Hinos Órficos - Parte 2

February 10, 2019 | Author: DanielBarreto | Category: Hades, Shamanism, Iliad, Apollo, Orpheus
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Parte 2 dos Hinos Órficos....

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mereça a  alg lgu uns rep repar aro os, a ideia ch chaave que a nucle leia ia me pa e   res esis isttir à crí tica. Decert rto o não é poss vel encontra em Of    todos os el eleementos que caracterizaria iam m um x  xaamã " prototpi 

um tipo ideal de xamã. No entanto, é i negáv el que notá  ei   componentes de sua i im magem m  mí í tica apontam nessa direçã.

1

Creio t  taambém que a crí tica de raf  f àà f amosa tese de Hll.. krantz (1 (19 954) não dá conta de elu lud dir as claras correspondêia  

entr tree o mito do herói grego e as le leggendas do corpus e O refe ferrid idoo autor compôs, reunindo, sob o nome de N  orth Ame  - orth cann Orp ca rphheus T dio ionn, histórias colhidas entre povos ind í gea  norte-americanos, além de si sim milare ress p  prrocedentes d  daa Ásia e a P olinésia Os paralelos sã são o cogentes Se os protagonistas desse 

conto toss  heróis que via ja  jam m ao mundo dos mortos paa  esga ta  um  u ma pessoa querida  não são neles caracteri rizzados c xamãs, é fa fatto que o xamanis ism mo está presente nos domí i  cultu turrais onde se ef etuou a recolh lhaa. Essa sass histórias ofe ferrece aos xamãs das áreas onde ela lass f oram coletadas precedentes e

1970). Wst (983 fi um dos grands studioss da matéra órfica qu a acatara O painl ds studs sbr o amanism vu-s muit nriqucid e sgnifcativat altado cm  pgss das psquisas tngráficas na Ásia, na cania  a Américas, gand dbats innss ntr antpôogs  histriadors da rliiã  grand mdl d Eiad sofru muitas cíticas Rcntmnt dpois d ua fas d cticism "pósmd qu vu aguns autors à rjiçã da catria xamanism s studs antrpoógics sobr o assun alcançaam nv ncr a rspit, vr Atkinsns 992 C f também  artig "Shamanis" da ESCA assia pr Bard Saladin d'nglur No curso d uma psquisa n Xngu iv coat cm xamãs da rgiã Quas tdos ram cnt s músics Um ds m z o rla rla a sta d ua viagm sua à aldia dos morts aiada m trans prfundo, m st smhant a um cma A propósit, vr Sra 006  Basos 999

5   4

is  .29 uais dade a se seu us "mitos in idu rid divid auttori ind m au alels que confe e pa al

rovável el que tenha havido xamãs na Tácia. improváv N  nada imp

Imagens agens,, id vaores ores rário. Im ideias eias e va var o cont contrário. prov esm mo seia pro íil es Dif íi cas , e r ânica em, o , t te do amâni odem a nto nt tido ti as x xam s p pod orta ort ticas p práátic m pr cm dss c elaciad  ela uí da da de Orfeu,  constit nstituí  ção o da mítia de rfeu, co formaçã sivaa na forma deci cisiv lê a de if lê trácios. cios. Af inal, inal, ao eaio   geca de mitos trá interpeaio se de uma interp base à ba

tou u oetaa miste encan canto do poet rioso oso en figuraa do p isteri  quee a figur em qu l d tempo em onista o apese ntaam ele é  é protag protagonista apesentaam de que ele istóriass de s as história ees s ee   homem , cudor  dee mago, capaz d capaz ente te com como mago ltaneam neamen simlta  sim sucessiva  ica que te:: mús música sicafascnan fascnante tre de uma mú música mestre vj o ndo dos mortos, mes vj cvia as bestas, ou seja estabeecia comunicação com os bchos.

Essas caacteísticas convêm perfeitamente a um xamã. Pr t lado é certo que o motivo da catábase não se ede ecesaiamente ao background xamânico, não se liga de fra ecsiva ao ideáio do xamanismo. A aventura máxima e rfe  inscreve em um campo mitológico muito rico e aaic  tema está pesente no thesaurus de diversas cutu as editeâneas, em particua nas póximo-orientais. Cabe iaia m encontro futífero de vertentes religiosas diversas iaia e se fetiizaram mutuamente para dar origem às criações, rescetes em solo grego, ligadas à figura de Orfeu Orfeu  eporto orto-e ao conceit de "mits 29 Rep anropólog "mi ts   individuais" empregad peo anropólog

rasiliro Jlio sar Mlatti m su std intitad  mit  o xamã (latti

963).. Ele cham 963) chamou ou de "mto indvidual"  tip transmite  tip de narrativa em que um xamã transmite a exe exeriê riêcia através da qual Segundo undo da  qual f lead à niciaçã, papel. el. Seg de  seu pap niciaçã, à asunçã de seu

be be  os osr roo , o n oss etnól g es  a modelo de etnólg e tipo de tipo de naativa se acomda ac omda a ese u

ito coetios que descrevem descreve m uma aventura prototípica d gênr, gên r, prtagnzada

P al P   r i  i rcn hcido hcido

 5   5 

nhecia bem  razão pea qual Zes mato o fiho do   oua médo esuscaa m mora A moe de Acl   "pgou" a va e ouo omm Aiane a mesma peç, o coro reoa ess xro rio scess lamando qe só o fiho de poo podera l    ainha agoizate de eu exíco - ó e Aslép se   estivese Afnal o crdor podigoo já essciaa um  Mas avae que por so mesmo ele tha pereco, fum peo a de Zeu Eur .2130). And na ua faa inca Apolo eclaece qe se eç a Adto e pouou deenderhe a i, ngondo c  Moias. As Sehora do Destino h oncdram qe a vi o e amigo sea popda cas ele encotasse m st algm isposto a moer em e ugar. Aceste a aina  a úca qu se dspôs ao acfc a "paga m sa morte  plngameto da ida d epoo. N enno egndo A bem resse em ua aeba discsso com o segdo p em a etar em cena  nguém menos que Thánatos, o  Morte-  gnerosa Alcet haeia d rssuciar ser a ta de ola o fúnbe domínio eebese bem a edundâna de 9ue faei acma tan  hstóra d Aclépi  pemnr do enedo que a faa apol aunia- como na rama pinpal levada à ea, dáse u j de ras de more por da, envoveo  noa paadoxa  ssueção Aclpio sca m homm, a po sso mes em de oer sucumbe po ue reviveu um defno fa   te nefao o humno om o etorn à vda. S   pga" a voa do fnado à z Anaogamente Aese more  58

sobe ivêna do esposo e também  "     r e a   ,  "g é de vo vida à uz. c r m eseição: ela a ó ht    n o da a veta e

ot Cl  á  nse

ex o a  voaç

a se e ti ver se caxa mio bem. Melho and  a  Ofu Linf orth. cea a póse d

 auniada por Apoo a pa  ó  lza a ah  de comum om Orfe Senão v jamos    e  ag o pdiz a Thánatos, aqe q viá -      s poa

 ) é u (cabria crescntar: to m-h a pa (Hacles

 como O e).         T a

 apoximam o vrado Nã é u . Dempehos semelhantes

 s e  b ador de Euídc:

 abs frm rgoata;  o scam vvos aos nfernos  b eendeam esgae de motos, de atos do Haes P  tno m como o outro se lgaam  Mistérios   ncado elo Caos OT 5 K, nsttuiu vos  tco (OT 0104 K;   incose em êusi ntes de r ao Hads em sca  bo (Dod IV, 4. Apoo Bibl. , 5, 12) •



P so é tempo de ver d u mod a htória d rfe   aa o dm eripdao A evoaço s dá em a  a  Admo que ao despedse da po gaate v . Ale. 57 362): 5

I

p. 232) comenta que outrora esse nome "pertencia ape  à rainha do mundo subterrâneo" •



A  catábase do poeta evoca imediatamente outra de i

aos infenos: uma avenua do deus ágco a  cuja celeb  çã 

ele se dedicou. Na verdade, as semelhanças entre Orfeu e Di 

niso são notáveis Ambos eram considerados estrangeiros el  gregos, que sempre os ligavam à Trácia. T al como Doi 

(fuo de Zeus e Sêmele) Ofeu nasceu de uma unio de o rt l com imoal - pelo menos segundo as vaianes  que o dze filho de Eago, ei dos ácios e da musa Calíope. Se Dioi  onou mais amena a vida dos homens pelo dom do v que mitiga as dores  e faz esquecer  as penas Orfeu prod i o mesmo efeito com sua música: a serenidade o olvdo 

males (é o que dizem os poetas). Além disso ambos rfe   Doniso, desceram aos nfernos em  busca do resgate de  mulher querida: o flho de Sêmele o  fez por  sua mãe,  por sua esposa. Por fim, a more de Orfeu despedaçado iit 

a do deus dilacerado

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As semelhanças impressionam mas além da distância hier· quica entre deus e herói há uma diferença notável nas tret r  prodigiosas desses personagens As perseguições e ameaças que Dioniso sofreu sempre l vieram de varões. E o deus compartiu com mulheres sua 

ues. Encontrou socorro no seio aflição desses ataq gidoras, a . C rado em meo a ninas (Ho I. VI, 129 sq) n dvi as dam de n. 39 femnno, ou prncipamente fem uto séq re  sem fas, teve lheres que dversos mtos e ritos é com mu Segundo indcam raz. Baco se comp

Orfeu viúvo, que repeliu as mueres  contraste se dá com as de anhia de varões. Ee excuiu as dam  s ó  rocurou a com trucidado se rito. E fi por elas ência o herói ctaredo aparece Na conografa com frequ eiros que o escutam serenos, ceodeado de homens, de guerr Smetrcamente, muitas pntudendo ao fascí no de sua músca muleres furiosas. as de vaso o mostram atacado por e seu devoto Em todo o caso, esta oposição entre o deus complementar. ã o os afasta Antes parece igá-los de forma 40





Doso vem a ser a fgura central do Hnário a dvndade as ceebrada n a syllogé dos P er  f  ume. As teogonias órficas tam  le do o máxmo destaque. É mas que usual a lgação de recetos doutrinas e crenças relacionados  figura de Orfeu co rtos donsíacos Heródoto ( 81) faz referênca - ndreta as mto sgnfcativa  a cutos desgnados peos nomes de k e Bkkk, caracterizando seus adeptos pea observân " Es se corte j pdia nlu át   ln, pan  paník am m p ap. Ma s a am b êcia fma r a domnante.

" Nas lista s d Brommr  (19 73, p. 50 4-7) ncnram-e quarna   va á "

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Cf OF 210-24 Kern.

 figr a vrmlha s q mor am Or feu end aacad pr mur  tráca.

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viático como o achado em Derveni" Imagem 14). Lebr  t  bém imagens, figradas em vasos e espehos, em qe a cabe ç  : vate, já desigada do corpo, tem os ábios entreabertos e  it  u escriba qe a contempa com sa paqeta e se estiete n  ã2  Reporo-me ao ensaio de M eienne intitulado Ua escria inventiv a" il í  em seu livro  s   (p 7990) Destaco os rchos enr as páginas 88 e 8 À página  Detienne cia um spelho de Boston, do século IV a.C onde r   no meo dos animas enquano a seus pés uma caixa redonda d eixa aparecerem r   papros" Quanto ao vaso ápuo a que l se reere ibdm trata-se de uma âa,  pertncente a uma coleção parcular da Basleia daada de 330-320 obra d Pir Ganmedes, com ua pntura que Sarian  1990 p. 39 descrve assim: N cetr  vaso veem-se Oreu e um homem sentado no nerior de um  skos Na parte extr oeranes  oferendas A figura de Orfeu é partcular com passos de dança ele  aproxma do homem senado, o dfunto  para ele oca sua ctara" [. ]   senado segura com a mão esquerda um objeo de orma cilndr ca, evidentmet  roo como os d papiro que existam na antgudade Não há dú vida de qu se trat  u texto escrio". Segue-s a convincene nterpetação da esudiosa "odmos atir com uma cra segurança que a fgura representada esá d e posse de um txto relii que a acompanha no além. A presença de Orfeu nos leva a interpretar qu se tt  um exto órfco, tano é clara a reação ntre o defuno dotado de um teo feri e o própro Oreu"  Imagem 4) Quano à cabeça proética diando orl represenação ambém evocada por enne cab menconar uma clice do P r  Ruvo, hoe conservada  Cambrdge, no Fitzwiliam Museum e outrora pertet ao Corpus hrs Lews Colege Cerquera (op c p  12) descreve assm a it Sobre a ace A vmos um ovem com raes de viante com péasos na nuca  âi e botas, sntado sobre uma base rochosa, transcrevendo sobre um tablet o cat  cabeça de Orfeu sob a proeção d Apoo sentado atrás da cabeça apoado sr  ramo de olvra. Sobre a fac B esão duas Musas uma delas, provavelmeneCal      segura a y de Oreu M Detinne quando faa desse motivo refere-se genrica  t a vasos e espehos que representam a cabeça oracular de olhos aberos a a  escriba munido de plaquea e siete E comena Certamene os meios tc   eram suprfluos só a cabeça depunha sinas scritos sobre a paquea. Crei   dzêlo o sábio francês tnha em mnte a passagem da ragédia Alcese,  ev   aqu em que o dramaturgo faz rrncia às sandes com o rgistro da ala d r

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unhos escr itos. Consider ando o tr echo Mas volto aos testem

íp   ides par ece-me claro

de Eur  ac.a c·tado da trag édia Hipóito, dotes habituados a alegar, e Jª· no s éculo V  a·C · havia sacer 

idade r eigiosa, livr os "de Or feu: havia coo ne de sua autor  n(sses textos sagr ados suas pr áticas inicadores que bas avam r itos catár ticos. A crer  no e istagogos especializados em do cer tos poeta eles se compor tavam como uma seita, observan preceitos escr úpulos e tabus que os distinguiam; tinham ritos pr ópr ios - envolvendo "transpor tes báquicos  e se abstinham e coer alimentos or iundos de s eres vivos. O fumo evocado

na fr ase ir ônica do T eseu eur ipideano pode ser um i ndicativo a ealizaçã de oferendas turiferárias (em ve de  sacr ifícios cr entos) na litur gia desses gr upos.

No crso de escavaões reaiadas em Óbia, cidade cita às argens do Dnieper, perto do trecho em qe este desemboca no Mar Negro (Crimeia, Rússia meridiona, foram encontradas, e 95 nas rnas de m antiga colônia de ieto fndada por olta do sco V aC, plaqetas ósseas datáveis do sco V, co letras e desenhos incisos Sa pbicao, e 78, ano noa lz sobre o assnto Embora incompeta ma inscrio e a dessas plaqetas sgere qe á naqea atra haveria reigiosos aodenominados órficos" Essas plaqetas parecem ter servido à identificao dos ebros de m grpo místico de adoradores de Dioniso 43

" A Proós vr W est, 1983 p. 17. Cf reprodução das nscriçõs  desenhos das aqtas à . 19 do livro citado. A leitura o hko " é conjetural, pois a aavra está  ma )

7   3

deus cu jo ome, abreviado, aparece em duas delas. T ud ini que houve grêmios semehaes em plea Grécia coie nt

particuarmete a Ática

Os seguidores de Orfeu  iroicamee evocados pr  persoagem de Eurípides o drama Hipólito eram cert a en

da mesma casta que os profetas-mistagogos-purificadores a �I

mais  arde já o século IV  Paão se referiu, o rech a R. pública acima lembrado: o filósofo também os diz munis , um monte de  ivros atribuídos ao poeta teólogo.

Mas volemos um pouco arás Escrevedo por vola e 430

a.C, Heródoto

(11, 8)

registra que os egí pcis não envl  i

seus moros em úicas de lã, mas sim em veses de li  ampouco eravam  os emplos com roupas de lã Niss -  menta o historiador-, eles estavam de acordo com certas re 

que  eram chamadas de "órficas e báquicas",  mas na ver vinham a ser "egípcias e pitagóricas.

Muito se tem discutido essa passagem. Segudo a in· preto, uma conclusão se impõe: fala-se aqui de um escrúl

reigioso que devotos de Baco e seguidores de Orfeu s vavam, mas que, evidetemete ão era acatado pela ra maioria dos gregos piedosos: idetificava grupos sigla com feição de seita No particular ;s pitagóricos (outra sei) tiham o mesmo preceito Pelo meos quato a iss eles  assemelhavam aos praticates de modalidades de cult i báquicas e "órficas Heródoto sugere que esse tabu te a  com a religião dos egípcios Egito à pare etedo que são recohecidas esse tre seão duas, três formas idiossicrásicas de expressão relii 74

tificação pendência entre distinção ou iden A úv1·a ·nc  ,·e na não permite decidir quico e órfico pois a frase s reg· es bá que bakkhikà ka orphikà alternativas: tanto pode ser   a as o é possí vel cateoria - digamos assim - com esine a esa Inclinome a duas classes " (mí sticas ) distintas. e faa referência  pois temos sobra de bons motivos para a  a a segna opã u de Mistérios de Baco cu ja floração se de recnhecer a e xistência

radições ligadas a Orfeu. Os apóstolos ineenentemente as t levado a efeit uma transformaão as  adiões órficas terão 4

dos Mistérios báquicos.

convergência Heródt assinala diferenças e aponta uma ert (1993 p. 570 ) L iaões e xistem, mas com razão W alter Burk 

a cí rculos que  maru s báquics, os órficos e os pitagóricos  centro: res  próprio  eba se entre rtem - têm, cada qual, seu sábio. pecivaente um deus, um herói semidivino e um homem

 distinção entre esses c í rculos n em sempre é fácil. Zuntz (1971 ) afirmu que s vasos ápulos do século IV com figuraões s inferns eram antes de inspiração pitagórica que órfica

(uit ebra neles apareça a figura de Orfeu): aegu que só

a itagris crresponderia a crença em reencarnação e em

julaet das alas após a morte É ifí il sustentar essa tese quando se tem em mente o eseunh de certos documentos, em particular das famosas

IAa as  áureas. Nos textos nelas inscritos se faz referência ao . it anrgnco · or , f1co e tambem ao tema da procura das A

• Nlson e Cuthri, nr ouro caraczaam o orfo coo  a rfoa 'polí ne " do cuto

iosao.

7

[1942]) po exemplo. Todavia ela contino a e deenres, qe Wet contti m exemplo noável Em e amoo livo obe o Orphic Poems (We 83   2) o gande helenia maca a poição de foma conne ; Começa po homenagea Wllamowitz e Linoh ec   ma indicível conaação eia po ambo a abe a e  o aoe anigo alam de oba "de Oe (o atib  Oe) ma aamene de óico e nnca de "oimo  . u  qe na oba da Anigdade o emo ófico qando nã u lifica ivo apena deigna m modo de vida acéico E   o cao - pondea ainda We  o fao qe conee n  do io é pa e impemene o nme de Oe. Poco depoi ele va mai longe: egndo aima  u aácia po qe odo o poema e odo o iai di  ico etão de fao elacionado n com o oto o p e nepeado como difeente manieaçõe de m úi movimeno eligioo Apea de d ma pondeação e impõe  e We  deixa de azêla admie qe em algn cao pode have lig ene ceo poema e ceo io do óco pela ai oém advee  pincpio báico a e obevado é qe  poema e nava óico pa e impmene po e au  a Ofe e óico nada mai eam qe peoa ca pát   cença eligioa eja lá qai oem ela coneiam a  m poo de hona po ther was no doctrinal cteron for ascrpton to Orphu  no copyrght estrcton. t was a dvce for conferrn antq! and athorty pon a text that stood n ned of them

78

nte. A ainese ponto há um e xageo e vde arece-me que Orf eu dif icilmene seia  ue espécie de tese a 1 ça e u me dee nã era um selo pes gregs antigos. O no e vaa a sér ue coisa Po outro  nã esta va à mão para u tã f ác de usa ideas cnsidea vam gaanta de validade paa I  nem s  es, por óte geal. Não paece que Platão e Aist cen ças ts em  vam assim. Nem eram antos os que peza e xemp,  aceitassem a pono de submete-se sem mas aquela, a tide de Of eu ize em seu nome a que se iza ou puesse d a auoidade de O f eu Já s que peza vam eigiosamene algum moi v o f aziam s qe  valizavam ese n ome por E se o peza vam, se ecet, p alg mais q ue o puro nome. apreciavam  enaltecam, se  tnham por símbolo de quano de af irtipo e nã acetaiam que e le  osse usado paa uu  com ma çã, que f sse empregado paa ju stif icar ideias e valores todo s qas nã estivessem de acordo, o u que lhes fossem de indf erentes. Celatamene, quem usa va o nome de Ofeu paa rrc e te xtos que produzia (visando ganho de auoridade) p cer tnha agum cuidado com a  verossmilhança procu vel com as v cn vence, aa va de ornar seu escito compaí  e xpecta vas ds destinaários da oba que assim marcava. Essas e xpectativas certamente varia vam (mais ou menos) de um lugar

paa  de um tempo paa ouro. Nada po va que f ossem nulas, indefinids Nada atesta que sua variação fosse eráca. De rest, Orfeu não era só um nome. Ele  vinha a ser o pro-

tgnit de m1ts conhecdos,  um pesonagem com o qua se

c stuv elaci ona detemnadas técnicas e atitudes, práticas   . e prcedmens bem caractest1cos

79

Decerto não á omogeneidade doutrinária ta   uma rigorosa coerência dogmática no conjunto eter 6cit   escritos atribuídos a Orfeu Mas a maioria dees revea   i discutíve "ar de famia" Exporar as reações entre esses d   ments não é tarefa inúti. West admite que no acervo dito rfico tere are co   tions beteen different poems, beteen separate rituas, or  een certain poems and certain rituas" Ora, despre zar  conexões porque na massa de textos ditos "órficos ne t se articua nem tudo se combina ou conecta com careza   abuso tão grande quanto forçar artificiamente a composi  um sistema órfico, querer que tudo se armonize no ideaiz conunto. Se conforme West concede, existe igação entre t tos quaificados de órficos e ntre ritos assim designados e i ainda, entre certos textos e certos ritos que a tradição assi desse modo, ta reação constitui um fundamento sóido e · gente para sua abordagem sinótica Todavia, como já se mostrou, na perspectiva de t  referência a Orfeu será o fator determinante para fazer co  um texto possa se considerado órfico:   h   whh w °  P    h  h    h  w        h' ;    w k h       h  w    h     w   h  As condições são rigorosas É preciso conecer o poea ti buído a Orfeu de que derivou uma ideia supostamente rfi 

80

omo a tradição  é fragmenua obra antiga. C e a d ra pleto, encon te quase sempre será incom heciento da fon con 0  a ári o tr as citas.

documentos, a reeterá a outros uase sere se vero. tante para o crítico Nunca será bas ra em um poema or acaso a gente encont Ele exige ais: se , ainda assim não se e  uma deterinada tese aibuí do a Orf o, ou a ele ea se a oriunda de  verso órfic ode garantir que ca se pode garantir que ela se ja órfi eculiar  E suma não com  jo cote do eria  vir ? T alvez De onde essa garantia pod isso a Orfeu. Mas receio que nem ouros oeas atribuídos bse.. W est continua

   y h h h'  h   h   h  y     hy h h Cae u aralelo nnca se deve dier que "os cristãos" acredi nisso ou fazem aqilo ois a quem ouse diêlo quaquer  ode indagar de modo cortante "que cristãos?" onde se onclui que a gente nunca deve faar e cristianismo •



est é menos severo do que aparenta Fa concessões im otantes  descoerta arqueoógica feita em Obia tornou roáel adite ele a existência naquela locaidade, no século V a de ua seita qe ode ser camada propriamente de rica s testemunos da arte (da pintura cerâmica de vasos uos) indicou qe avia um grupo órfico em Tarento na sed etade do século I antes de nossa era Resulta cito 81

potanto fala d e óficos taentinos e de ófico s de Ólbia continua defeso fala de óficos em geal Oa ve jam os.. N1 das plaquetas de Ólia lê-se a sequência:

e u dos vasos ápuos evocados, sentado em pntor f i urou es, com u rolo de papiro em punho diante   rono, no Ha

VID A: MOR T E: VD A - VERD ADE.  A Z DO N  PHfi

rveni. A designação é muito f eliz "iro ático  De

A

sequência

VIDA : MORTE : 

lira, M . Detie nne pensou imediatamente no e Orfe co sua

sugere clarament 



depois de mote há vida. O sucinto enunciado aponta pa 

domínio da morte com uma n ota de es perança que Dioni 

toizava em muitos cultos místicos conhecidos, em patcar Mistéios elacionados com Ofeu pela tadição. P o sinal l  logo em seguida a paava Aléheia (vedade ) a suge i e l ç  mas tamém vitóia soe soe o leths  e depo is o no  Dioniso, aeviado. P o fim, uma efeência a Ofeu se ac    mesma plaqueta, que se leia na última aeviatua or phikí o p8n (neste último caso, é de supo que a pala va no  iti plual aludiia a itos óficos) P ois bem: nas pintuas dos vasos ápulos evocados po W    vêse Ofeu nos Infeos, no eino dos motos, a ecepci  defuntos po ceto niciados dando-lhes, com sua eia      gaantia de vida feliz paa além da mote. Isso faz pensar  

Mistérios, em Dioniso. Que nos im ede de fazer essa rela ç ã?

P oque não seia lícito, contemplando as plaquetas de Ól i 

pensar também nas sanides de que fala Eurípides em su tra   i  a

Alceste (967-8

= O T 82), peças encontráveis em um santi  

trácio de Orfeu no Monte Haimos, segundo o testemun    

Heráclides P ôntico (O T 332)? Outras apro ximações logo acodem à lembrança. Ao co  ·

tar a imagem de um homem (evidentemente um morto )   O



 papiro a que o sábio francês se refere oi encontrado  1962, e parte queimado, junto a uma tumba escavada na ocaia de Dereni, cerca de  quilômetros a noroeste de Tssanica na Macednia grea Achavase entre os destroços  a pira unrária na chamada umba A Fica evidente que o papiro scapou à cremação O stio arqueológico pôde ser datado  nais o século IV aC Considerando a caligrafia, especialistas aiuíra ao papiro uma data entre 340 e 320 aC Mas trata-se  ua cpia de que o original não pode ser datado com certeza  txto rsatado, aém de reerências a ritos iniciáticos (nas sete prieiras colunas e na vigésima) encerra um comentário a um poea atribuído a rfeu de que refere alguns trechos. ora ogo reconhecidas citações das chamadas Rapsódias Óricas, cua datação essa descoberta obrigou a rever: ficou eiene a istncia de um seu arquétipo no século V a.C. Ente otras coisas, achamse no papiro alusões à punição dos iníos no reino da morte (co II, tema figuado nos vasos pulos  temática inernaJ47 " O des conh  cio autor  o  mtái  m  m  i  

of o  pé-o áti c

e em reende uma xeges e base alegóra, m re ª

8

83

Harmoniza-se com essa ideia o lea " corpo, túmulo     que se lê no Crátilo (Pla. Cratyl. 400 C): a queda na carne p-·

tiânico pecado original Ao evocá-lo, o filósofo mosrou co  a doutrina órfica elaconada com o mito da paxão de D·

A teogonia das Rapsódias Óicas desemboca nua   pogonia que em po aemate uma escatologia. Tornase i sível nega que passagens noáves da sua pacela escaol -· haonzam-se uito bem com a doutina evocada e  poemas e agmenos pndáicos, assim como em sente ç 

Empédocles e em Endmythen do Mese da Acadeia É incontestável que Platão bebeu muito de ones r 50

e óeopiagóicas. Sua eoia da anamnese, suas  eferê i metempsicose e  sua concepção da alma  considerada i e de oigem d ivina  emboa não s e  eduzam de modo al

dogmas aceitos às cegas revela uma elaboação inspir  atéia teológca ligada ao nome de Oeu matéia essa   o ilósoo deu nova oma e novo senido É vedade que Plaão às vezes traa a igua míica de • com ieverência. Quanto aos soi-disa seguidoes do poe · gado, quase sempe ele os ioniza: pinta a aioria como si l chalaães. Mas há passagens em que o grande lósof   oua atitude ouva Oeu (Plat. 536b = OT 244) e  li ica os óicos de gene capaz de ocupar-se co seeda  cuidado da alma (Pla. Phad. 69c = OF 5) 1

sito: assi Paão uid ade em propó bg a a ess e Creio qu e de sua ntepretação cra mosrar a novdad ra pa a nc â ço intelecoa ds defender sua transpos as órfcos, busca e t s do Va  co a lira e Orfeu, orfismo. Rvalizando do s rio   é st Mi s al do E quer mostrá-a supeior

sik a fosofa. de extos que sea tomou conhecimento Platão se d úvid arran jo e cu ja

   õe ma no va mou

ia, H er õs L6  go em 24 Rapód ra re ndos no orgens fora co e as s de dferenes dat

coosção elemento

pelo os ndícos de que ee conheceu nados.52  T ab é há s éri ma  T eogona Órfica Aniga, quiçá u enos  a varante de uma ha ja sóeles, Eudeo e Crspo ersão dsnta da que era Ar a

alog a quando se compara a gene sta a dscrepânca verifcad se. 40d = OF 16 Kern) co a i vina e x posta no  T imeu (  e radção órica domnan no q u ênca de casais cosmog ôncos da 26. Chrys. fag 363). eso conte x to (Cf. Aristot Met. 071b lat ônico Damása eogona rfca antga dá cênca o neop pulo de Aristóees o q e se repora a Eudemo de Rodes, dscí  complexo (oruit cir ca 380 aC ). De outra v ariante do mesmo coral da oéico-teoógico talvez proceda um famoso echo erra oméda arstofânca As aves (Aistoph. A. 690-703), que enc ª par óia de ua cosmogonia do estlo. O cero é que no sécuo V a.C. circulaa em Atenas nuerosos poemas órfcos, que a partir de lá muto se popagara

 . e e x erceram forte fluenca sobre vaos pensadoes gregos. A





'º C.  x   1 S         ô          ú " C  00 . 7

 8  8 



" Ver a  oósito Bn a bé, 2003 p .  93.

 89

que a tradção manusrta não é onfável, em que é prcs  análse flológa antes de dedr pela interpretação as  Naturalmente para ompreender esses hnos ã  b conhecimento da língua em que eles for am escrits:   · estar informado sore a religião gr ega, m particular sb

cultos de Mistério da Antiguidade e ter noção da filosi   

uda muto se o letor estudoso tver êna de s   sore a hstóra  a ultura do mundo greo-roa . Sb não grego, o leigo nesses assuntos precisará de recrrer  _

erudta Assm a versão moderna se quer dar aesso as  a quem não é helensta não pode dspensar ometárs  1 A onstrução dos hnos é paratáta e smples Se  láro é ro mas não emaraçoso apesar da aundâna  le góiena, sto é de palavras que em toda a lteratura gr· oorrem nesses textos Não se trata de um óe s na mensa maora esses nomes de aparção sngular sã t ompostos ujos formadores logo se dexam reonh quem domna a língua lássa dos helenos esm  � le gómenon não omposto quase sempre tem seu sgnfa  ado om lareza por sua raz é tornado aessível pela   ' de seus ognatos Nessas mposções a onstrução paratáta nada te  gênua Grupos d termos que se suedem, om flexã   aso onsttuem  verdaderas undades sntátas n ntr r  versos segundo m oservou Jean Rudhardt (199,  2 onsttundo o que ele hamou de "sntaxe dentr o da par a

Gedichte escr ito por   sbr e as "r phische O f ms ar tig fa vor da unidade do

par a a RE tstemunha em K yl  Zigler  com clar eza a concatena ds Per fumes: suger  hár  ór i  c eles for mam s que  integr am, mostr a que ã  das cmpsiç õe eço r deada, cr tamente r efltida. Com  a  q êcia bem

afasto em sugest ões desse ar tigo, mas dele me c panhan  as do hinár io. i vos na iner pr etação da cadeia alguns ps  ecis que a obr a assim estr utur ada te ve R minha c vicçã de quiçá r ecor r esse a um r eper tór io   úic a r , embr a ele

em da squência de   xist. É mui pr  vá vel que a or d

a litur gia, ou s ja, que his m apr ç tr aduza  cânon  de um o par ticular. n a a r i seguid por  um gr upo místic  como P r sst, esse grup alegava a ispiração órfica e tinha cr  s ua pr áica r eligisa a paixão de Dioniso e a mística l usia ambas a s v ertenes as sociadas nesse contexto, a tr a-

 içõs car acterí sticas de antigos cu ltos da Ásia Menor . Passo à sraçã da refrda sequêna

'









A lga sér ie coça com H t (O 1), senhora r i-

at s vstuls elerada tamém om P (HO 2) ass se daram a um tempo o umral do Hnáro, o I

liiar   r it e  tr  se do nascimento (é de  ver que o con junto

s cha   a evação de Thánatos Morte Ultrapassado   ral  ve prer  (HO 3 ou seja, a potêna r iiár ia na tegia

órfica trasmitida por Eudemo (OF 28

K). Sg m-se Uran (HO

4),

o Céu, e Étr (HO

5

o ele

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