História das ideias pedagógicas no Brasil.pdf

April 24, 2019 | Author: PollyanaSilva | Category: Republic, State (Polity), Slavery, Sociology, Brazil
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História das ideias pedagógicas no Brasil CAPÍTULO I Colonização e educação: “A inserção do Brasil no chamado mundo ocidental deu-se, assim por meio de um  processo envolvendo três aspectos intimamente articulados entre si: a colonização, a educação e a catequese.“ p.26 “Manifesta-se “Manifesta-se aqui o significado de educação, tanto em termos amplos, no que ela coincide com cultura “conjunto  “conjunto   das praticas, das técnicas, dos símbolos e dos valores que se devem transmitir as novas gerações para garantir a reprodução de um estado de coexistência social“ (BOSI, 1992, p.16), como em termos mais específicos, enquanto tomar conta das crianças, cuidar delas, disciplina-las, ensinar-lhes comportamentos, conhecimentos conhecimentos e modos de operar“. (p.27) “Entendendo a educação como um processo por meio do qual a humanidade elabora a si mesma em todos os seus mais variados aspectos“ (p.27)  Neste primeiro momento Saviani busca na etimologia da palavra colonização o sentido que esta teve na educação brasileira, para poder afirmar que a educação jesuítica, e  portanto seu projeto pedagógico, uma estreita ligação com o projeto colonizados, pois, aos se colonizar nao faz apenas com uso da forca, mas compreende três grandes aspectos: Posse e exploração da terra, educação enquanto aculturação (inculcação das  praticas técnicas, valores dos colonizadores), colonizadores), catequese (divulgação e conversão à religião dos colonizadores )). 2.1 Colonização e Educação no Brasil: Inicialmente faz um resgato sobre o atraso de Portugal em relação ao não desenvolvimento capitalista em suas fronteiras apesar de ter sido o primeiro estado nacional a se formar e ter a primeira monarquia absolutista, mas em face disto  permaneceu com os princípios feudalistas/mercantilistas, feudalistas/mercantilistas, e através de praticas de monopólio e controle sobre a burguesia impediram o crescimento do modelo capitalista, como ocorre em outras regiões (franca, Inglaterra, Holanda), citando o exemplo de que

apesar de possuir o monopólio sobre o açúcar brasileiro o beneficiamento era feito em terras estrangeiras. Um dos fatores apontados para o controle da burguesia é justamente a força de Igreja Católica em parceira com a santa-inquisição como instrumento politico e por consequência com os jesuítas, rotulavam os burgueses de novos cristãos. Desta maneira o autor faz a ponte para colocar a importância da Igreja nos projetos  portugueses “O eixo do trabalho catequético era de caráter pedagógico, uma vez que os jesuítas consideravam que a primeira alternativa de conversão era o convencimento que implicava praticas pedagógicas instrucionais (as escolas) e não instrucionais (o exemplo). As primeiras eram mais visíveis. Entretanto, “As formas

não

institucionalizadas do saber foram muito mais eficazes, onipresentes, radicais, em sua enganadora múltipla pequenez do que o que se passava nos Colégios, pelo menos do  ponto de vista de de instalação de uma dominação cultural“ (Baeta Neves, Neves, 1978, p.148)“ p.148)“

1.1 Educação e catequese: Fases da educação colonial: Primeira: 1549 até a morte de Anchieta e a promulgação da Ratio Studiorum 1599. Segunda: (1599 - 1759), organização da educação jesuítica com a consolidação da ratio studirum Terceira: 1759 –  1759 –  1808,  1808, pombalina CAPITULO II Uma pedagógica Brasílica (1549 - 1599) A educação indígena:

Capitulo IV 1. Os jesuítas e o sistema mercantil: Ligado a sua construção Gramsci falando sobre hegemonias e intelectuais orgânicos e tradicionais, por meio destes conceitos Saviani busca mostrar como os conflitos entre os  próprios jesuítas existiam e eram diversas suas interpretações, com destaque para

Antônio Vieira e Antonil, valendo ainda o debate sobre a escravização dos índios e negros, visto que o jesuítas em nada visaram para acabar com a escravidão negra, no máximo pregavam o dever dos cristão em amenizar o sofrimento negro, a própria companhia de jesus possuía escravos. Os jesuítas por vezes entraram em rota de colisão como os bandeirantes por defenderem os índios, Saviani aponta que estas disputas são meramente financeiras e não morais ou religiosas. 2. A Administração Temporal dos Bens Divinos Já no inicio liga os jesuítas a questões materiais. Para manter a obra de Deus e sua grandeza, logo os jesuítas perceberam que seria necessário sair de uma postura passiva de acumulação e adotar uma postura ativa, deixar de acumular recursos com doações e isenções e partir para a ação direta, administrando engenhos e fazendas, casas de alugueis, escravos entre outros. Frequentemente os inacianos eram julgados como concorrentes desleais. Eles competiam na regra do jogo capitalista nascente, observavam as demandas de açúcar, sua variação no mercado internacional, redirecionavam a produção interna em acordo com o preço internacional, mas gozavam de alguns privilégios como a mão de obra gratuita dos índios, presentes nos aldeamentos, isenções da coroa, doações particulares. Tenta traçar o complexo conflito entre jesuítas e coroa portuguesa até sua expulsão em 1759. Os motivos expostos seriam exclusivamente de ordem econômica, tendo foco nas  províncias de Grã-Para e do Maranhão, face a reclamação do irmão do Marques de Pombal, que reclamava da concorrência desleal e mostrava os prejuízos gerados ao erário publico. Sova-se a estes fatos o não cumprimento de vários ordenamentos reais e  papais. Além de naqueles tempos terem sido acordado entre Portugal e Espanha o fim do tratado de Tordesilhas a assinatura do tratado de Madri sustentado pelo Uti  possidetis, gerando uma guerra contra mais de 100.000 índios aldeados na região do Uruguai. CAPÍTULO V 1. POMBAL E O ILUMINISMO PORTUGUES Pombal era de família nobre, mas não rica, destacou-se como magistrado e atuou na vida diplomática, atuou na Inglaterra quando despertou ódio por este país dizendo que eles eram uma seria ameaça a coloca brasil. Depois foi designado a Áustria em contato com a imperatriz Maria Tereza, viu a reforma educacional que ela fez ao submeter a

educação ao estado. Imbuído nestes interesses iluministas e incomodado com o atraso de Portugal e suas submissão a Inglaterra o controle da educação pelos jesuítas, é que o Marques de Pombal no governo de D. Jose I propõe uma utilização reacional do ouro  brasileira para, numa corrente mercantilista, construir manufaturas em Portugal e dinamizar o comercio. Instituição da politica dos diretórios (1757), visando retirar do controle eclesiástico os indígenas. Expulsão dos Jesuítas (1759), 2. Reforma dos estudos Menores: A reforma dos estudos menores faz referencia ao ensino primário e secundário. Decretava-se o ensino humanístico, privilegiando estas áreas de conhecimento. Os  professores seriam nomeados pelo Diretor de Estudos, cargo criado, e este deveria  proceder os processos de contratação por meio de concurso publico com o salario pago  pela coroa. Este processo se mostrou bastante burocrático e lento, no caso brasileiro a lentidão era ainda mais sentida. A dificuldade em implantar as reformas como: baixos salários, atrasos, demora nas respostas, falta de investimento, falta de livros didáticos, levaram o primeiro diretor Dom Tomas e pedir demissão, e com o fim da Diretoria Geral dos Estudos (1771), chegava ao fim a primeira etapa das reformas pombalinas de instrução publica em Portugal e todo os seus domínios. 3. REFORMA DOS ESTUDOS MAIORES: A UNIVERSIDADE DE COIMBRA As reformas incluíram uma grande reorganização de todos os estudos da faculdade e sobretudo a reorganização da filosofia educacional. Valorizando o Iluminismo o método experimental em detrimento ao Método escolástico de caráter especulativo e aristotélico. Tinha-se um problema por ser um enfrentamento entre a Igreja e o Império e o cuidado  para que os inimigos não utilizassem a disputa com os jesuítas como uma disputa contra a fé católica. Fez pois necessária o chamado “regalismo“ que  é a submissão da Igreja ao Estado e  portanto da Inquisição e o poder de censurar livros. Com o controle destes instrumentos foi possível a Pombal estabelecer o Iluminismo em terras portuguesas. 4 –  REFORMA DAS ESCOLAS DE PRIMERIAS LETRAS

Faltava pra completar as reformas a reforma dos estudos menores relativos às primeiras letras. Pela reforma fica clara a posição de que a educação não deve ser fornecida de maneira igual a todos, cabia à mesa censória definir qual tipo de escola seria implantada em cada região. Pois como o próprio rei dizia, a alguns cabia apenas a instrução dos párocos. Permitia-se o ensino particular, feito por mestres em casa, desde que aprovados pela Mesa e o alunos submetidos a exames se desejarem ingressar nos estudos maiores. Criação do subsidio literário, que a mesa acreditava que os povos iriam contribuir com imensa satisfação (1772) 5 –  IDEIAS PEDAGÓGICAS DO POMBALISMO (Verney e Ribeiro Sanches) Os dois pensadores concordam e reforçam o pensamento do pombalismo ao criarem ideais ligadas aos ideais burgueses, defendendo o regalismo e o controle da educação  pelo estado. Além de defenderem uma educação elitista e baseada na exclusão: com cita Mandeville “para fazer feliz a sociedade e manter contentes as pessoas, ainda que nas circunstâncias mais humildes, é indispensável que o maior número delas seja pobre e, ao mesmo tempo, totalmente ignorante“ (p. 102) Definiam claramente e concordavam que as escolas para os pobres deveriam ser abolidas, bastando a eles apenas as palavras do pároco. Saviani identifica uma semelhança do processo de modernização português com o ocorrido na Inglaterra e o distancia do modelo francês. Na Inglaterra houve uma  progressiva conformação da nobreza aos ideias capitalistas enquanto na Franca houve uma ruptura radical. Como exemplo ele cita a criação do Colégio dos Nobres e a Aula de comercio e a racionalização das escolas dos estudos menores e a reforma da universidade de Coimbra implantando mais ciências empíricas 6. VIRADEIRA DE DONA MARIA I E PERSITENCIA DO POMBALISMO Com a morte de D. Jose assume o trono sua filha Dona Maria I que demite Pombal e o condena ao desterro, deveria permanecer no mínimo 110km da corte. D. Maria I implanta um politica de aversão a tudo feito por Pombal Tem-se uma verdadeira revanche da nobreza às transformações tentadas por Pombal. Na educação poucas mudanças, existe ate mesmo um avanço nas aulas regias e nas escolas

de primeiras letras, mas esta expansão ocorre com recorrendo-se a ordens religiosas, que ficou conhecido como “conventualizacao“ 7. AS REFORMAS POMBALINAS NO BRASIL Somente durante o reinado de D. Maria I é que os números de professores régios atingem as metas propostas mesa censória, a isto Saviani atribui dois motivos, primeiro que o objetivo do Pombal era criar escolas com qualidade e depois expandir o modelo e depois que o governo da dona Maria a louca ocorreu de certo modo um retorno aos religiosos ao magistério nas aulas regias.  No Brasil proliferavam as aulas regias, mesmo com os atrasos de pagamentos e falta de estrutura, em geral as aulas regias eram realmente aulas separadas e sem ligação umas com as outras em geral eram ministradas na casa do próprio professor, o aluno poderia frequentar uma ou outra aula, a suas escolha. As aulas régias não impediu o funcionamento dos Colégio e Seminários, algumas instituições religiosas fundaram escolas baseadas nos princípios Iluministas, embora o foco deveria ser formar os membros do clero existiam muitos leigos que frequentavam 8. AZEREDO COUTINHO E O SEMINÁRIO DE OLINDA  No comando do seminário existe uma grande transformação na educação chegando inclusive a liderar a revolução pernambucana de 1817, implantavam mais áreas voltadas ao empirismo e estudos na natureza, dando claros contornos republicanos aos seus ensinamentos. Durante o período joanino a maior preocupação foi de criar quadro para a administração Resumo das reformas pombalinas de 1759 (expulsão dos jesuítas) a 1834 (ato adicional) Resumo presente na p. 114 Importante como as reformas pombalinas estão em acordo com as transformações em curso no momento. Era importante que o Estado burguês assumisse o controle de setores estratégicos para desenvolver a nação, e educação é um destes setores, através da expulsão dos jesuítas a tomada de posição estratégica do reino ao assumir o controle

da educação e com a criação da mesa censória inclusive de censurar livros contratar  professores. Percebe-se pois uma real ação do Estado para controlar a educação como um setor estratégico para erigir um novo modelo de Estado.  Na colônia existia um medo de que estas reformas de caráter iluminista levassem a independência. CAPITULO VI: DESENVOLVIMENTO DAS IDEIAS PEDAGÓGICAS LEIGAS: ECLETISMO, LIBERALISMO E POSITIVISMO (1827 - 1932) “Se o século XVII assistia ao avanço da “máquina mercante“ sobre os privil égios da nobreza e do clero, o século XVIII encerra-se com o seu triunfo“ (p.115) Apresente sumariamente as contradições entre Portugal ser um nação colonizadora mas dependente da Inglaterra principalmente depois do final da união ibérica. Com a inversão americana vem mais contradições que serão inconciliáveis, como transformar a colônia em reino unido, para isso era preciso desenvolver a colônia, mas desenvolver  poderia significar o risco da independência. 1. SILVERSTRE PINHEIRO FERREIRA E O ECLETISMO ESCLARECIDO “Queria-se adotar o liberalismo, mas desejava-se concilia-lo com a tradição“ (p.118) Liberalismo marca até ao menos a maioridade de D. Pedro II ganhando foça a partir de então a Conciliação ou ecletismo. 2. AS IDEIAS PEDAGÓGICAS NO DEBATES DA ASSEMBLEIA NACIONAL CONSTITUINTE D. Pedro coloca “a importância do tema que requeria solução urgente e prioritária: a organização de um sistema de escolas publicas, segundo um plano comum, a ser implantado em todo o território do novo Estado.“ (p. 119) Para a criação do plano de educação é proposto um concurso é apresentada uma única  pr oposta formulado por Riberio d’Andrada Machado que ficou conhecido com Memória de Martim Francisco. Inspirada nos escritos de Condorcet de 1791.

“Além de necessária, a instrução deve ser publica, pois ela diz respeito ao exercício da soberania, sendo assim, uma questão de liberdade publica e não de liberdade privada.“ (p. 121) Condorcet fala sempre em instrução pública e não em educação publica, pois ele entendia que o termo educação remete a elementos individuais e subjetivos. Defini claramente a separação entre quem tem posses e pode dedicar-se aos estudos e aqueles que não possuem e devem trabalhar. Portanto a educação para todos não possível ao passo que a instrução sim. As memorias de Martim Francisco também fazem referencia a instrução Apesar dos intensos debates o projeto foi deixado de lado e focou-se o trabalho para a criação de universidades: Mas todos estes projetos foram por ralo quando a assembleia foi dissolvida e D. Pedro outorga a nova constituição em 1824. Esta constituição limitou-se a afirmar: “a instrução primaria é gratuita a todos os cidadãos“ A constituição apesar de liberal e em concordância com a de vários países possui a dois  pontos dissonantes como a implantação do poder moderador e nomeação do Catolicismo como religião oficial. O liberal relegava o culto religioso a esfera  particular, apesar que reconhecer e dar este direito ao povo brasileiro de poder proferir fé deferente da católica em espaços privado e sem identificação externa coloca uma religião oficial o que não é condizente com um pensamento liberal. 3. AS IDEIAS PEDAGÓGICAS E O PROBLEMA NACIONA DA INSTRUÇÃO PUBLICA Destacou um projeto que nem chegou a ser aprovada apenas para dizer que ainda se fazia a pensar em uma instrução publica e laica, mas também tinha forca o modelo das aulas regias. 4. A QUESTÃO PEDAGÓGICA NAS ESCOLAS DE PRIMEIRAS LETRAS: O MÉTODO MUTUO Em lugar de um projeto amplo que abrangia todo um complexo modelo de educação, optou-se pela criação “Escolas de Primeiras Letras“. Tornou-se oficial o método mutuo ou lancasteriano, baseado na utilização de apenas um mestre na sala de aula e aluno monitores que deveriam ajudar na instrução dos outros

colegas e fiscaliza. O método pretendia conjugar ensino e disciplina, priorizava a memoria e não a fluência, visto que as conversas eram proibidas. Concebia-se o castigo físico e moral como punição. Os relatos sobre o método e sua aplicação falavam mais sobre sua abrangência do que sobre sua eficiência, e este era o seu objetivo a ser criado,  baixo custo. Em 1834 com a aprovação do ato adicional o responsabilidade das escolas de primeiras letras passa as províncias, com esta premissa o desejo de criar um sistema um sistema  publico único e organizado vai novamente ser adiado. Saviani aponta que apesar do Ato de 34 ser um retrocesso na criação de um modelo nacional não se pode atribuir toda a culpa da não existência de um modelo de educação  publica a ele. 5. AS IDEIAS PEDAGÓGICAS NA REFORMA DE COUTO FERRAZ Torna-se ministro do império em 1853 Reforma couto ferraz, primeiro reforça a tese de que o ato de 34 não foi único mas concorrente, assim as reformas de couto Ferraz fazem algumas outras considerações. Estabelecia o ensino primário como obrigatório e determinava multa aos pais, versava sobre um sistema maior de controle às atividades desenvolvidas pelos professores e diretores. Apesar do caráter iluminista de educação para todo, vale ressaltar que os escravos continuavam explicitamente excluídos da educação formal. Era contrario às escolas normais e deixava claro sua preferencia pelos professores adjuntos, a formação na pratica. Eram nomeados como auxiliares e acompanhavam o  professor e depois de 3 anos na classe de adjunto poderia vir a tornar-se professor. Faz-se a adoção do ensino simultâneo “o método do ensino nas escolas será em geral o simultâneo” (p.134) AS reformas são aplicadas de maneira limitada e as constantes mudanças não deixam  permanecer um modelo a ser seguido, é verdade que nas províncias o modelo de obrigatoriedade é seguido mas a substituição das escolas normais pelo professor adjunto nunca se efetivou.

6. REFORMAS DE LEONCIO DE CARVALHO 1879

“é completamente livre o ensino primário e secundário no município da corte e o superior em todo o Império, sala a inspeção necessária para garantir as condições de moralidade e higiene” (p. 136) Importante ressaltar as duas palavras finais, moralidade e higiene, sendo a questão da higiene um tema central ao final do império e durante toda a república. Destaca para como o discurso medico é incorporada nas questões educacionais: “a educação é salutar remédio para curar as doenças da sociedade e da civilização” “a disseminação da escola é único meio para nos livrar da chaga do analfabet ismo” (p.137) Retorno das escolas normais; Criação dos jardins de infância Subvenção ao ensino particular

7. MÉTODO INTUITIVO Lei das primeiras letras –  ensino mútuo Reforma Couto Ferraz –  ensino simultâneo Leôncio Carvalho –  Ensino Intuitivo ou lição de coisas Este método tinha como objetivo adequar os processos de ensino a realidade pósrevolução industrial e todas as mudanças entre o final do XVIII e inicio do XIX. Esta mesma revolução também foi responsável por dar condição tecnológica de criar novos materiais expostos frequentemente nas feiras universais Estes novos matérias incluem desde moveis, mapas, caixa de cores, quadros, até aquecedores. “a chave para desencadear a pretendida renovação é a adoção de um novo método de ensino: concreto, racional e ativo, denominado ensino pelo aspecto, lições de coisa ou ensino intuitivo” O método de ensino seria um suporte seguro para o professor conduzir seus alunos. O livro didático deixa de ser um elemento para o aluno e torna-se um guia para o  professor Como os demais projetos a implantação deste método não passou de mais um elemento a somar o caleidoscópio de propostas, métodos e leis que formavam o cenário da educação no Brasil. Diante desta falta de norte o final d império é marcado por uma profusão de escolas,  particulares, confessionais, de ordens para ajudar os pobres.

Quanto ao ensino privado e publico, prevalecia nas primeiras letras o publico, mas no secundário o domínio do privado era total.

9. NOVAS EXIGÊNCIAS PRODUTIVAS: ABOLIÇÃO E INSTRUÇÃO Ao final do império e o avanço das ideias abolicionistas a educação torna-se uma opção  para poder enfrentar estes momentos de mudanças, educando o povo brasileiro para o trabalho, de forma que não houvesse prejuízo aos cafeicultores. Faz uma rápida contextualização histórica mostrando como o a formação dos cafeicultores no Brasil com força a partir de 1870, era diferente dos produtores de canade-açúcar, o motivo apontado era de que no caso da cana a produção de dava descolada do comercio, não gerando uma identificação como classe, enquanto os cafeicultores se formavam homens de negocio, atuando em todas as frentes, comprando terras, negociando o produto, organizando a distribuição. Esta ação compacta levou à novas necessidades de possuir uma representação politica que desse respostas aos anseios deste setor, claramente o conciliatório regime imperial não tinha a velocidade que o café exigia. A Republica daria estas repostas atendendo os interesses locais e regionais, o modelo da Politica dos Governadores de Campos Salles é o exemplo. O problema da mão de obra com o fim da escravidão era algo a ser resolvido pelos cafeicultores. Assim no Brasil como em outras partes o conceito de Liberalismo é mutante e adapta-se às necessidades de cada momento e de cada setor, inclusive para defender a  permanência do escravo pois o escravo era viso como propriedade privada e estas era defendida pelas ideias liberais. Buscava-se solução para a mão-de-obra, a imigração foi a alternativa, mas precisava-se encontrar um mecanismo para evitar que os imigrantes fossem para as terras vastas, assim no mesmo ano que entrou em vigor a lei Eusébio de Queiroz (1850) também foi editada e lei de terras, com a clara intensão de impedir o acesso a terras e favorecer a concentração fundiária.  Neste longo, lento e controlado processo de passagem da mão de obra escrava para a livra e assalariada a educação foi chamada a fazer parte. Esta discussão passa desde fins da década de 60 até a implantação da republica, a ideia de que com a educação pudesse treinar e adequar os pequenos a serem uteis diminuindo o “abismo da ignorância”, fosse afastado o “instinto da ociosidade”. Ligação entre emancipação e instrução

Essa instrução deveria ser feita em escolas agrícolas Essa escola deveria transformar “os ingênuos e os homens livres, parasitas da grande  propriedade e da natureza pródiga, em trabalhadores submetidos às regras do capital” (p.163) Com a vinda em massa dos imigrantes as ideias dessas colônias agrícolas deixa de circular Os debates acerca de um projeto nacional não se efetivam inclusive os analfabetos continuavam fora do sistema eleitoral. Com a república continuam as antigas províncias, agora estados, a serem responsáveis  pela educação. SP destaca-se com algumas reformas que serão exemplo para todo o  pais, destacando a criação do grupo escolar. Mas as reformas ligada a criação de um sistema estadual centralizado de inspeção escolar é cancelado logo no período da  politica dos governadores e as municipalidades voltam regular as escolas.

10. A IDEIA DE SISTEMA EDUACIONAL: QUESTÃO NÃO RESOLVIDA Se o Estado brasileiro encarar o problema com sendo um problema brasileiro a criação de um sistema educacional nacional fica cada dia mais distante, somando-se a grande quantidade de leis, reformas, tanto na capital federal quanto nos estados fica impossível identificar um projeto e um objetivo, Como destaca Saviani ao se pensar em um projeto educacional está embutido nele em sentido, um objeto, o que se quer do povo educado e este descompasso entre povo e  pátria não permitiu que o povo falasse seus objetivos. As reformas educacionais são feitas de cima para baixo, exatamente com foi  proclamada a republica. A república deveria refletir os anseios de um povo republicano, como isto não aconteceu caberia a republica corrigir este problema. A república pouco irá fazer para criar este sistema publico e unificado visto que o grande objetivo era justamente enfraquecer o regime central favorecendo os governos regionais.

11. O ADVENTO DOS GRUPOS ESCOLARES O modelo se inicia em SP inspirado em modelos externos. 1892 criação dos grupos escolares, reforma da educação básica. Uma escola era formada por uma sala com um professor e vários alunos em níveis ou estágios diferentes. A junção destas escolas seria o Grupo Escolar. Estas escolas

reunidas deram origem a classes dentro do grupo que por sua vez correspondiam às series anuais. Os princípios pedagógicos que valem no grupo escolar são aqueles que mais tarde serão chamados de tradicionais pela escola nova. a) simplicidade, análise e progressividades (do mais simples ao mais complexo)  b) Formalismo: encadeamento de aspectos rigorosamente lógicos. O ensino esforça-se por ser dedutivo. c) Memorização: a medida do conhecimento é dado na capacidade de repetir o  professor; d) Autoridade: sistema de prêmios e castigos para centrar no professor a autoridade; e) Emulação: ideia do dever, necessidade de aprovação e o sentimento de méritos f) Intuição: o Ensino deve partir de uma percepção sensível. O principio da intuição exige o oferecimento de dados sensíveis a observação e a percepção do aluno, Desenvolvem-se, então, todos os processos de ilustração com objetos, animais ou suas figuras. (p.173) Em 1906 são implantados os grupos escolares em Minas Gerais. Desta forma a partir do modelo paulista temos a difusão pelo Brasil do Grupo Escolar e a seriação em 04 níveis a escola básica, que seria hj o fundamental I, agora com 5 series. Este modelo era como uma divisão do trabalho excelente mecanismo para a homogeneização, controle e gestão do ensino. Mas ao mesmo tempo era excludente e aumentava muito a repetência nas series iniciais. “No fundo era um modelo mais eficiente para o objetivo de seleção e form ação das elites. A questão da educação das massas populares ainda não se colocava.“ (p.175)  Na década de 20 temos um serie de reformas que iram alterar a instrução publica de varias maneiras, aumento da rede, melhoria nas condições de funcionamento, reformulação curricular, inicio da profissionalização do magistério, abrindo as  portas para mais tarde chagar o escolanovismo.

12. AS IDEIAS PEDAGÓGICAS REPUBLICANAS: POSITIVISMO E LAICISMO

“É, pois, a ideia central da vertente leiga da concepção tradicional, isto é, a transformação, pela escola, dos indivíduos ignorantes em cidadão esclarecidos, que esteve na base do movimento denominado por Nagle (1974) de “entusiasmo pela educação“, o qual atingiu seu ponto culminante na efervescente década de 1920 “. (p. 177) Criação da ABE em 24 e a I Conferencia nacional de educação em 1927 Fala sobre a força da igreja até a proclamação da república com o regime do  padroado ou regalismo, e com a proclamação e a constituição de 1891 ocorre a separação entre Estado e Igreja, e o ensino religioso é retirado da escola.

13. A REAÇÃO CATÓLICA  Nos anos seguintes à proclamação e sobretudo na década de 20, os católico se organizam para lutar ativamente. Esta luta deu-se na formação de professores, pois tinham suas próprias escolas normais, na confecção de livros didáticos, revistas e jornais de ideias católicos. Mas para além de atuar em suas trincheiras fazia-se necessária sua representação na vida civil, construindo aliados que poderiam defender a fé católica. Tornaram-se os principais combatentes dos escolanovistas na década de 30.

14. IDEIAS PEDAGÓGICAS NÃO HEGEMONICAS Trata principalmente de correntes ligadas aos socialistas e as anarquistas, vindas ao Brasil por intermédio dos Italianos e outros imigrantes. Traziam as ideias libertarias, os modelos de escolas integrais, ensino técnico profissionalizante. Com algumas iniciativas reais sendo implementadas, mas sempre com caráter experimental e  pontual.

CAPITULO VII Fordismo Keynesianismo e a nova educação 1. Modernização da agricultura cafeeira Um grande panorama sobre a Ascenção do café o domínio dos cafeicultores, a geração de um capital cafeeiro investido nas indústrias, até crise do modelo “café com-leite”, a revolução de 1930.

2. A questão da industrialização A indústria firmou-se com base na politica de substituição das importações pos ver de 30. E progressivamente uma substituição do campo de cidade e da agricultura  pela indústria, e um consequente urbanização do campo e uma industrialização da agricultura. Forma-se no estado novo o que se convenciono chamar de Estado de Compromisso, mas que teve um grande apoio junto a burguesia industrial. Nestas anos veremos um crescimento vertiginoso dos centros urbanos, da indústria e dos trabalhadores.  Neta esteira de crescimento industrial e urbanização marcaram pedagogicamente a luta entre os escola-novistas e a tradição católica.

Capitulo VIII Equilíbrio entre a pedagogia tradicional e a pedagogia nova (1932 - 1947)  Neste momento Saviani continua afazer o seu caminho na elucidação da atuação dos intelectuais orgânicos, trabalhando em uma vertente Gramsci, destaca a atuação dos intelectuais e suas atuações na disputa hegemônica. É neste sentido que que a busca é  por um recorte de características hegemônicas em determinados momentos. Francisco Campo na frente de recém criado ministério da educação e saúde publica já mostra a intenção do estado em centralizar o controle sobre os processos educacionais e criar uma politica publica e centraliza para normatizar a educação nocional. Francisco Campos, mineiro que havia conduzido as reformas em minas gerais, assume a pasta e logo promove a reforma do sistema de ensino superior colocando as universidades com forma de organização e também as reforma do ensino secundário e primário. Trazendo de volta o ensino religioso como obrigatório pela primeira vez na republica brasileira. Esta aparente posição de conflito é marcada pela necessidade do governo Vargas de conjugar tradição e modernidade, a igreja católica marcava esta tradição e mais ainda após a edição encíclica Rerum Novarum, o igreja se colocava em favor da organização dos trabalhadores para lutar pelos seus direitos mas se postava contraria ao socialismo.  Neste momento quando as massas urbanas ganhavam foça a igreja seria um importante aliado do governo Vargas. Por outro lado os escola-novistas representados pela trindade acima descrita, marcavam o modernização trazendo uma concepção de escola moderna enraizada em princípios defendidos na Europa e EUA, uma escola nova que pudesse formar o cidadão para o novo mundo que surgia, portanto um sujeito capaz que lidar com o mundo da

modernidade, integrado ao capitalismo industrial e as suas exigências. O aluno era instigado a participar a agir, participar de projetos, o professor deveria ser um mestre a incitar, mostrar caminhos, acompanhar o aluno. Tríade escola novista –  Lourenço Filho (psicologia); Anísio Teixeira (filosofia); Fernando de Azevedo (sociologia). Lourenço Filho: Com Lourenço filho temos a entrada da psicologia identificando claramente a criança como um ser diferente do adulto e carente de  praticas especificas, que respeitassem a sua maturidade. A psicologia trouxe a base cientifica, através de testes psicométricos para classificar, distribuir e homogeneizar as crianças colocando-as em uma esteira única de progresso, evitando os desvios através do tratamento e buscando uma linha “normal” para os sujeitos, a psicologia tem uma importância central no projeto escolanovista que com esta visão cientifica sobre a criança e suas etapas de desenvolvimento buscava-se compreender e criar mecanismo que correspondessem as necessidades de uma criança. “é curioso que Lourenço Filho destaque exatamente essas duas experiências, quando a particularidade do Brasil foi exatamente o fato de que o movimento da escola nova, como se explicou no “Manifesto” teve em mira principalmente a reconstrução educacional dos sistemas  públicos.” (p. 202) “foi esse caminho que ele atuou nos dois aspecto característicos da Escola-Nova referidos por Manacorda: a instrução técnico-profissional e a psicologia da infância” (p. 204) Fernando de Azevedo: Foi formado no colégio dos jesuítas seguiu a formação de Direito mas atuou preferencialmente no magistério e como escritor “Paralelamente ao magistério, dedicou-se também ao jornalismo”  p.208 “Para ele a ideia de uma política nacional de educação e cultura atingiu seu ponto culminante com a Constituição de 1937” (p.210) “Para ele o ideal de Escola Nova envolvia três aspectos: escola única, escola do trabalho, escola-comunidade” (p.211)

Uma escola única introdutória com saberes básicos, obrigatória e gratuita. A escolha do trabalho tem por finalidade estimular o aluno pratica  prazerosa “O aluno observa, experimenta, projeta e executa. O mestre estimula, aconselha, orienta” (p212) A escola deve estimular a vida em sociedade mostrando aos indivíduos como cada um deve colaborar com o coletivo, a escola deve buscar o desenvolvimento integral “educação física, moral e cívica” (p212) “desenvolvendo nos alunos hábitos higiênicos, despertando o sentido da saúde, a resistência e vitalidades físicas, a alegria de viver. Para tanto as escolas contariam com inspetor medico ou inspetor dentário que além da função de fiscalização, seria um educador sanitário com o qual colaborariam todos os membros da comunidade escolar ” “por uma concepção mais nítida do papel social da escola como instituição social, e uma consciência mais viva da necessidade de articular a escola com o meio e de adapta-las às condições de uma nova civilização.” (p.213) “a infância é também uma “iniciação”. É necessário que a  criança vá penetrando pouco a pouco em uma civilização que ela já encontra feita.” (p.213)  Na divisão entre escola do trabalho e a escola comunidade não existem incoerências com o aspecto biopsicossocial, pois as duas vão trabalhar com as motivações da criança e com seu interesse respeitando seu estágio de maturação. Anísio Teixeira: Estudou direito e formou-se no colégio jesuíta quando acalentou o sonho de ser um missionário jesuíta.  No livro Em marcha para a democracia, Teixeira apresenta as sugestões de “Dewey e Walter Lippmman para a teoria democrática, enfatizando a importância da educação do público para a democracia.” (p. 219)

Ao contrario de outros escolanovistas, Teixeira é deposto de sua vida  politica durante o Estado Novo e retira-se para a vida pessoal por discordar dos caminhos ditatoriais que o Brasil vinha tomando. Com o final do Estado Novo ele volta e reassume seu caminho na educação nos seios da politica Anísio defendia “a educação é um direito de todos e não é jamais um  privilegio” (p. 222) Ele identificava esta dificuldade em mudança pois analisava que no Brasil as instituições politicas haviam se apropriado dos espaços públicos  para fins privados Anísio defendia que o Estado deveria sair de uma posição de observador e partir para ação, atuando diretamente na educação, Saviani faz neste momento uma relação com Keynes que defendia naquele momento a intervenção do estado na economia para combater a crise econômica, nos mesmos moldes se deveria atuar na educação. Desta forma Teixeira se empenha na organização de um sistema publico de educação “passaram a ser comandadas como um todo por esses serviços centrais, que distribuíram os alunos de acordo com a existência de vagas,  procurando assim atender sempre ao maior numero possível em cada  bairro.” (p.226) Estava atento ás particularidades do nosso pais e não simplesmente copiava o que vinha de fora, mas tratava de pensar nossas  particularidades, como por exemplo: a criação do sistema centralizado de gerencia da educação publica, a aplicação de testes regulados pelo Estado, construir um sistema publico de educação articulado no nível federal. Dewey por sua vez nunca se preocupou com isso, testes, nivelamentos, aferição de qualidade, ensino. Defendia a criação de um CNE livre e independente com qq outro dos três poderes

A associação brasileira de educação e os antecedentes do manifesto de 1932 A ABE é criada em 1824, a presença massiva de engenheiro levava a discussões frequentes sobre a problemática relativa ao taylorismo e fordismo. Definia-se com um espaço para discutir educação independente de partido, ou religião

“O governo buscava na ABE a  legitimação para a sua politica educacional; e o grupo que dirigia a ABE buscava, por sua vez, abrir espaço no aparelho do Estado para consolidar sua hegemonia sobre o campo educacional” (p.230)  Neste campo cumpre destacar quando em 1931 Vargas solicita aos membros da ABE a formulação de uma filosofia educacional brasileira. Neste caminho, de criar uma filosofia nacional, ocorre a ruptura da ABE e inicia-se o conflito com os católicos. Pois o manifesto marca, além de uma sistemática para a educação nacional, uma posição  politica que não era a dos católicos que até então gozavam com os benefícios de finalmente terem o ensino religioso incorporado ao sistema publico, o documento ameaçava a posição da igreja católica. Lembrando que a igreja católica defendia o ensino privado e os pioneiros a educação publica.

A REAÇÃO CATÓLICA E A LIDERANÇA DE ALCEU AMOROSO LIMA Com a formalização do manifesto os católicos se retiram da ABE Os católicos entendiam que cabia ao estado zelar e orientar o bem comum pela conduta na família e da igreja, mas não primar sobre elas Os católicos também viam com maus olhos a obrigatoriedade da escola, eu melhor de um tipo de escola, isso era autoritário pois cabia a família escolher a melhor educação  para seu filho A igreja romana defendia a formação católica e para o trabalho em primazia sobre a alfabetização Em 1940 são criadas as PUC´s Tríade Católica - Alceu Amoroso Lima Leonel Franca Cardeal Leme

Francisco Campos, Gustavo Capanema e as iniciativas governamentais Tríade varguista –  Getúlio Vargas; Francisco Campos; Gustavo Capanema; Francisco Campos: Mineiro comandou as reformas em minas antes de ascender ao ministério varguista

As reformas Capanema permaneciam a dicotomia do ensino focando o secundário as elites e ensino profissional aos trabalhadores que não permitia o acesso ao nível superior Para além destas reformas Campos e Capanema, muito mais por ação do primeiro, costuraram o apoio da igreja católica ao governo varguista configurando na constituição de 34 o ensino religioso. Em contrapartida os católicos aceitaram a direção e monopólio do Estado no comando dos assuntos educacionais e a presença dos escolanovistas.

Equilíbrio entre católicos e renovadores “os princípios da educação cristã assim com os princípios pedagógicos renova dores não tinham valor em si, mas eram vistos como instrumentos de ação politica” (p.270) “Dir -se-ia que a “Modernização conservadora”, conceito com que a historiografia tende a classificar a orientação politica que prevaleceu após a Revolução de 1930, poderia facultar a seguinte leitura: enquanto conservadores, essa orientação buscava atrair a Igreja para respaldar seu projeto de poder; enquanto modernização, a força de atração dirigia-se aos adeptos da Escola Nova.” (p271) O debate estes estas tríades marca a disputa entre os modelos de escola pública e  privada, e a formação da LDB de 61. Os católicos defendiam a escola privada, os liberais-idealistas a escola publica.

CAPITULO IX PREDOMINÂNCIA DA PEDAGOGIA NOVA (1947 - 1961)  Novamente o capitulo é iniciado com uma apresentação sobre o panorama politico do Brasil e do mundo. O Brasil pós Vargas tem a eleição de Dutra que alinhado com os interesses dos EUA no contexto da emergente Guerra Fria, caça os políticos do PCB e coloca o partido na ilegalidade. Esse clima de caça as bruxas e Guerra fria guia o Brasil na segunda metade do século XX.  Neste momento a intensa disputa entre defensores da escola publica e escolas privada, adia a elaboração de nossa primeira LDB. E dentro deste clima bi polarizado de histeria anticomunista aqueles que defendiam o modelo de escola publica como Anísio Teixeira eram de maneira rasteira identificados como comunistas. 1. CLEMENTE MARIANI E A PRIMEIRA LEI DE DIRETRIZES E BASES DA EDUCAÇÃO NACIONAL.

A primeira lei não chegou a ser aprovada, com uma presença marcante dos escolanovistas o anteprojeto é combatido pelo então deputado e ex-ministro da ditadura o mineiro Capanema que acusou os autores de projeto de estarem utilizando uma arma  politica antigetulista e não uma reforma educacional. O projeto volta para as comissões e permanece até o final da década de 50. 2. O CONFLITO ESCOLAR PARTICULAR VERSUS ESCOLA PUBLICA Inicialmente mostra todo o aparato técnico-burocrático-cientifico criado por Anísio Teixeira para gerir a educação brasileira. E como os católicos buscavam minar a figura de Teixeira ligando-o ao comunismo. A campanha focada em Teixeira era contra tudo o que ele representava, “ a luta pela implantação e consolidação de uma escola verdadeiramente publica, universal e gratuita.” (p. 288) Ao entender que a escola pública seria única, a igreja católica via neste modelo a inexistência de outros modelos de escola, muito embora Teixeira disse por diversas vezes não ser partidário do monopólio estatal da educação. Importante que neste momento não se discute mais o caráter didático-pedagógico ligado ao modo que se deve ensinar no interior das escolas. “Neste momento a argumentação desenvolve-se no âmbito doutrinário, centrada na questão da liberdade de ensino a partir da qual se procura demostrar a precedência da Igreja e da Família e o caráter supletivo do Estado em matéria de educação” (p. 289) Três correntes defendendo a escola publica:

Corrente 01: Liberal-idealista : “A tarefa da educação consiste, pois, em converter o homem num ser moral, transformando sua animalidade.“ (p.289) “Para Roque Spence r, “a igualdade social é uma falácia; deve restringir -se aos limites jurídicos. E mais: igualdade, isto é, a ausência de uma hierarquia, é perversa, pois acaba com a diversidade e leva á desarticulação da vida social e à autodestruição“(Orso, 2003, p.144)“  (p.289). Formar o sujeito autônomo independente do meio social onde vive.

Corrente 02: Liberal-pragmática : Nesta inserem-se os escolanovistas, ajustar o individuo à realidade social em mudança

Corrente 03: Tendência socialista , busca compreender a educação a partir de seus determinantes sociais, considerando-a um fator de transformação social provocada. (p.290) Ao final fica registrado o expressivo numero de matérias publicadas em periódicos sobre a disputa entre a escola publica e privada, comprovando que o debate ganhou a esfera publica.

3. O MANIFESTE “MAIS UMA VEZ CONVOCADOS“ O manifesto não apresenta argumentos de caráter pedagógico-didático, deferente do que ocorreu como manifesto de 32, os argumentos são políticos, defendendo a escola  publica e rebatendo os ataques dos católicos em especial. Fato importante é que os ideais pedagógicos já não eram mais alvo de criticas, e muitas escolas católicas já utilizavam o método ativo. 4.PREDOMÍNIO DA PEDAGOGIA NOVA E RENOVAÇÃO CATÓLICA Embora tenham sofrido uma derrota doutrinaria na década de 30 os escola-novistas tiveram uma importante atuação no quadro institucional da Era Vargas, em virtude de suas contribuições no aprimoramento do aparato técnico administrativo escolar. Durante esta permanência nos órgãos de gestão as ideias pedagógicas foram difundidas pelos órgãos oficiais por eles criados como a Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos. Saviani aponta que os principais temas tratados pela revista eram: Biologia educacional; Historia da educação física; Diagnostico psicológico; Testes e mensuração educacional; Psicologia infantil; Educação de base e avaliação da eficiência docente; Orientação e seleção profissional; Todos estes temas são ligados a pedagogia renovadora. Ao final deste capitulo é feita a comprovação da aceitação da pedagogia nova em concordância com os preceitos da vida cristã.

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