Hellebrekers - Dor Em Animais

April 24, 2018 | Author: shaman9 | Category: Pain, Opioid, Homo Sapiens, Fentanyl, Loneliness
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HELLEBREKERS - DOR EM ANIMAIS Considerando a dor como um dano real ou potencial, atualmente aceita-se que apesar da impossibilidade de comunicação verbal referente à estimulação dolorosa, os animais sofrem uma “experiência desagradável” em circunstâncias semelhantes às dos seres humanos, com relação à esse aspecto, nos jovens a percepção dolorosa é maior que em adultos (???) onde a intensidade importa mais que a duração, apesar de que em animais com menos de 3 semanas de vida a duração é curta pois o sistema nervoso ainda não está completamente desenvolvido. Remotamente animais tinham os mesmos direitos do homem (proteção legal), depois passou por um período (ainda vigente em parte) onde seu valor moral é diminuído, a prosperidade econômica tornou o homem insociável com animais e sem contato com a natureza, motivo pelo qual sua terapêutica tornou-se desconsideradora da dor em animais, e motivo também pelo qual o homem atual procura criar animais e buscar essa característica no médico veterinário. Dor era considerada uma resposta do sistema nervoso autônomo e por isso não consciente. A dor causa ↑FC por uma hipertensão temporária, alteração à nível plasmático de diferentes hormônios de estresse (comportamento esse estimulado pelo ambiente ameaçador do consultório). Atualmente aplica-se aos animais o PRINCÍPIO DA ANALOGIA, onde os animais são merecedores do benefício da dúvida na avaliação de sua dor, considera-se humana. Dor retarda a cicatrização, favorece complicações, torna a respiração deficiente, favorece automutilação, ↑consumo energético (desbalanço), ↓ ingestão calórica, ↓ resistência imunológica, ↑ estresse, devendo sempre tratá-la à tempo de não se tornar crônica, quando é mais difícil. Para controlar a dor é preciso conhecer: suas vias, seus mediadores e seus receptores, diante disto podese esboçar um protocolo para cada espécie considerando a ética, fisiologia e farmacologia deste protocolo. No desenvolvimento do bem-estar animal há que se considerar a ética no controle do seu sofrimento, razão pela qual muitos países tem proibido o confinamento de bovinos (preocupação moral), o antropocentrismo considera uma crueldade para com os animais estendida aos seres humanos, no entanto, ela não e aplica à: pesquisa científica, práticas agrícolas, rodeio, caça, armadilhas; tribunais e prisões lotadas. Os motivos para isso são: menos contato com a natureza animal (carga / trabalho, alimento / estimação); preocupação animal vende jornal; consciência ambiental. A criação escandinava de animais baseia-se na ligação deles ao lar, na agricultura industrial o animal sofre mas continua produzindo, eventos que favorecem o aumento de pesquisas com animais. Filósofos do bem-estar animal: Peter Singer; Tom Regan; Bernard Rollin; Steve Spontzrs; Jane Goodall – enfoques na filosofia do sofrimento animal moral (ética, anticrueldade, leis de proteção), o momento é propício para a discussão pois a sociedade humana está cada vez mais preparada para esta temática. ENSINAR ÉTICA NÃO É IMPINGIR NOVAS IDÉIAS, MAS LEMBRÁ-LAS (Platão) Torna a posição à ser defendida, uma idéia implícita o que já se acredita, como no judô (a força de um é usada contra a do oponente) e no sumô (usa a força do oponente contra ele próprio), não existem diferenças moralmente relevantes entre ética humana e ética animal, por isso não há razão para se excluir os animais, a natureza do animal deve ser respeitada (TELOS segundo Platão): a bovinidade da vaca,a porcinidade do suíno, não considera uma diminuição na produtividade mas sim um aumento na qualidade e apoio da sociedade no modelo de produção, pois a agricultura intensiva e industrializada ignora o telos. Na Suécia a agricultura de confinamento é proibida por desrespeitar o telos. A sociedade está mais sensível ao sofrimento e dor animal, o benefício humano rege o controle da dor, garante a assegura um ideal não doloroso que não é fácil manter, os animais possuem em determinado grau o horror da dor representado pela antecipação dela, comparado ao ser humano a dor animal é trivial por acreditar que só “vivem o agora”, se for assim eles não possuem esperança e compreensão de seus destinos para aliviar a dor. Na discussão sobre o sofrimento animal basta reparar o tratamento dado à eutanásia, humana é questionável, animal é aceita amplamente (solidão é uma epidemia) e por isso o papel do animal na sociedade moderna é fundamental seja como companhia, companherismo, lubrificante social, solidariedade, desculpa para exercitar-se... Obrigação moral em satisfazer as necessidades animais a partir do momento que o domesticamos e o tornamos dependente. Negligência extraordinária é dada ao animal de convívio que não tem sua dor aliviada, na medicina veterinária indica-se antibióticos mesmo sem infecção confirmada mas analgésico não são administrados por não se conhecer a dor, a quetamina representa alívio mínimo para dor visceral, deste modo são poucos que, intencionalmente, ignoram a dor animal, a ciência só pode lidar com o que é observado ou testado, verificações empíricas são e devem ser afastadas da cientificidade, na ciência não há lugar para julgamentos éticos. Segundo a sociedade internacional para estudo da dor somente seres com linguagem devem ser considerados capazes de sentir dor

ROLLIN B. Some Conceptual and ethical concerns about current views of pain. Pain Fórum. 1999 (2): 78-83 A valorização não econômica do animal é a que considera e se importa com o controle da dor, sendo que os terapeutas alternativos são os que mais a consideram em seus julgamentos. EDUCAÇÂO PARA MUDAR A ÉTICA - Clientes - Clínicos (superar com boa filosofia a ideologia pró-dor que absorveram) - Acadêmicos (apoiar pesquisas que suplementem isso) - Público em geral Necessidade humana mais profunda: necessitar e cuidar dos outros Ao negar as necessidades dos animais surgem os problemas comportamentais (seja por abandono ou por falha na comunicação homem x animal), cuidado com o antropomorfismo (pensamentos, emoções e comportamentos humanos atribuídos aos animais), por exemplo, um cardiopata necessita ter o estresse reduzido, assim como seu colesterol, ao passo que precisa aumentar seu convívio social (quebrar a solidão) e sua confiança para que com isso aumente sua expectativa de vida. Interpretar a linguagem animal é interagir com o dono, segundo a teoria de ligação, o elo emocional duradouro, esforço para manter próximo ao objeto de ligação para assegurar continuidade da relação. Dissonância – 2 elementos não se adaptam um ao outro, causando desconforto, escape. No fim de semana o proprietário vê mais seu animal e com isso leva-o ao veterinário. O bem-estar animal tem relação com a sobrevivência e reprodução assistida (ou seja, controlada), amedrontamento, susto, frutração, tédio, em suma, um estado mental desagradável, atualmente considera-se que a dor animal é a mesma para humanos, o benefício da dúvida. A manifestação do comportamento doloroso representa ao temperamento um retraimento, agressão, vocalização, postura / locomoção diferenciada (antiálgica), expressão facial anormal (olhar apático), orelha caída, esgares (caretas), auto-limpeza diminuída, piloereção, mordedura, arranhadura, áreas dolorosas (automutilação), inquietação, consumo de água e alimento diminuídos. CÃO = não esconde a parte dolorida, vocaliza GATO = esconde, agressivo CAVALO = ansiedade, alargamento de narina, sudorese, ranger dentes BOVINO / CAPRINO / OVINO = Dissociação, apatia, ranger dentes, agressividade SUÍNO = Locomoção alterada, vocaliza ROEDOR = guinchos audíveis, diminuição da ingesta É necessária experiência extremamente dolorosa para ver os comportamentos óbvios (freqüente!), atitude gotosa – aves de corte confinadas, claudicação avalia dor (tendenciosidades observacionais) – evidência silenciosa do sofrimento, o comportamento como medida de dor, acreditar no efeito placebo em animais é uma tendenciosidade humana) LOCOMOÇÃO + APETITE + PERÍODO DE RECUPERAÇÃO Lembrar que analgesia completa só se obtêm na anestesia Nocicepção é diferente de dor, é a forma como uma sensação desagradável é sentida, trata-se do reconhecimento de sinais pelo SNC. Prevenir efetivamente o desenvolvimento da hiperexcitabilidade reduz a dor no pós-operatório Nociceptor é um receptor sensorial que leva a informação do dano tissular ao SNC (quando o balanço energético é negativo o sistema imunológico fica comprometido e com isso as complicações são maiores e a cicatrização retardada) (receptor polimodal) Fibras A-Delta (5-30m/s – AGUDA, retração reflexa – BAIXO LIMIAR) são finamente mielinizadas (receptor polimodal) Fibras C (0,5-2 m/s – não-mielinizada, CRÔNICA) intensificam, amplificam o estímulo captado (prurido!) Receptor (SNP) → capta o estímulo ambiental ou endógeno → pode ser tátil, inócua, dor → SNC “Não existe relação estímulo-resposta pré-determinada e estável”

LOCALIZAÇÃO DA DOR: Segmentar (membros) – Intersegmentar (junções, articulações, ligadoras do tronco) – supra-segmentar (altos centros nervosos) NEGATIVIDADE DA DOR –prolongamento físico e psicológico como resposta ao estresse Mediadores inflamatórios são substâncias algiogênicas (sopa sensibilizadora pois aumenta a sensibilidade nociceptora). A manutenção analgésica é conseguida através de classes farmacológicas como opióides e agonistas adrenérgicos α2, também através da MPA como o fentanil é usado para dor de curta duração ( ↑60min) e DAINE’s para dor crônica, ortopédica pois inibe a formação de PGE A dor é ministrada segundo duas teorias: PORTÃO e dos RECEPTORES OPIÓIDES ENDÓGENOS Opióide = morfina, codeína Conhecer a lipofilicidade da droga pois ela define a afinidade da droga com o receptor (ou seja, sua duração), a analgesia é produzida por agonismo nos receptores, a ação dos analgésicos à nível segmentar baseiase no bloqueio de receptores. DOXAPRAM é um estimulante respiratório que tem efeito em 10-20 minutos. BUTORFANOL – menor dose para gatos, por via IV causa superestimulação temporária do SNC e sedação, tem efeito anti-tussígeno, a depressão respiratória e bradicardia não é comum, somente em altas doses. A tolerância analgésica desenvolve-se de acordo com a dose, ou seja, quanto maior a dor maior a dose que o clínico usa, causando o fenômeno, que pode ser bloqueado pela analgesia preemptiva (lembrar de diminuir a dose em neonatos, idosos, hepato e nefropatas) BUPRENORFINA – contra-indicado repetidas doeses, mas é excelente. Morfina é usada para dores graves, não há teto, ação mais prolongada (causa vômito), é contra-indicada em cirurgias TGI e oculares PETIDINA – 10-15mg/kg gato e 5-10 mg/kg cão, é a melhor, tem efeito rápido, tempo necessário, sedativa, sem efeito colateral FENTANIL – intraoperatório 1-4mg/kg causa depressão respiratória, dor de curto prazo. A.L.→ Xilocaína (tóxico à 20mg/kg, é rápido para agir e para passar); BUPIVACAÍNA (4mg/kg demora a agir mas dura o efeito) Analgesia preemptiva, recuperação rápida, menor dose de drogas requeridas após a absorção, para evitar toxicidade é associado à vasoconstritor (adrenalina) Sem vasoconstritor para pacientes com maior risco de danos cardíacos PROTOCOLOS ANALGÉSICO CIRÚRGICO DE ESCOLHA Petidina – 1,5-2hs 5-10mg/kg IM Fel 3,5mg/kg IM Can Xilazina

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