Historia Da Psicologia Do Trabalho
Short Description
Download Historia Da Psicologia Do Trabalho...
Description
Curso de Psicologia do Trabalho
MÓDULO I
1. História da Psicologia do Trabalho
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para o curso de Psicologia do Trabalho. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na bibliografia consultada no final do último módulo.
História da Psicologia do Trabalho A história da psicologia do trabalho vem de longe, e ela não se inicia especificamente com esse nome. Temos na literatura diversas expressões referindo-se ao tema da psicologia do trabalho, uma delas seria “Clinica do Trabalho”. Na França, o que se denomina a “Clinica do Trabalho” é uma construção institucional, que o colóquio organizado em Paris em 2008 pela Cadeira de Psicologia do Trabalho do CNAM representou um momento importante. É na França que conseguimos visualizar as principais contribuições para psicologia do trabalho, e segundo Yves Clot (2010) a clinica do trabalho não pode ser considerada uma escola, ou academia, ou mesmo um programa teórico, tratase de uma história a traçar, e que justamente põe as teorias à prova. Segundo o mesmo autor, as contribuições da psicologia dinâmica do trabalho, ou da clínica da atividade, ou ainda da psicopatologia do trabalho ou da ergonomia são determinantes para a psicologia do trabalho. Devemos ressaltar que a psicologia do trabalho tem como opção o real e questiona as verdades do momento e os discursos de conveniência de forma critica. Como definição para psicologia do trabalho, buscaremos em Clot e Leplat (2005) uma rápida definição citado por Bensassolli (2010 p.3)
um conjunto de tórias que tem como foco de estudo a relação entre trabalho e subjetividade. Apresentando uma diversidade epistemológica, teórica e metodológica, o objeto comum dessas teorias é a situação do trabalho, que, em síntese, compreende a relação entre o sujeito, de um lado, e o trabalho e o meio, de outro. (CLOT, LEPLAT apud BENSASSOLLI 2010 P.3)
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para o curso de Psicologia do Trabalho. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na bibliografia consultada no final do último módulo.
Antes, de passarmos para a construção da história da psicologia do trabalho, ou clinica do trabalho, como se referencia, principalmente na França, é fundamental lembrarmos que a psicologia do trabalho é diferente do que chamamos no Brasil de Psicologia Organizacional. Embora a psicologia organizacional e psicologia do trabalho sejam articuladas dentro de um único campo denominado Psicologia Organizacional e do Trabalho, há importantes diferenças entre elas. A psicologia do trabalho opõe ao modelo da psicologia organizacional de ênfase cognitivo comportamental, tendo em vista que apresentam finalidades diferenciadas em relação aos objetivos organizacionais e aos objetivos dos trabalhadores. A Psicologia Organizacional, inicialmente denominada como Psicologia Industrial, estuda os fenômenos psicológicos presentes nas organizações. Atua sobre os problemas organizacionais ligados à gestão de recursos humanos (ou gestão de pessoas), principalmente relacionados ao tema de recrutamento, seleção, avaliação de desempenho, treinamento, gestão de carreiras, liderança, motivação, e entre outros, no qual o objetivo final está voltado para produtividade e desempenho dentro das empresas. Já a psicologia do trabalho defende a centralidade psíquica e social do trabalho, entendido como uma atividade material e simbólica constitutiva do laço social e da vida subjetiva. Continuando com as origens da psicologia do trabalho, as questões relacionadas ao trabalho teve seu marco inicial no campo dos estudos sobre saúde mental. Na França, por exemplo, Silvadon (1957), Veil (1964) e Le Guillant (1984) são os principais precursores. (BENDASSOLLI 2010). Silvadon (1957) abordou os problemas de adaptação individual no trabalho centrando sua análise nas fragilidades do trabalhador nas mais variadas formas de trabalho e Veil amplia a análise de Silvadon, conforme relata Bendassolli (2010) Considerava que as “neuroses de Trabalho”, provocadas por situações de insegurança e de conflitos, desencadeavam desequilíbrios nos
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para o curso de Psicologia do Trabalho. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na bibliografia consultada no final do último módulo.
processos adaptativos. Veil (1964) propõe uma ampliação da perspectiva de análise de Silvadon (1957), ao abordar não somente os aspectos singulares e psicológicos do sujeito, mas também a organização do trabalho. Assim, destaca a dupla polaridade do trabalho: se por um lado o trabalho é fonte de desgaste e sofrimento, ele é também atividade criativa e meio de sublimação. Ocupa-se da análise situacional das experiências do sujeito no trabalho e das diversas formas de desadaptação provocadas pela saturação dos mecanismos de defesa. (BENDASSOLLI 2010 p.7)
Após a Segunda Guerra Mundial o movimento da Psiquiatria Social que teve sua origem nos acontecimentos dramáticos da guerra permitiu um avanço considerável das reflexões em torno da psicologia do trabalho (clínicas do trabalho), sendo Le Guillant e F. Tosquelles seus representantes. Tosquelles atuou em St. Alban com pacientes psiquiátricos, contribuindo significativamente para o desenvolvimento das “terapêuticas pelo trabalho” e, para o campo da Saúde Mental no trabalho - SM&T (LIMA 2010). Le Guillant foi um dos fundadores do movimento denominado Psiquiatria Social, que emergiu na França a partir de 1945 com Sivaldon, François Tosquelles, Sven Follin, Lucien Bonnafé e Claude Veil. Le Guillant através de seus estudos e pesquisa, “tenta compreender os impactos nefastos dos processos de trabalho, que proliferam na França do pós guerra” (LIMA 2006 p.07), considerando que a subjetividade não pode ser compreendida sem sua articulação com as relações sociais, porém, a atividade subjetiva reage ao social de acordo com suas possibilidades (CLOT apud LIMA 2010). No Brasil, temos pesquisadores na área do trabalho que segundo Bendassolli (2010) tem influencias especialmente da tradição francesa. O próximo item desse módulo visualizaremos uma abordagem rápida dos principais teóricos e estudiosos do campo da psicologia do trabalho, incluindo o Brasil, abrangendo as quatro clinicas do trabalho.
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para o curso de Psicologia do Trabalho. É proibida qualquer forma de comercialização do mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos na bibliografia consultada no final do último módulo.
View more...
Comments