história 12º ano matéria teste 2 I período Rita

November 21, 2017 | Author: bebeio | Category: Nazi Germany, Fascism, Nazism, Republic, Joseph Stalin
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História 12º ano

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MATÉRIA DO 1º PERÍODO – TESTE 2 MÓDULO 7: CRISES, EMBATES IDEOLÓGICOS E MUTAÇÕES CULTURAIS NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX 1. AS TRANSFORMAÇÕES DAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XX 1.5. PORTUGAL NO PRIMEIRO PÓS-GUERRA P. 84 Objetivo 16. Relacionar a situação económica, social e política de Portugal no pós-guerra com a falência da Primeira República A Primeira República foi implantada, em Portugal, a 5 de Outubro de 1910, no meio de um grande entusiasmo civil e praticamente sem resistência militar. Havia muito que os problemas económicos (em especial, a dependência externa) e políticos (a incapacidade do modelo rotativista de resolver os problemas nacionais, o fracasso da monarquia em assegurar os pianos colonialistas portugueses) provocavam o descredito no sistema monárquico, facto habilmente aproveitado pelo partido republicano português. Porém, o contexto nacional e internacional não favoreceu o sucesso da primeira experiência republicana portuguesa: Contexto político a)A guerra: apenas quatro anos após a instauração da república, teve início a Primeira Guerra Mundial, A discussão politica sobre o papel de Portugal no conflito saldou-se pela decisão de intervir, com o Corpo Expedicionário Português, desde 1916, a fim de auxiliar a Inglaterra e de proteger as colónias cobiçadas pela Alemanha. b)A instabilidade governativa: a Constituição de 1911 definira um modelo político segundo o qual o poder legislativo, representado pelo Congresso, detinha a supremacia política; daqui decorria a facilidade com que o Congresso, na falta de maioria parlamentar, destituía os governos, impossibilitando a prossecução de qualquer tipo de política governativa. A divisão dos republicanos em numerosos partidos políticos (dos quais o mais importante era o Partido Democrático) tornava ainda mais difícil a formação de maiorias parlamentares. Contexto económico a) As consequências económicas da participação na Grande Guerra: apesar de não se terem verificado encontros militares em solo português, os fatores de desorganização económica fizeram-se sentir de forma aguda: -a carência de bens essenciais (pão, carvão, gás, açúcar, batatas) fez subir os preços dos produtos, os quais eram sujeitos ao racionamento (cada família podia adquirir apenas uma quantidade fixa de bens de consumo); -para compensar a falta de meios de pagamento, os governos republicanos aumentaram a quantidade de Massa monetária em circulação: em consequência, a moeda desvalorizou, o que provocou a inflação e a perda de poder de compra dos assalariados. Quanto mais escudo desvalorizava, maior era o custo de vida, o qual aumentou continuamente entre 1910 e 1926. b) Os problemas estruturais da economia portuguesa acentuaram-se com a guerra: a falta de investimento na indústria fez crescer o défice da balança comercial; a dependência das finanças estrangeiras conduziu ao aumento da dívida pública.

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Contexto social a)A perda das bases de apoio da república: a subida do custo de vida provocou o descontentamento social, em particular das classes medias e do operariado. b)A agitação social: em virtude dos problemas económicos e políticos, verificaram-se vagas grevistas, atentados à bomba, propaganda antirrepublicana: o exemplo da Revolução Russa de 1917 intensificou o movimento operário, que ganhou nova força a partir de 1919, com a criação da Confederação Geral do Trabalho. Só no ano de 1920 registaram-se 39 greves. Em resposta, a classe capitalista criou, em 1922, a Confederação Patronal (União dos Interesses Económicos). c)A oposição da Igreja: num país maioritariamente católico, as medidas anticlericais promulgadas pelo ministro Afonso Costa tiveram efeitos catastróficos sobre a opinião pública, pelo que a República perdeu grande parte do suporte popular. Em 1915, foi criado o Centro Católico Português, que reuniu apoios contra a República, fazendo eleger deputados ao Parlamento. A progressiva desagregação da República fez-se sentir em diversas investidas políticas de cariz autoritário, nas seguintes datas: -de 1911 a 1913, Paiva Couceiro tentou, por diversas vezes, restaurar a monarquia portuguesa; -1915, com a ditadura militar do general Pimenta de Castro; -1917-1918, sob a ditadura do major Sidónio Pais (a chamada "República Nova"); -1919, proclamação da “Monarquia do Norte”, na sequência da guerra civil de Janeiro e Fevereiro do mesmo ano. Em 1926, o golpe de Estado do general Games da Costa pôs fim a Primeira Republica e iniciou um longo período de 48 anos de autoritarismo em Portugal (ate à Revolução de 25 de Abril 1974). Objetivo 17. Justificar a permanência da estética naturalista, em Portugal, nas primeiras décadas do século XX Nas primeiras décadas do século XX, enquanto, em França, desabrochavam as vanguardas artísticas (0 Fauvismo, o Expressionismo. „), Portugal permanecia fiel a corrente naturalista que percorrera a Europa desde a segunda metade do século XIX. Na pintura (em que se destacavam Malhoa, Columbano e os mais jovens Carlos Reis e Alberto de Sousa), seguia-se à risca os preceitos do Naturalismo, praticando -se a pintura de ar livre e as descrições da vida popular. Na literatura, vingava uma corrente nacionalista dedicada ao louvor das quali dades supostamente nacionais o escritor Teixeira de Pascoaes, nomeadamente, cultivava o “saudosismo”. A insistência no Naturalismo pode ter -se prendido com o contexto político da época; a mudança de um regime com cerca de 800 anos de idade (a monarquia) para um novo regime (a República) parecia exigir, da parte dos novos poderes, uma fundamentação teórica e Uma justificação a todos os níveis, entre os quais, o da arte. Os republicanos adotaram, para se afirmarem, uma postura patriótica, que se refletiu no apoio às correntes nacionalistas. Por outro lado, o atraso da revolução industrial e da expansão urbana, em Portugal, relativamente aos países desenvolvidos da Europa (França, Inglaterra, Alemanha), pode explicar a insistência na descrição de um mundo rural, idealizado mas que, de facto, era predominante.

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Objetivo 18. Caracterizar o primeiro e o segundo modernismos Os primeiros sinais do Modernismo português surgiram no contexto de exposições de caricaturas e desenhos de humor, nas quais os artistas (por exemplo, Manuel Bentes), dada a "menoridade" do tema, se permitiam usar uma técnica mais livre; alias, a primeira utilização da palavra modernismo data de 1915, aquando da Exposição de Humoristas e Modernistas. Cronologicamente, os estudiosos da literatura distinguem duas etapas no movimento modernista em Portugal: 1. Primeiro Modernismo: designa o movimento que se afirma na segunda década do século XX (1911-1918). O Primeiro Modernismo, apesar de efémero, foi mais arrojado do que o Segundo Modernismo. Duas fontes históricas revelam-se fundamentais para a compreensão das novas propostas artísticas: a) A revista Orpheu - dirigida por Fernando Pessoa e Mário de Sá-Carneiro em 1915, a publicação dos números 1 e 2 da revista (chegou a imprimir-se o número 3, que não foi, então, editado) deu a conhecer um estilo literário completamente diferente de tudo o que se fizera ate então. A revista inclui textos e pinturas fundamentais da literatura portuguesa. No número 1, a Ode Triunfal de Álvaro de Campos (heterónimo de Fernando Pessoa) é o poema que inaugura o Futurismo português, patente, desde o belíssimo inicio, em: "A dolorosa luz das grandes lâmpadas elétricas da fábrica

Tenho febre e escrevo"

como:

O poema 16 de Mário de Sá-Carneiro escandalizou a sociedade da época com versos

“As rãs hão de coaxar-me em roucos tons humanos Vomitando a minha came que comeram entre estrumes" O número 2 de Orfeu também inclui obras-chave da revolução artística, em especial:

-as pinturas de um artista assumidamente excêntrico, Santa-Rita Pintor -o poema de Fernando Pessoa Chuva Oblique; -a Ode Marítima de Álvaro de Campos. A revista Orpheu causou aceso escândalo. Em resposta, a geração de Orfeu, orgulhosa das suas opções, ripostava. O Manifesto Anti Dantas, de José de Almada Negreiros, reagia a um artigo do escritor (e médico) Júlio Dantas e reforçava ainda mais o escândalo pelo estilo do ("Morra o Dantas, morra! Fim!”). b) A revista Portugal Futurista - após a 1a Conferência Futurista de José de Almada Negreiros no Teatro República, em 1917, saiu o único número da revista Portugal Futurista, com colaborações, nomeadamente, de Santa-Rita Pintor (que aparece com a legenda "O grande iniciador do movimento futurista em Portugal"), Fernando Pessoa, Apollinaire, Mário de S6Carneiro. Álvaro de Campos publicava, aqui, um Ultimatum, onde se poderia ler:

"E tu, Portugal-centavos, resto de Monarquia a apodrecer República, extrema-unção-enxovalho da Desgraça, colaboração artificial na guerra com vergonhas naturais em Africa!".

Por seu turno. Almada Negreiros, depois de um longo elogio ao valor da guerra, terminava o seu Ultimatum futurista as gerações portuguesas século XX com a frase:

"O povo completo será aquele que tiver reunido no seu máximo

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História 12º ano todas as qualidades e todos os defeitos. Coragem, portugueses, só vos faltam as qualidades”

A revista foi apreendida pela polícia antes de poder chegar ao público: a república deixava de tolerar a vanguarda artística.

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2. Segundo Modernismo: a expressão designa a corrente artística que se manifestou nos anos 20 e 30 do século XX (1920-1940). O contexto de ditadura que vigorava, em Portugal, desde 1926, colocou entraves à manifestação de irreverência e originalidade que havia caracterizado a Primeiro Modernismo. Na pintura, destacaram-se, nomeadamente, Almada Negreiros (que, no primeiro modernismo. se tinha revelado, sobretudo, como escritor), a sua esposa Sarah Afonso, Eduardo Viana, o casal Robert e Sonia Delaunay. Em revistas (por exemplo, a ABC ), em exposições ou através de encomendas (ficou famosa a decoração de A Brasileira do Chiado) puderam difundir as vanguardas estéticas como o Expressionismo, o Cubismo, o Abstracionismo. Quanto ao Surrealismo, manifestou-se tardiamente em Portugal: só durante a Segunda Guerra Mundial é . que se afirmou claramente um grupo surrealista, liderado por António Pe dro e António Dacosta. Na liter atur a, a segunda ger ação de ar tistas do M oder nismo expr essou se, enquan to grupo, na revista Presença, publicada entre 1927 e 1940, dirigida por José Régio – a quem se deve o mérito de ter publicado parte da obra de Fernando Pessoa – João Gaspar Simões e Branquinho da Fonseca (mais tarde substituído por Adolfo Casais Monteiro). O Modernismo, tornado veículo ideológico do Estado Novo, esmoreceu na sua segunda etapa. Objetivo 19. Analisar os percursos artísticos de Amadeo de Souza-Cardoso, Atmada Negreiros e Eduardo Viana Apesar das diferenças de estilo, os três artistas apresentam traços comuns: -viveram um período das suas vidas no estrangeiro, onde recolheram influências das vanguardas europeias, e regressaram a Portugal devido ao eclodir da Primeira Guerra Mundial; -rejeitaram ou nem sequer frequentaram as escolas de Belas-Artes pois, apesar de dominarem a técnica, consideravam-na um obstáculo à verdadeira expressão artística. No entanto, trata-se de três percursos singulares, dotados de um estilo muito próprio: Amadeo de Souza-Cardoso – viveu apenas 31 anos, no entanto, experimentou vários caminhos dentro das vanguardas: realizou pinturas de cariz abstrato, expressionista, cubista e dadaísta. Era admirador incondicional da obra do pintor Modigliani, como se pode verificar pela preferência por figuras longilíneas e estilizadas. Almada Negreiros – colaborou ativamente nas revistas Orpheu e Portuga! Futurista. O seu Manifesto Anti-Dantas é plenamente modernista, pela reação a todas as formas de conservadorismo artístico. O seu contributo para a decoração do café A Brasileira do Chiado marcou a pintura portuguesa.

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Eduardo Viana – segue as influências de Cézanne, mas também da técnica cubista. Regressou da sua estada em Paris em 1915, devido à guerra, produzindo telas de cores fulgurantes e perspetiva esbatida. 2. O AGUDIZAR DAS TENSÕES POLÍTICAS E SOCIAIS A PARTIR DOS ANOS 30 2.1. A GRANDE DEPRESSÃO E O SEU IMPACTO SOCIAL Objetivo 1. Explicar o crash bolsista de 1929 O crash de 1929 foi uma típica crise de tipo capitalista, do género das que afetaram os EUA, ciclicamente, desde 1810. Porém, a crise de 1929 foi tão grave que fez repensar os próprios fundamentos da livre-concorrência. Depois de uma fase de alta na economia (entre 1925 e 1929), que tomou o nome de "loucos anos 20" ("the roaring twenties"), relacionada com a dependência dos capitais e dos empréstimos americanos no pós-guerra e com a aplicação do taylorismo, seguiu-se uma tendência depressionária. A crise teve origem em dois fatores: por um lado, na superprodução de bens de consumo; por outro, na especulação bolsista - as cotações das ações da Bolsa, cada vez mais altas, não correspondiam à situação real das empresas. A facilidade de recurso ao crédito mantinha os cidadãos na ilusão da prosperidade. Perante os rumores de crise, a partir do dia 22 de Outubro as tentativas de vender as ações aumentaram. Em 24 de Outubro (a "quinta-feira negra") foi posta à venda uma enorme quantidade de ações. Ora, de acordo com a lei capitalista da oferta e da procura, quanto mais ações estavam à venda, menos valiam, pelo que, rapidamente, as ações, dias antes valiosíssimas, não passavam de bocados de papel que ninguém queria comprar: estava instalado o crash (descida rápida do valor das ações). Objetivo 2. Relacionar o crash com a depressão económica e o desemprego que afetaram os anos 30 O crash não teve apenas efeitos sobre os acionistas, mas também se repercutiu sobre todos os sectores da economia: -os bancos, sem hipótese de reaverem o crédito concedido, foram à falência; -as empresas, sem o apoio do crédito bancário e com os stocks a acumularem, diminuíram os preços e o volume da produção -muitas empresas faliram e despediram os seus trabalhadores: -os cidadãos, desempregados retraíram as suas compras; -por falta de consumidores e excesso de produção os agricultores baixaram os preços ou destruíram as produções. Em termos sociais, a crise teve efeitos desastrosos: as populações, arruinadas, percorriam extensões inimagináveis em busca de emprego: construíam-se bairros-de-lata, faziam-se longas filas de espera para uma sopa. Em suma, a gravidade da crise evidenciou a falência do liberalismo puro, exigindo medidas de intervenção do Estado na economia. Objetivo 3. Justificar a persistência da conjuntura deflacionista No intuito de debelar a crise, o presidente dos EUA Hoover, tomou medidas no sentido de reduzir as despesas. Porém, essas medidas apenas vieram agravar a crise, pois os países da Europa que dependiam dos empréstimos e do crédito dos EUA para a recuperação do pós-guerra viram-se, subitamente, sem apoios, o que degenerou numa crise a nível mundial. Por seu turno, os países que

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exportavam matérias-primas também entraram em crise. Os EUA, habitualmente grandes compradores, haviam reduzido as trocas internacionais para regularizar a economia interna. Deste modo, praticamente todo o mundo (exceção feita, quando muito, à URSS, que não seguia o modelo económico capitalista) foi atingido pela crise de 1929, a qual se estendeu pelos anos 30, na chamada "Grande Depressão". 2.2. AS OPÇÕES TOTALITÁRIAS Objetivo 4. Integrar a implantação dos fascismos na conjuntura dos anos 20 e 30 O crescimento da ideologia fascista nos anos 20 e 30 - liderada pela Itália e pela Alemanha - integra-se na conjuntura de profunda crise à qual a democracia parlamentar não conseguiu responder satisfatoriamente. A Itália, apesar de fazer parte do grupo dos países vencedores da Primeira Guerra Mundial, não obtivera as compensações territoriais que achava devidas. A crise económica resultante do pós-guerra era dramática e, em consequência, a agitação social crescia. Esta conjuntura explica que, logo em 1919 (veja-se a proximidade em relação à data do armistício), surja em Itália o movimento fascista (Fasci di Combattimento), tornado Partido Nacional-Fascista em 1921. No ano seguinte, os fascistas, liderados por Benito Mussolini, recebem o poder do próprio rei após a demonstração do seu poder na Marcha sobre Roma. A Alemanha foi a grande derrotada na Primeira Guerra Mundial. À crise económica, marcada pela inflação galopante e pelos milhões de desempregados, juntou-se a humilhação do Tratado de Versalhes (1918), considerado pelos alemães como uma imposição sem margem para negociações - o diktat. Consequentemente, em 1920 é criado o Partido Nacional-Socialista (Nazional-Sozialist, ou, abreviadamente, Nazi), desde logo de natureza violenta, encarnada pelas milícias S.A., também de 1920. Em 1923, Hitler tentou um golpe de Estado (Putsch) que fracassou: a democracia ainda resistia. Porém, os efeitos da grande depressão americana dos anos 30 desferiram o último golpe na República de Weimar: os investimentos e os empréstimos dos EUA com que a Alemanha recuperava economicamente foram cancelados. Em Janeiro de 1933, Hitler foi escolhido para o cargo de chanceler (primeiro-ministro) da Alemanha pelo presidente Hindenburg. Objetivo 5. Distinguir os princípios fascistas dos ideais democráticos e do socialismo O fascismo definiu os seus princípios por oposição aos pressupostos iluministas que fundamentaram a criação das democracias liberais. A ideologia fascista tinha por base os seguintes postulados 1-O totalitarismo (primado do Estado) - ao contrário do individualismo defendido, desde o século XVIII, pelo liberalismo, o fascismo valoriza o indivíduo apenas se este "forma corpo com o Estado" (Mussolini). 2-O antiparlamentarismo - em lugar da ideia de igualdade entre os homens, o fascismo afirmava a desigualdade "benfazeja", razão por que proibia o sufrágio universal que confere igualdade política a todos os cidadãos. Ao contrário do sistema pluripartidário, presente nas democracias, o fascismo impunha o partido único. 3-O culto do chefe - o desdém pelo sistema democrático, considerado por Mussolini "um regime sem rei, mas que o substitui por numerosos reis", conduziu ao reforço do poder executivo, personificado na figura de um líder carismático e inquestionado. A separação de poderes, considerada, nos regimes democráticos, um garante de justiça, deixou de existir.

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4-O militarismo - a crença nas virtudes da guerra e no sacrifício individual opõe-se aos ideais liberais, rejeitados como “mito da felicidade e do progresso indefinido”. 5-O corporativismo - partindo da ideia de que os sindicatos criavam divisões na sociedade, o fascismo defendeu as corporações (organismos que reuniam patrões e operários em corpos profissionais). O fascismo opunha-se, também, ao socialismo, pois negava a teoria da luta de classes enunciada pelo marxismo-leninismo. Nos regimes fascistas os sindicatos e as greves eram, por isso, proibidos. 6-O imperialismo - o nacionalismo exacerbado da ideologia fascista conduziu, em termos de política internacional, ao expansionismo territorial (evidenciado, nomeadamente, na conquista da Etiópia, em 1935, pela Itália de Mussolini, e na "teoria do espaço vital" de Hitler). Anulava-se, assim, o princípio das nacionalidades enunciado no contexto do liberalismo; aboliam-se, também, as premissas do socialismo, que exortavam à associação dos operários de todo o mundo na luta contra o capitalismo. Objetivo 6. Relacionar o culto do chefe no totalitarismo fascista com a defesa das elites Após a Primeira Guerra Mundial, a desorganização socioeconómica foi aproveitada pela ideologia fascista para impor no poder novas elites. A destruição da ideia de representatividade popular fez com que o poder emergisse das organizações fascistas: as elites eram compostas pelos membros do partido fascista, ligados à milícia e ao exército e considerados de raça superior. A chefiá-las estava um homem elevado à categoria de herói, apresentado como um ser providencial (trazido pelo destino) capaz de resolver todos os problemas. A ideia de representatividade popular foi substituída pela ideia do governo dos “melhores”, uma aristocracia liderada pelo chefe incontestado a quem todos tinham de prestar adoração: na Itália, Benito Mussolini era, assim designado por Il Duce" e na Alemanha Hitler era "der Führer" (expressões que significam "o chefe"). Objetivo 7. Exemplificar formas de enquadramento das massas nos regimes fascistas Um dos veículos primordiais da difusão da ideologia fascista era a propaganda política minuciosamente planeada para levar as populações a aceitar os valores fascistas (como o culto do chefe, a disciplina, o auto controlo, a guerra). Os cidadãos deviam inscrever-se num ou, se possível, em vários, dos seguintes organismos do Estado: 1-Organizações juvenis - desde a infância (os "Filhos da Loba", na Itália, aceitavam meninos desde os 4 anos de idade) até ao estado adulto (Juventudes Fascistas, na Itália, e Juventudes Hitlerianas, na Alemanha, ambas para jovens desde os 18 anos) formavam as consciências, predispondo-as ao autoritarismo. 2-Partido único - a filiação no Partido Fascista de Itália ou no Partido Nazi na Alemanha conferia a esse cidadão um estatuto superior e o acesso facilitado a cargos e benesses. 3-As corporações italianas e a Frente do Trabalho Nacional-Socialista - destinavam-se a integrar a classe trabalhadora sob a vigilância do Estado, de maneira a impossibilitar a contestação social. 4-Organizações recreativas e culturais - na Itália, a Dopolavoro - "depois do trabalho" - e, na Alemanha, a Kraft durch Freud - "arte pela alegria" - encarregavam-se de estender a função doutrinal de índole fascista aos momentos de descanso. 5-Manifestações - cuidadosamente encenadas, integravam, geralmente,

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discursos inflamados dos líderes, paradas militares, estandartes e uniformes, de maneira a tirar o maior partido do efeito da concentração de multidões. 6-Ministérios da Propaganda - os modos de influenciar a opinião pública (propaganda) foram cuidadosamente estudados. Nos estados fascistas, a propaganda era entregue a mistérios específicos que tinham a incumbência de louvar - nos jornais, na rádio, no cinema e até em altifalantes colocados em locais públicos - o sistema fascista e, simultaneamente, de perseguir e punir todos os opositores. Objectivo 8. Mostrar o exercício da violência nos fascismos A ideologia fascista defendia a violência, nomeadamente a guerra, justificando-a como o meio de preparar o género humano para suportar sacrifícios e, deste modo, aperfeiçoar-se. A violência foi utilizada pelos fascistas para chegarem ao poder e continuou a utilizar -se para se manterem no poder. Ela traduziu-se, nomeadamente, pelas seguintes organizações: 1-Milícias na Itália e na Alemanha, foram criados grupos armados ao serviço da perseguição política. Na Itália, ainda antes de 1922, os esquadristas lideravam ataques a sindicatos e a partidos políticos de esquerda, cujos chefes eram espancados, permaneceram depois da implantação do fascismo, sob a designação de Milícia Voluntária para a Segurança Nacional. Na Alemanha, as milícias eram as S.A. (criadas em 1920) e as S.S. (de 1925), cuja rivalidade deu origem aos assassinatos da "noite das facas longas", de 19 34, com vantagem para as S.S. 2-Polícias políticas - a repressão de toda a forma de crítica ao regime era, também, assegurada pela polícia política: na Itália, esta era designada por Organização de Vigilância e Repressão do Antifascismo (OVRA) e na Alemanha era chamada Gestapo (de 1933). 3-Campos de concentração - criados na Alemanha, logo a partir da instauração do totalitarismo hitleriano (1933), eram locais onde as vítimas do regime fascista eram sujeitas a trabalhos forçados, à tortura e ao assassínio em câmaras de gás. A descoberta das terríveis condições a que estavam sujeitos os presos dos campos de concentração chocou a Humanidade quando os sobreviventes foram finalmente libertados, no final da Segunda Guerra Mundial. Objetivo 9. Relacionar as perseguições antissemitas com a violência racista nazi O antissemitismo (ódio aos judeus) não foi inventado por Hitler: em várias épocas da História, os judeus foram perseguidos e estigmatizados (afastados da convivência com os restantes cidadãos). Porém, o regime nazi aproveitou o preconceito geral contra os judeus para instigar a população alemã ao racismo. Hitler, no seu livro Mein Kampf (A Minha Luta), tentou justificar o racismo através de uma pseudocientificidade - a doutrina da superioridade da raça ariana. Na prática, esta teoria serviu de justificação à perseguição, não só aos judeus, mas também a todas as formas de diferença em relação aos "arianos" (alemães que não tivessem nenhum parente judeu até aos quatro avós) e nomeadamente, homossexuais, ciganos, eslavos, pessoas portadoras de deficiência mental ou física, opositores políticos. Em nome do melhoramento da raça (eugenismo) o racismo nazi adquiriu contornos de sadismo que são, ainda hoje difíceis de explicar em termos históricos. A violência contra os judeus, principal alvo do nazismo, manifestou-se rápida e persistentemente, passando por várias etapas:

-1933 - os cidadãos foram impedidos de comprar bens em lojas de judeus; estes

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não podiam exercer profissões liberais ou no funcionalismo público; apenas um número restrito de judeus podia frequentar o ensino universitário; -1935 - as leis de Nuremberga impediam o casamento e as relações sexuais entre judeus e arianos e privavam os alemães de origem judaica do direito à nacionalidade; -1938 as empresas judaicas foram encerradas e os seus bens foram confiscados. Na chamada Noite de Cristal (de 9 para 10 de Novembro), os nazis levaram a cabo um pogrom (perseguição) nas ruas: vandalizaram sinagogas e lojas judaicas, tendo exigido o pagamento dos estragos à comunidade judaica. Os judeus foram obrigados a usar uma estrela de pano amarela cosida na manga da roupa para serem imediatamente identificados. Estavam, então, proibidos de exercer qualquer profissão e de frequentar lugares públicos; -1940 - os judeus foram obrigados a viver em guetos - bairros separados do resto da população e com uma área insuficiente para todas as famílias judaicas da cidade (por exemplo, o gueto de Varsóvia, na Polónia); -1939-1945 - durante os anos da Segunda Guerra Mundial, os nazis causaram a morte de cerca de 6 milhões de judeus. A sua política de genocídio (extermínio em massa) dos judeus era designada por "solução final". Pela dimensão das atrocidades cometidas nos campos de concentração, este genocídio ficou conhecido por Holocausto ou Shoah (catástrofe, em hebraico). A teoria de que uma "raça" tão especial como a ariana precisaria de mais espaço para se desenvolver conduziu, por outro lado, ao expansionismo agressivo do regime hitleriano, sob o nome de "teoria do espaço vital": os alemães arianos seriam reunidos sob o império nazi - o 3° Reich. -em 1938 a Alemanha anexou a Áustria, -em 1938 os Alemães ocuparam a região dos Sudetas, na Checoslováquia; -a 1 de Setembro de 1939 invadiram a Polónia, facto que provocou a reação da Inglaterra e da França, dando início à Segunda Guerra Mundial. Objetivo 10. Caracterizar o modelo económico seguido pelos totalitarismos fascistas Em Itália e na Alemanha, os regimes fascistas subiram ao poder, em grande medida devido ao desespero das populações face à crise económica. Mussolini e Hitler propunham-se resolver os problemas da hiperinflação, do desemprego, da destruição material. O modelo económico seguido pelos totalitarismos fascistas foi a autarcia que consistia em atingir um ideal de autossuficiência. Pôs-se em prática uma forte intervenção do Estado (como é próprio dos regimes., totalitários) em todas as atividades económicas: -Agricultura - Mussolini apoiou as batalhas da produção, nomeadamente: a batalha do trigo (1925), para tornar a Itália autossuficiente na produção desse cereal, e a batalha da bonificação, para recuperação e povoamento das terras pantanosas. Durante a vigência do regime nazi, a Alemanha tornou-se autossuficiente em alguns bens de consumo de primeira necessidade, como o trigo e o açúcar. -Comércio - procedeu-se a um protecionismo económico (subindo as taxas alfandegárias e controlando as importações e as exportações) e o Estado fixou preços para a venda de produtos. -Indústria - na Itália, o Estado investiu capitais nas empresas para ajudar à recuperação do sector industrial enquanto o sistema de corporações permitia um maior controlo sobre a indústria. Na Alemanha, alguns grandes capitalistas aderiram ao nazismo de

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maneira a obter encomendas do Estado. Graças a essa injeção de capitais, Hitler fomentou uma política de construção de obras públicas (auto-estradas, caminhos de ferro) e procedeu ao rearmamento do país, desrespeitando as cláusulas do Tratado de Versalhes. No entanto, a recuperação económica tão apregoada teve enormes custos humanos: -a população era sujeita aos racionamentos; -combate ao desemprego foi bem-sucedido à custa do afastamento e genocídio de milhões de judeus e da utilização da população ativa na economia de guerra e no exército (a Wehrmacht integrava 13 milhões de soldados, na década de 30 do século XX, na Alemanha); -a extração de matérias-primas foi conseguida através da colonização italiana (caso da conquista da Etiópia, em 1934-35) ou do imperialismo hitleriano (conquistas no âmbito da Teoria do espaço vital). Objetivo 11. Analisar a Acão política e económica de Estaline Lenine faleceu em Janeiro de 1924. Staline, secretário do partido Comunista desde 1922 acabou por ganhar na disputa para a liderança. De 1928 até 1953, data da sua morte, Lenine liderou a União soviética sem entraves de qualquer espécie, empenhando-se na construção da sociedade socialista e na transformação da Rússia em potência Mundial. Perante a vigência do regime estalinista, a economia soviética assentava em dois postulados: 1. A colectivização dos campos - a partir de1929 os campos agrícolas foram expropriados aos seus proprietários - os Kulaks - e integrados em cooperativas de produção, chamadas Kolhozes. Nestas quintas a produção era entregue à coletividade, o que levou, muitas das vezes, à oposição dos lavradores, que chegavam a abater o gado para não o entregar aos Kohlkozes. 2. A planificação económica - de cinco em cinco anos (planos quinquenais) a partir de 1928, delineavam-se metas de produção para os vários sectores da economia (por exemplo, indústria pesada e de bens de consumo). Simultaneamente, fazia-se o elogio do trabalho e louvavam-se os esforços dos mais produtivos. O objetivo da planificação era recuperar do atraso industrial da União Soviética e tornar o país completamente autónomo em relação aos países capitalistas (ideal de autarcia que, de outros modos, também era partilhado pelos totalitarismos fascistas). Quer a coletivização agrária, quer a planificação surtiram resultados positivos em termos económicos: em 1940, a URSS já era uma nação industrial, com uma produção intensa de zarvão, aço, petróleo e eletricidade. Em termos políticos, já em 1923 Lenine escrevia, a propósito d o secretário geral do partido comunista: "Estaline é demasiado brutal". Tendo-se tornado líder da URSS após a morte de Lenine, em 1924, Estaline (pseudónimo que deriva da palavra Stal que, em russo, significa "aço") impôs um regime totalitário extremamente repressivo. Até à sua morte, em 1953, Estaline perseguiu todos os opositores, através de: -purgas periódicas dentro do Partido Comunista, eliminando os elementos que o poderiam criticar (por exemplo, aquando dos processos de Moscovo, entre 1936 e 1938); -criação de uma polícia política (a NKVD); condenação a campos de trabalho forçado (o Gulag) de todos os elementos considerados indesejáveis;

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História 12º ano -integração das crianças e dos jovens em organizações estalinistas (por exemplo, as

Juventudes Comunistas),

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-controlo do poder político, dos órgãos do Estado e dos sindicatos pelo Partido Comunista; -substituição, no partido, no exército e na administração, dos heróis da revolução de Outubro de 1917 por funcionários do Estado obedientes a Estaline; -culto da personalidade de Estaline através de propaganda política. 2.3. A RESISTÊNCIA DAS DEMOCRACIAS LIBERAIS Objectivo 12. Relacionar as medidas do New Deal com a intervenção do Estado na economia dos EUA Os problemas económicos e sociais provocados pela crise de 1929 levaram a que o economista John Keynes pusesse em causa, nos anos 30, a ideia de que o sistema capitalista era capaz de se auto-regular. Keynes defendia o intervencionismo estatal: o Estado intervinha na economia regulamentando a relação entre o consumo e o investimento, de maneira a minorar os efeitos das crises cíclicas e a resolver o problema do desemprego. A sua teoria não se opunha, de maneira alguma, ao liberalismo económico; pretendia, sim, o "exercício feliz da iniciativa privada" e "assegurar, quanto possível, o pleno emprego". Foi com base no keynesianismo (isto é, nas teorias de John Keynes) que o presidente eleito em 1932, Franklin Roosevelt, delineou o plano de recuperação da economia durante os anos da Grande Depressão - o New Deal (que pode ser traduzido por "nova jogada"). O intervencionismo estatal destinava-se, em primeiro lugar, a resolver o problema do desemprego, pois, criando empregos, propiciava -se o surgimento de consumidores capazes de absorver a produção agrícola e industrial. Em 1933-1934, o New Deal pautava-se por um conjunto de medidas, entre as quais se destacam: -o investimento do Estado na construção de grandes obras públicas (por exemplo, a famosa ponte Golden Gate, na cidade de São Francisco); -a desvalorização do dólar (que fez baixar o valor das dívidas ao estrangeiro); -a reorganização da atividade bancária: -a concessão de empréstimos e de indemnizações aos agricultores; -a fixação de preços para os produtos industriais; -a garantia de um salário mínimo: -a liberdade sindical. Numa segunda etapa, entre 1935 e 1938. estabeleceram -se leis de proteção social, nomeadamente:  o fundo de desemprego; - a reforma por velhice e invalidez; - a semana de trabalho de 44 horas; - os subsídios por pobreza. Roosevelt foi reeleito presidente em 1936, 1940 e 1944 (morreu em 1945), o que evidencia o sucesso das suas medidas. Em resultado do New Deal, a indústria teve uma recuperação fulgurante e o desemprego baixou de 12 milhões de pessoas em 1933 para 8 milhões em 1937. O liberalismo económico passara a aceitar o intervencionismo estatal como estratégia de sobrevivência.

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Isabelle Valente

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