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HISTÓRIA DOS ESCRITOS EM SANTA HELENA DO TURY1: breviário de livros, monografias, dissertações, artigos, autores e súmulas bibliográficas que dão informações sobre a “risonha Terra de Esperança”
João Paulo Soares Júnior Leandro Carlos de C. Silva 3
Por
A
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história da literatura e do livro em solo helenense é antiga, não tanto pela importância que deveriam dá a ela,
mas sim pela linha cronológica que tem no município. Seu ANTÓNIO TORRES FRÓES, intelectual popular, poeta e pesquisador, enfatiza em seu livro
História do Município de Santa Helena, num pequeno e grandioso poema: “Tratem bem os livros! Nos livros a gente lê Lendo se estuda. 1
Texto produzido em parceria com Ilda Helena Pinheiro Silva e Marilza Célia Costa Silva, para as quais é dedicado integralmente em forma de agradecimento, estendidos a Leandro Carlos de Carvalho Carval ho Silva e Silvanes dos Santos Pinheiro Gomes, pela colaboração no referido evento; originalmente produzido como uma pequena palestra, pronunciada no dia 14 de setembro de 2012, em frente à Biblioteca Pública Municipal Prof ªWylde Bastos Vieira, as 21h00min, por ocasião do lançamento do livro “História do município de Santa Helena”, de
Antônio Torres Fróes.Registram-se Fróes.Registram-se a presença presença do Conselheiro Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Maranhão, senhor João Jorge Ginks Pavão, da senhora prefeita do município de Santa Helena, Helena Maria Lobato Pavão, da senhora secretária de educação do município, Gilvanda Barros Roland, do senhor secretário de cultura do município, Raimundo Nonato Silva, do emérito professor aposentado da Universidade Federal do Maranhão e membro da Academia Pinheirense Pinheirense de Letras(APLAC), Letras(APLAC), senhor Lourival Gomes, do escritor Getúlio Ubaldino Ubaldino Ferreira, da Presidente da Comissão Helenense de Folclore, senhora Marilza Célia Costa Silva, do Coordenador do Pólo de Ensino Superior de Santa Helena, Programa Darcy Ribeiro, profº Jairo Ferraz e da parenta de sangue e de espírito, senhora Vera Lobato Weba, grande motivadora do hábito da leitura.Agradeço também aos amigos Zezildo Almeida Júnior,João Jorge de Weba Lobato e Manuel Inácio Rodrigues Filho,pelas horas gastas com infinitas revisões e pela sempre atenciosa presença em minha vida. 2 Está coordenador da Biblioteca Pública Municipal Profª Wylde Bastos Vieira, membro efetivo da Comissão Maranhense de Folclore e membro fundador da Comissão Helenense de Folclore, pesquisador de folclore e cultura popular. 3 É técnico em revisão bibliográfica. Graduado em Biblioteconomia pela UFMA. Membro da Comissão Helenense de Folclore. 1
Estudando se aprende. Aprendendo se sabe. Sabendo se ensina aos que não sabem.”
Senhoras e senhores , este momento é um grande acontecimento para a história desta cidade, pois a iniciativa deste nosso conterrâneo, de pesquisar e publicizar seus achados sobre a gênese da civilização nascida nas margens do rio Tury, é quase que ímpar, sendo que estamos falando de um município pequeno, com limitações econômicas, técnicas e sociais, mas que tem uma cultura e uma história pujante e viva. Santa Helena deseja mais eventos como este, mais apoio para as coisas da cultura e mais valorização para a leitura e para o livro. A primeira notícia sobre as terras de Santa Helena datam de 1781, referência localizada num mapa do Estado colonial do Grão Pará e Maranhão, de autoria desconhecida, pertencente à mapoteca da Biblioteca Mário de Andrade, de São Paulo (ANDRADE, 1999, mapa localizado à pág.123 e informações nas páginas 257 e 258). A pequena história do livro no território que hoje constitui Santa Helena é longa e soma-se a iniciativa de seu Antônio Torres Fróes o valor e o pioneirismo de nomes como o do Engenheiro e Coronel ANTÔNIO BERNARDINO PEREIRA DO LAGO e do também engenheiro e desenhista JOAQUIM CÂNDIDO GUILHOBEL que, acompanhados pelo guia de mato e piloto da Marinha Mercante, CIPRIANO JOSÉ DE ALMEIDA, adentraram as entranhas de um Maranhão na época quase que desconhecido e escreveram sobre nossa terra helenense num relatório de viagem, depois transformado em livro, chamado ITINERÁRIO DA PROVÍNCIA DO MARANHÃO, escrito entre os anos de 1819 a 1821. A história deste relatório de viagem é um capítulo à parte dentro da história sobre os escritos acerca da Terra do Índio Pedro Alves, pois foi originalmente feito como relatório descritivo e técnico a mando do governador do Estado Colonial do Maranhão e Grão-Pará, Bernardo da Silveira Pinto da Fonseca, dando a incumbênci a a PEREIRA DO LAGO e equipe de “[...] levantar a Carta Topográfica da Capitania.” (VIEIRA FILHO, 1968, p.42).
Este relatório, acrescido de outros escritos sobre o Maranhão, somente foram publicados, pela primeira vez, no ano de 1872, pela Revista do 2
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, no Rio de Janeiro ainda imperial. A 2ª edição do ITINERÁRIO DA PROVÍNCIA DO MARANHÃO saiu em 1968, quase um século depois, a cargo do pesquisador Domingos Vieira Filho e do Departamento de Cultura do Maranhão. A 3ª edição foi publicada pela Editora Siciliano, em 2001, iniciativa do Governo do Maranhão, compondo um dos volumes da coleção Maranhão Sempre.
ITINERÁRIO DA PROVÍNCIA DO MARANHÃO, livro histórico, inicialmente relatório de viagem, letras e informações que passaram por três séculos, é o primeiro registro sobre a terra e as gentes de uma Santa Helena nascente. Lago, ao iniciar sua descrição geográfica sobre Santa Helena, tem muito de um bem formado, sensível e preconceituoso antropólogo, refere-se, sem escrúpulos e de forma nada otimista, sobre o que seus olhos de português acostumado com a boa vida do velho mundo veem, e diz, abismado com a pobreza e a falta de desenvolvimento, que Santa Helena é uma “[...]
desgraçada povoação! Miserável ajuntamento de espectros [...].” Depois de LAGO o primeiro que noticiou Santa Helena foi o médico e historiador maranhense CÉSAR AUGUSTO MARQUES que,em 1864, lança sua primeira edição do consagrado Dicionário Histórico-Geográfico da Província do Maranhão, dedicando um verbete a Santa Helena (MARQUES, 1970). Utilizando termos análogos aos de Lago, o geólogo maranhense RAIMUNDO LOPES, no livro UMA REGIÃO TROPICAL, diz que Santa Helena é uma cidade “(...) decadente”, isto em início do século XX. Interessante notar
o desvalor que a modesta bibliografia existente dava a Santa Helena. Não é um grande início epistolar para terra nenhuma, é apenas o fiel relato de profissionais sérios e sensíveis, preocupados com a falta de desenvolvimento deste pedaço de Maranhão, na época tão esquecido. Sem querer alongar muito, deixemos, por hora, Pereira do Lago e Raimundo Lopes de lado e continuemos nossa História do Livro em solo heleno. Nesta lista de pioneiros que escreveram sobre/de Santa Helena é impossível deixar de mencionar o escritor REY MORAIS, citado por COSTA (1999, p.48) como talvez um dos primeiros da terra a publicar seus escritos, com o livro ILHA GRANDE, por volta dos anos 80 do século XX. O estudioso e pesquisador que cita Rey Morais, JOSÉ CARLOS BRITO COSTA, é o autor de 3
um importante trabalho de conclusão do curso de História Licenciatura, pela Universidade Estadual do Maranhão, monografia infelizmente ainda não publicada, denominada SANTA HELENA: histórico e desenvolvimento da pérola do Turi , que veio à luz em 1999, finalzinho do século XX.
No entanto, anterior a COSTA, com suas conclusões de cunho científicas sobre a Pérola do Turi, dez anos antes,em 1989, é publicada, através do Projeto de Monografias dos Municípios do Maranhão e financiamento do PRÓ-MUNICÍPIO e iniciativa do extinto CAEM (Centro de Apoio à Educação Municipal) a monografia SANTA HELENA: pérola do Turi , organizada pela Prefeitura Municipal de Santa Helena, com equipe técnica local coordenada pelo professor Ubirajara Alves de Sousa e com a parceria da Secretaria de Educação do Estado do Maranhão. Em 1998 Antônio Torres Fróes publica o seu opúsculo de poemas
FONTES DE INSPIRAÇÃO, com fortes traços de uma poesia regional e marcada pelo símbolo da fé. Termina o século XX, para traz ficam a vontade de todos aqueles e aquelas que colaboraram para o engrandecimento da cultura e da educação nesta cidade; dentre estes não podemos deixar de mencionar as contribuições de dona MARIA FLORA RAMOS FERREIRA, dona LEONOR BECKMAN, GESIEL BORGES, NAIZA MENDONÇA SILVA, ESMERALDO PAVÃO e ASTOR FAFUNDES PEIXOTO, pessoas que apaixonadamente trabalharam para trazer conhecimento a este pedacinho de Brasil. Mas surgem novos nomes neste cenário, um dos principais é o do pesquisador queimadense GETÚLIO UBALDINO FERREIRA que publica o seu
PATRIARCAS DA CHAPADA: o Xote e o Conde,em 2004, livro memorialista e de grande teor de pesquisa biográfica, onde traz as estórias de vida de JOÃO MARTINS FILHO, o eterno,o inesquecível, o grande folclorista e educador conhecido popularmente como
JOÃO CONDE
e de LUÍS DE FRANÇA
GOMES, o XOTE ; nomes já lendários no imaginário helenense. Anos mais tarde, em 2007, a professora da UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO, GISELE SOARES DE VASCONCELOS, defende a dissertação de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais, O CÔMICO NO BUMBA-MEU-BOI, trabalho que merece ser publicado, na qual perscruta a história e trajetória de vida de seu Lourenço Pinto e do grupo de Bumba meu boi CAPRICHO DE UNIÃO, do sotaque de 4
zabumba, do bairro da Morada Nova. Novamente GETÚLIO UBALDINO FERREIRA, com parceria de NELSON DE CASTRO WEBA, lança outra importante pesquisa sua, o livro AS GERAÇÕES DA FAMÍLIA WEBA, em 2010, livro que traça a trajetória desta antiga e importante família de Santa Helena, desde o Líbano, terra natal do tronco maranhense dos Weba, até as histórias mais domésticas e pitorescas dos principais nomes deste cl ã. O ano de 2010 é sinalizado como marco indicativo, também, para a divulgação das pesquisas de JOÃO PAULO SOARES JÚNIOR, jovem pesquisador envolvido com os movimentos de cultura popular e de folclore, membro da Comissão Maranhense de Folclore, que publica, através do Boletim da Comissão Maranhense de Folclore, o artigo JOÃO CONDE: mestre do renascimento popular na Baixada Ocidental Maranhense , no qual traz a
biografia e a obra cultural deste importante educador e folclorista de Santa Helena, avançando em alguns aspectos, a já tão bem produzida pesquisa sobre João Conde feita por Getúlio Ubaldino FERREIRA. Em 2011 o nome de destaque é o da professora ROSINELBA PEREIRA FERREIRA que lança o livro SANTA HELENA: vida,alma e história, uma completa e bem produzida radiografia do município de Santa Helena,cobrindo de forma genérica quase todos os aspectos da nossa vida citadina ,mas demonstrando principalmente os avanços na área da educação no município nos últimos 8 anos,segundo a autora. Senhoras e senhores aqui presentes, amantes do saber e da cultura, neste momento, este queimadense de nascença, helenense por opção divina, o emérito intelectual de nossas coisas, o senhor ANTONIO TORRES FROES, engrandece esta lista de trabalhos sobre nossa terra, com a publicação do seu “HISTÓRIA DO MUNICIPIO DE SANTA HELENA”, entrando no panteão dos
imortais que permanecerão para sempre lembrados na memória local, como sujeitos-indivíduos preocupados com seu povo e sua história. No final de 2012 é também produzida, sob orientação da UFMA, o tcc A ARTE DO TEATRO-
COMÉDIA EM JOÃO CONDE: subsídios para a História do Teatro Popular em Santa Helena – MA, trabalho na área de teatro de SEBASTIÃO FERNANDES
DE OLIVEIRA FILHO, natural de Santa Helena e conhecido educador local.
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REFERÊNCIA COSTA, José Carlos Brito. Santa Helena: histórico e desenvolvimento da pérola do Turi (monografia). São Luís, 1999. 74 p. FERREIRA, Rosinelba Pereira. Santa Helena: vida, alma e história. São Luís: Gráfica Cor e Arte, 2011. 122 p. FERREIRA, Getúlio Ubaldino. Patriarcas da Chapada : o Xote e o Conde. São Luís: Ligraf, 2004. ______. As gerações da família Weba. São Luís: Gráfica Copy-Laser, 2010. (parceria com Nelson de CASTRO WEBA). FRÓES, Antônio Torres. Fontes de inspiração. São Luís: Litograf, 1998. 78 p. ______. História do município de Santa Helena. São Luís: Litograf, 2012. 84 p. LAGO, Antônio Bernardino Pereira do. Itinerário da Província do Maranhão . São Luís: Departamento de Cultura do Maranhão-SIOGE, organizador: VIEIRA FILHO, Domingos, 1968. 42 p. LOPES, Raimundo. Uma região tropical. S/D. Rio de Janeiro. 1978 MARANHÃO, Secretaria de Educação e SANTA HELENA, Secretaria Municipal de Educação. Santa Helena: pérola do Turi. São Luís, 1989. 96 p. SOARES JÚNIOR, João Paulo. João Conde: mestre do renascimento popular na Baixada Ocidental Maranhense (artigo). São Luís: Boletim da Comissão Maranhense de Folclore, Nº 48, dezembro de 2010. VASCONCELOS, Gisele Soares de. O cômico no bumba-meu-boi (dissertação). São Luís, 2007. ANDRADE, Maristela de Paula. Terra de índio: identidade étnica e conflito em terras de uso comum. São Luís: UFMA, 1999. MARQUES, César Augusto. Dicionário histórico e geográfico da província do Maranhão. Rio de Janeiro: Editora Fon-fon e Seleta, 1970. OLIVEIRA FILHO, Sebastião Fernandes de. A arte do teatro-comédia em João Conde: subsídios para a história do teatro popular em Santa Helena-MA (monografia). Pinheiro, 2012.
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