Ginecologia
January 31, 2023 | Author: Anonymous | Category: N/A
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GINECOLOGIA
Prof. Carlos Eduardo Martns
| Climatério e Terapia Hormonal
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APRESENTAÇÃO:
PROF. CARLOS EDUARDO MARTINS Caro colega, Meu nome é Carlos Eduardo e, atualmente, sou um dos professores de ginecologia do time Estratégia. Apesar de hoje estar do outro lado, não se engane, também já estive em seu lugar, nesse momento de tanta ansiedade e indenição. Fui aluno da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e prestei prova de Residência para Ginecologia e Obstetrícia ao nal do meu sexto ano de graduação. Lembro-me de como era difícil organizar os estudos sem um cronograma e sem um material focado nas provas. Era obrigado a recorrer a resumos de colegas e aos livros médicos, que muitas vezes não eram muito práticos. Apesar da diculdade, fui aprovado na Residência Médica que tanto almejava no Hospital das Clínicas da FMUSP. Atualmente, sou Médico Preceptor da Clínica Obstétrica do HCFMUSP, sendo responsável por cuidar da organização didática dos estágios de internato do quinto e do sexto anos médicos e também das atividades acadêmicas dos residentes do programa de Obstetrícia e Ginecologia da mesma instituição. Através de minha experiência pessoal e prossional, associada ao contato diário com candidatos e recém-aprovados na prova de Residência, posso dizer que estudar com um material focado nas provas é a melhor maneira de alcançar uma boa preparação. Uma boa base teórica mesclada com exercícios que sedimentem o conteúdo facilita muito o aprendizado. Aproveite este material desenvolvido com muito cuidado pela nossa equipe de professores. Seu empenho associado às ferramentas que estamos disponibilizando será o caminho mais seguro rumo à tão sonhada vaga de Residência. Um grande abraço e bons estudos! @dr.carlosmartins /estrategiamed
Estratégia Med
Estratégia MED
@estrategiamed
t.me/estrategiamed
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SUMÁRIO CONSIDERAÇÕES INICIAIS METODOLOGIA DO CURSO 1.0 INTRODUÇÃO 2.0 CONCEITOS E DEFINIÇÕES 3.0 MODIFICAÇÕE MODIFICAÇÕES S FISIOLÓGICAS
5 5 7 8 9
3 . 1 HORMÔNIOS E FUNÇÃO OVARIANA
11
3 . 2 ENDOMÉTRIO
16
3.3
17
FERTILIDADE
3 . 4 SINTOMAS VASOMOTORES
20
3 . 5 CARDIOVASCULARES 3 . 6 DERMA DERMATOLÓGICAS, TOLÓGICAS, COGNITIVAS E PSICOLÓGICAS
20 20
UROGENITAIS AIS E SEXUAIS 3 . 7 UROGENIT
21
3.8
22
ÓSSEAS
3.8.1 MET METABOLISMO ABOLISMO ÓSSEO NO CLIMA CLIMATÉRIO TÉRIO
4.0 DIAGNÓSTIC DIAGNÓSTICO O 5.0 TERAPIA HORMONAL
22
26 27
5 . 1 INDICAÇÕES
27
5 . 2 BENEFÍCIOS 5 . 3 RISCOS
28
5 . 4 CONTRAINDICAÇÕES
33
5 . 5 REGIMES TERAPÊUTICOS
34
30
5.5.1 TEMPO DE USO
34
5.5.2 ESTROGÊNIOS
35
5.5.3 PROGEST PROGESTAGÊNIOS AGÊNIOS
36
5.5.4 TIBOLONA
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6.0 TRA TRAT TAMENTO NÃO HORMONAL DOS SINTOMAS CLIMA CLIMATÉRICOS TÉRICOS 7.0 RESUMO 8.0 LIST LISTA A DE QUESTÕES 9.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
38 40 41 42
10.0 CONSIDERAÇ CONSIDERAÇÕES ÕES FINAIS
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CONSIDERAÇÕES INICIAIS A equipe do Estratégia MED tem a missão de ajudá-lo e acompanhá-lo em sua jornada rumo à sonhada vaga de Residência Médica. Este material faz parte do Curso de Ginecologia e conta com teoria e exercícios resolvidos e comentados. Existem atualmente no Brasil 337 Faculdades de Medicina, estando nosso País em segundo lugar no ranking mundial em número de Escolas Médicas. Temos um grande décit de vagas de Residência Médica ofertadas para os egressos dessas Universidades. Ou seja, sej a, é notório que o desao de ser aprovado em um concurso de Residência Médica será cada vez maior. A nalidade deste curso é oferecer oferecer conteúdo teórico teórico e sobretudo asservo para seus estudos, contribuindo para que você anja seu objevo de ser aprovado em um programa de Residência Médica. O conhecimento médico cresce de maneira exponencial, exisndo exisndo inúmeros tratados para cada especialidade, atualizados através de de argos ciencos publicados em periódicos. O recém-formado tem a necessidade de tornar seus estudos mais objevos, concentrando-se e focando-se nas informações realmente importantes e frequentes nas provas de Residência Médica. Este material segue essa lógica.
METODOLOGIA DO CURSO Para cumprirmos nossa missão de prepará-lo para os concursos de Residência Médica e entregar um material completo, esse curso de Ginecologia seguirá a seguinte metodologia, em que:
Estudaremos a TEORIA de Ginecologia por completo;
Resolveremos QUESTÕES de provas recentes e inéditas, comentadas alternativa por alternativa;
Demonstraremos o posicionamento da BANCA;
E realizaremos SIMULADOS;
Assim sendo, você terá um curso que contemplará o que o candidato realmente precisa para obter sua aprovação: teoria (com as mais recentes atualizações ciencas), muitas questões resolvidas e alguns simulados para pa ra testar seu progresso. Tudo isso da maneira mais práca possível, através de textos escritos e videoaulas.
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Através de uma análise ampla das questões de concursos de Residência Médica de todo o País dos úlmos cinco anos, zemos um levantamento dos temas cobrados em Ginecologia. O gráco abaixo mostra a frequência com que estes temas aparecem nas provas:
PERCENTUAL DOS TEMAS NAS PROVAS DE GINECOLOGIA PLANEJAMENTO FAMILIAR E ANTICONCEPÇÃO RASTREAMENTO DE CÂNCER DE COLO UTERINO/ LESÕES PRÉ-NEOPLÁSICAS AMENORREIA PRIMARIA E SECUNDÁRIA VULVOVAGINITES VULVOV AGINITES CLIMATERIO E TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL RASTREAMENTO DE CÂNCER DE MAMA CERVICITES E DOENÇAS INFLAMATÓRIA PÉLVICA ENDOMETRIOSE SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS (SOP)
CÂNCER DE OVÁRIO/ AVALIAÇÃO DE TUMORES ANEXIAIS CÂNCER DE MAMA MIOMATOSE UTERINA HIPLERPLASIA ENDOMETRIAL E CÂNCER DE ENDOMÉTRIO DOENÇAS BENIGNAS DAS MAMAS INCONTINÊNCIA URINÁRIA/ SÍNDROME DA BEXIGA DOLOROSA CÂNCER DE COLO UTERINO INFERTILIDADE CONJUGAL E ÉTICA EM REPRODUÇÃO ASSISTIDA CICLO MENSTRUAL ÚLCERAS GENITAIS
DISTOPIAS GENITAIS DOENÇAS DA VAGINA E DA VULVA
ANATOMIA, FISIOLOGIA E EMBRIOLOGI A DO TRATO GENITAL FEMININO ASSISTÊNCIA A VÍTIMA DE VIOLÊNCIA SEXUAL ABDOME AGUDO EM GINECOLOGIA ADENOMIOSE PÓLIPOS ENDOMETRIAS DOR PÉLVICA DISMENORREIA SÍNDROME PRÉ-MENSTRUAIS SEXUALIDADE 0%
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1,0%
2,0%
3,0%
4,0%
5,0%
6,0%
7,0%
8,0%
9,0%
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CAPÍTULO
1.0 INTRODUÇÃO O climatério, também chamado de transição menopausal, é uma fase de transição entre o período reproduvo e não reproduvo da mulher, sendo um evento siológico inevitável, congurando-se como um assunto de grande relevância para o médico generalista. Por esse movo, as bancas de Residência de todo o País exploram, de maneira extensiva, esse tema. Através de uma análise ampla das questões de provas de Residência Médica de todo o País, com a avaliação e resolução de milhares de questões, encontramos que esse tema corresponde a quase 7% de todas as questões avaliadas. É de fundamental f undamental importância que você tenha conhecimento sobre a relevância de cada tema nas na s provas, a m de focar e omizar seus estudos. Abaixo segue um gráco com os dez temas mais frequentes em provas de Ginecologia:
TOP 10 TEMAS EM GINECOLOGIA PLANEJAMENTO FAMILIAR E ANTICONCEPÇÃO
RASTREAMENTO DE CÂNCER DE COLO UTERINO/ LESÕES PRÉ-NEOPLÁSICAS AMENORREIA PRIMARIA E SECUNDÁRIA
VULVOVAGINITES VULVOV AGINITES
CLIMATERIO E TERAPIA DE REPOSIÇÃO HORMONAL
RASTREAMENTO DE CÂNCER DE MAMA
CERVICITES E DOENÇAS INFLAMATÓRIA PÉLVICA
ENDOMETRIOSE
SANGRAMENTO UTERINO ANORMAL
SÍNDROME DOS OVÁRIOS POLICÍSTICOS 0%
1,0%
2,0%
3,0%
4,0%
5,0%
6,0%
7,0%
8,0%
9,0%
Além disso, o fato de o climatério ser um período de importantes transformações endócrinas, biológicas e clínicas, que impactam consideravelmente na qualidade de vida das mulheres, faz com que as bancas exijam que os alunos saibam idencar as principais sintomatologias desse período, a m de realizar o diagnósco e implementar uma terapêuca adequada. Esse é outro ponto relevante que traremos para você mais adiante. O tratamento dos sintomas climatéricos é algo bastante polêmico e que mudou radicalmente com a evolução da pesquisa cienca nos úlmos anos, sendo tema bastante “quente” nas provas de Residência. A terapia hormonal (TH), antes chamada de terapia de reposição hormonal (TRH), é uma das modalidades terapêucas no climatério. Atualmente, tem indicações e contraindicações bem estabelecidas, sendo tema bastante frequente nas provas.
Fique ligado, ao longo do livro digital traremos tudo o que você precisa saber sobre climatério cli matério e terapia hormonal para “arrasar” em todas as provas de Residência que prestar!
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CAPÍTULO
2.0 CONCEITOS E DEFINIÇÕES O termo “climatério” refere-se ao nal do período reproduvo feminino. A nomenclatura mais aceita atualmente é “transição menopáusica ou menopausal” e refere-se a um período de modicações endocrinológicas e clínicas que levam as mulheres de uma fase de períodos menstruais cíclicos e regulares até a parada completa da menstruação. Esse período é marcado pela irregularidade menstrual e, em média, dura entre quatro e sete anos. A idade média da ocorrência da menopausa está entre os 46 e os 52 anos ao redor redor do mundo. As provas de Residência gostam de explorar alguns termos que geram confusão na cabeça do aluno e por isso vamos deni-los neste momento para evitar qualquer dúvida adiante:
CONCEITOS CONCEIT OS (de acordo com a FEBRASGO) 1 . Menopausa: refere-se à data da úlma menstruação de uma mulher por falência ovariana. Esse
diagnósco é retrospecvo, retrospecvo, podendo apenas ser conrmado após um ano da cessação da menstruação. 2 . Insuciência ovariana prematura: prematura: refere-se à cessação da menstruação antes dos 40 anos, associada
ao aumento dos níveis de FSH (esse tema será abordado em outro livro digital). 3 . Climatério: é a fase de transição entre o período reproduvo (menacme) (menacme) e não reproduvo da mulher
(senilidade), caracterizado por uma série de modicações endócrina, biológicas e clínicas, englobando parte do menacme até a menopausa. 4 . Perimenopausa Perimenopausa:: é o intervalo entre o início dos sintomas de irregularidade menstrual até o nal do
primeiro ano após a menopausa. OBS: que atento, pois muitas questões acabam usando esses diferentes termos como sinônimos.
CAI NA PROVA (UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE - UFS (HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SERGIPE) - 2016) O 2016) O que você entende por climatério: A) Falta de Menstruação a parr de 40 anos de idade. B) Fogachos intensos na mulher de 50 anos de idade. C)
Fase siológica entre a menacme e senilidade.
D) Período da mulher entre 40 aos 55 anos de idade.
Comentários: Incorreta a alternava A, A, porque o climatério é a transição entre o período reproduvo (menacme) e o período não reproduv reproduvo o da vida da mulher. mulher. A falta de menstruação é chamada de menopausa e seu diagnósco é feito somente após um ano sem menstruar menstruar.. Incorreta a alternava B, B, porque os fogachos intensos são os sintomas do climatério e não sua denição.
Correta a alternava “C”
O climatério é a fase siológica de transição entre o menacme e a senilidade.
Incorreta a alternava D, D, porque o climatério pode ocorrer em outra faixa etária. A denição de climatério não depende da idade da paciente. Prof.. Carlos Eduardo Marns| Prof Marns| Curso Extensivo | Fevereiro 2021
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CAPÍTULO
3.0 MODIFICAÇÕES FISIOLÓGICAS É importante termos em mente que existem diferentes momentos desse período de transição da mulher. Em cada uma dessas fases ocorrem diferentes manifestações clínicas, alterações menstruais e hormonais. Em 2001, foi desenvolvida uma diretriz chamada de Stages of Reproducve Aging Workshop com o intuito de criar uma normazação e padronizar as nomenclaturas. O grupo divide a fase reproduva e pós-reproduva em estágios com caracteríscas parculares. As provas de Residência não costumam exigir o conhecimento sobre essa
classicação, porém, através dela, ca mais fácil compreender o que ocorre com o organismo feminino em cada fase reproduva. Segundo a classicação, o ponto “0” representa a úlma menstruação e é a base para os demais dema is estágios. Assim, no período perí odo reproduvo, os estágios variam de -5 a -3. A parr do estágio -2, ocorre a transição menopausal, com ciclos menstruais intermitentes. No -1, ausência de menstruação por mais de 60 dias. A pós-menopausa inicia-se no +1 e é termina no estágio +2, que vai até o m da vida da mulher. Abaixo segue a classicação:
MENARCA ESTÁGIOS
-5
-4
-3b
ÚLTIMA MENSTRUAÇÃO (0) -3a
-2
Reproduvo TERMINOLOGIA
Inicial
+1a
+1b
Transição menopausal Final
Pico
-1
Inicial
+1c
2
Pós-menopausa
Final
Inicial
Final
Perimenopausa DURAÇÃO
Variável
Variável
1-3 anos
2 anos (1+1)
3-6 anos
> 25 UI/L
Elevado
Estabilizado
Baixo
Baixo
Muito baixo
Até o m da vida
CRITÉRIOS PRINCIPAIS Variações CICLO
Variável a
MENSTRUAL
regular
Regular
Regular
sus no
Duração variável
uxo e
Amenorreia > 60 dias
duração CRITÉRIOS DE APOIO FSH
Baixo
Variável
AMH¹
Baixo
Baixo
INIBINA B CFA²
Baixa
Levemente elevados
Baixo
Baixo
Baixo
Baixo
Muito baixo
Baixa
Baixa
Baixa
Muito baixa
Muito baixa
CARACTERÍSTICAS DESCRITVAS Sintomas SINTOMAS
vasomotores prováveis
Sintomas vasomotores
Sintomas
muito
urogenitais
prováveis
AMH¹: hormônios anmulleriano AMH¹: hormônios CFA²: contagem de folículos antrais
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CAI NA PROVA (HOSPITAL OFTALMOLÓGICO DE BRASÍLIA - HOB - DF 2020) Mulher 2020) Mulher com pelo menos 2 ciclos menstruais aumentado, podendo car em amenorreia por 60 dias ou mais, segundo o consenso STRAW (Stages of Reproducve Aging Workshop) encontra-se na chamada: A) perimenopausal precoce. B) perimenopausal tardio. C)
menopausal precoce.
D) menopausal tardio.
Comentários: Incorreta a alternava A, A, pois o período perimenopausal precoce é caracterizado por ciclos variáveis, mas não com amenorreia por mais de 60 dias
Correta a alternava “B”
pois o período de transição menopausal ou perimenopausal tardio caracteriza-se por amenorreia por mais de 60 dias, FSH elevado e por início de sintomas vasomotores.
Incorreta a alternava C, C, pois o período menopausal precoce caracteriza-se por ausência de menstruação, FSH elevado e sintomas vasomotores muito prováveis. Incorreta a alternava D, D, pois o período menopausal tardio caracteriza-se por ausência de menstruação, FSH estável e presença de sintomas urogenitais.
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3 . 1 HORMÔNIOS E FUNÇÃO OVARIANA OVARIANA A siologia reproduva da mulher durante seu período reproduvo depende de um perfeito funcionamento do chamado eixo hipotálamo-hipóse-ovário (vide imagem abaixo):
No período da transição menopáusica, há uma alteração da produção hormonal ovariana e do funcionamento do eixo hipotálamohipóse-ovário devido à diminuição importante do número de folículos ovarianos. Por essa depleção folicular, ocorre uma diminuição da produção de inibina B (produzida pelas células da granulosa dos ovários), o que, por sua vez, desava o feedback negavo sobre a hipóse, aumentando os níveis de FSH. Nesse período há um aumento da resposta folicular ovariana pela ação da gonadotrona, inclusive com aumento dos níveis estrogênicos e com aceleração da depleção dos folículos ovarianos. O uxograma abaixo resume esse processo que ocorre no período inicial do climatério:
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Depleção folicular acelerada
Depleção folicular
Redução de inibina B
Aumento do FSH
Manutenção do estradiol
Esse processo de atresia folicular acompanha a mulher durante toda sua vida. Ao nal da 20ª semana de vida intrauterina, a população de folículos ange seu maior valor. Cerca de 75% dessas células degeneram-se ainda na vida fetal. Desses folículos remanescentes, apenas cerca de 400.000 chegarão à puberdade. Ao nal da fase reproduva, esse processo intensica-se, dando origem às alterações climatéricas, até que haja seu esgotamento no período pós-menopausa. A gura abaixo ilustra esse processo:
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O hormônio anmülleriano (AMH), muito empregado para avaliação de reserva ovariana nos casos de inferlidade, é produzido exclusivamente pelos folículos ovarianos. Com a depleção folicular acentuada no climatério, os níveis desse hormônio tendem a cair signicavamente. Poucas questões de Residência abordam as alterações desse hormônio no n o climatério.
Enquanto houver uma certa quandade de folículos, os níveis de estradiol são mandos e a ovulação também. Em determinado momento, a reserva folicular torna-se tão baixa que não é possível haver produção de estradiol suciente para a ocorrência do pico de LH e, consequentemente, da ovulação. Os ciclos tornam-se anovulatórios e a concentração de progesterona reduz-se drascamente. O uxograma abaixo resume o que ocorre no climatério tardio até a menopausa:
Reserva folicular
Redução da produção
Ausência de pico
muito baixa
de estradiol
de LH
Anovulação
No período pós-menopausa, há uma elevação importante das gonadotronas produzidas pela hipóse (FSH e LH) com o intuito de esmular a produção estrogênica pelos ovários em falência. Vale ressaltar que os níveis hormonais não apresentam variações sucientemente disntas para serem ulizados como critérios diagnóscos para o climatério. A falência ovariana no período pós-menopausa não faz com que a mulher seja completamente desprovida de estrogênio. Por meio da conversão periférica da androstenediona (androgênio) em estrona, pela ação da aromatase no tecido adiposo, há produção estrogênica. O estradiol também é produzido em diminutas concentrações pela conversão da estrona. Em relação à produção de androgênios, há uma redução signicava da produção desses hormônios pela glândula suprarrenal. Os níveis de SDHEA (sulfato de desidroepiandrosterona), androstenediona e pregnenolona apresentam-se reduzidos após a menopausa. Existe, ainda, uma pequena produção androgênica pelos ovários, pois com a diminuição da massa folicular, há um aumento do estroma ovariano, que produz esses hormônios. A produção de SHBG (globulina ligadora de hormônios sexuais) também decresce na menopausa, ocasionando um aumento da fração livre de estrogênio e de testosterona. Lembrando que apenas a fração hormonal que circula livre da ligação com proteína é que apresenta avidade biológica. As guras abaixo representam a origem da produção androgênica no período reproduvo e as vias de produção de estradiol na mulher:
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A questão abaixo aborda diversos aspectos da produção hormonal durante o climatério e após a menopausa:
CAI NA PROVA (Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte - 2017) O 2017) O termo menopausa se refere a um ponto no tempo, um ano após a cessação da menstruação, antes disso, há um período de transição menopáusica em que ocorrem as alterações hormonais. Sobre a menopausa, assinale a alteração CORRETA. A) A secreção de inibina ovariana começa a diminuir, marcando o início das alterações hormonais B) O hormônio anmulleriano mantém-se relavamente estável C)
O estrogênio vai diminuindo homogeneamente e gradavamente durante o período peri menopáusico
D) Os níveis de Sulfato Deidroepiandrosterona (SDHEA) são regulados principalmente pelo evento da menopausa
Comentários: pois o período de transição menopáusica inicia-se próximo à quinta década de vida e caracteriza-se,
Correta a alternava “A”
inicialmente, por uma diminuição importante do número de folículos ovarianos, levando l evando a uma diminuição
da produção de inibina B (produzida pelas células da granulosa dos ovários), que, por sua vez, desava o feedback negavo sobre a hipóse, aumentando os níveis de FSH. Nesse período há um aumento da resposta folicular ovariana pela ação da gonadotrona, inclusive com aumento dos níveis estrogênicos e com aceleração da depleção dos folículos ovarianos. Incorreta a alternava B, pois B, pois o hormônio anmülleriano é produzido pelos folículos ovarianos que se tornam escassos no climatério. Incorreta a alternava C, pois C, pois não há uma queda gradava, há uma utuação do estrogênio até a falência ovariana completa. Incorreta a alternava D, pois D, pois o SDHEA reduz-se durante o climatério.
A questão a seguir da AMRIGS aborda a produção hormonal feminina no período pós-menopausa. (ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO RIO GRANDE DO SUL - 2016) Qual 2016) Qual o principal estrogênio circulante na pós-menopausa? A) Estrona proveniente da aromazação periférica. B) Estriol de origem hepáca. C)
Estradiol de origem ovariana.
D) Estrona de origem ovariana. E)
Estradiol proveniente da aromazação periférica.
COMENTÁRIOS: Correta a alternava “A”
pois a maior parte do estrogênio produzido após a menopausa é proveniente de aromazação periférica de androstenediona. O estrogênio produzido é a estrona. A conversão periférica da androstenediona é
diretamente proporcional proporcional ao peso corporal. Prof.. Carlos Eduardo Marns| Prof Marns| Curso Extensivo | Fevereiro 2021
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Incorreta a alternava B, pois o estriol é um dos estrogênios endógenos, endógenos, produzido no gado pela degradação de estrona e estradiol. Ele não tem papel avo no menacme e na menopausa. Seus níveis tornam-se detectáveis e relevantes apenas na gestação Incorreta a alternava C, pois C, pois o estradiol produzido pelos ovários é pracamente inexistente no pós-menopausa devido à falência ovariana. Incorreta a alternava D, pois D, pois a estrona no pós-menopausa é produzida majoritariamente nos tecidos adiposos periféricos. Incorreta a alternava E, pois E, pois o estradiol é produzido pelos ovários e encontra-se reduzido ou inexistente na fase pós-menopausa.
Várias inuências ambientais, genécas e cirúrgicas podem adiantar a senescência ovariana. O tabagismo antecipa a menopausa, em média, em dois anos. Além disso, a quimioterapia e a radioterapia também podem resultar em menopausa em idades mais precoces.
3 . 2 ENDOMÉTRIO O comportamento endometrial está diretamente associado
sangramento anormal na perimenopausa devem ser invesgadas
aos níveis de estrogênio circulantes, dependendo da fase da
devido ao risco de câncer de endométrio. O exame de escolha para
transição menopáusica. Na fase inicial, com o aumento dos níveis de FSH e de estrogênio, predominam efeitos proliferavos; pode haver
avaliação inicial do quadro é a ultrassonograa transvaginal, pois a medida da espessura endometrial tem uma boa correlação com
encurtamento dos ciclos, com sangramento uterino aumentado.
o risco de neoplasia. Na pós-menopausa, estudos demonstram
Com o passar do tempo, os ciclos vão tornando-se cada vez mais
que um sangramento com uma espessura endometrial inferior a
anovulatórios, com intervalos cada vez maiores entre si, até chegar
5 mm apresenta um risco de neoplasia inferior à 0,07%. Em alguns
à amenorreia. Com a menopausa, o endométrio torna-se atróco
consensos, o corte para invesgação endometrial é de 4 mm.
por ausência da ação estrogênica.
Não existe um valor de corte para invesgação endometrial em
Essas alterações locais estão diretamente ligadas a alterações al terações
pacientes na perimenopausa, sendo extrapolado o valor da pós-
menstruais. O sangramento uterino anormal (SUA) é observado em
menopausa. Nos casos em que há um espessamento endometrial,
mais de 50 % das mulheres nessa fase da vida. No período em que
a invesgação histopatológica é fundamental. A análise do
os ciclos passam a ser anovulatórios, predomina a irregularidade
endométrio nesse período apresenta padrão proliferavo, pico de
menstrual. Devido à ocorrência de ciclos anovulatórios, uma
um estado de ação estrogênica sem oposição de progesterona.
estratégia adequada para a regularização dos sangramentos é o
A invesgação dos sangramentos no menacme e no período
uso de progesterona na segunda fase do ciclo menstrual, a m de
pós-menopausa será abordada com mais detalhes nos livros
mimezar os ciclos siológicos. Lembrando que o tratamento só
digitais sobre sangramento uterino anormal e sobre hiperplasia
deve ser instuído se não houver contraindicações.
endometrial e câncer de endométrio.
O câncer endometrial é uma possibilidade em mulheres com SUA na transição menopáusica. A incidência é de aproximadamente 0,1% nessa fase. No período pós-menopausa, o estrogênio sem oposição tem origem na conversão periférica de androgênios em
Sangramento irregular ou aumentado no climatério = causa ovulatória
estrogênios, conforme já foi explicado acima. As pacientes de maior ma ior
Sangramento pós-menopausa ou anormal no
risco para câncer de endométrio nessa fase são as pacientes paci entes obesas,
climatério = invesgação com USG + histeroscopia
pois a conversão ocorre no tecido adiposo.
(se necessário)
As pacientes com sangramento pós-menopausa ou com
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CAI NA PROVA (Universidade Federal de Santa Catarina - 2019) Uma mulher de 49 anos procura atendimento referindo hipermenorreia há 1 ano. Refere ciclos menstruais de 50 a 60 dias. Sem outras queixas. Realizou ultrassonograa transvaginal que demonstrou um útero com volume de 80 cm³, com supercie irregular e 3 nódulos hipoecogênicos subserosos, o maior deles medindo 1,5 cm × 1,1 cm nos seus maiores eixos, e endométrio com 0,6 cm de espessura. A causa mais provável da hipermenorreia é: A) Adenomiose. B) Miomatose uterina. C)
Hiperplasia endometrial.
D) Adenocarcinoma endometrial. E)
Sangramento uterino disfuncional.
COMENTÁRIOS: Incorreta a alternava A, pois A, pois a adenomiose caracteriza-se por aumento de sangramento, associado a dor pélvica e dismenorreia. Além disso, o volume uterino costuma estar aumentado globalmente ao exame sico e à ultrassonograa. Incorreta a alternava B, pois, B, pois, apesar de a paciente apresentar miomas no exame ultrassonográco, os miomas subserosos não estão relacionados ao sangramento uterino anormal, posto que não comprometem a contralidade das artérias uterinas para o controle do sangramento menstrual. Incorreta a alternava C, pois C, pois a hiperplasia endometrial manifesta-se com sangramento uterino anormal, sobretudo nas pacientes com fatores de risco para hiperestrogenismo. hiperestrogenismo. No exame ultrassonográco, ultrassonográco, apresenta-se como um espessamento endometrial homogêneo ou heterogêneo heterog êneo e com áreas císcas cí scas difusamente distribuídas. Nesse caso, a descrição do endométrio fala contra a hipótese. Incorreta a alternava D, pois o adenocarcinoma endometrial é uma das causas mais raras de sangramento uterino anormal; mesmo nas pacientes na transição menopausal ou pós-menopausa, não é a principal hipótese diagnósca. Isso não quer dizer que não deva ser invesgado. Todo sangramento pós-menopausal deve ser invesgado para excluir esse diagnósco. Além disso, à ultrassonograa, apresenta-se como a hiperplasia endometrial. Em casos mais avançados, podem ser vistos sinais de invasão miometrial.
Correta a alternava “E”
uma vez que as causas orgânicas de sangramento tenham sido descartadas, o termo “sangramento uterino disfuncional” (SUD) passa a ser empregado. Até metade das mulheres com sangramento anormal
apresenta SUD. De 80% a 90% dos sangramentos disfuncionais estão associados à anovulação, como na transição menopáusica. Dessa forma, os episódios de sangramento são irregulares, i rregulares, podendo apresent apresentar ar semanas de amenorreia intercaladas com sangramento intenso e prolongado. No caso da paciente em questão, não há causas estruturais que expliquem o sangramento e a faixa etária é compavel com esse quadro. Na perimenopausa, o sangramento uterino anormal é responsável por 70% das consultas médicas ginecológicas.
3.3 FERTILIDADE Deve-se atentar para a necessidade de anconcepção nas mulheres na transição menopáusica, pois gestações nessa faixa etária estão associadas a importantes complicações compli cações obstétricas e malformações fetais. Devido à presença de comorbidades comorbi dades e de fatores de risco, a escolha do método deve ser realizada de forma criteriosa. Preconiza-se manter anconcepção até os 55 anos de idade. Apesar de ser considerado categoria 2 para mulheres acima de 45 anos, os anconcepcionais orais combinados não são a escolha mais recomendada pelo risco de Prof.. Carlos Eduardo Marns| Prof Marns| Curso Extensivo | Fevereiro 2021
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doença cardíaca coronariana e cerebrovascular nessa faixa etária, uma vez que outras comorbidades estão associadas. As ilustrações abaixo resumem as condutas quanto à anconcepção:
ANTICONCEPÇÃO ANTICONCEP ÇÃO NO CLIMATÉRIO CLIMATÉRIO
ETN: etonogestrel.
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E2: estradiol. VE2: valerato de estradiol. EE: enilestradiol. COC: contracepvo oral combinado. A abordagem da anconcepção no climatério pode ser exemplicada pela questão abaixo:
CAI NA PROVA (Santa Casa de São Paulo - 2018) Uma paciente de 45 anos de idade procurou o serviço de ginecologia endócrina para orientação sobre contracepção. Ela refere que, há seis meses, iniciou, no período noturno, quadro de ondas de calor que não alteram sua qualidade de vida. Além disso, é hipertensa compensada em uso de captopril e nega outras doenças, G2PN2A0 e antecedentes familiares dignos de nota. Com base nesse caso hipotéco, assinale a alternava que apresenta a melhor conduta a ser realizada: A) Não há necessidade de contracepção, uma vez que a paciente se encontra na transição menopausal. B) Devido ao quadro de ondas de calor, a melhor terapia em questão seria o uso de pílula contracepva combinada com baixa dosagem de
enilestradiol. C)
O quadro hipertensivo da paciente acarreta o aumento do risco de trombose, sendo assim o uso de pílulas combinadas com valerato de estradiol ou estradiol seria o ideal.
D) Antes da prescrição de qualquer método contracepvo, é imperava a dosagem do FSH. E)
Métodos com apenas progestógenos ou disposivos intrauterinos seriam as melhores opções.
Comentários: Incorreta a alternava A, pois, A, pois, apesar de pequena, a chance de gravidez existe e, devido aos riscos implicados em uma gestação nessa idade, a mulher deve ulizar algum método anconcepcional até os 55 anos. Incorreta a alternava B, pois B, pois o tratamento de primeira linha para sintomas vasomotores é o uso de terapia hormonal e não de pílula anconcepcional. Se esvéssemos pensando em reduzir o risco de trombose, pílulas com menor dose de enilestradiol apresentam menor risco associado. Além disso, em pacientes hipertensas o uso de pílulas combinadas é considerado classe 3 pela OMS. Incorreta a alternava C, pois C, pois o uso de anconcepcionais combinados está associado a um aumento de risco de seis vezes para trombose. Além disso, sabe-se que os estrogênios naturais, como o valerato de estradiol e o estradiol, promovem aumento da resistência à proteína C avada, levando a uma hipercoagulabilidade. Além disso, o enilestradiol aumenta a síntese hepáca de angiotensinogênio, elevando a pressão arterial.
Incorreta a alternava D, pois D, pois o diagnósco dia gnósco do climatério é clínico, não necessitando de exames. Para a introdução de anconcepção, não é necessária a realização de nenhum exame.
Correta a alternava “E”
pois os métodos com progestagênio via oral isolados são classe 1 e os injetáveis, classe 2; já o DIU, tanto de cobre como de progestagênio, é classe 1, sendo a melhor opção nesse caso.
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3 . 4 SINTOMAS VA VASOMOTORES SOMOTORES Os sintomas vasomotores angem
séricos de estrogênio leve a alterações em neurotransmissores
uma grande parcela das mulheres nessa
ocasionando alterações no centro hipotalâmico de regulação de
fase e afetam, de maneira signicava, a
temperatura, tornando-o mais sensível a pequenos aumentos da
qualidade de vida. Esses sintomas podem ser descritos como fogachos, suores noturnos
temperatura corporal.
ou ondas de calor. Os sintomas iniciam-se,
sedentarismo, tabagismo, elevação do FSH e redução do estradiol,
em média, dois anos antes da menopausa.
maior massa corporal e antecedente de transtornos psiquiátricos.
Estudos demonstram que os fogachos estão associados ao
Oitenta e cinco por cento das mulheres
As questões de Residência, em geral, ulizam os sintomas
mantém sintomas por um ano, 25% a 50% mantém por cinco anos
vasomotores para caracterizar casos clínicos de pacientes
e menos de 15% por mais de 15 anos.
no climatério. O tratamento para esses sintomas também é
O episódio de fogacho dura cerca de um a cinco minutos e a maior parte das mulheres mul heres refere como uma onda de calor repenna,
amplamente cobrado nas provas e será abordado mais adiante neste livro.
ascendente, mais frequente à noite, com início iníci o predominantemente em tronco e disseminando-se para tórax, pescoço e face, que se
FOGACHO:
generaliza e leva a sudorese e rubor rubor.. Há aumento de pressão arterial e de frequência cardíaca e pode ser acompanhado de palpitações,
• dura de 1 a 5 minutos • mais frequente à noite
ansiedade, irritabilidade e pânico.
• predomina no tronco e dissemina para
A siopatologia dos sintomas não está bem estabelecida, mas m as parece estar associada a alguma disfunção no centro de regulação
tórax, face e membros • sudorese e rubor
de temperatura hipotalâmico. Acredita-se que a redução dos níveis
3 . 5 CARDIOVASCULARES O risco de doença cardiovascular (DCV) aumenta exponencialmente nas mulheres à medida que entram no período pós-menopausa e que os níveis de estrogênio declinam. Mulheres na faixa dos 70 anos têm risco semelhante ao dos homens. O estudo de Framingham demonstra incidência de duas a seis vezes maior de DCV em mulheres na pós-menopausa quando comparadas a mulheres no pré-menopausa, na mesma faixa etária. O estrogênio tem efeito importante no metabolismo lipídico e na cascata de coagulação. Os níveis de colesterol LDL e triglicérides tendem a aumentar, enquanto o colesterol HDL diminui, levando a um perl lipídico mais aterogênico. No processo de envelhecimento, há aumento de brinogênio, do inibidor 1 do avador do plasminogênio e do fator VII, levando a um estado de hipercoagulabilidade. Em relação à pressão arterial, o estrogênio tem um efeito vasodilatador, esmulando a produção de óxido nítrico e promovendo o relaxamento do músculo liso dos vasos.
3 . 6 DERMATOLÓGICAS, COGNITIVAS E PSICOLÓGICAS Com o hipoestrogenismo, há redução do teor de colágeno e da secreção das glândulas sebáceas, perda de elascidade, redução do suprimento sanguíneo e alterações epidérmicas levando à hiperpigmentação, surgimento de rugas e prurido.
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Em relação à piora da cognição, não há comprovação comprovação cienca de correlação com a queda dos níveis estrogênicos. Apesar disso, há um declínio acelerado das formas de cognição no período pós-menopausa. Nesse período, há mudanças psicológicas psicol ógicas na mulher, principalmente relacionadas aos distúrbios di stúrbios do humor, podendo apresentar apresentar maior labilidade emocional e irritabilidade; também pode haver distúrbios do sono, acentuando essas mudanças de humor. A vida sexual da mulher também pode ser afetada por esses fatores.
3 . 7 UROGENITAIS E SEXUAIS Há receptores de estrogênio e de progesterona na maior parte dos músculos e dos ligamentos pélvicos, além de vulva, vagina, uretra e bexiga. O hipoestrogenismo pode levar à atroa geniturinária, que promove uma série de sintomas, como disúria, urgência miccional e ITU recorrente. A vagina perde água, colágeno e tecido adiposo, levando a uma fragilidade da parede e à perda do turgor e da rugosidade. O pH torna-se mais alcalino, diminuindo a quandade de lactobacilos e promovendo um ambiente favorável a infecções. A uretra perde sua capacidade de criar um selo mucoso, predispondo a ocorrência de inconnência. O esquema abaixo demonstra o mecanismo de proteção da vagina em relação a infecções:
CAI NA PROVA (Santa Casa de Limeira - 2016) Em relação com a menacme, a vagina na pós-menopausa apresenta: A) Menor ph e mais enterococos. B) Menor ph e mais hifas e esporos. C)
Maior ph e menos lactobacilos.
D) Maior ph e menos enterococos.
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COMENTÁRIOS: Nas mulheres pós-menopáusicas, devido ao hipoestrogenismo, ocorre uma diminuição do glicogênio presente nas células epiteliais vaginais, diminuindo a metabolização e consequente produção de ácido láco, levando a um aumento importante do pH vaginal. O pH mais alcalino torna o ambiente menos hospitaleiro para os lactobacilos e mais suscevel a patógenos fecais e urogenitais. Incorreta a alternava A, pois A, pois na pós-menopausa há aumento do pH. Incorreta a alternava B, pois B, pois na pós-menopausa há aumento do pH.
Correta a alternava “C”
pois nesse período há alcalinização vaginal e diminuição da população de lactobacilos, conforme foi explicado na introdução dos comentários.
Incorreta a alternava D, pois D, pois há proliferação de mais bactérias fecais, devido à diminuição de lactobacilos.
Não há dados denivos que associem queda de níveis hormonais e diminuição de libido.. Estudos demonstram relação direta entre o período pós-menopausa e a dispareunia. Cerca de 25% das pacientes nessa fase da vida queixam-se de dispareunia, sobretudo associada à atroa urogenital. A disfunção sexual afeta 47% das mulheres entre 41 e 60 anos e aumenta para 73% em maiores de 61 anos. As disfunções têm fortes correlações com alterações urogenitais e podem estar associadas a outras comorbidades clínicas.
3.8 ÓSSEAS A osteoporose é uma doença que se caracteriza pela diminuição da densidade mineral óssea, levando à fragilidade e predispondo a fraturas de baixo impacto. O metabolismo ósseo depende do correto funcionamento de diversos mecanismos. Quando o equilíbrio entre formação e reabsorção óssea está alterado, pode haver aceleração do processo de perda óssea. No climatério, cl imatério, o hipoestrogenismo tem papel fundamental nesse processo. As questões de Residência costumam abordar o impacto do climatério na ocorrência de osteoporose. Mais adiante, explicaremos a siopatologia desse processo. A osteoporose será amplamente abordada em um livro digital especíco. A ideia neste livro é falar sobre a relação entre a osteoporose e o climatério.
3.8.1 METABOLISMO ÓSSEO NO CLIMATÉRIO O esqueleto é formado por dois pos de ossos: o osso corcal, que se localiza no esqueleto periférico, e o osso trabecular, que se encontra no esqueleto axial e inclui coluna, pelve, quadril e fêmur proximal. O processo constante de remodelamento ósseo é realizado por duas células: os osteoblastos e osteoclastos. Os osteoclastos são as células responsáveis pela reabsorção óssea. O aumento da avidade osteoclásca na pós-menopausa está associado à avação da via de sinalização celular do receptor RANK (receptor de avação do fator nuclear kappa B). O RANK-L (ligante do receptor de avação do fator nuclear kappa B), ao ligar-se ao receptor RANK na supercie do osteoclasto, promove sua avação. Em contraparda, a osteoprotegerina, produzida pelos osteoblastos liga-se ao RANK-L, impedindo sua ação e, consequentemente, a avação do osteoclasto. Em mulheres saudáveis na pré-menopausa, o estrogênio limita a expressão do RANK-L e, consequentemente, a reabsorção
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óssea. A osteoprotegerina também atua promovendo o equilíbrio nesse processo de remodelamento. Nas mulheres pós-menopausa, o hipoestrogenismo leva ao aumento da produção do ligante RANK. A osteoprotegerina não consegue superar os níveis de RANK-L, havendo um desbalanço entre reabsorção e formação óssea, proporcionando um ambiente favorável ao desenvolvimento da osteoporose. A gura abaixo esquemaza esse processo:
A massa óssea do quadril e da coluna acumula-se na fase nal da adolescência, por esse movo, os anos após a menarca são especialmente importantes. Após esse pico, há um equilíbrio entre reabsorção e formação até os 35 anos. A parr de então, observa-se um declínio lento da massa óssea de 0,4% ao ano. No período pós-menopausa, esse processo se intensica para 2% a 5% nos primeiros 10 anos e depois retorna para 1%.
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Além do aumento da avidade osteoclásca observado na pós-menopausa, outros fatores inuenciam esse processo. A redução do nível sérico de cálcio iônico esmula a secreção de paratormônio (PTH) que esmula a ação osteoclásca. O aumento dos níveis de PTH induz a produção de vitamina D, que, por sua vez, promove aumento dos níveis séricos de cálcio por aumentos de absorção intesnal, de reabsorção renal e de reabsorção óssea. Nas mulheres pós-menopáusicas, o hipoestrogenismo leva a aumento da sensibilidade óssea ao PTH, ou seja, qualquer mínimo aumento de PTH leva à rerada de cálcio dos ossos. Por esse movo, a suplementação de cálcio e vitamina D são fundamentais na prevenção da perda de massa óssea. Tais mecanismos de aumento do turnover de massa óssea são percebidos por aumento de cálcio sérico e na excreção urinária e de fósforo plasmáco. O esquema abaixo resume a interação entre esses componentes para o metabolismo ósseo:
FISIOLOGIA ÓSSEA
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A abordagem da relação entre climatério e osteoporose pode ser vista na questão abaixo:
CAI NA PROVA (Hospital das Clínicas de Goiás - 2016) É considerado um benecio adicional da TH, a redução: A) do número de gravidez ectópica. B) da avidade do osteoclasto. C)
do número de câncer de mama.
D) do número de câncer de colo uterino.
Comentários: Incorreta a alternava A, A, pois a terapia hormonal não tem papel anconcepcional e nem afeta os mecanismos reproduvos da mulher. Nessa fase da vida da mulher a chance de gravidez é muito baixa, porém ainda existente. Nos casos em que esse risco exista, devem ser prescritos anconcepcionais associados. Considera-se que após os 55 anos não exista possibilidade de gravidez e os anconcepcionais podem ser suspensos.
Correta a alternava “B”
pois a TH tem um efeito reconhecido na prevenção da perda óssea associada ao climatério. O hipoestrogenismo hipoestrogen ismo leva a uma perda do papel do estrogênio no equilíbrio do metabolismo ósseo presente
nas mulheres no menacme. O estrogênio atua principalmente na via do receptor RANK ( receptor acvator of nuclear factor kappa-B ) presente nos osteoblastos. O estrogênio diminui a síntese do RANK-l, um ligante que se une a esse receptor e promove a diferenciação dos osteoblastos em osteoclastos, aumentando a reabsorção óssea e levando à osteoporose. A terapia hormonal aumenta os níveis de estrogênio circulante, promovendo promovendo um bloqueio sobre essa via de sinalização celular c elular.. Incorreta a alternava C, C, pois não há redução no risco de câncer de mama. Apesar de os estudos mais recentes demonstrarem que a associação de TH com o aumento de câncer de mama é mínima, o maior estudo randomizado, o WHI ( Women’ Women’ss Health Iniave), não mostrou dados de incremento do risco de câncer de mama, mesmo com uso de terapia estroprogestava. estroprogestava. Nas pacientes com antecedente pessoal de câncer de mama, a TH não deve ser prescrita muito mais por falta de segurança do que por evidência de aumento de risco. Incorreta a alternava D, D, pois segundo a Sociedade Brasileira de Climatério, em seu Consenso de 2018, os estudos não demonstram papel da TH em alterar a incidência de câncer de colo uterino.
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CAPÍTULO
4.0 DIAGNÓSTICO Os objevos das avaliações realizadas no período da transição menopáusica e pós-menopausa são: omizar a saúde e o bem-estar das pacientes, bem como diagnoscar e estracar riscos para outros problemas de saúde. O diagnósco da transição menopáusica é CLÍNICO é CLÍNICO,, realizado através da anamnese e do exame sico completo, completo, buscando sinais e sintomas associados às modicações caracteríscas desse período, descritas anteriormente. Exames complementares devem ser solicitados para excluir diagnóscos diferenciais e para rastrear outras comorbidades associadas. A dosagem de FSH não é necessária para realizar diagnósco, uma vez que o exame pode se apresentar com valores normais. A dosagem do FSH é importante nos casos em que ocorre amenorreia antes da idade prevista para a menopausa siológica ou em mulheres histerectomizadas em que o parâmetro de cessação de sangramento não pode ser avaliado. FIQUEM ATENTOS, pois algumas bancas consideram que o FSH deve ser empregado no diagnósco do climatério e da menopausa. São exames importantes nessa fase de vida da mulher: •
TSH e T4, se apresentar sintomas;
•
perl lipídico;
•
perl glicêmico;
•
exames do metabolismo ósseo;
•
exames de rastreamento indicados pela faixa etária, como mamograa, colonoscopia e colpocitologia oncóca.
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CAPÍTULO
5.0 TERAPIA HORMONAL A terapia hormonal é objeto de estudos e discussões há muitos anos; ela envolve uma série de hormônios, vias de administração e esquemas terapêucos. Os riscos e benecios diferem em relação à idade das mulheres e ao tempo de menopausa. As provas de Residência abordam esse tema de maneira extensiva, sobretudo as indicações, contraindicações, benecios e riscos. O efeito dessa terapêuca decorre, principalmente, da ação do estrogênio exógeno, a m de minimizar os efeitos do hipoestrogenismo já descritos anteriormente.
5 . 1 INDICAÇÕES As indicações atuais de TH são o tratamento de sintomas vasomotores que impactem na qualidade de vida e da atroa vulvovaginal (uso tópico), tópico), além da prevenção e do tratamento da osteoporose osteoporose em em casos individualizados. O uso deve ser feito na chamada janela chamada janela de oportunidade,, isto é, em pacientes até 60 anos de idade e com menos de 10 anos de menopausa. oportunidade É importante lembrar que a terapia tópica pode ser usada fora da janela de oportunidade por não apresentar absorção sistêmica. A questão a seguir, da Universidade Federal do Paraná, mostra como as indicações de terapia hormonal podem ser cobradas em prova:
CAI NA PROVA (Universidade Federal do Paraná - 2017) Paciente com 45 anos de idade procura o Ambulatório de Climatério, queixando-se de ondas de calor de 15-20 episódios/dia (notadamente no período noturno), acompanhadas de sudorese noturna, insônia e nervosismo, quadro esse iniciado há mais ou menos 1 ano. Gesta 3 Para 2 Cesárea 1. Data da úlma menstruação há 2 anos. Pressão arterial 120 x 80 mmHg. IMC 28. Traz os seguintes exames recentes: mamograa BIRADS 2, ecograa mamária BIRADS 2 (cisto de 2 cm no quadrante superior externo). Ecograa pélvica endovaginal com volume uterino de 120 cm3, endométrio de 5 mm. Glicemia de jejum de 92 mg/dl, perl lipídico dentro dos parâmetros da normalidade. Hemograma sem alterações. Urina parcial nada digno de nota. Urocultura negava. Qual a melhor opção terapêuca para essa paciente?
A) Cimicifuga racemosa 20 mg/dia. B) Fluoxena 20 mg/dia. C)
Estradiol 1 mg + acetato de noresterona 0,5 mg/dia.
D) Progesterona micronizada 100 mg/dia. E)
Estradiol 100 mcg + acetato de noressterona 250 mcg (adesivo transdérmico) 3 vezes por semana.
COMENTÁRIOS: Incorreta a alternava A, A, pois a acteia negra, que é a raiz da Cimicifuga racemosa, não demonstrou reduzir os episódios de sintomas vasomotores nos estudos randomizados.
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Incorreta a alternava B, B, pois, nesse momento, como há indicação de uso de terapia hormonal, pode-se aguardar a resposta da paciente em relação aos sintomas ansiosos e introduzir a medicação em caso de necessidade. Se a introdução fosse pensando em tratar os sintomas vasomotores, nesse caso, a primeira linha seria a TH. A uoxena é uma alternava, porém não existem estudos que comprovem sua ecácia.
Correta a alternava “C”
pois a paciente apresenta uma indicação formal para uso de terapia hormonal (TH), devido aos sintomas
vasomotores importantes. Ela não apresenta contraindicações para o uso, não tem patologias que indiquem preferência pela via transdérmica, em relação à via oral. Além disso, a dose descrita é a menor possível para o esquema empregado. A recomendação é o uso da menor dose, pelo menor tempo possível. Incorreta a alternava D, D, pois o efeito do progestagênio na terapia hormonal é apenas de proteger o endométrio, evitando o risco associado ao uso de estrogênio isolado (aumento de três vezes). Incorreta a alternava E, E, pois a via transdérmica é uma opção terapêuca na terapia hormonal, associada a menores efeitos colaterais do que a via vi a oral por não apresentar a primeira passagem de metabolização hepáca. Desse modo, não há interferência no metabolismo lipídico e nos fatores de coagulação. Porém, o regime descrito não é a menor dose possível para a via e recomenda-se o uso do adesivo duas vezes por semana.
5 . 2 BENEFÍCIOS O tratamento de sintomas vasomotores é considerado
quadril. O uso está indicado para prevenir e tratar a osteoporose
indicação primária de primária de TH em mulheres abaixo dos 60 anos e com
em mulheres com elevado risco antes dos 60 anos de idade ou
menos de 10 anos de menopausa. Uma revisão da base de dados
dentro dos primeiros anos de menopausa e que apresentam outra
Cochrane demonstrou redução de 75% na ocorrência e 87% na
sintomatologia climatérica associada.
intensidade dos sintomas com estrogenioterapia em relação ao
sobre os sintomas geniturinários, distúrbios da função sexual e na
placebo (evidência A). A
atroa
vulvogenital
Evidências atuais demonstram outros benecios da TH
também
é
decorrente
do
hipoestrogenismo. O estudo mulcêntrico internacional VIVA
redução de doença cardiovascular. Apesar de reconhecidos, esses benecios não são sucientes para indicar o uso.
(Vaginal Health: Insights, Views and Atudes) constatou que 80%
A hormonioterapia tem poder de melhorar o risco
das mulheres avaliadas (entre 55 e 65 anos) relatavam sintomas
cardiovascular a parr dos seus efeitos benécos sobre a função
de ressecamento vaginal. Outra revisão da Cochrane demonstrou que estrogênios tópicos vaginais são mais ecazes nos sintomas
vascular, metabolismo lipídico e metabolismo de glicose. O estudo WHI (Women’s Health Iniave) com uso de TH combinada foi
atrócos em comparação ao placebo (nível de evidência evidência A). A
suspenso com 5,2 anos de seguimento devido ao aumento de risco
terapia estrogênica promove o crescimento celular vaginal,
de doença coronariana, AVC e TEV. Porém, em mulheres entre 50
aumenta a população de lactobacilos, aumenta o uxo sanguíneo
e 59 anos e com menos de 10 anos de menopausa, apresentou
vaginal, diminui o pH para valores do menacme, melhora a
efeito protetor. Com uso de hormônio, houve redução de 40%
elascidade vaginal, bem como a resposta sexual. Vale lembrar que
da incidência de diabetes mellitus po II, com níveis mais baixos
os estrogênios tópicos não apresentam absorção sistêmica, não
de Hb glicada, atenuação do acúmulo de gordura abdominal e do
tendo as mesmas contraindicações da terapia oral ou transdérmica. t ransdérmica.
ganho de peso. O esquema abaixo demonstra o efeito posivo do
A TH também é ecaz na prevenção da perda da massa
estrogênio na redução da pressão arterial. Apesar de o uso por via
óssea associada à menopausa e na redução da incidência de
oral aumentar a secreção de angiotensina, no balanço entre os
todas as fraturas osteoporócas, incluindo fraturas vertebrais e de
mecanismos de ação, o efeito hipotensor é maior.
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VASODILA VASO DILAT TAÇÃO
ÓXIDO NÍTRICO
ESTROGÊNIO
REDUÇÃO DA PRESSÃO
VIA ORAL PROLIFERAÇÃO DE CÉLULAS DO MÚSCULO LISO VASCULAR VAS CULAR AUMENTO DE ANGIOTENSINA
CAI NA PROVA (ASSOCIAÇÃO MÉDICA DO RIO GRANDE DO SUL - 2019) Mulher hipertensa (HAS) com sintomas vasomotores que atrapalham sua rona diária e seu sono, menopausa há dois anos, procura atendimento sobre a possibilidade de realizar Tratamento com Reposição Hormonal (TRH). Qual a melhor orientação nesse caso? A) A HAS é contraindicação a TRH. B)
A via oral não deve ser a preferência para uso de TRH em pacientes com HAS.
C)
O uso da TRH independe da via de administração.
D) O estrogênio apresenta ação sobre o endotélio dos vasos prejudicial à hipertensão.
Comentários: Incorreta a alternava A, A, pois a HAS não é contraindicação à terapia hormonal, como pode ser visto na tabela acima.
Correta a alternava “B”
pois a via oral de administração promove, pela chamada primeira passagem hepáca, uma avação do sistema renina-angiotensina-aldosterona, renina-angiotensina-aldosterona, com maior retenção de sódio e água, promovendo elevação da
pressão arterial. Com uso da via transdérmica, não ocorre esse processo e os estrogênios apresentam um efeito predominantemente vasodilatador. Incorreta a alternava C, C, pois, conforme foi explicado na alternava acima, a via de administração da TH é importante para minimizar os efeitos colaterais, sobretudo em pacientes com comorbidades. Prof.. Carlos Eduardo Marns| Prof Marns| Curso Extensivo | Fevereiro 2021
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Incorreta a alternava D, D, pois a ação do estrogênio sobre o endotélio vascular inclui a vasodilatação independente do endotélio, o aumento da biodisponibilidade de óxido nítrico (vasodilatador), a inibição do crescimento das células do músculo liso e do excesso de proliferação que se segue à injúria das artérias. Todos Todos esses efeitos promovem vasodilatação, conferindo conferindo benecio nos casos de hipertensão.
5 . 3 RISCOS Os riscos associados ao uso da TH estão presentes em muitas
parecem aparecer após cinco anos de uso da terapia combinada
provas de Residência, pois é uma dúvida bastante frequente das
entre estrogênio e progesterona. No estudo WHI, houve redução
pacientes que têm indicação para o uso. É necessário que você
do número de casos de câncer de mama nas mulheres que
saiba diferenciar os riscos associados ao uso das contraindicações
ulizaram estrogênio isoladamente. Nesse estudo, não houve
absolutas ao método.
aumento do risco em sete anos, o que é tolerável para usar-se mais
A primeira grande dúvida está no efeito dos hormônios
prolongadamente nessas pacientes.
sobre a incidência de determinados cânceres. Os três síos mais
Sabe-se que o uso de estrogênio isoladamente em mulheres
estudados e que aparecem mais nas provas são: colorretal,
com útero aumenta em pelo menos três vezes o risco de câncer
endométrio e mama.
de endométrio. Tal regime terapêuco é empregado apenas
Em relação ao câncer de mama, o aumento de risco está
em pacientes histerectomizadas. Quando associado o uso da
associado ao po de TH, à dose, ao regime empregado, à via de administração, ao tempo de uso e às caracteríscas individuais
progesterona, demonstra-se demonstra-se uma redução do risco dessa neoplasia. neopla sia. Já em relação ao câncer colorretal, color retal, os estudos demonstram redução
da paciente. O aumento de risco encontrado na maior parte dos
do risco com a TH. As tabelas abaixo a baixo foram extraídas do estudo WHI,
estudos é de menos de 0,1%. A Sociedade Brasileira de Climatério
o maior já conduzido para avaliar a resposta à terapia hormonal.
considera que não há duração máxima para o tratamento, devendo
Nelas, é possível ver o risco relavo (ESTUDE EPIEMIOLOGIA) de
ser individualizado cada caso, com seus riscos e benecios. Os riscos
cada uma das neoplasias com cada regime terapêuco.
Risco de câncer com uso de terapia hormonal com estrogênio isolado (estudo WHI ave)
Women’s Health Ini-
DESFECHO
RISCO RELATIVO
MAMA
0,77 (0,59-1,01)
ENDOMÉTRIO
HISTERECTOMIZADAS
COLORRETAL
1,08 (0,75- 1,55)
Risco de câncer com uso de terapia hormonal com estrogênio associado a progestagênio (estudo WHI Women’s Health Iniave) DESFECHO
RISCO RELATIVO
MAMA
1,26 (1,00-1,59)
ENDOMÉTRIO
0,83 (0,47-1,47)
COLORRETAL
0,63 (0,43- 0,92)
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Em relação ao risco de câncer de ovário, a literatura l iteratura não apresenta dados concretos, porém alguns estudos demonstraram um aumento mínimo na incidência em pacientes com uso de TH. Já em relação ao câncer de colo do útero, não há efeito signicavo. Outro fator bastante abordado pelas provas é o risco de trombose em pacientes usuárias de TH. A incidência de TVP/TEP é de um a dois casos por 1000 mulheres/ano. Para as mulheres que usaram TH antes dos 60 anos, o risco absoluto de TEV foi raro. Doses mais baixas de TH estão associadas a risco mais baixo de trombose. A progesterona micronizada parece ser menos trombogênica que outros progestagênios. O estrogênio transdérmico também parece ser mais seguro, por não realizar a primeira passagem hepáca do metabolismo. O efeito trombogênico do estrogênio reside no fato de aumentar a síntese de fatores pró-coagulantes e de reduzir a síntese de fatores ancoagulantes. A gura abaixo ilustra esse efeito do estrogênio por via oral:
Conforme já foi citado anteriormente, o estudo WHI foi interrompido devido ao aumento de número de AVC e de tromboembolismo nas pacientes usuárias de terapia hormonal. Análises posteriores demonstraram que esses riscos estão associados a pacientes mais velhas e com mais tempo de menopausa. Um outro risco associado à TH, porém pouco abordado pelas provas, é o aumento de chance de doenças biliares. Os estrogênios aumentam a secreção e a saturação do colesterol biliar, promovem a precipitação do colesterol na bile e reduzem a molidade da vesícula biliar, aumentando a formação de cálculos. RESUMINDO:
A terapia hormonal: 1. Aumenta o risco de câncer de mama após 5 anos (terapia combinada entre progesterona progesterona e estrogênio). estrogênio). 2. Reduz o risco de câncer colorretal e de endométrio endométrio (terapia combinada entre progesterona progesterona e estrogênio. 3. Não afeta os riscos de câncer de ovário ovário e de colo uterino. uterino. 4. Aumenta o risco de trombose quando empregada empregada por via oral.Aumenta o risco de doenças cardiovasculares quando empregado fora da janela de oportunidade 5. Aumenta o risco de doenças biliares.
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A questão abaixo avalia o conhecimento do candidato sobre os riscos associados ao uso da TH:
CAI NA PROVA (Santa Casa de São Paulo - 2018) Uma paciente de 56 anos de idade procurou o serviço de climatério com quadro de ondas de calor, principalmente no período noturno, com impacto importante em sua qualidade de vida. Negou doenças associadas, uso de medicação e G1PN1A0. Sua menopausa foi aos cinquenta anos de idade. Levou mamograa BIRADS 2. O médico recomendou-lhe o uso de terapia de reposição hormonal, entretanto ela estava com receio de usar a medicação. Com base nesse caso hipotéco, assinale a alternava CORRETA CORRET A quanto à terapia de reposição hormonal (TH) e sua segurança: A) Não há relação direta entre idade e risco de trombose secundária ao uso da TH. B) O uso de estrogênio sistêmico isolado na TH não apresenta aumento do risco de câncer de mama. C)
Não há relação direta entre a via de administração hormonal de estrogênio e as taxas de trombose.
D) A TH cursa com o aumento do risco de câncer de cólon principalmente no grupo com uso de terapia de estrogênio isolada. E)
O risco de câncer de mama não está relacionado com o tempo de uso da TH combinada.
Comentários: Incorreta a alternava A, A , pois, embora seja raro em mulheres até os 60 anos, o risco relacionado à TH para eventos tromboembólicos graves aumenta com a idade. O uso de estrogênio transdérmico, associado ao uso de progesterona natural micronizada, parece ser o melhor esquema do ponto de vista tromboembólico.
Correta a alternava “B”
pois o estudo WHI ( Women’s Health Iniave), o maior envolvendo terapia hormonal, mostrou que mulheres em uso exclusivo de estrogênio apresentaram redução não signicava no risco de câncer de
mama.
Incorreta a alternava C, C, pois existe uma relação direta entre a via de administração estrogênica e a trombose. A administração por via oral tem a chamada primeira passagem hepáca, que promove aumento dos fatores de coagulação (II, VII, IX, X e XII) e diminuição dos fatores de ancoagulação (proteína C, proteína S e antrombina). Já a via transdérmica não tem essa passagem, evitando, assim, esse efeito deletério.
Incorreta a alternava D, D, pois, apesar de os dados do estudo WHI demonstrarem aumento do risco de câncer de colón com uso de TH com estrogênio isolado, esses valores não têm signicância estasca. Incorreta a alternava E, E, pois os estudos demonstram que o risco ri sco relavo de câncer de mama aumenta progressivamente progressivamente com o tempo de uso de terapia hormonal. Um estudo populacional nlandês, com mais de 221 mil mi l mulheres, demonstrou que o uso por três anos não mostra aumento de risco relavo, enquanto enquanto o uso por três a cinco anos e por dez anos, ou mais, também. Vale ressaltar que o uso de TH com estrogênio isolado tem um maior período de uso com segurança.
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5 . 4 CONTRAINDICAÇÕES Esse é o assunto sobre terapia hormonal mais abordado pelas provas de Residência. É fundamental que você saiba as principais contraindicações a essa terapêuca. Não existe uma forma de guardar essa informação a não ser fazendo questões até assimilar. É claro que um conhecimento prévio sobre o assunto pode facilitar na resolução das questões. A tabela abaixo resume as contraindicações absolutas à TH:
Contraindicações à Terapia Hormonal da Menopausa Doença hepáca descompensada Câncer de mama atual ou prévio Lesão precursora para câncer de mama Câncer de endométrio Sangramento Sangrament o vaginal de causa desconhecida Porria Doença coronariana Doença cerebrovascular Doença trombóca ou tromboembólica venosa atual ou prévia Lúpus eritematoso sistêmico Meningioma (apenas para progestágenos) Em determinadas situações, não há contraindicação ao uso, porém a TH deve ser ulizada com cautela nos seguintes casos: demência, coliciste, hipertrigliceridemia, icterícia colestáca, hiporeoidismo, retenção hídrica + disfunção cardíaca/renal, hipocalcemia grave, endometriose prévia e hemangioma. A questão abaixo aborda essa temáca:
CAI NA PROVA (Universidade Estadual do Pará – Belém 2019) Estão entre as contra-indicações absolutas para Terapia Hormonal na menopausa: A) Câncer de endométrio, Hipertensão arterial controlada e Lúpus Eritematoso Sistêmico. B) Sangramento vaginal de causa desconhecida, Câncer de mama e Porria. C)
Tromboembolismo venoso, Hepate C e Diabetes Mellitus controlado.
D) Câncer de endométrio, antecedente pessoal de câncer de colo uterino e Hipertensão controlada. E)
Câncer de mama, Diabetes mellitus controlado e Lúpus Eritematoso Sistêmico.
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Comentários: Diante do exposto pela tabela apresentada acima, a alternava a alternava correta é a letra B.
Correta a alternava “B”
No momento de introduzir a terapia hormonal (TH), é importante avaliar condições clínicas que podem ser inuenciadas pela ação hormonal e rastrear possíveis contraindicações ao seu uso. Em geral, o exame clínico de mamas ou a mamograa, o perl lipídico e a glicemia de jejum são exames recomendados antes da introdução. A ultrassonograa transvaginal não é recomendada de rona para avaliação do endométrio, pois, em mulheres que ainda menstruam, não existem valor de referência e naquelas já menopausadas e sem sangramento após, não existe indicação de rastreamento ultrassonográco.
5 . 5 REGIMES TERAPÊUTICOS A terapia hormonal pode ser dividida em duas categorias: estrogênica isolada e estroprogestava. Æ Mulheres histerectomizadas: uso de estrogênio isoladamente. Æ Mulheres com útero: estrogênio + progestagênio (proteção endometrial).
- Sequencial: estrogênio connuo + progestagênio (12 - 14 dias no mês ou a cada três a seis meses) -> preferencial até os primeiros anos de pós-menopausa. * Esse esquema apresenta taxa de sangramento maior, porém permite uma regularização do sangramento menstrual, uma queixa bastante comum nessa fase do climatério. - Connuo: ambos os hormônios connuos (preferencial na pós-menopausa).
5.5.1 TEMPO DE USO Não há um tempo máximo para o uso da terapia hormonal. As avaliações devem ser individualizadas e os riscos e benecios de cada paciente devem ser levados em consideração. Deve ser priorizado o uso na menor dose e pelo menor tempo possível para alívio dos sintomas. Segundo o Consenso da Sociedade Brasileira de Climatério, de 2018, não há diferença quanto ao retorno da sintomatologia comparando a suspensão gradava do hormônio com a rerada imediata. Estudos demonstram que é possível ter mais exibilidade no tempo de uso com a terapia estrogênica isolada, uma vez que não houve associação com aumento do risco de câncer de mama, quando não há adição de progestagênio.
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5.5.2 ESTROGÊNIOS Os estrogênios podem ser empregados por via oral, transdérmica (terapia sistêmica) ou tópica. O uso por via oral é absorvido pelo trato gastrointesnal e ange o gado para a metabolização. Esse processo é chamado de primeira passagem hepáca e é responsável pela avação de outras vias metabólicas hepácas, ocasionando os seguintes efeitos: - Aumenta os níveis de globulina carregadora de hormônios sexuais -> reduz a fração livre de androgênio circulante. - Aumenta os valores de HDL e de triglicérides e reduz os níveis de LDL. - Aumenta a produção de fatores de coagulação -> hipercoagulabilidade. - Ava o sistema renina-angiotensina-aldosterona -> elevação de PA. A via transdérmica evita essa primeira passagem hepáca, não acarretando esses efeitos secundários. Por esse movo, em pacientes com maior risco trombóco, tabagistas, obesas, hipertensas e com triglicérides elevado, é a via de escolha. As provas de Residência gostam muito de abordar questões em que o aluno deve optar pela via transdérmica da terapia hormonal devido às comorbidades da paciente. Já a via tópica é a opção de tratamento para atroa urogenital. A absorção sistêmica dessa via é mínima, não havendo as mesmas contraindicações dos regimes sistêmicos. A tabela abaixo apresenta as principais formulações estrogênicas empregadas para terapia hormonal:
Tipo
Dose
Via
17-B-estradiol 17-B-estr adiol micronizado
1 e 2 mg/dia
oral
Estradiol
25, 50 e 100 µ/dia
transdérmica (adesivo)
0,5, 1,0, 1,5 e 3 mg/dia
percutânea (gel)
Valerato de estradiol
1 e 2 mg/dia
oral
Estrogênios conjugados
0,3, 0,45, 0,625 e 1,15 mg/dia
oral
0,625 µ/dia
vaginal
2 a 6 mg/ dia
oral
0,5 mg /dia
vaginal
10 mg/dia
vaginal
Estriol
Promestrieno
CAI NA PROVA (Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina - 2015) Senhora, 56 anos de idade, mulpara, queixa-se de sintomas vasomotores há cerca de três anos, que pioraram após tratamento cirúrgico radical para mioma submucoso. Assinale a alternava que apresenta, corretamente, a melhor terapia para tal sintomatologia.
A) Androstenediona. B)
Acetato de medroxiprogest m edroxiprogesterona. erona.
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C)
Nandrolona.
D) Estrogênios e progestagênios. E)
Estradiol.
Comentários: Incorreta a alternava A, A, pois a androstenediona é um androgênio endógeno, produzido pelas glândulas suprarrenais e pelos ovários e que apresenta queda considerável na pós-menopausa. Incorreta a alternava B, B, pois o acetato a cetato de medroxiprogesterona, medroxiprogesterona, por via oral, pode ser empregado em associação com algum estrogênio nos regimes de terapia hormonal em pacientes com útero. O progestagên progestagênio io não tem efeito na melhora dos sintomas climatéricos, apenas atua na proteção endometrial. Incorreta a alternava C, C, pois a nandrolona é um androgênio anabolizante que não tem aplicação na terapia hormonal. O uso de androgênios na pós-menopausa só está indicado nos casos de disfunções sexuais (desejo e excitação), desde que excluídas outras causas. Mesmo nesses casos, a nandrolona não é uma opção. Incorreta a alternava D, D, pois a paciente em questão foi submeda à histerectomia (tratamento radical para miomas) e, portanto, não necessita de progestagênio no regime de terapia hormonal.
Correta a alternava “E”
pois a primeira linha de tratamento para para sintomas vasomotores é a terapia hormonal, desde que não haja contraindicações ao uso. Nesse caso, a paciente não apresenta útero e por isso o regime pode ser feito
com estrogênio isoladamente. Uma revisão sistemáca da Cochrane demonstrou que a terapia hormonal reduz em 75% a ocorrência de sintomas e em 87% a intensidade dos episódios, em relação ao placebo (nível de evidência A).
5.5.3 PROGESTAGÊNIOS Os progestagênios não têm papel na melhora da sintomatologia do climatério. Seu uso está indicado em pacientes que tenham indicação de TH e que possuam útero, com a única nalidade de promover atroa endometrial e reduzir o risco de hiperplasia endometrial e câncer de endométrio associado ao uso de estrogênio exógeno. Existem diversos progestagênios que podem ser empregados, devendo atender às seguintes caracteríscas: adequada potência progestacional, segurança endometrial e que preserve os benecios estrogênicos com mínimo efeito colateral. Os progestagênios apresentam outras avidades, além da atroa endometrial. A tabela abaixo apresenta algumas dessas outras ações de cada substância:
PROGESTÁGENOS ANTIANDROGÊNICOS
ANDROGÊNICOS
GLICOCORTICÓIDE
ANTIMINERALOCORTICÓIDE
Ciproterona
Levonorgestrel
Acetato de medroxiprogesterona
Drospirenona
Drospirenona
Gestodeno
Clormadinona
Desogestrel
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Gestodeno 36
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A progesterona natural micronizada é menos antagônica aos efeitos posivos do estrogênio no metabolismo lipídico, enquanto os progestagênios relacionados à testosterona diminuem os benecios sobre o perl lipídico. Já a drospirenona, por seu efeito anmineralocorcoide, tem efeito na redução da pressão arterial. Vale lembrar que o uso da progesterona não tem fator protetor na mama, podendo aumentar o risco de câncer. A progesterona natural micronizada é a que tem menos efeito na mama. Vale lembrar que a progesterona progesterona pode ser empregada isoladamente como uma forma de regularizar regulari zar os ciclos menstruais no climatério, mesmo que a paciente não apresente indicação de terapia hormonal. O sistema intrauterino liberador de levonorgestrel também pode ser ulizado como forma de proteção endometrial, sendo uma indicação que consta na bula do produto. O uso dos progestagênios na terapia hormonal foi abordado na questão abaixo:
CAI NA PROVA (UFSCAR - 2019) Na terapia de reposição hormonal combinada, ou seja, que contém estrogênio e progestágeno, qual é a função do progestágeno? A) Garanr a anconcepção que, eventualmente, pode ocorrer nas pacientes mais jovens; B) Colaborar para a redução dos fogachos e das alterações de humor, sintomas presentes nesta fase; C)
Proteção endometrial contra a hiperplasia endometrial promovida pelo estrogênio;
D) Prevenção da osteoporose que ocorre no período da pós-menopausa; E)
Todas as anteriores.
Comentários: Incorreta a alternava A, A, pois nenhuma terapia hormonal tem efeito contracepvo, devendo ser empregado outro método em caso de pacientes com risco de gestação. Apenas o DIU de levonorgestrel tem efeito contracepvo. Incorreta a alternava B, B, pois o estrogênio é o hormônio envolvido na gênese dos sintomas vasomotores. O hipoestrogenismo gera um desbalanço na secreção de neurotransmissores, causando instabilidade no centro de termorregulação hipotalâmico, tornando-o mais sensível a pequenas variações de temperatura.
Correta a alternava “C”
pois o risco de câncer de endométrio aumenta em três vezes quando empregada terapêuca com estrogên estrogênio io
isolado. Ao associarmos o progestagênio progestagênio,, observamos, inclusive, redução no risco de ocorrência. Incorreta a alternava D, D, pois é o hipoestrogenismo que leva a um desbalanço do metabolismo ósseo, promovendo uma maior reabsorção em relação à formação óssea, aumentando o risco de fraturas osteoporócas. Incorreta a alternava E, E, pois apenas uma das armavas está correta.
5.5.4 TIBOLONA A bolona é um esteroide sintéco derivado da 19-noresterona com propriedades progestagênica, estrogênica e androgênica, que pode ser empregado como terapia hormonal. As questões de Residência não costumam abordar esse tema especicamente. Ela apresenta efeito no alívio dos sintomas vasomotores, na atroa vulvovaginal e na perda de massa óssea. Também tem efeito posivo sobre a sexualidade, o bem-estar e o humor pela ação androgênica da própria molécula e pela redução dos níveis de SHBG. Diferentemente da TH estroprogestava, estudos relatam que a bolona não esmula a proliferação mamária e não aumenta a densidade mamográca, com baixa incidência de mastalgia. Prof.. Carlos Eduardo Marns| Prof Marns| Curso Extensivo | Fevereiro 2021
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CAPÍTULO
6.0 TRATAMENTO NÃO HORMONAL DOS SINTOMAS CLIMATÉRICOS Algumas pacientes apresentam sintomas vasomotores, porém não podem fazer uso da terapia hormonal por apresentarem contraindicações absolutas. Apesar de os sintomas terem origem no hipoestrogenismo, o fato da termorregulação depender da ação de neurotransmissores faz com que determinadas drogas possam auxiliar na redução dos sintomas. Os andepressivos inibidores selevos da recaptação de serotonina (ISRS) e os inibidores selevos da recaptação de serotonina e norepinefrina (IRSNs) atuam bloqueando a recaptação desses neurotransmissores, podendo diminuir os sintomas vasomotores. Outras medicações, como an-hipertensivos e anconvulsivantes também podem ser empregadas. A tabela abaixo demonstra a ecácia de cada uma dessas medicações:
DROGAS EMPREGADAS NO TRATAMENTO DE SINTOMAS VASOMOTORES E SUA EFICÁCIA MÁXIMA NA REDUÇÃO DOS SINTOMAS DROGA
EFICÁCIA
VENLAFAXINA
61%
DESVENLAFAXINA
66%
PAROXETINA SERTRALINA
51,7% RESULTADOS CONFLITANTES
FLUOXETINA
NÃO DEMONSTRA EFEITO
CLONIDINA
REDUÇÃO DISCRETA
GABAPENTINA
50%
Algumas questões de prova abordam as terapias de segunda linha para o tratamento dos fogachos:
CAI NA PROVA (Santa Casa de São Paulo - 2019) Uma mulher de 51 anos de idade procurou o serviço de ginecologia endócrina com queixas de ondas de calor, principalmente no período noturno, com impacto sobre a qualidade de vida. Ela relatou antecedente pessoal de câncer de mama e atualmente faz uso de tamoxifeno, G2PN20A, sem antecedentes familiares dignos de nota. Considerando esse caso hipotéco, assinale a alternava que apresenta a melhor conduta. A) A paciente apresenta contraindicação formal para a terapia de reposição hormonal, sendo a melhor opção para o caso a introdução da
uoxena. B) Os estudos demonstram que a droga padrão-ouro para a paciente seria a paroxena. C)
A paciente já iniciou o tratamento do câncer de mama. Sendo assim, o uso de terapia de reposição hormonal pode ser realizado com a prescrição de estrogênio e progestógeno.
D) A venlafaxina seria uma boa opção para o tratamento das ondas de calor. E)
Deve-se orientar apenas avidade sica, pois, devido ao câncer de mama, mama , está contraindicada qualquer terapêuca medicamentosa para os fogachos.
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Comentários: Incorreta a alternava A, A, pois a uoxena uoxena apresenta um efeito inconsistente na melhora dos sintomas vasomotores, segundo os estudos da literatura. Apesar disso, por ser uma das medicações disponíveis no SUS para tratamento de sintomas vasomotores, acaba sendo bastante empregada. A uoxena pode interferir no metabolismo do tamoxifeno por meio da inibição do citocromo CYP3A4 e CYP2D6, diminuindo, assim, o efeito do tamoxifeno no tratamento da neoplasia de mama. Incorreta a alternava B, B, pois a paroxena, assim como a uoxena, pode interferir no metabolismo do tamoxifeno por meio da inibição do citocromo CYP3A4 e CYP2D6, diminuindo, assim, o efeito do tamoxifeno no tratamento da neoplasia de mama. Portanto, está contraindicada nos casos em que a paciente faz uso de hormonioterapia com tamoxifeno. Vale lembrar que a paroxena é o único andepressivo aprovado pelo FDA ( Food and Drug Administraon) nos EUA para ondas de calor. Incorreta a alternava C, C, pois o uso de terapia hormonal é contraindicado tanto em mulheres com câncer de mama avo quanto em mulheres com antecedente de câncer de mama, pois o estrogênio e a progesterona têm um efeito esmulante na mama, podendo aumentar o risco de recidivas e de novas neoplasias.
Correta a alternava “D”
pois a venlafaxina é um IRSN que apresenta efeito na diminuição dos sintomas vasomotores. Estudos demonstram que seu uso nas doses de 75 e 150mg reduzem em até 61% as ondas de calor.
Incorreta a alternava E, E, pois diversos medicamentos podem ser ulizados em pacientes com câncer de mama: venlafaxina, desvenlaf desvenlafaxina, axina, gabapenna, escitalopram e clonidina.
Na questão acima, também é abordado um tema que aparece algumas vezes nas provas de Residência: a interação medicamentosa entre o tamoxifeno e alguns medicamentos usados no tratamento de sintomas vasomotores. Os andepressivos considerados fortes inibidores dos citocromos CYP3A4 e CYP2D6 são a paroxena, a uoxena e a bupropiona; já a sertralina é um inibidor moderado. Essas medicações
devem ser evitadas em pacientes ulizando tamoxifeno para tratamento de câncer de mama. Outras opções para o tratamento dos sintomas vasomotores são alguns alimentos e tomedicamentos. Apesar de não apresentarem ecácia demonstrada por estudos ciencos, as medicações liberadas pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Vigil ância Sanitária) são: os derivados do Glycine Max, soja e a Actaea racemosa.
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CAPÍTULO
7.0 RESUMO 1 . O climatério e a terapia hormonal estão entre os 10 temas mais frequentes nas provas de residência. 2 . As provas de residência gostam de confundir você com termos sobre esse tema. 3 . Climatério é o período de transição entre a fase reproduva (menacme) e o período pós-menopaus (senilidade) (senil idade) 4 . A menopausa refere-se à data da úlma menstruação de uma mulher por falência ovariana. Esse diagnósco é retrospecvo, podendo apenas ser conrmado após um ano da cessação da menstruação. 5 . Esse período de transição é marcado por diversas modicações siológicas no organismo feminino. 6 . O ponto inicial do climatério clim atério é a acentuação da atresia dos folículos ovarianos, que leva à redução da produção de Inibina B e, consequentemente, ao aumento do FSH. 7 . A fase inicial do climatério se caracteriza por níveis normais de estradiol, com ciclos mais curtos e com sangramento aumentado. 8 . Já na fase mais tardia, predominam ciclos anovulatórios, com redução do estrogênio e com irregularidade da menstruação. 9 . Os sintomas vasomotores (fogachos) são um dos sintomas mais frequentes nessa fase e ocorrem por uma alteração na regulação central da temperatura devido ao hipoestrogenismo. Se caracterizam uma onda de calor repenna, que dura de 1 a 5 minutos, predominando em tronco, membros superiores e face, associado à sudores e rubor. 10. O hipoestrogenismo leva a uma série de mudanças. As mais cobradas nas provas são: o aumento do risco cardiovascular, a atroa urogenital e as alterações no metabolismo ósseo. 11. O diagnósco do climatério é clínico, não exigindo a realização de exames. Algumas bancas consideram a realização de dosagem de FSH para diagnósco. 12. A terapia hormonal (TH) é uma das possibilidades de tratamento para os sintomas climatéricos, sendo muito cobrada pelas provas de residência. 13. As indicações primárias de TH são: sintomas vasomotores que afetem a qualidade de vida, atroa urogenital e prevenção e tratamento de osteoporose em casos selecionados. 14. A terapia hormonal deve ser empregada na janela de oportunidade: antes dos 60 anos e antes de 10 anos da menopausa. 15. Além dos benecios já citados, a terapia hormonal quando usada na janela de oportunidade diminui os riscos de doença cardiovascular e reduz o risco de câncer colorretal e de endométrio (uso de terapia combinada) 16. Os principais riscos associados ao uso da TH são: aumento do risco de câncer de mama após 5 anos de uso (terapia combinada), aumento do risco de trombose (uso por via oral), aumento de risco de doenças cardiovasculares (fora da janela de oportunidade). 17. Existem diversas contra-indicações ao uso da TH. Consulte a tabela do material e faça bastante exercícios sobre o tema para xar o conteúdo. 18. Os regimes terapêucos possíveis para a terapia hormonal são: estroprogestavo (pacientes com útero), estrogênio isolado (pacientes histerectomizadas), a terapia com estrogênio tópico (atroa urogenital) e a bolona. 19. Em pacientes com contra-indicações à terapia hormonal podem ser empregados andepressivos, an-hipertensivos e anconvulsivantes para alívio dos sintomas vasomotores.
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Preparei uma lista exclusiva de questões com os temas dessa aula! Acesse nosso banco de questões e resolva uma lista elaborada por mim, pensada para a sua aprovação. Lembrando que você pode estudar online ou imprimir as listas sempre que quiser.
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CAPÍTULO
9.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1 . Tratado de ginecologia Febrasgo / editores Cesar Eduardo Fernandes, Marcos Felipe Silva de Sá; coordenação Agnaldo Lopes da Silva Filho [et al.]. 1. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, Elsevier, 2019.
2 . HOFFMAN, Barbara L. et al. Ginecologia de Williams. Artmed Editora, 2014. Wil kins, 2019. 3 . Berek, Jonathan S. Berek & Novak's gynecology. Lippinco Williams & Wilkins, 4 . Pompei, Luciano de Melo; Machado, Rogério Bonassi; Wender Wender,, Maria Celeste Osório; Fernandes, César Eduardo Consenso Brasileiro de Terapêuca Hormonal da Menopausa – Associação Brasileira de Climatério (SOBRAC) – São Paulo: Leitura Médica, 2018.
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CAPÍTULO
10.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS Já está sabendo tudo sobre climatério e sobre terapia hormonal? Espero que sim! Mas, se ainda está inseguro, que tranquilo, o conteúdo é bem extenso e abrange tudo o que cai nas provas de Residência sobre esse tema, por isso é dicil guardar tanta informação em uma única leitura. Aproveite que você tem acesso ilimitado ao livro digital e volte a ele sempre que precisar, seja para ajudar na resolução de exercícios ou revisar a matéria. Se surgirem mais dúvidas sobre o tema deste livro ou sobre algo referente a outros conteúdos, não hesite em entrar no nosso Fórum de Dúvidas e enviar sua questão. Estamos atentos e responderemos brevemente. Mantenha seu foco nos estudos, pois o objevo está próximo. Vejo você nas videoaulas ou no próximo livro digital. Grande abraço!
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