História da América I

October 14, 2022 | Author: Anonymous | Category: N/A
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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Créditos e Copyright

SOUZA, César Neves de. História da América I. Revisado por Clara Versiani dos Anjos Prado. Santos: Núcleo de Educação a Distância da UNIMES, 2015. 101 p. (Material didático. Curso de História).   Modo de acesso: www.unimes.br  1. Ensi Ensino no a di dist stân ânci cia. a. 2. Hist Histór ória ia.. 3. Hi Hist stór ória ia da Am Amér éric ica a CDD 970

Este curso foi concebido e produzido pela Unimes Virtual. Eventuais marcas aqui publicadas

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UNIVERSIDADE METROPOLITANA DE SANTOS FACULDADE DE EDUCAÇÃO E CIÊNCIAS HUMANAS PLANO DE ENSINO

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CURSO: Licenciatura em História COMPONENTE CURRICULAR: História da América I CARGA HORÁRIA TOTAL: 80 horas   EMENTA: Estu Es tudo do da Amér Améric ica a a part partir ir de sua sua prépré-hi hist stór ória ia para para co comp mpre reen ensã são o de su sua a diversidade, com ênfase nas principais civilizações pré-colombianas, inca, asteca e maia. Contextualização, análise e interpretação do processo de expansão marítima europeia, do processo de conquista e aculturação na América. Estudo e análise do sistema e administração coloniais implantados pelas diferentes metrópoles e da cris crise e do re refe feri rido do sist sistem ema a que que cond conduz uziu iu as área áreass co colo loni niai aiss da Am Amér éric ica a à independência.

OBJETIVO GERAL: Preparar os alunos para compreender o processo histórico de transformação das soci so cied edad ades es huma humana nass na pe pers rspe pect ctiv iva a da lo long nga a du dura raçã ção o e pa para ra a co cons nstr truç ução ão autônoma do conhecimento histórico.  

OBJETIVOS ESPECÍFICOS: Unidade I Conhecer Conh ecer e estu estudar dar os povo povoss nativos habitantes habitantes do continente continente nos hemisf hemisférios érios norte e sul.

Unidade II Conhecer a diversidade e a riqueza cultural do norte da América antes da chegada dos europeus de modo a perceber a América menos como uma “descoberta” e criação europeias, e mais como região que contava com economia, sociedade e cultura próprias e diversas

Unidade III

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Conhecer e estudar as grandes civilizações pré-colombianas

Unidade IV  Analisar e interpretar o processo de conquista e aculturação como consequência do processo de expansão marítima europeia

Unidade V Estudar a conquista e dominação das populações nativas. Estudar as expressões de cultura das diferentes diferentes regiões coloniais para melhor compreens compreensão ão da diversidade do continente. Estudar e analisar a crise do sistema colonial e suas consequências sobre o continente

  CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: Unidade I Introdução aos estudos de História da América  A pré história da América Os povos primitivos Culturas andinas primitivas Culturas mexicanas primitivas Ensino de História da América 

Unidade II Os povos do extremo norte O nordeste da América do Norte O sudeste da América do Norte  As grandes planícies planícies da América do Norte O sudoeste da América do Norte  A grande bacia e o noroeste noroeste 

Unidade III Maias - os períodos de uma grande civilização Maias - organização social , política e econômica Maias - conhecimento e cultura

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância  Astecas - formação e política política  Astecas- sociedade, sociedade, religião e cultura  Astecas - calendário calendário e agricultura Incas - Periodização Incas- sociedade, política e cultura Incas - religião 

Unidade IV Formação, apogeu e declínio do feudalismo  A expansão mercantil mercantil européia Grandes navegações e descobrimentos marítimos Fundamentos da colonização da América O antigo sistema colonial O choque cultural Colonização, evangelização evangelização e resistência indígena O impacto da conquista sobre o ambiente natural  

Unidade V  A colonização inglesa inglesa  A colonização holandesa holandesa  A colonização francesa francesa  A crise do sistema colonial colonial

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância BIBLIOGRAFIA BÁSICA:  ANDREWS, George Reid. Amé São o Carl Carlos os-S -SP: P: Améric ricaa Afr Afro o Lat Latina ina 180 1800-2 0-2000 000. Sã EDUFSCAR, 2007. BETHEL BET HELL, L, Leslie Leslie (org.). (org.). História da América Latina, v. 1, 2. Ed Ed.. Sã São o Pau Paulo lo:: EDUSP, 2004. FERREIRA, Ana Paula Lopes; MÈRCHER, Leonardo. História Política Comparada

da América Latina. Curitiba: Intersaberes, 2015

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR: COMPLEMENTAR: FUNARI, Pedro Paulo; NOELLI, Francisco Silva. Pré-História do Brasil. 4 ed. São Paulo: Contexto, 2012. KARN KA RNAL AL,, Lean Leandr dro o et all. all. História dos Estados Unidos. São Paulo: Contexto, 2007. MARQUES, Adhemar; BERUTTI, Flávio; FARIA, Ricardo. História Moderna através

de textos. São Paulo: Contexto, 2014 (coleção Textos e Documentos v. 3) PINSKY, Jaime et all. História da América através dos textos . 11. Ed. São Paulo: Contexto, 2010. PRADO, PRAD O, Maria Ligia Ligia;; PELLEGRIN PELLEGRINO, O, Gabriela. História da América Latina . São Paulo: Contexto, 2014

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância METODOLOGIA:  A disciplina está dividida em unidades temáticas que serão desenvolvidas por meio de recursos didáticos, como: material em formato de texto, vídeo aulas, fóruns e atividades individuais. O trabalho educativo se dará por sugestão de leitura de textos, indicação textos, indicação de pensad pensadores, ores, de sites,  de atividades diversificadas, reflexivas, envolvendo o universo da relação dos estudantes, do professor e do processo ensino/aprendizagem.  

AVALIAÇÃO:  A avaliação dos alunos é contínua, considerando-se o conteúdo desenvolvido e apoiado nos trabalhos e exercícios práticos propostos ao longo do curso, como forma de reflexão e aquisição de conhecimento dos conceitos trabalhados tanto na parte teórica como na prática e habilidades. Prevê ainda a realização de atividades em momentos específicos como fóruns, chats, tarefas, avaliações a distância e Prova Presencial, de acordo com a Portaria de Avaliação vigente. A Avaliação Prese Pre senci ncial, al, está está pre previs vista ta para para ser rea realiz lizada ada no noss pol polos os de ap apoio oio pre presen sencia cial,l, no entanto, poderá ser realizada em home seguindo as orientações das autoridades da área da saúde e da educação e considerando a Pandemia COVID 19. .  

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Sumário

 Aula 01_Introdução 01_Introdução aos estudos da His História tória da América............................................ América.............................................9 .9  Aula 02_A Pré-História da da América......................................................... América.................................................................. .................. ..........12 .12  Aula 03_Os povos povos primitivos.......................................................................................14  Aula 04_Culturas andinas andinas primitivas...........................................................................16  Aula 05_Culturas mexicanas mexicanas primitivas............................................................... primitivas...................................................................... .......18 18 Resumo_Unidade Resumo_Unida de I...................................................................................................... I......................................................................................................21 21  Aula 06_Os povos povos do extremo norte...........................................................................22  Aula 07_O nordeste nordeste da América do Norte..................................................................25 Norte............................................................. .....25  Aula 08_O sudeste sudeste da América do Norte.......................................................... Norte................................................ ................... .........27 27  Aula 09_As grandes grandes planícies da América América do Norte................................ Norte......................................... .................. .........29 29 Resumo_Unidade Resumo_Unida de II.................................................................................................... II.....................................................................................................31 .31  Aula 10_O sudoeste sudoeste da América do Norte.......................................................... Norte................................................. ................ .......32 32  Aula 11_A grande bacia e o noroeste.........................................................................34  Aula 12_Maias - os Períodos de uma grande civilização................................... civilização........................................... ........36 36  Aula 13_Maias- organização organização social, política política,, econômica.............................. econômica....................................... .............39 ....39  Aula 14_Maias: conhecimento conhecimento e cultura................................................................. cultura.....................................................................41 ....41  Aula 15_Astecas15_Astecas- formação e política.................................................. política............................................................ ................... ............45 ...45  Aula 16_Astecas16_Astecas- sociedade, religião e ccultura................................................ ultura.......................................................... ..........47 47  Aula 17_Astecas17_Astecas- calendário e agricultura................................................. agricultura.......................................................... ................ .......49 49  Aula 18_Incas - Periodização................................................................. Periodização.......................................................................... .................. ...........51 ..51  Aula 19_Incas19_Incas- Sociedade, política e cultura..............................................................54  Aula 20_Incas20_Incas- Religião.......................................................................... Religião.................................................................................... ................... ..........58 .58 Resumo_Unidade Resumo_Unida de III................................................................................................... III....................................................................................................60 .60

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância  Aula 21_Formação, 21_Formação, apogeu e declín declínio io do feudalismo................................................62  Aula 22_A expansão expansão mercantil europe europeia................................................. ia.......................................................... ................... ..........65 65  Aula 23_Grandes Navegações................................................................................... Navegações........................................................................... ........67 67  Aula 24_Descobrimentos 24_Descobrimentos marítimos........................................................................... marítimos................................................................. ..........69 69  Aula 25_Fundamentos 25_Fundamentos da colonização colonização da América....................................... América............................. ................... ............72 ...72  Aula 26_O antigo sistema sistema colonial..............................................................................74  Aula 27_O choque choque cultural..........................................................................................76 cultural........................................................................................ ..76  Aula 28_Colonização, 28_Colonização, evangelizaç evangelização ão e resistência indíge indígena.................................. na.....................................78 ...78  Aula 29_A colonização colonização inglesa................................................................................... inglesa......................................................................... ..........81 81  Aula 30_A colonização colonização holandesa..............................................................................83 holandesa.............................................................................. 83  Aula 31_A colonização colonização francesa.................................................................................84  Aula 32_A crise do sistema colonial..................................................................... colonial............................................................ ............... ......86 86 Resumo_Unidade V....................................................................................................89

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 01_Introdução aos estudos da História da América   Iniciaremos nossa disciplina fazendo uma reflexão histórica: Como surgiram os primeiros homens no continente americano? Por que há uma grande diferença entre a América Latina e do Norte? Qual a importância de estudar a história da  América? Essas e outras questões estã estão o no começo da nos nossa sa conversa. Formado por diversos países e com uma população numerosa, o continente americano é marcado por grandes desigualdades. Na América do Norte, os Estados Unidos e o Canadá apresentam os melhores índices de desenvolvimento e de qualidade de vida do mundo, porém nas Américas Central e do Sul a realidade é bem diferente. Nessas regiões, o analfabetismo, a mortalidade infantil, a pobreza, as desig de sigual ualda dades des,, os índice índicess de des desemp empreg rego o e de ex exclu clusão são so socia ciall sã são o ba basta stante ntess elevados. Essa realidade foi construída ao longo dos séculos, especialmente após a cheg ch egad ada a dos dos euro europe peus us.. Eles Eles tro troux uxer eram am no novo voss va valo lore res, s, no novo voss es estitilo loss de vi vida da impostos aos habitantes nativos pela força e pela lógica da exploração. Quando os europeus chegaram o continente americano era habitado por uma população etnicamente heterogênea, organizada em diferentes sociedades, com grande diversidade de línguas e modos de vida. Alguns grupos eram nômades, não faziam uso dos metais e viviam em comunidades simples. Outros participavam de sociedades complexas e que tinham alcançado alto grau de desenvolvimento, como os maias, os astecas e os incas.  A chegada do homem europeu teve um significado catastrófico: além de promover destruição e morte, acabou também alterando a sua história de forma radical, estabelecendo, por exemplo, novas formas de relacionamento e uma outra relação com o meio ambiente. Os sobreviventes dos massacres foram obrigados a viver sob os propósitos sociais, econômicos, religiosos e políticos impostos pelos colonizadores. Na América Latina em especial, a colonização lançou as bases de uma nova socied soc iedade ade,, mes mestiç tiça a e replet repleta a de rel relaçõ ações es co contr ntradi aditór tórias ias.. Nes Nessas sas socied sociedade ades, s, a opressão da escravidão, o preconceito racial, as distâncias sociais gigantescas, o

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância la latitifú fúnd ndio io,, a pr prop oprie rieda dade de pr priv ivad ada, a, as vá vária riass form formas as de prot protec ecio ioni nism smo, o, fora foram m determinantes para a formação da sociedade do continente americano. Para complementação dos seus estudos nessa aula e sobre esse tema , pesquise sobre os povos e culturas existentes na América antes da chegada dos europeus, procurando argumentos que conduzam à negação ou à confirmação da seguinte frase: “À época da chegada dos europeus, as Américas formavam um continente geográfico, mas não um continente histórico ou cultural.”  Até a próxima aula!

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 02_A Pré-História da América Na aula anterior conversamos sobre a importância de se estudar a história do continente americano em busca de respostas para as questões que se colocam na atualidade. Nesta aula vamos utilizar os estudos arqueológicos e pré-históricos que tanto auxiliam a história, Pré- História. Os pesquisadores acreditam que o continente Americano foi o último a ser  ocupado pelo ser humano. Porém a data deste acontecimento ainda é motivo de longas discussões, que podem ser resumidas em duas questões: quando vieram e quais caminhos os seres humanos percorreram para chegar à América. É importante discutir essas questões para nos lembrar de que a história da  América não começou com a chegada dos europeus. Muito tempo antes disso, grupos de seres humanos viviam aqui, sofrendo todas as vicissitudes que compõem a vida humana através dos tempos. A chegada do homem na América. Uma das teorias que por muitos anos foi a mais aceita nos meios científicos, afirma que os primeiros habitantes da América chegaram aqui a cerca de 11mil anos. Eles teriam vindo da Sibéria, pelo extremo norte da Ásia, teriam atravessado o estreito de Bering e chegado ao Alasca e daí, em migrações sucessivas, descido em direção ao sul do continente. Naquela época, o planeta sofria a última Glaciação e o rebaixamento dos oceanos facilitava o acesso entre os continentes. No início, as geleiras existentes na América do Norte impossibilitaram que os povos migrassem para o sul. Mas, com o descongelamento das massas de gelo, os grupos humanos puderam passar e ocuparam o continente. Essa Es sa te teor oria ia é conh conhec ecid ida a como como a Te Teor oria ia de Cl Clóv óvis is,, po porq rque ue os ac acha hado doss arqueológicos foram encontrados perto da cidade de Clóvis, no Novo México. A análise desses vestígios de cultura humana, através do método do carbono-14, indicam que eles foram datados entre 10 e 11 mil anos atrás, determinando assim que a ocupação do território, deu-se em torno de 11,5 mil anos. Porém, Por ém, nov novas as des descob cobert ertas as ind indica icam m qu que e os pri primei meiros ros pov povoad oadore oress ter teriam iam chegado há pelo menos vinte mil anos. Em sítios arqueológicos do Chile, em Monte Verde, foram encontrados vestígios que datam de 12,5 mil anos atrás. No Brasil, em Lagoa Santa, Minas Gerais, encontraram no interior de uma caverna um fóssil de

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância uma mulher que tinha a altura de 1,5 metro e que teria morrido com 20 anos de idade, a cerca de 11,5 mil anos atrás. Os cientistas deram-lhe o nome de Luzia.

Reconstituição do rosto de Luzia   Disponível em: https://www.google.com.br/search?q=Reconstitui %C3%A7%C3%A3o+rosto+de+Luzia&sou %C3%A7%C3%A3o +rosto+de+Luzia&source=lnms&tbm=isch&s rce=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKE a=X&ved=0ahUKE wiKkLjr8LfSAhWIIJAKHS1bCsYQ_AUICCg wiKkLjr8LfSAhWIIJA KHS1bCsYQ_AUICCgB&biw=1630&bih=83 B&biw=1630&bih=836#imgrc=NHK0845L 6#imgrc=NHK0845L 1_TYPM:: 1_TYPM

Essas e outras novas descobertas podem mudar os conhecimentos sobre o assunto. Por isso, podemos dizer que estamos longe de obter uma resposta fechada sobre a origem do homem americano e a data da ocupação do território. As pesquisas não param e as perguntas sem respostas ainda continuam. Na próxima aula vamos estudar o que se conhece, até hoje, sobre os povos primitivos da  América.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 03_Os povos primitivos Na aula anterior mencionamos que os arqueólogos e historiadores estão em busc bu sca a da or orig igem em do home homem m amer americ ican ano. o. Vi Vimo moss qu que e em Mi Mina nass Ge Gera rais is fora foram m encontrados fósseis de uma mulher que teria cerca de 11,5 mil anos, conhecida como Luzia.  Agora vamos aprofundar nossa conversa sobre os primeiros povos existentes em noss nosso o co cont ntin inen ente te.. No Equa Equado dorr e no Mé Méxi xico co regi regist stra ramm-se se os ma mais is an antitigo goss vestígios de cultura humana, datando, respectivamente, de 6600 a.C. e 5000 a.C. Existi Exi stiam am milhar milhares es de ald aldeia eiass esp espalh alhad adas as por tod toda a a Am Améri érica ca Lat Latina ina,, no perí ríod odo o de 20 200 00 a.C. .C. Os povo voss qu que e aí vi vivvia iam, m, pl plan anta tava vam m para com ome er, confeccionavam tecidos para as roupas que vestiam, construíam casas e produziam toda a sorte de utensílios: móveis, ferramentas, vasilhas e armas. Entr En tre e os alim alimen ento toss pr prod oduz uzid idos os,, de dest stac acaa-se se o pl plan antitio o de vá vári rios os tip tipos os de batatas. Eles possuíam até mesmo uma maneira de conservá-las. As batatas eram deix de ixad adas as ao re rele lent nto, o, no fr frio io da no noite ite,, e de depo pois is ex expo post stas as ao so sol.l. As pess pessoa oass caminhavam sobre as batatas, para espremer a água. As batatas desidratadas podiam ser guardadas por um bom tempo, por cerca de seis anos. Para comê-las era só colocá-las de molho na água. As tribos sedentárias construíam aldeias, domesticavam e criavam animais como a alpaca, o lhama e o preá; plantavam mandioca, milho e outras raízes, a partir dos quais produziam a farinha. Outros grupos nômades se deslocavam pelo continente, alimentando-se de anima an imais, is, peixe peixess e frutas frutas.. Viviam Viviam em determ determina inada da reg região ião até esg esgota otarem rem-se -se os recursos, então, mudavam-se. Os indícios de uma civilização No Peru e Bolívia (Andes centrais), no México e no norte da América Central surgiram as primeiras civilizações. Nos anos de 2000 e 1400 a.C., caçadores e pescadores começaram começaram a morar em aldeias, a arar a terra e explorar os rios e o mar. Como a terra era fértil e os habitantes desenvolveram certas técnicas, as com omu uni nid dade ades

cre resc scer eram am

rap apid idam amen ente te..

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sed eden entá tári rias as

desenvolveram também a religião, a arquitetura, a cerâmica e a arte. Construíram

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância cidades — um dos aspectos que caracterizam a civilização — e faziam viagens explorando os territórios das proximidades. Como se pode perceber, portanto, antes da chegada dos europeus, existiam sociedades organizadas que desenvolveram crenças e explicações sobre o mundo, criaram técnicas produtivas e modos diversos de transformação da natureza, ou seja, produziam cultura. Na próxima aula aprimoraremos um pouco mais o estudo sobre as culturas primitivas de nosso continente.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 04_Culturas andinas primitivas Na aula anterior falamos das culturas primitivas da América — ou como se diz, das culturas pré-colombianas — de um modo genérico. Nesta aula vamos identificar as diversas culturas dos primeiros grupos humanos aqui da América. Julilio Ju o Te Tellllo, o, ar arqu queó eólo logo go pe peru ruan ano, o, de desc scob obri riu u em 19 1919 19,, um uma a da dass ma mais is fascinantes culturas latinas: os chavíns.  A cultura chavin se localizava, principalmente, no Peru, estendo-se até o Equador. Os chavins eram pequenos grupos nômades que percorriam a costa central do Peru para se alimentarem e ali deixaram seus vestígios. Com o recuo das grandes geleiras andinas e a desertificação do litoral, esses grupos se fixaram, causando a escassez de recursos naturais. Entre as atividades de subsistência, a que mais se destacou foi a agricultura, o que contribuiu para o aumento demográfico. Na arquitetura, os chavins criaram o Templo das Mãos Cruzadas, em Kotosh ( 1500 15 00 a. a.C. C.)) e as pi pirâ râmi mide dess de La Fl Flor orid ida a e Ri Rio o Seco Seco (180 (1800 0 a.C. a.C.).N ).Na a reli religi gião ão dest de stac acav avam am-s -se e o cu cultlto o a um deus deus re repr pres esen enta tado do po porr um ja jagu guar ar e ao de deus us representado pelo puma.  As imagens das divindades se sobressaíam nas pedras, modeladas em argila e pintadas, que eram colocadas nas diferentes construções. Interessante notar que, as mesmas divindades apareciam em outras regiões do continente. Os paracas, do Peru, (600-200 a.C.), foram influenciados pela civilização Chavín. Falavam quíchua, a segunda língua oficial usada até hoje no Peru. Sabe-se que faziam pequenas cirurgias cranianas. Também faziam cerâmicas e bordados requintados. Os paracas desenharam no chão do deserto, imensas imagens que intrigam estudiosos e leigos até hoje.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Linhas de Nazca: gigantescos desenhos feitos no solo do deserto, há mais de 600 anos, visíveis somente do alto. Autor:: Erin MacLughlin. Fonte: Can of Mistery – The Truth. Disponível em:

http://canofmystery.blogspot.com.br/2012/10/the-truth-b http://canofmystery.blogs pot.com.br/2012/10/the-truth-behind-nazca-lines.html ehind-nazca-lines.html  Os nazcas (100- 1000 d.C.), do Peru, também foram grandes desenhistas do deserto. Retiravam a parte escura da terra deixando a mais clara aparecer. Esses desenhos, que só podem ser vistos do alto, guardam um mistério, até hoje, pois ainda não sabemos o que significam. Os mochicas localizavam-se no vale Moche (600 d.C.), no Peru, destacaramse pela construção de dois grandes templos, a pirâmide do Sol e a pirâmide da Lua — Huaca del Sol y Huaca de La Luna —, no meio do vale. As pirâmides foram construídas com adobe, a primeira com 43 metros de altura e a segunda com 32 metros de altura e acima, um altar onde eram realizados os sacrifícios humanos. No Equador, a cultura andina dos chorreras (1200-300 a.C.) foi bastante influente. A certa altura abandonaram o seu modo de vida tradicional, que era ligado ao mar, para adotar uma nova maneira de subsistir, plantando milho e mandioca. Desenvolveram novas técnicas de produção da cerâmica.  A cidade de Chan Chan no lado do vale Moche, construída pelo povo chimu, consistia em dez “pequenas cidades”, ninguém sabe ao certo, porém, acredita-se que quando um rei morria, seu corpo era lacrado junto a cidade, e logo após construíam uma nova cidade para o governante seguinte. Os chavíns, paracas, nazcas, molches, chorrecas e outros não mencionados nesta aula, formaram a base cultural das civilizações e culturas que se seguiram. Na próxima aula vamos focalizar a cultura mexicana pré-colombiana.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 05_Culturas mexicanas primitivas   Os povos primitivos do Peru e do Equador foram importantes para a formação cultural das Américas, como vimos na aula anterior. A proposta desta aula é analisar  a contribuição dos povos primitivos do México. Os  olmecas foram o primeiro povo da América Central a se sedentarizar e desenvolver sua sociedade, sociedade, na região onde hoje é o México. Estitima Es ma-s -se e qu que e entr entre e 1500 1500 e 12 1200 00 a.C. a.C.,, el eles es in inic icia iara ram m a co cons nstr truç ução ão de pequ pe quen enos os cent centro ross ur urba bano noss na nass pr prox oxim imid idad ades es de se seus us temp templo loss e ce cent ntro ross de cerimônias. Entre os anos de 1200 a.C. a 900 a.C., construíram grandes templos e monumentos. Podiam alimentar um grande número de pessoas, pois suas terras de cultivo eram férteis e constantemente inundadas pelos rios vizinhos. Os olmecas trabalhavam o jade, pedras, argila, plumas e o sisal. Possuíam escritas pictográficas e um sistema de contagem do tempo.

Fonte: AZTEC-HISTORY.com. Disponível em: http://www.aztec-history.com/olmeccivilization.html.. Acesso em: 23/02/17. civilization.html  Acredita-se que os olmecas possuíam uma sociedade muito organizada, dirigida pelos sacerdotes. Entre os anos de 500 a 400 a.C. eles sofreram uma série de dificuldades, incluindo a invasão de outros povos. Por volta de 200 a.C. a cultura olmeca se

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância desintregou, tendo sido, em muitos aspectos, assimiladas pelas novas culturas que se formaram. Outra cultura de grande destaque foi desenvolvida pelos   zapotecas, que vivera viv eram, m, pri princi ncipa palme lmente nte,, na região região de Oaxaca Oaxaca.. Ele Eless alc alcanç ançara aram m ele elevad vado o nív nível el cultural, tendo criado — tal como os maias — um completo sistema de escrita. Os zapotecas construíram a cidade de Monte Albán, no alto das montanhas e, acreditase, chegou a possuir 35.000 habitantes. Os teotihuacanos, como foram chamados pelos astecas, estabeleceram-se no Vale do México, região de terras férteis, clima temperado, abundância de caça e pesc pe sca. a. Nã Não o se co conh nhec ece e a or orig igem em dess desse e po povo vo,, a qu quem em tem tem si sido do atri atribu buíd ída a a construção da maior cidade da América pré-colombiana: Teotihuacán. A cidade ocupa uma área de, aproximadamente, 80 mil metros quadrados. A cidade conta com um complexo de templos, entre os quais as Pirâmides do Sol e da Lua, o palácio de Quetzalcóatl — o deus serpente emplumado ou, simplesmente, o pássaro serpente. .

Fonte: Enciclopedia Britannica. Disponível em: https://www.google.com.br/search? q=teotihuacan+pyramid+of+the+sun&sou q=teotihuacan+py ramid+of+the+sun&source=lnms&tbm=isch&sa=X rce=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwj &ved=0ahUKEwj x84jni7jSAhWDHZAKHXX6BFoQ_AUICCgB&biw=1630&b x84jni7jSAhWDHZAKHXX6BFoQ_AU ICCgB&biw=1630&bih=836#imgrc=3ih=836#imgrc=3Z21RhmIAmQXM:

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância  Acredita-se que o desaparecimento desse povo esteja associado a doenças, saques, rebeliões e mudanças climáticas, semelhantes às causas que levaram ao desaparecimento de outras culturas. Entretanto, a palavra “desaparecimento” não deve ser levada ao pé da letra, isto é, em geral, o que desaparece são os traços marcantes de uma cultura que foi assimilada ou se misturou com outra. Na unidade III, voltaremos ao México para estudar uma das mais fascinantes civilizações, os maias.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Resumo_Unidade I Resumo_Unidade   Nesta unidade, percebemos que se faz necessário o estudo aprofundado das  Américas, especialmente, da América Latina, que apresenta as múltiplas consequências da desigualdade social, na maioria de seus países. Para entender  essas ess as causas causas,, co começ meçamo amoss a est estuda udar, r, nesta nesta un unida idade, de, os dif difere erente ntess po povos vos que que compunham o panorama demográfico das Américas e que, em grande medida, compunham os antecedentes das populações que se tornaram alvo da exclusão, no presente. Ness Ne sses es es estu tudo doss vi vimo moss que que nã não o há um co cons nsen enso so no qu que e se refe refere re ao apar ap arec ecime iment nto o do home homem m am amer eric ican ano, o, ex exis istin tindo do vá vári rias as teor teoria ias. s. Os prim primei eiro ross habitantes da América eram caracterizados como povos nômades e com o passar  do tempo, tempo, com a técnic técnica a da agric agricult ultura ura e da do domes mestic ticaç ação ão do doss ani animai mais, s, alg alguns uns grupos passaram a ser sedentários.  A cultura, ao contrário do que parece, já era bastante complexa. Além de técnicas cirúrgicas, prática de religião, entre outros elementos, esses povos tenham deixado o “terreno” preparado para as novas civilizações que vieram depois deles.

Bibliografia para Unidade I

CHAUNU, Pierre. História da América Latina . 2ª ed. São Paulo: DIFEL, 1971. DIVINE, R.; FREDRICKSON, G. ; BREEN, T.H.América:passado e presente . Rio de janeiro.Nórdica, 1992.  DREYER – EIMBAKE, Oswald. O descobrimento da terra: história e histórias da aventura cartográfica. São Paulo: Melhoramentos / EDUSP, 1988. Conquista e Colonização da América Espanhola. São Paulo: Ática, 1992.  FERREIRA, Jorge Luiz. Incas e Astecas: Culturas pré-colombian pré-colombianas as . 3ª ed. São Paulo: Ática, 1995. GRUZINSKI, Serge. O Renascimento Ameríndio . In: NOVAES, Adauto (org). A outra margem do Ocidente. São Paulo: Cia das Letras, 1999. TODOROV, Tzvetan. A conquista da América: a questão do outro . São Paulo: Martins Fontes, 1993.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 06_Os povos do extremo norte   Nesta nova unidade vamos estudar os povos da América do Norte antes da chegada de Colombo. Antigamente, pensava-se que nesta parte do planeta havia somente gelo. Isso é verdade apenas em parte, pois o verão dura o suficiente para que desabrochem flores e corram riachos, embora, nos outros oito meses do ano a terra fique inteiramente recoberta de neve.O povo   inuit, que habita a região é totalmente acostumado ao clima frio, vivendo em um ambiente inóspito, caçando focas e pescando nas águas geladas do oceano Ártico.  As casas inuits são construídas com gelo, com uma tecnologia impressionante, que mantém o interior da casa completamente aquecido. Para se locomover de um ponto a outro, eles usam trenós puxados por cães; para pescar  usam caiaques e umiaques — chamados de botes — feitos de ossos e peles de foca. Suas crenças são passadas de geração em geração, por meio de histórias e lendas e acreditavam firmemente que os espíritos controlavam e orientavam suas vidas.  Acreditavam também em espíritos e demônios, fazendo esculturas de seus espíritos, dando-lhes um ar ameaçador. Para proteger-se contra esses espíritos maus, seguiam rituais comandados por xamãs (feiticeiros médicos). Os inuits ou esquimós, esqu imós, como também são conhecido conhecidos, s, costuma costumam m fazer ainda hoje ofere oferendas ndas aos espíritos, dedicar orações para os mortos e também para os animais que caçam, como as focas e baleias, que antes de serem mortas recebem um gole de água, para que, ao chegar no mundo dos espíritos, possam dizer que foram tratadas com respeito.   Os xamãs também são capazes de curar os doentes.

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Inuits que vivem na região ártica

Fonte: UCL –London’s Global University. Disponível em: https://www.ucl.ac.uk/news/news-articles/0915/17 0915_Inuit_diet https://www.ucl.ac.uk/news/news-articles/0915/170915_Inuit_diet

Vivendo na tundra

 A região da tundra, localizada logo abaixo do gélido Ártico, no norte do Canadá e no Alasca central, possui uma paisagem plana e quase sem árvores. Durante a maior parte do ano o clima permanece gelado, a temperatura fica abaixo de zero e poucas plantas crescem. É difícil acreditar na existência de vida, porém dois grupos diferentes diferentes vivem nesse deserto gelado. Os athabaskans, que vivem a oeste do Alasca central e em algumas áreas do norte do Canadá, a oeste da baía de Hudson.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância  Ao sul e a oeste desta mesma baía, vivem povos que falam a língua

algonquina e que são ligados a outros povos que vivem mais para sul, em volta dos Grandes Lagos. Esses dois grupos sobreviviam de maneiras diferentes. Os athabaskans — cujas principais nações incluem os chipewyan, os hare e os dogrig — caçavam renas, alces e carneiros selvagens. Comiam poucos vegetais, pois eram escassos.  As nações de língua algonquina, tais como os cree e os ojibwa (chipewa), viviam mais para o sul, em regiões mais abrigadas, entre as florestas ao norte dos Grandes Lagos. Caçavam veados e pescavam nos rios com canoas feitas de cascas de árvores, assim como seus parentes que viviam mais para o sul.  

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Acampamento cree fotografado em 1857 Fonte: The Canadian Enciclopaedia. Disponível em: http://www.thecanadianencyclopedia.ca/en/article/cree/ Na próxima aula continuaremos a estudar os povos da América do Norte. Para aprofundar aprofundar os seus seus estudos estudos cconsulte onsulte as as referências bibliográficas propostas na disciplina.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 07_O nordeste da América do Norte Continuaremos a estudar os povos da América do Norte, algum dos quais sobrevivem hoje, em pequenas reservas ou mais ou menos integrados à sociedade branca. Na área que se estende desde o oceano Atlântico até os Grandes Lagos, a paisagem e o clima são diversificados. Há trechos pedregosos no litoral, assim como campos férteis cortados por rios e riachos que nascem nos montes Apalaches. Ness Ne ssa a re regi gião ão havi havia a muit muitas as na naçõ ções es in indí díge gena nas. s. To Todo doss eram eram ca caça çado dore res, s, agricultores e guerreiros.

Os iroqueses  As nações iroquesas começaram a evoluir por volta de 1300 d.C.. Eram os melhores guerreiros da região, lutavam entre si e contra as nações algonquinas. Por  voltlta vo a de 15 1560 60,, um fa famo moso so ch chef efe e Moha Mohawk wk,, o Hi Hiaw awat atha ha,, lilide dera rava va ci cinc nco o na naçõ ções es iroquesas, formando a liga das Cinco Nações, composta pelos Onondaga, Mohawk, Seneca, Oneida e pelos Cayuga. Essa liga criou a paz entre os Iroqueses e representou uma força poderosa contra seus inimigos. i nimigos. O Grande Conselho, um grupo formado por cinqüenta representantes de cada nação, discutia e resolvia os problemas comuns. Uma característica dessa liga é que as mulheres tinham grande poder. Elas escolhiam os representantes para o Grande Conselho e supervisionavam suas atividades, porém, eram os homens que tomavam as decisões finais. A vida na aldeia Os algonq algonquin uinos os com comiam iam muito muito arr arroz oz e pla planta ntavam vam tab tabaco aco,, qu que e fum fumava avam m durante os rituais e em reuniões. Eles acreditavam em um deus chamado Manitu e no verão faziam festivais em sua honra.

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Mãe e filha delaware fotografadas em 1915 Fonte: WIKIPEDIA. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Lenape  

 As nações de língua algonquina, como os delaware, que viviam ao sul dessa área, plantavam para comer. Os homens eram caçadores, pescadores, guerreiros e curandeiros. As mulheres plantavam e cozinhavam. Suas aldeias consistiam em uma grande casa central, com as cabanas espalhadas ao redor. Cada aldeia tinha uma casa ritual onde eram tratados todos os tipos ti pos de doença.  

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 08_O sudeste da América do Norte Nesta aula falaremos sobre os povos que habitavam uma área geográfica limitada pelo rio Mississipi a oeste e o oceano Atlântico a leste. Ao norte, o território avança até os atuais estados de Tennessee e Virgínia Ocidental e ao sul alcança o golfo do México. Nessa área o clima é ameno e a chuva abundante favorece as plantações. Nos rios e no litoral há muitos peixes. Os nativos americanos que viviam nessa área, tornaram-se agricultores e começaram a cultivar essa terra fértil com plantas locais, como o girassol e caqui. Mais tarde passaram a cultivar alimentos básicos como batata, abóbora, melancia, milho e tabaco.

População densa Nessa parte da América do norte concentrava-se a maior parte dos nativos americanos: entre 150 e 200 nações indígenas viviam nessa região. As principais eram: ao norte, os cherokee, os chickasaw e os tuscarora, todos de língua iroquesa; no litoral, os powhatan e os chatawba; ao sul, os creek, os natchez e os choctaw; e na região que hoje se chama Flórida, os seminole.

Cinco tribos civilizadas  As maiores nações dessa área eram os cherokee, os chickasaw, os creek, os choctaw e os seminole, que ficaram conhecidas pelos colonizadores europeus como as Cinc Cinco o Tr Trib ibos os Ci Civi vililiza zada das, s, pois pois or orga gani niza zava vam m su sua a so soci cied edad ade e de ma mane neir ira a semelhante aos europeus. Nas nações creek o conselho da aldeia se reunia todos os dias para discutir os assuntos de interesse comum. Como tinham um sistema de clãs, as famílias eram leais umas com as outras. As aldeias creek se dispunham em torno de uma praça pública onde havia duas casas de conselho, uma de inverno e outra de verão. Havia também uma casa aquecida para atividades no inverno e um terreno aberto para jogos no verão. As casas eram retangulares retangulares e feitas de madeira madeira,, com paredes revestidas de barro e mato, que tinham um orifício no teto para não acumular fumaça e eram ocupadas por várias famílias de um mesmo sistema clã.  

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância As aldeias cherokee Cada aldeia se organizava em torno de uma enorme casa de conselho, construída com sete lados e o teto muito alto. Podia abrigar até quinhentas pessoas e era usada durante durante as cerimôni cerimônias as e as reuniõ reuniões es do conselh conselho. o. Em volta da casa havia os campos de jogos e uma área para as plantações comunitárias. Nas margens dessa área ficavam as pequenas casas retangulares dos cherokees. Na próxima aula estudaremos os povos da planície da América do Norte.  

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 09_As grandes planícies da América do Norte   Os povos das grandes planícies da América do Norte são os nossos objetos de estudo.  As planícies estendem-se desde o golfo do México, ao sul, até a tundra no extremo norte do continente; das montanhas Rochosas, a oeste, até o rio Mississipi, a leste. O verão é tórrido, chegando a 38 graus, e o inverno muito frio chegando a 40 graus negativos.

A vida nômade Os povos dessa região eram caçadores e agricultores. Plantavam milho, feijão e abóbora e caçavam aves e animais, como o enorme bisão. Para caçar, eles tinham que ir a pé, pois o cavalo nativo americano extinguiu-se em épocas préhistóricas, logo depois da última era glacial. Para capturar os bisões, os homens vestiam peles de lobos e assustavam os animais, empurrando-os para um local, onde outro grupo de homens armados com lanças esperava pronto para matar os bisões. Havia muitas nações diferentes nessa região, podendo ser divididas segundo seu modo de vida. Algumas nações eram nômades, como os crow, os pré-negros, os arapahoe, os cheyenne e os comanches. Esses povos vagavam pelas planícies, seguindo os rebanhos de bisões em suas migrações.  A leste havia nações seminômades, tais como os Sioux, os Omaha e os Missouri, que viviam em aldeias permanentes entre uma caçada e outra. Cada nação tinha sua própria identidade, com roupas, casas de jogos bem característicos. Porém, compartilhavam crenças religiosas semelhantes.

Festividades religiosas  As nações comemoravam o início do verão com a dança do sol. As pessoas agradeciam ao sol e pediam ao espírito guardião que as orientasse. Esse ritual era chefiado por um curandeiro que dizia as orações. A nação se reunia para a dança do sol e depois partia para uma caçada rigorosamente organizada em conjunto, onde cada membro tinha uma tarefa diferente. Os batedores seguiam na frente e os

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância guer gu erre reiro iross os de defe fend ndia iam m na re reta tagu guar arda da.. As mulh mulher eres es arru arruma mava vam m os obje objeto toss necessários para a caça em um trenó puxados por cães. Quando os europeus chegaram, no século XV, trouxeram cavalos em seus navios, mudando o modo de vida das Grandes Planícies. Com os cavalos, os índios percorriam grandes distâncias, muito mais depressa, facilitando a caça. O cavalo foi introduzido na América do Norte, em torno do ano de 1600, mas os índios, rapidamente, se tornaram exímios cavaleiros, domesticadores e criadores de cavalos. Em algumas tribos, os animais se tornaram símbolo de status.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Resumo_Unidade Resumo_Unida de II

Nesta unidade, estudamos os povos nativos da América do Norte. A base da econom econ omia ia dess desses es povo povoss er era a a ca caça ça e a pe pesc sca. a. Al Algu guns ns de dele less tinh tinham am co como mo característica a vida nômade. Outros grupos já cultivavam raízes, feijão e tabaco, milho e outras plantas. Podemos destacar também as nações zuni por sua habilidade arquitetônica e artística. Em geral, a sua religião era xamânica, baseada na crença nos espíritos da natureza.

Bibliografia para Unidade II

DIVINE, R. ; FREDRICKSON, G. ; BREEN, T.H.América:passado e presente. Rio de  janeiro.Nórdica, 1992. DREYER – EIMBAKE, Oswald. O descobrimento da terra: história e histórias da avent av entura ura cartog cartográf ráfica ica.. São Pau Paulo: lo: Melho Melhoram rament entos os / ED EDUSP USP,, 19 1988. 88. Con Conqui quista sta e Colonização da América Espanhola. São Paulo: Ática, 1992. GRUZINSKI, Serge. O Renascimento Ameríndio. In: NOVAES, Adauto (org). A outra margem do Ocidente. São Paulo: Cia das Letras, 1999. O’GORMAN, Edmundo.A invenção da América: Reflexão a respeito da estrutura histórica do Novo Mundo.São Paulo.UNESP, 1992. TODOROV, Tzvetan. A conquista da América: a questão do outro. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 10_O sudoeste da América do Norte  Nesta aula estudaremos os povos de outra região da América do Norte. A região sudoeste cobre os atuais estados do Arizona e Novo México. Nessa região viviam dois grupos distintos: os caçadores-coletores, como as nações navajo e apache e os agricultores, como as nações zuni e hopi, apelidadas de   pueblos, palavra da língua espanhola que significa “povos” ou “aldeia”.

Construtores e artistas  As nações zuni e hopi são famosas por sua habilidade arquitetônica e artística. Construíram cidades usando como material uma pedra vermelha comum na região região — o arenit arenito. o. Uma dessas dessas cidade cidades, s, cha chamad mada a  pueblo  Bonito, usava um sistema de aquecimento semelhante ao que se usa hoje para conservar energia. O sistema é chamado de aquecimento solar passivo, pois utiliza o calor do sol para aquecer os aposentos. O talento artístico se revelava também nas roupas e adornos.  As mulheres usavam vestidos de tecido, amarrados no ombro direito. As moças faziam penteados complexos em forma de flor e depois de casadas usavam apenas tranças. Faziam jóias com turquesas e usavam colares de contas. Essas nações cultivavam abóbora, milho, feijão e tabaco. Domesticaram o peru, que foi introduzido na Europa pelos exploradores espanhóis. Essa ave tornouse um alimento popular, especialmente no Natal.  A nação navajo, de origem nômade, estabeleceu-se nessa região, no século XV e aprendeu a construir construir casas q que ue foram chamadas de hogans. Não construíram ci cida dade des, s, pr pref efer erin indo do vi vive verr em pe pequ quen enos os grup grupos os.. Cu Cultltiv ivav avam am a terra terra e cria criava vam m carneiros. Os apaches falavam a língua athabaskan e eram nômades. Conhecida como uma nação temível de guerreiros produziu grandes líderes entre os nativos americanos, tais como Jerônimo.   .

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Delegação Navajo fotografa quando da assinatura de Tratado entre o governo de Washington e a Nação Navajo em 1868. Font Fo nte e : Amer Americ ican an Histo History ry fr from om Revo Revolu lutition on to Re Reco cons nstr truc uctio tion. n. Di Disp spon onív ível el em : http://www.let.rug.nl/usa/docu http://www.let.rug.nl/usa/documents/1851-1875/n ments/1851-1875/navajo-treaty-of-1868.php avajo-treaty-of-1868.php.. Acesso em : 06/03/17

Esta au Esta aula la te term rmin ina a po porr aq aqui ui,, na pr próx óxim ima a en ence cerr rrar arem emos os os es estu tudo doss do doss po povo voss primitivos da América do Norte.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 11_A grande bacia e o noroeste  As últimas regiões da América do norte a serem estudadas por nós são: a grande bacia e o noroeste. Essa área possui duas duas paisagens d distintas: istintas: o sul é um árido deserto, ao passo que o norte possui muitos rios, ri os, tornando-se mais habitável. Os indígenas do sul, shosone, ute e bannock, levavam uma vida difícil, tinham que lutar pela sobrevivência. Eram nômades e viajavam constantemente em busca de comida. Seus alimentos incluíam plantas, insetos, como o gafanhoto, e os poucos animais de maior porte que viviam nessa região. Já no norte da Grande Bacia os indígenas desenvolveram uma rica cultura. Havia muita caça e pesca, assim como frutas e nozes selvagens. Esses povos se misturaram com outros nativos americanos vindos da região subártica, do noroeste e das planícies, com os quais passaram a comerciar. Quando encontravam europeus, os recebiam bem e permitiam que caçassem e armassem armadilhas em suas terras. Na costa noroeste, entre as montanhas Rochosas e o oceano Pacífico, a terra é fértil, há muitas frutas e uma grande variedade de animais. Os povos dessa área, tais como tlingit, os haida, os kwakiutl e os chinook, desenvolveram outros talentos além de caçar e plantar. Construíram casas com grandes troncos de árvore e canoas com vinte metros de comprimento.  Seu talento para o entalhe da madeira se revela nos enormes totens que ficavam junto a cada casa da aldeia. Os primeiros missionários ficaram assustados achando que os totens eram oferendas aos deuses pagãos. Mas esses objetos não são propriam propriamente ente religios religiosos. os. Os toten totenss são como bra brasões sões de famíl famílias. ias. Cad Cada a um representa determinados animais ou espíritos, registrando as histórias das famílias de geração em geração.  

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Totem D’sonoquo Fonte: First Nations Nations – Land rights rights and environmen environmentalism talism in British Columbia Columbia Disponìvel em: http://www.firstnations.de/fisheries/kwakwakawakw-kwakiutl.htm. http://www.firstnations.de/fisheries/kwakwakawakw-kwakiutl.htm.  Acesso em: 06/03/17 06/03/17

O totem é apenas uma das diversas artes da cultura do noroeste da América do norte norte.. Ha Havi via a muit muitos os ou outro tross tipos tipos de arte arte,, co como mo es escu cultltur uras as de cedr cedro o qu que e apodreceram com o tempo. O totem sobreviveu porque ficava ao ar livre. Encerramos esta unidade, espero que consulte a bibliografia para aprofundar  o assunto. Na próxima unidade voltaremos para a Améric América a do sul e central.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância  Aula 12_Maias - os Períodos de uma grande civilização Nesta unidade destacaremos as três grandes civilizações da América: Maia,  Asteca e Inca. E, para começar a aula de hoje, vamos destacar a periodização da história dos Maias, dividida entre os períodos: pré-clássico, clássico e pós-clássico. Provavelmente, os ancestrais do povo Maia eram um grupo de mongóis que atravessou a faixa de terra existente entre a Sibéria e o Alasca, conhecida como estreito de Bering. Essa travessia deve ter sido feita há, aproximadamente, 15.000 anos, no final do pleistoceno. Os períodos da história Maia, a que nos referimos acima, foram estabelecidos pelos historiadores, para nossa melhor compreensão.

Período pré-clássico ou formativo (1500 a.C. a 250) Inicialmente os Maias estruturavam-se em grupos sedentários e pequenos, cultivavam o milho, feijão e abóbora. Construíram centros cerimoniais que, por volta do ano 200 da era cristã, evoluíram para cidades com templos, pirâmides, palácios e mercados. Desenvolveram, Desenvolveram, também, um sistema de escrita hieroglífica, calendário e astronomia cheia de detalhes. Eles sabiam fazer papel a partir da casca do fícus, tornando possível a produção de livros.

Período clássico ou antigo império (séculos III-IX) .  A civilização Maia chegou a abranger mais de quarenta cidades e com uma população estimada em mais de dois milhões de habitantes. A maior parte da população morava na região onde hoje se localiza a Guatemala. As principais cidades eram Tikal, Uaxactún, Copán, Bonampak, Palenque e Río Bec.  Assim como algumas cidades da atualidade, a população vivia fora dos grandes centros e as classes altas em bairros próximos. A população que vivia em aldeias se dirigia aos grandes centros com o objetivo de participar de ritos religiosos e efetuar negócios. Diante desse imenso conglomerado de edifícios (assentados sobre uma vasta plat plataf afor orma ma ar artitific ficia iall de mais mais de 10m 10m de es espe pess ssur ura, a, em mé médi dia) a),, ma mall po pode demo moss

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância imaginar que, em torno dos anos 200 a.C., tudo começara, nesse mesmo local, por  uma modesta plataforma artificial a aproximadamente um metro acima da ondulação do ter terren reno. o. Dal Dali,i, as cerimô cerimônia niass do cu culto lto se tornav tornavam, am, visíveis visíveis a uma exten extensa sa congregação de fiéis, que provavelmente se comprimia sobre uma série de terraços construídos com essa finalidade, de baixo para cima, possivelmente no lugar onde ainda hoje situa o Terraço Norte, vizinho à Grande Praça[1] Praça[1]   Podemos perceber a preocupação dos Maias com a arquitetura, sobretudo quando se referia aos assuntos religiosos. Com a expansão territorial iniciada no final do século IV, — no sentido oeste e sudeste — surgiram novos centros populacionais, como Palenque, Piedras Negras e Copán. Incentivado, provavelmente, por aumento populacional que resultou de uma fase de excedentes agrícolas, os Maias prosseguiram rumo ao norte até controlarem toda a península de Yucatán. Seu apogeu cultural deixou como legado as ruínas dos templos de Palenque, Tikal e Copán, as numerosas estelas com relevos hieroglíficos e a rica cerâmica polic po licrom romada ada e fig figura urativ tiva a que datam da seg segund unda a met metade ade do séc século ulo VIII. Nes Nesse se período, acredita-se, os Maias viviam em uma sociedade hierarquizada e teocrática. Seguiu-se a esse período pacífico uma fase de decadência cujas causas são desconhecidas. desconhec idas. Possivelmente uma catástrofe, uma iinvasão nvasão estrangeira inesperada ou uma epidemia, justifique a mudança de rumos. Uma revolta r evolta dos camponeses contra os sacerdotes ou o empobrecimento do solo são no entanto, os motivos mais plausíveis que teriam levado os Maias a abandonarem os núcleos urbanos e arredores para se instalarem ao norte de Yucatán, onde começou a reorganização do Estado que originou o novo império.

Período pós-clássico ou novo império (séculos X-XVI). Com Co m o de desl sloc ocam amen ento to da po popu pula laçã ção, o, o ap apog ogeu eu da ci civi vililiza zaçã ção o Ma Maia ia se transferiu da região central para a da porção setentrional da península de Yucatán. O novo império ou período pós-clássico sofreu forte influência mexicana, como at ates esta tam m o milit militar aris ismo mo e o cult culto o a Kuku Kukulc lcán án (Q (Que uetz tzal alcó cóat atl,l, pa para ra os tolt toltec ecas as), ),

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância simbol sim boliza izado do pela pela fig figura ura da serpen serpente te emplum emplumada ada.. Os núc núcleo leoss pri princi ncipai paiss des desse se período eram Chichén Itzá, Uxmal e Mayapán. No final do século XII, a cidade de Mayapán passou a dominar toda a península e organizou um império que durou até meados do século XV, quando lídere líd eress de outras outras cidade cidadess se reb rebela elaram ram co contr ntra a ess essa a he hegem gemoni onia. a. May Mayapá apán n foi arrasada e iniciou-se um novo e longo período de anarquia e desintegração da civilização Maia. Do caos resultante das lutas entre diversas cidades independentes pela primazia, somaram-se desgraças naturais como o furacão de 1464 e a peste de 1480. Centros, outrora esplendorosos, foram abandonados e os Maias voltaram a Petén, na região central. Os espanhóis, que chegaram à costa de Yucatán em 1511, tiveram sua tarefa de conquista facilitada pela decadência Maia e sua fragmentação interna. No final da década de 1520, todos os territórios de influência Maia haviam sido dominados. Pedro Pe dro de Alv Alvara arado do con conqui quisto stou u a Guate Guatemal mala a em 15 1525 25 e Fra Franci ncisco sco de Mo Monte ntejo jo ocupou o Yucatán em 1527. Sua conquista foi consolidada por seu filho e homônimo em 1536. Apenas a região central, sob controle dos itzás, permaneceu independen independente te até 1697, quando foi ocupada por Martín de Ursúa. Nesta aula vimos que a construção do império Maia foi resultado de um proces pro cesso, so, que imp implico licou u mig migraç raçõe õess e desen desenvo volvi lvimen mento, to, alt altern ernand ando o per períod íodos os de escassez e riqueza.

[1] GENDROP, Paul. A civilização Maia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. [1] GENDROP, p. 33.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 13_Maias- organização social, política, econômica Na última aula, vimos que a sociedade Maia foi estruturada ao longo do tempo, em diferentes épocas. Nesta aula vamos estudar, com mais detalhes, a organização social, política e econômica deste grupo.

  Organização social   Extremamente hierarquizada, a sociedade Maia contava com uma autoridade máxima máx ima,, com carát caráter er heredi hereditár tário, io, em cada cada cid cidade ade-es -estad tado. o. Ess Essa a aut autori oridad dade e era chamada Halach-uinic  —  — o "Homem de verdade — que representava politicamente a cidad idade e e er era a as asse sess ssor orad ado o por por um co cons nsel elho ho de no notá táve veis is — che hefe fess lo loca cais is e sacerd sace rdot otes es.. Ha Hala lach ch-u -uin inic ic es esco colh lhia ia os chef chefes es de ca cada da al alde deia ia,, os  Batab  que desempenhavam desempenhav am funções civis, militares e religiosas.  A suprema autoridade militar — Nacom — era exercida por um período de três anos, sendo depois, substituída. Os sacerdotes eram muito importantes, porque detinham os conhecimentos essenciais para uma sociedade agrícola: conheciam os astros e as estações do ano que influenciavam, diretamente, a produção do milho.  Além desses poderosos, a nobreza maia incluía outros dignitários, como os guar gu ardi diõe õess (T (Tup upililes es)) e os co cons nsel elhe heiro iross (AH (AH Ho Holp lpop opoo oob) b),, al além ém de guer guerre reir iros os e comerciantes.  A poderosa classe sacerdotal contava com a liderança do sumo sacerdote (A (Aha hau u Ka Kan) n) qu que e do domi mina nava va os se segr gred edos os da astro astrono nomi mia, a, redi redigi gia a os có códi dice cess e organizava os templos. Tanto as artes quanto as ciências eram de domínio da classe sacerdotal. Abaixo do sumo sacerdote havia os Ahkim — encarregados dos discursos religiosos religiosos — os Ch Chilan ilan — adivinhos — e os Ahmé Ahmén n — feiticeiros.  A classe inferior era constituída pelos que trabalhavam na agricultura, nas obrass públicas e paga obra pagavam vam impost impostos os às autoridad autoridades es civis e relig religiosas iosas.. Artes Artesãos ãos e camponeses faziam parte dessa classe que, apesar da inferioridade, estava acima dos escravos — Pentacoob. Os escravos eram prisioneiros de guerra ou infratores das leis vigentes, que eram obrigados ao trabalho forçado até expiarem seus crimes. Organização econômica

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância  As milpas eram as unidades unidades de produção agrícola, base base da economia Maia. O trato da terra era comunal, em sistema rotativo de culturas. O esgotamento rápido do solo so lo era era pr prov ovoc ocad ado o pela pela fa falta lta de adub adubag agem em ou de técn técnic icas as de pl plan antio tio ma mais is elaboradas. Os maias cortavam as árvores e arbustos com machados de pedra e para fin final aliz izar ar a pre repa para raçção do te terr rre eno pa para ra o pl plan antitio, o, usav avam am a que ueim imad ada. a. Posteriormente, as sementes eram plantadas em buracos cavados no solo com uma fe ferr rram amen enta ta es espe peccial: ial: um titipo po de es esta taca ca po pont ntia iagu guda da de ma made deir ira. a. Es Esgo gota tado do determinado terreno, os Maias o abandonavam e desmatavam novas áreas da floresta. Com Co mo a bas ase e da ec econ ono omia mia mai aia a era agric gricu ultur ltura, a, as ob obsserva ervaçõ çõe es astron ast ronômi ômicas cas tornav tornavamam-se se fun fundam dament entais ais,, poi poiss permit permitiam iam se seu u dom domíni ínio o sobre sobre o fenômeno da mudança das estações, garantindo melhores colheitas. Cultiv Cul tivava avam m o mil milho, ho, o feijão feijão,, abó abóbor bora, a, vár vários ios tub tubérc érculo ulos, s, cac cacau, au, mam mamão, ão, abacate, algodão algodão e tabaco. Havia Havia troca do ex excedente cedente o que caracteriza a prática de comércio. Este escambo promoveu nas cidades o surgimento de uma classe de comerc com ercian iantes tes.. Havia Havia ainda ainda a cri criaçã ação o e ani animai maiss pa para ra ali alimen mentaç tação, ão, caç caçav avam am e pescavam,.. No entanto, não conheciam a tração animal , nem o arado e a roda. Não Nã o houv houve e ne nest sta a civi civiliz lizaç ação ão o dese desenv nvol olvi vime ment nto o da meta metalu lurg rgia ia,, se segu gund ndo o os estudiosos, mais pela ausência da matéria-prima para esta atividade na região em que vivia esta civilização. Mas este povo desenvolveu uma importante indústria lítica (de pedra). Desenvolveram Desenvolveram muito a cerâmica - sem fazer uso da roda de de oleiro, que não conheciam, a cestaria, a tecelagem e a arte lapidária. .   Na próxima aula vamos conversar sobre o conhecimento e a cultura desta civilização

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 14_Maias: conhecimento e cultura   Nesta aula vamos nos dedicar ao conhecimento e à cultura da civilização Maias. Os Maia Maiass po poss ssuí uíam am um cale calend ndár ário io sola solarr e um ca cale lend ndár ário io lu luna narr qu que e se sobrepunham. A partir do calendário os maias organizavam as atividades cotidianas, registravam a passagem do tempo e historiavam os acontecimentos políticos e re relig ligio ioso soss qu que e cons consid ider erav avam am ma mais is im impo port rtan ante tes. s. No ca cale lend ndár ário io Ma Maia ia um di dia a corresponde a uma quantidade maior de ciclos do que no calendário atualmente usado no ocidente. O ano astronômico é denominado Haab, possuindo 365 dias. A este é acres acrescent centado ado o ano sagrado, sagrado, Tzolki Tzolkin. n. A funç função ão do ano sagrado é reger a vida da “gente inferior”, as cerimônias religiosas e as tarefas agrícolas. Os dois anos  juntos formam ciclos, como décadas e séculos, mas contados de vinte em vinte, ou integrados por 52 anos. Os dois dois ca cale lend ndár ário ioss er eram am sobr sobrep epos osto toss pa para ra form formar ar a ch cham amad ada a roda roda ou calendário circular. Para situar os acontecimentos em ordem cronológica usavam-se o método da "conta longa", a partir do ano zero, correspondente a 3114 a.C. A inscrição da data registrava o número de ciclos -- kin (dia), uinal (mês), tun (ano), katun (vinte anos), baktun (400 anos) e alautun (64 milhões de anos) -- decorridos até a data considerada. Acrescentavam informações sobre a fase da Lua e aplicavase uma fórmula de correção de calendário que harmonizava a data convencional com a verdadeira posição do dia no ano solar. Podemos comprovar a complexidade desses calendários no trecho a seguir: Os dias de cada um desses calendários, permutando-se de forma cíclica segundo uma ordem determinada, terminavam por fazer os dois calendários se reencontrarem no mesmo ponto de partida a cada 52 anos, quando recomeçava o ciclo [1]   Os sac sacerd erdote otess det detinh inham am o conhe conhecim ciment ento o rel relaci aciona onado do ao cal calend endári ário. o. Ele Eless eram eram co cons nsid ider erad ados os re resp spon onsá sáve veis is pe pela la in inte terp rpre reta taçã ção o da vont vontad ade e do doss de deus uses es expressa. segundo as crenças Maias, por meio dos astros e da matemática.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância  Os Maias adoravam vários deuses. Em sua maioria, estavam associados à natureza, como os deuses da chuva, do solo, o deus Sol, a deusa Lua e o deus do milho. Assim como em outras culturas da América pré-colombiana, eram comuns entre os Maias os sacrifícios de humanos ou de animais como forma de tentar  agradar aos deuses.

Kukulcán, divindade cultuada pelos maias a partir do século X. Corresponde à versão Maia da serpente emplumada Fonte da figura: WIKIPEDIA. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wiki/Kukulkan#/media/File:YaxchilanDivineSerpen https://en.wikipedia.org/wiki/Kukulkan#/media/File:Yax chilanDivineSerpent.jpg t.jpg  Acesso em: 06/03/17.. 06/03/17..  

Matemática   O desenvolvimento da aritmética permitiu cálculos astronômicos de notável exatidão. Os Maias conheciam o movimento de vários astros como o Sol, a Lua e Vênus Vê nus.. Ele Eless criaram criaram um núm número ero equiva equivalen lente te ao zer zero, o, o qu que e dem demon onstr stra a a su sua a capacidade de abstração matemática. No sistema de numeração dos Maias os algarismos eram posicionados de acordo com seu valor relativo. Era um sistema de base vinte, representado por  pontos e barras.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Outros conhecimentos Na área da saúde, podemos dizer que a ciência e a magia caminhavam  juntas, tanto no diagnóstico quanto no tratamento das doenças. As causas das enfer en fermid midad ades es podiam podiam ser atribu atribuída ídass a fen fenôm ômeno enoss nat natura urais is ou sob sobren renatu aturai raiss e, segundo o caso, o médico ou o feiticeiro receitava infusões, ungüentos, sangrias ou poções mágicas.  As informações sobre a cultura Maia são obtidas nos três códices que sobreviveram à destruição dos espanhóis ou nos textos em língua Maia que foram transc tra nscrit ritos os co com m o alfabe alfabeto to lat latino ino.. Entre Entre esses esses se des destac tacam am o Popol Vuh  — que abrange a mitologia e a cosmologia da civilização Maia pós-clássica — e os lilivros vros de Chilam Balam — relatos históricos mesclados com mitos, adivinhações e profecias.

 A arte dos Maias se distinguia das outras da região por ser muito narrativa, rebuscada e, com freqüência, extremamente exagerada em comparação com a austeridade de outros estilos. A arquitetura era voltada, sobretudo para o culto religioso. Nas construções usavam grandes blocos de pedra, erguiam abóbadas falsas e decoravam as paredes com hieróglifos esculpidos ou pintados.  As construções mais representativas da arquitetura Maia são os templos decorados com murais e símbolos esculpidos, erguidos sobre pirâmides com topos terraceados. As pirâmides Maias possuíam uma escadaria central num dos lados que conduzia o sacerdote ao interior do santuário. O povo permanecia no sopé. Diante da escadaria, quase sempre, era erguido um monólito decorado com a figura de uma das personagens ou mitos religiosos, rodeado de símbolos e hieróglifos. Um exemplo desses monumentos é o que se encontra em Chichén Itzá. Os palácios possuíam várias salas, pátios internos, as plantas dessas edificações eram simples e retangulares. Deve-se destacar ainda os observatórios astronômicos construídos por eles, bem como as quadras para disputa de jogos de bola. As regras de tais  jogos são, ainda hoje, hoje, pouco conhec conhecidas. idas.  A escultura Maia era subordinada à arquitetura como elemento decorativo. As esculturas decoravam lápides, dintéis, frisos e escadarias e, em geral, eram feitas de madeira, estuque ou pedra. Ao ar livre, os Maias costumavam instalar estelas com relevos comemorativos, tais como as de Copán e Uaxactún.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância  A pintura também era empregada para decorar a cerâmica e ilustrar os códices. São importantes os murais multicoloridos, com técnica de afresco, sobre te tema mass reli religi gios osos os ou hist histór óric icos os.. Há ex exem empl plo o de pi pint ntur ura a mu mura rall na nass ruín ruínas as de Bonampak e Chichén Itzá, além de afrescos no templo Cit Chac Cah, em Chiapas. Tais afrescos seriam do século VII, em estilo realista e cores vivas, reproduzindo cenas religiosas e profanas. Os Maias produziam cerâmica de dois tipos: os utensílios de cozinha não decorados e os vasos para oferendas fúnebres. Os vasos eram geralmente pintados ou entalhados com cenas naturalistas ou freqüentemente macabras. Em Ua Uaxa xact ctún ún,, fo fora ram m enco encont ntra rada dass es esta tatu tuet etas as mu muitito o prim primititiv ivas as,, toda todass repres rep resent entand ando o mul mulher heres. es. Out Outros ros tipo tipo de est estatu atueta etass e vas vasos os de for forma ma sim simple ples, s, vermelhos e negros, caracterizam o período Chicanel. Na fase seguinte, dita Tsakol, a cerâmica, mais sofisticada, apresenta grande diversidade de formas e acentuada estilização (Tikal e Uaxactún). A fase final, conhecida como Tepeu, caracteriza-se pela delicadeza das formas dos vasos, decorados com cenas e inscrições. O jade era a pedra mais preciosa para os Maias. A pedra era trabalhada por exímios artesãos, modelada, principalmente, em forma de placas, relevos ou contas de colar. Dos trabalhos em jade restam alguns exemplos como a placa de Leyden (Tikal) e a do Museu Britânico, de extraordinária perfeição.  

[1] GENDROP, Paul. A civilização Maia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. p. [1] GENDROP, 33.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância  Aula 15_Astecas- formação e política   Depois de estudar a civilização Maia, vamos nos dedicar nas próximas aulas ao estudo dos astecas. Os índios astecas ou mexicas foram um dos povos mais poderosos da América pré-colombiana. Ocuparam o Vale do México depois de um longo e lento processo de migração. Partiram de um lugar chamado Aztlán, situado no sud sudoes oeste te do atu atual al Estado Estadoss Unido Unidos, s, on onde de viv viviam iam com como o tribos tribos nôm nômade ades. s. Os astecas eram fortes, tinham a pele escura, cabelos curtos e grossos e rostos redondos. Assemelhavam-se a alguns grupos de indígenas que hoje vivem em pequenas aldeias perto da Cidade do México.  A região do México era ocupada, desde o início do primeiro milênio, por  civilizações urbanas, sedentárias e agrícolas. Um exemplo dessas civilizações é a Tolteca. Os astecas foram os últimos a chegar no planalto mexicano, por volta do ano 1325.. Foram assimilados pelos toltecas e assimilaram sua cultura, assim como a dos povos anteriores, e tornaram-se sedentários. Fixaram-se, primeiramente, nas ilhas do lago Texcoco.  A civilização asteca se desenvolveu a partir da fundação da cidade de Tenochtitlan — atual cidade do México. Ela se caracterizou pelo seu aspecto urbano e guerreiro. O próprio império asteca foi fruto de uma aliança entre Tenochtitlan — a capital do império — e as cidades de Texcoco e Tlacopan.  O centro do império asteca era a Tenochtitlán, uma cidade de canais, praças e mercados, pirâmides, Bernal Diaz del Castilho registrou que mesmo “aqueles que estitive es vera ram m em Roma Roma ou Cons Consta tant ntin inop opla la di dizzem qu que e em term termos os de conf confor orto to,, regularidade e população nunca viram algo semelhante”templos, palácios, lojas e residências, que começou numa ilha no lago Texcoco e estendeu-se para as praias mais próximas com as quais se comunicava por estradas. Na época da conquista espan es panho hola, la, ela era uma org orgulh ulhosa osa metróp metrópole ole de duz duzent entos os mil ha habit bitant antes, es, tão soberba que o conquistador Bernal Diaz del Castilho registrou que mesmo “aqueles que estiveram em Roma ou Constantinopla dizem que em termos de conforto, regularidade e população nunca viram algo semelhante”. semelhante”.[1] [1]  

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância  Cada uma das cidades-estados do império possuía o seu próprio rei, mas os astecas detinham detinham o comando militar. Na época da inva invasão são espanhola , os in indígenas dígenas do imenso império só reconheciam um chefe: Montezuma, o imperador asteca.  Quando Quando os esp espanh anhóis óis chega chegaram ram,, o imp impéri ério o ast asteca eca com compun punhaha-se se de 38 províncias. [...] A idéia de um “império” asteca, porém, é equívoca, muito embora seja expressão de uso corrente. O imperador era, na realidade, o chefe militar da tribo e, a critério desta, eleito ou deposto. Essa chefia com o correr dos tempos, transformou-se em hereditária e, por força do luxo e respeito de que era cercada, deu aos conquistadores espanhóis a impressão de ser exercida por um rei. De qualquer modo, entretanto, o seu ocupante acabou por se tornar o centro de toda a vida Política, administrativa e religiosa do país. [...] O Estado asteca [...] era uma oligarquia militar e aristocrática. [2]

[1] PINSKY, [1]  PINSKY, Jaime. História da América através de textos . São Paulo: 2001. p.20 [2] AZEVEDO, [2] AZEVEDO, Antonio Carlos do Amaral. Dicionário de nomes, termos e conceitos históricos. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990, p. 38

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 16_Astecas- sociedade, sociedade, religião e cultura. Nossa aula anterior retratou aspectos da civilização asteca, sob o prisma da formação e da política Nesta aula vamos discutir a sociedade, a religião e a cultura, peças fundamentais para conhecermos quaisquer grupos humanos.  A sociedade asteca era formada por diferentes camadas sociais: nobreza, sacerdote sac erdotes, s, comer comerciant ciantes es e escravos. escravos. Entretanto Entretanto,, havi havia a certa mobil mobilidad idade e social. social.  Alguns membros livres das camadas baixas poderiam ascender à categoria de dignitários graças à bravura nos combates. Era possível galgar postos militares e chegar a fazer parte da aristocracia militar. Poderiam também, dedicar-se aos serviços religiosos e até mesmo ascender à posição de supremo sacerdote.  A sociedade possuía uma feição tribal. Os clãs — calpullis — eram a unidade fundam fun dament ental al da soc socied iedade ade.. As ter terras ras era eram m dis distrib tribuíd uídas as aos gra grande ndess che chefes fes de fa famí mílilias as.. Essa Essass pr prop oprie rieda dade dess po poss ssuí uíam am ad admin minis istra traçã ção o próp própri ria a e de dent ntro ro de dela la conviviam os escravos, os servos e os comuns — que trabalhavam as terras comunitárias. Vale ressaltar que a propriedade privada só existia para o imperador e para a nobreza. O restante das terras pertencia ao Estado. Pode-se dizer que a nobreza era a classe governante, uma vez que, os burocratas ou funcionários do Estado eram oriundos de suas fileiras. Membros da nobreza formavam o Conselho do imperador. i mperador. Entre os povos do México os Astecas foram os que mais cultuaram seus deuses. À época da chegada dos Espanhóis, a religião Asteca era uma síntese de crenças e cultos. Os deuses agrários dos povos da região central fundiram-se aos deuses astrais dos povos guerreiros bárbaros. Todavia, o aspecto que mais tem chamado a atenção dos estudiosos ou in inte tere ress ssad ados os na hist histór ória ia re relig ligio iosa sa dos dos aste asteca cass é a ex exis istê tênc ncia ia dos dos sa sacr crifí ifíci cios os humanos. Entre as cerimônias de sacrifício humano havia a morte anual de um prisioneiro de guerra, escolhido entre os mais bravos. No dia de sua morte, ele tocav toc ava a fla flauta uta no cor cortej tejo. o. Sacerd Sacerdote otess e quatro quatro bel belas as moças moças acompa acompanha nhavam vam-no -no.. Curios Cu rioso o not notar ar que ne nenhu nhum m sacrifí sacrifício cio hum humano ano era ofe oferec recido ido a Que Quetza tzalco lcoatl atl,, a principal divindade, considerada odeus do vento. Sendo Send o herd herdei eiro ross cult cultur urai aiss de ou outr tras as gran grande dess ci civi viliz lizaç açõe ões, s, os as aste teca cass desenvolveram técnicas e conhecimentos bastante elevados.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Na arquitetura se sobressaiu a construção de monumentos, diques e aquedutos. Eram Eram me mest stre ress ta tamb mbém ém na ar arte te da ouriv ourives esar aria ia.. Os sa sace cerd rdot otes es,, as astr trôn ônom omos os e astrólogos se dedicavam à observação do céu e ao estudo do movimento dos astros. Exis Ex istitiam am es esco cola las, s, on onde de as cr cria ianç nças as no nobr bres es es estu tuda dava vam m ma mate temá mátitica ca e astron ast ronomi omia. a. Em alg alguma umass cidade cidadess havia havia bib biblio liotec tecas, as, mas pou poucas cas res resist istira iram m à destruição deflagrada pelos espanhóis.  A escrita asteca pode ser classificada pictográfica, muito embora em alguns auto au tore ress ela ela ap apar areç eça a desc descri rita ta co como mo hi hier erog oglíf lífic ica. a. Os qu que e a cl clas assi sific ficam am co como mo pictográfica o fazem porque tal escrita apresentava imagens que lembravam o que se queria registrar. Com o passar do tempo esta escrita foi se transformando num sistema que usava símbolos que pouco tinham a ver com a ideia representada. Os  Astecas não possuíam alfabeto, portanto “escreviam com desenhos” registrados sempre da mesma forma para a mesma representação. representação.   Na pró próxim xima a au aula, la, contin continuar uaremo emoss est estuda udand ndo o os ast asteca ecas. s. Apr Aprov oveit eite e par para a apro ap rofu fund ndar ar se seus us es estu tudo doss pesq pesqui uisa sand ndo o o ma mate teri rial al in indi dica cado do na nass refe referê rênc ncia iass bibliográficas.  

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 17_Astecas- calendário e agricultura   Na última aula sobre os astecas vamos destacar o sistema de agricultura e o calendário.

Calendário asteca, peça peça do Museu Naciona Nacionall de Antropologia do México. México. A pedra do Sol, foi encontrada em 1790, com um diâmetro de 5 metros. Ao centro está o sol, com seu movimento. Fonte: WIKIPEDIA. Disponível em: https://en.wikipedia.org/wik https://en.wikipedia.org/wiki/Aztec_calendar_sto i/Aztec_calendar_stone#/media/File:1479 ne#/media/File:1479_Stein_der_f  _Stein_der_f  %C3%BCnften_Sonne,_sog._Aztek %C3%BCnften_So nne,_sog._Aztekenkalender,_Ollin_To enkalender,_Ollin_Tonatiuh_anagoria.JPG natiuh_anagoria.JPG..  Acesso em: 06/03/17 06/03/17  

O desenvolvimento de um sistema matemático de precisão que contribuiu para a exatidão do calendário asteca está relacionado ao ciclo agrícola do milho. Os astecas acreditavam que todos os seres, incluindo animais e plantas, possuíam alma. Algumas divindades estavam associadas ao milho: Cinteotl — deus do milho, Xilonen/Chicomecoatl Xilonen/Chicomec oatl — deus do cultivo do milho. Na época pré-hispânica os alimentos eram considerados cálidos ou frios, isto não tinha nada ver com a temperatura, senão com as características de cada alimento. Seus alimentos básicos eram: milho, feijão, abóbora, pimenta, melão,

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância tomate, peixes, crustáceos, batráquios e até insetos aquáticos. Criavam perus e cães, mas de modo limitado. Os grãos de amaranto e sálvia eram usados em mingaus. O calendário asteca era muito semelhante ao dos maias. O ano começava no solstício de inverno, com um ciclo de 18 meses de 20 dias cada e mais um curto período de 5 dias, chamados de dias vazios, totalizando um ano de 365 dias. Tal calendário registrava os movimentos dos astros e também os fenômenos naturais. Para estes eram adaptados os rituais que, acreditavam, eram necessários para que o ciclo regular se mantivesse. O calendário tinha também um caráter “divinatório”, sendo usado para prever a sorte dos indivíduos e os empreendimentos da vida social. (SOUSTELLE, 1962). [CVdAP1]  [CVdAP1]  O Calendário  Asteca dividia o ano dependendo das atividades agrícolas: A primavera significava o cuidado com a plantação, com a terra, com o crescimento doss vegeta do vegetais. is. Estava Estava relaci relaciona onada da com o ama amanhe nhecer cer ou o nas nascim cimen ento, to, amb ambos os representados, graficamente, por uma espiga de milho. O verão significava plenitude, a força jovem como a força do sol do meio dia.  As plantações de milho eram grandes nesta estação, considerada também a época em que os jovens procriavam. O outono era a tarde, representava o descanso dos velhinhos e dos seres humanos que viviam das colheitas. Considerado tempo de morte da vegetação ( no mês de nov novemb embro ro era celebra celebrado do dia dos mortos), tempo em que os homens se preparavam para a nova plantação. Finalmente, o inverno era representado com o nascimento de um novo ser. O calendário demonstra que os astecas possuíam uma cultura elaborada e, em vários aspectos, sofisticada. Na próxima aula estudaremos os Incas.  

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 18_Incas - Periodização O nome “inca” indica uma dinastia de soberanos do povo quíchua, do antigo Peru e, por extensão, passou a designar todos os indivíduos sujeitos à dominação dessa dinas dessa dinastia tia.. [1] [1] Nessa  Nessa aula vamos expor a cronologia histórica da região do antigo Peru.

20.000 - 100 a .C Há cerca de 20.000 anos atrás, tribos de caçadores que atravessaram o estrei est reito to de Ber Bering ing,, dir dirigi igiamam-se se para para o sul atingi atingindo ndo as ter terras ras que que,, atu atualm almen ente, te, chamamos de América do Sul. Por volta do ano 5.000 a.C., esses habitantes das re regi giõe õess mo mont ntan anho hosa sass come começa çara ram m a cu cultltiv ivar ar al alim imen ento toss form forman ando do po povo voad ados os permanentes. Porr vo Po voltlta a do ano ano 2. 2.00 000 0 a. a.C. C.,, os pe pesc scad ador ores es que que ha habi bita tava vam m a cos osta ta começaram, igualmente, a construir habitações permanentes. Mais ou menos no ano 1.200 a.C., os habitantes da zona costeira já cultivavam o milho, teciam roupas de boa qualidade e faziam cerâmicas. Nessa época surgiu na zona montanhosa a primeira civilização importante denominada  Chavin. Por volta do ano 100 a.C., a costa nordeste era um reino, cuja a capital era Moche, e no sul existia outro reino com capital em Nazca.

100 a.C. - 1.100 d.C.  A primeira civilização que floresceu na região montanhosa tinha sua capital em Tiahuanaku. Tiahuanaku. Em, aproxim aproximadam adamente, ente, 800 d.C. os habit habitantes antes de Tiahuanaku Tiahuanaku já haviam conquistado a costa meridional. Pode-se dizer que, no ano 1000 d.C., o Peru era constituído por um conjunto de tribos guerreiras sem chefes poderosos. Essa foi a época do império dos Chimus: um estado fortemente centralizado dominou parte da costa peruana.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância 1100 - 1430 d.C. O quichua Manco Capac — considerado o fundador da dinastia Inca — estab est abele elece ceu-s u-se e em Cuzco. Cuzco. En Entre tretan tanto, to, as trib tribos os pro prove venie niente ntess do nor norte te hav haviam iam formad for mado o o rei reino no Chi Chimu mu na cos costa ta set setent entrio riona nal.l. Os chi chimus mus co const nstruí ruíram ram gra grande ndess cidades, segundo um plano retangular, dotadas de grandes muros de pedra. Em Cuzco, os quichuas tornaram-se mais poderosos. O filho de Manco, Sinchi Roca, tal como seu pai, governava metade de Cuzco e nada fez para tornar a família mais poderosa. Encorajou a extração de minerais e a tecelagem e foi um grande patrono da agricultura. Mas seu filho Capac Yuapanki, nascido quando Sinchi Roca já era velho, expandiu o território inca à Cuzco inteira. O inca Roca foi o primeiro a ser denominado Sapa Inca (o Inca Supremo). Grande parte do seu reinado se passou em disputas constantes com as tribos Chancas. Ao Inca Roca sucedeu Yahuar Huacac que foi ameaçado por uma aliança dass trib da tribos os montan montanhos hosas. as. Seu filho, filho, Wira Wiraqoc qocha, ha, tam também bém sof sofreu reu ata ataque ques, s, mas conseguiu repelir os invasores. No entanto, acabou por fugir de Cuzco quando as tribos Chankas puseram em perigo seu reino.

1438 - 1493 d.C. O filho de Wiraqocha, Inca Yuapanki, sucedeu-lhe no trono. Venceu as tribos Chankas, matou seu rei e, para fortalecer sua posição na zona montanhosa, propôs paz às outras tribos e ofereceu mulheres incas aos seus líderes. No trecho a seguir  podemos confirmar a vitória da tribo Chankas: O fim do longo reinado de Wiraqocha Inka foi perturbado pela ameaça cada vez mais clara que os Chankas [faziam] sobre o jovem Estado inca. Os Chanka ocupavam o vale do Pampas, dede os lagos de Choclococha, de onde se diziam originários, até o Apurimac. Essa antiga etnia, cuja a cultura retomava à tradição Nasça Na sça,, era origin originada ada como uma rica e pod podero erosa sa che chefia fia que tinha ace acess sso o aos recursos das duas planícies andinas. Com as tribos vizinhas de Sora, Poqra e Rukana, formava uma vasta confederação cuja influência se estendia a todo centrosul das cordilheiras.[2] cordilheiras.[2]  

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância  Yuapanki reconstruiu Cuzco, tornando-a capital, e organizou um sistema de governo com funcionários incas, que chefiavam cada uma das tribos. Quando seu filho Topa Inca Yuapanki, atingiu os 15 anos o enviou para o território do norte para aumentar

suas

terras.

A

seguir

anexou

o

império

Chimu.

Topa To pa In Inca ca suce sucede deu u ao pai pai e conq conqui uist stou ou as trib tribos os que que ha habi bita tava vam m as flo flore rest stas as amaz am azôn ônic icas as,, ve venc nceu eu tr trib ibos os re rebe beld ldes es qu que e vi vivi viam am em torn torno o do La Lago go Ti Tititica caca ca e estendeu seu império para o Sul até o Chile. Morreu em Cuzco 1493 d.C.

1493 - 1572 d.C. Huayna Capac subiu ao trono ainda muito jovem. Ele se casara com uma princesa de Quito, que lhe dera um filho, chamado Atahuallpa. Mas, ao se tornar  Sapa Inca, casou-se com sua irmã. Dessa nova união, nasceu Huáscar. Tempos depois, uma tribo invadiu a fronteira sul — atualmente, fronteira entre o Peru e o Chile. Entre os invasores havia espanhóis, que espalharam o vírus da varíola, provocando uma epidemia que acabou matando Huayna Capac, em 1525.  O Inca Huáscar subiu ao trono. Porém, antes de morrer Huayna Capac havia declarado que Quito deveria ser herdada por Atahuallpa. Em 1532, iniciou-se uma guerra civil entre os dois meio-irmãos. Atahuallpa venceu, aprisionou Huáscar e também o país inteiro. No mesmo ano Francisco Pizarro atingiu o Peru com seu pequeno exército espan es panho hol.l. Durant Durante e os pri primei meiros ros meses, meses, con conqui quista staram ram,, gra gradua dualme lmente nte,, a zon zona a litorânea, acabando por se defrontar com todo o exército Inca e, por meio de uma armadilha, conseguiu capturar Atahuallpa. Dois anos depois os espanhóis haviam conqu co nquist istado ado todo todo o Tawantisuyo, palavra quíchua que significa quatro nações e denominava o território habitado pelos incas. Na próxima aula, estudaremos a sociedade Inca.

[1] Cf. [1] Cf. AZEVEDO, Antonio Carlos do A. Op.cit., p. 219 [2] FAVRE, [2] FAVRE, Henri. A civilização inca. Rio de Janeiro: Zahar. p.18

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 19_Incas- Sociedade, política e cultura No século XVI, quando os espanhóis dominaram os incas, o território do império atingia uma extensão de, aproximadamente, 4.000 km — abrangendo os territórios do Peru, Equador, Bolívia e parte do Chile — com uma população de 10 milhões de pessoas. Entre os vários povos que habitavam o império, podemos destacar os quichuas, aymará e os yunka.

Visão geral Fisicamente os incas eram de pequena estatura, pele morena, variando do moreno claro ao escuro, cabelos pretos e lisos e com a particularidade de serem prat pratic icam amen ente te imbe imberb rbes es.. Quan Quanto to à or orga gani niza zaçã ção o so soci cial al e po polílític tica, a, se segu gund ndo o o testemunho espanhol, eles possuíam um forte espírito comunitário. Os incas adoravam o Sol, considerado uma divindade. O imperador, por sua vez, era considerado uma espécie de filho do Grande Sol, um deus entre o povo. Os mortos eram sepultados não somente em templos, mas também em torres túmulo túm uloss (denom (denomina inados dos chullpas). Os templos dos Incas não eram mais do que habitações de maiores dimensões. Um dos aspectos que mais se salientam na cultura incaica é a solução que deram para o problema das comunicações comunicações,, que apresentavam sérias dificuldades na região dos Andes. Estabeleceram uma complexa rede de caminhos e um corpo permanente de mensageiros (tiasques) encarregados de transmitirem as notícias.  A agricultura atingiu notável desenvolvimento desenvolvimento,, sobretudo pelas importantes obras de irrigação. Os incas empregavam fartamente os metais, como o cobre, bronze, ouro, prata — de que era rica a região — o que despertou a cobiça dos conquistadores.

A dominação Em 1553, o país foi conquistado por Pizarro e submetido à coroa espanhola.  A cultura inca foi totalmente destruída e, na atualidade restam apenas ruínas de seus grandiosos monumentos, templos e palácios. Durante muito tempo a historiografia abordou o Estado inca como um "paraíso perd pe rdid ido", o", no qual qual in inex exis istia tiam m a fo fome me,, a ex expl plor oraç ação ão e a vi viol olên ênci cia. a. Es Este tess fato fatoss

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância incent inc entiva ivaram ram a imagin imaginaçã ação o dos novel novelist istas, as, est estudi udioso ososs e pes pesqui quisad sadore ores, s, que procur pro curara aram m descob descobrir rir na so socie ciedad dade e inc inca a as inf influê luênci ncias as de ext extrat raterr errest estres res ou a configuração do primeiro Estado comunista em terras americanas. Entret Ent retant anto, o, como como as demais demais soc socied iedade adess da Amé Améric rica a pré pré-co -colom lombia biana, na, a sociedade inca era estratificada. Havia uma nobreza que circundava a casa real e forneciam os altos dignitários para o Estado, sacerdócio e exército; uma nobreza inferior formada pelos chefes regionais e funcionários qualificados e, finalmente, a grande massa da população, formada por agricultores, artesãos escravos e servos chamados yanaconas — ligados às famílias nobres e que possuíam terras, animais e um certo prestígio.  A maior parte da população vivia em aldeias formadas por um conjunto de famílias. O grande grupo familiar ( ayllu) era a base da sociedade inca e formava uma unidade econômica, militar e religiosa. O território do ayllu era denominado marka e o chefe — autoridade máxima — era o curaca.

Os campos de pastagens da marka eram coletivos [...] ao contrário das terras destinadas ao plantio, que eram distribuídas pelo Estado em usufruto, até a extinção de seus possuidores. Fazer parte de um ayllu implicava direitos e deveres coletivos, sem que, no entanto, seja possível caracterizar como socialista o Estado inca. As formass de solidaried forma solidariedade ade pertine pertinentes ntes à vida e ao funcion funcionamen amento to do ayllu  refletiam uma realidade de há muito existente no campesinato andino. Tais circunstâncias não impediam, porém, que os membros do ayllu fossem obrigados a prestar serviços para obras públicas e outras tarefas impostas pelo Inca, prática que mais tarde, foi aproveitada pela colonização espanhola. [1]  O Estado mantinha um sistema tributário, cuja arrecadação servia também para manter os velhos e os doentes ou para fornecer alimentos nas épocas de má colheita. O Estado inca conhecia a quantidade de homens, mulheres e crianças de cada ayllu, conhecia o número de indivíduos com que podia contar para montar um exército sem afetar a produção, sabia quanta mão-de-obra era necessária para const co nstrui ruirr um uma a pon ponte te e ond onde e req requis uisitá itá-la. -la. Sab Sabia ia das nec necess essida idades des de ali alimen mento, to, roupas e armas para sustentar os mitamáes.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância O segre segredo do des dessa sa contab contabili ilidad dade e era eram m os quipos, longos cordões que eram amarrados com uma multiplicidade de pequenos cordões, onde se fazia diferentes tipos de nós, como sina inais. is. Os quipucamayucs  era eram m res respo ponsá nsávei veiss por ess essa a contabilidade e caso cometessem qualquer erro ou na confecção ou na leitura, pagavam com a morte.

Machu Picchu

Fonte: Machu Picchu Travel Information. Disponível em: http://www.machupicchu.org/machu_picchu_ travel_tourist_information.htm http://www.machupicchu.org/machu_picchu_travel_tourist_information.htm  Acesso em: 06/03/17

 Os incas eram construtores exímios. Sem o auxílio da argamassa, edificaram paredes tão perfeitamente ajustadas que era impossível introduzir a lâmina de uma faca fac a ent entre re as pedra pedras. s. Milha Milhares res de qui quilôm lômetr etros os de est estrad radas as lig ligava avam m as quatro províncias à Cuzco, a capital, uma estrutura de estradas superior às que existiam na Europa, na mesma época. Embora o pavimento de pedras lisas pudesse ter sido concebido para veículos, numa sociedade sem cavalos e sem roda, todos andavam a pé. Estas estradas transpunham rios por meio de pontes pênseis e eram tão sólidas que muitas delas foram usadas ainda no século XX.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Na próxima aula, estudaremos o universo religioso dos incas.

[1] AZEVEDO, Antonio Carlos do A. Op.cit., p.219 [1] AZEVEDO,

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 20_Incas- Religião .  

Como muitos outros elementos da cultura andina, a religião dos incas é um produto da convivência milenar do homem com a natureza. Uma serpente que, com uma pi uma pica cada da,, co cons nseg egui uiss sse e ca caus usar ar co conv nvul ulsõ sões es e mo mort rte e em um ho home mem m era era considerada sagrada; um puma, o mais poderoso animal da fauna andina, era considerado deus pelos incas. Os trovões e raios que causavam fogo e destruição ta tamb mbém ém er era am

venera nerad dos. os. Dú Dúzzia iass de

outro utross ele leme men ntos tos an and din inos os titin nha ham m

características de divindades. Segu Se gund ndo o in info form rmaç açõe õess base basead adas as em es estu tudo doss arqu arqueo eoló lógi gico coss é po poss ssív ível el reconstituir algumas características e rituais das antigas crenças incas. Em um desses rituais os altos sacerdotes incas se reuniam anualmente em um templo de Huayna Picchu. Nesse templo ofereciam a ayahuasca — bebida feita a partir de um cipó e das folhas de um arbusto da Amazônia — a uma jovem virgem. Ingeriam a bebida — que produz alterações no sistema nervoso — e evocavam os espíritos da natureza. A virgem era sacrificada e seu sangue derramado no altar. Esse era um ritual de devoção ao Deus Sol. As próprias virgens se sentiam honradas em serem escolhidas para o ritual. Os deuses incas representavam forças da natureza, como Ynti, o Sol e Killa, a Lua. Sobre todos os deuses dos planetas brilhantes reinava Viracocha, o deus criador, ao mesmo tempo pai e mãe do sol e da lua. Havia também as divindades que representavam fenômenos naturais naturais como o trovão ou o arco-íris.

Viracocha, o criador do mundo

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Fonte: Enciclopedia Britannica. Disponìvel em: https://www.google.com.br/search? q=Viracocha&client=firefoxb&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0 b&source=lnms&tbm=is ch&sa=X&ved=0ahUKEwjs2MrE3sLS ahUKEwjs2MrE3sLSAhUDUJAKHWWOBM AhUDUJAKHWWOBM gQ_AUICCgB&biw=1366&bih=657#tbm= gQ_AUICCgB&biw=1 366&bih=657#tbm=isch&q=viracocha+ isch&q=viracocha+inca+god&*&imgrc=8e inca+god&*&imgrc=8e8k 8k h1qz17FZaM:Acesso em: h1qz17FZaM:Acesso  em: 06/0317

Os incas acreditavam no destino, dirigido por Viracocha — o Senhor Mestre do Mundo — que habitava zona escura do céu, denominada Saco de carvão, situada na Via-Láctea. De acordo com a mitologia inca, Viracocha vagava pelo mundo com seu companheiro alado — um colibri com as asas de ouro. O deus teria criado o mundo, mas de maneira incompleta, pois interrompeu a criação assim que os humanos foram criados. Viracocha teria ficado muito satisfeito com os homens e por isso, colocou o Sol e a Lua em seu lugar, e ainda encheu o céu de estrelas.

Outras divindades incas INTI: (o Sol), chamado "Servo de Viracocha", exercia a soberania no plano superior ou divino, do mesmo modo que um intermediário, o Imperador, chamado "Fil "Filho ho de In Intiti", ", re rein inav ava a so sobr bre e os home homens ns.. Inti Inti era era a di divi vind ndad ade e po popu pula larr ma mais is importante: era adorado em muitos santuários pelo povo inca, que lhe rendiam oferendas de ouro, prata e as chamadas virgens do Sol.

MAMA QUILLA: (Mãe Lua), Esposa do Sol e mãe do firmamento, dela se tinha uma estátua no templo do Sol. Essa imagem era adorada por uma ordem de sacerdotisas, que se espalhava por toda a costa peruana. PACHA MAMA: "A Mãe Terra", tinha um culto muito idolatrado por todo o império, pois era a encarregada de propiciar a fertilidade ferti lidade nos campos.

MAMA SARA: (Mãe do Milho).  A religião inca, assim como a religião de qualquer povo, estava relacionada à sociedade. Como conseqüência de divisão social, havia na sociedade inca uma cosmovisão privada para a nobreza e outra para o povo plebeu. Os templos incas sempre permaneciam protegidos e trancados. Portanto, naquela sociedade existiam diferenças religiosas entre os mais favorecidos e os menos favorecidos

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Resumo_Unidade III Resumo_Unidade    A unidade III nos possibilitou perceber a riqueza cultural dos povos da  América, sobretudo se considerarmos suas três maiores civilizações: os Incas, os Maias e os Astecas. Os Astecas dominavam a maior parte da Mesoamérica com uma população de mais de dez milhões de habitantes. A sociedade asteca era hierarquizada. No mercado merc ado central central de sua impon imponente ente cidade cidade (Teno (Tenochtitl chtitlán), án), eram come comercial rcializado izadoss diversos produtos. Construíram aquedutos, palácios e templos. Possuíam calendário e uma escrita baseada em hieróglifos. Os Maias cultivavam o milho, assim como os outros povos da América e fizeram dele o centro da vida econômica. Os Maias construíram cidades que eram cerca cer cadas das po porr grande grandess muralh muralhas as de ped pedra. ra. No ce centr ntro o de delas las enc encont ontrav ravamam-se se os templos e palácios decorados. Sua escrita era hieroglífica e possuía um calendário solar, o domínio da astronomia e da matemática. Os Incas ocupavam um vasto território na costa ocidental da América do Sul e formavam o maior império do continente que era dividido em regiões e em várias unida un idades des adm adminis inistra trativ tivas. as. A soc socied iedade ade era alt altam ament ente e hie hierar rarqui quiza zada. da. Os inc incas as produziram grandes obras de engenharia, como palácios, templos, estradas, etc. para as quais contavam com o trabalho de camponeses e artesãos. Utilizavam um sistema numérico e de registro por meio de cordões e nós, chamados quipus.  

Bibliografia para Unidade I

CHAUNU, Pierre. História da América Latina . 2ª ed. São Paulo: DIFEL, 1971. DIVINE, R.; FREDRICKSON, G. ; BREEN, T.H.América:passado e presente. Rio de janeiro.Nórdica, 1992.   DREYER – EIMBAKE, Oswald. O descobrimento da terra: história e histórias da

aventura cartográfica. São Paulo: Melhoramentos / EDUSP, 1988. Conquista e Colonização da América Espanhola. São Paulo: Ática, 1992.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância  FAVRE, Henri. A civilização inca. Rio de Janeiro: Zahar. p.18  FERREIRA, Jorge Luiz. Incas e Astecas: Culturas pré-colombian pré-colombianas as . 3ª ed. São Paulo: Ática, 1995.  GENDROP, Paul. A civilização Maia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1998. p. 33. GRUZINSKI, Serge. O Renascimento Ameríndio . In: NOVAES, Adauto (org). A outra margem do Ocidente. São Paulo: Cia das Letras, 1999. PINSKY, Jaime. História da América através de textos . São Paulo: 2001. p.20 TODOROV, Tzvetan. A conquista da América: a questão do outro . São Paulo: Martins Fontes, 1993.  

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 21_Formação, apogeu e declínio do feudalismo   Ao começarmos mais uma unidade, precisamos saber qual era a situação da Euro Eu ropa pa ante antess da colo coloni niza zaçã ção. o. Es Esta ta co cont ntex extu tual aliz izaç ação ão é im impo port rtan ante te pa para ra que que possamos entender a chegada dos europeus na América. Nesta aula refletiremos sobre a formação, o auge e a queda do feudalismo. No início do século V, os povos germânicos, também conhecidos como bárba bá rbaros ros inv invadi adiram ram o Império Império Rom Romano ano do Ociden Ocidente, te, ori origin ginand ando o o feu feudal dalism ismo. o. Podemos definir o feudalismo como um sistema econômico, social e político que surgiu na Europa Ocidental, apresentando as seguintes características:





Cada nobre era soberano em seu feudo;  A produção de um feudo tinha como objetivo sustentar apenas os moradores

do próprio feudo; O trabalho era realizado por servos camponeses; 



 As pessoas não mudavam de class classe e social;



 As leis eram orais e definidas definidas de acordo com a opini opinião ão do senhor feudal;



 A relação de suserania suserania e vassalagem era u uma ma espécie de troca de favores.



O que determinava a riqueza era a propriedade de terras .  A suserania era um juramento de fidelidade realizado entre os nobres das

camadas mais altas. Normalmente, esse juramento era feito a partir da doação do feudo de um senhor para outro, criando a seguinte situação: o nobre que recebia o fe feud udo o era era cham chamad ado o de vassalo; o nobre que doava o feudo era chamado de

suserano. Criava-se uma relação de obrigações; o suserano tinha que proteger o vassalo em caso de ameaça e garantir que o feito passaria para os filhos do vassalo. O vassalo, por sua vez, teria que fazer parte do exército do suserano; pagar o resgate caso o suserano fosse raptado; hospedar o suserano ou seus convidados; pagar taxas.  A sociedade feudal era estamental, as pessoas não podiam mudar de si situ tuaç ação ão soci social al.. No mode modelo lo de so soci cied edad ade e me medi diev eval al havi havia, a, ba basi sica came ment nte, e, trê trêss estamentos:

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância 

Clero- os que rezam



Nobres- os que fazem a guerra



Servos- os que trabalham. 



 A Igreja além do poder político, era grande proprietária de terras, assim como a nobreza. Os servos eram camponeses que viviam sob a proteção dos senhores em troca de uma série de obrigações. Fora desses estamentos, havia alguns poucos escr es crav avos os e home homens ns liv livre ress qu que e vivi viviam am nas nas po pouc ucas as ci cida dade des, s, eram eram arte artesã sãos os ou comerciantes, chamados de vilões.  A principal atividade econômica do feudalismo era a agricultura. A produção era de subsistência, isto é, destinava-se ao consumo interno dos feudos. O comércio era muito reduzido, por isso, as moedas eram pouco utilizadas. Normalmente, trocava-se um produto pelo outro (escambo). As técnicas de produção agrícolas eram muito simples. A principal característica da produção agrícola feudal era a baixa produtividade.  A Igreja Católica foi a mais poderosa instituição da Idade Média. Isso se deve ao fato de que, praticamente, todos os feudos seguiam as orientações e tradições católicas. O poder e a influência dos papas eram superiores ao poder dos reis. A Igreja dizia que a sociedade era organizada por Deus, portanto, não havia como questionar as divisões sociais. Os poucos letrados pertenciam, geralmente, ao clero.  A Igreja era a responsável pela produção dos livros e havia um controle sobre o que deveria ser lido pelos católicos. Podemos dizer que o período medieval foi marcado pelo controle social da Igreja Católica. Por volta do século XIV, um conjunto de fatores provocou o fim definitivo do feudalismo na Europa. Foram acontecimentos militares, econômicos e de saúde pública: a guerra, a fome e a peste.  A Guerra dos Cem anos (1337-1453) foi um conflito militar entre França e Inglaterra pela posse da região comercial de Flandres. Nessa guerra houve a intervenção de uma heroína lendária — Joana d´Arc — que estimulou o patriotismo dos franceses, que, ao final, derrotaram os ingleses.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância  A guerra entre a França e a Inglaterra arrasou as plantações dos dois países e, no início do século XIV, fortes mudanças no clima provocaram catástrofes, como inundações. O resultado disso foi a fome generalizada. Esta Es ta au aula la te term rmin ina a por por aq aqui ui.. Pa Para ra ap apro rofu fund ndar ar os se seus us co conh nhec ecim imen ento tos, s, sugerimos suge rimos que você você faça uma pesquisa pesquisa sob sobre re a fome na Idade Méd Média, ia, antes de seguir para a próxima aula.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 22_A expansão mercantil europeia Nesta aula vamos vamos tratar da importância da expansão expansão mercan mercantil til europeia e a sua influência para a descoberta da América. O feudalismo teve seu apogeu entre os séculos IX e XIII. A sociedade feudal tinha como características a descentralização do poder e a economia baseada na agricultura.  Após o fim das invasões bárbaras, houve um período de estabilidade e de crescimento populacional. Com esse crescimento a produção agrícola passou a ser  insuficiente. O aumento da demanda provocou o aumento do comércio, incluindo novas rotas com o Oriente.  Com o aumento da atividade comercial, desenvolveram-se as cidades ou burgos, dando origem ao termo “burguês”, que determinou o nascimento de uma nova classe social composta de pessoas que não realizavam atividades ligadas às terras. O acúmulo de moedas tornou-se importante e passou a ser um novo símbolo de ostentação de riqueza. Tal concepção chocava-se com o antigo pensamento feudal, feud al, para o qual a posse da terra era determinante, determinante, além diss disso o quebrava-se quebrava-se a imobilidade social, pois por meio do comércio, muitos artesãos chegaram a acumular  bastante capital. Esta atividade intensificou-se entre os séculos XII e XV, em que a base era importação européia de diversos produtos originários do Oriente, como o cravo, a canela, a pimenta, a noz-moscada e o gengibre, denominados, de uma forma generalizada, generaliza da, de espe especiari ciarias. as. Além deles, deles, eram impor importado tadoss porc porcelana elanas, s, tecid tecidos os finos, perfumes, marfim e outro, oriundos da Ásia e do Norte da África. Gênova e Veneza tiveram uma participação importante na exportação das espec es peciar iarias ias uti utiliz lizada adass na Eur Europa opa.. Os co comer mercia ciante ntess des dessas sas cid cidade ades, s, pe pelo lo mar  Medi dite terr rrân âneo eo re reccebia ebiam m os pr pro odut utos os ori riun und dos do Ori rien ente te nos po port rtos os de Constantinopla, Trípoli, Alexandria e Túnis e revendiam com lucros excessivos para o mercado europeu. Esses produtos passavam por diversas rotas marítimas e terrestres, principalmente os árabes eram intermediários, cobrando preços abusivos para revendê-los. Enquanto os europeus esta Enquanto estavam vam em plen pleno o desenvolvimen desenvolvimento to do comé comércio, rcio, o povo turco expandia-se pelo Oriente Médio. Em 1453 chegaram até a região onde

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância se localizava localizava a cidade cidade de Cons Constantin tantinopla, opla, princ principal ipal entrepost entreposto o comercial entre o Ocidente e o Oriente. Com a tomada de Constantinopla pelos turcos otomanos, as rotas comerciais entre a Europa e o Oriente fora foram m interrompidas. Impôs-se, Impôs-se, então, um desafio pa para ra a burguesia européia: buscar novas rotas comerciais para o Oriente, especialmente para as Índias, de onde vinham a maioria das mercadorias orientais.  A colonização da América foi uma extensão, uma conseqüênc conseqüência ia da expansão marí ma rítim tima a e co come merc rcia iall eu euro ropé péia ia.. Co Cons nstititu tuiu iu um do doss as aspe pect ctos os dess desse e proc proces esso so histórico: o mais complexo, sem dúvida, mas igualmente marcado com o selo da “revolução comercial” moderna, bem visível na vida econômica das colônias. [1] Percebemos com com esta aula, e sobretudo com a informação da dada da pelo trecho acima, acim a, que os europeus cheg chegaram aram à América América devido a diver diversos sos fatores. fatores. Fator Fatores es esses que vamos aprofundar em nossas próximas aulas.  

[1]  CARDOSO, SO, Ciro Flamarion S. O trabalho trabalho na Amér América ica Latina coloni colonial. al. 3 ed. São [1]  CARDO Paulo: Ática, 1995. p. 19

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 23_Grandes Navegações  As grandes navegações resultaram em conquistas para os europeus. Nesta aula vamos descobrir porque “navegar é preciso”. Os fatores que fizeram dos portugueses os pioneiros da navegação foram: a) O p país aís tornou-se uma Monarquia Nacional, antes mesmo que os outros reinos europeus, passando a ter os poderes centralizados num único governante, as fronteiras definidas, o exército organizado e um sistema único de pesos, medidas, moedas e impostos. b)

A posição geográfica do país era fa favorável, vorável, pois possui um grande litoral

no Oceano Atlântico. c)

Os portugue portugueses ses viviam viviam uma uma relativa relativa paz paz inte interna, rna, enqua enquanto nto a Es Espanh panha a

guerreava contra os mouros, ingleses e franceses brigavam entre si e o restante da Europa. d)

Os portugue portugueses ses possu possuíam íam poucas poucas terras terras pa para ra a agric agricultura ultura e e,, por iss isso, o,

cresceu o interesse pela conquista do Oriente e dos caminhos marítimos como alternativa para a atividade econômica. Havia dinheiro disponível, acumulado por mercadores, que estavam dispostos a financiar os empreendimentos reais. Dom Do m Henr Henriq ique ue,, pe pess ssoa oa de ma maio iorr de dest staq aque ue na ex expa pans nsão ão po port rtug ugue uesa sa,, incentivou as pesquisas sobre navegação na Escola de Sagres, que se tornou um impo im port rtan ante te ce cent ntro ro de estu estudo doss onde onde se reun reunir iram am ge geóg ógra rafo fos, s, ca cart rtóg ógra rafo foss e navegadores.  A primeira grande conquista portuguesa ocorreu em 1415, quando o centro comercial de Ceuta, no norte da África, foi tomado. Daí em diante, os portugueses continuaram contornando o continente africano, pois o objetivo final era chegar ao Oriente.  A chegada às Índias aconteceu em 1498, numa expedição comandada pelo navegante Vasco da Gama. Os espanhóis iniciaram suas navegações com certo atraso em relação aos portugueses, porém, adiantados em relação aos outros paises europeus. O motivo da demora espanhola foi a chamada Guerra da Reconquista, quando os árabes muçulmanos foram expulsos da Península Ibérica, ocupada por alguns séculos. A

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância expulsão dos muçulmanos só foi completada em 1492, com a conquista de Granada (sul da Espanha). No mesmo ano de 1492, o navegante genovês Cristóvão Colombo conseguiu que o rei Fernando e a rainha Isabel confiassem a ele a missão de encontrar uma nova rota marítima para o Oriente. Atingiu as ilhas do Caribe na madrugada de 12 de outubro. O detalhe desse encontro é que Colombo pensou que estava nas Índias e, por isso, chamou os habitantes dessas terras de “índios”. Em 1494, Espanha e Portugal assinaram na cidade de Tordesilhas um acordo que estabelecia : a)

A partir das ilha ilhass africanas africanas de Cabo Verde Verde,, cont contariam ariam 370 légu léguas as

para traçar uma linha imaginária. b)

Essa linha imaginária dividiria as terras americanas. As que ficassem

ao Oeste seriam espanholas, e as do leste portugueses. Some So ment nte e em 15 1504 04,, co com m o na nave vega gado dorr Am Amér éric ico o Ve Vesp spúc úcio io,, os eu euro rope peus us perceberam que Colombo não havia chegado à Índia, mas sim, a uma nova terra que, qu e, a pa parti rtirr de entã então, o, pa pass ssar aram am a cham chamar ar de Am Amér éric ica, a, em ho home mena nage gem m ao navegador. Fran França ça,, In Ingl glat ater erra ra e Ho Hola land nda a pa part rtir iram am pa para ra a co conq nqui uist sta a da Am Amér éric ica, a, contrariando espanhóis e portugueses. Os franceses faziam contrabando de paubrasil bra sil no litoral litoral brasile brasileiro iro,, pirata pirataria ria e ata ataque quess aos nav navios ios por portug tugues ueses. es. Mas a ocupação francesa em terras americanas ocorria principalmente no norte, onde, atualmente, se localiza o Canadá.  A Inglaterra também se utilizou da pirataria para ameaçar os domínios de Espanha e Portugal. Ainda assim, os ingleses tiveram mais sucesso na ocupação da  América do Norte, como veremos veremos no decorrer do nosso nosso estudo.

Na próxima aula continuaremos a conversar sobre as influências que levaram a Europa até as Américas.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 24_Descobrimentos marítimos  

 

Vimos que foram diversos fatores que levaram os europeus até as Américas. Porém, sabe-se sabe-se que o objetivo objetivo era chegar à àss Índias. Nesta aula va vamos mos refletir sobre os descobrimentos marítimos. Os europeus, da Idade Média, tinham uma vaga idéia a respeito do Extremo Orie Or ient nte e graç graças as às in info form rmaç açõe õess de Marc Marco o Pólo Pólo,, que que lá esti estive vera ra du duas as ve veze zess – permanecendo na segunda delas por cerca de vinte anos. Em 12 1204, 04, Con Consta stanti ntinop nopla la — ho hoje je den denomi ominad nada a Ist Istamb ambul, ul, sit situad uada a na atu atual al Turquia — foi invadida pelos participantes da Quarta Cruzada. Havia um caminho sec ecun und dário ário par ara a a entr tra ada de pr pro odu duto toss do Or Orie ient nte e nas prox roxim imid ida ades des do Medit Me diterr errâne âneo: o: Ale Alexa xandr ndria ia — porto porto egípci egípcio o de gra grande nde mov movime imento nto,, fun funda dado do por   Alexandre Magno, em 332 a.C. Também no Mediterrâneo, Gênova e Veneza assumi assu mira ram m o co cont ntro role le do comé comérc rcio io de espe especi ciar aria ias. s. De Dess ssa a form forma, a, os ital italia iano noss adquiriram o monopólio europeu da distribuição de produtos originários do Oriente.  O início da Guerra dos Cem Anos (1337-1453) entre França e Inglaterra trouxe dificuldades para os italianos. Seu principal caminho para o comércio com o norte da Europa era a Rota da Champagne, que ligava a Itália aos Países Baixos ou Flandres (atuais Bélgica e Holanda), através da França. Os conflitos inviabilizaram a realização das feiras. Para os italianos, seria difícil estabelecer um contato marítimo direto com os Países Baixos, pois seus navios não eram adequados para longos trajetos, não estando adaptados às difíceis viagens pelo Atlântico. Portug Port ugal al,, po porta rtant nto, o, se vi viu u lo long nge e do Or Orie ient nte e e no me meio io de um uma a in inte tens nsa a at ativ ivid idad ade e me merc rcan antitil.l. En Envo volv lvid ida a na nass tra trans nsaç açõe õess en entr tre e ital italia iano noss e flflam amen engo gos, s, a burguesia portuguesa prosperou. O mesmo se pode dizer da monarquia lusitana, graças ao aumento da arrecadação de impostos. Mas havia consciência de que todo esse crescimento econômico seria transitório porque, tão logo cessasse a luta entre ingleses e franceses, o comércio com o Norte Europeu voltaria a fluir pela tradicional Rota da Champagne.  Os espanhóis continuavam com a Guerra de Reconquista, iniciada em fins do séccul sé ulo o VI VIII II pa para ra re reoc ocup upar ar ár área eass ibér ibéric icas as in inva vadi dida dass pe pelo loss mour mouros os (ára (árabe bess proc proced eden ente tess da Áfric África a do No Nort rte) e),, desd desde e 71 710. 0. Po Port rtug ugal al co conc nclu luíra íra su sua a próp própri ria a

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Reco Re conq nqui uist sta a em 1249 1249,, pode podend ndo, o, de desd sde e en entã tão, o, prio prioriz rizar ar se seu u fort fortal alec ecim imen ento to econômico.  A dinastia de Avis teve início em 1385, com a subida de D. João I ao trono português. Isso aconteceu após o fim da Revolução de Avis (1383-1385), em que a sucessão do trono lusitano foi disputada entre o rei de Castela e D.João, Mestre da Ordem de Cavalaria de Avis. D. João, contando com o apoio da burguesia lusitana, venceu as lutas pela preser pre servaç vação ão da ind indepe epend ndênc ência ia pol polític ítica a de Por Portug tugal. al. As lutas lutas foram foram tra trava vadas das,, externamente, contra os castelhanos, e, internamente, contra a nobreza agrária que não queria o progresso comercial burguês. O marco final dessa vitória foi a batalha de Aljubarrota (1385). Mais que uma luta de duas nações, houve o choque de duas políticas e de duas classes: a nobreza e a burguesia. Os mouros desviaram suas rotas para outra cidade – Tânger – que resistiu às investidas dos portugueses até 1471. Ora, já que as mercadorias africanas deixaram de afluir para Ceuta, caberia aos portugueses buscá-las no litoral africano.  Começou então a grande aventura portuguesa de reconhecimento da costa da Áf Áfri rica ca.. Supe Supera rand ndo o me medo doss e pr prec econ once ceititos os em rela relaçã ção o a ma mare ress e terr terras as desconhecidos, os lusitanos, em viagens sucessivas, avançaram em direção ao sul do continente. Esse processo foi muito lento, pois Portugal dividiu seus esforços no mar, com os combates na terra para defender Ceuta e conquistar Tânger. Em 2 de  janeiro de 1492, Granada, último local demarcado pelos mouros na Espanha, rendeu-se aos cristãos, encerrando a Guerra de Reconquista. Com isso a Coroa espanhola, deu início à expansão marítima. Como Portugal vinha explorando a costa da África havia algum tempo, aos espanhóis sobrou a alternativa de navegar em direção ao oeste — projeto de Cristóvão Colombo. Na volta olta de sua pri rim meir ira a via iag gem à Am Amér éric ica, a, Col olom omb bo foi foi rec recebid ebido o glor glorio iosa same ment nte e pe pelo loss re reis is espa espanh nhói óis. s. Ao lo long ngo o do cami caminh nho o pe perc rcor orri rido do pelo peloss participantes da expedição, entre Sevilha e Barcelona, formou-se um grande cortejo.  À frente ia a bandeira da expedição, carregada pelo piloto da Nina. Os mari ma rinh nhei eiro ross

se segu guia iam m

depo depois is,,

ca carr rreg egan ando do

prod produt utos os

ai aind nda a

co comp mple leta tame ment nte e

desconhecidos dos europeus: milho, batata, tabaco, gengibre, plantas diversas, made ma deir iras as et etc. c. Outro Outross tr trip ipul ulan ante tess tr traz azia iam m ob obje jeto toss in indí díge gena nas, s, co como mo co coca care res, s,

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância cerâ ce râmi mica cas, s, ar arco coss e flec flecha has, s, além além de ouro ouro e pe pedr dras as prec precio iosa sas. s. Os pa papa paga gaio ioss multicoloridos, tartarugas, crocodilos e serpentes causaram verdadeira comoção. O navegador levou também sete índios, que desfilavam pintados e enfeitados segundo os costumes do seu povo. Por último vinha Colombo, protegido por três escudeiros. Foi um dia de Glória e muita festa.

Na próxima aula vamos estudar o processo de colonização européia na  América.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 25_Fundamentos da colonização da América  “Todo colonialismo é um sistema”, afirmou afirmou o filósofo francês Jean Paul Sartre. Será que havia justificativas para colonizarem a América? Finalizaremos esta unidade, tentando responder a essa pergunta.  A atividade colonizadora europeia passou da circulação de mercadorias para a produç produção. ão. No cas caso o po portu rtuguê guês, s, rea realiz lizouou-se se atravé atravéss da agr agricu icultu ltura ra tro tropic pical. al. As atividades de circulação e produção existiam ao mesmo tempo. Dessa maneira a economia colonial ficou presa ao comércio europeu. O antigo sistema colonial, que era regulado pelos interesses da burguesia comerc com ercial ial,, foi o elemen elemento to cen centra trall na expan expansão são me merca rcanti ntill da Eur Europa opa.. Seg Segund undo o Fernando A. Novais, a consequência foi a colônia transformar-se em instrumento de poderr da metrópole, pode metrópole, o fio cond condutor, utor, a prátic prática a merc mercantilis antilista ta visa visara ra essen essencialm cialmente ente o poder do próprio Estado. Com a centralização do poder, organizando as bases do absolutismo e do capitalismo comercial, surgiram rivalidades entre os países que saíram em busca de novos mercados. Com o crescimento de outras potências o monopólio português e espan es panho holl est estava ava ameaça ameaçado, do, um exempl exemplo o foi o Tra Tratad tado o de Tor Tordes desilh ilhas as (14 (1494) 94) assinado por Portugal e a Espanha, que foi questionado pelos países em expansão O início da colonização portuguesa teve como estímulo a descoberta de ouro e prata no México e no Peru. Portugal foi obrigado a investir na América com a crise do comércio indiano e dependia cada vez mais da distribuição dos produtos orientais fe feita itass pelo peloss come comerc rcia iant ntes es flame flameng ngos os (F (Fla land ndre res) s) qu que e taxa taxava vam m os preç preços os e a acumulação de lucros.   Para encerrar esta unidade, vale à pena refletir sobre a relação entre a situação atual da América Latina e o sistema colonial implantado pelos europeus. Para isso, leia o texto abaixo:  A América Latina experimentou ao longo dos séculos um crescimento vegetativo à sombra da Europa e dos Estados Unidos, situando-se praticamente fora da própria historicidade do Ocidente. Na forma da sua inserção aos domínios ultramarinos europeus está a origem do subdesenvolvimento e da dependência, que se prolongaram no tempo. A ocidentalização desses espaços iniciou-se com o sistema colonial, confrontando o modo de produção agroextrativista com os padrões

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância de produção, acumulação de capital, práticas e teorias mercantis e, posteriormente, monopolistas-industriais. monopolistas-indu striais. Daí que o capitalismo tardio e dependente latino-americano decorreu originalmente de contingência histórica.[1] histórica.[1]  

[1] [1]   MACH MACHAD ADO, O, Lu Luiz iz T. A te teor oria ia da depe depend ndên ênci cia a da Am Amér éric ica a La Latin tina. a. Es Estu tudo doss avançados,, vol.13 no.35. São Paulo Jan./Apr. 1999 avançados

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 26_O antigo sistema colonial Come Co meça çamo moss ma mais is uma uma unid unidad ade. e. O ob obje jeto to de es estu tudo do,, ne nest sta a au aula la,, é a sociedade formada na América espanhola, sobre o aspecto econômico e politico, nos primeiros tempos da colonização. Na região dos atuais México e Peru, localizavam-se as principais colônias mineradoras da América espanhola. Nas demais áreas — atuais Chile, Cuba e Colômbia, Argentina por exemplo — destacava-se a agricultura e a pecuária . . Para viabilizar a produção, os espanhóis utilizaram mão-de-obra indígena e, em menor  número, a de escravos africanos. afri canos. Para Pa ra o empr empreg ego o da mãomão-de de-o -obr bra a in indí díge gena na vale valera ramm-se se de in inúm úmer eras as estr es trat atég égia ias, s, um uma a das das qu quai aiss er era a a mita  — uma forma de trabalho compulsório. Tratava-se Tratava-s e de uma instituiç instituição ão existen existente te no cont continente inente,, sobre sobretudo tudo entre os incas, e acabou sendo adaptada pelos espanhois, nas regiões mineradoras da América do Sul. Grande contigente de pessoas era deslocado de seu lugar de origem para as áreas de exploração da prata, onde trabalhavam para uma pessoa que detinha o direito de explorar a área. A administração colonial era responsável por distribuir  esses trabalhadores.  As autoridades determinavam um prazo para o cumprimento da mita e estabeleciam um pagamento irrisório pelos trabalhos prestados. O serviço realizado em condições duras e sob ordens de um capataz ( pongo), era responsável por  imensa mortalidade. No atual México, o sistema de exploração mais utilizado foi a encomienda, por meio da qual o indígena era submetido à servidão nos campos e nas minas de ouro. Um intermediário — o encomendeiro — capturava os nativos e os distribuía entre os colonizadores. A servidão justificava-se como forma de pagamento para a proteção e ensino da religião cristã. Entre os astecas os povos subjugados já eram obrigados a prestar serviços ao soberano ou aos seus representantes. Com a conquista espanhola, porém, essa organização acabou assumindo novas dimensões e colaborou para destruir a ordem política local.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Porr me Po meio io do traba trabalh lho o fo forç rçad ado o e sob sob as orde ordens ns do doss co colo lono nos, s, os po povo voss conqu co nquist istado adoss constr construír uíram am cid cidad ades, es, igr igreja ejas, s, est estrad radas, as, po porto rtos; s; ext extraí raíram ram our ouro; o; produziram gêneros agrícolas, em grande parte para atender uma demanda externa. Para administrar e garantir o controle dos territórios dominados, o governo espanhol implantou uma estrutura cuja o orgão central era o Conselho das Índias, sediado em Seviha na Espanha. Nas colônias, por sua vez, ramificaram os órgãos responsáveis por controlar a vida civil, militar, judiciária e eclesiástica. Os pri princi ncipa pais is car cargos gos eram ocupa ocupados dos pelos pelos chapetones  — nome dado às pessoas que nasciam na Espanha. O controle do comércio e da arrecadação de tributos cabia às Casas de Contratação. Para levar as mercadorias para a metrópole eram realizados comboios marítimos, inclusive no caso de metais preciosos. Por  questão de segurança, para dificultar a ação de piratas, funcionava o sistema de porto único. As transações transações comerciais comerciais concentravam-se, concentravam-se, assim, em um único porto espanhol, e em determinados lugares da colônia. Os descendentes dos conquistadores espanhóis nascidos nas colônias, os cham ch amad ados os criollos, tor tornar naramam-se se propri proprietá etário rioss de ter terras ras — qu quand ando o não não,, gra grand ndes es comerc com ercian iantes tes.. Detinh Detinham am o poder poder local por mei meio o dos cabildos  ou ayuntamientos, órgãos equivalentes às câmaras municipais na América portuguesa. Os filhos de espanhóis com indígenas, chamados mestiços, exerciam muitas vezes funções intermediárias, como a de capatazes e administradores de minas e fazendas. Muitos tornaram-se artesãos urbanos. Os escravos de origem africana, concentrados nas Antilhas e em Nova Granada, e os povos indígenas compunham a parte mais frágil dessa sociedade, praticamente sem direitos civis ou políticos.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 27_O choque cultural   Para começar esta aula convido você a ler o texto a seguir, que é uma visão dos vencedores, dos europeus: Os inimigos estavam em tão má situação que não possuíam nem mais flechas e lanças para combater e tinham que caminhar por sobre os corpos de seus mortos e presos. Foi tanta a mortandade que causamos que, entre os mortos e presos, somaram-se mais de quarenta mil almas. (...)” “Quando entramos naquela parte da cidade, não havia outra coisa para colocar os pés que não fosse o corpo de um morto. Mandei cercar todas as ruas, e vendo que os principais não saíam, mandei disparar os tiros grossos, com o que logo tomamos aquele lugar, ao mesmo tempo em que muita gente se lançava na água, enquanto outros se entregavam [1]  Ao deixar a Europa e lançarem-se ao oceano, os espanhóis consideravam a possibilidade de um encontro com outras populações. Diferentemente, os habitantes da América não pensavam sobre isso. Os pr prim imei eiro ross co cont ntat atos os fo fora ram m ma marc rcad ados os po porr um “cho “choqu que e cu cultltur ural al”. ”. O conquistador impôs na América a cruz católica. Esse símbolo, que marca a tomada de posse da terra em nome do rei, também marcou o início da conquista cultural dos nativos. O padre e o soldado estavam geralmente juntos, erguendo a cruz e a espada sobre as populações nativas. Um exemplo desse processo são as palavras do padre José de Anchieta (1534-1597), célebre missionário jesuíta que veio da Europa para participar da evangelização dos nossos índios:“Pouco fruto se pode obter deles se a força do braço secular não acudir para domá-los. Para esse gênero de gente não há melhor pregação do que a espada e a vara de ferro” Como a autoridade política e religiosa entre os povos americanos geralmente se fundia na figura do rei, o conquistador, ao atacar o poder político dos nativos, também liquidava o poder religioso. E, assim, oferecendo demonstrações de sua vitória, o europeu construía igrejas e capelas sobre as ruínas dos velhos templos indígenas.  Aproveitando-se dos mitos existentes entre os índios sobre profecias de catástrofes, o conquistador foi impondo seus valores e padrões culturais sobre o

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância vazio gerado pelo medo do desconhecido e pela desorientação da população. As tradições indígenas, suas festas, suas crenças, seus antigos mitos foram destruídos. Nas palavras do historiador Nathan Wachtel, a conquista espanhola das terras americanas constituiu um processo de extermínio rápido e brutal. Segundo dados levantados por ele, no ensaio Os índios e a conquista espanhola , nos trinta anos que se seguiram à conquista, a população do Império Asteca foi reduzida de 25 milhões para 6,3 milhões de pessoas, e a dos Andes baixou de 10 milhões para 2,5 milhões. Frei Bartolomé de Las Casas, que testemunhou parte da conquista e, tornouse um dos seus maiores críticos, relatou assim assim a ocupação da ilha Hispaniola: Hispaniola: Os espanhóis, com seus cavalos, suas espadas e lanças, começaram a praticar crueldades estranhas; entravam nas vilas, burgos e aldeias, não poupavam nem as crianças e os homens velhos, nem as mulheres grávidas e as parturientes, e lhes abriam o ventre e as faziam em pedaços como se estivessem golpeando cordeiros fechados em seu redil. Faziam apostas sobre quem, de um só golpe de espada, fenderia e abriria um homem, pela metade, ou quem, mais habilmente e mais destramente, de um golpe cortaria a cabeça, ou ainda sobre quem abriria melhor as entranhas de um homem, de um só golpe. [2]  A fim

de justificar o investimento aplicado nas navegações os

conquistadores buscavam os metais preciosos. Outr Ou tro o fa fato torr que que ju just stifi ifica cava va a do domi mina naçã ção o es espa panh nhol ola a eram eram de dete term rmin inad ados os aspectos da cultura dos ameríndios, como os rituais de canibalismo ou os sacrifícios humanos, que alimentavam a idéia de que os “bárbaros” precisavam ser civilizados.  

[1] CORTEZ,  CORTEZ, Hernán. A conquista do México. Porto Alegre: L&PM, p.138-9. [1]  [2] LAS [2] LAS CASAS, Bartolomeu. O paraíso destruído. Porto Alegre, LPM, 1985. P32.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 28_Colonização, evangelização evangelização e resistência indígena Disse o historiador espanhol do século XVI, Francisco Lopes de Gomara: “Sem colonização não há uma boa conquista e se a terra não é conquistada, as pessoas pess oas não serão conv convertida ertidas.” s.” Essa Essass palav palavras ras expr expressa essam m a menta mentalidad lidade e dos europeus da época. Que direito tinha a Espanha de se apoderar de uma terra já habitada? Por  que a França, os Países Baixos e a Inglaterra não gozavam do mesmo privilégio? Na época, essa era uma questão complicada para os europeus e foi alvo de lo long ngas as disc discus ussõ sões es en entr tre e te teól ólog ogos os e ju juri rist stas as.. A ju just stifific icat ativ iva a pa para ra a co conq nqui uist sta a espanhola era de ordem religiosa: O papa havia reconhecido o direito da Espanha às novas terras com o argumento de que, ao ocupá-las e ensinar a religião de Cristo a seus habitantes, a Coroa espanhola estaria prestando um serviço ao catolicismo.  Assim como a conquista, conquista, a reação indígena ocorreu em d duas uas fases: uma mais conflituosa que envolveu a conquista territorial e material e outra mais branda, envolvendo a imposição cultural. Veja no trecho a seguir, a visão do europeu com relação ao povo indígena: O almirante Colombo encontrou, quando descobriu esta ilha Hispaniola, um milhão de índios e índias (...) dos quais, e dos que nasceram desde então, não creio que estejam vivos, no presente ano de 1535, quinhentos, incluindo tanto criança quanto adultos, que sejam naturais, legítimos e da raça dos primeiros índios (...)  Alguns fizeram esses índios trabalhar excessivamente. Outros não lhes deram nada para comer como bem lhes convinha. Além disso, as pessoas desta região são naturalmente inúteis, corruptas, de pouco trabalho, melancólicas, covardes, sujas, de má condição, mentirosas, sem constância e firmeza (...) Vários índios por prazer  e passatempo, deixaram-se morrer com veneno para não trabalhar. Outros se enforcaram com as próprias mãos. E quanto aos outros tais doenças os atingiram que em pouco tempo morreram. (...) Quanto a mim, eu acreditaria antes que Nosso Senho Se nhorr per permit mitiu, iu, devido devido aos gra grande ndes, s, eno enorme rmess e ab abomi omináv náveis eis pec pecado adoss des dessa sass pessoas selvagens, rústicas e animalescas, que fossem eliminadas e banidas da superfície terrestre (...) [1]

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância O contato europeu com as elites ameríndias resultou em trocas de culturas. Podemos observar que esta pequena parcela da população nativa já adaptada ao estilo europeu, soube conservar a história de seu passado, embora a cultura dos habitantes da América tenha sido eliminada e os costumes dos espanhóis colocados em evidência. Existiam focos de rejeição à tentativa de ocidentalização das comunidades americanas. Mas, no dia-a-dia, foi difícil contê-la, pois os colonizados formaram famílias com os espanhóis, originando os mestiços — biológica e culturalmente.

[1] [1] OVIEDO,  OVIEDO, Gonzalo Fernandes. L`Historie dês Indes, 1555. Em Ruggiero Romano. Mecanismos da conquista colonial. Perspectiva, 1973. p.76

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Resumo_Unidade Resumo_Unida de IV   Entre várias transformações podemos destacar o surgimento do capitalismo mercantil, que aos poucos passou a dominar a economia européia. Os europeus lançavam-se na aventura das Grandes Navegações. Em 1492, Cristóvão Colombo chegou à América. Seis anos depois, Vasco da Gama abria para o comércio o caminho marítimo para as Índias. Os impactos dessas transformações foram tão fortes que o conceito de modern rniidade se proje rojettou por toda a história contemporânea. Encont Enc ontrar rar jus justif tifica icativ tivas as qu que e rea reafirm firmem em a nec necess essida idade de de exp explor loraçã ação o das  Américas foi um dos objetivos objetivos dos europeus europeus..  

Bibliografia para Unidade IV  

DIVINE, R. ; FREDRICKSON, G. ; BREEN, T.H.América:passad América:passado o e presente. Rio de janeiro.Nórdica, 1992.  DREYER – EIMBAKE, Oswald. O descobrimento da terra: história e histórias da

aventura cartográfica. São Paulo: Melhoramentos / EDUSP, 1988. Conquista e Colonização da América Espanhola. São Paulo: Ática, 1992. GRUZINSKI, Serge. O Renascimento Ameríndio . In: NOVAES, Adauto (org). A outra margem do Ocidente. São Paulo: Cia das Letras, 1999. TODOROV, Tzvetan. A conquista da América: a questão do outro . São Paulo: Martins Fontes, 1993.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 29_A colonização inglesa  No final do século XVI, durante o reinado de Elizabeth I, ocorreram as primeiras iniciativas de colonização da América por parte do governo inglês. Foram as expedições comandadas por Walter Raleigh, entre 1584 e 1587, mas que não conseguiram fixar núcleos coloniais na América.  Os 117 pio pionei neiros ros dessas dessas exp expedi ediçõe çõess ac acaba abaram ram exp expuls ulsos os pel pelos os na nativ tivos. os. Somente nos primeiros anos do século XVII a ocupação inglesa começou a se efetivar. A primeira colônia que permaneceu foi Jamestown, na Virgínia, organizada a partir de 1607. Seu nome foi uma homenagem ao rei Jaime I.  A colonização inglesa funcionou funcionou como alternativa para as pessoas pessoas que fugiam de perseguições religiosas na Europa, assim como para a população camponesa que, expulsa do campo, não encontrava trabalho nas cidades. O Novo Mundo acabou acab ou se tr tran ansf sfor orma mand ndo o em dest destin ino o para para mu muita ita ge gent nte e qu que e nã não o di disp spun unha ha de recursos sequer para pagar os custos da viagem. Nesses casos, os custos eram assumidos pelo governo inglês. Para saldar a dívida, os colonos se comprometiam a prestar serviço por sete anos. O sistema conhecido como “servidão por dívidas” foi responsável pela vinda de mais da metade dos colonos da América inglesa.  As diferentes iniciativas ao longo do século XVIII resultaram na formação de treze colônias, numa faixa de terra compreendida entre o litoral li toral atlântico e os montes  Apalaches. Um século depois, elas dariam origem aos atuais Estados Unidos da  América do Norte. Na porção Sul do território, a primeira colônia a se formar foi a Virgínia, que se tornou importante área de produção de tabaco, mercadoria de grande aceitação na Europa.  Em de deco corr rrên ênci cia a do su suce cess sso o ec econ onôm ômic ico o da Vi Virg rgín ínia ia,, fora foram m cria criada dass companhias de comércio que incentivaram a fundação de novas áreas coloniais. Nelas seriam produzidos arroz, anil e, posteriormente, algodão para as manufaturas tê têxt xtei eiss in ingl gles eses es.. A pr prod oduç ução ão agrí agríco cola la era era real realiz izad ada a no si sist stem ema a de  plantation, semelhante ao que ocorria nas Américas portuguesa e espanhola.  As co colô lôni nias as situ situad adas as ao no nort rte e tive tivera ram m um uma a traj trajet etór ória ia be bem m di dife fere rent nte. e. Conhecidas como Nova Inglaterra, apresentavam semelhanças físico-geográficas

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância com a Europa, além disso, a produção econômica local não funcionava estritamente como complementar à da metrópole.  Elas Elas for foram am forma formadas das,, em grande grande parte, parte, por popula populaçõe çõess per perse segui guidas das ou afetadas pelas disputas religiosas. O primeiro grupo de colonos nessa situação foi o de puritanos, que começaram chegar à América a partir de 1620, num navio chamado Mayflower . Aportaram em Massachusetts e tornaram-se responsáveis pela fundação da cidade de New Plymouth.  No norte, em vez das grandes propriedades, a base da ocupação constituiuse de pequenas e médias propriedades de terras, trabalhadas em grande parte pelo próp pr ópri rio o co colo lono no,, se seus us fa fami mililiar ares es e agre agrega gado dos. s. De Dese senv nvol olve vera ramm-se se tamb também ém manufaturas e atividades comerciais. Ambas incentivaram a construção naval, com as embarcações sendo empregadas no transporte de mercadorias entre as colônias e a Europa, as Antilhas e a África.  

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 30_A colonização holandesa   A república das Províncias Unidas, ou países Baixos, representa uma exceção muito importante na história política dos Tempos Modernos. Enquanto as repúblicas urbanas da Itália perdiam força e as monarquias feudais da Europa se fortaleciam a ponto de se tornarem absolutistas, os Países Baixos constituíram uma república que foi uma antecipação secular das formas de governo que se tornariam típicas apenas no século XX.  A guerra de independência dos países Baixos contra a Espanha durou muito tempo, provocando desgastes de ambos os lados. A Espanha acabou reconhecendo a independência dos Países Baixos em 1648, no Tratado de Westfália. O gove govern rno o pr prov ovin inci cial al,, depo depois is da in inde depe pend ndên ênci cia, a, foi foi form formad ado o po porr um uma a  Assembléia composta por burgueses, clérigos e nobres. As províncias nomeavam um Chefe de Estado (stathouder ), ), membro da família de Orange, que detinha o poder po der execut executivo ivo.. Os Est Estado adoss Gerais Gerais,, compo composto stoss por del delega egados dos das pro provín víncia cias, s, assessoravam o Conselho do Estado, constituindo-se nos principais órgãos federais.   O desenvolvimento comercial dos países Baixos apoiava-se no comércio marítimo. O Banco de Amsterdam, que era o principal banco da Europa, financiava as atividades comerciais do Estado e também as de particulares. A República participava diretamente das atividades comerciais: criou a Companhia das Índias Orientais (1602) para explorar o comércio com a Índia e com o Oriente. O êxito dessa companhia e da ocupação holandesa em Pernambuco levou o governo a criar  a Companhia das Índias Ocidentais, destinada ao comércio com o Brasil. Essa iniciativa está ligada também à luta dos países Baixos contra a Espanha, que por  esta época estava unida a Portugal e, portanto, dominava o Brasil.  Os holandeses abasteciam-se de especiarias em Portugal e redistribuíam o prod produt uto o pela pela Eu Euro ropa pa.. O fe fech cham amen ento to do co comé mérc rcio io es espa panh nhol ol e po port rtug uguê uêss ao aoss holandeses deu origem à sua ação violenta, que culminou com a ocupação de grande parte do nordeste do Brasil .

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 31_A colonização francesa  A França, quando comparada aos demais países europeus, estava atrasada no que se refere ao movimento de expansão colonial. Esse atraso foi consequência de diversos fatores.  Após se refazer dos efeitos da Guerra dos Cem Anos e completar o processo de cent centra raliz lizaç ação ão do pode poderr re real al,, a Fr Fran ança ça en entro trou u no movi movime ment nto o da dass Gr Gran ande dess Navegações. Os franceses, que também estavam interessados nas riquezas do Oriente, resolveram chegar ao continente asiático procurando uma passagem pelo noroeste da América.  As principais viagens francesas e seus n navegadores avegadores foram: - Em 1524, Sebastião Verrazzano, italiano a serviço da França, atingiu a Terra Nova, no Canadá; - Em 1534, Jacques Cartier explorou o rio r io São Lourenço; - No sécu século lo XVII XVII,, Sa Samu muel el Cham Champl plai ain n in inic icio iou u a colo coloni niza zaçã ção o do Ca Cana nadá dá,, fundando a cidade de Quebec. No final do século XVII, Robert Cavélier de La Salle, ainda procurando uma passagem para o Pacífico, adentrou o rio Mississipi, percorrendo-o até o golfo do México. Tomou posse da região, denominando-a de Luisiana — em homenagem ao rei da França. O lugar era mantido por companhias comerciais interessadas na compra de peles.  Ainda no século XVII, os Franceses estabeleceram-se na América Central. Conquistaram as ilhas de São Domingos, Martinica, Guadalupe e Dominicana, nas quais iniciaram a pecuária e logo depois o plantio de cana-de-açúcar. No Brasil, na região onde hoje se localiza a cidade do Rio de Janeiro, fundaram França Antártica (1555-1567) e a França Equinocial (1610-1614) na altura dos atuais estados do Maranhão e do Pará — todavia esse nome foi dado pelos pesquisadores modernos. Na América do Sul, os franceses dominaram a Guiana e fundaram a cidade de Caiena. Na região do Canadá, as peles de animais comercializadas com os povos indígenas representaram o principal produto para estimular a ocupação. Alguns povos nativos, porém, aliaram-se aos ingleses e impuseram forte resistência à ocupação francesa.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância  A ocupação da área, entretanto, seria definida por diversos conflitos entre os dois do is rein reinos os da Euro Europa pa,, que que alte altera rara ram m as fron fronte teir iras as e a po poss sse e do doss terr territó itório rioss ocupados. Quebec, por exemplo, fundada pelos franceses, passou para o controle inglês em 1629, durante a Guerra dos Trinta Anos.  A cidade foi devolvida à França, porém, depois de três anos. Para ocupar a região o governo francês adotou diversas políticas, como a doação de terras e prêm prêmio ioss pa para ra qu quem em se ca casa sass sse e na Amér Améric ica. a. Ma Mass o po povo voam amen ento to do Cana Canadá dá manteve-se precário até o século XVIII, quando passou então para o domínio britânico pelo Tratado de Paris (1763) Os franceses marcaram presença ainda na bacia do rio Mississipi, onde as colônias francesas na América também serviam como refúgio para as vítimas das guerras religiosas na Europa.  

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Aula 32_A crise do sistema colonial   Os tr três ês sé sécu culo loss de expl explor oraç ação ão es espa panh nhol ola a sobr sobre e a Am Amér éric ica, a, se segu gund ndo o o professor e economista Celso Furtado, podem ser dividido em dois períodos. Noss pr No prim imei eiro ross 15 150 0 anos anos a metr metróp ópol ole e expl explor orou ou as ri riqu quez ezas as mi mine nera rais is,, escravizou os indígenas e desenvolveu centros de colonização que serviram de elementos condensadores condensadores da empresa colonizadora. Tais centros se localizaram em Havana, no México e no Peru. Nessa fase, a classe dominante era formada por  homen ho menss lig ligad ados os ao aoss int intere eresse sse espan espanhói hóis. s. A exp explor loraçã ação o das min minas as result resultou ou no crescimento de centros urbanos, da vida cultural e universidades. Nos 150 anos porteriores, houve o declínio da produção mineradora. Diante da diminuição da pressão da metrópole sobre as colônias, os interesses regionais e específicos cresceram, fortalecendo as elites, principalmente a agrária e os grupos mercantis.  Até o século XVIII a Espanha era uma grande potência mundial. A partir de então, começou a viver um período de decadência que se refletiu em alguns acontecimentos: o fracasso da mineração nas colônias, a hegemonia comercial inglesa e a Guerra de Sucessão espanhola.  A decadência se deveu, em grande parte, ao esgotamento de sua principal fonte de riqueza: o ouro e a prata americanos. Entretanto, ela se deveu também a própria política econômica adotada pela Espanha. Os metais precisos extraídos na  América não se acumulavam na Metrópole devido à necessidade de importação de produtos e aos conflitos nos nos quais o reino se envolveu. envolveu. Na Guerra de Sucessão a vitória foi da Inglaterra, que, por meio do Tratado de Ultrechet (1713) impôs a ascensão de Felipe V, de Bourbon, ao trono. Felipe abdicou dos direitos que tinha sobre a França. Tal manobra favoreceu a Inglaterra, no ponto de vista comercial. O reino inglês ing lês obteve obteve div divers ersas as van vantag tagens ens,, adquir adquirind indo o o pri privil vilég égio io de for fornec necer er esc escrav ravos os africanos para as colônias, bem como vender diretamente para ela os produtos manufaturados. Em outras palavras, essa manobra política levou à ruptura do Pacto Colonial espanhol. Daí em diante seguiram-se outras mudanças que afrouxaram cada vez mais os laços entre a metrópole espanhola e suas colônias na América: foi abolido o

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância sistema de frotas anuais, abrindo espaço para que os portos coloniais realizassem operações entre si. Na tentativa de adaptar o sistema colonial aos novos tempos, a Espanha — que deixava de ser uma potência hegemônica — acabou com o sistema de porto único. Na verdade, com essas medidas, a Espanha tentava manter o domínio sobre as colônias, ainda que em novas bases. Entretanto, cresciam na Europa e se espalhavam pelo mundo as idéias iluministas, que tiveram grande influência na independência independênc ia dos Estados Unidos. O desejo de liberdade tornava-se, a cada dia mais evidente, como podemos observar no seguinte texto veiculado na América, em 1809: [.. [...] .] Americ Americano anos: s: não existe existe motivo motivo para para descul desculpar par nossa nossa diferen diferença ça se sofremos mais tempo ainda às humilhações que nos destroem (...). Sobre qualquer aspecto que seja observada nossa dependência da Espanha, verse-á que todos os nossos deveres nos obrigam a nos libertarmos. Devemos agir em gratidão a nossos maiores, que lutaram e derramaram seu sangue, para que o teatro de sua glória não se converta no de nossa miserável escrav esc ravidã idão. o. Devemos Devemos a nós mesmos, mesmos, pela pela obriga obrigação ção indisp indispensá ensável vel de cons conserv ervar ar os direi direito toss na natu turai raiss re rece cebi bido doss de Noss Nosso o Cr Cria iado dor, r, di dire reititos os preciosos que não podemos alienar (...) O valor com que as colônias inglesas da América combateram pela liberdade, que agora a gloriosamente desfrutam, cobre de vergonha nossa indolência (...) O valor dos bravos americanos denuncia a nossa falta de sensibilidade; eles e a Inglaterra protegerão a justíssima causa da nossa honra, provocada com injúrias que  já duram 300 anos. Compatriotas: abramos nossos olhos! A Espanha está perdida. Seu principal apoio são as riquezas que nossa lhes damos, e já é tempo de recusá-las, para servirem à nossa prosperidade e defesa. [...][1] [...] [1]

 A Inglaterra passou a influenciar as transações comercias em toda a América.  A influência dos pensadores iluministas trouxe para as colônias a formação de uma ideologia liberal, que já influenciara as colônias da América do Norte. Aos poucos, as elites coloniais se distanciavam cada vez mais da Metrópole. Sobre a influência das Guerra Gue rrass Nap Napole oleôn ônica icas, s, da Revolu Revolução ção Indust Industria riall e da Revolu Revoluçã ção o Fra France ncesa, sa, as colônias adquiriam cada vez mais o desejo de liberdade.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Noss tr No trec echo hoss abai abaixo xo perc perceb ebem emos os,, po porr ex exem empl plo, o, a pres presen ença ça dos dos id idea eais is iluministas na América portuguesa e: No final do século XVIII, Vila Rica, Rio de Janeiro, Salvador e Recife eram centros intelectuais no quais as pessoas tomavam conhecimento das idéias que circulavam na Europa. Na colônia que ansiava pela independência, era natural que os id idea eais is libe libert rtár ário ioss da filo filoso sofifia a ilumi ilumini nist sta a co cont ntag agia iass ssem em a mi mino noria ria cult culta a da população. Embora as autoridades proibissem o comércio dos livros franceses, considerados perigosos e subversivos, as obras mais importantes do pensamento francês dessa época foram lidas e discutidas na colônia americana de Portugal, ainda que por um pequeno número de pessoas. As dificuldades impostas pela censura não chegavam a impedir a entrada desses livros no território colonial, fosse por meio de contrabando, fosse pelas mãos de pessoas que viajavam para a Europa ou de estudantes da colônia que, por causa da ausência de universidades aqui, iam fazer seus estudos em Paris. Podemos resumir da seguinte maneira as principais idéias francesas que seduziram os colonos americanos letrados do século XVIII: em primeiro lugar, a defesa dos direitos universais do homem e do direito de autonomia dos povos, que lhes permitiam efetuar ao mesmo tempo uma crítica ao colonialismo e ao es escr crav avis ismo mo.. A pa parti rtirr de dess sse e pano pano de fund fundo, o, era era po poss ssív ível el en enco cont ntra rarr em Rousseau, em Voltaire, em Montesquieu e nos verbetes da Enciclopédia material inspirador para a denúncia da tirania e para crítica do despotismo do clero.[2] clero. [2] Com Co m as id idéi éias as de inde indepe pend ndên ênci cia a qu que e se es espa palh lhar aram am pe pela la Amér Améric ica, a, encerramos esta unidade e a disciplina História da América I. No próximo semestre, você acompanhará sua continuidade. Na disciplina História da América II, alguns pontos aqui estudados, serão revistos e aprofundados. Até lá.

[1] Proclamação  Proclamação anônima, 1809. Coletânea de Documentos de História da América. [1] São Paulo. SE/CENP, 1983. p.68. [2] NASCIMENTO, Milton Meira do. Iluminismo: a revolução das Luzes, São Paulo, [2] NASCIMENTO,  Ática, 1998. p.61.

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 Núcleo de Educa E Distância   duca ão a Distância Resumo_Unidade Resumo_Unida de V

Nesta Nest a un unid idad ade e conhe onhece cemo moss o anti antigo go si sist stem ema a col olon onia ial,l, be bem m co como mo a colonização espanhola, inglesa, holandesa e francesa. fr ancesa.  A partir de 1492 os europeus não pararam mais de chegar ao Novo Mundo. Desencadeou-se, assim, um rápido processo de ocupação das terras americanas. Inicialmente, foram conquistadas as ilhas da América Central. Em seguida, as terras firmes do continente, com as expedições de Cortez ao território asteca e de Pizarro ao Império Inca, ao mesmo tempo em que os portugueses se estabeleciam no Brasil atual.  À conquista, seguiu-se a colonização, fato que mudou radicalmente a história dos povos que viviam dos dois lados do Atlântico. Para os europeus, o principal efeito foi à acumulação de riquezas que mais tarde contribuiriam para impulsionar a industrialização e para os nativos americanos representou o fim da sua cultura e a adoção de uma nova sociedade.

 

Bibliografia

CORTEZ, Henán. A conquista do México. Porto Alegre: L&PM, 1996   DIVINE, DIVIN E, R. ; FREDRICKS FREDRICKSON, ON, G. ; BREEN, BREEN, T.H. América:passado e presente . Rio de janeiro.Nórdica, 1992.   DREYER – EIMBAKE, Oswald. O descobrimento da terra: história e histórias da

aventura cartográfica.  São Paulo: Melhoramentos / EDUSP, 1988. Conquista e Colonização da América Espanhola. São Paulo: Ática, 1992. GRUZI GR UZINSK NSKI, I, Serge. Serge. O Renascimento Ameríndio. In: NOVAES, Adauto (org). A outra margem do Ocidente. São Paulo: Cia das Letras, 1999.TODOROV, Tzvetan A conquista da América: a questão do outro . São Paulo: Martins Fontes, 1993.   .

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