História da antropologia- Os Quatro Pais Fundadores
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Resumo cap. 3- os quatro pais fundadores, do livro historia da antropologia...
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Franz Boas:
Defendia uma abordagem de quatro campos que dividia a antropologia em: linguística, antropologia física,
arqueologia e antropologia.
Para Boas, o trabalho de campo deveria ser uma atividade coletiva, não pressupunha um individuo sozinho
sujeito a uma “imersão” continua e prolongada no campo.
Criticava o evolucionismo, e em substituição, propôs o principio do particularismo particularismo histórico, por isso defendia
que a principal tarefa do antropólogo consistia em coletar e sistematizar dados detalhados sobre culturas particulares. So então seria possível dedicar-se a generalizações generalizações teóricas..
Era um individualista metodológico, no sentido em que procurava a instancia particular sendo cauteloso com o
uso de comparação, que com facilidade estabelecia semelhanças artificiais entre sociedades que eram fundamentalmente diferentes.
Criou o relativismo cultural, que defende que culturas são relativas, assim essas culturas passaram a ser
compreendidas como algo único e os costumes e regras sociais de um determinado povo deveriam ser interpretados de acordo com as funções que desempenhavam em cada sociedade.
Foi um dos primeiros e mais incansáveis críticos do racismo e da ciência inspirada por ele. Criticava a teoria
racial, uma vez que defendia que a cultura era sui generisgeneris- sua própria fonte- e que diferenças inatas não podiam explicar o volume impressionante de variação cultural, já documentado documentado pelos antropólogos.
Malinowski:
Para ele a sociedade deveria ser entendida holisticamente, ou seja de forma integral, como uma unidade
constituída de partes entrelaçadas, e que a analise deveria ser sincrônica. (não histórica) .
Malinowski não criou o trabalho de campo, como se diz de forma equivocada, ele “inventou”, um método de
trabalho de campo especifico, que ele denominou de observação participante. Esse método consistia em viver com as pessoas que estavam sendo estudadas e em aprender e participar ao máximo possível de suas vidas e atividades. Para Malinowski, era essencial permanecer tempo suficiente no campo para familiarizar-se totalmente com o modo de vida local e capacitar-se a usar o idioma local como instrumento de trabalho.
Denominou seu programa de funcionalismo, todas as práticas e instituições sociais eram funcionais no sentido
de que se ajustavam num todo operante, ajudando a mantê-lo.
Diferente de Durkheim defendia que o objetivo ultimo do sistema, eram os indivíduos, não a sociedade. As
instituições existiam para as pessoas e não o contrario.
Para Malinowski o individuo era o funcionamento da sociedade. Para os estruturais funcionalistas (como
Radcliffe Brown), o individuo individuo era um epifenômeno epifenômeno da sociedade
Radcliffe Brown
Radcliffe Brown seguia Durkheim e considerava o individuo principalmente como produto da sociedade.
“A sociedade se mantém coesa por força de uma estrutura de regras jurídicas, estatutos sociais e normas
morais que circunscrevem e regulam o comportamento. Na obra de Radcliffe-Brown a estrutura social existe independentemente dos atores individuais que a reproduzem. As pessoas reais e suas relações são meras agenciações
da estrutura, e o objetivo último do antropólogo é descobrir sob o verniz de situações empiricamente existentes os princípios que regem essa estrutura.”
Para ele o parentesco funcionava como uma estrutura para a criação de grupos ou corporações nas sociedades.
Os grupos poderiam ter direitos coletivos para a posse, por exemplo, de terras ou animais, poderiam exigir lealdade em caso de guerra, poderiam resolver conflitos e organizar casamentos.
Para ele a questão central não era o que os nativos pensavam aquilo que acreditavam, como ganhavam a vida
ou como haviam chegado a ser o que eram( diferente de Malinowski que defende o ponto de vista do nativo), mas sim como sua sociedade era integrada, as forças que mantinham coesa como um todo, por isso não simpatizava, particularmente com a palavra “cultura”.
Escarnecia das reconstruções frequentemente apresentadas por historiadores culturais e difusionistas. Onde
não existiam evidencias não havia motivo para especular. Nisso Brown e Malinowski concordavam perfeitamente. Mauss
Considerava-se continuador do trabalho de Durkheim, e os dois tinham uma concepção holística da sociedade,
a ideia de que a sociedade era um todo organicamente integrado, um “organismo social”.
Dividiu o estudo da antropologia em três níveis: etnografia, o estudo detalhado de costumes, crenças e da vida
social; etnologia, o estudo empírico da comparação regional; antropologia o esforço teórico-filosófico de generalizar sobre a humanidade e a sociedade fundamentado nas descobertas feitas pelos estudos anteriores.
Seu objetivo era classificar as sociedades e descobrir características estruturais comuns a diferentes tipos de
sociedade, com o fim de desenvolver uma compreensão geral da vida social. Nisso seu trabalho era muito diferente de Boas.
Para ele a troca de presentes é um meio de estabelecer relações sociais, essas trocas é moralmente obrigatória
e socialmente integradora. A troca de pressentes une as pessoas num compromisso mutuo e instrumental na formação de normas, uma vez que não se pode haver prestação, sem uma contraprestação.
O presente tem aspectos simbólicos importantes, uma vez que objetos que são dados e recebidos se tornam
símbolos de relacionamentos sociais e ate de fenômenos metafísicos. Ao analisar materiais da Polinésia Mauss, aborda a questão do hau ou “poder/alma” do presente. O presente possui uma qualidade interior que compromete o receptor de modos específicos, por causa da historia do presente.
“Boas e Mauss concordavam em que não havia conflito profundo entre história cultural e estudos
sincrônicos, e por isso ambos se interessavam pelo difusionismo, enquanto Radcliffe-Brown e Malinowski consideravam esses interesses como “não científicos”. Essa divisão reflete claramente o fato de que dois
antropólogos britânicos estavam envolvidos numa “revolução”, ao passo que na França e nos Estados Unidos predominava uma atmosfera de continuidade” (p. 66 e 67).
Radcliffe Brown e Mauss concordavam em que seus estudos faziam parte de um grande projeto de sociologia
comparada, enquanto Boas, dos quatro o menos relacionado a sociologia, desconfiava da ciência francesa pregada por Brown em Chicago e duvidava profundamente do modo comparativo
“Enquanto Radcliffe-Brown e Mauss eram coletivistas metodológicos e comprometidos que investigavam
os segredos da “sociedade como um todo”, Boas e Malinowski eram particularistas (alemães). O particularismo de Malinowski, porém, voltava-se para as necessidades físicas do indivíduo, ao passo que Boas acreditava na primazia da cultura” (p. 67).
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