de vidro. Podemos usar uma cola de tato permanente e aplicá-la com pincel nas áreas que carão em contato com o vidro. Essa cola pode ser encontrada facilmente. Pesquise na Internet pelo nome “cola permanente”. Ela é facilmente eliminada de pois da aplicação da resina.
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A resina de poliéster tem grande poder de xação ao vidro, por isso será necessário aplicar um desmoldante nas áreas onde será aplicada a resina. Como desmoldante podemos usar vaselina líquida aplicada com pincel.
Após a aplicação do desmoldante, fazemos a preparação da resina. Ela pode ter cor com transparência ou com aparência opaca. Na aparência opaca podemos usar as cargas como eu disse anteriormente. Neste caso é uma escolha pessoal.
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O mesmo procedimento é feito para as outras áreas onde será aplicada a resina. Como você viu na página anterior, no trabalho da Ivy Solomon, é possível aplicar a resina em muitas áreas diferentes e separadas entre si.
Aplicando resina em material sem borda É possível também aplicar resina sobre materiais sem bordas. Na imagem ao lado temos uma imagem fotográca num papel grosso. Ela pode ser resinada como mostrarei no passo-a-passo abaixo. Essa técnica pode ser aplicada em qualquer material que a resina não ataque. Impressões com inkjet não devem ser usadas.
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Na gura 1, temos a imagem em papel fotográco sobre uma placa de “LEGO”. Esse é um recurso para evitar que a resina transborde pelas laterais, caso ela esteja em total contato com a superfície.
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O material a ser resinado também pode ser acomodado sobre dois palitos de sorvete ou outro material que ofereça suporte. É importante sempre observar o nível do material sobre a mesa de trabalho, para que a resina não escorra pelas laterais do material que será resinado. 14
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Na gura 2, podemos ver o detalhe do material impresso sobre a placa de “LEGO”. As saliências (pinos) da placa de “LEGO” permitem que a resina pare nos limites do material impresso.
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O processo de resinagem (gura 5) é o mesmo que vimos anteriormente usando o palito de sorvete como aplicador. A resina pode ser rígida ou
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Na gura 3, podemos ver a resina depois de aplicada e curada sobre a imagem fotográca. Se o seu impresso é com inkjet, você pode usar o recurso de cobrí-lo com adesivo transparente para, depois, resiná-lo. exível dependendo do tipo de trabalho que você pretende fazer. Pode-se usar ainda resina de poliéster, resina epóxi e resina PU. Antes de usar qualquer uma delas, é importante consultar seu fornecedor para saber mais sobre as características da resina que você escolherá e saber, também, sobre as características de preparo, tempos de descanso, cura, etc. Esta técnica permite, ainda, que você aplique um nova camada de resina sobre a resina já curada. Esse recurso proporciona efeitos criativos. Sempre teste esses recursos em quantidade pequenas. Você verá o que é possível se fazer com resina.
Moldes com borracha de silicone No mercado de joalheria, quando se fala em borracha de silicone, a primeira coisa em que pensamos é na borracha usada para fazer moldes para fundição da cera e no processo de fundição por cera perdida. Aquela vulcanizada a quente, que é fornecida em chapas exíveis e maleáveis. Entretanto, a mesma borracha também é fornecida em estado líquido que, ao invés de ser curada por vulcanização (curada a quente), é curada a frio, por meio de catalis ação (cura a frio), num processo mais simples e rápido sem dependência de equipamentos. A borracha de silicone líquida co nhecida como RTV (Room Temperature Vulcanizing) é um líquido muito viscoso que, após ser misturado ao catalisador, cura por meio de reação química na temperatura ambiente transformando-se em borracha. Na joalheria, a borracha de silicone líquida pode ser usada na produção de moldes para injeção de cera ou, ainda, na produção de peças em resina. A borracha de silicone líquida é comercializada em várias cores, que apenas denem as características da borracha, pois existem varias formulações disponíveis. Para quem vai utilizar borracha de silicone líquida na joalheria, a cor pouco importa. O que se deve avaliar nas características da borracha, depois de curada, é a dureza, resistência ao rasgo e a exibilidade. Com a borracha de silicone líquida você poderá fazer moldes para usar as resinas de poliéster e epóxi ou, ainda, usá-las na produção de moldes para fundição por cera perdida.
By My Crap
Na imagem acima você vê a pulseira vermelha e a fôrma, de borracha de silicone, usada para produzí-la. Qualquer tipo de peça tridimensional pode ser reproduzida em resina usando a borracha de silicone como molde. 15
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Molde de silicone com vulcanização (cura a quente). O molde de silicone com cura a quente é obtido por meio de borracha de silicone em chapas exíveis e macias, que quando colocadas na fôrma (gura ao lado) toma parte da forma do original. Depois de vulcanizada em máquina especial, por meio de alta temperatura, a borracha toma a forma nal da peça com todos seus detalhes.
www.brookestonejewelry.com
Molde de silicone com cura a frio. O molde de silicone com cura a frio é obtido por meio de borracha de silicone líquida despejada sobre a peça a ser moldada. A cura, neste processo, não depende de equipamentos e apresenta excelentes resultados. Permite a obtenção de moldes precisos, de alta resistência e boa exibilidade.
Mold Muse
Nas duas imagens acima você vê os camafeus produzidos em resina e o molde de borracha de silicone usado para produzí-los. Neste caso, é possível usar corante e carga na resina para que o camafeu tenha a aparência de pedra esculpida.
www.ecvv.com/
Mold Muse
É possível produzir um único molde para pequenas tiragens ou, ainda, produzir um molde com várias cavidades da mesma imagem para o caso de grandes tiragens. Qualquer peça pode ser reproduzida em resina usando molde de silicone.
O molde de silicone Existem diversas maneira de se fazer um molde de silicone. No passo-a-passo a seguir, mostramos o tutorial da Amy mostrando como fazer um molde com borracha de silicone. Amy De Anda - The Sweets Lab - w ww.etsy.com/pt/shop/sweetslab
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Use outros dois roletes mais nos Usando massa de modelar, tipo como guia para determinar a espesplastilina, faça uma bola e depois amasse com um rolete como mostra a sura da massa. Ela servirá de apoio para a peça que será reproduzida. gura 1.
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A peça deve estar bem presa. EnUtilize um copinho de plástico que tretanto não deve afundar muito na servirá de reservatório para o silicone massa de modelar. líquido.
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Em seguida, coloque sobre a massa a peça a ser reproduzida e a pressione bem.
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A parte de cima do copinho será cortada. A gura 6 mostra a altura aproximada do corte.
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A gura 7 mostra as partes do Na gura 8, você vê o copinho posiO copinho também é pressionacopinho separadas. cionado sobre a peça. do para car bem rme.
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Para denir o volume de borracha de silicone pode-se usar arroz. 16
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Despeja-se o arroz pela parte superior do copinho.
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O arroz é acomodado com os dedos para ocupar bem o espaço vazio.
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Com um palito dene-se o quanto É importante que o volume de aro volume ultrapassa a peça a ser re- roz ultrapasse pelo menos 1,5 cm do produzida. nal da peça a ser reproduzida.
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O arroz é despejado num novo copinho.
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O catalisador deve ser bem misturado com o silicone para que o endurecimento seja homogêneo.
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Observa-se a quantidade de arroz e faz-se uma marcação no copinho. Essa marcação dene o volume aproximado.
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Retira-se o copinho para avaliar o volume que devemos usar de borracha de silicone.
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Seguindo as orientações do fabricante da borracha de silicone, faz-se a mistura do silicone com o catalisador.
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A mistura deve descansar segundo orientação do fabricante e, depois, derramada no copinho sobre a peça a ser reproduzida.
23 Derramando o silicone aos poucos, forma-se um o bem no. Quanto maior for a distância do derramamento menor será a quantidade de bolhas.
Observação: O preparo da borracha de silicone deve seguir sempre a orientação do fabricante, pois existem muitas fórmulas diferentes desse produto e cada uma segue um padrão de preparo. Preparar a borracha de silicone é um processo muito simples. Entretanto, quando preparada com o catalisador (endurecedor) a sobra também endurecerá. Quando a peça a ser reproduzida possuir muitos detalhes pode-se usar borracha de silicone mais exível, o que permite a melhor reprodução de detalhes. No entanto, quanto mais macia for a borracha maior possibilidade terá de rasgar. Muitas pessoas utilizam a borracha de dureza média que tem mais resistência e também reproduz os detalhes menores. O reservatório para despejar a borracha, como vimos o copinho no tutorial da Amy, pode ser feito de papelão, madeira, plástico, etc. É importante que se use um material onde a borracha não tenha aderência denitiva, pois neste caso as laterais do molde cam prejudicadas. 17
Revista Joias&Design - Novembro 2014
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Depois de aguardar o tempo correto de cura, o copinho que contém o molde é retirado da massa plástica.
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Na imagem 27 podemos ver a peça modelo usada para fazer o molde.
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A retirada é feita com cuidado para preservar a integridade dos detalhes do molde.
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A peça modelo também é retirada com cuidado para a preservação dos detalhes do molde.
Medalhão Persa
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O copinho plástico também é retirado com cuidado para preservar o molde.
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Aqui, vemos o molde pronto, que poderá gerar centenas ou milhares de cópias do mesmo objeto usado como modelo.
www.williansheshire.com
Moshiko Art Jewelry
www.artclayscotland.com www.isharyacom
www.jinfudabutton.en.made-in-china.com
Um único molde pode gerar variações no produto. Uma possibilidade é a variação de cor. 18
Revista Joias&Design - Novembro 2014
Pulseira transparente com inclusões, um recurso das resinas.
A grande vantagem do uso da resina na joalheria é que você pode usá-la em seu ateliê, sem a necessidade de equipamentos. Pode reproduzir seus próprios moldes ou comprá-los prontos. Pode reproduzir pequenas e grandes quantidades. Você não precisa de muito espaço. Até mesmo sobre a bancada de joalheiro é possível trabalhar com a resina, apenas o lugar deve ser ventilado e você deve usar óculos e luvas.
mercado Amanda Rodrigues
Joia Infantil é uma boa perspectiva de negócio?
Irene Hoofs Bloesem Kids
O mercado infantil tem crescido no Brasil ao longo dos últimos anos, mais especicamente o de brinquedos, cresce em média 14% ao ano, segundo a “Revista Admi nistradores” publithejewelryvine.com cada pelo portal administradores.com. Na joalheria esse aumento não é diferente e vem impulsionado pelas campanhas midiáticas de marcas e personagens de desenhos e lmes infantis. Além disso, já foi o tempo em que os pais escolhiam roupas e brinque -
theginghamgrasshopper.com
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O designer de joias iniciante e, até mesmo os mais experientes, precisam denir um público-alvo para suas criações. Em questões de mercado, denir esse público é traçar uma linha de trabalho e um planejamento especíco para criar, produzir e vender sua peças. Nada impede que o designer trabalhe com diversos segmentos, mas sempre é necessário pensar nos lucros. Nesta matéria você verá o que pesquisamos e o que o mercado reete em termos de joias infantis.
dos dos seus lhos. Hoje, os pequeni nos escolhem inclusive os adereços e joias. A transformação do consumo de moda e acessórios pelas crianças está ligada ao aumento da renda mé dia do brasileiro, principalmente das classes C e D. Não menos importante, a mudança de conguração da família brasileira, que diminuiu a quantidade de lhos, o que possibilita o aumento da renda disponível para gastar com cada criança. Marcela Agra, autora da matéria da Revista Administradores arma que mercados de luxo como o de joias para crianças ou produtos artesanais personalizados são a bola da vez e só tendem a crescer. O consumismo é uma realidade que passamos para thejewelryvine.com nossos lhos até de forma inconsciente, mas que eles aprendem com facilidade, tornando o desejo de com prar e estar no mundo da moda im portante e valorizado. De qualquer forma, a realidade é que as crianças se identicam emo cionalmente com esses produtos. Qual garotinha não quer parecer com a mamãe? Vestir as mesmas roupas, as mesmas joias e sapatos? Sem contar os produtos que re presentam personagens famosos.
Irene Hoofs Bloesem Kids
Cabe aos pais, neste caso, equili brar o alto consumo dos pequenos e torná-lo saudável e consciente. Psicologia à parte, voltemos para o nosso foco. O fato é que por to das essas razões o mercado de joia infantil está crescendo e devemos aproveitar e car na crista da onda. Dar ao mercado o que ele deseja e, com isso, alavancar os negócios. E o mercado infantil de joias tem diversos segmentos, além das “modinhas”, os batizados e cerimônias religiosas para os bebês sempre alavancam a venda de joias, pois são produtos que duram por toda a vida e vão sempre conter o sentimento do momento.
Revista Joias & Design - Novembro 2014 Orianne Collins
thejewelryvine.com
As joias mais tradicionais para es ses eventos são facilmente encontra das, porém há uma escassez no mer cado de joias de peças criadas para a própria criança, com motivos lúdicos e que a criança se identique emo cionalmente. Está claro que, hoje em dia, o perl da criança mudou, eles têm personalidade e gostam de expressá-la através das roupas e ade reços. Há uns anos atrás, eu ouvia muito aquela frase “criança não tem querer”. Isso caiu por terra, a crian çada desse milênio sabe muito bem o que quer e como quer. Este é um nicho de mercado que vem sendo preenchido aos poucos. Diversas ideias vem se consolidan do como as joias feitas a partir dos desenhos, da caligraa e com peças que podem ser manipuladas como brinquedos. Aí é que entra a criati vidade do designer para entrar com inovação e pioneirismo no mundo das crianças, algo que traga divertimento, com cores e histórias.
Orianne Collins
E quem pensa que o público-alvo são só as meninas está enganado. Os garotos também aderiram à moda e usam colares, pulseiras e até brin cos, com desenhos de skate, bola de futebol e personagens famosos.
theginghamgrasshopper.com
No mercado joalheiro, em torno de 95% das empresas são de pequeno porte e buscar um diferencial é fator fundamental de sucesso e de destaque em um setor que movimentou R$ 7,5 bilhões em 2012, segundo a últi ma estimativa disponível do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Precio sos (IBGM).
Cuidados na produção de joias infantis
kidzcandesign.com
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E para quem quer explorar esse mercado, deve-se ter cuidado com a utilização de níquel na liga ou banho, esse ma terial é altamente aler gênico e o consumidor deve sempre ser alertado. No caso do chumbo, esse material não deve ser utilizado. No Bra sil, não há legislação especíca para regular a quantidade permitida de tais elementos. Na União Europeia, em
contrapartida, o nível máximo liberado é de 0,05% para níquel, e 0% para chumbo. A lei foi revisada e hoje é considerada a taxa de migração dos elementos, calculada de acordo com tempo de uso e outros parâmetros adotados. De qualquer forma, esses níveis servem como referência para assegurar a segurança dos peque nos. O material mais recomendado é o ouro maciço, por ter menor risco de infecção ou reação alérgica. O aço inoxidável também pode ser uma boa opção. O design recomendado, no caso dos brincos de recém-nascidos, deve priorizar os de tamanho pequeno e arredondados, para que quem bem coladinhos na orelha. Outro cuidado a ser considerado é o de alertar os pais quanto ao perigo dos bebês engolirem as pequenas joias, de só usá-las na presença dos pais e retirá-las quando o bebê ador mecer. O designer de joias infantis deve sempre cuidar para que as bordas das peças sejam arredondadas e leves. É interessante, no caso das pulseiras, que o designer desenhe de forma que possam ser ajustadas, para um melhor aproveitamento do uso conforme a criança cresce. De um modo geral, é preciso sem pre ter em mente que todo cuidado é pouco quando se trata de crianças.
Revista Joias & Design - Novembro 2014 Silvia Heiden
gemas Amanda Rodrigues
Sara
crystalsrocksandgems.com
a pureza da natureza e símbolo da honestidade A sara era conhecida na antiguidade, pelos egípcios, como “a pedra das estrelas”. Eles acreditavam que a sara estimulava a honestidade, a verdade e a justiça. Independente das suas propriedades e “poderes”, a cor e a pureza dessa pedra, tão cobiçada e apreciada quanto o diamante, despertam o desejo e o interesse dos amantes das joias.
O nome sara é derivado do termo grego sappheiros que signica “a coisa mais bela” e do latim saphirus que signica “azul”. Era muito utilizada por reis, rainhas e grandes homens da Igreja. Cravadas em anéis, tiaras e coroas, representavam o alto grau social das pessoas que as possuíam. Ainda hoje, a Corte Inglesa exibe suas peças excepcionais cravadas com essa pedra preciosa. A sara pertence ao grupo mineral coríndon com qualidades gemológicas. É composto, basicamente, de óxido de alumínio, com a fórmula química Al²O³. No estado natural, esse composto químico é incolor. No caso da sara, a cor azul característica se deve à presença de titânio e ferro em sua composição. Apesar do nome
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Revista Joias & Design - Novembro 2014
sara estar relacionado à essa cor, a kay.com pedra preciosa que conhecemos tem uma grande variedade de cores, devido à presença de “impurezas metáli A sara (azul) é muito utilizada, cas” em sua composição. na joalheria, em anéis de noivado e A sara pode ser confundida com outras pedras. Em algumas das pe- em peças com designer diferenciado, ças utilizadas na antiguidade foram principalmente por sua cor intensa cravadas gemas como lápis-lazuli ou e luminosa. Entretanto, nos últimos topázio, achando que era sara. Só anos, a popularidade das saras colopor volta de 1800 que descobriu-se ridas, principalmente a amarela, vem que a sara pertencia ao grupo dos crescendo. A possibilidade de substi tuir o diamante, raro e caro, foi “abracoríndons. De acordo com a presença de al - çada” por inúmeras celebridades. E, guns elementos, as saras podem se como não podia deixar de ser, caiu no apresentar em diversas cores como: gosto do povo. Nós, da Revista Joias & Design teamarela (com baixo teor de ferro), verde (pela presença de titânio), rosa, mos que concordar, são lindas! E ain roxa, marrom, laranja (com a presen- da com grande potencial de vendas! ça de ferro e cromo) e a sara PadparadsFoto: Robert Weldon www.gia.edu cha, alaranjada tendendo para o rosa salmão (com a presença de ferro e cromo). Quando denominada sara (sem ad jetivo) se refere sempre à azul. No caso das outras cores seu nome leva sempre a cor como complemento, também são conhecidas como fancy. O coríndon vermelho se refere ao rubi, sempre.
Características gemológicas As saras tem um elevado grau de dureza o que, consequentemente, aumenta o seu valor e a diculdade da lapidação. Dureza - 9 Mohs. Den sidade relativa - 4,0. Fratura - con coide. Transparência - pode variar de transparente a opaco e apresenta brilho (lustre) vítreo a sub-adaman tino translúcido. A sara apresenta um hábito piramidal cristalizando em bipirâmides hexagonais com estria ções transversais nas suas faces. Sua composição principal é de óxi do de alumínio e traços de outros ele mentos como cobalto, ferro, titânio e cromo, que dão as cores à gema. Além das cores já citadas ainda podem ser encontradas em cinza e preta.
Sara branca ou leucossara As saras brancas são, na verdade, incolores. Não tem a presença de elementos que podem alterar a cor. Atualmente, são muito utilizadas na joalheria, por serem uma ótima opção de substituição do diamante em anéis de noivado. Só perdem no brilho. São mais baratas que as amarelas, rosas e azuis e com ótima durabilidade. Apesar de serem raras, a demanda não é tão alta, o que dá maior acessibilidade no preço.
doamore.com gggems.com
Sara amarela As saras amarelas estão em crescente popularidade e demanda. São ótimas na substituição de diamantes, como as brancas. Entretanto, sua cor especial dá um toque alegre e jovial. A cor se dá devido à presença de um baixo teor de ferro no coríndon. Há quem diga que esta gema esti mula a energia criativa e traz prosperidade. Ativa o intelecto e a ação.
bijouxxjewels.com
As melhores saras são da Caxemira, na Índia, mas essas minas estão esgotadas. De lá, vinham as azuis, tão procuradas. Na Tailândia, em Chanthaburi, as saras vão do azul escuro até o verde água. Saras australianas não são de alta qualida de, apresentam uma cor azul-água, e às vezes negra. No Sri Lanka (região de Ratnapura), há uma pedra azul clara com uma pitada de roxo. São encontradas, também, saras coloridas e a sara Padparadscha, alaran jada tendendo para o rosa salmão. As mais belas pedras têm preços elevados, encontradas no Sri Lanka, Vietnã e Tanzânia. Os principais países produtores são a Birmânia, Tailândia, Sri Lanka, Austrália e Madagascar. É rara no Brasil, existindo no Mato Grosso, Goiás, Santa Catarina e Minas Gerais. O maior centro de lapidação é a Índia. 22
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Sara rosa A cor dessa sara é devido à baixa quantidade de cromo. Se a quantidade for grande a cor seria vermelho e, então, um rubi. Essa linha que divide a sara rosa do rubi é sempre atesta da por testes gemológicos e análise da quantidade da presença de cromo. A cor rosa também está com alta demanda no mercado. Elas foram encontradas recentemente, mais ou menos 15 anos, na ilha de Madagascar, tornando-se mais abundante. Antes disso, só eram encontradas na Bir mânia e Sri Lanka. Se apresentam desde o rosa cla ro, intenso, até o rosa chiclete. Este último muito procurado na joalheria.
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Sara violeta ou roxa As cores violeta e roxo geralmente são confundidas mas, na verdade, são tonalidades diferentes de uma mesma cor. O roxo é uma mistura de vermelho com azul e o violeta é do roxo com branco. Essas cores são ra ras. Não raramente são confundidas com a ametista. As saras violetas tem uma característica singular, pois podem mostrar mudanças na cor sob diferentes tipos de iluminação.
Sara verde A cor verde das saras é rara. É possível de encontr á-las quando as azuis e amarelas se encontram na mesma mina. A demanda dessa cor é pequena, portanto, os preços não são altos, até porque esmeraldas e turmalinas são mais fáceis de encontrar. As saras verdes tem um tom mais escuro ou bem claros, porém com brilho intenso. Não raro, podem ser vistos traços de amarelo e azul, sob ampliação e, algumas vezes, até a olho nu.
akdesignsonline.com planetar ygems.com
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Sara Padparadscha
Sara cinza e preta
thenaturalsapphirecompany.com Padparadscha são saras pouco conhecidas do grande público, mas A sara preta é extraída em gran- muito apreciadas por gemologistas, de quantidade, a pedra é quase opa- colecionadores e conhecedores do ramo. Esse nome veio do termo ca. São baratas Sangalês que signica “or de ló e consideradas tus”. A sua característica de cor é de baixa quadenida como um rosa alaranjado que pende para lidade. Pode, o salmão. Apesar de laboratórios renomados como perfeitamente, AGTA e GIA divergirem sobre a certicação destas saras, a maior parte delas tem esse tom e advém do Sri Lanka e, sob controvérsias, de Madagascar. São muito raras e caras, a “queridinha” das saras. macys.com
substituir o ônix. Ás vezes podem ser de tom cinza bem escuro. gemselect.com
Sara laranja Saras laranjas também são raras, porém como sua cor não é das mais populares, seu preço também não acompanhou. Ainda no caso delas, o laranja que se compõe da mistura de cromo e fer ro não é dos mais bonitos e agradáveis de se ver.
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Revista Joias & Design - Novembro 2014
Sara A sara é a pedra azul mais pre ciosa e valiosa. Ela se destaca dentre as outras por sua cor e brilho inigualá veis. Quando denominamos somente “sara” estamos nos referindo sempre à de cor azul. Uma das mais famo sas é a “Logan Sapphire”, com uma cor azul profunda e cla reza excepcio nal, especial mente para uma pedra de seu tamanho. Ela foi exa minada pelo Instituto Ge mológico da América, em 1997, que a considerou uma sara natural de cor
natural, sem evidência de tratamento térmico. Recrislu.com centemente foi encontrada no Sri Lanka a maior sa ra do mundo com 42Kg. A empresa,
Guruge Gems, proprietária da pedra dividiu-a em vários pedaços e lapidou a gema de que você vê na gura, ela vale incríveis 800 milhões de dólares. Essa cor sempre foi a preferida de homens da Igreja, reis e rainhas, pois é carregada de signicados espirituais e de prosperidade. gurugegems.com
langantiques.com
O que é asterismo Na gemologia, asterismo é a propriedade de alguns minerais (p.ex., a sara, a esmeralda, a granada) de apresentarem, por efeito da reexão ou da refração da luz, a imagem de uma estrela, na sara causado por inclusões de agulha do mineral rutilo. Quando a presença desse mineral é pequena se dá um aspecto sedoso, quando é maior provoca o asterismo. Há alguns eswholesalegemstones.org tudiosos que defendem que o rutilo não provoca o asterismo e, sim, a presença de canais ocos cruzados seguindo três di reções. As saras que apresentam esse efeito são chamadas de sara estrela ou astéricas e seu valor depende não só do quilate da pedra, mas também de sua cor e da visibilidade e intensi dade do asterismo. Recentemente, esse fenômeno está sendo provocado em saras sintéticas o que diminuiu consideravelmente o valor das pedras naturais que o apresentam. Para que o efeito de estrela seja perfeito, a gema deve ser lapidada em forma de cabochão ou esfera. Em alguns casos a estrela parece se mo ver ao girar mos a gema. As estrelas podem ser de 4, 6 ou 12 pontas.
As gemas sintéticas, produzidas em laborató rio, tem como matéria prima as gemas na turais pulverizadas, que passam por um processo de fundição e recristalização, de forma que suas pro priedades são muito semelhantes às naturais e, em alguns casos, idênticas. Essa síntese só pode ser identicada por microscópios gemológicos.
Sara sintética
Por passar por processos rigo rosos e caros, as gemas sintéticas também tem valor alto, porém mais acessíveis comparadas às naturais. Os métodos mais utili zados na síntese de saras sintéticas são: o pri meiro que é o de fusão à gemologyproject.com chama ou processo de Verneuil, criado em 1902 pelo francês Auguste Verneuil, até hoje continua sendo o mais utilizado e um dos mais baratos. Neste proces so utiliza-se o pó de óxido de alumínio, que é colocado em um aparelho, após a colocação, é injetado oxigê nio empurrando a mistura para baixo para que encontre com o hidrogênio injetado na parte inferior do aparelho. Isso provoca uma combustão com uma chama que atinge 2000°C. O pó de óxido de alumínio sofre fusão for ma gotas, que vão caindo num supor te, se resfriam e cristalizam em co ríndon. Ao incluir neste processo sais
As saras sintéticas, como outras gemas, não são articiais. Essa con fusão pode ser provocada por inexperiência ou traduções errôneas. As ge mas articiais não tem nenhum tipo de traço ou origem da gema natural, ou seja, ela não existe na natureza.
Já o processo de uxo baseia-se em dissolver a alumina (no caso das saras e rubis) em um composto fun dido que atua como solvente. Essa mistura é colocada em um cadinho de platina e, após, é colocado em um
Foto: Robert Weldon, Gems and Jewels LLC/Ben jamin Zucker
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de crômio, titânio, ferro, etc. obtém-se saras, saras coloridas e rubis.
forno com temperatura próxima a 1.300 ºC. Já o processo hidrotermal, envolve várias técnicas de cris talização de substâncias em soluções aquo sas submetidas à altas temperaturas e pressões de vapor. Outros processos como o Czo chralski e Float-zone também são uti lizados. Muitas saras sintéticas são produzidas para aplicações industriais, comerciais e tecnológicas. Para identicar a origem natural ou sintética da gema, é imprescindível o exame das inclusões à lupa e ao microscópio. Algumas outras carac terísticas como natureza e conteúdo de seus elementos-traços podem for necer indícios dessa origem, entre tanto, não são diagnósticas. As saras naturais costumam apre sentar inclusões minerais e líquidas, bem como zoneamento retilíneo de cor.
tradeindia.com
Tratamentos Tratamento térmico - é utilizado para intensicar a cor natural da gema ou até modicá-la, a sara pode car tanto mais clara quanto mais escura. Também é usado para melhorar a clareza da pedra. São utilizadas al tas temperaturas que vão de 1.500 a 1.800ºC, em fornos elétricos com aplicação de oxigênio ou não. A cor nal é permanente e muito estável, desde que a pedra não seja exposta novamente à altas temperaturas.
Avaliação Como nas outras gemas coradas, a avaliação das saras é baseada na saturação e intensidade da cor, transparência, lapidação e o tamanho. Os mesmos 4C´s do diamante que já falamos na edição nº 4 da revista. COR/COLOR
jewelry.ha.c om
Esse tratamento é considerado o mais natural e aceitável pela GIA e outros laboratórios de certicação, pois não há adição de nenhum componente. Esse processo “termina” a reação química das impurezas minerais que ocorrem naturalmente dentro da pedra. Difusão - esse processo consiste em introduzir impurezas na gema por difusão de óxidos a altas temperatu ras (em torno de 1.900 ºC). A gema é co locada em um cadinho, mistu rada à óxido de titânio ou outro agente colo rante em pó e aquecida à alta temperatura. A atmosfera e o tempo são vari áveis. O resul myjewelrysource.com tado é uma na camada muito colorida de cor estável. Clareamento - é o uso de produ -
tos químicos para clarear a gema ou para remover cores indesejáveis. Outros tratamentos como: preenchimento das cavidades, aquecimen to seguido de resfriamento e tingidura, também são utilizados, porém muitos são temporários e inaceitáveis.
sapphiregb.com
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- As saras possuem uma ampla gama de cores e cada cor tem suas próprias variações de qualidade. Em geral, quanto mais intensa a cor e menor a quantidade zonas de distração (inclusões), mais valiosa é a gema. Para as saras azuis a avaliação da cor é mais importante para determinar seu valor. As mais valorizadas são azuis avelu dadas para azul violeta (chamado de violetish blue), em meio a tons escu ros médios. A saturação deve ser tão forte quanto possível, sem escurecer a cor e comprometer o brilho. A graduação da cor das saras é dividida em três catego rias quanticáveis: intensidade (saturação), matiz (cor) e tom (claro/escuro) especicadas pela GIA. Ter mos como “azul”, “azul ligeiramen te esverdeado”, “azul muito ligeira mente esverdeado” são usados para descrever as tendências de cores. A nomenclatura de gradação de cor também especica seis níveis de sa turação que variam de “acinzentado” para “moderadamente forte” para “cores vivas” e, nove níveis de tom, variando de “muito muito leve” para “muito muito escuro”. TRANSPARÊNCIA/CLARITY - O grau de visibilidade através de uma sara é conhecido como transparência, que varia de transparente a opaca, sendo a transparente a ideal, conforme classicadas abaixo: Transparente - visualização cla ra e distinta de objetos através da pedra. Estes saras geralmente tem
sapphirerings.org
excelente brilho apesar de eventuais inclusões. Semitransparentes - visualização ligeiramente turva ou borrada através da pedra. Translúcido - visualização difícil através da sara. A luz é um pouco difusa. Semi-translúcida ou semi-opaca - uma pequena fração da luz passa através da pedra. Opaca - quase nenhuma luz pas sa através da pedra. As saras azuis tendem a ter mais inclusões que a maioria das saras coloridas. O termo “inclusão” é utili zado para denir características encontradas dentro de uma gema e são, frequentemente, usados para indicar que a pedra é de origem natural. As inclusões, geralmente, diminuem o valor da gema, principalmente se elas ameaçarem a durabilidade. Elas podem se apresentar de diversas for mas como cristais (inclusões sólidas como pequenos grãos), seda (bras nas de rutilo) esta, apesar de ser uma imperfeição é a preferida pois, algumas vezes proporciona um as pecto aveludado à gema, aumentando seu valor, rachaduras, impressões digitais (inclusões que tem o aspecto de impressões digitais), entre outras.
revoni.co.uk
CARAT/PESO - o efeito do quilate sobre o valor de uma sara varia pela cor. As saras amarelas são relativamente abundantes em tamanhos acima de cinco quilates, porém cinco quilates de saras Padparadscha são extremamente difíceis de encontrar. Saras azuis, rosa, laranja ou Padpa radscha que excedam quinze quilates são especialmente valiosas. Como as saras tem uma alta densidade, uma sara de um quilate parece menor que um diamante do mesmo peso. A sara azul do centro do anel abaixo tem 18.79 carats.
Vagabonde Bleue Ring © 2011 Fabergé Ltd
CORTE/CUT - Com parável aos diamantes, os melhores cortes ou lapida ções de saras oferecem uma relação maior de pro fundidade/largura.
As pedras mais pro fundas parecem menores, mas mostram mais cor do que se fossem cortadas em proporções normais. Elas também preservam o peso e, consequentemente, o valor da gema. Quan do o corte é raso parecem de cor mais clara do que Chanel os profundos. Saras de qualidade têm boa simetria quando vistas de perl - reetindo a luz de forma uniforme. Como a forma ori ginal do cristal é em forma de pirâmide hexagonal, o corte profundo prop orciona melhor obtenção da cor e proporções. Os cortes são orientados de acordo com o zoneamento de cores (cores diferentes em determinadas áreas), com o pleocroísmo (diferentes cores em diferentes direções) e a claridade da gema. A sara estrela é sempre c ortada em cabochão, para exibir o asterismo. A maioria das saras são lapidadas em formato oval, esmeralda, corte redond o e cortes de almofada. Nas lapidações mistas, o pavilhão é lapidado em degraus paralelos e a parte superior é do tipo brilhante, como no corte esmeralda, que permitem um melhor aproveitamento da gema. Atualmente, na Tailândia, Índia ou Sri Lanka a grande maioria das saras apresentam lapidações mistas. Na gura abaixo você pode ver os tipos mais comuns de cortes de saras.
Cuidados
raredelights.com
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Revista Joias & Design - Novembro 2014
Devido à sua dureza, a sara atrás da pedra, onde pode juntar não requer muitos cuidados e pode poeira. Como a maioria das pedras ser limpa com ape preciosas, evite nas água morna e realizar trabalho sabão, também pode pesado ou entrar ser utilizada uma por em contato com ção de amônia para produtos quíseis partes de água. micos, pois isto Use uma escova de pode danicá-la. dente para esfregar eragem.com
metais
MárciaPompei
Além dos metais nobres o alumínio anodizado
Estamos acostumados a associar joia à ouro, platina e, até mesmo, à prata.
Bracelete alumínio anodizado Maura Dias
Estão tão arraigados entre si, que ca difícil aceitar outros metais na joia. O fato é que, cada vez mais, outros metais e materiais têm sido vistos nesse charmoso universo - como a madeira, o acrílico, a borracha, as sementes e bras vegetais, a resina, o murano e muito mais. Hoje, falaremos sobre o alumínio anodizado.
O caminho que a joia tem trilhado, Agora, a nobreza vai além do material, de alguns anos para cá, possibilitou a aceitação de materiais considerados “primos pobres” do ouro e das pedras
preciosas. Esse caminho é fruto da própria história da humanidade, reexo de ques tões sócio -econômicas. A joia tem sofrido mudanças necessárias para manter seu status, anteriormente dependente apenas dos materiais no bres utiliza dos na sua produção. Hoje, esses materiais nobres
ela está no design, no estilo, na inovação, na arte.
No nal dos anos 90, vimos surgir em países da Europa, a joia feita com
to forma micro casulos sobre a superfície metálica - eles lembram uma colmeia.
um metal arrojado: o alumínio. Herói de nossos tempos
onde a consciência ecológica, a susten tabilidade e outras
“ideias verdes” se fortalecem e pesam, cada vez mais, na cabeça do consumi -
econômicas no meio am -
No Alumínio usado pela indústria esses casulos são preenchidos com uma substância incolor e, posterior mente, selados, fechados, para que quem protegidos. Esse tratamento evita que o metal sofra a corrosão. É como se fosse aplicada uma cober-
biente. Como se não
tura impermeabilizante sobre o metal.
dor. O alumínio é um
metal innitamente reciclável, ele miniBrincos alumínio anodizado Maura Dias
não são sucientes.
Casulos sobre a superfície do alumínio
miza o impacto das
atividades
fosse o bastante ele oferece outras vantagens: - Baixo Custo - Baixo Peso (possibilita a confecção de peças grandes que não pe sem durante o uso)
- É um metal resistente à corrosão - Quando anodizado oferece inúmeras possibilidades de cores e efeitos. Ao contrário do que muita gente
pensa, o alumínio oxida sim. O fato é Bracelete alumínio anodizado e pérolas Juliana Landmann
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Revista Joias & Design - Novembro 2014
que esse metal recebe um tratamento denominado selagem. Este tratamen -
Anéis em prata, alumínio anodizado e pérolas Hideca Nomoto e Daniella Calle
Enquanto a prata escurece durante a corrosão, o alumínio desprende um
pó branco muito no. A selagem evita a formação desse pó branco e mantém o metal em bom estado. Por isso as pessoas pensam que o alumínio não oxida.
Experimente usar uma palha de aço sobre uma esquadria de alumínio
e veja o resultado disso depois de algum tempo. Uma na camada branca porosa se forma sobre o metal soltando-se aos poucos. Quando ocorre a abrasão com a palha de aço a selagem é retirada da superfície, deixando o metal exposto e sujeito à
Anel alumínio anodizado, prata e c oral Mari Vieira
corrosão.
Pingente em prata e alumínio anodizado Hideca Nomoto
Nem todas as ligas do metal podem ser usadas, as mais indicadas são a 1100 H14 (em chapas) e a 6063 TS (em tubos), isso porque, outras ligas não oferecem bons resultados na anodização. Não existe mistério na anodização do alumínio. No lugar de uma substância incolor usamos cor. Depois da cor, a
selagem. Então o alumínio ca “colorido”. Entre os anos 2007 a 2009, o Atelier Márcia Pompei em parceria com a designer de joias Maura Dias, trouxe para o Brasil a técnica da anodização do alumínio em joalheria. Casulos selados
Casulos preenchidos com corante
As possibilidades são innitas. Além do uso de corantes líquidos po demos usá-los em pasta, criando formas com traços e pinceladas.
O silk-screen pode acrescentar desenhos pré-denidos, logotipos, textos e muito mais.
Para anodizar o alumínio utilizamos um banho químico associado à corrente elétrica, no tanque de ano dização. Quando mergulhado no tanque, os casulos se formam e vão crescendo. Quando muito “baixos” a quantidade de corante será peque na, oferecendo cores pálidas.
tanque. Antes de seguir para a ano -
dização, a peça deve estar praticamente pronta, serrada, limada, lixada
e polida, além de muito limpa e livre de gorduras. Após a anodização, co loração e selagem não é aconselhável trabalhar o metal. Essa camada é frágil e pode se trincar ou que -
Quando muito
brar.
“alto” pode se
Diversos joalheiros des-
tornar frágil. Há um limi te quanto à es pessura dessa camada, em
cobriram e se
identicaram com o alumí nio anodizado. O resultado do
joalheria utilizamos 12 mí-
seu
trabalho são peças ar rojadas, inova-
crons, o que é conseguido com a exposi -
doras e belas.
ção por 30 a 45 minutos no
Alumínio com silk- screen
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Revista Joias & Design - Novembro 2014
Gargantilha em prata e alumínio anodizado Maura Dias
Márcia Pompei
Atelier Márcia Pompei www.joia-e-arte.com.br –
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[email protected] tel.: 55 11 5181-7968 – WhatsApp 55 11 96246-2226
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Revista Joias & Design - Junho 2014