Gestão de Transporte

March 6, 2023 | Author: Anonymous | Category: N/A
Share Embed Donate


Short Description

Download Gestão de Transporte...

Description

 

SÉRIE LOGÍSTICA

GESTÃO DE TRANSPORTES

 

SÉRIE LOGÍSTICA

GESTÃO DE TRANSPORTES

 

CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA 󲀓 CNI Robson Braga de Andrade 

Presidente

DIRETORIA DE EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA 󲀓 DIRET Rafael Esmeraldo Lucchesi Lucchesi Ramacciotti 

Diretor de Educação e Tecnologia

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL 󲀓 SENAI Conselho Nacional Robson Braga de Andrade 

Presidente

SENAI – Departamento Nacional Rafael Esmeraldo Lucchesi Lucchesi Ramacciotti 

Diretor Geral Gustavo Leal Sales Filho 

Diretor de Operações

 

SÉRIE LOGÍSTICA

GESTÃO DE TRANSPORTES

 

© 2019. SENAI – Departamento Naciona Nacionall © 2019. SENAI – Departamento Regional da Bahia A reprodução total ou parcial desta publicação por quaisquer meios, seja eletrônic eletrônico, o, mecânico, fotocópia, de gravação ou outros, somente será permitida com prévia autorização, por escrito, do SENAI.

Esta publicação foi elaborada pela Equipe de Inovação e Tecnologias Educacionais do SENAI da Bahia, com a coordenação do SENAI Departamento Nacional, para ser utilizada por todos os Departamentos Regionais do SENAI nos cursos presenciais e a distância.

SENAI Departamento Nacional Unidade de Educação Prossional e Tecnológica – UNIEP

SENAI Departamento Regional da Bahia  Inovação e Tecnologias Educacionais – ITED

FICHA CATALOGRÁFICA  S491g Serviço Nacional de Aprendizagem Aprendizagem Industrial. Departamento Nacional. Gestão de transportes / Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, Departamento Nacional, Departamento Departamento Regional da Bahia. - Brasília: SENAI/DN, 2019.  196 p.: il. - (Sé (Série rie Logística Logística). ).

ISBN

978-852018007-5

 1. Logística - Transport Transportes. es. 2. Custos. 3. Transpor Transporte te de Carga. 4. Gestão de transportes. I. Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. II. Departamento Nacional. III. Departamento Regional da Bahia. IV. Gestão de transportes. V. Série Logística.

 

SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Departamento Nacional

CDU: 658.7882

Sede  Setor Bancário Norte • Quadra 1 • Bloco C • Edifício Roberto Simonsen • 70040-903 • Brasília – DF • Tel.: (0xx61) 3317-9001 Fax: (0xx61) 3317-9190 • http://www.senai.br

 

Lista de ilustrações Figura 1 - Gestão de transportes e modais modais logísticos logísticos ............................................. ..................... ................................................ ............................................17 ....................17 Figura 2 - Gestão de transportes ................................................ ........................ ................................................ ................................................ ................................................ ................................18 ........18 Figura 3 - Trenó Trenó primitivo primitivo ............................................... ....................... ............................................... ............................................... ................................................. ................................................19 .......................19 Figura 4 - Domesticação de animais .............................................. ...................... ................................................ ................................................ ................................................ ...........................20 ...20 Figura 5 - Primeira locomotiva a motor motor ................................................ ........................ ................................................ ................................................ ...........................................21 ...................21 Figura 6 - Primeiras aplicações de dutos .............................................. ...................... ................................................ ................................................ ........................................... ................... 22 Figura 7 - Evolução das embarcações embarcações........................ ................................................ ................................................ ................................................ ...............................................23 .......................23 Figura 8 - 14 Bis .............................................. ...................... ................................................ ............................................... ................................................ ................................................. ........................................... ................... 25 Figura 9 - Movimentação de carga e passageiros transportados transportados em 2017, por modalidade ..............26 Figura 10 - Classicação e nomenclatura nomenclatura de rodovias......................... rodovias................................................. ............................................... .......................................27 ................27 Figura 11 - Principais ferrovias do Brasil ............................................... ....................... ................................................ ................................................ ...........................................29 ...................29 Figura 12 - Modal aquaviário brasileiro..................................... brasileiro............................................................. ................................................ ............................................... ...............................30 ........30 Figura 13 - Comboio na hidrovia hidrovia Paraguai-Paraná Paraguai-Paraná ............................................... ....................... ................................................ ...............................................32 .......................32 Figura 14 - Eclusa de Tucuruí, Tucuruí, no rio Tocantins............................................... ....................... ................................................ ............................................... ...............................33 ........33 Figura 15 - Fluxo de carga do transporte aéreo brasileiro brasileiro ............................................. ..................... ................................................ ...................................34 ...........34 Figura 16 - Distribuição de derivados de petróleo ............................................... ....................... ................................................ ...............................................35 .......................35 Figura 17 - Malha dutoviária dutoviária brasileira .............................................. ...................... ................................................ ................................................ ...............................................35 .......................35 Figura 18 Figura 19 Figura 20 Figura 21 Figura 22 Figura 23 Figura 24 Figura 25 Figura 26 Figura 27 Figura 28 Figura 29 Figura 30 Figura 31 Figura 32 Figura 33 Figura 34 Figura 35 Figura 36 Figura 37 Figura 38 Figura 39 Figura 40 Figura 41 Figura 42 Figura 43 Figura 44 -

Modais de transporte ................................................ ........................ ................................................ ................................................ ................................................ ...............................36 .......36 Integração modal e custos custos .............................................. ....................... ............................................... ................................................ ...............................................37 .......................37 Modal rodoviário rodoviário........................................................................................................................................38 ........................................................................................................................................38 Tipos de veículos veículos utilizados no modal modal rodoviário..........................................................................39 rodoviário..........................................................................39 Modal Ferroviário............................................. ..................... ................................................ ................................................ ................................................ ..........................................40 ..................40 Composição em operação operação ................................................ ........................ ................................................ ................................................ ..............................................41 ......................41 Modal aéreo ............................................... ....................... ................................................ ................................................ ................................................. ................................................ .........................42 ..42 Modal aquaviário .............................................. ...................... ............................................... ............................................... ................................................. ..........................................43 .................43 Sistema de cabotagem no Brasil ............................................. ..................... ................................................ ............................................... .....................................44 ..............44 Porto de Manaus ............................................... ....................... ................................................ ................................................ ................................................ .........................................45 .................45 Porta contêiner .............................................. ...................... ................................................ ................................................ ................................................. .............................................47 ....................47 Modal dutoviário....................................................... dutoviário................................ ............................................... ................................................ ................................................. .................................47 ........47 Comparativo de volume de movimentação movimentação dutovias e cami caminhões nhões .......................................48 Duto aéreo.................................................... aéreo............................ ................................................ ................................................ ................................................ ................................................ ........................49 49 Duto encapsulado encapsulado pneumático pneumático (PC (PCP) P) ................................................ ........................ ................................................ ................................................ ........................50 50 Gestão de frota e controle controle de veículos .............................................. ...................... ................................................ ................................................ ........................ 55 Veículos Veículos utilizados no transporte de carga .............................................. ...................... ................................................ ........................................56 ................56 Modais de transporte ............................................... ........................ ............................................... ................................................ ................................................. ................................57 .......57 Modelo de cha técnica ............................................... ....................... ................................................ ................................................ ................................................ ...........................58 ...58 Capacidades mínimas mínimas e máximas por modais ............................................. ..................... ................................................ ...................................59 ...........59 Comparativo de capacidade capacidade de veículos nos diferentes diferentes modais .............................................60 ...................... .......................60 Adesivo de capacidade do caminhão caminhão ............................................. ..................... ................................................ ............................................... ...........................61 ....61 Adesivo para dimensão dimensão de veículo veículo rodoviários............................................... ....................... ................................................ ...............................62 .......62 Cálculo de lotação e peso bruto total ............................................. ..................... ................................................ ............................................... ...........................64 ....64 Programação de entregas............................................................ entregas.................................... ................................................ ............................................... ...................................66 ............66 Liberação de veículos de carga.............................................. ...................... ................................................ ............................................... .......................................67 ................67 Modelo de diário de bordo ............................................. ..................... ................................................ ................................................ ...............................................68 .......................68

Figura 45 - Aplicativo de controle controle de frota .............................................. ...................... ................................................ ............................................... .......................................68 ................68

 

Figura 46 Figura 47 Figura 48 Figura 49 Figura 50 Figura 51 Figura 52 -

Rotinas do transporte transporte de carga ............................................. ..................... ................................................ ................................................ .......................................69 ...............69 Cotação de preço preço de frete ............................................... ....................... ................................................ ................................................ ...............................................70 .......................70 Contratação de frete frete .............................................. ...................... ................................................ ................................................ ................................................ ...................................72 ...........72 Frete por redespacho ............................................ ..................... ............................................... ................................................ ................................................. ...................................73 ..........73 Composição do cálculo de frete rodoviário ............................................... ....................... ................................................ ......................................74 ..............74 Calculando o valor do frete.............................................. ...................... ................................................ ................................................ ..............................................75 ......................75 Negociação de frete ................................................ ........................ ................................................ ................................................ ................................................ ..................................78 ..........78

Figura 53 Figura 54 Figura 55 Figura 56 Figura 57 Figura 58 Figura 59 Figura 60 Figura 61 Figura 62 Figura 63 Figura 64 Figura 65 -

Contratação de serviços ............................................ ..................... ............................................... ................................................ ................................................. ..............................80 .....80 Desenvolvimento Desenvolvimento de fornecedores............................................... ....................... ................................................ ................................................ ..............................81 ......81 Gestão de frota .............................................. ...................... ............................................... ............................................... ................................................. ..............................................83 .....................83 Registro de ocorrências .............................................. ...................... ................................................ ................................................ ................................................ .............................86 .....86 Modelo de ocorrência ............................................. ..................... ................................................ ................................................ ................................................ .................................88 .........88 Modelo de viagens e consumo de combustível combustível ................................................ ........................ ................................................ .............................89 .....89 Título de Embarcação Embarcação .............................................. ...................... ................................................ ................................................ ................................................ .................................90 .........90 Carteira Nacional Nacional de Habilitação............................................. ..................... ................................................ ................................................ .....................................93 .............93 Piloto de aeronave aeronave comercial comercial ............................................... ....................... ................................................ ................................................ .........................................94 .................94 Capitão .............................................. ...................... ............................................... ............................................... ................................................. ................................................. ....................................95 ............95 Registro nacional nacional de transportadores rodoviários rodoviários ................................................ ........................ ................................................ ........................97 97 Cooperação empresarial ................................ ........................................................ ................................................ ............................................... ........................................99 .................99 Fiscalização de produtos produtos perigosos ................................................ ........................ ................................................ ............................................... ........................... 101

Figura 66 Figura 67 Figura 68 Figura 69 Figura 70 Figura 71 Figura 72 Figura 73 Figura 74 Figura 75 Figura 76 Figura 77 Figura 78 Figura 79 Figura 80 Figura 81 Figura 82 Figura 83 Figura 84 Figura 85 Figura 86 Figura 87 Figura 88 Figura 89 Figura 90 Figura 91 Figura 92 -

Levantamento Levantamento de informações informações para o dimensionamento dimensionamento da frota ..................................... 103 Informações para cálculo cálculo de dimensionamento dimensionamento de frota ....................... ............................................... ................................. ......... 104 Cálculos para para o dimensionamento dimensionamento de frota............................................. ..................... ................................................ ..................................... ............. 105 Análise de veículos veículos de uma frota frota ............................................. ..................... ................................................ ................................................ ................................. ......... 106 Indicadores de desempenho desempenho da frota ................................................ ........................ ................................................ ............................................. ..................... 108 Controles no transporte de cargas .............................................. ...................... ................................................ ................................................ ............................. ..... 111 Carga seca................................................. seca......................... ................................................ ................................................ ................................................. ................................................ ......................... 113 Carga viva .............................................. ...................... ............................................... ............................................... ................................................. ................................................. ............................ .... 113 Carga granel granel..............................................................................................................................................114 ..............................................................................................................................................114 Carga granel líquido ......................................... ................. ................................................ ................................................ ................................................ .................................... ............ 115 Carga neogranel ............................................. ...................... ............................................... ................................................ ................................................. ........................................ ............... 115 Carga perecível ............................................. ..................... ................................................ ................................................ ................................................ ........................................... ................... 116 Carga congelada ................................................................. ......................................... ................................................ ................................................ ........................................... ................... 116 Carga frágil ............................................. ..................... ............................................... ............................................... ................................................. ................................................. ............................ 117 Carga perigosa ............................................... ....................... ................................................ ................................................ ................................................ .......................................... .................. 118 Ficha de Informações Informações de Segurança de Produtos Produtos Químicos (FISPQ) (FISPQ) ................................... ..................... .............. 119 Transporte de produtos produtos perigosos perigosos ............................................. ..................... ................................................ ................................................ .............................. ...... 120 Certicado para o Transporte Transporte de Produtos Perigosos Perigosos (CTPP)............................................... ....................... ............................ 121 Riscos no transporte transporte de cargas ................................................ ........................ ................................................ ................................................ .................................. .......... 122 Segurança da carga.............................................. ...................... ................................................ ................................................ ................................................ .................................. .......... 123 Estratégias de segurança ............................................... ........................ ............................................... ................................................ .............................................. ...................... 124 Sinistros ............................................. ..................... ............................................... ............................................... ................................................. ................................................. ................................. ......... 126 Ocorrências de sinistros .............................................. ...................... ................................................ ................................................ ................................................ .......................... 129 Contratação de apólice apólice de seguro............................................... ....................... ................................................ ............................................... ............................. ...... 130 Seguro DPVA DPVAT ............................................. ..................... ................................................ ................................................ ................................................ ............................................. ..................... 131 Colisão em transporte rodoviário ................................................ ........................ ................................................ ................................................ ............................. ..... 132 Transporte Transporte aéreo de carga carga .............................................. ...................... ................................................ ................................................ ............................................. ..................... 133

Figura 93 - Transporte Transporte aquaviário .............................................. ...................... ................................................ ................................................ ................................................ ............................. ..... 134

 

Figura 94 - Procedimentos Procedimentos de sinistro sinistro ............................................... ....................... ................................................ ................................................ ............................................ .................... 135 Figura 95 - Polícia Rodoviária Federal Federal do Brasil.............................................. ...................... ................................................ ................................................ ............................ .... 136 Figura 96 - Atenção à legislação .............................................. ...................... ................................................ ................................................ ................................................ ................................ ........ 142 Figura 97 - Impactos dos produtos perigosos perigosos à natureza natureza .............................................. ...................... ................................................ ................................ ........ 143 Figura 98 - Situações de movimentação movimentação de carga carga ........................ ................................................ ................................................ ............................................ .................... 144 Figura 99 - Riscos nas atividades de transportes ............................................... ....................... ................................................ ................................................ ........................ 146 Figura 100 - Cores para sinalização de segurança segurança ................................................ ........................ ................................................ ............................................ .................... 147 Figura 101 Figura 102 Figura 103 Figura 104 Figura 105 Figura 106 Figura 107 Figura 108 108 Figura 109 109 Figura 110 110 Figura 111 Figura 112 Figura 113 -

Selo de certicação SASSMAQ ................................................ ........................ ................................................ ................................................ ................................ ........ 148 Operações de movimentação de produtos perigosos ............................................... ....................... .................................... ............ 149 Transporte Transporte de carga indivisível indivisível................................................ ........................ ................................................ ................................................ ................................ ........ 151 Amarração de carga ................................................ ........................ ................................................ ................................................ ................................................. ............................ ... 152 Amarração correta de cargas ............................................... ........................ ............................................... ................................................ .................................... ............ 152 Cericados e licenças ............................................... ....................... ............................................... ............................................... ................................................. ............................ ... 153 Tecnologias da informação informação e transportes ................................................ ........................ ................................................ ................................... ........... 157 Tecnologias aplicadas aplicadas à gestão de transportes .............................................. ...................... ................................................ ........................... ... 158 Tecnologias para para segurança de veículos veículos e cargas cargas ..................... ............................................. ............................................... ....................... 161 Conferência Conferência de nota scal no recebimento recebimento............................................. ..................... ................................................ ................................... ........... 162 Sistema de rastreamento rastreamento via satélite satélite ............................................. ...................... ............................................... ............................................... ....................... 163 Sistema de rastreamento rastreamento por GPS .............................................. ....................... ............................................... ................................................ ........................... ... 164 Sistemas de bloqueio bloqueio de veículo ............................................. ...................... ............................................... ................................................ ............................... ....... 166

Figura 114 114 Figura 115 Figura 116 Figura 117 Figura 118 Figura 119 Figura 120 Figura 121 Figura 122 -

Sistema de registro de uma etiqueta etiqueta RFID................................................ ........................ ................................................ .................................. .......... 167 Equipamento de rastreamento e autenticação autenticação de mercadorias....................... ......................................... .................. 169 Identicação de percursos percursos internos ................................................ ........................ ................................................ .............................................. ...................... 170 Coleta de produtos produtos para entrega entrega ............................................. ..................... ................................................ ................................................ .............................. ...... 171 Acidente com carga carga no modal modal rodoviário............................................. ..................... ................................................ ...................................... .............. 172 Estouro de pneu ............................................. ..................... ................................................ ................................................ ................................................. ...................................... ............. 173 Plano de manutenção de veículos veículos ........................ ............................................... ............................................... ................................................ ............................ 174 Sistema de gestão de transportes............................................ ..................... ............................................... ................................................ .............................. ...... 175 Módulos de software  TMS .................................................................................................................176

Quadro 1 - Comparativo das modalidades de transporte no Brasil ............................................... ....................... .........................................51 .................51 Quadro 2 - Modelo de controle de manutenção ...................................................................................................84 Quadro 3 - Modelo de viagens e consumo de combustível ..............................................................................85 Quadro 4 - Lista de códigos de ocorrências na entrega ......................................................................................87  T  Tabela abela 1 - Tabela de peso máximo admitido por eixo ou conjunto de eixos .......................................... .............................................64 ...64  T  Tabela abela 2 - Tabela de frete ............................................. ..................... ................................................ ............................................... ................................................ ................................................. ...........................77 ...77

 

Sumário 1 Introdução  ........................................................................................................................................................................13

2 Gestão de transportes de modais logísticos .......................................................................................................17 2.1 Gestão de transportes ...............................................................................................................................18 2.2 Evolução dos transportes .........................................................................................................................19 2.2.1 Transportes terrestres ..............................................................................................................19 2.2.2 Transporte aquaviário .............................................................................................................22 2.2.3 Transporte aeroviário ...............................................................................................................24 2.3 Matriz de transporte brasileira ............................................................................................................... 25 2.3.1 Sistema rodoviário ....................................................................................................................26 2.3.2 Sistema ferroviário ....................................................................................................................27 2.3.3 Sistema aquaviário ...................................................................................................................30 2.3.4 Sistema aeroviário ....................................................................................................................33 2.3.5 Sistema dutoviário ....................................................................................................................34 2.4 Modais de transporte .................................................................................................................................36 2.4.1 Rodoviário ...................................................................................................................................38 2.4.2 Ferroviário ....................................................................................................................................40 2.4.3 Aéreo .............................................................................................................................................42 2.4.4 Aquaviário ...................................................................................................................................43 2.4.5 Dutoviário ....................................................................................................................................47 2.4.6 Análise comparativa dos modais   .................. .................................... .................................... .................................51 ...............51 3 Gestão de frota e controle de veículos .................................................................................................................. 55 3.1 Veículos ...........................................................................................................................................................56 3.1.1 Tipos de veículos .......................................................................................................................56 3.1.2 Ficha técnica ...............................................................................................................................57 3.1.3 Capacidade do veículo ............................................................................................................59 3.1.4 Capacidade do veículo de acordo com a legislação ....................................................60 3.1.5 Programação de recebimentos recebimentos............................................... ....................... ................................................ .............................................65 .....................65 3.1.6 Diário de bordo ..........................................................................................................................67 3.2 Atividades de transporte ..........................................................................................................................69 3.2.1 Cotação de serviços .................................................................................................................70 3.3 Fretes................................................................................................................................................................72 3.3.1 Conceitos e tipos .......................................................................................................................72 3.3.2 Cálculo .........................................................................................................................................74 3.3.3 Tabela  ................ .................................. .................................... .................................... .................................... .................................... ......................77 ....77 3.3.4 Negociação de fretes ...............................................................................................................78 3.3.5 Contratação de fornecedores de serviços .......................................................................79 3.3.6 Desenvolvimento Desenvolvimento de novos fornecedores ....................... ............................................... ............................................... ........................81 .81 3.3.7 Distribuição de veículos de acordo com o local de trabalho ....................................82 ........................ ............82

 

3.4 Gestão de frotas ...........................................................................................................................................83 3.4.1 Controle de frota .......................................................................................................................83 3.4.2 Registros de ocorrências ........................................................................................................86 3.4.3 Documentação e licenças de veículos  .............................................................................88 3.4.4 Documentos para o transporte de cargas .......................................................................91 3.4.5 Documentos de condutores .................................................................................................92 3.4.6 Alocação de veículos de transporte ...................................................................................96 3.4.7 Contratação de terceiros .......................................................................................................96 3.4.8 Dimensionamento da frota ................................................................................................102 3.4.9 Avaliação da frota ..................................................................................................................106 3.4.10 Indicadores de bens ...........................................................................................................107 4 Controle Controle do transporte transporte e gestão de riscos riscos ............................................... ....................... ................................................ ................................................ ................................ ........ 111 4.1 Controle do transporte ...........................................................................................................................112 4.1.1 Tipos de cargas .......................................................................................................................112 4.1.2 Documentação de cargas perigosas: FISPQ, LETPP e CTPP .................................... ..................... ............... 118 4.2 Gerenciamento de risco .........................................................................................................................122 4.2.1 Plano de gerenciamento de riscos ..................................................................................122 4.2.2 Seguros ......................................................................................................................................126 4.2.3 Modalidades de apólices: de veículos, de carga, de produtos ..............................131 4.2.4 Procedimentos de sinistros: registro da ocorrência, acompanhament acompanhamento o da ocorrência .................................................................................................................................135

5 Legislação para o transporte de cargas .............................................................................................................141 5.1 Legislação para o transporte de cargas ............................................................................................142 5.1.1 NR 11 ..........................................................................................................................................144 5.1.2 NR 16 ..........................................................................................................................................145 5.1.3 NR 26 ..........................................................................................................................................146 5.1.4 Sistema de Avaliação de Saúde, Segurança, Meio Ambiente e Qualidade (SASSMAQ)................................................................................................................................147 (SASSMAQ) ................................................................................................................................147 5.1.5 Movimentação de Produtos Perigosos (MOPP) ..........................................................148 5.1.6 Cargas indivisíveis ..................................................................................................................150 5.1.7 Amarração de cargas ............................................................................................................151 5.1.8 Certicações (renovações) ..................................................................................................153 6 Tecnologia da informação aplicada à gestão de transportes .....................................................................157 6.1 Tecnologias no transporte ....................................................................................................................158 6.2 Sistemas de segurança para cargas e veículos ..............................................................................161 6.2.1 Rastreio de carga e documentos de carga....................................................................161 6.2.2 Rastreadores e bloqueadores de veículos ....................................................................162 6.3 Identicação de percursos internos ..................................................................................................168 6.4 Tipo de transporte para retirada de mercadoria ...........................................................................170 6.5 Ocorrência de acidentes com cargas ................................................................................................172 6.6 Falhas de equipamentos e veículos ...................................................................................................173 6.7 Transport Transport Manager System  (TMS) ........................................................................................................175

 

Referências ........................................................................................................................................................................181 Minicurrículo do autor ..................................................................................................................................................191

Índice  ..................................................................................................................................................................................193

 

Introdução

1 Prezado aluno (a),

É com grande satisfação que o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI) traz o livro didático de Gestão de Transportes.  Este livro tem como objetivo compreender as responsabilidades envolvidas na gestão de frotas, bem como o emprego de ferramentas computacionais que permitam um maior controle e maior eficiência das operações. Nos capítulos a seguir, vamos estudar os modais e sistemas de transporte, a gestão de frotas e controle de veículos, os tipos de carga, cotação e negociação de fretes, as documentações exigidas, o gerenciamento de riscos, seguros e legislações, as normas regulamentadoras e, por fim, as tecnologias da área, rastreadores e bloqueadores, o software  de gerenciamento de frota e as perspectivas no âmbito da revolução industrial. Cada conhecimento do seu livro didático é de extrema importância para a sua formação profissional como técnico em Logística. Por fim, esta unidade curricular servirá para despertar suas capacidades sociais e técnicas. E o nosso objetivo é fazer com que você, aluno (a), aproveite ao máximo essa experiência. Os estudos desta unidade curricular lhe permitirão desenvolver:

CAPACIDADES CAPACIDADES SOCIAIS a) Analisar alternativas propostas; b) Demonstrar atitudes éticas nas ações e nas relações interpessoais; c) Demonstrar iniciativa no desenvolvimento das atividades sob a sua responsabilidade; d) Demonstrar organização nos próprios materiais e no desenvolvimento das atividades; e) Demonstrar postura de cooperação com a equipe na solução de problemas propostos;

 

14

GESTÃO DE TRANSPORTES

f) Identificar as orientações dadas ao grupo de trabalho; g) Integrar os princípios da qualidade às atividades sob a sua responsabilidade; h) Organizar e transmitir, com clareza, dados e informações técnicas; i) Utilizar as ferramentas, instrumentos e insumos colocados à sua disposição de procedimentos técnicos e as recomendações recebidas.

CAPACIDA CAPACIDADES DES TÉCNICAS a) Analisar a capacidade do veículo de acordo com a carga; b) Analisar as condições de acesso de veículos ao local de armazenamento de cargas perigosas; c) Analisar contratos em relação a prazos, quantidades e meios de transportes; d) Analisar os tipos, a funcionalidade e a relação custo x benefício dos veículos de transporte; e) Analisar procedimentos de manuseio de cargas normais e perigosas; f) Analisar sistemas de frete de acordo com o modal; g) Avaliar os indicadores gerados pelo software  de gestão de transporte; h) Controlar documentação fiscal das cargas perigosas; i) Especificar modal de transporte e tipo de veículo;  j) Estabelecer padrões de desempenho para o desenvolvim desenvolvimento ento de no novos vos fornecedores de serviços de transporte; k) Estimar o dimensionamento da frota; l) Identificar a necessidade de contratação de terceiros; m) Identificar as circunstâncias de utilização dos formulários para registro de ocorrência; n) Identificar fornecedores de serviços de transporte; o) Identificar os procedimentos de acordo com o tipo de sinistro; p) Identificar sistemas de rastreamento de cargas; q) Identificar sistemas de segurança de cargas e de veículos de acordo com o tipo de carga; r) Interpretar seguro considerando a apólice de veículos e cargas; s) Planejar a alocação de veículos; t) Reconhecer a documentação e os licenciamentos requeridos para uso de veículos; u) Reconhecer as normas aplicáveis à manipulação, transporte e armazenagem de produtos perigosos.

 

 1 INTRODUÇÃO

15

Lembre-se de que você é o principal responsável por sua formação e isso inclui ações proativas, como: a) Consultar seu professor-tutor sempre que tiver dúvida; b) Não deixar as dúvidas para depois; c) Estabelecer um cronograma de estudo que você cumpra realmente; r ealmente; d) Reservar um intervalo para quando o estudo se prolongar um pouco mais.

Bons estudos!

 

Gestão de transportes de modais logísticos

2 Neste capítulo, será possível discutir sobre gestão eficiente dos transportes no atendimento às demandas de suprimentos. Para isso, é importante entender o impacto que as atividades de transporte geram sobre o nível de serviço ao cliente e aos custos operacionais da empresa. Inicialmente, realizaremos uma breve análise histórica, buscando entender a relevância do transporte nas atividades humanas e sua evolução. Dando sequência à construção do conhecimento, abordaremos a realidade da matriz de transportes brasileira, uma vez que a gestão dos transportes perpassa por questões que extrapolam a atuação da empresa, sendo impactada pela disponibilidade de infraestruturas de apoio logístico disponibilizadas pelo poder público, deixando a qualidade e possibilidades de atuação das empresas atreladas à matriz de transporte nacional.

Figura 1 - Gestão de transportes e modais logísticos logísticos Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

Mas, para uma gestão acertada, envolvendo a qualidade do serviço, o atendimento a tendimento a prazos e o balanceamento dos custos, depende-se, diretamente, das escolhas realizadas r ealizadas para a execução do serviço, como a modalidade de transporte a ser utilizada e as estratégias possibilitadas a

 

18

GESTÃO DE TRANSPORTES

partir dessa escolha, sendo fundamental ao profissional de logística conhecer as características, vantagens e desvantagens de cada uma, a fim de aplicá-las de forma competitiva.

2.1 GESTÃO DE TRANSPORTES Em Logística, definimos transporte como a atividade de movimentar materiais entre regiões e empresas. Esse serviço, agregado às atividades produtivas, possibilita elevar o nível de serviço do sistema logístico. Ou seja, transportar significa movimentar bens ou pessoas de um ponto a outro, sendo um dos maiores desafios da logística possibilitar que esse fluxo aconteça de forma rápida, eficiente e ao menor custo possível. Com a dinâmica do mercado e a expansão das áreas de atuação das empresas, impõe-se a necessidade de se relacionar com outras localidades. Por essa razão, produtores de insumos precisam disponibilizar matéria-prima para empresas beneficiadoras, assim como as unidades produtoras precisam distribuir seus produtos para zonas de consumo. Nesse sentido, adotar boas práticas de gestão torna os processos logísticos mais eficientes.

Figura 2 - Gestão de transportes transportes Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

É fato que o transporte representa um dos elementos mais importantes na logística, pois é o meio responsável por aproximar as empresas produtoras de seus clientes e de seus fornecedores, facilitando o atendimento às demandas e ampliando suas possibilidades de atuação. E é comum as pessoas associarem logística apenas às funções de transportar mercadorias, pois essa é uma das atividades que mais oneram o serviço logístico, impactando diretamente sobre o custo total de operação. Nesse sentido, gerir as operações de transporte de forma adequada, utilizando os meios de transporte disponíveis de forma racional, implementando estratégias de controle das operações, otimizando a utili-

 

 2 GESTÃO DE TRANSPORTES DE MODAIS LOGÍSTICOS

19

zação da mão de obra e apoiando-se em tecnologias que permitam maior celeridade das operações, contribui para aumentar a competitividade da organização e fazem do transporte uma ferramenta estratégica para o sucesso.

2.2 EVOLUÇÃO DOS TRANSPOR TRANSPORTES TES Para falar sobre a influência do transporte na vida do homem, é importante buscarmos entender a sua aplicação desde os primórdios da história até os dias atuais. O homem, como um ser inventivo, sempre busca, a partir das suas limitações, desenvolver soluções que tornem a vida mais confortável e a realização dos trabalhos mais eficiente. Nesse contexto histórico, o desenvolvimento dos meios de transporte terrestres, aquáticos ou aéreos, utilizados para levar bens e pessoas de um lugar a outro, ganharam grande influência na mudança do estilo de vida do homem, intervindo significativamente no modo de execução de várias atividades.

2.2.1 TRANSPORTES TERRESTRES Os primeiros sinais de movimentação de produtos são registrados em operações terrestres, na movimentação de caça e no transporte de alimentos coletados. Por isso, trataremos dos principais marcos históricos por tipo de modalidade de transporte terrestre: rodoviário, ferroviário e dutoviário.

RODOVIÁRIO Um dos primeiros indícios de aplicação de técnicas de transporte em práticas do dia a dia é a do trenó primitivo. Feito com peles de animais ou cascas de árvores, acomodava os insumos coletados e possibilitava arrastá-los de uma única vez; era utilizado sobre diversas superfícies: neve, capim e regiões semialagadas, possibilitando transpor distâncias e aplicar a força de forma f orma balanceada, utilizando a tração do corpo.

Figura 3 - Trenó primitivo Fonte: MUSEU VIRTUAL DO TRANSPORTE URBANO, [201-?].

 

20

GESTÃO DE TRANSPORTES

Destaca-se também como elemento de grande importância para o desenvolvimento do transporte no mundo a domesticação dos animais. Datada de 4.000 a.C, surge quando o homem percebe que a utilização da força animal para sua locomoção e para o transporte de cargas seria uma saída para facilitar a mobilidade de recursos.

Figura 4 - Domesticação de animais Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

Ademais a essas aplicações, a invenção da roda pode ser pontuada como um marco à evolução dos meios de transporte. Sua origem é indefinida, mas uma prefiguração da criação da roda é atribuída ao sistema de rolagem utilizado por primitivos, no qual rolos de madeira em paralelo eram utilizados para deslocar animais de grande porte que haviam sido abatidos.

CURIOSIDADES

Embora algumas imagens relacionem o homem pré-histórico com a invenção da roda, não existem achados arqueológicos que comprovem sua origem pré-histórica.

Existem diversas teorias sobre o surgimento da roda, mas os primeiros testemunhos de seu aparecimento ligam sua história à civilização Suméria, aproximadamente em 3.000 a.C., onde a imagem do estandarte de Ur1 mostra uma típica cena de transporte com a presença de carros de combate com suas rodas formadas de peças de madeira (SOUZA, 2016). Os mesopotâmios, babilônicos e assírios prosseguiram o desenvolvimento dos carros originalmente criados pelos sumérios, mas introduziram novos aperfeiçoamentos. A roda permitiu a melhor locomoção

de placa de madeira madeira 1 Estandarte de Ur: são figuras talhadas em uma espécie de

 

 2 GESTÃO DE TRANSPORTES DE MODAIS LOGÍSTICOS

21

do homem e os antigos caminhos foram transformados em verdadeiras estradas, permitindo o acesso mais ágil entre as cidades. Em Roma, foram criados os primeiros elementos básicos do sistema viário, surgindo o trânsito e os problemas decorrentes dele, sendo necessária a adoção de recursos de sinalização, marcos quilométricos e indicações de sentido, ou seja, as primeiras regulamentações de trânsito.

FERROVIÁRIO Outro avanço que trouxe grandes modificações ao transporte foi o desenvolvimento da máquina autopropulsora a vapor – idealizada pelo padre jesuíta belga, Ferdinand Verbiest, em 1681, em Pequim –, que foi uma das precursoras do trem.

Figura 5 - Primeira locomotiva a motor Fonte: SENAI DR BA, 2019.

Até o fim do século XIX, as estradas que mais se desenvolveram foram as de ferro, pois ainda não existiam automóveis e caminhões, sendo o trem o meio de transporte mais cômodo e barato. Além do transporte rodoviário e do ferroviário, os modais terrestres contam com sistemas de dutos para a distribuição de materiais e produtos, sobre os quais estudaremos a seguir.

DUTOVIÁRIO Desde os tempos mais remotos, o homem já adotava sistemas de canalização para a irrigação nos campos. Civilizações como China, Roma, Grécia, Egito e os Astecas já utilizavam tubulações construídas com cerâmica, bambu ou chumbo como meio transportador de materiais. Com o passar do tempo, buscou-se aprimorar as técnicas, especializando-se no transporte de água, esgoto, produtos químicos, sólidos diluídos, gases e outros insumos.

 

22

GESTÃO DE TRANSPORTES

Figura 6 - Primeiras aplicações de dutos Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

No Brasil, a primeira linha de distribuição de petróleo entrou em operação em 1942, na Bahia. Tendo diâmetro de 2 polegadas e 1 km de extensão, ligava a refinaria experimental de Aratu e o porto de Santa Luzia. A partir da criação da Petrobras, em 1953, o transporte por dutos foi intensificado, com a construção dos oleodutos na Região de Produção da Bahia (RPBa), essenciais ao escoamento dos novos campos de petróleo descobertos. A partir daí, houve um grande desenvolvimento desse modal aplicado a diversas finalidades.

2.2.2 TRANSPORTE AQUAVIÁRIO Desde o princípio da história da humanidade, o indivíduo utilizava pequenas embarcações marítimas e fluviais para se deslocar de um lugar para o outro a procura de melhores condições de vida. E, por isso, sempre procurou ampliar seus conhecimentos de navegação, construindo embarcações cada vez maiores, que permitissem transportar maiores quantidades de insumos e alcançar lugares mais distantes. Essa evolução das embarcações fez com que os povos conquistassem terras e descobrissem novos continentes, demonstrado ao mundo a importância do transporte aquaviário, sobretudo marítimo.

 

 2 GESTÃO DE TRANSPORTES DE MODAIS LOGÍSTICOS

23

Figura 7 - Evolução das embarcações Fonte: SENAI DR BA, 2018.

A utilização de navios como meio de transporte se propagou há 5.000 anos, na civilização ocidental, com a invenção do barco a vela. A utilização da força f orça do vento tornou possível o deslocamento de pessoas e mercadorias por distâncias cada vez maiores. Por volta de 2.500 a. C., barcos egípcios estabeleceram o comércio ent entre re a foz do Nilo e a terra de Canaã, enquanto a civilização Suméria navegava entre os rios Eufrates e Tigre, saindo do golfo pérsico e estabelecendo o comércio com a Índia. A 800 a.C., os fenícios estabeleciam colônias na Espanha e norte da África. Os Romanos utilizaram as “Galeras ou Galés”, barcos com uma vela quadrada em um único mastro, que também eram movidos a remo, para manobras de guerra e maior aceleração da embarcação; os remadores eram escravos e condenados, forçados a trabalhar à base de chicotadas até a exaustão, o que muitas vezes os levava à morte. A navegação no Mediterrâneo dependia da habilidade do marinheiro em reconhecer as direções do vento para a realização da travessia desejada. Nascia, então, a Rosa dos Ventos, escola de orientação naval. Os Vikings, durante os séculos VIII e XI, também foram grandes navegadores; seus barcos eram chamados de dragões e possuíam grande destreza em manobras de guerra. As caravelas, navios maiores com vários mastros com velas, possibilitavam maior rapidez no deslocamento, tornando-se o principal meio de transporte para o comércio e ligação entre continentes. A partir da sua utilização na exploração de novas rotas e territórios para a busca de especiarias e riquezas, decorreu-se a colonização de várias regiões da África, Ásia, inclusive, dando início ao processo de colonização do Brasil. As caravelas foram uma grande inovação tecnológica para a época. Cabral partiu de Portugal, no final do século XV, com 13 embarcações, chegando ao Brasil em 22 de abril de 1500, em uma operação que pode ser denominada como a primeira operação de transporte na “Terra de Vera Cruz” (FELIPPES, 2005).

 

24

GESTÃO DE TRANSPORTES

A criação do barco a vapor dificilmente pode ser creditada a um inventor particular, pois a adaptação do motor a vapor para propulsão de embarcações foi tentada por vários projetistas, tanto na Europa, quanto na América. O desenvolvimento da navegação a vapor caracterizou-se, depois disso, pela construção de navios cada vez maiores e mais potentes.

CURIOSIDADES

Um marco na navegação foi a construção do transatlântico Titanic, Titanic, em 1912. Ele tinha o cumprimento de 270 metros, o equivalente a 4 campos de futebol, 28 metros de largura e 54 metros de altura, equivalente a um prédio de 11 andares, e naufragou no dia de sua inauguração.

Com o passar do tempo e o surgimento de novas tecnologias, foi necessário modernizar os portos costeiros, a fim de atender as exigências de um mercado cada vez mais globalizado. O modal aquaviário tornou-se a porta de acesso às demais economias e investir em infraestrutura de apoio ao serviço logístico, seja por recursos públicos ou apoiado em parcerias com a iniciativa privada, ganhou papel fundamental para o desenvolvimento do modal e para a dinamização da economia do país.

2.2.3 TRANSPORTE AEROVIÁRIO A história do dirigível se confunde com a da aviação. Os dirigíveis, aeronaves mais leves do que o ar, e que podiam ser controladas, sustentam-se através do uso de uma grande cavidade preenchida com um gás menos denso do que o ar, como gás hélio ou mesmo o inflamável gás hidrogênio. Uma das primeiras experiências ao tentar conquistar os céus foram com balões de ar quente. Um padre  jesuíta brasileiro, Bartolomeu de Gusmão, em 1709, conseguiu conseguiu fazer um balão de ar quente, o “Passarola”, subir aos céus, diante de uma corte portuguesa abismada. No começo do século XX, o primeiro voo numa máquina mais pesada do que o ar, capaz de gerar a potência e sustentação necessária por si mesma, foi realizado. Mas, isto é um assunto polêmico, envolvendo o brasileiro Alberto Santos Dumont e os irmãos americanos Wilbur e Orvile Wright. Na Europa e Brasil credita-se o primeiro voo a Santos Dumont pelo fato dele ter registrado tudo, tanto com testemunhas como em filmes, o que os irmãos Wright não fizeram. Outra contestação em prol do brasileiro é que em seu voo, o 14 bis “decolou” e a aeronave dos americanos foi arremessada.

 

 2 GESTÃO DE TRANSPORTES DE MODAIS LOGÍSTICOS

25

Figura 8 - 14 Bis Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

A partir da Segunda Guerra Mundial, a aviação comercial passou por grandes transformações, tornando o avião um dos principais meios de transporte de passageiros e de mercadorias no mundo todo. O transporte aéreo foi o que mais contribui para a redução da distância e do tempo de viagens, ajudando a percorrer rapidamente longas distâncias e a chegar a áreas remotas e de difícil acesso.

2.3 MATRIZ DE TRANSPORTE BRASILEIRA O Brasil possui uma vasta extensão territorial, dispondo de uma ampla rede de sistemas de transporte que, além de interligar cidades e regiões, auxiliam na mobilidade das pessoas, contribuindo para levar o desenvolvimento econômico econômico a regiões que tradicionalmente não estão inseridas no eixo de maior desenvolvimento e industrialização. Para atender à crescente demanda de distribuição de insumos nacional e internacionalmente, o Brasil busca explorar as diversas modalidades de transporte disponíveis em sua infraestrutura, contando com os modais de transporte rodoviário, ferroviário, aquaviário, aéreo e dutoviário, além da possibilidade de integração entre eles. Esses sistemas de transporte podem ser utilizados de forma f orma estratégica pelas empresas como alternativas mais econômicas de distribuição dos seus produtos, derrubando as barreiras comerciais e facilitando a exportação, beneficiando o crescimento e competitividade do negócio. A imagem a seguir mostra a distribuição de cargas e passageiros para as diferentes modalidades de transporte no Brasil.

 

26

GESTÃO DE TRANSPORTES

70.0% 60.0%

61,1%

50.0% 40.0% 30.0% 20,7%

20.0%

13,6%

10.0%

4,2% 0,4%

0.0% Rod Rodovi oviári ário o

Ferro Ferroviár viário io Aquaviár Aquaviário io Dutovi Dutoviári ário o

Movimentação de carga e passageiros

Aér Aéreo eo

Figura 9 - Movimentação de carga e passageiros transportados em 2017, por modalidade Fonte: CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE TRANSPORTE, 2018.

Note que, embora existam modais mais econômicos e com forte potencial a ser explorado, como o ferroviário e o aquaviário, a matriz de transporte brasileira utiliza com maior intensidade o modal rodoviário, onde mais de 60% da carga transportada no país utilizam desse modal. Esses índices são reflexo da atual infraestrutura logística brasileira, caracterizada por uma grande disparidade na oferta de estruturas entre estados e regiões. De forma geral, as regiões r egiões mais industrializadas e desenvolvidas possuem maior disponibilidade de infraestrutura de apoio às empresas e à população. Em contraponto a essa realidade, regiões menos desfavorecidas apresentam déficits na infraestrutura, o que dificulta a atratividade para novos negócios na regi região ão e a distribuição eficient eficientee da produção para demais regiões, limitando seu fortalecimento econômico.

2.3.1 SISTEMA RODOVIÁRIO No Brasil, o sistema rodoviário tem destaque no transporte interno de cargas, contando com uma malha rodoviária total de 1.735.607 km, entre rodovias federais, estaduais e municipais. Mas, apesar de sua grande disponibilidade, apenas 12% dessas sãos pavimentadas. Um fator relevante para o tráfego nas estradas é o estado geral das rodovias, pois estradas ruins afetam significativamentee no tempo de viagem, na manutenção e no desgaste dos veículos. significativament De acordo com os dados levantados pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), 28% das estradas brasileiras são consideradas pelo usuário como ruim ou péssima; 33% delas como regulares; e 38% classificadas como ótimas ou boas, essas, em sua grande parte, administradas pela iniciativa privada. As rodovias federais são divididas em radiais, longitudinais, transversais, diagonais e de ligação.

 

 2 GESTÃO DE TRANSPORTES DE MODAIS LOGÍSTICOS

Rodovias Radiais

Começa com o algorítmo 0

27

São as que partem da Capital Federal, em qualquer direção, para ligá-la a Capitais Estaduais e pontos periféricos importantes do país.

Rodovias Longitudinais

Começa com o algorítmo 1

São as que orientam na direção Norte-Sul

Rodovias  Transversais

Começa com o algorítmo 2

São as que se orientam na direção Leste-Oeste

Rodovias Diagonais

Começa com o algorítmo 3

São as que se orientam na direção Nordeste-Sudeste e Noroeste-Sudeste

Rodovias de ligação

Começa com o algorítmo 4

São orientadas em qualquer direção, e ligam pontos importantes de duas ou mais rodovias federais.

Figura 10 - Classificação e nomenclat nomenclatura ura de rodovias Fonte: SENAI DR BA, 2019.

As rodovias brasileiras, de modo geral, apresentam falhas estruturais, tais como: predomínio de pistas simples em regiões de topografia acidentada, sinalização precária, deficiência no escoamento de águas pluviais, falta de pavimentação em estradas cruciais ao escoamento da produção, além a lém do estado precário das vias já existentes.

2.3.2 SISTEMA FERROVIÁRIO O sistema ferroviário do Brasil é formado por uma extensão de linhas e ramais que contabilizam 30.485 km. Essa malha ferroviária é responsável pelo transporte de cerca de 20% da produção do país, desde o minério de ferro à produção agrícola. As linhas férreas são distribuídas por todo território brasileiro, atendendo a 22 estados e ao Distrito Federal. Uma limitação a esse sistema ferroviário ferr oviário é a falta de padronização das linhas, que utilizam bitolas diferentes, inviabilizando a conexão entre elas. A malha brasileira possui quatro tipos de bitolas: a) 7.432 quilômetros em bitola larga/irlandesa (1,6 metro); b) 202,4 quilômetros em bitola padrão/internacional (1,435 metro);

 

28

GESTÃO DE TRANSPORTES

c) 22.539 quilômetros em bitola métrica (1 metro) e 514 quilômetros em bitola mista; d) Além dos trechos com 0,6 e 0,763 metros utilizados em trechos turísticos.

Embora o modal seja favorável ao transporte de grandes volumes de cargas em longas distâncias, movimenta apenas cerca de 20% do volume total das cargas brasileiras. Esse fator decorre da falta de disponibilidade de infraestrutura, como terminais, linhas estratégicas e maquinários modernos, limitados em decorrência do baixo investimento de recursos públicos no setor. A falta de investimentos no setor gerou uma forte estagnação no crescimento da malha ferroviária no Brasil, levando à extinção e ao sucateamento de linhas importantes. Uma saída encontrada pelo Governo Federal foi a adoção de parcerias público-privadas e sistemas de concessões, possibilitando à iniciativa privada explorar trechos das linhas férreas e implantar linhas exclusivas que facilitassem o escoamento da produção para os portos.

CASOS E RELATOS Estrada de Ferro Madeira-Mamoré

Um caso característico que retrata a realidade dos investimentos no Brasil é o da Ferrovia Madeira-Mamoré. Construída entre os anos de 1907 e 1912 onde hoje é o estado de Rondônia, a estrada de ferro Madeira-Mamoré Madeira-Mamoré estende-se pela Amazônia em 366 km de estrada férrea, ligando Porto Velho à cidade de Guajará-Mirim. Sua criação foi motivada pela possibilidade de escoamento da produção de borracha brasileira e boliviana e de outras mercadorias produzidas na região para o oceano Atlântico, utilizando como via de saída a bacia do Rio Amazonas. Com a construção da ferrovia, o Brasil cumpriu o Tratado de Petrópolis, que tinha o intuito de evitar a guerra com a Bolívia, garantindo ao país vizinho o escoamento de sua produção e ao Brasil o domínio sobre o território do Acre, trazendo também a colonização de áreas do território amazônico ainda não exploradas. Na década de 1930, os arrendatários ingleses da Madeira-Mamoré, já desinteressados no negócio, romperam unilateralmente o contrato de exploração da ferrovia e a devolveram ao Governo praticamente sucateada. Com o estopim da 2ª Guerra Mundial, a via ganhou papel estratégico, operando de forma intensa no suprimento de borracha para as linhas de produção dos países aliados, uma vez que o maior produtor de látex da época, a Malásia, havia sido invadida pelos japoneses. A via manteve seu funcionamento ativo no transporte de cargas por 54 anos, sendo desativada em 1966.

 

 2 GESTÃO DE TRANSPORTES DE MODAIS LOGÍSTICOS

29

A malha ferroviária, além de sofrer com a falta de manutenção e com o sucateamento das vias já existentes, necessita de conclusão de obras de ampliação importantes para a integração dos estados com outras regiões, como a EF 354, ou FIOL, Ferrovia de Integração Oeste-Leste. O novo trecho, que se estende por 1,4 mil km desde o Tocantins (Figueirópolis) até a Bahia (Ilhéus), possibilita a interligação dos dois estados, além de ligar a região à ferrovia Norte-Sul, conexão com São Paulo e Pará. Veja abaixo a distribuição da malha ferroviária brasileira:

Boa Vista !R

EFA

!R

Macapá EFT !R

EFJ

Belém

São Luís !R

! R

Manaus

EFC ! R

Fortaleza

 Tere si na

!R

VALEC

!R

Natal

CFN

!R

J oão Pessoa

Porto Velho

Recife !R

!R

!R

Palmas

Rio Branco

!R ! R

Maceió ! R

Aracaju

!R

Salvador

MAPA FERROVIÁRIO DO BRASIL Legenda

!R

! P

Cuiabá Goiânia

  Capital Federal

R !

  Capital Es tadual

!R

FCA

FERRONORTE

EFVM

Localidades ! P

Brasília

FERROBAN

Belo Horizonte !R

!R

Ferrovias

NOVOESTE

! R

Campo Grande

Vitória

EF T  - Estrada de Ferro Trombetas Ferro o Jari EF J   - Estrada de Ferr

!R ! R

EF A - Estrada de Ferro do Amapá EF C   - Estrada de Ferro Carajás

MRS ! R

 - Ferrovia Norte-Sul VALEC VALEC CF N - Companhia Ferroviária do Nordeste S.A

Curitiba ALL

FC A - Ferrovia C entroentro-Atl Atlântica ântica S. A

!R

 - Estrada de Ferro Vitória a Minas EFVM EFVM

Florianópolis

O C E A N O

ALL - América Latina Logística Logística do B rasil S.A NOVOESTE NOVOESTE  - Ferrovia NOVOESTE S.A FERR ONORTE - Ferrovi Ferrovias as Nort Norte e Brasil S.A

Rio de J aneiro

São Paulo

FERROPAR

FTC

Porto Alegre

!R

 A T L Â N T I C O

FERROBAN   - Ferrovias Bandeirantes S.A FERROPAR - Ferrovia Ferrovia Paraná S. A MRS - MRS Logística Logística S .A FTC - Ferrovia Tereza Cristina S.A

250

125

0

250

500

750

1. 00 0 k m

Figura 11 - Principais ferrovias do Bra Brasil sil Fonte: SENAI DR BA, 2019.

Embora possua mais de 30 anos de inserção desse modal no país, sua malha vem registrando baixa evolução. Em países de grande extensão territorial, a exemplo dos EUA e Canadá, o investimento em ferrovias transcontinentais possibilita cruzar o território, interligando países, permitindo a exploração dos portos.

  

30

GESTÃO DE TRANSPORTES

No Brasil, a ferrovia Norte-Sul possui o mesmo objetivo, mas até hoje não foi concluída (tendo sido iniciada em 1987). O modal no Brasil ainda não apresenta seu melhor resultado, pois as condições de infraestrutura não permitem, por exemplo, o aumento na velocidade média dos trens, decorrente da baixa velocidade exigida em áreas metropolitanas e nas travessias de zonas povoadas e pela divergência nos padrões das bitolas das linhas férreas. É fato que as ferrovias trazem possibilidades para o transporte e para a integração nacional, por isso, é impreterível um esforço mais amplo, com ações governamentais e com parceria público privada, a fim de desenvolver a infraestrutura existente, tornando o sistema mais dinâmico e eficiente.

2.3.3 SISTEMA AQUAVIÁRIO O sistema aquaviário brasileiro conta com uma extensão de 41.795 quilômetros de vias potencialmente navegáveis, além de dispor de uma vasta faixa litorânea, com 8.511km de costa marítima, porém, apenas 19.464 quilômetros de suas vias internas são economicament economicamentee explorados. De acordo a CNT (2016), 13,6% da carga geral do país foram transportados por meio de vias navegáveis; para isso, contou-se com toda infraestrutura instalada para o serviço logístico, formada por 35 portos organizados, 156 terminais de uso privado, 29 estações de transbordo de cargas.

92 de RELATÓ RIOEXECUTIVO RIOEXECUTIVO Comboio Minério Ferro

Fonte: Acervo Antaq

Figura 12 - Modal aquaviário brasile brasileiro iro Fonte: AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS, 2018; SHUTTERSTOCK, 2018.

O modal aquaviário ainda é desfavorecido, tendo em vista a subutilização de suas vias navegáveis e o baixo investimento no setor, dispondo de uma frota antiga e ultrapassada, condições inadequadas para a estocagem e armazenagem dos produtos em trânsito, havendo a necessidade de obras de dragagem e construção de pontos de transbordo e eclusas.

 

 2 GESTÃO DE TRANSPORTES DE MODAIS LOGÍSTICOS

31

Na exploração das vias internas de navegação, o Brasil transportou no ano de 2017 57.515.144 toneladas de produtos, especialmente pela bacia Amazônica, mas também merecem destaque hidrovias como: a) Hidrovia Solimões-Amazonas: é uma hidrovia supranacional2 que tem como principal tronco o rio Amazonas. Essa hidrovia serve como via de trânsito para países como Colômbia, Peru, Equador e Bolívia e é o principal caminho de escoamento de cargas da região Norte do país, responsável por cerca de 65% do total transportado na região, de acordo o DNIT; b) A Solimões-Amazonas é dividida em dois tramos: o Solimões, que se estende de Tabatinga a Manaus, tendo aproximadamente 1600 km, com um calado 3 mínimo de 6 metros; e o Amazonas, que vai de Manaus a Belém, com 1650 km e calado de 10 metros, o que permite acesso de navios marítimos de até 60.000 TPB (DNIT); c) Hidrovia do Madeira:  o rio Madeira é um tronco afluente do rio Amazonas, ele faz parte da bacia do Amazonas e possui forte potencial de exploração, devido a possibilidade de navegação noturna; d) Hidrovia Araguaia-Tocantins: possui 1.152 quilômetros de extensão navegável, mas sem continuidade. No estado do Maranhão, entre as cidades de Imperatriz e o terminal multimodal de Estreito/Porto Franco, só é possível navegar no período de cheia; e) Hidrovia São Francisco: abrange os estados de Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. É a ligação mais econômica entre o Centro-Oeste e o Nordeste, totalmente navegável, em seus 1.371 km; f) Hidrovia Tietê-Paraná: a bacia do Tietê-Paraná é uma das principais vias internas de escoamento da produção do país, com 2.400 quilômetros de extensão, possui 1.250 km navegáveis, divididos em 800 km do rio Paraná e 450 km do rio Tietê, no Estado de São Paulo. A hidrovia conecta os maiores estados produtores de grãos (Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Paraná) a zonas de consumo e ao porto de Santos, principal porto para acesso ao mercado externo; g) Hidrovia do Paraguai: esta hidrovia corta metade da América do Sul, desde Cáceres, em Mato Grosso, até Nova Palmira, no Uruguai. O trecho brasileiro vai até a confluência com o Rio Apa e tem 1.272 quilômetros de extensão, sendo uma região de fronteira com a Bolívia e com o Paraguai (DNIT, 2016);

2 Supranacional: tem poder acima do Estado. 3 Calado: espaço entre a superfície da água e o casco casco da embarcação. embarcação.

 

32

GESTÃO DE TRANSPORTES

Figura 13 - Comboio na hidrovia Paraguai-Paraná Fonte: ANTAQ, 2018.

h) Hidrovia do Mercosul: a hidrovia é constituída pelos rios Jacuí, Taquari, Caí, Sinos, Gravataí, Camaquã e Jaguarão, que se ligam à lagoa dos Patos através do Lago Guaíba, com continuidade no canal de São Gonçalo, na Lagoa Mirim e na bacia do rio Uruguai. Com 1.860 quilômetros de vias navegáveis, movimenta cerca de 4,5 milhões de toneladas por ano e é um eixo fundamental para o intercâmbio comercial entre o Brasil e o Uruguai (DNIT, 2016).

Um problema conflitante e que interfere no potencial de utilização das vias internas é a implantação de hidrelétricas nos principais rios utilizados para o escoamento de produção. Devido ao potencial hídrico do Brasil, eles também as principais fontes de geração de energia utilizadas no país. Por isso, no projeto de construção das hidrelétricas, além dos impactos ambientais que elas geram, devem ser considerados os entraves econômicos, devendo a sua construção também contemplar a construção de eclusas4 para transposição das embarcações entre os níveis.

locomoção de embarcações onde houver desnível em mares ou rios. 4 Eclusa: obra feita para facilitar a locomoção

 

 2 GESTÃO DE TRANSPORTES DE MODAIS LOGÍSTICOS

33

Figura 14 - Eclusa de TTucuruí, ucuruí, no rio Tocantins Tocantins Fonte: ECLUSA..., [201-?].

Alguns projetos não inserem as eclusas devido ao seu alto custo e, muitas vezes, elas são implantadas após a construção já concluída. Nesses casos, tendem a elevar o custo da obra em 3 vezes o valor de implantação de uma eclusa. Além disso, é comum que a capacidade dessas eclusas não atenda ao volume de embarcações que trafegam pela via, gerando congestionamentos e atrasos na viagem. Embora a maior parte dos produtos exportados utilizem o modal aquaviário, a exploração dessa modalidade de transporte ainda não é aproveitada em toda a sua potencialidade. O Brasil pode ainda tirar proveito da navegação fluvial, lacustre, de travessia, de apoio marítimo e portuário, da cabotagem de longo curso, dentre outras alternativas potencialmente interessantes e pouco difundidas no Brasil.

2.3.4 SISTEMA AEROVIÁRIO O transporte aéreo brasileiro ainda possui uma pequena participação no conjunto de carga transportada nacionalmente (0,4%) e de passageiros (2,5%) devido ao custo associado às suas operações. Porém, vem se popularizando e ganhando mercado, configurando-se como uma alternativa possível para transpor distâncias de forma rápida e segura. O alto custo da manutenção e a deficiente infraestrutura de carga dos aeroportos, somados à grande extensão territorial, oneram o valor da carga transportada, além disso, o aumento do fluxo aéreo vem causando congestionamentos congestionamentos e atrasos, impactando na qualidade do serviço e pontualidade do sistema.

 

34

GESTÃO DE TRANSPORTES

Figura 15 - Fluxo de carga do transporte aéreo brasileiro Fonte: INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2016.

A imagem demonstra os principais fluxos de carga do Brasil, suas rotas e seu fluxo, possibilitando perceber a intensificação na utilização do modal como alternativa de transporte rápido. Essa infraestrutura é formada por 37 aeroportos internacionais, 28 aeroportos nacionais com movimentação de cargas ou passageiros, 538 aeródromos públicos e cerca de 1.932 aeródromo a eródromo privados.

2.3.5 SISTEMA DUTOVIÁRIO O sistema dutoviário brasileiro é classificado em dutos de transporte e de transferência. Os dutos de transporte realizam a distribuição de produtos, conectando os pontos de oferta a pontos de consumo; já os dutos de transferência são utilizados para movimentar produtos dentro das instalações de uma empresa.

   

 2 GESTÃO DE TRANSPORTES DE MODAIS LOGÍSTICOS

35

Figura 16 - Distribuição de derivados de petróleo Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

Apesar do potencial do modal dutoviário para o transporte de produtos como o petróleo e seus derivados, a malha de dutos do Brasil ainda é muito reduzida e pouco significativa no transporte de cargas no país quando comparado a outros países. De acordo com a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (2016), a ANP, a malha dutoviária nacional é formada por 601 dutos, chegando a uma extensão de 19.000 km e 5 minerodutos, somando mais 1.336 km a essas vias.  8    0   °    

7    6   °    

7   2   °    

 6    8   °    

 6   4   °    

 6    0   °    

 5    6   °    

 5   2   °    

 

SURINAME

VENEZUELA

4    8   °    

4   4   °    

GUIANA FRANCESA

 3    6   °    

GUIANA

Anuário Estatístico 2017

BoaVista

RR

COLOMBIA

        °         2

4    0   °    

Mapa Dutoviário         °         2

 AP

Macapá

Belém

EQUADOR         °         2     -

        °         2     -

São Luis

Manaus Careiro da Várzea Manacapuru

 

Iranduba

Beruri

 AM

Caucaia

Codajás

Fortaleza Pacajus

Coari Chorozi nho

 Aracati

PA

CE

Teresina

MA

Russas

 Areia Bran ca Macau

Mossoró

 Afonso Bezer ra

 Apodi Itaú

        °         6     -

 

RN

João Câmara Ceará-Miri m

Lajes

 Augusto Sever o

Natal         °         6     -

Parnami rim

Janduís

Goianinha Canguaretama Nova Cruz Guarabira Cabedelo

PB

JoãoPessoa

Itabaiana Timbaúba Carpina

PI

Igarassu

Recife

PE

Cabo de Santo Agosn ti ho Rb i eirão Palmares Barreiros

Porto Velho

 AC

Novo Lino União dos Palmares Capela

Maceió

 Arapi raca         °         0         1     -

SãoMig guel uel dos Campos

 AL

PERU

RioBranco

Porto Real do Colégio Propriá

Palmas

        °         0         1     -

SE

TO

RO

Carmópoli s

Aracaju

Salgado Olindina Teofâ li ndi a

Entre Rios

BA

Feira de Santana

 Alagoinha s

Santo Amaro Castro Alves Camaçari

Salvador 

MT Gandu

        °         4         1     -

        °         4         1     -

Jequi é Ibriapitanga

Itagibá

Ubaitaba Ilhéus Itabuna

Cuiabá

Chapada dos Guimarães Potriaguá

Várzea Grande

Brasília

DF

Itagimirim

Cáceres

O     

Ouro Verde de Goiás

GO

Luziânia

 Anápolis

Eunápolsi

Goiânia Guapó

Itamaraju

BOLIVIA

c     e    

        °         8         1     -

Prado Teixeira de Freitas Caldas Novas

Morrinhos

Caravelas

a    

Cachoeira

Itumbiara Dourada

        °         8         1     -

Pedro Canário  Araguari

Monte  Alegre deinas M Corumbá  

n    

São Mateus

MG

Uberlândia

Ladário

ES Sooretama Linhares

o   

Itabira Uberaba

João Neiva  

Betim Miranda  Aquidaua na

 P      a    c    í         f       i      c    o   

        °         2         2     -

MS

NovaEra

BeloHorizonte

Igarapava

CampoGrande

Ouro Preto

 Água Clara

RibasdoRioPardo Rio Pardo

 Andradi na

Vitória Guaçuí

Itaperuna São Fidélis is

Pirajuí

Juiz de Fora Matias Barbosa

Casa Branca

 Araraqua ra Porto Ferreira

Lins Cafeâ l ndia

Iconha

Cachoeiro de Itapemirm i

Muriaé Barbacena

São Sm i ão

Panorama

 

Fervedouro Viçosa

Ribeirão Preto

 Araçatuba   Birigui

Paul aulicéia icéia

Va i na

Ponte Nova Conselheiro Lafae i te

Orlândia

Três Lagoas Sidrol drolândia

São João da Barra Campos dos Goytacazes

SãoCarlo oss Jaú

SP

Três Ro is Teresópolsi

 Araras Itirapi na

Limeira

Volta Redonda Resende

Mogi-Mi rim Cruzeiro Lorena

Campinas

PARAGUAI

Tatuí

CHILE

Itapetininga

Itu Sorocaba

SãoPaulo Itapeva

Embu-Guaçu

Pn i damonhangaba Taubaté

Jundi aí

RJ Macaé Casm i rio de Abreu

Japeri

Barra Mansa Niterói Itaguaí  Angra dos is Re

RioBonitto o

Riode Janeiro

São José dos Campos

Mogi das Cruzes

Ubatuba

Suzano Guarujá Santos

São

Sebasã ti o

 Apiaí

PR

 Adrianópo lis

Curitiba

  t

 Antonina Paranaguá

 Araucária Lapa         °         6         2     -

Indaial

Joinville SãoFranciscodoSul  Araquari

Itaja aíí

 

Bu l menau

Navegantes Itapema

SC Florianópolis Palhoça

 ARGENTINA

Grão Pará Urussanga Sd i erópol is

 O  c

Imbituba

Tubarão Criciúma

Uruguaiana

RS

        °         0         3     -

 â

 n

 t

 o  c

 A

Garuva

Jaraguá do Sul

 l

 i

 e

 a

 n

        °         2         2     -

        °         6         2     -

 o

Novo Hamburgo Charqueadas

        °         0         3     -

Osório Canoas

PortoAlegre

ConvensãoparaDutovias

Oleodutos

Camada de Dutovias - Empresa de Pesquisa Energéti ca - EPE

Gasodutos Minerodutos 0

1 00

2014 Camada de Estados,América do Sul, Capitais e Cidades -Instituto BrasileirodeGeografiaeEstatítica-IBGE 2010

2 00

30 0

Quilômetros 1 cm = 53 km

URUGUAI

Sistema de Coordenadas:GCSSIRGAS2000 Datum:SIRGAS2000 Unidade: Degree         °         0         8     -

MapaElaboradonaCoordenação-GeraldeGestãodaInformação- CGINF

        °         6         7     -

        °         2         7     -

        °         8         6     -

        °         4         6     -

        °         0         6     -

        °         6         5     -

Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil         °         2         5     -

SugestõeseCópiaspelo e-mail:bit.mt@transportes .gov.brenos telefones:(61)2029-7115/7108

Figura 17 - Malha dutoviária bra brasileira sileira Fonte: BRASIL, 2017.

        °         8         4     -

        °         4         4     -

        °         0         4     -

        °         6         3     -

 Atualizado em Março de 20 17

 

36

GESTÃO DE TRANSPORTES

Um forte impacto gerado pela exploração adequada de modais alternativos, como o dutoviário, está associado ao custo dos combustíveis no Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, a malha dutoviária de petróleo possui 89 mil km de extensão; e a de derivados, 153 mil km, com uma participação de 19% no volume total de TKU transportado no país, operando a um custo 36% menor que no Brasil. Isso possibilita, além da distribuição mais eficaz dos produtos, a redução, no preço de mercado, dos combustíveis (ILOS, 2013).

 SAIBA MAIS

Conheça um pouco mais sobre a distribuição de infraestruturas de todos os modos de transportes e sua evolução, evolução, acessando ao site do Ministério dos Transportes e localizando os Mapas e Bases dos Modos de Transporte.

De forma geral, a má distribuição do transporte no Brasil e a falta de pontos de integração intermodal contribuem para o aumento dos custos de suas operações logísticas, com isso, o frete de alguns produtos chega a representar até 35% do seu preço final, tornando os produtos brasileiros menos competitivos no mercado externo.

2.4 MODAIS DE TRANSPORT TRANSPORTEE Um aspecto importante na gestão de transportes é a escolha adequada da modalidade que será utilizada para escoar seus produtos e atender ao seu cliente; uma escolha acertada ajuda na redução do preço de mercado dos produtos e na competitividade da empresa. Mas, definir uma única modalidade como perfeita para o atendimento às demandas de transporte é impossível, pois, cada produto, cada localidade, cada operação influencia na relação custo x benefício e na escolha do modal.

Modal Aquaviário

Modal Rodoviário

Modal Aeroviário

Modal Ferroviário

Figura 18 - Modais de transporte Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

Modal Dutoviário

 

 2 GESTÃO DE TRANSPORTES DE MODAIS LOGÍSTICOS

37

Assim, analisar criteriosamente os aspectos de capacidade de transporte, natureza da carga, versatilidade, segurança, flexibilidade e rapidez, auxiliarão na escolha do meio mais adequado para o transporte dos insumos. Os transportes são agrupados em modalidades de acordo com o meio físico que utiliza: a) Terrestre: rodoviário, ferroviário e dutoviário; b) Aquaviário: marítimo, lacustre e hidroviário; c) Aéreo e VANT (Veiculo Aéreo Não Tripulado).

E também quanto à forma de realização do serviço: a) Unimodal: utilizando apenas uma modalidade logística; b) Intermodal: envolve mais de uma modalidade logística no transporte de carga e para cada uma delas realiza um contrato; c) Multimodal: envolve mais de uma modalidade, porém, regido por um único contrato; d) Segmentados: envolve diversos contratos para diversos modais; e) Sucessivos: quando a mercadoria é transbordada para outros veículos da mesma modalidade de transporte, utilizando um mesmo contrato.

A integração entre as modalidades de transporte é pontuada como uma saída viável à redução reduçã o dos custos nas operações de transporte, combinando modalidades mais econômicas, possibilitando a redução de distâncias e reduzindo o impacto do custo no valor de venda do produto, tornando-os mais competitivos. Perceba isso na imagem a seguir.

1.519 Km

1.260 Km Porto Velho (RO)

R$ 248,69 p/tonelada

Itacoatiara (AM)

2.165 Km R$ 258,72 p/tonelada

1.555 Km

589 Km Lucas do Rio Verde (MT)

Santos (SP) R$ 216,63 p/tonelada

Rondonópolis (MT) 2.278 Km

R$ 227,80 p/tonelada Rota não utilizada atualmente

1.113 Km

Paranaguáá (PR) Paranagu

280 Km R$ 167,80 p/tonelada

Miritituba (PA) 322 Km

1.425 Km Nova Canaa do Norte (PA) Figura 19 - Integração modal e custos Fonte: CNT, 2017.

R$ 133,36 p/tonelada

Santarém (PA)

 

38

GESTÃO DE TRANSPORTES

A figura demonstra alternativas de conexão entre modais brasileiros, cuja possibilidade de integração cria alternativas mais rápidas e baratas para o escoamento da produção. É importante lembrar que meios de transporte e modais de transportes não significam a mesma coisa; os meios de transportes são os diferentes tipos de veículos, que podem ser terrestres, aquáticos e aéreos, e modais definem os tipos de estruturas utilizadas pelos meios de transportes para a movimentação de cargas e pessoas, como rodovias, ferrovias, hidrovias, aerovias, dutovias. Vamos conhecer as características e particularidades de cada um dos principais tipos de modais logísticos.

2.4.1 RODOVIÁRIO O modal rodoviário é caracterizado pela utilização de estradas, rodovias, ruas e outras vias, pavimentadas ou não. É realizado por veículos de pequeno, médio e grande porte no transporte de materiais, pessoas ou animais de um determinado ponto a outro.

Figura 20 - Modal rodoviário Fonte: SENAI DR BA, 2019.

Embora não seja o modal mais viável economicamente, o transporte rodoviário ainda é um dos mais utilizados no Brasil e no mundo, pois possibilita maior flexibilidade e facilidade de entrega porta a porta. É indicado para transportar produtos de maior valor agregado ou perecíveis, acabados e semifinalizados, em pequenas ou médias distâncias. Suas principais vantagens são: a) É mais apropriado para curtas e médias distâncias; b) Simplicidade no atendimento das demandas e agilidade no acesso às cargas; c) Menor manuseio da carga e, portanto, menor exigência na embalagem; d) Atua de forma complementar aos outros modais, possibilitando a intermodalidade e a multimodalidade; e) Permite vendas do tipo entrega porta a porta, trazendo maior comodidade ao cliente.

No entanto, o modal rodoviário também tem suas desvantagens. São elas: a) Fretes mais altos, em alguns casos;

 

 2 GESTÃO DE TRANSPORTES DE MODAIS LOGÍSTICOS

39

b) Menor capacidade de carga dentre todos os modais; c) Menos competitivo para longas distâncias; d) Alta exposição a furtos e intempéries durante a viagem.

A escolha do tipo de transporte também é um fator relevante na utilização do modal, pois, cada tipo de transporte gera resultados diferentes e deve ser escolhido de acordo com a operação, característica do produto, quantidades que serão transportadas e facilidade de acesso ao local de entrega, buscando aquele que atenda aos requisitos da empresa. Os tipos de veículos utilizados no modal rodoviário são:

Utilitário de pequeno porte: porte: Veículo comercial com potencial para transportar até 650 kg, ideal para o transporte de cargas leves e urbanas. V.U.C. - Veículo Urbano de Carga: Carga: Veículo com 2 eixos simples, de menor porte, com 7,2m de comprimento máximo e 2,2m de largura, suporta em média 4 toneladas, utilizado para distribuição rápida e acesso a locais mais congestionados. Caminhões:: Veículos fixos que apresentam Caminhões carroceria aberta, em forma de gaiola, plataforma, tanque; ou fechados (baús), sendo que estes últimos podem ser equipados com maquinário de refrigeração para o transporte de produtos refrigerados ou congelados. Carretas : Veículos articulados, com Carretas: unidades de tração e de carga em módulos separados. Mais versátil que os caminhões, podem deixar o semirreboque, sendo carregado e recolhê-lo posteriormente, permitindo, com isso, que o transportador realize maior número de viagens.

Cegonheiras : Específicos Cegonheiras: para transporte de automóveis.

Boogies/Trailers/Chassis/Plataformas: Veículos apropriados para transporte de containers, geralmente de 20’ e 40’ (vinte e quarenta pés).

Treminhões:: Veículos semelhantes às carretas, formados por cavalos Treminhões mecânicos, semirreboques semirreboques e reboques, portanto, composto compostoss de três partes, podendo carregar dois contêineres de 20’. Não podem transitar em qualquer estrada, face ao seu peso bruto total (cerca de 70 toneladas).

Bitrens: Veículos semelhantes às carretas, formados por cavalos mecânicos, Bitrens: semirreboques e reboques, portanto, compostos de três partes, podendo carregar dois contêineres de 20’.

Figura 21 - Tipos de veículos utilizados no modal rodoviário Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. (Adaptado).

 

40

GESTÃO DE TRANSPORTES

Nesse sentido, é necessário que o profissional de logística faça a gestão da frota, considerando as particularidades de cada veículo, a fim de aumentar os lucros por meio do balanceamento dos custos com as operações de transportes, evitando desperdícios de capacidade ou sobrecarga dos veículos.

2.4.2 FERROVIÁRIO O modal ferroviário utiliza-se de carris dispostos ao longo de um percurso determinado, realizando a transferência de pessoas ou bens entre dois pontos geograficamente separados. Esse modal utiliza como meio de transporte trens, comboios, automotoras ou veículos semelhantes, movimentados por um motor a vapor, Diesel ou motor elétrico de transmissão.

Figura 22 - Modal FFerroviário erroviário Fonte: SENAI DR BA, 2019.

O transporte ferroviário é adequado para o transporte de mercadorias de baixo valor agregado e grandes quantidades, tais como, produtos agrícolas, derivados de petróleo, minérios de ferro, produtos siderúrgicos, fertilizantes, entre outros. Este modal não é tão ágil quanto o rodoviário no acesso às cargas, uma vez que estas têm que ser levadas aos terminais ferroviários para embarque (CAXITO, 2011). A ferrovia é basicamente um transportador de baixa velocidade, com velocidade média de 23,40 quilômetros por hora (km/h) a 31,07 km/h (ANTT, 2018), e que transporta, geralmente, grandes volumes de matérias-primas e manufaturados de baixo valor que necessitam transpor grandes distâncias.

CURIOSIDADES

Um vagão gasta em média 88% de seu tempo em operações de carga e descarga, movimentando-se movimentando-se de um ponto a outro dentro do terminal.

Existem duas formas de serviço ferroviário, o transportador regular e o privado. Um transportador regular vende seus serviços para qualquer usuário, sendo regulamentados em termos econômicos e de segurança pelo governo. Já o transportador privado pertence a um usuário particular, que o usa com exclusividade, como é o caso da empresa Vale, que possui sua composição própria para exploração da linha férrea utilizada no escoamento do seu minério.

 

 2 GESTÃO DE TRANSPORTES DE MODAIS LOGÍSTICOS

41

Figura 23 - Composição em operação Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

As principais vantagens do transporte ferroviário são: a) Adequado para longas distâncias e grandes quantidades de carga; b) Baixo custo do transporte; c) Baixo custo de manutenção da infraestrutura.

Em relação às suas desvantagens, podemos citar: a) Diferença na largura das bitolas; b) Menor flexibilidade no trajeto; c) Necessidade de transbordo; d) Tempo de viagem demorado e irregular; e) Alta exposição a furtos.

Scandolara (2010) ressalta que, no Brasil, o transporte ferroviário ainda não tem a versatilidade e a flexibilidade do modal rodoviário, devido à limitação das linhas férreas disponíveis. Por isso, mesmo com seu custo operacional sendo menor em comparação com o rodoviário, o transporte ferroviário não se mostra favorável quando analisamos outros índices, como perdas e danos da nos de cargas. Outro fator que deve ser considerado na escolha deste modal, é em relação às necessidades do embarcador: caso a entrega tenha prazos rígidos e imediatos de chegada e partida, a ferrovia também fica em desvantagem, pois tem programações específicas para operar. A evolução tecnológica tem tornado esse modal cada vezambientais, mais competitivo, inserindo inovaçõesferrocom fontes de energia mais econômicas na redução de impactos melhorias no equipamento

 

42

GESTÃO DE TRANSPORTES

viário e na velocidade das operações, no desenvolvimento de programação de rotas computadorizadas, dentre outros avanços que visam a melhoria no desempenho do modal.

2.4.3 AÉREO O modal de transporte aéreo consiste na utilização do espaço aéreo para o transporte nacional e internacional de pessoas e mercadorias, sendo realizado por meio de aeronaves. No transporte aeroviário, suas vias são como as estradas, elas são calculadas e são constituídas rotas e caminhos predefinidos, localizadas através de satélites geoestacionários.

Figura 24 - Modal aéreo aéreo Fonte: SENAI DR BA, 2019.

 

O transporte aeroviário apresenta como vocação natural a possibilidade de transpor obstáculos, acidentes geográficos e fronteiras internacionais, auxiliando na diminuição de distâncias com velocidade e segurança. É adequado para mercadorias de alto valor agregado, pequenos volumes ou com urgência na entrega. As empresas e agentes de todo o mundo formam a IATA – International Air Transport Association (Associação Internacional de Transporte Aéreo), uma associação de caráter comercial que é o principal órgão regulador do transporte aéreo internacional. No Brasil, o órgão regulador e fiscalizador das atividades de transporte aéreo é a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). As principais vantagens do transporte aeroviário são: a) Transporte mais rápido; b) Não necessita embalagem mais reforçada, o que torna o frete mais barato; c) Os aeroportos, normalmente, estão localizados mais próximos dos centros de produção; d) Possibilita a redução de estoques via aplicação de procedimentos  just in time (no tempo certo), pois, uma vez que o tempo de reposição é curto, é possível trabalhar com estoques menores.

Assim como os demais, esse modal também possui desvantagens:

 

 2 GESTÃO DE TRANSPORTES DE MODAIS LOGÍSTICOS

43

a) Menor capacidade de carga; b) Limitação para dimensões da carga; c) Valor do frete e de tarifas elevado, em relação aos outros modais.

Frente à globalização das relações comerciais e à necessidade de menores prazos e maior segurança nos processos de distribuição de produtos, o transporte aéreo de cargas vem ganhando relevância no atendimento de contingências5 e na movimentação de produtos com alto valor agregado, sendo uma solução viável para os negócios.

2.4.4 AQUAVIÁRIO O modal aquaviário é aquele que utiliza como recurso as vias líquidas (rios, mares, lagos, etc.) ofertadas pela própria natureza ou produzidas pelo próprio homem. Compreende todo tipo de transporte que utilize vias aquáticas para movimentação de produtos, sendo subdividido em marítimo (longo curso, de apoio e portuário), cabotagem, fluvial e lacustre.

Figura 25 - Modal aquav aquaviário iário Fonte: SENAI DR BA, 2019.

Voltado para o transporte de grandes volumes de cargas, é economicamente viável em relação à quantidade de produtos que consegue transportar, sendo utilizado no transporte de commodities6 agrícolas, minérios, produtos siderúrgicos e outras cargas.

MARÍTIMO O transporte marítimo é uma das modalidades dos transportes aquaviário e ocorre nos mares e oceanos por meio de embarcações (barcos, navios, transatlânticos), sendo muito utilizado para o transporte de pessoas e cargas a curtas e longas distâncias.

esperado; imprevisível. imprevisível. 5 Contingência: que não foi esperado; 6 Commodities:  produtos que funcionam como matéria-prima, produzidos em grande escala e que podem ser estocados sem perder a qualidade.

 

44

GESTÃO DE TRANSPORTES

O transporte marítimo é o modal mais utilizado no comércio internacional. No Brasil, responde a mais de 90% do transporte internacional. O transporte marítimo pode ser ainda subdividido em: a) Cabotagem: é um tipo de navegação realizada entre portos ou pontos do território e que utiliza a via marítima ou esta via e as vias navegáveis interiores. Existe principalmente para atender à distribuição física em localização geográfica extrema, como da região Sul para o Norte e Nordeste e vice-versa, ainda que, para as demais regiões, possa ser uma alternativa competitiva (CAIXETA, 2011);

Venezuela

Guiana Francesa

Suriname Guiana

Colômbia

RR

Belém SantanaVila do Conde Itaqui

AP

Fortaleza Areia Branca Natal AM

Santarém

Manaus

CE

MA

PA

Recife Suape

PE AL

 TO

SE

RO

Peru

Cabedelo

PB

PI

AC

RN

Maceió

BA

MT DF

Salvador Aratu

Bolívia GO MG

ES

Vitória

MS SP

           o            c            c            a                P            o            n            a            e            c                O

Paraguai

PR

Chile SC RS

Argentina

Uruguai

 

RJ

Forno Rio de Janeiro Itaguaí  Angra dos Reis São Sebastião Santos Antonina Paranaguá

São Franscisco do Sul Itajaí  Imbituba Porto Alegre Rio Grande

    o     c       i       t      n       â        l       t       A     o        n    o     a     e     c

Legenda: Porto da navegação de cabotagem

Figura 26 - Sistema de cabotagem no B Brasil rasil Fonte: BRASIL, 2017.

b) Navegação de Longo Curso: tipo de navegação realizada entre portos brasileiros e de outros países.

 

 2 GESTÃO DE TRANSPORTES DE MODAIS LOGÍSTICOS

45

HIDROVIÁRIO OU FLUVIAL O sistema de transporte hidroviário, também conhecido como hidrovia interior ou via navegável interior, faz parte da modalidade aquaviária. São vias formadas por cursos de água (rios) em percurso nacional ou internacional. É um modal bastante competitivo, já que apresenta grande capacidade de transporte, baixo consumo de combustível e é menos poluente que os demais modais, com exceção do dutoviário. Grande parte das mercadorias transportadas por este modal são produtos agrícolas, fertilizantes, minérios, derivados de petróleo e álcool. Ele serve também para o transporte de mercadoria manufaturadas, principalmente de produtos produzidos na zona franca de Manaus, utilizando como caminho a bacia amazônica.

Figura 27 - Porto de Manaus Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

As hidrovias são utilizadas na interligação de vias internas e portos marítimos, e também como via de escoamento de produtos de países como Peru e Colômbia. As embarcações utilizadas são as balsas, chatas, além de navios de todos os portes, pequenos, médios e grandes.

LACUSTRE Navegação lacustre é aquela realizada em lagos. É um tipo de transporte bastante restrito em face da quantidade de lagos navegáveis, é utilizado para o transporte de vários tipos de cargas e pessoas entre localidades.

 

46

GESTÃO DE TRANSPORTES

Suas principais vantagens são: a) Maior capacidade de carga; b) Carrega qualquer tipo de carga; c) Baixo custo de transporte em relação ao potencial de mercadorias transportadas.

Em relação às desvantagens, podemos mencionar: a) Necessidade de transbordo7 nos portos; b) Distância dos centros de produção; c) Maior exigência de embalagens; Menor flexibilidade nos serviços, aliada a frequentes congestionamentos nos portos.

TIPOS DE NAVIOS Os navios devem ser construídos de acordo com a natureza da carga a ser transportada (embalada e unitizada, embalada fracionada, granel sólido, granel líquido etc.) ou com a unidade de carga a ser utilizada, com o objetivo de atender a necessidades específicas. Os principais tipos são: a) Cargueiro convencional: são utilizados no transporte de carga geral, tem os porões divididos de forma a atender a diferentes tipos de carga; b) Graneleiro: visa o transporte de granéis sólidos, geralmente tem baixo custo operacional; c) Tanque: destina-se ao transporte de granéis líquidos; d) Gaseiro: destina-se ao transporte de gases; e) Full container shipou porta-conteiner: exclusivo para o transporte de contêineres, que são alocados por meio de encaixes perfeitos; f) Roll-on/Roll-off: apropriado para o transporte de veículos, que são embarcados e desembarcados, através de rampas, com os seus próprios movimentos. Pode propiciar a conjugação com o transporte terrestre ao carregar a própria carreta ou contêiner sobre rodas (“boogies”); g) Lash ou porta-barcaças: projetado para operar em portos congestionados, transporta em seu interior barcaças com capacidade de aproximadamente 400 t ou 600 m3 cada uma, as quais são embarcadas e desembarcadas na periferia do porto; h) Sea-bea: é o mais moderno tipo de navio mercante, pois pode acomodar barcaças e converter-se em graneleiro ou porta-contêiner.

7 Transbordo Transbordo:: ato de passar mercadorias mercadorias ou passageiros de uma linha de transporte para outra.

 

 2 GESTÃO DE TRANSPORTES DE MODAIS LOGÍSTICOS

47

Figura 28 - Porta contêiner Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

2.4.5 DUTOVIÁRIO O modal dutoviário é formado por dutovias constituídas por tubos interligados entre si, conectando pontos de fornecimento a seus consumidores. Sua movimentação é feita utilizando a força da gravidade ou pressão mecânica. O modal dutoviário é uma alternativa de transporte não poluente e não sujeita a congestionamentos, congestionament os, relativamente barata e a mais segura dentre os demais modais.

Figura 29 - Modal dutoviário Fonte: SENAI DR BA, 2019.

 

Os dutos utilizados nessas operações geralmente transportam itens a granel, tendo como principais produtos o petróleo e seus derivados, gás natural, etanol, minérios, água, esgoto. De acordo com o meio que atravessam, podem ser classificados como dutos de transporte ou de transferência, sendo utilizados para o transporte de produtos ou para a movimentação interna de produtos nas empresas, ajudando a conectar pontos de produção e a movimentar os materiais por toda planta.

 

48

GESTÃO DE TRANSPORTES

GLP - 3.600 toneladas/dia equivalem a 144 caminhões

Figura 30 - Comparativo de volume de movimentação dutovias e caminhões Fonte: PRADO FILHO, 2012.

A Confederação Nacional dos Transportes (CNT) cita a seguinte vantagem quando se usa o transporte dutoviário: a vazão média de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) em um bombeio realizado em dutos é de 150 toneladas por hora ou 3.600 toneladas por dia. Para transportar a mesma quantidade pelas rodovias, estima-se que seriam necessários, aproximadamente, 144 caminhões, o que geraria alguns problemas, como congestionament congestionamentos. os. Esses dutos podem ser aparentes, subterrâneos, aéreos ou submarinos, de acordo com a sua forma de construção, que é definida a partir dos riscos que oferecem e das barreiras que necessitam transpor. Veja a seguir cada um deles: a) Dutos aparentes: são visíveis ao solo, utilizados nas entradas e saídas das estações de transmissão e recebimento de produtos. Este tipo de duto é mais vulnerável a acidentes; b) Dutos subterrâneos: são enterrados a fim de protegê-los contra os intempéries e fatores externos; c) Dutos aéreos: estão acima do solo, utilizados em terrenos muito acidentados, como grandes vales, cursos d’água e outros;

 

 2 GESTÃO DE TRANSPORTES DE MODAIS LOGÍSTICOS

49

Figura 31 - Duto aéreo Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

d) Dutos submarinos: implantados sob a água, ficam submersos no mar ou em rios, amplamente utilizados em plataformas marítimas.

CURIOSIDADES

O Japão, devido a constante ocorrência de tremores e ao alto índice de rompimentos de tubulações, passou a investir em tecnologias de tubulações flexíveis. Produzidas em polietileno, são resistentes a tremores e podem ser aplicadas a vários produtos, como água, esgoto, petróleo e outros.

O transporte dutoviário pode ser dividido de acordo com a característica dos produtos que transporta: a) Oleodutos: cujos produtos transportados são, em sua grande maioria, petróleo, óleo combustível, gasolina, Diesel, álcool, GLP, querosene e nafta etc.; b) Minerodutos:  transporta minérios entre as regiões produtoras e as siderúrgicas e/ou portos. Nesse sistema, os minérios são colocados em suspensão e impulsionados em um forte jato d’água. É utilizado no transporte de sal-gema, minério de ferro e concentrado fosfático e outros; c) Gasodutos: é utilizado no transporte de produtos gasosos, como o gás natural. O gasoduto Brasil-Bolívia possui destaque na produção brasileira de gás natural; com quase 2000 km de extensão, realiza o transporte do produto internacionalmente; d) Aquadutos ou saneamento: destinada à distribuição de água e ao recolhimento de águas servidas.

 

50

GESTÃO DE TRANSPORTES

O transporte dutoviário vem se revelando uma alternativa econômica para o transporte de grandes volumes quando comparados com os modais ferroviário e rodoviário. Algumas características atribuídas ao transporte dutoviário são agilidade, segurança, baixa flexibilidade e capacidade de fluxo (ANTT, 2018). Outros produtos também utilizam esse mesmo sistema, como álcool, suco e leite.

Figura 32 - Duto encapsulado pneumático (PCP) Fonte: MURTA; SINAY, 2012.

Uma nova tecnologia em dutos que pode transportar cargas é o duto encapsulado. Ele é utilizado no transporte de sólidos, carvão e outros minerais, resíduos sólidos (incluindo resíduos perigosos), correspondências, encomendas e muitos outros produtos. Nessa tecnologia, as cápsulas são utilizadas como recipientes, empurrados com o auxílio do ar, que levam a carga por meio de um duto. Esse sistema tem como vantagens: a) A possibilidade de não utilizar embalagens de transporte; b) Baixa utilização de mão de obra; c) Não sofre com o congestionamento de vias e com intempéries externas, como excesso de chuva e os bloqueios de estradas; d) Baixo custo de operação, podendo ser considerado um dos modais mais econômicos em comparação aos demais; e) Operação segura e confiável, com baixo índice de perdas de produto; f) Redução do impacto ambiental.

Como desvantagem, apresenta: a) Necessidade de grande investimento de capital para sua implantação;

 

 2 GESTÃO DE TRANSPORTES DE MODAIS LOGÍSTICOS

51

b) Inflexibilidade quanto à rota, sendo aplicado a produtos restritos a pontos fixos de distribuição; c) Uso restrito para mercadorias transportadas por um mesmo duto, atendendo a um único produto ou um pequeno grupo de características similares.

2.4.6 ANÁLISE COMPARATIVA DOS MODAIS  Com a apresentação de cada modal e suas características, é possível perceber suas diferenças e as mais variadas possibilidades de aplicação, por isso, é importante em seu processo de escolha realizar sempre uma análise comparativa, a fim de garantir gara ntir a excelência no atendimento. No quadro a seguir será possível verificar essas diferenças e analisar, de forma comparativa, os aspetos gerais dos modais.

CARACTERÍSTICAS

RODOVIÁRIO

FERROVIÁRIO

AQUAVIÁRIO

AÉREO

DUTOVIÁRIO

Moderado

Baixo

Muito Baixo

Alto

Muito Baixo

««««

««««

«««««

«

«««««

Co Cobe bertu rtura ra de aten atendi dime ment nto o

Po Pont nto o a po pont nto o

Terminal a terminal

Terminal a terminal

Terminal a terminal

Ponto a ponto para alguns produtos, geralmente, terminal a terminal

Capacidade

3,5 a 54 ton.

2.500 a 23.000 ton.

1.000 a 300.000 ton.

1 a 350 ton.

Até 30 milhões de m³ ao dia

«««

««

««

«««««

«

50

20 - 30

18 – 20

877 a 941

2-8

«««««

««

««

«««

«««««

«««««

« «« «

«««

««««

«

«««««

««

«

«««

«««««

Custo

Velocidade média km/h Disponibilidade

 

 

Oferta de prestadores de   serviço Continuidade do Serviço

 

Quadro 1 - Comparativo das modalidades de transporte n o Brasil Fonte: SENAI DR BA, 2018.

A escolha da modalidade de transporte deve estar coerente com a política da empresa e buscar atender aos objetivos estabelecidos em seu planejamento estratégico. Essa atividade não é uma escolha subjetiva, por isso, deve ser feita por meio de princípios técnicos, aliados ao controle dos custos e ao acompanhamento dos níveis de serviço estabelecidos, utilizando como recurso softwares de modelagem de processos e planilhas, que auxiliarão na realização de uma escolha criteriosa, benéfica à saúde organizacional.

 

52

GESTÃO DE TRANSPORTES

 RECAPITULANDO Neste capítulo capítulo foi  foi possível introduzir noções básicas para a gestão de transportes, possibilitando compreender o impacto que a gestão eficiente dos equipamentos e recursos disponíveis para o transporte de bens e pessoas exerce sobre o nível de serviço e sobre os custos da empresa. Para isso, foram apresentados o contexto histórico e a evolução das modalidades de transporte e, em seguida, a matriz de transporte brasileira. Buscando dar base para escolhas estratégicas das modalidades utilizadas na distribuição dos insumos, conhecemos as modalidades de transportes utilizadas pela logística, suas características e aplicações. Conhecer bem os modais auxilia na construção de um planejamento das operações de transporte e gestão da frota, por meio da escolha das melhores estratégias de utilização dos modais, de acordo com as características do produto e com a política da empresa.

 

 2 GESTÃO DE TRANSPORTES DE MODAIS LOGÍSTICOS

53

 

Gestão de frota e controle de veículos

3 Os veículos são elementos essenciais na gestão de transportes, por isso conhecê-los e entender a forma correta de aplicá-los, buscando obter resultados positivos na distribuição de bens, pessoas e produtos entre diversos pontos é essencial para o profissional da logística. A gestão de uma frota corresponde ao conjunto de veículos utilizados por uma empresa, mas como compor essa frota? Quais tipos de veículos posso utilizar? Quanto de carga posso transportar? Ao decorrer do nosso estudo será possível responder a esses questionamentos. Além disso, poderemos também conhecer alguns critérios de controle e ferramentas utilizados na gestão dessas frotas.

Figura 33 - Gestão de frota e control controlee de veículos Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

Neste capítulo, ainda será possível tratar de documentações específicas utilizadas nas operações de transporte, além das modernas tecnologias que estão sendo adotadas, forte aliada na captação de dados e na geração de informações para a tomada de decisões estratégicas.

 

56

GESTÃO DE TRANSPORTES

3.1 VEÍCULOS O objeto básico de trabalho utilizado para o transporte é o veículo, que pode ser definido como qualquer mecanismo utilizado para o transporte de pessoas e/ou mercadorias, seja de forma individual ou coletiva. Além disso, os veículos podem ser utilizados em várias modalidades de transporte, de acordo o meio que utiliza, por terra, água ou ar, sendo possível desenvolver diversas soluções para os diferentes modais.

Figura 34 - Veículos utilizados n no o transporte de carga Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

Cada veículo tem uma aplicação específica de acordo a necessidade que atende. Ele pode ser utilizado para o transporte de pessoas, para a realização de pequenas entregas de forma rápida ou para o transporte de grandes volumes de produtos, para isso são criados vários tipos de veículos a fim de atender às diferentes demandas. Assim, podemos contar com uma grande variedade de veículos, que possibilitam atender a diversos tipos de cargas, em volumes diferentes, dificuldades de acesso, rapidez e facilidade de entrega.

3.1.1 TIPOS DE VEÍCULOS O Código de Trânsito Brasileiro divide os veículos em três tipos de classificação: tração, espécie e categoria: Os veículos a tração são movimentados com o auxílio de uma força motriz, sejam elas, automotora (por meio de motor próprio), elétrico (movimentados a força elétrica), de propulsão humana, de tração animal, reboque ou semirreboque:

 

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

Auto Au tomo mottor

Eléétr El tric icoo

  Propulsão humana

Tração animal

57

Reboque e semirreboque

Figura 35 - Modais de transporte Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

CURIOSIDADES

O investimento em veículos que utilizam energia limpa e combustíveis não poluentes, como é o caso dos veículos solares ou de hidrogênio, é uma nova tendência que vem se inserindo fortemente na aplicação em veículos.

3.1.2 FICHA TÉCNICA A ficha técnica é um documento utilizado na gestão de transportes e na administração da frota que reúne as informações técnicas sobre o veículo, como potência do motor, capacidade do veículo, peso bruto e líquido, consumação média de combustível, acessórios internos e equipamentos de segurança. Essa é uma ferramenta utilizada para o controle da frota e permite que o profissional utilize a ficha como parâmetro para análise de desempenho do veículo e para verificação dos componentes internos e externos. Veja um modelo a seguir.

 

58

GESTÃO DE TRANSPORTES

FICHA TÉCNICA

MERITA 2423 6X2

VEÍCULO

MOTOR

352 LA Diesel, injeção direta

TIPO

6 cilindros em linha

CILINDRADA

5.675 cm3

POTÊNCIA MÁXIMA

130cv a 2800rpm

TORQUE MÁXIMO

37mkgf a 2000rpm

SISTEMA ELÉTRICO/BATERIA/ALTERNADOR 12V/1 x 135ah/12V /14V 35A CAIXA DE CÂMBIO

MB G3/36-5/8,98 de 2 marchas e 5 velocidades

REDUÇÃO DO EIXO TRASEIRO

i=6,143 (43:7) nas versões L e LS e i:6,857 (48:7) na versão LK 

SUSPENSÃO DIANTEIRA

Feixe de molas parabólicas e amortecedores amortecedores hidráulicos

SUSPENSÃO TRASEIRA

Feixe de molas semielípticas e molas auxiliares

FREIOS

ar, misto, óleo nas 4 rodas

PNEUS (RECOMENDADO)

275 / 80R 22,5 ou 9.00R 20 PR12

PBT TOTAL TÉCNICO

12000 kg versão 4x2 19.000 kg versão 6x2

PBT TOTAL LEI DA BALANÇA

11000kg versão 4x2 e 16.000kg 6x2 Figura 36 - Modelo de ficha ttécnica écnica Fonte: SENAI DR BA, 2019.

Geralmente, o manual do veículo traz todas as informações técnicas, que podem ser lançadas em planilhas específicas para o controle das informações do veículo ou inseridas em sistemas de gestão (softwares) utilizados na gestão da frota.

 

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

59

3.1.3 CAPACIDADE DO VEÍCULO A capacidade de um veículo é um item muito importante a ser analisado na escolha do equipamento adequado para realizar a distribuição dos bens e produtos de uma empresa. empresa. Os vários tipos de produtos demandam veículos distintos, que possam transportar volumes de materiais e produtos de forma íntegra, segura, a um custo razoável. Um aspecto estratégico que é atendido pela capacidade do veículo é a economia de escala, alcançada pelo transporte de uma grande quantidade de produtos por vez, otimizando a operação e os recursos aplicados nela, como motorista/hora, combustível e custos de viagem, dentre outros. Assim os operadores de transporte buscam sempre soluções que possibilitem o transporte de maior capacidade ao menor custo possível. Uma saída para a utilização da capacidade dos veículos é a exploração dos modais de transporte. Vejamos a seguir as capacidades de peso mínimas e máximas para cada modal.

Rodoviário

600 kg

57 t

Aéreo

8t

90.000 t

Ferroviário

2.500 t

33.000 t

Aquaviário

1.000 t

300.000 t

3

Dutoviário

3.600 m  dia

Figura 37 - Capacidades mínimas e máximas por modais Fonte: SENAI DR BA; SHUTTERSTOCK, 2019.

Fazer a escolha adequada do modal de distribuição de produtos e insumos pode gerar vários benefícios para a qualidade e para os custos logísticos. Vejamos na figura a seguir uma comparação da utilização entre três dos principais modais utilizados no Brasil.

 

60

GESTÃO DE TRANSPORTES

CAPACIDADE DE CARGA

Barcaça 1.500 TON

Comboio de 15 barcaças 22.500 TON

Vagão 100 TON

Composição com 100 vagões 10.000 TON

Carreta 26 TON

EQUIVALÊNCIA EM UNIDADES

15 Vagões

1 Barcaça

1 Comboio

2.25 Composições com 100 vagões

58 Carretas

870 Carretas

Figura 38 - Comparativo de capacidade de vveículos eículos nos diferentes modais Fonte: BRASIL, 2017b.

Note que a figura anterior apresenta uma larga diferença de capacidade para os diferentes modais, onde 1 comboio com 15 barcaças utilizadas para o transporte fluvial corresponde à mesma capacidade que 870 carretas utilizadas no modal rodoviário. Além da quantidade de carga que possibilita movimentar, é possível perceber também benefícios como a redução na emissão de gases tóxicos na atmosfera, além do descongestionamento de vias rodoviárias. Embora existam várias opções de exploração de veículos com diferentes capacidades, iremos nos aprofundar especificamente nos aspectos voltados ao modal rodoviário, pois possuem maior rrepresentatividaepresentatividade na movimentação interna de carga no Brasil, e possui uma legislação mais restritiva quanto aos aspectos de capacidade que devem ser respeitados para a veiculação nas rodovias.

3.1.4 CAPACIDADE DO VEÍCULO DE ACORDO COM A LEGISLAÇÃO O Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), através das Resoluções nº 12/1998, 184/2005 e nº 62/1998, regulamentou os artigos 99 e 100 do Código de Trânsito Brasileiro e atribuiu os limites para dimensões e peso para todos os veículos de carga que circulam nas vias terrestres (DNIT, 2018). A circulação de veículos no território deve cumprir requisitos específicos, a fim de gerar maior segurança nas estradas, evitando acidentes como o tombamento por excesso de peso, ou a quebra do veículo

 

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

61

e interdição de vias. Devem ser observados os limites de dimensionamento do veículo, largura, altura e comprimento padrão, o peso bruto total, líquido e o peso por eixo. Assim, o DNIT (2018) estabelece os parâmetros quanto ao Peso Bruto Total (PBT), Peso Bruto Total Combinado (PBTC), Lotação, Tara e Capacidade Máxima de Tração (CMT). Vejamos cada um deles: a) Peso Bruto Total (PBT): peso máximo que o veículo transmite ao pavimento, constituído da soma da tara mais a lotação ou peso líquido; b) Peso Bruto Total Combinado (PBTC): peso máximo transmitido ao pavimento pela combinação de um caminhão-trator mais seu semirreboque ou do caminhão mais o seu reboque ou reboques; c) Lotação: carga útil máxima, incluindo condutor e passageiros que o veículo transporta, expressa em quilogramas para os veículos de carga, ou número de pessoas, para os veículos de passageiros; d) Tara: peso próprio do veículo, acrescido dos pesos da carroçaria e equipamento, do combustível, das ferramentas e acessórios, da roda sobressalente, do extintor de incêndio e do fluido de arrefecimento, expresso em quilogramas; e) Capacidade Máxima de Tração (CMT): máximo peso que a unidade de tração é capaz de tracionar, indicado pelo fabricante, baseado em condições sobre as limitações de geração e multiplicação de momento de força e resistência dos elementos que compõem a transmissão.

24 cm

  m   c    3    1

Figura 39 - Adesivo de capacidad capacidadee do caminhão Fonte: SENAI DR BA, 2019.

Assim, vimos que a capacidade do veículo é indicada por legislação específica e deve ser respeitada, de forma a evitar percalços e interrupção do serviço. A seguir veremos as dimensões máximas permitidas nas rodovias.

DIMENSÕES MÁXIMAS As dimensões para veículos devem respeitar as dimensões disponibilizadas pelas estruturas oferecidas nas rodovias. É necessário que os veículos possam trafegar, traf egar, sem a possibilidade de colisões e sem a obstrução do tráfego. Nessecom sentido, o CONTRAN o tráfego de veículos ou sem carga: estabeleceu em sua Resolução nº 210/2006 as dimensões para

 

62

GESTÃO DE TRANSPORTES

Fundo branco 2300mm

Laranja Preto refletivo refletivo

Preto

Figura 40 - Adesivo para dime dimensão nsão de veículo rodoviários rodoviários Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018. (Adaptado).

É importante estar atento aos limites e dimensões estabelecidos pela legislação, para circulação em rodovias. Assim, vejam os pesos máximos que são regulamentados pelos órgãos de trânsito.

PESOS MÁXIMOS Os limites máximos de Peso Bruto Total/Peso Bruto Total Combinado são estabelecidos com base na Capacidade Máxima de Tração da unidade tratora, determinada pelo fabricante. A capacidade de tração depende também da distribuição dos eixos, estruturas de suporte que ligam as rodas do veículo. Estes limites são regulamentados regulamentados pela Portaria do DENATRAN nº nº 93/2008, de 01/10/200 01/10/2008. 8. A partir da distribuição dos eixos do veículo ou da combinação de veículos adotada, verifique a seguir como a distribuição é feita, de acordo cada tipo de eixo e o seu peso máximo permitido:

EIXO ou CONJUNTO DE EIXOS

Eixo isolado, com 2 (dois) pneumáticos

RODAGEM

(d) DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS em metros

CARGA (kg)

SIMPLES

-

6.000

CONFIGURAÇÃO DE EIXO

     

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

 

(d) DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS em metros

6.000 CARGA (kg)

DUPLA

-

10.000

Conjunto de 2 (dois) eixos direcionais, com 2 (dois) pneumáticos cada

SIMPLES

-

12.000

Conjunto de 2 (dois) eixos em tandem com 4 (quatro) pneumáticos por eixo

DUPLA

>1,20 ou ≤ 2,40

17.000

Conjunto de 2 (dois) eixos não em tandem com 4 (quatro) pneumáticos por eixo

DUPLA

>1,20 ou ≤ 2,40

15.000

Conjunto de 2 (dois) eixos sendo um com 2 (dois) pneumáticos, e outro com 4 (quatro) pneumáticos, com suspensão especial

SIMPLES + DUPLA

< 1,20

9.000

Conjunto de 2 (dois) eixos sendo um com 2 (dois) pneumáticos, e outro com 4 (quatro) pneumáticos, com suspensão especial

SIMPLES + DUPLA

>1,20 ou ≤ 2,40

13.500

>1,20 ou ≤ 2,40

17.000

Eixo isolado, com 2 EIXO CONJUNTO (dois)ou pneumáticos DE EIXOS

SIMPLES RODAGEM

Eixo  isolado com 4 (quatro) pneumáticos

Conjunto de 2 (dois) eixos em tandem e suspensão pneumática com 2 (dois) pneumáticos extralargos em cada eixo

 

CONFIGURAÇÃO DE EIXO

63

 

   

64

GESTÃO DE TRANSPORTES

tandem e suspensão pneumática com 2 EIXO ou CONJUNTO (dois) pneumáticos DE EIXOS extralargos em cada eixo

Conjunto de 3 (três) eixos  em tandem, com 4 (quatro) pneumáticos por eixo

RODAGEM

(d) ou ≤ 2,40 >1,20 DISTÂNCIA ENTRE-EIXOS em metros

17.000 CARGA (kg)

DUPLA

>1,20 ou ≤ 2,40

25.500

>1,20 ou ≤ 2,40

25.500

Conjunto de 3 (três) eixos em tandem e suspensão pneumática, com 2 (dois) pneumáticos extralargos em cada eixo

CONFIGURAÇÃO DE EIXO

Tabelaa 1 - Tabela de peso máximo admitido por eixo ou conjunto de eixos Tabel Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Assim, de acordo o modelo e a distribuição de eixos do veículo, é possível estabelecer a quantidade de carga que cada um pode transportar. Para isso, devemos calcular a combinação das capacidades de peso dos eixos dos veículos, definido o seu peso bruto total e o peso de lotação. Tomemos como exemplo um caminhão do tipo trucado, apresentado a seguir.

Caminhão trucado

E1 E2 + E3

6.000 + 17.000

PBT (Peso bruto total)

E1 E1: eixo simples; carga áxima: 6 ton.

23.000

E2 E3 E2 + E3: conjunto de eixos em tandem duplo; carga máxima: 17 ton. Figura 41 - Cálculo de lotaçã lotação o e peso bruto total Fonte: SENAI DR BA, 2019.

Definir a lotação dos veículos é um requisito fundamental, para que se possa estabelecer operações seguras, dentro das exigências legais de limites de cargas e dimensões dos veículos. Conhecer a capacidade

 

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

65

dos veículos ainda irá auxiliar no dimensionamento da frota, identificando os veículos mais indicados para atendimento de suas demandas, de acordo a características dos produtos e da carga.

FIQUE ALERTA

Os pesos devem ser respeitados, a fim de evitar multas e retenção da carga e do veículo. A tolerância para o excesso de peso por eixo definida pelo CONTRAN é de 7,5% sobre os limites de peso bruto transmitido por eixo de veículo.

A capacidade dos veículos é um requisito estratégico, que combinado com ações de programação e roteirização, oportunizam o aumento de produtividade da frota e a redução dos custos operacionais e despesas com o transporte.

3.1.5 PROGRAMAÇÃO DE RECEBIMENTOS A satisfação dos clientes é o foco principal para aquelas empresas que utilizam a logística em seus processos. O sucesso de suas atividades está diretamente atrelado ao bom nível do serviço prestado em seus processos de entrega. Para isso, é essencial que o profissional de logística esteja atento ao planejamento das ações adotadas para distribuição dos produtos, por meio da programação de suas entregas, ofertando redução no lead time, respeitando as condições de custos envolvidas na operação. A programação de recebimentos, portanto, é uma estratégia logística que busca organizar a rotina das empresas, visando dar mais produtividade e fluidez ao trabalho, além de atender com qualidade o público foco de sua atuação, o cliente, com entregas sem danos, na quantidade acordada, com prazos curtos ou dentro do prazo estabelecido. Essas premissas objetivam nortear o nível de serviço desejado pela empresa, que transformados em números e indicadores, possibilitam o acompanhamento e a checagem dos níveis de atendimento prestado pela empresa. Para planejar o processo de entregas, deve-se pensar inicialmente no tipo de carga que será transportada, pois em alguns casos, o tipo da carga exige o respeito de normas e de prazos rígidos, como no caso de produtos perecíveis ou cargas perigosas. Observe, a seguir, as características específicas para entrega destas cargas. r efri-  Cargas perecíveis: o alto grau de sensibilidade de alguns alimentos ou a necessidade de refrigeração em entregas frigorificadas, como carnes, exigem condições específicas de entrega e o respeito á data de validade. Prazos de validade muito curtos podem ser ainda mais reduzidos com processos de entrega muito longos, comprometendo a comercialização do produto; -  Cargas perigosas: alguns produtos perigosos possuem legislações específicas para o trans-

porte, a exemplo daqueles têm a necessidade de autorização ambiental para o transporte de produtos perigosos emitida pelo Ibama. Em alguns casos, o tráfego desse tipo de carga é restrito a horários predeterminados, quantidade de dias de trânsito e na utilização de vias específicas, sendo importante consultar a legislação de região que se pretende atender e/ou realizar as entregas.

 

66

GESTÃO DE TRANSPORTES

Para cargas que se enquadrem nas características mencionadas, é preciso levar em consideração todos esses aspectos na programação da entrega, evitando contratempos. Além dos tipos de cargas, outro fator relevante à forma de entrega são os modais utilizados, cada modalidade de transporte possui uma característica de disponibilidade e periodicidade específica, a ser considerada no lead time de atendimento ao cliente. Embora todos os modais possuam características particulares no cálculo do tempo de operação e na programação da distribuição, é necessário estudar em particular o rodoviário, em virtude de sua elevada aplicação no Brasil e da necessidade de utilização integrada a outros modais para a distribuição de insumos e produtos industrializados até o cliente.

Figura 42 - Programação de entregas Fonte: SENAI DR BA, 2019.

Com base nos pedidos das empresas é construída a programação das entregas. Em alguns a lguns casos, devido a urgência ou a prazos reduzidos existe a necessidade de priorização de algumas entregas, mas liberar veículos para entregas com a lotação abaixo da sua capacidade pode tornar uma operação logística inviável financeiramente. Assim, estabelecer sistemas de controles de liberação de veículos e cargas é necessário para que os veículos sejam utilizados dentro de uma programação prévia e em toda a sua potencialidade, pois veículos parados ou ociosos geram custos e reduzem a receita.

 

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

67

Figura 43 - Liberação de veículos de carga Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

A liberação de veículos será de acordo com a ordem de chegada das requisições e por ordem de prioridade. Para a liberação de um veículo, o setor solicitante registra a necessidade (tipo de viagem, carga, volume); em seguida será verificada a disponibilidade de veículos, melhor veículo para o atendimento da demanda, disponibilidade de condutor e o preenchimento dos controles de alocação do veículo. Após esses procedimentos, a liberação do veículo pode ser realizada. É importante que antes da liberação do veículo, o condutor certifique-se do estado do veículo, os acessórios, danos já existentes, pois é corresponsável pelo veículo. A liberação das unidades de transporte de uma frota assegura a correta disponibilidade de veículos e mantém o equilíbrio das atividades e dos prazos acordados.

3.1.6 DIÁRIO DE BORDO O diário de bordo é uma ferramenta utilizada desde as épocas das grandes navegações, onde o comandante registrava todas as ocorrências da viagem, trajetos, obstáculos encontrados, servindo como orientação para outros navegantes que utilizassem aquela rota. Hoje, muitos desses documentos são utilizados como objetos de pesquisa para contextualização histórica. O diário de bordo é uma ferramenta que auxilia no controle da frota; é um documento de acompanhamento das rotinas de operações do veículo. Nele são registradas as movimentações realizadas, saídas e retornos, quilometragem, abastecimentos. Tem o intuito gerar um acompanhamento do uso e da vida do veículo.

 

68

 

GESTÃO DE TRANSPORTES

DIÁRIO DE BORDO UTILITÁRIO - PLACA

VERIFICAR    t  o   e  n   m   c  u    D  o

DATA

HORA

SAÍDA

SAÍDA

MOT O OR R IS IST A

K M INI C CIIAL

HORA

KM FINAL

ORIGEM / DESTINO

CHEGADA

   t  o  r    i  n    t    E  x

  a   o  d    R     d  e   e   v   a   C   h

  o   a  c   a  c    M

  u  a    Á  g 

   l  e  o   Ó

  /      e    i  a    i  o  r   e  u    t  e  p    t  a  r    t  e  r    P  n    E  s    L  a    I  n

    o     m     o     m     o     m     o     m     o     m     o     m     o     m     o     m      ã      i      i      ã      i      ã      i      ã      i      ã      i      ã      i      ã      i      ã      S      N      S      N      S      N      S      N      S      N      S      N      S      N      S      N

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 Nº

OCORRÊNCIAS / OBSERVAÇÕES - Quaisquer Irregularidades ou barulhos devem ser anotados abaixo.

Documento:  Existência do Documento no Veículo / Licenciamento (Se está vencido) Documento: Existência Extintor: Existência Extintor:  Existência do Extintor do Veículo, Carga (Cheio/Vazio) e Data de Validade (Se está vencido) Chave de Roda: Existência Roda: Existência da Chave e Condições Gerais Macaco: Existência Macaco:  Existência do macaco e Condições Gerais Água: Nível Água:  Nível   de água no Reservatório do Radiador / Condições da água (muito Suja).. ** Se houver a necessidade de completar o nível de água do Radiador,, escrever nas Ocorrências Óleo: Nível de Óleo de Carter. ** Se houver a necessidade de completar o nível de óleo, escrever nas Ocorrências Pneu / Stepe: Condições Stepe: Condições Gerais dos Pneus (Desgaste Irregul ar, calibragem - murcho) Não esquecer de verific ar calibragem do Stepe. Lataria / Interior: Riscos, Interior: Riscos, amassados, irregularidades na lataria do veículo e Interior do mesmo

Figura 44 - Modelo de diário de bordo Fonte: SENAI DR BA, 2019.

Esse recurso pode ser aplicado por meio de controles manuais como apresentado anteriormente, ou por meio de tecnologias mais avançadas, permitindo o controle mais eficiente da frota.

Figura 45 - Aplicativo de con controle trole de frota Fonte: BONNEMASOU, [201-?].

 

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

69

Assim, a utilização de softwares e aplicativos georreferenciados são algumas das soluções que trazem avanços ao controle dessas informações, com dados precisos e atuais.

3.2 ATIVIDADES DE TRANSPORTE O transporte, como já visto ao decorrer de nosso estudo, é colocado como um dos principais componentes do sistema logístico, pois tem a função de transportar bens e mercadorias de um local a outro, viabilizando o fluxo de produtos e exercendo papel fundamental no desempenho das atividades e dos serviços prestados ao cliente. Assim, é necessário conhecer quais atividades são contempladas em suas rotinas. r otinas.

Figura 46 - Rotinas do transporte de ca carga rga Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

Para realização de suas tarefas, é essencial a disponibilidade de informações possíveis pela realização de procedimentos de controle, pois elas serão úteis no processo de tomada de decisão. Além disso, é importante também contar com uma equipe de colaboradores capacitados e treinados, aptos a realizar procedimentos técnicos, portadores de conhecimento da documentação exigida para o transporte de cargas, habilitados a operar máquinas, equipamentos, veículos e tecnologias utilizados para execução de atividades básicas do transporte. Outra atividade fundamental, que faz parte das atividades do setor de transporte, é o processo de avaliação das transportadoras, que deve levar em conta a sua confiabilidade, capacidade, facilidade de acesso e segurança, programação de equipamentos, negociação de taxas de frete, integração de transportadoras, integração dos serviços de transporte, além do rastreamento e expedição (BOWERSOX; CLOSS, 2014). Além disso, é uma função essencial na gestão do transporte, a escolha do modal logístico que será adotado para distribuição do seu produto, a definição da composição de sua frota, o controle de suas operações, e assim, ter clareza da capacidade de atendimento, realizar a programação e decidir sobre as

 

70

GESTÃO DE TRANSPORTES

contratações, terceirizações e parcerias utilizadas de forma estratégica na execução desse serviço, indispensável às atividades da empresa.

3.2.1 COTAÇÃO DE SERVIÇOS Nas atividades de transportes, saber como realizar uma cotação para a prestação de serviço é um dos pontos primordiais para a empresa, que utiliza da logística de transportes como uma aliada, para a distribuição de seus produtos. A cotação de serviços de transporte consiste no estabelecimento de preço para sua execução. Essa precificação dos serviços deve considerar as variáveis que influenciam uma remessa, garantindo a remuneração adequada para as empresas prestadoras de serviço e um preço competitivo. Veja, a seguir, uma ficha modelo de cotação de preços de frete.

Fornecedor 1

Fornecedor 2

Nome 1

Nome 2

Contatos Descrição do produto

Qtde

Unid

 Transporte de 400 de canecas 50 x 30 x 40 40

400

CX

Preço unit

Total

-

Preço unit

Fornecedor 3 Nome 2 Total

2.200,00

Preço unit

Total

3.550,00

3.150,00

Valor total

R$ 2.200,00

R$ 3.550,00

R$ 3.150,00

Desconto

20%

5%

0%

Valor líquido

R$ 1.760,00

R$ 3.372,00

R$ 3.150,00

Condição de pagamento

30 / 60 / 90

30 / 60 / 90

60 / 90

Prazo de entrega

15

18

15

Fornecedores

Valor total

Diferença

Fornecedor 1

R$ 1.760,00

0%

Fornecedor 2 Fornecedor 3

R$ 3.372,50 R$ 3.150,00

92% 79%

Valor mínimo 1.760,00

R$ 1.760,00

R$ 1.760,00

Menor valor

Figura 47 - Cotação de preço de frete Fonte: SENAI DR BA, 2019.

Para a realização de uma boa cotação, devem ser observados alguns pontos essenciais, descritos a seguir: a) Planejamento do transporte: antes da pesquisa de preço em si, é indispensável que, em um processo de cotação de preço, seja elaborado um planejamento sobre a carga que será transportada, avaliando as características físicas do produto, o destino, a rota e condições específicas que possam afetar o valor do transporte. Sendo assim, para uma cotação assertiva, é importante que o planejamento inclua todas as variáveis que possam influenciar o preço do transporte, contemplando adequadamente todos os aspectos de custo de uma transação de transportes, além das já citadas acimas, como: -  Dificuldade de acesso ao destino;

 

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

71

-  Período em que o transporte será realizado (períodos de grande demanda como o final do

ano, os custos podem subir); -  Tipo de carga; -  Tributos incidentes sobre a carga e o serviço; -  Fluxo de remessas a serem realizadas, dentre demais aspectos.

Todos esses quesitos podem afetar os valores das cotações. Logo, é fundamental sempre informá-los. Destaca-se ainda o preço do combustível, que também é um elemento de grande importância no planejamento, sendo um fator que influencia diretamente no custo operacional. b) Definição do transporte ideal: analisar a carga é outro elemento que deve ser realizado na escolha do transporte ideal. Cada remessa possui características distintas, exigindo formas de transporte diferentes. Por exemplo, em pequenos volumes de cargas, destinados a médias distâncias, o custo do transporte aeroviário pode se assemelhar ao rodoviário, sendo uma alternativa viável, rápida e segura, fornecendo maior qualidade no atendimento; c) Realizar cotações em diferentes transportadoras: é fundamental à realização de uma cotação de qualidade, a tomada de preço com mais de um prestador de serviços. Essa ação possibilita confrontar os preços praticados no mercado, identificar melhores relações de custo benefício para o serviço oferecido, além de auxiliar na construção de um cadastro de possíveis fornecedores. Indica-se nessa etapa que seja realizada a pesquisa em no mínimo três fornecedores distintos, para que se possa ter uma noção mais ampla dos custos e das condições para atendimento à demanda. Além do comparativo de preço, é importante levar em conta aspectos como capacidade e qualidade no atendimento e condições de pagamento.

FIQUE ALERTA

É importante lembrar que a cotação mais baixa nem sempre é a mais indicada, pois a qualidade e reputação da empresa contratada, também deve ser avaliada.

d) Avaliar a distância percorrida: o fator mais relevante para a cotação desse tipo de serviço é a distância percorrida, por isso, conhecer a quilometragem de destinação da remessa é fundamental à cotação. Essa é a informação chave para que você consiga negociar com mais clareza com as transportadoras, pois muitas delas já possuem uma tabela fixa com custos para as distâncias médias, mas que nem sempre condizem com os valores praticados no mercado (CARGOX, 2018); e) Conhecer o valor da nota fiscal: embora as características físicas da carga, como volume, peso e natureza, sejam determinantes para a fixação do custo do frete, o valor indicado na nota fiscal também deve ser considerado, pois algumas cargas possuem alto valor agregado, sendo consideradas valiosas e necessitam de maiores requisitos de segurança, tais como o pagamento do seguro da carga;

 

72

GESTÃO DE TRANSPORTES

f) Avaliar os diferenciais da transportadora:  em uma relação de contratação, é necessário avaliar os diferenciais competitivos das empresas. Trabalhar em parceria com empresas experientes e que disponham de infraestrutura, veículos e tecnologia adequada para garantir a qualidade do transporte, pode representar uma grande economia para a sua empresa, evitando riscos de ocorrências indesejadas, como acidentes, atrasos e avarias nas mercadorias, garantindo a satisfação dos seus clientes.

O transporte é uma tarefa rotineira e necessária para muitas empresas, assim realizar a cotação dos serviços de transporte para distribuir os produtos é uma ação estratégica, que estará impactando economicamente nos resultados da empresa e garantindo a qualidade e eficiência nas suas operações logísticas.

3.3 FRETES A contratação de fretes faz parte das rotinas habituais da gestão de transporte. A contratação de serviço de fretamento a um preço competitivo faz com que o preço do produto se torne, consequentemente, também mais competitivo.

Contratação de frete

Figura 48 - Contratação de frete Fonte: SENAI DR BA, 2019.

Para isso, devemos planejar a sua aplicação do frete de forma coerente, adequada às necessidades de distribuição da empresa, sempre considerando a efetivação da entrega dentro dos padrões preestabelecidos e os custos de contratação de serviços de frete.

3.3.1 CONCEITOS E TIPOS Fretamento ou frete são termos utilizados para denominar o aluguel de um veículo para prestação de serviço de transporte de cargas ou pessoas, mediante ao pagamento de valor previamente acordado. Os fretes podem ser subdivididos de acordo a responsabilidade atribuída ás partes envolvidas, podendo ser CIF (Custo, Seguro e Frete) ou FOB (Livre a bordo).

 

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

73

-  CIF: sigla formada pelas expressões inglesas “ Cost, Insurance and Freight ” que significam Cus-

to, Seguro e Frete, denomina a modalidade de frete em que o fornecedor é o responsável por todos os custos e riscos para entrega da mercadoria. É uma modalidade vantajosa para o comprador, pois o fornecedor se responsabiliza por todos os trâmites de entrega e com os seus custos; ”, ou livre a bordo, é um modelo de -  FOB: utilizada para identificar a modalidade “ Free on board ”, frete onde o comprador assume todas as responsabilidades com o transporte das mercadorias, desde os riscos operacionais ao pagamento do frete. Isso pode parecer desvantajoso para o comprador, mas pode ser uma possibilidade para barganhar melhores preços e assegurar a qualidade da entrega, pois, geralmente, nessa modalidade, as empresas buscam estabelecer relações de parceria com empresas transportadoras.

Existem ainda diversas formas de frete que podem ser distribuídos de acordo com o modelo de contratação estabelecido, que pode ser: Direto ou Normal, Subcontratação, Redespacho, Redespacho intermediário e Vinculado a multimodal. Vejamos, a seguir, cada um deles. a) Direto ou Normal: o frete normal é aquele em que a carga é coletada no remetente e levada até o destinatário, de forma direta, sem a utilização de transportadores intermediários; b) Subcontratação: no modelo de subcontratação, a transportadora contratada pelo embarcador não utiliza dos meios próprios para realização do serviço, ela subloca o serviço de outro operador de transportes para fazer as entregas. Essa é uma característica comum para empresas que não atendem determinadas regiões, possibilitando aumentar sua malha de transporte, por meio da contratação do serviço de uma empresa terceira, atendendo a demandas específicas e aumentando a qualidade do atendimento; c) Redespacho: no redespacho, a empresa transportadora contrata uma empresa terceira para realizar uma parte do trajeto contratado pelo embarcador. Diferente da subcontratação, nessa modalidade o transportador atende por meios próprios uma parte do trajeto e redespacha a outra parte por meio de um transportador secundário. Veja esse formato na figura a seguir.

Frete por redespacho São Paulo

Minas Gerais

Bahia

Unidade de redespecho

Embarcador

 Trasportador 01

Trasportador 02

Figura 49 - Frete por redespacho Fonte: SENAI DR BA, 2019.

Destinatário

 

74

GESTÃO DE TRANSPORTES

d) Redespacho intermediário: no redespacho intermediário, a transportadora contratada não retira e não entrega o material no local de destino. Nessa modalidade, a transportadora principal contrata o serviço de coletagem de outra transportadora e, ao final, repassa a carga a uma terceira transportadora; e) Vinculado a multimodal: o frete vinculado a multimodal é utilizado para operações que utilizam mais de um modal logístico. Nessa modalidade, a transportadora é contratada por um Operador de Transporte Multimodal para realizar uma das etapas do serviço.

As várias possibilidades de frete possibilitam às empresas realizarem suas entregas de forma eficiente, permitindo também aumentar a área de atuação do negócio, pois em suas estratégias criam conexões e facilitam o acesso a regiões, que de forma individual não poderiam atender.

3.3.2 CÁLCULO O cálculo do frete é feito com base em diversas variáveis, o seu valor é estipulado com base nos custos operacionais da atividade de transporte, tais como o combustível, taxas, pedágios, alimentação, segurança e, ainda, deve contemplar o lucro que a empresa ou profissional autônomo busca com a prestação do serviço. De acordo os parâmetros estabelecidos pela ANTT, em uma transação comercial de transporte, o valor mínimo do frete deve atender ao valor tabelado, estabelecido em acordo com o Governo Federal. Assim, mediante as orientações descritas, o frete pode ser calculado da seguinte forma:

Passo 01: Identifique o tipo de carga que irá transportar: carga geral, carga a granel, carga frigorificada, carga perigosa ou neogranel;

Passo 02: Verifique a distância da operação de transporte

e identifique em qual linha da tabela se encontra. Não se esqueça da carga de retorno, para incluir o custo da volta, deve-se multiplicar a distância de ida por dois e procurar a linha em que está essa nova distância. Passo 03: Busque na tabela o valor do custo por Km/Eixo

na linha em que está a distância que você calculada;

Passo 04: Multiplique a quantidade de eixos da

combinação de veículos e implementos utilizado na operação pelo custo Km/Eixo, encontrado na tabela; Passo 05: Agora é só

multiplicar a distância (no passo 2) pelo

valor do custo por km da combinação dos eixos (encontrado no passo 4), para obter o valor mínimo da viagem. Figura 50 - Composição do cálculo de frete rodoviário Fonte: SENAI DR BA, 2019.

 

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

75

É importante não se esquecer de contabilizar os valores extras da viagem, como pedágio, tributos (IR, INSS, ICMS, etc.), despesas com seguro, pois eles dependem de características como o tipo de produto, a rota da viagem e a região que irá atender. Lembre-se de que esse é o valor mínimo definido; em cima desse valor deve ser estipulado o percentual de lucro que pretende-se obter pela prestação do serviço. Observe no exemplo a seguir, como esse cálculo é feito. Considere o transporte de uma carga geral, que será transportada entre duas cidades, de um mesmo estado, que ficam distantes 550 km uma da outra. Para isso, será utilizado um caminhão trucado de 3 eixos.

O tipo de carga é geral, então selecione a 2º tabela, Carga Geral, que constra no Anexo II da Resolução ANTT nº, 5820, de 2018

São 550 km de distância, então o valor tabelado está na linha que aparece de 501 e até 600 km, no valor de é 0,98

O veículo que estou usando tem 3 eixos, então vou multiplicar 3 por 0,98, que dá 2,94 R$/km.

Agora, devo pegar a distância de 550 km que vou percorrer e multiplicar pelo valor de 2,94 calculado no passo anterior, que dá um valor mínimo de R$ 1.617 para a viagem.

Figura 51 - Calculando o va valor lor do frete Fonte: SENAI DR BA, 2019.

 

76

GESTÃO DE TRANSPORTES

Se no caminho o transportador tiver que pagar valores va lores referentes a pedágios, esses valores deverão ser acrescentados aos R$ 1.617,00 e ao valor do lucro, totalizando no valor da proposta de frete para o cliente.

CUBAGEM A cubagem da carga é a relação entre o peso de um produto e o espaço que ele ocupará dentro do veículo. Essa relação pode ser obtida através de um cálculo matemático utilizando o fator de cubagem.

FATOR DE CUBAGEM O fator de cubagem é um número determinado, definido através do ideal de transporte de carga, e equivale a um metro cúbico dentro do veículo usado para o transporte. Cada modal possui um fator de cubagem diferente por conta das diferenças existentes entre eles. Os mais comuns são: rodoviário: 1m³ =300kg aéreo: 1m³ = 166,7kg marítimo: 1m³ = 1.000kg

O intuito aqui é planejar melhor o processo de carregamento, considerando dois pontos primordiais: a) Impedir que se feche uma carga com muitos volumes, mas de baixo peso: o que faria com que se desperdiçasse a capacidade de carga do veículo em kg bruto; b) Impedir que se tenha muitos volumes pequenos, mas muito pesados: o que faz com que se deixe de aproveitar um espaço considerável dentro do veículo (em virtude do limite de peso);

PESO CUBADO O peso cubado é o espaço que de fato é ocupado pela carga no veículo. Esse valor é calculado através de uma fórmula abaixo: Comprimento x Largura x Altura x Fator de cubagem Segue um exemplo: O volume a ser transportado por uma carga no modal rodoviário possui as dimensões: 70cm x 40cm x 20cm Obs: O fator de cubagem considerado nesse caso é o padrão de 300. Então: 0,70 x 0,40 x 0,20 x 300 = 16,8Kg

 

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

77

3.3.3 TABELA  A tabela de frete é um recurso estabelecido pelo governo brasileiro a fim de regular as relações contratuais de afretamento8, tornando-as mais justas e competitivas. Estabelecidas pela Lei nº 13.703, de 8 de agosto de 2018, as tabelas de preços mínimos estão vinculadas à natureza da carga e foram elaboradas conforme suas especificidades, divididas em: carga geral, a granel, frigorificada, perigosa e neogranel.

TABELA DE PREÇOS MÍNIMOS POR KM E POR EIXO  CARGA GERAL D E KM

ATÉ KM

CUSTO PO R KM/E IXO

1

100

R$ 2,10

101

200

R$ 1,28

201

300

R$ 1,11

301

400

R$ 1,04

401

500

R$ 1,00

501

600

R$ 0,98

601

700

R$ 0,96

701 801

800 900

R$ 0,95 R$ 0,94

901

1.000

R$ 0,93

1.001

1.100

R$ 0,92

1.101

1.200

R$ 0,92

1.201

1.300

R$ 0,91

1.301

1.400

R$ 0,91

Tabela 2 - Tabela de frete Fonte: AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES TERRESTRES, 2018.

A lei do tabelamento indica o reajuste semestral da tabela; outra forma de alteração está vinculada ao preço do óleo Diesel, que em casos de oscilação superior a 10% deve ser adotada.

 SAIBA MAIS

Conheça a tabela de preços mínimos completa, pesquisando por “Anexo “Anexo II tabelas de frete” e verifique com são compostos os valores dos fretes rodoviários nacionais.

É importante lembrar que os valores estabelecidos pela tabela são valores mínimos, ou seja, o motorista que deseje estabelecer os seus próprios cálculos e adotar a dotar uma política de fretes mais elevada, aumentando seus ganhos, pode recorrer a essa opção.

8 Afretamento: contratação contratação de veículo veículo para o serviço de transporte transporte de carga ou de passageiros, passageiros, de forma parcial ou total.

 

78

GESTÃO DE TRANSPORTES

NOVAS REGRAS As novas regras para o frete rodoviário no Brasil foram instituídas pela Lei nº 13.703/2018, já mencionada, a qual estabelece a política de preços mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas, por meio de uma tabela unificada, que tem validade durante o semestre em que foi editada. A ANTT fiscaliza o cumprimento dos valores atribuídos, dessa forma, a empresa que contratar o serviço de transporte rodoviário de cargas abaixo do piso mínimo estabelecido pela agência reguladora terá punição específica, incorrendo o pagamento de multas, que podem variar de R$ 550,00 a R$ 10.500,00 (ANTT, Resolução nº 5.820, 2018). Já para o transportador que realizar o serviço de transporte rodoviário de cargas em valor inferior ao piso mínimo de frete definido pela ANTT, será aplicada multa de R$ 550. A resolução diz ainda que os responsáveis por anúncios de ofertas para contratação do transporte rodoviário de carga, em valor inferior ao piso mínimo, estarão sujeitos à multa de valor de R$ 4.975 (ANTT, Resolução nº 5.820, 2018).

3.3.4 NEGOCIAÇÃO DE FRETES Como é possível perceber, os custos com frete absorvem uma grande parcela do faturamento de uma empresa, e negociar os valores desse serviço, buscando melhores fornecedores e melhores condições para a prestação de serviço, contribuem para redução dos custos envolvidos nas operações de transporte.

Negociação de frete Figura 52 - Negociação de frete Fonte: SENAI DR BA, 2019.

Apenas negociar o frete com várias transportadoras, buscando o menor preço, não é suficiente. Assim, devem ser considerados nessa análise, os aspectos qualitativos para o fornecimento do serviço, a agilidade na entrega, a integridade dos produtos, a segurança da carga e a idoneidade do agente transportador. E para que seja realizada uma negociação vantajosa e favorável ao equilíbrio dos custos da empresa, é importante estar atento a alguns pontos no momento da negociação. Observe alguns desses aspectos a seguir: Levantar todos os dados para a elaboração do contrato: para realizar uma negociação exitoa)sa, é importante conhecer todas as informações da carga que se pretende contratar, definindo

o volume de produtos que serão transportados, a demanda por período, as características do

 

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

79

produto, restrições do transporte. Dessa forma, os prestadores de serviço podem montar uma proposta coerente e acertada, vislumbrando possibilidades dentro da proposta de fornecimento; b) Realizar cotações com mais de 02 transportadoras: é importante estar atento aos valores trabalhados em mercado, buscando fornecedores que ofertem relações comerciais mais vantajosas, com preços competitivos, garantindo qualidade na execução do serviço e condições de pagamento mais atrativas; c) Negociar frete com foco no ganha-ganha: em uma relação ganha-ganha, busca-se entrar em uma negociação onde a relação estabelecida seja vantajosa às duas partes, aplicando o poder de barganha, como firmar um contrato de fornecimento f ornecimento a um preço baixo tendo, em contrapartida, a exclusividade no transporte de produtos para aquela empresa. Em ambas as situações, as empresas saem ganhando; d) Dar preferência para empresas que investem em tecnologia: a utilização de tecnologia moderna torna as operações mais controláveis e produtivas, além de fornecer maior segurança, diminuindo riscos; e) Faça escolhas assertivas: “Não compre gato por lebre”.  Muitas vezes, algumas negociações parecem ser muito vantajosas, mas acabam se tornando grandes problemas para a empresa. Em uma nova contratação, mesmo que mais atrativa, é necessário analisar o histórico de prestação de serviço do fornecedor, indicativos de qualidade do serviço e a capacidade de atendimento, pois, muitas vezes, empresas se inserem no mercado com um preço competitivo, porém sem sustentabilidade econômica e acabam falindo, não conseguindo atender sua demanda, comprometendo as atividades e a imagem da empresa frente aos clientes.

Atender a esses requisitos facilita a realização de negociações mais assertivas, seguras e de qualidade. Para isso, é fundamental estabelecer uma boa análise dos critérios da negociação, sendo vantajoso para ambas as partes.

3.3.5 CONTRATAÇÃO DE FORNECEDORES DE SERVIÇOS As estratégias utilizadas para transportar mercadorias devem contribuir para uma melhor qualidade do serviço logístico. Para isso, as escolhas de como será realizado o transporte, devem ser pensadas e plane jadas, buscando sempre contribuir para a otimização otimização dos recursos. Muitas empresas possuem sua própria frota para realizar a distribuição de produtos em todo o território de atuação, porém, adotando essa prática, elas ficam responsáveis pelo custo de aquisição e manutenção dos veículos, além da necessidade de contratação e gestão de funcionários especializados para atuar nesse seguimento.

 

80

GESTÃO DE TRANSPORTES

Figura 53 - Contratação de serviços Fonte: SENAI DR BA, 2019.

Uma alternativa a qual muitas empresas se apoiam é a de terceirização dos serviços. Contratar empresas ou profissionais autônomos, especializadas no transporte de bens e mercadorias, permite à empresa focar em sua atividade principal, evitando a imobilização de recursos e grandes investimentos em frotas, o pagamento de seguro de transportes e outros custos adicionais à atividade, além de obter o acesso a tecnologias mais avançadas nas operações de transporte. Entretanto, essa ação não desonera a empresa dos custos com o transporte, muitas vezes o custo com a contratação de prestadores de serviço se torna maior do que a manutenção da frota própria. Nesse momento, devem ser ponderar os prós e contras da terceirização do transporte da empresa, realizando uma análise dos custos, da aplicação de recursos e dos retornos possíveis, optando entre as duas alternativas. Embora algumas empresas ainda insistam na manutenção da frota própria, nota-se uma forte movimentação do mercado na terceirização total ou parcial desse serviço. Atuam no mercado uma infinidade de empresas e profissionais especializadas na prestação de serviços de transportes, como operadores logísticos, transportadoras e transportadores autônomos, que podem ser contratados com base nas necessidades da empresa. a) Empresa de Transporte Rodoviário de Cargas (ETC): é uma empresa formalmente constituída, sob qualquer forma de contrato social, como uma pessoa jurídica, especializada e habilitada para o transporte rodoviário de cargas; b) Transportador Autônomo de Cargas (TAC): é uma pessoa física que tenha no transporte rodoviário de cargas a sua atividade profissional; Cooperativa de Transporte Rodoviário de Cargas (CTC):  pessoa jurídica configurada como c) uma cooperativa de transporte transporte rodoviário de cargas. Tem por finalidade organ organizar izar e profissio-

nalizar pequenos e médios transportadores através de um modelo societário economicamente

 

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

81

viável, possibilitando também a concorrência com empresas de transporte de forma mais justa, em virtude de isenções fiscais possibilitadas pelo trabalho cooperado.

A prestação de serviços de transporte, por meio de serviços autônomos, transportadoras ou operadoras de serviços logísticos, são opções viáveis para a distribuição e transporte de mercadorias. Mas é importante sempre atentar à qualidade do serviço prestado pelo terceiro, atribuindo indicadores de acompanhamento, para certificar-se da excelência no padrão de trabalho.

3.3.6 DESENVOLVIMENTO DE NOVOS FORNECEDORES Desenvolver fornecedores pode ser uma ação estratégica utilizada por empresas que buscam melhorar o nível de serviço logístico. É importante criar uma relação dos possíveis fornecedores que atendam às demandas da empresa. Alguns fornecedores, por exemplo, possuem um preço competitivo no mercado, mas devido à demanda de serviço não conseguem atender prontamente as necessidades apresentadas. Dessa forma, é preciso estabelecer as atividades e serviços específicos de cada fornecedor e acompanhar a execução do serviço de cada um deles.

Figura 54 - Desenvolvimen Desenvolvimento to de fornecedores fornecedores Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019. (Adaptado).

Além do levantamento de possíveis fornecedores, é importante também avaliá-los, realizando pesquisas documentais, através do contrato social, consulta de CNPJ, por meio de formulários de requisitos, que verificaram o atendimento a requisitos básicos que sejam exigidos pelas operações da empresa, além das visitas in loco, para conhecer as instalações da empresa, os equipamentos que ela dispõe e o seu estado físico. Conhecendo as características da empresa, suas necessidades, a empresa contratante pode identificar oportunidades de melhorias em seus fornecedores, buscando o crescimento conjunto das organizações.

 

82

GESTÃO DE TRANSPORTES

Outro fator importante é alinhar as empresas fornecedoras com a cultura e os valores da empresa, afinal, o transportador entra em contato com o seu cliente final e reflete a imagem da sua empresa. Uma saída para atender essas necessidades é a oferta de treinamento e capacitação dos fornecedores dentro dos limites procedimentais, de qualidade, de segurança e da cultura do contratante, facilitando a interação entre empresa, prestador de serviço de transporte e o cliente final.

3.3.7 DISTRIBUIÇÃO DE VEÍCULOS DE ACORDO COM O LOCAL DE TRABALHO A distribuição do veículo adequado à operação pode contribuir para a realização exitosa da atividade. A área ou localidade que o veículo irá trafegar deve estar de acordo com o tamanho e a capacidade do mesmo. Muitas dessas limitações são impostas por legislações que buscam desafogar e tornar o trânsito urbano mais fluido, criando zonas restritivas à circulação de veículos de grande porte. Estradas mal estruturadas geram maiores danos aos meios de transporte mais pesados, aumentando a umentando o custo com manutenção, troca de pneus, dentre outros. Outro fator de análise na escolha do veículo mais adequado está associado à velocidade; fracionar a carga e distribuí-la em veículos de pequeno porte pode facilitar a entrega e o acesso a áreas restritas. Nas rodovias, por exemplo, os veículos mais indicados são os de carga pesada, como as carretas, pois possuem maior força motriz e capacidade de carga.

 

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

83

3.4 GESTÃO DE FROTAS Gerir a frota de uma empresa faz parte de uma das rotinas operacionais da logística. Como sabemos, é comum que o conceito de logística seja confundido com a atividade de transportes apenas, porém a gestão da frota é uma parte do processo logístico de transporte que assegura que suas operações sejam executadas de forma eficaz e eficiente. A frota de veículos é o agrupado de veículos disponibilizados para realizar as operações de transporte de bens, mercadorias e pessoas de uma empresa. Ela é formada por uma diversidade de veículos, com características e funções diferentes, a fim de atender às diversas demandas das organizações.

Figura 55 - Gestão de frota Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

Como parte dos recursos da empresa, a frota de veículos deve ser administrada de forma a extrair sua maior produtividade, estabelecendo uma relação de custo satisfatória, gerando economias e o bom atendimento ao cliente.

3.4.1 CONTROLE DE FROTA O controle é uma atividade fundamental na Gestão de Frota, que permite acompanhar e conhecer melhor os dados da frota, f rota, permitindo realizar análises sobre o seu funcionamento, quanto ao atendimento de requisitos técnicos e indicadores de desempenho. A aplicação de controles efetivos torna possível identificar erros com maior facilidade, adotar ações de melhoria e otimizar recursos financeiros e logísticos. Um bom controle deve contemplar todas informações sobre a frota, desde o registro dos veículos e as funções que estão destinados a atender, às atividades logísticas e seus usuários. São dados comuns, geralmente utilizados no acompanhamento de frota:

 

84

GESTÃO DE TRANSPORTES

a) Controle de frotas e previsão de gastos: conhecer a frota, como ela é composta, sua capacidade e a aplicação dos veículos é primordial para a gestão do uso e aplicação dos equipamentos disponíveis. O controle de utilização dos veículos possibilita otimizar viagens, verificando veículos ociosos e com capacidade subutilizada, permitindo ainda dimensionar os gastos operacionais das viagens; b) Controle de gastos com manutenção: envolve a realização do levantamento de dados ligados às manutenções preventivas, preditivas e corretivas dos veículos. Com ele, é possível controlar as revisões periódicas, trocas de fluidos, pneus e peças, cambagens, lavagens. A partir dos dados técnicos do veículo, pode-se também atribuir padrões de desempenho e de longevidade das peças;

Manutenção  M anutenção de Veículos D ia

Mês

Placa do Veículo

6

Janeiro

AQF -2475

Tipo

Ser viço

Manutenção

Revisão

Preventiva

Completa

Causa 10.000 km rodados

Quadro 2 - Modelo de controle de manutenção Fonte: SENAI DR BA, 2019.

c) Controle de condutores: a utilização de um veículo requer atenção a requisitos legais, como a habilitação para operação do veículo, cursos e treinamentos específicos. Por isso, o controle de atribuição dos condutores de acordo com autorizações de acesso é fundamental. Além disso, a responsabilidade de utilizar um veículo de uma empresa é compartilhada entre condutor e a empresa, cabendo a essa resguardar-se quanto a multas, acidentes e danos causados dada a utilização do veículo. Assim, controles rigorosos de acesso e utilização dos veículos da frota devem ser adotados, acompanhando informações como operador, data e horário de utilização, destino, dentre outras informações que auxiliarão na composição do histórico de uso do veículo; d) Controle de custo por viagem e consumo de combustível por veículo: acompanhar os custos de viagem gera indicadores analíticos da utilização dos recursos e das despesas. O combustível é um recurso que onera as operações de transporte e por isso deve ser utilizado de forma f orma produtiva. Para isso, é fundamental criar meios para controlar o seu consumo e de verificar o desempenho do veículo.

 

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

85

Manutenção de Veículos Qu Quaanti tida dade de

Km Inicial

Km Final

R$ 3,84 R$ 192,00

50

2000

2300

Diesel

R$ 3,84 R$ 153,60

40

5000

5200

Diesel

R$ 3,89 R$ 116,70

30

9900

10100

Dia

Placa do Veículo

Posto

5

KYG-3687

POSTO MARAJO

Diesel

5

GAW-9087

POSTO MARAJO

5

AQF-2475

POSTO OÁSIS

Combustível

Valor unitário

Tota otal pa pago go

Quadro 3 - Modelo de viagens e consumo de combustível Fonte: SENAI DR BA, 2019.

É importante que no processo de controle, todos os envolvidos estejam aptos e capacitados sobre os procedimentos adotados, devendo a empresa adequar a utilização dos sistemas de forma fácil e prática, verificar se os profissionais estão aptos a operar sistemas digitais, criar manuais e guias de orientação e aplicar treinamentos para utilização de formulários e sistemas. Assegurar a acuracidade das informações é um requisito essencial para a realização de um bom controle, pois quanto mais rápidas e precisas forem as informações, mais efetiva será a tomada de decisões a partir delas. Assim, a utilização de recursos r ecursos modernos e sofisticados para o levantamento de dados e para o acompanhamento e controle de informações é cada vez mais frequente na gestão dos veículos. O uso de cartões de acesso, sensores, veículos inteligentes, aplicativos, tecnologias embarcadas (rastreadores e videomonitoramento) fazem parte de um conjunto de recursos que já estão sendo utilizados no dia a dia das frotas. Novas tecnologias e recursos facilitam o controle e a gestão de informações necessárias ao processo decisório. Vejamos um exemplo da aplicação de tecnologias no monitoramento e rastreio da frota, no Casos e relatos a seguir.

CASOS E RELATOS

Avanços tecnológicos na gestão de frota da Log-in

A Log-in, operadora de transportes logísticos, inseriu em sua frota de carretas um sistema embarcado de controle de frota. frota. Esse sistema integrava o seu Sistema de gerenciamento de transportes (TMS) TMS) e  e buscava auxiliar a empresa, criando meios de acompanhar as atividades de forma mais ágil e prática. O sistema adquirido pela empresa utiliza da comunicação via telefonia celular para realizar os controles da frota, permitindo a cobertura em todo território nacional. Com a utilização do sistema de

 

86

GESTÃO DE TRANSPORTES

rastreamento, é possível obter informações atualizadas sobre a viagem do veículo a cada dois minutos, obtendo dados como: velocidade do veículo, localização, ponto de referência mais próximo, se a ignição está ligada ou não. O sistema permite, ainda, a troca de mensagens entre a empresa e o motorista, via teclado e monitor instalados no veículo. O sistema também utiliza atuadores diretos do caminhão, como sensor de porta, sensor de engate/desengate, sensor de porta de baú, dentre outros, que irão atuar de forma a evitar qualquer ação irregular ou não planejada na viagem, gerando o disparo da sirene ou até mesmo o bloqueio do caminhão. O novo sistema de gestão de frota adquirido pela Log-in possibilitou a geração de informações mais rápidas e próximas do real, proporcionando maior segurança às operações, o controle efetivo das atividades e gerando informações relevantes para a gestão do negócio. (Fonte: CALAZANS; DUTRA; BARBOSA; MONTEIRO; COUTINHO, 2014).

Embora os sistemas de controle de frota estejam cada vez mais atuais e conectados, sua utilização seja em meios manuais, digitais ou autônomos, é extremamente necessário para garantir a qualidade na execução de atividades e controle dos custos fixos e variáveis da frota, dos veículos e das operações de transporte.

3.4.2 REGISTROS DE OCORRÊNCIAS Uma ocorrência de transporte é todo evento que porventura possa acontecer durante o transporte ou entrega de uma carga, como retenção da carga, atrasos na entrega, sinistros. Assim, o registro de ocorrência é implementado como uma ferramenta de controle específica, que relata todas as informações relevantes registradas na operação de transporte, desde o horário de partida, o percurso realizado, paradas, desvios de rotas, quebras, até a devida entrega. Ele tem a finalidade de reunir informações sobre o andamento das entregas, imprevistos ocorridos na trajetória e a efetivação do recebimento do produto, gerando dados qualitativos quanto à entrega dos produtos.

Figura 56 - Registro de ocorrências Fonte: MEIRA, 2018.

 

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

87

Antigamente, esses registros eram realizados de forma manual e podiam ser manipulados ou negligenciados com facilidade. Atualmente, o mercado de transportes trabalha com diversos padrões para o registro de ocorrências, gerando e distribuindo informações sobre as entregas, para os diversos agentes envolvidos no transporte de cargas em tempo real, tais como remetentes, destinatários, contratantes do serviço. Transportadores e expedidores precisam adotar maneiras de acompanhar as ocorrências, bem como realizar o gerenciamento eficaz da distribuição de mercadorias. E para facilitar o planejamento e controle desse fluxo de distribuição, as transportadoras devem adotar softwares que auxiliam no monitoramento da frota e agregam mais informações aos registros de ocorrências. Com estes dispositivos, gestores e motoristas estão em constante interação, controlando o andamento das entregas, os imprevistos ocorridos na trajetória e o recebimento do produto. Hoje, já é possível ao motorista registrar a entrega da carga por dispositivo móvel e enviar os dados, diretamente ao responsável pela contratação. Veja como exemplo a lista de códigos que classificam as ocorrências na entrega.

OCORRÊNCIAS 00

Proc Proces esso so de Trans ranspo porte rte já Inici Iniciad ado o

01

En Entr treg egaa Rea Reali liza zada da Norm Normal alme ment ntee

02

En Entr treg egaa FFor oraa d daa D Dat ataa P Pro rogr gram amad adaa

03

Re Recu cusa sa po porr Fal Falta ta de Pe Pedi dido do de Comp Compra ra

04

Falt altaa de Espaço Espaço Físic Físico o no Depósit Depósito o do Cli Client entee Desti Destino no

05

Ex Extr trav avio io de de Merc Mercad ador oria ia em em Trâ Trâns nsit ito o

06

Nota Nota Fisc Fiscal al Re Reti tida da pe pela la Fisc Fiscal aliz izaç ação ão

07

Avaria de carga

08

Roubo de Carga

09 ...

So Sobr braa de Merc Mercad ador oria ia ssem em Not Notaa FFis isca call Quadro 4 - Lista de códigos de ocorrências na entrega Fonte: SENAI DR BA, 2019.

As providências para resolver os problemas apresentados anteriormente precisam ser tomadas o mais rápido possível, por isso a rapidez no reporte das informações para o registro de ocorrências é muito importante, pois através delas será possível corrigir erros e dar andamento a vários procedimentos, tais como, a liberação do pagamento do frete, instruções para a reentrega, retirada ou devolução de mercadorias, avaliação do nível de serviço prestado pela transportadora, dentre outros processos internos, mesmo antes do retorno do veículo à unidade.

 

88

GESTÃO DE TRANSPORTES

RELATÓRIO RELAT ÓRIO DE OCORRÊNCIA Emitente Local ocorrência

Registro



Data emissão

DRI GE GER S SU UP

Hora emissão

Data o occorrência

Hora o occor rrê ência

Assunto da ocorrência Descrição da ocorrência

Parecer segurança patrimonial

Parecer da área envolvida

Visto emitente

Visto segurança patrimonial Visto área envolvida

Data:

Data:

Data:

Figura 57 - Modelo de ocorrên ocorrência cia Fonte: SENAI DR BA, 2019.

3.4.3 DOCUMENTAÇÃO E LICENÇAS DE VEÍCULOS  Devemos tratar das documentações com muita atenção, pois elas também fazem parte de requisitos legais que devem ser atendidos por empresas e condutores, para o transporte de cargas, para o tráfego de veículos em vias públicas e para a autorização de condutores para operar meios de transportes. Cada modal logístico requer documentações específicas para operar. Elas têm como finalidade certificar a conformidade de veículos com requisitos de segurança e pagamentos de impostos, dos condutores em reunir as habilidades e autorizações necessárias para operar determinado veículo e garantir a procedência das cargas e seu manuseio adequado.

RODOVIÁRIO O Licenciamento do veículo, de caráter rodoviário, permite que este circule de maneira regular pelo território nacional, junto com o Imposto sobre Veículos Automotores (IPVA) e o seguro contra Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (DPVAT).

 

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

89

Figura 58 - Modelo de viagens e consumo de combustível combustível Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Ele garante a regularização dos veículos, assegura que o veículo está em conformidade com as condições de segurança e normas de emissão de poluentes e ruídos. A taxa para obter a licença está submetida aos órgãos de trânsito estaduais, por isso, cada estado conta com a sua própria especificação.

AQUAVIÁRIOS Toda embarcação utilizada no transporte de cargas e pessoas exige o porte de documentações específicas para navegar com segurança. Os documentos que são obrigatórios no transporte aquaviário são: a) TIE/TIEM: de acordo a Portaria da Diretoria de Portos e Costas (DPC) nº 100 de 16/12/2003, as embarcações brasileiras, em exceção as da Marinha do Brasil, estão sujeitas à inscrição nas Capitanias dos Portos (CP), Delegacias (DL) ou Agências (AG), que são os órgãos de inscrição, responsáveis pela emissão do Título de Inscrição de Embarcação (TIE/TIEM). É um documento emitido pela Marinha do Brasil. Veja a seguir, o modelo do título de embarcação.

 

90

GESTÃO DE TRANSPORTES

Figura 59 - Título de Em Embarcação barcação Fonte: CLASF, 2013.

b) Seguro Obrigatório (DPEM): seguro de contratação obrigatória a todos os proprietários ou armadores, devidamente inscritos pelo TIE/TIEM, destinado a cobrir possíveis danos pessoais causados por embarcações ou por suas cargas.

Além desses documentos, é importante às embarcações a utilização do Diário de Navegação e da Carta Náutica, documentos que auxiliam na geração de informações das embarcações enquanto em viagem. -  Diário de Navegação: todas as embarcações propulsadas, de emprego comercial em mar

aberto, deverão manter um registro de todas as informações e dados relativos à navegação 9

(data-hora de suspender, atracar, e fundear , posição, rumo, velocidade, referências deetc.), fundeio, etc.), incluindo fatores ambientais (direção e velocidade do vento, estado do mar, ou acontecimentos extraordinários que ocorram à embarcação (MARINHA DO BRASIL, 2011). - Carta Náutica: é um documento de representação cartográfica destinado a atender aos re-

quisitos de navegação aquaviária, que retrata a rota da embarcação, publicado oficialmente sob a autoridade de um governo, serviço hidrográfico por ele autorizado, ou outra instituição governamental. Ela pode ser apresentada de forma analógica (em papel) ou digital (Carta Náutica Digital). Sendo reconhecidas oficialmente pela Autoridade Marítima Brasileira, assim, as cartas náuticas são editadas e publicadas pela Marinha do Brasil - Diretoria de Hidrografia e Navegação.

9 Fundear: ato de atracar atracar embarcação. embarcação.

 

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

91

A utilização das documentações dos veículos é uma forma de assegurar que esses estão atendendo aos requisitos técnicos e legais de tráfego pelas vias. Eles são importantes para manter o controle do Governo sobre os veículos utilizados no país e para garantir a segurança dos envolvidos na operação de transporte.

3.4.4 DOCUMENTOS PARA O TRANSPORTE DE CARGAS Para realizar o transporte de carga nos modais rodoviário, aéreo, ferroviário, ou aquaviário, são exigidos a emissão e o porte de documentos que devem acompanhar as mercadorias desde a sua saída do fornecedor até a chegada ao consumidor final. Macedo (2016) destaca os documentos fiscais básicos exigidos para o transporte de cargas: a) Nota Fiscal Eletrônica (NF-e): a Nota Fiscal Eletrônica é um documento obrigatório, emitido na compra e venda de produtos, que resguarda resguarda quanto à propriedade dos itens. Emitida e armazenada eletronicamente, tem por finalidade documentar as operações de circulação de mercadorias, registrar transações comerciais e impostos proveniente delas; b) Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e): é um documento eletrônico, obrigatório às transportadoras, emitido e armazenado eletronicamente. O principal objetivo do CT-e é documentar, para fins fiscais, uma prestação de serviço de transporte de cargas; c) Manifesto Eletrônico de Documentos Fis (MDF-e cais):  o Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais é emitido por empresas prestadoras de serviço de transporte ou por empresas que realizam o transporte de seus produtos com veículos próprios, ou mediante contratação de transportador autônomo de cargas. É um documento emitido e armazenado eletronicamente e tem como objetivo agilizar o registro em lote dos documentos fiscais em trânsito, realizando os processos de forma padronizada em um único documento, facilitando a fiscalização. Também é utilizado para monitorar e acompanhar o trânsito de mercadorias em toda a extensão nacional.

Documentos auxiliares devem acompanhar as mercadorias durante todo o seu trânsito. Eles são documentos de acesso à informação e servem para a consulta online no site da Secretaria da Fazenda, sempre vinculadas aos documentos originais, sem substituí-los. a) Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica (DANFE): a DANFE é uma cópia impressa da NF-e; b) Documento Auxiliar do Conhecimento de Transporte Eletrônico (DACTE):  cópia impressa simplificada do Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e). Deve ser impresso e acompanhar a mercadoria em trânsito. Serve como instrumento de informação e permite a consulta do CT-e. Vale lembrar que este documento não substitui o CT-e. c) Documento Auxiliar do Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscal (DAMDFE):  é um documento impresso, que resume as informações contidas no MDF-e. Ele acompanha o transporte da carga, permitindo o acesso ao arquivo do MDF-e pela Fiscalização de Mercadorias em Trânsito, sem substituí-lo.

 

92

GESTÃO DE TRANSPORTES

 SAIBA MAIS

Algumas carga, como medicamentos medicamentos e itens que excedam a largura do veículo, requerem documentação específica para realização do transporte. Informe-se sobre essa documentação nos sites das instituições DNIT e ANTT.

Esses documentos têm a função de identificar a procedência da carga e sua legalidade, por isso são de uso obrigatório no transporte e devem acompanhar a mercadoria por todo o seu trajeto. Nesse processo, é importante que os documentos estejam disponíveis, facilitando a fiscalização e evitando que a carga seja retida em postos fiscais, gerando atraso nos prazos de entrega e o não atendimento a tendimento ao cliente.

3.4.5 DOCUMENTOS DE CONDUTORES Todo condutor deve estar devidamente habilitado e credenciado para operar veículos utilizados no transporte de cargas, desde pequenas motocicletas a aviões de grande porte. Essas documentações definem se o condutor possui capacidade técnica para operar tal veículo. Cada tipo de veículo exige uma documentação específica, de acordo o tipo, o porte e especificidades da atividade. Vejamos as documentações específicas para conduzir veículos rodoviários, aéreos e aquáticos.

RODOVIÁRIO A Carteira Nacional de Habilitação (CNH), emitida pelo Departamento Nacional de transito (DENATRAN), é o documento oficial que atesta a aptidão do indivíduo em conduzir veículos automotores terrestres, tem seu porte obrigatório e é subdividida por categorias (A, ACC, B, C, D, E), de acordo com o tipo de veículo que o condutor está de habilitado conduzir. Observe a seguir a seguir as categorias de habilitação com base no Código Nacional trânsito a(Lei Nº 9.503, de 23 de setembro de 1997): a) Categoria A: habilita a condução de veículo motorizado de duas ou três rodas, com ou sem carro lateral (motos, motonetas, triciclos, etc.); b) Categoria ACC: habilita a condução de veículos de duas ou três rodas, providos de um motor de combustão interna, cuja cilindrada não exceda a cinquenta centímetros cúbicos (3,05 polegadas cúbicas) e cuja velocidade máxima de fabricação não exceda a cinquenta quilômetros por hora. c) Categoria B: habilita a condução de veículo motorizado, não abrangido à categoria A, cujo peso bruto total não exceda a três mil e quinhentos quilogramas e cuja lotação não exceda a oito lugares, excluindo o lugar do motorista (carros de passeio);

 

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

93

Figura 60 - Carteira Nacional de Habilitação Fonte: CRUZ, 2017.

d) Categoria C: habilita a condução de veículo motorizado utilizado em transporte de carga, cujo peso bruto total exceda a três mil e quinhentos quilogramas e utilizado para transporte de até 8 pessoas. Para habilitar-se na categoria C, o condutor deve estar habilitado há, pelo menos, um ano na categoria B e não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, nem ser reincidente em infrações médias, durante os últimos doze meses; e) Categoria D: condutor de veículo motorizado utilizado no transporte de passageiros, cuja lotação exceda a oito lugares, excluído o lugar do motorista (ônibus). Para habilitar-se na categoria D, o condutor deve ter 21 anos completos e estar habilitado há, pelo menos, um ano na categoria C ou há dois anos na categoria B e não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, nem ser reincidente em infrações médias nos últimos doze meses; f) Categoria E: condutor de combinação de veículos em que a unidade tratora se enquadre nas categorias B, C ou D e cuja unidade acoplada, reboque, semi-reboque ou articulada, tenha seis mil quilogramas ou mais de peso bruto total, ou cuja lotação exceda a 8 lugares, ou, ainda, seja enquadrado na categoria trailer  (exemplos:  (exemplos: carretas e ônibus articulados). Para habilitar-se na categoria E, o condutor deve ter 21 anos completos, estar habilitado, no mínimo, há um ano nas categorias “C” ou “D” e não ter cometido nenhuma infração grave ou gravíssima, nem ser reincidente em infrações médias nos últimos doze meses.

CURIOSIDADES

A Carteira de habilitação para veículos terrestres agora pode ser apresentada em formato digital, a “CNH Digital ou CNH-e”. Ela possui o mesmo valor jurídico da impressa.

 

94

GESTÃO DE TRANSPORTES

AÉREO Os profissionais que desempenham funções operacionais na Aviação devem passar por processos de avaliação para a emissão de licenças, habilitações e certificados. Desta forma, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), instituição que regulamenta o licenciamento licenciamento para pilotos de aeronaves no Brasil, de acordo o regulamento brasileiro da aviação civil nº 61, emenda 07, estabelece os critérios para emissão de licenças, certificados e habilitações de pilotos.

Figura 61 - Piloto de aeronav aeronavee comercial Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

A licença formaliza a certificação do profissional para atuar em operações aéreas civis, podendo ser emitida a partir do cumprimento de requisitos básicos para sua habilitação, como idade, grau de instrução, aptidão psicofísica, conhecimentos teóricos, instrução de voo, experiência e proficiência, de acordo com as funções, limitações e prerrogativas necessárias a cada tipo de licença, que podem ser: a) Licença de Aluno Piloto; b) Licença de Piloto Privado; c) Licença de Piloto Comercial; d) Licença de Piloto de Tripulação Múltipla; e) Licença de Piloto de Linha Aérea; f) Licença de Piloto de Planador; g) Licença de Piloto de Balão livre; h) Certificado de Piloto Aerodesportivo (CPA).

 

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

95

Para atuar como piloto, a bordo de aeronaves civis registradas no Brasil, é necessário o porte de habilitações válidas, expedidas em conformidade com o Regulamento nº 61 - ANAC, apropriadas à aeronave operada, ou à função que desempenha a bordo. Assim como o Certificado de Habilitação Técnica (CHT), título expedido em acordo com o Regulamento Brasileiro de Aviação Civil, que atesta a capacidade de um indivíduo pilotar aviões, permitindo ao titular pilotar. Também chamado de “Brevê”, é um diploma de piloto, dado àqueles que concluírem o curso de aviação.

AQUAVIÁRIO Para a condução de embarcações de cunho profissional, o Aquaviário deve possuir habilitação certificada pela autoridade marítima para operar embarcações.

Figura 62 - Capitão Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

A Caderneta de Inscrição e Registro (CIR) é um documento de habilitação, identificação e registro de dados pessoais do aquaviário, emitida para prover o portador de identificação a fim de viajar de ou para uma embarcação designada ou seguir as instruções do comandante de uma embarcação, além de registrar o serviço marítimo do portador (NORMAM-13/DPC, 2003). As certificações de qualificações especiais constantes na Caderneta de Inscrição e Registro (CIR) são emitidas conforme várias convenções internacionais, incluindo a Convenção Internacional sobre Padrões de Formação, Certificação e Serviço de Quarto de Marítimos, de 1978, emendada em 2010 (NORMAM-13/ DPC, 2003). Também é importante lembrar que para cada função desenvolvida na embarcação, comandante, aquaviário, Oficial de Náutica, oficiais de máquina, são necessárias habilidades e requisitos distintos.

 

96

GESTÃO DE TRANSPORTES

 SAIBA MAIS

Conheça cada requisito para habilitação à navegação profissional acessando as normas da autoridade marítima para aquaviários nº 13, em sites de busca.

Estar atento a todas as documentações que devem ser utilizadas nas operações de transporte deve fazer parte das rotinas do setor. Aqui, foram apresentadas alguns dos principais documentos utilizados no transporte de cargas, mas é importante lembrar que algumas operações exigem documentos específicos, sendo necessário identificar os requisitos documentais para cada atividade.

3.4.6 ALOCAÇÃO DE VEÍCULOS DE TRANSPORTE A alocação de veículos de transporte consiste na distribuição adequada dos veículos de uma frota, adequando-os às demandas dos serviços de uma empresa. Ela está diretamente ligada ao dimensionamento da frota, pois a partir do volume demandado, define-se a alocação de veículos para o seu atendimento. Também está associada a uma variedade de situações que envolvem o gerenciamento da frota ao longo de um dado período de tempo, possuindo aplicações no transporte de cargas rodoviário, ferroviário, marítimo e aéreo. Na alocação de veículos, você define os movimentos de uma frota, distribuindo-os por diversos locais geograficamente dispersos, montando rotas, atribuindo cada veículo para o atendimento de uma rota específica e posicionando os veículos estrategicamente, de forma a torná-los mais produtivos. Parece simples, mas análise de alocação deve ser feita baseada em vários critérios, como o custo da rota, o estado das vias, o custo de operação, pois refletirão sobre o custo operacional total. Para o atendimento das demandas de transporte, o profissional de logística pode utilizar da frota própria, e também apoiar-se em parcerias, por meio da contratação de terceiros. Como exemplo, podemos tomar a contratação de empresas terceiras para rotas específicas, optar por alocar veículos terceirizados em rotas mais longas e em vias com péssimo estado de conservação e, assim, pode-se evitar o aumento de custos com manutenção da frota própria. Essa é uma das alternativas a serem consideradas na alocação de veículos. Nesse sentido, é importante reunir o máximo de informações sobre as rotas, trajetos, custos, segurança, dentre outros, que sejam relevantes para uma análise comparativa, buscando sempre tomar decisões assertivas na alocação de veículos e definição de rotas.

3.4.7 CONTRATAÇÃO DE TERCEIROS A contratação de terceiros no transporte de cargas é uma tática que muitas empresas utilizam para o atendimento de demandas específicas, desde o atendimento a pedidos pontuais e excessos de produção a estratégias de minimização de custos. Neste contexto, quando falamos de contratação de terceiros para

 

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

97

prestação de serviços de transporte, entende-se como o estabelecimento de um contrato comercial, firmado entre a empresa e prestadores de serviço (autônomos ou empresas terceiras). A Contratação de Transportadores Autônomos de Cargas (TACs) é uma saída muito utilizada pelas empresas. Consiste na contratação de um prestador de serviço independente, que realize as rotinas de transporte de cargas. Estabelecido pela Lei n. 11.442/2007, trata do transporte rodoviário de cargas prestado por terceiros, mediante remuneração, uma atividade de natureza comercial, exercida por pessoa física ou  jurídica, em regime de livre concorrên concorrência. cia. Opta-se por profissionais autônomos em razão do seu baixo custo e isenção de responsabilidades trabalhistas ou vínculo empregatício com motoristas.

Transportador Autônomo de Cargas Aplicação em local visível nas laterais Figura 63 - Registro nacional de transportadores rodoviários Fonte: ANTT, 2018.

Embora seja financeiramente vantajoso, é importante estar atendo a alguns aspectos para que a prestação de serviço seja bem-sucedida. Analise esses aspectos a seguir. a) Registro: certifique-se de que o transportador está devidamente registrado sob o Registro Nacional de Transportador Rodoviário de Cargas (RNTR-C); b) Documentação: antes da contratação de um profissional autônomo, a empresa deve solicitar a seguinte documentação: Carteira Nacional de Habilitação (CNH), RNTR-C, Certificado de Registro e Licenciamento de Veículos (CRLV), comprovante de residência, telefones pessoais e, em casos de primeira contratação, solicite antecedentes criminais. Isso possibilita maior segurança na contratação do prestador; c) Seguro: em casos de transportadores autônomos, a empresa contratante assume os riscos no percurso da carga, por isso é importante que o contratante possua o seguro do material; d) Nota Fiscal: para prestação de serviço a pessoas jurídicas, é necessário que o motorista emita a nota fiscal do serviço. e) Tributação: esteja atento à tributação do serviço do transportador autônomo, pois possui taxações diferenciadas, devendo recolher: INSS (contribuição à Seguridade Social), SEST/SENAT (Contribuição Compulsória Compulsória voltada ao Serviço Social do Transporte), ISS ou ISSQN (Imposto Sobre Serviço) e IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte).

É bastante comum as empresas de transporte subcontratarem outras empresas do mesmo ramo de

atividade ou transportadores autônomos de cargas para cumprir parte do percurso, devido à própria

 

98

GESTÃO DE TRANSPORTES

sazonalidade da atividade. Podem também subcontratar profissionais autônomos para cumprir alguns percursos específicos ou em excessos de demanda. Outra possibilidade para o transporte autônomo é a formação de cooperativas de transporte de cargas, uma união de condutores que buscam fortalecer-se para a prestação de serviço de forma consolidada. A ação cooperada possibilita a participação de uma tabela diferenciada de preços, isenções e incentivos governamentais, tornando o serviço autônomo mais competitivo, frente a empresas transportadoras.

TERCEIRIZAÇÃO A terceirização é um tipo de relação comercial de prestação de serviço, firmado entre empresas, sem o estabelecimento de vínculos jurídicos de sociedade entre as mesmas. Na terceirização, a empresa contratante atribui uma parcela de suas atividades a uma empresa terceira contratada, como a utilização de serviços e/ou componentes produzidos ou montados por outra empresa (terceira) que não aquele do fabricante do produto final (FRANÇA, 2010). Essa relação possibilita a empresa algumas vantagens como: a) Redução dos custos de especialização: como o prestador de serviços tem maior experiência no negócio, trabalha com alto grau de especialização e possui acesso a tecnologias mais atuais, ele normalmente consegue um maior nível de eficiência, que não seria alcançado pela empresa contratante (FRANÇA, 2010); b) Substituição de custos variáveis por custos fixos: ao terceirizar uma atividade, a empresa tem maior facilidade para ajustar seus custos aos volumes de operação, transferindo custos varáveis para fixos (FRANÇA, 2010). Podemos tomar como exemplo, o gasto de combustível, um custo variável para empresa, caso operasse com frota própria, mas com a terceirização, o valor é fixado no estabelecido pelo contrato de fornecimento; c) Agilidade resultante de estruturas mais leves: ao terceirizar atividades não ligadas diretamente ao seu negócio principal, a empresa passa a dedicar todos os esforços naquilo que realmente é o objetivo do seu negócio, tornando a gestão mais rápida r ápida e eficiente.

Nesse processo de terceirização, é importante que a empresa acompanhe a qualidade da prestação de serviço, pois em alguns casos como o do transporte de cargas, são eles que estão em contato direto com o cliente. Outro fato a ser levado em conta é a ideia de parceria. Embora a terceirização exija um alto grau de comprometimento da empresa prestadora de serviço e uma relação comercial afinada, ela não pode ser confundida com estratégias de parceria, pois são vínculos bem diferenciados de relacionamento comercial entre empresas.

 

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

99

ESTRATÉGIAS DE PARCERIAS As estratégias de parcerias fazem parte de um comportamento empresarial de posturas cooperativas, onde empresas que operam em ramos, segmentos de mercado ou região afins apoiam-se buscando superar problemas econômicos e logísticos. A globalização dos mercados acirra cada vez mais a concorrência entre empresas. Nesse sentido, esses negócios devem buscar formas de superar s uperar suas limitações de preço, de acesso a mercados, de reposição de insumos ou outras necessidades identificadas. Estimular as empresas a unirem esforços para superar obstáculos comuns é uma possibilidade viável para empresas que buscam tornarem-se mais competitivas. A cooperação entre empresas, concorrentes ou não, permite que elas possam organizar-se em redes de produção conjunta, trabalhar linhas de produtos comuns, criar centros de informações compartilhados, centros de distribuição integrados, obter fidelidade de fornecimento, dentre outras ações de operação integrada (FRANÇA, 2010).

Figura 64 - Cooperação empre empresarial sarial Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

  Um exemplo disso são empresas montadoras de carros, que na busca de reduzir seus estoques e garantir reposições rápidas, estabelecem parcerias com empresas fornecedoras de peças e componentes, que se instalam em regiões próximas, e assim visam atender com maior agilidade as demandas de seu cliente. Essas empresas compartilham informações técnicas para o desenvolvimento de peças exclusivas, buscam seguir os mesmos enquadramentos de certificação de qualidade, além de estabelecer uma forte relação de fidelização. Para França (2010), a confiança é uma condição indispensável, já que recursos são aplicados e informações confidencias trocadas, a tal ponto que, em alguns casos, a exclusividade acaba sendo exigida por uma das partes. Para estabelecer uma relação de parceria mais concreta, algumas empresas buscam estabelecer acordos formais através de um contrato comercial amparado por lei. A ideia de parceria pressupõe um envolvimento e uma interação entre compradores e fornecedores

capazes de ultrapassar os limites da simples formalização de um contrato que defina preço, quantidade e

 

100

GESTÃO DE TRANSPORTES

prazo de entrega (FRANÇA, 2010). Para que se estabeleça uma relação de parceria, os interesses comuns de crescimento devem ser tais que as empresas tomadora e prestadora de serviços se comportem como se fossem sócios de um grande empreendimento. Essa relação de parceria pode ser observada em vários tipos de transações, como uma forma de vencer obstáculos, resolver problemas em conjunto e criar oportunidades de negócios, como no Casos e Relatos a seguir.

CASOS E RELATOS

Parceria no fornecimento de serviços assessórios

O serviço de transportes de pessoal da Construtora Mendes Fontoura era realizado a cargo de uma estrutura própria, combinada com uma série de transportadoras. Era frequente o atraso de funcionários devido a quebras dos ônibus ou atrasos de linhas, além da necessidade de uma equipe própria apenas para gerenciar as rotinas de transporte desses funcionários, gerando altos custos para empresa e grande insatisfação dos funcionários. Para resolver esse impasse, a Mendes Fontoura concentrou seu serviço em um único fornecedor. Trata-se de um antigo funcionário do setor de transportes, que em alinhamento com a diretoria da empresa, estabeleceu uma relação comercial de parceria para o fornecimento do serviço de transporte de funcionários, com o objetivo exclusivo de atendê-la. O ativo inicial da empresa de transporte absorveu uma parte da frota da Mendes Fontoura e hoje presta serviços também a outras empresas da região. A relação que já dura anos, é inteiramente informal, não existe um contrato de prestação de serviços, as tarifas são regularmente discutidas e a sede da microempresa está localizada no próprio escritório da construtora. O processo de descentralização de atividades da empresa, por meio de uma parceria firmada, possibilitou a eliminação do setor de transporte e a redução de alguns postos de trabalho, podendo focar seus esforços na sua atividade a tividade principal.

É possível perceber que impasses e problemas como o custo decorrente de operações assessórias, ou a qualidade do serviço prestado, podem ser resolvidos por meio de parcerias e do crescimento cooperado.

NEGOCIAÇÃO DE PRAZOS Para trabalhar com logística e distribuição de mercadorias, é fundamental a atenção aos prazos estabelecidos, o processo de entrega de uma organização pode influenciar diretamente no custo final do

 

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

101

produto, na qualidade e na integridade dos itens, por isso avaliar e negociar, de forma prévia, as restrições e prazos de fornecimento, podem ajudar a empresa a evitar vários contratempos.

MULTAS Quando atuamos com o transporte de carga, é importante criar meios que assegurem o atendimento dos contratos firmados entre cliente e fornecedor. Essa é uma relação muito delicada, pois vários fatores podem impedir a realização das entregas ou gerar atrasos no atendimento de pedidos. Adotar regulamentações a fim de padronizar a qualidade de atendimento do setor é uma saída para estabelecer uma relação segura na prestação de serviço de empresas transportadoras ou transportadores autônomos. Nesse sentido, o estabelecimento de multas é uma forma coercitiva 10 de garantir o atendimento a requisitos técnicos e qualitativos para as operações de transporte. As multas são medidas punitivas aplicadas em decorrência de uma infração legal ou quebra contratual. Elas podem ser estabelecidas eminstituídas comum acordo, de contratos de prestação de serviço do ou de fornecimento, ou podem ser como como formarequisito de regulação governamental para operações setor, buscando estabelecer a adoção de medidas de segurança nas vias trafegadas e regular a exploração comercial do setor de forma justa e competitiva.

Figura 65 - Fiscalização de produtos perigosos Fonte: CHICO DA BOLEIA, 2016.

Iremos então tratar as multas em dois grupos distintos: as multas relacionadas ao não atendimento de requisitos legais estabelecidos pelo governo e as multas voltadas à efetivação da entrega e qualidade do serviço.

10 Coercitiva: de forma forma forçada forçada ou obrigatória.

 

102

GESTÃO DE TRANSPORTES

Ao efetuar o transporte de cargas por terceiros e com remuneração, se o condutor não estiver de acordo com as leis, será penalizado, cabendo multas ou até mesmo a suspensão do registro. Para que isto não ocorra, é importante estar atento aos seguintes itens: a) O transportador deve estar portando os documentos obrigatórios exigidos por lei, como a documentação da carga, licenciamento do veículo e do motorista, que devem estar em seu prazo de vigência; b) O Conhecimento de Transporte (CT) é um documento obrigatório para operações de transporte de carga, e não portar o documento ou tê-lo em desacordo com as informações obrigatórias, incide em multa; c) A identificação do código do Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga (RNTRC) é um requisito obrigatório e pode gerar multas, retenção da carga e impedimento da conclusão do serviço, caso esteja ausente ou em desacordo com o regulamento (vencido, suspenso, não pertencer à frota da empresa cadastrada ou utilizado para fins de atividades criminosas); d) Pesos e Limites da carga devem ser respeitados de acordo os critérios da legislação específica; e) Restrições de horário e vias ocorrem em algumas cidades que costumam adotar restrições de tráfego para caminhões em horários específicos, ou o trafego em vias urbanas, para veículos pesados.

Estar em conformidade com o atendimento a esses requisitos evita interrupções e atrasos no processo de entrega, além de evitar a cobrança de valores extras, não orçados. Outro aspecto relevante que deve ser considerado na operação de transporte são os acordos e multas de não atendimento. Eles são preestabelecidos em comum acordo, no momento em que se firma um contrato de compra e venda, principalmente quando a atividade da empresa está fortemente ligada à disponibilidade do insumo. Imagine preparar sua força de venda para uma campanha de natal, veicular promoções, incluir ofertas em encartes promocionais e receber os produtos após o prazo acordado. A empresa compradora terá como consequência a perda de vendas, terá sua imagem abalada, além da possibilidade de responder a processos judiciais relativos à propaganda enganosa. Para precaver-se quanto a problemas na entrega e assegurar o atendimento, as empresas adotam, como estratégia, o estabelecimento de multas. Além de apresentar a função punitiva, onerando financeiramente o fornecedor, serve como forma de ressarcimento para prejuízos gerados pela não entrega.

3.4.8 DIMENSIONAMENTO DA FROTA Dimensionar o tamanho de sua frota é um fator relevante à gestão de transportes. A falta de veículos para atender aos clientes, o atraso nas entregas, prazos muito longos ou até mesmo a sobra de espaços nos veículos na distribuição podem ser indícios de que a frota esteja mal dimensionada.

 

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

103

Mas como posso chegar ao número adequado de veículos para realizar as entregas de uma empresa? O dimensionamento de frota é uma ferramenta crucial para evitar o excesso de gastos e da darr maior assertividade para as entregas. Para realizar o dimensionamento da frota, é importante estabelecer a demanda que se pretende atender, seja por uma projeção de demanda futura ou baseado em histórico de atividades. Assim, apoiado em cálculos básicos sobre a composição da capacidade de carga dos veículos e do tempo do ciclo da operação, estima-se o tamanho adequado da frota. Para isso, é importante estabelecer os seguintes procedimentos:

Determinar a demanda mensal da carga. Fixar os dias de trabalho, mês e horas de trabalho por dia. Verificar as rotas a serem utilizadas, analisando as características de cada uma, aclives, condições de tráfego, rugosidade da pista, tipo de estrada (asfaltada, de terra, cascalhada). Determinar a velocidade média do percurso. Determinar o tempo de carga e descarga, espera, refeição, descanso dos motoristas e outras operações. Verificar as especificações técnicas dos veículos que realizarão o transporte. Identificar a capacidade de carga útil do veículo. Calcular o número de viagens possíveis dentro do mês, por veículo. Determinar o número de toneladas transportadas por veículo.

Figura 66 - Levantamen Levantamento to de informações para o dimensionamento dimensionamento da frota Fonte: SENAI DR BA, 2019.

Com as informações sobre o veículo, a carga e os requisitos operacionais, é possível identificar a quantidade de veículos necessários e a quilometragem média mensal que cada veículo poderá percorrer, para atender o volume de carga mensal. No exemplo a seguir, poderemos verificar a aplicação do cálculo de dimensionamento para a distribuição de milho de um agronegócio, utilizando como veículo padrão para a frota, o caminhão semirreboque graneleiro. Veja a seguir os elementos que compõem o cálculo.

 

104

GESTÃO DE TRANSPORTES

Do veículo   Peso do chassi: chassi: 6.00 kg   Capacidade bruta do veículo: 36.000kg   Peso do semirreboque: semirreboque: 7.000 kg   Peso de outros equipamentos: 500kg   Velocidade operacional: 60 km/h na ida   70 km/h na volta •









Da carga   Tipo de carga a ser transportada: transportada: Milho   Peso específico da carga: 800 kg/m³   Carga mensal a ser transportada: 4.600t/mês •





Operacionais   Tempo Tempo de carga carga e descarga: descarga: 90 min   Distância a ser percorrida: percorrida: 300 km na ida   350 km na volta   Jornada útil de trabalho: trabalho: 8 horas   Número de turnos de trabalho por dia: 2   Número de dias dias úteis de trabalho por mês: 25 dias/mês dias/mês   Número de dias previstos previstos para manutenção manutenção por mês: 2 dias/mês •











Figura 67 - Informações para cálculo de dime dimensionamento nsionamento de frota Fonte: SENAI DR BA; SHUTTERSTOCK, 2019.

Munidos dessas informações, é possível desenvolver o cálculo e verificar a quantidade de veículos que deve compor a frota para o atendimento à demanda apresentada pela empresa. Verifique a seguir a sequência do cálculo.

       

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

Cálculo da lotação do veículo, verifica a capacidade de carga líquida do veículo veículo PBT Tara

36.000 kg 13.500 kg 22.500 kg

Cálculo do tempo total de viagem, incluídos os tempos de ida, paradas, descargas e retorno 300 min Tempo de ida Tempo de volta 300 min Carga, descarga e paradas 90 min 690 min

Cálculo do número de viagens vi agens necessárias. necessárias. Divide a carga mensal a ser transportada pela capacidade do veículo 4.600.000 kg 22.500 kg

= 204,44 viagens

Cálculo do tempo diário de operação (horas de trabalho x quant. De turnos x 60 min) Horas de trabalho diárias 8 horas Número de turnos/dia x 2 turnos Minutos/hora 60 minutos 960 minutos

Número de viagens por veículo  

Dias de operação, é o resultado dos dias trabalhados por mês, diminuído dos dias de manutençã manutençãoo

Operação efetiva 960 min = 1,39 viagens/dia Tempo total de viagem 690 min

N. de dias de operação /mês _ 25 dias N. dias p/ manutenção 2 dias 23 dias

Número de viagens por veículo, é a multiplicação dos dias de operação pelo número de viagens de um veículo por mês N. de dias de operação Viagens/mês



23,00 dias 1,39 viagens 31,97 viagens/mês

105

Número de veículos necessários para frota É o resultado da divisão do número de viagens mensais necessárias, necessárias, pelo número de viagens de um veículo por mês 204,44 viagens 31,97 viagens/veículo

= 6,30* veículos

7 veículos * aproxima-se sempre para cima Figura 68 - Cálculos para o dime dimensionamento nsionamento de frota frota Fonte: SENAI DR BA, 2019.

O dimensionamento da frota, como vimos nos cálculos anteriores, é uma atividade simples, que muitas vezes é negligenciada pelas empresas ou pelo gestor de transportes. Analisar os requisitos de uma operação e dimensionar a frota corretamente cria parâmetros que permitem evitar maiores custos em razão da ociosidade de veículos e a subcontratação de terceiros.

 

106

GESTÃO DE TRANSPORTES

3.4.9 AVALIAÇÃO DA FROTA A concorrência das empresas é cada vez mais acirrada, muitas delas conseguem oferecer produtos similares em qualidade e funcionalidade, e é um desafio aos negócios criar formas que as destaquem frente a um mercado cada vez mais competitivo. A frota de uma empresa é um recurso fundamental para buscar o aprimoramento da qualidade do serviço prestado pelas empresas, realizar entregas rápidas e reduzir o impacto financeiro das operações de transporte sobre o preço dos produtos. Isso requer estabelecer estratégias sólidas para maior diferenciação e competitividade empresarial. Para atender este cenário, é necessário que as empresas estejam preparadas, com veículos modernos e novas tecnologias que permitam atender de forma eficiente às demandas do mercado. Assim, a eficiente gestão da frota de uma empresa, em termos de manutenção e reposição de componentes e renovação de equipamentos será fator decisivo para a competitividade do negócio.

Figura 69 - Análise de veículos de uma frota Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

Mas como decidir o momento adequado para substituir os veículos ou implantar uma nova tecnologia em uma frota? Para atender esses requisitos, é necessário realizar a avaliação da frota. Essa avaliação é uma análise quantitativa e qualitativa dos resultados que os veículos que compõe a frota podem gerar. São avaliados desde aspectos de custos, consumo médio dos meios de transportes, idade dos veículos, quanto aspectos subjetivos, como modernidade de recursos, economia energética, emissão de resíduos, dentre outros aspectos que possam inferir na decisão. É importante conhecer a vida econômica do bem, que é caracterizada pelo seu ponto ótimo de substituição, ou seja, tempo para utilização do veículo a um custo mínimo. Podemos tomar como exemplo, empresas do setor de transporte urbano. O uso de um ônibus padrão de forma eficiente é de 10 a 15 anos. A partir desse período, quebras de peça são mais frequentes, o consumo de combustível é maior e a

emissão de gases poluentes na atmosfera aumenta.

 

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

107

A utilização eficiente dos ativos fixos de uma frota está associada a uma política bem estruturada de avaliação e substituição de frota. Esse sistema avaliará variações negativas nos indicadores de lucro e positivas nos indicadores de custo, sugerindo uma ação corretiva para tal. A partir da avaliação, será possível realizar uma análise comparativa servindo do desempenho dospara equipamentos frente potenciais substitutos, tecnicamente aperfeiçoados, de suporte decisões deatuais aquisição deanovos veículos. Para realizar a avaliação dos bens que compõem uma frota, deve-se verificar informações como: a) Levantamento de dado: identificar e levantar os principais dados que servirão de base para a análise quantitativa e qualitativa. Os dados devem ser relevantes à descrição da frota fr ota e atividades relacionadas, bem como devem oferecer entendimento sobre informações estratégicas e econômicas da empresa; b) Análise econômica: determinar o custo anual de cada veículo e a vida econômica para substituição, avaliando custo de operação, manutenção consumo; c) Análise de critérios não econômicos: nesse quesito, verifica-se os benefícios intangíveis, como melhoria da execução do serviço, qualidade nas informações, competitividade, que não são estratificados economicamente, mas podem representar oportunidades de melhoria e conquista de mercado; d) Análise benefício/custo: nessa etapa, realiza-se a comparação da análise econômica e dos benefícios intangíveis, contrabalanceando custos e vantagens alcançadas.

Avaliar a frota deve ser uma atividade contínua, apoiada pelo acompanhamento de indicadores, que fornecerão informações consistentes para as análises. É importante estar atento às novas tecnologias propostas para o transporte, avaliando sempre se podem ser implementadas à sua frota e quais os benefícios alcançados com sua utilização.

3.4.10 INDICADORES DE BENS O uso de indicadores na gestão de frota tem a função de auxiliar a empresa a medir desempenho do seu atendimento logístico, permitindo identificar erros e pontos de melhorias de processos, fortalecer a produtividade e reduzir custos. Esses indicadores fazem parte do planejamento estratégico da organização, são indicadores de performance e buscam comparar o alcance de padrões estabelecidos, como nível de serviço, balanceamento dos custos, redução de despesas e outros índices que podem ser medidos e comparados.

 

108

GESTÃO DE TRANSPORTES

Figura 70 - Indicadores de desempenh desempenho o da frota Fonte: ACTIVE CORP, 2019.

Por meio dos indicadores, é possível, ao profissional de logística, conhecer e acompanhar a projeção dos dados referente à sua frota, f rota, oportunizando a análise dos resultados e a tomada de decisões. Eles ainda permitem uma melhor comunicação com a equipe, por meio da apresentação de plano de metas que envolvam toda a equipe, com metas claras, concretas e diretamente ligadas ao macro objetivo da empresa. Só conseguimos gerir aquilo que é mensurável, ou possível de ser medido. Assim podemos estabelecer controles de indicadores como: a) Gastos com combustível; b) Custos com manutenção; c) Incidência de multas; d) Ocorrências de sinistros; e) Produtividade por veículo, dentre outros.

Através dos indicadores, é possível construir um panorama detalhado dos processos, apresentando resultados, identificando padrões, problemas e pontos de melhoria com maior facilidade. Dessa forma, os indicadores funcionarão como ferramentas de acompanhamento de processos, garantindo o monitoramento do desempenho de todos os veículos.

 

 3 GESTÃO DE FROTA E CONTROLE DE VEÍCULOS

109

 RECAPITULANDO Neste capítulo, foi possível conhecer sobre os veículos e como eles podem ser aplicados de forma produtiva no transporte de mercadorias, respeitando as características da carga, volume e particularidades para a entrega. Ainda foi possível tratar das atividades executadas pelo setor de transporte, importantes para excelência do atendimento ao cliente. Para isso, é fundamental realizar o planejamento das ações, contratando serviços de transporte de cargas adequados à necessidade da empresa, analisando quais fornecedores oferecem a melhor relação custo-benefício para execução do serviço. Foi possível estudar também as ferramentas utilizadas para o controle da frota, que é o conjunto de veículos disponíveis para atendimento das demandas produtivas da empresa, dimensionando-a de acordo a sua capacidade de atendimento e buscando estratégias de distribuição, como a contratação de serviços, terceirização e parcerias, fortalecendo a estrutura da empresa e prestando um melhor serviço ao cliente.

 

 

Controle do transporte e gestão de riscos

4 Neste capítulo, será possível conhecer algumas das ferramentas que são utilizadas no controle dos transportes das empresas. O Controle faz parte das atividades de Gestão de processos e do negócio. É necessário controlar rotinas e informações a fim de que se possa acompanhar o alcance dos resultados pretendidos, e para que soluções e correções possam ser efetuadas caso necessário.

 o s  c u l o  V e í c  s t V  i s  l i  k   c  e  h  C

Controle de multas

C o  o n  nt  t   r  ro    l  o l   e  e d e  e c o  o m  mb    u  u s  st  t  í   í    v e  el  l   

Figura 71 - Controles no transporte de carg cargas as Fonte: SENAI DR BA, 2019.

Para isso, iremos inicialmente buscar entender sobre as características dos materiais que são transportados em operações logísticas, seus tipos, características e as necessidades de recursos, equipamentos e de manuseio impostas por cada um. Além disso, serão apresentados alguns documentos utilizados no transporte de cargas perigosas, que devem ser observados para o transporte desse tipo de produto, pois têm utilização obrigatória em algumas atividades e em determinadas regiões. Em seguida, será possível conhecer requisitos básicos da gestão de riscos e as ferramentas utilizadas para minimização dos mesmos nas rotinas de transporte de cargas. Essas ferramentas fazem parte das estratégias utilizadas para que a segurança da carga, das operações e dos envolvidos das atividades de transporte seja maior, criando meios para o atendimento assertivo.

 

112

GESTÃO DE TRANSPORTES

4.1 CONTROLE DO TRANSPORT TRANSPORTEE O controle do transporte faz parte de um conjunto de atividades que são realizadas para o acompanhamento das rotinas operacionais do setor. Ele cria meios de compreender o desenvolvimento das ações, verificando se seu desempenho se enquadra dentro do nível de serviço estipulado pela empresa e se os requisitos legais e normativos estão sendo respeitados, proporcionando o melhor atendimento do cliente. Para realizar um melhor controle das atividades, é importante conhecer sobre as características e tipos de cargas que são transportadas, buscando aplicar sobre cada uma, os controles, documentações, legislações e procedimentos técnicos necessários.

4.1.1 TIPOS DE CARGAS As cargas são mercadorias que são transportadas de um ponto a outro, inseridas em embalagens específicas ou diretamente acondicionadas nos equipamentos de transporte. Essas cargas podem ser agrupadas, reunindo um conjunto de produtos ou individuais, e são transportadas de acordo com a sua natureza e característica do material, que podem ser: Geral, Seca, Viva, Granel, Neogranel, Frigorificada, Frágil ou Perigosa. Estudaremos a seguir cada uma delas.

CARGA GERAL É a carga formada por produtos gerais que necessitam de embalagens para o transporte ou unitização, com identificação e contagem de unidades. A carga geral pode ser solta, composta por volumes acondicionados sob dimensões e formas diversas, ou unitizada, agrupada em vários itens em uma unidade de transporte.

CARGA SECA É formada por produtos industrializados e não perecíveis, que não possuam a necessidade de refrigeração, ou condições específicas de clima (calor, frio, sol, chuva) para o transporte. Enquadram-se nessa categoria produtos como:

 

 4 CONTROLE DO TRANSPORTE E GESTÃO DE RISCOS

Encanamentos

Madeiras

Materiais de construção

113

Produtos alimentícios não perecíveis

Figura 72 - Carga seca Fonte: SENAI DR BA; SHUTTERSTOCK, 2019.

CARGA VIVA É caracterizado pelo transporte de animais vivos destinados à produção, exploração econômica, exposições, lazer e eventos. O Brasil Bra sil possui grande destaque para movimentação de:

Suínos

Bovinos

Aves

Figura 73 - Carga viva Fonte: SENAI DR BA; SHUTTERSTOCK, 2019.

  O Brasil é signatário11 da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) e obrigado a cumprir procedimentos operacionais da organização, regulamentados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Esses procedimentos acreditam o Brasil a fornecer animais para países como China e Europa.

11 Signatário: assinante assinante de um documento documento ou acordo.

 

114

GESTÃO DE TRANSPORTES

 SAIBA MAIS

No Brasil a Resolução do CONTRAN Nº 675 de 21 de junho de 2017, regula quanto ao transporte de animais de produção ou interesse econômico. Conheça um pouco mais consultando a resolução na íntegra disponível no Portal do Ministério da Agricultura, pecuária e abastecimento/Assuntos/Sustentabi abastecimento/Assuntos/Sustentabilidade/bem-estar lidade/bem-estar animal/legislação. animal/legislação.

GRANEL A carga a granel é formada por produtos padronizados, não diferenciados por origem ou produtor, armazenados e transportados em grandes quantidades, em seu estado bruto, não necessitando de embalagens fracionadas, sendo transportados em contêineres e caminhões específicos, de acordo a característica do produto. Os granéis podem ser classificados ainda em sólidos e líquidos: a) Granéis Sólidos: produtos de natureza sólida, geralmente utilizados como matéria-prima, contabilizados de acordo o peso, tais como:

Soja

Milho

Minério de ferro

Café

Bauxita

Cacau

Manganês

Figura 74 - Carga g granel ranel Fonte: Font e: SENAI D R BA, 2019; SHUT TERSTOCK, 2019.

 

 4 CONTROLE DO TRANSPORTE E GESTÃO DE RISCOS

115

b) Granéis Líquidos: produtos de composição fluida ou aquosa, contabilizados de acordo o volume em metros cúbicos ou litros. São exemplos:

Petróleo

Etanol

Gasolina

Leite

Sucos

Figura 75 - Carga granel líquido Fonte: Font e: SENAI D R BA, 2019; SHUT TERSTOCK, 2019.

 

NEOGRANEL São carregamentos compostos do agrupamento de produtos homogêneos. Os produtos neograneis fazem parte do grupo de cargas gerais, porém seu diferencial é pela não exigência de acondicionamento específico. Além disso, devido a suas características, esses produtos podem ser transportados em lotes e em um único embarque. Como exemplo, podemos citar:

Veículos

Bobinas de aço

Malha de ferro

Figura 76 - Carga neogra neogranel nel Fonte: Font e: SENAI D R BA, 2019; SHUT TERSTOCK, 2019.

 

 Tubos de  Tubos cano

 

116

GESTÃO DE TRANSPORTES

FRIGORIFICADA a) Perecíveis: as cargas frigoríficas perecíveis são formadas por itens que possuem alto grau de perecividade, e que a serem expostas a fatores de risco como alta temperatura, podem atingir um rápido estado de maturação ou início do processo de decomposição, necessitando de uma logística de transporte bem planejada e executada, respeitando critérios de acondicionamento, tempo de transporte e temperatura. É importante que os equipamentos utilizados no transporte desses produtos atinjam baixas temperaturas sem a formação de gelo. São exemplos dessa categoria:

Frutas (abacate, maçã, pera e pêssego e outros)

Legumes e hortaliças (pimentão, alface, couve e outros)

Iogurte e outros derivados do leite

Figura 77 - Carga perecív perecível el Fonte: SENAI DR BA, 2019.

b) Congeladas: os produtos perecíveis congelados são aqueles que passaram por um processo de resfriamento intenso até a formação de gelo. Esse processo tem como principal objetivo manter as propriedades do produto (CARGOX, 2017). São exemplos de produtos congelados:

Carn rnee bov bovin inaa con conge gela lada da Ca

Aves Av es e cort cortes es co cong ngel elad ados os

Alimentos congelados, como pizza e pão de queijo

Figura 78 - Carga congelada Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

A temperatura para o transporte desse tipo de produto precisa ser mantida do início ao fim do processo. Por isso, é necessário que sejam transportadas em veículos totalmente refrigerados, com temperaturas

de -15°C e -20°C, assegurando a conservação e manutenção do produto congelado durante o trajeto (CARGOX, 2017).

 

 4 CONTROLE DO TRANSPORTE E GESTÃO DE RISCOS

 FIQUE ALERTA

117

As empresas que compram produtos refrigerados estabelecem como critério de recebimento temperaturas temperaturas mínimas e caso o caminhão não esteja dentro da temperatura prevista, toda a carga será rejeitada e devolvida ao fornecedor.

CARGA FRÁGIL São consideradas cargas frágeis todo material que requer cuidados especiais para a sua movimentação e transporte, em virtude do seu aspecto frágil, como vidros, louças, espelhos, cristais, dentre outros materiais que precisam de maior atenção para que não sejam danificados. Para garantir o transporte adequado desse tipo de carga, recorre-se a embalagens e objetos que melhor acondicionem o produto, ou ainda que evitem a vibração e impacto no transporte.

Figura 79 - Carga frág frágilil Fonte: SENAI DR BA, 2018.

CARGA PERIGOSA São cargas formadas especificamente por produtos perigosos, ou seja, substâncias químicas, biológicas ou radioativas, em estado sólido, líquido ou gasoso, encontradas na natureza ou produzidas, que fora do

 

118

GESTÃO DE TRANSPORTES

seu recipiente adequado ou em contato com outras substâncias, ofereçam riscos à saúde das pessoas, ao meio ambiente ou à segurança pública. Gás natural, petróleo e derivados, defensivos agrícolas, pólvora, amônia, fósforo branco são alguns dos exemplos de produtos perigosos.

Figura 80 - Carga perigosa Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Para atuar na área de transporte desse tipo de carga, é necessário ter estrutura e veículos preparados para o produto específico. Além disso, o processo de transporte precisa respeitar as legislações e normas específicas, que orientam quanto ao manuseio, medidas de segurança e ssimbologia imbologia utilizada na classificação dos riscos.

4.1.2 DOCUMENTAÇÃO DE CARGAS PERIGOSAS: FISPQ, LETPP E CTPP Transportar produtos é uma tarefa complexa que requer a adoção de ações estratégicas e o atendimento de requisitos legais, pois garantem a excelência no serviço, a segurança da carga e dos envolvidos nas operações, manuseio e transporte de cargas. cargas. Assim, para a veiculação de produtos em algum algumas as localidades do território nacional, é necessária a emissão de documentações, licenças e permissões como a Ficha de informações de segurança de produtos químicos (FISPQ), a Licença Especial de Trânsito de Produtos Perigosos (LETPP) e o Certificado para o Transporte de Produtos Perigosos (CTPP). Vamos estudar cada um desses documentos com maior aprofundamento. a) Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ) A Ficha de informações de segurança de produtos químicos é um documento obrigatório para o transporte de produtos perigosos e nela estão contidas as informações sobre os diversos aspectos relacionados

ao produto químico que está sendo transportado, quanto a procedimentos de segurança física das pesso

 

 4 CONTROLE DO TRANSPORTE E GESTÃO DE RISCOS

119

as envolvidas, da saúde e do meio ambiente. Para isso, devem ser elaboradas de acordo com as orientações estabelecidas pela Norma técnica NBR 14725(ABNT NBR 14725-1:2009 - Versão Corrigida:2010, ABNT NBR 14725-2:2009- Versão Corrigida:2010 e ABNT NBR 14725-3), da ABNT.

Figura 81 - Ficha de Informações de Segurança de Produtos Químicos (FISPQ) (FISPQ) Fonte: CLARIANT, 2015.

 

120

GESTÃO DE TRANSPORTES

Para cada produto existe uma ficha técnica específica e detalhada, contendo informações importantes para o seu transporte, acondicionamento e riscos que ofertam, como: -  Identificação do produto; -  Medidas de segurança; -  Riscos ao fogo; -  Propriedades físico-químicas; -  Informações eco toxicológicas; -  Dados gerais.

Essas informações auxiliarão no manuseio adequado dos produtos em seus processos de transporte e armazenagem, além de auxiliar na tomada das medidas de segurança cabíveis, na ocorrência de algum acidente. b) Licença Especial de Trânsito de Produtos Perigosos (LETPP) A Licença Especial para Transporte de produtos perigosos (LETPP), instituída pelo Decreto Municipal da cidade de São Paulo n°50.446, de 20 de fevereiro de 2009, define limites para o transporte de produtos perigosos nas vias públicas do município e as atribuições, obrigações, deveres e responsabilidades das entidades e órgãos públicos envolvidos, na expedição, transporte e tratamento de emergências.

Figura 82 - Transporte de produtos perigosos Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

Para realizar o transporte de produtos perigosos na Cidade de SãoPerigosos Paulo, o transportador deve estar devidamente inscrito no Cadastro dos Transportadores de Produtos (CTPP) e com veículos licenciados pela LETPP. Essa licença é expedida junto à Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes/

 

 4 CONTROLE DO TRANSPORTE E GESTÃO DE RISCOS

121

Departamento de Operação do Sistema Viário (DSV), mediante a aprovação do Plano de Atendimento a Emergências (PAE) na Secretaria do Verde e do Meio Ambiente (SVMA).

c) Certificado para o Transporte de Produtos Perigosos (CTPP) Considerando que os veículos e equipamentos rodoviários destinados ao transporte de produtos perigosos somente devem trafegar após a comprovação de atendimento às condições de segurança estabelecidas nas legislações de trânsito e ambientais vigentes, o Certificado para o Transporte de Produtos Perigosos (CTPP) tem como objetivo atestar a adequação dos tanques de carga rodoviários, destinados ao transporte de produtos perigosos, com foco na segurança. Para assegurar a conformidade dos veículos e equipamentos envolvidos no transporte dos produtos perigosos, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) ou entidade por ele acreditada deve atestar o atendimento dos requisitos necessários à sua certificação.

Figura 83 - Certificado para o TTransporte ransporte de Produtos Perigosos (CTPP) Fonte: INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, QUALIDADE E TECNOLOGIA, 2016.

Após a avaliação de conformidade dos recipientes de transporte, realizada pelo Inmetro, é emitido o certificado que acompanhará o produto.

 

122

GESTÃO DE TRANSPORTES

Mas apenas a atenção aos a os tipos de produtos e a emissão de documentações obrigatórias não é suficiente para a execução de um serviço de excelência e seguro. É importante estabelecer ações que possibilitem a redução dos riscos a que as cargas são expostas no processo de transporte.

4.2 GERENCIAMENTO DE RISCO A Organização Internacional de Normalização define risco como todo o efeito de incerteza para o alcance de objetivos, ou seja, a possibilidade de ocorrência de um fato que influencie na conclusão de uma tarefa ou resultado pretendido (ISO 9001, 2015). Assim, o gerenciamento de riscos no transporte de cargas tem o intuito de garantir o atendimento ao cliente, dentro das condições preestabelecidas de prazo e integridade da carga. O Gerenciamento de Risco no Transporte de Cargas é o processo de organização, controle e planejamento de um conjunto de ferramentas que compõem as medidas preventivas a fim de minimizar os riscos referentes à logística de produção e transporte de um negócio, garantindo que o produto esteja no local desejado, dentro do prazo previsto e de acordo com a sua conformidade.

Figura 84 - Riscos no transporte de cargas Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018; JUNDIAÍ AGORA, 2 017; SINDICATO DAS SEGURADORAS DO RS, 2019.

As estratégias utilizadas para minimizar esses riscos são elaboradas através de um plano de Gerenciamento de Risco, que ao ser aplicado no estabelecimento será capaz de controlar todo o seu processo, criando meios para evitar possíveis riscos que afetem ou gerem qualquer tipo de danos financeiros ou morais.

4.2.1 PLANO DE GERENCIAMENTO DE RISCOS O Plano de Gerenciamento de riscos é um documento que expressa todas as estratégias que a empresa pretende adotar para a prevenção contra riscos à carga, aos equipamentos e ao pessoal envolvido nas rotinas de transporte de bens, produtos ou pessoal. Nele são descritas as soluções viáveis adotadas pela empresa para minimizar a exposição exposição da empresa ou do cliente cliente a riscos. A apresentação de um PGR bem estruturado, com soluções efetivas, possibilita a empresas terceiras dar maior garantia ao contratante da

segurança de seus serviços.

 

 4 CONTROLE DO TRANSPORTE E GESTÃO DE RISCOS

123

Figura 85 - Segurança da carg cargaa Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

 FIQUE ALERTA

 

Cada estratégia de prevenção a riscos adotada gera um custo adicional à empresa. Para isso, devem-se aplicar soluções que estejam dentro da realidade da operação e em valores que não comprometam o valor de saída do produto.

 

124

GESTÃO DE TRANSPORTES

APLICAÇÃO São vários os procedimentos e normas de aplicação de um PGR. Um exemplo básico dessas ações é a definição de pontos de parada, abastecimento e pernoite que forneçam maior segurança, ou a adoção de rotas definidas por vias que apresentam menor índice de ocorrência de sinistros. Existem hoje várias soluções e tecnologias que podem ser aplicadas na gestão de riscos. Vejamos a seguir alguns recursos utilizados:

Sistema avançado de rastreamento via GPS Ferramenta de acompanhamento da viagem em tempo real utilizando o georreferenciamento georreferenciamento através de satélites.

Escolta armada, caso necessário Serviço de acompanhamento do trajeto em veículo próprio, com profissionais capacitados e a armados, a fim de realizar a segurança da carga.

Monitoramento da frota através de câmeras embarcadas O videomonitoramento embarcado faz a filmagem de toda a operação através de câmeras embarcadas nos veículos, proporcionando maior controle e segurança da operação.

Sistema de Análise de Perfil de Pessoas (SAPP) Sistema que permite realizar a análise do perfil per fil do profissional, condutores, ajudantes e demais envolvidos, com base nas suas qualificações individuais, garantindo ao transportador maior segurança na contratação de um profissional adequado para as operações

Sistema de controle de jornada de motoristas Solução automatizada para o controle da jornada de motoristas de acordo com as exigências da Lei 12.619/2012.

Figura 86 - Estratégias de segurança Fonte: SHUTTERSTOCK, 2018; VELTEC, 2017; INFORME SETCERGS, 2012.

 

 4 CONTROLE DO TRANSPORTE E GESTÃO DE RISCOS

CURIOSIDADES

125

A utilização de drones 12 no vídeo monitoramento monitoramento de veículos, juntamente com tecnologias como o registro de imagens com sensibilidade térmica, têm sido grandes aliados na gestão de riscos, possibilitando a identificação prévia de fatores de riscos.

Além da implementação do plano de gerenciamento de riscos com soluções de segurança que previnam à efetivação desses, a ocorrência de sinistros tais como, roubos, furtos, desvios de carga, podem acometer o negócio. Sendo assim, é necessário adotar ações reativas, por meio da averiguação, que é a análise do sinistro, o levantamento de informações, reconstituição da ocorrência e emissão de pareceres, a fim de identificar a veracidade dos fatos, permitindo ao transportador conhecer os detalhes do sinistro, servindo de respaldo para a tomada de decisões.

CASOS E RELATOS Roubo de Carga no Rio de Janeiro

A segurança para operações de transporte é um fator relevante na escolha da forma f orma como os produtos de uma empresa serão transportados. Realizar o transporte dos produtos por regiões mais seguras é um aspecto fundamental para o sucesso da operação. Dessa forma, definir rotas ágeis e evitar locais com alta criminalidade são algumas das estratégias utilizadas na gestão adequada dos riscos. Em 2017, o estado do Rio de Janeiro sofreu com o aumento significativo do roubo de cargas. Foram 10.599 casos registrados, o equivalente a um roubo a cada 50 minutos. A situação fez com que transportadoras de cargas passassem a cobrar uma taxa extra para transportes com origem ou destino na capital fluminense. A Taxa Emergencial Excepcional (Emex), que foi f oi instituída em março de 2017, elevou o preço de cada produto carregado em cerca de 1,5%. Esses casos se concentram nas principais vias de acesso à cidade do Rio de Janeiro BR-040 – Rodovia Washington Luís, BR-101 – Avenida Brasil, BR-101 – Rodovia Niterói-Manilha, BR-116 – Rodovia Presidente Dutra e BR-493 – Arco Metropolitano, vias que devem ser evitadas para maior segurança da carga. O desvio de rotas ou aumento de estratégias de segurança, como escolta armada e sistemas de rastreamento de carga, oneram ainda mais as operações de transporte, elevando o preço dos produtos no mercado e impactando financeiramente as empresas. (Fonte: FIRJAN, 2018).

12

Drones: tipo de veículo aéreo não tripulado.

 

126

GESTÃO DE TRANSPORTES

A partir da análise do caso apresentado, foi possível observar que a adoção de recursos de segurança e de um plano de gestão de riscos bem estruturado permite à empresa maior tranquilidade, seja para a gestão de sua frota própria ou na utilização de frota terceirizada. Os procedimentos adotados fornecem maior segurança à carga, realizando o monitoramento e o acompanhamento contínuo das fases do processo, otimizando o gasto em segurança e eliminando custos com eventuais problemas durante o transporte, danos à carga, acidentes, multas ambientais ou processos judiciais. Outro benefício trazido pela implementação de um plano de gerenciamento de riscos é a redução no custo de seguros. A menor ocorrência de sinistros e a utilização de um plano bem estruturado dá maior segurança às seguradoras, uma vez que a carga está menos propensa a riscos.

4.2.2 SEGUROS O seguro compõe as estratégias da empresa para fornecer maior segurança ao transporte de cargas. A contratação de um plano de seguro para operações de transporte, cargas, profissionais, bens e equipamentos da empresa gera maior segurança financeira à empresa, reduzindo o impacto dos sinistros sobre a atividade da empresa e seu ativo, além de fornecer segurança e credibilidade para o atendimento ao cliente. Um contrato de seguro é a contratação do serviço de garantias para um bem (vida, veículo, carga transportada) no qual uma das partes, denominada de segurador, se obriga a indenizar prejuízos ocorridos, dada a sua operação ou situação de risco a que seja exposto. A outra parte, chamada de segurado, possui o direito à indenização, dada em ocorrência do sinistro, mediante o pagamento de um prêmio previamente estabelecido por meio de contrato (CC, art. 757).

Figura 87 - Sinistros Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

Nas operações de transporte, o seguro compreende a proteção de mercadorias e bens transportados em viagens terrestres, aquaviárias ou aéreas, realizadas em percursos nacionais e internacionais. E para que a contratação da cobertura de seguro seja estabelecida, é necessária a emissão de um documento contratual, constituído pelos seguintes elementos: segurador, segurado, estipulante, beneficiário, riscos, prêmio, sinistro, indenização, ressarcimento, importância segurada, franquia e apólice. Vejamos cada um desses elementos.

 

 4 CONTROLE DO TRANSPORTE E GESTÃO DE RISCOS

127

SEGURADOR É a empresa que assume a responsabilidade dos riscos e paga a indenização ao segurado e aos seus beneficiários, no caso da ocorrência do sinistro, mediante o pagamento de uma remuneração estipulada em contrato, em contrapartida aos serviços oferecidos.

SEGURADO O segurado é toda pessoa física ou jurídica que possua interesse econômico em um bem que esteja exposto a riscos. Ele transfere à seguradora, após contratação do serviço e devido pagamento, o risco de um determinado evento atingir o bem de seu interesse.

ESTIPULANTE Os contratos de seguro também podem ser realizados de forma coletiva. Para atuar nessa modalidade, é necessário que seja definido um representante legal, uma pessoa física ou jurídica que propõe a contratação do plano coletivo e recebe poderes para representar o segurado.

BENEFICIÁRIO O beneficiário é a pessoa física ou jurídica definida pelo segurado para receber indenizações. De forma geral, o segurado é o beneficiário principal do seguro. Em sua falta, o direito à indenização é transferido ao beneficiário indicado na apólice.

RISCOS O objeto central de uma relação de seguro é o risco, que é a possibilidade de um evento futuro atingir a um item de interesse econômico para o segurado, ou seja, eventos inesperados cuja ocorrência gere pre juízo econômico. Mas nem todo risco é considerado segurável, para que ele se enquadre como segurável é necessário seja: a) Possível: os riscos previstos em contrato devem ser possíveis, pois a impossibilidade de ocorrência configura um contrato sem objetivo; b) Futuro: o risco ao objeto do seguro não pode ter ocorrência anterior ao contrato; c) Incorreto: configura um fato aleatório e esteja previsto no contrato de seguro.

 

128

GESTÃO DE TRANSPORTES

Assim, os riscos podem ser classificados em excluídos e cobertos. Os Riscos excluídos são danos em potencial que podem ocorrer ao objeto segurado que não estejam relacionados como riscos cobertos na apólice de seguros. Embora seja lógico que aqueles riscos que não foram citados no contrato não sejam cobertos pelo seguro, é importante destacá-los explicitamente, buscando dar maior assertividade às cláusulas firmadas. Os Riscos cobertos são os eventos previstos no seguro, que em caso de concretização dá origem à indenização e/ou reembolso ao segurado.

PRÊMIO O sentido da palavra prêmio conota benefício recebido, mas na relação contratual de seguros, ele é todo o pagamento efetuado pelo segurado ao segurador para pactuar um serviço de seguro, ou seja, o custo do seguro, que deve ser especificado em contrato e saldado de forma f orma regular. Com o pagamento do prêmio, o segurado adquire o direito à indenização estipulada em contrato. O prêmio é estabelecido de acordo com a amplitude do contrato e os itens que serão incorporadas a ele, como o prazo do seguro, o valor do item a ser segurado e o grau de risco a que é exposto, definindo seu cálculo final.

FIQUE ALERTA

O não pagamento do prêmio implica em cancelamento automático do Contrato, não tendo o segurado direito sobre indenização na ocorrência de sinistro.

SINISTRO O sinistro é a manifestação concreta do risco previsto no contrato de seguro e que ocasiona prejuízo ou responsabilidade. Na etapa da Liquidação, é que se processa o pagamento da indenização, quando houver cobertura de seguro na apólice. A frequência com que os sinistros ocorrem e os seus valores comparados com o prêmio pago, indicam a sinistralidade de uma apólice.

 

 4 CONTROLE DO TRANSPORTE E GESTÃO DE RISCOS

129

Figura 88 - Ocorrências de sinistros Fonte: SENAI DR BA, 2019.

INDENIZAÇÃO A indenização é o pagamento feito pela seguradora aos seus beneficiários dos prejuízos decorrentes de um sinistro. Consistem na reparação dos prejuízos decorrentes do sinistro, sendo observadas as condições estabelecidas no Contrato de Seguro. A reparação pode ser realizada através de pagamento em dinheiro, reembolso ou de reposição da coisa danificada (SENAI, [201-?]). A indenização não pode ser superior à importância segurada e nem ao valor real dos prejuízos, ou seja seja,, é vedado, por lei, o segurado ter lucro com seguro. Essa característica indenitária não existe nos seguros de pessoas, como nos seguros de vida, em virtude da não valoração da vida, sendo estabelecido o valor da indenização previamente variando de contrato para contrato (SENAI, [201-?]). Quando ocorre a morte do segurado, o pagamento efetuado pela seguradora ao beneficiário é igual à importância segurada fixada na apólice. Esta, porém, não corresponde, necessariamente, ao prejuízo sofrido pelo beneficiário interessado economicamente na vida do segurado (SENAI, [201-?]).

RESSARCIMENTO Ressarcimento é o reembolso a que a seguradora tem direito, no caso de uma indenização paga ao segurado, consequência de evento danoso, provocado por alguém, ou seja, em uma ocorrência ocasionada por um terceiro. Inicialmente, a responsabilidade dos prejuízos fica por conta da seguradora que paga o montante em nome do segurado, mas em seguida a seguradora aciona o terceiro por meio de um processo, solicitando o pagamento do valor do dano. A esse pagamento dá-se o nome de ressarcimento. r essarcimento.

IMPORTÂNCIA SEGURADA Corresponde ao valor estipulado no contrato de seguro para cobertura do bem segurado. Este valor determina a indenização a ser recebida e é estabelecido por vários critérios diferentes, como valor do bem,

tipo de acordo, tipo de seguro.

 

130

GESTÃO DE TRANSPORTES

FRANQUIA O termo franquia reflete a parcela da indenização que fica a cargo do segurado, isto é, quanto você tem que pagar para terestabelecida direito ao recebimento indenização. forma, não pois é difícil entender que quanto maior a franquia no contrato,da menor é o riscoDesta da seguradora, você está pagando uma parte maior da indenização e, consequentemente, menor deve ser o valor do prêmio que você terá que pagar.

APÓLICE A apólice é o documento que contempla todas as informações pactuadas em um contrato de seguro. Nela estão os dados da seguradora, do segurado, do objeto do contrato por ele segurado e as coberturas contratadas.

APÓLICE DE SEGURO

Figura 89 - Contratação de apólice de seguro Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

Compõem uma apólice de seguro: a Proposta de Seguro, as Condições Gerais e Particulares que identificam o risco, assim como as modificações que se produzam durante a vigência do seguro, realizadas através de endossos13.

13 Endosso: em relações de seguro, o endosso endosso é um documento documento expedido pela seguradora seguradora durante a vigência da da apólice, que tem como objetivo alterar, modificar ou transferir os dados do contrato firmado.

 

 4 CONTROLE DO TRANSPORTE E GESTÃO DE RISCOS

131

4.2.3 MODALIDADES DE APÓLICES: DE VEÍCULOS, DE CARGA, DE PRODUTOS Em virtude dos riscos envolvidos nas operações de transporte, para a carga, para os profissionais envolvidos e para a comunidade do entorno envolvidas em seua determinadas trajeto, apoiar-se em seguros tornou-se essencial à atividade. Para isso, a obrigatoriedade dos seguros operações é imposta. As empresas também recorrem à contratação de seguros adicionais, no intuito de proteger-se quanto a riscos que não foram contemplados nos seguros obrigatórios. Sendo assim, são implementados os seguros voltados à área de transportes. Além do DPVAT, que é um seguro obrigatório cobrado no licenciamento do veículo, são utilizadas duas classes principais para atividades de transporte, divididos em seguros de responsabilidade Civil, obrigatórios às operações no Brasil, e os contratos de seguros de cobertura suplementar, contratados pela empresa vendedora ou pelo comprador da carga no intuito de cobrir riscos não contemplados pelo seguro de responsabilidade civil.

SEGURO DE DANOS PESSOAIS CAUSADOS POR VEÍCULOS AUTOMOTORES DE VIA TERRESTRE (DPVAT) O seguro DPVAT foi instituído pela Lei nº 6194/1974 e é um seguro obrigatório que deve ser pago por todos os veículos automotores de via terrestre.

Figura 90 - Seguro DPVA DPVATT Fonte: GAZETA DO POVO, 2017.

Ele tem como objetivo indenizar todas as vítimas de acidentes, motoristas, passageiros e pedestres envolvidos em acidentes, mesmo que o responsável pelo acidente não arque com suas responsabilidades.

SEGURO DE TRANSPORT TRANSPORTEE NACIONAL Este é um seguro obrigatório para o dono da carga, que garante o pagamento de indenizações por danos causados a todas as mercadorias de propriedade da empresa segurada em todo o território nacional, seja em operações de transporte por veículos próprios ou de empresas contratadas.

 

132

GESTÃO DE TRANSPORTES

Nesse sentido, em consonância com o Decreto Nº 61.867/1967, as pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado que utiliza o transporte de carga, são obrigadas a segurar os bens ou mercadorias de sua propriedade, contra riscos inerentes aos transportes ferroviários, rodoviários, aéreos e hidroviários, quando objeto de transporte no território nacional.

SEGUROS DE RESPONSABILIDADE CIVIL DO TRANSPORTADOR Os seguros de responsabilidade civil possuem vários tipos, que garantem ao transportador o reembolso de indenizações que ele seja obrigado a pagar para reparar danos à sua carga ou terceiros envolvidos. Vejamos os principais tipos destes seguros: a) Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Carga (RCTR-C) O Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário de Carga (RCTR-C) é obrigatório para o transportador rodoviário e deve ser contratado dada a emissão do conhecimento de transporte CT-e. Ele garante ao transportador o reembolso de indenizações que ele foi obrigado a pagar por prejuízos causados às mercadorias transportadas.

Figura 91 - Colisão em ttransporte ransporte rodoviário Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

Ele pode ser aplicado aos casos de acidentes rodoviários como colisões, capotagens, abalroamentos, tombamentos incêndios ou explosões que ocorram em todo o território nacional, desde que sejam apresentados o conhecimento de transporte rodoviário e notas de embarque da carga. b) Responsabilidade Civil Facultativa do Transportador Rodoviário por Desaparecimento de Carga (RCF-DC) Responsabilidade Civil Facultativa do Transportador Rodoviário por Desaparecimento de Carga (RCF-DC) é o seguro que cobre riscos contra furto simples ou qualificado, roubo, extorsão, simples ou mediante

sequestro e apropriação indébita, decorrente ou não de estelionato ou falsidade ideológica das cargas

 

 4 CONTROLE DO TRANSPORTE E GESTÃO DE RISCOS

133

transportadas. Ele é útil quando ocorrem roubos por ameaça grave ou violência e também os chamados desaparecimentos de carga, quando o veículo é levado pelos criminosos. Não estão cobertos pelo seguro RCF-DC o veículo transportador, dinheiro em espécie, metais preciosos e joias, documentos, recibos, contratos ou mercadorias não averbadas no Seguro Obrigatório de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário-Carga. c) Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário em Viagem Internacional (RCT-VI) O seguro de Responsabilidade Civil do Transportador Rodoviário em Viagem Internacional Danos à Carga Transportada (RCT-VI) é contratado pelo transportador rodoviário de carga em viagens internacionais. Ele tem por objetivo reembolsar ao Segurado em virtude das perdas ou danos sofridos pelos bens ou mercadorias pertencentes a terceiros e que estejam sendo transportado por ele por rodovia em viagem internacional, resguardando o contratante em sua responsabilidade com a carga transportada. d) Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador Aéreo (RCTA-C) Responsabilidade Civil do Transportador Aéreo de Cargas (RCTA-C) é o seguro destinado às empresas que possuem autorização do Departamento de Aviação Civil, para fazer transportes aéreos.

Figura 92 - Transporte aéreo de ccarga arga Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

Ele cobre danos causados às mercadorias de terceiros em transporte desde que estas perdas ou danos sejam causados por culpa do transportador segurado (Resolução CNSP No 184/2008). e) Seguros de Responsabilidade Civil Marítimo (SRCM) O Seguro de responsabilidade Civil Marítimo tem o intuito de proteger a empresa operadora contra danos efinanceiros prejuízos que venhamgerados acometer embarcações utilizadas no devido transporte marítimo, desde danos físicos, a prejuízos porasresponsabilidades previstas a mortes, doenças e danos

ambientais.

 

134

GESTÃO DE TRANSPORTES

Dentre os SRCM, eles podem ser contratados de acordo requisitos específicos a serem segurados, como o Seguro de Casco, contratado para a cobertura de danos causados contra o veículo marítimo (casco). O Seguro de P & I é utilizado para a Proteção e Indenização contra danos acidentais causados a terceiros pelo navio. f) Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador Aquaviário – Carga (RCAC) O Seguro de Responsabilidade Civil do Transportador Aquaviário – Carga – deve ser contratado por empresas que realizam transporte de cargas utilizando as vias aquaviárias nacionais (mar, rios e lagoas).

Figura 93 - Transporte aquaviário Fonte: ANTAQ, 2019.

Esse seguro garante ao Segurado a indenização da carga entregue para transporte diretamente ao proprietário dos bens ou mercadorias, em virtude de danos materiais sofridos em viagem aquaviária nacional. g) Seguro de Responsabilidade Civil do Operador de Transporte Multimodal - Carga (RCOTM-C) O Seguro de Responsabilidade Civil do Operador de Transporte Multimodal tem por finalidade garantir ao Segurado a cobertura quanto a perdas e/ou os danos ocasionados aos bens e mercadorias transportados, que estejam descritas no Conhecimento de Transporte Multimodal de Cargas, enquanto estes estiverem sob a sua guarda ou responsabilidade SUSEP, 2011). É importante lembrar que este seguro não substitui os seguros de responsabilidade civil de transportadores terceiros contratados pelo operador.

RISCO RODOVIÁRIO (RR) O Risco Rodoviário é mais um tipo de seguro, destinado a bens e mercadorias durante o seu transporte. Ele possui caráter obrigatório e é contratado pelo embarcador das da s mercadorias transportadas em veículos próprios e/ou em poder de terceiros, dentro do Brasil, por via terrestre, aquaviária ou aérea.

 

 4 CONTROLE DO TRANSPORTE E GESTÃO DE RISCOS

135

Ele é um seguro adicional, que cobre incidentes como colisões, roubos por assalto à mão armada, incêndio e explosão no veículo.

ACOMPANHAMENTO DA 4.2.4 PROCEDIMENTOS DE SINISTROS: REGISTRO DA OCORRÊNCIA, ACOMPANHAMENTO OCORRÊNCIA Toda operação de transporte está rodeada de riscos e imprevistos, por isso contar com um bom seguro é uma tarefa estratégica para a gestão de transportes, pois fornece maior segurança à atividade, a tividade, dando ao cliente maior sensação de credibilidade e proteção ao prestador de serviço. Embora o objetivo das empresas seja realizar o transporte dos bens sem percalços, imprevistos são inevitáveis e estar preparado para tratar essas situações é essencial para o profissional que atua nesse setor, orientando-o a tratar de mateira efetiva a ocorrência de sinistros.

Figura 94 - Procedimentos de sinistro Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

De forma geral, na ocorrência de situações de sinistros, deve-se adotar as seguintes recomendações: a) Nos casos de sinistros, fatos inesperados como roubos, acidentes ou outros, que ocorram com os bens segurados, a autoridade policial mais próxima deve ser procurada para registro de ocorrência e emissão do Boletim de Ocorrência (BO);

 

136

GESTÃO DE TRANSPORTES

Figura 95 - Polícia Rodoviária FFederal ederal do Brasil Fonte: A POLÍCIA..., 2018.

b) Entre em contato o mais rápido r ápido possível com a seguradora para solicitar assistência, caso necessário, e avisar sobre o sinistro; c) Mesmo que a carga não possa mais ser aproveitada, você deve proteger a mercadoria e qualquer outro bem que ainda esteja ao seu alcance. É importante também preservar o local da ocorrência, buscando preservar todos os vestígios do ocorrido para investigação da seguradora; d) Após os procedimentos emergenciais, o transportador ou responsável deve comunicar à seguradora por telefone, e-mail , site da empresa ou pessoalmente, como estabelecido pela empresa, informando os dados do seguro e fornecendo os documentos e informações necessários para a confirmação do sinistro. -  Documentos solicitados ao cliente para a entrada do seguro: -  Boletim de Ocorrência; -  Declaração manuscrita do motorista sobre a ocorrência; -  Número da Averbação; -  Conhecimen Conhecimento to de Transporte; -  Nota Fiscal da Mercadoria; -  Manifesto de Carga; -  Documentos do veículo; -  Documentos do motorista;

-  Demonstrativo de prejuízos;

 

 4 CONTROLE DO TRANSPORTE E GESTÃO DE RISCOS

137

-  Laudo do Departamento de Controle de Qualidade sobre as causas e consequências dos da-

nos e motivos de eventual rejeição do lote; -  Fotos da Ocorrência / mercadorias avariadas.

 FIQUE ALERTA

É de extrema importância estar atento aos procedimentos e obrigatoriedades estabelecidos em contrato para a validação do sinistro, pois qualquer divergência pode acarretar na invalidação do processo e no não pagamento da indenização.

Após realizar todos os procedimentos necessários para dar entrada à ocorrência de um sinistro, o contratante do seguro poderá realizar o acompanhamento dos trâmites para indenização. A seguradora fornecerá ao segurado um número de ocorrência de sinistro e, por esse código, o cliente poderá acompanhar todos os trâmites até a liberação de sua indenização. O controle de requisitos de segurança proporciona maior efetividade na gestão dos sistemas de entregas adotados pelas empresas, garantindo assim a qualidade no atendimento, o balanceamento dos custos e a satisfação do cliente.

 

138

GESTÃO DE TRANSPORTES

 RECAPITULANDO Neste capítulo, pudemos tratar sobre algumas noções básicas de controle nos processos de transporte. Foram apresentados os diversos tipos de cargas que são transportadas pelo sistema logístico, Geral, Seca, Viva, Granel, Neogranel, Frigorificada, Frágil ou Perigosa, onde cada um deles apresenta características e cuidados específicos para que sejam levados de um ponto a outro de forma integra e segura. Em específico, para o transporte produtos perigosos, algumas documentações e licenças devem ser emitidas, assegurando o atendimento a requisitos de segurança que visam preservar a integridade dos produtos, e principalmente das pessoas envolvidas na operação e das comunidades do entorno por onde trafegam. É evidente que toda a carga deve ser entregue de forma integra, rápida e segura. Nesse sentido, estabelecer um plano de gestão contra possíveis riscos e contratação dos seguros específicos às características da carga é fundamental para que se possa garantir a qualidade no nível do serviço logístico.  

 

 4 CONTROLE DO TRANSPORTE E GESTÃO DE RISCOS

139

 

Legislação para o transporte de cargas

5 Neste capítulo, iremos tratar sobre as legislações aplicadas às atividades de transporte, conhecendo um pouco sobre as normas que regulamentam as operações, certificações e orientações gerais de como o profissional e a empresa devem tratar a carga em sua movimentação e transporte. Para melhor tratar o conteúdo, serão apresentadas a presentadas normas específicas para o transporte de bens e mercadorias, destacando a função e importância de cada uma na realização de atividades rotineiras do dia a dia logístico.

 

142

GESTÃO DE TRANSPORTES

5.1 LEGISLAÇÃO PARA O TRANSPORTE DE CARGAS Para realizar o transporte de carga, é importante compreendermos as exigências legais relacionadas a todos os processos que compõem essa operação, desde o manuseio, à movimentação interna, à acomodação da carga e seu devido transporte até o local de destino. A atenção a essas leis e normas contribui para a maior segurança na execução das atividades, para a maior satisfação do cliente, dando credibilidade à empresa.

 TRANSPORTE DE CARGAS

FIQUE ATENTO À LEGISLAÇÃO

Figura 96 - Atenção à legislação Fonte: SENAI DR BA, 2019.

Essas leis são formuladas pelo poder legislativo, que instituem autarquias14, vinculadas ao Ministério dos Transportes, que são responsáveis por regulamentar e fiscalizar todas as atividades de transporte realizadas no país, ficando subdivididas de acordo tipo de modal. a) A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) é a responsável pela regulamentação das atividades de transporte que utilizam a infraestrutura rodoviária e ferroviária federal, atividades de prestação de serviços de transporte terrestre e dutovias (CONTRAN, 2018); b) A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) regula e fiscaliza as atividades da aviação civil e a infraestrutura aeronáutica e aeroportuária no Brasil. (ANAC, 2018); c) A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ) é responsável por regular, supervisionar e fiscalizar as atividades de prestação de serviços de transporte aquaviário e de exploração da infraestrutura portuária e aquaviária. (ANTAQ, 2006).

É importante seguir as determinações dos órgãos competentes a fim de evitar penalizações, promovendo um transporte de qualidade. O não cumprimento de qualquer uma das leis e resoluções pode ocasionar multa ou suspensão dos serviços, gerando atrasos e transtornos no atendimento às demandas e, assim, afetando negativamente a imagem da empresa.

14 Autarquias: instituições com poder autocrático autocrático sobre a nação.

 

 5 LEGISLAÇÃO PARA O TRANSPORTE DE CARGAS

143

CASOS E RELATOS Vazamento de óleo na Baía de Guanabara

Em 18 de janeiro de 2000, ocorreu um dos mais graves acidentes envolvendo o transporte de produtos perigosos no Brasil, um vazamento de óleo de grandes proporções na Baía de Guanabara, na cidade do Rio de Janeiro que causou a contaminação da água e de grande parte do ecossistema de mangues no entorno. O acidente se deu em ocorrência do rompimento de um duto que ligava a Refinaria Duque de Caxias (Reduc) ao terminal Ilha d’Água, na Ilha do Governador. O seu rompimento provocou um vazamento de 1,3 milhão de litros de óleo combustível nas águas da baía. A mancha se espalhou por 40km².

Figura 97 - Impactos dos produtos perigosos à n natureza atureza Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

O episódio entrou para a história como um dos maiores acidentes ambientais ocorridos no Brasil. Esse acidente afetou milhares de famílias que viviam da pesca e de atividades ligadas ao pescado naquela região, além de causar contaminação do solo em vários municípios e a morte da fauna local. Em decorrência dos impactos causados pelo acidente, a Petrobrás pagou uma multa de R$ 35 milhões ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), e destinou outros R$ 15 milhões para a revitalização da baía. Os acidentes envolvendo o transporte de produtos perigosos provocam impactos não só à saúde humana, deixandoimpactos feridos, mortos, propiciando e afetando atédisso, as gerações futuras, desmas também grandes ambientais imediatosdoenças e a longo prazo. Além as ocorrências

ses acidentes geralmente estão atreladas a não observância de princípios básicos de manutenção,

 

144

GESTÃO DE TRANSPORTES

desconhecimento das características dos produtos químicos manuseados, falta de manutenção de equipamentos, de sinalização e de treinamentos específicos. Para isso, o governo busca criar mecanismos, por meio de leis e normas regulamentadoras, que têm como objetivo estabelecer critérios de execução das atividades, tornando-as mais seguras e evitando novas ocorrências. (Fonte: ORTIZ, 2014).

As políticas são desenvolvidas no âmbito do poder legislativo do país e implementadas pelas autarquias e órgãos responsáveis pela padronização do transporte no Brasil, por meio de resoluções, portarias e normas. Dentre as principais legislações adotas no transporte de carga, adotam-se as normas - NR 11, NR 16, NR 26, SASSMAQ, MOPP, Cargas Indivisíveis, Amarração de carga e certificações específic específicas as para as operações de transporte. Vamos estudar cada uma delas e aprofundar nossos conhecimentos.

5.1.1 NR 11 A Norma Regulamentadora 11 define e orienta empresas e profissionais envolvidos nos procedimentos de transporte, movimentação, armazenagem e manuseio de materiais, quanto a procedimentos de segurança necessárias para a sua operação. Em seu texto, essa norma regulamenta os procedimentos de movimentação e armazenagem de materiais, estabelecendo padrões de acordo suas seções de aplicação: a) Normas de segurança para operação de elevadores, guindastes, transportadores industriais e máquinas transportadoras; b) Normas de segurança do trabalho em atividades de transporte de sacas; c) Armazenamento de materiais; d) Movimentação, armazenagem e manuseio de chapas de mármore, granito e outras rochas.

Figura 98 - Situações de movimen movimentação tação de carga Fonte: SENAI DR BA, 2019.

 

 5 LEGISLAÇÃO PARA O TRANSPORTE DE CARGAS

145

A NR 11 define os princípios fundamentais e as medidas de proteção necessárias para preservar a saúde e a integridade física dos trabalhadores, estabelecendo requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e doenças do trabalho no comércio e na indústria. Agora, vejamos a norma regulamentadora NR 16.

5.1.2 NR 16 A Norma Regulamentadora 16 orienta quanto à execução de atividades e operações perigosas, ou seja, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem em risco acentuado ao trabalhador, em virtude de sua exposição a inflamáveis, explosivos, energia elétrica ou a situações de roubos e outras espécies de violência física decorrente de sua atividade profissional. São consideradas atividades ou operações perigosas: a) O armazenamento de explosivos; b) O transporte de explosivos; c) A operação de escorva 15 dos cartuchos de explosivos; d) A operação de carregamento de explosivos; e) A detonação; f) A verificação de denotações falhadas; g) A queima e destruição de explosivos deteriorados; h) As operações de manuseio de explosivos.

Dessa forma, a norma define os procedimentos adequados a serem adotados nessas atividades, os limites e estruturas dos equipamentos usados no exercício delas, além das medidas legais cabíveis pela execução das atividades em condições de periculosidade.

15 Escorva: conector conector de explosivos tipo detonador. detonador.

 

146

GESTÃO DE TRANSPORTES

Figura 99 - Riscos nas atividades de transportes Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

A norma prevê que o exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura ao trabalhador o recebimento de um valor adicional a seu salário, uma compensação financeira instituída por lei, que busca ressarcir o profissional sobre os riscos a que fora exposto. Esse adicional de 30% (trinta por cento), incide sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participação nos lucros da empresa. É importante lembrar que o adicional de periculosidade e de Insalubridade não são cumulativos, por isso o profissional deve optar por aquele que o seja mais vantajoso economicamen economicamente. te. Embora existam algumas semelhanças no conceito de periculosidade e o de insalubridade (NR-15), quanto à exposição do profissional a riscos, eles não são semelhantes. A periculosidade  se refere aos riscos imediatos ao quais um trabalhador possa ser exposto, colocando sua segurança e integridade física em risco; já a insalubridade faz referência a situações que colocam em risco a saúde do trabalhador a médio e longo prazo, tirando ou diminuindo sua possibilidade de ter uma vida saudável após terminar sua vida laboral, em função do seu trabalho. Sendo assim, a NR 16 define as atividades que apresentam periculosidade e seus limites de exposição. Estudaremos a partir daqui a NR 26, que padroniza a sinalização de segurança.

5.1.3 NR 26 A norma regulamentadora 26 padroniza a sinalização de segurança utilizadas nas empresas, em suas áreas de produção, ambientes de armazenagens, áreas comuns e equipamentos de transporte. Nesse sistema, a utilização de cores como indicativo busca facilitar a visualização dos riscos eminentes na atividade profissional. Nesse sentido, a norma estabelece cores de segurança, utilizadas nos locais de

trabalho no intuito de indicar, advertir e orientar sobre os riscos existentes. Observe alguns exemplos de sinalização, identificadas por cores, a seguir.

 

 5 LEGISLAÇÃO PARA O TRANSPORTE DE CARGAS

VERMELHO

 

Equipamentos de proteção e combagte a incêndio

AZUL

 

ALARANJADO

 

Indica partes móveis de máquinas e equipamentos

PÚRPURA

AMARELO

 

Usada para identificar avisos de advertência

 

147

VERDE

Indica “segurança”. Ïdentifica caixa de equipamentos e primeiros socorros, locais de evacuação

PRETO LIXO RECICLÁVEL

ATENÇÃO RADIAÇÃO

É a cor empregada para indicar ação obrigatória, como a determinação do uso de EPI’s

RESÍDUOS RADIOATIVOS

Indica locais onde foram enterrados o material especificado ou armazenamento radioativo

Indica passadiços e corredores de circulação por meio de faixas e sinalizações

Indica coletores de resíduos, exeto de serviços da área de saúde

Figura 100 - Cores para sinalização sinalização de segurança Fonte: SENAI DR BA, 2018.

Além disso, a norma regulamenta os requisitos necessários para identificação do produto perigoso. Definindo que todo produto químico utilizado no local de trabalho, deve ser devidamente identificado pela rotulagem preventiva16, com a classificação quanto aos perigos para a segurança e a saúde dos trabalhadores, de acordo com os critérios estabelecidos pelo Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos (GHS), da Organização das Nações Unidas (ONU).

5.1.4 SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE SAÚDE, SEGURANÇA, MEIO AMBIENTE E QUALIDADE (SASSMAQ) Lançado pela Associação Brasileira de Indústrias Químicas (ABIQUIM) em 2001, o SASSMAQ é um Sistema de Avaliação do desempenho das empresas nas áreas Saúde, Segurança, Meio Ambiente e Qualidade na prestação de serviços à indústria química, e abrange todos os modais de transporte, bem como Terminais de Armazenagem e Estações de Limpeza (ABIQUIM, 2012).

16 Rotulagem preventiva: conjunto conjunto de elementos elementos com informações informações escritas, impressas ou gráficas, gráficas, relativas a um produto produto químico, que deve ser afixada, impressa ou anexada à embalagem que contém o produto (ABNT – NR 26).

 

148

GESTÃO DE TRANSPORTES

 FIQUE ALERTA

A implantação do SASSMAQ não é obrigatória, porém a sua aplicação gera um grande diferencial para as empresas certificadas, comprovando a qualidade dos serviços logísticos ofertados.

EMPRESA APROVADA

SASSMAQ Sistema de Avaliação de Segurança, Saúde Meio Ambiente e Qualidade

Figura 101 - Selo de certificação SASSMAQ Fonte: ABIQUIM, 2012.

Este sistema avalia as instalações, equipamentos e serviços oferecidos pela empresa, verificando o atendimento aos elementos básicos exigidos pela ABIQUIM. Essas avaliações são realizadas por organismos certificadores, empresas privadas e independentes, credenciadas pela Abquim e integrantes do Sistema Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (SINMETRO) (ABIQUIM, 2012).

 SAIBA MAIS

Entenda um pouco mais sobre a aplicação do SASSMAQ em uma empresa disponível no Portal Conhecimento Geral/SASSMAQ (Definições, fotos e vídeos).

Nesse sentido, o principal objetivo do SASSMAQ é reduzir os riscos envolvidos nas operações de transporte e distribuição de produtos químicos, através de uma avaliação dos sistemas de gestão ambiental, saúde e segurança das operações logísticas (ABIQUIM, 2012).

5.1.5 MOVIMENTAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS (MOPP) É evidente a responsabilidade do motorista no transporte de uma carga perigosa, por isso isso ele deve estar apto para atuar de forma segura a execução de suas operações. E para que o transporte de produtos

perigosos seja realizado de forma segura, contribuindo para proteção de todos os envolvidos durante o trajeto, os órgãos regulamentadores do trânsito adotam medidas e cercam as operações de movimenta-

 

 5 LEGISLAÇÃO PARA O TRANSPORTE DE CARGAS

149

ção e transporte, desses tipos de produtos, com exigências e orientações que buscam torná-las cada vez mais seguras. Por meio da Resolução nº 168, de 14 de dezembro de 2004, do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), foi instituída a legislação específica que estabelece Normas e Procedimentos para a formação de condutores de veículos automotores e elétricos, para a realização dos exames, a expedição de documentos de habilitação, os cursos de formação, especializados e de reciclagem, dentre outras providências.

Figura 102 - Operações de movimentação movimentação de produtos perigosos Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

Assim, de acordo a Resolução n° 168/2004, do CONTRAN, para que o condutor de veículos esteja autorizado a realizar a movimentação de produtos perigosos, é obrigatória a realização do curso específico para formação ou reciclagem. Após a conclusão do curso de MOPP e sua devida certificação, essa informação é inserida à carteira Nacional de Habilitação do condutor.

 FIQUE ALERTA

O Curso de MOPP tem validade de 5 anos, sendo necessário ficar atento à realização da reciclagem periódica.

O objetivo principal do curso MOPP é proporcionar ao condutor condições para a operar o veículo em segurança, preservando a sua integridade física, a da carga, do veículo e do meio ambiente, estando apto a prestar os primeiros socorros no atendimento a tendimento à ocorrência de qualquer acidente. Para isso, ele instruirá o condutor quanto à legislação de trânsito, legislação específica de MOPP e mo-

vimentação de cargas perigosas, além do conhecimento das classes de produtos perigosos, direção defensiva, noções básicas de primeiros socorros, respeito ao meio ambiente e prevenção a incêndio, for-

 

150

GESTÃO DE TRANSPORTES

necendo elementos que o tornem capaz de aplicar os preceitos de segurança e adotar comportamentos preventivos na execução de suas atividades. Vimos até aqui, importantes normas e a legislação pertinente à gestão de transportes. Vamos avançar em nossos estudos e conhecer ainda a legislação específica para o transporte de cargas indivisíveis.

5.1.6 CARGAS INDIVISÍVEIS No Transporte de cargas indivisíveis ou de grande volume, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (DNIT), define na Resolução nº 01/2016, algumas normas e orientações para o transporte desse tipo de carga em rodovias nacionais. De acordo a Resolução nº 01/2016 do DNIT, uma carga indivisível é aquela com peso e/ou dimensões que excedem os limites regulamentares, podendo colocar em risco a operação, os envolvidos no trajeto, além da própria carga (BRASIL, 2016). Nesse contexto, são definidos os padrões necessários para essa operação, estabelecendo o veículo que mais se adeque à capacidade de carga, dimensões, estruturas de transporte, suspensão e direções apropriadas.

CURIOSIDADES

A pá eólica, usada para montagem de estruturas de captação de energia eólica, durante o seu transporte precisa de um veículo diferente, pois ao realizar uma curva fechada a pá eólica pode facilmente avançar pelo acostamento ou até mesmo colidir com árvores próximas à pista, devido ao seu tamanho.

Vejamos o exemplo da construção de um parque eólico. Sua estrutura é composta por turbinas, rotores e peças de grande porte, que devem ser movimentadas e transportadas de forma íntegra. Para isso, requer o uso caminhões deutilização grande porte e do atendimento vés dade sinalização e da de carros batedores17. a normas de transporte durante o seu trajeto, atra-

17 Carros batedores: são veículos utilizados para escolta e sinalização no tráfego de produtos produtos e matérias especiais, devem ser sinalizados e munidos de materiais de segurança.

 

 5 LEGISLAÇÃO PARA O TRANSPORTE DE CARGAS

151

Figura 103 - Transporte de carga carga indivisível Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

Alguns outros exemplos de cargas indivisíveis são máquinas, equipamentos, peças, pás eólicas, vagões, transformadores, reatores, guindastes, máquinas de uso industrial, na construção e máquinas agrícolas, estruturas metálicas, silos18, obras de artes especiais, entre outros.

FIQUE ALERTA

Os limites de dimensões e pesos para os veículos que transitam por vias terrestres são: largura máxima 2,60 m, altura máxima 4,40 m e o comprimento de até 19,80 m para veículos articulados com mais de duas unidades. Fonte: Resolução nº 210/2006, CONTRAN (Conselho Nacional de Trânsito). Trânsito).

Para realização do transporte da carga de forma adequada, é importante seguir as recomendações apresentadas nas seções da Resolução n° 01/2016 – DNIT. Elas regulamentam inicialmente sobre os veículos, equipamentos utilizados no transporte do produto indivisível, definindo suas capacidades e limites, assim como sobre as sinalizações utilizadas nos veículos ou combinações que fazem o seu transporte. Estabelece também procedimentos operacionais para realização do trabalho e permissões específicas para o trato desses produtos.

5.1.7 AMARRAÇÃO DE CARGAS A Resolução n° 552, de 2015, que foi alterada pela Resolução nº 676, de 2017, define as orientações normativas que fixam requisitos mínimos de segurança para a amarração de cargas em transporte. Algumas das atividades que a restringem r estringem são a utilização de cordas na amarração das cargas e a utilização de pontos

de apoio em peças de madeira, sendo expressamente proibida.

18 Silos: estrutura utilizada para armazenar produtos após após colheita, como soja, trigo, arroz, etc. etc.

 

152

GESTÃO DE TRANSPORTES

Figura 104 - Amarração de carga Fonte: SENAI DR BA, 2019.

No transporte de carga, as cordas só podem ser utilizadas para a fixação de lonas, quando necessário. A resolução exige ainda que sejam utilizadas cintas, correntes e cabos de aço que resistam a, no mínimo, duas vezes o peso da carga. E instrui também quanto aos procedimentos de fixação da carga, como demonstrado a seguir.

Figura 105 - Amarração correta de cargas Fonte: SENAI DR BA, 2019.

A figura anterior mostra a forma correta e errada de amarração de cargas com visão lateral e de fundo do veículo, utilizando equipamentos de acordo com a Resolução nº676/2017.

 

 5 LEGISLAÇÃO PARA O TRANSPORTE DE CARGAS

153

A alteração proposta pela Resolução nº 676/2017 ainda insere às suas recomendações, a obrigatoriedade de chassis e travessas metálicas em carrocerias de madeira, obrigatórios aos veículos produzidos a partir de 2017 e determinando adequações para aqueles em circulação, produzidos anterior a lei.

5.1.8 CERTIFICAÇÕES (RENOVAÇÕES) As certificações são mecanismos de controle das atividades e dos produtos que são transportados em todo o sistema logístico. São documentos legais que devem ser emitidos para atuação no setor de transportes, fundamentais para o transporte de cargas seguro e para a validação de produtos e serviços, seja no transporte de cargas nacionais, internacionais, de produtos perigosos, especiais, controladas pela Anvisa ou fracionadas. Sua utilização assegura que todos os requisitos e exigências estabelecidos pelos órgãos reguladores estejam sendo cumpridos, comprovando também a excelência no serviço de prestação de serviços nas operações logísticas. Assim, são apresentados a seguir os principais certificados utilizados para o transporte de carga no Brasil:

EMPR ES A

APROVADA

SASSMAQ SistemadeAvaliaçãode Segurança,Saúde MeioAmbientee Qualidade

LETPP/SVMA - Licença Especial para o Transporte Transporte de Produtos Perigosos (LETPP) é obrigatória para as empresas que transportam produtos perigosos, independente da quantidade, por qualquer via municipal de São Paulo.

Anvisa -Certificados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)/Ministério da Saúde para armazenar, expedir e transportar saneantes, insumos farmacêuticos, medicamentos, cosméticos, cosméticos, perfumes, produtos de higiene e correlatos.

Certificado de Registro Exército - Certificado de registro no Ministério da Defesa/Exército Defesa/Exército Brasileiro para transporte de produtos químicos de acordo com artigo 91 do regulamento (R-105).

Registro Polícia Federal - Certificado de registro cadastral e licença de funcionamento para transporte rodoviário de carga intermunicipal, interestadual e internacional internacional..

SASSMAQ - Sistema de Avaliação Avaliação de Saúde, Segurança, Meio Ambiente e Qualidade é a certificação que garante o atendimento das normas dos órgãos reguladores para o transporte de produtos químicos e perigosos.

O ISO 9001 é um certificado que assegura a gestão eficiente dos processos e a qualidade na prestação de serviço, ele garante a padronização do serviço, buscando o alto nível de satisfação do cliente.

AATPP/IBAMA - Autorização Ambiental para Transporte de Produtos Perigosos, documento emitido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA) é obrigatório desde 10 de junho 2012 para empresas que exercem a atividade de transporte interestadual de produtos perigosos nos modais rodoviário, ferroviário e aquaviário.

TPP/Fatma - A Fundação do Meio Ambiente  (Fatma/SC) estabelece critérios para apresentação a presentação de planos, programas e projetos ambientais para o Trans Transporte porte de Produtos Perigosos (TPP), incluindo gerenciamento de resíduos líquidos, tratamento e disposição de resíduos sólidos e outros passivos ambientais.

Figura 106 - Cerificados e licenças licenças

Fonte: SENAI DR BA, 2018.

 

154

GESTÃO DE TRANSPORTES

Todas essas certificações e licenças são fundamentais ao serviço logístico, pois elas auxiliam o cliente a identificar a qualidade e o atendimento de requisitos legais exigidos, tornando-os aptos a realizar o transporte de forma eficiente e segura. É importante lembrar que a não obtenção desses certificados ou a ausência da apresentação em uma fiscalização podem gerar a retenção da carga e a incidência de multas e, além disso, o atraso na entrega e rupturas de estoque. Para isso, é importante que o operador logístico esteja atento aos prazos de validade e renovações necessárias a esses certificados. De uma forma geral, respeitar as legislações estabelecidas pelo Estado, por meio de seus órgãos reguladores, faz com as empresas se profissionalizem em suas atividades e ofertem serviços de qualidade, mas, além disso, a aplicação de leis e normas nas operações de transporte busca dar maior segurança às operações, protegendo os profissionais envolvidos, à comunidade e o meio ambiente.

 

 5 LEGISLAÇÃO PARA O TRANSPORTE DE CARGAS

155

CASOS E RELATOS Neste capítulo foi possível entender sobre a aplicação dos requisitos legais na atividade de transporte de carga. Para realizar o transporte de carga de forma adequada, é importante compreendermos as exigências legais relacionadas aos processos que compõem as operações de transporte, desde o manuseio, movimentação interna, acomodação da carga e a sua entrega em seu destino final. O atendimento a essas leis e normas, contribui para a maior segurança na execução das atividades, para a maior satisfação do cliente, dando credibilidade à empresa. Entre as principais legislações adotas no transporte de carga destacam-se neste capítulo as normas regulamentadoras, NR 11, NR 16, NR 26, que estabelecem requisitos de segurança para as operações de movimentação, armazenagem e transporte de carga. Além disso, vimos as documentações e certificações específicas para as operações de transporte SASSMAQ, MOPP, Cargas Indivisíveis, Amarração de carga e outras certificações. Conhecer a legislação para o transporte permite ao profissional da logística estar atento à forma adequada de execução do serviço, contribuindo para a maior segurança e proteção dos profissionais envolvidos na operação, assim como os demais cidadãos, comunidade e o meio ambiente.

 

Tecnologia da informação aplicada à gestão de transportes

6 Uma tecnologia é qualquer avanço desenvolvido em produtos ou processos que vise fornecer maior produtividade e utilidade à sua função. A gestão de transportes vem utilizando várias tecnologias, a fim de tornar as suas operações mais produtivas se seguras, desde simples sistemas de controle de entradas e saídas, a avançadas Tecnologias da Informação (TI). As tecnologias da informação são grandes aliadas ao desenvolvimento das atividades cotidianas da logística. Elas fazem parte de um grupo se soluções computacionais (computadores, softwares, aplicativos, rastreadores, dentre outras) que fornecem maior dinamicidade as atividades de uma empresa, permitindo a fácil geração, transmissão e armazenamento de informações.

Figura 107 - Tecnologias da informação e transportes Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

Assim, é fundamental apoiar-se em tecnologias avançadas para o acompanhamento e controle de suas informações, permitindo uma gestão eficiente dos recursos disponíveis para o

transporte. Com o avanço das TIs, a disponibilidade de dados, cada vez mais próximos da realidade, possibilitam a tomada de decisões mais assertivas e estratégicas.

 

158

GESTÃO DE TRANSPORTES

Com o volume de informações passiveis de serem controladas nas operações de transporte, faz-se necessário a utilização de uma base de dados mais complexa e integrada, função que é atendida pelo TMS ou Sistema de Gerenciamento de Transportes, um software, que controla as rotinas operacionais de transporte.

6.1 TECNOLOGIAS NO TRANSPORT TRANSPORTEE É cada vez mais comum que as empresas busquem por tecnologias para comunicação, transmissão e integração móvel de dados, monitoramento e rastreamento de veículos via satélite e soluções para gerenciamento logístico e de risco, pois a adesão a desão a recursos tecnológicos é comprovadamente benéfica à saúde financeira da empresa e à qualidade no atendimento dos clientes, ofertando serviços mais ágeis e assim respeitando os critérios de prazo e integridade do produto (CAVANHA FILHO, 2001). A cada dia, softwares, aplicativos, dispositivos e outros mecanismos são lançados no mercado a fim de fornecer soluções que tornem a logística de transporte cada vez mais eficiente. Inovar na forma como produtos e serviços são ofertados e em estratégias de melhoria nos processos são práticas essenciais para otimizar a gestão de suprimentos e a produtividade de uma empresa.

Figura 108 - Tecnologias aplicadas à gestão de de transportes Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

As tecnologias modernas auxiliam aos profissionais da logística e gestores a ter maior visibilidade e controle do fluxo de atividades. Elas simplificam procedimentos, que podem ser feitos com mais eficiência e agilidade, reduzem os custos operacionais e geram informações de qualidade para o processo decisório. Assim, utilizar desses recursos permite a melhor gestão do transporte de cargas, realizando uma distri-

buição mais previsível, estável e eficaz. As empresas que buscam melhorar a qualidade dos seus serviços e elevar o nível de satisfação do cliente devem estar atentas a essas ferramentas digitais, incorporando as em suas rotinas diárias.

 

 6 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO APLICADA À GESTÃO DE TRANSPORTES

159

A Cargox (2017) apresenta algumas das principais tecnologias utilizadas na logística de transporte. Ve jamos a seguir, tecnologias como os sistemas computadorizados de monitoramento e rastreabilidade de carga, o identificador por radiofrequência, a geolocalização, a comunicação através das redes sociais e os softwares.

COMPUTADORIZADOS DE MONITORAMENTO E RASTREABILIDADE DE CARGA SISTEMAS COMPUTADORIZADOS Softwares voltados para o controle e a rastreabilidade de cargas, realizados a partir do código de bar-

ras, permite acompanhar as entradas, saídas e movimentações das mercadorias por toda cadeia de suprimentos, desde operações internas à distribuição dos produtos externamente, agrupa informações como identificação do produto, informação de origem, destino, permitindo acompanhar o fluxo de materiais e controlar a qualidade das atividades realizadas. Com esses sistemas, o gestor consegue reduzir significativamente os erros de envio e problemas com atrasos. Além de organizar os dados sobre o estoque, monitorando e gerenciando todo tipo de informação sobre as cargas.

IDENTIFICADOR POR RADIOFREQUÊNCIA A identificação por radiofrequência (Radio Frequency Identification - RFID) é uma tecnologia na qual um chip é afixado a cada produto, que permite que o item seja encontrado em qualquer local, em tempo real, estando ele no estoque ou em um caminhão em movimento (CARGOX, 2017). Qualquer tipo de alteração ou manipulação no item pode ser detectado por essa tecnologia. Consequentemente, os gestores ganham mais visibilidade e controle em relação aos seus estoques. Esse recurso oferece um rastreamento máximo, sendo muito eficiente para evitar casos de perdas, extravios e roubos, elevando o nível da segurança (CARGOX, 2017).

GEOLOCALIZAÇÃO A geolocalização pode ser usada para identificar e rastrear cargas e também gerar referências precisas sobre os veículos e os caminhoneiros. Sistemas bem estruturados com base na georreferência dispensam o uso do antigo rádio e permitem uma avaliação sobre o status e o desempenho de cada transporte em tempo real.

COMUNICAÇÃO COM REDES SOCIAIS Acompanhando as novas tendências de comunicação, o acesso às redes sociais também é uma reali-

dade para o ambiente organizacional. organizacional. Muitas empresas estão utilizando das redes soc sociais iais e aplicativos de comunicação para aprimorar sua relação com o mercado, incorporando-as a seus processos para ganhar mais visibilidade e encontrar novas oportunidades de negócio.

 

160

GESTÃO DE TRANSPORTES

Aplicativos de mensagens otimizam a comunicação empresa - cliente, assim como entre a instituição e seus colaboradores, o que é extremamente útil para a logística, uma vez que as operações de transporte são essencialmente externas, sendo necessário manter canais de comunicação rápidos e capazes de transferir informações de qualidade. Dessa maneira, a presença digital é muito importante para interagir com clientes, responder dúvidas, reportar acidentes que podem alterar as datas de entrega, automatizar o status dos envios, entre outras informações.

SOFTWARES 

Os sistemas de gerenciamento são ferramentas fundamentais para a melhor gestão das atividades, pois integram as funções e rotinas de transporte, desde a composição da carga, a seu despacho e emissão de documentos para o transporte das mercadorias. Nesse contexto, o uso de um software para realização das atividades de gestão de transporte se torna relevante, pois contribui para gerenciar as rotinas de transporte, integrando as informações e permitindo uma melhor análise das informações, controle das atividades e um melhor relacionamento com o cliente. Assim, é necessário que o profissional da logística conheça as principais ferramentas que são utilizadas para otimizar a gestão dos recursos de transportes e entenda como a sua aplicação pode gerar melhor produtividade, efetividade de atendimento e qualidade no serviço logístico. Dessa forma, iremos conhecer um pouco mais sobre as principais tecnologias utilizadas pelos profissionais da logística, os Sistemas de segurança de cargas e veículos, Sistema de Informação Gerencial, e as novas tecnologias aplicadas nessa nova era produtiva.

 

 6 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO APLICADA À GESTÃO DE TRANSPORTES

161

6.2 SISTEMAS DE SEGURANÇA PARA CARGAS E VEÍCULOS Os riscos enfrentados pelos condutores, pelas cargas e pelos veículos utilizados no transporte de materiais são fatores que podem influenciar no nível e qualidade de atendimento da empresa aos seus clientes. Os roubos, extravios, acidentes ocorridos durante o trajeto, podem acarretar na perda de prazos, na descontinuidade do processo produtivo e no cancelamento de entregas, impactando diretamente no nível de serviço logístico da empresa.

Figura 109 - Tecnologias para segurança segurança de veículos e cargas Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

Nesse sentido, utilizar das diversas atualizações e inovações tecnológicas voltadas à área de transportes vem sendo uma saída para enfrentar os riscos, cada vez mais frequentes nas mais diversas vias do país. Utilizar de equipamentos que controlem a movimentação dos veículos no transporte de cargas é uma alternativa para aumentar a segurança e a eficiência nas entregas. O Gerenciamento de Risco, como já estudamos aqui, consiste no planejamento das ações de prevenção de riscos operacionais relacionados à segurança das cargas transportadas, objetivando, assim, reduzir e minimizar o índice de sinistros, garantir a qualidade dos serviços prestados e o cumprimento dos prazos de entrega contratados.

6.2.1 RASTREIO DE CARGA E DOCUMENTOS DE CARGA O rastreio de carga é uma atividade inicialmente gerencial. Ela permite identificar a efetivação do serviço de transporte, os percursos e a movimentação da carga. A maneira mais básica de realizar esse procedimento é por meio do rastreamento documental, a partir da apresentação da nota fiscal na saída e entrega

 

162

GESTÃO DE TRANSPORTES

dos produtos, o documento é checado pelo conferente através do romaneio 19, registrando o histórico de movimentação da carga. Outra opção é o sistema de etiquetagem terciária20, que consiste em colocar um código de barras com todas as informações do lote em cada palete (SILVEIRA, 2018).

Figura 110 - Conferência de nota fiscal fiscal no recebimento Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

O rastreamento de cargas é utilizado pelas empresas de transporte para obter informações detalhadas de todas as etapas do percurso da mercadoria até a sua entrega. O acompanhamento pode ser realizado por meio de SMS, e-mail  ou  ou site, tanto pela empresa transportadora, quanto pelos clientes. A segurança é a grande preocupação ao contratar o serviço serv iço de rastreamento (SILVEIRA, 2018). É um serviço de extrema importância para a empresa, pois permite ao final do processo levantar informações, realizar um relatório e avaliar todas as ocorrências durante a operação, identificando possíveis falhas, podendo corrigi-las, buscando sempre otimizar o serviço. Além dessa forma básica de rastreio, existem hoje outros recursos que permitem rastrear a carga de maneira mais segura e em tempo real, como rastreadores via satélite e tecnologias de rádio frequência. fr equência.

6.2.2 RASTREADORES E BLOQUEADORES DE VEÍCULOS Os sistemas de rastreamento e bloqueadores fazem parte de um conjunto de mecanismos utilizados para controlar a movimentação de veículos, permitindo ao usuário visualizar em tempo real a localização do veículo, bloquear e liberar sua operação remotamente. remotamente. Para isso, esses sistemas utilizam da tec tecnologia nologia

19 Romaneio: é uma listagem pormenorizada pormenorizada dos produtos produtos embarcados, relacionando, relacionando, itens, pesos, pesos, quantidades. 20 Etiquetagem terciária: marcação marcação e codificação codificação de produtos produtos unitizada, por meio da impressão de etiqueta de codificação em sua embalagem terciária (caixas, paletes, packs).

 

 6 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO APLICADA À GESTÃO DE TRANSPORTES

163

de Geo posicionamento Global, um sistema que coleta e transmite informações de sua posição (latitude e longitude) por meio de satélites e antenas.

Figura 111 - Sistema de rastreamento via satélite Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

O Sistema de rastreamento na logística de transporte é um recurso utilizado para controlar a movimentação dos veículos no transporte de cargas, de modo a aumentar a segurança e a eficiência na utilização da frota. Em geral, cada veículo é equipado com um módulo eletrônico que inclui um receptor de GPS e um dispositivo de comunicação, que permite a troca de mensagens entre os veículos e uma Central de Controle (MOURA, 2004). Essa tecnologia pode ser dividida em duas aplicações, rastreadores ou bloqueadores, vejamos cada uma delas a seguir.

RASTREADORES O rastreamento de veículos incorpora inúmeras possibilidades de uso, desde o controle de itinerários de caminhões até o controle de eventos (abertura e fechamento de portas, velocidade, aceleração etc.),  jornada de trabalho do motorista, motorista, relatórios gerenciais e out outras ras informações. O GPS (Sistema de Posicionamento Global) é uma tecnologia inovadora, que auxilia muito na logística de uma organização, já que permite ao seu usuário saber com exatidão a localização de sua frota, para evitar desvios, melhorar a qualidade dos serviços e, consequentemente, trazer lucro e a satisfação aos clientes. Esse recurso trabalha com alguns sistemas de interação, a localização por direcionamento, triangulação de antenas21 e a utilização da constelação satélites.

21 Triangulação de de antenas: sistema que realiza realiza a transmissão de dados dados por meio de antenas, segue o mesmo princípio dos dos satélites, realizando a troca de informações a partir da interação de três antenas em formação triangular.

 

164

GESTÃO DE TRANSPORTES

Rastreamento de GPS em tempo real Satélite - GPS

Central de dados

Servidor

Computadores e aparelhos móveis

Veículos com sistemas de rastreamento

Figura 112 - Sistema de rastreamento rastreamento por GPS Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

O uso do GPS é atualmente o mais comercializado no mercado de transportadores e operadores logísticos. Nesse sentido, Farias (2016) destaca alguns dos sistemas de GPS mais utilizados: o GPS + Celular, GPS + Rádio e o GPS + Satélite: a) GPS + Celular: o GPS efetua a localização e transmite informações de coordenadas por um telefone embarcado no veículo. Recebe os comandos de bloqueio também por esse telefone. O funcionamento para localização depende do GPS e, para efeito de monitoramento (envio de sinais), depende do celular. Nesse sistema, as informações de posicionamento também são captadas com o auxílio do GPS (satélite), mas a diferença é que a comunicação com o sistema é feita através dos dados GPRS (chip de celular GSM). Dessa forma, é limitada a áreas onde a rede de celular é ativa, podendo ficar sombreada22 em alguns pontos do trajeto. A vantagem é a área de abrangência, atendida por todas as regiões cobertas pela rede, fornecendo boa velocidade de transmissão de dados, possibilitando a comunicação automática de arrombamentos, roubos, furtos, tombamentos, assim como avisos de pânico emitidos pelos ocupantes do veículo em casos emergenciais. Os rastreadores de comunicação por chip (GSM) são indicados para empresas prestadoras de serviço, que buscam gerenciar a frota de forma f orma eficiente e com o custo reduzido; b) GPS + Rádio: localiza via GPS e transmite as informações de coordenadas por um rádio transmissor embarcado no veículo. Recebe os comandos de bloqueio também por esse rádio. O funcionamento para localização depende do GPS e, para efeito de monitoramento (envio de sinais), depende da potência do rádio; c) GPS + Satélite: um dos sistemas com o custo de comunicação mais baixo utiliza dos satélites

para realizar a transmissão de sinais, que pode ser feita a cada minuto. Em virtude disso, é uma das

22 Área sombreada: áreas de baixa cobertura de sinal de de redes de celular. celular.

 

 6 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO APLICADA À GESTÃO DE TRANSPORTES

165

tecnologias mais utilizadas no monitoramento de veículos. Alguns possuem computadores de bordo, que permitem que o motorista envie textos livres ou formatados para a central, relatando ocorrências ou avisando sobre qualquer necessidade de mudança na rota, como também os tempos de paradas. Esse modelo de rastreadores por satélite satélite são, geralmente, utilizados utilizados por empresas que transportam cargas de alto valor, e que não podem, de forma alguma, a lguma, perder a interação com a carga. É bastante utilizado por empresas que utilizam os modais: rodoviário, marítimo e aéreo. Assim, torna-se cada dia mais presente na vida das pessoas, devido a sua eficiência, baixo custo de obtenção, fácil manuseio, alta precisão, possibilidade de definir posicionamentos, um caminho correto ou menor para um determinado local (VIZENZZOTTO; VERNINI, 2010).

Como é possível notar, existem várias opções de sistema, simples e viáveis, que podem ser escolhidos para o rastreamento da carga e do veículo apenas, ou de forma mais completa, gerando informações mais abrangentes sobre as operações, funcionalidades integradas, que permitem além do rastreamento, a troca de informações entre a central e o veículo, o acionamento a cionamento de sensores a longa distância e de outras rotinas de gerenciamento.

BLOQUEADORES Bloqueadores são dispositivos de segurança que permitem o bloqueio do veículo à distância, utilizando um  pager 23 embarcado no veículo. A estrutura de antenas que geram os sinais é, na maioria das vezes, de responsabilidade das operadoras de  pager . A abrangência é a dos sistemas de  pager , que engloba os grandes centros urbanos.

23 Pager : aparelho eletrônico portátil capaz de receber mensagens codificadas de uma central de recados e exibi-las em texto numa pequena tela.

 

166

GESTÃO DE TRANSPORTES

Antena satelital

Bloqueador de combustível Bloqueador inteligente

Sensor de engate e desengate

 Travas de

Painel solar

porta de baú

Sensor de temperatura

Conector cavalo - carreta

 Trava de 5a roda

Sensor de violação do

Sensor de abertura da

Sensor de movimento da

pino da trava

porta do baú

plataforma

Figura 113 - Sistemas de bloqueio de veículo veículo Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019. (Adaptado).

Trata-se de equipamentos simples, que têm, normalmente, funções antifurto. Não fornecem a localização, pois não são capazes de enviar informações. Têm como vantagens o preço bastante acessível e funciona mesmo em ambientes fechados. Entre as desvantagens podemos citar a dependência do usuário e possui uma área de abrangência limitada (SOUZA, 2003).

RADIOFREQUÊNCIA Outra tecnologia utilizada no rastreamento de cargas é o sistema de identificação por radiofrequência, chamado RFID (do inglês “Radio-Frequency IDentification”). Trata-se de uma etiqueta, com um pequeno circuito, uma antena e um microchip de silício, que respondem aos sinais de rádio enviados por uma base de transmissão. Os RFID’s podem ser passivos, que respondem aos sinais enviados, ou semipassivos e ativos, que podem enviar sinais, esses possuem o custo mais elevado. (MARTINS, 2017).

 

 6 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO APLICADA À GESTÃO DE TRANSPORTES

167

Figura 114 - Sistema de registro de uma etiqueta RFID Fonte: Font e: SENAI D R BA, 2019; SHUT TERSTOCK, 2019.

Essas etiquetas trazem as especificidades do produto e podem ser colocadas em produtos, paletes e veículos. A tecnologia possibilita ao gestor acompanhar a movimentação da frota mesmo em locais fechados, armazéns, veículos, subsolos e túneis (MARTINS, 2017). O RFID permite a transmissão de informações da carga em tempo real por meio de satélite. Alguns Centros de Distribuição já fazem a leitura das mercadorias recebidas utilizando esse sistema, a leitura dos produtos é realizada automaticamente ao entrarem no galpão, de forma que não há necessidade do conferente abrir e fazer a contagem física dos produtos. Uma das vantagens dessa tecnologia é que ela permite a leitura de sua frequência em qualquer ambiente, sem a necessidade de aproximação do objeto, podendo realizar, por exemplo, a leitura de todos os itens embarcados em um caminhão, auxiliando na fácil e ágil identificação da carga. Outra vantagem da radiofrequência é que ela não está sujeita aos inibidores de sinais, conhecidos como  jammers24, fornecendo maior segurança quanto ao bloqueio intencional do sinal de veículos e cargas por interceptadores de carga, permite ainda o rastreamento da cargas em tempo real (MARTINS, 2017).

24  Jammer : aparelho de bloqueio de sinal de rádio.

 

168

GESTÃO DE TRANSPORTES

6.3 IDENTIFICAÇÃO DE PERCURSOS INTERNOS Um percurso interno é identificado pela definição dos principais corredores de carga, são percursos utilizados para o escoamento dos produtos da economia brasileira. Eles permitem identificar as principais rotas, modais utilizados e volumes de produtos transportados pelas vias do Brasil. Além do mapeamento dos corredores de escoamento dos principais produtos para a economia nacional, a identificação dos percursos internos tem o objetivo de avaliar a atual movimentação de cargas e passageiros, realizando o diagnóstico dos polos produtivos, permitindo identificar os principais gargalos para o escoamento dos suprimentos e futuros investimentos na logística de transporte para cada região (SUPERINTENDÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DA AMAZÔNIA, 2014). De forma geral, o governo realiza esse mapeamento, mas pode ser construído especificamente por empresas, que definem suas rotas e percursos utilizados para o escoamento da carga. O governo brasileiro aplica hoje a tecnologia RFID para buscar maior eficiência no mapeamento de seus corredores de escoamento de produtos, como apresentado no caso e relato a seguir.

CASOS E RELATOS Brasil ID, novo sistema de rastreamento e autenticação de mercadorias

O novo sistema de identificação, rastreamento e autenticação de mercadorias, o Brasil ID, é um recurso de rastreamento automático de cargas e documentos fiscais eletrônicos, realizado por meio de radiofrequência. Instalado nas principais rodovias brasileiras. O equipamento registra os caminhões portadores de chip de identificação, que interage com a tecnologia de radiofrequência, identificando os documentos fiscais eletrônicos e a mercadoria transportada. O sistema é integrado a uma área de BackOffice, base que receberá as informações coletadas através das antenas. Assim, quando o caminhão passar pelo posto fiscal e a antena identificar o documento eletrônico, o sistema de BackOffice se comunicará com um ambiente nacional de armazenamento de documentos fiscais. Esse sistema tem como intuito agilizar o processo de fiscalização nos postos fiscais. Em um procedimento normal de fiscalização, cada parada nos postos fiscais chega a durar até uma hora, o que acaba sendo um transtorno tanto para o motorista, que atrasa a sua viagem, quanto para o técnico responsável pela fiscalização, que tem que fazer, manualmente, a conferência das notas fiscais e das cargas transportadas. Assim, ao passar pelos postos, os motoristas poderão ser liberados rapidamente, já que as informações fiscais já foram identificadas.

 

 6 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO APLICADA À GESTÃO DE TRANSPORTES

169

Figura 115 - Equipamento de rastreamento e autenticação de mercadorias Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

O sistema ainda serve para identificar corredores de tráfego, mapeando as principais rotas, produtos e volumes transportados nas vias, servindo como base para a tomada de decisões estratégicas, como a implantação de novas vias, ou investimentos em modais alternativos. O Brasil ID traz além de ganhos com a redução dos custos dos produtos e do transporte, a diminuição na probabilidade de furtos e roubos de carga, garantia de procedência e autenticidade dos produtos e combate à falsificação e ao contrabando, melhorando os controles do fisco e reduzindo custo Brasil. (Fonte: Tribuna da Bahia por Portal Logweb, 2013).

Como é possível perceber, a inserção dessa tecnologia permite a identificação desses percursos internos, gerando dados para uma análise efetiva de rotas e percursos para a produção. Essa análise permite consolidar os principais fluxos de cargas e avaliar o uso da infraestrutura de transportes, avaliando os benefícios socioeconômicos e identificando os projetos estratégicos prioritários para investimentos nos estados. Podemos tomar como exemplo a identificação da elevada demanda de escoamento de soja pelo porto de Santos no estado de São Paulo, a soja oriunda do estado do Mato Grosso precisava cruzar todo o estado, gerando congestionamento das vias e elevando o custo de operação. A partir dessa análise, foi possível perceber o potencial de investimentos para esse corredor logístico,

ofertando opções para o escoamento da produção de soja. Com investimentos do Governo, a utilização do modal aquaviário foi ofertada, com a construção de eclusas, a dragagem de vias internas e a estruturação

 

170

GESTÃO DE TRANSPORTES

de portos. A utilização desse modal serviu como fator estratégico ao escoamento da produção, reduzindo significativamentee o custo com o transporte da commodite. significativament

Figura 116 - Identificação de percursos internos Fonte: SENAI DR BA, 2019.

Hoje, os sistemas de gerenciamento de informações e de rastreamento da carga têm possibilitado a identificação desses fluxos com maior facilidade. Essas informações contribuem para o estabelecimento de investimentos prioritários, tendo como base a redução de custos de transporte, aumentando a competitividade das empresas brasileiras e contribuindo para o desenvolvimento de regiões (Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia, 2014).

6.4 TIPO DE TRANSPORTE PARA RETIRADA DE MERCADORIA Já é sabido que, para realizar o transporte de carga, é necessário entender sobre qual o tipo da carga que pretende deslocar, mas também é importante entender de que forma essa carga será deslocada. Por isso, é importante definir esse deslocamento, se de forma direta, entre fornecedor e cliente, ou entre centros de distribuição, para posterior distribuição por veículos de menor porte para a entrega final. Inicialmente, devemos conhecer dois conceitos importantes, a carga lotação/dedicada e a carga fracionada. A carga lotação, também chamada de fechada ou dedicada, é aquela onde um único veículo realiza o transporte da carga de um único embarcador, em uma única remessa. Já a carga fracionada é formada por frações de cargas, que não completam o veículo em sua totalidade, podendo ser composta por cargas de vários clientes.

 

 6 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO APLICADA À GESTÃO DE TRANSPORTES

171

Figura 117 - Coleta de produtos para para entrega Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

Geralmente, para realizar a coleta do material, é necessário acessar locais de difícil tráfego, ruas estreitas ou de movimento intenso, sendo necessário respeitar essas exigências e buscar soluções para realizar a coleta de produto de forma rápida e eficiente. Outro problema é a necessidade de coleta em vários clientes, realizar a retirada dessa carga com um veículo de grande porte se torna difícil e oneroso para a empresa transportadora. Assim, para realizar o serviço de coleta dos materiais muitas empresas optam pela utilização de veículos de menor porte, que realizam a retirada das mercadorias nos embarcadores, realizando percursos curtos, dos clientes até centros de distribuição, onde a carga será consolidada em um veículo maior, para o envio ao destino.

 

172

GESTÃO DE TRANSPORTES

6.5 OCORRÊNCIA DE ACIDENTES COM CARGAS Dentre vários fatores que influenciam na continuidade do serviço de transporte para embarcadores e transportadores, a ocorrência de acidentes envolvendo a ccarga arga é um fator problema para a gestão de transportes, pois, seja para a entrega de produtos para revenda, produtos destinados ao processo produtivo, ou encaminhados diretamente ao consumidor final, todos aguardam o recebimento correto das mercadorias, a fim de dar continuidade aos processos de comerciali comercialização zação ou produção e simplesme simplesmente nte usufruir do seu produto.

Figura 118 - Acidente com carga no modal rodoviário Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

A fim de evitar a ocorrência de acidentes e estar preparado para a resolução deles, quando inevitável, é necessário que a empresa adote um plano de operação e contingência, estabelecendo parâmetros para reduzir os impactos gerados pelas ocorrências. Neste sentido, é preciso que a organização estabeleça um plano de negócios consolidado e atento à resolução de problemas, antecipando possíveis prejuízos, instruindo os diversos setores da empresa a proceder diante de situações inesperadas (TRANSPOBRASIL, 2017).

FIQUE ALERTA

Na ocorrência de um acidente há a necessidade de aplicar um plano alternativo para o atendimento da entrega. Assim é indispensável manter uma comunicação eficiente com o seu cliente, deixando-o ciente do ocorrido e da possibilidade ou necessidade de atraso.

É importante que você adote medidas de prevenção que antecipem problemas com a carga. O TMS, por exemplo, permite que você acompanhe os prazos e rotinas de entrega, realizando o rastreamento de ocorrências.

 

 6 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO APLICADA À GESTÃO DE TRANSPORTES

173

A escolha dessas tecnologias deve levar em conta a observação de seus custos de aquisição e manutenção, assim como o treinamento de operadores e a sua adequação aos serviços da empresa, pois são fundamentais para o alcance de resultados efetivos das tecnologias aplicadas.

6.6 FALHAS DE EQUIPAMENTOS E VEÍCULOS A falha em equipamentos e veículos é um fato comum a várias empresas, afinal, imprevistos acontecem, certo? Na realidade, esse é um sério problema que muitas vezes é negligenciado pelas empresas, pois realizar um plano de manutenção para evitar falhas, quebras de veículos e de equipamentos eleva os custos de operação.

Figura 119 - Estouro de pneu Fonte: DEPOSIPHOTOS, 2018.

Mas deixar de realizar uma entrega, ou exceder o prazo estipulado pelo cliente pode gerar custos adicionais, além de impactar negativamente na imagem da empresa. Nesse sentido, adotar um plano de manutenção que busque evitar ou minimizar os percalços causados por falhas e quebras de equipamentos é indispensável aos procedimentos de gestão de uma frota. Um plano de manutenção pode ser construído contemplando três tipos de manutenções: a preventiva, preditiva e corretiva:

MANUTENÇÃO PREVENTIVA

A manutenção preventiva é o estabelecimento de rotinas de procedimentos de manutenção realizados previamente, para que sejam diminuídas as probabilidades de falhas, nos veículos da frota, evitando a descontinuidade do serviço prestado pela empresa. A manutenção preventiva são ações planejadas e

 

174

GESTÃO DE TRANSPORTES

realizadas em caráter de vistoria, como limpeza de bicos, troca de óleo, e pode ser comparada a um exame de rotina que realizamos, onde são analisadas as peças e o funcionamento dos sistemas, assegurando o funcionamento correto do veículo.

Figura 120 - Plano de manutenção de veículos veículos Fonte: SHUTTERSTOCK, 2019.

MANUTENÇÃO PREDITIVA A manutenção preditiva é um procedimento que une a precaução da manutenção preventiva com a objetividade da manutenção corretiva. Ela é feita com base em indicativos que predizem qual será o fim de sua vida útil de peças e componentes internos. A exemplo, vamos levar em conta o plano de substituição do filtro de combustível dos veículos de uma frota, é preciso verificar a recomendação do fabricante, disponível na ficha técnica ou manual do veículo, geralmente, indicada é a cada 10 mil km rodados, exceder esse limite de uso gera acúmulos de sujeira, obstrução do canal e aumenta do consumo de combustível, elevando o custo da frota. Portanto, realizar a manutenção preditiva é uma ação estratégica que visa não só evitar a falha do veículo, mas também garantir o seu melhor desempenho.

MANUTENÇÃO CORRETIVA Trata-se de um procedimento que se baseia em recuperar os danos decorrentes de uma quebra ou falha do equipamento/veículo, nele são realizados reparos ou substituições de peças, que comprometeram o pleno funcionamento do veículo.

Algumas empresas costumam entender a manutenção preventiva e preditiva como custos adicionais e optam por adotar apenas a corretiva, aguardando a parada do veículo, porém optar por realizar ape-

 

 6 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO APLICADA À GESTÃO DE TRANSPORTES

175

nas este tipo de manutenção pode acarretar em um serviço deficiente, gerar custos desnecessários, como guincho, multas de interrupção do trânsito, além de camuflar custos operacionais. Essas funções de manutenção, como controle da frota, substituição de peças, médias de consumo podem ser acompanhadas com a utilização de planilhas de monitoramento, podendo ainda utilizar dos sistemas de gerenciamento de transporte como recurso para a maior eficiência no seu controle.

6.7 TRANSPORT MANAGER SYSTEM  (TMS)  (TMS)  O Transport Manager System (TMS) ou Sistema de Gerenciamento de Transportes é um software utilizado por empresas para o gerenciamento da frota e a distribuição de produtos. Uma importante ferramenta logística, que contribui para o controle e a gestão do processo de transporte, uma solução que permite ao usuário visualizar e controlar toda a operação de forma integrada.

TMS

BOL

Figura 121 - Sistema de gestão de transportes Fonte: SENAI DR BA, 2019.

O sistema é utilizado no planejamento das operações de transporte, na execução de rotinas básicas, como a consolidação da carga, expedição, emissão de documentos, entregas e coletas de produtos, auditoria de frete, apoio à negociação, planejamento de rotas e modais, monitoramento de custos e nível de serviço, planejamento e execução de manutenção da frota, realizando ainda o monitoramento e o controle dessas atividades (MARQUES, 2002). Esse sistema pode ser utilizado de forma independente ou integrada a outros sistemas de gerenciamento de informações, como o ERP ( Enterprise Resource Planning) - Sistema integrado de gestão empre-

sarial, gerenciando as informações de forma integrada. Ele agrupa de forma lógica todas as informações sobre a frota e a composição da carga.

   

176

GESTÃO DE TRANSPORTES

Desenvolvido em módulos independentes, o sistema é composto pelo conjunto desses módulos, que podem ser adquiridos de acordo com as características e a necessidade da empresa, podendo variar de acordo com o ramo de atividade: atacadista, industrial, operadores logísticos, transportadoras, ou ainda conforme o modal (rodoviário, ferroviário, aéreo ou marítimo) (IMAM). Vejamos agora os principais módulos que o compõem e suas funcionalidades operacionais: Cadastro do veículo Armazenamento de todas as informações nescessárias relacionadas aos veículos da frota (modelo, ano, capacidade, características, seguro, leasing); Gerenciamento da documentação Controle de documentações obrigatórias, emisão e validade de documentos de licenciamento, impostos, taxas, boletins de ocorrência, pagamentos; Planejamento e controle de manutenção Controla as atividades relacionadas à manutenção dos veículos e equipamentos (garantias, manutenção preventiva, corretiva); Controle de peças Realiza o controle e acompanhamendo da vida útil de peças, reposições, trocas, grarantias; Controle de funcionários agregados Controla o cadastro de funcionários agregados às atividades de transporte; Controle de velocidade Monitora o comportamento do motorista durante todo o trajeto de entrega, acompanhando a velocidade em tempo real; Controle de frete Permite realizar a cotação de frete e a formação de propostas de fornecimento de serviço. Controle das cargas Rastreamento lógico das cargas e dos veículos podendo disponibilizar as informações pela internet; Controle de custos $

Realiza o acompanhamento de todos os custos operacionais parta o setor de transporte, consumo de combustível, manutenções, contratações de serviços terceiros; Planejamento de rotas e modais

Permite a elaboração de rotas, podendo ser interligado a roteirizadores, elemento essencial para logística de cargas fracionadas.

Figura 122 - Módulos de software TMS Fonte: SENAI DR BA, 2019.

 

 6 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO APLICADA À GESTÃO DE TRANSPORTES

177

Apesar de ainda haver espaço para o desenvolvimento das ferramentas de TMS, os benefícios da implementação já são muito significativos. A seguir, destacaremos os principais benefícios (LOGÍSTICA NA NUVEM, 2018): a) Redução nos custos de transportes e melhoria do nível de serviço; b) Melhor utilização dos recursos de transportes; c) Melhoria na composição de cargas (consolidação) e rotas; d) Menor tempo necessário para planejar a distribuição e a montagem de cargas; e) Disponibilidade de dados acurados dos custos de frete, mostrado de várias formas, como por exemplos, por cliente ou por produto; f) Acompanhamento da evolução dos custos com transportes; g) Disponibilidade de informações online; h) Suporte de indicadores de desempenho para aferir a gestão de transportes; i) Qualidade dos serviços internos e externos ou realizado r ealizado por terceiros.

Como é possível perceber, o TMS tem como principal vantagem o maior controle das atividades de transporte, esses controles possibilitarão a geração de dados significativos, gerando informações de análise, que servirão como base para a tomada de decisões estratégicas ao negócio. Podemos pontuar como destaque, a sua função na redução de custos, tanto nos processos internos, quanto no transporte, alcançado por meio da otimização das rotas de entrega, e de uma melhor consolidação de cargas e no carregamento eficiente dos veículos. O TMS permite ainda ampliar a visão de negócio da empresa, identificando gargalos e pontos de melhoria, permitindo à empresa atuar de forma competitiva, aumentando a produtividade e sua lucratividade.

 

178

GESTÃO DE TRANSPORTES

 RECAPITULANDO Neste capítulo foi possível conhecer sobre as tecnologias e recursos de segurança aplicados na gestão de frota e no transporte dos produtos. Aplicar recursos modernos na gestão do transporte auxilia na geração de informações rápidas e precisas, facilitando a tomada de decisão assertiva, baseadas em dados próximos da realidade das ocorrências nos trajetos de entrega. Compreendemos que além dos recursos tecnológicos oferecidos, é importante também adotar estratégias e posturas que assegurem o atendimento dos clientes, evitando contratempos e descontinuidades no processo. Estudamos outro recurso importante para a gestão das rotinas de transporte, o Sistema de Gestão de Transporte (TMS), que de forma integrada fornece soluções para o controle de informações e para a execução das rotinas do setor, fornecendo maior segurança, agilidade, produtividade e elevação ao nível do serviço ofertado. Percebemos, ao longo de nossos estudos, que o mundo passa por rápidas mudanças, e a forma de produzir também tem sido transformada. Nesse contexto, pudemos conhecer as tecnologias propostas pela indústria, e entendemos que para avançar é necessário que os serviços e os profissionais do setor de transporte se integrem a esse cenário, aderindo e beneficiando-se com essas tecnologias. tecnologias.

 

 6 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO APLICADA À GESTÃO DE TRANSPORTES

179

 

REFERÊNCIAS 14 BIS. [201-?]. Disponível em: < http://midia.cmais.com.br/assets/image/image-6-b/6d7a2 c32bd2730055c2cd45da811ee7eb6 c32bd2730055c2c d45da811ee7eb6df200b.jpg> df200b.jpg>.. Acesso em: 21 dez. 2018. ABIQUIM. Departamento Técnico, Técnico, Comissão de Transportes. Manual para atendimento de emergência com produtos perigosos. 7. ed. Brasília, 2015. ACTIVE CORP CORP.. Indicadores de desempenho de frota. 2018. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. AGÊNCIA NACIONAL DE AVIAÇÃO CIVIL. (ANAC). Disponível em: http://www2.anac.gov.br/ imprensa/historicoaviacaocivil.asp. imprensa/historicoaviacaoc ivil.asp. Acesso em: 03 dez. 2018. AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTES AQUAVIÁRIOS (ANTAQ). Modal aquaviário brasileiro. Brasília, 2018. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. A POLÍCIA Rodoviária Federal aplicou quase seis mil multas nos quatro dias de Operação Viagem Segura nas rodovias gaúchas. O sul. 10 set. 2018. Caderno 1. Disponível em: .Acesso em: 21 dez. 2018. CARGARAGE. Primeira locomotiva. [201-?]. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. Programação de entregas. CARGOX. 2017. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. _______. Navegação interior: infraestrutura existente, gargalos operacionais, demandas não atendidas e ações de curto prazo. 2017. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO. (CONTRAN. Resolução Nº 210 de 13 de novembro de 2006. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. CRUZ, Ailton. Carteira Nacional de Habilitação. [Documentação pessoal]. Alagoas, 2017. DEPARTAMENTO NACIONAL DE TRÂNSITO (DENATRAN). Resolução 552, de 2015. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. ECLUSA de Tucuruí, no rio Tocantins. [201-?]. Disponível em: < http://cidadedetucurui.com/ inicio/ONDE_IR_NA_CIDADE/camara%20cheia.jpg> inicio/ONDE_IR_NA_CID ADE/camara%20cheia.jpg>.. Acesso em: 21 dez. 2018. FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (FIRJAN). O impacto econômico do roubo de cargas no estado do Rio de Janeiro.

Janeiro/2018. Publicações Sistema FIRJAN, Pesquisas e Estudos Socioeconômicos. Disponível em: . Acesso Acesso em:3 dez. 2018 FELDENS, Aray Gustavo et al. Política para Avaliação e Substituição de Frota por Meio da Adoção de Modelo Multicritério. ABCustos, São Leopoldo: Associação Brasileira de Custos, v. 5, n. 1, p. 61-91, jan./abr. 2010. FELIPPES, Marcelo de. Transporte. São Paulo, 2005. V. 4. FOLHA DE SÃO PAULO. Caminhão tomba na Anchieta. 21 de janeiro de 2015. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. FRANÇA, Antonio Carlos. Noções de organização industrial para engenheiros Administração Administraç ão - Economia - Lideranç Liderança a – “Notas de a aula” ula”. Universidade de São Paulo – USP, Escola de Engenharia de Lorena – EEL, 2010. GAZETA DO POVO. Seguro DPVAT. 2017. Disponível em: . ia/>. Acesso em: 21 dez. 2018.

INFORME SETCERGS. Seminário debaterá Análise e Interpretação da Lei 12.619 na14ª TranspoSul. Ano 10, 22 jun. 2012. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018.

 

INFRAERO. Anuário Estatístico Operacional. 2017. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. INTERNET das coisas: um desenho do futuro Disponível em: . f>. Acesso em: 21 dez. 2018. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Fluxo de carga do transporte aéreo brasileiro. 2016. Disponível em: < https://ww2.ibge.gov https://ww2.ibge.gov.br/home/presidenc .br/home/presidencia/ ia/ noticias/imprensa/ppts/000000129808051120130842 noticias/imprensa/ppts/0000001 2980805112013084221327627.jpg>. 21327627.jpg>. Acesso em: 21 dez. 2018. ITATIBENSE TRANSPORTES. Logística 4.0 e Indústria 4.0: conheça essas novas tendências e o que trazem de novo! Disponível em: .Acesso logistica-40>.Ace sso em: 21 dez. 2018. JUNDIAÍ AGORA. Riscos no transporte de cargas. 2017. Disponível em: oads/2017/06/SUPERAM-1.jpg>.. Acesso em: 21 dez. 2018. LOGÍSTICA na nuvem. Sistema de TMS – Como contratar e como funciona? Disponível em: Acesso em: 21 dez. 2018. MACEDO, Daniel. Documentação básica necessária para o transporte rodoviário de cargas. 2016. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. RODRIGUES, Paulo Roberto Ambrósio. [Introdução ao sistema de transporte]. 2010. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. PRADO FILHO, Hayrton Rodrigues. Por que no Brasil o transporte dutoviário é tão pequeno? 2012. Disponível em: . D=519154>. Acesso em: 21 dez. 2018. SHUTTERSTOCK. Gestão de transportes e modais logísticos. Figura 1. 2019. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. _______. Gestão de transportes. Figura 2. 2019. Disponível em: . shutterstock.com/pt/image-vector/import-free-shipping-set-icons-11 52797795>. Acesso em: 21 dez. 2018. _______. Domesticação de animais. Figura 4. 2019. Disponível em: https://www. shutterstock.com/pt/image-photo/abyssinian-drinking-trough-old-illustrationcreated-94511131. Acesso em : 8 fev. 2019. ________. Primeiras aplicações de dutos. Figura 6. 2019. Disponível em: . Acesso em: 8 fev. 2019. ________. 14 Bis. Figura 8. 2019. Disponível em:

 

n o modal rodoviário. Figura 21. 2019. SHUTTERSTOCK. Tipos de veículos utilizados no Disponível em: . Acesso em: 8 fev. 2019.

_______. Modal aquaviário brasileiro. Figura 12. 2018. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. _______. Composição em operação. Figura 23. 2018. Disponível em: < https://www. shutterstock.com/pt/image-photo/freight-train-canadian-rockies-sunset-233380768>. Acesso em: 21 dez. 2018. _______. Porta contêiner. Figura 28. 2018. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. _______. Duto aéreo. Figura 31. 2018. Disponível em: . >. Acesso em: 21 dez. 2018. _______. Gestão de frota e controle de veículos. Figura 33. 2018. Disponível em: . yard-10201432 72>. Acesso em: 21 dez. 2018. _______.  Veículo  Veículoss utilizados no transporte de carga. Figura 34. 2019. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. _______. Adesivo para dimensão de veículo rodoviários. Figura 40. 2019. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. _______. Liberação de veículos de carga. Figura 43. 2019. Disponível em: < https:// www.shutterstock.com/pt/image-vector/workers-loading-truck-packed-goodsindustrial-768020965>.. Acesso em: 21 dez. 2018. industrial-768020965> _______. Rotinas de transporte de carga. Figura 46. 2019. Disponível em: .. Acesso em: 21 dez. 2018. icons-1012308421> _______. Contrat Contratação ação de serviços. Figura 53. 2019. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. _______. Desenvolviment Desenvolvimento od de e fornecedores fornecedores.. Figura 54. 2019. Disponível em: . consulting-758344204 >. Acesso em: 21 dez. 2018. _______. Piloto de aeronave comercial. Figura 61. 2019. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. _______. Capitão. Figura 62. 2019. Disponível em: 2018.

 

SHUTTERSTOCK. Cooperação empresarial. Figura 64. 2019. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. _______. Análise de veículos de uma frota. Figura 69. 2019. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. _______. Carga frágil. Figura 79. 2019. Disponível em: image-photo/glass-water-bottles-on-white-backgr ound-675368620>.. Acesso em: 21 dez. 2018. _______. _______. _______._______. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. _______. _______. _______._______. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. _______. _______. _______._______. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. _______._______. _______._______. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. _______. Carga perigosa. Figura 80. 2019. Disponível em: . 18194475>. Acesso em: 21 dez. 2018. _______. _______. _______._______. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. _______. _______. _______._______. Disponível em: _______. _______. _______._______. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. _______. Riscos no transporte de cargas. Figura 84. 2019. Disponível em: . accident-103100 4568>. Acesso em: 21 dez. 2018. _______. Segurança de carga. Figura 85. 2019. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. _______. Estratégias de segurança. Figura 86. 2019. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018.

 

_______. _______. _______. _______. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. _______. _______. _______. _______. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. _______. Sinistros. Figura 87. 2019. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. _______. Contrat Contratação ação de apólice de seguro. Figura 89. 2019. Disponível em: .. Acesso em: 21 dez. 2018. holds-605701736> _______. Colisão em transporte rodoviário. Figura 91. 2019. Disponível em: . 170321817>. Acesso em: 21 dez. 2018. _______. Procedimentos de sinistro. Figura 94. 2019. Disponível em: working-tablet-359745653>.. Acesso em: 21 dez. 2018. _______. _______. _______. _______. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. _______. Riscos nas atividades de transportes. Figura 99. 2019. Disponível em: . chemical-466548887 >. Acesso em: 21 dez. 2018. _______. Operações de movimentação de produtos perigosos. Figura 102. 2019. Disponível em: .. Acesso em: 21 dez. 2018. truck-717525346>

_______. Tecnologias da informação e transportes. Figura 107. 2019. Disponível em: .. Acesso em: 21 dez. 2018. button-267718340> _______. Tecnologias aplicadas à gestão de transportes. Figura 109. 2019. Disponível em: . Acesso em: 21 jan. 2019.

_______. Sistema de rastreamento por GPS. Figura 112. 2019. Disponível em: . vector-109850975 3>. Acesso em: 21 jan. 2019.

 

SHUTTERSTOCK. Sistema de registro de uma etiqueta RFID. Figura 114. 2019. Disponível em: . Acesso em: 21 jan. 2019. _______. Coleta de produtos para entrega. Figura 117. 2019. Disponível em: . els-661996477>. Acesso em: 21 jan. 2019. ______. Plano de manutenção de veículos. Figura 120. 2019. Disponível em: . J84iVj3g-1-33>. Acesso em: 21 jan. 2019. SILVEIRA, Taísa. Entenda como o rastreamento de cargas ajuda na Logística. Disponível em: . Acesso em: 21 dez. 2018. WIKIPEDIA. Porto de Manaus. [201-?]. Disponível em: < https://upload.wikimedia.org/ wikipedia/commons/5/5f/Porto_de_Manaus.jpg>. wikipedia/commons/5/5f/Porto_de_ Manaus.jpg>. Acesso Acesso em: 21 dez. 2018. VELTEC. Estratégias de segurança. 2017. Disponível em: .. Acesso em: 21 dez. 2018.

 

MINICURRÍCULO DO AUTOR DANILO DA ANUNCIAÇÃO SANTOS Danilo da Anunciação Santos é Mestre em Economia Regional e políticas Públicas; graduado em Administração de Empresas, pós-graduado em Gestão para Inovação e Sustentabilidade pela Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC). Possui curso de aperfeiçoamento em Logística pelo SENAI DR BA/CIMATEC. É docente nas áreas de Gestão e Logística, tendo atuado, também, na indústria têxtil nas áreas de planejamento e logística, no ramo de assessoria e suporte administrativo em micro e pequenas empresas, na área hoteleira, coordenando o setor de compras e no gerenciamento de unidade, no mercado de serviços, implantando e gerenciando empresa de Coworking (espaço colaborativo). Atua na área de Logística desde 2003, com ênfase nas áreas de Suprimentos e Armazenagem, atuando no setor de Compras, Gestão e Controle de Estoque, Armazenagem, Almoxarifado, Contratação de Serviços, Gestão de Pessoal e Processos Logístic Logísticos os internos e externos.

 

ÍNDICE A

Afretamento 77 Área sombreada 164 Autarquias 142, 144 C

Calado 31 Carros batedores 150 Coercitiva 101 Commodities  43

Contingências 43 E

Eclusas 30, 32 32,, 33 Endosso 130 Escorva 145 Estandarte de Ur 20 Etiquetagem terciária 162 F

Fundear 90  J  Jammers  167 R

Romaneio 162 Rotulagem preventiva 147 S

Signatário 113 Silos 151 Supranacional 31

T

Transbordo Tran sbordo 30, 41, 46 Triangulação Triang ulação de an antenas tenas 163

 

SENAI - DEPARTAMENTO NACIONAL UNIDADE DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA – UNIEP Felipe Esteves Morgado

Gerente Executivo Luiz Eduardo Leão

Gerente de Tecnologias Educacionais Fabíola de Luca Coimbra Bomtempo

Coordenação Geral do Desenvolvim Desenvolvimento ento dos Livros Didáticos Catarina Gama Catão

Apoio Técnico

SENAI – DEPARTAMENTO REGIONAL DA BAHIA  Ricardo Santos Lima

Coordenação do Desenvolvimento dos Livros Didáticos Danilo da Anunciação Santos

Elaboração Kelly Hottis Lyra

Revisão Técnica Kelly Hottis Lyra

Coordenação Técnica Marcelle Minho

Coordenação Educacional  André Luiz Lima L ima da Costa Cos ta Igor Nogueira Oliveira Dantas

Coordenação de Produção Paula Fernanda Lopes Guimarães

Coordenação de Projeto

Rosana Uildes Ferreira Benicio da Silva

Design Educacional

 

Daiane Amancio

Revisão Ortográfica e Gramatical  Alex Ricardo Rica rdo de Lima Romano  Antônio Ivo Ferreira Daniel Soares AraújoLima Fábio Ramon Rego da Silva Thalita Rafaela Gomes da Hora Thiago Ribeiro Costa dos Santos Vinicius Vidal da Cruz 

Ilustrações e Tratamento de Imagens

Nelson Antônio Correia Filho

Fotografia  Alex Ricardo Rica rdo de Lima Romano  Antônio Ivo Ferreira Lima Leonardo Silveira Vinicius Vidal da Cruz 

Diagramação, Revisão de Arte e Fechamento de Arquivo Taise Oliveira Santos CRB 5 / 1853

Normalização - Ficha Catalográfica Daiane Amancio

Revisão de Padronização e Diagramação

 Alessandro Caetano Neves Neve s  Altamir Steil St eil Cristina Francisca de Oliveira Silva Felipe da Silva Novaes Francisco Clayton Rodrigues Moura Kelly Hottis Lyra

Comitê Técnico de Avaliação

i-Comunicação Projeto Gráfico

View more...

Comments

Copyright ©2017 KUPDF Inc.
SUPPORT KUPDF