Guia de Especialidades MEDCEL 2013

November 20, 2018 | Author: clslarissa | Category: Earth & Life Sciences, Biology, Medicine, Wellness, Health Sciences
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GUIA DE ESPECIALIDADES MÉDICAS NA ATUALIDADE...

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GUIA DE ESPECIALIDADES

Organizadores: Atílio G. B. Barbosa Sandriani Darine Caldeira Débora de Alencar Soranso Fernanda Antunes Oliveira Victor Ales Rodrigues

Produção Editorial: Fátima Rodrigues Morais - Viviane Salvador Coordenação Editorial e de Arte: Martha Nazareth Fernandes Leite Projeto Gráfico e Diagramação: Fátima Rodrigues Morais Arte: Thiago Vanderlinde Assistência Editorial: Denis de Jesus Souza Edição de Texto e Imagens: Tatiana Takiuti Smerine Revisão Final: Henrique Tadeu Malfará de Souza Revisão: Hélen Xavier - Isabela Biz - Leandro Martins - Lívia Stevaux - Luiz Filipe Armani Mariana Rezende Goulart Serviços Editoriais: Andreza Queiroz - Eliane Cordeiro - Luan Vanderlinde - Vanessa Araújo

ISBN 978-85-7925-390-4

2013 Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma da legislação vigente. Direitos exclusivos para a língua portuguesa licenciados à Medcel Editora e Eventos Ltda. Av. Paulista, 1776 - 2º andar - São Paulo - Brasil www.medcel.com.br (11) 3511 6161

ORGANIZADORES

Débora de Alencar Soranso Graduanda em medicina pela Universidade Anhembi-Morumbi. Fernanda Antunes Oliveira Graduada em medicina pela Universidade Santo Amaro (UNISA). Victor Ales Rodrigues Graduando em medicina pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

CONHEÇA OS CURSOS MEDCEL:

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PREPARATÓRIOS PARA TÍTULOS DE ESPECIALISTAS

CURSOS DE ATUALIZAÇÃO

Extensivo Extensivo Modular Extensivo Aplicado Intensivo

Reta Final - SUS/SP Habilidades Médicas Treinamento para Prova Prática SIC NET

Clínica Médica Clínica Cirúrgica Pediatria

SIC NET

Pediatria Cardiologia Ginecologia e Obstetrícia

Oftalmologia Ortopedia e Traumatologia

ACLS Antibioticoterapia Radiologia Eletrocardiograma

Emergências Clínicas Urgências e Emergências Cirúrgicas Terapia Intensiva Interpretação de Exames

NOSSAS VANTAGENS*:

Presencial ou ao vivo via internet

Reprise online 24h/dia

Conteúdo baseado em dados estatísticos

Corpo docente 90% FMUSP, UNIFESP e STA. CASA

Material didático Livros também na enviado no início versão eletrônica para iPad do curso

*De acordo com o curso.

Matrículas e mais informações: (11) 3511-6161 [email protected] www.medcel.com.br

Você em primeiro lugar!

ÍNDICE

1. A arte da medicina ....................................................................................................................... 7 2. O recém-formado ........................................................................................................................ 8 3. Residência Médica no exterior .................................................................................................... 9 4. Acesso Direto 1. Acupuntura ......................................................................................................................................... 11 2. Anestesiologia .................................................................................................................................... 13 3. Cirurgia Geral ..................................................................................................................................... 15 4. Clínica Médica .................................................................................................................................... 17 5. Dermatologia ..................................................................................................................................... 19 6. Genética Médica ................................................................................................................................ 21 7. Ginecologia e Obstetrícia ................................................................................................................... 23 8. Homeopatia ....................................................................................................................................... 25 9. Infectologia ....................................................................................................................................... 27 10. Medicina de Família e Comunidade ................................................................................................. 29 11. Medicina do Esporte ......................................................................................................................... 31 12. Medicina do Tráfego ......................................................................................................................... 33 13. Medicina do Trabalho ........................................................................................................................ 35 14. Medicina Física e Reabilitação .......................................................................................................... 37 15. Medicina Legal .................................................................................................................................. 39 16. Medicina Nuclear ............................................................................................................................. 41 17. Medicina Preventiva e Social ............................................................................................................ 43 18. Neurocirurgia .................................................................................................................................... 45 19. Neurologia ........................................................................................................................................ 47 20. Oftalmologia ..................................................................................................................................... 49 21. Ortopedia e Traumatologia ............................................................................................................... 51 22. Otorrinolaringologia ......................................................................................................................... 53 23. Patologia e Patologia Clínica ............................................................................................................. 55 24. Pediatria ........................................................................................................................................... 57 25. Psiquiatria ......................................................................................................................................... 59 26. Radiologia e Diagnóstico por Imagem .............................................................................................. 61 27. Radioterapia ..................................................................................................................................... 63

5. Clínica Médica 28. Alergia e Imunologia ......................................................................................................................... 65 29. Cardiologia ........................................................................................................................................ 67 30. Endocrinologia .................................................................................................................................. 69 31. Gastroenterologia ............................................................................................................................. 71 32. Geriatria ............................................................................................................................................ 73 33. Hematologia e Hemoterapia ............................................................................................................ 75 34. Medicina Intensiva ........................................................................................................................... 77 35. Nefrologia ......................................................................................................................................... 79 36. Nutrologia ......................................................................................................................................... 81 37. Oncologia Clínica .............................................................................................................................. 83 38. Pneumologia ..................................................................................................................................... 85 39. Reumatologia .................................................................................................................................... 87 6. Clínica Cirúrgica 40. Angiologia e Cirurgias Vascular e Endovascular ................................................................................ 89 41. Cirurgia Cardiovascular ..................................................................................................................... 91 42. Cirurgia de Cabeça e Pescoço ........................................................................................................... 93 43. Cirurgia do Aparelho Digestivo ......................................................................................................... 95 44. Cirurgia do Trauma ........................................................................................................................... 97 45. Cirurgia Oncológica ........................................................................................................................... 99 46. Cirurgia Pediátrica .......................................................................................................................... 101 47. Cirurgia Plástica .............................................................................................................................. 103 48. Cirurgia Torácica ............................................................................................................................. 105 49. Coloproctologia .............................................................................................................................. 107 50. Urologia .......................................................................................................................................... 109 51. Videolaparoscopia .......................................................................................................................... 111

A ARTE DA MEDICINA

A medicina tem como uma de suas raízes mais conhecidas a desenvolvida por Hipócrates, considerado o “pai da medicina”. Ele viveu na Grécia Antiga e lá desenvolveu inúmeras teorias e teve vários discípulos sob seus ensinamentos. Foram eles uns dos pioneiros na arte de entender os sintomas causados pelas patologias. A partir daí e à medida que os séculos passavam, cada vez mais surgiam questionamentos sobre as práticas médicas e o quão necessárias se faziam perante a população. Na Idade Média, era comum o médico procurar curar praticamente todas as doenças utilizando o recurso da sangria, feito, principalmente, com a utilização de sanguessugas. Porém, nesse período, os conhecimentos avançaram pouco, pois havia uma forte influência da Igreja Católica, que condenava as pesquisas científicas e as considerava práticas demoníacas. No período do Renascimento Cultural, nos séculos XV e XVI, houve um grande avanço da medicina. Movidos por uma grande vontade de descobrir o funcionamento do corpo humano, médicos buscaram explicar as doenças por meio de estudos científicos e testes de laboratório. Posteriormente, descobriu-se o funcionamento do sistema circulatório, e mais ensinamentos foram construídos baseados na anatomia e na fisiologia. No século XIX, todo o conhecimento ficou mais apurado após a invenção do microscópio acromático. Com essa invenção, Louis Pasteur conseguiu um enorme avanço ao descobrir que as bactérias são as responsáveis pela causa de grande parte das doenças. Atualmente, temos uma medicina moderna e em constante renovação por meio das pesquisas, nada comparável a todos esses séculos de acúmulo de conhecimento. É uma medicina que proporciona maiores técnicas de diagnóstico, medicamentos mais potentes e capazes de melhor combater inúmeras doenças. Os procedimentos cirúrgicos contam com instrumentos mais delicados e técnicas cirúrgicas menos invasivas que propiciam melhoras mais rápidas no pós-operatório. É um ciência mutável e que vai se construindo a cada descoberta realizada. É por meio de estudos de décadas e na prática médica diária que a medicina se renova e quebra tabus. Mas, mesmo com as diversas melhorias, muito ainda há de ser descoberto ou reestruturado. São as infinitas doenças que acometem o homem que ainda precisam de tratamento ou mesmo de diagnóstico. Por isso, muito se fez, mas muito ainda se fará por uma ciência tão nobre e enriquecedora que é a arte de curar, a medicina.

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O RECÉM-FORMADO

A medicina é uma profissão construída após 6 anos de estudo integral, passando por suas cadeiras básicas, avançadas e pelo internato. São muitos anos de dedicação e de abdicação, mas sempre em busca do propósito de ser um estudioso da arte médica, entender a base das doenças e, a partir disso, poder desenvolver técnicas de diagnóstico e tratamento, seja ele curativo ou paliativo. Após esse embasamento, o recém-formado, e agora um jovem médico, deve escolher e se dedicar a um estudo de uma das várias subdivisões da medicina, seja ela a Clínica Médica, a Cirurgia Geral, a Ginecologia e muitas outras. Essa especialidade será alcançada por meio de um estudo na Residência Médica, que terá duração de acordo com o programa escolhido. É durante a Residência Médica que o jovem médico se tornará apto a exercer plenamente uma área com mais dedicação e com ensinamento mais aprofundado, deixando de ser generalista. Para que isso ocorra, o médico deve estar consciente de suas escolhas e de que a área que escolheu o preencherá como profissional e pessoalmente, para que possa estar satisfeito diante das escolhas feitas. Já ao concluir a especialidade, novos desafios surgem a esse jovem profissional, novas dificuldades apresentam-se na carreira e outras tantas devem ser ultrapassadas para somente então conseguir se firmar, em um emprego em serviço público ou privado, abrindo o próprio consultório ou realizando procedimentos mais invasivos. Para o jovem médico, o que permanece são os ensinamentos de construir aos poucos sua carreira, em bases sólidas e com decisões precisas, onde as escolhas tomadas irão refletir no seu futuro mais distante.

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RESIDÊNCIA MÉDICA NO EXTERIOR

Existe a possibilidade de esse recém-formado realizar a sua Residência Médica fora do país. Esse é um processo bastante complexo e varia de país para país. Aqui abordaremos apenas de maneira geral o tema, e como exemplo explicaremos os passos gerais para o ingresso nos Estados Unidos (EUA). O fato de haver uma avalição e de ser um processo extenuante não é regra apenas para aqueles que saem daqui. Se um profissional de outro local desejar ingressar na carreira médica em terras brasileiras, deve fazer uma validação de seu diploma, processo que é sabidamente muito complicado. Para se ter uma ideia, o processo Revalida, que revalida os diplomas de médicos formados fora do Brasil, já teve 1.184 candidatos, com apenas 67 aprovados (cerca de 5%). O consenso para atuar em outros locais é a realização de avaliações de conhecimento básico, clínico e prático, bem como o conhecimento aprofundado do idioma local. Além disso, existem as peculiaridades da medicina em cada local, nas condutas propriamente ditas ou nos aspectos legais e culturais. Dessa forma, essas particularidades também são cobradas nas avaliações para iniciar a carreira em outros países. Nos EUA O médico formado fora dos EUA interessado em fazer Residência nesse país deve submeter-se a alguns exames a fim de se qualificar. Eles constam de um conjunto de provas concentradas nas áreas de Ciências Médicas e Ciências Clínicas (o chamado USMLE). As avaliações são dividas em etapas, os chamados steps, e funcionam da seguinte forma: - Step 1: é a 1ª etapa do processo e tem como objetivo avaliar se o candidato tem a capacidade de compreender e aplicar conceitos importantes das ciências básicas para a prática médica. De maneira geral, abrange os seguintes temas: Anatomia Humana, Fisiologia, Bioquímica, Farmacologia, Patologia, Microbiologia, Epidemiologia e Tópicos Interdisciplinares, como Nutrição, Genética e Envelhecimento. Os resultados, então, são relatados com uma pontuação de 3 e outra de 2 algarismos. A pontuação mínima para ser aprovado é de 189, no escore de 3 algarismos. Teoricamente, a pontuação máxima é de 300. - Step 2: essa é a 2ª etapa do processo. Tem o objetivo de avaliar se o candidato possui conhecimentos, habilidades e compreensão da ciência clínica essencial para a prestação de assistência ao paciente, sob supervisão. O Step 2 é subdividido em 2 exames: · Step 2 CK (do inglês, Clinical Knowledge) é um exame de múltipla escolha com o intuito de avaliar a clínica por meio de um conhecimento tradicional. O exame dura 9 horas e é constituído de 8 blocos de 46 perguntas cada. Uma hora é dada para cada bloco de perguntas. Os temas inclusos nesse exame são as Ciências Médicas, como Clínica Médica, Cirurgia, Pediatria, Psiquiatria, Ginecologia e Obstetrícia. · Step 2 CS (do inglês, Clinical Skill) é um exame prático que pretende avaliar habilidades clínicas simuladas com pacientes por meio de interações, em que o examinando interage com doentes padronizados retratados por atores. Cada examinando enfrenta 12 casos clínicos e tem 15 minutos para concluir a anamnese e o exame clínico de cada paciente, e depois mais 10 minutos para escrever uma nota descrevendo os resultados, o diagnóstico diferencial e a

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solicitação de exames complementares. O Step 2 CS é aplicado desde 2004 e, ao contrário do Step 1 e do Step 2 CK, deve ser obrigatoriamente feito nos Estados Unidos. O exame é oferecido em 5 cidades americanas: Philadelphia (PA), Chicago (IL), Atlanta (GA), Houston (TX) e Los Angeles (CA). - Step 3: é a 3ª e última etapa do processo e se destina a avaliar se o candidato consegue aplicar desacompanhado o conhecimento e a compreensão da Ciência Biomédica e clínica essencial para a prática da medicina. Os diplomados em escolas médicas americanas normalmente realizam esse exame no final do 1º ano de Residência. Médicos estrangeiros recém-licenciados poderão fazer o Step 3 antes de começar na Residência, em cerca de 10 estados americanos. O Step 3 ocorre em 2 dias de exame. Cada dia de testes deve ser concluído dentro de 8 horas. O 1º dia de testes de escolha múltipla inclui 336 itens divididos em blocos, cada um constituído de 48 itens. Examinandos devem preencher cada bloco dentro de 60 minutos. O 2º dia de testes de escolha múltipla inclui 144 itens, divididos em blocos de 36 itens. E os examinandos devem completar cada bloco dentro de 45 minutos. Por fim, é fundamental possuir cartas de recomendação de professores de universidades americanas, inclusive específica da área em que está prestando. Isso é importante para o momento “colocação” (placement), em que o candidato irá tentar finalmente ingressar nas universidades escolhidas. Isso pode ser feito por contato direto do médico com os hospitais. Para saber dos hospitais numa determinada área de especialização, o médico deverá consultar o The Directory of Residency Training Programs. Além de contato direto, uma maneira de pleitear uma Residência é o serviço nacional computadorizado de colocação em Residências: o National Resident Matching Program (NRMP). Após esses procedimentos, o candidato aplica-se para algumas universidades e aguarda ser chamado para entrevistas. Então deve ranquear as universidades e estas fazem o mesmo. Os dados são então cruzados, obtendo-se o resultado final. Fellowship Fellowship é uma especialização realizada após a Residência Médica, que tem por objetivos a atuação clínica e/ou a pesquisa. O fellowship clínico (clinical fellowship) de modo geral pressupõe uma Residência Médica feita nos Estados Unidos. Esse tipo de fellowship, por envolver contato clínico com o paciente, requer também que o candidato siga as mesmas normas estabelecidas para uma Residência, submetendo-se, inclusive, às provas. Observação e pesquisa Médicos com Residências completas podem passar uma temporada de observação e/ou pesquisa em hospitais ou clínicas, em programas menos formais que o fellowship, sem contato clínico com pacientes. A possibilidade de fazer isso, no entanto, depende de vários fatores: primeiro, a entidade precisa dispor de tempo e de pessoal para acomodar o observador e/ ou pesquisador. Segundo, é necessário saber onde existe a possibilidade de fazer um desses programas. Geralmente, é preciso ter um conhecimento pessoal com um profissional envolvido nos projetos. Sempre que o médico estrangeiro pedir permissão para se incluir nesses projetos, ele deverá esclarecer muito especificamente suas qualificações e objetivos profissionais. Para o médico que não tenha conhecimentos pessoais com profissionais de destaque, pedidos de orientação poderão ser feitos diretamente para as faculdades de medicina. Esse foi o exemplo de Residência Médica nos EUA. Para maiores detalhes sobre outros lugares do mundo, devem-se procurar informações nos programas de Residência Médica do país em questão. Existem, ainda, diversas organizações que trabalham apenas com programas de intercâmbio e podem auxiliar os candidatos nos diversos trâmites do processo.

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ACUPUNTURA

1. Introdução

2. Áreas de atuação

A Acupuntura é a prática fundamental da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), usada há mais de 4.000 anos no Oriente e agora difundida no Ocidente. A Acupuntura tem comprovação científica no Brasil e está entre as 50 especialidades reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), pela Associação Médica Brasileira (AMB) e pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM). A técnica baseia-se em energias que percorrem o corpo. Esses trajetos passam pelos órgãos e vísceras e se exteriorizam na pele e nas estruturas próximas, como tecido subcutâneo, músculos, tendões e outras. Nesses trajetos foram mapeados pontos, que podem ser alcançados por agulhas, permitindo que sejam estimulados ou sedados, conforme o caso, para desbloquear a passagem da energia e permitir sua circulação e distribuição pelo organismo. Ficarão a critério do médico acupunturista selecionar e fazer a combinação dos pontos mais adequados para colocação das agulhas no paciente, de acordo com as desarmonias e as características de cada indivíduo.

A principal área de atuação de um acupunturista é em consultório particular. Empregos em hospitais, públicos ou privados, são bem incomuns. Outra possibilidade é o ensino em escolas médicas, já que essa especialidade ainda possui poucos locais de ensino no Brasil.

Residência Médica Acesso direto. 2 anos. - Clínica Médica; - Ginecologia e Obstetrícia; - Ortopedia e Traumatologia; - Neurologia; - Dermatologia; Rodízio nas áreas - Reumatologia; - Eletrofisiologia; - Otorrinolaringologia; - Psiquiatria; - Ambulatórios; - PS. 23: - Nordeste: 14; Média de vagas no país - Centro-Oeste: 2; - Sul: 2; - Sudeste: 5. Entrada Duração

3. Vantagens e dificuldades A - Vantagens Pouco investimento inicial, já que não são necessários equipamentos custosos para iniciar um consultório. A clientela é exclusivamente particular, o que promove melhor remuneração. Não há plantões, o que promove melhor qualidade de vida.

B - Desvantagens Muitos pacientes ainda apresentam falta de confiança na especialidade e, caso não apresentem efeito nas primeiras sessões, acabam desanimando do tratamento; há a questão da qualificação profissional, já que a aplicação dessa arte milenar, como na cirurgia, depende do correto diagnóstico e do conhecimento aprofundado para se escolher bem o procedimento; medo de agulhas. O que o tornará um bom acupunturista? - Gostar de trabalhar com as próprias mãos; - Ser expert em uma área médica superespecializada; - Apreciar uma ciência milenar; - Ter uma excelente destreza manual.

4. Situação atual e perspectivas O tratamento de acupuntura, atualmente, oferece efeitos analgésico, anti-inflamatório leve, relaxamento muscu-

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GUIA DE ESPECIALIDADES lar, ansiolítico, antidepressivo leve, além de diversos outros benefícios. Geralmente, quem procura o acupunturista são casos crônicos, e cerca de 70% dessa população possuem queixa de dores e muitos outros sintomas, de causas variáveis, o que traz um desafio a mais para o médico. Dessa forma, há a necessidade de aprofundar o conhecimento em várias especialidades médicas. Essa é uma área em constante crescimento e promete, cada vez mais, campo para os especialistas que procuram essa modalidade médica. Acupunturistas em atividade Cerca de 1.830 em 2012

5. Estilo de vida A acupuntura promove uma ótima qualidade de vida. Além de ser uma área que não possui plantões nem atendimento de urgência, os profissionais que a escolhem geralmente são adeptos da filosofia de medicina oriental e gostam muito do que fazem, o que contribui para a plena satisfação profissional. A remuneração também costuma ser boa, mais um fator positivo para um estilo de vida gratificante.

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ANESTESIOLOGIA

1. Introdução

3. Vantagens e dificuldades

A Anestesiologia é a especialidade médica de acesso direto que estuda e proporciona ausência ou alívio da dor e de outras sensações ao paciente que necessita realizar procedimentos cirúrgicos, sejam diagnósticos, curativos ou paliativos. A especialidade vem a cada dia ampliando suas áreas de atuação, englobando não só o período intraoperatório, bem como os períodos pré e pós-operatórios, realizando atendimento ambulatorial para avaliação pré-anestésica e assumindo um papel fundamental pós-cirúrgico no acompanhamento do paciente tanto nos serviços de recuperação pós-anestésica e Unidades de Terapia Intensiva (UTI) quanto no ambiente da enfermaria, atuando nos cuidados paliativos e no controle da dor até o momento da alta hospitalar.

Médicos que buscam a Anestesiologia visam, na maioria das vezes, não ter tanto contato com pacientes, além de maior tranquilidade em sua atuação profissional nos centros cirúrgicos. Os momentos de maior tranquilidade nesses ambientes têm feito aumentar a procura por essa especialidade. As dificuldades encontradas são deparar com o tempo transcorrido em cada cirurgia, requerendo do anestesista muita prática em lidar com os anestésicos disponíveis, e a durabilidade de cada procedimento a ser realizado. Outra dificuldade encontrada por esse profissional dentro de hospitais particulares é sua inserção nas equipes médico-cirúrgicas, instituídas pelos cirurgiões para obterem melhor entendimento e maior praticidade em sua atuação cirúrgica, fazendo com que muitos anestesistas só trabalhem em hospitais públicos. Não se pode deixar de falar também sobre as intempéries de trabalhar em hospitais sucateados, que não oferecem boas condições para a realização dos procedimentos.

Residência Médica Entrada

Acesso direto.

Duração

3 anos.

Média de vagas no país

508: - Norte: 27; - Nordeste: 87; - Centro-Oeste: 37; - Sul: 78; - Sudeste: 279.

2. Áreas de atuação O anestesista atua em ambulatórios, fazendo triagem e avaliação de pacientes que irão se submeter a algum procedimento cirúrgico. Posteriormente, realiza procedimentos anestésicos nos centros cirúrgicos; avalia pacientes em UTI e enfermarias para cuidados e controles da dor. O anestesista pode também trabalhar em equipes cirúrgicas específicas, como de cirurgias pediátricas, gástricas, vasculares, ginecológicas, entre outras.

O que o tornará um bom anestesista? - Dominar os mecanismos de ação e efeitos dos anestésicos utilizados em cada procedimento, de acordo com cada paciente e sua faixa etária; - Permanecer relaxado e confiante, mesmo sob extrema pressão, como nas cirurgias de urgência e de pacientes que sofreram trauma; - Dominar a técnica da intubação e do acesso venoso, central ou periférico.

4. Situação atual e perspectivas A Anestesiologia é uma área de suma importância associada à Cirurgia Geral e suas subespecialidades. Antes de seu desenvolvimento, os procedimentos cirúrgicos requeriam

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GUIA DE ESPECIALIDADES muito sacrifício por parte do paciente, que tinha de suportar inúmeras horas de intenso sofrimento e dor. Isso restringia os procedimentos e muitos vinham a falecer de sua comorbidade. A partir do surgimento dos anestésicos, a cirurgia passou por um processo de grande crescimento, com inúmeros procedimentos passíveis de serem executados, e os pacientes passaram a usufruir de mais conforto e maior expectativa de terem seu problema solucionado.

5. Estilo de vida A qualidade de vida é um dos pontos fundamentais em uma carreira profissional, e essa especialidade tende a proporcionar uma tranquilidade profissional e pessoal, sem muitas dificuldades e demonstrando o quão satisfeito se está com a profissão escolhida. No começo de todas as carreiras profissionais, temos maior dificuldade de nos ajustar ao mercado de trabalho e ultrapassar barreiras para só então alcançar a estabilidade tão almejada.

6. Subespecialidades - Estudo da dor.

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CIRURGIA GERAL

1. Introdução A Cirurgia Geral constitui-se numa área médica complexa e especializada, envolvendo diversos procedimentos necessários para um adequado funcionamento dos órgãos e sistemas. Sendo a Cirurgia Geral embasada nesse pilar, os procedimentos realizados pelos especialistas incluem cirurgias no compartimento abdominal, de cabeça e pescoço, do tórax, dos tecidos mole e musculoesquelético, trauma, oncologia e doentes em fase crítica. Ao realizar uma Residência em cirurgia, o médico tem como objetivo desenvolver um aprendizado teórico e prático a respeito dos cuidados clínicos e cirúrgicos, básicos e avançados, e da tecnologia atualizada para solucionar da melhor maneira as afecções de maior prevalência populacional, nas diferentes áreas cirúrgicas. O programa de Residência visa proporcionar conhecimento na assistência ambulatorial, em enfermarias, serviços de urgência e emergência, terapia intensiva e, tecnicamente, uma visão ampliada sobre o ato operatório e seus diversos instrumentos. Entrada Duração

Rodízio nas áreas

Residência Médica Acesso direto. 2 anos. - Cirurgia Geral; - Cirurgia do Aparelho Digestivo; - Coloproctologia; - Transplante; - Cirurgia do Trauma; - Cirurgia de Cabeça e Pescoço; - Cirurgia Cardíaca; - Cirurgia do Tórax; - Urologia; - Cirurgia Vascular; - Cirurgia Pediátrica; - Cirurgia Plástica; - Terapia Intensiva; - Técnica Cirúrgica.

Média de vagas no país

1.070: - Norte: 68; - Nordeste: 181; - Centro-Oeste: 88; - Sul: 197; - Sudeste: 536.

2. Áreas de atuação O cirurgião geral pode atuar em setores como a enfermaria, fazendo visita em pacientes internados para pré e pós-operatório, assim como realizar intervenções caso necessário em algum momento da internação. Atua no pronto-socorro, atendendo urgência e emergências de pacientes que, por ventura, sofreram acidentes por diversos mecanismos, como automobilísticos, motociclistas, atropelamentos, queimados e inúmeras outras afecções. Pode trabalhar diretamente no centro cirúrgico, realizando procedimentos marcados eletivamente em ambulatório. Atua também avaliando os pacientes cirúrgicos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Diversos são os procedimentos que podem ser realizados pelo cirurgião geral, pois é portador de um conhecimento abrangente nesse campo. A seguir, alguns procedimentos realizados por esse profissional: - Abdominal: apendicite, diverticulite, pancreatite, obstruções intestinais, herniorrafias ou hernioplastias, patologias orificiais, esplenectomias, colecistectomias, gastrostomias, gastroenteroanastomose, abordagem hepática e esplênica pós-traumatismos, paracentese, laparotomias exploradoras; - Torácico: drenagem torácica, toracocentese, toracotomia de emergência; - Membros superiores e inferiores: flebotomias, acesso venoso central, queimaduras.

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GUIA DE ESPECIALIDADES 3. Vantagens e dificuldades A vantagem proporcionada pela Cirurgia Geral é a oportunidade de trabalhar não só com casos clínicos tratados apenas farmacologicamente, como também com procedimentos médicos mais invasivos. Uma das dificuldades encontradas nessa especialidade é deparar com o tempo transcorrido em cada cirurgia, requerendo do cirurgião um bom preparo físico e emocional para suportar a extensa carga horária, mantendo sempre muito controle e atenção nos procedimentos realizados. Não se pode deixar de falar também sobre as intempéries de trabalhar em hospitais sucateados, que não oferecem boas condições para a realização de procedimentos. O que o tornará um bom cirurgião? - Ser criativo, detalhadamente orientado, e cobrar de si mesmo alto padrão de postura; - Permanecer relaxado e confiante mesmo sob extrema pressão; - Ter uma ótima destreza manual.

4. Situação atual e perspectivas A Cirurgia Geral é uma área muito extensa e complexa, com longos anos de treinamento até que se possa estar apto a realizar procedimentos invasivos nos pacientes que deles necessitam. Com o passar dos anos, podemos notar que procedimentos anteriormente indicados de imediato agora são analisados e tratados conservadoramente, antes de se realizar qualquer tipo de abordagem cirúrgica. Temos o surgimento e o desenvolvimento da Cirurgia Robótica, em que é possível proporcionar ao paciente menos agressão tecidual, mais intensa em cirurgias abertas, e mais destreza nos movimentos realizados.

5. Estilo de vida A qualidade de vida é um dos pontos fundamentais em uma carreira profissional, demonstrando o quão satisfeito se está com a profissão escolhida, podendo-se conciliar profissão, família, viagens e lazer. No começo de todas as carreiras profissionais, temos maior dificuldade de nos ajustar ao mercado de trabalho e ultrapassar barreiras para só então alcançar a estabilidade tão almejada. Na Cirurgia Geral, não é diferente; no começo o profissional acaba tendo de fazer muitos plantões noturnos e em diversos serviços, até conseguir se fixar em um hospital que possa lhe oferecer mais estabilidade.

6. Subespecialidades - Cirurgia Plástica; - Cirurgia Torácica; - Cirurgia Vascular;

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- Cirurgia Pediátrica; - Urologia; - Proctologia; - Cancerologia Cirúrgica; - Videolaparoscopia; - Trauma.

4 1. Introdução A Clínica Médica nasceu há 2.500 anos, na Ilha de Kós, na Grécia, com Hipócrates, o introdutor da anamnese como parte inicial da consulta clínica. O clínico geral, em toda a sua formação, é capacitado a desenvolver um raciocínio diagnóstico com o objetivo de discernir aqueles mais apropriados para determinados pacientes. Portanto, a classificação mais apropriada para o clínico geral é a de diagnosticador, tendo uma visão mais integral do paciente e um papel fundamental na promoção da saúde. Residência Médica Entrada

Acesso direto.

Duração

2 anos.

Rodízio nas áreas

- Unidade de Internação em enfermaria de Clínica Médica Geral e de especialidades, ambulatório geral e em unidade básica de saúde, urgência e emergência, unidade de terapia intensiva, ambulatório de Clínica Geral, Especializada e unidade básica de saúde; - Estágios obrigatórios: Cardiologia, Gastroenterologia, Nefrologia e Pneumologia; - Cursos obrigatórios: Epidemiologia Clínica, Biologia Molecular Aplicada, Organização de Serviços de Saúde.

Média de vagas no país

1.498: - Norte: 55; - Nordeste: 247; - Centro-Oeste: 149; - Sul: 228; - Sudeste: 819.

CLÍNICA MÉDICA

hospitalar e ambulatorial. Não possui um público-alvo específico, já que sua atuação abrange todas as idades e moléstias. Uma das características da especialidade é promover a saúde e hábitos de vida saudável. É imprescindível como “interconsultor”, essencialmente para especialidades cirúrgicas, fazendo diagnósticos de alterações clínicas e acompanhamento conjunto de pacientes selecionados.

3. Vantagens e dificuldades Como no início de algumas carreiras, o clínico leva alguns anos para se estabilizar, principalmente se tiver seu próprio consultório, pois não conseguirá ter uma renda positiva até se tornar reconhecido. Outra dificuldade do clínico no Brasil é que, diante de tantas especialidades, o generalista acaba subestimado e substituído pelo especialista, sem saber se a sua queixa não seria resolvida simplesmente pelo clínico geral. A vantagem é que não faltam empregos para o clínico, que pode trabalhar em prontos-socorros e em enfermarias de Clínica Médica, conseguindo obter bons salários; porém, para ganhar mais, precisa trabalhar em 2 ou mais lugares. Trata-se de uma especialidade muito gratificante, com reconhecimento da dedicação do profissional pelo paciente e por este contar com um médico que o veja como um todo, com liberdade para expressar e perguntar sobre suas mais diversas queixas. O que o tornará um bom clínico geral? - Ter um bom raciocínio diagnóstico; - Saber lidar com o diagnóstico e tratamento de doentes crônicos; - Gostar de desafios, para fazer diagnósticos difíceis; - Possuir uma visão abrangente do paciente.

2. Áreas de atuação

4. Situação atual e perspectivas

Geralmente, esse é o profissional de 1º contato do paciente, em prontos-socorros e no dia a dia do atendimento

A perspectiva da carreira está em ascendência, pois possui um grande número de vagas distribuídas pelo país,

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GUIA DE ESPECIALIDADES a maior porcentagem concentrada na região Sudeste. Com esses dados, temos não só a grande procura como também a grande demanda pela especialidade, que é essencial para o funcionamento da saúde pública brasileira. Atualmente, há grandes centros de referência para a formação desse especialista, além de grandes locais de atuação. Clínicos gerais em atividade Cerca de 12.138 em 2012

5. Estilo de vida O estilo de vida do profissional vai depender somente do que ele estiver programando para sua vida. Pode ter uma vida mais corrida, trabalhando em 3 ou 4 empregos, mas podendo ganhar bons salários, ou pode trabalhar em apenas 1 lugar ou ter um consultório, levando, dessa forma, uma carreira um pouco mais tranquila, conseguindo conciliar a profissão com outras atividades diárias, como família, viagens e lazer.

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5 1. Introdução A Dermatologia é a especialidade médica que se ocupa do diagnóstico e do tratamento clínico-cirúrgico das doenças que acometem a pele, maior órgão do corpo humano, sendo de extrema importância para a proteção do organismo contra agravos externos. A especialidade engloba ainda as doenças que acometem os anexos cutâneos como cabelos, unhas e mucosas. O especialista nessa área atua em todos os processos fisiopatológicos que envolvem a pele, desde simples infecções, reações autoimunes e inflamatórias até tumores. Mas, além de lidar com variadas afecções de pele localizadas ou sistêmicas, essa especialidade atua na cosmiatria, visando ao estudo e à aplicação de cremes manipulados para ofertar melhorias aos que deles fazem uso. Residência Médica Entrada Duração

Média de vagas no país

Acesso direto. 3 anos. 164: - Norte: 10; - Nordeste: 21; - Centro-Oeste: 13; - Sul: 24; - Sudeste: 96.

2. Áreas de atuação O dermatologista é um profissional que atua em hospitais, realizando atendimento e intervenções em pacientes que venham a ser acometidos por doenças dermatológicas. Trabalha, também, em consultórios particulares ou públicos.

3. Vantagens e dificuldades O médico, ao decidir pela Dermatologia, tem a comodidade de já ter o acesso direto à sua escolha sem ter de fa-

DERMATOLOGIA

zer outra área como pré-requisito. Durante o seu 1º ano, o residente faz Clínica Médica, e os 2 anos subsequentes são voltados para as afecções da pele. Uma das vantagens dessa área médica é a atuação em locais de trabalho mais tranquilos, como consultórios particulares ou o sistema público. Associado à boa prática médica, esse profissional tende a uma excelente tranquilidade no seu ambiente de trabalho. Uma das dificuldades encontradas nessa área atualmente é que há uma competição estética entre profissionais de outras áreas, empregando-se de má fé e agindo contra a boa prática da medicina. Esses, por sua vez, agem com fins apenas lucrativos e não visam à satisfação dos pacientes com o emprego de tratamentos adequados e de boa qualidade. O que o tornará um bom dermatologista? - Ser confiante e transmitir confiabilidade ao paciente; - Manter uma boa relação médico–paciente, pois dela dependerá o sucesso ou fracasso do tratamento; - Ter carisma e transmitir fatos coerentes e viáveis aos pacientes; - Não fazer promessas ou estimular ideias fantasiosas frente aos resultados esperados; - Não ser intempestivo e saber o momento certo de agir e parar; - Tomar condutas coerentes e, se for o caso, até individualizadas perante cada caso; - Buscar sempre estar atualizado frente às pesquisas em sua área de atuação.

4. Situação atual e perspectivas Essa especialidade médica é vista como uma das mais promissoras, em que o profissional consegue se realizar profissionalmente, sem tantas intempéries na sua prática. Atualmente, é uma das especialidades mais concorridas dentre todas da Residência Médica porque deixou de ser voltada exclusivamente para as doenças da pele e passou a atuar com uma vertente mais estética. Isso ocorreu após a melhoria e o desenvolvimento de equipamentos e a desco-

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GUIA DE ESPECIALIDADES berta de diversas substâncias que proporcionaram a retirada de camadas de células desvitalizadas para que se renovassem; também, há a aplicação de substâncias no subcutâneo, propiciando maior estabilidade à pele. Partindo de uma análise da sociedade a qual estamos vivenciando, percebemos o quão se valorizam os parâmetros estéticos e a boa saúde, portanto essa é uma área médica em constante mudança e estudo.

5. Estilo de vida A Dermatologia é, atualmente, uma das áreas médicas mais bem conceituadas no sentido de ofertar um bom campo de atuação profissional, voltado para o atendimento em consultórios particulares, o que proporciona ao médico maior comodidade em estabelecer seus horários de trabalho. Assim, esse profissional consegue manter uma atuação profissional sem que o impeça de ter tempo para os seus afazeres.

6. Subespecialidades - Cirurgia Dermatológica; - Cosmiatria.

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6 1. Introdução Essa especialidade foi criada em 1977, no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, e só foi reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina em 1983. Os membros da Sociedade Brasileira de Genética, em 1986, fundaram a Sociedade Brasileira de Genética Médica. As 60 horas semanais da jornada de trabalho do residente são divididas desta forma: 40 horas de atividades rotineiras dentro da genética e 20 horas de plantões definidos a critério do programa, que decidirá como e quando utilizar essas horas. De modo geral, essa especialidade permitirá que o médico residente saiba o diagnóstico patológico e clínico das enfermidades genéticas e das síndromes teratogênicas, capacitando-o a realizar condutas clínicas e tratamento quando necessário, e também a fazer aconselhamentos genéticos seguindo os princípios da bioética. Muitas vezes, o médico geneticista não cuidará apenas do paciente sindrômico, mas também se envolverá com a família e com parentes próximos para estudá-los geneticamente e procurar descobrir qual erro genético permitiu a criança ter nascido daquela forma, ou porque o casal não consegue ter filhos, ou porque o bebê não nasceu. Também terá contato com a parte de laboratório, envolvendo bioquímica, citogenética e genética molecular. Entrada Duração

Rodízio nas áreas

Residência Médica Acesso direto. 3 anos. - Atividades práticas: Pediatria, Clínica Médica, Neurologia, Endocrinologia, Medicina Fetal, atendimento clínico supervisionado de pacientes do Serviço de Genética (dismorfologia, aconselhamento genético, genética pré-natal, tratamento de doenças genéticas) e complementação laboratorial (Citogenética, Erros Inatos do Metabolismo e Biologia Molecular); - Atividades teóricas: seminários, revisão bibliográfica, sessões clínicas e pesquisas compostas por módulos nas áreas de Genética Básica, Genética Clínica, Citogenética e Epidemiologia.

GENÉTICA MÉDICA

Média de vagas no país

18: - Centro-Oeste: 2; - Sul: 3; - Sudeste: 13.

2. Áreas de atuação Está embasada na pesquisa sobre os transtornos da genética humana. Trabalha com o diagnóstico, tratamento e controle dos distúrbios hereditários, além disso faz parte da pequena parcela de médicos que estuda a barreira do conhecimento humano, analisando os determinantes da variabilidade e hereditariedade no homem. O público-alvo dos médicos geneticistas são crianças com algum dismorfismo e toda a sua família, adultos que necessitem de aconselhamento genético, como testes de DNA para paternidade e criminalística. Para o profissional que se sente à vontade trabalhando em laboratórios, essa é uma área que possibilita concretizar esse desejo, como os estudos cromossômico, metabólico básico e molecular.

3. Vantagens e dificuldades A área está crescendo e se desenvolvendo principalmente no fator tecnológico relacionado ao diagnóstico, à prevenção e ao tratamento das síndromes genéticas. Porém, faltam a inserção e a comunicação entre outros profissionais médicos com relação às questões da Genética na saúde pública. O que o tornará um bom geneticista? - Gostar do funcionamento laboratorial; - Se dar bem com as cadeiras médicas básicas; - Ter raciocínio lógico para associar os achados clínicos com a gama de síndromes genéticas conhecidas.

4. Situação atual e perspectivas Os defeitos congênitos passaram a ser a 2ª causa de mortalidade em 2000. Com isso, aumenta o papel do médico ge-

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GUIA DE ESPECIALIDADES neticista dentro da sociedade. Apesar disso, a implantação de programas assistenciais de saúde pública no Brasil vem ocorrendo de forma lenta. O país está se desenvolvendo em relação ao atendimento em Genética Clínica, abrindo portas para um sistema de atendimento no qual a maioria da população tenha acesso a serviços e procedimentos que permitam revelar o diagnóstico da doença genética que possuem. Geneticistas em atividade Cerca de 170 em 2012

5. Estilo de vida O profissional de Genética é geralmente vinculado a grandes serviços de referência. É uma área de atuação cujas patologias são muito raras. Por isso, trabalha em regime ambulatorial e de interconsultas hospitalares. Dessa forma, o profissional tem muita qualidade vida por não fazer longas jornadas, pois deve cumprir as horas no serviço como qualquer outro médico que trabalha em regime CLT. Obviamente, não há emergências.

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7 1. Introdução A Ginecologia e Obstetrícia (GO) é a especialidade clínico-cirúrgica que lida com os órgãos reprodutivos feminino, grávidos ou não, e são 2 especialidades combinadas em apenas 1. Esse treinamento prepara o médico para ser perito no tratamento cirúrgico de todas as patologias clínicas envolvendo órgãos reprodutivos femininos, e para o atendimento de gestantes e não gestantes. Residência Médica Entrada

Acesso direto.

Duração

3 anos.

Rodízio nas áreas

- Atenção Básica; - Urgência e Emergência; - Ambulatórios; - Unidades de Internação (Puerpério Normal, Puerpério Patológico, Ginecologia em geral); - Centro Obstétrico; - Centro Cirúrgico; - UTI; - PS Cirurgia; - Ultrassonografia.

Média de vagas no país

797: - Norte: 42; - Nordeste: 130; - Centro-Oeste: 71; - Sul: 129; - Sudeste: 425.

2. Áreas de atuação A GO é uma área extremamente ampla. Existe praticamente todo tipo de atuação do profissional, que vai desde atendimento de rotina em consultório até grandes cirurgias. O ginecologista obstetra pode trabalhar em hospitais públicos e privados, em consultórios particulares, em unidades básicas de saúde como especialista, fazendo plantões, e

GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA

também no meio acadêmico. Dentro da especialidade, pode atuar de diversas formas, com todas as subespecializações que a área oferece, cada uma com suas particularidades e formas de atuar.

3. Vantagens e dificuldades As maiores vantagens da carreira são a extensão da área, que permite ao médico trabalhar praticamente com aquilo que mais gostar, e a quantidade de oportunidades que sempre existe no mercado, mesmo em grandes centros e em um mercado repleto desses profissionais. Outro ponto é o acesso direto: o profissional já entra na especialidade sem precisar de outras provas para chegar à área que almeja. Vale lembrar, também, o relato de muitos obstetras, que contam que não há vantagem maior do que trazer uma nova vida ao mundo. Por outro lado, existe a baixa qualidade de alguns profissionais, que acabam obliterando parte do brilho dessa especialidade. As grandes jornadas de trabalho, permeadas por diversos plantões e chamadas de urgência, também contam como dificuldade dessa área de atuação. Existe ainda um senso comum, discutível, de que as mulheres preferem ginecologistas mulheres, uma dificuldade maior para candidatos homens. O que o tornará um bom ginecologista/obstetra? - Gostar de trabalhar com as próprias mãos; - Saber lidar com situações de pressão envolvendo assuntos delicados; - Gostar de ver resultados imediatos; - Ter a capacidade de tomar atitudes rápidas e seguras; - Gostar do cuidado de mulheres.

4. Situação atual e perspectivas As melhores situações de trabalho atualmente encontram-se fora dos grandes centros. Para se ter ideia da grande

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GUIA DE ESPECIALIDADES quantidade de ginecologistas obstetras nas grandes cidades, em São Paulo essa é a 2ª área com mais profissionais em atuação, cerca de 6.500 segundo o censo do CREMESP de dez/2011, atrás apenas de Pediatria, com cerca de 8.000. A mesma situação ocorre no Brasil como um todo, onde existem cerca de 23.600, 2ª maior população de especialistas. Apesar de todo esse contingente, sem dúvida existe mercado para GO. A demanda pelo médico da mulher e por obstetras nunca cessa, e os profissionais superespecializados acabam sendo bem procurados no mercado. Ginecologistas/obstetras em atividade Cerca de 23.600 em 2012

5. Estilo de vida Assim como em todas as carreiras médicas, o início da vida profissional sempre é difícil. Durante os anos de Residência, não há quase nada além da sua formação. Não é segredo que o estilo de vida desse profissional não esteja entre os melhores. Poucos profissionais lidam apenas com a Ginecologia, por isso acabarão recebendo chamadas de urgências de pacientes gestantes nos horários mais inusitados. O profissional que acaba a Residência provavelmente trabalhará, inicialmente, com os plantões de Obstetrícia em hospitais ou serviços públicos, o que o levará a ter uma grande carga horária. Ao longo do tempo, passará a ter seus próprios pacientes em consultório particular e possivelmente em bons hospitais, o que levará a uma melhora da qualidade de vida e boa remuneração.

6. Subespecialidades - Algia Pélvica; - Climatério; - Endocrinologia Ginecológica; - Ginecologia Geral; - Ginecologia Infantopuberal; - Infecção Genital; - Mastologia; - Medicina Fetal; - Oncologia Clínica e Cirúrgica; - Patologia do Trato Genital Inferior; - Planejamento Familiar; - Reprodução Humana; - Uroginecologia e Cirurgia Vaginal.

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8 1. Introdução Homeopatia (do grego hómoios + páthos = semelhante + doença) é uma forma de terapia alternativa iniciada por Christian Friedrich Samuel Hahnemann (1755-1843) em 1796, quando foi publicada a sua 1ª dissertação sobre o assunto. Baseia-se no princípio “similia similibus curantur” (“semelhante pelo semelhante se cura”), ou seja, o tratamento se dá a partir da diluição e da dinamização da mesma substância que produz o sintoma num indivíduo saudável. A Homeopatia reconhece os sintomas como uma reação contra a doença. Esta é uma perturbação de uma energia vital, e a Homeopatia provoca o restabelecimento do equilíbrio. Trata-se do 2º sistema médico mais utilizado no mundo. De fato, o tratamento homeopático consiste em fornecer a um paciente sintomático doses extremamente diluídas de compostos que são tidos como causas em pessoas saudáveis dos sintomas que pretendem contrariar, mas potencializados por meio de técnicas de diluição e dinamização que liberam energia. Desse modo, o sistema de cura natural da pessoa seria estimulado a estabelecer uma reação de restauração da saúde por suas próprias forças, de dentro para fora. Este tratamento é para a pessoa como um todo e não somente para a doença. Desde 1978, é uma das práticas alternativas estimuladas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para ser implantada em todos os sistemas de saúde do mundo, em conjunto com a medicina oficial, fato reforçado pelo documento “Estratégia da OMS sobre medicina tradicional 2002 – 2005”. Todavia, a OMS condena o uso da Homeopatia contra doenças graves, como malária, tuberculose, AIDS, gripe e diarreia infantil. Chegou ao Brasil em 1840, com especialistas franceses, tornando-se rapidamente uma opção de tratamento à medicina oficial vigente. Porém, só em 1980 a Homeopatia foi reconhecida como especialidade médica pela Associação Médica Brasileira (AMB), e, no ano seguinte, o Conselho Federal de Medicina (CFM) a incluiu no rol de suas especialidades. Em março de 1996, foi reconhecida como especialidade

HOMEOPATIA

pelo Conselho Federal de Medicina Veterinária. Em 1952, tornou-se obrigatório o ensino da Farmacotécnica Homeopática em todas as faculdades de farmácia do Brasil. Em 1966, foram publicadas várias Portarias, com instruções de instalação e funcionamento de farmácias homeopáticas e A industrialização dos medicamentos; em 1976, foi oficializada a Farmacopeia Homeopática Brasileira. Atualmente, a Homeopatia adentra as universidades e os cursos de graduação médica, ora como disciplina opcional, ora fazendo parte da grade curricular. A Homeopatia é oferecida como terapêutica médica na rede pública em vários municípios brasileiros, amparados pela Portaria do Ministério da Saúde de maio de 2006, que recomenda o atendimento homeopático nas unidades básicas de saúde pública. Para se tornar homeopata, é preciso ser graduado nas áreas de Medicina, Medicina Veterinária, Farmácia ou Odontologia. Residência Médica Entrada Duração Média de vagas no país

Acesso direto. 2 anos. 1: - Sudeste: 1.

2. Áreas de atuação A Homeopatia é uma especialidade médica pouco difundida na cultura hospitalar de modo geral, pois a maioria das patologias que acometem a população é de maior gravidade e deve ser tratada com mais intensidade, fazendo-se uso de medicamentos ou realizando procedimentos cirúrgicos, fazendo que a Homeopatia tenha pouca atuação nesse âmbito. Entretanto, para pacientes estáveis e que procuram melhora de sintomas inespecíficos que não gerem uma patologia de maior gravidade e, claro, para aqueles que creem no seu funcionamento, a Homeopatia será de grande valia. Esse profissional pode atuar em hospitais, públicos ou privados, em consultórios e ambulatórios médicos.

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GUIA DE ESPECIALIDADES 3. Vantagens e dificuldades O especialista em Homeopatia tende a encontrar uma carreira mais tranquila, com um mercado de trabalho pouco conhecido, mas com muitas perspectivas de atuação. É um profissional diferenciado que busca auxiliar seu paciente de uma maneira específica para seu problema, sem lhe acrescentar uma grande carga medicamentosa. Uma das dificuldades encontradas nessa área, atualmente, é que há uma competição entre as diferentes áreas de atuação, pois outras áreas da saúde podem trabalhar como homeopata, como o veterinário e o dentista. Contudo, a partir do reconhecimento dessa área como especialidade e o surgimento da Residência Médica, isso vem deixando de ser um empecilho. O que o tornará um bom homeopata? - Ser confiante e transmitir confiabilidade ao paciente; - Manter uma boa relação médico–paciente, pois dela dependerá o sucesso ou o fracasso do tratamento; - Ter carisma e transmitir fatos coerentes e viáveis aos pacientes; - Não fazer promessas ou estimular ideias fantasiosas frente aos resultados esperados; - Não ser intempestivo e saber o momento certo de agir e parar perante uma patologia mais grave e que carece de atenção; - Tomar condutas coerentes e, se for o caso, até individualizadas perante cada caso; - Buscar sempre estar atualizado diante das pesquisas em sua área de atuação; - Conhecer as técnicas de manipulação das substâncias.

4. Situação atual e perspectivas É uma especialidade que ainda tem muito para se desenvolver, tanto em técnicas de manipulação quanto em reconhecimento pela classe médica em geral e, consequentemente, entre os pacientes. Isso ocorre, muitas vezes, por falta de conhecimento e pela própria classe médica não reconhecê-la e não indicar os serviços prestados pelos homeopatas.

5. Estilo de vida A Homeopatia é uma área médica que tende a proporcionar uma vida mais tranquila, pois o profissional que a escolhe tende a atuar em consultórios particulares e em alguns hospitais, o que proporciona maior comodidade em estabelecer seus horários de trabalho. Assim, esse profissional consegue manter uma atuação profissional sem impedi-lo de ter tempo para os seus afazeres.

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INFECTOLOGIA

1. Introdução

2. Áreas de atuação

Infectologia é a especialidade médica que se ocupa do estudo das doenças causadas por diversos patógenos, como príons, vírus, bactérias, protozoários, fungos e animais. Por isso, também são conhecidas como doenças infectoparasitárias (DIPs) ou Moléstias Infecciosas e Parasitárias (MIPs). O infectologista atua na prevenção primária das patologias, realizando educação em saúde e vacinação e conscientizando a população de sua atuação frente às doenças. Realiza a prevenção secundária a partir dos tratamentos das doenças infecciosas e a prevenção de incapacidade causada por elas. O infectologista é o médico especialista no diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos acometidos por doenças infecciosas. No entanto, devido à carência desse especialista em algumas regiões e à falta de informação da população sobre o seu papel, a grande maioria é atendida por médicos de outras especialidades. Por ser um especialista acostumado a lidar com doenças localizadas nos mais variados órgãos do corpo, em geral o infectologista também tem uma visão global do paciente e frequentemente exerce a prática de Clínica Geral. É um médico que tem por objetivo diagnosticar e tratar doenças infecciosas e parasitárias, realizar imunização da população, aconselhar na prescrição de antimicrobianos e atuar no controle da infecção hospitalar.

O médico infectologista atua abordando uma ampla gama de doenças de todos os órgãos e sistemas do organismo, com foco na infecção e não no anatômico, como de costume entre as outras especialidades. Na prática do dia a dia, existem algumas grandes aéreas de atuação do médico infectologista, como a síndrome da imunodeficiência adquirida/HIV, medicina tropical, Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e doenças piogênicas. Atuando nessas áreas, esse especialista atende em prontos-socorros de hospitais gerais ou nos próprios hospitais de Infectologia, como o Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo. Presta assessoria em todos os tipos de hospitais, em seus setores de controle de infecção de doença, e auxilia outros médicos em sua prática diária a respeito da utilização de antibióticos e da melhor cobertura frente ao paciente e a sua afecção. Trabalha em enfermarias e consultórios, atendendo os acometidos por doenças infectocontagiosas.

Residência Médica Entrada

Acesso direto.

Duração

3 anos.

Média de vagas no país

152: - Norte: 22; - Nordeste: 19; - Centro-Oeste: 11; - Sul: 22; - Sudeste: 78.

3. Vantagens e dificuldades O médico, ao decidir fazer a especialidade, tem a comodidade de já ter o acesso direto à sua escolha, sem ter de estudar outra área como pré-requisito. Durante o 1º ano, o residente faz Clínica Médica e os 2 anos subsequentes são voltados para as afecções infectocontagiosas. A vantagem dessa área médica é ter sua atuação em diversos locais, como enfermarias, consultórios e prontos-socorros. Pode optar por não fazer plantões noturnos e com isso, usufruir de maior flexibilidade em seus horários durante o período da manhã. Uma das dificuldades encontradas nessa área é que o paciente não tem informações suficientes para, desde o início, buscar auxílio desse profissional e tem de ser encaminhado

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GUIA DE ESPECIALIDADES por outros quando se desconfia de alguma patologia infectocontagiosa. Essa situação acaba fazendo que o infectologista só atue em hospitais de sua alçada ou realizando interconsultas solicitadas por outros especialistas. O que o tornará um bom infectologista - Ser confiante e transmitir confiabilidade ao paciente; - Manter uma boa relação médico–paciente, pois dela dependerá o sucesso ou fracasso do tratamento; - Ter carisma e transmitir fatos coerentes e viáveis aos pacientes; - Não fazer promessas ou estimular ideias fantasiosas frente aos resultados esperados; - Não ser intempestivo e saber o momento certo de agir e parar; - Tomar condutas coerentes e, se for o caso, até individualizadas perante cada caso; - Buscar sempre estar atualizado frente às pesquisas em sua área de atuação.

4. Situação atual e perspectivas Essa especialidade médica tem boa aceitabilidade por quem a escolhe, pois proporciona a satisfação de atuar clinicamente frente ao paciente, acrescido de um conhecimento a mais a respeito de patologias infecciosas em que outros profissionais não possuem tanta prática. Terá sempre um bom campo de atuação, principalmente em relação ao grande quadro de epidemia do vírus HIV e às comorbidades associadas ao seu agravo.

5. Estilo de vida A Infectologia tende a proporcionar boa qualidade de vida aos seus especialistas, pois ao atuar têm a comodidade de se abster de plantões noturnos e optar por trabalhar no período do dia e longe das portas de prontos-socorros. Isso faz que ele tenha tempo de se dedicar um pouco aos seus familiares e ao lazer, podendo conciliar a vida pessoal com seus horários de trabalho.

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10 1. Introdução Trata-se da Residência Médica fundamentada na atenção integral à saúde, por inserir o paciente na família e na comunidade. Foi reconhecida pelo Ministério da Educação, por intermédio da Comissão Nacional de Residência Médica, em 1981. Sua criação foi uma reação contrária à tendência do médico especialista e consequente desumanização do atendimento. Prestam atendimento médico geral, integral e de qualidade aos indivíduos, às suas famílias e às comunidades, e criam um vínculo com a família mesmo sem nenhum indivíduo adoecido. Quando um adoece, o médico que sempre acompanha essa família será o 1º a ser consultado. O programa de Residência exige tempo integral, com um cumprimento de, no mínimo, 2.880 horas/ano. Residência Médica Entrada

Acesso direto.

Duração

2 anos.

Rodízio nas áreas

- Ambulatório, estágio em outras especialidades, visitas domiciliares, atividade teórica, grupos, pesquisa e plantões; - Unidade básica, internação de adultos, internação de crianças, Gestão em Atenção Primária à Saúde, estágios obrigatório-alternativos e estágio optativo.

Média de vagas no país

402: - Norte: 41; - Nordeste: 69; - Centro-Oeste: 16; - Sul: 80; - Sudeste: 196.

MEDICINA DE FAMÍLIA E COMUNIDADE

da promoção, da prevenção e do cuidado com múltiplos problemas. Tem como finalidade fazer o diagnóstico precoce e é responsável por evitar que os indivíduos busquem assistência em atenção secundária ou terciária sem necessidade, gerando um fluxo melhor dentro de todos os atendimentos médicos. Procura-se atender os pacientes no ambiente domiciliar, promove um cuidado longitudinal, gerando a prevenção de enfermidades, acompanhando de perto os doentes crônicos e garantindo a responsabilização do cuidado à saúde. Possui relação direta e contínua com a comunidade. O público-alvo é a comunidade e a família como um todo, desde os mais novos até os mais idosos.

3. Vantagens e dificuldades Cria-se um vínculo com o paciente e seus familiares antes mesmo de eles adoecerem; quando isso acontece, o 1º médico a ser procurado é o médico de família e comunidade que estão acostumados a se consultarem. A área está necessitando de profissionais habilitados. Por ser uma especialidade nova e por se tratar de um generalista, ainda não é muito bem vista pelos acadêmicos e outros colegas da área. O que o tornará um bom médico de família e comunidade? - Dominar a prática clínica em todo o espectro do ciclo vital do indivíduo e da família; - Saber planejar, organizar e conduzir grupos terapêuticos e de educação e saúde; - Dominar conceitos de Epidemiologia e trabalhar com noção de vigilância à saúde;

2. Áreas de atuação

- Saber promover atividades multiprofissionais nas ações de saúde;

Atua em Atenção Primária à Saúde; é o 1º contato que o paciente tem com o sistema de saúde, principal agente

- Saber utilizar o “tempo” a seu favor para realizar diagnósticos, tratamento e organização.

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GUIA DE ESPECIALIDADES 4. Situação atual e perspectivas Tem-se aumentado a oferta de Residência em Medicina de Família e Comunidade no Brasil, porém a procura por parte de médicos recém-formados permanece baixa. Apesar das novas vagas ofertadas para Residência, apenas 20% das vagas estão ocupadas. Necessita-se de maior divulgação e de sua atuação no âmbito acadêmico e entre os recém-formados. Médicos de família e comunidade em atividade Cerca de 3.000 em 2012

5. Estilo de vida O médico de família e comunidade precisa cumprir uma carga horária de 40 horas semanais, entrando às 8 e saindo às 17 horas, de segunda a sexta. O horário pode ser flexibilizado, dependendo da Unidade Básica de Saúde em que estiver atuando. Pode trabalhar até em 2 unidades ao mesmo tempo. Consegue conciliar o serviço com outras atividades semanais ou até mesmo trabalhar em outros locais. Esse profissional não passa por muitas dificuldades no começo da carreira, por sobrar vagas na área, logo pode ser admitido em um serviço e desfrutará de uma carreira tranquila, podendo conciliar trabalho, família e lazer.

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MEDICINA DO ESPORTE

1. Introdução

2. Áreas de atuação

A Medicina do Esporte é uma especialidade médica mundialmente reconhecida e, no Brasil, tem demonstrado presença crescente, científica ou institucionalmente, além de ser um campo profissional estabelecido. Os aspectos médicos da atividade física, estudados pela Medicina Esportiva (ME), e suas áreas complementares, estão cada vez mais presentes na sociedade moderna. O sedentarismo e a obesidade são vistos como problemas de saúde pública e têm causado mais morbimortalidade do que muitas doenças e óbitos. Contudo, são patologias totalmente passíveis de prevenção e a ME, entre outras especialidades médicas, age sobre ambas, direta ou indiretamente. A sociedade moderna apresenta novas necessidades: nas áreas da prevenção, da terapêutica, da promoção da saúde, e também na do alto desempenho esportivo. Acompanhando essa tendência e a efetiva expansão desse mercado profissional, faz-se necessária a formação de médicos especializados na área.

A Medicina do Esporte organiza-se basicamente da seguinte forma: - Clínica do Exercício e do Esporte, em que há atendimento tanto de pessoas comuns, orientando atividades físicas normais, como de atletas, em que deve haver um suporte de alta complexidade devido à alta exigência. Após o contato inicial, o médico do esporte deve vivenciar o dia a dia do esporte, com as equipes e os atletas, supervisionando seu treinamento, realizando prevenção de problemas clínicos e ortopédicos, oferecendo suportes nutricional e psicológico e atendendo intercorrências médicas, como o caso extremo de morte súbita e sua prevenção durante eventos esportivos. Nessas atividades, o especialista também participa do apoio ao treinamento físico e técnico das diferentes modalidades esportivas; - Ortopedia e Traumatologia do Exercício e do Esporte, responsável pela atenção clínica e cirúrgica dos pacientes com lesões esportivas. Esse atendimento deve, preferencialmente, ser realizado por médicos com a dupla formação – em Medicina do Esporte e em Ortopedia e Traumatologia. Isso permite a assistência global ao cliente e a compreensão de suas necessidades como praticante da atividade física; - Avaliação Funcional do Exercício e do Esporte, que abrange a avaliação e o acompanhamento de indivíduos envolvidos com a atividade física em seus diferentes níveis, por meio de testes de função das variáveis e características fisiológicas durante o esforço físico, como testes ergoespirométricos, curvas de lactato, testes neurofuncionais, dentre diversos outros; - Reabilitação no Exercício e no Esporte, uma das principais áreas da ME. Há a reabilitação de quem teve problemas temporários e está retornando às atividades ou mesmo atividades que levam portadores de deficiência física a se beneficiarem, além de dar apoio ao esporte competitivo para deficientes, o esporte paraolímpico;

Residência Médica Acesso direto. 3 anos. - Clínica Médica; - UBS; - Urgências e Emergências; - UTI; - Ambulatório de Ortopedia e Traumatologia; - Reumatologia; Rodízio nas áreas - Reabilitação; - Biomecânica Esportiva; - Nutrição Esportiva; - Atividades Físicas para Crianças, Adultos e Idosos; - Atividades em Academia. 8: Média de vagas no país - Sul: 2; - Sudeste: 6. Entrada Duração

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GUIA DE ESPECIALIDADES - Áreas de Suporte ao Exercício e ao Esporte, que é multidisciplinar, envolvendo Nutrição, Psicologia, Assistência Social, Enfermagem e diversas outras que contribuem para a boa prática esportiva de pessoas comuns e de atletas.

3. Vantagens e dificuldades A principal vantagem da área é a pequena quantidade de profissionais no mercado, o que abre um enorme leque de possibilidades. Há grande carência desses profissionais para exercer suas funções em clubes, equipes, agremiações esportivas e mesmo em escolas e no Programa de Saúde da Família, onde o estímulo e a orientação adequada de atividade física devem ser obrigatórios. As principais dificuldades são a pequena quantidade de vagas disponíveis em todo o Brasil e a falta de conhecimento da área por grande parte das pessoas. O que o tornará um bom médico do esporte? - Gostar de atendimento clínico; - Estar preparado para lidar com atletas e profissionais de todos os níveis; - Ter raciocínio lógico, visando relacionar os achados clínicos com as principais patologias do aparelho locomotor ou do organismo como um todo.

4. Situação atual e perspectivas Não há dúvida da necessidade desse profissional no mercado. Cada vez mais, clubes, associações esportivas, escolas e mesmo a população em geral precisa de um profissional com as características do médico do esporte. A pequena quantidade de profissionais deve atrair mais pessoas para essa área. Como perspectiva mais imediata, os grandes eventos esportivos que teremos em nosso país nos próximos anos, a Copa do Mundo e as Olimpíadas, levarão a uma grande visibilidade dessa especialidade. Com isso, em poucos anos teremos a consolidação definitiva da área e, com certeza, o número de médicos do esporte deverá crescer. Médicos do esporte em atividade Cerca de 420 em 2012

5. Estilo de vida Por ser uma área com poucos profissionais e uma grande demanda, deve haver propostas muito interessantes aos médicos que a escolherem. O profissional também poderá escolher a melhor maneira de levar seu cotidiano, decidindo as formas de atuação. Se escolher trabalhar em clubes de futebol ou de outros esportes, deverá ter em mente que poderá viajar constantemente acompanhando o clube.

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6. Subespecialidades - Traumato-Ortopedia Desportiva; - Cardiologia do Esporte; - Medicina do Exercício.

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MEDICINA DO TRÁFEGO

1. Introdução

2. Áreas de atuação

A Medicina de Tráfego é o ramo da ciência médica que trata da manutenção do bem-estar físico, psíquico e social do ser humano que se desloca, qualquer que seja o meio. É reconhecida como especialidade médica pela Associação Médica Brasileira, pelo Conselho Federal de Medicina e pela Comissão Nacional de Residência Médica. Propõe-se, portanto, a estudar as causas do acidente de tráfego, a fim de preveni-lo ou mitigar suas consequências, além de contribuir com subsídios técnicos para a elaboração do ordenamento legal e a modificação do comportamento do usuário do sistema de circulação viária. Suas principais áreas de atuação são Medicina de Tráfego Preventiva, Curativa, Legal, Ocupacional e Medicina de Viagem. A Medicina de Tráfego surgiu em 1960, em um Congresso de Medicina Legal em Nova York. Os médicos legistas lá reunidos, impressionados com o volume que chegava às suas mãos, relatando as consequências mais dramáticas dos infortúnios do tráfego e sensibilizados por essa trágica evidência, tomaram a histórica decisão de se reunir, ainda naquele ano, em San Remo, na Itália, ocasião em que fundaram a Associação Internacional de Medicina dos Acidentes e do Tráfego (IAATM). O 1º congresso dessa associação aconteceu em Roma, em 1963.

O médico do tráfego pode atuar em diversas áreas: - Medicina do Tráfego Preventiva, que identifica fatores etiológicos dos acidentes, promovendo diversas ações a fim de reduzir a morbimortalidade por acidentes de trânsito. Dentre as ações, está o Exame de Aptidão Física e Mental, de grande importância para a condução de veículos hoje; - A Medicina de Tráfego Legal, que realiza perícias, avaliações e colabora com o Poder Público para segurança de trânsito; - Medicina de Tráfego Curativa, que cuida do atendimento pré-hospitalar no local do acidente e do transporte da vítima; - Medicina de Tráfego Ocupacional, que cuida da prevenção das doenças dos motoristas profissionais, sejam elas orgânicas ou psíquicas; - Medicina do Viajante que, entre outras ações, visa o planejamento da viagem, as doenças infectocontagiosas prevalentes no percurso etc.; - Medicina de Tráfego Aeroespacial, que especializa médicos para trabalharem em empresas aéreas, no transporte aéreo de doentes, nos aeroportos etc.; - Dentre outros.

Residência Médica Entrada

Acesso direto.

Duração

2 anos.

Rodízio nas áreas

- Medicina do Tráfego Ocupacional; - Medicina de Viagem; - Medicina de Tráfego Aéreo; - Medicina do Tráfego Aquático; - Medicina do Tráfego Ferroviário.

Média de vagas no país

2: - Sudeste: 2.

3. Vantagens e dificuldades A principal vantagem da área é a grande demanda, principalmente no que diz respeito aos exames de aptidão para a direção, já que, a cada dia, mais condutores são formados. Também a grande flexibilidade de horário que a carreira permite, pois há possibilidade de pequenas cargas horárias pela semana, por exemplo. Já uma das dificuldades consiste em acomodar essa facilidade de carga horária à remuneração, o que pode levar a falta de atualização e busca por novas oportunidades e conhecimento.

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GUIA DE ESPECIALIDADES O que o tornará um bom médico do tráfego? - Gostar de Epidemiologia e Medicina Legal; - Estar atento aos aspectos preventivos da medicina; - Pensamento lógico e criativo.

4. Situação atual e perspectivas Essa é uma área que tem crescido cada vez mais, já que são necessários profissionais com as características que essa Residência oferece, capacitado para as diversas atividades, como realizar os exames de aptidão física e mental para condutores e candidatos a condutores exigidos pelo Código de Trânsito Brasileiro; atuar no atendimento pré-hospitalar de vítimas de acidentes de tráfego; atuar em empresas (públicas, privadas, autarquias ou sindicatos) de transporte terrestre, marítimo ou aéreo, na área de segurança de tráfego e saúde ocupacional; atuar como orientadores de viagens; atuar em perícias securitárias de vítimas de acidentes de trânsito; orientar, analisar, realizar pesquisas e contribuir na organização educacional e legal do trânsito. Médicos do tráfego em atividade Cerca de 1.850 em 2012

5. Estilo de vida Essa é uma área onde o profissional pode fazer seus horários da maneira que melhor lhe convier. Por ter diversas opções de atuação e carga horária diversificada, o estilo de vida pode ser ideal para aqueles que querem conciliar o trabalho e as diversas atividades do dia a dia.

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MEDICINA DO TRABALHO

1. Introdução Com as reformas brasileiras em sua constituição e no seu modo de trabalho e o país deixando de ser rural para se tornar urbano, várias mudanças aconteceram a partir da década de 1920 no Brasil. Essas mudanças eram relacionadas aos trabalhadores industriais, já que o governo precisava se preocupar com os acidentes de trabalho. Porém, só no fim da década de 1960 é que se estabeleceu uma legislação específica e se criou a Medicina do Trabalho, formalmente reconhecida como especialidade médica pelo Conselho Federal de Medicina em 2003. A Residência tem duração de 2 anos e não necessita de pré-requisitos e responsabiliza-se pela segurança dos trabalhadores e sua saúde ocupacional. Residência Médica Entrada

Acesso direto.

Duração

2 anos.

Rodízio nas áreas

- Ambulatório de Clínica Médica; - Oftalmologia; - Dermatologia; - Otorrinolaringologia; - Pronto-Socorro – Clínica Médica; - Pronto-Socorro – Cirurgia; - Ortopedia; - Reumatologia; - Pneumologia; - Fisiatria e Medicina de Reabilitação; - Psiquiatria.

Média de vagas no país

19: - Sul: 5; - Sudeste: 14.

2. Áreas de atuação Possui um campo de atuação amplo, lidando sempre com empresas, empregados e empregadores. É preciso ter uma boa formação em Clínica Médica e conhecer conceitos

e ferramentas sobre a saúde pública. Existem variadas formas de trabalho: - Na rede pública e privada de serviços de saúde, participando da atenção integral à saúde dos trabalhadores, compreendendo ações de promoção e proteção da saúde, prevenção de doença, diagnóstico, tratamento e reabilitação; - Em organizações sociais e sindicatos de trabalhadores; - Em organizações do Estado, particularmente no âmbito do Trabalho, da Saúde e da Previdência Social; - Em instituições de seguro, públicas ou privadas, realizando perícias médicas para avaliação de incapacidade para o trabalho e concessão de benefícios; - Para o sistema judiciário, como médico perito técnico; - Em instituições de formação profissional e produção do conhecimento.

3. Vantagens e dificuldades Uma das vantagens é a união da Clínica Médica com a prevenção da saúde e com o conhecimento sobre a saúde pública, que proporciona um ambiente de trabalho mais tranquilo, quando comparado à correria da clínica de pronto atendimento ou de clínicas generalistas. Além disso, o serviço não é tão cansativo e se pode ter uma jornada não muito longa e receber uma boa remuneração. Como todo início de carreira, esta tem dificuldades para inserção no campo de trabalho. Os obstáculos do 1º momento são ingressar numa empresa e estabilizar-se financeiramente. O que o tornará um bom médico do trabalho? - Ser um bom clínico; - Reconhecer sinais e sintomas relacionados ao trabalho; - Saber obter uma história da exposição do seu paciente; - Saber diagnosticar e tratar doenças relacionadas ao trabalho; - Saber identificar os principais fatores de risco contidos no ambiente; - Dominar os conceitos e ferramentas da saúde pública.

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GUIA DE ESPECIALIDADES 4. Situação atual e perspectivas A especialidade não desperta o interesse dos recém-formados como uma carreira a ser seguida permanentemente. A maioria começa na área para conseguir uma renda assim que se forma ou porque não conseguiu entrar no curso de Residência que pretendia, deixando de lado, assim, as várias oportunidades e qualidades que essa especialidade pode oferecer em longo prazo. Com um número cada vez maior de grandes empresas e com as boas oportunidades de emprego e carreira que podem surgir, a Medicina do Trabalho está em grande ascensão no mercado. Médicos do trabalho em atividade Cerca de 9.087 em 2012

5. Estilo de vida Possui, como vantagem, uma grande flexibilidade de horários, optando por quantas horas ou mesmo quantos dias se quer trabalhar durante a semana. Com isso, é possível dedicar-se somente à carreira ou conciliá-la com outras atividades.

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14 1. Introdução A Medicina Física e Reabilitação ou Fisiatria foi firmada como Residência em 1954. O especialista irá dedicar-se ao cuidado, ao diagnóstico, ao tratamento e à prevenção de traumas ou doenças que geram algum tipo de incapacidade. É um médico clínico que não atua cirurgicamente e tem por meta restaurar as funções que a doença prejudicou. Os métodos de tratamento são próprios, tentando evitar ao máximo levar o paciente para a cirurgia, trabalhando juntamente com uma equipe multiprofissional. Para ingressar nessa área, não é necessário nenhum pré-requisito, e o curso tem duração de 3 anos. Residência Médica Entrada Duração

Rodízio nas áreas

Média de vagas no país

Acesso direto. 3 anos. - Centro de Reabilitação, Unidade de Internação e Hospital-dia, Laboratório de Eletrofisiologia e Oficina Ortopédica, Reabilitação do Aparelho Locomotor, Cardiorrespiratória, Neurofuncional, Infantil, Profissional, do Atleta, do Paciente com Dor Crônica e Urológica; atuação em equipe multiprofissional. Meios físicos e Cinesioterapia; - Eletroneuromiografia; Biomecânica; Neuroanatomia e Neurofisiologia; Imagenologia; Órtese/Prótese e Fisiologia do Exercício. 30: - Centro-Oeste: 3; - Sul: 4; - Sudeste: 23.

2. Áreas de atuação Apresenta um campo de trabalho variado, podendo atender um paciente diariamente e pertencer a uma equipe multiprofissional ou como consultor de outras especialida-

MEDICINA FÍSICA E REABILITAÇÃO

des. Os pacientes atendidos são das mais variadas idades, que por algum motivo perderam a capacidade funcional de algum órgão ou sistema. Durante o atendimento, o fisiatra visualiza o paciente como um todo, com um objetivo biopsicossocial, buscando melhorias na sua qualidade de vida. Depois de obter o diagnóstico, procurar o melhor tratamento, visando à sua recuperação total, ou, quando não for possível, a diminuição do impacto da doença. Além disso, trata doenças crônicas e doenças agudas.

3. Vantagens e dificuldades Ter um vasto campo de abrangência, tanto na área de diagnóstico quanto na de tratamento, permitindo alternativas para lesões adquiridas ou transitórias, é uma vantagem dessa carreira. Mas, como desvantagem, está o suporte financeiro, pois sem verba adequada o profissional não consegue receitar as medicações que são de alto custo nem utilizar novas tecnologias. O que o tornará um bom médico de reabilitação? - Saber lidar com o paciente como um todo; - Ser um bom clínico; - Saber lidar com uma equipe multidisciplinar; - Cuidar de doenças crônicas e agudas.

4. Situação atual e perspectivas Essa é uma especialidade de excelente qualidade e totalmente de acordo com a literatura internacional, sendo extremamente respeitada. Novas tecnologias estão disponíveis no mercado, como toxina botulínica, estímulos das funções elétricas, biofeedback, tratamento farmacológico e prescrição de órteses ou próteses. Porém, seu crescimento está diminuindo devido ao aumento da expectativa de vida, o que faz as pessoas procurarem menos esse especialista.

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GUIA DE ESPECIALIDADES Médicos de reabilitação em atividade Cerca de 600 em 2012

5. Estilo de vida Como na grande maioria das especialidades da medicina, o estilo de vida acaba sendo moldado pelo próprio profissional, já que isso depende da dinâmica de vida que ele almeja. Pode optar por trabalhar em menos locais e fazer outros tipos de atividades semanais, desfrutar de tempos maiores com a família e tirar férias. Mas também é possível se dedicar somente à carreira, trabalhando em mais de 1 emprego e, com isso, com menos tempo livre para realizar outras atividades.

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MEDICINA LEGAL

1. Introdução

2. Áreas de atuação

Esta é uma das especialidades mais antigas, inaugurada em 1918 pelo professor Oscar Freire de Carvalho. É considerada uma área de sobreposição entre o Direito e a Medicina. Recentemente, a especialidade viveu a mudança do nome, sendo então chamada de “Medicina Legal e Perícias Médicas”. Dessa maneira, uniu-se também a 2 sociedades que congregam médicos peritos, a Associação Brasileira de Medicina Legal e a Sociedade Brasileira de Perícias Médicas, formando então a Associação Brasileira de Medicinal Legal e Perícias Médicas. A formação exige conhecimentos médicos gerais amplos e noções de Direito.

Essa especialidade não visa tratar ou prevenir doenças; seu objetivo é a justiça. O profissional que a exerce tem um papel essencial sobre a conservação dos direitos do ser humano. Atua fornecendo a prova técnica de natureza médica e pericial, na qual realiza investigações próprias da ciência médica. No processo civil, sempre que a prova depender de conhecimento técnico ou científico, o juiz será assistido por um perito. Pode atuar nos exames clínicos, laboratorial, necroscópico e vistoria de local, tendo a oportunidade de trabalhar tanto no setor público quanto no privado (empresas seguradoras possuem médicos contratados para atuar como peritos nos processos administrativos internos).

Entrada Duração

Rodízio nas seguintes áreas

Média de vagas no país

Residência Médica Acesso direto. 3 anos. - Ambulatório de Clínicas Especializadas (Clínica Geral, Cardiologia, Pneumologia, Neurologia, Reumatologia); - Ambulatório de Psiquiatria; - Ambulatório de Cirurgias Especializadas (Cirurgia Geral, Otorrinolaringologia, Oftalmologia, Coloproctologia, Cirurgia Plástica e Urologia); - Ambulatório de Obstetrícia e Ginecologia; - Ambulatório de Ortopedia e Traumatologia; - Estágio em Anestesiologia, Unidade de Terapia Intensiva, Urgência e Emergência e em Perícias; - Ambulatório de Medicina do Trabalho, Sexologia Forense, Perícia Previdenciária, Auditorias Médicas, Perícias Administrativas, Perícias de Acidente do Trabalho, Perícias Cíveis, Perícias de Vínculo Genético e Reabilitação Profissional; - Necropsia, Perícia Necroscópica, Psicopatologia Forense, Avaliação Criminológica Penitenciária, Toxicologia Forense, Laboratório de Medicina Legal e Criminalista. 18: - Sudeste: 18.

3. Vantagens e dificuldades Por muito tempo, essa especialidade foi vista como quem “cuida de cadáveres”. Essa visão fez que, ao longo dos anos, tivesse uma baixa procura pela formação acadêmica na área. Felizmente, essa visão começou a ser modificada com a criação da Residência Médica em Medicina Legal na FMUSP em 2004, e, a cada ano, aumenta a procura de médicos por adequada formação acadêmica na área por meio da especialização. O que o tornará um bom médico legal? - Ser um bom clínico geral; - Apreciar o Direito; - Dominar as leis presentes nessa área; - Dominar critérios médico-legais específicos de cada situação pericial.

4. Situação atual e perspectivas Desde 2004, a especialidade vem tomando proporções maiores no mercado. Perdeu-se a ideia comum de que o mé-

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GUIA DE ESPECIALIDADES dico legista só trabalha com mortos. Estão mais difundidas a sua real atuação e seu extenso campo de trabalho, e isso faz aumentar o interesse dos recém-formados em buscar esse ramo da medicina mesclado com o direito, relativamente novo em nosso meio. A maioria dos que já são especialistas deseja realizar perícias médicas utilizando conhecimentos específicos de sua especialidade, porém, precisam aperfeiçoar seus conhecimentos em Medicina Legal e Perícias Médicas. Com isso, esse é um grupo que vem procurando o curso de especialização na área. Médicos legais em atividade Cerca de 332 em 2012

5. Estilo de vida Esse profissional ainda não tem um campo de trabalho muito concorrido, pela falta de conhecimento da especialidade e pela recente criação do curso de Residência. Com isso, logo que se forma, o profissional não tem dificuldades em encontrar 1 ou mais empregos, obtendo uma remuneração consideravelmente boa e conseguindo conciliar a sua carreira com uma vida saudável e com tempo para lazer, família e viagens.

6. Subespecialidades - Medicina Legal; - Bioética; - Medicina Social e do Trabalho; - Medicina Forense.

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16 1. Introdução A Medicina Nuclear teve início no Brasil por volta dos anos 1960. Essa especialidade utiliza técnicas indolores para fazer imagens do corpo e tratar doenças, bem como substâncias radioativas (radioisótopos) que só podem ser usadas em vivo e que servem para diagnósticos e para tratamento das enfermidades humanas. A Medicina Nuclear pode detectar precocemente anormalidades na função de um órgão. Fornece informação sobre a função do órgão e não a sua morfologia, o que permite que as doenças possam ser tratadas no início, com um bom prognóstico e recuperação. Para o recém-formado que pretende ingressar nessa carreira, o acesso é direto e tem duração de 3 anos, embora ainda seja uma especialidade pouco difundida no Brasil. Entrada Duração

Rodízio nas áreas

Residência Médica Acesso direto. 3 anos. - Introdução à Estatística, Instrumentação Nuclear, Proteção Radiológica, Radiofarmácia, Radioensaios, Informática, Aplicações Clínicas em Medicina Nuclear, Atividade Teórica (cardiovascular, digestiva, endócrina, geniturinária, hematológica, musculoesquelética, nervosa, oncoinfectológica, respiratória), Radiologia e Diagnóstico por Imagem (anatomia radiológica normal e patológica, exames de laboratório e estudos cintilográficos); - Cardiologia nuclear, terapia em Medicina Nuclear, cirurgias radioguiadas, exames realizados em gama-câmara de coincidência e tomografia por emissão de pósitrons (PET scan); - Cardiovascular; - Aparelho Digestivo; - Endócrino; - Geniturinário; - Oncologia; - Musculoesquelético; - Sistema Nervoso; - Hematologia.

MEDICINA NUCLEAR

Média de vagas no país

11: - Sul: 1; - Sudeste: 10.

2. Áreas de atuação A especialidade possui uma área de atuação bem variada. É responsável por interpretar exames de Medicina Nuclear e realizar tratamentos de determinadas doenças, como câncer, doenças da tireoide e dores ósseas paliativas. Entra em contato com os diversos sistemas do nosso organismo, pois o profissional é habilitado a realizar todos os exames de cintilografia, terapias com iodo, angiografia e outros diversos exames de imagem (não sendo ressonância magnética, ultrassonografia ou raio x). Alguns optam por atuar mais na parte da física nuclear e das imagens médicas. Outros preferem continuar sua carreira na área da pesquisa em medicina molecular ou de imagem molecular. Também não possui um público-alvo específico, pois qualquer um pode necessitar de exame, diagnóstico ou tratamento feito por um médico nuclear.

3. Vantagens e dificuldades Como vantagem, apresenta a satisfação do trabalho e um horário mais regular, pois raramente a área tem caráter de emergência. É gratificante saber também que um relatório do médico nuclear pode evitar que o doente necessite passar por procedimentos invasivos ou pode fazer um diagnóstico precoce da doença. A desvantagem é que, como fará parte de um grupo muito restrito, não conseguirá ter uma rotatividade entre as áreas, além de possuir uma área de abrangência pequena, devido à característica especializada do campo. O que o tornará um bom médico nuclear? - Gostar de física; - Apreciar trabalhar com altas tecnologias; - Ser habilitado para examinar imagens; - Ter uma boa base de fisiologia de todos os sistemas.

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GUIA DE ESPECIALIDADES 4. Situação atual e perspectivas Ainda é uma especialidade muito desconhecida no meio médico e entre os estudantes, mas que vem se desenvolvendo tecnologicamente. Seus aparelhos e suas técnicas para diagnóstico e tratamento das doenças são de alta tecnologia. Porém, o mercado ainda está deficiente desses profissionais, o que pode ser uma vantagem para eles, pois não precisam disputar vagas de emprego. Médicos nucleares em atividade Cerca de 500 em 2012

5. Estilo de vida Permite uma ótima qualidade de vida. Existe flexibilidade de horário, e normalmente se trabalham de 30 a 40 horas semanais, recebendo bons salários. Isso permite ao profissional passar mais tempo com a família, ter suas atividades de lazer e desfrutar de férias.

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17 1. Introdução A Medicina Preventiva e Social começou a ser inserida nas universidades por volta dos anos 1960. Essa especialidade dedica-se à prevenção das doenças em vez de somente tratamento e é, por natureza, coletiva, plural (envolvendo várias áreas do conhecimento científico não biomédico) e, acima de tudo, de caráter preventivo. A prática pode variar quando se trata de trabalhar no setor público e no setor privado. No público, tem sua atuação com base em dados epidemiológicos, com o intuito de intervir nas doenças ou enfermidades de maior frequência e gravidade considerando a sua vulnerabilidade à tecnologia existente e o menor custo possível. No setor privado, atua na área preventiva, que tem perspectiva de identificação precoce por meio da genética médica ou de exames preventivos capazes de intervir na minimização de danos. Essa residência tem duração de 2 anos, com uma carga horária de no mínimo 2.300 horas por ano e acesso direto. Entrada Duração

Rodízio nas áreas

Residência Médica Acesso direto. 2 anos. - Epidemiologia, Administração e Planejamento, Educação em Saúde e Desenvolvimento de Recursos Humanos, Saúde Ocupacional e Ambiental, Investigação em Saúde Coletiva, Ciências Sociais e Prestação de Serviços Básicos de Saúde; - Ações de Vigilância Epidemiológica e Epidemiologia Clínica, Elaboração e/ou Análise de Diagnósticos de Nível de Saúde e de Sistema de Prestação de Serviços de Saúde; elaboração e/ou análise de Planos e Programas de Saúde para níveis local e regional; análise de Planos e Programas de Saúde para níveis estadual e nacional; - Participação em atividades de administração em níveis local, regional e/ou central; participação em programas de prestação de Recursos Humanos para a Saúde; participação em atividades de órgãos ou serviços de Saúde Ocupacional; realização de atividades em programas de Cuidados Básicos de Saúde e/ou outros programas prioritários de assistência médica, tais como Saúde Materno-Infantil, Controle de Doenças Transmissíveis, Saúde Mental e Doenças Degenerativas.

MEDICINA PREVENTIVA E SOCIAL

Média de vagas no país

17: - Nordeste: 2; - Sudeste: 15.

2. Áreas de atuação No setor privado, atuam na área preventiva, em que buscam identificar as doenças precocemente por meio da genética médica ou de exames preventivos capazes de intervir na minimização de danos. No setor público, tem atuação com base em dados epidemiológicos, a fim de intervir nas doenças ou nas enfermidades de maior frequência e gravidade, considerando a sua vulnerabilidade à tecnologia existente e o menor custo possível. Seu foco de trabalho e ação está muito mais voltado aos problemas que afetam a população geral do que às questões de cunho individual, especializado e eminentemente curativo.

3. Vantagens e dificuldades Para o profissional que gosta de atuar no setor administrativo, com dados epidemiológicos, bem como de planejar e organizar ações que possibilitem o bem-estar e a saúde do próximo, é a carreira ideal. O que pode vir a ser uma dificuldade para alguns é exatamente o distanciamento da prática clínica. Outro problema é a adesão da saúde coletiva no curriculum acadêmico. Com isso, a Residência tem dificuldade em definir um perfil de formação e treinamento em serviços de acordo com um programa de residência médica. O que o tornará um bom médico preventivo e social? - Saber planejar, organizar e administrar serviços de saúde; - Gostar de trabalhar em equipe de saúde; - Ser apto a desenvolver programas de preparação e utilização de recursos humanos em saúde; - Conhecer e utilizar métodos e técnicas de educação e participação comunitária em saúde.

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GUIA DE ESPECIALIDADES 4. Situação atual e perspectivas A prática da Medicina Preventiva e Social está sendo subestimada pelos recém-formados. Logo quando foi criada, por volta dos anos 1970, era uma carreira disputada; todos almejavam participar da organização de promoção da saúde na atenção primária. Porém, tem havido muita dificuldade tanto no mercado de trabalho quanto no desenvolvimento de sua formação. Há uma ociosidade das vagas que estão abertas para especialidade, mas, também, quem está no campo de trabalho encontra problemas para conseguir um bom emprego. Médicos preventivo e social em atividade Cerca de 959 em 2012

5. Estilo de vida A rotina desse profissional não possui carga horária que o impossibilite de realizar tarefas além do seu trabalho. São 30/40 horas semanais, permitindo ao médico outras atividades durante a semana, ficar com a família, ter um lazer e tirar férias.

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NEUROCIRURGIA

1. Introdução A Neurocirurgia é a especialidade que se encarrega do diagnóstico e do tratamento de pacientes com lesões ou doenças do cérebro, da coluna, da medula e dos nervos periféricos. Oficialmente, é definida como uma especialidade cirúrgica que executa tratamento cirúrgico e não cirúrgico (incluindo prevenção, diagnóstico, avaliação, tratamento, cuidados intensivos e reabilitação) das desordens ou doenças do sistema nervoso central, periférico e autonômico, incluindo em sua atuação as estruturas de suporte e proteção, assim como suprimento vascular. Trata de pacientes com trauma cranioencefálico, de coluna vertebral, doenças vasculares (como aneurismas e obstruções arteriais cerebrais e na região cervical, que podem levar a uma isquemia cerebral), com dor crônica na coluna, defeitos congênitos de nascimento em crianças e adultos, tumores do cérebro, da coluna e medula, assim como lesões de nervos periféricos na face, nos braços e nas pernas. Entrada Duração

Rodízio nas áreas

Residência Médica Acesso direto. 5 anos. - Embriologia e Neuroanatomia; - Fundamentos de Neurofisiologia Clínica; - Clínica Neurológica; - Bioética e Responsabilidade Médica; - Neurorradiologia; - Clínica Neurocirúrgica; - Técnica Neurocirúrgica; - Anatomia Microcirúrgica; - Neuropatologia; - Cirurgia de Coluna e Nervos Periféricos; - Neurocirurgia Pediátrica, Funcional e Vascular; - Base de Crânio; - Neuro-Oncologia; - Doença Encefalovascular Isquêmica; - Doença Encefalovascular Hemorrágica; - Comas; - Neuropatologia; - Métodos de Estudo Anatomopatológico do Sistema Nervoso; - Colorações Especiais; - Imuno-histoquímica; - Princípios de Neuroendoscopia.

Média de vagas no país

101: - Norte: 3; - Nordeste: 14; - Centro-Oeste: 6; - Sul: 14; - Sudeste: 64.

2. Áreas de atuação O neurocirurgião trabalhará em consultórios particulares, em hospitais de vários tipos, em serviços de alta complexidade e sob a forma de plantões ou sobreaviso. Ao se formar, o profissional deverá trabalhar em serviços de emergência ou se integrar em alguma equipe de cirurgiões já formada. Ao longo do tempo, esse especialista poderá abrir seu próprio consultório. Vale lembrar que dificilmente um neurocirurgião permanecerá atuando em todas as áreas dessa disciplina, tendo que, invariavelmente, especializar-se em alguma subárea.

3. Vantagens e dificuldades Essa pode ser dita como uma das especialidades mais nobres da medicina. O especialista geralmente é muito bem visto, existem muitos procedimentos e, em geral, é uma área bem remunerada. Há bastante mercado, e os profissionais estão satisfeitos com a área. Da mesma forma que é considerada uma especialidade rica em diversos aspectos, possui diversas dificuldades, como o fato de ser uma Residência extremamente longa, além de ser uma das mais difíceis de serem acessadas. Não obstante, a permanência não é fácil, já que em geral há uma prova anual para avaliar a qualidade do residente; muitas vezes, lida com pacientes mais graves e com prognósticos sombrios.

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GUIA DE ESPECIALIDADES O que o tornará um bom neurocirurgião? - Excelentes habilidades manuais; - Gostar de resultados cirúrgicos imediatos; - Ser criativo e detalhista; - Permanecer relaxado e confiante mesmo sob elevado estresse.

4. Situação atual e perspectivas Ainda existe bom mercado para esse profissional. Não são muitos em atividade, principalmente fora dos grandes centros, e as vagas espalhadas pelo Brasil não são muitas. Por ser uma área extremamente técnica, leva-se muito tempo para adquirir prática acurada, por isso a filiação em equipes é importante. A forma de trabalho em plantões ou sobreaviso é interessante, já que em geral a remuneração é maior do que em outras especialidades, e esse profissional não é a chamada “linha de frente” como o cirurgião geral, o que leva a menos atendimentos durantes as jornadas. Como é uma área muito tecnológica, cada vez mais vemos avanços como interface cérebro–máquina, onde computadores podem desempenhar funções neurológicas perdidas, comandando um cursor através do pensamento ou movendo um braço mecânico, implantes de eletrodos cerebrais profundos acoplados a geradores elétricos que têm a capacidade de estimular ou inibir funções cerebrais, entre outros implantes complexos utilizados nas diversas áreas da Neurocirurgia. Por isso, é importantíssimo o profissional estar em atualização constante. Neurocirurgiões em atividade Cerca de 2.172 em 2012

5. Estilo de vida Esse profissional, em geral, trabalha bastante. Por ser uma área em que os plantões e sobreavisos são interessantes, o médico acaba tendo um prejuízo em qualidade de vida e tempo livre. Vale lembrar que muitas cirurgias são extremamente extensas e as jornadas de trabalho acabam sendo longas devido a isso. A remuneração em geral é boa, mas o profissional não deve ter muito tempo livre durante a semana ou mesmo aos finais de semana.

6. Subespecialidades - Microcirurgia (Oncologia, Vascular, Base de Crânio); - Exames de Imagem; - Neuronavegação; - Radiologia Intervencionista; - Doppler Transcraniano;

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- Cirurgia Funcional; - Estereotaxia; - Cirurgia de Coluna; - Hidrodinâmica; - Trauma; - Cirurgia Minimamente Invasiva; - Endoscopia Cerebral; - Eletrofisiologia; - Tratamento da Dor; - Neurointensivismo; - Neuroendocrinologia; - Neurocirurgia Pediátrica.

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NEUROLOGIA

1. Introdução

2. Áreas de atuação

A Neurologia é uma especialidade médica que lida com distúrbios do sistema nervoso. Atua, especificamente, com o diagnóstico e o tratamento de todas as categorias de doenças que envolvam os sistemas nervosos central, periférico e autônomo, incluindo os seus revestimentos, vasos sanguíneos e todos os tecidos efetores, como os músculos. Neurologistas também podem estar envolvidos em pesquisas e ensaios clínicos, bem como na pesquisa básica e translacional. A Academia Brasileira de Neurologia (ABN) é a maior e mais importante associação dos neurologistas do Brasil, fundada na cidade do Rio de Janeiro em 5 de maio de 1962.

O neurologista é um médico clínico, que pode atuar com atendimento em ambulatórios ou consultórios especializados e particulares, em unidades de emergência, em hospitais gerais, onde, além de prestar atendimento aos pacientes com doenças primariamente neurológicas, interage com generalistas e muitos outros especialistas, além do meio acadêmico. As doenças neurológicas são muito prevalentes na população, como o acidente vascular cerebral (principal causa de mortalidade no Brasil), as cefaleias, epilepsias, doenças degenerativas como a doença de Alzheimer e a doença de Parkinson e as polineuropatias. Há ainda as complicações neurológicas devido às doenças de base, como diabetes, doenças autoimunes, infecciosas e neoplásicas.

Residência Médica Entrada

Acesso direto.

Duração

3 anos.

Rodízio nas áreas

- Clínica Médica; - PS/PA; - UTI; - Ambulatórios; - Enfermarias; - Psiquiatria; - Medicina Física e Reabilitação; - Infectologia; - Oncologia Clínica; - Eletroencefalografia; - Eletroneuromiografia; - Neurorradiologia; - Laboratório de Líquido Cerebrospinal; - Neuropediatria; - Neuro-Oftalmologia; - Otoneurologia.

Média de vagas no país

145: - Norte: 2; - Nordeste: 22; - Centro-Oeste: 13; - Sul: 21; - Sudeste: 87.

3. Vantagens e dificuldades A Neurologia é uma área especial, pois é nela em que mais existe diagnóstico a partir de sinais e sintomas. Este, chamado de diagnóstico topográfico, é seguido pelo diagnóstico etiológico. Essa característica intrínseca da Neurologia leva a uma profunda satisfação intelectual desse profissional. Algo que pode ser considerado como vantagem para uns e dificuldade para outros é a proximidade com outras áreas em algumas doenças, como Psiquiatria, Ortopedia, Oftalmologia, Otorrinolaringologia e a própria Clínica Médica. Isso pode ser vantajoso quando se leva em conta a troca de experiências e ações para diagnóstico e terapêutica, porém pode haver conflito de mercado, por exemplo. O que o tornará um bom neurologista? - Resolver problemas de maneira lógica, realizando bons diagnósticos topográficos; - Ser intelectual e curioso;

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GUIA DE ESPECIALIDADES - Saber lidar com doenças em que o tratamento não será tão eficaz; - Gostar de tratamento em longo prazo.

4. Situação atual e perspectivas Não faltam oportunidades de trabalho para o neurologista. Apesar de haver muitos profissionais, existe um largo campo de atuação, pois a incidência e a prevalência das doenças ligadas à Neurologia são enormes e o mercado ainda não está saturado. Existem, também, inúmeras áreas específicas dentro da Neurologia, como Dor e Neurofisiologia Clínica, que levam a ainda mais procura. Como perspectivas, as Neurociências têm atuado cada vez mais sobre as fronteiras do conhecimento humano e os neurologistas pesquisadores têm ligação total nisso. Essa é uma área em grande expansão. Nos próximos anos, compreenderemos melhor os mecanismos de doenças neuropsiquiátricas, aprenderemos a combater as doenças neurodegenerativas, como as de Alzheimer e de Parkinson, e conseguiremos nos defender ainda mais das doenças imunológicas que afetam o sistema nervoso e que têm sido descritas nos últimos anos em número crescente. Neurologistas em atividade Cerca de 2.774 em 2012

5. Estilo de vida Como uma boa área clínica, o profissional escolherá, ao longo do tempo, como melhor atuar. O começo com certeza será trabalhoso, pois a baixa remuneração, pelo período ainda em formação ou mesmo pela clientela ainda não consolidada, será compensada por plantões, em Clínica Médica ou mesmo como especialista. Ao longo do tempo, os profissionais tendem a abandonar os plantões, elevando a qualidade de vida, lidando apenas com hospitais ou com diversos serviços em que estará ligado, além de, é claro, atendimento em consultórios particulares.

6. Subespecialidades - Distúrbios do Movimento; - Doenças Neuromusculares; - Epilepsia; - Neurofisiologia Clínica; - Neurologia do Comportamento; - Neurologia Infantil; - Neuro-Oncologia; - Neurovascular; - Cefaleia.

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OFTALMOLOGIA

1. Introdução A história da Oftalmologia ocupa um lugar especial na evolução da medicina, em virtude das peculiaridades do órgão da visão: a importância de sua função e o mistério de seu funcionamento fizeram que, durante muito tempo, fossem atribuídos ao olho poderes mágicos, benfazejos ou nefastos, capazes de lançar mau-olhado ou quebranto. A Oftalmologia é a especialidade médica à qual cabem o estudo, o diagnóstico e o tratamento das doenças e lesões do olho e seus órgãos anexos. O oftalmologista dedica-se não só aos aspectos patológicos da visão, mas também à análise de sua fisiologia. Residência Médica Entrada

Acesso direto.

Duração

3 anos.

Rodízio nas áreas

- Plástica Ocular; - Laboratório; - Tumores; - Úvea e AIDS; - Banco de Olhos; - Vias Lacrimais; - Doenças Externas e Córnea; - Motilidade Extrínseca Ocular; - Retina e Vítreo; - Ultrassom; - Pronto-Socorro; - Glaucoma; - Órbita; - Trauma Ocular; - Neuroftalmo; - Óptica Oftalmológica; - Cirurgia Refrativa; - Catarata; - Catarata Congênita; - Anatomia Patológica Ocular; - Visão Subnormal; - Eletrofisiologia Visual; - Psicologia/Psicoterapia/Oftalmologia e Bioengenharia Ocular.

Média de vagas no país

293: - Norte: 7; - Nordeste: 41; - Centro-Oeste: 18; - Sul: 39; - Sudeste: 188.

2. Áreas de atuação Muitos médicos trabalham em serviços públicos. Esses não são tão bem pagos, mas o profissional não precisará desembolsar grandes quantidades de dinheiro para montar seu próprio consultório e será um funcionário público, o que possui suas vantagens. Outra forma de entrar no mercado é trabalhando em clínicas de outros médicos. Há os pontos positivos e negativos. Mas de forma geral, esse é o ponto inicial de muitas carreiras. Ainda, muitos se aventuram montando a própria clínica. Sabe-se do custo para isso, mas, em geral, muitos oftalmologistas têm a clínica cheia de pacientes. O fator negativo é que os convênios pagam muito mal pela consulta. Já em relação a trabalhar sob plantão, geralmente os médicos ficam em esquema de sobreaviso. Há poucas emergências. No entanto, o plantão desse especialista é um dos mais mal pagos.

3. Vantagens e dificuldades O oftalmologista está preparado para tratar diversas afecções do olho. É uma área que evolui a cada dia, necessitando de profissionais sempre atualizados como referência. No entanto, cabe ao oftalmologista ir atrás daquilo que deseja. Se em pouco tempo as técnicas e as máquinas evoluem, o médico deve saber manuseá-las com destreza. Além disso, as máquinas são equipamentos muito caros. Para aqueles que desejam montar o próprio consultório, um

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GUIA DE ESPECIALIDADES enorme investimento deve ser feito. Outro fato relevante é que os plantões (muitas vezes, sobreaviso) são muito mal pagos, além de certos convênios pagarem muito mal por uma consulta com o especialista. Apesar disso, há imensas oportunidades na área, e a demanda a ser tratada é imensa. Cabem ao oftalmologista saber explorar e lidar com este mundo ultraespecializado e moderno. O que o tornará um bom oftalmologista? - Gostar de trabalhar com as próprias mãos; - Ser um expert em uma área médica super especializada; - Gostar de ver resultados imediatos; - Ter uma excelente destreza manual e coordenação “olho–mão”.

4. Situação atual e perspectivas É vista por todos como uma excelente área. Em muitas subespecialidades e mesmo na área geral, o oftalmologista tem a oportunidade de trabalhar como um médico clínico/cirúrgico. A área é promissora. Inovações ocorrem em curtos intervalos de tempo, e cabe ao médico se atualizar. Por ser uma área que envolve muita tecnologia, esse profissional deve sempre estar a atento às novidades do mercado. Oftalmologistas em atividade Cerca de 9.573 em 2012

5. Estilo de vida Não há uma regra acerca da vida que o oftalmologista terá. O que acontece é que muitos médicos têm a oportunidade de ter a agenda feita por eles mesmos. Dessa forma, oftalmologistas trabalham muitas horas seguidas durante a semana (consultórios cheios), no entanto podem se dar ao luxo de não trabalhar em outros dias. Além disso, poucos médicos vivem em esquema de plantão, tornando a especialidade cada vez mais longe das emergências.

6. Subespecialidades - Banco de Olhos; - Bioengenharia; - Catarata e Catarata Congênita; - Córnea; - Cirurgia Refrativa; - Doenças Externas e Córnea; - Eletrofisiologia; - Estrabismo; - Farmacologia; - Glaucoma; - Lente de Contato e Refração; - Motilidade Extrínseca; - Neuroftalmologia; - Oftalmopediatria;

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- Oncologia; - Órbita; - Pesquisa Clínica; - Plástica Ocular; - Retina e Vítreo; - Trauma Ocular; - Úvea e AIDS; - Vias Lacrimais.

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ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA

1. Introdução

2. Áreas de atuação

A história da Ortopedia tem início nos tempos primitivos, passando por egípcios, gregos, romanos e árabes. Após anos de pouca importância na Idade Média, ressurge no século XII e chega ao século XX, desenvolvendo-se com as grandes guerras. A Ortopedia é a especialidade médica que cuida das doenças e deformidades dos ossos, músculos, ligamentos e articulações. Já a Traumatologia é a especialidade médica que lida com o trauma do aparelho musculoesquelético. No Brasil, as especialidades são unificadas, recebendo o nome de Ortopedia e Traumatologia. Outro importante campo de atuação da especialidade é a área do esporte, onde temos as lesões esportivas com características próprias de cada modalidade. As lesões decorrentes das atividades esportivas envolvendo o sistema musculoesquelético, de modo geral, envolvem os músculos, tendões, cápsula e ligamentos articulares e os ossos nos mais diversos graus de comprometimento, afastando o atleta de suas atividades esportivas por tempo determinado, de acordo com a gravidade da lesão.

A Ortopedia é uma área clínico-cirúrgica, com área de atuação dividindo-se em consultório, salas de cirurgia, visitas pré e pós-operatórias, plantões de Ortopedia ou Trauma, tudo isso em hospitais públicos e privados. Alguns mitos devem ser esclarecidos sobre a Ortopedia: não é uma área exclusiva de homens e não exige somente força física. Cada vez mais mulheres estão nessa área e, muitas vezes, são referência em algumas delas. Outro mito é que esses profissionais não são inteligentes ou capacitados. Essa área exige um conhecimento enorme e atualização constante, com diversas técnicas novas surgindo a cada dia, o que exige do profissional estudar tanto ou mais do que em outras áreas.

Residência Médica Entrada

Acesso direto.

Duração

3 anos.

Rodízio nas áreas

- Ambulatório; - Enfermaria; - Pronto-Socorro; - Centro Cirúrgico das diversas áreas: Tumores, Quadril, Coluna, Ombro e Cotovelo, Pé, Joelho, Mão, Trauma, Trauma Esportivo, Doenças Osteometabólicas etc.

Média de vagas no país

405: - Norte: 16; - Nordeste: 51; - Centro-Oeste: 40; - Sul: 58; - Sudeste: 240.

3. Vantagens e dificuldades Existem boas oportunidades de trabalho, e essa é uma área de acesso direto, diminuindo as tensões de novas provas de acesso, como na Cirurgia Geral. Em geral, a remuneração é boa e as diversas áreas de atuação permitem ao profissional atuar naquilo que mais lhe interessa. Ao longo do tempo, o ortopedista consegue melhorar as condições de trabalho, filiando-se a uma equipe já formada ou mesmo abrindo e expandindo o consultório particular. Como dificuldades, vemos a grande carga de trabalho, já que os ortopedistas não trabalham em um só local. A demora para obter prestígio e clientela também é grande quando o profissional monta um consultório particular, o que o acaba levando a trabalhar em plantões, já que toda emergência necessita de ortopedistas. Existem também dificuldades como as crescentes questões médico-legais, a frequente exposição à radiação ionizante e a grande necessidade de atualizações. O que o tornará um bom ortopedista? - Ser criativo, detalhadamente orientado, e cobrar de si mesmo alto padrão de postura;

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GUIA DE ESPECIALIDADES - Permanecer relaxado e confiante, mesmo sob extrema pressão; - Ter ótima destreza manual.

4. Situação atual e perspectivas A Ortopedia é uma das melhores especialidades do momento, devido a várias questões: população envelhecendo, aumentando o número de possíveis pacientes; população preocupada em aumentar atividades físicas, com o boom das academias de ginástica e, como consequência, maior frequência de lesões de esforço repetitivo; grande frequência de pequenos procedimentos em nível ambulatorial, assim como cirurgias pequenas, médias e grandes; indústria de órteses e próteses com novas e constantes tecnologias, facilitando o trabalho do ortopedista e impulsionando a especialidade; possibilidade de expandir os serviços com utilização da Medicina do Esporte (Copa do Mundo e Olimpíada próximas); considerável número de acidentes de todos os tipos, estimulando o crescimento da Traumatologia; incremento, no país, das atividades industriais e comerciais que levam a maiores vícios de postura, e diversos outros pontos. Ortopedistas em atividade Cerca de 10.000 em 2012

5. Estilo de vida Existe uma boa imagem com relação à qualidade de vida dos ortopedistas. Apesar de a carga horária ser extenuante, o profissional pode escolher entre dar e não dar plantões, o que acrescenta muito em relação à qualidade de vida. Há boa remuneração, e, ao longo do tempo, com consultório particular e fazendo parte de uma equipe, esse médico poderá contar com maior qualidade de vida. Vale lembrar que, excetuando os plantões e traumas, os procedimentos cirúrgicos da área são, em geral, eletivos.

6. Subespecialidades - Ortopedia Geral; - Ombro e Cotovelo; - Mão e Microcirurgia; - Joelho; - Pé; - Coluna; - Quadril; - Medicina do Esporte; - Ortopedia Pediátrica; - Traumatologia.

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OTORRINOLARINGOLOGIA

1. Introdução A Otorrinolaringologia é o ramo da medicina especializado no diagnóstico e no tratamento de doenças da cabeça e do pescoço. Trata-se de uma área clínico-cirúrgica extremamente complexa, com doenças bem prevalentes na população. É uma área bastante antiga, que lida com 3 dos 5 sentidos humanos (audição, olfato e gustação), além dos distúrbios da voz. Vem ampliando muito sua área de atuação, abrangendo, além das áreas básicas de Ouvido, Nariz e Garganta, o estudo das Apneias Obstrutivas do Sono, Glândulas Salivares, Cirurgia Estética Facial, Medicina do Trabalho, Otoneurologia, Cirurgia Cervicofacial, Audiologia, Craniomaxilofacial e Cirurgia da Base Anterior e Posterior Craniana. Residência Médica Entrada

Acesso direto.

Duração

3 anos.

Rodízio nas áreas

- Bucofaringologia; - Estomatologia e Laringologia; - Otologia e Otoneurologia; - Rinologia e Sinusologia; - Tumores da Face, Pescoço e Base do Crânio; - Cirurgia do Trauma e Estética Facial; - Urgências e Emergências em Otorrinolaringologia.

Média de vagas no país

160: - Norte: 6; - Nordeste: 21; - Centro-Oeste: 7; - Sul: 19; - Sudeste: 107.

2. Áreas de atuação Essa é uma área clínico-cirúrgica em que o profissional poderá não só dedicar-se à cirurgia ou à clínica, mas também mesclar as atividades ou até dedicar-se somente à clí-

nica, como alguns especialistas estão fazendo atualmente. Os locais de atuação podem ser consultórios particulares, hospitais de todos os portes, inclusive os de referência, os particulares e os públicos, alguns plantões (não são muitos) e no meio acadêmico. Existe relação com outras áreas da saúde, como a Fonoaudiologia, que geralmente realiza exames importantes para o Otorrino, como a Audiometria. Por isso, algumas vezes, em consultórios dessa área, há associação a profissionais de Fonoaudiologia. Vale lembrar que existe ainda a possibilidade de cirurgias estéticas na Otorrinolaringologia, como a otoplastia (correção da “orelha de abano”). Outro fator importante de atuação é o público-alvo, que vai desde recém-nascidos até idosos.

3. Vantagens e dificuldades As principais vantagens concentram-se no fato de ser uma área clínico-cirúrgica, em que o médico pode escolher praticamente tudo o que quer fazer, lidando desde com Alergia ou Otoneurologia, por exemplo, até com Cirurgias de Base de Crânio, Face e Região Cervical. Vale lembrar que é uma área com grande resultabilidade, o que gera grande satisfação ao profissional, além da grande demanda, já que as patologias atendidas por otorrinos são muito frequentes. Como dificuldades, podemos citar a grande dependência de planos de saúde, o início de carreira, principalmente devido à dificuldade de montar um consultório (alto custo de materiais) e a relativa pequena quantidade de vagas nos locais de Residência Médica, o que aumenta a concorrência. O que o tornará um bom otorrinolaringologista? - Gostar de trabalhar com as próprias mãos; - Trazer sempre novas ideias para resolução de problemas;

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GUIA DE ESPECIALIDADES - Gostar de ter bastante contato com pacientes; - Gostar de ver resultados imediatos; - Se atentar a detalhes e ser perfeccionista.

4. Situação atual e perspectivas A Otorrinolaringologia é tida hoje como uma das melhores especialidades a serem escolhidas, que alia boa qualidade de vida a uma área ampla e bem vista. Antigas visões estão sendo deixadas de lado, como a de que os otorrinos operavam apenas amígdalas. Os profissionais têm bom campo de trabalho, com diversas oportunidades de emprego, e, apesar de haver muitos profissionais, o mercado ainda não está saturado, principalmente fora dos grandes centros. A especialidade lida também com todas as idades e tipos de pessoas, desde aquelas com infecções rotineiras até pacientes oncológicos. Os profissionais devem atualizar-se constantemente, pois novas tecnologias e métodos são incorporados à profissão, de diagnóstico ou de tratamento. O futuro do otorrino deve ser permeado de possiblidades: implantes cocleares cada vez mais frequentes, novos e modernos aparelhos de surdez, cirurgia robótica e até prevenção sobrepujando as correções. Otorrinolaringologistas em atividade Cerca de 4.800 em 2012

5. Estilo de vida Apesar de ser uma especialidade cirúrgica, a Otorrinolaringologia promove boa qualidade de vida aos seus profissionais. Há muito atendimento em consultórios, particulares ou mesmo convênios, o que leva o médico a escolher a melhor maneira de atuar, com carga horária muito flexível. A relação de possíveis procedimentos diagnósticos ou terapêuticos agrega valor às consultas, o que é muito bom para esses profissionais. As cirurgias, de modo geral, não são muito demoradas e também não levam a complicações frequentes, sem contar o fato de que a grande maioria delas é eletiva, o que eleva a qualidade de vida.

6. Subespecialidades - Rinologia; - Otologia; - Laringologia e Voz; - Bucofaringologia e Estomatologia; - Otoneurologia; - Otorrinopediatria; - Medicina do Sono; - Estética Facial.

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PATOLOGIA E PATOLOGIA CLÍNICA

1. Introdução

2. Áreas de atuação

A Patologia ou Anatomia Patológica é uma especialidade médica de acesso direto voltada para a avaliação das doenças por meio das possíveis manifestações patológicas no organismo. Envolve tanto a ciência básica quanto a prática clínica e é voltada ao estudo das alterações estruturais e funcionais das células, dos tecidos e dos órgãos que estão ou podem estar sujeitos a doenças. O laboratório de Patologia é o local de trabalho desse especialista, que analisa e interpreta as alterações macro e microscópicas ocorridas nos órgãos e que lhe causaram alterações permanentes e graves, que muitas vezes culminaram em sua morte. Os patologistas, por isso, são os médicos especializados na arte e na ciência do diagnóstico. Baseados nesses laudos, os clínicos e cirurgiões que acompanham um paciente poderão instituir seu tratamento. A Patologia Clínica ou Medicina Laboratorial é uma especialidade médica também de acesso direto, que tem por objetivo auxiliar os médicos de outras especialidades a diagnosticarem doenças por meio da análise de sangue, urina, fezes, líquido ascítico, fluido seminal, líquido pleural e diversos outros fluidos corpóreos que, quando alterados, podem dar pistas da possível causa da afecção que está acometendo o paciente. Esses líquidos corporais podem ser mensurados e quantificados, e, a partir da avaliação de seus valores padrões de normalidade, o médico poderá identificar se seu paciente está doente, além de buscar e tratar a causa.

Tanto o patologista quanto o patologista clínico trabalham em laboratórios particulares, hospitais ou universidades. São auxiliados por uma equipe composta por técnicos de laboratório e assistentes administrativos, onde avaliam o material coletado e descrevem as alterações encontradas por meio dos laudos anatomopatológicos ou liberação dos resultados laboratoriais. O patologista realiza, ainda, autópsias no Instituto de Medicina Legal (IML) ou no Serviço de Verificação de Óbito (SVO) quando há dúvida sobre a doença que levou ao falecimento do paciente.

Residência Médica Acesso direto. 3 anos. Patologia – 91: - Norte: 2; - Nordeste: 10; - Centro-Oeste: 7; - Sul: 17; Média da vagas no país - Sudeste: 55. Patologia Clínica – 23: - Sul: 1; - Sudeste: 22. Entrada Duração

3. Vantagens e dificuldades As especialidades de Anatomia Patológica e Patologia Clínica são muitas vezes procuradas por médicos que optam em não ter contato direto com o paciente e que visam trabalhar em locais tranquilos, longe dos barulhos hospitalares do dia a dia. Por isso, acaba sendo uma área de atuação que proporciona melhor qualidade de vida nesse aspecto, mas não deixa de ter uma carga horária alta se comparada a qualquer outra especialidade. Uma das desvantagens é que o profissional ficará restrito aos ambientes laboratoriais dos grandes hospitais ou clínicas, não sendo possível a abertura de um consultório médico. Mas esse, muitas vezes, já é o objetivo, não sendo, portanto, um empecilho na escolha dessa especialidade. Mais uma dificuldade encontrada na área da Patologia Clínica é que sua atuação é compartilhada por profissionais de outras áreas, como o biólogo, o biomédico, o farmacêutico e o bioquímico, todos especializados em análises clínicas, química clínica e biologia molecular. O que o tornará um bom patologista ou patologista clínico? - Dominar a área da avaliação diagnóstica macro e microscópica;

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GUIA DE ESPECIALIDADES - Manter boa relação com as outras especialidades médicas, assim como com os profissionais de outras áreas; - Saber manusear os equipamentos laboratoriais e interpretar seus resultados; - Ter paciência para avaliar com cautela os achados microscópicos e reavaliá-los, caso seja necessário; - Buscar sempre estar atualizado diante das pesquisas em sua área de atuação.

4. Situação atual e perspectivas A Anatomia Patológica é uma área de extrema necessidade por ser uma das principais bases diagnósticas de neoplasias que acometem uma grande parte da população. A Patologia Clínica, por ser a área de diagnósticos laboratoriais, é de suma necessidade para a elucidação diagnóstica e o acompanhamento de tratamentos. Ambas são áreas de constante crescimento e estudos, visando à precocidade e à rapidez nos diagnósticos.

5. Estilo de vida São campos de atuação profissional que possibilitam melhor qualidade de vida, pois trabalham em locais mais tranquilos, distantes do estresse dos corredores hospitalares. E, mesmo a carga horária sendo extensa, podem optar por não trabalhar como plantonistas noturnos, o que possibilita manter boa qualidade de vida.

6. Subespecialidades A patologia clínica possui áreas de atuação específicas como: - Química Clínica; - Hematologia, Imuno-Hematologia e Hemoterapia; - Imunologia; - Microbiologia (bactérias, fungos, vírus); - Parasitologia; - Uranálise; - Biologia Molecular; - Genética Médica.

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PEDIATRIA

1. Introdução

2. Áreas de atuação

Até o século XIX, muitas crianças faleciam devido à falta de entendimento, higiene, diagnóstico e tratamento infantil. No final desse século, iniciou-se a criação de algumas especialidades médicas, dentre elas a Pediatria. A institucionalização da área foi difícil, pois não se compreendia a diferença entre a medicina voltada para o adulto e a medicina voltada para a criança. Para a criação da especialidade, foi defendido que as crianças necessitavam de uma semiologia e de um tratamento para suprir todas as singularidades e fragilidades infantis. Para especializar-se em Pediatria, o acesso é direto e tem a duração de 2 anos.

A Pediatria cuida das crianças desde o período neonatal até a adolescência. Além do tratamento, precisa haver um bom entendimento com a família, para poder aconselhar sobre como devem ser os hábitos alimentares e de vida da criança e ter uma boa influência na adesão ao tratamento. O pediatra trabalha com puericultura, desenvolvendo a prevenção e o acompanhamento de todos os sistemas, e pode trabalhar na área curativa, aplicando técnicas de tratamentos das mais diversas e fazendo pesquisas para métodos que desenvolvam mais rapidamente os diagnósticos. O campo de prestação de serviço pode abranger clínicas, consultórios, hospitais e ambulatórios tanto particulares quanto públicos.

Residência Médica Entrada

Acesso direto.

Duração

2 anos.

Rodízio nas áreas

- Unidade de Internação Geral; - Ambulatório; - Urgência e Emergência; - Neonatologia; - Unidade de Internação; - Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica/Neonatal; - Cursos obrigatórios: Atenção Perinatal (binômio mãe–feto e reanimação neonatal), Treinamento em Aleitamento Materno, Controle de Infecção Hospitalar, Controle de Doenças Imunopreveníveis, Prevenção de Acidentes na Infância e na Adolescência, Crescimento e Desenvolvimento e Atenção a Saúde do Adolescente.

Média de vagas no país

1.074: - Norte: 48; - Nordeste: 162; - Centro-Oeste: 107; - Sul: 161; - Sudeste: 596.

3. Vantagens e dificuldades As principais dificuldades que o pediatra sofre, no início da carreira, são a princípio pela falta de experiência, fato comum entre qualquer recém-formado, por não possuir intimidade com os familiares da criança e pela dificuldade de escolher a especialidade ou a subespecialidade dentro da Pediatria. O que é gratificante ao pediatra é poder observar a melhora do seu paciente, pois a criança transparece verdadeiramente o que está sentindo, e quando está doente fica totalmente indisposta, gerando um enorme mal-estar em todos que a cercam. Porém, ao se recuperar, logo volta a brincar e a sorrir. Outra vantagem é a grande possibilidade de empregos e variedade de subespecialidades. O que o tornará um bom pediatra? - Ser atencioso com a criança e com os familiares; - Ter facilidade de lidar com pessoas; - Ser bom observador; - Ser paciente.

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GUIA DE ESPECIALIDADES 4. Situação atual e perspectivas A Pediatria continua a ser uma das maiores especialidades do país, mesmo com a diminuição da procura dos médicos recém-formados. A carreira não apresenta dificuldade em conseguir empregos, pois é muito ampla e estão faltando profissionais. De qualquer forma vem se modernizando, incorporando os avanços tecnológicos para promoção da saúde, prevenção de doenças e obtenção de tratamentos precocemente. Pediatras em atividade Cerca de 28.306 em 2012

5. Estilo de vida Devido ao amplo campo de atuação, o pediatra pode definir como quer dividir os seus horários de trabalho, de lazer ou de descanso. Existem 2 caminhos que podem ser seguidos: dedicar-se somente à carreira, tendo menos tempo livre, o que é plausível dentro da Pediatria, diante de tantas possibilidades de emprego; e dividir o tempo de serviço com outras atividades, o que também é possível, dedicando parte de seu tempo aos pacientes e à família, ao lazer e às férias.

6. Subespecialidades - Oncologia; - Cardiologia; - Endocrinologia; - Pneumologia; - Neurologia; - Gastroenterologia; - Infectologia; - Medicina Intensiva; - Nefrologia; - Nutrologia; - UTI; - Neonatologia; - Hebiatria; - Hematologia e Hemoterapia.

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PSIQUIATRIA

1. Introdução

2. Áreas de atuação

A Psiquiatria é uma especialidade da medicina que lida com as diferentes formas de sofrimentos mentais, de cunho orgânico ou funcional, com manifestações psicológicas severas, como depressão, esquizofrenia, demência, transtornos de ansiedade, transtornos de personalidade e muitas outras patologias que acometem a mente humana. Os psiquiatras têm, por objetivo, prevenir, identificar e atuar no tratamento dessas afecções que acometem cada vez mais a população dos grandes centros. Atualmente, passamos por um momento em que essas doenças estão sendo mais diagnosticadas, assim como tem havido um grande crescimento na sua taxa de incidência, como é o caso da depressão, que tem atingido cerca de 12% da população geral. Por isso, a meta principal do psiquiatra é proporcionar o alívio do sofrimento e o bem-estar psíquico do paciente. Para isso é necessária uma avaliação completa do indivíduo, com perspectivas biológicas, psicológicas e de ordem cultural. A história da Psiquiatria tem origem ainda no século V a.C., enquanto os primeiros hospitais para doentes mentais foram criados na Idade Média. Durante o século XVIII, a área evoluiu como campo médico, e as instituições passaram a utilizar tratamentos mais elaborados e humanos. No século XIX, houve um aumento importante no número de pacientes. No século XX, renasceu o entendimento biológico das doenças mentais, introdução de classificações para os transtornos e medicamentos psiquiátricos.

O psiquiatra pode realizar suas atividades profissionais em hospitais de urgência e emergência psiquiátricas, em hospitais que realizam internação dos casos mais graves, consultórios particulares ou atendimento nos ambulatórios do sistema público de saúde. Atua também em centros de dependentes químicos ou em locais que lidem com detentos de alta periculosidade, como na psiquiatria forense. O psiquiatra tende a intervir na doença ou no problema psíquico por meio de medicamentos ou terapêuticas diversas, como a psicoterapia, a psicofarmacologia ou, dependendo do caso, a eletroconvulsoterapia. A avaliação psiquiátrica envolve o exame do estado mental e a história clínica. Testes psicológicos, neurológicos, neuropsicológicos e exames de imagem podem ser utilizados como auxiliares na avaliação.

Residência Médica Entrada

Acesso direto.

Duração

3 anos.

Média de vagas no país

297: - Norte: 5; - Nordeste: 31; - Centro-Oeste: 21; - Sul: 60; - Sudeste: 180.

3. Vantagens e dificuldades O médico, ao decidir-se pela Psiquiatria, tem a comodidade de já ter o acesso direto como escolha, sem precisar de outra área como pré-requisito. Logo que concluir os estudos poderá atuar como um profissional entendedor das afecções mentais. Uma das dificuldades encontradas nessa área é que muitas doenças psiquiátricas não têm cura, fazendo que o paciente necessite de atendimento durante toda a vida, causando um empecilho àquele profissional que gosta de resultados mais imediatos, como um clínico que consegue reverter um infarto agudo do miocárdio; o psiquiatra não consegue solucionar uma depressão em questão de dias, meses ou até anos. O que o tornará um bom psiquiatra? - Ser confiante e ter uma boa prática médica para atuar frente ao paciente psiquiátrico;

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GUIA DE ESPECIALIDADES - Manter boa relação médico–paciente, pois dela dependerá o sucesso ou o fracasso desse tipo de tratamento; - Ter carisma e transmitir fatos coerentes e viáveis aos pacientes; - Não ser intempestivo e saber o momento certo de agir e parar; - Tomar condutas coerentes e se for o caso, até individualizadas perante cada caso; - Buscar sempre estar atualizado frente às pesquisas em sua área de atuação.

4. Situação atual e perspectivas A Psiquiatria é uma área de grande excelência por lidar com as patologias da mente, pois é dela que o ser humano depende para poder atuar frente a uma sociedade, às suas diversas facetas de relações interpessoais e a si mesmo. Uma pessoa desprovida de características mentais ou psicossociais não consegue se expressar ou conviver com os outros indivíduos. É uma área de extrema necessidade e em constante aprimoramento, com o surgimento de fármacos que tentam melhorar a condição de inúmeros pacientes acometidos por essas afecções mentais.

5. Estilo de vida Assim como as diversas outras áreas médicas, esse profissional almeja uma qualidade de vida que lhe proporcione satisfação profissional somada aos cuidados com a família e momentos de lazer. Muitos profissionais, para conseguir essa estabilidade, buscam atuar em seus próprios consultórios ou atender pacientes em enfermarias, longe das portas de prontos-socorros de urgência e emergência.

6. Subespecialidades - Psiquiatria da Infância e do Adolescente; - Psiquiatria Geriátrica; - Psiquiatria Forense.

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RADIOLOGIA E DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

1. Introdução A história da Radiologia começou em 1895, com a descoberta experimental dos raios x pelo físico alemão Wilhelm Conrad Roentgen. A 1ª radiografia foi feita em dezembro de 1895: o pesquisador radiografou a mão da própria mulher, obtendo a imagem dos ossos dentro de tecidos moles menos densos. Essa descoberta foi revolucionária para a medicina da época, pois permitia observar o interior do paciente. No Brasil, a 1ª radiografia foi realizada no ano de 1896. Com o passar dos anos e avanço dos métodos, tornou-se universal a sua abrangência na pesquisa diagnóstica do ser humano. No começo do século XX, modificações foram feitas nos métodos e novos equipamentos surgiram, para aperfeiçoar a qualidade da imagem e para diminuir a quantidade de radiação ionizante usada nos pacientes de maneira que não fosse prejudicial à vida deles e à do operador das máquinas. Hoje, as tomografias computadorizadas, as ressonâncias magnéticas, as cintilografias e outros diversos exames de imagem são de alta tecnologia e fornecem imagens totalmente seccionadas do organismo, sem que o paciente sofra com isso, permitindo o diagnóstico precoce. A especialidade tem uma área de abrangência imensa, pois é preciso ter um conhecimento geral sobre toda a medicina para atuar nesse campo. É bastante versátil, pois tem contato direto com todas as outras áreas. Nos 3 anos de Residência, aprende-se um pouco de tudo, como, física, anatomia e patologia de cada sistema. O radiologista não trabalha tão pouco, como muitos pensam, a começar pela carga horária da Residência, que é completa e tem plantões todos os anos. O exercício profissional pode ser intenso devido à alta demanda de exames e plantões. E, apesar de não parecer, o radiologista tem contato com os pacientes. Em diversos exames o contato é direto e, em alguns, atuam como intervencionistas. Existem procedimentos em que o médico tem contato com o doente antes, durante e depois do procedimento, podendo existir uma relação médico–paciente mais duradoura.

Residência Médica Entrada

Acesso direto.

Duração

3 anos.

Média da vagas no país

251: - Norte: 5; - Nordeste: 28; - Centro-Oeste: 20; - Sul: 47; - Sudeste: 151.

2. Áreas de atuação O radiologista pode atuar em hospitais e em ambulatórios e realizar exames em pacientes de qualquer faixa etária. A sua rotina se define em saber realizar o exame pessoalmente ou oferecer as coordenadas para a execução de um técnico ou biomédico. Esse profissional faz a análise crítica do pedido de exame, conhece as indicações e contraindicações dos métodos, faz exames e laudos, correlacionando os achados obtidos com os dados clínicos, e deve ter base de física para entender a obtenção das imagens, procurando sempre melhorá-la e realizar uma documentação de boa qualidade. Também pode atuar na área administrativa, opinando na escolha dos equipamentos, realizando contratos de compra e de manutenção e atualizando protocolos de exames. Pode ainda atuar na área acadêmica ao dar aulas na graduação e ensinar os residentes a conhecer e a manipular os aparelhos e a laudar os exames realizados. O profissional que se interessa pela carreira científica pode participar de congressos nacionais e internacionais e redigir artigos e capítulos de livros para publicação.

3. Vantagens e dificuldades É recompensador saber que se pode auxiliar e fazer a diferença na condução de um caso. E são muito gratificantes

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GUIA DE ESPECIALIDADES a convivência, a troca de experiências com os outros especialistas e a confirmação de um diagnóstico. Sempre se está em contato com outras especialidades, tanto em reuniões multidisciplinares quanto na rotina de um plantão, com isso se pode aprender muito com os outros. Como desvantagem, há a dependência de uma atualização constante das máquinas, que são caras, assim como a manutenção. Existe a dificuldade de ter de dominar todas as áreas, pois na maioria dos serviços não há uma subdivisão da especialidade. Outra complicação é a falta de história clínica fornecida nos pedidos de exame, o que prejudica a escolha do protocolo ideal de exame. Com a utilização adequada dos equipamentos de proteção individual, não considerando os radiologistas que trabalham com intervenção, que estão expostos a uma dose maior que os demais, não há com que se preocupar em relação à excessiva exposição a radiação ionizante. Outra dificuldade enfrentada é que outros especialistas ignoram os laudos dos radiologistas, interpretando as imagens, algumas vezes, errando o diagnóstico, por serem facilmente disponibilizadas em CDs. O que o tornará um bom radiologista? - Manter-se sempre atualizado; - Dominar a tecnologia de todo equipamento utilizado; - Ter maior conhecimento geral sobre medicina; - Ter noções de física; - Ser extremamente concentrado; - Gostar de trabalhar com equipe multidisciplinar.

4. Situação atual e perspectivas A carreira hoje passa por uma valorização profissional. Sua demanda é alta, com absorção imediata ao término da Residência e maior rotação entre os que estão na área há mais tempo. O mercado de trabalho é variável, pois acompanha o desenvolvimento econômico do país, isso porque os meios de contraste e os equipamentos são importados, portanto as dívidas são feitas em dólares. A remuneração no setor público é baixa, mas é interessante, devido às diversidades de doenças, ao ingresso na área acadêmica e ao desenvolvimento de pesquisas científicas. Já no setor privado a remuneração é melhor, permitindo ao profissional um plano de carreira, com mudanças dos níveis salariais e valorização do currículo devido à educação médica continuada. Hoje em dia, o setor privado está competindo com o setor público na busca dos melhores talentos, desenvolvendo atividades acadêmicas e científicas. Nesse mesmo setor privado existe uma variação quanto ao salário: quanto mais afastado dos grandes centros, maior a remuneração. Radiologistas em atividade Cerca de 7.455 em 2012

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5. Estilo de vida Diferentemente das outras áreas, o radiologista não precisa de muito tempo para se estabilizar financeiramente. Fica a critério do profissional o quanto ele quer trabalhar e também o quanto almeja ganhar. Para quem gosta de um estilo de vida mais tranquilo, existe a opção de trabalhar períodos menores, ganhando um pouco menos. Mas também existe a possibilidade para quem prefere uma carreira profissional mais atarefada. Porém, é um mito dizer que o radiologista trabalha pouco. Não é nada comparado à vida de um cirurgião, mas ainda assim é cansativa, pois exige alto grau de concentração.

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RADIOTERAPIA

1. Introdução

2. Áreas de atuação

A radioterapia é um método de combate ao câncer, capaz de destruir células tumorais, empregando feixe de radiações ionizantes. O radioterapeuta é o profissional dessa área, especializado em tratar tumores malignos. Ele tem as funções de avaliar o caso clínico do paciente, planejar a radioterapia, monitorar a resposta e os efeitos colaterais do tratamento, proceder os ajustes e as modificações técnicas quando necessário e se certificar de que o tratamento está sendo realizado no melhor controle de qualidade disponível.

A atuação dos radioterapeutas será basicamente em grandes hospitais gerais e especializados em Oncologia ou ainda em clínicas especializadas em Radioterapia, já que o maquinário e os equipamentos necessários para as técnicas têm custo elevadíssimo. Se esse profissional tiver um grande aporte financeiro, poderá abrir a própria clínica, porém isso exigirá elevado capital. Outra forma de atuação está no meio acadêmico, no ensino ou mesmo na pesquisa.

Residência Médica Entrada

Acesso direto.

Duração

3 anos.

Rodízio nas áreas

- Cancerologia; - Clínica Médica; - Patologia; - Radioterapia Clínica e Princípios de Radiobiologia; - Física Médica e Informática; - Radioterapia Clínica; - Radiobiologia e Física Médica com Treinamento de Braquiterapia de Baixa, Média e Alta Taxa de Dose; - Ressonância Magnética e Sistemas Computadorizados de Planejamentos; - Radiocirurgia; - Terapia Conformacionada; - Feixes de Intensidade Modulada; - Técnicas de Radiação de Campos Alargados e Implantes Intersticiais.

Média de vagas no país

26: - Nordeste: 2; - Centro-Oeste: 1; - Sul: 2; - Sudeste: 21.

3. Vantagens e dificuldades Esses profissionais estão em falta no mercado. Existem regiões do país com número baixíssimo de radioterapeutas, e isso, com certeza, é uma grande vantagem, pois receberão ótimas oportunidades de empregos. Por outro lado, os pacientes com os quais esse médico trabalhará serão mais graves e, por vezes, debilitados, e o profissional deve ter uma estrutura emocional mais elevada. Também é uma área que gera grandes avanços a cada dia, o que exige atualização constante. O que o tornará um bom radioterapeuta? - Capacidade emocional para trabalhar com pacientes mais graves; - Estar sempre atento a novas tecnologias; - Visão clínica para acompanhar vários aspectos do paciente ao mesmo tempo; - Boa relação interpessoal/médico–paciente.

4. Situação atual e perspectivas Grande campo e alto reconhecimento são as marcas dessa especialidade hoje. Novas técnicas surgem constan-

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GUIA DE ESPECIALIDADES temente, e não é possível prever quais tecnologias teremos em alguns anos, porém a área deve continuar como ótima opção por muitos anos. Radioterapeutas em atividade Cerca de 460 em 2012

5. Estilo de vida Área que, com certeza, leva a grande qualidade de vida, por trabalhar com regime ambulatorial, sem procedimentos de urgência/emergência. O profissional poderá escolher qual esquema de trabalho melhor se encaixa em suas pretensões e assim flexibilizar seus horários. A rotina com pacientes mais debilitados pode ser fator de certo desgaste emocional, o que pode ser compensado com tratamentos bem-sucedidos em muitos doentes.

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ALERGIA E IMUNOLOGIA

1. Introdução A Sociedade Brasileira de Alergia foi criada em 1946 no Rio de Janeiro. Já em São Paulo, 25 anos depois, foi criada a Sociedade de Investigação em Alergia e Imunopatologia. Finalmente, em 1972, essas 2 sociedades uniram forças e formaram a Sociedade Brasileira de Alergia e Imunopatologia. Os pilares dessa especialidade estão sobre a ciência básica e a Epidemiologia. O médico alergista tem como objetivos o diagnóstico e o tratamento de doenças alérgicas. Para ser um especialista, depois de terminar o curso de medicina, é necessário cursar 2 anos de Clínica Médica e, em seguida, fazer mais 2 anos de Residência em Alergia e Imunologia. O alergista-imunologista é capacitado principalmente para realizar e interpretar procedimentos e testes que vão auxiliar o diagnóstico e o tratamento dos doentes.

Média de vagas no país

9: - Nordeste: 1; - Sul: 1; - Sudeste: 7.

2. Áreas de atuação O campo de atuação é bastante amplo, podendo trabalhar em consultórios, clínicas, hospitais, como docente e pesquisador. Está diretamente envolvido com a prática clínica, por isso precisa aliar-se às 2 maiores fontes de informação: a experiência obtida no dia a dia do trabalho com pacientes únicos; e a reflexão sobre essa experiência e as informações vindas da pesquisa clínico-epidemiológica de qualidade sobre domínios básicos da atividade clínica: diagnóstico, tratamento, prognóstico e etiologia.

Residência Médica Entrada

Pré-requisito: Clínica Médica.

Duração

2 anos.

Rodízio nas áreas

- Treinamento básico: asma, rinite, alergia cutânea, reações adversas a drogas, reações a venenos de insetos, imunodeficiências primárias e secundárias (AIDS e desnutrição), autoimunidade, incluindo imunogenética, imunoterapia e vacinas; - Laboratório abrangendo imunologia, citologia nasal, realização e interpretação de testes imediatos e tardios, preparo de extratos alergênicos, realização e interpretação de provas de função pulmonar, identificação e contagem de alérgenos, testes de provocação com drogas e alimentos, provas de provocação brônquica e nasal, indicação e avaliação de imunoterapia, dessensibilização por drogas, noções fisioterápicas e de reabilitação do asmático; - Unidade de treinamento: ambulatório, enfermaria e laboratório de provas especiais (provas “in vivo”).

3. Vantagens e dificuldades A vantagem dessa carreira é que pode agradar tanto quem admira a Clínica Médica, o contato com o paciente, quanto quem prefere desenvolver pesquisas para a busca de novas fontes de diagnósticos precoces e tratamentos. Desse modo, o profissional tem um amplo campo de trabalho em que pode desenvolver a sua carreira. Outro ponto gratificante é saber que pode melhorar a vida de, por exemplo, um paciente asmático, que, se não tratado, pode vir a falecer devido à doença. Como em toda carreira, as dificuldades estão no começo da profissão. É difícil estabilizar-se em um emprego, principalmente em se tratando de consultório próprio, pois muitas vezes há demora em conseguir um número de pacientes que possam sustentá-lo financeiramente. O que o tornará um bom alergista e imunologista? - Ter bom raciocínio clínico; - Ter bons conhecimentos gerais de Medicina Interna e de Pediatria;

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GUIA DE ESPECIALIDADES - Promover a integração do médico em equipes multiprofissionais de saúde; - Se interessar por pesquisas científicas; - Saber lidar com pacientes crônicos; - Saber trabalhar com ações de saúde de caráter preventivo.

4. Situação atual e perspectivas As doenças alérgicas, hoje, acometem mais de 20% da população brasileira. Como normalmente são doenças crônicas, as pesquisas em Alergia e Imunologia têm se desenvolvido bastante, no intuito de buscar tratamento que reduza a morbimortalidade que podem causar. Porém, a busca pela especialização em Alergia e Imunologia Clínica por médicos recém-formados tem se mantido estável, embora em alguns locais do país haja uma demanda reprimida. Alergistas e imunologistas em atividade Cerca de 780 em 2012

5. Estilo de vida O estilo de vida que esse profissional terá ele mesmo decidirá, pois, com um campo de atuação tão amplo e com a falta de profissionais em algumas regiões do Brasil, ele poderá definir o que realmente quer para a sua vida futura. Existem aqueles que irão dedicar-se quase integralmente à carreira, trabalhando em mais de 2 empregos, envolvidos na área acadêmica e na pesquisa, e existem outros que irão optar por uma carreira menos atarefada, tendo, com isso, tempo livre para ficar com a família, fazer atividades físicas e tirar férias.

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29 1. Introdução A história da Cardiologia tem início com o interesse em aprofundar os conhecimentos sobre a circulação, e isso ocorreu aproximadamente em 3.000 a.C. Na década de 1920, em decorrência do seu desenvolvimento e complexidade crescentes, desligou-se, definitivamente, da Clínica Médica, tornando-se uma especialidade autônoma e bem definida. Porém, no Brasil, a especialidade só foi instituída em 1941, com o Dr. Dante Pazzanese, que instituiu o 1º serviço especificamente designado para o diagnóstico e o tratamento das enfermidades cardíacas, e também começou a elaborar cursos para a formação de profissionais, que existem até hoje. Essa especialidade se responsabiliza pelo diagnóstico e tratamento de enfermidades e alterações ligadas ao sistema cardiovascular. Residência Médica Entrada

Pré-requisito: Clínica Médica.

Duração

2 anos.

Rodízio áreas

- Ambulatório; - Urgência e Emergência; - Métodos Diagnósticos não Invasivos e Hemodinâmica; - Unidade de Terapia Intensiva (incluindo Unidade Coronariana); - Estágios obrigatórios: Pós-Operatório de Cirurgia Cardiovascular e Cardiologia Pediátrica.

nas

Média de vagas no país

346: - Norte: 8; - Nordeste: 52; - Centro-Oeste: 32; - Sul: 41; - Sudeste: 213.

2. Áreas de atuação Esse especialista pode atuar em Clínica Médica e na realização de exames, em clínicas e consultórios tanto públicos quanto particulares, em hospitais, em centros de saúde

CARDIOLOGIA

gerais e em clínicas especializadas, na área de pesquisas, e também em universidades, atuando como docente. Nesses locais, ele pode trabalhar com um público de qualquer faixa etária fazendo diagnósticos, tratamentos, exames físicos e clínicos, interpretando o resultado de exames laboratoriais cardíacos e também orientando o paciente a ter hábitos de vida mais saudáveis.

3. Vantagens e dificuldades Uma das vantagens é que o cardiologista possuiu excelentes oportunidades, tanto em hospitais quanto em clínicas. Possui também uma grande variedade de emprego e o mercado é bastante promissor no Brasil, pois ainda estão faltando profissionais qualificados na área. Como dificuldade, há a complexidade da especialização, pois a exigência é rígida por essa área lidar com enormes responsabilidades. O que o tornará um bom cardiologista? - Ter um raciocínio rápido; - Ser um líder; - Inspirar confiança ao paciente; - Ser capaz de convencer o paciente a seguir o tratamento e a mudar os hábitos.

4. Situação atual e perspectivas O avanço do conhecimento e das tecnologias permite ao cardiologista usufruir de sofisticadas técnicas diagnósticas que mostram o coração de modos antes jamais imaginados. Esses exames, conciliados com o conhecimento clínico, epidemiológico e farmacológico, conseguem oferecer a opção de escolha do melhor procedimento terapêutico para cada paciente. A perspectiva na área é crescente, principalmente pela falta de profissionais.

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GUIA DE ESPECIALIDADES Cardiologistas em atividade Cerca de 9.054 em 2012

5. Estilo de vida Devido à grande disponibilidade de empregos na área, o profissional pode optar em como deseja se realizar profissionalmente e como quer que seja a sua vida pessoal. Se o cardiologista deseja se dedicar somente à carreira, pode trabalhar em mais de 2 empregos, trabalhar na área acadêmica e desenvolver pesquisas, sobrando pouco tempo para a vida social. Porém, se pretende ter um tempo para família, tirar férias, entre outras atividades pessoais, esse profissional também consegue desenvolver a sua carreira, fazendo o que gosta e tendo um bom salário.

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30 1. Introdução No Brasil, essa especialidade teve início na década de 1950, quando foi criada a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), e estuda as disfunções do sistema endócrino, como enfermidades hormonais e metabólicas. Diferente do que muitos pensam, o endocrinologista não trata somente de diabetes e obesidade, tendo as diversas glândulas do corpo, hipófise, pâncreas (endócrino), suprarrenais, pineal, tireoide, paratireoide e gônadas, como objeto de estudo. Quando essas glândulas apresentam alguma alteração, quem vai diagnosticar e tratar é o endocrinologista. Para tornar-se um, é necessário fazer 2 anos de Residência em Clínica Médica e mais 2 anos de Residência em Endocrinologia. Esse profissional deve ter bom raciocínio clínico para fornecer os diagnósticos, embora algumas vezes precise utilizar exames dinâmicos para avaliar o funcionamento de uma glândula ou de um órgão. Residência Médica Entrada

Pré-requisito: Clínica Médica.

Duração

2 anos.

Rodízio nas áreas

- Unidade de Internação; - Ambulatório; - Urgência e Emergência; - Laboratórios de Hormônios, de Radioimunoensaio e de Patologia.

Média de vagas no país

123: - Norte: 3; - Nordeste: 22; - Centro-Oeste: 9; - Sul: 12; - Sudeste: 77.

2. Áreas de atuação A área de atuação dessa especialidade é essencialmente ambulatorial, na qual o especialista irá deparar com pacientes com obesidade, diabetes mellitus, doença da tireoide,

ENDOCRINOLOGIA

distúrbios do desenvolvimento gonadal e tumores benignos e malignos das diferentes glândulas. A especialidade está centrada no raciocínio sobre os diferentes eixos hormonais e os mecanismos envolvidos em cada patologia. Outra área de atuação, além do atendimento ambulatorial, pode ser o de oferecer suporte a internados de outras especialidades que possam vir a ter alguma desregularização endócrina. Essa área permite ao profissional trabalhar com pacientes desde a mais tenra idade até as mais avançadas, e alguns também podem seguir a carreira de pesquisa básica e translacional, trabalhando em laboratórios de investigação médica com o suporte da própria instituição em que fazem a Residência ou com suporte do governo estadual (FAPESP) ou federal (CNPq e CAPES), os quais fornecem ajuda financeira para pesquisa.

3. Vantagens e dificuldades As vantagens de seguir essa especialidade, além de ser um mercado promissor, é poder trabalhar com todas as faixas etárias, utilizar-se de todo o raciocínio fisiopatológico e de todo o mecanismo complexo e maravilhoso que é o circuito hormonal do nosso organismo. É gratificante saber que, conhecendo todo esse mecanismo e ajustando algumas doses hormonais, você pode tornar a vida do seu paciente muito melhor e ativa. As dificuldades, sem dúvida, começam no início da carreira, pois, ao terminar a Residência, surgem a incerteza e a inconstância do atendimento ambulatorial, a dificuldade em decidir como prestará o seu serviço, escolhendo entre somente atendimento particular – demora um pouco para conseguir uma boa clientela, mas depois a remuneração pode ser satisfatória – e o atendimento de convênio, que gera um grande fluxo de pacientes, porém com remuneração baixa. O que o tornará um bom endocrinologista? - Ter bom raciocínio fisiopatológico; - Apreciar tratar pacientes crônicos;

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GUIA DE ESPECIALIDADES - Saber lidar com todas as faixas etárias; - Ser bom observador; - Ter visão diagnóstica.

4. Situação atual e perspectivas A especialidade vem obtendo projeções com o passar dos anos, pois as enfermidades endócrinas têm aumentado na população brasileira e no mundo. Por exemplo, a obesidade afeta cerca de 42% da população, e cerca de 15% têm diabetes. Além das doenças mais comuns, a especialidade também é procurada por pacientes com tireoidopatias, osteoporose e outras disfunções hormonais, o que aumenta o prestígio, pois grande parte da população já apresentou, apresenta ou vai apresentar um desses sintomas, principalmente pelo envelhecimento em geral. Endocrinologistas em atividade Cerca de 2.676 em 2012

5. Estilo de vida O estilo de vida dependerá do que esse profissional espera para o futuro, pois pode querer se entregar totalmente à profissão, trabalhando em diversos lugares e não desfrutando de muito tempo livre. Ou, pode optar por mais tempo livre para ter vida social, estar presente com a família, praticar algum esporte e viajar, devendo escolher trabalhar em menos locais ou ter apenas o seu próprio consultório, além da possibilidade da carreira acadêmica.

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GASTROENTEROLOGIA

1. Introdução

3. Vantagens e dificuldades

A especialidade surgiu no Brasil em meados da década de 1940. Para ser um gastroenterologista, é necessário fazer primeiramente 2 anos de Residência em Clínica Médica e mais 2 anos dentro da própria especialidade. O profissional, quando terminar a Residência, será capaz de lidar com as doenças do sistema gastrintestinal, podendo fazer a prevenção, o diagnóstico e o tratamento clínico das diversas enfermidades que acometem o sistema. O profissional também faz a leitura de exames e pode realizar a endoscopia.

Tem como vantagem a grande disponibilidade de áreas de atuação, podendo trabalhar em diversos locais e com variedade dentro do próprio sistema, já que é responsável por diagnóstico, tratamento e disfunções do sistema digestivo por completo (boca, faringe, esôfago, estômago, intestino, ânus, e órgãos anexos como fígado e pâncreas). A dificuldade da especialização está relacionada à sua complexidade e aos obstáculos que os profissionais da área atravessam para se firmarem.

Residência Médica Entrada

Pré-requisito: Clínica Médica.

Duração

2 anos.

Rodízio nas áreas

- Unidade de Internação; - Ambulatório; - Urgência e Emergência; - Serviço de Endoscopia Digestiva.

Média de vagas no país

111: - Nordeste: 28; - Centro-Oeste: 9; - Sul: 14; - Sudeste: 60.

2. Áreas de atuação O gastroenterologista pode atuar tanto na clínica quanto na realização de exames como hepatologia, endoscopia digestiva e nutrições enteral e parenteral. Os locais de serviço podem ser consultórios, clínicas, hospitais, centros de atendimentos gerais e especializados, tanto públicos quanto particulares. Não há um público-alvo específico, atendendo desde as menores idades até idosos, apesar de a subespecialidade de gastroenterologista pediátrico necessitar, como pré-requisito, da Residência em Pediatria.

O que o tornará um bom gastroenterologista? - Facilidade de lidar com pessoas; - Ter bom raciocínio lógico; - Capacidade de diagnóstico.

4. Situação atual e perspectivas O mercado de trabalho é amplo e com grandes perspectivas de crescimento. O especialista encontra amplo campo de atuação na área clínica, diagnosticando, tratando e fazendo a prevenção das enfermidades, como a mudança de hábitos alimentares e realizando exames. Gastroenterologistas em atividade Cerca de 2.244 em 2012

5. Estilo de vida O gastroenterologista pode decidir como deseja seguir a carreira. A variedade de locais de trabalho e a complexidade do sistema fazem que ele possa escolher onde vai trabalhar e como fará a sua jornada de trabalho. Além disso, pode escolher se quer desenvolver somente a carreira ou se pretende ter uma vida um pouco menos atarefada, conseguindo ter tempo para outras atividades diárias, para a família e para o lazer e as férias.

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GUIA DE ESPECIALIDADES 6. Subespecialidade No Brasil, a hepatologia não é considerada uma especialidade médica, mas uma área de atuação da Gastroenterologia. Dessa forma, para seguir carreira, é necessário fazer 2 anos de Clínica Médica, depois 2 anos de Gastroenterologia e mais 2 anos de treinamento focado na fisiologia e nas fisiopatologias do fígado. Depois disso, esse será o profissional capacitado e qualificado para tratar pessoas com doenças hepáticas.

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GERIATRIA

1. Introdução

2. Áreas de atuação

A Residência em Geriatria teve início na década de 1980 no Brasil. Para se especializar o médico precisa, primeiramente, fazer 2 anos de Residência em Clínica Médica e, em seguida, mais 2 anos de Geriatria. Depois de formado, será responsável pelas características clínicas do envelhecimento e pelos variados cuidados de que o idoso necessita. Trabalha com aspectos mentais, sociais, físicos, funcionais e nos tratamentos crônicos, agudos, preventivos, de reabilitação e paliativos dos idosos. Oferece um tratamento complexo, muito além da medicina focada em órgãos e sistemas, com envolvimento interdisciplinar promovendo a capacidade funcional e aperfeiçoando a qualidade de vida e a autonomia dos idosos. É imprescindível relembrar que a Geriatria não é a Clínica Geral dos idosos; há variadas diferenças entre os jovens adultos e os idosos, desde o que é senilidade (desenvolvimento patológico do envelhecimento), senescência (desenvolvimento natural do envelhecimento), até a clínica das doenças e as particularidades dos tratamentos farmacológicos. O geriatra cuida do idoso e não somente de suas enfermidades.

Pode atender em diversas áreas, como consultórios ou ambulatórios, hospitais (acompanhando os seus próprios pacientes ou em interconsultas para outras especialidades), atendimento domiciliar, instituição de longa permanência para idosos, programas de promoção em saúde, avaliação clínica, solicitação de exames, saúde pública (em atenção secundária ou terciária), hospital-dia geriátrico, gerenciamento de pacientes crônicos, cuidados paliativos e, por fim, a carreira acadêmica como professor universitário. O salário é variável, dependendo do local de atuação do profissional. O geriatra atua com uma visão total no idoso e tem a capacidade de priorizar o que é mais urgente naquele momento.

Residência Médica Entrada

Pré-requisito: Clínica Médica.

Duração

2 anos.

Rodízio nas áreas

- Unidade de Internação, Ambulatório e Assistência Domiciliar, Urgência e Emergência; - Estágios obrigatórios: Medicina Física e Reabilitação, Psiquiatria e Neurologia.

Média de vagas no país

70: - Norte: 3; - Nordeste: 6; - Centro-Oeste: 7; - Sul: 5; - Sudeste: 49.

3. Vantagens e dificuldades A gratificação com a especialidade é imensa, fundamentalmente quando se trata da otimização que pode ser oferecida em relação à qualidade de vida dos pacientes e familiares. Esse acompanhamento e cuidado prestados levam a uma profunda satisfação, bilateral, já que grande parte das enfermidades é crônica ou incurável mas é controlada. As dificuldades estão relacionadas ao preconceito com a especialidade (pois muitos ainda não entendem qual é função efetiva do geriatra), o tempo da consulta é mais demorado, precisa-se de uma equipe multidisciplinar para aperfeiçoar o diagnóstico e tratamento, há preocupação em enfrentar conflitos familiares, falta de suporte social e doenças avançadas. O que o tornará um bom geriatra? - Apreciar o cuidado com os idosos; - Ser paciente; - Gostar de tratar pacientes crônicos; - Estar acostumado com longos tratamentos; - Ser um bom observador;

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GUIA DE ESPECIALIDADES - Conseguir trabalhar com equipe multidisciplinar; - Ter o conhecimento sobre múltiplos tratamentos e suas interações; - Saber lidar com doenças avançadas.

4. Situação atual e perspectivas Essa área apresenta um grande potencial de crescimento visto que, com o passar dos anos, a expectativa de vida está cada vez maior. Por isso, com mais idosos no país, o papel do geriatra vai se fortalecendo e se destacando entre as especialidades médicas. O campo de trabalho é bem variado dentro do setor público e está crescendo no setor privado. Apesar de ainda existirem alguns mitos em torno dessa especialidade, aos poucos vem demonstrando o que é ser verdadeiramente um geriatra e como é importante para a promoção, a prevenção e a reabilitação do idoso. Geriatras em atividade Cerca de 783 em 2012

5. Estilo de vida Essa é uma das especialidades que vão depender de como o profissional deseja viver, ou seja, diante de tantas opções de emprego e da pequena quantidade de profissionais na área, se pode escolher um local de trabalho e programar em quantos lugares quer trabalhar. Para o médico que pretende se dedicar inteiramente à carreira, é possível ter ocupação para todos os dias e horários. Já o profissional que pretende ter uma vida um pouco mais tranquila consegue um tempo de descanso, ficar com a família, tirar férias e viajar, além de poder se encaixar em 1 só ou até 2 serviços e ter uma vida menos atarefada.

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33 1. Introdução Essa especialidade estuda, sob todos os aspectos, o sangue e os órgãos hematopoéticos, bem como os distúrbios e as doenças que os comprometem. A Hematologia é uma especialidade médica, clínica, que trata doenças como anemias congênitas e adquiridas, leucopenias, hemofilia e outros distúrbios da coagulação, hemoglobinopatias (doença falciforme, por exemplo), leucemias agudas e crônicas, mieloma múltiplo, púrpuras, doença de von Willebrand, entre outras. Hemoterapia é a especialidade médica que se utiliza do sangue e de seus componentes (hemocomponentes) e derivados (hemoderivados) para auxiliar na terapêutica de doenças hematológicas ou não, assim como no manejo de pacientes traumatizados, grandes queimados, e no preparo cirúrgico. Residência Médica Entrada Duração

Rodízio nas áreas

Média de vagas no país

Pré-requisito: Clínica Médica. 2 anos. - Unidade de Internação, Ambulatório, Urgência e Emergência e Unidade de Terapia Intensiva, Serviço de Hemoterapia; - Laboratório geral e especializado de citologia/citoquímica, hemostasia, sangue periférico e medula óssea. 98: - Norte: 2; - Nordeste: 8; - Centro-Oeste: 4; - Sul: 10; - Sudeste: 74.

2. Áreas de atuação O hematologista/hemoterapeuta é um médico que pode atuar na Área Clínica, na assistência direta ao paciente, assim como na área da Hemoterapia e laboratório.

HEMATOLOGIA E HEMOTERAPIA

É o hematologista quem realiza as punções de mielograma e medula óssea, fazendo a análise citológica dessas amostras. É o hematologista ou hemoterapeuta que gerencia as unidades hemoterápicas (bancos de sangue e hemocentros), podendo também ser responsável por laboratórios de análises clínicas. Atuam em parceria com os oncologistas, no tratamento das doenças neoplásicas (câncer). Do ponto de vista da legislação vigente (RDC MS 153), cabe ao hematologista a responsabilidade pela atividade hemoterápica. Veja o que diz a Portaria: - Princípios gerais: Artigo 3: a responsabilidade técnica e administrativa pelos serviços de Hemoterapia deve ficar a cargo de um médico especialista em Hemoterapia e/ou Hematologia, ou ser qualificado por órgão competente devidamente reconhecido para esse fim pelo Sistema Estadual de Sangue. A esse médico, o responsável técnico, cabe a responsabilidade final por todas as atividades médicas, técnicas e administrativas. Essas responsabilidades incluem o cumprimento das normas técnicas e a determinação da adequação das indicações da transfusão de sangue e de componentes. Em alguns centros, os hemoterapeutas também são responsáveis pela realização das transfusões de substituição (exsanguineotransfusão), pela transfusão intrauterina e recuperação de sangue intraoperatório. Ainda sob a responsabilidade do médico hematologista, encontra-se o setor de Hemaférese, terapêutica que utiliza a troca e a substituição plasmática, por meio de equipamentos especiais, por soluções coloides ou plasma humano, como forma de retirar do sangue substâncias indesejáveis, assim como a coleta de células-tronco para o transplante de medula óssea.

3. Vantagens e dificuldades Atualizações periódicas e cursos de educação continuada e pós-graduação são fundamentais. Com os avanços da

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GUIA DE ESPECIALIDADES biologia molecular, todos os dias mudam os protocolos para tratamento das principais afecções hematológicas. Cabe ao hematologista lidar com o paciente e a família de doentes graves. O que o tornará um bom hematologista e hemoterapeuta? - Atualização (muitos avanços na área); - Raciocínio clínico perspicaz; - Capacidade de lidar com pacientes oncológicos graves.

4. Situação atual e perspectivas Atualmente, no Brasil, o mercado para hematologistas não está saturado. Vagas não faltam. No próprio site da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia estão indicadas constantemente vagas em vários serviços recomendados por ela. O especialista tem a oportunidade de trabalhar em hospitais públicos e privados, além de ambulatórios de referência. Há ainda a oportunidade de trabalhar no próprio consultório. Hematologistas e hemoterapeutas em atividade Cerca de 1.518 em 2012

5. Estilo de vida A vida é semelhante à das outras especialidades clínicas. Quando vinculado aos serviços, deve-se cumprir horário como qualquer outro profissional CLT. No entanto, se tiver consultório próprio, há maior flexibilidade de horários. Um bom hematologista/hemoterapeuta deve estar sempre atualizado e, para tanto, deve estar vinculado a alguma instituição de pesquisa/ensino.

6. Subespecialidades - Anemias Carenciais; - Anemias Hereditárias; - Avanços no Diagnóstico das Leucemias Agudas e Síndromes Mielodisplásicas; - Citogenética Hematológica: Clássica e Molecular; - Doenças Linfoproliferativas Crônicas (Linfoma não Hodgkin e Mieloma Múltiplo); - Doenças Linfoproliferativas Crônicas (Linfoma de Hodgkin); - Doenças Linfoproliferativas Crônicas (Leucemia Linfocítica Crônica); - Hemostasia e Trombose; - Hemoterapia; - Imuno-Hematologia; - Insuficiência Medular; - Transplante de Medula Óssea.

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MEDICINA INTENSIVA

1. Introdução

3. Vantagens e dificuldades

Medicina Intensiva é a especialidade médica que presta suporte avançado de vida a pacientes com desarranjo agudo de alguma função vital. A Medicina Intensiva é uma especialidade médica dedicada ao suporte à vida ou suporte de sistemas e órgãos em pacientes que estão em estado crítico, que geralmente necessitam de um acompanhamento intensivo e monitorado. Peter Safar, o 1º médico intensivista, nos EUA, nasceu na Áustria, filho de 2 médicos. Safar tinha certificação anestesista e, na década de 1950, começou a desenvolver a disciplina de Urgência e Emergência. Foi neste momento que surgiu o ABC (via aérea, respiração e circulação), protocolos foram formados, foi instituída ventilação artificial, bem como ressuscitação cardiopulmonar. A 1ª UTI cirúrgica foi criada em Baltimore, em 1962, na Universidade de Pittsburgh, onde foi criada a Residência de Medicina Intensiva, com sede nos Estados Unidos. Em 1970, a Sociedade Americana de Medicina Intensiva foi formada, sendo a 1ª no mundo.

Ótima remuneração, flexibilidade na agenda. A especialidade do intensivista vem sendo fundamentada no Brasil há pouco tempo. Quem trabalhava nas UTIs, até pouco tempo, eram os próprios clínicos (clínicos gerais, cardiologistas, nefrologistas), cirurgiões e anestesistas. Se, por um lado, o intensivista graduado como tal tem vantagem na formação, por outro compete com médicos de outras especialidades.

Entrada Duração Rodízio nas áreas

Média de vagas no país

Residência Médica Pré-Requisitos: Clínica Médica, Cirurgia ou Anestesiologia. 2 anos. - Unidades de Terapia Intensiva em: Pediatria, Clínica Médica, Pneumologia, Cardiologia, Neurologia/Neurocirurgia, Nefrologia, Cirurgia Geral, Semi-Intensiva. 181: - Norte: 6; - Nordeste: 29; - Centro-Oeste: 16; - Sul: 20; - Sudeste: 110.

2. Áreas de atuação O médico intensivista atua basicamente onde há monitorização de pacientes graves ou potencialmente graves, unidades intensivas/semi-intensivas, clínicas e cirúrgicas.

O que o tornará um bom intensivista? - Conhecimento simultâneo das diversas áreas: Neurologia, Nefrologia, Cardiologia, Pneumologia e Anestesiologia; - Permanecer relaxado e confiante mesmo sob extrema pressão; - Realizar procedimentos com destreza em pacientes graves.

4. Situação atual e perspectivas Os hospitais estão sempre aumentando as vagas de UTI e, com a evolução da medicina, isso tem se tornado cada vez mais necessário. É uma especialização recente, que vem se fundamentando no Brasil. Há poucos profissionais especialistas na área. Intensivistas em atividade Cerca de 2.650 em 2012

5. Estilo de vida do profissional O profissional é geralmente contratado nos serviços e trabalha em esquema de plantão. Dessa forma o médico tem muita disponibilidade para organizar sua própria agenda. Há médicos intensivistas, entretanto, que fazem o seguimento horizontal das unidades de terapia intensiva. Esses são contratados e estão encarregados de administrar e tomar as condutas principais em cada unidade.

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GUIA DE ESPECIALIDADES Uma dificuldade é a carga horária de trabalho do intensivista à medida que o médico envelhece. Caso não faça seguimento horizontal, o intensivista continuará trabalhando em esquemas de plantão e sabe-se que a maioria dos médicos não deseja trabalhar nesse regime pelo resto da vida.

6. Subespecialidades - UTI em Pediatria; - UTI Cirúrgica; - UTI Clínica Médica; - UTI Neurologia.

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35 1. Introdução A Nefrologia é uma especialidade médica dedicada ao diagnóstico e ao tratamento clínico das doenças do sistema urinário, principalmente as relacionadas ao rim. A maioria das doenças que atingem os rins não está limitada somente a esses órgãos, sendo desordens sistêmicas. A Nefrologia refere-se ao diagnóstico da doença renal e ao seu tratamento, à medicação e à diálise, e ao acompanhamento dos pacientes de transplante renal. Concomitantemente, a maioria dos nefrologistas é especialista nos cuidados das desordens dos eletrólitos e da hipertensão. São encaminhados aos nefrologistas, por exemplo, os pacientes com insuficiência renal aguda ou crônica, hematúria, proteinúria, cálculos renais, infecções crônicas do sistema urinário, transtorno hidroeletrolítico ou desequilíbrio acidobásico. Residência Médica Entrada Duração

Rodízio nas áreas

Média de vagas no país

Pré-requisito: Clínica Médica. 2 anos. - Serviço de Diálise; - Hemodiálise; - Transplante Renal; - Serviço de Nutrição e Dietética; - Laboratório Clínico; - Patologia; - Medicina Nuclear; - Urologia. 80: - Norte: 9; - Nordeste: 25; - Centro-Oeste: 14; - Sul: 16; - Sudeste: 16.

2. Áreas de atuação O nefrologista tem diversas áreas de atuação, como em equipes de Nefrologia, acompanhando indivíduos internados, clínicas de diálise, consultórios e transplantes. Os pa-

NEFROLOGIA

cientes geralmente possuem múltiplas comorbidades, logo são casos de alta complexidade e gravidade. Atualmente, existem cada vez mais casos de lesões renais, agudas ou crônicas, o que leva a uma atuação também cada vez maior em clínicas de diálise. Vale lembrar também que a atuação de nefrologistas em grandes hospitais é fundamental, do meio acadêmico ou não.

3. Vantagens e dificuldades As vantagens da Nefrologia concentram-se, por exemplo, na capacidade de manter os pacientes vivos, mesmo que sem função renal, por muitos anos, levando a uma enorme gratidão dos doentes e familiares. Ainda existe certa dificuldade da população em conhecer o papel do nefrologista. Muitas vezes, quando há um problema relacionado aos rins, há uma tendência em procurar um urologista, daí a falta de conhecimento como uma das dificuldades da área. O que o tornará um bom nefrologista? - Gostar de Clínica Médica; - Ser um bom conhecedor de fisiologia e das demais ciências básicas; - Lidar bem com patologias que não são de resolução imediata; - Saber conversar bem com os pacientes e lembrar que provavelmente você será o médico de referência para muitos deles.

4. Situação atual e perspectivas A procura por Nefrologia tem caído um pouco entre os recém-formados, o que pode ser decorrente de um desgaste da imagem da área, talvez por conta das famosas clínicas de diálise, hoje erroneamente vistas como locais apenas para ganhar dinheiro, sem se importar com os pacientes, em que o maior número de pessoas em tratamento significa apenas mais dinheiro.

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GUIA DE ESPECIALIDADES Porém, não se devem esquecer a importância desse profissional, o tratamento importante destinado aos renais crônicos, o crescente número de transplantes renais, sendo o Brasil um dos líderes mundiais, tendo o nefrologista um papel fundamental no preparo do doador receptor, além do acompanhamento contínuo pós-cirúrgico. Há também as novas técnicas que têm surgido, como a Nefrologia Intervencionista, que realiza pequenas tarefas invasivas, como a colocação de cateteres vasculares temporários e permanentes para realização de hemodiálise em pacientes com doença renal aguda ou crônica e a colocação de cateter intraperitoneal para realização de diálise peritoneal e biópsia renal guiada por ultrassonografia. Nefrologistas em atividade Cerca de 2.350 em 2012

5. Estilo de vida Assim como em todas as carreiras médicas, o início da vida profissional sempre é difícil. Durante os anos de Residência, não haverá quase nada além da sua formação. Ao final, o profissional ainda terá dificuldades, pois provavelmente não terá um consultório particular, trabalhando geralmente em hospitais, públicos ou privados. Posteriormente, o profissional começa a juntar uma gama de pacientes e consegue montar seu consultório, organizando a vida da maneira que acha ideal ao seu perfil. Cada profissional acaba escolhendo como vai querer lidar com suas atividades, sendo que pode aceitar uma carga horária que tome todos os seus horários e também os finais de semana ou atender em consultório e operar uma quantidade menor de pacientes.

6. Subespecialidades - Litíase e Infecção do Trato Urinário; - Nefrites; - Insuficiência Renal Crônica, Uremia e Diálise; - Hipertensão Arterial; - Nefrologia Pediátrica; - Transplante Renal.

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36 1. Introdução

NUTROLOGIA

Média de vagas no país

A Nutrologia é a especialidade médica que estuda, pesquisa e avalia os benefícios e os malefícios causados pela ingestão dos nutrientes, aplicando esse conhecimento para a avaliação de nossas necessidades orgânicas, visando à manutenção da saúde e à redução de risco de doenças, assim como o tratamento das manifestações de deficiência ou de excesso. O acompanhamento do estado nutricional do paciente e a compreensão da fisiopatologia das doenças diretamente relacionadas aos nutrientes permitem ao nutrólogo atuar no diagnóstico, na prevenção e no tratamento dessas condições, contribuindo para a promoção de uma longevidade saudável, com melhor qualidade de vida. A Nutrologia foi reconhecida como especialidade médica em 1978. Antes disso, era conhecida como Nutrição Clínica, um ramo da Clínica Médica, termo ainda usado em outros países. Residência Médica Entrada

Pré-Requisito: Clínica Médica ou Cirurgia Geral.

Duração

2 anos.

Rodízio nas áreas

- Geriatria; - Gastroenterologia; - Obesidade; - Oncologia; - Avaliação Nutricional; - Distúrbios de Conduta Alimentar; - Nutrição Integral; - Nutrição Parenteral; - Centro Cirúrgico; - Unidade de Preparo de Nutrição Parenteral; - Unidade de Preparo de Nutrição Enteral; - Laboratório de Lipídios, Proteínas e Vitaminas; - Laboratório de Nutrição; - Ambulatório de Aminoacidopatias; - Ambulatório de Enterectomizados.

4: - Sul: 1; - Sudeste: 3.

2. Áreas de atuação Nutrólogos podem atuar principalmente em consultórios, podendo ainda trabalhar em hospitais e clínicas, com as unidades de nutrição parenteral e enteral. Esses profissionais podem diagnosticar e tratar as doenças nutricionais (como a obesidade, a hipertensão arterial e o diabetes mellitus), identificar possíveis “erros” alimentares, propor mudanças de hábitos de vida, enfatizar a necessidade de acompanhamento sistemático do estado nutricional por meio de uma avaliação nutrológica periódica, participar da composição da Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional para atendimento aos que necessitam de Nutrição Enteral ou Parenteral.

3. Vantagens e dificuldades Essa é uma área com poucos profissionais, o que leva a grandes oportunidades a quem escolhe segui-la. Porém, da mesma forma que proporciona oportunidades, a população em geral não tem muito conhecimento sobre ela, sempre procurando os nutricionistas para questões da área. Portanto, são necessárias campanhas para divulgação da especialidade. O que o tornará um bom nutrólogo? - Ser profundo conhecedor da fisiologia digestória; - Gostar de atendimento clínico; - Gostar de trabalhar com uma equipe multidisciplinar.

4. Situação atual e perspectivas Vivemos em uma sociedade marcada pela obesidade. Dessa forma, os profissionais que escolherem essa espe-

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GUIA DE ESPECIALIDADES cialidade médica terão uma grande procura. O trabalho em equipe com outros profissionais, como endocrinologistas, médicos do esporte etc., pode ser uma grande promessa da área, com clínicas especializadas na reformulação da rotina alimentar e de atividade física do paciente. Outras oportunidades são as indústrias alimentícias, com a intenção de promover a inclusão cada vez maior de alimentos nutricionalmente mais adequados no mercado, além de possibilitar a fortificação de alimentos com nutrientes de difícil reposição pela dieta e desenvolver produtos que podem ser usados tanto na prevenção quanto no tratamento de doenças; e ainda, na indústria farmacêutica, a busca contínua de avanços terapêuticos, em benefício dos pacientes. Nutrólogos em atividade Cerca de 695 em 2012

5. Estilo de vida Essa é uma área que pode promover uma excelente qualidade de vida ao profissional. A forma de trabalho é primordialmente em consultórios, fazendo o médico escolher a melhor maneira de atuar, com horários de trabalho totalmente flexíveis. Obviamente não existem urgências, o que eleva ainda mais à qualidade de vida dos nutrólogos.

6. Subespecialidades - Nutrição Parenteral e Enteral; - Nutrição Parenteral e Enteral Pediátrica; - Nutrologia Pediátrica.

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ONCOLOGIA CLÍNICA

1. Introdução A Oncologia Clínica é uma subespecialidade da Clínica Médica voltada para a atenção de portadores de algum tipo de neoplasia. Tem por objetivo realizar o acompanhamento desses pacientes a fim de lhes proporcionar tratamento curativo ou paliativo, administrando quimioterápicos, imunomoduladores ou mesmo indicando a radioterapia. Esse especialista é o profissional que acompanha por mais tempo um paciente com tumor, trabalhando em conjunto com o cirurgião oncológico no sentido de indicar ou não uma ressecção neoplásica, sendo essa seguida ou não de uma quimioterapia neoadjuvante. É uma área que envolve muitas pesquisas clínicas para identificar os genes envolvidos em um determinado câncer e, com a sua análise, escolher a melhor opção farmacológica que venha trazer benefícios e reduzidos efeitos colaterais. A ciência tem avançado muito nessa área: temos o desenvolvimento de fármacos cada vez mais específicos e que atuam de diversas maneiras no tumor, as pesquisas têm descoberto inúmeros genes, proto-oncogenes e receptores envolvidos na patogênese tumoral. Muito se tem avançado nessa área, o que pode ser notado com a maior sobrevida e a melhora da qualidade de vida de quem antes não dispunha de tratamento e que tinha prognóstico bem reservado. O oncologista clínico é um profissional que visa trazer maior conforto aos pacientes com câncer e coordena todo o tratamento disponível e necessário a cada doente, de acordo com seu estado clínico. Faz o acompanhamento da evolução tumoral e coordena o atendimento multidisciplinar que o paciente venha a necessitar, como fonoaudiólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos e interconsultas com médicos de outras especialidades clínicas ou cirúrgicas. Residência Médica

Média de vagas no país

127: - Norte: 9; - Nordeste: 11; - Centro-Oeste: 2; - Sul: 22; - Sudeste: 83.

2. Áreas de atuação O oncologista clínico atua em hospitais e clínicas realizando consultas e acompanhando os portadores de neoplasias nas enfermarias.

3. Vantagens e dificuldades Essa especialidade tem como vantagem permitir abordagem mais ampla e completa do paciente, pois está apto a atuar diante das alterações clínicas que surgem em decorrência do desenvolvimento tumoral e de sua disseminação. As dificuldades encontradas por esse profissional são as advindas de sua atuação em hospitais públicos, que possuem restrições de exames e fármacos para um tratamento adequado. Essas restrições do sistema de saúde deixam o profissional, muitas vezes, frustrado. O que o tornará um bom oncologista clínico? - Ser confiante e ter uma boa prática médica para atuar frente ao paciente oncológico; - Manter uma boa relação médico–paciente, pois dela dependerá o sucesso ou o fracasso de um tratamento coerente; - Ter carisma e transmitir fatos coerentes e viáveis aos pacientes; - Não ser intempestivo e saber o momento certo de agir e parar;

Entrada

Pré-requisito: Clínica Médica.

- Tomar condutas coerentes e, se for o caso, até individualizadas perante cada caso;

Duração

3 anos.

- Buscar sempre estar atualizado frente às pesquisas.

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GUIA DE ESPECIALIDADES 4. Situação atual e perspectivas A Oncologia Clínica é uma especialidade em constante avanço, com pesquisas e desenvolvimento de novos fármacos para trazer melhorias aos que sofrem dessa enfermidade. Desde a década de 1950, com o surgimento dos quimioterápicos, muito se conquistou nessa área. As perspectivas são grandes para esse profissional, pois todo mundo trabalha em prol da tão sonhada cura definitiva do câncer, mas enquanto isso não acontece muito ainda tem de ser feito para os pacientes, a fim de lhes proporcionar maior sobrevida, com qualidade e sem sofrimento, por meio de metas terapêuticas curativas ou de cuidados paliativos.

5. Estilo de vida Assim como as diversas outras áreas médicas, esse profissional almeja uma qualidade de vida que lhe proporcione satisfação profissional somada aos cuidados com a família e a momentos de lazer. Pode buscar a atuação em grandes centros de Oncologia, com mais recursos disponíveis e que lhe proporcionem maior tranquilidade em sua prática diária, com a oportunidade de uma vida mais tranquila e podendo decidir como quer estabelecer sua rotina.

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PNEUMOLOGIA

1. Introdução

2. Áreas de atuação

Pneumologia é a especialidade da medicina que estuda e investiga doenças relacionadas ao mecanismo do aparelho respiratório e a toda a sua estrutura. O médico pneumologista é o profissional da área de medicina que diagnostica, trata e acompanha pacientes com patologias pulmonares e respiratórias contraídas de diversas formas, indicando-lhes o melhor tratamento, ou ainda a cirurgia torácica. As doenças respiratórias, como todas as outras, não devem ser negligenciadas, pois se observando uma busca de solução adequada estaremos zelando pela nossa saúde e pelo nosso bem-estar, protegendo a nós mesmos e a terceiros.

O pneumologista é um médico de formação clínica que trabalha em regime ambulatorial/hospitalar/UTI. O público-alvo consiste em pacientes de todas as idades, graves ou não. É possível trabalhar ainda na realização de exames.

Residência Médica Entrada

Pré-requisito: Clínica Médica.

Duração

2 anos.

Rodízio nas áreas

- Clínica; - Asma; - Câncer de Pulmão; - Circulação Pulmonar; - Doença Pulmonar Avançada; - Doenças Intersticiais; - Doenças Respiratórias Ambientais e Ocupacionais; - Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica; - Epidemiologia; - Fibrose Cística; - Infecções Respiratórias; - Pleura; - Tabagismo; - Terapia Intensiva; - Tuberculose.

Média de vagas no país

98: - Norte: 2; - Nordeste: 14; - Centro-Oeste: 9; - Sul: 12; - Sudeste: 61.

3. Vantagens e dificuldades Como vantagem, tem-se que o médico pneumologista atua em uma área muito ampla, com a oportunidade de atender pacientes em vários graus de comprometimento. A necessidade de exames é intensa. Se a logística do sistema em que trabalha não funcionar bem, haverá dificuldades em realizar seu trabalho com destreza. O que o tornará um bom pneumologista? - Associar a clínica do paciente aos resultados de exames de imagem; - Trabalhar em equipe: enfermagem/fisioterapeutas; - Ter ótima destreza em manipular equipamentos ventilatórios.

4. Situação atual e perspectivas O mercado não está saturado. O pneumologista tem oportunidades em todas as áreas, além de os programas de pós-graduação estarem cada vez mais consolidados no país, dando a oportunidade do profissional se subespecializar numa determinada área. Ainda há a oportunidade de realizar exames/procedimentos: broncoscopia, espirometria, ergoespirometria, entre outros. Pneumologistas em atividade Cerca de 2.100 em 2012

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GUIA DE ESPECIALIDADES 5. Estilo de vida Pneumologistas, por atuarem em uma área muito grande, podem escolher o tipo de vida que desejam levar. Aqueles que se vinculam ao regime ambulatorial podem manipular horários e pacientes da maneira que desejam. Já os que trabalham em regime hospitalar (enfermaria/interconsultas hospitalares) estão sempre sob aviso do hospital. Há também aqueles ainda em regime de plantão.

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REUMATOLOGIA

1. Introdução

3. Vantagens e dificuldades

A Reumatologia constitui-se numa subespecialidade da Clínica Médica voltada para a atenção a portadores de patologias que acometem o tecido conjuntivo. As doenças reumáticas estão entre as principais causas de incapacidade física e afastamento temporário ou definitivo do trabalho. As doenças mais frequentes das quais essa especialidade aborda são artrose, diversas formas de artrite, gota, osteoporose, fibromialgia, febre reumática, doenças autoimunes, como o lúpus eritematoso sistêmico, tendinites, bursites e diversas doenças que acometem a coluna vertebral. O público que necessita de atendimento com o reumatologista é composto de adultos, idosos e até crianças, que em algum momento de suas vidas, acabam desenvolvendo sinais e sintomas articulares ou sistêmicos de alguma doença reumatológica.

As vantagens em ser um médico clínico especializado em Reumatologia é a comodidade de atuar em uma área mais restrita e poder atender pacientes com sintomatologias mais características e que lhe são familiares na sua área de atuação, fazendo que o profissional seja mais confiante em realizar suas intervenções para melhor auxiliar seu paciente. As dificuldades encontradas por esse profissional são as advindas de sua atuação em hospitais públicos, que possuem restrições de exames e fármacos para o tratamento adequado de cada paciente, já que muitos dos medicamentos são de alto custo e os doentes precisam enfrentar certa burocracia para adquiri-los. Isso faz que o profissional, muitas vezes, fique frustrado frente às restrições do sistema de saúde e à dificuldade em ajudar seu paciente. Outra dificuldade é encontrada no começo da carreira, onde o reumatologista necessita trabalhar como plantonista Clínico Geral, já que dificilmente se encontrarão serviços que paguem um profissional com essa especialidade para atender emergências reumatológicas.

Residência Médica Entrada

Pré-requisito: Clínica Médica.

Duração

2 anos.

Média de vagas no país

67: - Norte: 2; - Nordeste: 6; - Centro-Oeste: 8; - Sul: 9; - Sudeste: 42.

2. Áreas de atuação O reumatologista atua em hospitais, seja atendendo nos ambulatórios quanto avaliando os pacientes internados nas enfermarias. Atende em clínicas particulares, realizando novas consultas ou acompanhando doentes que já se tratam há muitos anos.

O que o tornará um bom reumatologista? - Ser confiante e ter uma boa prática médica para atuar frente ao paciente reumatológico; - Manter uma boa relação médico–paciente, pois dela dependerá o sucesso ou fracasso de um tratamento coerente; - Ter carisma e transmitir fatos coerentes e viáveis aos pacientes; - Não ser intempestivo e saber o momento certo de agir e parar; - Tomar condutas coerentes e, se for o caso, até individualizadas perante cada caso; - Buscar sempre estar atualizado frente às pesquisas em sua área de atuação.

4. Situação atual e perspectivas A Reumatologia é uma área que obteve muitas melhoras para auxiliar seus pacientes. As pesquisas clínicas e farma-

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GUIA DE ESPECIALIDADES cológicas vêm proporcionando melhores resultados para esses doentes, que antes padeciam com o agravo causado por sua enfermidade. Portanto, vemos que as perspectivas são boas para essa área de atuação e o profissional se torna mais confiante em poder ofertar melhorias mais consistentes aos seus pacientes.

5. Estilo de vida do profissional Assim como as diversas outras áreas médicas, esse profissional também almeja ter uma qualidade de vida que lhe proporcione satisfação profissional somado aos cuidados com a família e momentos de lazer. Muitos, para conseguir essa estabilidade, buscam atuar em seus próprios consultórios ou atendendo pacientes internados em enfermarias, longe das portas de prontos-socorros de urgência e emergência.

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ANGIOLOGIA E CIRURGIAS VASCULAR E ENDOVASCULAR

1. Introdução O médico angiologista e o cirurgião vascular e endovascular têm, muitas vezes, suas áreas confundidas e consideradas como um mesmo tipo de especialidade. Mas, apesar da semelhança existente entre eles, há diferenças importantes. O angiologista é um médico que fez primeiramente uma Residência em Clínica Médica e, posteriormente, Angiologia, sendo responsável por cuidar clinicamente das doenças vasculares que não necessitam de intervenção cirúrgica. Porém, é muito difícil separar uma especialidade da outra, pois as doenças vasculares, quando mais graves, geralmente necessitam de uma abordagem cirúrgica e o paciente que procurou um angiologista terá de ser encaminhado a um cirurgião vascular para solucionar sua patologia. O que temos na prática é que um angiologista pode tratar clinicamente e o cirurgião vascular está apto a tratar clínica e cirurgicamente. O cirurgião vascular é o médico responsável por abordar patologias dos vasos arteriais, venosos e linfáticos. Esse mesmo médico pode atuar também em procedimentos endovasculares, pois o que era antes uma subespecialidade já está sendo incluída no preparo dos residentes durante a Cirurgia Vascular. Com a melhoria das técnicas minimamente invasivas, esta tem ampliado sua atuação em muitos procedimentos anteriormente realizados em grandes cirurgias abertas. As novas técnicas têm sofrido aprimoramento a cada ano e têm melhorado a morbidade e mortalidade dos pacientes frente a problemas como aneurismas de aorta e doenças tromboembólicas, pois o tempo de recuperação é mais rápido, as incisões são menores e a internação em UTI tem seu tempo reduzido. Todo o sistema circulatório é objeto de atenção da Cirurgia Vascular, com exceção do coração, que é tratado pela Cirurgia Cardíaca, e os vasos dentro do crânio, que são de responsabilidade da Neurocirurgia. O cirurgião vascular atua na circulação das pernas, do abdome, do pescoço e dos membros superiores. Corrige artérias estreitadas ou dilata-

das, veias ocluídas ou dilatadas e obstruções dos vasos linfáticos. A sua missão é zelar pela saúde vascular dos pacientes, proporcionando bem-estar, qualidade de vida e praticando medicina com excelência. Residência Médica Entrada

- Cirurgias Vascular e Endovascular – Pré-requisito: Cirurgia Geral; - Angiologia – Pré-requisito: Clínica Médica.

Duração

2 anos.

Média de vagas no país

132: - Nordeste: 22; - Centro-Oeste: 12; - Sul: 21; - Sudeste: 77; - E mais 19 vagas distribuídas entre Angiologia e Cirurgia Endovascular.

2. Áreas de atuação Dentro de uma visão prática, temos a atuação desse profissional em doenças venosas, que são encabeçadas pelas varizes dos membros inferiores, tromboses, úlceras e as telangiectasias ou microvarizes. As doenças das artérias têm sido motivo de muito estudo, como a arteriosclerose nas suas diversas formas e localizações tem tido grande atenção nesse contexto. Outras enfermidades que merecem muita atenção são as angiológicas, como a isquemia cerebral; dos membros inferiores, como gangrenas, úlceras isquêmicas, a claudicação intermitente e, por fim, as consequências dessas condições angiológicas, que são as amputações de membros. O cirurgião vascular e o angiologista, este com exceção dos procedimentos cirúrgicos, tendem a atuar nas patologias arteriais, como: - Aterosclerose, arteriosclerose e arteriolosclerose; - Úlceras arteriais;

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GUIA DE ESPECIALIDADES - Acidente vascular encefálico decorrente de estenose e oclusão de artéria carótida; - Pé diabético; - Claudicação intermitente; - Aneurismas de aorta e outras localizações; - Tromboses arteriais; - Isquemias dos membros inferiores; - Obstrução arterial aguda; - Debridamentos, amputações e fasciotomias; - Arterites e vasculites. Patologias venosas como: - Varizes, microvarizes e telangiectasias; - Varicorragia; - Úlceras venosas; - Tromboflebites e tromboses venosas; - Acessos venosos profundos para diálise e quimioterapia; - Correção de fístulas arteriovenosas. Assim como nas patologias dos vasos linfáticos: - Linfangites; - Linfedema; - Celulite; - Erisipela. É uma área que também permite a atuação para realização de exames de imagem como ultrassonografia com Doppler, laser e vários outros procedimentos de angiorradiologia e hemodinâmica. Portanto, a Angiologia e a Cirurgia Vascular têm tido, nos últimos anos, um papel importante como a ciência e a arte na vanguarda das pesquisas inerentes à circulação, o que tem traduzido uma melhora no tratamento dessas enfermidades e, como consequência, na melhora da qualidade da vida das pessoas.

3. Vantagens e dificuldades A vantagem proporcionada pela Angiologia e pelas Cirurgias Vascular e Endovascular é a oportunidade de atuação em diversas frentes de trabalho, onde o profissional pode atuar em consultórios particulares voltados para os cuidados estéticos ou patológicos de varizes e microvasos. Pode trabalhar em prontos-socorros de trauma onde realiza abordagem nos grandes vasos para estancar sangramentos profusos. E, se preferir uma atuação mais tranquila, pode realizar exames de imagem em ambientes distantes das correrias de situações emergenciais, ou seja, é um profissional que tem um campo de trabalho mais abrangente. Muitos profissionais, principalmente mulheres, têm buscado essa especialidade cirúrgica justamente pela sua diversidade de campo de atuação, onde podem conciliar a família e o lazer com mais flexibilidade.

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As dificuldades encontradas nessa especialidade se encontram em seu início, pois o profissional deve buscar contatos e se associar às sociedades de vasculares para buscar melhores empregos e, com isso, obter maior tranquilidade em sua atuação médica. O que o tornará um bom cirurgião vascular? - Ser criativo e detalhadamente orientado e cobrar de si mesmo alto padrão de postura; - Permanecer relaxado e confiante, mesmo sob extrema pressão; - Ter uma ótima destreza manual; - Ter um olhar estético; - Ter atenção redobrada frente aos casos mais graves; - Ficar atento às patologias vasculares; - Ter domínio sobre os procedimentos empregados.

4. Situação atual e perspectivas A Angiologia e as Cirurgias Vascular e Endovascular têm caminhado para uma junção em suas áreas de atuação, e o cirurgião vascular deve se mostrar um profissional mais completo para auxiliar o paciente frente à sua comorbidade, clínica ou cirurgicamente. Isso é observado pela maior busca na área cirúrgica do que na área clínica. Outra mudança, ainda em andamento, mas que marca a especialidade, é a realização cada vez mais frequente de procedimentos endovasculares e minimamente invasivos. O que antes eram cirurgias extensas e dramáticas de correção de aneurismas têm dado abertura à realização de procedimentos sem cicatrizes e guiadas por vídeos e imagens quase em tempo real. E quem tem a ganhar são os pacientes, que tendem a se submeter a procedimentos com menos riscos e com recuperações mais rápidas, aumentando, portanto, sua sobrevida.

5. Estilo de vida A qualidade de vida é um dos pontos fundamentais em uma carreira profissional, demonstrando o quão satisfeito se está com a profissão escolhida, podendo-se conciliar profissão, família, viagens e lazer. No começo de todas as carreiras profissionais, temos uma maior dificuldade de nos ajustar ao mercado de trabalho e ultrapassar barreiras para só então alcançar a estabilidade tão almejada. Com toda a abrangência de sua área de atuação, o profissional vascular tende a ficar mais satisfeito por conseguir conciliar sua vida profissional e pessoal com mais tranquilidade do que seus outros colegas cirurgiões. Pode, em alguns patamares da carreira, não trabalhar como plantonista e atuar em consultórios, hospitais públicos e privados realizando interconsultas e avaliações durante o dia.

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CIRURGIA CARDIOVASCULAR

1. Introdução

2. Áreas de atuação

Desde a época colonial, há registros sobre tentativas de intervenções cardíacas no Brasil, porém, todas mal-sucedidas. Somente em 1927 foi constatado o 1º caso bem-sucedido de uma cirurgia cardíaca e a, partir de então, diversos aprimoramentos e aperfeiçoamentos foram sendo feitos dentro da cadeira. Hoje, apresenta avanços tecnológicos incríveis, e o Brasil não está fora desse desenvolvimento, pois se encontra em nível semelhante ao dos países desenvolvidos. Normalmente, a Cirurgia Cardiovascular é feita para tratar as doenças isquêmicas, a doença cardíaca congênita, as doenças das válvulas cardíacas, incluindo o transplante cardíaco.

O cirurgião cardíaco pode atuar em diversos hospitais, fazendo cirurgias de pequeno, médio e grande portes. As cirurgias podem ser abertas, fechadas, em hipotermia e minimamente invasivas, que utilizam o auxílio da robótica. Algumas das cirurgias que os profissionais serão capazes de realizar são: revascularização do miocárdio, valvulares, aneurisma de aorta, implante de marca-passo, implante de desfibriladores, transplantes e cardiopatias congênitas.

Residência Médica Entrada

Pré-requisito: Cirurgia Geral.

Duração

4 anos.

Rodízio nas áreas

- Ambulatório; - Centro Cirúrgico; - Urgência e Emergência; - Radiologia Cardiovascular e Hemodinâmica; - Estágios obrigatórios: Radiologia Cardiovascular e Hemodinâmica; Métodos Vasculares Diagnósticos não Invasivos; Unidade de Terapia Intensiva; Pós-Operatório de Cirurgia Cardiovascular; Cirurgia Torácica; Angiologia e Cirurgia Vascular; Circulação Extracorpórea; Cirurgia Experimental; Anatomia Patológica e Hemoterapia.

Média de vagas no país

44: - Norte: 1; - Nordeste: 9; - Centro-Oeste: 2; - Sul: 9; - Sudeste: 23.

3. Vantagens e dificuldades Essa é conhecida tradicionalmente como uma especialidade nobre, porém não mais a “menina dos olhos” entre os estudantes de medicina. Mesmo com todo o desenvolvimento e por promover a melhora da qualidade de vida de muitas pessoas, diversos fatores ainda deixam em dúvida e afastam alguns candidatos a cirurgiões cardíacos. Alguns dos problemas que afastam os recém-formados a seguirem essa carreira é o longo período de formação, o desencorajamento por outros colegas, informações falsas sobre o encerramento da especialidade e a baixa remuneração no início da carreira. Contudo, a carreira ainda está crescendo e se desenvolvendo, e pode-se adquirir uma sólida formação teórico-prática e se destacar no mercado. O que incentiva a optar por essa especialidade é que a população está aumentando sua expectativa de vida e, com isso, cada vez mais, precisa de intervenções cardiovasculares, que se tornarão mais prevalentes. O que o tornará um bom cirurgião cardiovascular? - Saber trabalhar em equipe; - Suportar operações de grande porte; - Ter ótima destreza manual; - Conseguir lidar com cirurgias robóticas.

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GUIA DE ESPECIALIDADES 4. Situação atual e perspectivas Os serviços já estão organizados, e poucos grupos se formam. Cabe ao médico recém-especializado se juntar a algum deles. Apesar de a curva de aprendizado da cirurgia ser lenta, com o passar do tempo, o cirurgião cardiovascular ganha imensa importância dentro de uma equipe e no funcionamento do hospital. Cirurgiões cardiovasculares em atividade Cerca de 1.146 em 2012

5. Estilo de vida Para o recém-formado, é importante que procure se familiarizar com uma equipe já formada, com o objetivo de desenvolver sua formação e viabilizar seu trabalho. E, como em qualquer profissão, essa principalmente precisa de bastante dedicação e trabalho para que o profissional consiga atingir a realização profissional. A vida desse médico pode ser bastante ocupada, pois essa área permite que ele trabalhe em diversos hospitais em São Paulo e no Brasil. Esse profissional está mais predisposto a uma vida mais ocupada pela profissão, o que diminuirá o tempo livre para outras áreas particulares.

6. Subespecialidades - Revascularização do miocárdio; - Valvulares; - Aneurisma de aorta; - Implante de marca-passo; - Implante de desfibriladores; - Transplantes; - Cardiopatias congênitas.

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42 1. Introdução A Cirurgia de Cabeça e Pescoço é uma especialidade médica que solicita como pré-requisito a especialização de 2 anos em Cirurgia Geral. É essencialmente baseada em procedimentos cirúrgicos que visam diagnosticar, prevenir, tratar e reabilitar os indivíduos que venham a desenvolver algum tipo de patologia neoplásica maligna ou benigna, afecções congênitas ou inflamatórias que acometam as regiões craniofacial e cervical. Atua nas regiões facial, fossas nasais, seios paranasais, boca, faringe, laringe, tireoide, paratireoide, glândulas salivares, tecidos moles do pescoço e tumores do couro cabeludo. O cirurgião de cabeça e pescoço é, essencialmente, um cancerologista que lida com tumores dessa região e os avalia individualmente para traçar um plano terapêutico ou paliativo. Essa especialidade é relativamente jovem, reconhecida como tal em 1982 pelo ofício CNRM 967/82. Em 1997, foi instituída a Sociedade Brasileira de Cabeça e Pescoço, onde os especialistas dessa área puderam se encontrar e discutir a evolução da especialidade, por meio de simpósios, encontros e congressos. Residência Médica Entrada Duração

Média de vagas no país

Pré-requisito: Cirurgia Geral. 2 anos. 37: - Nordeste: 7; - Centro-Oeste: 2; - Sul: 2; - Sudeste: 26.

2. Áreas de atuação O cirurgião de cabeça e pescoço atua em centros oncológicos, visando diagnosticar e tratar cirurgicamente tumores dessa aérea do corpo, e pode trabalhar em qualquer hospital que ofereça o serviço de cabeça e pescoço, assim como

CIRURGIA DE CABEÇA E PESCOÇO

em ambulatórios e consultórios médicos. Associado à sua atuação, atualmente tende a atuar em conjunto ao cirurgião bucomaxilofacial e ao otorrinolaringologista.

3. Vantagens e dificuldades As vantagens proporcionadas pela Cirurgia de Cabeça e Pescoço estão no âmbito de sua satisfação pessoal em poder auxiliar pessoas que sofrem de câncer a ter melhor qualidade de vida ou até mesmo a cura de certas neoplasias. Essa especialidade também proporciona a realização de procedimentos e exames. Mas não se pode deixar de falar que também institui uma jornada de trabalho extensa quando as cirurgias são para retiradas de tumores invasores. Outra desvantagem é que muitos dos procedimentos realizados também são compartilhados por outros profissionais, como o otorrinolaringologista e o bucomaxilofacial, fazendo que sua atuação muitas vezes fique restrita a retirada de tumores. O que o tornará um bom cirurgião de cabeça e pescoço? - Ser criativo e detalhadamente orientado e cobrar de si mesmo alto padrão de postura; - Permanecer relaxado para realizar cirurgias minuciosas; - Ter ótima destreza manual; - Ter domínio sobre os procedimentos empregados; - Dominar a leitura de exames de imagem.

4. Situação atual e perspectivas A Cirurgia de Cabeça e Pescoço é uma especialidade de suma importância nos centros oncológicos do país, pois as neoplasias são uma importante causa de morbidade e mortalidade atualmente. A cada ano, temos inúmeros casos de neoplasias que acometem a cavidade oral e suas adjacências em decorrência de fatores de risco como tabagismo e alta ingestão alcoólica.

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GUIA DE ESPECIALIDADES 5. Estilo de vida A qualidade de vida é um dos pontos fundamentais em uma carreira profissional, demonstrando o quão satisfeito se está com a profissão escolhida, podendo-se conciliar profissão, família, viagens e lazer. O cirurgião de cabeça e pescoço não se mostra diferente em desejar conciliar sua prática profissional com sua vida afetiva, mas tende a ter extensas jornadas de trabalho, realizando grandes cirurgias para retirada de tumores ou pequenos procedimentos como exames e biópsias.

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43 1. Introdução A Cirurgia do Aparelho Digestivo é a área da medicina que estuda e aborda as doenças oriundas dos órgãos correspondentes ao aparelho digestivo, sob a perspectiva cirúrgica. O reconhecimento da especialidade pela Associação Médica Brasileira (AMB) permitiu a criação de cursos de Residência Médica específicos. No seu campo de ação, estão as patologias e cirurgias envolvendo esôfago, estômago, duodeno, pâncreas, fígado e vias biliares, intestino delgado e órgãos anexos, além da cirurgia da obesidade. Residência Médica Entrada

Pré-requisito: Cirurgia Geral.

Duração

2 anos.

Rodízio nas áreas

- Cirurgia do Esôfago; - Cirurgia do Estômago; - Cirurgia do Intestino Delgado; - Cirurgia do Fígado; - Cirurgia das Vias Biliares; - Cirurgia do Pâncreas; - UTI; - Coloproctologia; - Anatomia Patológica; - Endoscopia; - Radiologia/Ultrassonografia.

Média de vagas no país

86: - Norte: 4; - Nordeste: 11; - Centro-Oeste: 4; - Sul: 15; - Sudeste: 52.

2. Áreas de atuação O cirurgião do aparelho digestivo poderá atuar em diversos serviços, como hospitais, grandes centros ou clínicas particulares. Esse profissional geralmente está ligado ou

CIRURGIA DO APARELHO DIGESTIVO

mesmo monta uma equipe multidisciplinar, que o acompanhará nas diversas cirurgias que realizará. Ao trabalhar em hospitais, públicos ou privados, poderá lidar com as cirurgias eletivas ou com as de urgência, além do atendimento em ambulatórios e as visitas em enfermarias. Existe também a possibilidade dos plantões como especialistas. Dentre as patologias mais comuns que esses profissionais encontrarão, podemos citar: - Neoplasias diversas; - Úlceras duodenais e gástricas; - Perfurações; - Pancreatites; - Divertículos; - Apendicites; - Hemorragias digestivas alta e baixa; - Transplante de órgãos; - Cirurgia bariátrica; - Dentre diversas outras patologias.

3. Vantagens e dificuldades As principais vantagens da área são: ser muito ampla, permitindo ao especialista lidar com todo tipo de público e idade, também com todo tipo procedimento e atuação, desde grandes cirurgias, como os transplantes de órgãos, até as minimamente invasivas. Vale lembrar ainda a grande demanda desses profissionais, pois as afecções com que lidam são muito prevalentes na população em geral, o que leva a grande procura. Já as dificuldades são aquelas comuns a todos os cirurgiões, como alta carga horária de trabalho, alto estresse em alguns procedimentos mais delicados, lidar com um sistema público deficiente em aparelhos e condições de trabalho. Ainda, como dificuldade, é preciso citar que, como são muito frequentes os procedimentos da especialidade, o poder econômico das operadoras de planos de saúde influencia para que estejam entre os mais desvalorizados.

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GUIA DE ESPECIALIDADES O que o tornará um bom cirurgião digestivo? - Gostar de trabalhar com as próprias mãos; - Gostar de ver resultados imediatos; - Ter liderança e saber tomar atitudes em momentos de pressão; - Ter uma excelente destreza manual e coordenação “olho–mão”.

4. Situação atual e perspectivas É fato que existe enorme demanda de cirurgiões do aparelho digestivo. Se houvesse diversos hospitais que só atendessem essa área da medicina, com certeza estariam sobrecarregados. Porém, diante da precariedade de vínculos e dos salá́rios indignos, os médicos desdobram-se em múltiplos empregos e em jornadas extenuantes, sem conseguir acompanhar os pacientes e oferecer a assistência mais adequada. O cirurgião digestivo do futuro deverá ser treinado também em cirurgia laparoscópica (quem sabe, robótica) e em endoscopia digestiva, agregando todas essas competências, e não somente algumas delas. Apesar das dificuldades, os cirurgiões do aparelho digestivo são bem vistos, taxados de bons profissionais e geralmente satisfeitos com a carreira que escolheram. Cirurgiões do aparelho digestivo em atividade Cerca de 1.130 em 2012

5. Estilo de vida Assim como em todas as carreiras médicas, o início da vida profissional sempre é difícil. Durante os anos de Residência, não haverá quase nada além da sua formação. Ao final, o profissional ainda terá dificuldades, pois provavelmente não terá um consultório particular, trabalhando geralmente em hospitais, públicos ou privados. Os cirurgiões do aparelho digestivo muitas vezes procuram e montam equipes de cirurgiões e, dessa forma, podem elaborar uma agenda de atendimentos e cirurgias que melhor se encaixe no perfil desejado. Há também a possibilidade dos plantões de diversas formas; ao longo do tempo, poderão montar seu consultório, atendendo as diversas patologias. Geralmente, esse consultório será especializado naquilo que o profissional mais estudou e em que se dedicou. Hoje em dia, é muito procurada a chamada cirurgia bariátrica, pois a população tem buscado resolver o problema da obesidade com cirurgia. Isso tem rendido grande demanda pelos cirurgiões do aparelho digestivo que lidam com essa área. Vale lembrar que a medicina, de maneira geral, proporciona ao médico a oportunidade de escolher o quanto ele abdicará das atividades de extramedicina para trabalhar, sempre refletindo o quanto resultará financeiramente no final do mês, fato que não é diferente com a cirurgia do aparelho digestivo.

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6. Subespecialidades A Gastroenterologia lida com as doenças do estômago e do intestino propriamente ditas. A Hepatologia é relacionada às doenças do fígado. A Coloproctologia estuda as doenças relacionadas ao intestino grosso, também denominado cólon, o reto e o ânus, porém é uma especialidade específica. A Videolaparoscopia, que é uma via de acesso ao abdome por vídeo e por meio de pequenas incisões, substitui as grandes incisões para a retirada ou correção de um órgão. E a cirurgia bariátrica, reservada ao tratamento cirúrgico da obesidade – as conhecidas cirurgias para redução do estômago.

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CIRURGIA DO TRAUMA

1. Introdução A Cirurgia do Trauma constitui-se numa subespecialidade da Cirurgia Geral, reconhecida como tal pela resolução 1.973/2011 do Conselho Federal de Medicina. Tem por objetivo consolidar o conhecimento cirúrgico para situações de urgência e emergência, realizados em pacientes que sofreram algum trauma recente, como acidentes automobilísticos, motociclísticos, atropelamentos, queimaduras. Esse tipo de paciente se diferencia dos outros pela necessidade de procedimentos rápidos, intervenções agressivas e, muitas vezes, controle rigoroso de hemorragias. Além disso, o cirurgião do trauma deve saber lidar com pacientes em situação constante de risco de morte, bem como preparar-se para um índice de mortalidade mais elevado em relação às outras áreas cirúrgicas. Mas não são fatos recentes a preocupação e o interesse em auxiliar de modo mais específico os pacientes que sofrem algum trauma. Na década de 1980, foi lançado, nos Estados Unidos, o Programa de Suporte Avançado de Vida em Trauma, o Advanced Trauma Life Support – ATLS®, que foca a necessidade de um atendimento organizado, padronizado e rápido para esses pacientes. As sociedades passaram por diversas alterações político-sociais e tecnológicas, que proporcionaram maior acesso às populações, e juntamente com esse avanço surgiram agravos à saúde, como maiores índices de doenças cardíacas, vasculares, endocrinológicas e de causas externas, mais conhecidas como acidentes. Com toda essa nova panorâmica, a medicina, e mais especificamente a cirurgia, veio a deparar com pacientes graves e com prognóstico de vida reduzido se nenhuma medida efetiva fosse tomada em questão de segundos, ou seja, os casos eram cada vez mais urgentes. Então, a cirurgia do trauma se fez necessária nesse cenário cada vez mais frequente nos hospitais, para poder atuar diante de situações de extrema gravidade.

Residência Médica Entrada

Pré-requisito: Cirurgia Geral.

Duração

1 ano.

Média de vagas no país

33: - Norte: 4; - Nordeste: 1; - Sul: 8; - Sudeste: 20.

2. Áreas de atuação O cirurgião do trauma tende a atuar frequentemente nas emergências e no pronto-socorro, atendendo pacientes graves, vítimas de lesões traumáticas. Atua também nas ambulâncias de resgate, como SAMU, bombeiros e polícia, que tenham como objetivo prestar um 1º atendimento a essas pessoas ainda no local do ocorrido. O cirurgião do trauma é treinado a realizar procedimentos necessários a vítimas de acidentes e que estejam com a vida em risco, portanto realiza toracotomia de emergência, drenagem torácica, esplenectomias, ráfias hepáticas, damage control, anastomoses, laparotomias exploradoras, flebotomias, acesso venoso central, atendimento a queimados.

3. Vantagens e dificuldades A vantagem proporcionada pela Cirurgia do Trauma é a oportunidade de trabalhar não só com casos clínicos tratados apenas farmacologicamente, mas também com procedimentos médicos mais invasivos. Não deixando de expressar a satisfação em reanimar uma vítima que necessita de cuidados intensivos rapidamente, pois tem sua vida colocada em risco. Uma das dificuldades encontradas nessa especialidade é deparar com o tempo transcorrido em cada cirurgia, requerendo do cirurgião um bom preparo físico e emocional para

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GUIA DE ESPECIALIDADES suportar a extensa carga horária, mantendo sempre muito controle e atenção nos procedimentos realizados. Além disso, há a tensão imposta nesse tipo de atendimento, como a necessidade de escolhas e condutas rápidas e seguindo protocolos de suporte de vida. Não se pode deixar de falar também sobre as intempéries de trabalhar em hospitais sucateados e que não oferecem boas condições para a realização de procedimentos. O que o tornará um bom cirurgião? - Ser criativo e detalhadamente orientado e cobrar de si mesmo alto padrão de postura; - Permanecer relaxado e confiante, mesmo sob extrema pressão; - Ter ótima destreza manual; - Ter atenção redobrada frente aos casos; - Tomar condutas coerentes e rápidas; - Ter domínio sobre os procedimentos empregados.

4. Situação atual e perspectivas A Cirurgia do Trauma é uma especialidade que a cada dia se mostra mais necessária diante de todos os avanços da sociedade. A violência vem crescendo e imperando em nossas cidades, por isso esse profissional se mostra cada vez mais útil dentro dos prontos-socorros e nas frentes de atendimento imediato, como nas ambulâncias de resgate do SAMU e bombeiros.

5. Estilo de vida A qualidade de vida é um dos pontos fundamentais em uma carreira profissional, demonstrando o quão satisfeito se está com a profissão escolhida, podendo-se conciliar profissão, família, viagens e lazer. No começo de todas as carreiras profissionais, temos maior dificuldade de nos ajustar ao mercado de trabalho e ultrapassar barreiras para só então alcançar a estabilidade tão almejada. Portanto, na Cirurgia do Trauma, vemos uma dificuldade do profissional em conseguir conciliar os parâmetros citados, pois a tensão da vida diária impõe uma carga horária extensa e extenuante, frequentemente impedindo que esse profissional tenha uma qualidade de vida satisfatória. A carga emocional empregada no atendimento de pacientes graves faz esse profissional se sentir mais cansado no final do dia. Por isso, muitos acabam abrindo mão de trabalhar durante a maior parte do tempo como cirurgiões do trauma e tendem a procurar uma área de atuação mais tranquila, como passar visitas em internados em enfermarias e UTI.

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CIRURGIA ONCOLÓGICA

1. Introdução A Cirurgia Oncológica é uma subdivisão da Cirurgia Geral e tem como objetivo o tratamento das neoplasias. Apesar de ser uma especialidade relativamente nova, vem tomando espaço na área médico-cirúrgica, fazendo-se necessária diante do crescimento considerável de novos casos de câncer, ou seja, por ser uma das patologias que mais tem acometido a população humana, ficando entre uma das principais causas de morte atualmente, perdendo apenas para doenças cardiovasculares e acidentes vasculares encefálicos. A Cirurgia Oncológica é a modalidade de tratamento mais antiga contra o câncer, sendo que só posteriormente surgiram a quimioterapia e a radioterapia. Com a crescente incorporação de tecnologia e conhecimentos, houve uma divisão natural das especialidades médicas que cuidam de neoplasias como a Cirurgia Oncológica, a Oncologia Clínica e a Radioterapia, que agora funcionam em conjunto com outras especialidades e áreas da saúde para auxiliarem os pacientes. São as chamadas equipes multidisciplinares, que visam a um atendimento conjunto e à melhora da sobrevida e da qualidade de vida dos acometidos por essa afecção. A Cirurgia Oncológica pode ser utilizada no tratamento de tumores gastrintestinais, ginecológicos, torácicos, endócrinos, sarcomas e melanomas. Além da terapia cirúrgica específica, o cirurgião oncológico é um profissional que também pode estar envolvido na prevenção, no diagnóstico, na reabilitação e no acompanhamento dos pacientes com câncer. Essa especialidade se apoia em 3 pilares fundamentais que são o diagnóstico da neoplasia, o tratamento e o acompanhamento. Essa metodologia a ser seguida visa não realizar iatrogenias nos pacientes, pesquisando-se corretamente seu tumor para planejar o tratamento adequado, cirúrgico ou quimioterápico e radioterápico, e posteriormente avaliar as melhorias advindas com o tratamento instituído.

Residência Médica Entrada

Pré-requisito: Cirurgia Geral.

Duração

3 anos.

Média de vagas no país

64: - Norte: 5; - Nordeste: 9; - Centro-Oeste: 6; - Sul: 14; - Sudeste: 30.

2. Áreas de atuação O cirurgião oncológico atua dentro dos grandes hospitais, públicos ou privados, tendo por objetivo acolher e averiguar a situação de cada paciente que atende, para poder indicar um tratamento cirúrgico ou clínico de uma determinada neoplasia. Para tal avaliação, o cirurgião oncológico se vale da realização do estadiamento do câncer. Em sua formação, esse especialista é apto a atender aqueles com diversas neoplasias como tumores de cabeça e pescoço, melanoma e não melanoma, gastrintestinais, sarcomas e ginecológicos.

3. Vantagens e dificuldades A Cirurgia Oncológica permite uma área de atuação abrangente, de acordo com sua maior afinidade, como atuar em neoplasias gastrintestinais ou ginecológicas. Atua na realização de biópsias para diagnóstico, assim como em cirurgias com finalidade paliativa. Sem contar a satisfação pessoal de se ver frente a uma pessoa em grande angústia perante um diagnóstico tão marcante e poder realizar o acolhimento desse paciente, seja com uma notícia de chance de cura ou a melhoria dos sintomas que o afligem. Como dificuldades encontradas nessa especialidade, citamos o fato de outros diversos especialistas também rea-

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GUIA DE ESPECIALIDADES lizarem cirurgias oncológicas, fazendo que esse profissional perca um pouco de sua atuação. Por exemplo, o cirurgião gástrico acaba realizando retirada de tumores quando seu paciente está com algum câncer na cavidade abdominal. O urologista também tende a realizar esse tratamento ao deparar com um câncer de próstata, rim ou bexiga. Não só esses especialistas, como também outros diversos, tendem a adotar a mesma conduta em vez de encaminhar o paciente a um cirurgião mais preparado para exercer a tarefa. O que o tornará um bom cirurgião oncológico? - Ser criativo e detalhadamente orientado e cobrar de si mesmo alto padrão de postura; - Permanecer relaxado e confiante, mesmo sob extrema pressão; - Ter uma ótima destreza manual; - Não ser intempestivo e saber o momento certo de agir e parar; - Tomar condutas coerentes e, se for o caso, até individualizadas perante cada caso; - Ter domínio sobre os procedimentos empregados.

4. Situação atual e perspectivas A Cirurgia Oncológica tem sido vista atualmente como uma especialidade de grande necessidade, em que o rigor técnico e o alto conhecimento sobre cada tipo de tumor se mostram de suma importância antes de tomar uma conduta mais agressiva ou conservadora. Com isso, sua área de atuação tem sido mais respeitada e vários profissionais já tomam a conduta de encaminhar seu paciente a colegas mais preparados para realizar o procedimento necessário, permitindo que ele seja adequadamente abordado e não venha a sofrer danos com condutas incoerentes.

5. Estilo de vida Assim como as diversas outras áreas médicas, esse profissional almeja uma qualidade de vida que lhe proporcione lazer e a oportunidade de estar mais perto da família, sem necessitar trabalhar de forma extenuante, por cerca de 200 horas semanais, como muitos médicos se submetem. Contudo, o cirurgião oncológico acaba deparando com a realidade de ter de trabalhar durante muitas horas do seu dia, fazendo atendimentos ambulatoriais e, posteriormente, indo para o centro cirúrgico, realizando intervenções que muitas vezes duram 16 horas, dependendo da gravidade de cada caso operado.

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CIRURGIA PEDIÁTRICA

1. Introdução

3. Vantagens e dificuldades

A Cirurgia Pediátrica é uma subespecialidade da Cirurgia Geral voltada para o atendimento de indivíduos que estejam com patologias desde o período da vida fetal até o início da idade adulta. Os objetivos desse profissional é realizar o diagnóstico específico e diferencial em doenças cirúrgicas pediátricas, assim como saber definir e hierarquizar as metodologias disponíveis para o tratamento dessas afecções. O treinamento desse especialista é específico para crianças e é único entre todas as outras especialidades cirúrgicas, por isso existe uma exigência particular e intensa a essa especialidade, pelas características necessárias ao seu aprendizado. Sua área de atuação tende a abranger as patologias neonatais, gastrintestinais, torácicas, de cabeça e pescoço, urológicas, oncológica, de trauma, vídeo e na realização de transplante de órgãos.

Os cirurgiões pediátricos são capazes de salvar ou restabelecer uma vida desde seu início e, portanto, podem ter a felicidade e a oportunidade de seguir seus pacientes durante anos, passando pela infância, juventude e até a fase adulta. Uma das dificuldades encontradas nessa área é deparar com o tempo transcorrido em cada cirurgia, requerendo do cirurgião um bom preparo físico e emocional para suportar a extensa carga horária, mantendo sempre muito controle e atenção nos procedimentos realizados. O emocional é de suma importância, pois lidar com a vida de uma criança é sempre desafiador no âmbito de conversar com os pais, avós e toda a família, pois criam imensas expectativas e ficam em desespero frente ao fato de um ser tão pequeno ter de passar por um procedimento tão grande.

Residência Médica Entrada

Pré-requisito: Cirurgia Geral.

Duração

3 anos.

Média de vagas no país

42: - Norte: 1; - Nordeste: 9; - Centro-Oeste: 4; - Sul: 8; - Sudeste: 20.

2. Áreas de atuação O cirurgião pediátrico tem uma área de atuação ampla, pois pode atuar em hospitais, enfermarias, UTIs, prontos-socorros e consultórios médicos, tendo como público-alvo as crianças que estejam com patologias que se beneficiarão do atendimento desse profissional, clinicamente ou cirurgicamente.

O que o tornará um bom cirurgião pediátrico? - Ser criativo, detalhadamente orientado, e cobrar de si mesmo alto padrão de postura; - Permanecer relaxado e confiante; - Ter ótima destreza manual; - Ter atenção redobrada frente a um ser tão pequeno e ao uso dos instrumentos; - Saber lidar com os familiares; - Ter domínio sobre os procedimentos empregados.

4. Situação atual e perspectivas A Cirurgia Pediátrica é uma especialidade extremamente necessária no meio cirúrgico, pois crianças não são adultos em miniatura e requerem muita atenção e cautela com a indicação da cirurgia, seu pré e pós-operatório e com a técnica cirúrgica. Portanto, é um profissional que dificilmente terá sua área de procedimentos realizada por outro profissional. É um campo vasto que ainda terá muitos parâmetros de evolução, como diagnósticos cada vez mais precoces intraútero e com resolução mais precoce, não acarretando prejuízos à criança.

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GUIA DE ESPECIALIDADES 5. Estilo de vida Todo profissional, da área da saúde ou não, almeja ter uma estabilidade familiar e financeira para poder desfrutar de uma melhor qualidade de vida. Para isso, busca manter um equilíbrio entre sua prática profissional e a vida pessoal. No início da carreira profissional, há certa dificuldade em estabelecer vínculos empregatícios fixos, por isso o cirurgião tende a atuar em vários hospitais, exercendo diversas atividades, como atendimento no pronto-socorro, ambulatórios e enfermarias. Com o tempo ele adquire mais experiência e tende a selecionar os melhores locais para atuar.

6. Subespecialidades - Neonatal; - Pré-natal; - Urologia Pediátrica; - Trauma; - Oncologia Pediátrica; - Videolaparoscopia.

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CIRURGIA PLÁSTICA

1. Introdução

2. Áreas de atuação

A Cirurgia Plástica consiste na reconstituição ou na mudança de uma parte do corpo humano por razões médicas ou estéticas. Há 2 vertentes na especialidade: a Cirurgia Plástica Reparadora e a Cirurgia Plástica Estética. A primeira visa corrigir lesões deformantes, defeitos congênitos ou adquiridos. É considerada tão necessária quanto qualquer outra intervenção cirúrgica. A segunda é aquela feita com o objetivo de realizar melhoras na aparência. O paciente que realiza cirurgia estética procura melhorar algum aspecto físico que não lhe agrada, como uma orelha proeminente ou em abano, uma mama flácida que pode lhe dificultar um relacionamento afetivo etc. Geralmente essas situações não lhe causam prejuízo de ordem funcional, mas sim de ordem psicológica. Atualmente, as 2 cirurgias plásticas estéticas mais realizadas no Brasil são a lipoaspiração e o implante de prótese de silicone nos seios.

A área de atuação mais comum de um cirurgião plástico é o consultório particular. Geralmente, profissionais como esse não conseguem abrir um consultório ou obter uma gama de pacientes assim que se formam, então a posição de auxiliar de cirurgia remunerado permite ao cirurgião plástico jovem, ao final da sua Residência, trabalhar com Cirurgia Plástica e ao mesmo tempo ser remunerado por esse trabalho, o que lhe possibilita um suporte financeiro inicial muito interessante. No sistema público, os especialistas atuam exclusivamente nas cirurgias reparadoras, já que o sistema não cobre as puramente estéticas. Outra possibilidade é a atuação acadêmica, pois os hospitais universitários realizam tanto as cirurgias reparadoras quanto as estéticas.

Residência Médica Entrada

Pré-Requisito: Cirurgia Geral.

Duração

3 anos.

Rodízio nas áreas

- Cirurgia Craniofacial; - Cirurgia da Mão; - Unidade de Queimados; - Cirurgia Reconstrutiva dos Membros e da Face; - Cirurgia da Mama; - Microcirurgia Reconstrutiva; - Cirurgia Estética; - Cirurgia Oncológica.

Média de vagas no país

112: - Nordeste: 16; - Centro-Oeste: 8; - Sul: 8; - Sudeste: 80.

3. Vantagens e dificuldades Alguns fatores mostram por que a Cirurgia Plástica pode ser uma boa área de atuação. Por exemplo, o grande número de cirurgias plásticas que são realizadas no Brasil. Uma das mais importantes é o fato de que é uma área desvinculada de planos de saúde, já que esses não cobrem as exclusivamente estéticas. Estão em grande ascensão o tratamento cirúrgico e a restauração, associados a um único tempo operatório; reconstruções de mama e mastectomia associadas em um único tempo cirúrgico e as grandes reconstruções de tumores faciais associadas a reconstruções com retalhos compostos transferidos com o auxílio da microcirurgia são situações bastante comuns no dia a dia do cirurgião plástico. Porém, alguns fatores são vistos como dificuldades, como o longo tempo de formação, pois além da Cirurgia Geral e da Cirurgia Plástica; hoje o médico deve ter uma subespecialidade para se destacar no mercado, o que leva a um aumento maior ainda desse período de formação. Também, hoje o mercado está cada vez mais exigente, o que requer desse profissional algo que o faça se destacar dos demais.

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GUIA DE ESPECIALIDADES O que o tornará um bom cirurgião plástico? - Gostar de trabalhar com as próprias mãos; - Tentar sempre novas abordagens para a resolução dos mesmos problemas; - Gostar de ver resultados imediatos; - Ser perfeccionista e prestar muita atenção aos mínimos detalhes.

4. Situação atual e perspectivas A Cirurgia Plástica hoje conta com um notável número de profissionais, e tem havido um crescimento considerável a cada ano, com mais vagas de Residência Médica surgindo constantemente. É verdade que existe uma demanda bem grande por cirurgias plásticas, porém o mercado tem se mostrado cada vez mais exigente e competitivo. Muitas vezes, os cirurgiões mais jovens devem buscar novos horizontes em outros centros menores. Como perspectivas, há grande expectativa a respeito de alguns avanços, principalmente aos que se referem a células-tronco. Isso será importante não só para as cirurgias estéticas, mas principalmente para a cirurgia reparadora, com os grandes queimados, e também com aqueles que precisam restaurar ossos, cartilagens e tecidos. Algumas outras técnicas são promissoras, como as cirurgias minimamente invasivas, o auxílio da informática, a engenharia genética e diversos outros avanços. Cirurgiões plásticos em atividade Cerca de 4.100 em 2012

5. Estilo de vida Pode-se dizer que pode haver ótima qualidade de vida para um cirurgião plástico; tudo dependerá do quanto ele se dedicar ao seu trabalho. Como as cirurgias em geral são eletivas, ele pode adequar seus horários e cirurgias da maneira que lhe convier nas suas atividades profissionais, intercalando com as demais atividades do dia a dia.

6. Subespecialidades O cirurgião plástico, em geral, deverá atender todas as especialidades, contudo acabará tendo preferência por alguma abordagem como as da face (pálpebras, nariz, orelha etc.), mamas, abdome/lipoaspiração, membros etc.

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48 1. Introdução A Cirurgia Torácica constitui-se em uma subespecialidade da Cirurgia Geral, sendo o cirurgião torácico capacitado a realizar intervenções cirúrgicas nas patologias que acometem o tórax, como tumores e afecções benignas. Esse profissional atua em 4 principais áreas topográficas: os pulmões, a pleura, o mediastino e a parede torácica, realizando procedimentos como drenagem torácica, toracocentese, videotoracoscopia, broncoscopia e cirurgias para biópsias ou retirada de tumores pulmonares e pleurais, exceto o coração e os grandes vasos, que ficam a cargo do cirurgião cardíaco. Residência Médica Entrada

Pré-requisito: Cirurgia Geral.

Duração

2 anos.

Média de vagas no país

29: - Nordeste: 4; - Centro-Oeste: 2; - Sul: 9; - Sudeste: 14.

CIRURGIA TORÁCICA

equipe de Cirurgia Torácica deve estar disponível e treinada para trabalhar juntamente com os pneumologistas, infectologistas, oncologistas e vários outros especialistas, e sua atuação pode ser fator fundamental na evolução clínica, no pronto-socorro, na enfermaria, no centro cirúrgico ou na Unidade de Terapia Intensiva.

3. Vantagens e dificuldades As vantagens proporcionadas pela Cirurgia Torácica são a sua gama de procedimentos que podem ser realizados em ambiente hospitalar. Entretanto, não podemos deixar de falar das dificuldades encontradas nessa especialidade, como o fato de a maioria dos procedimentos, para os quais havia a necessidade de um profissional, ser realizada por outros médicos. Isso faz que esse profissional tenha de trabalhar, na maior parte de seu tempo, em prontos-socorros, geralmente atuando como cirurgião geral e não como especialista em Cirurgia Torácica. O que o tornará um bom cirurgião torácico?

2. Áreas de atuação O especialista em Cirurgia Torácica atua mais frequentemente em atividades hospitalares, pois é um bom exemplo do que significa a abordagem multidisciplinar – vários médicos de diferentes especialidades contribuindo para a conduta mais adequada no diagnóstico e no tratamento de um mesmo doente. A maioria dos procedimentos que esse médico realiza surge em ambientes hospitalares, aonde o paciente chega com uma queixa emergencial e necessita de rápido atendimento, ou seja, não é um paciente que tende a marcar consulta, já que suas patologias não lhe permitem esperar durante muito tempo para serem solucionadas. A

- Ser criativo e detalhadamente orientado e cobrar de si mesmo alto padrão de postura; - Permanecer relaxado e confiante, mesmo sob extrema pressão; - Ter ótima destreza manual; - Ter atenção redobrada frente aos casos; - Tomar condutas coerentes e necessárias; - Ter domínio sobre os procedimentos empregados.

4. Situação atual e perspectivas A Cirurgia Torácica é uma especialidade que tem importância perante as patologias médico-cirúrgicas, mas que vem passando por transformações no sentido de ter seus

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GUIA DE ESPECIALIDADES procedimentos cada vez mais realizados por outros médicos, pois são úteis e urgentes, por isso cada vez mais suas técnicas são difundidas entre as especialidades.

5. Estilo de vida A qualidade de vida é um dos pontos fundamentais na carreira profissional, demonstrando o quão satisfeito se está com a profissão escolhida, podendo-se conciliar profissão, família, viagens e lazer. No começo de todas as carreiras profissionais, temos maior dificuldade de nos ajustar ao mercado de trabalho e ultrapassar barreiras para só então alcançar a estabilidade tão almejada. Portanto, o cirurgião torácico tende a buscar congregar seus afazeres profissionais com a vida pessoal, mas tem enfrentado certa dificuldade nessa tarefa, pois está tendo de atuar, cada vez mais, como plantonista em hospitais.

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COLOPROCTOLOGIA

1. Introdução

2. Áreas de atuação

A Coloproctologia é a especialidade médica que estuda as moléstias que acometem intestino, cólon, reto e ânus. Anteriormente, era conhecida pelo termo Proctologia, mas posteriormente passou a ser chamada de Coloproctologia, uma vez que também abrange estudos e abordagens terapêuticas referentes a afecções do intestino grosso. Essa especialidade é reconhecida pela Associação Médica Brasileira e pelo Conselho Federal de Medicina, apresentando, como órgão difusor, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP), que existe há mais de 50 anos e é a 2ª maior sociedade de coloproctologistas do mundo. A SBCP é responsável por realizar anualmente um congresso de atualização e reciclagem, credenciar serviços médicos habilitados para o ensino da especialidade e emitir certificado de qualificação ao exercício da Coloproctologia.

O coloproctologista pode atuar em diversos locais, tanto do setor público quanto do privado. Há atendimento em consultório, lidando com a parte clínica (podendo indicar os procedimentos cirúrgicos), em grandes hospitais e na área acadêmica.

Residência Médica

3. Vantagens e dificuldades Existem poucos coloproctologistas no mercado, o que configura uma ótima área para o profissional médico. É uma especialidade cirúrgica profundamente específica, o que demanda grande dedicação e capacidade para atuar, porém se obtém grande reconhecimento quando se têm essas qualidades. Contudo, o tempo prolongado de formação e a disputa com outros profissionais próximos, como o cirurgião do aparelho digestivo e até o cirurgião oncológico geral, podem ser algumas dificuldades da área. O que o tornará um bom coloproctologista?

Entrada

Pré-requisito: Cirurgia Geral.

Duração

2 anos.

- Gostar de trabalhar com as próprias mãos; - Ser um expert numa área médica superespecializada;

Rodízio nas áreas

- Ambulatórios; - Urgência e Emergências; - Centro cirúrgicos, passando em Gastroenterologia, Patologia, Colonoscopia, Urologia, Ginecologia, Cancerologia, Diagnóstico por Imagem, Estomatoterapia, Nutrologia, Laboratório de Técnica-operatória e Cirurgia Experimental, Hemoterapia.

Média de vagas no país

65: - Nordeste: 11; - Centro-Oeste: 7; - Sul: 6; - Sudeste: 41.

- Se interessar por novas tecnologias; - Ter excelente destreza manual e coordenação “olho–mão”.

4. Situação atual e perspectivas Nos grandes centros, é uma área com muitos profissionais, porém ainda não está saturada. As maiores oportunidades, contudo, estão nos locais mais afastados, em que provavelmente não há nenhum ultraespecialista. Como perspectivas, as cirurgias por vídeo/minimamente invasivas e as cirurgias robóticas estão tendo cada vez mais campo e avanços, constituindo-se nas maiores promessas da Coloproctologia.

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GUIA DE ESPECIALIDADES Coloproctologistas em atividade Cerca de 940 em 2012

5. Estilo de vida O médico coloproctologista realiza atendimentos clínico e cirúrgico. Trata-se de uma característica que proporciona ao profissional uma vasta gama de possibilidades no mercado. Ele pode realizar seus atendimentos em consultórios, lidando apenas com cirurgias eletivas, tendo uma rotina mais amena e sobrando mais tempo para outras atividades, ou então mesclar com atividades ou mesmo plantões em hospitais, com cirurgias de urgência/emergência, podendo ter rendimentos maiores, porém com decréscimo em qualidade de vida e tempo livre.

6. Subespecialidades - Doenças orificiais; - Fisiologia anorretal; - Cirurgia laparoscópica do colo e reto; - Cirurgia endoanal e colonoscopia; - Oncologia.

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UROLOGIA

1. Introdução A Urologia é uma especialidade cirúrgica que estuda e trata as doenças do aparelho urinário e do aparelho sexual masculino. Foi uma das primeiras disciplinas a se individualizar da Cirurgia Geral, principalmente pela grande especificidade de técnicas de Endoscopia e Radiologia, e pelas particularidades de algumas de suas cirurgias, como de próstata e das vias urinárias. Há grande proximidade com a Nefrologia, que estuda e trata as doenças não cirúrgicas do rim e a insuficiência renal. Desde tempos imemoriais se conhece a existência de patologias urinárias, como as pedras urinárias descobertas em múmias egípcias, além de procedimentos cirúrgicos como a circuncisão e a castração. No Brasil, a 1ª reunião de urologistas e cirurgiões aconteceu em 1926, e no dia 13 de maio desse ano foi fundada a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). De lá para cá, muita evolução e avanços tecnológicos ocorreram no setor, com a realização de dezenas de congressos. Muitos personagens importantes figuram na Urologia brasileira. Dentre eles, podemos citar o ex-presidente do Brasil e médico urologista Juscelino Kubitschek, que inclusive é o patrono da SBU. Residência Médica Entrada

Pré-requisito: Cirurgia Geral.

Duração

3 anos.

Rodízio nas áreas

- Andrologia, Doenças Sexualmente Transmissíveis; - Endourologia e Laparoscopia; - Imagem em Urologia, Biópsias Dirigidas; - Litíase e Litotripsia; - Transplante Renal; - Urologia Feminina; - Urologia Geral; - Uroneurologia e Urodinâmica; - Uro-Oncologia; - Uropediatria.

Média de vagas no país

155: - Norte: 2; - Nordeste: 27; - Centro-Oeste: 14; - Sul: 17; - Sudeste: 95.

2. Áreas de atuação O urologista atua em diversas áreas da saúde. Esse profissional lida tanto na área clínica quanto na área cirúrgica, cuidando de recém-nascidos, passando por homens, mulheres e idosos. É uma área extremamente abrangente, permitindo ao profissional atuar praticamente da maneira que quiser, seja ela clínica, cirúrgica, minimamente invasiva, diagnóstica etc. Vale ressaltar que o urologista não se restringe ao aparelho reprodutor masculino, mas ao aparelho urinário como um todo, de ambos os sexos.

3. Vantagens e dificuldades As principais vantagens da área são: ser muito ampla, permitindo ao especialista lidar com todo tipo de público e idade, também com todo tipo de procedimento e atuação; englobar a Clínica Médica e a Clínica Cirúrgica, o que é excelente àqueles que se dão bem com essas 2 grandes áreas da medicina. Já as dificuldades são aquelas comuns a todos os cirurgiões, como alta carga horária de trabalho, alto estresse em alguns procedimentos mais delicados e lidar com um sistema público deficiente em aparelhos e condições de trabalho. Além disso, há o preconceito em relação às mulheres na Urologia, o que pode ser um problema tanto no ingresso na Residência quanto num futuro mercado de trabalho. Porém, existem cada vez mais mulheres na área, e são profissionais qualificadas da mesma forma que aqueles do sexo masculino.

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GUIA DE ESPECIALIDADES O que o tornará um bom urologista? - Gostar de trabalhar com as próprias mãos; - Ser um expert numa área médica super especializada; - Gostar de ver resultados imediatos; - Ter excelente destreza manual e coordenação “olho–mão”.

4. Situação atual e perspectivas A Urologia é vista como uma excelente área cirúrgica, e o profissional urologista sempre é considerado um bom médico pelos colegas. O mercado de trabalho é amplo, principalmente devido às patologias muito prevalentes na população, como litíase urinária, uro-oncologia, disfunção sexual, infertilidade, hiperplasia prostática benigna etc. Vale lembrar que, na Urologia, há uma área que tem tido avanços no Brasil: a Cirurgia Robótica. Essa sem dúvida é uma das maiores perspectivas da Urologia no Brasil, pois se trata de cirurgias com recuperação mais rápida, menos dor e menor perda de sangue, além de menor risco de infecções. Urologistas em atividade Cerca de 3.500 em 2012

5. Estilo de vida Assim como em todas as carreiras médicas, o início da vida profissional sempre é difícil. Durante os anos de Residência, não haverá quase nada além da sua formação. Ao acabar a Residência, o profissional ainda terá dificuldades, pois provavelmente não terá um consultório particular, trabalhando geralmente em hospitais, públicos ou privados. Geralmente, os urologistas não realizam plantões de especialistas, porém ficam de sobreaviso caso surja qualquer intercorrência de sua área no hospital em que está servindo. Posteriormente, o profissional começa a juntar uma gama de pacientes, conseguindo montar seu consultório e organizar a vida da maneira que acha ideal ao seu perfil. Cada profissional escolhe como vai lidar com suas atividades, podendo aceitar uma carga horária que tome todos os seus horários da semana e finais de semana, ou atender em consultório e operar uma quantidade menor de pacientes. Não há uma regra fixa sobre a qualidade de vida dos urologistas, porém é uma área com bastante flexibilidade e os profissionais geralmente estão satisfeitos.

6. Subespecialidades - Disfunção Miccional Masculina: atende pacientes com problemas miccionais de diversas etiologias; - Disfunção Erétil: engloba distúrbios relacionados com a ejaculação, alterações hormonais, disfunção erétil etc.; - Disfunção Miccional Feminina: atende mulheres com problemas miccionais e do assoalho pélvico;

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- Cirurgia Minimamente Invasiva e Robótica: técnicas em ascensão no Brasil, de alta tecnologia e que promovem maior qualidade nas cirurgias urológicas; - Endourologia e Litíase: consiste no tratamento de doenças urológicas de diversas etiologias sem incisões na pele; - Reprodução Humana: abrange diversas técnicas que visam atender casais com infertilidade; - Transplante Renal; - Uretra: trata as diversas patologias da uretra; - Urologia Oncológica: lida com as diversas neoplasias urológicas; - Urologia Pediátrica: trata as patologias urológicas de crianças e adolescentes, congênitas ou adquiridas.

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VIDEOLAPAROSCOPIA

1. Introdução A cirurgia videolaparoscópica constitui-se em uma subespecialização da Cirurgia Geral, conhecida como cirurgia avançada ou R3 de Cirurgia Geral. O cirurgião é preparado para realizar cirurgias minimamente invasivas empregando a videolaparoscopia, que consiste em uma moderna técnica cirúrgica, permitindo a abordagem da cavidade abdominal para a realização de diversos procedimentos, sem a necessidade de grandes incisões cirúrgicas, pois se utilizam de 3 ou 4 trocartes para a passagem de pinças para a realização da cirurgia. Existem diversas indicações para a videolaparoscopia. Essa técnica pode ser usada para fins diagnósticos ou terapêuticos. Com a evolução tecnológica e o crescente desenvolvimento de habilidades cirúrgicas em Videolaparoscopia, atualmente as indicações consagradas em Ginecologia incluem investigação de dor pélvica crônica, endometriose pélvica e abdominal, exérese de lesões ovarianas, tratamento de hidrossalpinge, lise de aderências, ooforectomia, salpingectomia, tratamento de gestação ectópica, laqueadura tubária, histerectomia total videolaparoscópica, miomectomia laparoscópica e tratamento cirúrgico de distopias genitais. Com o aprimoramento da técnica cirúrgica videolaparoscópica, diversos procedimentos abdominais já podem ser realizados, como a colecistectomia, apendicectomia, esplenectomia até cirurgias bariátricas e anastomoses intestinais. O tempo de recuperação estimado após uma cirurgia videolaparoscópica é de aproximadamente 7 a 14 dias. Esse prazo difere do período de 30 a 40 dias atribuído aos procedimentos realizados por via laparotômica convencional. Além disso, os sintomas são significativamente menores, minimizando a necessidade de analgésicos, anti-inflamatórios e antibióticos no período pós-operatório. Em geral, há alta hospitalar em menor intervalo de tempo, com menores riscos e redução dos custos hospitalares.

Residência Médica Entrada

Pré-requisito: Cirurgia Geral.

Duração

1 ano.

Média de vagas no país

50: - Norte: 5; - Nordeste: 16; - Centro-Oeste: 1; - Sul: 7; - Sudeste: 21.

2. Áreas de atuação O cirurgião videolaparoscópico atua em consultórios realizando atendimento de pacientes que necessitem de intervenção cirúrgica e analisam se o procedimento pode ser realizado por vídeo ou por via laparotômica. Além disso, trabalham em hospitais realizando cirurgias eletivas, realizando o pré e pós-operatório dos submetidos a esse procedimento.

3. Vantagens e dificuldades As vantagens proporcionadas pela cirurgia videolaparoscópica são a atuação em cirurgias menos invasivas, e, a cada cirurgia, há um acréscimo na experiência do cirurgião, o que proporciona o aperfeiçoamento da técnica. O acompanhamento dos pacientes também é mais tranquilo, pois a maior parte evolui bem e com menor tempo de internação. As dificuldades encontradas giram em torno da limitação da disponibilidade do instrumental videolaparoscópico dentro dos hospitais, impossibilitando o profissional de atuar. Isso acaba fazendo que ele precise atuar em prontos-socorros através de plantões.

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GUIA DE ESPECIALIDADES O que o tornará um bom cirurgião videolaparoscópico? - Dominar a técnica de operar com o auxilio do vídeo; - Ser criativo, detalhadamente orientado e cobrar de si mesmo alto padrão de postura; - Permanecer relaxado e confiante sob a técnica empregada; - Ter ótima destreza manual; - Ter atenção redobrada frente aos casos; - Ter domínio sobre os procedimentos empregados.

4. Situação atual e perspectivas A cirurgia videolaparoscópica é uma área com excelente perspectiva, somado ao aperfeiçoamento técnico e de instrumentais que fazem desse procedimento um dos mais estudados na área médica. As vantagens decorrentes são promissoras, e a prática tem mostrado que os pacientes obtêm bons resultados na recuperação.

5. Estilo de vida A atuação desse profissional, de maneira eletiva e em hospitais que oferecem boa qualidade de materiais, proporciona atuação médica mais eletiva, o que lhe permite a possibilidade de se programar em sua vida profissional e pessoal, podendo desfrutar de maior comodidade, sem necessitar trabalhar em serviços de emergência. Porém, como essa não é a realidade de muitos hospitais, esse profissional acaba tendo de trabalhar como plantonista em muitos lugares para proporcionar estabilidade à família.

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