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April 23, 2019 | Author: Mêlissa Ferreira | Category: Democracy, Plato, Aristotle, Republic, State (Polity)
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história das ideias politicas...

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As grandes ideias da Atenas democrática Depois das guerras médicas, o pensamento politico grego atravessa um período de desenvolvimento extraordinário, condicionado em grande parte pelas transformações económicas e sociais que se operam na Grécia continental, e particularmente em Atenas. A cidade vai construindo uma estrutura politica democrática, é ela que domina o movimento dos ideais. A democracia  o estado politico que prevalece em Atenas no séc. !. "éricles. "éricles #século ! a.$., de % ou & '()*'+ a.$.- foi um nore ateniense, /omem inteligente e sáio, que aril/antou a apreciada 0gura do estadista culto, moderado e cívico através da sua defesa da democracia #ainda /o1e o 2século de "éricles3 é con/ecido como o período áureo da democracia ateniense-. 4ual o regime político ideal5 4uem deve ser governante5 6m enefício de quem se deve governar5 4uais as vantagens e inconvenientes respectivos do governo de um só /omem #monarquia, ditadura- e do governo do povo #rep7lica, democracia-5 8a sua apologia pela democracia, "éricles defendia um modelo de democracia directa, e caracteri9a o regime vigente em Atenas como um regime em que o 6stado era administrado no interesse do povo e n:o das minorias. Deste modo, este pensador entende que as regras principais da democracia seriam a igualdade e a lierdade; igualdade, na medida em que as leis asseguravam a todos um tratamento por igual, e, no que di9ia respeito < vida p7lica, cada um otin/a uma igual consideraç:o em funç:o dos seus méritos e valores pessoais #e n:o em valor da classe social a que se pertence-= a lierdade, seria um princípio fundamental, uma ve9 que estimulava a participaç:o da opini:o p7lica, mesmo nos deates que envolvessem as grandes questões do 6stado #pois "éricles entendia que as grandes questões só tin/am a gan/ar com a livre discuss:o e argumentaç:o das opiniões-. Deste modo, facilmente se conclui que todo o seu discurso 0ca indelevelmente marcado pela apologia do equilírio, da toler>ncia e moderaç:o da acç:o política, demonstrando particular atenç:o pelas leis sociais, e defendendo a possiilidade dos mais pores saírem da sua déil situaç:o através do traal/o. Durante o tempo que governou Atenas #mediante ?) eleições sucessivas para o cargo de estratego-, "éricles privilegiou a qualidade de vida #o desporto, a cultura, os espectáculos, en0m os 2costumes de Atenas3 -, exacerou a prosperidade económica da cidade #em como a sua aertura ao exterior-, além de elogiar os que morriam como /eróis em defesa da "átria, exortando aos vivos para que saiam /onrar o exemplo dos que pereceram no cumprimento do dever, em como as 2as instituições políticas3 de Atenas. A democracia ateniense apresentava, contudo, algumas imperfeições e limitações. $aracteri9ava*se por ser uma democracia directa e n:o representativa, na qual somente participavam os cidad:os de Atenas, ou se1a, os indivíduos que eram 0l/os de pai e m:e atenienses, com mais de @? anos de

idade, e com serviço militar cumprido. As mul/eres n:o possuíam poderesdireitos cívicos nem 1urídicos, n:o podiam possuir propriedades e era* l/es vedado o ensino. 8o entanto, respeitava a lierdade de opini:o, a lierdade de entrar e sair do país e outras lierdades essenciais, e conferia aos cidad:os o direito de participaç:o no deate das grandes questões de interesse geral. Bacilmente se constata que Atenas era palco de uma sociedade esclavagista, na qual os metecos #os cidad:os estrangeiros, como veio a ser o caso de Aristóteles, por exemplo- eram origados a cumprir determinados deveres, como pagar impostos e cumprir serviço militar, além de n:o poderem participar da vida política da cidade. Pontos essenciais: "éricles elogia a democracia e a sua superioridade sore os restantes regimes políticos= a a0rmaç:o dos princípios ásicos da igualdade, da lierdade e da participaç:o cívica na vida p7lica= a apologia do deate p7lico das grandes questões do 6stado= a defesa da toler>ncia, do equilírio e da moderaç:o na acç:o política= a atenç:o particular concedida ncia para descrever a realidade política de Homa. As causas reais surgem nos caps. '+*)Q. As duas causas da condiç:o #sUstasisde um estado s:o costumes e leis. Fe as vidas privadas forem virtuosas, o estado será om; sen:o, n:o. A aristocracia romana parece ter mais sentido de dever cívico do que os adversários. Js romanos nunca d:o nada em troca. Js ritos funerais impressionam o povo. A /onestidade nos cargos p7licos distingue Homa de $artago. 6 0nalmente o temor reverencial religioso do povo romano, #deisidaimonia-, mostra que Homa n:o passou pela desintegraç:o cultural que afectou a Grécia e manteve a integridade de um povo rural lançado < conquista do mundo. Fe estes s:o as verdadeiras causas da sucesso romano, por que ra9:o "olíio insiste no modelo do regime misto para compreender a evoluç:o política de Homa cu1a semel/ança com a Grécia é super0cial5 A sua 1usti0caç:o é de que os argumentos dos clássicos, "lat:o e Aristóteles, s:o complexos, e apenas tCm sentido pleno para os que a conceeram #!E, ),@-. "olíio apela ao 2senso comum3 #]oine epinoia- A sua grande9a reside em conceer a força e a fraque9a da ideia imperial; Homa representava a ordem de0nitiva da /umanidade e n:o uma organi9aç:o de poder entre outras. J oris terrarum tornara*se em unidade geopolítica a ser disputada por todos os contendores. 6m segundo lugar, o imperium crescera < custa de populações que perdiam a

individualidade. A nova ordem, a pax romana, estendia a sua m:o férrea sore os povos. Binalmente, irrompera a ideia de $aesar, o /omem cu1a força pessoal consegue dominar os poderes erráticos e moldá*los num todo. Ras a mesma fortuna que impusera este Wdestino manifestoW poderia liquidá*lo, tal como lemrará Raquiavel ao teori9ar a fortuna secunda et adversa.

CÍC$O As ideias gregas sore cidadania estavam < disposiç:o dos 1uristas romanos constituindo um património rico de que $ícero é porta*vo9 no sec.E a.$., $ícero é, de certo modo, o triunfador do 2senso comum3, o indivíduo dotado da clare9a do orador e do advogado, um dos autores mais citados no Jcidente desde os padres da Egre1a, aos 6scolásticos até aos criadores do moderno direito natural racionalista. "assa pelo 2cicerone3 perfeito de muitos dos termos constantes no pensamento político ocidental, em particular no capítulo da cidadania= re0ra*se apenas a traduç:o que fe9 fortuna de politeia por res pulica. J termo latino é tanto traduç:o como traiç:o ao grego porque res é oriundo do direito civil. $ontudo, estamos perante um autor que é claro nas fórmulas mas n:o no conte7do do que pensa. 8este sentido, tem a import>ncia do 2opinion*ma]er3 e n:o do cientista, do 0lósofo, do teórico ou do visionário da vida da cidade. 6m imitaç:o de "lat:o, tamém $ícero escreveu uma 2Hep7lica3 e as 2Ieis3. Ras ao compararmos os diálogos vemos que para além de a Hep7lica de $ícero tratar do estado ideal e terminar com o famoso son/o de $ipi:o de que a ideia de virtude deveria guiar o estadista, * em paralelo com a "oliteia platónica, que descreve a cidade *modelo e termina com o son/o de 6r de um mundo mais 1usto * pouco mais existe de comum. $ipi:o 6miliano é o porta*vo9 do diálogo porque 2acrescentou o saer estrangeiro, originado por Fócrates, aos costumes tradicionais do seu país e dos antepassados3 #Hep. EEE, +-. 6 este porta*vo9 é signi0cativo porque, tal como outros romanos do seu tempo, $ícero sente um misto de superioridade e de ressentimento perante a Grécia. Fuperioridade porque a força romana impediu os Gregos de caírem no caos e na arárie= ressentimento porque a sumiss:o esconde a maior perfeiç:o da civili9aç:o vencida. A 2Grécia cativa cativou os captores3 como escreveu orácio. A 1usti0caç:o da posiç:o ciceroniana é o sucesso; o sucesso colectivo de Homa e o sucesso pessoal do /omem novo na política, cego para os dramas da /istória < sua volta, pelo menos até que l/e ven/am ater < porta. "ara o  1urista romano, "lat:o e os demais 0lósofos gregos eram apenas teóricos que expuseram com pouco sucesso um sistema ideal de governo. J ideal de $ícero é o do cidad:o romano que se origa a seguir os preceitos da autoridade. "ara de0nir o estado ideal asta descrever a constituiç:o da rep7lica. 8uma passagem de saor amargo para nós, portugueses, a0rma $ícero que a instailidade de um povo de navegadores, como eram os gregos, afectava as suas cidades e instituições que 2Lutuavam3, instáveis #Hep. EE, '-. Js 1uristas romanos s:o muito superiores aos gregos e o imperium romano cresceu e estaili9ou*se até ocupar a cosmopolis, apenas son/ada por outros.

As opiniões de $ícero, representativas do seu tempo, alimentavam*se da corrente do estoicismo, do sec EE a. $., presente no círculo dos $ipiões através de personalidades como "anécio de Hodes e "olíio. J estoicismo inicial insistia no que /o1e foi seculari9ado como 2gloali9aç:o3, ou se1a na existCncia de um espírito, logos e nomos #ratio e lex- que emana do todo para todos os /omens e que determina a igualdade. 6m consequCncia desta igual participaç:o na ra9:o divina, cada /omem tem duas pertenças e duas cidadanias; a do seu nascimento e a cosmopolis. $ícero transformará esta fórmula estóica na fórmula de que um /omem tem duas cidadanias, a terra natal e Homa #Ieis, EE,@-. J laço da ordem 1usta é constituído por nature9a. A verdadeira lei * vera lex * é recta ratio consonante com a nature9a, difundida em todos, eterna e imutável= c/ama o cidad:o ao dever pela sua autoridade e impede a prática do mal pela sua proiiç:o. #Hep, EEE, @@-. A lei adquire ma1estade. J império adquire a qualidade de ser divino. 6sta concepç:o legalista tornou*se um factor decisivo na /istória das ideias. Homa tornou*se o modelo de futuros impérios que concedem a cidadania a troco da sumiss:o. Fe 1á existe o povo e o governo imperiais, n:o é necessário inquirir das condições de existCncia do que é uma oa comunidade política. Js prolemas políticos devem ser tratados no quadro da legalidade existente. Sma ve9 estaili9ado o quadro constitucional, os prolemas políticos tendem a ser redu9idos a prolemas de ordem 1urídica. J governo de Homa é a res pulica, relacionada com a res populi. A aplicaç:o mico de Deus para o mundo através da causalidade criadora, e do mundo para Deus através do desiderium naturale ; A origem desta cominaç:o deve*se ao sentimento que fe9 de Pomás um santo; a experiCncia da identidade entre a verdade de Deus e a realidade do mundo. WA ordem das coisas na verdade é a ordem das coisas no serW. 6sta frase da Fumma $ontra Gentiles signi0ca que o intelecto divino está impresso na estrutura do mundo= que a descriç:o ordenada do mundo resultará num sistema que descreve a verdade de Deus; que cada ser tem a sua ra9:o e sentido na /ierarquia da criaç:o divina= que cumpre a 0nalidade da existCncia ordenando*se ao 0m 7ltimo que é Deus. A frase tamém se aplica ao /omem individual. Jntologicamente, o intelecto /umano veicula a marca do intelecto divino. Retodologicamente, o uso do intelecto revela a verdade de Deus manifesta no mundo. "raticamente, a tarefa do pensamento signi0ca a orientaç:o da mente para Deus. 97 O intelect+al cristão J mel/or dos auto*retratos do Fanto surge nos capítulos de aertura da Fumma $ontra Gentiles. F:o Pomás de Aquino concee a 0loso0a como arte de ordenar as coisas para um 0m. 6ntre todas as artes, a 0loso0a é a superior porque contempla a 0nalidade do universo, ou se1a Deus, e apresenta os conte7dos do mundo a 6le ordenados. Jra Deus é Entelecto. A 0nalidade da 0loso0a é o em do intelecto, que é a verdade. 8o termo !eritas fundem*se trCs sentidos; a fé revelada pela incarnaç:o #Mo:o, ?Q,+K-= a auto*manifestaç:o da Deus na criaç:o= o traal/o intelectual que é a manifestaç:o do intelecto divino. Ao invés do intelectual averroista, Pomás digni0ca a autoridade intelectual porque o intelecto /umano é a ratio da existCncia /umana criada por Deus. Através da vida intelectual o /omem aproxima*se da divindade. J intelectual sae mais que o /omem comum mas este n:o é um vilis /omo. ao qual se aplica o termo idiota ou ent:o rudis /omo com o duplo sentido de leigo crist:o e leigo no saer. Pudo o que o 0lósofo sae através da actividade do intelecto, o leigo sae através da revelaç:o de Deus em $risto. A manifestaç:o sorenatural da !erdade em $risto ao /omem comum identi0ca*se < manifestaç:o natural da verdade no saedor. c7 ?= e raão Bé e ra9:o n:o entram em conLito porque o intelecto /umano veicula a marca do intelecto divino. Deus n:o decepciona o intelecto com resultados que

contradigam a fé revelada. J intelecto pode errar mas consegue alcançar verdades como a existCncia de Deus, deixando para a fé revelada verdades inacessíveis < ra9:o, tais como o carácter trinitário da divindade. 6ste dinamismo teórico separa as esferas da teologia natural e sorenatural. A esfera sorenatural está removida do deate intelectual e pertence < revelaç:o e ncia das rique9as. Ras, por ra9ões práticas, acrescenta que o regime ideal n:o deve ser uma monarquia pura. "ara ele, é necessário associar < responsailidade do governo n:o só as elites, capa9es de, pela sua inteligCncia, pelos seus con/ecimentos, pelos seus méritos, assegurar uma oa gest:o dos negócios p7licos, mas tamém, no tocante nica era usada por FalisurU para evidenciar a estrutura interna da comunidade. Rarsílio retoma esta imagem da entidade política para passar < soluç:o do prolema de como um indivíduo ou grupo dominantes, a pars principans, exercem a sua autoridade representativa. &.7 O 6ro9lema de a+toridade intram+ndana re6resentati(a7 O legislador A analogia org>nica a1uda a evocar a comunidade como um todo mas n:o a1uda a resolver o prolema da autoridade representativa. Fe a autoridade do governante n:o provém de Deus, mas antes se locali9a na comunidade intramundana, o governante deriva a sua autoridade dos memros que deve regular. A fonte tem que estar no todo que antecede os partes. Rarsílio é o primeiro pensador político do Jcidente a enfrentar o prolema de que por detrás da constituiç:o, está o poder constituinte do povo que se re7ne em assemleia. A soluç:o encontrada é perfeita para o tempo. A fonte de que a governante deriva autoridade é o legislator. 6ste legislador #o nomot/etes de Aristóteles- é o agente intramundano que autori9a a ordem constitucional so a qual o governante exerce as suas funções, incluindo a legislativa. Di9 a mais famosa passagem do Defensor "acis, E,?@, +; 2De0nimos conforme a verdade e a opini:o de Aristóteles em "olítica EE,Z #EE,?? na contagem actual- que o populus ou civium universitas ou a sua parte socialmente relevante #pars valentior- é o legislator ou primeira e propriamente causa efectiva da lei através da sua escol/a ou vontade expressa #per sermonem- numa assemleia geral dos cidad:os, comandando ou determinando que algo se1a ou n:o feito acerca das acções civis dos /omens mediante castigo temporal ou puniç:o. 4uando digo bvalentior pars signi0co relevante pela quantidade em como pela qualidade das pessoas na comunidade para a qual a lei é dada= assim será, quer a supramencionada universitas civium ou a sua parte socialmente relevante se tornem a lei, quer con0em a feitura da lei a uma ou mais pessoas que n:o podem evidentemente ser o próprio legislator mas que actuam para um 0m

de0nido num tempo de0nido e de acordo com a autoridade que l/es foi conferida pelo legislator3 #E,?@,+-.  Pudo depende do signi0cado dos termos pars valentior e universitas civium.  inaceitável que universitas signi0que o eleitorado no sentido moderno e pars valentior a maioria. A primeira vers:o do texto de0ne valentior como consideratae quantitate, e a ediç:o emendada acrescenta et qualitate. $omo parte prevalecente ou dominante n:o é esclarecedor, usei a traduç:o de Rax eer, como arangendo todos os memros da comunidade que causam perturações caso fossem negligenciados.  esta a intenç:o de Aristóteles na "olítica e de Rarsílio no cap.?+ do Defensor "acis. Js memros pores da comunidade s:o relevantes devido ao n7mero, os que possuem mais carácter, educaç:o e propriedade s:o*no devido < qualidade. "or isso Rarsílio distingue os indocti #E,?+,(- camponeses, artes:os e mercadores, da classe superior de sacerdotes, capit:es e legistas. 6ste equilírio entre a iniciativa dos poucos que s:o educados e o apoio da massa dos indocti reLecte a estrutura das comunas italianas da época e vale genericamente para a sociedade medieval tardia. J legislator é a0nal a sociedade medieval estrati0cada, aspecto tanto mais de salientar quanto Rarsílio n:o precisava conceer nestes termos o todo da comunidade. "oderia defender uma teoria do governo democrático popular. As forças sociais que favoreciam este desenvolvimento existiam na Etália e em cidades do norte da 6uropa. Ras nem Rarsílio se interessava pela força espiritual destes movimentos nem nele existe traço do /omem crist:o livre e espiritualmente amadurecido de0nido por F:o Pomás de Aquino. J elemento populista no Defensor apenas resulta da descriç:o da estrutura institucional das comunas. 6m suma, a teoria do legislator é a primeira construç:o consistente da unidade política intramundana, criando a autoridade de um todo da comunidade anterior ncia na acç:o porquanto parecem ser a via para a estailidade social. Roro transmitiu com dignidade a ideia da existCncia moderada dos utópicos mas con/ecia su0cientemente a alegria do mundo para saer que a existCncia ideal seria uma grande Wc/aticeW. 6, como escreveu P.F.6liot, Wcom soluções pragmáticas seria possível criar uma ordem t:o perfeita que ninguém mais precisaria de ser omW. Assistimos assim < transformaç:o de uma escatologia $rist: numa nova escatologia que n:o é ainda revolucionária. A ra9:o prática deixa de participar e de se orientar pela ra9:o divina #lierdade- e converte*se num con1unto de regras #ideais normativos e valores- axiologicamente desligadas da realidade /istórica. A expectativa $rist: de salvaç:o num novo mundo é sustituída pela teleologia da perfeiç:o intramundana. Roro ainda n:o acredita que a descriç:o

da sociedade ideal se possa converter numa tentativa de mudança irrealista da nature9a /umana= ainda n:o pensa numa revoluç:o que modi0caria o /omem de modo a fa9er desaparecer do mundo o prolema do mal. ans Srs von Valt/asar descreveu o ideal como uma decomposiç:o do cristianismo. "romet/eus. ApocalUpse der deutsc/en Feele. 6 esse ideal que segundo Roro existe em nen/ures, tornar*se*á com o tempo o ideal das ideologias que renunciam < ordem na consciCncia, na sociedade e na /istória. F:o possíveis várias atitudes ideológicas; a- J activista ou "aracleto místico pretende aolir a soera= casos de $omte, Rarx, Bourier= - J proponente de um estado*Ieviat: quer moderar a cupide9 e a estupide9 individuais= oes, Ioc]e, amilton, Radison= c- Js inocentes 7teis, os compagnons de route, s:o pelagianos que acreditam mesmo no ideal e pensam que tudo se vai compor e que acaará por surgir uma soluç:o. As consequCncias da adopç:o do ideal como critério asoluto de 1ustiça da acç:o e como morali9aç:o da conduta p7lica s:o inexoráveis; ?- J possuidor de um ideal perde consciCncia da sua soera e pleonexia. @- A soera é canali9ada para a formaç:o do ideal. +- Fe a pervers:o l/e preenc/er a mente, o idealista perde o sentido da culpa porque o ideal é um asoluto moral. '- J ideal santi0ca os meios necessários para a sua reali9aç:o. )- 4uem está contra o idealista está errado. J utópico leva a cao guerras 1ustas e pratica a violCncia com oa consciCncia. Z- A tragédia do conLito é eliminada da /istória. J inimigo n:o tem o direito a coexistir com o idealista. K- J ideal é contra a pluralidade de civili9ações na /istória. Fó a civili9aç:o do idealista é oa.Q- A defesa dos valores próprios origa a praticar rutalidades em nome da dignidade.

N"COLAU MA!U"AE$L A originalidade de J "ríncipeh de RA4SEA!6I está em que ele quera completamente com a tradiç:o do pensamento político que o procedeu; quera com a tradiç:o de "IAPJ, de AHEFPjP6I6F, e de $k$6HJ, e quera com a tradiç:o medieval crist:. 4uera com a tradiç:o greco*latina clássica, na medida em que n:o situa o 6stado perante o Rundo, nem perante o $osmos, n:o se preocupando minimamente com a existCncia de leis eternas e universais ou com qualquer referencia ao direito natural, e tamém na medida em que opta pelo realismo "olitico contra o idealismo ético. 6 quera com a tradiç:o medieval crist:, na medida em que, além de omitir referencias á lei natural, nunca fala em Deus, ignora as limitações morais dos governantes, aconsel/a muitas ve9es a prática de actos imorais, e seesporadicamente fala na religi:o n:o é para l/e suordinar a politica mas, em ao contrário, para a0rmar que a religi:o é 7til ao 6stado porque a1uda a convencer os povos a oedecer ncias. RA4SEA!6I n:o fa9 1uí9os morais. "ara ele n:o tem sentido distinguir entre rei e tirano; o príncipe é om ou mau, n:o em funç:o de critérios éticos, mas em funç:o de Cxito político. Vom é o príncipe capa9 de conquistar o poder e de o manter por muitos anos= é mau aquele que n:o c/ega a possuir o poder ou eu o perde em pouco tempo. "ara ele, n:o /á política 1uí9os éticos; o 7nico critério é o do Cxito político. 8:o importa se os príncipes usam ou n:o a crueldade; o que conta é se a crueldade foi em usada e teve Cxito, ou foi mal usada e fracassou. A mel/or forma de governo. & Fe é certo que RA4SEA!6I n:o distingue entre formas de governo s:s e degeneradas. Esto n:o quer di9er, todavia, que ele n:o

a0rme as suas preferCncias. Bá*lo, por critérios de conveniCncia política e n:o por critérios morais. 6m princípio, e como regra geral, RA4SEA!6I prefere a Hep7lica. "refere*a por se tratar de um governo livreh, isto é, do governo que mel/or defende a lierdade. 6 tamém porque, segundo ele, a Ronarquia tem diversos inconvenientes de peso; na verdade, a monarquia depressa se transforma de electiva em /ereditária e, nesta, surge com frequCncia o fenómeno dos 0l/os que degeneram dos seus pais, e que se entregam ao luxo, ao egoísmo e a toda a espécie de pra9eres. Assim, os príncipes atraem sore si o ódio geral. Do ódio nasce o medo. 6 o medo mais cedo ou mais tarde, condu9 sempre á tirania, a qual se caracteri9a pela instailidade. A 6ol1tica como cincia7 RA4SEA!6I, reivindica a autonomia do fenómeno politico & em como a autonomia do estudo da politica & em relaç:o a outros fenómenos sociais, e em relaç:o a outras disciplinas do pensamento. Pal autonomia da política é a0rmada e defendida pelo Fecretário Blorentino soretudo em relaç:o á moral. 4uando c/ama a atenç:o para que é um erro propor como meios de conservaç:o dos 6stados métodos que ser:o instrumentos da sua destruiç:o, ou quando considera ser falso di9er que um príncipe pode manter o poder pela  1ustiça e pela oa fé porque os factos provam o contrário, RA4SEA!6I está na realidade a situar*se como precursor da ciCncia politica moderna & e n:o mais, como os seus antecessores /aviam feito na época medieval, no campo da politica conceida como um capitulo de tica . RA4SEA!6I entende que os políticos s:o 1ulgados, n:o pela ondade ou maldade das suas acções, mas pelo Cxito ou pelo fracasso da sua luta pelo poder, mostrando que o resultado 0nal & conquistar e manter o poder & é a 7nica coisa que conta em política. Ras RA4SEA!6I n:o se limita a oservar e a classi0car a realidade. RA4SEA!6I procura descorir as leis da políticah Nacionalismo RA4SEA!6I foi um nacionalista. 8esse tempo, como se viu, n:o /avia em Etália um 6stado nacional e uni0cado, /avia apenas cidades*estados num contexto geral de pulveri9aç:o politica, o que tornava a Etália constantemente su1eita a invasões estrangeiras. Durante a vida de RA4SEA!6I, a Etália foi invadida por franceses, espan/óis, suíços e alem:es, e nen/uma das cidades tin/a força para se l/es opor. RA4SEA!6I considerava que niso tin/a grandes culpas o "apado e que este era um grande ostáculo < unidade italiana, pois era demasiado fraco para a assegurar, e demasiado forte para a tolerar. 6nt:o RA4SEA!6I torna*se o arauto de uma 2Etália unida, armada e despadrada3, a0rmando mesmo; 2amo a min/a "átria mais do que a min/a alma3. 6 para isso RA4SEA!6I retorna ao ponto central da sua ora; para que a Etália se1a unida e forte, é necessário um príncipe, que deten/a o poder, que construa um 6stado forte e que possua um exercito nacional.

Fegundo, RA4SEA!6I, o príncipe deve ser cruel quando necessário= mais vale a um príncipe ser temido do que ser amado= o príncipe deve usar da oa fé ou da má fé, conforme o que l/e for mais 7til= n:o é preciso ter todas as qualidades, o que é preciso é parecer tC*las= algumas coisas que parecem virtudes levariam, se seguidas, < ruína, e outras que parecem vícios resultam em maior segurança e em*estar do príncipe= o príncipe deve entregar a outros a execuç:o das tarefas impopulares= e conceder ele próprio os favores ou enefícios= um príncipe que dese1e manter o 6stado é frequentemente forçado a praticar o mal, etc. Assim, sendo nas acções dos príncipes apenas se atende ao 0m a alcançar, conquistar e manter o 6stado= se esse 0m for atingido pelo "ríncipe, todos os meios que ele tiver usado, ainda que ilegítimos, ser:o por todos considerados como /onrosos e louvados. "ara RA4SEA!6I, o mal, n:o consiste em cometer um crime, consiste em praticar um erro político. As trCs principais dimensões da sua ora;  6m primeiro lugar, RA4SEA!6I aparece*nos como um nacionalista italiano, muito antes da uni0caç:o da Etália, um /omem que se ateu por uma causa que /avia de triunfar, e que portanto viu certo e viu longe.  6m segundo lugar, RA4SEA!6I surge*nos com a grande estatura de um politólogo, um cultor da ciCncia política, aspecto em que atinge a sua maior dimens:o; delimita e puri0ca o o1ecto e o método da ciCncia política= aseia a análise no estudo da realidade= e n:o se limita a explicá*la e a classi0cá*la, vai mais longe, procurando formular certas leis da política.  A terceira dimens:o é a do que 0cou a ser con/ecido por 2maquiavelismo3, ou se1a, a 2ra9:o de 6stado3, a adopç:o de uma moral diferente para 1ulgar a acç:o política, a asolviç:o dos comportamentos eticamente reprováveis dos governantes por terem em vista os interesses superiores da colectividade. 6, ainda, RA4SEA!6I, n:o se limita a descrever o mal que os governantes fa9em; ele n:o só os n:o critica como vai mais longe e, numa atitude sem precedentes, advoga e recomenda o uso do mal, do crime, da violCncia, da má é, para 0ns políticos. 6 propõe*se ensinar todos os príncipes deste mundo a proceder dessa forma, so pena de n:o terem Cxito e de a sua acç:o politica redundar em fracasso.

MAT"N#O LUT$O _ ? J meio social. Emprensa e AudiCncia A Heforma foi o primeiro grande movimento social a contar para a sua propagaç:o com um novo meio técnico; a palavra escrita. Aproveitando as circunst>ncias do extraordinário desenvolvimento da imprensa desde meados do século ! e que aumentou o n7mero de oras em circulaç:o de algumas de9enas de mil/ares de manuscritos para alguns mil/ões de livros e panLetos, Iutero c/egou a atingir um quase monopólio das casas editoras alem:s ocupadas em imprimir os seus sermões, panLetos, as cartas e a traduç:o da Vília. 6m segundo lugar, a Heforma é alimentada por um novo e grande

p7lico de professores e alunos. 6ntre ?+Q) #eidelerg- e ?)@ #ittenergs:o fundadas na Aleman/a ?) novas universidades. 6m ittenerg 1unta*se o trio formado por Iutero, Relanc/ton e $arlstadt. Ao serem nomeados professores, o primeiro tem menos de + anos, o segundo tem @? anos #?)?Q-. 8o século !, apenas em 6span/a /ouve um surto paralelo de energia cultural, estando as K universidades ent:o fundadas dependentes da Enquisiç:o, fundada em ?'KQ, da $oroa #$oncordata de ?'Q@e da Jrdem Dominicana. 6stes novos meios de comunicaç:o social criaram um mundo de escritores e leitores, de livros e deates literários com grande rapide9 e coes:o na disseminaç:o das ideias. A mensagem e os prolemas agitados n:o eram novos e o estado da Egre1a n:o era mais grave que no cativeiro de Avin/:o. Fó que as instituições, as questões teóricas e os acontecimentos eram agora avaliados por um crivo mais apertado e numa situaç:o cada ve9 mais explosiva. 6 o monge de ittenerg será o epicentro da Heforma, esse vasto movimento da consciCncia europeia que começa com actos e n:o com doutrinas e cu1o curso é em grande parte determinado pela interacç:o entre a situaç:o /istórica a personalidade de um /omem.

A constr+8ão do conceito de so9erania: 0O,"N  M6A8 VJ8DE8 VJ8DE8 nasceu em em ?)+ em Angers, Angers, Brança Brança e morr morreu eu em Iaon em ?)(Z, quando tin/a ZZ anos de idade. VJDE8 fe9 os seus primeiros estudos no $onvento das $armelitas em Angers, de onde saiu aos ?) anos para estudar Biloso0a em "aris. Aos ?Q, decidiu seguir as tradições do avO e foi estudar Direito para a Sniversidade de Poulouse. 6m ?)ZZ pulica a sua primeira ora de grande fOlego o 2Rétodo para um fácil con/ecimento da /istória3. J amiente político em Brança é de profunda crise, fraque9a da Ronarquia, lutas religiosas entre católicos e protestantes, guerra civil. M6A8 VJDE8 adere a uma 2 terceira via3 o partido dos "olíticos, que preconi9a a toler>ncia religiosa e o fortalecimento sólido do poder real, com o monarca colocado fora e acima das disputas de religi:o. 6m ?)KZ, pulica a principal ora da sua vida, 2os Feis Iivros da Hepulica3. "ulica ainda varias oras, soretudo de carácter 0losó0co, mas que 1á nada acrescentam < enorme fama que gan/ou antes, e que l/e permite passar < /istória como o construtor de um conceito fundamental da $iCncia "olitica e do Direito "ulico, o conceito de soerania. A Hepulica, ou o 6stado VJDE8 começa por de0nir no seu livro o que é a Hepulica, ou se1a, como diríamos /o1e, o 6stado. 6m primeiro lugar, o 6stado é o governo recto, isto é, um poder político que deve ser suordinado < moral, < 1ustiça e ao Direito natural.  um domínio exercido sore os /omens livres e que portanto se contrapõe < noç:o de tirania e de governo tir>nico, que VJDE8 condena veementemente. 6 critica AHEFPJP6I6F, que propun/a como 0nalidade do 6stado 2viver em e com felicidade3, uma ve9 que o 6stado deve visar mais alto 2a contemplaç:o das coisas naturais, /umanas e divinas3. 6m segundo lugar, o 6stado é um governo que incide sore várias famílias. 6 este ponto é importante, porque para VJDE8, ao contrário da tradiç:o grega,

nomeadamente de AHEFPJP6I6F, o elemento fundamental da pólis, da Hepulica, n:o é o indivíduo mas sim a família. 6m terceiro lugar, VJDE8 c/ama a atenç:o para que a Hepulica tem a ver com o governo daquilo que é comum ncia consiste na compreens:o de que, no cerne de todas as religiões /istóricas, se encontra a Wverdadeira religi:oW. A transmiss:o da verdade religiosa é ameaçada pelos /omens indiferentes, os porceaux, e pelos /omens sensiili9ados pelo espírito mas que se inclinam para maus espíritos, os demonomaníacos. 6m De la Démonomanie des Forciers Vodin trata dos vários tipos de inimigos da ordem espiritual, um vasto leque de opositores; ruxas que praticam rituais pag:os, gente que acredita em amuletos, católicos crédulos que cultivam superstições, cortes:os que praticam artes mágicas, literatos e 0lósofos que reanimam as ciCncias ocultas, intelectuais esclarecidos que negam o fenómeno espiritual. Sm critério muito simples permite*l/e avaliar as posições de0cientes. A descrença de que existe o mal é sintoma de insensiilidade ao em. W4uando um magistrado troça da feitiçaria a presunç:o deve ser de que ele próprio é um feiticeiroW. 6ste diagnóstico incide sore o novo fenómeno da corros:o do ego pelo amor sui, um fenómeno de massas que crescerá na modernidade. 8a mesma lin/a, "ascal irá analisar a psicologia do indivíduo ocecado e oes desenvolverá uma teoria da política na qual o demonomaníaco, ou possesso de si próprio, é o tipo /umano normal. A ideia de um universo cooperativo ligado por elos de convers:o é troçada por pensadores políticos WesclarecidosW. 6 a toler>ncia do indiferentismo permite que as forças dos WdemonomaníacosW se apropriem da sociedade. á contudo um defeito na posiç:o de Vodin; defende a aplicaç:o da pena capital aos malfeitores com o argumento de que a pena n:o é exercida para inLigir sofrimento mas como expiaç:o da comunidade perante a ira de Deus. á resíduos de superstiç:o nesta soluç:o dos prolemas espirituais pela violCncia. 8:o segue a restriç:o platónica nem a resignaç:o ]ier]egaardiana de que Wum /omem só9in/o n:o pode a1udar uma idade, nem salvá*la= apenas pode mostrar que ela vai morrerW. A crise do séc. !E*!EE n:o podia ser resolvida com a caça ncia dessas duas séries de eventos. A0rma*se pra9erosamente que a Hep7lica é a forma normal de acesso < independCncia de uma colOnia que reivindica sua emancipaç:o nessa época= o imaginário político, em funç:o dessas opções, tende a considerar W?KQ(W ou como o ano E da era da lierdade, ou como um ato desastroso que nen/uma reaç:o conseguirá 1amais corrigir inteiramente. 6ssa vis:o simpli0cadora é aparentemente enriquecida pela ótica < qual a sumete o marxismo; decisivo, o episódio ?KQ(*?K(' seria tal t:o*somente na medida em que permitiu, graças

ao acesso ao poder da urguesia, o desenvolvimento do capitalismo e a formaç:o do proletariado, classe 7ltima, destinada a reali9ar o 0m da /istória mediante a instauraç:o do comunismo. Diante dessas reduções, seria conveniente que pensadores políticos e /istoriadores recordassem n:o apenas a complexidade e a diversidade das vontades e das forças que intervieram durante a década revolucionária, mas tamém * após Pocqueville * a profunda continuidade que une as sociedades francesas pré e pós*revolucionárias. 6ntretanto, essa recordaç:o é frequentemente ligada a considerações que tCm por efeito minimi9ar o alcance /istórico e ideal das ações empreendidas e dos textos produ9idos nos anos (. 6 tudo se passa como se, querendo prevenir*se contra essas astrações que s:o os Wcomeços asolutosW, as Wviradas da /istóriaW e as Wetapas necessáriasW, se terminasse por suscrever uma espécie de Wquietismo /istóricoW, supondo*se um desenvolvimento próprio das instituições, mais forte e mais profundo do que os aalos frequentemente infeli9es ou criminosos, devidos aos atos e aos pensamentos dos /omens. Fe é verdade que a sociedade do 0m do Antigo Hegime e a da Hestauraç:o se assemel/am em numerosos pontos, isso se deu precisamente porque /ouve restauraç:o e essa * tal como muitos aspetos da política do Diretório, do $onsulado e do Empério & teve como o1etivo se contrapor nica, que levou < fundaç:o da Hep7lica dos 6stados Snidos, é importante so m7ltiplos aspectos; *. Dirigida contra a coroa inglesa, ela legitima a secess:o que reali9a remetendo*se a princípios políticos aplicados pelo Heino Snido c sulin/ando, em particular, que os colonos n:o tCm nen/uma representaç:o na Assemléia que decide sore seus prolemas. * 6mora liderada por políticos realistas, ela vale*se pra9erosamenle, para se 1usti0car, na Declaraç:o de EndependCncia #?KKZ- e na Declaraç:o dos Direitos #?KQK-, das noções assimiladas da doutrina dos direitos naturais de Mo/n Ioc]e, em particular a da Winsurreiç:o sagradaW. . * 8os momentos de seu desenvolvimento, ela n:o deixa de insistir sore o papel motor das instituições na instauraç:o da sociedade nova * como se o 6stado fosse o WcriadorW da 8aç:o *, •





esforçando*se por manter constantemente o equilírio entre a tradiç:o puritana e a novidade repulicana, entre os poderes locais e a autoridade federal, entre os costumes da vida rural e os dese1os de entrar no concerto do mundo industrial nascente. * 6nquanto tal, ela constitui ao mesmo tempo um modelo e um exemplo na luta contra uma su1eiç:o ilegítima, travada em nome da igualdade natural, da lierdade de empresa e, para cada um, do direito de usufruir sua propriedade e os frutos do seu traal/o, assim como, para a coletividade, de escol/er as instituições e os magistrados que l/e conven/am. 6la inLuirá nos atos iniciais da Hevoluç:o Brancesa= desempen/ará um papel capital no desencadeamento das insurreições que levar:o as colOnias espan/olas e portuguesas da América do Ful < independCncia. A Woa consciCnciaW dos insurrectos de ?KKZ, seus pontos de vista ao mesmo tempo egoisticamente utilitários e idealistas, a aliança entre as preocupações a curto pra9o e o dese1o de fundar uma potCncia de tipo novo, expansionista e segura de si, de0nem os contornos de uma espécie de nacionalismo institucional, que doravante será característico da Hep7lica norte*americana, que, no interior, concee a democracia. menos como express:o da vontade popular do que como um 1ogo devidamente controlado de instituições representativas, e, no exterior, apresenta*se como detentora do segredo das lierdades.

A re(ol+8ão na ?ran8a: a na8ão contra a tirania

A situaç:o é em diferente na Brança. A imagem da 8aç:o está fortemente implantada na representaç:o coletiva= e a aç:o centrali9adora da monarquia contriuiu astante para reforçar tal imagem. A despeito das carCncias da política monárquica e da pore9a endCmica de uma parte da populaç:o, a sociedade francesa é rica e numerosa.  contra esse pano de fundo que ir:o se apoiar as forças políticas que, por ocasi:o da reuni:o dos 6stados Gerais do Heino, em 1ul/o de ?KQ(, provocar:o os primeiros grandes aalos.  signi0cativo que, mais ainda que os colonos da América, os promotores do movimento tivessem tido, para além da de0niç:o dos programas e do enunciado dos textos legislativos, de legitimar seus atos políticos e de proclamar as ra9ões de seu empen/o. "oucos regimes, pelo menos até a queda de Hoespierre, tiveram como esse uma tal preocupaç:o de legitimar sua aç:o e de anunciar a Woa novaW. A pulicidade das idéias é considerada como uma arma contra o inimigo declarado; a tirania. 6, por trás dessa vontade de demonstraç:o, esoça*se o pro1eto de uma moili9aç:o universal contra os sen/ores que oprimem in1ustamente os povos. Sma primeira tomada de posiç:o signi0cativa é a de FieUes #?K'Q*?Q+Z-, memro da Assemléia $onstituinte, da $onvenç:o, do Diretório e artes:o do golpe de 6stado que ariu a Vonaparte o camin/o do poder. Fua roc/ura J que é o Perceiro 6stado5 #pulicada em  1aneiro de ?KQ(- teve

uma inLuCncia determinante nos primeiros momentos do pensamento revolucionário= e suas concepções da instituiç:o repulicana marcaram profundamente a redaç:o das $onstituições e dos códigos da Hep7lica e do Empério. A induitável realidade na qual FieUes se aseia é a 8aç:o; ela é um dado anterior a qualquer ato político ou legislativo= é feita de indivíduos, livres, iguais, independentes, diferentes uns dos outros, mas unidos por necessidades comuns < nature9a /umana e pela vontade. de viverem em con1unto. Fem essa vontade, sem a representaç:o intelectual dessa entidade que é a 8aç:o, os indivíduos s:o impotentes e incapa9es de resistir ntica quanto a de Ric/elet5 As concepções aqui evocadas visam a mostrar a diversidade e a import>ncia do tema do nacionalismo, que alimenta tanto os partidários quanto os detratores da Hevoluç:o, tanto os arautosda lierdade quanto os nostálgicos da autoridade, tanto os contestários quanto os conformistas. ,o nacionalismo Flantró6ico @ ideologia conser(adora da Na8ão A orientaç:o característica do pensamento de Ric/elet reaparece, so diversas formas, nas

nações sumetidas a dominaç:o estrangeira. Giuseppe Ra99ini #?Q)*?QK@-, por exemplo, que era uma comatente pela unidade da Etália lierta do 1ugo austríaco, concee essa luta * em A Fanta Aliança dos "ovos #?Q'(- * como uma primeira etapa no sentido da fraternidade universal dos povos da 6uropa. f; esse mesmo sentimento * no qual intervCm freqentem ente considerações religiosas e sociais * que guia os patriotas poloneses e /7ngaros, os movimentos eslavos que re1eitam ao mesmo tempo a sumiss:o aos asurgos ou < Fulime "orta e a tutela do P9ar, e, demodo mais geral, todos os que se inspiram nas Declarações de ?KQK e ?KQ( e no princípio da soerania nacional entendida como soerania do povo.  Podavia, os eventos europeus dos anos ?Q'Q*?Q'(, o fracasso das revoluções democráticas e WnacionalitáriasW, con0rmam o duplo conLito que ameaça o equilírio europeu fundado na Fanta Aliança dos 6stados; conLito interno nos países WavançadosW, nascido do desenvolvimento da ordem industrial e das reivindicações de uma numerosa classe operária, miserável, porém cada ve9 mais consciente de sua força, e cu1os pontos de vista internacionalistas se a0rmam= e conLito entre os 6stados mais poderosos, envolvidos em crises econOmicas, que inevitavelmente os opõem uns aos outros. Acrescentam*se a isso os riscos de guerra constituídos pelos empreendimentos de liertaç:o efetuados pelas nações européias ainda mantidas em estado de dependCncia. 6ssa situaç:o favorece o desenvolvimento * em particular na Brança, mas tamém na Aleman/a e no Heino Snido * de um outro tipo, de nacionalismo, que apela para os valores da tradiç:o #a família, a terra, os ancestrais- e da moral do sacrifício, da ren7ncia e da oediCncia, para conservar o que existe e para denunciar a anarquia que resultaria de qualquer mudança que n:o fosse cuidadosamente controlada. 6sse nacionalismo é reacionário * na sentido etimológico * e, na Brança, deplora o infeli9 episódio da Hevoluç:o, que interrompeu o curso normal da evoluç:o. 6ssa exaltaç:o da 8aç:o corno sust>ncia da vida coletiva inscreve*se facilmente na corrente de pensamento positivista e evolucionista, dominante nessa segunda metade do século E= tal corrente apela para a Ha9:o e para as virtudes clássicas, descon0ando do romantismo, que condu9iria a excessos. J representante francCs mais típico desse estado de espírito é Uppolite  Paine #?Q@Q*?Q(+-. Fua análise das Jrigens da Brança contempor>nea #?QK)* ?Q(+- pretende estar a serviço da ciCncia; considera os atos dos /omens como produtos de um estrito determinismo. Paine felicita um crítico por ter compreendido que sua /istória é, de fato, urna psicologia dos agentes da

/istória= e especi0ca que a investigaç:o psicológica se redu9, por seu turno, a uma investigaç:o 0siológica e química. Fe o determinismo que regula as questões /umanas n:o é aparente, isso ocorre porque as causas que nelas interferem s:o complexas. Podavia, é possível distriuí*Eas em trCs elementos; * a raça; ou se1a, o con1unto de caracteres iológicos transmitidos /ereditariamente= * o meio; as tradições, as crenças, os /áitos mentais, as instituições que modelam Js indivíduos= * o momento; isto é, o con1unto das circunst>ncias que desencadeiam a aç:o. Runido desse método, Paine explica * no sentido estrito do termo * a Hevoluç:o corno produto de agitadores de cérero doentio= no mesmo espírito, erige em leis deduções astratas operadas a partir de coleta de exemplos, e estaelece, entre outras coisas, que existem caracteres nacionais. Dessa psicologia /istórica determinista, ele retira ensinamentos políticos. J primeiro e mais seguro é que o governo é um prolema de saer e que é preciso estaelecer um sistema que permita mica da sociedade civil, tal como ele a concee. condena industriais e proprietários fundiários a uscarem o lucro máximo e a exercerem uma violCncia incessantemente crescente sore traal/adores das cidades e dos campos. J realismo de egel o levou a apresentar como necessidade da Edéia lM que n:o é sen:o um momento da /istória e a congelar essa no estágio da dominaç:o urguesa. Dessa análise, o 1ovem Rarx extrai igualmente uma consequCncia metodológica decisiva. Fe o /egelianismo n:o conseguiu explicar a sociedade moderna, isso decorre do fato de que ele n:o levou asolutamente em consideraç:o a din>mica dessa sociedade. Fo esse aspecto, o que se passa na sociedade civil * ou se1a, na vida econOmica * é fundamental. Fo esse aspecto, a Edeologia alem: e as Peses sore BtXlEerac/ #Q')*?Q'Z- marcam um novo progresso; pode*se de0nir o /omem de m7ltiplas maneiras * pela religi:o, pela consciCncia, pela linguagem, etc. *, mas o que o constitui é o fato de

ele ser o 7nico animal que produ9 e reprodu9 suas condições de existCncia, que for1a materialmente seu mundo a partir do dado natural. J 0lósofo alem:o IudYig Beuerac/ #Q'*?QK@compreendera em isso quando, particularmente em A essCncia do cris*o tiallismo #Q'-, mo;lrou que o universo religioso n:o é mais do que a transposiç:o imaginária do universo profano, e que nele se encontram resolvidos ideal mente os conLitos terrestres que dilaceram as sociedades reais. Ras ele n:o soue ir su0cientemente longe; n:o apenas a religi:o, a 0loso0a, as teorias políticas. a ideologia em geral s:o, em suas tornla.., meios ideais para resolver idealmente as contradições terrenas, mas elas s:o * em sells conte7dos * produtos dessas contradições. F:o respostas a tais contradições. Desse modo, quando se tenta tornar inteligível uma sociedade dada e suas transformações, devem*se analisar as condições materiais de existCncia dessa sociedade, as relações econOmicas que nela se estaelecem, a dominaç:o sócio*política que nela se exerce e os mecanismos que essa dominaç:o utili9a. Fomente no interior desse contexto é que aparecem claramente a signi0caç:o das idéias. "ara encerrarmos esse tema, é preciso deixar claro que nen/um texto de Rarx expõe uma doutrina0losó0ca materialista= que ele realmente n:o .desaprovou seu amigo 6ngels quando esse resolveu escrever a Dialética da nature9a #?QK+*?QQ+-, mas que 1amais se preocupou com prolemas de ontologia geral= e que a construç:o do sistema gloal do Fer, do "ensamento, na 8ature9a, da istória, da arte e do omem, con/ecido pelo nome de materialismo dialético, é em posterior. A import>ncia que Rarx confere aos dinamismos materiais das sociedades, ligada ao dese1o de ir além das teorias astratas do 6stado, leva*o a tomar duas direções; por um lado, ele se documenta sore a situaç:o do proletariado das cidades e dos campos e sore as lutas que essa classe empreende para comater a miséria e a su1eiç:o mica das forças produtivas, que determinam as relações sociais estaelecidas entre os /omens, Wrelações determinadas, necessárias, independentes da vontade desses /omensW= e esse con1unto de0ne um modo de produç:o. 6m cada época, um modo de produç:o é dominante. Fore essa ase, Weleva*seW um edifício 1urídico e político, ao qual correspondem formas determinadas da consciCncia social. J modo de produç:o domina em geral o desenvolvimento da vida social, politica e intelectual. . , W8:o é a consciCncia dos /omens que determina sua existCncia, mas, ao contrário, é sua existCncia qSe determina sua consciCnciaW #iid.- A crise anunciadora de uma revoluç:o aparece quando as relações sociais #e as formas 1urídicas e políticas que a sustentamreveEam*se um entrave ao Lorescimento das forças produtivas. A /istória poderá registrar, Wcom o rigor das ciCncias naturaisW, o enorme aalo que se produ9 ent:o na ase material= ela perceerá tamém seu efeito nas superestruturas ideológicas; WJs /omens

tomam consciCncia do conLito #entre as forças produtivas e as relações de produç:o- e o levam até o 0m.W A transformaç:o revolucionária *ou se1a, a mudança do modo de produç:o e seu efeito político & n:o tem lugar Wantes que relações superiores de produç:o se manifestem, antes que as condições materiais de sua existCncia se ten/am desenvolvido no próprio ser o da vel/a sociedade. "or isso. a /umanidade sempre se propõe apenas prolemas que pode resolverW Assim, tal como para Fanto Agostin/o e para egel, /á um curso da /istória, com suas etapas dramáticas, seus conLitos, seu su1eito encarnado, que deve desemocar em algo * uma espécie de 0m que é, ao mesmo tempo, uma plena reali9aç:o. Aos momentos de plenitude, . a Hessurreiç:o da $arne, segundo Fanto Agostin/o, ou a reconciliaç:o de0nitiva no seio do 6stado mundial, segundo egel, corresponde na 0loso0a da /istória materialista * a sociedade comunista integralmente transparente, sem classe e sem 6stado, onde cada um receerá Wsegundo suas necessidadesW. $omo o sulin/a o Ranifesto, o capitalismo é o primeiro modo de produç:o a ter provocado uma simpli0caç:o da luta de classes;nele, urgueses e proletários se enfrentam diretamente, cinicamente. A uma exploraç:o cientí0ca, corresponde uma classe que toma cada ve9 mais claramente consciCncia da causa de sua miséria e do o1etivo a que deve visar sua potCncia; a aoliç:o da sociedade de classe. A urguesia capitalista, que foi su1eito da /istória e classe revolucionária, criou seu próprio coveiro; o proletariado operário, força avançada de todos os explorados, pequenos camponeses, assalariados de todos os tipos, que é a classe radical, o su1eito 7ltimo, qu põe 0m < /istória, 1á que n:o pode Wse emancipar sem emancipar a /umanidade inteiraW. A conceç:o é grandiosa. 6xerce a seduç:o que decorre das visões totali9antes.  Podavia, ao que parece, Rarx viu o que ela implica de esquematismo e de elementos apenas supostos, no momento + Rarx, quando morreu, deixou em manuscrito os Iivros EE e lS= eles foram pulicados por 6ngels, respectivamente, em ?QQ) e em ?Q('. esses textos fervil/antes de reLexões incomparáveis sore os prolemas económicos, iremos reter aqui apenas o que serve para esclarecer a concepç:o política de Rarx. 6, antes de mais nada, a teoria da civili9aç:o mercantil que se encontra na Feç:o E de J $apital. J  traal/o social tem como 0nalidade a produç:o de ens; esses se ca* racteri9am pelo fato de possuir um valor de uso, que decorre de suas propriedades empíricas. A partir do momento em que, numa sociedade,

reali9am*se trocas de ens, aparece um termo astrato * comum Tri+nfo 6ol1tico do marismo 8um artigo de 6nciclopédia de?(?', Ienine fa9 curta iogra0a de Rarx e depois expOe o Raterialismo Bilosó0co, aseando*se no Anti*D/ring, na dialéctica em 6ngels e Beuerac/ e na concepç:o materialista da /istória, da página famosa da $rítica da 6conomia "olitica. Depois vem luta de classes e

doutrina económica, socialismo e táctica. 8:o /á uma só palavra sore o 2reino da lierdade3 e as suas precárias reali9ações. Deste modo, Ienine e os leninistas recuperaram a tens:o revolucionária no domínio da necessidade mas perderam*na ao nível da lierdade. A passagem do tempo origava*os a considerarem cada ve9 mais os acontecimentos /istóricos como passos tácticos. Após ?(?K continuou a deater*se se aquela era mesmo a grande revoluç:o, se apenas o seu começo, se deveria ser expandida no mundo, se estaria segura enquanto n:o fosse mundial, se poderia ser num só país, quanto tempo levaria o 6stado a desaparecer,etc. $omo após o triunfo russo n:o surgiu o "entecostes da lierdade, surgiu a inquietaç:o. J 1ogo da táctica servia para os dirigentes mas o comum n:o o entendia. "assaram de9, vinte anos, e o 6stado n:o desaparecia. 6 a relev>ncia doutrinária de 6staline consiste em ter encontrado um sustituto para o milénio * a pátria do socialismo. A in1ecç:o de patriotismo no comunismo russo é um apocalipse sustituto para massas que n:o podem viver em permanente tens:o revolucionária. Ras a tática do descamin/o n:o desaparece só porque uma paragem táctica foi oferecida mica da /istória e a insistCncia de que 1á existe o Enegriw , o total da verdade asoluta. $ensura a tentativa de interpretar a /istória como desdoramento de uma ideia que alcançou conclus:o no presente. Hecon/ece, portanto, a falácia da gnose /istórica; o decurso empírico da /istória n:o deve ser interpretado como o desdoramento da Edeia. Ras 6ngels engana*se redondamente ao argumentar que o processo da /istória, por nature9a, n:o encontra conclus:o natural mediante a descoerta de uma verdade asoluta. "elo contrário, esse seria o 7nico modo possível de encontrar uma conclus:o para o decurso empírico da /istória= pela mesma ra9:o, a /istória n:o é fec/ada mas permanece processo transcendental. A falácia desta gnose consiste na imanenti9aç:o da verdade transcendental. Fe quissesse di9er a verdade, 6ngels deveria a0rmar que o 0m*da*/istória imanentista n:o pára a /istoria e, portanto, n:o deve ser usado. Ras para 6ngels apenas a realidade empírica tem signi0cado como desdoramento da ideia mas sem a conclus:o, um eterno Luxo de eraclito. A realidade /egeliana do desdoramento da ideia é aolida e 0ca só a realidade empírica como se fosse uma Edeia. Do mesmo modo se explica a incompreens:o do prolema de egel por parte de Rarx como*se*fosse delierada. Arrasta*se o signi0cado da ideia para a realidade, sem encontrar o prolema da metafísica da ideia. A confus:o entre realidade empírica e a realidade da Edeia arrasta a dialéctica da ideia para a realidade empírica. J marxiano apresenta o 0lósofo como uma criança da escola que ainda acredita na conclusividade dos sistemas metafísicos. Ras ent:o o marxismo n:o seria tamém um dia ultrapassável 5 8a confus:o em que 6ngels se move, as di0culdades deste género s:o ultrapassáveis pelo simples esquecimento. $em páginas adiante, 6ngels recon/ece que egel descoriu que o decurso da /istória é a reali9aç:o da lierdade= egel compreendeu que a lierdade é a intuiç:o da necessidade.2A necessidade é cega apenas enquanto n:o compreendida3. A lierdade da vontade é apenas a capacidade de tomar decisões aseadas em con/ecimentos #Fac/]entnnis-. 6 a lierdade progride com as descoertas tecnológicas. A máquina a vapor é a promessa da 2verdadeira lierdade /umana3. 4ue a incarnaç:o do logos se1a sustitida pela máquina a vapor é

em um sintoma da indisciplina intelectual de 6ngels, na qual se con1ugam várias tendCncias da desintegraç:o ocidental. ?. A gnose de Rarx*6ngels difere da de egel apenas por afastar um pouco o 0m*da*/istória, para aarcar a curta etapa da revoluç:o. @. $omo só a forma da conclus:o intelectual é de egel, n:o a sust>ncia, o intelecto programático torna*se o portador do movimento. á um salto revolucionário para a nature9a revolucionada do /omem. 6limina*se o ios t/eoreti]os. Fó 0ca o con/ecimento do mundo exterior. 4uem con/ecer o prolema do propósito que causa indecis:o, será livre. 6 Ienine, que se aseia mais em 6ngels do que em Rarx, louva aquele no artigo de 6nciclopédia em?(?' sore Js 6nsinamentos de Rarx por transformar a coisa*em*si em coisa*para*nós.  a destruiç:o da sust>ncia /umana. +. A fórmula de que a lierdade consiste no domínio do /omem sore a nature9a e sore si próprio, lemra as posições de Iittré, Rill e de outros intelectuais positivistas e lierais que s:o fontes de 6ngels. á astante espaço entre as capas do livro para desenvolver esta especulaç:o pseudológica. Apesar de ter dissolvido a existCncia /umana, 6ngels ocupa*se da moral crist:* feudal, urguCs moderna e da moralidade proletária. 8:o existe outra ética asoluta a n:o ser o sistema proletário, tema maior da6ndgltig]eit como sistema moral de soreviver no 0m. & )7- "n(ersão !imos de que modo o ataque anti*0losó0co marxiano, estaelecendo a realidade empírica como o1ecto de investigaç:o, utili9a um meio linguístico especial= a destruiç:o logofóica dos prolemas 0losó0cos. Dentro do novo meio de express:o, nada se inverte= a gnose /egeliana é tradu9ida em especulaç:o pseudológica. A invers:o surge numa terceira fase em que o resultado das duas primeiras operações é construido como uma interpretaç:o dos reinos do ser a partir da ase da /ierarquia ontológica. "ara analisar esta tarefa de Rarx, seria aqui necessária uma 0loso0a da cultura. Feria preciso explicar; ?-A nature9a dos fenómenos culturais= @- 4ue tais fenómenos podem ser considerados a partir de uma ase da existCncia, por exemplo, a matéria= + -6 0nalmente, o que é esta ase da existCncia. Rarx só fornece a fórmula de que a consciCncia é condicionada pela existCncia. Furgem ainda passagens sore 2ideologia3. `"J pp.lv e ss. As revoluções começam na esfera económica e arrastam a superestrutura. Fe isso signi0ca que o conte7do da cultura mais n:o é sen:o luta pelo domínio da esfera económica, n:o é verdade. 6m relaç:o < ase do fundo da existCncia, ve1a*se a nota Q( de J $apital,? sore a tecnologia. A /istória dos elementos produtivos é mais relevante e mais fácil que a /istória das plantas e dos animais de DarYin porque, como a0rma !ico, foi o /omem que fe9 a /istória do /omem. A tecnologia revela o comportamento do /omem perante a nature9a e portanto as concepções mentais, geistigen !orstellungen, que delas provCm.  tamém mais fácil encontrar o cerne terreno das religiões, do que ir pelo camin/o oposto e desenvolver as formas tornadas celestiais,2ver/immelten Bormen3 fora da relaç:o com a vida. Sm dos defeitos do naturYissensc/aftenlic/en

Raterialismus é excluir o processo /istórico. Rarx critica pois a /istória psicologi9ante que se redu9 aos motivos terrenos das religiões. As religiões tCm motivos económicos, como se lC no Anti*D/ring, p.+?; é preciso um princípio. 6 s:o estas as ideias que aalam o mundo 5 _ +.? A génese do socialismo gnóstico J ponto de partida para o movimento do pensamento de Rarx parece ser a posiç:o gnóstica /erdada de egel. J movimento do intelecto na consciCncia do ser empírico é a fonte maior de con/ecimento. Donde a revolta contra a religi:o como esfera que recon/ece um realissimum para além da consciCncia. A Dissertaç:o de ?Q'*'? are o prefácio com um ataque a "lutarco que ousa criticar 6picuro. A con0ss:o de "rometeus 28uma palavra, odeio todos os deuses3 é a sentença lançada contra os que se recusam a recon/ecer a autoconsciCncia /umana #das mensc/lic/e FelsteYutsein - como a suprema divindade. J contexto desta a0rmaç:o é o deate sore a existCncia de Deus. 4uaisquer demonstrações s:o logicamente inválidas. Js deuses s:o forma real apenas na imaginaç:o e apenas demonstram a existCncia da auto*consciCncia /umana. Ievem papel*moeda para onde ele n:o é aceite, e logo ver:o o que acontece. 8a prova ontológica, o ser que é dado é a auto*consciCncia /umana. A forma geral das provas é esta; 2$omo o mundo está mal organi9ado, ou é irra9oável, Deus tem de existir3. Esto apenas signi0ca que Deus só existe para quem o mundo é irra9oável. Rarx sumaria o argumento a0rmando que a 2irra9:o é a existCncia de Deus3. A soerania da consciCncia e a revolta anti*teística de Rarx volve*se, depois, contra os sistemas de Aristóteles e de egel; de tal modo explicam o mundo que interrompem qualquer avanço ulterior da 0loso0a. Fendo impossível o aperfeiçoamento, os sucessores devem virar*se para a prática 0losó0ca e para a crítica da situaç:o. A mente teórica deve virar*se como vontade para a realidade mundana que existe independente dela. 6sta semi*contemplaç:o n:o é muito edi0cante. Rarx estava interessado na 0loso0a pós*aristotélica de Demócrito e 6picuro porque sentia*a, pessoalmente, em paralelo com a situaç:o pós*/egeliana. A cultura religiosa da Edade Rédia seria da 2era da irra9:o reali9ada3, mais uma falácia de Rarx. 8a verdade, quando se atinge o impasse de egel e a especulaç:o 0losó0ca se encontra 2concreti9ada3, o que um realista espiritual deve fa9er, é aandonar a gnose e regressar Manifesto Com+nista7 J Ranifesto reali9a a naturali9aç:o do /omem e a /umani9aç:o da nature9a. $omo documento de propaganda, nada acrescenta mulo, o autor 0xa a escala do seu pronunciamento. Prata*se um processo mundial, de um espectro que paira sore a 6uropa. 6ste recon/ecimento origa o novo mundo dos comunistas a

clari0carem as suas oposições ao vel/o mundo reaccionário. A primeira secç:o desenvolve a perspectiva /istórica do comunismo. A /istória é luta de classes. A vis:o da sociedade moderna é ainda mais simplista e maniqueista, pois refere apenas a urguesia e o proletariado. A urguesia nasceu dos servos da Edade Rédia para conquistar o mundo. J seu papel revolucionário na /istória foi destruir as idílicas relações patriarcais e feudais. Be9 milagres maiores que as catedrais, pir>mides e aquedutos= criou a produç:o cosmopolita, a interdependCncia das nações, a literatura mundial, fe9 o campo depender da cidade, o áraro do civili9ado, o Jriental do Jcidental. Rarx louva a urguesia em termos que 1amais urguCs algum utili9ou, fa9endo recordar o orgul/o asurdo de $ondorcet. J esplendor da urguesia é, porém, transitório porque será ela sustituida pelo proletariado em várias fases da luta. 8o começo, /á apenas indivíduos que lutam contra a opress:o local. $om a ind7stria, a opress:o generali9a*se. As associações de operários ter:o vitórias e derrotas. A proletari9aç:o crescente da sociedade lança grupos educados no proletariado. Furgem os renegados de classe devido < desintegraç:o social. Js urgueses ideólogos 1untam*se aos operários, com o que se atinge a época de Rarx e 6ngels. A segunda secç:o do Ranifesto lida com a relaç:o entre proletários e comunistas. Aqui surgem ideias novas sore a conduç:o do processo político. Js comunistas n:o s:o um partido em oposiç:o a outros partidos operários mas representam o todo.  o dogma fundamental do partido comunista. 8:o tCm que estaelecer princípios próprios distintos do movimento proletário. J que os distingue n:o é um programa próprio mas o nível universal da sua prática.  a c/amada fórmula da vanguarda; os comunistas s:o a secç:o mais resoluta dos traal/adores= s:o seus o1ectivos formar o proletariado em classe, derruar a urguesia, conquistar o poder político. J resto da secç:o lida com a exposiç:o e defesa dos o1ectivos 0nais do comunismo. As ideias comunistas n:o resultam deste ou daquele reformador #eltesserer -. F:o a express:o das relações actuais de poder na luta de classes. As teses comunistas n:o s:o pedidos programáticos para mudar a situaç:o= pelo contrário, revelam a situaç:o e sugerem tendCncias inerentes ao processo, até se conseguir a sua reali9aç:o plena. Js comunistas querem aolir propriedade privada. 6 ent:o 5 4uase ninguém a possui X 6 se os capitalistas a perderem será expropriaç:o 5 8:o, porque o capital é poder social, resulta da actividade comum. Fe o capital fOr convertido em propriedade social apenas perde o seu carácter de classe. J que os adversários c/amam expropriaç:o apenas transforma a situaç:o actual em princípio de ordem p7lica. J mesmo tipo de argumento é depois aplicado
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