Joel Goldsmith - Deus, A Substância de Toda A Forma

August 8, 2022 | Author: Anonymous | Category: N/A
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DEUS, A SUBSTÂNCIA DE TODA A FORMA (Joel. S. Goldsmith)

Capítulo 1 O DESENVOLVIMENTO INDIVIDUAL DA CONSCIÊNCIA

A missão principal de “O Caminho Infinito” visa o desenvolvimento interior, a revelação da verdade do íntimo de nosso próprio ser. A palavra escrita constitui a parte menos importante deste trabalho; o que não é escrito ou falado é o maior ensinamento. Os mestres humanos são apenas uma ajuda temporária nesse caminho. Somente do interior vem a iluminação que dá a alguém a possibilidade de curar e de ser capaz de ensinar que “o reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 17: 21), 21), e que você é a expressão de Deus. O mestre verdadeiro recebe a inspiração e a iluminação e consegue transmitir por possuir a conscientização de que “eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma... o Pai, que está em mim, é quem faz as obras” (João 5:30; 14: 10). 10) . Portanto, esse “Pai interior” surge como uma Presença impessoal a despertar o pensamento receptivo à divindade do indivíduo. “E serão todos ensinados por Deus” (João 6: 45). 45). A minha unidade consciente com Deus torna-me um com todos os que são capazes de receber a Palavra neste nível de consciência. Sua consciente unidade com Deus o torna receptivo e responsivo a toda verdade. Onde houver um pensamento receptivo, Deus fala. Onde houver um ser espiritual manifesto, Deus está presente. Como Deus manifesta e exprime Seu próprio ser como você, você é tão infinito quanto Deus – não apenas uma pequena parcela de Deus. Deus não se divide, mas manifesta, expressa, revela, desenvolve e mostra a Si próprio como você e como eu. É um estado de Cristo-consciência em que Deus fala, Deus se movimenta e Deus age. Quando eu falo ou escrevo sobre a Verdade, aquilo vem a ser a menor parte da atividade que se passa em minha consciência. Sempre, como um mestre da verdade, a minha consciência está alerta, desperta e transcende a tudo referente à mensagem da verdade que eu possa transmitir. Aquela Consciência, que é a divindade de meu ser, é também a divindade de seu ser; é a sua Consciência divina despertando-o rumo ao conhecimento de sua natureza, caráter e qualidades divinas.

SEGUINDO O CAMINHO ESPIRITUAL Aqueles que, em certa medida, tiveram a capacidade de receber a luz, certo desenvolvimento e revelação interior, perceberão que devido àquela experiência nunca mais serão os mesmos novamente. A partir de então, será como se tivessem tocado um Centro infinito de sabedoria e

 

conhecimento, uma Presença infinita que orienta, guarda, dirige, protege, mantém e sustém. Porém, aqueles que estão nesse caminho sem ter tido ainda esta experiência, irão tê-la, pois está escrito: “Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós” (João 15: 16). 16) . Deus os trouxe a este local de desenvolvimento e não permitirá que se desviem desse caminho até que recebam a iluminação. Seguir o caminho espiritual, contudo, exige perseverança, pois este não é um caminho fácil. “Porque estreita é a 7: porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos Não há que a encontrem” (Mateus 14). Há 14). experiências neste caminho, muitas experiências. é um caminho de rosas sem espinhos. Você pode ter imaginado o porquê, após Deus ter-Se feito evidente em sua experiência, de sempre aparecer uma dor ou um sofrimento, um problema ou uma desgraça. Mas eu posso testificar que algumas de nossas maiores experiências vêm mesmo após o nosso ingresso nesse caminho, e são exatamente essas experiências que nos forçam a sair do senso físico da existência, rumo à consciência espiritual da vida e da forma. A trilha espiritual é uma trilha de serviço. Nós somos não somente “servos do Senhor”, mas também servos dos outros que estão juntos no caminho. Neste trabalho, não iremos encontrar o mundo esperando para nos servir, mas veremos que na verdade nós é que somos os servos. O Mestre mostrou-nos essa lição de serviço e humildade quando lavou os pés de seus discípulos. Enquanto nós, na época atual, não somos chamados para servir daquela forma, servimos de muitas outras maneiras. Quem conhece homens e mulheres que receberam a iluminação, irá reconhecer que suas vidas são de devoção, não somente a Deus, mas àqueles que lhes vêm em busca de ajuda, que buscam cura ou iluminação.

O CAMINHO INFINITO E OS OUTROS ENSINAMENTOS Cada um de nós tem buscado uma compreensão de Deus através de alguma forma particular de estudo. Qualquer que fosse a organização religiosa ou ensinamento, aquilo vinha agir como um degrau para nos elevar à compreensão dos ensinamentos do Mestre. Embora às vezes nós apontemos as diferenças entre “O Caminho Infinito” e os outros acessos à verdade, lembramos que isto é feito sem qualquer senso de crítica ou julgamento. Não pode haver qualquer julgamento deles – somente amor e honra para com todos. O mesmo é verdadeiro em relação à medicina. Os médicos e enfermeiros estão devotando suas vidas para ajudar a humanidade conforme a visão própria deles, e no plano físico realmente nós sentimos o progresso deles, razão pela qual só lhes dedicamos amor e respeito. Uma das grandes diferenças entre esta mensagem de O Caminho Infinito e aquela de certos metafísicos está no fato de não considerarmos que uma Mente divina, um Amor divino ou alguma outra coisa venha até você para realizar-lhe algum desejo. O Caminho Infinito ensina que Deus é a própria Consciência divina do seu ser e constitui a lei sobre o seu ser: esta lei é única e é a lei do amor. Outro fator que nos difere das outras mensagens é que nós não atribuímos poder algum àquilo que muitos chamam de “mente mortal”. Não é raro ouvirmos a expressão: “Estou imaginando o que a mente mortal irá fazer-me hoje”. E ela acaba por fazer mesmo!

 

Durante certo tempo foi bastante falado e aceito que existiam causas mentais para as doenças físicas. Eram circuladas algumas listas, li stas, indicando que se alguém estivesse com reumatismo, ele era causado por ressentimentos; se fosse câncer, a causa era ódio ou ciúme; e, qualquer que fosse o sintoma, sua causa seria esta ou aquela tendência mental ou emocional. Nós, porém, não aceitamos esses argumentos como verdadeiros. Dentro da crença humana, sem dúvida alguma, eles são reais. Hoje em dia, até a medicina propaga o excessohumano. de preocupações levaraàver úlcera, issoOéCaminho verdade no planoque puramente Mas nadapoderá disso tem comeoprovavelmente ensinamento de Infinito, onde a doença não apenas não possui nenhuma causa, mas também não consideramos a existência de nenhuma lei de doença. Nada existe que existe que venha a nos provocar algo. Não, trata-se de alguma crença universal que no momento nós estamos aceitando. Por ignorância, nós acabamos por aceitar a crença universal numa egoidade apartada de Deus. A nossa função não está em examinar o próprio pensamento tentando descobrir qual atitude mental errada temos mantido, mas sim em medir m edir a extensão com que estamos aceitando as crenças universais e conscientizar que todas elas são sugestões mesméricas, sendo que a nossa mente, a única que existe, não pode ser um instrumento para mesmerizar ou ser mesmerizado. Com esse procedimento, nós retiramos o poder daquele falso senso e adquirimos a consciência do único Poder e única Presença. Existe tão somente um Eu, ou Ego, uma Consciência, embora Ela apareça como sendo você ou eu, e este é mais um ponto vital a nos diferenciar de outros ensinamentos correntes. O Caminho Infinito ensina que não somos um efeito, uma ideia, uma manifestação ou um reflexo: “Eu sou a luz do mundo... Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (João 8: 12; 14: 6). 6) . Há somente um Eu. Mesmo que este Eu apareça como você ou como eu, continua sendo o mesmo Eu.

O CAMINHO INFINITO, UM CAMINHO DE VIDA Esta mensagem é denominada O Caminho Caminho Infinito. É um nome qu quee nada significa para o mundo, exceto para os que são familiares a este ensinamento, para os que sabem que O Caminho Infinito é realmente um caminho de vida que conduz ao desenvolvimento da própria consciência. O Caminho Infinito é isto: um caminho de vida que conhece Deus como a consciência infinita, e o trabalho dos aspirantes a ele é o de se manterem em conformidade com seus princípios. Para que possamos demonstrar as harmonias da vida é preciso adquirir a consciência do bem. Neste ensinamento, não acreditamos que um efeito possa constituir nosso suprimento e tampouco acreditamos que um corpo físico saudável constitua a saúde. O caminho espiritual nos leva à consciência de vida, deixando-a produzir tanto o suprimento quanto a saúde. Este caminho não é um método de demonstração de suprimento ou saúde, mas um caminho para demonstrar a consciência da presença de Deus e deixar que esta Consciência faça manifestar o suprimento e a saúde. Passo a passo vai-se desenvolvendo o nosso caminho. Talvez nem

 

sempre possamos visualizar o projeto completo, mas caminhando em frente passo a passo, sucessivamente, o quadro todo virá inevitavelmente a ser manifesto.

A INFLUÊNCIA FERMENTADORA DA VERDADE Todo ensinamento metafísico traz um grande objetivo – alcançar, em alguma medida, a consciência de Deus. Até este ponto O Caminho Infinito pode concordar. Contudo, ele difere da crença teológica tradicional que ensina ser o paraíso um lugar a ser atingido somente após a morte. Todos os ensinamentos metafísicos sabem da possibilidade de o paraíso ser atingido aqui e agora. Em todos eles, sejam seus métodos iguais aos nossos ou não, a intenção é a realização da cura espiritual e da atuação de Deus na experiência individual – em nosso corpo, nosso negócio, em nossa vida familiar – e nas atividades do mundo. Num curto espaço de tempo, os escritos de O Caminho Infinito foram largamente distribuídos e postos em circulação pelo mundo. Quando lidos com a mente aberta, são aceitos não comente pelos metafísicos independentes ou por integrantes de movimentos metafísicos organizados, mas até mesmo pelos membros das igreja ortodoxas. Nestes textos, aqueles dotados de objetivos espirituais estão descobrindo uma base comum de encontro. A verdade contida na mensagem está rompendo e dissolvendo preconceitos, intolerâncias e aversões entre as crenças religiosas. Na conscientização de Deus como Consciência, a Consciência do ser individual, torna-se impossível a permanência de preceitos raciais ou religiosos, bem como inimizades, temores ou intolerâncias. Tais elementos somente podem existir enquanto perdurar a crença numa egoidade e goidade apartada de Deus. Toda verdade contida nesta mensagem é realmente a Verdade dita por Si, e a sua influência fermentadora trará por fim a união de todos à conscientização da unidade da Consciência. Esta união não se refere a um sentido de organização, mas trata-se de uma junção na abertura de nossa própria consciência rumo à unidade do ensinamento da verdade; uma união no sentido considerado por Jesus, quando falou a seus discípulos: “Porque quem não é contra nós, é por nós” (Marcos 9: 40). 40). Os metafísicos do mundo tentam a sua unificação pela compreensão de Deus como Onipresença. O ensinamento de todos eles é fundamentado no postulado de que Deus é a mente individual, Deus é a vida individual, Deus é a Alma individual. Portanto, não deveria haver nenhum senso de divisão entre eles, tampouco algum sentimento de que um deles é melhor que o outro ou possui mais verdade do que esse outro. Tão logo exista um sentimento de superioridade ou de comparação, a consciência não se encontrará aberta à unidade e universalidade da verdade. Você nunca irá encontrar Deus em um livro. Se quiser encontrar Deus, conhecer Deus, você deverá voltar-se para dentro de si mesmo e encontra-Lo no “lugar secreto” . Você não poderá ver Deus, mas tomará consciência de Deus dentro de seu próprio ser; poderá perceber e sentir a Sua presença. Enquanto os seus pensamentos estiverem no exterior – nas coisas que você vê, ouve, prova, toca ou cheira – você não poderá trilhar o caminho espiritual, o caminho infinito, pois não se pode ver, ouvir, provar, tocar ou cheirar a realidade do ser, a creação de Deus.

 

O objetivo desses escritos e de todo estudo sobre eles não é apenas obter conhecimentos sobre a verdade. O conteúdo das mensagens sobre a verdade do ser é tão simples que até as crianças conseguem facilmente entende-la. Você inclusive irá notar que três quartos de tudo que for lido sobre a verdade ser esquecido, quando aquele senso de Deus como sendo Onipresença tornar-se aparente. É este o objetivo de seu estudo: elevar a consciência aao o ponto em que aquele senso de Onipresença seja atingido. Com esta meta alcançada, o trabalho de cura passa a ser realizado com um sorriso, e não com esforço mental. O suprimento, a integridade, a plenitude – tudo isso vem a nós apenas com um sorriso. É um sorriso especial, vindo de Deus, como que conhecendo que aquilo aparecendo como um ser humano é nada, e, ao mesmo tempo é tudo, se visto sob o ângulo da identidade espiritual. Habitue-se a conscientizar que o poder, a qualidade, a quantidade e a realidade nunca estão naquilo que está formado, mas que realmente estão no Princípio, Alma ou Consciência que produz toda forma existente.

UM “ODRE NOVO” “E ninguém deita vinho novo em odres velhos... o vinho novo deve ser deitado em odres novos.” (Marcos 2: 22) Precisamos 22) Precisamos desenvolver um “novo odre” completo, um novo estado de consciência, e para isso principiamos por eliminar todo o conceito material. Isto não pode ser feito num único salto; é um trabalho para todo o tempo de vida, pois envolve uma mudança completa de consciência. Não tente colocar vinho novo em odres velhos. Não tente semear as sementes dessa inspiração em solo pedregoso ou espinhoso. Se fizer isto, elas se perderão. O solo deve ser preparado; uma consciência espiritual precisa ser desenvolvida. A preparação exige muita paciência e o anseio de sentar-se a sós para ponderar esta ideia da consciência individual como a causa, a lei e o poder de cada ser. Você consegue perceber que a totalidade de Deus está aparecendo como  como  você e que a totalidade de Deus está aparecendo como o seu próximo? O grau de aceitação desta verdade corresponderá ao desenvolvimento do Cristo de sua própria consciência, ao desenvolvimento de seu conhecimento de que a plenitude do Cristo constitui o seu ser. O desenvolvimento do Cristo leva à conscientização da Presença, à consciência de haver uma orientação que vem de dentro, da existência de um infinito Ser interior que segue sempre à frente e que está consciente até mesmo quando você dorme. Esta conscientização lhe trará a certeza de que superior a qualquer condição ou circunstância humana é este consciente estado da natureza infinita de sua própria consciência, que permanece sempre no centro de seu ser apenas aguardando o seu reconhecimento. Para este trabalho, cada palavra dita pelo Mestre deve ser aprendida e aceita como lei. Uma só passagem poderia mudar a sua experiência, mas para uma nova consciência integral ser conseguida, devemos tomar cada uma das passagens dadas pelo Mestre-Cristão e utilizá-las conscientemente. Mais do que qualquer outro profeta ou vidente ele deu ao mundo ocidental o segredo da vida espiritual. Para exemplificar, leia o ensinamento do Mestre sobre a futilidade de se manter com ansiedades (Lucas 12: 22-32):

 

“Não estejais apreensivos pela vossa vida, sobre o que comereis, nem pelo corpo, sobre o que vestireis. Mais é a vida do que o sustento, e o corpo mais do que o vestido. Considerai os corvos: eles não semeiam nem colhem; eles não têm dispensa nem celeiro; e Deus os alimenta: quanto mais valeis vós que as aves? E qual de vós, sendo solícito, pode acrescentar um côvado à sua estatura? Se, pois, não sois capazes de fazer estas pequenas coisas, por que vos preocupais com as outras? Considerai os lírios, como eles crescem: eles não trabalham, nem tecem; e na verdade vos digo que nem Salomão, em toda sua glória, jamais se vestiu como um deles. E se Deus assim veste a erva que hoje está no campo e amanhã é lançada ao forno, quanto mais vestirá a vós, ó homens de pouca fé? Não pergunteis, pois, o que haveis de comer, ou o que haveis de beber, nem andeis inquietos. Pois todas as gentes do mundo buscam essas coisas; mas vosso Pai sabe que delas haveis mister. Buscai antes o reino de Deus, e todas estas coisas vos serão dadas de acréscimo. Não temais, ó pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou dar-vos o reino.”

Adquira consciência de apreensivo, que “vosso pensando Pai sabe que delas e assim assina m casa sempre sempre qu você for atentado a ficar no haveis trabalho do mister”  próximo, ano, ou que nose alimentos, virá à sua lembrança que “a vosso Pai agradou dar-vos o reino” . Faça a si mesmo a pergunta seguinte: “Estou vivendo nesta consciência de ‘não estar apreensivo’?” Lembre-se da questão apresentada pelo Mestre: “E qual de vós, sendo solícito, pode acrescentar um côvado à sua altura?...  altura?...  Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos.”  (Isaías   (Isaías 55: 8). Os pensamentos de Deus não são os seus pensamentos, assim por que ficar apreensivo? Em vez disso, olhemos para este universo passando a compreender que todo ele é sustido e mantido pelo Poder divino que o creou. Mas é isso que temos feito? Não; nós construímos uma entidade separada, uma egoidade apartada de Deus, que precisa de provisões e cuidados, e devotamos a vida toda para sustenta-la. Jesus disse: “O Meu reino não é deste mundo... A minha paz vos dou.” (João 18:36; 14:27). Em momento algum Jesus estava buscando a sua própria demonstração: ele vivia num senso de doação, de ser uma transparência de bem para o mundo. O Cristo não pode entrar numa consciência que está em busca de algo para si mesma. Deus não pode ser utilizado com o propósito de se conseguir um progresso puramente humano. A nossa missão no mundo está em sermos uma transparência para o bem. O “eu” que procura algo para si não é o Filho de Deus., pois o Filho é herdeiro de Deus e co-herdeiro com o Cristo, e o Filho está sempre cônscio de que tudo que é do Pai também pertence a Ele. Sendo assim, como poderia existir algo que o Filho desejasse buscar para si?

O INFINITO JORRA SOBRE NÓS Na construção desse novo estado de consciência, consc iência, nós não podemos pretender buscar por algo, pois devemos começar a conscientizar que “somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com o

 

Cristo”(Romanos 8: 17), e dessa maneira somos aquele exato local em que a totalidade de Deus está jorrando. Tendo esta Cristo-consciência desenvolvida, também nós seremos capazes de alimentar cinco mil pessoas, ou quantas venham até nós – alimenta-las espiritualmente, e se necessário alimenta-las materialmente, pois o mesmo Espírito, jorrando, apareceria como alimento. A questão está unicamente em verificar o quanto nós limitamos Deus. Obviamente, humanamente nós não podemos realizar tais obras, mas para Deus aquilo é possível. Quando estiver corretamente compreendido que nós somos o Cristo, a própria presença de Deus, que não vive sob o ponto de vista de receber algo, mas m as de deixar que o infinito jorre através do ser, então descobriremos a capacidade nossa de alimentarmos as cinco mil pessoas. O Pai celestial é a nossa própria consciência, e Ele conhece todas as nossas necessidades.

CAPÍTULO 2 CONSTRUINDO A NOVA CONSCIÊNCIA

Muitos dos aspirantes ao caminho espiritual passam a experimentar um desenvolvimento interior ou a receber revelações quando começam a compreender o que vem a ser a meditação. Meditação é o método disponível para a construção de uma nova consciência, uma consciência da verdade. Meditação é a nossa forma de prece. Antes, contudo, precisamos entender que a prece não é algo que dizemos a Deus, mas aquilo que Deus nos diz. Os ruídos do mundo têm-nos impedido de ouvir aquela pequena voz suave e receber os benefícios da Presença, assim precisamos aprender a nos tornar silenciosos e receptivos.

APRENDENDO A MEDITAR O objetivo da meditação é obter a conscientização da presença de Deus – uma conscientização de nossa unidade com Deus que nos dê uma visão real da verdade do ser. Embora a meditação bem sucedida requeira silêncio e receptividade, nunca devemos tentar aquietar a mente humana, paralisar os pensamentos ou deixa-los em branco. Isto não pode ser feito. Se no início da meditação surgirem pensamentos desordenados, devemos deixar que eles venham; não nos perturbaremos por eles. Tais pensamentos são do mundo e não nossos pensamentos. Tomemos a atitude de ficar sentados observando-os. É preciso que os vejamos impessoalmente. Logo eles não poderão mais perturbar-nos e poderemos nos sentar e ficar em paz. Há muitas escolas ensinando métodos adequados de meditação, contando com algum processo delineado para os principiantes. Se for lembrado que durante a meditação toda a nossa atenção estará focalizada em Deus e nas coisas de Deus, é fácil perceber que se o corpo estiver numa posição confortável, aquela atenção não se desviará inconscientemente para ele. Não nos esqueçamos, porém, de que a postura assumida ou o método empregado não é o

 

importante. Qualquer processo adotado visa somente facilitar-nos reter a atenção em Deus e nos tornar receptivos ao infinito poder de nossa própria consciência. Sejamos pacientes na meditação, procurando superar qualquer senso de inquietação. Nenhuma verdade que já não conheçamos nos será dada do exterior, mas a luz que incide sobre aquela verdade no interior de nossa Alma torna-a aplicável em nossa experiência. A verdade que parece vir do exterior é um raio da verdade, mas este raio imbuído da própria consciência torna anos mesmos e a todos os que vêm à sua faixa de ação a “luz do mundo”. “E eu, quando for levantado às alturas, atrairei todos a mim.” (João 12: 38). A meditação, sendo uma consciência da presença de Deus, poderá erguê-lo ao lugar de apreensão da palavra da Verdade em seu sentido interior. Não se torne impaciente quanto ao seu progresso. Você está a aprender um novo modo de viver e está a desenvolver uma consciência inteiramente nova da existência.

UMA CONSCIENTE EXPERIÊNCIA A meditação é uma experiência consciente. Aqueles que têm dificuldades em meditar e chegam às vezes a dormir não estão fazendo dela uma experiência consciente. Não tente paralisar o processo de pensar durante a meditação. Nada há de errado com o pensamento. Na verdade, até pode ser útil dar início à meditação com alguma pergunta ou ideia específica sobre a qual você deseja alguma luz, e assim, não haverá possibilidade de dormir. Pode ser que sua meditação tenha por objetivo receber orientação para aquele dia. Nesse caso, aquela questão seria levada à meditação e por ser pronunciada ou pensada, iria deixa-lo consciente do fato de estar meditando para receber orientação. Você não irá conseguir dormir mantendo a mente aberta e a espera de instrução. Do mesmo modo, se antes da meditação sua mente voltar-se para os seus negócios, ou os negócios de seu marido, você não dormirá. Você estará meditando com a ideia de receber uma revelação de Deus, uma revelação da Sabedoria interior alojada em seu ser. Aquela Sabedoria poderá dar a você ou ao seu marido, pai ou filho, um envolvente sentido de proteção. Você não poderá sentir sonolência enquanto medita, se compreender que a meditação é uma atividade consciente de sua mente e Alma. Não pode ser um sentar de forma indolente que diz: “Muito bem, Deus, siga em frente”. E é o que fazem muitos dos metafísicos que se dizem tentados a dormir. Se o estudante dorme enquanto medita, isto se deve ao fato de ele não perceber que deve estar alerta para algo específico, para receber alguma orientação interna, alerta para ouvir a voz de Deus. Devemos nos dirigir ao Ego interior com a atenção focalizada em algo específico, em alguma ideia específica sobre a qual Deus tenha algo a nos revelar: “Aqui estou, Pai, alerta e desperto para Tua orientação.”

O SONO COMO UM REPOUSO NA CONSCIÊNCIA

 

Tenho observado, neste trabalho, que quanto mais próximos estivermos do sentido espiritual da existência, menor será o tempo de sono requerido. De minha própria experiência e da experiência de outros que estão há algum tempo nesse caminho, foi notado ser quase impossível dormir continuamente durante oito horas. É possível que, dentre as vinte e quatro horas, nós consigamos dormir as oito horas, se houver a oportunidade, mas raramente iremos dormi-las consecutivamente. Após duas ou três horas nós despertamos, e, dependendo de como este período em que estamos despertos é tratado, podemos obter algum desenvolvimento, ou algum sentido de paz ou de harmonia. Porém, se esses períodos forem combatidos e forem feitos esforços para voltar a dormir, eles não trarão benefício algum. Somente quando aquele acordar for aceito como atividade da Sabedoria divina e houver boa vontade e paciência suficiente para permitir àquela Sabedoria revelar-Se, é que será visto ser aquele período o mais benéfico dentre as vinte e quatro horas. Outro aspecto interessante é que quando o despertar no meio da noite é proveniente da atividade espiritual da consciência, mesmo que diminuam as horas de sono a que estamos acostumados a ter, no dia seguinte não sentiremos qualquer sinal de fadiga. Vim observando isso por muitos anos, em minha experiência e na de homens de negócios, donas de casa e pessoas de diversos ramos de atividade, e sei que quando a consciência espiritual provoca os períodos despertos durante a noite e eles são aceitos alegremente como oportunidades para a manifestação de paz e harmonia, o de diafadiga. seguinte é preenchido pela consciência do Espírito divino que supera qualquer sensação Os que se encontram neste caminho necessitam de muito poucas horas de sono para exercerem suas atividades. A razão disso é que tais pessoas conseguem obter os benefícios do sono mesmo quando estão despertos. O sono não passa de uma forma suave de morte ou inconsciência; é uma perda de consciência, e esta é uma porta próxima da morte, ou ao menos um degrau a menos rumo a ela. Do ponto de vista do Espírito, contudo, o sono não é um estado de inconsciência, mas é um repouso na consciência. O pensamento é preenchido com o Espírito, com a compreensão espiritual, com um sentido real do Espírito do Cristo, que traz como consequência uma pessoa bem desperta, cheia de vitalidade, quase elétrica. Na realidade, o que estamos a fazer neste trabalho é entrar em contato com o Espírito do Cristo, o Espírito que é Deus e que torna a pessoa vivaz e dinâmica. O sono nada tem a ver com a vivacidade, mas o repouso – o repousar na consciência – tem muito a ver com ela. E é como podemos receber o influxo total do repouso mesmo quando estamos acordados.

O NASCIMENTO DO CRISTO NA CONSCIÊNCIA INDIVIDUAL Através da meditação nós abrimos a nossa consciência ao fluxo da Verdade e nos tornamos uma transparência para o surgimento do bem infinito no mundo. Perdemos aquele senso de que nós, como pessoas, podemos realizar algo e passamos à compreensão de que o Cristo, o Espírito de Deus, vive em nós e realiza todas as obras. Quem produz, causa, anima e permeia toda forma e creação é o Espírito. O Espírito é a lei sobre todo efeito.

 

  Nós precisamos conscientizar a presença e poder de Deus agindo e aparecendo como nossa consciência individual, e saber que esta consciência é a lei, substância e realidade de nosso universo, seja na forma de nosso corpo, nosso negócio ou nosso lar. Nossa falha tem sido em não reconhecer esta verdade e nossa falta de reconhecimento vem da mente humana, que se rebela por tal verdade aniquilar o suposto poder que ela tem assumido. Considerando que o Cristo é a revelação da unidade de Deus e Sua creação, vamos ponderar sobre o sentido espiritual do nascimento de Jesus registrado na Escritura. Jesus nasceu numa manjedoura, provavelmente o mais baixo nível daquela época. Esta manjedoura pode ser interpretada como símbolo da mente humana, o nível mais baixo em que pode o Cristo nascer. Quando o pensamento humano é desperto para ir em busca de luz o alcance torna-se maior e, provavelmente, é então que o Cristo cresce c resce nesse “estábulo” da mente humana. O bebê, Jesus, foi envolto em panos, e assim também é feito conosco quando o Cristo começa a nascer na mente humana. Ele é envolto nas mais suaves verdades; é vestido com os mais simples pensamentos que pudermos alimentar para o nosso crescimento e desenvolvimento, até passar o perigo de “Herodes” que ameaça destruí-lo – até que tenhamos crescido a uma compreensão tal que as perguntas e dúvidas do mundo não venham mais a nos oprimir. O pensamento humano irá sempre se esforçar para destruir o Cristo. José e Maria conduziram seu pequeno filho ao Egito, onde o mantiveram escondido até passar a fase de perigo da destruição. Esta é uma grande lição de sabedoria para nós. Devemos esconder esta doce verdade, não a mostrando em palavras, mas somente em efeitos. Não devemos sair pronunciando-a, mas deixar que ela e la apareça da mesma forma com que apareceu a Jesus aos doze anos de idade, quando maravilhou os rabis do templo com sua sabedoria. Doze anos após o nascimento de Jesus é que Cristo tornou-Se manifesto. Assim, também, após nove anos de sua iluminação é que Paulo saiu a pregar e ensinar. O Cristo recém-nascido não deve ser exposto nas avenidas e ruas, mas deve crescer e ser fortalecido em nossa consciência, e então veremos que não serão necessários os proselitismos. O mundo irá sempre opor resistência ao ensinamento da unidade, onipresença e onipotência, mas quando a presença do Cristo tiver sido sentida, nós poderemos falar d’Ele sem risco de perdê-Lo. O melhor é manter essa verdade dentro de nosso próprio ser e deixar que ela se torne visível ao mundo através dos resultados, em vez de sair a pregá-la. É surpreendente como o mundo percebe o que está-se passando sem que tenhamos dito algo a respeito. O próprio Cristo, o próprio Espírito de Deus, manifesta-Se como a paz de nosso ser, como a prosperidade de nosso bolso e como a alegria de nossas faces. E é então que o mundo reconhece que nós possuimos algo e é quando o trabalho de cura se processa sem que façamos uso de pensamentos – “não pela força, nem pelo poder, mas por meu Espírito”  (Zacarias  (Zacarias 4: 6), que age através da mente serena por nós encontrada. e ncontrada. É através da meditação que desenvolvemos a conscientização da presença e poder de Deus e passamos a sentir aquela Presença conosco, dia e noite, a nos guiar e a nos proteger. O nosso

 

trabalho visa a conscientização de que “Eu e o Pai somos um” (João 10: 30), 30) , e que onde eu estou, Deus está presente. Quando esta conscientização é atingida, nenhuma diferença fará para nós que tipo de quadro nos estará sendo apresentado:

Há uma Presença e um Poder instantaneamente acessíveis a mim. Onde eu estou, Deus está, portanto, o lugar onde eu estou é solo sagrado. “Para sagrado.  “Para onde irei a fim de me subtrair ao teu Espírito? E para onde fugirei da tua Presença? Se subo ao céu, tu lá estás; se desço ao inferno, nele te encontras” (Salmos 139: 7-8) Mesmo 7-8) Mesmo que eu desça ao inferno, esta Presença estará lá. Podem vir problemas, pecado, doença, falta ou limitação. A natureza do quadro não me interessa, pois sempre me recordo: “Tu lá estás”, e consequentemente este é solo sagrado. Como poderia eu sair de Tua T ua presença, se este EU é Deus?

Capítulo 3 A CONSCIÊNCIA INDIVIDUAL COMO LEI Isto diz o Senhor: Não se glorie o sábio no seu saber, nem se glorie o forte na sua força, nem se glorie o rico nas suas riquezas; porém aquele que se gloria, glorie-se em me conhecer e em saber que eu sou o Senhor que exerço a misericórdia, a equidade e a justiça sobre a terra. (Jeremias 9: 23-24) Esta citação de Jeremias pode ser transportada à nossa vida prática. Não devemos nos gloriar no mundo dos efeitos, caso o efeito apareça para nós como pessoa, lugar, circunstância, condição ou coisa, pois a substância ou realidade não se encontra em nenhum efeito. O poder e a glória, a substância e a realidade, a causa e a lei residem no Espírito que produz tudo aquilo que nos aparece como forma, circunstância ou condição. Nós temos o direito de usufruir das coisas do mundo, sem permitir que nossa fé e confiança fiquem centralizadas no mundo ou nas coisas do mundo. Nossa fé e confiança devem permanecer no Espírito, que produz, forma e anima tudo aquilo que existe.

NENHUM PODER AGE SOBRE NÓS O Caminho Infinito ensina que o homem é consciência, e que esta consciência é a causa do corpo, do lar e dos negócios. Muitos pensam que o corpo, o lar ou os negócios, estando em desarmonia, indicariam uma situação vinda de fora, que agiria sobre eles. Enquanto for aceita a crença de que fora de nós existe algum poder, irá também existir o desejo de entrarmos em contato com um poder do bem que possa atuar em nosso benefício, Se for aceita a crença de que existe uma lei de tempo agindo sobre o nosso corpo e mente, aquilo irá fazer parte de nossa experiência segundo o nosso grau de aceitação. Não há nenhum poder separado de nossa consciência capaz de operar em nossa experiência, mas se aceitarmos que tal poder existe e procurarmos entrar em contato com ele, jamais conseguiremos fazê-lo.

 

  O mundo tem orado a Deus por coisas. Isto é tão insensato quanto a atitude de orarmos ao princípio da eletricidade para que ilumine nossa casa. Regozije-se, não com as “coisas”, mas regozije-se por compreender e conhecer a Mim, a realidade do ser, seu ser e meu ser, e por entender que aquele Ser é Deus. E então será visto quão inútil é a oração que trata com a forma de seu corpo, com seu lar ou seus negócios. Isto, porém, será trazido à sua experiência na proporção de seu reconhecimento e conscientização de que sua própria consciência é a lei e que, externamente a você, inexiste qualquer realidade.

Eu sou a vida eterna. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida... Eu e o Pai somos um.” (João 14:6; 10:30) Tudo 10:30) Tudo que é do Pai é meu, pois sou herdeiro de Deus e co-herdeiro com o Cristo. Eu e o Pai somos um, e esta unidade constitui a imortalidade, harmonia, graça, alegria e abundância de meu corpo e de minha Alma. “antes que Abraão existisse eu sou... e eis que estou convosco todos os dias, até a té a consumação dos séculos.”  (João  (João 8:58; Mateus 28:20). A divina Consciência do meu ser formou-me antes de eu ter nascido. Ela conheceu-me antes que eu fosse concebido. O reino de Deus, da Consciência – aquela Consciência constitui a minha consciência individual – está agora em meuque corpo r em minhas atividades.

Quanto maior for a sua compreensão da Consciência como sendo Deus, maior será sua transparência para manifestar o reino de Deus em suas atividades. Deus é onipresente, mas este fato somente se tornará efetivo quando puder sentir conscientemente aquilo como sendo verdade. As simples afirmações serão inúteis, pois com elas estará sendo cconsiderado onsiderado um Deus separado e apartado de você próprio. Estará sendo visto um Deus “lá fora”, ao invés de haver uma compreensão de que a vida, a verdade e o amor são alei do próprio ser. Jesus referiu-se a seu Pai e a meu Pai da seguinte maneira:

Temos um Pai, que é Deus. (João 8: 41) Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai . (João 14: 9) O reino de Deus está entre vós. (Lucas 14: 21) (...) e fará maiores obras do que estas. (João 14: 12)  12)  

Como poderia alguém realizar “maiores obras” sem que a mesma Presença e o mesmo Poder estivessem manifestados como o seu próprio ser?

 

  NÃO HÁ PODER SEPARADO DA CONSCIÊNCIA A cura espiritual se realiza através do silêncio divino, e não por meio de nossos pensamentos. Quando você se defrontar com algum pecado, doença, falta ou limitação, observe se de imediato você começa a lutar com aquilo mentalmente. Em caso positivo, o fato de você ficar negando-o, será a prova de que de alguma maneira você estará acreditando em sua realidade. Desse modo, você se tornará uma vítima ví tima em conformidade com o seu grau g rau de aceitação. Se a natureza da ilusão for conhecida, você não mais necessitará levantar seguidos protestos contra ela. É muito simples alguém sair dizendo: “Não sou doente”. Se um homem é rico, não ficará afirmando: “Eu não sou pobre”. Quando uma pessoa sai a declarar que não está doente, podemos saber que ela não está se sentindo muito bem, e julga que sua saúde integral será obtida com o emprego de tal declaração. O mesmo ocorre quando você diz para alguém não estar passando bem, e recebe como resposta o seguinte cliché: “Isto não é verdade”. Caso houvesse, de fato, uma consciência interna de que aquilo não fosse verdadeiro, nem seria preciso chegar a afirma-lo. A ilusão, sendo meramente um crença universal, é irreal. Ela é dissolvida pelo poder do silêncio. Tanto as negações as afirmações, por certo tempo, têm ser suaabandonadas função, até frente que nos tornemos receptivos como à verdade do ser. Entretanto, ambas deverão ao reconhecimento de que Deus e ilusão não podem coexistir, e frente ao reconhecimento de que as aparências não podem mais nos enganar. Se estamos a demonstrar o Princípio como substância, lei e causa, não devemos aceitar a crença de que possa haver uma condição apartada de Deus, ou uma atividade além de Deus, a governar o universo. A posição correta seria a conscientização de que tais condições constituem impossibilidades, mediante um “Obrigado, Pai”, que traduz o reconhecimento da irrealidade de qualquer espécie de problema. O estado de consciência que não odeia e nem teme alguma aparência constitui a consciência curadora. Além disso, somente esta consciência será capaz de dizer: “Qual é o seu impedimento? Levante-se, e ande. Não existe poder algum apartado da consciência do seu próprio ser.” No tanque de Betesda, os doentes e os aleijados permaneciam à espera da ação de um poder que fosse separado e apartado deles mesmos, e que pudesse vir e agir sobre eles, mas se tivessem percebido que todo poder está dentro do próprio ser, teriam se dirigido ao poder da própria consciência, e com tal conscientização não necessitariam mais do tanque. Enquanto estivermos acreditando na existência de um poder capaz de atuar sobre nós e separado do poder da nossa própria consciência, nós, também, estaremos no tanque de Betesda, “esperando o movimento das águas”, tendo de esperar por trinta e oito anos, como fizeram alguns, antes que alguém de consciência iluminada apareça para nos tirar dele. Não é preciso aguardar por uma liberação integral. O necessário e importante é que nos ergamos o quanto for possível para o momento, mesmo que aquilo nos pareça muito pouco ainda. Devemos nos empenhar continuamente para conseguir o domínio disto e assim, gradativamente, a casca da crença será rompida – a crença na existência do poder do mal capaz de agir sobre nós. A única ação que há é a mente-ação mente-ação.. Se, neste instante, pudermos

 

movimentar apenas um dedo, vamos então movimentá-lo, conscientizando que o poder e o domínio sempre estão no Espírito de Deus, na Consciência, e nunca no efeito. Mantendo essa atitude de aceitar somente este Poder único, e nunca separado de nossa própria consciência, aos poucos chegaremos à compreensão: “Eu sou a Vida, eu sou a verdade, eu sou o poder, em si.” A idolatria vem a ser a crença de que existe um poder no efeito; é a fé naquilo que possui forma, e até de que o que está aparecendo como coisa externa possui, em si, algum poder. O mais importante que devemos conhecer é que somos a causa e não o efeito, e que a totalidade de Deus aparece como o nosso ser. Num sentido material não podemos ter quarenta bilhões de “tudos”, mas num sentido espiritual a Totalidade pode até ser multiplicada pelo infinito. Por exemplo, um indivíduo poderá ser totalmente honesto e nem por isso irá privar o seu próximo da honestidade. Alguém poderá ser cem por cento leal e sincero e mesmo assim não privará aos demais de apresentar estas qualidades. A totalidade de Deus está se manifestando individualmente como você e eu – toda a saúde, toda a riqueza, toda a paz, todo o domínio. O que é verdadeiro com relação a mim e a você deve ser verdadeiro para todo o restante do mundo. A Verdade, para ser legítima, deve ser universal. Portanto, como a vida é Deus e Deus é a minha e a sua vida, deve ser também a vida de todos. No entanto, as alegrias e frutos dessa grande verdade são trazidos à nossa experiência individual somente na proporção da conscientização pessoal dela, quando é desenvolvido um conhecimento interior de Deus como Vida onipresente.

NÃO HÁ PODER NO EFEITO Como consciência individual infinita, cada um de nós é um mundo em relação a si mesmo e cada um precisa se encontrar como sendo a lei da vida sobre a própria existência – o reino do seu próprio ser. Nada existe separadamente da consciência. O poder encontra-se na consciência que produz o efeito e não no efeito em si. Somente enquanto acreditarmos estar o poder no efeito é que continuaremos c ontinuaremos desejando demonstrar coisas. Em 1948 veio um chamado para que eu fosse ao Havaí. O pedido de ajuda era o aparente motivo para que eu fizesse a viagem, mas, pela maneira como ela se desenvolveu, a ajuda serviu de isca, pois ocupou apenas uma pequena parcela da minha ida. Entre outras coisas, surgiu a oportunidade para que eu encontrasse um dos dirigentes do Havaí, que falou-me das dificuldades que seu povo vinha encontrando durante a depressão e da forma com que eles se reuniam na tentativa de redescobrir o princípio envolvido das demonstrações realizadas pelas tribos primitivas. Certo dia, ao fazer ponderações sobre esta questão, veio-lhe a ideia de que se ele tivesse na água se afogando e conseguisse aproximar-se de uma jangada e se segurasse firmemente a ela, ele seria salvo. Assim ele pensou: “Imagine se em vez da jangada eu segurasse somente um punhado de folhas?” Com aquela ideia veio a conscientização de que o mesmo Espírito presente na jangada também estava presente nas folhas, e que aquele Espírito que o sustentaria não se encontrava nem na jangada e nem nas folhas em si, mas encontrava-se no Espírito em Si.

 

Se você compreender este ponto, irá notar que o poder, a substância e a vida nunca estão no efeito, mas sempre estão no Espírito em Si, a lei que produz o efeito. Uma vez notado que o suprimento não está em nenhum efeito, mas sim no Espírito, teremos o segredo de Jesus, da multiplicação de pães e peixes. E então será visto que o mesmo Espírito sustentador Se faz presente tanto em um dólar quanto em um milhão. Quando estava na cadeia, João Batista ficou a pensar se o Mestre realmente era o Cristo, e enviou-lhe a pergunta: “És tu aquele que havia de vir?” (Mateus 11: 3), 3) , ao que Jesus respondeu: Ide, e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes: os cegos veem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho. E bem-aventurado é aquele que se não escandalizar em mim. (Mateus 11: 4-6) Se o princípio que realiza os milagres não for percebido, a verdade real estará perdida, e se você não perceber o princípio que realiza suas curas, nada irá receber além de um alívio temporário. É preciso que você compreenda que não é a “jangada” que o sustém, mas sim o Espírito de Deus aparecendo como jangada.

O ESPÍRITO ESTÁ NO ÂMAGO DE TODO EFEITO Eddie Rickenbacker provou este princípio quando foi capaz de sentar-se quietamente, sem mesmo dizer o que sabia aos seus amigos no barco, e teve seu alimento voando em sua direção, peixe pulando para o barco e a chuva caindo de um céu sem nuvens. Ele demonstrou não ser o alimento ou a água, mas o Espírito de Deus – Onipresença, Onipotência, Onisciência  – é que aparece a ele como pássaro, peixe e água, o Espírito de Deus aparecendo como a coisa necessária no momento. Nunca volte a olhar para o mundo ou para “coisas” achando estar necessitando de algo. É o onipresente Espírito de Deus que supre a necessidade, e se for preciso que apareça como dinheiro, aparecerá; se for na forma de alimento, saúde, lar ou companhia, aparecerá. A forma não faz nenhuma diferença, desde que exista a consciência de que a substância da forma é Espírito. A substância de toda forma é Espírito, e o Espírito é onipresente como cada um de nós, apenas aguardando o nosso reconhecimento. Deus é onipresente, mas Deus deve ser reconhecido, pois é o consciente reconhecimento reconhecimento do Espírito de Deus que faz com que Ele Se torne manifesto na forma necessária para o momento. Uma vez de posse da conscientização de que Deus, Espírito, é a consciência do ser individual e que nada existe separado dessa consciência, notaremos que somos sustidos pelo Espírito de Deus presente nas “folhas” ou na “jangada”, que o Espírito de Deus na moeda é que pagaria a nossa passagem para algum lugar do mundo, que o Espírito de Deus nos pães e peixes é que alimentaria as cinco mil pessoas. Devemos começar a perceber que o suprimento não está no dinheiro, mas no Espírito de Deus que o produz. Isto nunca deve ser esquecido. Não devemos colocar nossa dependência em dinheiro ou ações, mas sempre no Espírito de Deus que os conduz até nós. Se perdêssemos tudo que possuímos num único sopro, aquele mesmo Espírito poderia produzi-lo novamente para nós. Enquanto não nos tornarmos unos com o Espírito de Deus aparecendo como efeito a ponto de nunca mais sermos tentados a acreditar que o poder

 

está no efeito, não encontraremos o Espírito de Deus operando em nossa experiência e permaneceremos sob as flutuações do plano humano, tendo muito m uito hoje e nada amanhã. Até que haja uma consciência e reconhecimento do Espírito de Deus como a substância, poder e lei de todo efeito, será como se o Espírito de Deus não existisse. Há uma só maneira de experienciarmos a presença e poder de Deus, e esta é através do reconhecimento e conscientização de que o Espírito é a realidade de tudo aquilo que aparece, porém sempre com a compreensão de que a aparência em si não é realidade. O interesse pelo efeito persiste somente enquanto houver a crença de que o poder, a lei e a realidade estejam no efeito. No momento em que existir uma conscientização de que a Consciência, o Espírito de Deus, aparece como efeito, o interesse pelo efeito desaparecerá. Deixemos que nosso lema seja: Reconhecer o Espírito como o âmago de todo efeito. Não dependamos de pessoas ou coisas, mas coloquemos toda a dependência no Espírito. Observe o Espírito, a Consciência, aparecendo como efeito – a sua consciência aparecendo como forma.

CAPÍTULO 4 A REALIZAÇÃO DA CONSCIÊNCIA

“Paraíso é a Visão do Desejo realizado, e inferno a Sombra de uma Alma nas chamas.”  (Omar  (Omar Khayyam)

Aqueles que tiveram a experiência de uma vida realizada, sabem que é nela que se encontra o paraíso. Os que realizam o trabalho que gostam de fazer, estão no paraíso. O paraíso é a realização de sua própria consciência. Cada um de nós encontra-se neste mundo em conformidade com um plano divino. Ninguém veio aqui por um acidente; ninguém veio aqui através de mera criação física. Todos nós somos parte de um plano universal, plano este que constitui a realização de Deus. Não ocorre, por alguma razão especial, que tenham sido dados a alguns de nós uma revelação da verdade e uma oportunidade de estudo e prática, mas é a Verdade, em Si, que está Se expressando e realizando, e nós somos a transparência pela qual Ela aparece no mundo. A Verdade realiza a Si própria, de alguma forma, através de você ou como você, embora tal realização possa não ser aparente no momento. Na certa é uma realidade o fato de a maioria das pessoas no mundo não estarem cumprindo os seus destinos como Deus feito manifesto e como Amor sendo desvendado e revelado. O cenário humano aparenta isolar-nos do divino, e assim temos aceito uma identidade separada e temos tentado realiza-la. Sermos ou não sermos bem sucedidos no reino exterior não é o que determinará a nossa realização do paraíso. O paraíso é a realização da consciência interior, e ela pode ser manifestada como um homem de negócios ou de alguma profissão,

 

mas ainda assim será a consciência realizando a si mesma no nível da consciência. O sucesso nos negócios, em si, não testemunha o atingimento do paraíso. Muitas pessoas bem sucedidas são infelizes por não terem atingido o sucesso no trabalho específico que seria o cumprimento do desejo de seu próprio coração. Temos tido a experiência de estudar a verdade visando a obtenção de uma cura ou a demonstração de suprimento ou sucesso, e então observado o fato de não estarmos satisfeitos. Podemos ter alcançado a nossa saúde, prosperidade ou sucesso, mas não nos sentimos felizes. Por que? A razão disto é que aquelas coisas não são, por si, a realização. Portanto, o nosso principal objetivo na vida é seguir este caminho, O Caminho Infinito, que revela a profundeza de nossa própria consciência. E legítimo que tenhamos alegria, que encontremos alegria; e estejamos certos de que a alegria virá até nós quando tratamos dos “negócios do Pai”. Ao realizarmos nosso trabalho sob o ponto de vista de permitir a manifestação externa de nossa capacidade interior, estaremos verdadeiramente tratando dos “negócios do Pai”, e encontraremos a nossa alegria. Quando o trabalho é realizado meramente para ganhar o sustento ou para obter fama ou fortuna, nem sempre a alegria estará presente, mas sempre contaremos com ela se estivermos realizando aquilo para o qual fomos aqui trazidos para fazer cumprir. Se uma pessoa estiver realizando curas apenas com o objetivo de ver algum doente tornar-se saudável, poderá ser considerada como humanamente boa, mas é preciso reconhecer que tal motivo não é pertencente à vida espiritual. Se nós nos ocuparmos com o trabalho de cura para ver a identidade divina, o Cristo, trazido à manifestação por Sua causa, então encontraremos alegria em nosso trabalho. Quando aquele trabalho visa unicamente testemunhar Deus feito manifesto, não envolverá nenhum esforço humano e nenhuma vontade pessoal.

O BEM, O FLUXO DA CONSCIÊNCIA Quando nós afastarmos a nossa atenção do mundo exterior, centralizando-a no reino interior de Deus, começaremos a entender o que realmente pode ser O Caminho Infinito da vida. Ele é plenamente satisfatório e maravilhoso. Faça a si mesmo a seguinte pergunta: “Estou cumprindo um objetivo divino na vida?” A realização da identidade espiritual ocorre no interior, nunca externamente, embora ela se torne aparente no exterior. Nada há de estranho no fato de um homem ou uma mulher, que esteja em paz consigo próprio e com o mundo, encontrar a satisfação e a alegria interior. E mesmo que essa pessoa, levada por alguma circunstância externa, perdesse o equilíbrio por algum tempo, ela rapidamente recuperaria o controle da situação, pois já teria consciência de que os fatos exteriores não são de maior importância. A experiência externa é na realidade o desenvolvimento de nossa experiência interna. Ter desejos realizados significa verdadeiramente atingir o paraíso. A Verdade, sendo universal, tem existido sempre, e foi constatado pelos grandes santos, videntes e profetas de todos os tempos esta mesma verdade, ou seja, que o único paraíso que existe é a nossa completa autosatisfação, e que o paraíso na terra é encontrar o lugar que nos foi destinado por Deus.

 

A nossa experiência é constituída pela expansão de nossa própria consciência, portanto, toda a nossa atenção deve estar voltada para o desenvolvimento, descoberta e revelação da natureza infinita dessa consciência. Se a atividade que estamos exercendo não corresponde àquela que gostaríamos que fosse, não deveríamos tentar corrigi-la no nível exterior. Também não seria indicado abandonar o nosso trabalho do presente para procurar um outro. Não devemos tentar manipular nosso problema no plano exterior da existência. Onde quer que no momento estejamos, vamos aprender a desprezar a aparência suportando-a s uportando-a por enquanto. Há uma Presença e um Poder dentro de nós, que removerá qualquer obstáculo. É possível que no momento nós nem saibamos qual a natureza desse obstáculo, assim, devemos começar o nosso trabalho exatamente como nos encontramos agora: com Deus. “Eu e o Pai somos um”   (João 10: 30), 30), portanto onde eu estou, Deus está presente, e desse estado divino de consciência é manifestada a harmonia do meu ser. A conscientização dessa Presença e Poder corrige, remove e modifica o quadro exterior e xterior até que ele se torne um reflexo exato do interior. A experiência exterior sempre reflete a nossa consciência interna quando aprendemos a voltar para o nosso íntimo, deixando que ela se manifeste; mas enquanto ficarmos nos intrometendo no quadro exterior, na tentativa de corrigi-lo ou modifica-lo, o máximo que conseguiremos será uma flutuação do cenário humano. Somente deixando a consciência interior fluir, enquanto aprendemos a descartar o exterior no presente momento, é que iremos encontrar a harmonia que buscamos. Dirija-se para o seu interior e faça a seguinte pergunta: “Qual parte compete a mim neste mundo? Onde eu entro como realização de Deus?” Cada um de nós veio realizar o seu próprio mundo. “Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (João 10: 10). Ao nos voltarmos para a Consciência divina, mantendo o pensamento naquilo que se revela e se desenvolve do interior, em vez de prestarmos atenção em corpos doentios ou em negócios que não vão indo bem, logo encontraremos a harmonia parecendo em nosso mundo m undo exterior. O nosso bem vem a nós como c omo o próprio jorrar de nossa cconsciência onsciência – o Amor revelando-Se por todo o nosso ser, Deus como a realidade de tudo que aparece, Deus como a lei de toda a forma. A nossa própria consciência, desenvolvendo-se por si, aparece como nossa experiência, sem que precisemos ficar a moldá-la conforme nossos desejos ou vontades, bastando-nos tomar a atitude de observar Deus Se manifestando. Este é o modo de viver O Caminho Infinito  – sua vida e minha vida – desenvolvendo-se sem qualquer planejamento humano. Não se consegue isto por realizar algo no mundo externo, mas sim por estar desejoso de ser conduzido.

O QUE VEMOS É O NOSSO CONCEITO DE UNIVERSO O próximo tópico, embora não constitua realmente um segredo, merece nossa máxima atenção para assimilá-lo por sua importância na cura espiritual. A falta de compreensão deste ponto é a causa de muitas falhas no trabalho de cura e é preciso que ele seja reconhecido e entendido por todos.

 

Temos dito que Deus é a substância de toda a forma, que Deus é a realidade de toda a forma, a substância e a realidade de todo efeito. Estaríamos então a compreender a Deus como sendo a substância do corpo, das árvores, flores, do sol, lua, estrelas e tudo mais que captamos com os sentidos materiais? Não. Este é um universo espiritual. É espiritual.  É verdade que Deus é a substância de toda a forma: Deus é a substância de seu corpo e de toda a cre creação; ação; mas não se esqueça de que, quando eu o vejo, isto é, quando eu vejo o seu corpo ou quando vejo a árvore ou as flores, eu não estou vendo a creação de Deus – eu não estou vendo o universo espiritual – eu estou vendo apenas um conceito finito e material dele. dele. Este conceito é conhecido como o sonho de Adão, a ilusão, o quadro mesmérico ao qual se referiu Jesus, ao dizer: “O Meu reino não é deste mundo”  (João 18:36). Mas isto não significa que há dois universos, o real e o irreal, ou que existe um corpo real e um outro irreal. Significa que o único universo existente é o universo real, e o único corpo que existe é o corpo real; e que aquilo que estou vendo é apenas um conceito que eu faço. Assim, a única irrealidade está nessa má percepção, em meu falso conceito em relação a eles. Quando olhar uma pessoa, saiba não estar vendo o que Deus creou; é impossível vê-lo. Você está observando somente o seu conceito, ou o conceito do mundo, da creação de Deus.

VISUALIZE O UNIVERSO ESPIRITUAL Perceba o quanto isto é importante e verá porque há tantas falhas na cura. Se alguém lhe dissesse: “Ajude-me!”, você não deveria tentar fazer algo com este falso conceito, mas desviarse dele conscientizando que aquilo é somente uma ilusão, e que ali mesmo onde a ilusão parece estar, existe Deus aparecendo. Quando a consciência espiritual é atingida, podemos visualizar o universo espiritual; não que perceberemos pelo ver, ouvir, provar, tocar e cheirar dos cinco sentidos, mas num estado de consciência iluminada, teremos vislumbres dele, como o foi possível a João, o discípulo amado, captar a visão espiritual do universo. As árvores e as flores – as formas das árvores e das flores, ou de outra coisa qualquer – não são espirituais no modo como as vemos. São apenas o senso ilusório da realidade. Abandonando-se a aparência, voltando-se a Deus visando conscientizar a realidade como o Espírito Se manifestando, resultará naquilo que aparece como cura. Realmente é a harmonia de Deus sendo revelada a nós que vemos como forma melhorada. Este é o ponto mais importante do nosso trabalho de cura. Não seremos bem sucedidos enquanto estivermos tentando transformar corpos doentes em saudáveis. O êxito virá quando formos capazes de abandonar inteiramente o quadro exterior reconhecendo que ele é ilusão, e voltarmo-nos interiormente à conscientização da onipresença e onipotência de Deus, discernindo a realidade de Sua creação. Em seu trabalho, não pense nas coisas que estiver tentando curar. Pense naquilo que Deus é, e naquilo que Deus aparece como como –  – Deus aparecendo, não como uma forma delimitada, mas como infinitude, eternidade, imortalidade, harmonia, alegria, abundância. E então você terá as curas. Muitas pessoas que buscam e se empenham externamente para obter fama ou fortuna descobrem que, ao encontra-las, elas se tornam enfadonhas. Mas a alegria da prosperidade

 

alcançada por alguém pelo cumprimento da vontade sincera de seu coração, jamais será levada embora. A mesma coisa se aplica à saúde. Na busca externa da saúde, você não a terá obtido, mesmo que tenha conseguido um corpo físico perfeito. O corpo espiritual perfeito é algo construído de sua própria consciência interior, pelo simples deixar que ele flua de seu próprio ser e forme o corpo perfeito. Da mesma maneira, essa consciência interna pode construir uma vida maravilhosa para você. Devemos construir o nosso paraíso através do cumprimento de nossos anseios interiores, deixando que sejam realizadas todas as coisas para as quais fomos aqui trazidos para executar.

CAPÍTULO 5 TRATAMENTO COMO A CONSCIÊNCIA DA VERDADE

O tratamento é uma parte fundamental do nosso trabalho, e se não o entendermos corretamente não iremos desenvolver plenamente a consciência da verdade. Através dos meus escritos eu tenho enfatizado a importância tanto da apresentação quanto da compreensão corretas da mensagem da verdade. Quando isto é atingido, o Espírito ou consciência da verdade logo se segue. Às vezes as pessoas pensam que eu seja tão radical ao ponto de não dar ou de não acreditar no tratamento. Nada poderia estar mais longe da verdade. O tratamento é uma parte muito importante do meu trabalho diário e também o será para você quando compreender a sua natureza. Em meus textos eu faço uma distinção entre tratamento e prece, mas em nenhum lugar eu disse que não utilizamos o tratamento. A objeção que tenho feito é quanto ao hábito de repetir-se mecanicamente uma série de afirmações e negações na esperança de que elas possam realizar ou curar algum coisa. Há uma diferença entre tratamento e as afirmações e negações. Quando repetimos várias vezes uma afirmação ou negação, aquilo se torna hipnótico, mera sugestão, e se algum resultado for obtido, a natureza da cura não será espiritual mas apenas mental. As duas são completamente distintas. A cura mental é algo similar à cura física. Poderá ocorrer a cura hoje, mas a condição pode ser que retorne na próxima semana, no próximo ano ou até mesmo amanhã. Houve apenas uma sugestão para a condição sair do pensamento e é tão fácil sugestionar no sentido da cura quanto no sentido da produção daquela condição.

ESTABELEÇA A VERDADE DO SER NA CONSCIÊNCIA

 

A forma de tratamento de O Caminho Infinito não visa curar algo e nem agir sobre o pensamento com uma sugestão de saúde até que venha a resposta dizendo: “Eu estou bem.” Nossa forma de tratamento é mais uma narração da verdade do ser, uma tradução da crença mental ou material em verdade espiritual. As nossas palavras ou nossos pensamentos não constituem o poder curador, sendo apenas passos que nos levam àquela consciência que realiza a cura. Desde o momento do nosso despertar matinal até chegar a hora de nosso repouso à noite, ficamos frente às sugestões de pecado, doença, falta, limitação e morte que nos vêm do mundo. Parece não haver um só momento do dia que não esteja preenchido com as sugestões vindas do rádio e dos jornais. Mesmo que não leiamos jornais ou escutemos rádio, estas sugestões acham-se no ar e encontram espaço em nosso pensamento, pensamento, parecendo parecendo vir com mais velocidade do que temos condições de rejeitá-las ou refutá-las. Assim, no início do nosso ministério, no início de nossa prática nessa vida espiritual, é necessário fazermos um consciente esforço para refutar aqueles argumentos ou sugestões, não no sentido de negar ou afirmar que elas existem e nem de repetir seguidamente que eles não são reais. Vamos refutálos à luz da ponderação da verdade espiritual. Com os anos de prática, de meditação e conscientização, virá o tempo quando não mais refutaremos as sugestões humanas do mesmo modo com que não saímos a declarar que doze vezes dose são cento e quarenta e quatro. Após passarmos pela escola primária, e tivermos decorado a tabuada de multiplicação e chegado a um certo ponto de desenvolvimento, nenhuma razão haverá para sairmos recitando aquela tabuada. Aquela resposta estará ao nosso alcance sempre que a necessitarmos para resolver um problema de matemática. Também aqui, se estivermos diante de um problema, seja nosso ou de um paciente, amigo ou parente, ou mesmo da nação ou do mundo, a resposta nos é disponível instantaneamente. Mas somente após muitos e muitos anos de ponderação das verdades espirituais e de prática em refutar as sugestões vindas a nós, encontrando respostas a elas, é que poderemos finalmente dizer: “Eu não tenho de gastar muito tempo no sentido comum de tratamento”, ou, “É tão fácil cuidar de cem pacientes num só dia quanto o é cuidar c uidar de doze deles”. Vamos deixar bem claro esse assunto do tratamento. Repetidas vezes eu tenho afirmado que nós não precisamos conhecer o nome do paciente. Isto é verdade. Em nenhum ponto, mesmo nos primeiros estágios da prática, há a necessidade de se saber o nome ou a identidade do paciente. Quando nossa ajuda é solicitada nós podemos dá-la sem conhecer a pessoa solicitante; ou se a ajuda é em prol de outro alguém, também não precisamos identificar tal pessoa e nem mesmo a natureza do problema dela.

ESTABELECENDO A NATUREZA DO PROBLEMA Embora não seja preciso ser contada a natureza do problema, isto algumas vezes é útil, principalmente do ponto de vista do paciente. É frequente o fato de o paciente transportar em seu pensamento um medo terrível de alguma condição, condição esta que ele realmente acredita poder estar presente em seu corpo. A condição pode ser inteiramente de sua imaginação ou pode ter a sua origem em alguma reportagem de rádio ou jornal que ele tenha

 

ouvido ou lido. Eu conheci muitas pessoas que vinham “sofrendo” de câncer por vários anos e encontram-se ainda hoje tão fortes e robustas quanto o foram há dezoito anos atrás. Existe um constante temor em relação ao câncer, tuberculose, paralisia infantil, gripe e pneumonia. Muitos sentem dores que lhes dão a firme convicção de serem possuidores deste ou daquele mal, e frequentemente são libertados de seus temores ao conversar sobre isto com o praticista. O desabafo permite que aquilo a quilo saia de seu sistema; além disso, sabendo que alguém mais está participando daquilo, ele consegue soltá-lo com maior facilidade. Portanto, em casos assim, é útil às vezes deixar que o paciente conte a natureza de seu problema, caso ele desejar fazê-lo. No entanto é preciso que o praticista seja aqui dotado de sabedoria. Uma vez declarada a natureza do problema, não deverá ser permitido ao paciente retornar a ele repetidamente. A natureza do problema precisa ser desconsiderada tanto pelo paciente quanto pelo praticista. Em segundo lugar, pode também ser útil út il ao praticista ter a natureza do problema estabelecida, pois sempre que alguém solicita ajuda, seja qual for o seu grau de avanço espiritual, algo toma lugar em sua consciência. Tenha ou não conhecimento deste fato, a verdade é que algo está a ocorrer naquele momento. Por exemplo, alguém poderia telefonar dizendo: “Meu braço está paralisado.” Neste instante, mesmo que o praticista não esteja cônscio disto, há uma resposta interior direta ao problema de inatividade ou imobilidade, que reconhece ser a consciência – não o corpo ou os músculos – a causa única e origem de toda ação.

COMECE O SEU TRATAMENTO COM A PALAVRA DEUS O problema poderá ser de ordem mental, e também nesse caso algo tomará lugar no pensamento do praticista trazendo-lhe a ideia de que Deus, ou a Sabedoria divina, é a inteligência universal, a única inteligência que há, e que tanto o cérebro quanto o corpo não possuem uma inteligência própria de si mesmos. Há apenas uma inteligência, que é Deus. Mesmo que o praticista não o perceba, esta conscientização está tomando lugar em sua consciência. Mas para aqueles que estão neste trabalho há pouco tempo, e que ainda não sabem da ocorrência desse fenômeno até mesmo inconscientemente, torna-se necessário que eles deem o tratamento conscientemente. Se o caso for de deficiência mental, quem dá o tratamento precisa conscientizar: “Ora, inteligência é Deus, e não é pessoal! Não pode haver uma pessoa com mais inteligência que outra. A inteligência é uma atividade una da Alma universal, sendo por esse motivo universal impessoal, imparcial, apresentando-se em igualdade em todos os seres espirituais.” Todo o nosso problema decorre da crença na existência de um ser – eu ou você – separado de Deus, vivendo sua própria vida em função de sua educação ou falta dela, em função das circunstâncias do ambiente ou das condições nacionais e internacionais. A crença é eesta, sta, mas a verdade é que Deus, sendo tudo que há e sendo ser infinito, nunca é vítima de discórdias. É este o tratamento que se aplica a qualquer situação. Você poderá defrontar-se com toda

 

categoria de ilusão humana, principiando com a palavra Deus, e o tratamento correto exigido por cada caso será encontrado. Comece sempre com a palavra Deus. Se o problema ou crença tiver a ver com a ação ou inteligência, você de imediato poderá pensar em Deus como sendo Inteligência, e tudo que você atribuir a Deus referente à inteligência será também t ambém atributo do indivíduo. Se o problema for relacionado com o temor à morte, você poderá abrigar a ideia de Deus como sendo Vida, e tudo que for encontrado a respeito de Deus como Vida aplicar-se-á ao indivíduo. Como a Vida é imortal, eterna e onipresente, estas qualidades serão também verdadeiras para o indivíduo. Assim seria o seu tratamento. tr atamento. Após termos conscientizado ou pronunciado a verdade sobre o problema, é chegado o momento de nos sentarmos e assumirmos uma atitude de escuta. É como se nos colocássemos naquele local da consciência ou da conscientização na expectativa do recebimento de uma resposta, de uma certeza de que tudo está bem e que o problema foi depositado no devido lugar para ser cuidado. Neste ponto, após ter sido dado o tratamento, é que a prece se inicia. No meu modo de entender a prece é a palavra de Deus. A prece não é algo feito por você; a prece é algo de que você toma consciência. A prece é a palavra de Deus que vem a você. É aquela “pequena voz suave” trazendo-lhe uma certeza de harmonia, harmo nia, paz, alegria, poder, domínio, saúde, plenitude e abundância. Após o término do tratamento dado a você ou a outro alguém, sente-se em quietude, abrindo a consciência: “Eis me aqui, Pai”. “Fala, “ Fala, Senhor, teu servo ouve” (I Samuel 3: 9), 9), e aguarde vir a resposta.

A CONSCIÊNCIA CURADORA Acima de tudo é preciso lembrar-se de que o mínimo desejo de receber benefício pessoal, a presença do menor traço de egoísmo, são fatores que anulam o processo todo. Não há nada que deva ser obtido, e não podemos trabalhar t rabalhar do ponto de vista que admitisse haver. Deus é o infinito ser que revela, desenvolve, manifesta e expressa a Si próprio infinitamente como sendo eu e você. O único objetivo do tratamento e da prece é dar a conscientização da perfeição que já existe. Tudo que nós chegarmos a conscientizar como sendo verdade para nós mesmos, para o nosso ser, deve ser compreendido como sendo também verdade sobre todos os demais. Em outras palavras, não é possível haver uma prece visando que o sol brilhe em nosso jardim somente. Num caso destes, a prece deverá ser apenas para o sol brilhar. Devemos estar desejosos de que ele brilhe tanto em nosso pátio como no de nosso inimigo. Enquanto conservarmos no pensamento algum senso de ódio ou inimizade, o tratamento ou prece será inútil. O Mestre do Cristianismo nos ensinou:

 

Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem e apresenta a tua oferta. (Mateus 5: 23-24) Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem. (Mateus 5: 44) Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo até sete, mas, até setenta vezes sete. (Mateus 18: 21-22)

Não é fácil perceber que seria pura perda de tempo haver tratamento ou prece sem esta qualidade de perdão? A consciência precisa ser uma transparência para Deus, isto é, uma transparência de caráter universal, impessoal e imparcial. Sua chuva cai tanto sobre os justos como sobre os injustos. Os ensinamentos do Mestre são repletos de amor e de perdão, sem qualquer traço de juízo ou condenação. No caso daquele homem cego de nascença, quando indagado pelos discípulos sobre quem havia pecado, se ele ou seus pais, para que nacesse cego, Jesus respondeu: “Nem ele pecou, nem seus pais”  (João 9: 2-3). E para a mulher adúltera, ele disse: “Nem eu também te condeno” (João 8: 11). Na Cristo-consciência não pode haver lugar que abrigue qualquer ódio, inveja, ciúme ou malícia. A consciência que retém algum desses traços não é uma consciência curadora. A consciência de um curador deve ser a consciência de um indivíduo que não acolhe nenhum sentimento de ódio, inveja, ciúme ou malícia. É fácil determinar se o seu tratamento está sendo ou não efetivo, se você pode ou não realizar um bom trabalho de cura. Em que dimensão um sentido de mágoa pessoal em relação ao mundo tem acolhida de sua parte? Não estou querendo dizer que para curarmos precisamos ter atingido uma condição de anjos. Por estarmos pouco “aquém dos anjos”, estamos sujeitos a sentir antipatia por algum líder político ou mesmo por alguma pessoa na rua, mas o principal é não permitirmos que tais sentimentos se aprofundem em demasia. Rapidamente devemos desvencilharmo-nos deles todos, pois seria obstáculos nos trabalhos de cura. A consciência deve ser uma transparência para Deus, e como Deus opera na consciência do amor, quando qualidades opostas são acolhidas não há uma consciência curadora. É preciso desejar ardentemente que a verdade conhecida sobre si mesmo seja universalmente válida. A pergunta que tem surgido é se eu encaro o tratamento como razão iluminada. Acho que há necessidade da razão iluminada porque com a razão comum da mente humana não haveria um tratamento muito bom. Em outras palavras, o tratamento como razão iluminada seria a conscientização da presença da vida até mesmo onde a morte parecesse estar. A mente raciona irá dizer: “Bem, isto é a morte; não há sentido tentar fazer algo referente a ela”, porém a razão iluminada saberia que no universo espiritual nunca existiu a chamada morte.

 

O TRATAMENTO NECESSÁRIO PARA TODAS AS APARÊNCIAS HUMANAS Toda aparência que vem a nós, de manhã à noite ou da noite ao amanhecer, referente ao cenário humano, necessita de tratamento. Mesmo que a aparência seja boa é preciso que haja o tratamento. Uma pessoa poderá estar em perfeita saúde neste momento e, amanhã, o quadro todo estaria modificado. Poderíamos conhecer hoje, no cenário humano, alguém de caráter moral impecável e encontrar amanhã toda a situação invertida. Portanto, não se satisfaça por aceitar mesmo uma boa aparência humana; traduza-a, também, pelo que é espiritualmente real, e cujo bem constitui apenas a forma. Compreenda que onde está a boa aparência humana, realmente Deus está presente. Todo senso de bondade não se trata de bondade pessoal; todo senso de saúde não se trata de saúde pessoal, pois Deus é realmente a bondade e Deus é realmente a saúde. A menos que isso seja reconhecido, você ficará vulnerável ao ponto mais fraco que temos, ou seja, estar satisfeito com riqueza humana ou saúde humana – as boas aparências humanas. Qualquer pessoa tem períodos em que está saudável, mas isto não evita que ela adoeça em outra época. Portanto, o tratamento real não deve estar reservado apenas para aparências tais como pecado, doença, alcoolismo ou acidentes, mas deve também ser considerado de forma que não sejamos enganados pelas aparências mesmo de bem ou de saúde humanos. Se a aparência for de bem, o tratamento poderá ser: “Eu não sou enganado nem por aquela aparência. Deus é a saúde real e o bem real, e Deus é a saúde e o bem permanentes.” No mundo metafísico, a maioria dos tratamentos é reservada para o pecado, doença, falta, limitação e morte; mas em nosso trabalho, o tratamento é necessário para as aparências de saúde e riqueza. A saúde e riqueza humanas presentes aqui hoje, poderiam estar ausentes amanhã. O tratamento é a conscientização de que a saúde e a riqueza humanas não são a realidade, mas que exatamente aqui encontram-se a saúde e a riqueza da Vida Única, Deus – permanente, infinito, onipotente e onipresente. Este é o tratamento para toda aparência humana. O tratamento para todas as aparência é necessário até nos tornarmos tão firmes em nossa consciência da realidade de Deus, que mesmo quando estivermos olhando para pessoas saudáveis, estaremos tratando. Não tratamos a elas, mas tratamos o nosso conceito do que vemos nelas. No momento em que observamos alguma necessidade, é quando somos chamados para o tratamento. Por que? Nosso tratamento não visa uma pessoa; tratamos o nosso conceito do que está aparecendo. Deus é infinito e é tudo; portanto. Tudo que existe é Deus, e nós nunca damos tratamento a Deus. Mas suponhamos estarmos vendo lá fora uma humanidade doente e pecadora. Ela realmente estará lá fora para ser tratada, ou estará em nosso conceito daquilo que está aparecendo? Neste ponto nós diferimos da maioria dos ensinamentos metafísicos, onde os estudantes são instruídos a dar tratamento somente se for solicitado a eles. Em O Caminho Infinito isto não é aplicado. Nós não podemos aceitar e não aceitamos as aparências. Em todo momento que alguma fase de ilusão é apresentada a mim, mesmo se for boa, eu a traduzo conscientemente e percebo que exatamente ali encontra-se Deus manifesto. Se o indivíduo for receptivo ele será curado, sabendo ou não que o tratamento está sendo ministrado. Existindo ou não receptividade por parte dele, a coisa mais importante, a meu ver,

 

é que eu não tenha tomado a aparência por realidade. Desta forma, o tratamento é o mesmo, não importando o fato de a pessoa ter ou não solicitado ajuda. A verdade permanece a mesma. Não existe uma verdade para uma pessoa com conhecimento suficiente para solicitar ajuda e outra verdade diferente, para a pessoa sem aquele conhecimento. Há somente uma verdade, e esta é a verdade v erdade que devemos conhecer para que possamos ser livres.

CAPÍTULO 6 DESENVOLVENDO UMA CONSCIÊNCIA DE CURA

Lembremo-nos de que o agente de cura não é o tratamento. O agente de cura é a consciência que se manifesta através da realização do tratamento. É a Cristo-consciência do praticista que realiza a cura. Todos possuímos aquela Cristo-consciência como um potencial, mas ela precisa ser desenvolvida, e inicialmente isto pode ser conseguido pelo domínio, em algum grau, do temor à doença ou do temor ou gosto em relação ao pecado. Somente aquela consciência que, em certa medida, tenha abandonado seus ódios e temores pode atuar como agente de cura. As pessoas são atraídas ao curador cuja c uja Cristo-consciência está desenvolvida e por esse motivo tal praticista é bastante atarefado. Assim, nos estágios preliminares do nosso trabalho, o tratamento é um recurso necessário, ou pelo menos útil, para erguer nossa consciência ao ponto da demonstração. Não estou considerando que o tratamento seja alguma fórmula ou conjunto de palavras especiais; o tratamento é a conscientização, seja qual for a natureza do pedido, de que ex exatamente atamente ali está presente a totalidade, a harmonia, o domínio, a perfeição do Deus único, e que essa harmonia é portanto universal, impessoal e imparcial.

DEUS, A ÚNICA ATIVIDADE Se num chamado por ajuda a substância do corpo humano parecer estar envolvida, deveremos ter a visão nítida de que o Espírito, sendo a única substância, deve ser a substância da forma e do corpo; e também o Espírito, sendo onipresente, faz com que a forma perfeita esteja presente, seja qual for a aparência apresentada. O Espírito é onipresente em todas as suas formas e variedades. Os sentidos nos dizem que o poder e a substância estão na forma, mas a iluminação espiritual nos revela que o poder, a substância e a lei estão sempre no Espírito. Suponhamos que o chamado se refira a alguma atividade orgânica deficiente. Os órgãos, o sangue ou outra parte qualquer do corpo parecem estar afetados. O que devemos conscientizar primeiramente é que toda ação é atividade da consciência, consciência , o que significa que seria uma impossibilidade haver uma ação boa ou má no corpo, uma vez que sua ação é atividade da consciência, a qual se expressa como ação do corpo. O corpo não possui absolutamente qualquer ação por si mesmo.

 

Assim, para todo pedido ou crença referente a alguma atividade irregular no corpo, há somente uma resposta: toda ação que há é Deus-ação. Deus-ação. A mente, como um instrumento de Deus, é o único elemento agente, é a única ação existente, sendo que o corpo meramente reflete aquela ação. Querer tratar a mão, o braço ou o pé seria o mesmo que tentar dar tratamento às paredes para mudar suas cores, forma ou aspecto. Isto não pode ser feito. Devemos estar cientes de que a mente é o único instrumento de ação, e, portanto, nós nunca tratamos a ação em si mesma. Nosso tratamento é uma conscientização de que toda ação é uma atividade da consciência.

SOMENTE A VIDA UMA Às vezes os chamados envolvem o temor à morte. Nesses momentos nos voltamos à natureza da vida. O que vem a ser a vida? Há somente uma Vida, e esta Vida é Deus. A Vida que é Deus não pode morrer; nem pode esta Vida que é Deus ter um passamento. Não nos deixemos enganar por expressões do tipo: “Não existe morte; houve apenas o passamento dele.” Deus não é vítima de passamento e Deus é a única vida. Para todos os casos relacionados com o medo da morte existe apenas uma resposta: a Vida não possui oposto, pois a Vida é infinita. A Vida, a Vida que é Deus, é universal; e a vida de todo ser, seja a do homem, a da mulher, a da criança, do animal ou da planta. A Vida sempre é Deus; não existe uma outra vida. Tudo que soubermos sobre a Vida que é Deus é verdade sobre a vida individual que está aparecendo como sendo eu ou você.

ENVELHECIMENTO

O tratamento que aplicamos à idade é a conscientização de que a pessoa é tão jovem ou tão antiga quanto Deus. Mas quão velho isto significa? Ou quão jovem vem a ser isto? No instante em que em que pensarmos em nossa idade, estaremos pensando numa egoidade separada de Deus e dar um tratamento para tal coisa seria tratar uma ilusão. Não devemos fazer isso. É necessário que conscientizemos que não existe idade ou tempo em nossa experiência; somente que deveríamos ter começado muito mais cedo – pela época em que estávamos sob a crença de ter sete ou oito anos de idade. É uma pena! Depois veio a crença de que tínhamos doze ou treze anos, o que era um pouquinho pior e a seguir houve a crença de termos dezesseis, dezessete ou dezoito, que era ainda pior. Provavelmente a crença de idade mais tentadora é aquele período entre os dezoito e primeiros vinte anos. É o ponto em que sabemos tudo o que há para ser conhecido e ninguém pode nos ensinar nada; tornamo-nos homens e mulheres! Esta é uma crença idade que necessita de um bom tratamento enquanto é tempo. Daí vem aquele período descrito como “mudança de vida”, que é um verdadeiro pesadelo. E, por fim, segue-se o último estágio: a velhice. O período ideal para o início do tratamento para a idade é quando a pessoa está por volta de sete ou oito anos. Se manejarmos bem naquela idade, provavelmente pelo tempo que

 

tivermos doze ou treze anos o problema da idade estará resolvido, de forma que as demais crenças de idade não mais necessitem de tratamento. No entanto, para a maioria de nós, a crença-idade não foi defrontada aos sete ou oito anos e nem aos doze ou treze e assim precisamos encará-la agora. Este é o momento em que começamos a conscientizar que Deus é a nossa vida individual e que temos a mesma idade de Deus. Com isto aprenderemos que a vida nunca teve um princípio e, portanto, nunca terá um fim. As crenças pertencentes ao corpo são consideradas de maneira similar. Deus, o Espírito, é a única substância e não há razão nenhuma para que o corpo apresente aos noventa anos menos vitalidade e força do que aos dezenove anos. O corpo não pode ler o calendário; o corpo não conhece, por si, a sua idade. Somente nós é que podemos conhecer o calendário e aceitar a crença de idade, a qual é refletida externamente sobre o corpo. Por outro lado, se conscientizarmos a nossa verdadeira identidade como sendo Espírito, o corpo passará a ser visto como espiritual e será tão isento de idade como o somos nós próprios. O corpo deveria manifestar sua plenitude em todas as épocas. Nunca deveria apresentar o que conhecemos como infância, juventude, meia-idade ou velhice. Deveria manifestar sempre sua forma total e plena, e realmente seria assim se tivéssemos conhecido a tempo esta verdade. Se soubéssemos precocemente a nossa identidade real como Espírito, teríamos evitado muitas das mudanças ocorridas em nossa estrutura física. Mas ainda não é muito tarde. Agora é o único tempo que existe e já podemos começar neste momento. Assim, daqui a dez anos aparentaremos ser dez anos mais jovens. Mas teremos que conhecer esta verdade conscientemente. Nunca pense um só instante que por ler livros de metafísica ou assistir a palestras ou aulas de metafísica você estará demonstrando a verdade. Esta verdade terá de ser demonstrada por você individualmente, através de uma consciente atividade de sua própria consciência. Não é algo que lhe possa ser concedido. De nada lhe adiantará declarar: “Oh, Deus é minha vida”, e viver preocupado com tudo. Em absoluto. Requer uma consciente atividade da consciência individual, uma consciente atividade da compreensão até que passe afazer parte de seu ser a ponto de dispensar todo pensamento àquele respeito. Até aquilo se tornar possível, um longo tempo virá em que precisaremos recordar, sempre ao nos levantarmos pela manhã:

“Eu sou a mesma idade que era ontem; eu sou a mesma vida, a mesma mente, o mesmo Espírito, o mesmo corpo. Tudo que é do Pai é meu – isenção de idade e mudanças; tudo que é do Pai em relação à sabedoria, inteligência, orientação – tudo é meu.” m eu.”

OS NEGÓCIOS COMO ATIVIDADE A TIVIDADE DA CONSCIÊNCIA Há certos períodos em que o mundo vive sob crenças de desemprego e depressão. Novamente devemos conscientizar que Deus é o único ser. Deus não é empregado, exceto que Ele está empregado em ser Deus. Como poderia estar Deus desempregado? Seria o mesmo que Ele ter

 

deixado de ser Deus. Deus, por Suas próprias qualidades, ação, inteligência, e obras atuantes como você e como eu, é o único emprego que há. Deus é o único empregador e Deus é o único empregado, e, além do mais, Deus está sempre empregado em grandes atividades, grandes obras e grandes ideias. Deus não pode ser vítima de condições materiais ou mortais, se Deus aparece como você ou eu; porém, para não sermos afetados por tais condições precisamos conscientizar este tratamento de que sempre e somente Deus está presente. O mesmo é aplicável aos nossos negócios. Você pensa ser possível livrar-se das ameaças que assolam os negócios, bastando para isso confiar em algum “Deus desconhecido”? Ele não irá operar. O negócio é uma atividade do Espírito, e, como aquele Espírito é o seu Espírito, o negócio é uma atividade do seu Espírito. Portanto, o seu negócio irá refletir a condição de sua consciência nos assuntos de negócio. É preciso conscientizar a cada dia que o negócio é uma atividade de Deus através da mente, e portanto é uma constante atividade de nossa mente. Como atividade da mente, não está sujeito aos caprichos ou mudanças dos homens ou do governo, pois o negócio é espiritual e está sob a jurisdição do Altíssimo. O seu negócio, sendo um negócio de Deus, é governado por Deus. A mera repetição dessas declarações, afirmações ou negações nada irá realizar para você. Somente quando estas verdades sobre o negócio permearem a sua consciência e você as tiver conscientizado plenamente é que elas se tornarão realidade em sua experiência. De nada irá adiantar apenas fazer as declarações. Conheci muitas pessoas que iam por tudo lado declarando: “Meus negócios vão bem; meus negócios vão bem” enquanto caminhavam rumo à falência. Não são os meus negócios que vão bem. São os negócios que vão bem – os negócios, uma atividade da Consciência, da Sabedoria divina. E, por ser uma atividade de minha mente, isto traz como consequência o sucesso dos meus negócios. Mas somente quando for associado o meu negócio com o negócio de Deus é que ele será individualmente expresso jubilosamente e harmoniosamente.

CONSCIENTIZE A VERDADE Com referência aos relacionamentos familiares, aplicam-se os mesmos princípios. Nós todos temos observado famílias divididas devido a incompatibilidade, pecado, doença ou outra condição qualquer da experiência humana. Você acha que existe algum Deus misterioso observando os seus relacionamentos familiares? Nunca acredite nisso. Se o seu lar torna-se dividido, se a sua família encontra-se separada, isto significa que você não está conscientemente procurando resolver a situação; você não está conscientemente tratando do problema; você não está conscientemente considerando o assunto da família, marido, esposa e filho, em sua consciência, pedindo ao Pai por luz, por orientação, por ajuda, por sabedoria interior. Do mesmo modo, nós saímos dirigindo o nosso carro, e às vezes pensamos: “A Consciência é o motorista sentado à direção do meu automóvel, logo tudo estará bem”. Mas, nós nos lembramos de incluir naquilo todo o resto do mundo? Conscientizamos ser Deus a mente/consciência de todo o indivíduo na estrada? Não, pelo contrário, até reclamamos do outro motorista ao mesmo tempo em que afirmamos ser Deus a nossa mente individual. Daí é

 

que surgem os problemas. Nada justifica acreditarmos que possuimos algum tipo de proteção divina que os outros não possuem, por sermos metafísicos. A nossa proteção está em proporção direta à nossa utilização destas leis da verdade, que são trazidas conscientemente à nossa compreensão até que se tornem parte do nosso ser. Deu pra sentir a necessidade do tratamento? Sem conhecer essa verdade, você não terá nada com que curar porque toda a cura se baseia na consciência da verdade, e antes desta consciência ser obtida é preciso ao menos conhecer a mensagem correta da verdade. Através da vivência com a mensagem da verdade chegará por fim o momento em que sua consciência é preenchida com a verdade. Assim, frente a qualquer chamado, não haverá mais a necessidade de se passar pelo processo de pensar sobre a verdade repetidamente. Surgirá a consciência da Onipresença e bastará simplesmente dizer: “Obrigado, Pai!”. Seria como dizer cento e quarenta e quatro quando alguém disser doze vezes doze. Não hesite em utilizar o tratamento. Não hesite em ponderar as verdades espirituais referentes ao chamado em questão. Assim, por vários anos que hão de vir, descobrirá que terá um tempo de tratamento verdadeiramente ativo. Porém, nunca deixe que o tratamento se transforme numa rotina – um ritual ou cerimônia. Não permita que ele se torne um hábito. Não deixe que ele se torne um hábito a ponto de passar indolentemente por ele. Nunca faça isto. Um tratamento assim não poderá ajuda-lo, pois passaria a ser somente uma fórmula e atuaria apenas como uma sugestão. Um tratamento deve ser uma compreensão consciente da verdade.

CAPÍTULO 7 O ÚLTIMO INIMIGO

Todos têm interesse no assunto da imortalidade – imortalidade aqui e agora, neste corpo,

e não uma imortalidade a ser alcançada após a morte. É neste próprio corpo que podemos experienciar a imortalidade: neste próprio corpo que ora utilizamos como instrumento. Não iremos perder nosso corpo, mas perderemos o nosso falso conceito do corpo pela conscientização de sua natureza verdadeira. Com a perda do sentido de doença, acidente e velhice, e com a conscientização do corpo perfeito não ocorre a perda do corpo: ocorre apenas a perda do falso conceito do corpo e a conscientização de sua natureza verdadeira. Do mesmo modo, experienciar a imortalidade aqui e agora não acarreta a perda do corpo, mas apenas na perda do falso sentido do corpo. Em nossa meditação diária vamos assim conscientizar a imortalidade aqui e agora – a imortalidade deste corpo e deste

 

universo – para que possamos descartar o falso sentido que o mundo faz do corpo e do universo. "Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte" (I Coríntios 15: 26). Para muitos, isto pode parecer bastante desencorajador. Mas, de uma coisa podemos estar certos, seja ou não este o último inimigo a ser aniquilado: ele não será vencido enquanto nós não começarmos a vencê-lo, enquanto nós não tomarmos alguma atitude em relação a ele. Passar de ano em ano somente repetindo: "Bem, a morte será o último inimigo a ser vencido", não fará com que ela seja adiada. Se desejamos adiar a morte e finalmente vencê-la, devemos começar agora mesmo. O que é a morte? A morte parece ser um cessar momentâneo da consciência. Mas a consciência não pode permanecer ou estar em estado inconsciente. De fato, a consciência nunca pode se tornar totalmente inconsciente. O que chamamos de morte não passa de um lapso aparente de profunda inconsciência, do qual nos tornamos conscientes novamente, de forma similar àquela que ocorre quando dormimos.

O CORPO EXPRESSA A ATIVIDADE DA CONSCIÊNCIA O passo inicial para vencermos a morte está na conscientização de que o corpo não possui qualquer inteligência pela qual possa viver ou morrer. O corpo não tem inteligência para apanhar um resfriado, e para conseguirmos um resfriado para ele precisamos permitir a atividade da mente carnal aceitando as crenças do pensamento humano; e teremos de agir do mesmo modo para contrair para o corpo doenças de qualquer natureza. A doença humana nunca é contraída pelo corpo ou através dele. O corpo não possui inteligência: ele não pode se mover; é inerte; e, como uma sombra, reflete nosso próprio estado de consciência. Toda doença, portanto, que pareça ser do corpo é contraída através da atividade da mente humana pela sua aceitação das crenças universais. O primeiro ponto então para que a morte seja vencida é superar a crença de que o corpo tem, por si, capacidade de viver ou morrer, e conscientizar que o corpo tem somente a capacidade de refletir ou expressar a atividade de nosso próprio estado de consciência.  consciência.  Quando nós aceitamos na consciência o pensamento ou crença de morte, é que o corpo sucumbe a ela. Tem sido dito, repetidas e repetidas vezes, tanto pelos metafísicos como pelos médicos, que as pessoas morrem somente quando dão o seu consentimento. De uma maneira ou outra isto é verdade. Consciente ou inconscientemente é dado o consentimento para que ocorra a morte. Se você compreender este ponto de forma suficientemente clara, poderá não apenas adiar e provavelmente dominar a morte, mas estará de posse de uma verdade com a qual atenderá os chamados referentes a doenças do enças e senilidade.

 

O fato de um indivíduo no caminho espiritual experimentar a morte ou passamento não significa necessariamente que ele tenha morrido. Por favor, lembre-se do seguinte: isto que venho dizendo não é produto de minhas suposições ou de algo que eu tenha lido em algum livro; tudo que tenho dito vem de experiência real em revelações interiores.

PROGRESSO OU RETROCESSO Quando as pessoas na corrida normal da vida morrem, ocorre apenas momentâneo lapso de consciência do qual elas despertam praticamente no mesmo grau de mortalidade ou sentido material. Elas não se tornam mais avançadas ou mais espiritualizadas por causa da "passagem"; sua materialidade não se converte em espiritualidade. Elas talvez possam se livrar de uma dor imediata ou de uma doença imediata, mas tal libertação é similar à trazida pela medicina. A ajuda médica poderia livrá-las da dor ou da doença, mas nunca as faria avançar espiritualmente. Do mesmo modo, mesmo que o fenômeno da morte possa aliviá-las de alguma doença ou calamidade, isso não mudaria o nível de consciência delas; e iriam permanecer no mesmo nível material ou mortal, com a mesma oportunidade de a certos momentos avançar no caminho espiritual ou retroceder. A escolha é delas, tanto aqui como depois. Isso tudo, naturalmente, se aplica àqueles que no nível comum da existência humana morrem por acidente, doença ou pela comumente chamada "morte natural". Os que deixam este plano de existência enquanto estão nas baixas esferas da vida, ou seja, como um alcoólatra, um viciado em drogas, um criminoso ou qualquer outro estado grosseiro da materialidade, irão permanecer no mesmo nível após a sua "passagem". A materialidade deles se tornará ainda mais densa, embora em alguma época, despertando para a verdadeira identidade, possam mudar o curso e iniciar a ascensão espiritual. O estudante de religião ou metafísica que experiencia a morte ou "passage "passagem" m" quando em ascensão espiritual, enquanto se eleva em sua trajetória, não somente desperta bem avançado no caminho, mas, em muitos casos, se for ampla a sua proximidade com relação à verdade espiritual, sua "transição" poderá significar uma libertação completa da experiência física ou mortal. É esta a libertação contida na mente dos seguidores de certas religiões ocidentais, que ao lado de seus ensinamentos sobre a reencarnação fazem referência ao estado que almejam atingir para não precisarem mais retornar à terra. Em outras palavras, alguns indivíduos atingem tal nível de consciência espiritual, que têm pleno conhecimento de sua verdadeira identidade e de que o chamado corpo físico não constitui o ser e não possui inteligência por si próprio, mas é um veículo instrumento através do qual eles aparecemcom como A estes, a experiência da ou "passagem" pode encerrar o envolvimento a forma. consciência de

 

sentido mortal ou material, fazendo com que eles passem à plenitude do viver espiritual.

VENCENDO O MUNDO Temos a oportunidade de em dominar a morte pore nas completo, noe progressivas sentido de permanecermos aqui na terra nossa forma presente contínuas aparências que esta forma venha a assumir. Não sei se isso vem sendo feito ou não, mas há esta oportunidade. Contudo, o ponto importante não é este. Se iremos permanecer aqui por duzentos ou por dois mil anos não tem importância maior do que viajar para Nova York ou para a Califórnia ou Europa. Não há importância alguma o lugar em que iremos viver. O importante é como vivemos e porque vivemos. O ponto importante é em que nível de consciência estamos vivendo. Estamos nós vivendo de forma tal que, seja qual for o local ou plano de existência, dominamos os obstáculos da mortalidade e da materialidade? Uma das últimas declarações de Jesus foi a seguinte: "Eu venci o mundo" (João 16: 33). Mas era ainda Jesus que estava dizendo aquilo, enquanto estava no mesmo corpo. "Eu venci o mundo". Nós, também, vencemos o mundo à medida de nossa conscientização:

"Este corpo não é um poder sobre mim. Eu sou a vida, a mente, a inteligência e o poder que governam este corpo. Não eu, um ser humano, mas Eu, a divina consciência do Ser, dirijo este corpo, este negócio, este lar, este ensinamento e este algo mais dentro da  faixa da minha consciência."

O grau de nossa conscientização de que esta divina Consciência nos governa é o grau com que nós "vencemos o mundo". Então poderemos caminhar por sobre as águas, caminhar entre os micróbios, caminhar entre as guerras ou catástrofes, sem que nenhuma dessas condições tenha grande efeito ou poder sobre nós, porque dentro de cada um de nós  nós  estou Eu, Eu, e Eu sou Eu sou o poder que rege toda a nossa experiência. Onde quer que estejamos, seja qual for a condição ao nosso redor, iremos nos encontrar diariamente alimentados, vestidos e abrigados. Se for necessário, encontraremos o maná caindo do céu; se for necessário, acharemos ouro na boca de um peixe; se for necessário, veremos pães e peixes serem multiplicados. De uma forma ou outra, seremos supridos diariamente com tudo o que se fizer necessário, seja na forma de pessoa, lugar, coisa, circunstância ou condição. Mas esta nossa experiência ocorrerá somente quando vencermos o mundo.

 

O processo para vencer o mundo tem início com a nossa compreensão da unidade, de nossa união com Deus, com a nossa conscientização de que "eu " eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma" alguma" (João 5: 30), tudo que está fluindo através de mim é a vida, a saúde e a plenitude que é Deus. "Isto disse o Senhor: Não se glorie o sábio no seu saber, nem se glorie a fonte na sua  força, nem se glorie o rico nas suas riquezas; porém, aquele que se gloria, glorie-se em Me conhecer, e em saber que Eu sou o Senhor que exerce a misericórdia, a equidade e a justiça sobre a terra". (JEREMIAS 9: 23,24)  23,24)  No momento em que começamos a perceber que tudo que temos é do Pai , que é universal, impessoal, imparcial   e, portanto, que não temos direitos nem patentes, estaremos abrindo nossa consciência ao fluxo; e é quando aquele governo se responsabiliza por nosso corpo, nossos negócios, nosso lar, l ar, onde quer que estejamos.

RESSURREIÇÃO E ASCENSÃO Na consciência de Deus não existe morte. Deus não pode morrer. Deus é vida eterna e a Consciência infinita não pode morrer ou ficar inconsciente. Deus, a divina Consciência, está sempre Se expandindo, Se revelando, manifestando e expressando ininterruptamente a Si mesma como consciência individual. Deus é a sua consciência individual e esta consciência não pode morrer. Se Deus pudesse morrer ou ficar inconsciente, então, e somente então, poderia você morrer. Como Deus é a vida individual, poderia esta vida morrer? Poderia esta vida, que aparece como sua forma ou corpo, desaparecer da terra? Não; pode somente sair do campo de visão da mortalidade, através do processo da "Ascensão". "Ascensão".   Quando nós, por nós mesmos, erguermos a nossa consciência acima da crença de que a vida está no corpo e que o corpo controla a vida, experienciaremos a ressurreição; obteremos a convicção de Jesus, ao dizer: "Derrubai este templo, e em três dias o levantarei"   (corpo). Quando estivermos imbuídos da compreensão de que a divina Consciência, que é a consciência individual, governa e controla nosso corpo, e quando nós percebermos individualmente a verdade de que a nossa própria consciência é o poder da ressurreição, de reconstrução, teremos a nossa experiência da ressurreição. E então virá a ascensão.

A ascensão vem com a conscientização de que Deus está revelando a Si próprio como o nosso ser individual, e como o Espírito deve aparecer ou manifestar-Se como forma, então este corpo é tão espiritual, imortal e eterno quanto a Espírito-substância com a qual é formado. Com a luz dessa conscientização, virá a nossa ascensão.

 

Existe um significado espiritual trazido a nós pelo nascimento, crucifixão e ascensão do Mestre: se existe uma progressiva expansão da consciência, até que o nascimento e a crucifixão se cumpram em nós e tenhamos atingido a ascensão, não mais no corpo, mas como uma lei sobre o corpo, nunca mais teremos de retornar àquelas experiências. A ascensão é o estado de consciência que sabe que o corpo não controla a vida, mas que a vida controla o corpo. O Mestre provou ter atingido aquele estado de consciência quando, referindo-se à sua vida, disse: "Eu de mim mesmo a dou; tenho  poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la" (João 10: 18), e disse também: "Derrubai este templo (corpo) , , e em três dias o levantarei" (João 2: 19); ou, em outras palavras: "Eu, Consciência, controlo este corpo". A Consciência controla o corpo  pelo deixar que a que a Consciência do Eu Sou forme de Si mesma as maravilhas e belezas que nós denominamos aqui e agora.

CAPÍTULO 8 A NATUREZA IMPESSOAL DA VERDADE E DA ILUSÃO

As escrituras hebraicas profetizavam que o Cristo seria crucificado. Como alguém poderia predizer a crucifixão de um homem dois mil anos antes daquilo acontecer? Não se conhece uma boa razão que explique tal evento; porém, esta profecia é encontrada nas escrituras hebraicas. Qual é o sentido dela? O primeiro, e o mais importante ponto a ser compreendido, é que esta profecia não se refere a um homem em particular, mas sim à crucifixão do Cristo, à crucifixão da Verdade. Os hebreus sabiam, de amarga experiência, que a Verdade seria sempre crucificada quando aparecesse ao pensamento mortal. A Verdade nunca foi nem nunca será aceita pelo “Isto pensamento mortal. não Onde que apareça, fará ensinamento, surgir a rejeição eclesiástica: não é ortodoxo; estáquer de acordo com o nosso não pode ser verdadeiro”. E a própria análise eclesiástica irá bradar: “Crucifique-o”; desse modo, seguramente poderia ser profetizado, com cem anos ou com dois mil anos de antecedência, que o Cristo seria crucificado, pois, onde quer que toque o pensamento mortal, o Cristo é vítima de crucificação. O Cristo é a manifestação de Deus; portanto, o Cristo não é um homem. Para os seguidores do Hinduísmo, Krishna ocupa uma posição similar à de Jesus no mundo cristão. Há, inclusive, os que consideram Krishna apenas como homem, embora tivesse existido um homem chamado Krishna que deu ao mundo um ensinamento espiritual da mesma forma com que um homem chamado Jesus deu ao mundo o ensinamento do Cristo. O ensinamento de Krishna foi apresentado ao muito muitos mil anos antes do advento de Jesus, e, no entanto, somente Jesus veio sendo identificado como o Cristo, enquanto Krishna foi considerado como um ser físico. Tanto Krishna quanto

 

Cristo tem o mesmo significado: a presença de Deus feito manifesto – o Verbo feito carne. O pensamento mortal irá sempre crucificar a Verdade; assim, quando surge um indivíduo com esta visão da Verdade, com esta visão do Cristo, e que com Ele se identifica, pode-se saber que o caminho de sua crucifixão estará sendo preparado. Provavelmente ninguém captou a visão da Unidade tão claramente como Jesus; e, como ele se identificava com ela, a igreja da época achou que, com sua crucificação, se livraria da confusa Verdade que ele ensinava. Eu não considero a crucificação ou as perseguições aos santos e místicos como acontecimentos necessários ao mundo. O ensinamento comumente aceito hoje, pelas igrejas ortodoxas, é o de que Jesus teve de morrer para que fôssemos salvos; entretanto, isso não passa de adaptação do antigo ensinamento dos hebreus, que considerava o sacrifício de animais inocentes como algo exigido por Deus. Tal ensinamento faz de Deus um tirano. Dessa forma, não sinto hoje que a crucificação ou perseguição façam parte de um plano de salvação do mundo; antes, pelo contrário, penso que aquilo ocorreu para as pessoas que equivocadamente se identificaram como um salvador pessoal, mais do que com o fato de ser, o ensinamento da Verdade, uma manifestação de que Deus, e de ser, cada mestre, somente uma transparência pela qual o como a qual ela estaria aparecendo. Jesus veio ensinando: “Eu e o Pai somos um”… "Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma”… “o Pai, que está em mim, é quem faz as obras”…. "Por que me chamas bom? Não há bom senão um só, que é Deus” . Os Mestres que personalizarem a Verdade, sentindo-se os responsáveis pela mensagem, sempre sofrerão o peso das perseguições do mundo. O erro deles está na própria colocação como sendo profetas com uma mensagem pessoal. Jesus foi bem claro nesse ponto, ao declarar: “A minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou” . Porém, apesar desta declaração tão clara do próprio p róprio Mestre, muitos não a interpretaram corretamente.

A UNIVERSALIDADE DA VERDADE A Verdade é. A Verdade de toda mensagem sempre existiu e continuará existindo até a eternidade. Quando os Mestres captam um vislumbre espiritual dela, o que podem fazer é se tornarem uma transparência para que esta Verdade apareça no mundo. De fato, o mundo irá sempre querer se livrar dessa Verdade – querer crucificá-la – mas enquanto os mestres não identificarem a Verdade de suas mensagens como algo pessoal, enquanto não se colocarem como salvadores pessoais, não serão crucificados. Se a mensagem for verdadeira, o pensamento mortal desejará destruí-la, mas não destruirá a mensagem; tentará destruir a pessoa que tenha cometido o erro de acreditar que a Verdade tenha, de algum modo, alguma relação humanamente pessoal com ele.

 

Sejamos gratos por isso: a Verdade é santa e sagrada; a Verdade é onipresente e em todos os períodos da história do mundo surgirão aqueles que repetirão esta mensagem novamente. Ela nunca tem sua origem numa pessoa. A mensagem que Jesus ensinou é mais antiga que o próprio tempo... Nem é nova nem é original, sendo uma repetição daquilo que tem vindo através das épocas. De tempos em tempos ela chega a nós novamente. Jesus apresentou esta mesma Verdade universal numa linguagem compreensível e aceitável para o mundo ocidental, e é este o valor de seu ensinamento para nós. Um indivíduo iluminado consegue transmitir a Verdade aos seus discípulos ou alunos imediatos, e por algum tempo ela começa a crescer e ser divulgada; mas, gradativamente, ela começa a perder sua força e significado original. Torna-se uma forma, um credo ou um sistema, pois alguém a organiza e isto selará o seu fim. A Verdade não pode sobreviver numa organização, pois, em todas elas existe uma cabeça, e no momento em que houver uma cabeça, deverá haver alguém à mão direita e alguém à mão esquerda. Daí começará a competição e o surgimento da confusão – dissensão e contenda. O indivíduo que captou a visão espiritual, aquele que redescobriu a Verdade universal, dá a ela a mais clara linguagem disponível no momento. Mas a interpretação daqueles que vêm depois é baseada nas suas diversas bagagens educacionais e regionais, com cada um entendendo a Verdade de uma forma inteiramente diferente. O resultado disso será que, após duas ou três gerações, ninguém mais concordará com o que era ou é o ensinamento.

A ILUMINAÇÃO DE GAUTAMA Para alguns de vocês, a estória de Buda é uma antiga e bem conhecida estória. Mas, mesmo sendo já conhecida, ela parecerá sempre nova devido à sua beleza. Gautama era filho de um rei grandioso e rico e, conforme os registros sagrados, nasceu de uma virgem. Na noite de seu nascimento, uma estrela apareceu no firmamento, acompanhada de misteriosos sinais no céu. O pai, reconhecendo o caráter e a natureza espiritual de seu filho, bem como a responsabilidade que logo cairia sobre seus ombros, cuidou para que Gautama fosse preparado para a posição que viria a ocupar. Assim, quando o jovem cresceu, possuía bastante instrução, sabedoria, e um corpo físico perfeitamente desenvolvido. Durante todo esse tempo, ele havia sido cuidadosamente resguardado do mundo exterior. Nunca tinha ido além do domínio extensivo do estado do pai, e, portanto, nada sabia de pecado, doença, pobreza e morte. Já crescido, foi preciso que ele saísse desse reino de proteção para assumir as funções de príncipe. Uma parada foi planejada, porém o mestre de cerimônias não seguiu a rigor as instruções. A marcha havia sido planejada de forma que o jovem Gautama não pudesse ver nada que lhe chamasse a atenção para as coisas existentes no mundo. Mas, infelizmente, nesta viagem ele viu um homem sentado numa sarjeta pedindo esmolas. Quando quis saber o significado daquilo, explicaram a ele: “É porque ele é um

 

mendigo, um homem pobre; esta é seu único jeito de conseguir alimento”. Gautama ficou atônito com o fato de existir uma anomalia como um homem pobre no rico reino de seu pai. Sua preocupação aumentou quando soube da existência de muito mais pobres que nada tinham para comer ou vestir. Em seu coração o jovem pensava em quão terrível era aquilo! A marcha prosseguiu e a cena seguinte mostrava um homem doente. Novamente Gautama perguntou sobre o que estava vendo, e explicaram a ele que o homem estava sofrendo por causa de uma doença. O jovem Gautama, olhando para o seu próprio corpo, respondeu: “Como pode ser isso? No corpo há somente força e vitalidade!” Mas lhe disseram que a maioria das pessoas sofria de um tipo qualquer de doença, e ele novamente no vamente pensou: “Que coisa terrível!” O que foi testemunhado por Gautama, em seguida, foi a morte. Quando foi dito a ele que as pessoas todas morrem, que existia essa coisa chamada morte, ele ficou profundamente abalado. Para ele, aquilo parecia ser inacreditável. À noite, voltando ao palácio, ele ainda sentido e confuso, ponderava profundamente sobre tudo que havia observado. E então, nasceu em sua consciência a ideia de que a pobreza, a doença e a morte não eram coisas certas, que deveria existir algum princípio capaz de eliminá-las e que caberia a ele procurar aquele princípio, aquela lei. Gautama tinha uma esposa e uma criança; mas, no meio da noite, beijou sua família com um adeus, deixando-a e abandonando sua riqueza e seu palácio, para vestir uma roupa de mendigo e dar início à sua jornada no caminho religioso com o objetivo de encontrar a lei ou princípio que eliminasse o pecado, a doença, a morte, as carências e limitações da terra. Ele não saiu para ser um curador; ele não saiu para curar esta ou aquela pessoa; seu objetivo único era encontrar um  um   PRINCÍPIO que pusesse fim ao pecado, à doença, à morte e às limitações terrenas. Persistiu nesta busca durante vinte e um anos de dificuldades e tentativas. Passou por todo os tipos de formas religiosas; estudou com muitos mestres e instrutores religiosos, mas nenhum deles pôde levá-lo ao princípio que buscava. Finalmente um dia, após ter ele abandonado todos os mestres e ensinamentos religiosos, e decidido a buscar a Verdadee por si, ele chegou eà árvore Bodhi  , a árvoreSua do conhecimento, a árvore da sabedoria, ali ele sentou-se começou a meditar. meditação durou um longo, longo tempo, mas, ao término daquele tempo, ele havia alcançado a iluminação total, e com ela veio-lhe esta grande sabedoria: “Não existe pecado, doença, morte nem limitação – aquilo tudo é ilusão.”  ilusão.”  Este é o princípio que nos chegou muito antes de Buda, e que veio a ser por ele restabelecido: o princípio de que não somos curadores de pecado, doença ou morte, pois, inexistem o pecado, a doença e a morte: tudo que aparece como um mundo objetivo é um conceito de mundo, uma ilusão. Toda experiência humana conhecida através do testemunho dos sentidos é um mito, uma ilusão. Nosso falso conceito do universo constitui a ilusão. Depois da partida de Buda, seus discípulos fizeram excelente trabalho de cura através de sua revelação. Entretanto, cerca de cinquenta anos mais tarde, eles a organizaram e

 

começaram a introduzir formas cerimoniais – hinos, preces, e todos os demais rituais. O poder de cura foi perdido e o ensinamento de Buda foi dividido em correntes; e assim é que hoje há muitas e muitas seitas, todas elas cercadas de formas, preces, mantras – de tudo, menos da Verdade original, dada através da iluminação de Buda, de que todo erro é ilusão.

“O MEU REINO NÃO É DESTE MUNDO” No cumprimento de sua missão na terra, Jesus ensinou a mesma mensagem, de forma idêntica: “O idêntica:  “O meu reino não é deste mundo” . Em outras palavras, o reino da realidade não é “deste” mundo (fenomênico/físico/material). Este mundo é feito daquilo que não tem existência real. É feito de pecado, doença, morte, falta e limitação; é feito de um falso conceito de vida, um senso de separatividade de Deus. Quando Pilatos disse ao Mestre: M estre: “Não sabes que tenho poder para te crucificar e tenho  poder para te soltar?”  Jesus   Jesus respondeu-lhe: “Nenhum poder terias contra mim, se de cima não te fosse dado” (João 19:11). 19:11). Em outras palavras: fora do Pai não existe poder algum. E o que disse ele a todos os doentes? Ao coxo, ao enfermo?  “Levanta-te, toma a tua cama, e anda”. …“Estenda a tua mão”. …“Ela não está morta, mas dorme” . Ele poderia ter dito: “Estas coisas são ilusão; não podem prendê-lo. Não existe outro poder além de Deus” . Jesus não empregava qualquer tratamento mágico diante daqueles sofrimentos, mas um simples “Levanta-te, toma a tua cama e anda.”   …“Sê …“Sê limpo”. …“Lázaro, vem para fora”. Para fora”. Para ele, todo erro era ilusão. Assim, também este ensinamento, como tem se mostrado nestes textos, diz que todo testemunho dos sentidos é pura crença; não é lei. Se está estabelecido na terminologia de Buda que todo pecado, doença ou morte é ilusão – maya –, ou se está nas palavras mais frequentemente usadas em O Caminho Infinito, de que tudo aquilo que vemos, ouvimos, provamos, tocamos ou cheiramos não é realidade, mas que consiste de conceitos mortais, o mais importante não está no palavreado em si. O que realmente importa é a mensagem – aquela antiga mensagem da realidade de Deus e da irrealidade do testemunho dos sentidos.

AS CRENÇAS UNIVERSAIS DECORREM DO SENSO DE SEPARAÇÃO DE DEUS As perguntas frequentemente são do tipo: “Como pode tudo isso ter começado?”. Nas Escrituras encontramos duas estórias que falam sobre como tudo começou, mas elas não dizem, ao menos para os não-iniciados, o que tornou possível ter este começo. A primeira delas é a de Adão e Eva.

Adão estava no Jardim do Éden. Estava lá completamente só e, naquela solidão, podia dizer com substância: “Eu e o Pai somos um, e esta unidade constitui a minha  plenitude, a harmonia e a totalidade do meu ser. Nada pode ser-me acrescentado e

 

nada pode ser-me tirado. Tudo que é do Pai é meu porque eu e o Pai somos um, e este Um está no paraíso, em harmonia” . A despeito de Adão estar no Éden, ou paraíso, conforme a estória, ele se sentia só, com falta de uma companhia. Estando no Éden, no paraíso ou na harmonia, ele possuía compreensão suficiente para saber que não poderia conseguir nada separado dele mesmo. Assim está registrado que Eva foi formada do seu interior, de uma de suas costelas. Observe que Eva não foi uma experiência externa a Adão. Não se esqueça disso. Eva foi tirada da costela de Adão, do interior de Adão, da costela da compreensão, do sólido conhecimento ou compreensão de Adão. Foi uma experiência inteiramente interna, e ela apareceu a ele não subjetivamente, mas objetivamente como Eva. Ao ler o conto cuidadosamente, verá que mesmo quando os dois existiam, um Adão e uma Eva, eles continuavam no Éden, pois Adão e Eva ainda estavam unos com Deus. Porém, o desejo passou a fazer parte do quadro, e foi quando a confusão começou. O desejo, não fazendo parte da unidade ou da plenitude, nos separaria da infinitude de nosso ser assim que, em vez de extrairmos do interior, começássemos a pensar em extrair do exterior; começássemos a pensar na criação externa muito mais do que na interna, ou na obtenção interior. No caso de Adão e Eva, a obtenção começou a ser no exterior, com a criação de Caim e Abel, quando foi desenvolvido um senso de separatividade, um senso de estar apartado da infinita fonte do Ser, da totalidade e plenitude do Ser. Com aquele senso de separação, nascido da crença no bem e no mal, surgiu um conceito de universo objetivo, que poderia prover o bem do lado de fora. Este senso de separação é o pecado original o riginal referido nas Escrituras, e é também o que deu origem a todos os pecados, doenças e pobreza da existência mortal. Um conto similar de separatividade é o da parábola do filho pródigo. Aqui, novamente, no vamente, encontramos o Pai uno com o filho, com tudo que é do Pai pertencendo a ele, enquanto aquela unidade perdurar. Mas, como no caso de Adão e Eva, também o filho pródigo teve ocom anseio de querer algo fora da infinitude do Todo,colocou-se buscandocomo uma independência a consequente separatividade. O filho pródigo entidade separada, uma entidade separada e apartada de seu pai, não mais buscando no interior da família de seu pai – na infinitude do seu próprio ser espiritual – mas pretendendo buscar no exterior. Naturalmente, todos sabemos como terminou aquela intenção: no chiqueiro. Sua plenitude não pôde ser encontrada, até que ele retornasse à casa do Pai – até que novamente se tornasse consciente de sua unidade com o Pai e estivesse desejoso de saber que já possuía tudo, uma vez que tudo que pertencesse ao Pai era dele. Desses dois claros exemplos, que nos são dados pelas Escrituras, podemos notar que o desencadeamento da existência mortal teve, como início, aquele mesmo clamor universal ou crença numa entidade ou egoidade separada ou apartada de Deus, e irá permanecer em nossa experiência até que retornemos ao Pai-consciência, reconhecendo que tudo que é do Pai é nosso. Somente então veremos que todo bem

 

deve vir do interior, e que nossa unidade com Deus constitui nossa unidade com todo ser e coisas espirituais. Deus, sendo imortal e eterno, é também a imortalidade e eternidade do filho. Estes dois exemplos bíblicos servirão para trazer à nossa lembrança consciente o caminho espiritual que nos conduzirá, por fim, à vitória sobre o pecado, a doença e a morte.

LIDANDO COM AS CRENÇAS UNIVERSAIS É verdade que temos, a todo momento, crenças universais a nos martelarem: a crença universal de idade, a crença universal de micróbios, a crença universal de morte. Porém, elas nos vêm aos pensamentos como crenças, sujeitas à nossa aceitação ou rejeição. Quem desconhece este estudo da Verdade desconhece esta escolha, e se torna vítima das crenças universais, vivendo à mercê delas sem que nada saiba ou possa fazer. Mas quem estuda a Verdade está sempre no controle; pode aceitar ou rejeitar as crenças universais, pensamentos ou sugestões que lhe vêm, podendo inclusive lidar com elas antes mesmo que surjam. Toda aparência como pecado, doença, falta ou limitação vem à nossa consciência como crenças ou sugestões, e nós podemos aceitá-las ou não, dependendo unicamente de nós mesmos. Isso não quer dizer que se apenas dissermos: “Eu não gostei de você! Saia!”, bastará para darmos fim à crença. Não é assim tão simples! Deverá ser objeto de convicção, de uma real compreensão de que o  o   Eu, a Consciência, governa, e controla este corpo, e que o corpo não pode receber ou se mostrar sensível às crenças do mundo. Deverá estar bem claro que existe somente um Poder, somente uma Causa: todo poder está na Causa e não há nenhum poder no efeito. Deixe bem claro, em seu pensamento, que este senso de corpo, isto é, este conceito a que chamamos de corpo físico, não é, de si mesmo, uma entidade consciente. Assemelha-se a um carro nosso, um veículo em que viajamos e que segue na direção que nós determinamos. Este corpo também segue na direção em que determinarmos. Ninguém poderá fazer com que nosso corpo realize algo. Nós, nós próprios, governamos e controlamos sua ação. Como já repeti várias vezes, este não é trabalho destinado a homem preguiçoso. É um trabalho que requer esforço constante e consciente. Seguir o caminho espiritual não é permanecer sentado deixando que um Deus misterioso faça algum favor especial. Nossa vida é determinada pela nossa própria consciência, pelo nosso próprio conhecimento da Verdade do ser, e pelo desejo nosso de rejeitar, tão rápido quanto nos venham, as sugestões deste miasma mental chamado “mente humana”, “mente carnal” ou “mente humana universal”. Ao falarmos sobre o aspecto mais esotérico ou espiritual deste mundo, vemo-nos na possibilidade de realmente “caminhar nas nuvens”; porém, quando descemos à aplicação prática em nossa experiência, será preciso sairmos um pouco das nuvens para compreendermos a natureza daquilo com que estamos lidando. Em nossa existência “neste mundo”, estamos lidando com crenças universais. Elas são mais

 

antigas do que o tempo, a começar da crença de que nós nascemos, e que vai direto à crença de que morremos. Certamente, em algum período de nossa experiência, precisamos despertar conscientemente conscientemente para esse fato e darmos início à rejeição destas crenças do mundo.

CAPÍTULO 9 A NATUREZA DO INDIVÍDUO COMO CONSCIÊNCIA

É provável que o ponto mais importante da vida espiritual venha a ser a questão: “Que é Deus?” A pesquisa dos diferentes conceitos de Deus indica que para algumas pessoas Deus é visto como Mãe; para outras é visto como Pai; para algumas é considerado como Mente, Lei ou Princípio; e por fim algumas O consideram Pai-Mãe. Se o conceito for iluminado, um termo não será mais importante ou adequado que o outro, mas a nossa maneira de considerar frequentemente limita o nosso conceito do Infinito a uma forma finita. A maior declaração jamais feita sobre o nome ou natureza de Deus diz que, se você puder darLhe um nome, aquele não é Ele. E isto é verdade. Se der a Ele um nome, você estará batizando algo além de você próprio, e aquele não poderá ser Deus pois o próprio Ego que está dando aquele nome não é outro senão Deus. Da mesma forma não poderá haver realmente uma busca pela verdade porque aquele que está buscando é a verdade. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (João 14: 6). 6) . Como poderia eu buscar a vida eterna, se eu próprio sou aquela vida eterna?

A NATUREZA DE DEUS Qualquer nome ou termo que pudéssemos aplicar a Deus seria errôneo em si, pois implicaria em dualidade. Sob este ponto de vista há um experiência interessante do líder hindu Ramakrishna, que viveu no final do último século. Desde criança, quando já ajudava no altar do templo, ele sentia profunda aspiração por Deus, sentia-se faminto por Deus. Como um dos deuses da Escritura Oriental era conhecido por Mãe Kali, esta era a designação usada por Ramakrishna quando se referia a Deus. Ela passou a ter tamanha realidade para ele que todas as suas preces e devoção eram dedicadas a ela.

Certo dia, uma mulher de grande elevação espiritual veio a Ramakrishna e se ofereceu para erguê-lo ao mais alto grau de consciência c onsciência espiritual, onde ele se conscientizaria de sua unidade com Deus. Ramakrishna aceitou e a mulher permaneceu por algum tempo com ele, meditando  junto dele até que sua consciência lhe permitiu dizer: “Ah, eu sou!”. Ele teve a plena conscientização de que eu e o Pai somos um – “Eu sou Ele” (Soham). Porém, posteriormente,

 

conta-se que naquele estado de consciência onde não havia nenhuma Mãe Kali ele passou a sentir solidão, e voluntariamente abandonou sua consciência da unidade absoluta para retornar ao senso de dualidade. Na Índia, um dos termos mais destacados para Deus é Mãe. Às vezes a palavra Pai é empregada, mas a designação “Mãe” é a que prevalece. Este ensinamento hindu atingiu a Europa e alguns europeus também passaram a pensar em Deus como Mãe. Mas a fim de apreender uma ideia mais clara da totalidade de Deus, mais tarde muitos europeus adotaram a designação Pai-Mãe, que é hoje empregada em muitos lugares. Embora esse termo tivesse sido inicialmente introduzido neste país pelos Quakers, que o criaram do conceito oriental de Deus como Mãe e do conceito ocidental como Pai, ele é muito frequentemente usado na Ciência Cristã e na Unidade. No Antigo Testamento você verá que Abraão falava de Deus como Amigo. Este foi o seu conceito desta Presença e Poder espiritual – Amigo. E ele conversava com Deus como se o fizesse com um amigo. Para Jesus, Deus era considerado como Pai, e este conceito é encontrado em todo o seu ministério. “O Pai que está em mim...” (João 14: 10)... “Meu Pai trabalha até agora.” (João 5: 17).. Sempre seu relacionamento com Deus era como se Deus fosse um Pai: “Quem me vê a 17) mim vê o Pai... “Não crês tu que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim?” (João 14: 9-10).   “Eu e o Pai somos um.” (João 10: 30).Dos 30).Dos registros do Evangelho de João somos levados a crer que antes da crucificação, Jesus havia conscientizado sua unidade com Deus, vendo que tudo da natureza humana era somente um vidro embaçado através do que a Infinitude estava aparecendo. Ele aprendeu a não ter desejos conscientes, mas a deixar-se conduzir por Deus, conscientizando não haver Deus e ele, mas que realmente Deus é tudo que existe. De Jesus nós recebemos o ensinamento: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (João 14: 6)... 6)... “Eu sou a videira, vós sois os ramos” (João 15: 5). 5) . Todo o seu ensinamento está fundamentado no Eu Sou.. Sou Como estudantes da sabedoria espiritual, todos vocês já sabem da existência de muitos estados e estágios de consciência. Para alguns, Deus é claramente compreendido quando visto como Mente. Há outros que só conseguem visualizá-Lo como Princípio ou como Lei do universo. Existem ainda aqueles que amam a natureza – plantas, flores, e árvores – e têm um conceito de Deus como Vida, a suave Vida que a tudo permeia. Nesses casos, cada um está interpretando Deus de acordo com seu próprio estado de consciência. Há pessoas que entram nesta vida sob o ponto de vista de devoção ou religião, e para estas Deus permanece como Deus, e nenhum outro conceito consegue satisfazê-las. Alguns podem entender Deus como sendo o Cristo, e isto os satisfaz. Por outro lado, há muitas pessoas em metafísica que nunca aceitaram o Ser supremo sob as letras D-E-U-S e nem mesmo como o Cristo. Para elas, Deus deve ser encarado como lei, mente ou princípio. Mas aquele é um estágio temporário, pois uma vez ocorrida a conscientização de D Deus, eus, uma vez que Deus tenha se tornado uma experiência viva, nunca mais poderá ser visto como mente ou princípio. Passará a ser um terno amigo, a Alma, um divino amor, e outras denominações, que para aqueles que ainda não tiveram aquela experiência, não fazem qualquer sentido. É muito fácil

 

falar de Deus como sendo Amor, mas será um termo sem significado, a menos que você O sinta realmente.

TENDO A EXPERIÊNCIA DE DEUS O propósito ou objetivo de se seguir o caminho espiritual não é ser capaz de atribuir um nome a Deus, mas é ter a experiência de Sua presença, e então deixar que Deus seja para nós tudo o que Ele possa fazer-Se manifestar como, pois a cada um Deus Se revela e Se desdobra de uma maneira individual. A mais elevada prece, a mais elevada meditação, ocorre quando eliminamos inteiramente todas as opiniões pré-concebidas, pensamentos, formas ou nomes para Deus e nos tornamos receptivos, dizendo: “Pai, “ Pai, revela-Te.” Isto não quer dizer que Deus é Pai no sentido de um pai humano, porque ninguém poderia sonhar com um Deus meramente como um pai de natureza masculina e nem poderia falar de Deus como Mãe pensando em termos de mãe humana. O termo Pai-Mãe simplesmente denota as qualidades especiais de Deus. Quando nos referimos a Deus como Pai, naturalmente pensamos num forte poder em que podemos confiar, num poder que nos ampara e nos mantém, ou mesmo num poder disciplinador; quando nos referimos a Deus como Mãe, naturalmente pensamos em Deus como uma suave presença ou influência protetora; quando nos referimos a Deus como Pai-Mãe, pensamos em todas estas qualidades que nos circundam, formando uma nuvem em volta de nossos ombros e uma luz em nossos pés. Uma vez que tenhamos realmente sentido e compreendido que Deus não é nem pai nem mãe, que Deus não é uma pessoa em qualquer sentido da palavra, e tenhamos lançado fora todas as nossas ideias a respeito do que é Deus, deixando que Deus se revele, Se manifeste, então Deus virá como um “sentimento” e uma “consciência” , e nunca mais levantaremos na mente a questão do que venha a ser Deus ou qual o nome ou termo a Lhe ser atribuído. O meu conceito de Deus é de uma presença e sentimentos indescritíveis. Eu não conheço Deus a não ser através de um “sentimento”. Eu “sinto” a Presença em todo o meu ser, em meu tórax, na ponta dos pés. Não importa qual seja a circunstância externa, mesmo nos casos em que desarmônica, eu me mantenho sempre consciente desta Presença – uma sensação, um sentimento, uma consciência. Este assunto da natureza de Deus tem sido ampliado, não para que você possa ganhar um maior conhecimento da verdade, mas para que muitos atinjam uma elevação de consciência que permita ter uma experiência real de “sentir” Deus e possam finalmente dizer: “Eu vi Deus face a face”. Isso virá a acontecer com todo aquele seguir o caminho espiritual. Terá erguido sua consciência ao ponto em que Deus é uma realidade, e se alguém lhe perguntar “O que é Deus?”, ele apenas sorrirá, pois não haverá mais nada que ele pudesse fazer. Eu não saberia o que dizer diante da pergunta “O que é Deus?”, porque após senti-Lo não se consegue mais defini-Lo. É impossível fazê-lo. Não existem palavras para descrevê-Lo e nem maneiras de ilustrá-Lo para alguém mais. É preciso haver uma experiência individual.

 

Somente quando atingimos aquele desenvolvimento que nos permita entrar em meditação e pedir: “Deus, revela-Te!”, e sentimos Sua presença é que passamos a ter uma compreensão espiritual. Todo o objetivo de nossa estada neste plano da vida é alcançar aquela conscientização de Deus. Quando isso acontece e nossa unidade com Deus é sentida conscientemente, todas as discórdias, erros e desarmonias desaparecem, e Deus Se torna a vida de nosso ser, a sustentação, o suprimento, a sabedoria, a diretriz e a inteligência; Deus Se torna a natureza suave e pacífica de nosso ser; e além disso, há uma compreensão total de que aquilo tudo é Deus aparecendo como. Ao sentirmos a presença de Deus passamos a saber que toda a nossa experiência é fruto daquela Presença e que sempre nós A teremos conosco: “eu nunca o deixarei e nem o abandonarei.” (Hebreus 13: 5).  5).  Uma vez que tocado por aquele Algo, você saberá que Ele está presente e que nunca o deixará e nem o abandonará. É verdade que você poderá passar horas, dias ou mesmo semanas em que dirá: “Eu me sinto totalmente isolado de Deus”. Você poderia realmente sentir-se daquela forma; sentir-se como um ser humano deixado perdido no mundo, sem base alguma. Mas ela retorna muito, muito rapidamente e logo você percebe que não estava realmente afastado daquela Presença; apenas ela estava momentaneamente além de seu alcance, quando a pressão externa era muito forte.

QUEM SOU EU? Devemos passar a considerar a nossa posição em relação a Deus. Até agora, falamos de Deus conosco; falamos de Deus permeando o espaço todo. Porém, quem sou eu e onde estou eu? Passe a olhar o seu dedo do pé e pergunte a si mesmo: “Aquilo sou eu?”. A resposta logo há de vir: “Não, não sou eu; aquilo é meu.” Então dirija sua atenção para o pé e verifique se ele é você ou se ele é seu. Continue investigando até o topo da cabeça, e verifique se você pôde se localizar em alguma parte do corpo ou se descobriu que você não está no corpo, mas que o corpo pertence a você. Você não irá se achar no corpo, porque não está nele. O corpo é seu, mas você não se encontra no corpo. A razão disso é que você é consciência, você é inteligência, e não se pode confina-las na carne. A consciência governa o corpo; ela não está confinada em um corpo. Como poderia a inteligência, uma qualidade da consciência, estar confinada dentro de um cérebro ou de um estômago? Você é consciência. Como podemos saber disto? Você está consciente: você está consciente do seu corpo; você está consciente da sua família; você está consciente de sua nação; você está consciente dos oceanos, estrelas, sol, lua – de tudo que está incorporado dentro da consciência que você é. Se eles não estivessem em sua consciência, você não poderia estar consciente deles. No momento em que você começar a compreender isto, passará a ver que você não está localizado em uma poltrona ou mesmo em uma sala. Exatamente onde você se senta é a terra toda, incorporada dentro de sua consciência; portanto, você deve ser maior que a terra para poder contê-la dentro de sua consciência.

 

  A NATUREZA DA CONSCIÊNCIA A Consciência que constitui o seu ser é infinita; e através dela você toma conhecimento de tudo o que existe neste mundo presente e também de tudo que já existiu no passado ou que virá a acontecer no futuro. Nada poderia estar fora da faixa da consciência infinita. Quando você se torna cônscio da natureza infinita do seu ser como consciência, você passa a perceber que é sua consciência que engloba e incorpora tudo o que se relaciona com a sua experiência – seu corpo, lar, negócios e outras atividades referentes a você. A consciência que constitui o seu ser governa todas estas atividades. ativ idades. Ao considerar o tema da consciência, você estará tratando com infinitude, eternidade e imortalidade. É esta a consciência que você é, a consciência que você não pôde encontrar no seu corpo, mas que encontrou englobando, não apenas o seu corpo, mas o seu universo inteiro. Assim que você começar a conscientizar que a natureza do seu ser é consciência, passará a ter a compreensão de que você, por si, é imortal, eterno e infinito. Um conhecimento meramente intelectual deste fato nada fará para você. Deverá haver uma conscientização interior desta grande verdade antes que você possa “sentir” a presença desse poder atuando como sua consciência individual. Esta consciência age através da inteligência, age como mente, e age de forma mais poderosa, clara e correta quando nos colocamos num estado de receptividade para a sua ação. No cenário humano existe a ação da mente carnal, uma mente que faz algumas vezes coisas maravilhosas para você, mas que em outras vezes o coloca em dificuldades. Esta mente dá a você condições de realizar algumas coisas coi sas notáveis, mas o sucesso atinge determinado ponto e estaciona, e então suas limitações se tornam visíveis. A mesma mente, porém, quando dotada de sabedoria espiritual, quando começa a extrair a infinitude, já deixa de ser a mente carnal humana. Ela ainda se expressa como mente individual, mas deixa de planejar, delinear, raciocinar, programar ou pensar. Passa a ser um estado de receptividade, um instrumento da Inteligência divina, sempre sendo dirigida para seguir o rumo certo. Quando a mente se torna este estado de receptividade à orientação divina, obviamente ela não será conduzida para desejar obter fama ou fortuna através de meios ilícitos. Quando alguém abre sua consciência a esta orientação divina, é preciso compreender que toda bênção que lhe for trazida individualmente se estenderá a todos os que com ele estiverem associados. Aqui reside a diferença entre a atividade da mente humana, guiada por razões humanas, e a atividade de sua mente individual, quando é desejosa de receber instruções da Inteligência infinita, da Sabedoria infinita. Este é o motivo pelo qual eu trato amplamente desse assunto da consciência. Já vimos que Deus deve ser revelado a cada um de nós, não como um nome, mas como uma experiência, um “sentimento”, e agora quero fazer saber que quando aquilo acontece, vem na forma de uma Consciência infinita, uma Consciência infinita que você reconhecerá ser a sua própria consciência. Então ela será imbuída não apenas de inteligência, sabedoria e instrução, mas

 

também de suavidade e proteção – tudo que for necessário para o desenrolar harmonioso de sua existência, não apenas do “berço ao túmulo”, mas desde “antes “ antes que Abraão existisse... existisse... até a consumação dos séculos.” séculos.” Todo aspecto de sabedoria, orientação e segurança – tudo se encontra naquela consciência que você é.

A CONSCIÊNCIA SE DESDOBRA COMO FORMA Observe agora o que acontece! No instante em que você adquire o primeiro vislumbre de que Deus é a sua consciência, você começa a compreender aquele ponto máximo com que iniciamos este trabalho específico, isto é, que não existe qualquer poder ou valor no efeito, já que todo o poder e todo o valor estão na consciência produtora do efeito. Você passa a observar que onde quer que você esteja, ali é “solo sagrado”, e que a Onipresença junto a você  – a Onipresença como você – já possui tudo o que for necessário para o momento, em termos t ermos de suprimento, saúde, conhecimento ou proteção. Seja qual for a necessidade, você a encontrará suprida na Onipresença de você próprio, não dependendo de pessoas, lugar, coisa, circunstância ou condição. Quando você captar este sentido de se ver como consciência, ou de visualizar a consciência como realidade do seu ser, onde você estiver, a totalidade da infinitude divina estará ao seu alcance. E realmente começará a compreender as promessas bíblicas: “Eu nunca o deixarei nem o abandonarei... Quando tu passares por entre as águas, eu serei contigo, e os rios não te submergirão; quando andares por entre o fogo, não serás queimado, e a chama não arderá em ti.” O primeiro passo em sua conscientização de ser consciência começa por pesquisar, “dos pés à cabeça”, se você pode ser encontrado em alguma parte do corpo. Você verá então que não está em um corpo, mas que está consciente do corpo, e além disso perceberá estar “do lado de fora” como consciência, lá onde não poderá ser tocado por coisa alguma de natureza finita ou errônea. Tente captar a visão do significado da consciência, pois ela se expressará a você ou através de você como sua própria sabedoria, como sua própria vida, e trará com ela a sua própria imortalidade, sua própria eternidade e sua própria infinitude. Ao começar a perceber a si próprio como consciência, você estará começando a conscientizar que Deus é a própria fibra de seu ser, a própria substância de seu corpo. Com essa nova compreensão, você olhará para o mundo e verá tudo como sendo formado daquela consciência, e portanto como um instrumento de Deus, nunca do mal.  mal.   Os três hebreus caminharam através da fornalha incandescente, sem serem afetados pelo fogo ou pela fumaça, pois conheciam a Deus como o poder de todo efeito e, vestidos com tal capa protetora, não viram o fogo como sendo um elemento maligno. Viram-no somente como uma atividade da consciência, como uma qualidade da consciência.

DEUS É O ÚNICO SER

 

Quando esta ideia de unidade e totalidade da consciência despontar, surgirão muitas experiências de cura, proteção e orientação. Em dado momento, o estudante que estava ajudando alguém com um problema físico, teve a conscientização: “Eu sou o ser único, Eu sou tudo que existe. Há somente um Eu, e, portanto, se não é uma verdade para este Eu que eu sou, então este problema não é verdade para mais ninguém.”  Aquela   Aquela conscientização trouxe um alívio imediato, e logo em seguida veio a cura. Outro caso de cura com uma conscientização similar ocorreu num caso de câncer. A pessoa que havia realizado a cura contou-me que tinha lido “A interpretação espiritual das Escrituras” e que havia percebido claramente que o livro expunha sobre o único Eu. Quando a pessoa que vinha por vários anos enfrentando um problema de câncer solicitou a sua ajuda, veio-lhe a conscientização: “Eu não tenho esta condição; isto não faz parte do meu ser, e como este é o único ser, como poderia fazer parte do ser de alguma outra pessoa?”. Na manhã seguinte a cura estava concretizada; a coisa toda tinha desaparecido. Estes foram dois casos que aconteceram graças à conscientização da unidade e totalidade da Consciência. Note que se existe uma só Consciência e que Esta é infinita, tal Consciência deve ser você. Se alguém lhe disser que está doente ou que é pobre, você saberá que aquilo não pode ser, pois existe somente um Eu infinito, uma Consciência infinita, aparecendo em todas as infinitas manifestações, mas que permanece ainda como o único Eu, que é aquele Eu queSuas eu sou. Quando alguém lhe solicitar ajuda, não deverá haver um senso de algum paciente vir ao praticista, e de um praticista de alguma forma a entrar em contato com Deus para que o paciente seja curado. Não existem Deus, praticista e paciente: Existe somente Deus; e apenas com esta conscientização é que a cura científica poderá acontecer. Em caso contrário, teríamos uma pessoa doente que dependeria da compreensão e habilidade do praticista para alcançar a Deus e trazê-Lo ao paciente. Muitas coisas estariam erradas naquele quadro. Não existe praticista e não existe paciente: Existe somente Deus, e esta conscientização deverá vir em todo tratamento, em toda tentativa de estabelecer a harmonia nas atribuladas situações humanas. Quando você estiver tratando de sua própria vida, com seus relacionamentos familiares ou com os seus negócios – até mesmo com seus relacionamentos familiares ou com os seus negócios – você deveria praticar o exercício de viajar pelo seu corpo de cima abaixo e procurar nele o seu próprio ser; e então, ao vir que aquilo não é possível, faria a pergunta: “Onde eu estou?”, ou, “Quem sou eu?”, ou ainda, “O que eu sou?”, e então conscientizaria que o Eu é Deus. Ao adquirir aquela visão, você terá resolvido integralmente o problema porque prontamente irá ver que não pode haver espaço para Deus, Ser infinito, e para algo ou alguém mais ao lado d’Ele. Todo relacionamento desta vida se baseia na crença de que há dois ou mais de nós – dois ou mais de nós no lar, dois ou mais de nós nos negócios. Por outro lado, toda verdade espiritual está baseada no fato de que há somente um Eu, uma Consciência, uma Alma, um Espírito, e eu sou aquele que Eu sou. Tudo que é do Pai é meu – tudo que é verdadeiro para o Eu é verdadeiro para o filho.

 

A nossa dificuldade surge quando, após termos feito aquela declaração e conscientizado aquela verdade, nós nos envolvemos de alguma maneira com os mortais, com o quadro mortal. E é onde nós perdemos a demonstração, pois aquilo não pode ser feito. Os mortais constituem a ilusão; constituem o que não tem existência. Como seria possível vincularmos uma verdade espiritual com aquilo que não tem existência? Não o tente. Isto não pode ser feito. Você não pode curar um ser humano. Se isso pudesse ser feito, Deus já o teria feito muito antes que o tentássemos. A essência e substância do trabalho de cura está na conscientização de que não existem seres humanos e que Deus é o único ser infinito. Nós todos conhecemos estas verdades espirituais, mas sempre caímos numa armadilha. Após termos conhecido esta verdade, nós ficamos a imaginar: “Bem, mas o que fazer com o meu paciente que não está respondendo?”. Nós não temos um paciente! Se tivermos tal pensamento, se retivermos qualquer pensamento sobre um paciente, nós não temos o direito de sermos praticista, pois ainda não possuiremos uma compreensão do único Eu, do único Ego, ainda não possuiremos uma compreensão do nosso próprio ser como consciência. Eu sei que isto não é fácil porque se opõe a tudo t udo que os sentidos humanos testificam. A resposta àquela questão é a resposta ao seu e ao meu problema individual. O mundo todo possui uma crença em alguém apartado de Deus, e está pagando por seu erro/pecado. Estamos pagando por tal erro ou pecado. enquanto aceitarmos egoidade apartada todos de Deus, sofreremos a penalidade por tal E,crença. Somente quandouma despertarmos para nossa verdadeira identidade, entraremos no reino de nossa herança espiritual de harmonia, totalidade, alegria, paz, abundância, e de todo o bem do reino espiritual.

CAPÍTULO 10 ADQUIRINDO A CONSCIÊNCIA DO BEM

A Consciência é o segredo real do mundo. Quando você pensa estar e star em busca de Deus, na verdade o que você está buscando é uma compreensão da Consciência, porque a Consciência é Deus; Deus é Consciência. Quando tiver encontrado o significado interior da Consciência, você terá encontrado Deus, terá descoberto a sua própria p rópria consciência. Agora você poderá entender mais de perto aquilo que venho repetindo diversas vezes, que o objetivo deste trabalho não é o de lhe dar mais verdades além das que você já conhece. Estou certo de que você já conhece tudo o que há para ser sabido das palavras da verdade. Isso está amplamente disponível, não apenas em meus textos, mas em muitos outros. Assim eu volto a dizer: o objetivo deste trabalho não é adicionar uma só palavra ao seu conhecimento intelectual da verdade, mas acelerar a expansão da consciência – o desenvolvimento da consciência divina como sua consciência individual.

 

A chave daquilo que denominamos "demonstração", ou seja, uma vida feliz e bem sucedida, uma existência alegre e plena, é a consciência, é a obtenção da consciência do bem numa forma ou outra. Se me perguntassem qual é o objetivo de nosso trabalho, suponho que responderia: "Nós buscamos por Deus." Para a maioria das pessoas Deus é um termo bastante vago. Você saberia o que fazer com Deus após encontrá-Lo? Realmente, se fôssemos honestos conosco mesmos, nós diríamos: "Estamos buscando um senso de paz, uma consciência de harmonia, de saúde e de plenitude do ser." Poderíamos resumir tudo numa frase: "Estamos buscando uma consciência de felicidade." Se nós estamos felizes, temos todas aquelas coisas, e nossa felicidade incluiria tudo aquilo. Alguém disse que a felicidade é uma borboleta que, quando perseguida, está sempre além do nosso alcance, mas se nos sentarmos tranquilamente ela virá e pousará em nós. Se é verdade que o reino de Deus está dentro de nós, a felicidade não poderá ser encontrada no exterior. A felicidade é algo que flui do interior de seu próprio ser. Assim, o estado de consciência que está perseguindo sempre a felicidade precisa ser eliminado, e a consciência de ficar sentado quietamente, deixando a alegria vir, p precisa recisa ser adquirida. Nathaniel Hawthorne escreveu: "A felicidade nesta vida, quando vem, vem casualmente. Faça dela objeto de perseguição, e ela nunca será obtida. Tendo por meta algum outro objetivo, muito provavelmente encontraremos o que chamamos de felicidade, sem que tivéssemos sonhado com ela." Alcançar a felicidade ou a paz, alcançar a paz da mente ou um senso de plenitude e harmonia, significa, antes de tudo, parar de ficar correndo em volta, parar de ficar tentando obter algo, e, principalmente, aprender a sentar-se calmamente, meditar e ponderar internamente as realidades do Ser, e então deixar que esta felicidade apareça. Dizem que a felicidade é um perfume que você não pode passar nos outros sem que algumas gotas se derramem em si mesmo. Assim, antes deste perfume de felicidade poder vir a nós, precisamos p recisamos começar a passá-los nos outros.

NADA PODE SER ACRESCENTADO A VOCÊ E NADA PODE SER TOMADO DE VOCÊ Tudo isso nos faz retornar ao ensinamento do Mestre: "O reino de Deus está dentro de vós"; ele deve fluir do seu interior. Nada pode ser-lhe acrescentado, nada pode ser-lhe tirado: você é eternamente pleno e completo. Sempre que formos meditar precisamos nos lembrar desta verdade: não existe nada "fora" ou separado de nós que possa ser obtido. Precisamos apenas obter a consciência daquilo que estamos buscando, para descobrir que já o temos. Nunca nos esqueçamos de que para trazermos melhoramentos nas nossas atividades precisamos começar de onde nos encontramos neste momento. Não ficamos sonhando com o que virá a acontecer após atingirmos uma compreensão maior, ou após permanecermos mais um ano neste trabalho.

 

Por exemplo, se o problema for de saúde, nós devemos nos sentar, e exatamente no ponto em que estamos agora, começamos a nos conscientizar de toda a verdade que conhecemos sobre Deus e Sua creação infinita. Não esperamos até amanhã, não esperamos até conhecer melhor a verdade, até sermos mais espirituais ou mais merecedores. Sentamo-nos exatamente agora e usamos o pouco da verdade que conhecemos. Se não conhecemos mais do que aquilo, colocamos aquele pouco para funcionar. Tomamos tudo que dispomos da verdade e passamos a utilizá-lo. Sentamonos e ponderamos a verdade sobre Deus, a totalidade do Ser espiritual, a verdade de que a ilusão não é poder, doença não é poder, pecado não é poder, e portanto, não podem causar nada. Este é o modo com que nós começamos a construir esta nova consciência da totalidade de Deus, a qual inclui a totalidade da saúde, a totalidade da harmonia, a totalidade da abundância, e o consequente "nada" de todo poder que ameace obstruir a operação desta Totalidade. Se o problema for de suprimento, devemos imediatamente utilizar toda a verdade que conhecemos, pondo-a em ação executando tudo o que possa ser feito no momento. Pode acontecer de termos de começar com o trabalho mais humilde do mundo, mas isso não teria nenhuma importância – mesmo que ele não fosse remunerado. O que deve ser feito é nos mantermos ocupados com ele, conhecendo aquele grão de verdade, e continuando nele. Portanto, construímos uma nova consciência de atividade, de emprego, de renda e de tudo o que existe. Do mesmo modo, se desejarmos um corpo cheio de vida, útil e ativo com o passar dos anos, não o conseguiremos simplesmente com a obtenção de um melhor corpo: podemos praticar exercícios, fazer dietas e construir um bom corpo físico, e até conseguir obter certa medida de longevidade, mais cinco, dez ou quinze anos. Mas no trabalho espiritual o nosso objetivo é outro. Nossa meta é atingir um sentido espiritual de corpo, uma consciência espiritual de corpo, de modo que esta consciência possa mantê-lo infinitamente, eternamente e harmoniosamente. Para isso temos de obter uma consciência de eternidade, de imortalidade e de perfeição corporal. O segredo da obtenção de saúde ou suprimento não está na obtenção da saúde ou suprimento em si, mas sim na obtenção da consciência de saúde e da consciência de suprimento.  suprimento. 

A SUA CONSCIÊNCIA DA VERDADE SE TORNA A SUBSTÂNCIA DE SUA DEMONSTRAÇÃO Percebeu agora como é importante a consciência? Aprender a mudar nossa consciência é realmente e verdadeiramente o objetivo do nosso trabalho, pois todas as forma discordantes de nossa experiência não passam de nossa consciência errônea de tudo aquilo que está aparecendo para nós. Tentar nós. Tentar obter uma aparência melhor não resolverá o problema. Por exemplo, se você estiver morando numa casa que não é do seu agrado, mudar-se para outra melhor não será uma satisfação permanente. Não é essa a solução. A solução é adquirir, primeiramente, uma consciência melhor de casa; então uma casa melhor aparecerá.

 

Esse mesmo princípio é aplicável no caso de você estar insatisfeito com seu negócio, atividade ou profissão. Você deve obter uma consciência melhor, livre daquela insatisfação, e assim o bem desejado em si poderá ser experimentado. Ficou claro? Você pode começar exatamente aqui e agora pela conscientização de que o segredo para a obtenção de algo está em se atingir, em primeiro lugar, a consciência daquele algo. Por que isto? Porque a consciência é Deus, e no momento em que você tem consciência de uma coisa, a consciência a crea, seja "ela" qual for – lar, companhia, suprimento, emprego, saúde, eternidade, imortalidade. Sua consciência a construirá. "Com toda sua posse tenha compreensão" (Provérbios 4: 10). 10). Com  Com todo seu poder, consiga uma consciência do bem, e então o bem se seguirá. Assim que você adquirir a consciência daquele algo, ele passará a ser produzido por aquela consciência: a consciência se torna a substância de sua demonstração. Se pudéssemos contar-lhe que o que você foi ao nascer e o que determinou o seu aspecto foi o seu próprio estado de consciência, você poderia achar que tal fato é inacreditável que você nada tinha a ver com o assunto. Isto se deve ao fato de você acreditar que seu início foi no momento de seu nascimento, ou em alguns meses antes, mas a verdade não é esta. Você tem existido com Deus desde "antes que Abraão existisse", e portanto, o estado de consciência em que você se encontrava antes do nascimento foi a causa daquilo que você agora está demonstrando, e o estado de consciência que você conseguir no próximo ano ou nos próximos dez anos determinará a aparência do seu corpo, negócio, lar, relacionamentos familiares ou nacionais. Você acredita realmente e verdadeiramente que é a sua própria consciência que governa a sua vida? Pode alguém duvidar? O ensinamento integral de O Caminho Infinito está baseado na premissa de que a Consciência é Deus, e aquela Consciência, sendo universal, é a sua consciência individual. Daquele ponto de vista, você deveria possuir um corpo perfeito, um negócio perfeito, um lar perfeito, uma vida perfeita. À medida em que você for se tornando mais e mais consciente da natureza infinita de sua própria consciência, o efeito irá aparecendo em sua experiência sob infinitas formas. sugestão mesmérica ou crença será universal numapela egoidade apartadaQuanto de Deusmais atuar aem você, mais a sua demonstração governada crença do mundo, em vez de sê-lo pela sua própria consciência infinita. Em uma época de depressão, se você encontrar-se sem trabalho, significa que você tornou-se vítima da crença mundial, em vez de demonstrar que as crenças mundiais não possuem poder algum sobre você, por ser a sua consciência a lei sobre o seu ser. Isto de maneira alguma nega o que ensinam as escrituras. No Gênesis, foi dado a nós o domínio sobre tudo neste universo, desde o fundo do mar até as estrelas do firmamento. Também é certo que o ensinamento do Mestre não nos deixa ser vítimas de tiranos ou ditadores. Ele nos ensinou que não pode haver poder algum sobre nós, a menos que seja o do Pai, mas para demonstrarmos esta verdade nós precisamos ter a consciência dela. O simples fato dela ser verdade não realizará a obra: é a sua consciência da verdade que realiza a obra.

 

  CAPÍTULO 11 ESTADOS E ESTÁGIOS DE CONSCIÊNCIA

"Em seguida o Senhor estendeu a sua mão, tocou-me na boca e disse-me o Senhor: Eis que eu pus as minhas palavras na tua boca; eis que te constituí hoje sobre as nações, e sobre os reinos, para arrancares e destruíres, para arruinares e dissipares, para edificares e plantares" (Jeremias 1: 9-10)  9-10) 

Aquilo não foi dito a um homem; foi dito a um estado de consciência, um estado de consciência espiritual. Aquele estado de consciência não apenas arranca, mas também planta; ele destrói, mas edifica. A única coisa que é posta abaixo e destruída é um falso conceito, um falso conceito de Deus, um falso conceito de universo, um falso conceito de seu ser e corpo individual: O que é edificado é a conscientização de sua identidade verdadeira – um conhecimento do mundo e de tudo que nele está como realmente são. Existem estados e estágios de consciência, e ao trabalharmos no mundo humano como nossos recursos humanos, sabedoria humana e força física, estamos vivendo em um estado material e através de um estado material m aterial de consciência. Até a metade do século dezenove, o mundo estava em sua maior parte num estado de consciência material, quando então avançou para um estado mais mental de consciência. Sempre existiram algumas poucas pessoas que em certa extensão conheciam o reino mental – os artistas, escritores e visionários de todas as épocas. Quando o poder da mente atraiu em grande escala a atenção do mundo, durante a metade do último século, o mundo parecia estar pronto para avançar a um estado mental de consciência e passou a realizar mentalmente aquilo que antes era feito fisicamente. Em outras palavras, as curas do corpo que antes eram realizadas por remédios, ervas e ataduras, passaram a ser feitas por “pensamentos”, por sugestões mentais, e às vezes até mesmo por auto-sugestão. Vieram todos os tipos de tratamentos mentais, desde o hipnotismo até as mais leves formas de sugestão ou auto-sugestão.

O ESTADO MÍSTICO DE CONSCIÊNCIA Através de todas as épocas, tem sido conhecido que além do material e mental, existe um terceiro tipo mais elevado de consciência, a consciência espiritual, atingida pelos místicos do mundo, por aqueles que conscientemente encontraram sua unidade com Deus. O misticismo é todo ensinamento ou religião que conhece a possibilidade de haver uma união consciente com Deus. Em seu sentido correto, o misticismo reconhece a capacidade de se recebe, sem benefício ou ajuda externa, a comunicação com Deus, de comungar com Deus e receber diretamente Sua orientação. Nada há de oculto ou de misterioso no misticismo. Corretamente compreendido, o misticismo é a

 

linguagem de todos os ensinamentos metafísicos, pois trata da unidade consciente com Deus. O estado místico da consciência – consciente unidade com Deus – é o estado mais elevado que existe. Nele, a mente consciente que pensa apenas funciona como veículo da mente divina, da Sabedoria universal, que Se individualiza como sua e como minha mente. Assemelha-se a um artista, que em momentos de elevada inspiração concebe um quadro de rara beleza: logo ele irá cristalizar aquela visão em uma tela, com a ajuda não apenas de suas mãos, mas também de sua mente humana, através de seus conhecimentos de cor, perspectiva e técnica de pintura. Com toda a sua habilidade ele executaria a ideia oriunda de sua percepção do infinito sentido espiritual do ser. Da mesma forma, o tom, a melodia ou a harmonia que um compositor incorpora em seu trabalho também tem sua origem no Infinito, na Consciência universal, que Se individualiza como a obra deste compositor. Porém tal músico teria que fazer uso dos seus conhecimentos de teoria e harmonia musical, obtidos por ele individualmente, e através da mente humana teria de traduzir sua ideia na forma de uma peça musical, possível de ser executada por algum artista habilidoso na arte do instrumento musical pretendido. O maior místico de todos os tempo foi João, o discípulo predileto. Foi quem escreveu: “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós” (João 1: 14). 14). O verdadeiro místico não é um visionário no sentido de considerar algo impraticável, e este ensinamento não é o de um visionário que se põe sentado, com a cabeça nas nuvens. Aquilo pode ser permitido e ter a sua importância, desde que enquanto a cabeça estiver nas nuvens, seus pés fiquem firmemente plantados no chão, isto é, embora pareça algo intangível ou visionário para os sentidos, torna-se tangível como forma e demonstração. Neste estado espiritual de consciência você não apenas sonha, mas tem visões e recebe ideias. Você não fala delas aos homens comuns, porque “o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entende-las, porque elas se discernem espiritualmente” (I Coríntios 2: 14). 14) . É melhor retê-las na própria consciência, sempre trabalhando no seu desenvolvimento, até finalmente vocêEle receber provanós de que o Verbo se fez carne. Ele se torna tangível; Ele se torna visível; habitaa entre como demonstração. No Caminho Infinito da vida, nós sempre estamos nos empenhando na aquisição de maior compreensão espiritual, e caminhando nessa direção, observamos como ela se torna tangível e visível em nossa experiência. Ver espiritualmente é bem diferente de ver psiquicamente. Quando nos tornamos conscientes de experiência psíquicas, tais como ver cores ou ter visões, mesmo que elas possam ter alguma aplicação em nossa experiência humana, isto é, que possam ser usadas como profecia ou aviso, ou mesmo como orientação, lembre-se de que elas pertencem inteiramente ao nível psíquico ou mental da consciência. Esse tipo de experiência psíquica em nada se relaciona com o mundo do Espírito. Na literatura espiritual você nunca encontrará alguma referência a elas como sendo de natureza espiritual. Somente na literatura psíquica ou ocultista é que encontramos referências àquelas experiências.

 

  O UNIVERSO “REAL” E O “IRREAL” Ao nos iniciarmos na metafísica aprendemos sobre o “mundo real” e o “mundo irreal”, sobre o “home real” e o “homem irreal”. Por enquanto pode ser necessário fazermos esta distinção entre o que aparece a nós como um mortal (um ser humano) e o tipo ideal de homem, que chamamos homem-Cristo, o mais elevado ideal de ser individual que pode ser concebido. Quando estamos neste caminho como neófitos ou mesmo iniciados, podemos fazer aquela distinção e falar em termos de “realidade”, “homem real” ou “universo irreal”. Jesus disse: “O meu reino não é deste mundo” (João 18:36). 18:36). Isto poderia dar-nos a entender que existem dois mundos, mas é somente um meio temporário destinado a separar o nosso pensamento da crença de que o ser humano mortal, pecador ou doente, é creação de Deus. Assim, no início de nosso estudo e prática, seremos capazes de olhar para esse mundo humano e dizer: “Obrigado, Pai. Eu sei que isto não é obra de Suas mãos!” De fato, Deus nunca creou aquilo que vemos, pois o que nos é visível não é realmente o que está naquele local. O que vemos é apenas um conceito que temos daquilo que ali se encontra, e esse conceito nada tem a ver com a creação de Deus. Tal conceito se baseia em nossa bagagem cultural, em fatores hereditários e em nossas experiências humanas na vida. Por exemplo, se alguém tiver sido roubado algumas vezes, não confiará mais em nenhuma pessoa, ou se tiver sido enganada repetidamente, não acreditará mais em ninguém. Também pode ocorrer o extremo oposto: a pessoa que tenha conhecido somente pessoas de integridade, nunca pensará na possibilidade de existir a desonestidade ou existirem pessoas que intencionalmente prejudicam os outros. Em ambos os casos os conceitos mantidos por aquelas pessoas foram consequência do ambiente e experiência por que passaram. O mesmo se aplica a cada um de nós. Os conceitos que mantemos do mundo e de tudo que nele existe são moldados pelo meio-ambiente, pelas influências hereditárias e pela educação que tivemos. Todos esses fatores contribuem na formação dos conceitos que retemos do universo. O quadro que temos à frente, do bem e do mal humanos, é este o mundo “irreal” sobre o qual ouvimos falar em metafísica, e que a maioria dos metafísicos interpreta como um mundo que não existe, ou como um homem que não existe e que não é o homem-Cristo. Isto não é verdade. A única irrealidade sobre este universo e sobre o homem que estamos vendo é somente o nosso conceito, e não aquilo que realmente lá se encontra. Neste período em que avançamos do humano ao divino, um aprendizado que precisaremos conseguir para prosseguirmos em nosso desenvolvimento espiritual será o da conscientização de que aquilo testificado pelos cinco sentidos físicos não é realidade. Por esse motivo é que encontramos na literatura metafísica os temos “mundo real” e “mundo irreal, “homem real” e “homem irreal”, homem material e homem espiritual.

 

O HOMEM ESPIRITUAL E O UNIVERSO ESPIRITUAL ESTÃO AQUI E AGORA Ao se elevar neste caminho espiritual, você fará uma grande descoberta. Você próprio é aquele homem espiritual, e exatamente aqui e agora é o universo espiritual: para alcança-lo você não precisará nem morrer e nem mesmo tornar-se alguém que você já não seja agora. A única coisa necessária é abandonar os falsos modelos da humanidade, os medos infundados e a ignorância da existência de um Princípio que a tudo governa. Não temos de nos tornar algum outro além do que já somos a fim de recebermos a orientação divina, a sabedoria divina, a proteção divina e o suprimento divino. O porque disso é que tão logo nós relaxamos o pensamento humano, isto é, os pensamentos de medo e de dúvida, tão logo aprendemos a soltar a crença num poder separado de Deus e retornamos descontraidamente ao estado natural e normal do ser, passamos ao reconhecimento: “Ah, sim, Deus é!”. E é quando o mundo todo de temores, ansiedades e dúvidas humanas desaparece juntamente com toda necessidade de planejamentos ou programas de caráter humanos. Não há necessidade alguma de ficar pensando sobre o amanhã, pois a cada minuto de cada dia eu recebo um impulso para fazer o que deve ser feito naquele momento. Nenhuma obstrução existe, pois nada há em meu pensamento que possa barrar o fluxo desse Impulso divino. Não há hesitação ou indecisão, já que não existe nenhum sentimento de que eu tenha de realizar algo através de minha ingenuidade humana. Portanto, com esta conscientização, eu me torno uma transparência para o Impulso divino, e Ele mantém todo o desenvolvimento através do tempo. Tendo esta conscientização, atingimos um conhecimento mais profundo do plano divino para o mundo e desta forma ficamos relaxados, depositando nele toda a nossa confiança. O mesmo se aplica às suas atividades, no lar e nos negócios do mundo. No estágio onde, pela metafísica, você é denominado “homem humano” ou “homem pensante”, muito do seu tempo é perdido no planejamento de cada dia, em preocupações sobre o que irá fazer no ano seguinte, ou sobre o que deveria ser feito com relação a isto ou aquilo em seu mundo pessoal. Este é o estado ou estágio de consciência em que você é um mortal, um ser humano. Mas através da metafísica, você aprende que há um “homem real” e passa a erguer imediatamente um ideal, visualizando Jesus Cristo, ou alguma outra pessoa, ou visualizando a si próprio se aproximando daquele estado de espiritualidade e divindade atribuído ao homem real. real. Isto, por algum tempo, atenderá seu objetivo dando-lhe um ideal em cuja direção irá caminhar. Mas queremos lembra-lo que durante todo o tempo você é aquele homem ideal, ideal , e tudo que é necessário para trazer este homem à manifestação é a sua conscientização de que existe existe um  um Princípio divino operando no universo. No instante em que aquilo for percebido, você ficará descontraído, soltando tudo o que constituía a sua humanidade – suas preocupações, receios, dúvidas, ansiedades, medos e planejamentos. E ao mesmo tempo em que o falso senso de humanidade se vai, você passa a descobrir a si mesmo como sendo aquele homem espiritual, aquele homem real, aquele homem que você estava tentando se tornar. Você não chegará ao reino dos céus enquanto não começar a perceber que já é agora aquele homem espiritual, aquele homem que está agora no paraíso, sob regra e jurisdição divina.

 

Aprenda mais e mais relaxar e deixar que aquela lei se torne visível em sua experiência, operante em sua vida. Você não irá nunca ser transformado em outro homem; mas pelos ensinamentos, estudos, pela prece e meditação, fará desenvolver uma elevada consciência da verdade: será o mesmo homem, porém sem as suas antigas limitações humanas. Estou considerando tudo isso para deixar clara a resposta sobre a diferença entre a visão psíquica e a visão espiritual, pois uma vez atingida a conscientização de que exatamente aqui e agora você é um ser espiritual que é a própria manifestação de tudo que Deus é, então você deixará de lado todo o mundo psíquico com suas visões, cores, ou desejos de ver algo de qualquer natureza.

A VISÃO ESPIRITUAL A verdade é que você tem sido sempre aquele “homem real”, embora não tivesse a consciência desse fato. Mas quando aquele momento de consciência vier, você olhará para este mundo e perceberá:

Este é o mundo que Deus ceou; este é ele. A mente humana não o está vendo como ele é, mas apesar disso, este é ele. A mente humana não me vê como eu sou, mas eu sou Ele. Se olhar  para o espelho e tentar encontra-Lo, eu não serei capaz de vê-Lo, pois novamente estaria tentando localizá-Lo. Estaria novamente olhando para um conceito e tentando encontra-Lo, aquele que está aqui como a própria presença de meu ser. Como poderia ser eu algum outro além do que Eu sou? E aquele Eu é a manifestação de tudo que Deus é: Aquele Eu é o Cristo, e Eu sou Ele. Neste momento m omento de conscientização, eu encontro-me relaxado, e Eu sou Ele.

Esta é a razão pela qual no início de seu ministério Jesus falava somente do Pai interior, negando a sua humanidade. “Eu não posso de mim mesmo fazer coisa alguma... a minha doutrina não é minha, mas daquele que me enviou.” Ele proclamava que aquilo que o mundo via como um ser humano não era, em si ou de si mesmo, a realidade do ser, mas apenas o veículo ou transparência através do que o real era manifestado. Mas como encerrou Jesus o seu ministério? “Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o pai... Eu e o Pai somos um.” (João 14:9; 10:30)  10:30)   Nesta visão final, ele contou a eles a verdade total: despojado dos temores e ansiedades humanos, dos traçados e planejamentos humanos, o Eu que eu sou é aquele próprio Ser espiritual. Tem sido dito que a mais elevada concepção é aquela que permite o olhar de frente a face do diabo e ver somente a face de Deus. Este estado espiritual está muito acima do mental ou psíquico, e é o estado que nos possibilita a olhar a cada homem e mulher do mundo e dizer: “Eu estou olhando a face de Deus”. Você somente conseguirá realizar isto quando sua própria consciência estiver despida de desejos, quando você não desejar mais nada dos outros,

 

quando você puder olhar para o mundo sem aspirações, luxúria, animalidade, ódio ou medo. Você será a mesma pessoa que há vinte e cinco anos poderia ter olhado para o mundo e visto alguém a quem cobiçasse ou alguém que lhe causasse medo, mas agora você a olharia dizendo: “Eu vejo a face de Deus!”. Percebeu o que eu quis dizer? Não há dois de você. Há apenas um, e Eu sou aquele um. um . Mas você é aquele um somente na proporção em que tiver crescido através de todos esses ensinamentos espirituais ao lugar que poderá olhar para o mundo sem desejar algo, ou sem cobiçar as coisas carnais, sabendo que na realidade de seu próprio ser a realização de Deus é feita manifesta, e que tudo que lhe for necessário tornar-se-á manifesto no momento adequado. Seja dinheiro, companhia, transporte – ou qualquer outra necessidade – Deus dá expressão a Si mesmo como ser individual, como o meu ser individua e como o seu ser individual. Ao assimilarmos isto, estaremos de posse da mais elevada revelação da verdade espiritual. Não existe céu e terra; não existe Deus e homem; não existe ser espiritual e ser material. Existe somente um, e Eu sou Ele. O Mestre do Cristianismo nos deu dois grandes ensinamentos:

1) Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas  forças, e de todo o teu entendimento, entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. (Lucas 10: 27) 2) Se alguém diz: Eu amo a Deus, e aborrece a seu irmão, é mentiroso. Pois quem quem não ama a seu irmão, ao qual viu, como pode amar a Deus, a quem não viu? (I João 4: 20)  20)  

Se nós não amarmos ao homem a quem podemos ver, como iremos amar a Deus que nós não vemos, se Deus e homem são um? Ao senso finito, que vê através de limitada visão, é verdade que Deus é invisível; mas uma vez atingido este elevado estado, esta elevada realização do ser espiritual, passamos a olhar para o mundo e ver cada pessoa, cada circunstância e cada condição como sendo Deus aparecendo, e então Deus se torna visível para nós. Até que tenhamos atingido aquele estado, contudo, Deus será invisível para nós, porque para honrarmos a Deus, o Invisível Infinito, nós devemos honrar ao homem com Deus feito manifesto de forma visível.

GRATIDÃO Como nós amamos a um indivíduo? Precisamos compreender a individualidade como sendo Deus, compreender que Deus é o ser individual e a única individualidade que há. Tal individualidade aparece infinitamente, e ela surge como o seu eu individual e como o meu eu individual. Portanto, ao honrar e respeitar o indivíduo, estaremos cultuando Deus.

 

Eis o porque de eu vir dizendo que o primeiro dever do discípulo ou estudante é o da gratidão. A gratidão deve ser expressada tangivelmente, e isto não pode ser feito num plano abstrato. Portanto ela precisa ser expressada a um indivíduo. Somente expressando gratidão a um indivíduo, estará você expressando gratidão à individualidade de Deus numa de suas formas. Você estará reconhecendo a Deus como a origem daquilo pelo que você está agradecido. Nunca deveríamos dar ou receber dinheiro, tomar algum alimento ou bebida, sem que houvesse um momento de reconhecimento e de gratidão àquela infinita Fonte que também é a Fonte de nosso ser. Se isso, porém, for feito, mas falharmos em sermos igualmente gratos ao indivíduo pelo qual o bem vem a nós, a nossa gratidão ficaria no plano do abstrato. Estaríamos com a cabeça nas nuvens sem manter os nossos pés no cchão. hão. Há diversas maneiras ou formas para expressarmos gratidão a um indivíduo. Uma delas, naturalmente, é através do dinheiro; uma outra é pelo reconhecimento. Reconheçamos a parte que cada um de nós toca na vida das outras pessoas e sejamos desejosos de fazer com que nossa gratidão flua a elas em alguma forma tangível. Poderia ser em forma de serviço, em forma de palavra falada ou mesmo em forma de dinheiro. Qualquer forma que seja, ela deve acontecer, deve ser expressada, e deve ser expressada a um indivíduo a fim de ser ofertada a Deus, pois Deus aparece a cada um de nós como o indivíduo. Omar Khayyam teve a visão correta ao dizer: “O paraíso é uma visualização dos desejos realizados”, e você e eu estamos no paraíso no exato momento em que sentimos estarmos vivendo a vida para a qual fomos trazidos para viver, e nós sabemos quando aquilo está acontecendo pelo sentimento de retidão existente em nossas vidas. Não há alegria real na realização de um trabalho que não gostamos, mas quando amamos o nosso trabalho, não vemos a hora de executá-lo. Naquele senso de retidão nós encontramos o nosso céu, a nossa harmonia. Omar Khayyam teve esta mesma visão quando escreveu: “Um pedaço de pão, um copo de vinho, e você” . Naquela simples experiência de uma companhia humana, naquele preenchimento das necessidades físicas de alimento e bebida, ele via um senso de felicidade, um senso de paz e de contentamento. Era uma visão mística, não contendo maior sensualidade do que o Cântico de Salomão. Era algo espiritual, traduzido à linguagem cotidiana da experiência humana. Se eliminássemos aquela experiência humana de todos os dias, como iríamos poder experimentar aquela coisa transcendental chamada felicidade ou paz mental? Não, é  justamente nessa vida comum de todo dia, nos simples e pequenos gestos de cortesia, bondade, estima, gratidão, ajuda e cooperação, que nós por fim encontramos nossa paz espiritual. Somente nessas pequenas coisas humanas de lugar comum, nesses relacionamentos humanos, iremos por fim encontrar a nossa paz espiritual e a divindade do nosso ser.

ATINGINDO A CONSCIÊNCIA ESPIRITUAL É preciso que nós acabemos com o mistério do “homem real” e do “universo real” para conscientizarmos que este é o paraíso, exatamente aqui e agora. Se não estamos encontrando

 

o paraíso aqui, isto não significa que existe algum outro mundo que devemos procurar ou que existe algum outro homem no qual devemos nos tornar. Precisamos somente relaxar a nossa humanidade, despindo-nos dos temores, preocupações e dúvidas de natureza humana. Mas isso não pode ser feito simplesmente com o poder de nossa vontade. Só há um meio de se perder o senso humano ou mortal de existência, e é estarmos conscientes conscientes de  de uma Presença que nós conhecemos e compreendemos ser Deus. Aquela consciência é atingida através de nossa receptividade, através de meditação e ponderação das verdades da Escritura ou da literatura espiritual. Não se trata de afirmar ou negar algo até que uma verdade seja memorizada e enraizada na mente humana. Trata-se de um ponderar suave, calmo e pacífico dessas verdades espirituais até elas serem absorvidas de forma a se tornarem parte de nossa consciência. Assim, nós adquirimos a convicção da presença de Deus; experimentamos e sentimos realmente aquela Presença, perdemos todo o falso senso humano, aquele senso humano negativo, e nos encontramos numa condição considerada pelo mundo como um estado de boa humanidade, mas que na realidade não se trata daquilo, absolutamente: trata-se da divindade do nosso próprio ser, feita manifesta. Tal divindade apresenta-se como você e eu, individualmente – o Verbo se torna carne e habita entre nós, e aquele Verbo se faz carne como você e como eu. Observe que não é nossa intenção tentar destruir ou mesmo inativar a mente humana. O nosso esforço está voltado na direção de nos tornarmos cônscios da verdade espiritual; nós tentamos adquirir a consciência da paz, quando então a mente humana passará a ser o que lhe fora destinado a ser originariamente – um veículo de nossa sabedoria e conhecimento. De forma similar, nosso corpo não desaparecerá em virtude do atingimento da consciência espiritual, mas atuará como era pretendido inicialmente, ou seja, como veículo de nossa expressão individual.  Antes que eu te formasse no ventre de tua mãe, te conheci; e, antes que tu saísses do teu seio, te santifiquei e te estabeleci es tabeleci profeta entre as nações (Jeremias 1: 5). Conscientize-se, agora, de que antes da concepção deve ter havido uma consciência que a causou, uma consciência que formou o seu corpo. Nós, como pais, não poderíamos formar um corpo nem para nossos próprios filhos, embora possamos ser veículos através dos quais aquilo pode ser feito. Uma consciência formou aquilo que somos. E esta só poderia ser a Consciência divina, que nos formou conforme os Seus padrões, e que nos mantém e sustém sob custódia. O que vem ocorrendo, no transcorrer desses anos todos, é que temos assumido toda a responsabilidade de nossos trabalhos, esquecidos de que aquilo que nos formou como seres individuais, dando-nos forma e corpo, e que aparece ao mundo como creação, foi um estado de consciência executante de um plano eterno. Portanto, o que foi formado é homem espiritual. “E te estabeleci profeta entre as nações.”  A   A consciência que o formou, formou-o como uma entidade espiritual, como um profeta, ou como um estado perfeito de consciência. Não digas: Sou um menino; porquanto a tudo o que te enviar irás, e dirás tudo o que eu mandar. (Jeremias 1: 7).

 

Em outras palavras, há sempre esta consciência infinita, eterna, imortal e espiritual, que age, fala e desempenha como sendo você. Nós é que nos mantínhamos separados d’Ela, assumindo todo o trabalho como quis fazer o filho pródigo. Mas, através deste ensinamento, estamos retornando ao Pai-consciência e começando a nos conscientizar: “Ora, eu sou aquele profeta, eu sou aquele vidente espiritual perfeito.”.

CAPÍTULO 12 O DESDOBRAMENTO DO BEM PELA ATIVIDADE DA CONSCIÊNCIA INDIVIDUAL

Vamos começar a trançar os fios – estes fios de consciência – a fim de formar uma forte corda de conscientização e de compreensão, e trazê-la para a aplicação prática, ou em outras palavras, ter o Verbo feito carne. Nosso esforço, nosso desejo, nossa prece, visa compreender a Deus. Nosso esforço, nosso desejo, nossa prece, visa compreender a Deus. Isto significa compreender a infinitude, eternidade e imortalidade. Como Deus é o tema de nosso trabalho, de nossa compreensão e de nossa revelação, então a infinitude, a imortalidade e a eternidade devem ser a natureza de seu efeito em nossa experiência. Poderá não ser hoje, amanhã, na próxima semana e nem no próximo ano que chegaremos a demonstrar a plenitude de Deus, a totalidade de Deus. Porém Deus é tudo; Deus é infinito, onipotente, onipresente, onisciente; e na medida de nossa conscientização deste fato, nós iremos demonstrando aquelas quantidades e qualidades da totalidade. Só porque ainda não completamos nossa demonstração de ascensão não significa que não tenhamos alcançado a visão de Deus. Quando a tivermos alcançado precisaremos seguir avante com paciência até chegar a hora em que Deus em Sua totalidade seja revelado na experiência da ascensão acima de todo mundo da crença. Foi somente nos momentos finais do ministério de Jesus que ele pôde dizer: “Eu venci o mundo.” (João 16: 33). Assim, apenas no momento da ascensão, no momento em que tivermos atingido a plenitude da conscientização, é que nós, também, poderemos dizer: “Eu venci o mundo.” Mas isto não serve de desculpa para justificar nosso atraso nessa escalada de desenvolvimento e revelação. Não serve como desculpa esperarmos a aposentadoria para termos mais tempo, ou esperarmos o dia da morte, quando teríamos mais tempo ai ainda. nda. Nosso dia começa agora agora.. E sendo este dia acompanhado continuamente de sucessivos dias de desenvolvimento da consciência, não haverá tal coisa como um dia de morte: será uma contínua experiência de desdobramento do bem. Todos vocês que captaram esta visão de Deus como Consciência e da Consciência incorporando todo o bem – da Consciência governando e controlando a experiência individual,

 

da Consciência como sendo a substância, a lei e a forma do ser individual e de toda a creação – podem começar a elevar a própria consciência ao discernimento espiritual das coisas de Deus.

A ATIVIDADE DA VERDADE NA CONSCIÊNCIA SE DESDOBRA COMO SEU BEM Neste ponto você está subindo mais um degrau. Atinja esta visão: o bem de Deus; o bem que é a atividade de Deus; o bem que é um desenrolar, uma revelação e uma experiência de Deus é a atividade de sua consciência individual. Todo o bem que se manifesta em seu mundo – tudo de bom, onde quer que seja experimentado, onde quer que esteja sendo revelado ou entendido, tudo de bom que possa ter existido em qualquer lugar ou época, é a atividade de sua consciência individual. individual. Não existe um Deus distante. Deus está mais próximo que nosso fôlego e mais perto que nossas mãos e pés. Qual a razão disso? É porque Deus constitui a consciência do indivíduo. Sob toda circunstância em que pareça haver necessidade da onipresença de Deus, conscientize que é a onipresença de sua consciência individual que constitui o Deus de seu universo.  universo.  Quando Eddie Rickenbacker estava abandonado num barco no Oceano Pacífico, não foi a consciência de seu mestre ou a consciência de seu praticista que lhe trouxe auxílio. Foi a consciência de seu ser individual, onipresente onde ele estava, que lhe possibilitou alcançar um pássaro para se alimentar, que lhe possibilitou arranjar um peixe no fundo de seu barco – o peixe havia pulado da água para dentro do barco – e que lhe possibilitou consegui chuva num céu sem nuvens. Era a atividade de sua própria consciência aparecendo como c omo alimento e como chuva. E foi a atividade de sua consciência que por fim apareceu como segurança. É a atividade de sua consciência que aparece como saúde de seu corpo, como oportunidades nos negócios, como discernimento certo na hora certa, como encontro da pessoa certa no momento certo e nas circunstâncias adequadas. É a atividade de sua própria consciência aparecendo como sua experiência:

“Eu e o Pai somos um”. Deus é a minha consciência individual, e é a atividade de minha consciência individual que aparece a mim como lar, negócio ou dinheiro, ou como talento, genialidade ou habilidade. Tudo é atividade de minha própria consciência. O que tem-me separado de meu bem é a crença na existência de algo distante, um poder, um Deus “lá fora”, ou que havia alguma coisa que eu estava tentando alcançar e não podia.”

Realmente, você nunca irá alcança-la, até que conscientize que o reino de Deus está dentro de você e que este é o único lugar a se dirigir para a aquisição de algo: o seu interior, a sua própria consciência. Não faz a menor diferença qual possa ser a sua necessidade; não importa se ela é pequena ou grande; poderia variar desde uma agulha até uma âncora. Não há limites na demonstração de sua consciência: somente você coloca limites em sua atividade!

 

O OBJETIVO DA CONSCIÊNCIA É INFINITO Se formos ao mar com um pequeno copo, poderemos voltar somente com um pequeno copo cheio de oceano, mas se levarmos baldes, teremos baldes cheios de oceano. O oceano é suficientemente grande para nos fornecer qualquer quantidade que necessitemos. Assim também ocorre com a Consciência, com Deus aparecendo como nossa consciência individual. Podemos nos dirigir àquela Consciência por algo pequeno, ou podemos ir a ela com grande objetivos, pois a Consciência, mesmo a consciência individual, sua e minha, é infinita em seu raio de ação. A partir de agora, não fique apenas pensando sobre isso, mas ponha-o em prática de forma que ao surgir alguma necessidade de qualquer nome ou natureza, você imediatamente se dirija ao interior de sua própria consciência num estado de receptividade com aquele “ouvido que escuta”, e deixe sua consciência expandir e revelar tudo o que for necessário em sua experiência. Não devemos, contudo, nos esquecer, em todo esse buscar, do aspecto sobre o qual estamos falando. Não devemos retornar a um linguajar alegórico ou metafórico. Estamos removendo o véu do tema: “O que é Deus?”, revelando Deus como a consciência individual. Nunca volte a pensar n’Ele como sendo algo distante, algo que precise de preces ou de agrados sob qualquer aspecto. Pense em Deus como sendo a substância real de seu ser, que você pode atingir no silêncio e deixar manifestar como um mundo cheio de harmonia, paz e saúde. A atividade da consciência individual aparece como demonstração sob toda a forma de bem que possa ser necessário e adequado para o momento. Lembre-se, porém, que a consciência não é a sua mente “pensante”; a consciência nada tem a ver com os pensamentos que você pensa; a consciência nada tem a ver com seu esforço individual físico ou mental. Quando eu falo de consciência, não estou me referindo ao intelecto ou à mente racional que serve somente como veículo, mas eu me refiro àquilo que realmente é a substância ou realidade da mente humana. Ao se dirigir interiormente a esta Consciência infinita de seu ser, dirija-se numa atitude de escuta, de receptividade, de esperar que Ela Se revele. Não é preciso dizer nada a ela; não é preciso pedir aquilo que você está precisando ou desejando. Se você conhece a sua necessidade, Ela também a conhece. Sem qualquer palavra, sem qualquer pensamento, sem dar a Ela o nome da pessoa a quem deseja beneficiar, ou o nome da doença que você quer tratar, ou ainda sem especificar qual é a sua necessidade, volte-se interiormente numa atitude receptiva de que aguarda a resposta para certa pergunta, e permita que a Consciência Se manifeste e Se revele a você. Isto não é fácil, eu sei, porém o caminho é este: é este o caminho do desenvolvimento; é este o caminho espiritual; é este o caminho pelo qual nos tornamos conscientes de nossa unidade com Deus.

CONFIE NA ATIVIDADE DE SUA PRÓPRIA CONSCIÊNCIA

 

É possível para uma pessoa utilizar todas as afirmações da verdade que ela conheça e ainda assim obstruir a sua própria demonstração. Por exemplo, se ela estiver desempregada, suas afirmações serão em função de um emprego: “Eu trato dos negócios do Pai” ou “Eu estou empregado”. Mas poderia ocorrer de, naquele momento, a real demonstração ser justamente o fato de estar sem emprego, demonstração a qual estaria sendo limitada em razão da tentativa de se “demonstrar um emprego”. Isso me faz lembrar de um amigo que vivia numa fazenda pela qual passaram duas ou três gerações de sua família. Sempre eu ficava pensando em quão duramente eles deviam ter trabalhado para desenvolver aquele pedaço de terra e retirar do solo a própria subsistência. Se eram religiosos, como devem ter orado para que algumas das pedras fossem removidas da terra, ou para terem mais resistência física para trabalhar na fazenda, ou ainda orado por um melhor tempo que fizesse render maior produção de batatas. Estou certo de que nos anos em que viveram na fazenda eles oraram bastante a fim de arrancar o seu sustento. No entanto, a terceira geração que veio encontrou petróleo naquela fazenda! E agora a mesma fazenda já tem cinco poços de petróleo. Deu para perceber o significado dessa exemplificação? Nunca delineie sua demonstração à Consciência. Aquilo delineado poderá não ser o que a Consciência tem para você. Suponha que você faça um plano e ore para que Deus lhe dê forças para trabalhar t rabalhar em sua fazenda, para semear e plantar. SSuponha uponha que ore para que mais meia dúzia de trabalhadores apareça para ajuda-lo na colheita, onde exatamente se encontra o petróleo, à espera de poder jorrar. Deu para captar o sentido? Nunca diga à sua consciência o que você pensa a respeito do que deveria ser a sua demonstração, pois isso a impediria de operar livremente. Quase todos têm trabalhado arduamente por anos seguidos, e talvez isso pudesse ser evitado caso tivessem confiado que a atividade da própria consciência os conduziria rumo à demonstração. Foi a atividade de sua consciência que formou o seu corpo. Não foi a atividade da consciência de algum Deus distante. Foi a atividade da consciência de seu próprio ser que formou o seu corpo. É a atividade da consciência que o tem conduzido através dos anos, e muito provavelmente, em algumas vezes, tem sido difícil para ela avançar contra os seus próprios esforços.

DEUS ESTÁ PERTO DE VOCÊ Vamos relaxar na conscientização de que não temos que ir a terras distantes para encontrar Deus. Nossa busca por Deus não é realizada externamente no mundo. Você se recorda de quantas vezes os homens saíram em busca do Cálice Sagrado e de quantas vezes eles voltaram para casa cansados e doentes e foram encontra-lo em seus próprios jardins? A história do Cálice Sagrado é simbólica, ilustrando o fato de que eles estavam, na realidade, indo em busca de felicidade, paz, harmonia e alegria, mas que se enganaram ao tentar consegui-las no mundo, com todos os recursos humanos disponíveis – toda a força humana, todo o raciocínio humano e até com todo o dinheiro que tinham. Quando o mundo não pode dar a eles o que buscavam, quando a mente deles não pode dar a eles o que buscavam, quando toda a habilidade e dinheiro foram empregados em vão, foi então que eles voltaram para casa e

 

puderam encontra-lo exatamente onde ele sempre tinha estado. Era todo o tempo a atividade da própria consciência deles e, quando abandonaram os meios do mundo, e exaustos abandonaram a busca, ele apareceu. Algo de natureza semelhante é o que ocorre conosco quando dispendemos muito esforço ao darmos tratamento e nos sentimos cansados ou esgotados. A Consciência Se expande e nos diz: “Você é uma pessoa tola! Eu estava aqui o tempo todo.” Sim, às vezes nós mesmos nos ludibriamos de tal maneira.

A MENTE COMO UM INSTRUMENTO Porém, embora a mente humana, a mente racional, não seja a consciência, nem por isso ela deve ser posta de lado ou destruída. Ela tem a sua posição. É ela que age para nós quando recebemos sabedoria e conhecimento da consciência. A direção, a orientação, a inspiração e o conhecimento vêm a nós individualmente por ação da consciência, e nossa mente e nosso corpo são utilizados como veículos de transporte daquele comando. Portanto, não tentemos abolir a mente humana e nem parar de pensar. Muitas coisas maravilhosas nos vêm através do nosso pensamento, mas devemos deixar que ele seja inspirado por um processo espiritual da consciência. Deixemos a nossa mente serena enquanto ficamos “na escuta”. O escutar é uma atividade da mente humana, a qual pode ser utilizada para deixar a Alma ou Consciência aparecer. O ponto principal que gostaria de ressaltar aqui é sobre a capacidade que a Consciência tem de Se revelar a nós sem que necessite da mente pensante; esta última é usada para as ordens e orientações recebidas serem exteriorizadas.

ESTABELEÇA DIARIAMENTE A CONSCIENTIZAÇÃO DE DEUS A Consciência somente se revela a nós quando estamos receptivos e mantemos a linha aberta. Neste trabalho, nós aprendemos a jamais sair de casa pela manhã sem que tenhamos feito o contato com a Consciência, ou sem que tenhamos recebido da Consciência algum impulso, algo que pareça nos dizer: “Tudo está bem. Vá em frente.” Pode vir também na forma de um senso de satisfação ou sentimento de paz. Talvez você dissesse: “Sim, mas ainda não sei que rumo tomar.” Mas não tem nada a ver. Siga adiante e faça o que estiver à mão, e, no instante em que forem necessários a Intervenção, Poder e Sabedoria divinos, você os encontrará disponíveis na forma mais adequada. O ponto importante é mantermos aquele contato. O fato de você ter realizado hoje o contrato não implicará necessariamente que estará conscientemente unido àquela Consciência por todo o tempo. “Neste mundo”, um mesmerismo universal ou sugestão universal é lançado em nossa direção nas vinte e quatro horas do dia. Esta crença universal vem a nós através dos pensamentos humanos, do rádio, dos jornais e da agitação geral da consciência humana. Nós somos envolvidos por um mundo-conceito tão forte que se torna mesmérico, capaz de nos

 

separar da atividade de nossa própria consciência. Por isso, nos estágios preliminares deste trabalho, é necessário que façamos conscientemente a “sintonia” “si ntonia” com bastante frequência. Todos os que estão neste caminho deveriam aprender a nunca sair de casa antes de ter sentido aquele contato interior, não importa o quanto estejam ocupados, mesmo que fosse preciso se levantar uns quinze minutos mais cedo para realiza-lo. Mesmo que não haja uma sensação de que o contato tenha sido feito, é importante sentar-se por alguns instantes com ouvidos abertos, numa receptividade que dá as boas vindas a Deus. Em outras palavras, pelo menos nós podemos abrir nossa consciência, preparando-a para o que possa nos vir, e só então irmos rumo aos nossos negócios. Como já disse, nos estágios iniciais isto deveria ser repetido ao meio dia e à noite, ou seja, ao menos umas três vezes por dia. Também, se acordarmos durante a noite, devemos reconhecer que não se trata de mera insônia, mas que estaremos despertos e alertas para alguma finalidade. Esta finalidade seria nós fazermos a “sintonia” na quietude da noite, para recebermos algo que nos fosse necessário saber. Se não for para sabermos algo naquele momento, pelo menos nos foi dada uma oportunidade de estabelecer nosso contato. E isso é tudo de que necessitamos. Quando sentimos ter perdido nosso contato com Deus, isto é devido ou às crenças do mundo, que são universais e de efeito mesmérico, ou aos nossos receios, dúvidas ou inexperiência em seguir a orientação interior. Um ou vários desses fatores contribuem para romper o nosso contato com a Consciência. Assim, ele deve novamente ser restaurado: temos que nos sentar e “escutar”; temos que estar silenciosos e receptivos; temos que nos conscientizar de que o nosso bem somente aparecerá como atividade de nossa consciência individual. Devemos sempre estar lembrados de que:

Meu bem se manifesta como atividade de minha própria consciência. É a atividade de minha consciência que aparece externamente na forma de saúde, harmonia, paz, alegria, cooperação, amizade, eternidade, imortalidade, vida, verdade e amor.

SUA CONSCIÊNCIA DETERMINA A SUA EXPERIÊNCIA Você ficará surpreso ante as coisas miraculosas que acontecem a partir do momento em que você conscientiza ser o seu bem um desenvolvimento da consciência individual, a partir do momento em que você não fica mais aguardando a vinda de seu bem “daqui” ou “dali”, de pessoa, lugar ou coisa, ou a partir do momento em que você o aguarda como um fluxo da atividade de sua própria consciência individual. Milagres passam a acontecer a partir daquele momento, e eles realmente são milagres. A multiplicação dos pães e peixes é um exemplo do que ocorre quando, igual a Jesus, você se volta para o Pai – sua própria Consciência – e conscientiza que você não pode sair para comprar alimento suficiente para alimentar quatro ou cinco mil pessoas, e que portanto ele deve começar a fluir através de atividades de sua própria consciência. Eu tenho visto repetidamente o que acontece às pessoas, quando elas se conscientizam de que todo o seu bem não pode vir a elas do “exterior”, e que nenhuma condição má externa

 

consegue impedir o curso do seu bem até elas. Você acredita poder existir algo no mundo exterior capaz de impedir que sua consciência se desenvolva e se revele na forma de seu bem? Não existe. O mundo exterior não consegue atingir o interior de sua consciência para governala ou afetá-la. As condições externas nos afetam somente quando acreditamos que nosso bem possa vir de pessoas, lugares ou coisas, isto é, de algo externo. Uma vez que reconhecido que o mundo “de fora” nada tem a ver com o desenrolar de nosso bem, já que nada “de fora” consegue atingir a sua atividade de aparecer em todas as formas de bem, então não poderá haver qualquer efeito de condições externas em nossa experiência. Todo o reino de Deus está dentro de sua própria consciência!  consciência!  Todo o reino de Deus se desdobra a você do interior de seu próprio ser, e nada – nenhum grupo de pessoas, nenhuma forma de governo, nenhum tipo de economia – pode de alguma maneira entrar em sua consciência e impedi-la de expressar o seu bem individual. Como é maravilhoso saber que do início ao fim dos tempos teremos todo o bem de que necessitarmos continuamente a fluir pela atividade de nossa própria consciência, e que o seu desenvolvimento nunca depende de algo que esteja se passando no mundo exterior! Você percebeu como pôde Moisés fazer cair maná do céu e retirar água da rocha? Ou como Jesus conseguiu ouro na boca de um peixe? Aquilo foi possível por não ser, em absoluto, uma atividade do exterior. Era o desenrolar da própria consciência que apareceu externamente na forma necessária para o momento. Tanto Moisés como Jesus conheciam este segredo, o segredo de que tudo ocorre dentro da consciência.

“EU SOU” APARECE COMO FORMA Salomão também conhecia este segredo. Anos atrás, num antigo livro trazido a mim em Boston, eu descobri a palavra secreta da Maçonaria, que havia sido perdida há muito tempo durante a construção do templo do rei Salomão. Estava escrito que naquela época os que se elevavam ao grau de mestre maçom recebiam a palavra secreta, a palavra que lhes possibilitariam viajar para qualquer parte do mundo, e esta palavra-chave identificá-los-iam como mestres. A palavra foi perdida, e como não é mais usada na Maçonaria, ela não é um segredo. Realmente, poucos são os maçons que sabem algo a esse respeito. Porém o autor daquele livro, após muitos e muitos anos de pesquisa, descobriu que a antiga e perdida palavra secreta dos mestres maçons era “EU SOU”. EU SOU é aquela antiga palavra, e se os construtores daquele templo a tivessem conhecido, ela lhes teria garantido, onde eles estivessem, as maiores regalias – aquelas de um mestre maçom. Este foi o segredo de Moisés, o segredo de Salomão e o segredo de Jesus: Eu sou. Deus é a minha própria consciência. Deus é a consciência individual, e onde eu estou, Deus está. Portanto, onde quer que eu esteja, o meu bem se manifesta. “Se desço ao inferno, nele te encontras”, porque se eu estiver lá, Deus estará lá, e meu bem se manifestará lá. “Para onde irei a fim de me subtrair da tua presença?”. Como poderia eu sair de minha própria consciência? Enquanto eu estiver consciente, isto não poderá ocorrer. E é esta própria

 

consciência – a atividade desta consciência que constitui o meu suprimento, as minhas oportunidades, a minha sabedoria – que me m e orienta e dirige. É bastante poético dizer: “Ele está mais próximo que a respiração, e mais perto que as mãos e os pés” , ou “o reino de Deus está dentro de vós” (Lucas 17: 21). 21) . Porém nós precisamos mais do que poesia, mais do que beleza de expressão para nos tornarmos concretamente cônscios de Deus, da natureza de Deus e da atividade de Deus em nossa experiência individual. Quando você se habituar com a ideia de que a atividade de sua consciência lhe aparece em todas as formas de bem, será capaz de dar o passo seguinte e se conscientizar de que a atividade de sua consciência aparece como a saúde de seu paciente. Como há somente uma Consciência, e como um com Deus é a maioria, então o seu contato com a Consciência, sua conscientização de que a atividade de sua consciência aparece em todas as formas de bem faz com que esta atividade apareça como a saúde e a harmonia de seu paciente. Isto é o que faz com que as práticas metafísicas sejam possíveis. Seja qual for a prática metafísica empregada para atingir um fim desejado, ela não consiste em uma transferência de pensamentos de um a outro indivíduo. Não se trata do uso de uma mente sobre outra, embora existam muitos praticista que pensem que estas atividades humanas de sugestionar ou influenciar aos outros são parte da prática metafísica. Na realidade não são. Se tais pessoas compreendessem a prática metafísica, prontamente veriam que é a própria conscientização de unidade com Deus  Deus  que aparece como a saúde e a harmonia de seus pacientes. Não é o poder da vontade; v ontade; não é o desejo do prat praticista icista de que o paciente fique bom; não é um praticista sugestionando um paciente: “você está bem e está ciente disso.” Nada disso é parte da moderna prática metafísica.

UNIDADE CONSCIENTE A prática metafísica consiste da consciente unidade com Deus  Deus  por parte do praticista, que aparece externamente como sua saúde, riqueza, sucesso e também como o bem daqueles que a ele se dirigem. O contato é feito quando uma pessoa pede ajuda ao praticista, seja para si mesma, seja para algum parente ou amigo. “Você me ajudará?”, ou, “você ajudará o meu filho?”, ou, “você ajudará o meu amigo?”. Basta isso; isso é o suficiente para estabelecer a unidade da consciência, trazendo o necessitado à consciência do praticista, e tudo que tomar lugar como atividade desta consciência será externamente expresso como harmonia e plenitude do paciente. Em outras palavras, seria fácil tomar a sala repleta de pessoas em minha consciência, como seria fácil para alguma delas ou todas elas se manterem fora. Isto é o que acontece quando observamos uma, duas ou três pessoas sendo curadas e você fica imaginando o porque de as outras seis ou sete não receberem a cura. Aqueles que se curaram estavam de alguma maneira ligados ao praticista: estavam sintonizados nele, unos com ele, por simpatia ou por outra razão, de forma que se fizeram parte da consciência dele. Os outros, que não receberam a cura, provavelmente se sentaram pensando: “Eu gostaria que ele pudesse fazê-lo, mas será que ele pode?”. E com tal atitude se mantiveram do lado de fora. Na verdade, somente na crença é que eles se mantiveram fora,

 

mas é desta maneira que não puderam se beneficiar com a atividade da consciência do praticista. Não é que a pessoa, o paciente ou o estudante necessariamente se faça uno com a consciência pessoal do praticista, mas sim uno com a verdade. Ele se coloca mais ou menos na conscientização de que “Eu sou uno com a verdade; eu sou uno com a consciência da verdade; eu sou uno com a verdade que está aparecendo na forma deste praticista ou deste mestre.” Isto significa estar uno com a verdade, e não uno com a personalidade ou mente do praticista, uno com a verdade do indivíduo, com a consciência espiritual do indivíduo. E naquele senso de sintonia, de unidade, as curas ocorrem. Quando você passar a conhecer que a verdade é a sua cconsciência onsciência individual, e que a atividade desta consciência aparece externamente como a harmonia do seu ser, ou como a harmonia de todos que se dirigem a seus pensamentos, então começam a surgir as curas. A cura é a prova desta mensagem, ou alguma mensagem, ser verdadeira ou não. O modo como esta mensagem é apresentada nada tem a ver com o fato de ela ser ou não verdadeira. Se for verdadeira deve resultar em harmonia e paz, em saúde, alegria, prosperidade e plenitude, ao menos em alguma medida em sua experiência individual e na experiência daqueles que o procuram solicitando ajuda. Esta constitui a prova de que a mensagem é verdadeira. A função da verdade é dissipar a ilusão dos sentidos, e no momento em que nos colocamos neste caminho e compreendemos esta verdade, é esperado que iniciemos os trabalho de cura. c ura. Como poderia alguém falhar na realização das “maiores obras”, após ter entendido ser a atividade de sua consciência individual aquilo que aparece externamente como a saúde e harmonia do universo que o toca? “Estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu m eu nome expulsarão demônios; falarão novas línguas; pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão” (Marcos 16: 1 17-18) 7-18)

FIM

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