IDOSO

September 13, 2017 | Author: Nadia Amed | Category: Nursing, Clinical Medicine, Medical Specialties, Wellness, Medicine
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GUIA PRÁTICO EXAME FÍSICO NO ADULTO E NO IDOSO PARA ACADÊMICOS E PROFISSIONAIS DE ENFERMAGEM

Sandra Regina Marques de Oliveira Suzelaine Tanji

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Arte/Diagramação/Produção Alvaro Henrique N. Lopes

O51g Oliveira, Sandra Regina Marques; Tanji, Suzelaine. Guia prático de exame físico : no adulto e idoso para acadêmicos e profissionais de enfermagem / Sandra Regina Marques de Oliveira, Suzelaine Tanji. – Petrópolis, RJ : EPUB, 2008. 56 p. ; 11X15,5 cm Inclui bibliografia ISBN: 978-85-87098-82-5 1. Enfermagem - Prática. 2. Cuidados com os doentes. I. Tanji, Suzelaine. II.Título. CDD- 610.73

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AS AUTORAS

SANDRA REGINA MARQUES DE OLIVEIRA - Enfermeira Docente - Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, UNIRIO - Graduada em Enfermagem pela Universidade Gama Filho, UGF/RJ - Especialista em Enfermagem Médico Cirúrgica pela Universidade São Camilo, USC/SP - Professora substituta da Universidade Federal de Rio de Janeiro - UFRJ Macaé SUZELAINE TANJI - Enfermeira Docente - Doutora em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, UFRJ/EEAN - Graduada em Enfermagem pela Faculdade de Educação Ciências e Letras de Paranavaí, FAFIPA - Especialista em Administração Hospitalar pela Universidade de Ribeirão Preto – UNAERP e Educação Profissional na Área de Saúde Enfermagem – EAD/FIOCRUZ - Diretora de Enfermagem do Hospital Regional de Sorriso MT - Professora da Universidade de Cuiabá UNIC/Sorriso

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PREFÁCIO “Quem é gente boa ? Não é fácil defini-la mas [...] É gente honesta, direita e trabalhadora, gente que leva bem sua família, que está sempre disposta a ajudar os outros e que mostra honradez no cotidiano.” Leonardo Boff

Trago inicialmente as palavras de Boff para parafrasear esta obra, pois retratam o cotidiano laborativo das autoras, que se traduz em um trabalho árduo, honesto e comprometido com a docência e com a Enfermagem. Digo árduo porque, no meio de tantas atribulações da vida moderna, elas perceberam a necessidade de confrontar a teoria com a realidade vivenciada nas unidades de saúde e vislumbraram a elaboração de um Guia Prático de Exame Físico para acadêmicos e profissionais de Enfermagem como uma via de acessibilidade à Sistematização da Assistência de Enfermagem e partiram para o desafio de concretizar esta obra. É com entusiasmo que cito o trabalho honesto, no sentido de ser digno e merecedor de sermos reconhecidos como enfermeiros ou como profissionais de Enfermagem. Neste sentido, consideramos a virtude e a coragem daqueles que exercem boas ações, ou seja, que exercem a Enfermagem com coerência ética-legal e utilizam como instrumento o conhecimento técnico-científico. Para tal é preciso ter comprometimento com o que se faz, onde o trabalho é aceito livremente como dever. Não basta fazer por fazer, é preciso transcender e acreditar que é possível 5

aprimorar/transformar o fazer e o saber. Este agir intencional, também chamado de ação transformadora consciente, foi caracterizada por Cortella (1998) como práxis ou trabalho. Além disso, as autoras esclarecem que o objetivo desta obra é socializar, auxiliar e facilitar o saber/fazer dos acadêmicos e profissionais de Enfermagem. Logo, fica implícito que a reflexão inicial emerge da preocupação de serem efetivas enquanto docentes, de forma que o produto final – o Guia Prático de Exame Físico -, que se traduz por uma reflexão-ação trasformadora, está intimamente integrado ao meio, ao próximo, ao social. Eis o que chamo de responsabilidade social da Enfermagem. Por fim o Guia traz considerações essenciais sobre a anatomia e funções dos sistemas (neurológico, respiratório, cardiovascular, digestório e urinário), bem como suas principais disfunções, e o exame dos membros torácico e pélvico. Ademais, faz um levantamento do que devemos avaliar em cada sistema, que foi denominado de pesquisa subjetiva e dados a coletar; da nomenclatura usual da área de saúde; das etapas do exame propriamente dito e dos anexos, que instrumentos de registro do Histórico de Enfermagem, do Exame Físico, da Prescrição e da Evolução de Enfermagem. Cabe destacar que como um Guia, ele enumera de forma fácil e ilustrativa (figuras, quadros e tabelas) o passo a passo do Exame Físico em Enfermagem. Por isso, vale conferir. Diante de tais considerações, confesso que é impar e imensurável a minha alegria de prefaciar esta obra. Espero ter correspondido às expectativas das autoras e ter contribuído com a literatura da Enfermagem. Celia Cristina Alves dos Santos Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UNIRIO Enfermeira docente e Coordenadora de Estágio Supervisionado da Universidade Estácio de Sá 6

SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................... 9 CAPÍTULO I Sistema Neurológico ....................................................................... 11 CAPÍTULO II Sistema Respiratório ........................................................................ 21 CAPÍTULO III Sistema Cardiovascular ................................................................... 25 CAPÍTULO IV Sistema Digestório ........................................................................... 31 CAPÍTULO V Sistema Urinário ............................................................................... 41 CAPÍTULO VI Exame dos Membros Toráxico e Pelvicos .................................. 45 REFERÊNCIAS ................................................................................. 49 APÊNDICE A .................................................................................... 51 APÊNDICE B .................................................................................... 53 APÊNDICE C .................................................................................... 55

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INTRODUÇÃO No mundo contemporâneo o exercício do enfermeiro como líder de equipe tem desafiado as habilidades de muitos profissionais, conduzindo-os a mudanças de paradigmas referentes ao saber e ao fazer do CUIDAR, preocupando-se com o desenvolvimento do conhecimento da enfermagem. A Enfermagem contemporânea tem visado como desenvolvimento da profissão a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE), fazendo valer a Legislação do Exercício Profissional que incube ao enfermeiro direção/chefia de serviço e de unidade de enfermagem, consulta e prescrição da assistência de enfermagem, cuidados a pacientes graves e de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos científicos adequados e capacidade de tomar decisões imediatas, citados no Decreto Lei Nº 94.406/87, artigo 8º, parágrafo I, incisos a, e,f,g,h, respectivamente. Foi refletindo na teoria/prática dos ensinamentos das academias e na realidade prática da enfermagem dos serviços de saúde que pensamos em elaborar este Guia Prático de Exame Físico, objetivando socializar, auxiliar e facilitar o saber/fazer de acadêmicos e profissionais de enfermagem. A enfermagem pode conquistar o mundo contemporâneo da saúde se aplicar na gerência da assistência o histórico, diagnóstico, prescrição e evolução de enfermagem (Veja exemplos de instrumentos nos apêndices A, B e C), associando o saber e o fazer no Cuidado ao cliente. No entanto, a enfermeira deve estar habilitada a ouvir as queixas do cliente (dados subjetivos), a 9

realizar o exame físico (dados objetivos), ter conhecimento das alterações de saúde para interpretá-los corretamente, prevenindo assim complicações no processo patológico e prestando uma assistência de qualidade. Vale ressaltar que a interação enfermeira/cliente é fundamental, considerando os aspectos éticos e respeitando os valores, anseios, privacidade, entre outros para se conquistar a confiança do cliente.

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CAPÍTULO I Sistema Neurológico O Sistema Nervoso (SN) é responsável pelos mecanismos de estímulos e respostas que evitam o aparecimento de atividades desordenadas e asseguram a atuação coordenada de todas as partes do corpo. Tem como função controlar os movimentos rápidos do corpo tais como: contração muscular (atividade motora), atividades viscerais e secreção das glândulas (atividades autonômicas), bem como a sensibilidade (atividade sensorial), consciência, memória, emoção (atividades cognitivas e comportamentais) entre outros. Este é dividido da seguinte forma:

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O QUE DEVEMOS AVALIAR ?

Mediante teste podemos classificar o estado de consciência nos seguintes graus:

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CLASSIFICAÇÃO DO COMA

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CAPÍTULO II Sistema Respiratório Anatomicamente o aparelho respiratório compõe-se em: vias aéreas superiores – nariz, boca, faringe e laringe e vias aéreas inferiores – traquéia, brônquios direito e esquerdo, brônquios segmentares, subsegmentares, terminais e alvéolos. Os dados subjetivos antecedendo o exame físico contribuem para o tratamento e CUIDADO ao cliente, podendo ser investigado os seguintes itens:

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Exame Físico

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Conformação do Tórax

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CAPÍTULO III Sistema Cardiovascular O ciclo cardíaco normal consiste em uma atividade sincronizada entre os átrios e ventrículos, qualquer anormalidade pode representar em alterações fisiológicas importantes, a serem identificados através do exame físico, que inclui inspeção, palpação e ausculta. Anteriormente ao exame físico, deve-se coletar os dados subjetivos para melhor direcionar os problema, são eles:

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1 - Inspeção e Palpação do Torax, da Região Precórdia: Inspeção da forma do tórax e palpação de outras pulsações precordiais: para-esternais, epigástrica, supra-esternal, na área pulmonar; abaulamentos e retrações torácicas e precordiais: difusas ou localizadas, dinâmicas ou estáticas. Análise do ictus cordis ou choque da ponta do coração ou ponto de impulso máximo (PIM) ou ponto apical. Normalmente, está localizado no 5º espaço intercostal esquerdo, na linha hemiclavicular. Em algumas patologias pode estar deslocado para cima, nos casos de ascite, pela elevação do diafragma, ou para baixo nos casos de pneumotórax e enfisema. Pulsações epigástricas - podem ser observadas ou palpadas, correspondendo à transmissão na parede abdominal das pulsações aórticas. Quando essas pulsações forem intensas, pode indicar hipertrofia ventricular direita. Palpação das diversas regiões do tórax: verificar manifestações pleuro-pulmonares, atrito pleural, atrito pericárdico. Na palpação do precórdio pode-se observar a presença de frêmitos. A pesquisa deve ser realizada com a mão espalmada sobre o precórdio. São percebidas como vibrações finas. Observar: duração, intensidade, irradiação.

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2 - Áreas para Ausculta cardíaca:

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Ausculta Cardíaca

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CAPÍTULO IV Sistema Digestório A cavidade abdominal é dividida em quadrantes para realizar o exame físico objetivando tornar mais fácil a descrição da avaliação (dor, presença de lesões, massas, etc.), bem como a localização dos órgãos. A divisão pode ser da seguinte forma:

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Para melhor localizar os órgãos na cavidade abdominal e/ou descrição da avaliação, este pode ser dividido em nove regiões como segue (Figura 4):

Figura 4: Divisão do Abdome em Regiões

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Para realizar o exame físico do abdome, faz-se necessário colher os dados subjetivos (relatos e queixas) do cliente auxiliando a observação do examinador quanto a sinais e sintomas que podem indicar um processo patológico. As manifestações observadas facilitam os achados clínicos e a interpretação da avaliação, e podem ser percebidas com as seguintes perguntas:

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A partir dos dados subjetivos do cliente devemos atentar para alguns sinais e sintomas, tais como:

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INSPEÇÃO DO ABDOME

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AUSCULTA DO ABDOME Os sons audíveis do abdome denominados ruídos hidroaéreos são conseqüências dos movimentos peristálticos e do deslocamento de ar e líquidos do intestino. Para a ausculta abdominal o examinador deve ter os seguintes conhecimentos: Deve anteceder a palpação; Deve ser auscultado percorrendo-se os quatro quadrantes do abdome, iniciando pelo quadrante inferior direito; Ocorre numa freqüência que pode variar entre 5 a 35 minutos; A média dos movimentos peristálticos é de 5 por minuto; Quando a ausculta é difícil deve ser repetida por 2 a 5 minutos em cada quadrante. Podemos encontrar:

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PERCUSSÃO DO ABDOME A percussão do abdome é necessária para investigar a presença e distribuição de gases, líquidos e massas. Podem ser:

PALPAÇÃO DO ABDOME A palpação do abdômen pode ser iniciada no quadrante inferior direito respeitando o sentido horário, e deve ser palpado por meio da palpação superficial e profunda direcionando o examinador na investigação do tamanho, forma, posição e sensibilidade, bem como na identificação de acúmulo de fluidos e presença de massas. Investigaremos na palpação:

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Em caso de sensibilidade a dor durante a palpação alguns procedimentos especiais devem ser realizados, tais como:

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Podemos encontrar clientes com acúmulo de líquidos na cavidade peritoneal, denominado ascite devido à doença hepática avançada, insuficiência cardíaca congestiva, pancreatite ou doenças cancerígenas. A confirmação da ascite pode ser realizada com as seguintes técnicas:

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CAPÍTULO V Sistema Urinário Os rins são encontrados na cavidade peritoneal cuja função básica é eliminar do plasma sanguíneo substâncias indesejáveis ao organismo, tais como: uréia, creatinina, ácido úrico e uratros. Anatomicamente o aparelho renal se apresenta:

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Os dados subjetivos do cliente podem ser percebidos com as seguintes perguntas:

Os sinais e sintomas mais comuns são:

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EXAME FÍSICO DOS RINS E BEXIGA

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CAPÍTULO VI Exame dos Membros Torácicos e Pélvicos Para realizar o exame físico dos membros, o examinador o cliente deve encontrar-se de pé, em decúbito dorsal ou sentado observando através da inspeção, palpação e movimentação os seguintes dados:

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Os dados subjetivos do cliente podem ser percebidos com as seguintes perguntas:

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REFERÊNCIAS BARROS, Alba Lucia Botura Leite de, e COLS. Anamnese e Exame Físico: Avaliação Diagnóstica de Enfermagem no Adulto. Porto Alegra: Artmed, 2002. BEVILACQUA, Fernando, et al. Manual do Exame Clínico. 12 ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2000. BRAUNWALD, Eugene; et al. Harrison’s Principles of Internal Medicine. 15 TH Edition. International Edition, 2001. CINTRA, Eliane de Araújo, NISHIDE, Vera Médice, NUNES, Wilma Aparecida. Assistência de Enfermagem ao Paciente Gravemente Enfermo. 2ª ed., São Paulo: Atheneu, 2003. GUYTON, Arthur C., HALL, John E. Tratado de fisiologia Médica. 9ª ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1997. GUYTON, Arthur C., HALL, John E. Fisiologia Humana e Mecanismos das Doenças. 6ª ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998. GUIMARÃES, Deoclesiano Torrieri. Dicionário de Termos Médicos e de Enfermagem. 1ª ed., São Paulo: Editora Rideel, 2002. LEHRER, Steve. et al. Entendendo os sons pulmonares. Tadução Carmen Valente. São Paulo: Roca, 1990. POTTER, Patrícia. Semiologia em enfermagem. 4º ed., revisão técnica Sônia Regina de Souza. Rio de Janeiro: Reichmann & Afonso Ed., 2002. POSSO, Maria Belén Salazar. Semiologia e Semiotécnica de Enfermagem. São Paulo: Atheneu, 1999. 49

SILVA, Lolita Dopico. Cuidados ao Paciente Crítico: fundamentos para a enfermagem. 2. ed. Rio de Janeiro: Cultura Médica, 2003. SMELTZER, Suzanne C. e BARE, Brenda G. Tratado de Enfermagem MédicoCirúrgica. 9ª ed., Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S.A., 2002. SWEARING, Pámela L. e HOWARD, Cheri A. Atlas Fotográfico de Procedimentos de Enfermagem. 3ª ed., Trad. Isabel Barduchi Ohl. Porto Alegre: Artmed, 2001. TILKIAN, AG; CONOVER, MB. Entendendo os sons e sopros cardíacos: com uma introdução aos sons pulmonares. Tradução Luiz Fernando Salgado. São Paulo: Roca, 1991.

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APÊNDICE A

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APÊNDICE B

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APÊNDICE C EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM MODELO SOAP

S (Sintomas subjetivos: o que o cliente relata) 9:30 – Relata “dor de cabeça”, “dificuldade para engolir” comida sólida e não evacuar a 3 dias.

O (Sintomas objetivos: exame físico (céfalo caudal) + sinais vitais + presença de drenos e cateteres + dados laboratoriais) Lúcida, orientada no tempo e no espaço, respondendo as solicitações verbais, febril. Corada, hidratada, língua saburrosa. ACV: batimentos normofonéticos 2T, ritmo cardíaco regular; AP: murmúrios vesiculares positivo, com sibilos difusos, eupnéico, acianótico. Abdomem: globoso, peristaltismo presente, porém diminuído (2/min), flácido, timpânico, doloroso à palpação profunda em flanco D. Região sacrococcígea com sinais de úlcera 55

por pressão estágio I. MMTT: mantendo venóclise a E, sem sinais flogísticos; MMPP: sem alterações. Diurese presente por sonda vesical de demora (SVD) de aspecto e volume atendendo os parâmetros normais. PA= 140X80 mmHg, P= 78 bpm, R= 18 irpm, T= 37,8°C. Resultado da urina I (EAS) (06/08) – leucocitúria (14.500).

A (Avaliação: opinião sobre o cliente) Encontra-se aceitando pouco a alimentação devido a não melhora da disfagia, obstipação intestinal e falta de mobilização no leito.

P (Procedimentos/condutas de enfermagem) Comunicado à nutricionista Jasmim e ao Dr. Cravo quanto a constipação do cliente e solicitado para rever dieta geral prescrita. Orientado quanto à prática da higiene oral após as refeições e mudança de decúbito. Iniciado antibióticoterapia prescrito (Floxacim 1º dia).

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