Horkheimer, M & Adorno, T - O Grupo. in Temas Básicos Da Sociologia
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Capítulo "O Grupo" do livro Temas Básicos da Sociologia organizado por Hokheimer e Adorno. Publicado no brasil...
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IV
O
GRUPO
Na N a tensão ten são en entr tree o indi in diví vídu duoo e a sociedad soci edade, e, a divergên dive rgência cia j do universal e do pa particula rticularr implica, implica, necessariamente, necessariamente, que o £ indivíduo não se insere de forma imediata na totalidade social mas através de instâncias intermediárias interm ediárias.. Estas Es tas instâncias interinter *" mediárias são as que se encontram abrangidas pelo conceito de Grupo , 1 o qual qu al vem ganhando direitos de cidadania na soci sociol oloogia gia desde os finai finaiss do séc sécul uloo X IX , sobretudo depois depois de Durkheim. £ l Contud Co ntudo, o, tanto tan to na sociol sociolog ogia ia como na linguagem linguagem comum, esse esse ? 8 termo ainda não obteve um significado inteiramente definido. A palavra Grupo, pelo contrário, é algo semelhante ao que a lógica lógica da Linguagem Linguagem chama “expressão “ expressão ocasi ocasional” onal” — isto é, um luga lu garr vazio vazio que, segundo segun do o contex con texto to de d e cada ocasião, ocasião, se enche enc he **iW de diferentes difer entes signif significado icados. s. Sem violen vio lentar tar o sentido da palavra, podem pod emos os d efin ef inir ir como G rup ru p o uma um a comun com unida idade de d e intere int eresse sses, s, como uma aglomeração casual de indivíduos; uma comunidade unitária no tempo e no espaço ou, pelo contrário, dispersa; uma comunidade cônscia de si mesma ou uma apenas vinculada por algumas características objetivas. Dificuldades de deste ste gênero ocorrem sempre que a ciência coordena de maneira inequívoca uma um a palavra palav ra que que,, em si, si, não é inequívoca. inequívoca. Mas nem por po r iss issoo faltaram as tentativas para tornar mais manejável o conceito de Grupo — que, de qualquer modo, parece indispensável — fixando alguns critérios fundamentais que valham, de alguma forma, como núcleo de identificação de suas diversas configura ções, núcleo esse que, com freqüência, assume um certo caráter forma for mal. l. Assim disse Oppenheimer: 61
Uto Grupo è . . . qualquer círculo de pessoas (maior oú me nor, momentâneo ou duradouro, solidamente organizado ou reu nido de forma indefinida) que atuam contemporaneamente e de modo semelhante, sob um mesmo impulso externo e na base de um estado de consciênci consciênciaa comum. 2
Parecida, se bem que algo restrita, é a definição formulada po p o r Ge Geige iger: r: Um Grupo é constituído por uma multiplicidade de indi víduos vinculados entre si de tal forma que o indivíduo sentir-se-se-áá parte p arte integrante integran te do todo, do “nós”. 3
Entretanto, este "nós” é entendido por Geiger como cons ciência coletiva, isto é, como entendimento subjetivo, sem levar em conta o que possa ser um elemento de vinculação objetiva, ao passo que a consciência de “nós” pode faltar inteiramente nos casos em que a linguagem científica utiliza, com bons funda mentos, o conceito de Grupo — por exemplo, em muitos países, par p araa de desig signa narr os traba tra balh lhad ador ores. es. O conceito de Grupo continua por definir, mesmo quando se defina com base nas relações recíprocas entre os seus mem bros. bro s. A títu tí tulo lo ilust ilu stra rati tivo vo,, M aclv ac lver er en ente tend ndee p o r G rup ru p o qualquer vínculo de seres sociais que assumem entre si relações sociais bem definidas.4
É claro que “relações” pode significar aqui toda e qualquer coisa. Além disso, o conceito formal de grupo adquire algumas características mais objetivas no papel que freqüentemente de sempenha na corrente corre nte behaviorista da soci sociolo ologi giaa americ americana. ana. P o r exemplo, Bogardus escreveu: Um grupo social é... um determinado grupo de pessoas com interesses comuns, que atuam entre si, possuem um sentido de sua sua comunidade comu nidade e participam de atividades atividades comuns. comuns. Isto é válido desde uma família pequena, constituída pelos pais e um filho... até ao grupo nacional, que compreende milhões de indivíduos. 6
A este uso do conceito de Grupo, que tende a abranger figuras sociológicas da mais variada espécie, opõem-se as tenta 62
tivas, realizadas sobretudo na Alemanha, de reservar o termo para designar um gênero específico de configuração social. Basta lembrar aqui o trabalho realizado por Leopold von W iese.6 Ele dividiu todas as configurações sociais em função da distância ideal do indivíduo vivente. Assim foi que chegou a uma classificação de Massas, Grupo e “entidades coletivas ou corporativas abstratas”: No caso das M assas.. . os processos sociais em movi mento são encarados de tal modo que as relações próprias do indivíduo incorporado à massa influem diretamente sobre a conduta desta. As massas estão muito próximas da natureza específica, notadamente, dos desejos dos homens que as compõem. — As configurações de segunda potência, isto é, os G rupos.... estão mais distantes do jogo variável das relações individuais, visto que possuem uma organização que impõe ao indivíduo a tônica de sua atuação. — Por fim, as configurações supremas da socialização, as entidades coletivas ou corporativas abstratas, ba seiam-se numa ideologia sustentada pelos homens que as com põem, a qual forma os coletivos de um modo inteiramente impessoal, isto é, o mais distante possível do indivíduo singular empírico. Esses coletivos são pensados e sentidos como portado res dos valores duradouros, não vinculados ao transcurso do prazo de vida do indivíduo.7
São estes os caracteres distintivos que Wiese atribui a um “Tipo Ideal de Grupo”: 1. Relativa constância e relativa continuidad e; 2. Organi zação, baseada na repartição de funções entre os membros; 3. Idéias do grupo presentes em seus membros individuais; 4. For mação de tradições e costumes nos grupos de mais longa dura ção; 5. Relações mútuas com outras configurações grupais; 6. Um critério de Direito (sobretudo, nos grupos mais realistas e de maiores dimensões).8
Para Wiese, a distinção entre grupo e coletividade tem um grande valor. Ele tratou mesmo de definir o modo como se efetua a transição de um para outro, localizando-a no seu esque ma conceptual: Da tradição e das idéias comuns sobre a natureza do Grupo surge, em dado momento, para além das considerações (racio nais) que servem à finalidade do grupo, um espírito de grupo, de caráter ético, que confere um conteúdo específico às forças comunitárias do grupo. Com isto, já se prepara no grupo o coletivo abstrato. 9
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É evidente a vantagem desta definição para a formação de uma nomenclatura bem estabelecida; mas também é evidente, por outra parte, que tanto o objeto como o sentido lingüístico não exigem a restrição do uso do termo Grupo a formações sociais deste tipo, sem ampliá-lo, por exemplo, a homens que, casualmente, se encontram por breves momentos — numa dis cussão durante uma curta viagem ferroviária — e que em tais ocasiões se integram socialmente, em certa medida. Esses grupos efêmeros podem ser mais importantes para a sociedade e para o seu estudo, sobretudo para o exame da atmosfera humana, da opinião pública, dos níveis culturais, do que os grupos per manentes do tipo de uma associação filantrópica.10 Para evitar essa dificuldade, procurou-se, freqüentemente, designar algumas formas concretas das múltiplas vinculações sociais dos homens através de atributos adicionados à palavra Grupo. Assim, fala-se não só de grupos transitórios, efêmeros e duradouros, mas também de grupos abertos e exclusivos, orga nizados e não-organizados, voluntários e compulsórios, psicoló gicos e institucionais.11 Tem ganho uma importância cada vem mais acentuada o chamado micro grupo-, um núcleo de pessoas bastante pequeno para que cad a pessoa possa ligar-se a cada uma das outras. . . modo direto e pessoal, e sem a mediação de terceiros.12
de um
Depois de Herbert Spencer, foi sobretudo Gumplowicz quem, na Alemanha, deu seguimento às investigações em tomo dos grupos desse tipo. Ele definiu-os como “o elemento origi nário de todo e qualquer desenvolvimento social” e o “fator mais elementar do processo natural da História”.13 As primeiras intuições da criança são-lhe inculcadas, desde o começo da vida, pelo seu meio ambiente. A partir desse mo mento, o modo de agir dos que dela cuidam cria na criança os primeiros conceitos e concepções éticos. Vem, depois, a apren dizagem! Elogios e admoestações, prêmios e castigos, esperanças depositadas nela, temores e medos que lhe são insuflados. Tais são os elementos que, gradualmente, vão compondo a sua visão das coisas, formando o seu espírito. E, antes de se dar conta disso, o pequeno cidadão do nosso mundo está formado, como num decalque, pelos caracteres ideais da sua “família”, usando a palavra em sua mais ampla acepção romana. A forma do espí
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rito infantil ajusta-se perfeitamente ao molde multilateral em que foi vazada e tem impressas as marcas que lhe foram postas por cada faceta. Com esta bagagem ingressa o jovem indivíduo no “mundo” que tem a configuração de uma turma de compa nheiros de jogos e de estudos, os quais foram também formados, em geral, em moldes semelhantes ao dele e que têm, mais ou menos, concepções idênticas. Inculcou-se nele uma admiração semelhante por determinadas classes de coisas e pessoas e, mesmo involuntariamente, o mesmo ódio ou aversão que são sentidos por outras; até o gosto por certos alimentos e bebidas recebeu uma orientação uniforme de aprendizagem — e eis-nos diante de outros tantos relógios que funcionam de acordo com a corda que lhes foi dada e o acerto dos ponteiro s.. . tudo isso vive na criança como pensamento, que o vulgo imagina ter sido pensado com toda a liberdade pelo indivíduo; vivem em seu espírito como sentimento, que o vulgo também imagina ser alimentado pelo indivíduo, com razão ou sem ela, com mérito ou com culpa.. .M
Igual importância foi atribuída por Cooley aos microgru pos, como a família, os grupos de diversão e as vizinhanças; às configurações deste gênero deu ele a designação, hoje popula rizada, de primary groups (grupos primários), considerando-os primários no tempo e na importância de que se revestem para o desenvolvimento da personalidade e a manutenção das idéias e dos ideais sociais, ao passo que os secondary groups (grupos se cundários) abrangeriam os agrupamentos do tipo do Estado, Partido, Classe etc. Por grupos primários entendo eu os que se caracterizam por uma associação e uma colaboração pessoais e sem a mediação de terceiros. .. São praticam ente universais, porque pertencem a todos os tempos e a todos os estágios do desenvolvimento; são, pois, um dos principais esteios de tudo o que é universal na natureza e nos ideais dos homens... Obviamente, essas vinculações constituem a aprendizagem inicial da natureza humana no nosso mundo e não existem bases aparentes para supor que isso tenha sido diferente em qualquer tempo e lugar. 15
A sociologia contemporânea dedica bastante atenção ao estudo dos microgrupos. Mas a investigação empírica dos microgrupos existentes na realidade ou experimentalmente forma dos tende a limitar-se ao conhecimento dos mecanismos internos, psicossociais, de mediação do grupo, os quais explicam a depen dência e a uniformidade psíquicas dos membros do microgrupo. Por outra parte, são quase relegadas para um plano obscuro as relações recíprocas entre esses grupos è o mundo social onde 65
se situam, as quais determinam, em grande medida, o conteúdo específico das concepções, atitudes, normas etc. de que o grupo é mediador.16 O interesse de tais estudos é, em primeiro lugar, de ordem prática: depois da famosa pesquisa industrial-sociológica na fá brica Haw thorne,17 sabe-se até que ponto são importantes as relações que se estabelecem nos microgrupos não-formais 18 para fins de trabalho em equipe e, por conseguinte, para a produtivi dade do trabalho. Além disso, como os microgrupos podem ser colocados em condições experimentais previamente estabeleci das, constitui um fator favorável ao seu estudo a consideração metodológica que permite, neste caso, a aproximação do estudo do grupo dos critérios de exatidão experimental das ciências naturais.19 Não faltaram na sociologia as tentativas de atribuir ao estudo dos grupos uma importância primordial ou mesmo de identificar com esse estudo a área total da investigação socioló gica. Não obstante a tendência de Durkheim para atribuir ao coletivo a primazia sobre o indivíduo, ele enfatizou, em sua polêmica contra o universalismo histórico, as associações singu lares concretas, os grupos, os “ tipos sociais” . Excluído o con ceito de desenvolvimento da humanidade como um todo, o grupo via-se elevado, pois, ao status de objeto por excelência da Sociologia, em nítido antagonismo com os remanescentes da especulação histórico-filosófica do positivismo de Comte. De fato, para Durkheim, a lei comteana dos três estágios de desen volvimento da sociedade é “uma visão inteiramente subjetiva. Na realidade, o desenvolvimento da humanidade como tal não existe. O que existe e pode-se observar são sociedades parti culares que nascem, evoluem e morrem independentemente umas das outras.” 20 Para Durkheim, o conceito de Tipo Social per mite eliminar a divergência estéril entre o nominalismo histórico e o realismo conceptual, que é uma conseqüência da relação em que a filosofia fora colocada, em face da sociedade concreta. A redução da sociologia ao estudo dos grupos societários foi também tentada, mais de uma vez, na sociologia americana. Assim, lê-se em Bogardus: A sociologia pode ser definida como a teoria segundo a qual os grupos sociais interatuam para o desenvolvimento e ama
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durecimento da personalidade, por intermédio dos seus mem bros. 21
Em semelhantes concepções da Sociologia, o conceito de so ciedade é suprimido por considerar-se vazio e sem função alguma; a totalidade social significa, quando muito, a soma de grupos previamente investigados. Trata-se de uma espécie de mapa geográfico em que todos os países estão devidamente assinalados; a sua estrutura depende unicamente dos grupos que estão incluí dos no mapa, pelo que não se apresenta sequer a questão da dependência dos grupos da estrutura social e suas leis. A inves tigação da relação entre o indivíduo e a sociedade, em cujo âmbito grupos da mais variada espécie desenvolvem diversas funções mediadoras, reduz-se ao estudo das relações de depen dência entre indivíduos e grupos. Desempenha aqui um papel decisivo saber que espécie de “Realidade” pode ser atribuída aos grupos: se for admitida a existência real dos indivíduos isolados, os grupos só poderão ser vistos como agregados de indivíduos ; ou os grupos podem ser encarados como realidades preexistentes e superordenadas. Esta idéia do grupo como entidade autônoma, à qual os seus membros estão, significativa e geneticamente subordinados, per siste, sobretudo, entre os sociólogos românticos e organicistas, tanto no caso dos mais antigos, como Gumplowicz e Ratzenhofer, como no de alguns mais recentes: Othmar Spann, Alfred Vierkandt e Karl Dunkmann.22 Uma forma pura da teoria do grupo como entidade autô noma foi assim descrita por Vierkandt: Os Grupos são unidades da vida societária que permanecem através das idas e vindas dos seus membros individuais. Não só a sua forma, ordem e estrutura são permanentes mas também o seu impulso vital, seus objetivos, deveres e realizações. Os grupos conservam uma certa independência dos homens, a quem formam e inserem na sua própria ordem.23
Vierkandt falou de uma “vida própria” dos grupos e opi nou que os grupos manifestam, de uma forma semelhante à das pessoas, comportamentos unitários e ordenados em função de uma deter minada finalidade, elaboram estímulos em forma racional e dão•lKes resposta, correspondendo às exigências que lhes são apre
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sentadas, desenvolvendo certas tendências etc., numa palavra, têm uma vida unitária e internamente determinada, no sentido em que a individualidade a possui.24 O grupo é aquela forma da sociabilidade humana... em que a natureza afiliatiya do homem se expressa da maneira mais pura (e que por esta razão sobrevive a todas as transformações históricas). Distingue-se de outras formas de união societária durável, notadamente por duas propriedades: primeiro, a vida autônoma do todo, isto é, uma vida que subsiste ante a vida pessoal dos mem bros, de uma form a relativamente independente das variações dos indivíduos (por exemplo, a vida autônoma do Estado em relação à dos seus cidadãos ) ; e, segundo, a unidade interna, isto é, uma unidade que é ou pode ser experimentada como tal pelos mem bro s.26
Vietkandt não atribui a este conceito de grupo uma vali dade superior àquela, unicamente heurística, de que deveria se revestir o tipo ideal de Max Weber; mas, apesar de suas reservas metodológicas, a tendência para hipostasiar o grupo é clara mente reconhecível: O grupo é . .. uma unidade última; e o conceito de grupo não é, portanto, suscetível de análise ulterior, quer dizer, cons titui uma categoria social e a compreensão da realidade social, mediante essa categoria, baseia-se em fatos não deriváveis, ou seja, fenômenos originários fundamentados numa disposição cor respondente ao homem.26
Os sociólogos organicistas reservam a expressão “Grupo” para os coletivos a que atribuem um certo grau de independên cia em relação aos membros, no sentido de que o todo é superior à soma de suas partes. A validade desta proposição, na esfera social, é tão pouco discutível que, de fato, o processo vital total da sociedade ocorre por cima das cabeças dos indivíduos, mesmo que seja através deles — convirá recordar que o sentido de totalidade está modificado radicalmente, em relação ao seu sig nificado original, derivado da psicologia da percepção — mas, entretanto, não deve ser esquecido que o conceito realista pro posto pelos sociólogos organicistas nega, potencialmente, a interação do universal e do particular na sociedade e justifica amiúde a submissão heteronômica dos indivíduos às entidades estatais e cooperativas, na base de supostas leis essenciais, socio logicamente definidas. Mesmo um positivista como Durkheim 6 $
não permanece alheio a tais intenções; ele viu no predomínio real do coletivo sobre o indivíduo não só a fonte da Ética, em geral, mas também um valor ético-normativo. Nessa sua teoria não há margem para uma concepção meramente universalista do grupo; pelo contrário, e não por erro, falou-se de “uma reinter pretação mecanicista da idéia de totalidade de Durkheim”. 27 A discussão sobre o conceito realista da existência do grupo foi orientada, na década de 1920, quase exclusivamente, pela oposição entre os aspectos “individualista” e “universalista”, 28 que interpretavam de forma antagônica a relação entre indiví duo e grupo — sobretudo, em virtude da influência da psico logia da Gestalt, então em franco desenvolvimento — relação essa em que predominava a tese segundo a qual ela deveria ser entendida como relação de reciprocidade funcional. A essa con cepção se refere, sobretudo, a teoria da dinâmica de grupo, que exerce hoje uma grande influência nos Estados Unidos.29 Os defensores dessa teoria sublinham não só a “interação” do grupo e do indivíduo mas também as constantes mudanças a que estão sujeitos por força dessa interação, tanto o grupo* em si como a qualidade dos indivíduos que o compõem. A i grande influência exercida por Kurt Lewin, oriundo das fileiraá da teoria da Gestalt, baseia-se, essencialmente, na sua “Teoria d*^ Campo” . Citamos em seguida alguns enunciados que podem ser considerados representativos da sua tese principal: O todo não é “mais” do que a soma de suas partes, dado que possui propriedades distintas. Poder-se-ia dizer: “O todo é distinto da soma das suas partes” . . . A idéia do grupo como totalidade dinâmica deve abranger uma definição de grupo fun damentada na dependência em que os membros se encontram (ou, melhor dito, as unidades-partes do G ru po). . . Um grupo é freqüentemente definido como uma pluralidade de pessoas entre as quais regem certos acordos, particularmente, acordos sobre as atitudes. Penso que se deveria entender em que medida uma tal definição se distingue, em principio, de alguma outra definição do grupo que se inspire na mútua dependência dos seus mem bros. É muito provável que, dado um certo número de pessoas, se manifestem algumas concordâncias — por exemplo, de sexo, raça, situação econômica, atitudes — sem que por isso tais pes soas devam constituir, necessariamente, um grupo, no sentido de um todo social composto de partes interdep end entes.. , Por outro lado, o grupo não está forçosamente formado por membros que tenham extraordinárias semelhanças, visto que, para os grupos sociais como para uma totalidade em qualquer outra área, é
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válido que um todo caracterizado por um elevado grau de solidez interna possa conter partes bastante heterogêneas. .. A espécie de dependência recíproca dos membros (ou seja, o que o grupo possui em conjunto) é uma característica distinta do grupo tão importante quanto o grau de independência recíproca e a pró pria estrutura do grupo.30
Embora a teoria dinâmica deva ser aplicada aos grupos sem levar em conta o seu tamanho, porque satisfaz a condição de dependência recíproca das partes, e das partes com o todo, os trabalhos desta escola põem em primeiro plano os microgrupos, nos quais, em última instância, é mais fácil reconhecer empiricamente essa relação de interdependência. O ponto de vista da simplicidade também orientou os trabalhos de Homans, em que predomina o interesse por uma comparação sociológica. A con duta dos indivíduos no grupo, os sentimentos que experimentam uns pelos outros e as “interações”, ou seja, as relações dinâmicas recíprocas, desenvolvem-se, segundo Homans, em dois “siste mas”: um, de natureza externa, constituído pelas relações do grupo e seus membros com o mundo social que o cerca (por exemplo, num grupo de trabalho, na coordenação e subordi nação à máquina, no processo de produção, na relação com o modo de remuneração, com os superiores etc.); e um sistema de natureza interna, que se desenvolve mais além do primeiro, na base da convivência entre os membros (por exemplo, as cha madas relações informais no grupo de trabalho, como as amiza des). A sociologia do grupo humano de Homans baseia-se na relação entre ambos os “ sistemas”. 31 A interdependência que existe entre todos os fenômenos que se produzem no interior do grupo foi reduzida, por esse autor, a fórmulas básicas, as mais simples possíveis. E formulou, entre outras, as duas hipó teses seguintes: Quando, no sistema externo, é freqüente o contato entre os membros de um grupo, desenrola-se entre eles sentimentos de simpatia que levam a um contato cada vez mais estreito que é superior ao mínimo necessário para a colaboração no sistema externo. 32 Uma freqüência menor do contato entre os membros do grupo e as pessoas alheias ao mesmo, acompanhada de maior emotividade nos confrontos entre uns e outros, aumenta a fre qüência do contato e a intensidade dos sentimentos de simpatia entre os membros do grupo e vice-versa.83 70
Entretanto, o próprio Homans assinalou que ambas as hipóteses precisam ser qualificadas para que possam correspon der adequadamente à variedade de condições culturais e sociais na vida do grupo. Por exemplo, as “interações” mais freqüentes não reforçariam as simpatias recíprocas dos membros do grupo, quando entra em jogo uma autoridade de liderança. Pelo con trário, o contato imposto é suscetível de gerar antagonismos. As hipóteses formais de Homans são submetidas, em definitivo, às correções da estrutura social concreta. Contudo, mesmo nesse autor, é evidente o perigo de se atribuir excessiva ênfase aos comportamentos formais comuns a grupos que, na realidade, são muito diversos, e de menosprezar diferenças decisivas entre eles — por exemplo, em relação ao poder. Se realmente se pretende compreender o caráter de media ção da configuração societária designada pelo nome de Grupo, é impossível trabalhar com um conceito de grupo que foi fixado para sempre, de uma forma inequívoca. A ênfase atribuída aos chamados microgrupos está justifi cada pela sua função psicossocial específica; o contato direto entre os homens que pertencem a tais grupos permite a identi ficação com os outros membros, com os quais têm uma expe riência real e imediata, e com o próprio grupo. Nos microgru pos, os indivíduos podem ter experiências de si próprios como pessoas particulares, simultaneamente vinculadas a outras pes soas mas insubstituíveis por estas. A visão da vida dos indi víduos e de suas relações recíprocas é adquirida em grupos deste tipo, não só na origem — na infância — mas também na vida adulta, em que essa experiência original é consolidada e amplia da. A proximidade estreita com outros homens e, por conse guinte, a afiliação em grupos que possibilitam o contato humano imediato, é uma condição óbvia do sentido de humanidade, de um modo geral. Mas se o homem possui uma tendência para experimen tar-se como indivíduo em grupos desse tipo, por outra parte, o anonimato da sociedade concretiza-se, para ele, essencialmente, em grupos de uma outra espécie muito diferente: os grupos ordenados de uma forma racional, com objetivos utilitários e usualmente heteronômicos. Com efeito, para os adultos, esses grupos são, freqüentemente, mais importantes para a reproduÇio da vida do que os grupos íntimos, sem que o elemento de 71
estranheza deixe de ser perceptível. É possível supor que uma forma de reação a esse sentimento de estranheza no macrogrupo funcione em fenômenos sociais como o chauvinismo; o indivíduo recorre a uma superidentificação, mediante a qual possa alimen tar a ilusão de participar do poderio e soberania do gigantesco coletivo. A pertença a tais grupos como o pessoal de uma empresa, o partido político, a associação de interesses econô micos e semelhantes, transmite ao indivíduo uma experiência que está em contradição relativamente substancial com as expe riências realizadas na infância, em busca do afeto e amparo do microgrupo familiar. Naqueles grupos, o caráter utilitário é primordial; mesmo o aparente imediatismo é vivido como algo transmitido e mediato. Nos grupos racionais utilitários, o ajus tamento é freqüentemente forçado, sem uma compensação que devolva ao indivíduo, no plano emocional, aquilo que ele dá. O vínculo do puro interesse prepondera sobre toda e qualquer outra emoção e dá ao grupo a sua tônica. Os grupos informais, de natureza espontânea ou não, conservam um caráter de coisa secundária; um protótipo de tais grupos são as excursões de pessoal de empresas, com o seu artificialismo e características de coisa imposta desde cima, em várias ocasiões. A própria relação entre indivíduo e sociedade está subor dinada à dinâmica social. Varia historicamente e, com freqüên cia, verifica-se que coexistem numa mesma época estruturas que não são “contemporâneas” . A própria compreensão da modifi cação nas relações entre indivíduo e sociedade, por intermédio de certos tipos de grupos, é estéril quando a sociologia se detém na simples verificação da uniformidade e diversidade nesses tipos grupais. Não se pode negar, certamente, que se mantiveram, ao longo da História, certas estruturas a que os sociólogos deram o nome de “relações inter-humanas”. Entretanto, as invariantes enunciadas pela sociologia formal expressam mais a falta de liberdade que até hoje dominou as ações humanas do que o caráter intrínseco e arraigado da natureza do homem ou da existência, em geral. Estava certo Georg Simmel, que foi não só um filósofo mas também vim dos maiores sociólogos da ge ração passada, quando manifestou o seu espanto pelas marcas íntimas que os sofrimentos humanos deixaram na especulação filosófica. Em cada caso, as chamadas invariantes adquirem uma importância e funções radicalmente diversas, segundo a 72
constelação histórica em que atuam. Isolá-las desse contexto e atribuir-lhes um valor absoluto eqüivale a deformá-las. Por exemplo, as funções que satisfazem à família e o modo como as satisfazem dependem, substancialmente, da constelação his tórica em que a família se situa. Antes de ser uma categoria primordial e eterna, a própria família é um produto da socie dade. Assim, como foi amiúde observado em outros aspectos e será aqui visto, no momento oportuno,34 a família moderna, em relação à família burguesa antiga, vê reduzida a sua capa cidade de formar indivíduos autônomos e radicalmente transfor mado o caráter da experiência proporcionada, em seu próprio seio, às pessoas que a compõem. Também é historicamente variável o caráter das estruturas em que o indivíduo se integra, submetendo-se a uma certa ordem e fazendo algumas renúncias individuais. Neste caso, o ponto de partida é a tendência pro gressiva da sociedade para a “socialização”, isto é, para a inser ção, segundo um plano superiormente estabelecido, das partes no todo, e para a integração, em formas de organização incomensuravelmente grandes, sejam econômicas ou políticas; tudo isto conduz à redução do peso específico, no que ainda tenha de redutível, do conceito de Cooley sobre o grupo primário como associação naturalmente criada. No período do industrialismo tardio, as funções de mediação social que podiam ser desenvolvidas numa esfera relativamente independente do co mércio e do tráfico perdem importância mas não têm sorte diferente, em geral, os grupos historicamente dados, aqueles que carecem de uma administração racional e não são alterdirigidos. É fácil ver, por exemplo, que uma comunidade de aldeias já não constitui, numa época em que as comunicações estão extraordinariamente desenvolvidas e agora independentes das próprias estradas de ferro, um tranqüilo grupo fechado e com o mesmo sentido que tinha em tempos não muito distantes, quando o destino de um homem era determinado, em grande parte, pela aldeia onde se encontrava ao nascer. Se a mobilida de, por si só, atenta contra a subsistência autônoma do grupo primário, muito mais o fará a estrutura da sociedade inteira mente capitalista, na qual a tendência de cada um é para procurar um emprego onde possa obter maiores benefícios ma teriais e onde, além disso, as administrações dos organismos econômicos têm um tal poder de disposição que depende delas, cm grande parte, o contexto social e o grupo onde os indivíduos 73
se encontram. O símbolo mais completo e evidente dessa mu dança geral nas funções do grupo, como instância mediadora, é o que se nos apresenta pelos deslocamentos e deportações de populações inteiras ou de partes de populações que se observa em qualquer parte do mundo e sob os mais diversos sistemas políticos; o indivíduo é imediatamente absorvido como átomo pela unidade maior. As tendências contraditórias que, entretanto, se fazem va ler não são explicáveis, simplesmente, pela força de resistência do antigo tipo de grupos. Elas são, por sua vez, essencialmente reativas e dependem da tendência principal dos grupos tradi cionais para a dissolução. Entre essas tendências contraditórias manifestam-se hoje algumas a que poderíamos chamar sintéticas; são aquelas que obedecem a um planejamento desde cima, atuando como amortecedores entre o coletivo anônimo e os indivíduos. Neste sentido, são típicos, entre outros, os chamados “grupos de trabalho”. Além disso, a técnica e as comunicações produzem, diretamente, numerosos grupos informais, desde as pequenas “turm as” de trabalho geradas pelo processo de produ ção ou por exigências algo semelhantes à condução da guerra moderna, por exemplo, os chamados “comandos” ou grupos guerrilheiros, até às viagens coletivas que reúnem, através da Europa, um grupo de passageiros de ônibus. Por último, vemos formar-se na base, como protesto espontâneo, inconsciente e freqüentemente destrutivo, contra a pressão e a frieza da socie dade de massa, novas configurações de microgrupos que ofere cem ao indivíduo uma cobertura coletiva, estreita solidariedade e alguns esquemas de identificação. É paradigma deste tipo de grupo o juvenile gang, já não só americano nos dias atuais. Todas estas formas grupais, entretanto, só se definem e adquirem um significado específico em relação com o processo total de crescente nivelamento das diferenças qualitativas do grupo que se registram na sociedade moderna. Quanto mais a ideologia insiste na autonomia do grupo, tanto mais os próprios grupos, como instâncias mediadoras entre a totalidade e o indivíduo, são determinados, de fato, pela estrutura da sociedade. Assim, o grupo continua exercendo a sua função mediadora e seria difícil conceber uma sociedade sem essa função; mas a função mediadora depende hoje, de maneira evidente, do todo socie tário, como é provável que sempre tenha dependido, de uma maneira menos ostensiva. 74
N O T A S 1. A concepção teórica do grupo como forma de trânsito entre o indivíduo e a sociedade teve em Simmel a sua primeira elaboração: “Assim como dentro do desenvolvimento da sociedade vemos o grupo mais restrito e mais “socializado” mover-se historicamente e em seu próprio interior, de modo simultâneo ou alternado, para o pólo oposto do macrogrupo ou da especialização de elementos singulares da socie dade — também, levando isto ao seu ponto expremo, a própria so ciedade apresenta-se como uma forma especial de agregado, para além da qual surgem as idéias de humanidade e de indivíduo, que como tal subordina o seu conteúdo a considerações e valores de várias formas.” ( Georg Simmel: “Soziologie”, 2.a edição, Munique/Leipzig, 1922, pág. 573.) — Analogamente, os grupos são, para Wiese, “os intermediários entre o homem e a coletividade.” ( Leopold von Wiese: “System der Allgemeinen Soziologie”, Munique/Leipzig, 1933, pág. 454.) 2. Franz Oppenheimer: “System der Soziologie”, Vol. 1, Tomo 2 ( “Der soziale Prozess”), Jena, 1923, pág. 462. 3. Theodor Geiger: “Sociologi”, Copenhague, 1939, pág. 76. 4. Traduzido de Robert M . M aclver e Charles H . Page : “Society”, Nova Iorque, 1949, pág. 14. 5. Traduzido de Emery Steph en Bogardus : “Sociology”, Nova Iorque, 1934, pág. 4. 6. Cf. especialmente Wiese, op. cit,, pág. 385. 7. Op. cit., pág. 386; cf. também pág. 313. — Hofstátter tam bém organizou uma escala de grupos entre os dois representantes ex tremos, a Massa e a Burocracia, cujas respectivas características grupais são a “proximidade do contato interno” e “a especialização de papéis ou funções”. (Peter R. Hofstãtter: “Einführung in die Sozialpsychologie”, Estugarda/Viena, 1954, pág. 373.) 8. Wiese, op. cit., pág. 449. 9. Op. cit., pág. 450. 10. Wiese excluiu do seu conceito de grupo estas formações efê meras (cf. op. cit., págs. 398, 451 e segs.). — Investigações recentes revelaram que a integração no grupo pode ser muito rápida; cf. por exemplo, M uzafer Sherif: “A Preliminary Experimental Study of Intergroup Relations”, em Social Psychoiogy at the Grossroad, edição orga nizada por John H . Rohrer e Muzafer Sherif, Nova Iorque, 1951. — No mesmo sentido, embora partindo de condições muito diversas, são as conclusões do Institu í fü r Sozialforschung em seus estudos do Grupo. Cf. “Frankfurter Beitrãge zur Soziologie”, vol. 2: “Gruppenexperiment. Eine Studienbericht bearbeitet von Friedrich Pollock", Frankfurt-sobreo-Meno, 1955, Cap. 6, págs. 429 e segs. 11. Cf. por exemplo, W. F. Ogburn e M . F. Nim koff: “Sociolo gy”, Boston e Nova Iorque, 1946, págs. 250 e segs. 12. Traduzido de George C. Homans: “The Human Group”, Nova Iorque, 1950, pág. 1.
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13. Ludwig Gum plowicz : “Ausgewãhlte Werke”, vol. 4 (“Soziologie und Politik”), edição organizada por G. Salomon, Innsbruck, 1928, pág. 218. 14. Gumplowicz: “Werke”, Vol. 2 (“Grundriss der Soziologie” ), Innsbruck, 1926, págs. 173 e segs. 15. C. H. Cooley : “Social Organization”, Nova Iorque, 1909, págs. 23 e segs.; citado em Ogburn e Nimkoff, op. cit., págs. 256 e segs. 16. Para um a exposição profunda (orientada em termos psicossociais) da “small group research” (pesquisa do microgrupo), ver Dorvin Cartwright e Alvin Zander (organizadores): “Group Dynamics. Re search and Theory”, Nova Iorque e Evanstone, 111., 1953; e Fred L. Strodtbeck: “T he Case for the Study of Small Groups”, em “American Sociological Review”, Vol. 19, 1954, págs. 651 e segs. O Research Center for Group Dynamics, Ann Arbor, Michigan, e o Tavistock Institute oj Human Relations, Londres, começaram publicando, a partir de 1947, uma revista trimestral dedicada quase exclusivamente à divul gação dos resultados de suas investigações e estudos metodológicos sobre o comportamento de grupo. Essa revista intitula-se “Human Relations”. — Entre os trabalhos teóricos e experimentais de orientação especial mente sociológica sobre os pequenos grupos, citem-se os de F. M . Trasher: “The Gang”, Chicago, 1927; W. F. White: “Street Comer Society”, Chicago, 1943; Hom ans, op. cit. — A observação de Strodt beck, no sentido de que a produção de trabalhos sobre pequenos grupos passou de um título por década, nos começos do século, a três títulos por semana em nossos dias, é um bom indice da cada vez maior atenção que a sociologia e a psicologia social dedicam ao estudo do microgrupo. (Cf. Strodtbeck: op. cit., pág. 651.) 17. F. J. Roethlisberger e William J. Dickson: “Management and the Worker”, Cambridge, Mass., 1939. 18. Para uma resenha da maioria das investigações americanas sobre grupos de trabalho informais, que também elucida os resultados e métodos adotados nessas pesquisas, cf. Hans Stirn: “Die informelle Arbeitsgruppe”, Dortmund, 1952; cf. também, ibid., “Die ‘kleine Gruppe’ in der deutschen Soziologie”, em: Kõlner Zeitschrift fü r Soziologie und Sozialpsychologie, Ano 7, 1954/55, págs. 532 e segs. 19. “Os investigadores empíricos escolheram os pequenos grupos porque queriam estudar neles os sistemas sociais mas desejavam ter a possibilidade de manipular seu objetivo dentro de certos limites.” Tradu zido de G. C. Homans e Henry W. Riecken: “Psychological Aspects of Social Structure", em Han dbook of Social Psychology, edição organizada por G. Murphy, Cambridge, Mass., 1954, pág. 787. — Cf. também, sobre este ponto, L. Festinger: “Laboratory Experiments”, em Research Methods in the Behavioral Sciences, edição organizada por L. Festinger e D. Katz, Nova Iorque, 1953, págs. 136 e segs. 20. Traduzido de Em ile Durkheim: “Les règles de la méthode sociologique”, 11.“ edição, Paris, 1950, pág. 20. 21. Traduzido de Bogardus, op. cit., pág. 3. 22. Um a tentativa moderna de fund amentar empiricamente o conceito organísmico de Grupo, empregando métodos experimentais
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e de análise fatorial para averiguar as “propriedades do grupo”, foi realizada por R. B. Cattell: “New Concepts for Measuring Leadership in Terms of Group Syntality”, em Cartwright and Zander, op. cit. 24. O p. cit., pág. 51. 25. Vierkandt: o artigo “Gruppe” em Handwõrterbuch der So ziologie, ed. organizada por Vierkandt, Estugarda, 1931, pág. 239. 26. Op. cit., pág. 241. — Para a crítica a esta concepção, cf. especialmente, Floyd Henry Allport, “Institutional Behavior”, Chapei Hill, 1933, págs. 13 e 96. “Quando o investigador so cia l... fala dessas organizações como realidades independentes, descreve-as com expressões totalmente estranhas à finalidade dos indivíduos, falando numa língua confusa e atrapalhada.” — “O grupo, no sentido de uma entidade que está acima do indivíduo singular, é objeto de pura especulação metafí sica.” (Citado da edição alemã de Paul Reiwald: “Von Geist der Massen”, Zurique, 1948, págs. 289 e 411.) — Cf. também Siegfried Landsh ut: “Kritik der Soziologie”, Munique, 1929, págs. 11 e segs. 27. George Em. Marica: “Emile Durkheim, Soziologie un d Soziologismus”, Jena, 1932, pág. 10. 28. Cf. Por exemplo, Geiger: o artigo “Gesellschaft” em H and wõrterbuch der Soziologie, op. cit., págs. 207 e segs. 29. Cf. por exemplo, Cartwright e Zander, op. cit. 30. Traduzido de K urt Lewinx “Field Theory in Social Science”, Nova Iorque, 1951, págs. 146 e segs. — Cf. também, ibid.: “Resolving Social Conflicts”, Nova Iorque, 1948 (edição alemã com o título de “Die Losung sozialer Konflikte”, Bad Nauheim, 1953.) 31. Hom ans, op. cit., págs. 81 e segs. 32. Op. cit., pág. 112. 33. Op. cit., pág. 113. 34. Cf. “Família”, cap. 9 do presente volume.
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Temas Básicos da Sociologia
Cultrix
MAX HORKHEIMER e
THEODOR W. ADORNO (Organizadores — Institut für Sozialforschung, Frankfurt)
TEMAS BÁSICOS DA
SOCIOLOGIA Tradução de Á l v a r o Ca b r a l
EDITORA
CULTRIX
SÃO PAULO
EDITORA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Titulo do original: SOZIOLOGISCHE EXKURSE Nach Vortragen und Diskussionen
© 1956 by Europãische Verlagsanstalt, Frankfurt am Main
MCMLXXm Direitos de tradução p ara a língua portuguesa adquiridos com exclusividade pela EDITORA CULTRIX LTDA. Rua Conselheiro Furtado, 648, fone 278-4811, S. Paulo, que se reserva a propriedade literária desta tradução Impresso no Brasil Frinted in Brazil
ÍNDICE
Prefácio
7
I
O conceito de sociologia
11
II
Sociedade
25
III
Indivíduo
45
IV
O grupo
61
V
Á massa
78
Cultura e civilização
93
VI V II VIII IX X XI X II
Sociologia da arte e da música
105
Sociologia e investigação social empírica
120
Família
132
Estudos da comunidade
151
Preconceito
172
Ideologia
184
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