Homilética para EBD
Short Description
Download Homilética para EBD...
Description
Sumário
Introdução...............Pg Introdução...............Pg Oratória...................Pg Eloqüência Eloqüência .............Pg Retórica ..................Pg Prática .....................Pg .....................Pg
1-4 5-13 14 - 21 22 - 28 29 - 32
Departamento Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
Introdução. História da Pregação - Pr.Almiro Lucht Após o exílio na Babilônia foi que a homilia primitiva começou a desenvolver-se, por ocasião de um novo aspecto na vida judaica: A pregação feita em publico com a leitura das escrituras e explanação da mesma, por volta de 445-425 a.C. (Ne 13. 1-3). Os gregos entre 500-300 a.C. desenvolveram a retórica com os grandes filósofos: Platão, Sócrates e Aristóteles. Aristóteles. Os romanos influenciados influenciados pelos gregos aperfeiçoaram aperfeiçoaram a retórica em forma de oratória. Jesus foi o maior exemplo de pregação publica nos dias dos tempos romanos. A pregação imprime ao cristianismo a forma mais expressiva para a comunicação do evangelho de Cristo. Ocupou lugar central no ministério de Jesus. Ele se identificou como pregador em publico quando visitou a sinagoga de Nazaré, ao afirmar que fora enviado “para evangelizar aos pobres ... proclamar libertação libertação aos cativos ... apregoar o ano aceitável do Senhor” (Lc 4.18,19). Jesus foi um pregador itinerante. Seu púlpito, na maioria das vezes era improvisado improvisado sobre um monte, na popa de um barquinho junto ao mar da Galiléia, nas tribunas das sinagogas ou em casa de amigos. Ele não tinha lugar especifico para pregar e nada o impedia de anunciar o evangelho do Reino. Nas vilas, aldeias e cidades, o mais glorioso pregador da face da terra atraia multidões de pessoas eletrizadas por seus sermões cheios de graça e autoridade divinas. Poder e autoridade lhe eram peculiares. John Broadus escreve: “A pregação de Jesus incluía todos os elementos calculados calculados com o fito de mover a mente em todas as direções e levar o homem a ver, sentir, avaliar e tomar decisões morais”. Portanto, o ministério da pregação tomou forma expressiva com o exemplo pessoal de Jesus. Ele deu-lhe um sentido mais amplo e livre. Ele libertou o ministério da pregação do formalismo, pregando ao ar livre, sobre um monte, ou junto ao mar da Galiléia. Sem duvida a maior escola de homilética teve o maior mestre de todos os tempos, o Senhor Jesus. Os discípulos discípulos foram preparados para continuarem o ministério da pregação após a ascensão de Jesus. Enquanto o paganismo dos romanos e dos gregos se valia da pregação polida e retórica, o Cristianismo soube dar-lhe a verdadeira ênfase, tornando-a uma força vital para o crescimento rápido e assustador do reino de Deus nos primeiros séculos da Era Cristã. Na pregação, João Batista precedeu ao Mestre Jesus, ao qual se seguiram os apóstolos. A historia confirma este fato. Entretanto, a pregação crista não se restringiu aos apóstolos. apóstolos. Eles se preocuparam em preparar outros pregadores, os quais vemos destacados nos atos dos apóstolos, como Paulo, Estevão, Filipe, Apolo, Silas, Tito, Timóteo, e outros. Neste curso você aprendera as principais principais regras de homilética para organizar um sermão A homilética é a ciência que ensina ao pregador como preparar e expor o sermão. De maneira alguma tal estudo anulará a inspiração do Espírito Santo. A homilética apenas coloca os pensamentos inspirados por Ele numa ordem que facilita a exposição do sermão. Todo o ministério da palavra de Deus tem seu ponto de partida diante de pessoas e termina diante delas. Por isso o pregador deve preparar-se o melhor que puder através da oração e da meditação nas Escrituras Sagradas, para apresentar mensagens poderosas e com a unção divina. No decorrer desta lição você aprendera o que é homilética e a importância que ela tem para o pregador. 2 Departamento Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
Departamento Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
Vamos definir o que é homilética. Homilética Homilética pode ser definida como a ciência que ensina os princípios fundamentais fundamentais do discurso publico, aplicados aplicados na proclamação proclamação do Evangelho. Evangelho. Em termos mais simples: a homilética é a arte da preparação e comunicação comunicação de sermões. A palavra homilética deriva-se do termo homilétike, que significa o ensino em tom familiar. De origem grega, aparece também o verbo homiléo, que quer dizer conversar. Este verbo tomou forma na Era Cristã, resultando no termo homilia, que designa a pregação cristã feita nos lares em forma de conversação. A observação da homilética no preparo de um sermão, não visa suprimir a inspiração e a unção do Espírito Santo, não só necessárias, mas, também indispensáveis à pregação do evangelho. Ela fornece ao pregador recursos para a elaboração dos pensamentos inspirados pelo espírito Santo, colocando-os na ordem lógica. Por termos a grande verdade a transmitir ao mundo, devemos possuir um grande método para sua transmissão. Ligada à homilética aparecem três outros termos muito relacionados entre si, mas distintos quanto o significado, que são: oratória, eloqüência e retórica, como se define a seguir.
1.
Oratória
A oratória é a arte de falar em publico de forma elegante, precisa, fluente e atrativa. Muitos preg pregado adores res são estudi estudioso osos, s, pesqu pesquisa isador dores, es, int intel elige igente ntes, s, homen homenss de oraçã oração; o; mas falha falham m quanto quanto à elegância e fluência na transmissão da mensagem divina.
2.
Eloqüência
A eloqüência pode ser desenvolvida na teoria e na pratica da oratória. É o dom natural da palavra, desenvolvido de modo coordenado, coerente e fluente.
3.
Retórica
A retórica é o estudo teórico e pratico das regras que desenvolvem e aperfeiçoam o talento natural da palavra, baseando-se na observação e no raciocínio. Como se vê, a homilética é como a arte de cultivar a terra. Se o lavrador souber usar a ciência e a técnica agrícolas no cultivo de sua terra, os resultados serão satisfatórios. satisfatórios. Assim o pregador que sabe aonde quer chegar, saberá como chegar. A pregação é a homilética posta em pratica. A homilética é, portanto, uma ciência que estabelece regras básicas para a preparação de discursos. Ela aplica os princípios da oratória, da eloqüência e da retórica para que haja, na preparação e comunicação do sermão, clareza de idéias, lógica nos pensamentos, melhor inter-relação inter-relação dos pontos expostos com o tema central e facilidade facilidade para cronometrar o tempo do sermão. Hoppin escreveu: “homilética é a ciência que ensina os princípios fundamentais dos discursos em publico, que proclamam o ensino da verdade divina em reuniões regulares para o exercício do culto”. 3 Departamento Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
Departamento de E.B.D. Criciúma SC. Waltensir L. da Silva afirma que a “homilética soma um complicado sistema de preparação. Que se caracteriza pela harmonia entre o terreno e o celestial. O humano e o divino, o transitório e o eterno, o racional e o sobrenatural, em que Deus fala ao homem por meio do homem, fala do desconhecido usando o conhecido. Fala ao homem na linguagem do homem. Todo pregador deve ter mente o significado e a importância dos três elementos chaves da homilética já citados: oratória, eloqüência e retórica. A oratória é a arte de falar em publico. Existem, pelo menos, cinco formas distintas de oratória: a acadêmica, a forense, a política, a religiosa e a popular. Diz o professor Osmar Barbosa: “A oratória constitui um gênero literário que une o belo ao útil, tendo por obras orações ou discursos, como também toda espécie de composições com a finalidade de persuadir e comover os ouvintes. Entre as faculdades que mais contribuem para o êxito da persuasão esta a eloqüência, que é o poder de persuadir por meio de palavra e do gesto”. A oratória acadêmica é utilizada nos discursos universitários, nos grêmios literários e academias. É possível nas escolas teológicas de grau superior. A oratória forense é a que se emprega nos tribunais, exigindo dos oradores clareza, concisão e lógica nos seus discursos. A oratória política é empregada nos discursos que tratam de assuntos do estado. Exige-se eloqüência parlamentar, diplomática e popular. Aristóteles declarou que a política trata dos problemas entre cidadão e cidadão, e cidadão e cidade, e entre cidade e cidade. A partir desse conceito, entende-se por política, a arte de bem governar a população. Dois aspectos essenciais da oratória política são: os discursos e os debates. A oratória religiosa, ou sagrada, é aquela que procura difundir a religião através da predica. Alguns mestres dão vários nomes às formas de comunicação verbal dos oradores religiosos. Tais como prática, prédica, homilia, sermão. Segundo John Broadus, “a predica é característica do Cristianismo”. Ninguém como os cristãos imprimiram uma importância tão grande à pregação. Jesus deu à prédica lugar central em seu ministério. Em síntese, prédica é o sermão que dá ao púlpito sacro toda beleza e veemência de uma tribuna. A oratória popular é a fala discursiva desprovida de método e erudição, mas que acontece nas ruas, nos festejos e nos protestos sociais.
A homilética ajuda o pregador a desenvolver Estilo próprio O estilo é a maneira de o pregador expressar no sermão o seu pensamento. Cada pregador tem características próprias e deve usá-las, para que, no púlpito, sua autenticidade não seja apagada. Deus usa pessoas tais como elas são. As características pessoais de expressão são respeitadas por Deus. Ele não usa robôs, mas pessoas de personalidade firme e saudável. Sua palavra é canalizada em nosso ser, e a unção divina flui através da nossa personalidade. Não confundamos personalidade com individualismo. A individualidade é respeitada e necessária para que nossa personalidade não seja apagada. Entretanto, o individualismo não é característica recomendável a um pregador da palavra de Deus, visto ser uma manifestação negativa e egocêntrica que rejeita a submissão ao Senhor. Deus não quer que o individualismo anule sua palavra, mas também não deseja que percamos a nossa individualidade. “O estilo é o homem”, disse certo escritor. A linguagem, a forma e a expressão podem ser desenvolvidas pelo pregador, e o resultado será o estilo. A palavra estilo vem do latim “stilus”, que era uma haste pontiaguda, um estilete ou ponteiro de escrever. Os romanos o usavam para escrever sobre tabuinhas cobertas de cera. A partir de então, a palavra estilo passou a ter sentido figurado. O modo de escrever, de falar e a postura física podem indicar o estilo de cada um. O pregador demonstra seu estilo pela maneira como se expressa. Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
4
Departamento de E.B.D. Criciúma SC. É comum aos iniciantes imitarem o estilo de pregadores que admiram. Prática não recomendável, porque pode anular-lhes a personalidade. Imaginemos que alguém ouça um pregador e o identifique com outro. É aceitável que um iniciante apresente alguma característica de um pregador que admira. Essa admiração pode ser mantida mas o tempo e a experiência contribuirão para tornar o pregador autentico, a desenvolver seu próprio estilo.
Autoridade O estilo do pregador é percebido pela autoridade espiritual que manifesta em suas pregações. A palavra de Deus deve ser falada com autoridade espiritual, a fim de que o sermão não seja mera exibição retórica. Uma personalidade fraca gerará pregação fraca e sem autoridade. O principio de autoridade que rege o pregador reside na sua submissão á palavra de Deus. É maior a palavra de Deus que o pregador. Sua autoridade sobre o auditório é tanto maior quanto maior for a autoridade da palavra divina sobre o pregador. Paulo demonstrou autoridade em sua pregação conforme está escrito em Tito 2.15 e 2 Coríntios 5.20.
A Arte da Oratória Sacra - Pr.Almiro Lucht Introdução: Um dos principais instrumentos de transformação da humanidade é a fala: algo que usamos todos os dias automaticamente. A fala mudou a história do mundo várias vezes. Com sermões e pregações, profetas construíram religiões, filósofos explicaram a vida. Com os discursos se iniciaram conflitos. Muitas guerras se iniciaram graças a falas que incendiaram nações. A paz também veio graças à fala. A fala é a principal forma de conquista do ser humano: com ela a gente convence, compartilha idéias, compartilha conhecimento e, principalmente, se revela, como disse Jesus: “A boca fala do que o coração esta cheio” (Mt 15. 11,18,19). Então, dentro desse contexto, estudaremos a oratória. Temos como propósito, nesta apostila de aula, ensinar aos amados irmãos coma se comunicarem melhor e com mais eficiência no exercício do ministério da Palavra de Deus. 1. A oratória de Jesus Oratória é a capacidade de falar em público de maneira clara, objetiva e vibrante. O treinamento dos discípulos realizado por Jesus envolvia muitas áreas, inclusive a área da comunicação e a da oratória. Ele queria falar de maneira vibrante, pois seu plano era vibrante. Ele queria falar ao coração dos homens, pois seu projeto era regado a afeto. Os discípulos tinham parcos recursos lingüísticos. Divulgar o plano de Jesus, seu amor e sua missão não envolviam pressão social, armas ou violência. A única ferramenta eram as palavras. Se seus discípulos não aprendessem a mais excelente oratória, não convenceriam o mundo de que o carpinteiro que morrera na cruz de maneira vexatória era o Filho do Deus Altíssimo. Como ensinar homens a falar com multidões se eles mal conseguiam organizar suas idéias diante dos seus amigos? Jesus corria grandes riscos de não ter êxito. Ele deu aulas magníficas de oratória sem que eles percebessem. A capacidade de comunicação de Jesus deixava todos seus ouvintes fascinados. Numa época de escassos oradores, Ele brilhou. As platéias ficavam impressionadas tanto com o conteúdo de seus discursos como com a maneira como o expunha. Jesus reuniu dois instrumentos difíceis de ser conciliados na oratória: a convicção e a sensibilidade. Ele tinha voz segura e suave. O Mestre passeava pelas vielas da emoção dos seus ouvintes. Falava com os olhos e com os gestos. Seu corpo era uma sinfonia. Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
5
Departamento de E.B.D. Criciúma SC. Jesus foi um excelente comunicador de massas. Os palestrantes da atualidade usam recursos multimídia. Alguns conferencistas travam sua inteligência sem o recurso de computadores
para animar sua exposição. Hoje em dia, as pessoas dependem cada vez mais de recursos exteriores para expor as suas idéias. Porém, Jesus não tinha nenhum recurso externo; não tinha nem sequer um quadro negro para expor didaticamente seus pensamentos, mas seus discursos e sua didática magnetizavam as platéias. Isso e tanto verdade que a Bíblia registra que as pessoas madrugavam para ouvi-lo (Lc 21.37,38). Ele era capaz de falar para milhares de pessoas ao mesmo tempo. E, o que e pior, falar para um publica misto. A coisa mais difícil é falar para um publico constituído de adultos, crianças, intelectuais, iletrados. As crianças distraem os adultos; uma palavra difícil não e compreendida por quem tem menos conhecimento cultural das coisas. Realmente vira um tumulto quase que incontrolável. Agora, imagine falar para um publica misto e sem microfone. Quase impossível, mas Jesus falava com maestria para dez, vinte, cem, mil ou dez mil pessoas. Para falar para as multidões Ele procurava espaços abertos, calmos e com capacidade de difusão sonora, como o Monte das Oliveiras e as praias. Suas conferencias levavam as multidões a suspirar. Os evangelhos registram diversas reações de encantamento que ele provocava no publico (Mt 7.28; 13.54; Mc 1.22 e 6.2; Lc 4.32). João registra no capítulo 7.45-47 de seu evangelho que Jesus deixava seus ouvintes tão perplexos, não importando se eram seguidores ou perseguidores, que uma certa vez uma escolta de soldados que estava incumbida de prende-lo ficou paralisada diante da pessoa e do discurso de Jesus. Voltaram de mãos vazias!!!! Era muito fácil, Ele não tinha qualquer proteção, mas quem consegue aprisionar um homem que abala os pensamentos? Quem consegue amordaçar um divulgador de sonhos que liberta a emoção? Os lideres de Israel que os enviaram ficaram indignados. Os soldados quando inquiridos por que não o prenderam, responderam: “Nunca alguém falou como este homem”. Os soldados foram libertados no seu espírito, desejaram ansiosamente beber da felicidade sabre a qual Jesus discursava. Raramente os lideres espirituais de hoje tem um discurso vibrante, não apelativo, que provoque fascínio e inspiração. Raramente falam ao coração e conseguem fazer com que seus ouvintes sonhem com as flores, amem a vida, superem suas angustias. Sem nenhuma atitude apelativa, o Mestre conseguia 100% de audiência nas proximidades em que estava. Ate as crianças silenciavam suas mentes. Fazer com que as pessoas deslocassem sua atenção do pão físico para o pão psicológico e espiritual era uma empreitada gigantesca. Mas Jesus atraia multidões incontáveis. Mais do que seus atos sobrenaturais, a sua oratória deixava assombrados homens e mulheres. Seus discípulos, ouvindo Jesus e convivendo com tudo isso, deram um salto espiritual e intelectual sem precedentes. Eles aprenderam a se comunicar com criatividade, venceram a timidez, a insegurança, a insensibilidade, o medo de ser rejeitado, incompreendido e criticado.
2.
Falando em publico
Para se ter um bom desempenho na hora de falar em publico, faz-se necessário que o orador (pregador, ensinador) responda às seguintes questões: Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
6
Departamento de E.B.D. Criciúma SC. Quem é o seu publico? É um publico heterogêneo (misto)? E homogêneo? (igual) O que meu publica deseja? Como você pode ajudar a conseguir o que desejam? De quanto tempo você dispõe para transmitir a sua mensagem? Sabe-se que discursos muito longos causam desmotivação nos ouvintes. Portanto, procure mostrar suas idéias de forma sucinta e rápida. Um certo palestrante disse: “Serei breve para ser ouvido”. Você precisa ter senso de duração: saber o tempo de entrar no assunto, e cair fora. Conhecer a condição física do ouvinte nesse momento e muito importante, pois se ele estiver cansado, não se sentira estimulado a ouvir o seu sermão ou sua palestra. Falar bem e demonstrar equilibra e sensatez. Como se deve demonstrar equilibra quanta ao tempo da fala para não ser curto demais ou enfadonho demais? O segredo e ter conteúdo e que seja breve. Se você não tiver conteúdo, pelo menos seja breve, senão você vai fazer o pessoal dispersar. Isso e uma realidade! Acredite! Há pessoas que acham que sempre tem que falar muito e, às vezes, não se faz necessário. O tempo rege qualquer discurso; ele é marcante em todas as relações. Procure praticar o poder de síntese. Quanto mais uma pólvora é espremida mais poder de explosão ela terá. O teatrólogo francês Jean Coquiteau disse certa vez que estilo é a arte de cortar palavras. O que você deve fazer, então, para ser claro e objetivo? Diga ao publico o que vai dizer (ou seja, o assunto), desenvolva-o e, por fim, faça um resumo do que disse, desafiando ou persuadindo o seu ouvinte a mudar de comportamento. O primeiro principio do discurso é ter um objetivo bem claro. Qual é o centro do seu discurso? Sabemos que as oportunidades são desperdiçadas quando as pessoas têm objetivos indefinidos ou confusos. O objetivo de cada discurso esta em uma destas cinco categorias: 1- Entreter; 2- Informar; 3 – Inspirar; 4- Convencer (Persuadir); 5- Comover. – Entreter é levar o ouvinte a descontrair-se, ou seja, a descarregar sua tensão, predispondo-o para a aprendizagem. - Informar é atingir o domínio cognitivo das pessoas acrescentando-1hes algo dantes não conhecido... – Inspirar é conceber idéias, descobrir expressões e saber aproveitar as circunstancias, surpreendendo os ouvintes com o brilho e o inesperado da sua força oratória. São efeitos da inspiração esses toques inesperados que os oradores conseguem operar em nosso animo; verdadeiros relâmpagos que nos iluminam e incendeiam a alma. - Persuadir é convencer, é obrigar com provas e argumentos a inteligência a reconhecer uma verdade, um fato. – Comover é mudar a disposição da vontade de um auditório para que ele experimente os mesmos sentimentos e emoções que o orador sente e tenta comunicar-lhe. Cada discurso, ensino ou pregação deve ter três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão, ou seja, deve ter começo, meio e fim e, quanto mais simples, melhor. É necessário concatenar as idéias. Nesse caso, a objetividade é fundamental. Na introdução você atrai o interesse do seu ouvinte. Ela tem dois propósitos: falar ao publico sobre a vantagem de ouvir o resto de seu discurso e antecipar o que vira pela frente. Você pode com uma pergunta, uma afirmação, uma experiência, ou, ate mesmo, uma historia engraçada, dependendo do ambiente ou da situação. No desenvolvimento você comenta o assunto que foi apresentado na introdução. Nele você explica e reforça seu objetivo e deve ter relação com seus ouvintes. Conheça-o e apresente-o tão concisa e vigorosamente quanto possível. Mantenha seu discurso simples, fácil de ser entendido e bem organizado, de forma que o ouvinte se recorde do que foi dito. Na conclusão realce os principais pontos que devem ser lembrados. É como se fosse uma revisão do seu discurso. O ouvinte deve se sentir interessado, informado, estimulado, persuadido ou convencido após ouvi-lo. Seu publico deve sentir-se recompensado por ouvi-lo. Peça-lhes para agir ou reagir a suas idéias. Uma mensagem sem um pedido especifico é uma oportunidade desperdiçada. Faça-os agir. Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
7
Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
4. Técnicas e características que deverão ser observadas para uma melhor comunicação.
4.1
– Quanto ao medo de falar em publico x segurança :
– O medo de falar em publico é extremamente normal. Rui Barbosa disse que a pessoa que vai falar em publico e não fica com frio na barriga é anormal. – O medo estimula e faz com que a adrenalina suba, provocando, assim, um bom desempenho. – Jesus, certa vez, disse: “Não se preocupem com o que hão de falar, pois na hora aprazada, Deus dará a vocês o que devem falar” (Mt 10.19). – A bíblia diz que o Espírito Santo nos fará lembrar as palavras que o Senhor proferiu (Jo 14.26) . Mas para lembrar as palavras que o Senhor proferiu e necessário que as conheçamos. Agora, se não tivermos as palavras, o que vamos falar? – Por isso, não se proponha a falar de coisas que você não sabe, que não são de seu metiê (oficio, domínio; área).
3.2 – Quanto ao contato visual: - E importante ver a fisionomia de todos os seus ouvintes. – Precisamos ver se há alguém apoiando, gostando ou não, querendo dormir, etc. – Ás vezes isso depende muito do horário em que vamos falar. Existem horários críticos nos quais as pessoas estão mais propensas a enfados e sonolência: após o almoço, á noite perto da hora de dormir, etc. É nessa hora que o falante tem que fazer alguma coisa para despertar o povo.
3.3 – Quanto à voz: – A oratória se baseia na voz, como a musica no som, como a pintura na cor. - Ela deve ser flexível (variada), de acordo com o ambiente e assunto; não deve ser trêmula, porem firme. - Se sua voz atingir apenas quem está na frente, aquele que está no fim do recinto vai começar com conversas paralelas. Também você não deve irritar quem está na frente. - É muito importante que você se dirija a todas as pessoas e olhe para elas, mudando a entonação. Se você não fizer isso, ninguém agüentará ouvi-lo, pois falar numa mesma entonação é como cantar uma cantiga de ninar ou fazer uma narração de um jogo esportivo. – A modulação da voz no momento da fala é de suma importância. Deve-se variar a velocidade e a entonação. – A sua dicção (modo de pronunciar as palavras) deve ser clara; com palavras bem pronunciadas. É indispensável que o orador articule perfeitamente consoantes e vogais, que conheça os acentos tônicos, as silabas finais, etc. Isso constitui um prazer estético aos ouvidos da assistência. As pessoas que não pronunciam as consoantes finais, que não executam como deve ser a acentuação do ritmo e que não sabem fazer ressaltar a palavra de valor, poderão ser tudo o que quiserem, mas nunca oradores. Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
8
Departamento de E.B.D. Criciúma SC. - A velocidade da fala deve ser normal. Alguns tomam tal rapidez no falar que parecem estar sendo tangidos pela neura da pressa..
3.4 – Quanto a pausa : - Ela é muito bem vinda, especialmente quando se está nervoso. Nessas horas, um copo d’água e muito importante, porte quando o pregador ou palestrante sofrer algum tipo de branco (esquecimento), naquele momento, ao parar para beber um pouco de água, ele poderá retornar confortavelmente para o assunto; sem falar também da boa oportunidade de molhar as cordas vocais. - A maioria dos que falam em publico logo se fatiga por não saber aproveitar o sopro respiratório, justamente no instante de maior efeito, perdendo o fôlego, pronunciando as derradeiras palavras de tal forma que o auditório não as percebe.
3.5 – Quanto aos recursos didáticos ou multimídia : - Eles são bons, pois podem servir de ajuda como recurso de memória, como também servir de apoio audiovisual. Porem é importante lembrar que não devemos confiar 100% neles. Conheço a historia de um certo palestrante que ficou “na mão” quando usava um data-show (recurso audiovisual), exatamente numa empresa de energia elétrica. E ai ele teve que falar durante duas horas, á luz de velas. Se ele não dominasse o assunto, não teria dado a palestra. Portanto, se você não falar aquilo que sabe, não terá domínio da situação. – É bom lembrar que a informação sozinha não é nada. Ela só tem significado quando transformada em conhecimento. Por sua vez, a pratica sozinha não e nada. Agora, quando transformada em experiência já significa alguma coisa. Logo, o conhecimento de causa é de suma importância para uma boa comunicação. Quando juntamos experiência com conhecimento encontramos sabedoria humana.
3.6 – Quanto à memória : – Existe também na fala em público um problema que pode acontecer com qualquer pessoa – o problema do “branco total”. É uma sensação terrível. Nessas horas os recursos didáticos ou material de apoio (os esquemas) podem ajudar muito. São de inestimável valor para todos, especialmente para os iniciantes. Esses recursos põe-nos claro diante dos olhos o plano que temos a seguir. Mostram-nos, como um mapa, o caminho a percorrer. Dão-nos a planta da arquitetura que vamos executar. Existe neles a convicção de não errar, de ir certo ao fim previsto. – Às vezes o “branco” se dá por estresse, cansaço, etc. Em casos como esses o pregador ou ensinador deve ter uma dose de compaixão por si mesmo; isso é algo que ajuda muito. Não entre em desespero, você vai sair dele em alguns minutos. Portanto, prepare-se para a apresentação. Se o “branco” ocorrer, ele vai sumir naturalmente. É aí que entra o poder de improvisação e a criatividade.
3.7 – Quanto aos gestos: – Sabemos que o corpo fala. A face fala dos sentimentos, as mãos falam das palavras e o corpo fala do ritmo. – Porém, não podemos ser exagerados. Eles devem ser adequados e naturais. – Os gestos são sempre denunciadores da sensibilidade humana. Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
9
Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
3.8 – Quanto á clareza da informação: – O que você esta querendo dizer? O que você fala esta sendo entendido? Um certo escritor disse certa vez: “Escrever é fácil – é só começar com uma maiúscula, terminar com um ponto final e no meio colocar as idéias”. Porém o problema é fazerse entender. Cremos que a parte mais difícil do discurso é achar o seu objetivo. Por isso, sempre se pergunte – Aonde eu quero chegar?
3.9– Quanto à arte de contar histórias e à imaginação. – A imaginação constitui o maior tesouro do orador. É ela que 1he vai sugerindo as mais lindas comparações, as mais formosas e adequadas figuras para os seus pensamentos e as mais empolgantes descrições. O orador deve ser imaginoso. Ele deve trazer uma figura ou história que se enquadre no assunto que ora está sendo ministrado.
3.10 – Quanto à sensibilidade . - A sensibilidade e um dote natural que devemos encontrar em todo orador. Ela consiste na facilidade espontânea de perceber e de reproduzir os sentimentos, dando-1hes um cunho pessoal, inconfundível. – Para que a sensibilidade seja completa o orador deve dispor de grande poder de receptividade, ser como certas flores que se transformam com o menor sopro quente de ar e imediatamente poder expressar a impressão recebida de várias maneiras, sempre vibrante de pessoalismo. Quem não dispuser deste caráter sensível nunca poderá ser orador. Se o meio ambiente, a oportunidade da hora não consegue impressionar a sua personalidade, como haverá de, por sua vez, impressionar os ouvintes? – Se você é dotado de natureza fria, quase impassível, sobre a qual de nada valem as impressões de um jubilo público, de uma tristeza geral, a sua palavra também não conseguirá nada em tais auditórios porque não dispõe de vibração alguma. – É importante salientar também que os excessos devem ser prevenidos. Há pessoas sensíveis em demasia, que transformam em grandes catástrofes os acontecimentos comuns da vida. São os nervosos e impressionáveis ao extremo. O orador não pode perder certa majestade e imponência a fim de que o ouçam com respeito e acatacamento.
3.11 – Quanto à convicção: Convicção é a certeza adquirida por demonstração, argumentos e evidências (provas). Essa é a parte por excelência do discurso, principalmente quando o orador se esforça por convencer o público. Nessas horas vão pesar, e muito, a adesão dos ouvintes, o assunto apresentado e a maneira pela qual ele e apresentado. A convicção se baseia nos fundamentos do princípio ora apresentado e na experiência com ele.
4 A importância do domínio da língua portuguesa na capacidade de se comunicar. É de fundamental importância ter o domínio da língua portuguesa para se comunicar com mais clareza e coerência. Se você não se importar com isso, vai ter dificuldades de estabelecer credibilidade. Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
10
Departamento de E.B.D. Criciúma SC. A língua portuguesa é uma língua muito difícil e, sem dúvida alguma, toda vez que você for falar em público você irá esbarrar com ela. Por isso, precisamos de um aprimoramento nessa área. Você terá que possuir um bom vocabulário, pois só se fala o que se tem dentro de si. Entretanto, é preciso ter cuidados para não formalizar demais o discurso nem baixar o nível demais. É necessário saber qual é o público alvo. Às vezes o falante expressa a língua formal no lugar errado, no momento errado ou, até mesmo, de forma errada. E aí o público vê que a pessoa não tem experiência ou vivência para falar em público, ou que a pessoa não tem a formação que aparenta ter com demonstrações de palavras difíceis para impressionar. A escolha adequada das palavras ajudará o falante na hora da comunicação. Nessa hora perguntese a si mesmo: O que é que vou falar? E, para quem vou falar? A língua não pode ser uma forma de distanciamento, mas, sim, uma forma de comunicação e de expressão. Ela não deve ser usada como uma arma, pois a vítima pode ser você ou o seu público. Faça simples que dá certo. Procure ter vocabulário para usar as palavras de acordo com a situação.
4.1 – Vícios de linguagem: a) A ambigüidade É aquela palavra ou expressão de sentido duvidoso, duplo, confuso. Exemplo: Trouxe uma caixa de pêssegos para teu pai que está na geladeira. b) O barbarismo É a pronúncia, forma ou significação errada da palavra: em lugar de rubrica; proporam em lugar de propuseram; bizarro no sentido de esquisito (falso cognato). c) A cacofonia Som desagradável ou palavra de sentido ridículo ou torpe, resultante da seqüência de certos vocábulos na frase: por cada mil habitantes; nunca gaste seu tempo em coisas inúteis; a boca dela; etc. d) O estrangeirismo Comunicação ou presunção? Se o falante usar uma palavra estrangeira com respeito, ele até pode proferi-la, mas que seja de acordo com o seu bom senso. Ele deve 11sa-la e dar a devida tradução para que seus ouvintes se sintam bem. Se houver alguma palavra que o público não a entenda, o palestrante comprometerá a apresentação. As palavras quer sejam em português, inglês ou em outra língua qualquer devem ser confortáveis para todos. Em momento algum as palavras devem parecer pedantes. Muitos as usam por puro pedantismo, para querer sofisticar, uma coisa não precisa ser sofisticada. Dessa forma, cria-se um distanciamento do povo. e) A colisão Sucessão desagradável de consonâncias idênticas: o rato roeu a roupa do rei e da rainha; o que se sabe sobre o sabre? Eu quero frango frito, feijão e farofa; a vida é uma sucessão de sucessos e insucessos que se sucedem sucessivamente. O delegado narrando os fatos: queremos comunicar este fato que aconteceu, que não era para acontecer que acabou acontecendo, e por causa deste acontecimento que aconteceu, que não era para acontecer que acabou acontecendo, aconteceu este acontecimento que não era para acontecer que acabou acontecendo, e por isso aconteceu este acontecimento. f) O eco É a concorrência de palavras que tem a mesma terminação: a flor do irmão Nestor tem odor e frescor. Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
11
Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
g) A obscuridade Sentido obscuro ou duvidoso decorrente do emaranhado da frase, da má colocação das palavras, da impropriedade dos termos ou da pontuação defeituosa.
h) O pleonasmo Redundância; presença de palavras supérfluas na frase: entrar para dentro; sair para fora; a brisa matinal da manhã, cafezinho pequeno; etc. i) O solecismo Erro de concordância, regência e colocação: falta cinco alunos; eu lhe estimo; revoltarão-se; etc. j) Os bordões Conhecidos como amparos ou muletas. São aquelas palavras que se usam repetidas vezes numa fala. Exemplos: Né? Obviamente; com certeza; tranqüilamente; veja bem...; tipo assim; a nível de; como de fato e mesmo etc. 4.2- Qualidade da boa linguagem: a) A correção É seguir na medida do possível as regras gramaticais sem, portanto, ser rígido demais para não abafar a espontaneidade. b)A concisão Consiste em dizer muito em poucas palavras. É evitar as palavras supérfluas, a desmedida adjetivação e as frases extensas e emaranhadas. A concisão é o contrário da prolixidade (prolixo, longo, demorado). c) A clareza Esta é uma das mais estimadas de um discurso. O orador tem de ser claro em seus pensamentos, nas suas frases, nos seus menores vocábulos. As palavras difíceis, de uso raro, prejudicam em excesso a clareza do discurso. d)A precisão É a escolha acertada do termo próprio, da palavra exata para a idéia que se quer exprimir. e) A naturalidade É a forma simples e espontânea de falar. Use as palavras do dia-a-dia. O uso sistemático de termos difíceis e frases rebuscadas que denotam artificialismo e pedantismo ferem a naturalidade. f) A originalidade Seja original, seja você mesmo. Use seu próprio estilo. Não tente ser o que você não é. Tenha sua própria visão do mundo e das coisas. g) A nobreza É ter decoro, evitando os palavrões, os termos chulos e torpes que aviltam a boa linguagem. A arte não dispensa o véu do pudor e do decoro. 5. Dependendo de Deus no exercício da oratória. Aquele que prega e ensina precisa saber também que precisa de Deus. O problema é que há alguns obreiros mais parecidos com executivos e com empreendedores de agenda cheia do que com homens de Deus, verdadeiros servos e amigos íntimos do Senhor. Enoque foi um homem tão íntimo de 12 Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
Departamento de E.B.D. Criciúma SC. Deus que ao caminhar com Ele não voltou mais. Certamente Deus disse para ele: “Enoque, não volta mais não!. Fica comigo!”. Nessa excessiva ênfase do fazer muitos correm o risco de perder a dimensão do ser. Os sermões se tornam muito mais uma produção mental do que uma experiência do coração. A instituição toma cada vez mais lugar na agenda dos líderes e pouco tempo resta para a busca de Deus em oração, pouco tempo resta para a família e amigos do peito. Mais e mais encontramos pregadores e ensinadores que vivem duas realidades: uma no púlpito e outra na vida pessoal. Mais do que nunca os mestres da palavra devem buscar uma vida que priorize a devoção pessoal, os vínculos e os afetos, a palavra que vem do coração, a ética e a cidadania.- Essas são qualidades essenciais para quem quer liderar, ensinar ou pregar. Como disse Jesus: “Saia do público, entre em seu quarto, feche a porta e me busque”. (Mt 6.6).
Conclusão: Tenho certeza absoluta de que tudo o que você aprendeu nesta apostila irá despertar em você o interesse por se aperfeiçoar mais nesta arte tão eloqüente que é a oratória. Através dos exemplos e dos ensinos de Jesus pudemos perceber que temos condições de nos aprimorar mais na arte da fala para abalar o mundo com a palavra de Deus. Aprendemos também que se faz necessário observar algumas regras, posturas e técnicas que serão imprescindíveis no exercício do ministério da palavra. Termino aqui meu trabalho, desafiando-o(a) a mudar de comportamento e a juntar-se a nós nesta empreitada gigantesca: a proclamação das Boas Novas do Senhor e o ensino de seus preceitos na bendita inspiração do Espírito Santo. Amém!
Bibliografia consultada -Bíblia. Tradução de João Ferreira de Almeida, edição revista e corrigida, Imprensa Bíblica Brasileira, Rio de Janeiro – RJ, 1994. -Cury, Augusto. O Mestre Inesquecível. 17ª ed. Academia de Inteligência, São Paulo, 2003. -Mauricio, Ricardo, Oratória Hoje. 10ª Edição Imprensa Livre Porto Alegre RS, 2000. -Beltrão, Lenito. A Arte da Oratória no Ministério Cristão, CPAD, Rio de Janeiro RJ, 2005. Cabral, Elienai, Homilética. 4ª Edição EETAD Campinas SP, 2000.
Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
13
Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
Eloqüência: Introdução - Ax.Joel Rocha Eloqüência: é uma palavra que perdeu o seu sentido original. Muitos falam dela de modo pejorativo. Há, porém, boas razões para vê-la dentro de um contexto mais amplo, em que se privilegiam o convencimento e a persuasão daqueles que falam em publico. Isto porque, todo o orador, quando fala, quer ser ouvido. Caso contrário, para que falar em público? Na antiguidade clássica grega a palavra falada era muito exaltada. Os gestos, as posturas, a teatralização e as demais formas de se expressar nada mais eram do que modos diferentes de atrair o público. Naquela época havia um grande prazer em assistir a uma peça oratória, porque esta era a única forma de transmitir conhecimentos. Os livros e a gama enorme dos meios de comunicação de massa que temos nos dias que correm, principalmente os recursos da internet, eram inexistentes. Deleitar o espírito dos ouvintes era o principal fim de todas as orações. Nesse mister, há o exemplo de Demóstenes, o imortal ateniense, muito citado nos livros e cursos de oratória. Desde o seu nascimento, fora tolhido por graves deficiências, inclusive a gaguez. Como tinha a ambição de transmitir aos outros os seus pontos de vista, andava na praia com pedrinhas na boca, no sentido de melhorar a nitidez de sua voz. O seu esforço foi tanto que não demorou muito tempo para se tornar o maior orador de todos os tempos. Observe o que alguns pensadores disseram sobre o tema: para Pascal, “A eloqüência é a pintura do pensamento”, para E. Ferri, “A eloqüência é o talento de transmitir com força ao espírito dos outros, o sentimento de que o orador está possuído”, para Dammien, “A eloqüência é a arte de dizer bem aquilo que é preciso, tudo quanto é preciso, e nada mais do que isso”, para Rui Barbosa, “A eloqüência é a sinceridade na ação”. Ilustremos o tema com uma comparação entre o orador e o pintor. O pintor, ao dar vazão ao seu sentimento artístico, fá-lo para si mesmo, para agradar ao seu ego, à sua concepção de arte; o orador, não. Ele tem que falar para atingir a quem ouve, isto é, à platéia. Pergunta-se: como será ouvido se não conseguir prender a atenção de quem o escuta? Este deve ser o grande exercício do orador: agradar aos olhos e aos ouvidos do público. Para tal finalidade, precisa de persuasão e de eloqüência. A eloqüência não é falar fácil e corretamente, impressionar os sentidos alheios, mas expressar o pensamento próprio, com graça, equilíbrio, harmonia e muita perspicácia de tempo e lugar.
História Universal da Eloqüência A palavra é uma arma acessível a qualquer homem. Independente de credo, raça, sexo ou condição social. Sua onipotência existe desde o que chamamos de história e resiste, firme e forte, até os dias atuais. Foi fundamental em momentos críticos da historia conhecida e contada pelo homem, mudou rumos, criou verdades e mentiras, imortalizou deuses e heróis como enterrou vilões e covardes. Foi a palavra que informou e manipulou o homem, com o passar dos séculos. Ainda engana. É uma arma poderosa, estridente. Completo afirmando que é uma arma acessível a qualquer homem desde que o mesmo aceite o hercúleo desafio de manuseia-la, dominá-la. Poucos se dedicam a esse árduo, mas proveitoso, trabalho. A palavra é tão poderosa que, com um simples disparo, pode destruir um ser. Aniquilar para sempre qualquer um que duvide de seu poder. Nada de quebrar ossos, deixar hematomas ou dilacerar a pele. Seu poder é maior. Invade o corpo e atinge a mente. É quase impossível não admirar um discurso eloqüente. Cometendo o sacrilégio de “tomar as palavras emprestadas”, exemplifico com o belo discurso de Caio Graco – notável tribuno da Roma Antiga – que antes de defender uma causa perdida, ganhou o público com sábias palavras:”Cidadãos, se sois inteligentes e honestos, não encontrareis, entre nós, um único que fale sem esperança de 14 Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
Departamento de E.B.D. Criciúma SC. recompensa. Todos os oradores acautelar os vossos interesses e aumentar os vossos rendimentos, também não o faço desinteressadamente. Simplesmente, não espero de vós dinheiro, mas sim atenção e aplauso!”. Só para constar, Caio Graco – jovem orador romano, em um dos seus primeiros discursos – ganhou a causa. Talvez tenha se saído muito bem por ter feito uma boa introdução. Ganhou o respeito dos concidadãos, e se sentiu a vontade no tribunal. Para finalizar esse breve elogio à palavra, cito Victor Hugo: “Uma palavra Caída de uma tribuna cria sempre raízes em alguma parte. Dizeis: não é nada, é um homem que fala. Encolheis os ombros.espíritos de curto alcance! Dizeis que não é nada e é um futuro que germina, é um mundo que desabrocha!” A eloqüência pode ser desenvolvida na teoria e prática da oratória. Nela o dom natural da palavra se desenvolve mais facilmente. É a faculdade adquirida ou aptidão natural do homem para persuadir, aperfeiçoada ou não pela arte. Um famoso professor de oratória escreveu: “A eloqüência é a força do dizer dominadora do ânimo alheio”. Independente de técnicas, há pessoas que, mesmo incultas, possuem o poder da persuasão. De alguém modo todo ser humano, em maior ou menor grau, é capaz de promover no ânimo de outras pessoas os afetos, as emoções. Na pregação, a eloqüência é de grande importância ao pregador. E o falar não é o único modo de exprimir eloqüência. Certas atitudes da postura física do pregador, como o olhar, os gestos, a mímica facial, as lágrimas, os suspiros e até mesmo o silêncio são procedimentos poderosos de persuasão. Nos dias atuais, a eloqüência de um discurso ou pregação reveste-se de regras mais simples. Antigamente, o sucesso da prédica dependia de tantas regras que cansava os ouvintes. Entretanto, o obreiro, em sua prédica, não deve pensar que tais recursos são a razão do sucesso da mensagem que transmite. São Paulo, extraordinário pregador, não confiou em sua formação privilegiada, aos pés de Gamaliel. Escrevendo aos coríntios, disse: “A minha palavra e a minha pregação não consistiram em palavras persuasivas de sabedoria humana, mas em demonstração do Espírito e de poder” (1Co 2:4). Ele confiava na eloqüência do poder, ao invés de se firmar no poder da eloqüência. A vaidade na pregação faz com que certos evangelistas não se interessem por pregar para pequenas multidões. Seu ego só se satisfaz se lhe for assegurada a assistência de milhares de pessoas.
Uma análise das características dos grandes pregadores seus sermões 1. Os grandes pregadores em qualquer época levam muito a sério a chamada de Deus para pregar a Boa Nova. Reconhecem que são porta-vozes de Deus e devem a Ele sua lealdade e obediência. (1 Cor 9:6 e Jr 20:9) 2. Eles entendem que a pregação é a atividade mais importante do seu ministério. O preparo e pregação de sermões é uma prioridade m suas vidas. 3. Eles são evangelistas fervorosos e têm fé que Deus vai usá-los na conversão de pessoas sem Cristo. 4. São íntegros e autênticos, e a pregação não é somente o que fazem, mas antes é o que são. Têm a confiança do povo, de que são “homens de Deus”. 5. Eles continuam a crescer e a ter experiências novas com Deus. 6. Os grandes pregadores são caracterizados pela sua fé, entusiasmo e gozo em Cristo. 7. Eles procuram se identificar com o povo amam o povo e em seus sermões procuram satisfazer as necessidades do povo. 8. O estudo dos grandes pregadores demonstra como eles gostam de pregar, e como aproveitam todas as oportunidades possíveis para anunciar a Palavra. 9. São estudantes da Palavra de Deus, com o desejo insaciável de ler e juntar informações e idéias sobre os textos escolhidos para seus sermões. Eles têm certeza de que a Bíblia é a Palavra de Deus. 10. Os grandes pregadores de todas as épocas pregam com idéias lógicas e simples. 11. Usam de imaginação, criatividade e humor. Sempre estão procurando idéias e ilustrações para sermões. 15 Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
Departamento de E.B.D. Criciúma SC. 12. Suas mensagens não são teóricas e abstratas, somente com fatos e detalhes do texto bíblico. Pregam mensagens práticas, aplicáveis à vida dos ouvintes. Envolvem o povo em suas mensagens, com aplicações objetivas, práticas, pessoais e dinâmicas. 13. Utilizam suas próprias personalidades e desenvolvem seus próprios métodos de proferir sermões. Não imitam os outros, mas deixam uma marca distinta em seus ministérios de púlpito. 14. São interessados na técnica da comunicação, no uso da voz, na gesticulação e em toda a arte da comunicação com o corpo. 15. Dão muita ênfase à boa música nos cultos. 16. A maioria dos grandes pregadores em todas as épocas são escritores. Blackwood ensina que s quiser pregar bem, você deve desenvolver a arte da palavra escrita, aprendendo a colocar suas idéias no papel. A arte de escrever envolve disciplina, precisão de idéias, aumento do poder descritivo, capacidade de auto-crítica, atenção a detalhes da gramática, concordância, etc. mas os sermões escritos não devem ser lidos.
Ampliando o vocabulário Ampliar o vocabulário não significa apenas descobrir novas palavras, mas também, e, sobretudo, fazer uso das que já foram aprendidas e que, por qualquer razão, não se incorporaram a comunicação ativa. Para que uma palavra passe a participar do seu vocabulário ativo, siga os seguintes passos: Anote a palavra que você não conhece ou de cujo significado tenha duvida; Recorra a um dicionário para estudá-la; Construa algumas frases diferentes, incluindo o novo termo apreendido; Use-a na primeira oportunidade, escrevendo ou conversando; Procure aplica-la em outras ocasiões para que se incorpore definitivamente ao seu vocabulário. Todas as situações poderão ser aproveitadas para observar e por em destaque palavras a serem estudadas. Alem da leitura de livros, jornais e revistas, você poderá se valer de palavras utilizadas por outras pessoas com quem conversar ou de personalidade de boa formação cultural que se apresentam em programas nas emissoras de radio e televisão. O processo é cansativo e exige trabalho e disciplina, porque, quando você estiver lendo um artigo de jornal ou de revista, naturalmente desejara ir ate o fim sem interrupções. Durante os exercícios, isso não será possível, pois você precisara parar constantemente. Para atenuar um pouco o trabalho, a alternativa é fazer a leitura com uma caneta na mão e, toda vez que surgir uma nova palavra, sublinha-la, recorrendo, no final, ao dicionário. O exercício de destacar palavras em suas leituras do dia-a-dia é importante pelo fato de já estarem inseridas em um contexto, o que facilita e estimula o aprendizado.
A voz como Instrumento Há dois pilares básicos dos quais depende a comunicação: a voz e a fala. Embora sejam confundidos ou atem mesmo fundidos e tomados com uma mesma coisa, é bom que se diga: voz e fala são coisas distintas. Voz: A voz é resultante de emissão do som pelas “pregas vocais”, tradicionalmente conhecidas como “cordas vocais”. Fala: A fala é o que resulta da articulação de letras, silabas e palavras depois da passagem pelas pregas vocais. Assim, o que dizemos é uma mescla de sons, articulações, elaboração e exposição do pensamento. Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
16
Departamento de E.B.D. Criciúma SC. Uma pessoa pode ter problema de fala e não de voz, ou o contrario; ou ainda, pode apresentar uma mescla de ambos, resultando um desafio ainda mais complexo. Problemas de voz são caracterizados por alterações na sonoridade, como: Rouquidão; Cansaço; Falta de extensão; Pigarro constante. E podem decorrer de diversos fatores, como: Necessidade de falar por tempo prolongado como acontece com professores; Necessidade de fala em ambientes desfavorável, como o muito ruidoso, o muito seco ou o muito úmido; Estresse. Muitas vezes, os problemas vocais têm a ver com características pessoais, como: Volume de voz excessivo ou insuficiente; Falta de ritmo ou monotonia; Nasalidade; Desarmonia entre voz e corpo (adulto com sonoridade infantil ou mudança de tom involuntária). Os problemas de fala podem, ainda, se caracterizar por: Articulação alterada, muito tensa ou travada, como abrir pouco a boca ao falar; Ritmos extremos, como rapidez exacerbada ou lentidão; Projeção da língua entre dois dentes em sons como “s” e “z”. Qualquer que seja a origem do problema, é precioso buscar a avaliação de um fonoaudiólogo, que definira a melhor maneira de corrigir a falha. O importante é saber que qualquer que seja a falha, há como corrigir. Ninguém precisa se condenar a viver com um problema de voz. Em certos casos, haverá a necessidade de ouvir a opinião de um medico otorrinolaringologista – melhor ainda se tiver a experiência em laringologia. A intenção é observar se o caso é de terapia ou de micro cirurgia. A voz boa é a que soa sem ruídos, sem esforço, parece confortável para quem fala e, consequentemente, para quem ouve. Tem variações, claro, de intensidade (volume) e freqüência (fino ou agudo ou grave), muito importantes para a expressão. Nada pior para a comunicação do que a monotonia. O som monótono convida ao sono, nada mais. A saúde da voz depende de muitos fatores. Confira, a seguir, as dicas mantê-la.
Boa Hidratação: Água faz bem para a voz; deve ser consumida diária e constantemente, em pequenos goles subseqüentes; portanto, tenha sempre a mão uma garrafinha com água.
A Emoção na Ponta da Língua Faça a sua voz se reconhecida. Aproveite esse potencial. Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
17
Departamento de E.B.D. Criciúma SC. A voz traduz e revela emoções, por isso conseguimos perceber o estado emocional de alguém sem ver sua expressão facial, Apenas falando por telefone. A voz revela emoções ate mesmo em frases simples, como “Ola, tudo bem?”. Esse simples cumprimento pode estar permeado de alegria, pesar, ironia, desconfiança, raiva... Para saber, basta observar e entonação com que foi dito ou o timbre de voz de quem o disse pessoas com voz muito grave (grossa) costumavam dar a impressão de seriedade, maturidade, enquanto as mais agudas (finas), tanto para o homem como para a mulher, podem inspirar infantilidade. Independentemente do timbre, porem, todas as pessoa podem - e devem - usar bem seu principal instrumento de comunicação que é a voz. “De uma forma ou de outra, percebe se o quanto as noções de desenvolvimento pessoal, identidade e capacidade de estabelecer vínculos estão profundamente relacionados com a voz”.
A POSTURA DO ORADOR É muito importante que o orador saiba como comportar-se em um púlpito ou tribuna. A sua postura pode ajudar ou atrapalhar sua exposição. A fisionomia é muito importe pois transmite os nossos sentimentos, Vejamos : - Ficar em posição de nobre atitude. - Olhar para os ouvintes. - Não demonstrar rigidez e nervosismo. - Evitar exageros nos gestos. - Não demonstrar indisposição. - Evitar as leituras prolongadas. - Sempre preocupado com a indumentária. ( Cores, Gravata, Meias ) - Cabelos penteados melhora muito a aparência. - O assentar também é muito importante. Lembre-se que existem muitos ouvintes, e estão atentos, esperando receber alguma coisa boa da parte de Deus através de você.
DOZE REGRAS PARA UM BOM SERMÃO 1. Prepare bem o seu sermão, decida fazer o melhor. 2. Tente achar uma boa introdução: adequada, criativa, interessante.
Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
18
Departamento de E.B.D. Criciúma SC. 3. Formule para você mesmo o objetivo do sermão: tenha certeza da direção que precisa apontar aos ouvintes.
4. Afaste tudo que poderia desviar os pensamentos dos seus ouvintes para uma trilha secundária. 5. Organize sua mensagem: tome todas as precauções para não ficar repetitivo, inseguro, perdido em meio às idéias. 6. Use uma linguagem viva e simples. 7. Use ilustrações e exemplos práticos em quantidade suficiente. 8. Diga “eu”. Não adquira o hábito de referir-se a você como “nós”, isto já está totalmente ultrapassado. 9. Seja você mesmo. Não queira imitar outros pregadores. 10. Mostre humildade e apreço pelos ouvintes. 11. Fale ao coração dos seus ouvintes. 12. Sempre dê aos ouvintes algo que eles possam colocar em prática.
Existem três métodos pelos quais os pregadores podem preparar e pregar: 1- Escrever e ler o sermão Traz habilidade ao pregador em escrever, ter um estilo sempre correto, perfeito e atraente, visto que emprega as palavras com bastante cuidado e segurança. Conserva melhor a unidade do sermão, evitando assim que o pregador vá para o púlpito nervoso e preocupado com vai falar. Pode citar os textos bíblicos com bastante precisão, e gasta menos tempo em dizer o que tem a transmitir. O pregador deve ter cuidado pois este método traz alguma desvantagem tais como: Muito tempo para escrever, fica preso a leitura e pode perder o contato com os ouvintes, não é simpático ao povo e nem todo pregador sabe ler de maneira que impressione.
2- Escrever, decorar e recitar o sermão Possui muitas vantagens como exposto no método anterior, tem mais vantagem porque exercita a desenvolver a memória, e deixa o pregador livre para gesticular, parece mais natural. Cuidado deve ser tomado pois o pregador pode esquecer uma palavra ou frase, pondo assim em perigo todo o sermão é cair em descrédito. Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
19
Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
3- Preparar um esboço e pregar O pregador gasta menos tempo em preparar o sermão, habitua-se a desenvolver o pensamento e fica-se livre para gesticular. O pregador fica livre para usar sua imaginação, criatividade e usar ilustrações que se lembrar no momento, também pode expandir seu temperamento emocional. Este é o método mais utilizado na oratória. Cuidados também devem ser tomados pois o pregador perde o hábito de escrever, pode se empolgar com a mensagem e esquecer o tema e o estilo não é tão apurado e elegante como os escrito. Não grite. Não confunda grito com eloquência. Do tipo: (receba, receba, recebaaaaaaaaaaaa!). ( Dá glória, Dá glória, Dá glória, Dá glóriaaaaaaaa!) ( Olhe o anjo, Olhe o anjo, Olhe o anjooooooooo!) ( Shiiiiiiiiiiiii, escuta o poder, escuta o poder shiiiiiiiiiii). "O GRITO É A MANIFESTAÇÃO CABAL DE QUEM NÃO TEM O ARGUMENTO". Lutero disse: Ser eloqüente – Saber se fazer entender – Saber transmitir de maneira clara e convincente sua mensagem. Não ser cansativo. Não confundir eloqüência com altura da voz. Um pregador pode falar bem alto e não ser eloqüente. “Eloqüência é poder, porque se assemelha à virtude.”
ELOQUÊNCIA é um termo derivado Latim Eloquentia que significa: Elegância no falar, Falar bem, ou seja, garantir o sucesso de sua comunicação, capacidade de convencer. É a soma das qualidades do pregador.
Não é gritaria, pularia ou pancadaria no púlpito. A elocução é o meio mais comum para a comunicação; portanto deve observar o seguinte:
1. Voz - A voz, é o principal aspecto de um discurso. Audível Todos possam ouvir. Entendível Todos possam entender. Pronunciar claramente as palavras. Leitura incorreta, não observa as pontuações e acentuações. 2. Vocabulário - Quantidade de palavras que conhecemos. Fácil de falar - comum a todos, de fácil compreensão - saber o significado Evitar as gírias, Linguagem incorreta, Ilustrações impróprias.
ALGUMAS REGRAS DE ELOQUÊNCIA - Procurar ler o mais que puder sobre o assunto a ser exposto. - Conhecimento do publico ouvinte. Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
20
Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
- Procurar saber o tipo de reunião e o nível dos ouvintes. - Seriedade pois o orador não é um animador de platéia. - Ser objetivo, claro para não causar nos ouvintes o desinteresse. - Utilizar uma linguagem bíblica.
Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
21
Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
RETÓRICA - Pb.Cleber de Amorin Definição etimológica : Do grego réthor “orador”. É a arte de falar e escrever bem, tendo como alvo a “persuasão” dos ouvintes e leitores. Relaciona-se com a oratória, com a lógica e eloqüência. A filosofia e a Teologia, por usar a razão e precisarem expressar suas conclusões, foram às primeiras ciências a formatar o uso técnico desta ação. A oralidade e a escrita, são formas de expressão do pensamento humano, de onde demandam todo um conteúdo que quando expressado deve proeminentemente alcançar o alvo, o coração do interlocutor. Daí a necessidade da expressão com lógica, clareza e inspiração. Os sofistas 1 eram adeptos dos discursos impressionantes, com conteúdo não baseado em valores moralmente positivos. Usavam o recurso da retórica meramente com o intuito de impressionar e “persuadir” as pessoas. Muitos advogados parecem ser os sofistas modernos, quando perante os tribunais usam de recursos da oralidade para impressionar os jurados, sem se preocupar em fazer necessariamente a justiça. Platão 2 opunha-se aos sofistas por questões morais em uma sã teoria do conhecimento, que negava o ceticismo dos sofistas. Aristóteles 3 encarava a retórica como uma arte que exige que o conhecimento seja potencializado, tendo algum motivo significativo e útil, não envolvendo apenas uma questão de persuasão. Agostinho4 empregou sua habilidade retórica para defender a fé cristã em seu tempo.
REGRAS QUE DESENVOLVEM O TALENTO DAS EXPOSIÇÕES DAS PALAVRAS
A retórica é a arte com a qual o orador explicitará seu pensamento, sempre com o intuito de se fazer entendido. Destacaremos aqui conjuntos de regras que o auxiliarão a expor seu pensamento.
I – COMO FALAR BEM E SER ACEITO Como falar bem em público 1
Sofistas. Grupo de filósofos que transmitiam a sophia (sabedoria) apenas aparente, porquanto não acreditavam na sabedoria verdadeira. Existiram no século V A.C. em Atenas. Eles especializaram-se em linguagem e retórica. Eram ateus e agnósticos. 2 Platão. Foi um dos mais brilhantes filósofos e autores de todos os tempos. Platão era o aluno mais célebre de Sócrates e professor do gênio, Aristóteles, a quem ele chamava de O Intelecto. Nasceu em Atenas na Grécia entre os anos 428-347 A.C. 3 Aristóteles. Filósofo grego nascido na Macedônia (384-322 A.C.). Foi discípulo de Platão, foi tutor de Alexandre o Grande. 4 Grande Patriarca cristão nascido no norte da África. Depois de viver e conviver no meio acadêmico e dominar a arte da retórica e filosofia, teve um encontro místico com o Senhor que o levou a uma autêntica conversão e ao cristianismo. Foi ordenado bispo de Hipona. Mostrou-se um hábil administrador, pregador, polemista, e escritor. Escritos estes que influenciaram seu tempo, como até os dias de hoje.
Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
22
Departamento de E.B.D. Criciúma SC. Estas são regras genéricas que deverão ser usadas por qualquer orador que espere ser bem sucedido em sua prelação.
Seja você mesmo; Pronuncie bem as palavras; Fale com boa intensidade; Fale com boa velocidade; Tenha um vocábulo adequado; Cuide da gramática; Tenha postura correta; Faça uma organização mental (tenha início meio e fim); Pratique bastante. Fale , ouça, leia.
Estilo de comunicação
Estas são características próprias e pessoais, inerentes de cada indivíduo. Aqui é que se difere o grande orador e realça-se o estilo próprio. Seja direto . Use frases simples indo direto ao assunto (não fique “enrolando”). Seja desembaraçado. Seja “leve” sem
palavras difíceis, cacófagos ou gírias.
Seja calmo . Procure controlar o ritmo da fala, e procure usar um
volume agradável a ela.
Seja adequado.
O orador precisa saber se conduzir em relação ao seu público, momento e temática em que esteja envolvido. Evitar fazer ilustrações do seu tema, usando pessoas presentes como exemplo, evitando assim possíveis constrangimentos. Seja positivo.
Seja agradável, pertinente e procure transmitir o lado positivo dos temas em análise. Mesmo quando destacar algum aspecto ruim de seu tema, tenha o cuidado de não “contaminar” o ambiente negativamente. Seja receptivo . Saber receber críticas, ou trilhar
ambientes hostis, é uma arma importantíssima ao orador. Pois ao perceber que o auditório ou o interlocutor não estão correspondendo bem ao seu tema, o orador poderá optar por uma nova atitude na exposição do pensamento, usando toda sua criatividade no intuito do convencimento, sem se desanimar com a situação.
Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
23
Departamento de E.B.D. Criciúma SC. Seja equilibrado.
Nossos pensamentos devem passar pelo crivo da meditação, organização mental e antecedência. Moderação, humildade e abalizamento teórico produzem o equilíbrio necessário ao orador. Principalmente ao homem de Deus. Este equilíbrio nos será muito útil, para discernirmos a voz do Espírito Santo.
II – RECONHECER CARACTERÍSTICAS DO PÚBLICO Geralmente, o público é formado por pessoas com perfis distintos e que, por isso, possuem aspectos de percepção, resistência e análise deferentes. Assim o que interessa como fonte desta análise são as características predominantes do público em si. Elas é que, devem orientar o seu preparo e o seu comportamento como orador. As principais características do público são: a) b) c) d)
Sexo; Idade; Nível sócio cultural e intelectual; Diversidade racial Sexo
Na capacidade do entendimento homens e mulheres são iguais. A diferença reside basicamente na forma como apresentá-los ao tema proposto. Estudos recentes reforçam a idéia de que homens aceitam melhor, exposições com dados lógicos, números e concatenados. Enquanto mulheres, por possuírem a sensibilidade e a intuição em geral mais desenvolvidas, tendem a aceitar argumentos sem a necessidade das provas e da maneira como são ordenados. Idade
O público pode ser dividido em quatro faixas etárias: Infantil (até doze anos); Jovem (entre doze e dezoito anos); adulto (entre dezoito e setenta anos); Idoso (acima de setenta anos). Devemos nos preparar para reconhecer e a aplicar recursos ao tema, condizentes com a necessidade de cada uma delas, para obtermos o fim desejado. Nível sócio cultural e intelectual
A Bíblia diz que a humildade precede a honra (Pv 15.33). Porém não devemos ser simplistas ao ponto de desconsiderar as diferenças entre pessoas que tem formação e convivências diferentes em seu cotidiano. Poderemos ter várias situações como um rico inculto, um pobre com formação superior, um rico sábio, um pobre ignorante etc. Em nosso caso, igrejas mais ou menos doutrinadas, ou mais ou menos abastadas etc. Diversidade racial
A nacionalidade e a origem racial são muito importantes na avaliação de um público. Sabe-se que os orientais, os germânicos, anglo-saxões e escandinavos são mais receptivos às apresentações formais e aos argumentos baseados em fatos e números, ou seja, orientados pela razão. Já latinos são mais informais e emocionais. Os negros exteriorizam mais os sentimentos, e índios tendem a ser mais Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
24
Departamento de E.B.D. Criciúma SC. introspectivos e calados. Estes pressupostos podem ser aplicados genericamente a um povo, porém na individualidade das pessoas eles podem variar.
III – RECONHECER AS VARIAÇÕES LINGÜÍSTICAS Aqui reside a sabedoria do orador, quando ele compreende diferenças que poderão existir até mesmo dentro de uma determinada cultura como: a) b) c) d)
Regionalismos; Social; Etária; Profissional;
A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes. O uso da língua varia de época para época, de região para região, de classe social para classe social, e assim por diante. Nem individualmente podemos dizer que o seu uso seja uniforme. Dependendo da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades de uma só forma de língua.
REGRAS DE INTERPRETAÇÃO Saber expressar-se, ter o domínio do público, da situação, não deve ser a única meta do orador cristão. Ele tem de entender que não cabe a ele “persuadir” ou convencer, esta tarefa cabe ao Espírito Santo, pois senão o processo seria puramente humano. Lembre-se das palavras do mestre: “Sem mim nada podereis fazer” (Jo 15.5), e ainda a afirmação de Paulo aos Coríntios (I Co 2.4 e 5). Somos apenas o canal pelo qual o Senhor falará. Daí a necessidade de uma boa Hermenêutica. Ela deve ser conduzida pelo Espírito Santo que tem como ministério “ensinar todas as coisas” (Jo 14.26). A Hermenêutica como ciência de interpretação é usada em vários campos de estudo. O que vale a pena salientar aqui é a posição do hermeneuta em relação ao tema, ou texto. Aonde se quer chegar, ou onde este tema ou texto me quer levar. Lembre-se você não é “SENHOR” da situação, mas “SERVO”. Nossa hermenêutica pode ser influenciada por nossa cultura, experiências e tradições. Ela também pode ser propensa a questões como história, apologia, moral, exegese, escatologia etc. Em relação à Bíblia quando nos deparamos com o texto e mensagem, precisaremos saber: a) b) c) d)
Dados sobre o autor e a data do documento; Qual a temática abordada; Para quem ele escreve, ou está falando; Porque ele escreve. Compreender as razões ou fatos que o levaram a isto é importantíssimo para a real compreensão do texto em apresso; e) Como relacioná-lo com os demais textos. Ex: quando um texto faz relação a outro (paráfrase, contexto ou referência); f) Como aplicar o conteúdo do texto, na formação de uma teologia sistemática e seus temas. Ex.: Teologia (Deus Pai, Filho e Espírito Santo), Angelologia (Anjos e demônios), Antropologia (homem), Harmateologia (Pecado), Soteriologia (Salvação) e Escatologia (Eventos futuros).
Conhecer as escrituras e ter uma compreensão espiritual de seu conteúdo são pressupostos do homem de Deus, pois é a palavra que deve ser transmitida e ter a primazia na ação do orador cristão. Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
25
Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
O USO DA BÍBLIA Como literatura – Documento histórico patrimônio da humanidade. Uso particular – Consolo e estudo pessoal. Uso litúrgico – Das religiões, cultos e cerimoniais. Uso Teológico – Fontes dos informes teológicos como regra de fé e prática. Uso ético – Legalismos - leis e normas de conduta, para uma sociedade ou grupo social/religioso.
REGRAS DE GRAMÁTICA ÚTEIS AO ORADOR I - CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL Precisamos situar o sujeito dentro do tempo verbal em que ele está agindo. Ex: “Nóis” vai amanhã. (errado) Nós iremos amanhã. (certo)
II - NÚMERO DO SUBSTANTIVO Precisamos citar a quantidade de sujeitos às ações. Ex: Os irmão comeu os lanche. (errado) Os irmãos comeram o lanche. (certo)
FIGURAS DE LINGUAGEM As figuras de linguagem são recursos utilizados para ampliar a expressividade da mensagem através de construções incomuns.
I – FIGURAS DE PALAVRAS a)
Comparação. Como o próprio nome sugere, é o conjunto de dois elementos do mesmo universo (comparação simples) ou de universos diferentes (comparação símile). Ex: Aquele carro é veloz como um avião (simples); naquela loja, todos trabalham como loucos (símile).
b)
Metáfora. É uma comparação direta, sem conectivo, em que se estabelece uma relação de semelhança entre termos. Afirma que uma coisa é outra diferente.Ex: “Porque o Senhor é um sol e um escudo” (Sl 84.11). Sinestesia. Figura que resulta da fusão dos sentidos. Ex: “Ela cantava com sua voz doce” (fusão entre audição e tato).
c)
Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
26
d) e) f)
Departamento de E.B.D. Criciúma SC. Antonomásia. É a substituição do nome próprio de um indivíduo por suas qualidades, ações ou pelo seu título. Ex: “Tu és o Cristo (messias) o filho do Deus vivo” (Mt 16.16); ver também (Is 9.6). Onomatopéia. É a reprodução de sons através de palavras. Naquele silêncio sepulcral ouviase o somente o tic-tac do relógio. Metonímia. É a substituição de um termo por outro, existindo entre eles uma noção de semelhança. Ex: “Gosto de ler Mateus” (o evangelho de Mateus). Há vários tipos de metonímia como o autor pela obra, produto pela origem, causa pelo efeito etc.
II – FIGURAS DO PENSAMENTO a) Antítese. Indica uma idéia de oposição. Ex: “O calor de seu olhar rompia o frio de meu coração”. Ver também – (Dt 30.15). b) Paradoxo. Apesar de ser confundido com antítese, o paradoxo indica idéias contraditórias. Ex: “A nossa liberdade é o que nos prende”. c) Hipérbole. Indica um exagero. Ex: “Todas as noites faço nadar a minha cama, molho meu leito com as minhas lágrimas” (Sl 6.6). d) Prosopopéia. Dá qualidades humanas a seres inanimados. Ex: “O céus proclamam a glória de Deus” (Sl 19.1). e) Eufemismo. É um abrandamento dado a frase. Ex: “O nobre Deputado está faltando com a verdade”. (mentindo) f) Gradação. Consiste em palavras em seqüência, sinônimas ou não, que intensificam uma mesma idéia. Ex: “”Ele chegou, parou, olhou, analisou e perguntou. g) Lítotes. Afirmação pela negação do contrário. Ex: “Não esmagará a cana quebrada, nem apagará pavio que fumega” (Is 42.3). III – FIGURAS DE CONSTRUÇÃO a) Polissíndeto. É a repetição de conjunções aditivas com o intuito de enfatizar as ações, dandolhes continuidade. Ex: “Corria e saltava e beijava o ar”. b) Assíndeto. Ao contrário do Polissíndeto, é a ausência das conjunções aditivas. Ex: “Corria, pulava, saltava, beijava o ar”. c) Elipse. Ocorre quando um termo da ação foi subentendido. Ex: “Sobre a mesa o computador”. (estava o computador). d) Zeugma. É um caso específico de Elipse. Ocorre quando há omissão de um termo já utilizado. Ex: “Comprei um carro, minha irmã uma moto” (comprou uma moto). e) Inversão ou hipérbato. Ocorre quando há inversão da ordem direta das frases. Ex: “As esposas amam seus maridos. Amam os seus maridos as esposas”. f) Pleonasmo. É a repetição de um termo ou de uma idéia com o intuito de enfatizá-lo (a). Ex: “Vi com meus próprios olhos”.
Obs: Subir para cima, e descer para baixo são vícios de linguagem, também conhecidos como pleonasmos viciosos, e não figuras de linguagem.
Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
27
Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
Conclusão: Quando Paulo instrui a Timóteo apresentar-se a Deus como um obreiro aprovado (II Tm 2.15), não o faz por acaso, pois hoje em dia vemos igrejas sofrendo, pelo fato de ter de “suportar” uma classe de obreiros neófitos e despreparados, que resistem diligentemente ao preparo teológico, espiritual e humano. Não se importando com as mudanças temporais, sociais e humanas, como o aumento de seitas e heresias, e da necessidade crescente das igrejas pela palavra de Deus. Notemos também a inversão de valores dos dias atuais, quando dá-se mais importância ao “estilo” do que ao conteúdo. Estamos concluindo nossa participação neste curso, com o intuito de ter mostrado a diferença entre convencer e persuadir, entre ser usado por Deus ou usar Deus e sua palavra como temática da “nossa oratória”. Caro irmão, deixe Deus te usar. Deus abençoe! Deixamos para vossa meditação Mt 12.36; Pv 18.21; I Co 2.4 e 5 e Tg 3.1 – 13.
REFERÊNCIAS BÍBLIA de Estudo Almeida. São Paulo: Sociedade Bíblica do Brasil 1999. BÍBLIA de Estudo Pentecostal. Rio de Janeiro: CPAD 2006. BOYER , Orlando. Pequena Enciclopédia bíblica. SBB, São Paulo 1987. POLITO, Reinaldo. Assim é que se fala. São Paulo: Ed. Saraiva, 2005. CHAMPLIN, Russell Norman. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia. São Paulo: Hagnos 2004. CHARTIER , Roger. História da leitura no mundo ocidental. Trad. Fulvia Moretto et all. São Paulo: Ática 2002. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. São Paulo, Cortez, 2005
Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
28
Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
Prática - Pr.João Fidélis Montagem do sermão O sermão se constitui de três partes distintas: a) Introdução b) Assunto. c) Conclusão. Porém para elaborar um sermão precisamos dar os passos certos, entendendo cada um deles. Assim alcançaremos êxito, qualidade e segurança na exposição final. Montamos um esquema: Esquema será o resultado do resumo das idéias mais significativas do sermão. No esquema pensamos em um título, condizente com a idéia que quero transmitir. Pensamos num texto Bíblico que servirá de base para o assunto do sermão. A palavra texto vem do latim “texere” que significa tecer, figuradamente pode significar compor, construir, reunir. Pensamos então na divisão do texto aí vem a introdução. Introdução é onde o pregador prepara a mente dos ouvintes, para esclarecer o assunto exórdio. Abrindo a porta para o assunto. Podemos usar uma ilustração, um acontecimento do dia, isto dará idéia ao auditório do que eles ouvirão.
Assunto é o conjunto de Fatos, idéias, provas ou argumentos que o pregador fará como resposta em sua tese. Fonte para o assunto. A Bíblia Sagrada é a fonte principal, você deve procurar o estudo sistemático e a leitura devocional isto lhe servirá de fonte inspiradora para o assunto escolhido Conclusão é o desfecho final dando suporte ao convite ao ouvinte, para que se manifeste publicamente sobre o mensagem que ouviu. Através do estudo você descobrirá costumes da época, história da época, geografia da época, ciência da época e com isto você estará aprimorando seu sermão. Tipos de sermão. A) Sermão textual. B) Sermão Tópico C) Sermão Expositivo.
Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
29
Departamento de E.B.D. Criciúma SC. Sermão textual. do texto.
Os sermões textuais são aqueles que tem, o TEMA e as DIVISÕES no texto e são deduzidos Ha três tipos de sermões textuais. A) sermão textual simples. B) sermão textual de tópico. C) sermão textual por inferência. Os sermões textuais simples são aqueles cujas divisões são as próprias palavras do texto.
Ex: Romanos 1.16 Tema: Não me envergonho do Evangelho de Cristo I – pois é o poder de Deus. II – para a salvação. III – de todo aquele que crê. Os sermões textuais tópicos são aqueles cujo o tema e cujas divisões são expressas por palavras equivalentes ao texto. Ex: Lucas 9.23 Tema: As três condições para seguir a Jesus I – Renuncia II – Sacrifício III – Submissão Os sermões textuais por inferência são aqueles que tem o tema e as divisões deduzidas do texto. ( Inferência = dedução ). Ex: João 6.37 Tema: Jesus Nunca rejeita o pecador. I – Vem do Pai II – Só Cristo pode salvar. III – Jesus não pode se contradizer.
Vantagens do sermão textual. As vantagens do sermão textual são as seguintes. 1) Da mais autoridade ao pregador, pelo fato dele procurar e usar as próprias palavras da Bíblia ou equivalente. 2) A Bíblia é uma fonte inesgotável de assunto. 3) Os sermões textuais não canção o auditório. Os sermões textuais tem as suas vantagens, pois dependem de uma analise perfeita do texto O sermão textual é limitado no texto. Não serve para todos os textos. Sermões tópicos ou temático. Os sermões tópicos são aqueles cujo TEMA está baseado no texto e as divisões estão fora do texto. Ex: João 9.25 30 Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
Departamento de E.B.D. Criciúma SC. Respondeu ele. Tema: O credo do cego. Divisões I – Baseado na Experiência. II – Reconhecendo sua capacidade. III – Resultado do contato com Jesus. Vantagens do sermão tópico ou temático. 1) 2) 3) 4)
As vantagens do sermão tópicos são as seguintes: Da mais liberdade ao pregador. Estimula o pregador a adquirir maiores conhecimentos. O sermão tópico presta-se melhor ao estilo retórico. O sermão tópico molda-se a cultura do pregador. Cuidado com as desvantagens.
1) Cansa os ouvintes mais depressa, pios o repertorio do sermão tópico sempre é mais extenso 2) Amolda-se a cultura do pregador Ex: Estilo e muitos não se adaptam ao estilo do pregador. 3) As vezes levam o pregador a pregar fora da Bíblia.
Sermões expositivos. O sermão expositivo infelizmente tem sido pouco usado nos dias atuais, porque é o método que mais exige do pregador O sermão expositivo é antes de qualquer coisa um modo de ensinar, cujo o tema é tirado inteiramente do texto, o seu tema deve estar inserido no conteúdo do texto. O verbo expor significa apresentar algo para ser visto; trazer a tona, declarar, explicar o sentido genuíno de uma palavra. A palavra expor deriva-se de duas outras do latim ex e ponere ex significa fora e ponere quer dizer colocar. O sermão expositivo é essencialmente Bíblico suas divisões são feitas de forma lógica e cronológica, para que o ouvinte acompanhe com clareza o raciocínio do pregador. O pregador deve se preocupar em explanar o texto, isto é dizer exatamente o que o texto quer dizer. Alguns conselhos para elaboração do sermão expositivo. a) Não fuja do texto. Fique nele. Explique-o. b) Não seja mero teórico. Seja pratico na aplicação da passagem escolhida. c) Estude bem o texto. Cada palavra,cada frase, não seja superficial. Tenha conhecimento pleno do texto que pretende expor o sermão. d) Evite monotonia. Você deve escolher textos de diferentes partes das escrituras, que possuam alguma lição positiva. e) Cultive a leitura sistemática da Bíblia. Pense e pesquise cada palavra ou versículo interessante que encontrar. f) Ore sempre, pedindo a iluminação do Espírito Santo sobre a passagem estudada. Vantagens do sermão expositivo. 1) É o que mais edifica a Igreja. Departamento de E.B.D. Criciúma SC.
31
View more...
Comments