April 13, 2017 | Author: Adriano J. P. Nascimento | Category: N/A
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Algumas P´ erolas “Nenhuma produ¸ca˜o de ordem superior, nenhuma inven¸ca˜o jamais procedeu do homem, mas emanou de uma fonte ultraterrena. Portanto, o homem deveria consider´ a-la um dom inspirado do Alto e aceit´ a-la com gratid˜ ao e venera¸ca˜o. Nestas circunstˆ ancias, o homem ´e somente o instrumento de uma Potˆencia Superior, semelhante a um vaso julgado digno de receber um conte´ udo divino”. Goethe “O gˆenio, porque sabe encontrar rela¸co˜es novas entre as coisas, revela-nos novas harmonias e nos aproximam do pensamento de Deus.” E = m · c2 Pietro Ubaldi “Sois de tal modo levados a vos tomar por tipos do Universo, que credes sempre que fora do vosso mundo n˜ ao h´ a mais nada. Pareceis verdadeiramente com esses selvagens que nunca sa´ıram de sua ilha e crˆeem que o mundo n˜ ao vai mais longe”. O Livro dos M´ ediuns “Apenas aqueles que pensam por metades se tornam ateus, aqueles que se aprofundam em seus pensamentos e vˆeem as maravilhosas rela¸co˜es entre as leis universais reconhecem um poder criador”. Max Planck “Um conceito ´e um estado vibrat´orio individualizado e delicad´ıssimo que, uma vez perdido, n˜ ao mais se acha nem com a l´ ogica e muito menos com a vontade, n˜ ao retornando sen˜ ao quando excitado por uma conex˜ ao de id´eias, isto ´e, por uma nova passagem pr´oxima num estado vibrat´orio afim”. Pietro Ubaldi/As No´ ures “. . . O matem´atico, como o pintor ou poeta, ´e um desenhista. Se os seus desenhos s˜ ao mais duradouros que os deles, ´e porque s˜ ao feitos com id´eias”. G.H. Hardy “A fus˜ao entre f´e e ciˆencia, t˜ ao auspiciada, j´a se completou em meu esp´ırito: vis˜ ao u ´ nica na substˆ ancia e de uma a outra eu passo unicamente por uma mudan¸ca de perspectiva visual ou de focaliza¸ca˜o de meus centros ps´ıquicos ”. Pietro Ubaldi/As No´ ures “N˜ao se pode imaginar que tenacidade de resistˆencia, que massa de in´ercia representa o homem m´edio, justamente o que imp˜ oe as normas da vida social”. Pietro Ubaldi/As No´ ures “O fenˆ omeno baseia-se na sintoniza¸ca˜o ps´ıquica e a mente do observador, se n˜ ao afasta com suas emana¸co˜es um objeto do microsc´opio, nem influencia um fenˆ omeno f´ısico ou qu´ımico, pode paralisar, todavia, o funcionamento de um fenˆ omeno psiqu´ıco. O fenˆ omeno tem suas defesas e se retira em face da amea¸ca ` a sua vitalidade e, ent˜ ao, a ciˆencia n˜ ao consegue a observa¸ca˜o, e sim, a destrui¸ca˜o”. Pietro Ubaldi/As No´ ures “Para poder avan¸car na investiga¸ca˜o cient´ıfica e ver no ´ıntimo das coisas, ´e indispens´ avel a sutiliza¸ca˜o do instrumento de pesquisa - a consciˆencia”. Pietro Ubaldi/As No´ ures 2
N´ umeros Hipercomplexos − 3D umeros Complexos ) ( Uma Nova Generaliza¸c˜ao dos N´
Gentil Lopes da Silva∗ 18 de maio de 2007
∗
www.dmat.ufrr.br/∼ gentil ∴
[email protected]
Sum´ ario 1 Os 1.1 1.2 1.3 1.4 1.5 1.6
N´ umeros Hipercomplexos Defini¸ca˜o: N´ umeros Hipercomplexos . . . . . . . . . . . . . . . . Propriedades das opera¸co˜es . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Divis˜ ao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Imers˜ ao de C em H . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Imers˜ ao de H − 2D em H − 3D . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Forma alg´ebrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.6.1 Unidade imagin´ aria/Unidade hiperimagin´aria . . . . . . . 1.7 Forma trigonom´etrica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.7.1 Representa¸ca˜o gr´ afica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.8 Potencia¸ca˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.9 Forma polar . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1.9.1 Interpreta¸ca˜o geom´etrica da multiplica¸ca˜o hipercomplexa 1.10 Radicia¸ca˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
2 Equa¸ co ˜es 2.1 Resolu¸ca˜o da equa¸ca˜o a · w = b . . . . . . . . . . . . 2.1.1 Resolu¸ca˜o da equa¸ca˜o b · w = a . . . . . . . . 2.1.2 Resolu¸ca˜o da equa¸ca˜o a · w−1 = b . . . . . . . 2.1.3 Resolu¸ca˜o da equa¸ca˜o b · w−1 = a . . . . . . . 2.2 Resolu¸ca˜o da equa¸ca˜o a · w2 = b . . . . . . . . . . . . 2.2.1 Algoritimo para extra¸ca˜o de ra´ızes quadradas
7 8 12 14 16 18 21 21 25 28 34 39 45 55
. . . . . .
. . . . . .
83 . 83 . 87 . 90 . 92 . 94 . 113
3 Fun¸ co ˜es Hipercomplexas de Argumentos Hipercomplexos 3.1 Generaliza¸ca˜o da f´ ormula de Euler (26.01.07 ) . . . . . . . . . 3.2 Generaliza¸ c˜ao de fun¸c˜oes complexas elementares . . . 3.2.1 Logaritmo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3.2.2 Fun¸c˜oes trigonom´etricas com argumentos hipercomplexos .
. . . .
. . . .
117 117 119 119 124
. . . . . . polares .
. . . . . . .
133 133 135 135 140 140 141 147
. . . . . .
4 Aplica¸ co ˜es 4.1 Computa¸ca˜o Gr´ afica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.2 Rob´otica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4.3 Um Desafio Dirigido aos Matem´aticos do Planeta Terra . . Apˆendice . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . • Da impossibilidade de uma multiplica¸ca˜o no R3 . . . • Programa para multiplicar hipercomplexos . . . . . • Programa para transformar coordenadas retangulares em
3
. . . . . .
. . . . . .
. . . . . .
. . . . . .
. . . . . .
. . . . . .
. . . . . .
O Homem e a Eternidade Aproveito esta oportunidade para resumir minha concep¸ca˜o a respeito da rela¸ca˜o entre Deus e o homem. Algumas pessoas questionam se existe um limite para o homem (at´e onde o homem pode crescer-evoluir- ou avan¸car) ou qual a natureza do homem. A rela¸ca˜o entre Deus e o homem pode ser entendida, parcialmente, pelo gr´ afico abaixo: h(t)
h(t)
6
6 D+ε
D
D D−ε
q 0
-t
q 0
δ
-t
“O homem ´e uma fun¸ca˜o do tempo e tem em Deus uma ass´ıntota” Assim como o gr´afico aproxima-se indefinidamente de sua ass´ıntota, sem nunca toc´ a-la, da mesma forma o homem ter´ a a eternidade para aproximarse de Deus, sem nunca toc´ a-lo, digo, jamais ser´ a igual a Deus. Podemos resumir isto na f´ormula: lim h(t) = D
t→∞
Esta equa¸ca˜o encerra o seguinte significado: Dado, arbitrariamente, um n´ umero ε > 0, existe um δ > 0 de tal modo que h(t) − D < ε, sempre que t > δ. Traduzindo: Fixada uma distˆancia qualquer (ε) de Deus, sempre vai existir um instante no tempo (δ) a partir do qual a distˆancia do homem a Deus ser´ a menor que aquela distˆancia fixada. Observe que o gr´ afico n˜ ao parte do zero (origem), isto se deve ao fato do homem possuir natureza divina. Ent˜ ao Jesus afirmou: − Na Lei de voces est´ a escrito que Deus disse: “Voces s˜ ao deuses”.(Jo˜ao, 10 : 34) Ainda no gr´ afico observamos que Deus ´e uma fun¸ca˜o constante do tempo, em outras palavras, ´e imut´ avel. Cada homem individualmente encontra-se sobre algum ponto do gr´afico (falando em termos evolutivos). Agora levando em conta o conjunto dos Esp´ıritos (isto ´e, n˜ ao somente o homem, como tamb´em outros seres) podemos dizer que Deus ´e um ponto de acumula¸ca ˜o para este conjunto. Isto ´e: a qualquer distˆancia de Deus, encontramos um Esp´ırito.
Pref´ acio Neste trabalho construimos um sistema num´erico sobre o R3 : os n´ umeros Hipercomplexos−3D (uma nova generaliza¸ca˜o dos n´ umeros Complexos). Nota¸ca˜o: H, ou ainda, H − 3D. Nosso escopo, com este trabalho, ´e trazer `a baila o tema n´ umeros tridimensionais. O matem´atico irlandˆes William Rowan Hamilton (1805-1865) ([2]) ao perceber que os n´ umeros complexos poderiam ser representados por pontos no plano, isto ´e, por pares ordenados (x, y) de n´ umeros reais, teve a id´eia de generaliz´ a-los para pontos no espa¸co a trˆes dimens˜oes. Isto ´e, para ternos ordenados (x, y, z). Por nada menos que dez anos Hamilton procurou pelos n´ umeros na terceira dimens˜ao sem lograr sucesso. O que significa procurar por estes n´ umeros? Eles, por acaso, estariam perdidos em algum recanto da natureza? Certamente que n˜ ao; o homem − `a semelhan¸ca de Deus − tamb´em tem o poder de crear; e foi isto o que Hamilton intentou. E como se crea um conjunto num´erico? Respondemos: Definindo uma soma e uma multiplica¸ca˜o∗ . Por exemplo: ( (a, b) + (c, d) = (a + b, c + d) N´ umeros Complexos: (a, b) · (c, d) = (ac − bd, ad + bc) pronto! est˜ ao criados os n´ umeros complexos. Portanto, o que Hamilton procurou foi definir uma soma e uma multiplica¸ca˜o de ternos ordenados. A soma nunca apresentou problemas, ´e f´acil, veja ( (a, b, c) + (d, e, f ) = (a + d, b + e, c + f ) N´ umeros 3 −D : (a, b, c) · (d, e, f ) = ( ?, ?, ?) O que Hamilton desejou foi preencher as trˆes interroga¸co˜es acima. Posteriormente ficou provada a impossibilidade de uma tal multiplica¸ca˜o. No apˆendice (p´ ag. 140) reproduzimos esta prova tal como comparece em [3]. Acontece que, para a prova de uma tal impossibilidade, assume-se a hip´otese de que a multiplica¸ca˜o deve ser associativa e distributiva. Podemos ignorar uma prova matem´atica. Isto mesmo, um teorema n˜ ao encerra uma verdade absoluta no momento em que, n˜ ao aceitando sua hip´otese, estamos desobrigados de aceitar sua tese. Em resumo: para n´ os que n˜ ao exigimos, da multiplica¸ca˜o, as propriedades citadas anteriormente, os n´ umeros tridimensionais s˜ ao uma realidade. De outro modo: Hamilton tentou preservar propriedades alg´ebricas (da multiplica¸ca˜o) e malogrou. N´ os, a priori, preservamos uma u ´ nica propriedade; n˜ ao alg´ebrica, mas sim geom´etrica: a rota¸ca˜o, e tivemos mais sorte. Ademais justificaremos, com raz˜ oes geom´etricas (ou ainda, “raz˜oes intr´ınsecas”), porque o “natural” ´e que em trˆes dimens˜oes (isto ´e, no R3 ) a multiplica¸ca˜o n˜ ao seja nem associativa e nem distributiva. Por exemplo, o cl´assico - problema: ∗ Existem condi¸ ˜es. Condi¸co ˜es intr´ınsecas e extr´ınsecas, co ˜es adicionais sobre estas opera¸co diriamos. A mais importante, dentre estas u ´ltimas, - assim cremos - ´ e que resultem de utilidade nas ciˆ encias.
6 “separar o n´ umero 10 em duas partes tais que o produto destas seja 40.”, o qual se traduz na resolu¸ca˜o do sistema, ( x + y = 10 x · y = 40
como se sabe, em R n˜ ao possui solu¸ca˜o, em C possui uma u ´ nica solu¸ca˜o; nos hipercomplexos ( H − 3D ), como mostraremos, este problema possui infinitas solu¸co˜es; isto se deve a raz˜ oes intr´ınsecas ao espa¸co R3 (quero dizer: por dispormos de uma dimens˜ao a mais que no R2 ), isto n˜ ao poderia acontecer se a multiplica¸ca˜o fosse associativa e distributiva. H´ a de se assinalar, todavia, a existˆencia de problemas insol´ uveis no corpo complexo C e com solu¸ca˜o em H, por exemplo o (simples) sistema a seguir x+y =0 (−1 · x − y) · y = 2 Acontece que, como diz o velho ad´ agio popular, “onde passa um boi, passa uma boiada” , quero dizer: se existe um problema insol´ uvel em C - e com solu¸ca˜o em H - ent˜ ao pode existir uma infinidade de tais problemas. Em nosso contexto, generalizamos a equa¸ca˜o de Euler: eiy = cos y +i sen y, para o R3 , assim: eiy+jz = cos y cos z + i sen y cos z + j sen z onde, i = (0, 1, 0) e j = (0, 0, 1). Por exemplo, e(i+j)π = e(i−j)π = 1. Conseguimos tamb´em colocar argumentos hipercomplexos nas fun¸co˜es trigonom´etricas, por exemplo, π π π √ π sen π2 , π4 , π6 = 41 (e 4 + e− 4 ) 3 − j (e 4 − e− 4 )
Quanto ` a primeira das propriedades em questionamento, como se sabe, existem ´ algebras n˜ ao associativas; quanto a ´algebras n˜ ao-distributivas estas poder˜ ao ter interˆesse para a ciˆencia, vejamos a seguinte cita¸ca˜o ( [4], p´ ag. 167 ): “No tocante aos sistemas quˆanticos, tudo muda de figura. . . Procedendo-se analogamente ao caso cl´ assico, o reticulado a que se chega, conforme Birkhoff e ao distributivo;”. Von Neuman, n˜ ao ´e a ´ algebra de Boole, por´em um reticulado n˜ Mais ´ a frente (p´ ag. 169): “Ele observa, seguindo a trilha de Birkhoff e Von Neuman, que o reticulado das proposi¸co˜es da mecˆ anica quˆantica n˜ ao ´e distributivo. Mas, em vez de considerar as opera¸co˜es definidas entre as proposi¸co˜es do reticulado como novas opera¸co˜es que se superporiam aos conectivos cl´assicos, trata de mostrar que a posi¸ca˜o mais sensata ´e a de se aceitar tais opera¸co˜es como as opera¸co˜es de uma ao distributiva, a qual, ao ser aplicada a proposi¸co˜es nova l´ ogica proposicional, n˜ relativas a fenˆ omenos macrosc´ opicos, recai na l´ ogica cl´assica.” Ficaremos gratos a cr´ıticas e/ou sugest˜ oes. Minha gratid˜ ao maior ao bom Deus, por ter me concedido gestar e dar `a luz este trabalho. Isto ´e, assentar este tijolinho em sua magnˆanima obra. Gentil Lopes da Silva. Boa Vista-RR, 02 de maio de 2007.
Cap´ıtulo 1
Os N´ umeros Hipercomplexos “Dizendo
isso, gritou bem forte:
‘L´ azaro, saia para fora!’ O morto saiu. Tinha os bra¸ cos e as pernas amarrados. . . Jesus disse aos presentes: ‘Desamarrem e deixem que ele ande’.” Jo. (43 − 44 )
Introdu¸ c˜ ao: Diferen¸ ca entre conjunto e estrutura Em matem´atica s˜ ao freq¨ uentes conjuntos munidos de uma ou mais opera¸co˜es, que gozam de certas propriedades. Esses conjuntos com tais opera¸co˜es e respectivas propriedades constituem aquilo que denominamos estruturas alg´ebricas. Primeiramente observamos que quando nos referimos - na maioria das vezes - aos “conjuntos num´ericos” Z, R, C, por exemplo; estamos nos referindo, a estes conjuntos com suas respectivas opera¸co˜es, isto ´e, `as estruturas (Z, +, ·), (R, +, ·), etc. Em fun¸ca˜o do exposto sugerimos a seguinte nota¸ca˜o:
R =conjunto dos n´ umeros reais; R =sistema dos n´ umeros reais C =conjunto dos n´ umeros complexos; C =sistema dos n´ umeros complexos Observe que, de acordo com nossa conven¸ca˜o, C = R2 e C = R2 , +, · )
Defini¸ c˜ ao 1 (N´ umero). Um “elemento” de um conjunto continuar´ a a ser chamado de elemento; agora, ao construirmos uma estrutura alg´ebrica sobre este a adquirido o status de n´ umero. Por exemplo, 1 ´e conjunto, este elemento ter´ um elemento do conjunto dos naturais N = {1, 2, 3, . . .} enquanto que 1 ´e um n´ umero da estrutura N = N, +, · . Continuaremos a usar o s´ımbolo de pertinˆencia ( ∈ ) tanto de elemento para conjunto quanto de n´ umero para estrutura. Por exemplo, 1 ∈ N, 1 ∈ N No primeiro caso 1 ´e um reles elemento do conjunto dos naturais; enquanto no segundo caso, 1 ter´ a adquirido o status de n´ umero do sistema num´erico dos naturais. 7
8
1.1
Defini¸c˜ ao: N´ umeros Hipercomplexos
Seja R o conjunto dos n´ umeros reais. Consideremos o produto cartesiano R × R × R = R3 : R3 = (x, y, z) : x, y, z ∈ R
Vamos tomar dois elementos, (a1 , b1 , c1 ) e (a2 , b2 , c2 ), de R3 , para dar trˆes defini¸co˜es: ( i ) Igualdade: dois ternos ordenados s˜ ao iguais se, e somente se, ocorre o seguinte: (a1 , b1 , c1 ) = (a2 , b2 , c2 ) ⇔ a1 = a2 , b1 = b2 , e c1 = c2 .
( ii ) Adi¸ca˜o: chama-se adi¸ca˜o de dois ternos ordenados a um novo terno ordenado, obtido da seguinte forma: (a1 , b1 , c1 ) + (a2 , b2 , c2 ) = (a1 + a2 , b1 + b2 , c1 + c2 ) ( iii ) Multiplica¸ca˜o: chama-se multiplica¸ca˜o de dois ternos ordenados a um novo terno ordenado, obtido da seguinte forma:
(a1 , b1 , c1 ) · (a2 , b2 , c2 ) =
(−c1 · c2 , 0, 0), c ·c ·b c ·c ·a (− 1 2 2 , − 1 2 2 , c1 · r2 ), r2 r2
se r1 = 0 e r2 = 0 (D1 ) se r1 = 0 e r2 6= 0 (D2 )
c ·c ·a c ·c ·b (− 1 2 1 , − 1 2 1 , c2 · r1 ), se r1 = 6 0 e r2 = 0 (D3 ) r r1 1 (a1 · a2 − b1 · b2 )γ, (a1 · b2 + a2 · b1 )γ, c1 · r2 + c2 · r1 , se r1 = 6 0 e r2 6= 0 (D4 )
Onde,
r1 =
q q c ·c a21 + b21 , r2 = a22 + b22 e γ = 1 − 1 2 r1 · r2
Observe que, p r = a2 + b2 = 0 ⇒ a2 +b2 = 0 ⇒ a2 = −b2 ⇒ a = b = 0; porquanto, a, b ∈ R.
Nota: J´ a neste momento observe que se tomarmos c1 = c2 = 0 estamos de volta aos complexos C. Nota: Na p´ ag. 141 mostramos um programa para multiplicar dois hipercomplexos.
umeros hiperDefini¸ c˜ ao 2 (N´ umeros hipercomplexos). Chama-se sistema dos n´ complexos, e representamos por H, ao sistema dos ternos ordenados de n´ umeros reais para os quais est˜ ao definidas a igualdade, a adi¸ca ˜o e a multiplica¸ca ˜o conforme o ´ıtem acima.
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Gentil
Representaremos cada elemento gen´erico (x, y, z) ∈ H com o s´ımbolo w, portanto: w ∈ H ⇔ w = (x, y, z) ∈ ( R3 , +, ·) Exemplos: 1o ) Dados w1 = (1, 2, 3) e w2 = (2, 0, 0), calcule: w1 + w2 , w1 · w2 e w12 . Solu¸ c˜ ao: Temos, ( i ) w1 + w2 = (1, 2, 3) + (2, 0, 0) = (1 + 2, 2 + 0, 3 + 0) = (3, 2, 3). ( ii ) w1 · w2 = (1, 2, 3) · (2, 0, 0). Ent˜ ao, r1 =
p p √ 3·0 12 + 22 = 5, r2 = 22 + 02 = 2, γ = 1 − √ = 1, 5·2
como r1 6= 0 e r2 6= 0, calculamos o produto em (D4 ), assim: w1 · w2 = (1 · 2 − 2 · 0) · 1, (1 · 0 + 2 · 2) · 1, 3 · 2 + 0 · ( iii ) w12 = w1 · w1 = (1, 2, 3) · (1, 2, 3). Ent˜ ao, r1 = r2 =
√ 5 = (2, 4, 6).
p √ −4 3·3 12 + 22 = 5, γ = 1 − √ √ = , 5 5· 5
como r1 = r2 6= 0, calculamos o produto em (D4 ), assim: √ 12 −16 √ √ w12 = (1·1−2·2)·(−4/5), (1·2+2·1)·(−4/5), 3· 5+3· 5 = , ,6 5 5 5
2o ) Dados w1 = (−1, 0, 0) e w2 = (0, 0, 1), calcule: w1 + w2 , w1 · w2 e w22 . Solu¸ c˜ ao: Temos, ( i ) w1 + w2 = (−1, 0, 0) + (0, 0, 1) = (−1 + 0, 0 + 0, 0 + 1) = (−1, 0, 1). ( ii ) w1 · w2 = (−1, 0, 0) · (0, 0, 1). Ent˜ ao, r1 =
p p (−1)2 + 02 = 1, r2 = 02 + 02 = 0,
como r1 6= 0 e r2 = 0, calculamos o produto em (D3 ), assim: (−1, 0, 0) · (0, 0, 1) = −
0·1·0 0·1·0 ,− , 1 · 1 = (0, 0, 1). 1 1
( iii ) w22 = w2 · w2 = (0, 0, 1) · (0, 0, 1). Ent˜ ao, r1 = r2 =
p 02 + 02 = 0,
como r1 = r2 = 0, calculamos o produto em (D1 ), assim: (0, 0, 1) · (0, 0, 1) = (−1 · 1, 0, 0) = (−1, 0, 0). 3o ) Dados w1 = (4, 3, 2) e w2 = (6, 7, 8), calcule w de modo que w1 + w = w2 . Solu¸ c˜ ao: Tomemos w = (x, y, z), ent˜ ao,
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w1 +w = w2
4 + x = 6, ⇒ (4, 3, 2)+(x, y, z) = (6, 7, 8) ⇒ 3 + y = 7, 2 + z = 8.
x = 2, ⇒ y = 4, z = 6.
Portanto, w = (2, 4, 6). 4o ) Dados w1 = (1, −1, 2) e w2 = (1, 0, 3), calcule w de modo que w1 · w = w2 . Solu¸ c˜ ao: Tomemos w = (x, y, z), ent˜ ao, w1 · w = w2 ⇒ (1, −1, 2) · (x, y, z) = (1, 0, 3), temos, r1 =
p p √ 12 + (−1)2 = 2, r2 = x2 + y 2 ,
temos dois casos a considerar, p ( i ) r2 = x2 + y 2 = 0, isto ´e, x = y = 0. Neste caso calculamos o produto em (D3 ), assim: (1, −1, 2) · (0, 0, z) = Ent˜ ao,
−
√ 2·z·0 2 · z · (−1) √ ,− √ , z· 2 2 2
0 =√1, √ √ (0, z · 2, z 2) = (1, 0, 3) ⇒ z · 2 = 0, √ z · 2 = 3.
Isto significa que n˜ ao existe um n´ umero hipercomplexo w = (x, y, z), com x = y = 0, satisfazendo a condi¸ca˜o dada; logo este primeiro caso pode ser ignorado. p ( ii ) r2 = x2 + y 2 6= 0. Neste caso calculamos o produto em (D4 ), assim: (1, −1, 2) · (x, y, z) =
(1 · x − (−1) · y) · γ, (1 · y − x · (−1)) · γ, 2 · r2 + z ·
√ 2
√ 2z 2z =1− . Igualando este produto a (1, 0, 3), obtemos onde, γ = 1 − √ r2 2 r2
√ 2z =1 (x + y) · 1 − r2
√ 2z =0 (−x + y) · 1 − r2 √ 2 r2 + 2 · z = 3
√ 2z De (1.3), temos: 1 − = 3 1− r2
1 r2
(1.1)
(1.2) (1.3)
, substituindo em (1.1) e (1.2),
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obtemos 1 (x + y) · 3 1 − =1 r2
(1.4)
1 (−x + y) · 3 1 − =0 r2
(1.5)
1 1 6= 0, ent˜ ao dividindo (1.5) por 3 1 − , r2 r2 obtemos: −x + y = 0, ou ainda, x = y. Substituindo este resultado em (1.4), resulta: 1 1 1 = =1 ⇒ x· 1− √ (x + x) · 3 1 − √ 6 x2 + x2 2 · |x| De (1.4) concluimos que 1 −
Temos dois casos a considerar: a) x > 0 (|x| = x). Sendo assim, resulta, √ 1+3 2 1 1 = ⇒ x= =y x· 1− √ 6 6 2·x b) x < 0 (|x| = −x). Sendo assim, resulta,
√ 1 1−3 2 1 ⇒ x= =y x· 1− √ = 6 6 2 · (−x)
Da equa¸ca˜o (1.3) tiramos, z= portanto,
e
3 − 2 r2 3 √ = √ − 2 |x| 2 2
1 + 3 √2 −2 + 3 √2 3 z = √ −2 = 6 6 2 1 − 3 √2 2 + 3 √2 3 z = √ −2 = 6 6 2 ′
Sendo assim temos dois n´ umeros que satisfazem a equa¸ca˜o w1 · w = w2 , quais sejam: 1 + 3 √2 1 + 3 √2 −2 + 3 √2 w= , , 6 6 6 e √ √ 1 − 3 2 1 − 3 2 2 + 3 √2 ′ , , w = 6 6 6
Observe que a equa¸ca˜o w1 · w = w2 poderia, alternativamente, ter sido escrita como, a · x = b, com a = (1, −1, 2) e b = (1, 0, 3). Conclus˜ ao: em H, diferentemente do que ocorre em R ou C, uma equa¸ca˜o do 1o grau pode ter duas solu¸co˜es.
12
1.2
Propriedades das opera¸c˜ oes
Proposi¸ c˜ ao 1. A opera¸ca ˜o de adi¸ca ˜o define em H uma estrutura de grupo comutativo, isto ´e, verifica as seguintes propriedades: A1) Propriedade associativa; A2) propriedade comutativa; A3) existˆencia do elemento neutro; A4) existˆencia do elemento sim´etrico (ou oposto). Prova: Deixamos como exerc´ıcio. Apenas observamos que, 0 = (0, 0, 0) ´e o elemento neutro para a adi¸ca˜o. Dado w = (x, y, z) temos que −w = (−x, −y, −z) ´e o seu oposto aditivo, isto ´e, w + (−w) = 0. Subtra¸ c˜ ao Decorre da proposi¸ca˜o anterior que, dados os hipercomplexos w1 = (a1 , b1 , c1 ) e w2 = (a2 , b2 , c2 ) existe um u ´ nico w ∈ H tal que w1 + w = w2 . Esse n´ umero w ´e chamado diferen¸ca entre w2 e w1 e indicado por w2 − w1 . Proposi¸ c˜ ao 2. A opera¸ca ˜o de multiplica¸ca ˜o em H verifica as seguintes propriedades: M1) Propriedade comutativa; M2) n˜ ao associativa; M3) existˆencia do elemento neutro; M4) existˆencia do elemento inverso; M5) n˜ ao distributiva em rela¸ca ˜o a ` adi¸ca ˜o. Prova: M1) Propriedade comutativa. Dados w1 = (a1 , b1 , c1 ) e w2 = (a2 , b2 , c2 ) em H, devemos mostrar que w1 · w2 = w2 · w1 . De acordo com a defini¸ca˜o de multiplica¸ca˜o temos quatro casos a considerar: ( 1 ) r1 = 0 e r2 = 0
(D1 ). Nesta situa¸ca˜o, temos:
w1 · w2 = (0, 0, c1 ) · (0, 0, c2 ) = (−c1 · c2 , 0, 0) = (−c2 · c1 , 0, 0) = (0, 0, c2 ) · (0, 0, c1 ) = w2 · w1 . ( 2 ) r1 = 0 e r2 6= 0
(D2 ). Nesta situa¸ca˜o, temos: c ·c ·b c ·c ·a w1 · w2 = (0, 0, c1 ) · (a2 , b2 , c2 ) = − 1 2 2 , − 1 2 2 , c1 · r2 r2 r2 =
c2 · c1 · b 2 c2 · c1 · a 2 , −q , c1 · −q 2 2 a2 + b 2 a22 + b22
(D3 ) = (a2 , b2 , c2 ) · (0, 0, c1 ) = w2 · w1 .
q a22 + b22
13
Gentil
( 3 ) r1 6= 0 e r2 = 0. An´ alogo ao caso ( 2 ). ( 4 ) r1 = 6 0 e r2 6= 0 (D4 ). Nesta situa¸ca˜o, temos: w1 · w2 = (a1 · a2 − b1 · b2 )γ, (a1 · b2 + a2 · b1 )γ, c1 · r2 + c2 · r1
= (a2 · a1 − b2 · b1 )γ, (a2 · b1 + a1 · b2 )γ, c2 · r1 + c1 · r2 = w2 · w1 .
M2) N˜ ao associativa. Tomando, por exemplo,
w1 = (0, 1, 0), w2 = (0, 0, 1), w3 = (0, 0, −1). Resulta (confira), (w1 · w2 ) · w3 = (1, 0, 0) w1 · (w2 · w3 ) = (0, 1, 0) M3) Existˆencia do elemento neutro. Existe 1 = (1, 0, 0) ∈ H com a seguinte propriedade: w · 1 = w, ∀ w ∈ H. De fato, considerando w = (a, b, c) temos dois casos a considerar: √ ao, ( i ) r = a2 + b2 = 0 (D2 ), ent˜ c·0·1 c·0·0 w · 1 = (0, 0, c) · (1, 0, 0) = − ,− , c · 1 = (0, 0, c) = w 1 1 √ ao, ( ii ) r = a2 + b2 6= 0 (D4 ), ent˜ w·1 = (a, b, c)·(1, 0, 0) = (a·1−b·0)·1, (a·0+1·b)·1, c·1+0·r1 = (a, b, c) = w.
Da comutatividade da multiplica¸ca˜o decorre a unicidade do elemento neutro, assim: sejam u e u ˜ dois elementos neutros para a multiplica¸ca˜o. Sendo assim, ter-se-` a, por um lado, w · u = w, para todo w ∈ H; em particular u ˜ · u = u˜ (∗). Por outro lado tamb´em temos w · u˜ = w, para todo w ∈ H; em particular u·u ˜ = u. Esta u ´ ltima igualdade pode ser reescrita como u˜ · u = u. Daqui e de (∗) concluimos que u = u ˜. M4) Existˆencia do elemento inverso. Desejamos mostrar que, ∀ w ∈ H∗ , ∃ w−1 ∈ H / w · w−1 = 1.
′ De fato, tomando w = (a, b, c), procuramos √ w = (x, y, z) satisfazendo 2 2 w·w = p(1, 0, 0). Vamos inicialmente supor, r1 = a + b 6= 0. A possibilidade ′ 2 2 r2 = x + y = 0 (isto p ´e, w = (0, 0, z)) nos conduz a uma inconsistˆencia. Consideremos ent˜ ao r2 = x2 + y 2 6= 0. Sendo assim, temos, w ·w′ = (a, b, c)·(x, y, z) = (a·x−b·y)γ, (a·y +x·b)γ, c·r2 +z ·r1 = (1, 0, 0). ′
Sendo assim, obtemos
c·z (ax − by) · 1 − =1 r1 · r2 c·z =0 (ay + bx) · 1 − r1 · r2 c · r2 + z · r1 = 0
(1.6)
(1.7) (1.8)
14
De (1.8), temos: 1−
r 2 + c2 c·z = 1 2 , substituindo em (1.6) e (1.7), obtemos r1 · r2 r1 (ax − by) ·
r12 + c2 =1 r12
(1.9)
(ay + bx) ·
r12 + c2 =0 r12
(1.10)
De (1.9) e (1.10) concluimos que ay + bx = 0, (de r1 6= 0 ⇒ a 6= 0 ou b 6= 0) supondo a 6= 0, resulta y = − b·x a . Substituindo este resultado em (1.9), resulta: a x − b (− Logo,
r2 r2 bx a a . ) = 2 1 2 ⇒ x= 2 · 2 1 2 = 2 a r1 + c r1 r1 + c a + b 2 + c2
−b b a b = 2 y =− ·x=− · 2 a a a + b 2 + c2 a + b 2 + c2
e, z = −c · portanto,
−c r2 = 2 r1 a + b 2 + c2
a −b −c , 2 , 2 2 2 2 2 2 2 +b +c a +b +c a +b +c √ - Vamos agora supor r1 = a2 + b2 = 0, ent˜ ao, w′ =
w′ = Temos,
a2
1 −0 −c 0 = 0, 0, − , , 0 2 + 0 2 + c2 0 2 + 0 2 + c2 0 2 + 0 2 + c2 c
w · w′ = (0, 0, c) · 0, 0, −
1 = c
−c·
−1 , 0, 0 = (1, 0, 0) c
Portanto, qualquer que seja w = (a, b, c) 6= (0, 0, 0), temos que: w · w′ = (a, b, c) ·
a −b −c = (1, 0, 0). , , a 2 + b 2 + c2 a 2 + b 2 + c2 a 2 + b 2 + c2
Nota: Observe que tamb´em provamos que o inverso multiplicativo ´e u ´ nico. De fato, o sistema w · w′ = (1, 0, 0) possui uma u ´ nica solu¸ca˜o.
1.3
Divis˜ ao
Devido a existˆencia do inverso multiplicativo, podemos definir em H a w w opera¸ca˜o de divis˜ao, simbolizada por 1 , estabelecendo que 1 = w1 · w2′ = w2 w2 w1 · w2−1 , onde mudamos de nota¸ca˜o: w2′ = w2−1 .
15
Gentil
Exemplo: (0, 1, 0) = (0, 1, 0) · (0, 0, 1)−1 (0, 0, 1) 0 −0 −1 = (0, 1, 0) · , , 02 + 02 + 12 02 + 02 + 12 02 + 02 + 12 = (0, 1, 0) · (0, 0, −1)
Em (D3 ), temos: (0, 1, 0) · (0, 0, −1) = portanto,
−
0 · (−1) · 1 0 · (−1) · 0 ,− , −1 · 1 = (0, 0, −1), 1 1
(0, 1, 0) = (0, 0, −1). (0, 0, 1)
Uma observa¸ca˜o importante ´e que para resolvermos, por exemplo, a equa¸ca˜o a · x = b em H, n˜ ao ´e l´ıcito procedermos assim: a · x = b ⇒ a−1 · (a · x) = a−1 · b ⇒ (a−1 · a) · x = a−1 · b ⇒ x = a−1 · b, ao associativa. Para resolver a equa¸ca˜o uma vez que a multiplica¸ca˜o em H ´e n˜ em quest˜ ao devemos proceder como no exemplo 4o ), p´ ag. 10. Uma outra observa¸ca˜o ´e a de que, como o produto ´e comutativo, podemos definir a multiplica¸ca˜o em H com apenas trˆes senten¸cas, ao inv´es de quatro. A opera¸ca˜o de multiplica¸ca˜o pode ser vista (´e) uma aplica¸ca˜o: f : R3 × R3 → R3 , definida por trˆes senten¸cas. M5) A multiplica¸ca˜o ´e n˜ ao distributiva em rela¸ca˜o `a adi¸ca˜o. Tome, por exemplo, a = (1, 2, 1), b = (0, 1, 1) e c = (3, 2, 1) e mostre que a · (b + c) 6= a · b + a · c.
16
1.4
Imers˜ ao de C em H
˜ de H na qual C ˜ ´e formado pelos Consideremos agora a subestrutura C ternos ordenados cujo terceiro termo ´e zero: ˜ = (a, b, c) ∈ R3 : c = 0 C
˜ que leva cada (x, y) ∈ C ao terno Consideremos agora a aplica¸ca˜o f , de C em C, ˜ (x, y, 0) ∈ C, tipo assim: H f
C
˜ C
(a1 , b1 )
(a1 , b1 , 0)
(a2 , b2 )
(a2 , b2 , 0)
(a1 + a2 , b1 + b2 )
(a1 + a2 , b1 + b2 , 0)
(a1 · a2 − b1 · b2 , a1 · b2 + a2 · b1 )
(a1 · a2 − b1 · b2 , a1 · b2 + a2 · b1 , 0)
f: C (x, y)
˜ C (x, y, 0)
Primeiramente notemos que f ´e bijetora, porquanto: ˜ ´e o correspondente, segundo f , de (x, y) ∈ C (isto ( i ) todo terno (x, y, 0) ∈ C quer dizer que f ´e sobrejetora); ( ii ) Dados (x, y) ∈ C e (x′ , y ′ ) ∈ C, com (x, y) 6= (x′ , y ′ ) os seus correspon˜ e (x′ , y ′ , 0) ∈ C ˜ s˜ dentes (x, y, 0) ∈ C ao distintos, de acordo com a defini¸ca˜o de igualdade de ternos ordenados (isto quer dizer que f ´e injetora). Em segundo lugar, notemos que f preserva as opera¸co˜es de adi¸ca˜o e multiplica¸ca˜o pois, f (a1 , b1 ) + (a2 , b2 ) = f (a1 + a2 , b1 + b2 ) = (a1 + a2 , b1 + b2 , 0) = (a1 , b1 , 0) + (a2 , b2 , 0) = f (a1 , b1 )) + f (a2 , b2 ) No que concerne ` a multiplica¸ca˜o, temos f (a1 , b1 ) · (a2 , b2 ) = f (a1 · a2 − b1 · b2 , a1 · b2 + a2 · b1 ) = (a1 · a2 − b1 · b2 , a1 · b2 + a2 · b1 , 0)
Observe que (a1 , b1 ) · (a2 , b2 ) est´ a em C e como tal verifica a regra de multiplica¸ca˜o de C, isto ´e: (a1 , b1 ) · (a2 , b2 ) = (a1 · a2 − b1 · b2 , a1 · b2 + a2 · b1 )
17
Gentil
Por outro lado, (a1 · a2 − b1 · b2 , a1 · b2 + a2 · b1 , 0) est´ a em H, obedecendo, portanto, as regras operacionais deste sistema. Devemos mostrar que, (a1 ·a2 −b1 ·b2 , a1 ·b2 +a2 ·b1 , 0) = (a1 , b1 , 0)·(a2 , b2 , 0) = f (a1 , b1 ) ·f (a2 , b2 )
Para efetuar o produto (a1 , b1 , 0) · (a2 , b2 , 0) temos que analisar quatro alternativas, em cada uma delas devemos ter: f (a1 , b1 )·(a2 , b2 ) = f (a1 , b1 ) · f (a2 , b2 ) . Vamos provar para a alternativa (D4 ) (r1 6= 0 e r2 6= 0), pois para as demais se prova de modo an´ alogo. Temos, (a1 , b1 , 0) · (a2 , b2 , 0) = (a1 · a2 − b1 · b2 ) · 1, (a1 · b2 + a2 · b1 ) · 1, 0 · r2 + 0 · r1 = (a1 · a2 − b1 · b2 , a1 · b2 + a2 · b1 , 0)
Sendo assim, (a1 ·a2 −b1 ·b2 , a1 ·b2 +a2 ·b1 , 0) = (a1 , b1 , 0)·(a2 , b2 , 0) = f (a1 , b1 ) ·f (a2 , b2 ) .
˜ que preserva as opera¸co˜es Devido ao fato de existir uma aplica¸ca˜o f : C → C ˜ de adi¸ca˜o e multiplica¸ca˜o, dizemos que C e C s˜ ao isomorfos. Devido ao isomorfismo, operar com (x, y, 0) leva a resultados an´ alogos aos obtidos operando com (x, y); em raz˜ ao disto, de agora em diante, faremos a identifica¸ca˜o que se segue: (x, y) = (x, y, 0), ∀ (x, y) ∈ C Em particular, pela teoria dos n´ umeros complexos, podemos escrever ainda, x = (x, 0) = (x, 0, 0), ∀ x ∈ R Aceita estas igualdades, temos em particular que, 0 = (0, 0) = (0, 0, 0), 1 = (1, 0) = (1, 0, 0), a = (a, 0) = (a, 0, 0). Assim o corpo C dos n´ umeros complexos passa a ser considerado uma subestrutura do sistema H dos n´ umeros hipercomplexos. Nota: Para o nosso pr´oximo ´ıtem veja [5].
18
1.5
Imers˜ ao de H − 2D em H − 3D
˜ de H na qual H ˜ ´e formado pelos Consideremos agora a subestrutura H ternos ordenados cujo segundo termo ´e zero: ˜ = (a, b, c) ∈ R3 : b = 0 H
˜ ´e fechado para as opera¸co˜es de soma e multiplica¸ca˜o. Vamos mostrar que H ˜ ent˜ De fato, sejam (a1 , 0, c1 ) e (a2 , 0, c2 ) dois pontos em H, ao, ˜ (a1 , 0, c1 ) + (a2 , 0, c2 ) = (a1 + a2 , 0, c1 + c2 ) ∈ H Por outro lado (ver p´ ag. 8),
a1 , 0, c1 ) · (a2 , 0, c2
=
Onde,
− c1 · c2 , 0, 0 , c ·c ·a − 1 2 2 , 0, c1 · r2 , r2
De outro modo,
Portanto,
se r1 = 0 e r2 6= 0
c ·c ·a − 1 2 1 , 0, c2 · r1 , r 1 (a1 · a2 )γ, 0, c1 · r2 + c2 · r1 , r1 = |a1 | , r2 = |a2 | e γ = 1 −
(a1 , 0, c1 ) · (a2 , 0, c2 ) =
se r1 = 0 e r2 = 0
se r1 6= 0 e r2 = 0 se r1 6= 0 e r2 6= 0 c1 · c2 |a1 | · |a2 |
− c1 · c2 , 0, 0 , a − c1 · c2 2 , 0, c1 · |a2 | , |a2 |
se a1 = 0 e a2 = 0 se a1 = 0 e a2 6= 0
a − c1 · c2 1 , 0, c2 · |a1 | , se a1 6= 0 e a2 = 0 |a1 | a ·a a1 · a2 − c1 · c2 1 2 , 0, c1 · |a2 | + c2 · |a1 | , se a1 6= 0 e a2 6= 0 |a1 | · |a2 | ˜ (a1 , 0, c1 ) · (a2 , 0, c2 ) ∈ H
19
Gentil
˜ que leva cada Consideremos agora a aplica¸ca˜o f , de H − 2D em H, ˜ tipo assim: (x, y) ∈ H − 2D ao terno (x, 0, y) ∈ H, H H − 2D
f
˜ H
(a1 , b1 )
(a1 , 0, b1 )
(a2 , b2 )
(a2 , 0, b2 )
(a1 + a2 , b1 + b2 )
(a1 + a2 , 0, b1 + b2 )
(a1 · a2 − b1 · b2 , a1 · b2 + a2 · b1 )
(a1 · a2 − b1 · b2 , 0, a1 · b2 + a2 · b1 )
˜ H
f : H − 2D (x, y)
(x, 0, y)
Podemos mostrar que f ´e um isomorfismo. Devido ao fato de existir ˜ que preserva as opera¸co˜es de adi¸ca˜o e multiuma aplica¸ca˜o f : H − 2D → H ˜ s˜ plica¸ca˜o, dizemos que H − 2D e H ao isomorfos. Devido ao isomorfismo, operar com (x, 0, y) leva a resultados an´ alogos aos obtidos operando com (x, y); em raz˜ ao disto, de agora em diante, faremos a identifica¸ca˜o que se segue: (x, y) = (x, 0, y), ∀ (x, y) ∈ H − 2D Em particular, pela teoria dos n´ umeros hipercomplexos−2D, podemos escrever ainda, x = (x, 0) = (x, 0, 0), ∀ x ∈ R Aceita estas igualdades, temos em particular que, 0 = (0, 0) = (0, 0, 0), 1 = (1, 0) = (1, 0, 0), (0, 1) = (0, 0, 1) = j. Assim o sistema H − 2D, dos n´ umeros hipercomplexos bidimensionais, passa a ser considerado uma subestrutura do sistema H dos n´ umeros hipercomplexos tridimensionais. Em resumo, os n´ umeros H − 3D generalizam, a um s´ o tempo, os n´ umeros complexos e os hipercomplexos−2D. Podemos ilustrar a imers˜ ao de estruturas atrav´es de diagramas de Venn, assim: H−3D
C
H−2D
R
20 Proposi¸ c˜ ao 3. Para todo k ∈ R, a seguinte identidade ( (k a, k b, k c), k · (a, b, c) = (k a, k b, |k| c) = (k a, k b, −k c),
se k ≥ 0; se k < 0.
se verifica. Prova: Temos algumas alternativas a considerar: ( i ) k = 0, trivial. √ ( ii ) k 6= 0 e r2 = a2 + b2 = 0. Temos (D3 ): 0·c·k 0·c·0 k · (0, 0, c) = (k, 0, 0) · (0, 0, c) = − ,− , c · |k| = (k 0, k 0, |k| c) |k| |k| √ ( iii ) k 6= 0 e r2 = a2 + b2 6= 0. Temos (D4 ):
k · (a, b, c) = (k, 0, 0) · (a, b, c) = (k · a − 0 · b) · 1, (k · b + 0 · a) · 1, 0 · r2 + c · |k| = (k a, k b, |k| c . omeno que n˜ ao ocorre em R ou em C. Esta proposi¸ca˜o nos proporciona um fenˆ
Corol´ ario 1. Em H a seguinte identidade −1 · x = −x ´e falsa. Prova: De fato, tomando x = (0, 0, 1), resulta, −x = −(0, 0, 1) = (0, 0, −1) −1 · x = (−1 · 0, −1 · 0, | − 1| · 1) = (0, 0, 1) Sendo assim ´e importante estar atento para o fato de que, ao contr´ario do que ocorre em R, ou em C, em H ´e necess´ ario distinguir entre −x e −1 · x. Observe que, enquanto no primeiro caso temos o oposto aditivo de x, no segundo caso temos o produto de dois hipercomplexos: −1 = (−1, 0, 0) e x = (a, b, c). Observe, outrossim, que em H n˜ ao vale a propriedade de cancelamento para a multiplica¸ca˜o; para se convencer disto considere a seguinte igualdade, 1 · (0, 0, 1) = −1 · (0, 0, 1) Isto se deve ao fato da multiplica¸ca˜o n˜ ao ser associativa. Prove a seguinte, Proposi¸ c˜ ao 4. Sejam a ∈ R e w ∈ H, w a = j , j·a=w ⇒ w a = − , j
se a ≥ 0; se a < 0.
Nota: Esta proposi¸ca˜o nos alerta quando formos “dividir” por j.
(1.11)
21
Gentil
1.6
Forma alg´ ebrica
1.6.1
Unidade imagin´ aria/Unidade hiperimagin´ aria
Chamamos unidade imagin´ aria e indicamos por i o n´ umero hipercomplexo (0, 1, 0). Notemos que i2 = (0, 1, 0) · (0, 1, 0) = (0 · 0 − 1 · 1) · 1, (0 · 1 + 0 · 1) · 1, 0 · 1 + 0 · 1 = (−1, 0, 0) = −1,
isto ´e, a propriedade b´ asica da unidade imagin´aria ´e, i2 = −1 Chamamos unidade hiperimagin´aria e indicamos por j o n´ umero hipercomplexo (0, 0, 1). Notemos que j 2 = (0, 0, 1) · (0, 0, 1) = (−1 · 1, 0, 0) = −1, isto ´e, a propriedade b´ asica da unidade hiperimagin´aria ´e, j 2 = −1 Digamos que a unidade hiperimagin´aria tem duas propriedades b´ asicas, sendo a outra dada por, −1 · j = j (1.12) propriedade esta que n˜ ao ´e partilhada pela unidade imagin´aria. A bem da verdade esta ´e apenas um caso especial da seguinte: Vamos multiplicar j pelo n´ umero complexo z = (x, y, 0). Temos p 1·0·y x2 + y 2 ) (0, 0, 1) · (x, y, 0) = − 1·0·x r , − r , 1 · r2 = (0, 0, 2
2
Portanto,
j · z = ( 0, 0, |z| )
Observe que se |z| = 1 (c´ırculo unit´ ario) ent˜ ao z · j = j. Forma alg´ ebrica Dado um n´ umero hipercomplexo qualquer w = (x, y, z), temos: w = (x, y, z) = (x, 0, 0) + (0, y, 0) + (0, 0, z) Temos, ( i ) (x, 0, 0) = x. ( ii ) Temos, y · (0, 1, 0) = (y · 0, y · 1, |y| · 0) = (0, y, 0) ⇒ y · i = (0, y, 0) ( iii ) Se z ≥ 0, ent˜ ao (0, 0, z) = z (0, 0, 1) = z j. Se z ≤ 0 ( |z| = −z ), ent˜ ao −j z = z·(−j) = z·(0, 0, −1) = (z·0, z·0, |z|·(−1)) = (0, 0, (−z)·(−1)) = (0, 0, z)
22 Tendo em conta estes resultados podemos escrever, ( x + i y + j z, se z ≥ 0; w = (x, y, z) = x + i y − j z, se z ≤ 0.
(1.13)
Assim, todo n´ umero hipercomplexo w = (x, y, z) pode ser escrito sob a umero real x ´e chamado parte real forma acima, chamada forma alg´ebrica. O n´ de w, o n´ umero real y ´e chamado parte imagin´aria de w e o n´ umero real z ´e chamado parte hiperimagin´aria de w. Neste momento precisamos fazer um esclarecimento assaz importante: A estas alturas o leitor j´ a percebeu que a ´algebra hipercomplexa ´e “ligeiramente” distinta da ´ algebra real ou complexa. Isto nos obriga a estar (bastante) atento quanto ` as nota¸co˜es. Por exemplo, consideremos as quatro express˜ oes seguintes x+iy −j z x+iy −zj x + i y + j(−z) x + i y + z(−j) Vejamos o significado da terceira parcela em cada uma delas: −jz, −zj, j(−z), z(−j),
significa: significa: significa: significa:
o o o o
oposto oposto oposto oposto
de de de de
j z z j
que multiplica z que multiplica j que multiplica j que multiplica z
O leitor pode mostrar, a partir da proposi¸ca˜o 3, que −jz 6= −zj = j(−z) Podemos dar as seguintes denomina¸co˜es a alguns hipercomplexos: w = (0, 0, c), w = (0, b, 0), w = (a, 0, 0), w = (a, b, 0), w = (a, b, c), w = (a, b, c),
c 6= 0,
hiperimagin´ario puro;
b 6= 0,
imagin´ario puro;
a 6= 0, b 6= 0,
complexo puro;
a 6= 0 ou b 6= 0; c 6= 0,
hipercomplexo n˜ ao-singular.
c 6= 0,
real puro; hipercomplexo puro;
Nota: Um hipercomplexo n˜ ao-singular ´e um hipercomplexo puro com a 6= 0 ou b 6= 0.
23
Gentil
Um milagre aos olhos dos habitantes Complexos Se, algum dia, um matem´atico do Universo complexo se defrontar com a seguinte equa¸ca˜o elementar: (−1·x + x)·x = −1, ˆele teria duas sa´ıdas: abandonar o “jogo”, ou consultar um matem´atico do “universo Hipercomplexo”∗. De fato, esta ´e uma equa¸ca˜o imposs´ıvel de se resolver dentro dos universos num´ericos conhecidos dos matem´aticos (hodiernos), em raz˜ ao de que vale: (−1 · x + x) · x = −1
⇐⇒
0 · x = −1
Pois bem, vamos assumir o desafio. Proposi¸ c˜ ao 5 (Gentil/04.12.2008). A seguinte equa¸ca ˜o, (−1 · x + x) · x = −1
(1.14)
possui solu¸ca ˜o em H. Prova: Tomando x = (c, d, e), temos −1 · x = −1 · (c, d, e) = (−c, −d, e), pela prop. 3, p´ ag. 20. Portanto, −1 · x + x = (−c, −d, e) + (c, d, e) = (0, 0, 2e) Substituindo este resultado em (1.14), obtemos (0, 0, 2e) · (c, d, e) = −1 O produto acima fica, (0, 0, 2e) · (c, d, e) =
(−2e2 , 0, 0),
se c = d = 0;
(−2e2 c/r , −2e2 d/r , 2e · r ), se c 6= 0 ou d 6= 0. 2 2 2
√ √ c2 + d2 . Para c = d = 0 concluimos que e = ± 2/2. Portanto, √ √ √ 2 ⇒ x = 2/2 j ou x = − 2/2 j . x = 0, 0, ± 2
Onde: r2 =
Observe que o n´ umero j foi o respons´ avel por este milagre! ´ f´acil ver que para c 6= 0 ou d 6= 0 o problema n˜ E ao tem solu¸ca˜o. A t´ıtulo de curiosidade, observe que, das duas equa¸co˜es abaixo:
x2 + 1 = 0 (−1 · x + x) · x + 1 = 0 Com o n´ umero i resolvemos apenas a primeira, ao passo que, com o n´ umero j resolvemos as duas.
∗ No
caso eu, que por enquanto, sou o u ´nico habitante deste Universo.
24 − Considere a equa¸ca˜o, 0 · x = b, b 6= 0
(1.15)
nos reais, ou complexos; como, nestes universos, vale 0 = −1 · x + x 0 = −1 · (−x) + (−x) Segue-se que, 0·x=b
⇐⇒
(−1 · x + x) · x = b
(1.16)
(−1 · (−x) + (−x)) · x = b
Em H, embora n˜ ao possamos resolver diretamente a equa¸ca˜o (1.15), podemos resolver suas equivalentes, dadas acima. Se b > 0, resolvemos a segunda das equa¸co˜es em (1.16), caso contr´ario resolvemos a primeira. Por exemplo, seja a equa¸ca˜o 0 · x = 1, ent˜ ao, 0·x =1
⇐⇒
(−1 · (−x) + (−x)) · x = 1
Tomando x = (c, d, e), temos, −x = (−c, −d, −e), logo, −1 · (−x) + (−x) = −1 · (−c, −d, −e) + (−c, −d, −e) = (c, d, −e) + (−c, −d, −e) = (0, 0, −2e) Ent˜ ao, (−1 · (−x) + (−x)) · x = 1 ⇒ (0, 0, −2e) · (c, d, e) = 1 O produto acima fica, (0, 0, −2e) · (c, d, e) =
(2e2 , 0, 0),
(2e2 c/r , 2e2 d/r , −2e · r ), 2 2 2
se c = d = 0; se c 6= 0 ou d 6= 0.
√ √ c2 + d2 . Para c = d = 0 concluimos que e = ± 2/2. Portanto, √ √ √ 2 ⇒ x = 2/2 j ou x = − 2/2 j . x = 0, 0, ± 2
Onde: r2 =
´ f´ E acil ver que para c 6= 0 ou d 6= 0 o problema n˜ ao tem solu¸ca˜o.
25
Gentil
1.7
Forma trigonom´ etrica
Defini¸ c˜ ao 3 (Conjugado). Chama-se conjugado do hipercomplexo w = (a, b, c) ao hipercomplexo w = (a, −b, −c), isto ´e: w = (a, b, c) ⇔ w = (a, −b, −c) Defini¸ c˜ ao 4 (Norma). Chama-se norma do hipercomplexo w = (a, b, c) ao n´ umero real N (w) = a2 + b2 + c2 Defini¸ c˜ ao 5 (M´ odulo). Chama-se m´ odulo (ou valor absoluto) do hipercomplexo w = (a, b, c) ao n´ umero real |w| =
p p N (w) = a2 + b2 + c2
Nota: Alternativamente podemos usar a nota¸ca˜o: ρ, para o m´odulo. Deixamos como exerc´ıcio ao leitor, mostrar que w · w = |w|2 . Observe que o inverso de w = (a, b, c) pode ser escrito como, w−1 =
a a −b −c −b −c −1 , , , , ⇔ w = a 2 + b 2 + c2 a 2 + b 2 + c2 a 2 + b 2 + c2 |w|2 |w|2 |w|2
Ou ainda, w−1 =
1 ( a, −b, −c ). |w|2
(1.17)
Defini¸ c˜ ao 6 (Argumento). Chama-se argumento de um hipercomplexo w = (x, y, z), n˜ ao nulo, ao par de a ˆngulos (θ, β) tal que cos θ · cos β =
y z x , sen θ · cos β = , e sen β = . ρ ρ ρ
Observe que, existe ao menos um par (θ, β) satisfazendo a defini¸ca˜o, pois cos θ · cos β
2
+ sen θ · cos β
2
+ sen β
2
y 2
=
x 2
=
x2 + y 2 + z 2 = 1. ρ2
ρ
+
ρ
+
z 2 ρ
Fixado o hipercomplexo w 6= 0, est˜ ao fixados cos θ · cos β, sen θ · cos β e sen β, mas os ˆ angulos θ e β podem assumir infinitos valores, congruentes dois a dois (congruˆencia m´odulo 2π). Assim o hipercomplexo w 6= 0 tem argumento, (θ, β) = (θ0 + 2kπ, β0 + 2k ′ π); k, k ′ ∈ Z onde (θ0 , β0 ) ´e chamado argumento principal de w, ´e tal que cos θ0 · cos β0 =
y z x , sen θ0 · cos β0 = , e sen β0 = . ρ ρ ρ
(1.18)
26 e
π π ≤ β0 ≤ (1.19) 2 2 Por vezes trabalharemos com (θ0 , β0 ) chamando-o simplesmente argumento de w. Exemplos: q√ √ ao 1o ) Para w = 3 + i, temos ρ = ( 3)2 + 12 + 02 = 2, ent˜ √ x 3 cos θ0 · cos β0 = = ρ 2 1 y sen θ0 · cos β0 = = ρ 2 0 z sen β0 = = =0 ρ 2 0 ≤ θ0 < 2π, −
Tendo em conta (1.19), resulta
θ0 =
π π ⇒ θ = + 2kπ 6 6
β0 = 0 ⇒ β = 0 + 2k ′ π √ √ 2o ) Para w = (0, 1, 1), temos ρ = 02 + 12 + 12 = 2, ent˜ ao x 0 cos θ0 · cos β0 = ρ = √ = 0 2 y 1 sen θ0 · cos β0 = = √ ρ 2 z 1 sen β0 = = √ ρ 2
Tendo em conta (1.19), desta u ´ tima equa¸ca˜o concluimos que β0 = assim resulta cos θ0 · cos π4 = 0 sen θ0 · cos π4 = Sendo assim, temos
√ 2 2
⇒
cos θ0 = 0
⇒
sen θ0 = 1
⇒
θ0 =
π 4,
sendo
π 2
π π + 2kπ, β = + 2k ′ π 2 4 q √ √ ao 3o ) Para w = − 3 + 3i − 2j, temos ρ = (− 3)2 + 32 + (−2)2 = 4, ent˜ √ x − 3 cos θ0 · cos β0 = = ρ 4 3 y sen θ0 · cos β0 = = ρ 4 −2 −1 z sen β0 =− = = ρ 4 2 θ=
27
Gentil
Tendo em conta (1.19), desta u ´ tima equa¸ca˜o concluimos que β0 = − π6 , sendo assim resulta cos θ0 · cos(− π6 ) = sen θ0 ·
cos(− π6 )
=
√ − 3 4 3 4
⇒ ⇒
cos θ0 = − 21 sen θ0 =
√
3 2
⇒
θ0 =
2π 3
Sendo assim, temos θ=
2π π + 2kπ, β = − + 2k ′ π 3 6
Dado um n´ umero hipercomplexo w = (x, y, z), n˜ ao nulo, podemos escrever w = (ρ cos θ0 ·cos β0 , ρ sen θ0 ·cos β0 , ρ sen β0 ). Sendo ρ > 0, podemos reescrever, w = ρ (cos θ0 · cos β0 , sen θ0 · cos β0 , sen β0 ) chamada forma trigonom´etrica de w. Na forma alg´ebrica (equa¸ca˜o (1.13), p´ ag. 22): ρ cos θ0 · cos β0 + i sen θ0 · cos β0 + j sen β0 , se sen β0 ≥ 0; (1.20) w= ρ cos θ · cos β + i sen θ · cos β − j sen β , se sen β0 < 0. 0 0 0 0 0 Observe que se β0 = 0, resulta w = ρ cos θ0 + i sen θ0 ).
28
1.7.1
Representa¸c˜ ao gr´ afica
As no¸co˜es de m´odulo e argumento tornam-se mais concretas quando representamos os n´ umeros hipercomplexos w = (x, y, z) pelos pontos do espa¸co R3 , com a conven¸ca˜o de marcamos sobre os eixos 0X, 0Y e 0Z, respectivamente, a parte real, a parte imagin´aria e a parte hiperimagin´aria de w. Assim a cada n´ umero hipercomplexo w = (x, y, z) corresponde um u ´ nico ponto P do espa¸co X0Y Z, assim: Z
z
P (x, y, z) ρ y
0
β0
θ0
ρ=
√
r=
√
x2 +y 2 +z 2
x2 +y 2
0 ≤ θ0 < 2π Y
r
−π 2 ≤ β0 ≤
π 2
x X
Note que a distˆancia entre w = (x, y, z) e 0 = (0, 0, 0) ´e o m´odulo de w: p |w| = x2 + y 2 + z 2 = ρ
Nomenclatura:
X0Y Z = espa¸co R3 ; 0X = eixo real; 0Y = eixo imagin´ario; 0Z = eixo hiperimagin´ario; X0Y = plano complexo C; X0Z = plano hipercomplexo − 2D; P = afixo de w. √ Observa¸ca˜o: Gr´ aficamente a condi¸ca˜o r = a2 + b2 = 0 para w = (a, b, c) significa que este n´ umero est´ a localizado sobre o eixo 0Z. Desta forma as senten¸cas que definem o produto podem ser interpretadas como: 1a ) r1 = r2 = 0. Neste caso w1 e w2 est˜ ao situados sobre o eixo 0Z. Isto ´e, dois hiperimagin´ arios puro s˜ ao multiplicados segundo D1 . a situado sobre o eixo 0Z e w2 est´ a 2a ) r1 = 0 e r2 6= 0. Neste caso w1 est´ situado fora deste eixo. Observe que as condi¸co˜es (D2 ) e (D3 ), para o produto, podem ser unificadas em uma u ´ nica, onde fazemos r1 (ou r2 ) corresponder ao ponto que situa-se fora do eixo 0Z. 3a ) r1 6= 0 e r2 6= 0. Neste caso w1 e w2 est˜ ao situados, ambos, fora do eixo 0Z. Desta forma dois n´ umeros que n˜ ao s˜ ao hiperimagin´arios puro s˜ ao multiplicados em D4 .
29
Gentil
Considere, novamente, o diagrama de Venn:
H−3D
C
H−2D
R
A seguir colocamos em destaque uma vers˜ ao geom´etrica,
Z Z
Plano C
j
i
Y
R
H
R
Pl − ano 2D
Y
Vimos que em H temos −w 6= −1 · w. Sendo, w = (x, y, z) −w = (−x, −y, −z) −1 · w = (−x, −y, z) Geometricamente −w ´e uma rota¸ca˜o de 180o (em torno da origem) em w; enquanto −1 · w pode ser visto como a rota¸ca˜o anterior seguida de uma reflex˜ ao, com respeito ao plano complexo. Por exemplo, assim,
30
Z
−1·w
w Y −w
X
Um problema cl´ assico no contexto dos hipercomplexos O fato de os hipercomplexos residirem em dimens˜ao 3, enquanto os complexos em dimens˜ao 2 isto, naturalmente, se reflete na (re) solu¸ca˜o de um mesmo problema trabalhado em um ou outro destes espa¸cos. Vejamos um exemplo do que estamos falando. Vamos resolver o cl´assico, Problema: Separar o n´ umero 10 em duas partes x e y tais que o produto destas seja 40. Solu¸ca˜o: Devemos resolver o seguinte sistema, (
x + y = 10
(1.21)
x · y = 40
(1.22)
1o ) Resolu¸ca˜o no universo C. Tirando y na primeira equa¸ca˜o e substituindo na segunda, obtemos: x · 10 + (−x) = 40
Aplicando a propriedade distributiva e associativa temos 10 x − x2 = 40, ou ainda, x2 − 10x + 40 = 0. Sendo assim, temos x=
−(−10) ±
p √ (−10)2 − 4 · 1 · 40 = 5 ± −15 2
´ nica solu¸ca˜o para este problema: Sendo assim, em C, temos uma u Y
x=5+i
√
15
√ x = 5 + i 15 √ y = 5 − i 15 X
p5
y=5−i
√
15
31
Gentil
2o ) Resolu¸ca˜o no universo H. Aqui vamos fazer uma mudan¸ca de nota¸ca˜o, ( x′ + y ′ = 10 x′ · y ′ = 40
Tirando y ′ na primeira equa¸ca˜o e substituindo na segunda, obtemos: x′ · 10 + (−x′ ) = 40
(1.23) (1.24)
(1.25)
Observe que em H n˜ ao podemos aplicar, na equa¸ca˜o acima, a propriedade distributiva da multiplica¸ca˜o em rela¸ca˜o a` adi¸ca˜o. Devemos proceder assim: fa¸camos x′ = (x, y, z). Substituindo em (1.25), resulta (x, y, z) · 10 + (−x, −y, −z) = 40, de outro modo, (x, y, z) · (10 − x, −y, −z) = 40 Inicialmente observamos que este problema s´ o tem solu¸ca˜o se considerarp mos r1 = x2 + y 2 6= 0 (por que?). Sendo assim calculemos o produto anterior em D4 : x · (10 − x) − y · (−y) · γ, x · (−y) + (10 − x) · y · γ, z · r2 + (−z) · r1 = 40 p p onde, r1 = x2 + y 2 , r2 = (10 − x)2 + y 2 e γ = 1 + z 2/(r1 ·r2 ). Sendo assim, montamos o seguinte sistema z2 (10x − x2 + y 2 ) · 1 + = 40 (1.26) r1 · r2 z2 (−2xy + 10y) · 1 + =0 (1.27) r1 · r2 z · (r2 − r1 ) = 0 (1.28) De (1.26) e (1.27) concluimos que −2xy + 10y = 0, ou ainda (−x + 5) · y = 0. Desta equa¸ca˜o tiramos y = 0 ou x = 5. Ent˜ ao: p r1 = r2 = y 2 + 25 I) x=5 ⇒ 2 γ = 1 + y2z+25
As equa¸co˜es (1.27) e (1.28) est˜ ao satisfeitas, resta satisfazer (1.26):
Donde,
(10 · 5 − 52 + y 2 ) · 1 + y 2 + z 2 = 15
z2 = 40 25 + y 2 (cilindro)
Logo, ( x = 5 ) ∩ ( y 2 + z 2 = 15 ) = c´ırculo | {z } | {z } plano
cilindro
(1.29)
32
II )
y=0 ⇒
r1 = |x|, r2 = |x − 10|
γ =1+
z2 |x|·|x−10|
A equa¸ca˜o (1.27) est´ a satisfeita, resta satisfazer (1.26) e (1.28): (10x − x2 + 02 ) · 1 +
z2 = 40 |x| · |x − 10|
z · |x| − |x − 10| = 0
Desta u ´ ltima equa¸ca˜o concluimos que z = 0 ou |x| − |x − 10| = 0. Se z = 0, na primeira equa¸ca˜o obtemos 10x − x2 = 40, a qual n˜ ao tem solu¸ca˜o (porquanto x deve ser real). Se |x| − |x − 10| = 0, resulta x = 5; volta ao primeiro caso. Deste modo existem infinitas solu¸co˜es para o nosso problema, todas da forma, x′ = (5, y, z), y ′ = (5, −y, −z), onde y 2 + z 2 = 15. √ ao Tomando, por exemplo, z = 0, obtemos y = ± 15. Como as solu¸co˜es s˜ “conjugadas”, resulta: x′ = ( 5,
√ √ 15, 0 ), y ′ = ( 5, − 15, 0 )
que ´e a solu¸ca˜o complexa. √ Tomando, por exemplo, y = 0, obtemos z = ± 15. Como as solu¸co˜es s˜ ao “conjugadas”, resulta: x′ = ( 5, 0,
√ √ 15 ), y ′ = ( 5, 0, − 15 )
que ´e a solu¸ca˜o hipercomplexa (2 − D) (ver [5]). A equa¸ca˜o y 2 + z 2 = 15 representa um cilindro em R3 , a interse¸ca˜o deste cilindro com o plano x = 5 nos d´ a um c´ırculo (eq. (1.29)), onde moram as infinitas solu¸co˜es do nosso problema. Geometricamente temos, Z
Z
Y
Y
y′ 5
5 x′
X
X
No gr´ afico da direita temos, na cor azul, os afixos da solu¸ca˜o complexa e, na cor vermelha, os afixos da solu¸ca˜o hipercomplexa (2 − D).
33
Gentil
Multiplica¸ c˜ ao na forma trigonom´ etrica Veremos a seguir que a multiplica¸ca˜o na forma trigonom´etrica se apresenta de forma mais simples (e mais est´etica) que na forma retangular e, o que ´e melhor, nos possibilita dar uma interpreta¸ca˜o geom´etrica ao produto hipercomplexo, o que aumentar´ a, substancialmente, o espectro de aplica¸co˜es destes n´ umeros. Proposi¸ c˜ ao 6. Dois n´ umeros na forma trigonom´etrica, w1 = ρ1 (cos θ1 · cos β1 , sen θ1 · cos β1 , sen β1 ) w2 = ρ2 (cos θ2 · cos β2 , sen θ2 · cos β2 , sen β2 ) onde cos β1 ≥ 0 e cos β2 ≥ 0, s˜ ao multiplicados da seguinte forma:
w1 ·w2 = ρ1 ρ2 cos(θ1 +θ2 )·cos(β1 +β2 ), sen (θ1 +θ2 )·cos(β1 +β2 ), sen (β1 +β2 ) Prova: Apˆendice, p´ ag. 142
Notas: 1a ) Uma observa¸ca˜o importante a respeito desta proposi¸ca˜o ´e que, para qualquer n´ umero do eixo 0Z ( β = π2 + k π, k ∈ Z ) devemos tomar θ = 0 e β = π2 ou θ = 0 e β = − π2 , antes de fazer a multiplica¸ca˜o. Uma vez que pontos do eixo OZ tˆem θ indeterminado, estamos “levantando” esta indetermina¸ca˜o convencionando que θ = 0, n˜ ao h´ a nenhum mal nisto, desde que estejamos todos de acordo. 2a ) Para deduzir esta f´ ormula para a multiplica¸ca˜o supomos cos β1 ≥ 0 e cos β2 ≥ 0; esta n˜ ao ´e uma restri¸ca˜o s´eria tendo em conta que qualquer hipercomplexo w pode ser escrito com cos β ≥ 0 (ver (1.18), p´ ag. 25). a 3 ) Observe outrossim que, enquanto a multiplica¸ca˜o em coordenadas retangulares (defini¸ca˜o) ´e dada em quatro senten¸cas, na forma trigonom´etrica ´e dada em apenas uma. Isto se deve ` a restri¸ca˜o referida na nota anterior. Corol´ ario 2. O m´ odulo do produto de dois n´ umeros hipercomplexos ´e igual ao produto dos m´ odulos dos fatores. Isto ´e, |w1 · w2 | = |w1 | · |w2 | Prova: Basta ter em conta que, para quaisquer ˆangulos λ e γ, temos: p (cos λ cos γ)2 + ( sen λ cos γ)2 + ( sen γ)2 = 1
Proposi¸ c˜ ao 7. Dois n´ umeros na forma trigonom´etrica, w1 = ρ1 (cos θ1 · cos β1 , sen θ1 · cos β1 , sen β1 ) w2 = ρ2 (cos θ2 · cos β2 , sen θ2 · cos β2 , sen β2 ) onde cos β1 ≥ 0 e cos β2 ≥ 0, s˜ ao divididos da seguinte forma:
w1 ρ = 1 cos(θ1 − θ2 ) · cos(β1 − β2 ), sen (θ1 − θ2 ) · cos(β1 − β2 ), sen (β1 − β2 ) w2 ρ2
34 Prova: Provamos esta proposi¸ca˜o utilizando a anterior. Pois bem, tendo em conta (1.17) (p´ ag. 25) escrevemos w2−1 =
1 ρ2
=
1 ρ2
cos θ2 · cos β2 , − sen θ2 · cos β2 , − sen β2
cos(−θ2 ) · cos(−β2 ), sen (−θ2 ) · cos(−β2 ), sen (−β2 )
Realizando o produto w1 · w2−1 de acordo com a proposi¸ca˜o 6, temos o resultado desejado. Corol´ ario 3. O m´ odulo do quociente de dois n´ umeros hipercomplexos ´e igual ao quociente dos m´ odulos dos hipercomplexos. Isto ´e, w |w | 1 = 1 w2 |w2 |
Prova: Basta ter em conta que, para quaisquer ˆangulos λ e γ, temos: p (cos λ cos γ)2 + ( sen λ cos γ)2 + ( sen γ)2 = 1
1.8
Potencia¸c˜ ao
Defini¸ c˜ ao 7. Sejam w um n´ umero hipercomplexo e n um n´ umero natural. Potˆencia de base w e expoente n ´e o n´ umero wn tal que: ( w0 = 1; wn = wn−1 · w, ∀ n, n ≥ 1.
Desta defini¸ca˜o decorre que: w1 = w0 · w = 1 · w w2 = w1 · w = w · w w3 = w2 · w = (w · w) · w w4 = w3 · w = (w · w) · w · w Proposi¸ c˜ ao 8. A seguinte identidade ´e v´ alida ( −1, se n ´e par; n j = j, se n ´e ´ımpar. Prova: Indu¸ca˜o sobre n. 1o ) n par. Para n = 2 j´ a mostramos que a proposi¸ca˜o ´e verdadeira. Suponhamos a
35
Gentil
validade da mesma para n = k, isto ´e, j k = −1. Mostremos que a proposi¸ca˜o continua v´alida para o pr´oximo par n = k + 2: j k+2 = (j k · j) · j = (−1 · j) · j = j · j = j 2 = −1 2o ) n ´ımpar. An´ alogo.
Lema 1. Se w = (x, y, z) ent˜ ao, 2 (−z , 0, 0), 2 w = (x2 − y 2 ) · 1 − 2z2 2 , 2 x y · 1 − x +y
se x = y = 0; z2 x2 +y 2
p , 2z x2 + y 2 ,
se x 6= 0 ou y 6= 0.
Prova: Seja w = (x, y, z). Para calcular w · w, temos duas alternativas, p 1a ) r = x2 + y 2 = 0 (x = y = 0). Deste modo calculamos o produto em (D1 ) (p´ ag. 8), w · w = (−z · z, 0, 0). p 2a ) r = x2 + y 2 6= 0. Deste modo calcule o produto em (D4 ). 2 Como exemplo, calculemos (i + j) . Temos i + j = (0, 1, 0) + (0, 0, 1) = (0, 1, 1) ⇒ x = 0, y = 1, z = 1. Sendo assim, temos (i + j)2 =
=
(x2 − y 2 ) · 1 −
p z2 z2 2 + y2 , 2 x y · 1 − , 2z x x2 + y 2 x2 + y 2
(02 − 12 ) · 1 −
02
= (0, 0, 2) = 2j
p 12 12 , 2·0·1· 1− 2 , 2 · 1 02 + 12 2 2 +1 0 +1
Exerc´ıcio: Seja w ∈ H, mostre que w · (−w) ∈ C. Dado w = (x, y, z) ∈ H observamos que a cota de w2 tem o mesmo sinal de z. Isto significa que ao multiplicarmos um hipercomplexo por ele mesmo o resultado permanece no mesmo semi-espa¸co (z > 0 ou z < 0) de w. Vamos mostrar que isto vale para qualquer potˆencia de w. Proposi¸ c˜ ao 9. Seja w = (x, y, z) ∈ H. Temos,
Se wn = (x′ , y ′ , z ′ ), ent˜ ao sign (z ′ ) = sign (z), ∀ n ≥ 2.
Prova: Indu¸ca˜o sobre n. Para n = 2 a proposi¸ca˜o decorre do lema (1). Suponhamos a proposi¸ca˜o verdadeira para n = k. Isto ´e, wk = (a, b, c), onde sign (c) = sign (z)
(hip´ otese de indu¸ca˜o)
E mostremos que vale para n = k + 1. Isto ´e, wk+1 = (x′ , y ′ , z ′ ) ⇒ sign (z ′ ) = sign (z)
(tese de indu¸ca˜o)
36 Ent˜ ao, wk+1 = wk · w = (a, b, c) · (x, y, c) = (ax − by) γ, (ay + bx) γ, c r2 + z r1
Temos z ′ = c r2 + z r1 , donde decorre a tese, tendo em conta a hip´otese de indu¸ca˜o. Defini¸ c˜ ao 8 (Reflexo). Dado o hipercomplexo w = (x, y, z) definimos como o reflexo de w o hipercomplexo (x, y, −z). Nota¸ca ˜o: w˙ = (x, y, −z). Temos a seguinte, Proposi¸ c˜ ao 10. Seja o hipercomplexo w = (a, b, c); se wn = (d, e, f ), ent˜ ao n w˙ = (d, e, −f ). Prova: Indu¸ca˜o sobre n. Sendo, w˙ = (a, b, −c); para n = 2, temos p c2 c2 2 + b2 , 2 a b · 1 − , 2c w2 = (a2 − b2 ) · 1 − 2 a a + b2 a2 + b 2 w˙ 2 =
(a2 − b2 ) · 1 −
p (−c)2 (−c)2 2 + b2 a , 2 a b · 1 − , 2(−c) a2 + b 2 a2 + b 2
Sendo assim a proposi¸ca˜o resulta verdadeira para n = 2. Suponhamos verdadeira para n = k, isto ´e, Se wk = (d, e, f ), ent˜ ao w˙ k = (d, e, −f ) (H.I.) Mostremos que vale para n = k + 1, isto ´e, Se wk+1 = (g, h, i), ent˜ ao w˙ k+1 = (g, h, −i) (T.I.) k+1 k+1 Vamos calcular os n´ umeros w e w˙ para efeito de compara¸ca˜o, wk+1 = wk · w = (d, e, f ) · (a, b, c) = (a, b, c) · (d, e, f ) = (a · d − b · e)γ, (a · e + d · b)γ, c · r2 + f · r1 Onde, r1 =
p a2 + b 2 ,
Por outro lado, temos
r2 =
(1.30)
p c·f d 2 + e2 e γ = 1 − r1 · r2
w˙ k+1 = w˙ k · w˙ = (d, e, −f ) · (a, b, −c) = (a, b, −c) · (d, e, −f ) = (a · d − b · e)γ ′ , (a · e + d · b)γ ′ , (−c) · r2 + (−f ) · r1 Onde,
= (a · d − b · e)γ ′ , (a · e + d · b)γ ′ , −(c · r2 + f · r1 ) r1 =
p p (−c) · (−f ) a2 + b2 , r2 = d 2 + e2 e γ ′ = 1 − r1 · r2
(1.31)
Comparando (1.30) e (1.31), e tendo em conta que γ = γ ′ , a proposi¸ca˜o resulta verdadeira!
37
Gentil
Observe que, w + w˙ ∈ C, w · w˙ ∈ C Com o aux´ılio do lema 1 vamos deduzir uma f´ormula para o c´ alculo de w2 · w2 , assim: Fa¸camos w2 = (x2 − y 2 )λ, 2xyλ, 2zr onde,
λ=1−
p z2 , r = x2 + y 2 2 2 x +y
Para o c´ alculo de w2 · w2 , fa¸camos, p r˜ = (x2 − y 2 )2 λ2 + 4x2 y 2 λ2 = |λ|r2 ˜ =1− λ
(x2
−
(2zr)2 + (2xyλ)2
y 2 )λ )2
4z 2 r2 4z 2 r2 =1− 2 4 2 2 2 (x + y ) λ r
=1−
λ2
=1−
4z 2 4z 2 =1− 2 2 2 2 λ r λ (x + y 2 )
Deste modo, sendo w2 · w2 = (X, Y, Z), devemos ter ˜ X = (x2 − y 2 )2 λ2 − 4x2 y 2 λ2 λ ˜ Y = 2 (x2 − y 2 )λ · (2xyλ) · λ Z = 2 · (2zr) · r˜
Simplificando, ˜ X = (x2 − y 2 )2 − 4x2 y 2 λ2 λ ˜ Y = 4xy(x2 − y 2 )λ2 λ
3
Z = 4zr|λ|r2 = 4z(x2 + y 2 ) 2 |λ|
(1.32)
38 Potencia¸ c˜ ao na forma trigonom´ etrica Para os n´ umeros hipercomplexos vale uma vers˜ ao (mais fraca) da lei de De Moivre, Proposi¸ c˜ ao 11 (De Moivre). Dados o hipercomplexo w = ρ (cos θ ·cos β, sen θ · cos β, sen β), n˜ ao nulo, e o natural n ≥ 2, temos: wn = ρn (cos n θ · cos n β, sen n θ · cos n β, sen nβ)
(1.33)
desde que: cos β ≥ 0, cos 2β ≥ 0, . . . , cos(n − 1)β ≥ 0. Prova: Princ´ıpio da Indu¸ca˜o Finita. Para n = 2, a proposi¸ca˜o ´e verdadeira (devido ` a prop. 6). Admitamos a validade da proposi¸ca˜o para n = k − 1: wk−1 = ρk−1 cos(k − 1) θ ·cos(k − 1) β, sen (k − 1) θ ·cos(k − 1) β, sen (k − 1) β onde, cos β ≥ 0, cos 2β ≥ 0, . . . , cos (k − 1) − 1 β ≥ 0. E provemos que vale para n = k: wk = wk−1 · w = ρk−1 cos(k − 1) θ · cos(k − 1) β, sen (k − 1) θ · cos(k − 1) β, sen (k − 1) β · ρ (cos θ · cos β, sen θ · cos β, sen β)
Pela proposi¸ca˜o 6 podemos escrever: wk = (ρk−1 · ρ ) cos (k − 1) θ + θ · cos (k − 1) β + β , sen (k − 1) θ + θ · cos (k − 1) β + β , sen (k − 1) β + β = ρk (cos k θ · cos k β, sen k θ · cos k β, sen kβ)
A f´ ormula (1.33) vale, por exemplo, para −
π π π π ≤ (n − 1) β ≤ ⇔ − ≤ β ≤ 2 2 2(n − 1) 2(n − 1)
(1.34)
39
Gentil
1.9
Forma polar
As proposi¸co˜es 6 (p´ ag. 33) e 7 nos permitem adotar uma outra nota¸ca˜o para os n´ umeros hipercomplexos: a forma polar, assim designada, w=ρ
β
θ
Exemplos: Exprimir os seguintes n´ umeros na forma polar: √ √ f) (1, −1, − 2). a) i b) j c) −1 d) 1 e) 1 + 3 i
Solu¸ c˜ ao: Lembramos que, p y z x ρ = x2 + y 2 + z 2 , cos θ · cos β = , sen θ · cos β = , sen β = . ρ ρ ρ Temos, √ a) i = (0, 1, 0), ρ = 02 + 12 + 02 = 1, temos sen β = cos θ · cos 0o = o
sen θ · cos 0 =
z 0 = = 0 ⇒ β = 0o ρ 1
0 1
=0
1 1
=1
⇒
cos θ = 0
⇒
sen θ = 1
Sendo assim, temos: i = 1 b) j = (0, 0, 1), ρ =
cos θ · cos 90o =
sen θ · cos 90o =
c) −1 = (−1, 0, 0), ρ =
Sendo assim, temos:
(0o ≤ θ < 360o)
0 z = = 0 ⇒ β = 0o ρ 1 0 1 0 1
=0
⇒
θ = indeterminado.
=0
⇒
θ =indeterminado.
−1 1 0 1
0o
90o
p (−1)2 + 02 + 02 = 1, temos
sen β =
sen θ · cos 0 =
θ = 90o
90o 0o
Escolhendo θ = 0o , obtemos: j = 1
o
⇒
√ 02 + 02 + 12 = 1, temos
sen β =
cos θ · cos 0o =
(−90o ≤ β ≤ 90o )
0 z = = 0 ⇒ β = 0o ρ 1
= −1
=0
−1=1
⇒
cos θ = −1
⇒
sen θ = 0
180o
0o
⇒
θ = 180o
40 d) 1 = (1, 0, 0), ρ =
√ 12 + 02 + 02 = 1, temos
sen β = cos θ · cos 0o =
1 1
=1
0 1
o
sen θ · cos 0 =
=0
Sendo assim, temos: 1 = 1 e) 1 +
z 0 = = 0 ⇒ β = 0o ρ 1
0o
⇒
cos θ = 1
⇒
sen θ = 0
θ = 0o
⇒
0o
√ √ 3 i = (1, 3, 0), ρ = 2, temos sen β = cos θ · cos 0o =
z 0 = = 0 ⇒ β = 0o ρ 2
1 2
sen θ · cos 0o =
⇒
√ 3 2
Sendo assim, temos: 1 +
1 2
cos θ =
⇒
sen θ =
√ 3i = 2
√
3 2
θ = 60o
⇒
60o 0o
√ f) (1, 1, − 2), ρ = 2, temos
√ z − 2 sen β = = ⇒ β = −45o ρ 2
cos θ · cos(−45o ) = o
sen θ · cos(−45 ) =
x ρ y ρ
=
1 2
=
1 2
⇒ ⇒
√ Sendo assim, temos: (1, 1, − 2) = 2
cos θ =
√1 2
sen θ =
√1 2
⇒
θ = 45o
45o −45o
Multiplica¸ c˜ ao e divis˜ ao na forma polar Para multiplicar ou dividir dois hipercomplexos na forma polar nos valemos das proposi¸co˜es 6 (p´ ag. 33) e 7, assim: Dados, w1 = ρ1
θ1
β1
e w2 = ρ2
θ2
β2 ,
temos:
M) Multiplica¸ca˜o w1 · w2 = ρ1 ρ2 D) Divis˜ ao
ρ w1 = 1 w2 ρ2
θ1 +θ2
θ1 −θ2
(1.35)
β1 +β2
(1.36)
β1 −β2
Exemplos: Realizar na forma polar as seguintes opera¸co˜es: a) (−1) · i
b) (j + 1)2
c) (j − 1)2
f) (i + j)2
g) (i − j)2
h) (j − i)2
d)
( i+1 )2 ( j+1 )2
e)
j+1 j−1
2
41
Gentil
Solu¸ c˜ ao: a) Temos, −1 = (−1, 0, 0) = 1
180o
i = (0, 1, 0) = 1 Ent˜ ao, −1 · i = 1
180o
0o
b) Temos,
· 1
0o
90o 0o
90o 0o
=1
j + 1 = (0, 0, 1) + (1, 0, 0) = (1, 0, 1) =
270o
√ 2
0o
0o
45o
Ent˜ ao, (j + 1)2 = (j + 1) · (j + 1) =
√
2
0o
45o
90o
= 2j
·
√ 2
0o
45o
180o
45o
Portanto, (j + 1)2 = 2
0o
Observe que, (j + 1)2 = j 2 + 2j + 1 c) Temos, j − 1 = (0, 0, 1) − (1, 0, 0) = (−1, 0, 1) =
√ 2
Ent˜ ao, √
(j − 1)2 = (j − 1) · (j − 1) =
2
180o
360o
90o
45o
Portanto, (j − 1)2 = 2
·
√ 2
180o
45o
= 2j
Observe que, (j − 1)2 = j 2 − 2j + 1 Ou ainda, √ d) i + 1 = 2
45o
(i + 1)2 = 2 (j + 1)2 2 e) j + 1 =
√ 2
0o
(j + 1)2 = (j − 1)2 √ , j + 1 = 2 0o 45o . Temos
0o
90o
0o
0o
90o
45o
√ j+1 = √2 j−1 2
2 2
=
, j−1= 0o 180o
45o
90o −0o
√ 2
=1
45o
180o
−180o
0o −90o
45o
0o
=1
90o
. Ent˜ ao,
= −1
−90o
= −j
42 Sendo assim, temos j + 1 2 j−1
= 1
−180o
0o
· 1
−180o
0o
f) (i + j)2 = (i + j) · (i + j), temos
=1
i + j = (0, 1, 0) + (0, 0, 1) = (0, 1, 1) =
√
2
−360o
90o
0o
=1
45o
Ent˜ ao, √ (i + j)2 = ( 2
90o
45o )
√ ·( 2
2
90o
45o )
=2
2
90o =
180o
2
0o
90o =
2j
2
Observe que, (i + j) 6= i + 2 i j + j . De fato, i2 + 2 i j + j 2 = −1 + 2 i j − 1 = −2 + 2j Este fenˆ omeno tamb´em ocorre na ´algebra de matrizes. L´ a o produto ´e distributivo, mas n˜ ao comutativo; aqui ´e comutativo, mas n˜ ao distributivo. g) (i − j)2 = (i − j) · (i − j), temos i − j = (0, 1, 0) + (0, 0, −1) = (0, 1, −1) =
√ 2
90o
−45o
Ent˜ ao, √ (i − j)2 = ( 2 =2
90o
180o
−45o )
−90o
√ ·( 2
=2
0o
90o
−45o )
−90o
= −2j
Observe que, (i − j)2 6= i2 − 2 i j + j 2 . De fato, i2 − 2 i j + j 2 = −1 − 2 i j − 1 = −2 − 2j h) (j − i)2 = (j − i) · (j − i), temos j − i = (0, 0, 1) − (0, 1, 0) = (0, −1, 1) =
√ 2
−90o
Ent˜ ao, √ (j − i)2 = ( 2 =2
−90o
−180o
Observe que (i − j)2 6= (j − i)2 .
45o )
90o =
√ ·( 2
2
0o
−90o 90o
45o)
= 2j
45o
43
Gentil
Transforma¸ c˜ ao de coordenadas As calculadoras cient´ıficas trazem as transforma¸co˜es de coordenadas retangular para polar (e vice-versa). Estas transforma¸co˜es podem ser aplicadas ao plano complexo: (r, θ) → (x, y) y
q
8 > :y = r sen θ
(x, y)
r )θ
p x
0
(x, y) → (r, θ) 8 > > > :r = x2 + y 2
Para o caso dos n´ umeros hipercomplexos, o ˆangulo θ ´e o mesmo fornecido pelas calculadoras; o m´odulo ( ρ ) e ˆangulo β s˜ ao obtidos da seguinte forma: Z
z
ρ
θ
(x, y, z) y
0
β
8 > > > :ρ = x2 + y 2 + z 2
r
x X
Dado um n´ umero na forma polar, a transforma¸ca˜o para a forma retangular ´e obtida da seguinte forma: x = ρ cos θ cos β β θ ⇒ (1.37) w=ρ y = ρ sen θ cos β z = ρ sen β Na verdade existem calculadoras (HP por exemplo) que j´a trazem estas transforma¸co˜es no espa¸co (coordenadas esf´ericas). No apˆendice (p´ ag. 147) damos um programa para a transforma¸ca˜o de coordenadas retangulares para polares. Importante! Dado um hipercomplexo w = ρ θ β com argumento (θ, β) podemos (para efeito de c´ alculos, quando necess´ ario) usar o programa citado acima para escrevˆe-lo como w = ρ θ0 β0 em fun¸ca˜o do argumento principal (θ0 , β0 ). Por exemplo, seja o hipercomplexo w = 1 45o 120o para escrevˆe-lo em fun¸ca˜o do argumento principal vamos, antes, transform´a-lo para coordenadas
44 retangulares, assim:
w=1
45o 120o
Levando os valores, x=−
x = 1 cos 45o cos 120o ⇒ y = 1 sen 45o cos 120o z = 1 sen 120o
√ 2 4 ,
no programa, obtemos w = 1 1
y=− 60o ,
225o
45o 120o
√ 2 4 ,
z=−
√
3 2
portanto, podemos escrever
=1
225o
60o
Observe a localiza¸ca˜o de w: Z
w
Y X
´ que podemos escrever w em fun¸ca˜o do argumento prinNota: Obviamente cipal, diretamente (isto ´e, sem passar pelas coordenadas retangulares), assim: 1
45o 120o
=1
180o +45o
=1
225o
180o −120o
60o
A vers˜ ao da lei de De Moivre em coordenadas polares fica assim, Proposi¸ c˜ ao 12 (De Moivre). Dados o hipercomplexo w = ρ e o natural n ≥ 2, temos: wn = ρn nθ nβ
θ
β
, n˜ ao nulo, (1.38)
desde que: cos β ≥ 0, cos 2β ≥ 0, . . . , cos(n − 1)β ≥ 0.
√ √ Exemplo: Seja o n´ umero w = 26 , 26 , 1 , calcule w5 . Solu¸ca˜o: Escrevendo este n´ umero em coordenadas polares temos w = 2 Substituindo β = π6 na desigualdade (1.34), temos π ≤ − 2(n−1)
π 6
≤
π 2(n−1)
π 4
π 6
.
⇒ n ≤ 4.
Isto significa que pela f´ ormula de De Moivre podemos calcular s´ o at´e a quarta potˆencia. Ent˜ ao, π 2π π 3 w4 = 24 4· 4 4· 6 = 16 π
45
Gentil
o Observe que cos 2π ao porque n˜ ao pudemos calcular w5 3 = cos 120 < 0, raz˜ diretamente por (1.38). Mas, isto n˜ ao constitui nenhum empecilho uma vez que podemos reescrever w4 em fun¸ca˜o do argumento principal, assim:
w4 = 16
2π 3
π
= 16
π− 2π 3
π+π
= 16
0
π 3
Observe que, θ = 2π ≃ 0. Pois bem, w5 = w4 · w = 16
π 3
0
·2
π π 3+6
0+ π 4
= 16 · 2
π 4
π 6
= 32
π 4
π 2
Voltando para a forma retangular, obtemos (ver (4.3), p´ ag. 139) x = 32 cos π4 cos π2 = 0 π π 2 ⇒ w5 = 32 4 y = 32 sen π4 cos π2 = 0 z = 32 sen π2 = 32
Portanto,
Ou ainda,
1.9.1
√
6 2 ,
√ 6 2 ,
√ 6 2
+i
1 √
5
6 2
= (0, 0, 32)
+j
5
= 32j
Interpreta¸c˜ ao geom´ etrica da multiplica¸c˜ ao hipercomplexa
Agora iremos dar uma interpreta¸ca˜o geom´etrica ao produto hipercomplexo. No caso particular dos complexos ( plano - C ) e dos hipercomplexos bidimensionais ( plano H − 2D ) j´ a sabemos o que acontece ( ver [5] ). Adotaremos a seguinte nota¸ca˜o: j (2) w = j j w j (3) w = j j j w ················
⇒ ⇒ ···
j (2) w = j (j w ) j (3) w = j j (j w ) ·····················
Antes de mais nada observamos, pela multiplica¸ca˜o na forma polar, que a interpreta¸ca˜o geom´etrica desta opera¸ca˜o ´e a de uma rota¸ca˜o∗ no espa¸co; entretanto vejamos algumas situa¸co˜es particulares: I ) Multiplica¸ca˜o de j por um n´ umero complexo z = (x, y, 0). Temos p 1·0·y (0, 0, 1) · (x, y, 0) = − 1·0·x x2 + y 2 ) r , − r , 1 · r2 = (0, 0, 2
2
Portanto,
j · z = ( 0, 0, |z| )
Observe que se |z| = 1 (c´ırculo unit´ ario no plano complexo) ent˜ ao j · z = j. Conclus˜ ao: multiplicar j por um n´ umero complexo significa rotacion´ a-lo de 90o na “vertical”, assim: ∗ Numa rota¸ ca ˜o n˜ ao h´ a altera¸ca ˜o de m´ odulo; cometeremos um abuso de linguagem ignorando este pormenor.
46
Z
Z
Plano C
Plano C jz
j Y
Y
z
z
R
R
II ) Multiplica¸ca˜o de j por um n´ umero hipercomplexo w = (x, y, z). Temos j = 1 · (cos 0 · cos
π π π , sen 0 · cos , sen ) 2 2 2
w = ρ (cos θ · cos β, sen θ · cos β, sen β) Ent˜ ao, π π π , sen θ · cos β + , sen β + jw = ρ cos θ · cos β + 2 2 2 Conclus˜ ao: multiplicar j por um n´ umero hipercomplexo significa rotacion´ a-lo de 90o “para cima”, assim: Z jw Z
w
j Y
X
Y
X
´ Nota: Obviamente que o caso anterior ( jz ) ´e um caso particular deste ( jw ). Dado w = (x, y, z) ∈ H, desejamos agora analisar o produto j ( 2 ) w, em
47
Gentil
coordenadas retangulares. Ent˜ a o∗ , jw = (0, 0, 1) · (x, y, z) =
−
1·z·x r2 ,
− 1·z·y r , r2 2
xz r2 ,
−
=
p onde, r2 = x2 + y 2 . Observe que a aplica¸ca˜o, − √ xz 2
(x, y, z) 7−→
x +y 2
, − √ yz 2
x +y 2
,
− yz r , r2 2
p x2 + y 2
´e uma rota¸ca˜o de 90o no plano que passa pelo eixo Oz e o ponto w. Continuando, yz j ( 2 ) w = (0, 0, 1) · − xz r , − r , r2 2
= onde, r2′ = Sendo assim, resulta,
q
−
1·r2 · −xz r
−
2
r2′
xz r2
j (2) w = Ou ainda, j
(2)
2
,−
+
2
1·r2 · −yz r
, 1 · r2′
2
r2′
−
yz r2
2
= |z|
xz yz , , |z| |z| |z|
xz yz , , |z| = w= |z| |z|
(
w,
se z > 0;
−w, se z < 0.
III ) Multiplica¸ca˜o de um complexo z por um hipercomplexo w. Temos∗ z = (cos θ1 · cos 0, sen θ1 · cos 0, sen 0) w2 = ρ2 (cos θ2 · cos β2 , sen θ2 · cos β2 , sen β2 ) Ent˜ ao, zw = ρ2
cos θ1 + θ2 · cos β2 , sen θ1 + θ2 · cos β2 , sen β2
Conclus˜ ao: multiplicar um n´ umero complexo z por um hipercomplexo w significa rotacionar w de θ1 graus “para a direita”; n˜ ao h´ a rota¸ca˜o “para cima”, assim:
∗ Para ∗ Para
nossa an´ alise vamos considerar w um hipercomplexo n˜ ao-singular. nossa an´ alise vamos considerar o complexo de m´ odulo unit´ ario, n˜ ao faz mal.
48
Z
Z
zw w
w
Y
Y
z
θ1
X
X
Vejamos esta multiplica¸ca˜o em coordenadas retangulares. Sejam, z = (cos θ, sen θ, 0) e w = (x, y, z). Temos, zw = (cos θ, sen θ, 0) · (x, y, z) = (x cos θ − y sen θ) γ, (y cos θ + x sen θ) γ, 0 · r2 + z · r1
onde, r1 =
p √ cos2 θ + sen 2 θ = 1, r2 = x2 + y 2 e γ = 1. Ent˜ ao, zw = x cos θ − y sen θ, y cos θ + x sen θ, z
O que confirma o resultado anterior. IV ) Multiplica¸ca˜o e divis˜ao de dois hipercomplexos. Para interpretar o produto w1 · w2 , convencionaremos chamar o fator `a direita (isto ´e, w2 ) de indutor e o fator `a esquerda de induzido. Quando, na forma trigonom´etrica (ou polar) do produto (ou quociente) comparece a soma θ1 + θ2 dizemos que houve uma rota¸ca˜o positiva na primeira vari´ avel (vari´ avel θ); em θ1 − θ2 dizemos que houve uma rota¸ca˜o negativa; an´ alogamente com respeito `a segunda vari´ avel ( β ). A partir das proposi¸co˜es 6 e 7, p´ ag. 33, (ou suas similares p´ ag. 40) n˜ ao ´e dif´ıcil inferir o significado geom´etrico destas opera¸co˜es. Por exemplo, a multiplica¸ca˜o, w1 · w2 = ρ1 ρ2 cos(θ1 + θ2 ) · cos(β1 + β2 ), sen (θ1 + θ2 ) · cos(β1 + β2 ), sen (β1 + β2 )
pode ser interpretada da seguinte forma: o n´ umero w1 sofreu uma rota¸ca˜o ( +, + ) de argumento ( θ2 , β2 ). A divis˜ao, ρ w1 = 1 w2 ρ2
θ1 −θ2
β1 −β2
pode ser interpretada da seguinte forma: o n´ umero w1 sofreu uma rota¸ca˜o ( −, − ) de argumento ( θ2 , β2 ). Exemplos: Vejamos um exemplo concreto: multiplicar os n´ umeros, w1 = 1
30o 45o
,
w2 = 1
225o
60o
49
Gentil
Temos, w1 · w2 = 1 · 1
30o +225o
45o +60o
=1
255o
105o
Podemos interpretar este produto dizendo que w1 sofre uma rota¸ca˜o ( +, + ) de argumento ( 225o , 60o ). Graficamente, temos Z
Z
w2
w2
w1 ·w2
Y
Y
X
X
Temos, w1 · w2 = 1
255o
=1
105o
75o
75o √
Vejamos um exemplo envolvendo divis˜ao: No hipercomplexo 22 , dar uma rota¸ca˜o (−, −) de argumento (90o , 60o ). Solu¸ c˜ ao: Por (1.36) (p´ ag. 40), devemos realizar a seguinte divis˜ao: √
2
√
6
√
2 w1 2 , 2 , = w2 1 90o 60o
√
6 2 ,
√ 2
Temos duas alternativas para esta divis˜ao: em coordenadas polares ou em coordenadas retangulares. Fa¸camos das duas formas: a) Forma Polar. Temos w1 = 2 w2 1
60o 45o
=2
90o 60o
60o −90o 45o −60o
=2
−30o −15o
b) Forma retangular. Temos w1 = w2
√
2 2 ,
0,
√
6 2 ,
1 2,
√ 2
√ 3 2
=
√ √ √ 2 6 2 2 , 2 ,
Realizando este produto encontramos, √ √ √ √ √ √ w1 2 = (1+ 43 )· 6 , − (1+ 43 )· 2 , − 6− 2 w2
· 0, − 12 , −
√
3 2
Podemos usar o programa dado no apˆendice para transformar este n´ umero para a forma polar, ent˜ ao √ √ √ √ √ √ (1+ 3 )· 6 2 = 2 −30o −15o , − (1+ 43 )· 2 , − 6− 4 2 Geometricamente, temos
50
Z
Z
w2
w2
w1
w1
Y
Y
X w 1 w2
Temos,
√ √ (1+ 3 )· 6 , 4
− (1+
√ √ 3 )· 2 , 4
−
√ √ 6− 2 2
≃ (1, 673; −0, 966; −0, 518)
Rota¸ c˜ ao em torno da origem Segundo a proposi¸ca˜o 6 (p´ ag. 33) se multiplicarmos o n´ umero w1 = 1 · (cos θ · cos β, sen θ · cos β, sen β) pelo ponto (n´ umero) w = (x, y, z) obteremos uma rota¸ca˜o, deste u ´ ltimo, de um ˆangulo (θ, β). Para atender a referida proposi¸ca˜o basta escolher − π2 ≤ β ≤ π2 (isto ´e, cos β ≥ 0). Para obter a rota¸ca˜o - de argumento (θ, β) - de um ponto w = (x, y, z), em torno da origem, devemos realizar o produto: (cos θ · cos β, sen θ · cos β, sen β) · (x, y, z) Vamos calcular este produto para o caso especial em que, r1 =
p π (cos θ · cos β)2 + ( sen θ · cos β)2 = | cos β| = cos β 6= 0 ⇒ β 6= ± . 2
e w fora do eixo Oz. Sendo assim, multiplicamos em (D4 ):
(x·cos θ·cos β−y· sen θ·cos β)γ, (y·cos θ·cos β+x· sen θ·cos β)γ, sen β·r2 +z·cos β Onde, r2 =
p x2 + y 2 e γ = 1 −
Fa¸camos,
z√ sen β , cos β x2 +y 2
x′ =(x cos θ cos β − y sen θ cos β) γ
Exemplos:
z x2 +y 2
isto ´e, γ = 1 − √
y ′ =(y cos θ cos β + x sen θ cos β) γ p z ′ = x2 + y 2 · sen β + z · cos β
a ) Rotacione w = ( 1, 0, 0 ) de um ˆangulo (45o , 45o ).
tg β.
51
Gentil
Temos, 1 2 1 y ′ =(0 cos 45o cos 45o + 1 sen 45o cos 45o ) · 1 = 2 √ p 2 z ′ = 12 + 02 · sen 45o + 0 · cos 45o = 2
x′ =(1 cos 45o cos 45o − 0 sen 45o cos 45o ) · 1 =
Observe que, |w′ | =
q
1 2
2
+
1 2
2
+
√ 2 2
2
= 1 = |w|
b ) Rotacione w = ( 1, −1, 2 ) de um ˆangulo (135o , −30o ). Temos, √ 6 x =(1 cos 135 cos −30 − (−1) sen 135 cos −30 ) · 1 + 3 √ 6 y ′ =(−1 cos 135o cos −30o + 1 sen 135o cos −30o ) · 1 + 3 p z ′ = 12 + (−1)2 · sen − 30o + 2 · cos −30o ′
Ent˜ ao,
o
o
o
o
√ √ √ √ √ 2 3 2 3 6 x = 1 − · 1+ =0 +1 2 2 2 2 3 √ √ √ √ √ √ 2 3 2 3 6 6 ′ · 1+ =1+ +1 y = −1 − 2 2 2 2 3 2 √ √ √ 3 √ 2 1 z′ = 2 · − +2· = 3− 2 2 2 ′
Observe que,
|w′ | =
q 02 + 1 +
√
6 2
2
+
√ 3−
√
2 2
2
=
√ 6 = |w|
Geometricamente, os exemplos anteriores ficam Z
Z
w w′ w′ Y
Y
w X
X
52 c ) Na figura a seguir, rotacionamos o triˆ angulo de v´ertices, 1 ( 1 ): , 0, 0 , ( 2 ) : 1, 0, 0 , ( 3 ) : 1, 0, 1 2 Z
Z
Z
( 3 )′ (3) ( 2 )′ (3)
(3)
Y
(1)
(2)
Y
Y
(1)
(1)
(2)
X
X
( 1 )′
(2)
X
de um ˆ angulo (90o , 45o ). Na figura do centro temos o triˆ angulo original rotacionado de θ = 90o e o β = 0 (triˆ angulo “intermedi´ ario”). Calculemos as coordenadas de cada um dos v´ertices do triˆ angulo rotacionado. ao, V´ertice: ( 1 )′ . Temos ( 1 ) : 21 , 0, 0 . Ent˜ x′ = 21 cos 90o cos 45o − 0 sen 90o cos 45o · 1 = 0 √ y ′ = 0 cos 90o cos 45o + 21 sen 90o cos 45o · 1 = 42 q √ z ′ = ( 12 )2 + 02 · sen 45o + 0 · cos 45o = 42 Ent˜ ao, ( 1 )′ : 0,
√
2 4 ,
√ 2 4
.
V´ertice: ( 2 )′ . Temos ( 2 ) :
1, 0, 0 . Ent˜ ao,
x′ = 1 cos 90o cos 45o − 0 sen 90o cos 45o · 1 = 0 √ y ′ = 0 cos 90o cos 45o + 1 sen 90o cos 45o · 1 = 22 √ √ z ′ = 12 + 02 · sen 45o + 0 · cos 45o = 22 √ √ Ent˜ ao, ( 2 )′ : 0, 22 , 22 . ao, V´ertice: ( 3 )′ . Temos ( 3 ) : 1, 0, 1 . Ent˜ x′ = 1 cos 90o cos 45o − 0 sen 90o cos 45o · 0 = 0 y ′ = 0 cos 90o cos 45o + 1 sen 90o cos 45o · 0 = 0 √ √ z ′ = 12 + 02 · sen 45o + 1 · cos 45o = 2 √ Ent˜ ao, ( 2 )′ : 0, 0, 2 .
53
Gentil
Porque a multiplica¸ c˜ ao em R3 n˜ ao poderia ser associativa Daremos agora uma justificativa - geom´etrica - pela qual n˜ ao se deve´ nicamente, ria esperar uma multiplica¸ca˜o em R3 associativa. Assumiremos, u que uma tal multiplica¸ca˜o, como ocorre em R2 , resulta em uma rota¸ca˜o. Vamos retomar o exemplo 4o ), p´ ag. 10. Neste exemplo resolvemos a equa¸ca˜o: (1, −1, 2) · w = (1, 0, 3) e mostramos que a mesma tem duas solu¸co˜es, 1 + 3 √2 1 + 3 √2 −2 + 3 √2 ′ = 1, 29 45, 00o 16, 83o , , w = 6 6 6 e
1 − 3 √2 1 − 3 √2 2 + 3 √2 w = = 1, 29 225, 00o 53, 70o , , 6 6 6 Isto significa que podemos ir do ponto a = (1, −1, 2) ao ponto b = (1, 0, 3) (ou ainda: superpor o ponto a ao ponto b) por dois “caminhos” distintos; caminhos estes dados por w′ e w′′ . Isto podemos ver no gr´afico seguinte, ′′
R
b a
R
R
E o que aconteceria se tiv´essemos resolvido a equa¸ca˜o a · w = b supondo a multiplica¸ca˜o associativa? Isto ´e, a · w = b ⇔ a−1 · (a · w) = a−1 · b ⇔ w = a−1 · b Temos, a−1 =
1 1 −2 1 1 −2 , , , , ⇒ w= · (1, 0, 3) = 1, 29 6 6 6 6 6 6
45, 00o 16, 83o
Uma u ´ nica solu¸ca˜o. Ou seja, estariamos perdendo “informa¸ca˜o”. Ou ainda: se a multiplica¸ca˜o fosse associativa, isto n˜ ao refletiria a “realidade” ; isto ´e, o fato de podermos ir de a para b por dois caminhos distintos. De outro modo: No plano a equa¸ca˜o a·w = b tem apenas uma solu¸ca˜o porque temos uma u ´ nica alternativa de irmos de a para b atrav´es de uma rota¸ca˜o; agora com uma dimens˜ao a mais (isto ´e, saindo do plano para o espa¸co) se nos apresenta mais um caminho; isto se deve, como j´a vimos, ao fato de a multiplica¸ca˜o n˜ ao ser associativa. Ou melhor: isto vai se refletir na n˜ ao associatividade da multiplica¸ca˜o.
54 Porque a multiplica¸ c˜ ao em R3 n˜ ao poderia ser distributiva Para justificar porque o “natural” ´e que a multiplica¸ca˜o em R3 n˜ ao seja distributiva, podemos tecer coment´ arios an´ alogos ao do caso anterior, s´ o que agora invocando o problema cl´assico resolvido `a p´ ag. 30. De fato, vamos resolver este problema aplicando a distributividade na equa¸ca˜o (1.25) (p´ ag. 31), assim 10x′ + x′ · (−x′ ) = 40 Temos, x′ · (−x′ ) = (x, y, z) · (−x, −y, −z) = (−x2 + y 2 )γ, (−xy − xy)γ, zr2 + (−z)r1 onde, r1 = Portanto,
p p x2 + y 2 , r2 = (−x)2 + (−y)2 , γ = 1 −
z·(−z) r1 ·r2
x′ · (−x′ ) = (−x2 + y 2 )γ, −2xyγ, 0 10x′ = (10x, 10y, 10z)
=1+
z2 x2 +y 2 .
Sendo assim, resulta 10x′ + x′ · (−x′ ) = 10x + (−x2 + y 2 )γ, 10y − 2xyγ, 10z = (40, 0, 0)
Portanto,
10x + (−x2 + y 2 )γ = 40 10y − 2xyγ = 0 10z = 0
Temos, z√ = 0 ⇒ γ = 1. √Prosseguindo, encontramos uma u ´ nica solu¸ca˜o: x′ = (5, 15, 0) e y ′ = (5, − 15, 0); que ´e a solu¸ca˜o complexa. Conclus˜ ao: Estamos perdendo infinitas solu¸co˜es; ou ainda: a distributividade nos “esconde” a “maioria” das solu¸co˜es. Vˆe-se, nestes exemplos, que a multiplica¸ca˜o n˜ ao ser associativa e nem distributiva, redunda em vantagens.
55
Gentil
1.10
Radicia¸c˜ ao
Defini¸ c˜ ao 9.√Dado um n´ umero hipercomplexo w, chama-se raiz en´esima de w, umero hipercomplexo wk tal que wkn = w. Ent˜ ao, e denota-se, n w, a um n´ √ n w = wk ⇐⇒ wkn = w Exemplos: Calcular, √ √ √ a) 1 b) −1 c) j
d)
√
1+i+j
e)
√
1−j
f)
√ 4
1+i+j
Solu¸ c˜ ao: a) Pela defini¸ca˜o, temos √ 1 = (x, y, z) = w ⇔ (x, y, z)2 = 1. Para resolver esta equa¸ca˜o temos duas alternativas: p ag. 35), resulta, 1a ) r = x2 + y 2 = 0 (x = y = 0), sendo assim, pelo lema 1 (p´ w2 = (−z 2 , 0, 0) = (1, 0, 0) ⇒ −z 2 = 1 ⇒ z 2 = −1.
Esta possibilidade est´ a descartada, porquanto z ´e real. p 2a ) r = x2 + y 2 6= 0. Pelo lema 1 devemos ter,
w2 =
(x2 − y 2 ) · 1 −
x2
p z2 z2 , 2xy· 1− 2 , 2z x2 + y 2 = (1, 0, 0) 2 2 +y x +y
De imediato concluimos que z = 0, no que resulta: ( x2 − y 2 = 1 xy = 0
Da segunda equa¸ca˜o concluimos que x = 0 ou y = 0, da primeira equa¸ca˜o concluimos que x 6= 0; portanto y = 0. Resultando, x = ± 1. Portanto, s˜ ao em n´ umero de duas as ra´ızes quadradas de 1: √ √ 1 = (1, 0, 0) ⇒ 1 = 1. √ √ 1 = (−1, 0, 0) ⇒ 1 = −1. b) Por defini¸ca˜o de raiz quadrada, temos √ −1 = (x, y, z) = w ⇔ (x, y, z)2 = −1. Para resolver esta equa¸ca˜o temos duas alternativas: p 1a ) r = x2 + y 2 = 0 (x = y = 0), sendo assim, pelo lema 1, resulta,
w2 = (−z 2 , 0, 0) = (−1, 0, 0) ⇒ −z 2 = −1 ⇒ z 2 = 1 ⇒ z = ± 1.
Neste caso, temos duas ra´ızes quadradas de -1: (0, 0, 1) = j e (0, 0, −1) = −j. p 2a ) r = x2 + y 2 6= 0. Pelo lema 1 devemos ter,
w2 =
(x2 −y 2 )· 1−
p z2 z2 2 + y2 , 2 x y · 1− , 2z = (−1, 0, 0) x x2 + y 2 x2 + y 2
56 De imediato concluimos que z = 0, no que resulta: ( x2 − y 2 = −1 xy = 0
Da segunda equa¸ca˜o concluimos que x = 0 ou y = 0, da primeira equa¸ca˜o concluimos que y 6= 0; portanto x = 0. Resultando, y = ± 1. Portanto, temos mais duas ra´ızes quadradas de -1: √ √ −1 = (0, 1, 0) ⇒ 1 = i. √ √ −1 = (0, −1, 0) ⇒ 1 = −i. √ Resumindo, temos quatro valores para −1, quais sejam: √ √ −1 = ± i, −1 = ± j.
c) Por defini¸ca˜o de raiz quadrada, temos p j = (x, y, z) = w ⇔ (x, y, z)2 = j.
Para resolver esta equa¸ca˜o temos duas alternativas: p 1a ) r = x2 + y 2 = 0 (x = y = 0), sendo assim, pelo lema 1, resulta, w2 = (−z 2 , 0, 0) = (0, 0, 1)
Est´ a possibilidade est´ a excluida. p a 2 2 2 ) r = x + y 6= 0 (x 6= 0 ou y 6= 0). Pelo lema 1 devemos ter,
w2 =
(x2 − y 2 ) · 1 −
Sendo assim, temos:
p z2 z2 2 + y2 , 2 x y · 1 − , 2z = (0, 0, 1) x x2 + y 2 x2 + y 2
z2 (x2 − y 2 ) · 1 − 2 =0 x + y2 z2 =0 2x y · 1 − 2 x + y2 p 2z x2 + y 2 = 1
(1.39)
Desta u ´ ltima equa¸ca˜o concluimos que z > 0 (nenhum n´ umero complexo pode ser raiz de j; ´ obviamente porquanto o produto de dois complexos sempre d´ a um outro complexo). 2 Analisando este sistema concluimos que devemos ter 1 − x2z+y2 = 0. De fato, se isto n˜ ao fosse verdade a primeira e segunda equa¸co˜es se transformariam em |x| = |y| e x · y = 0; donde x = y = 0, o que contradiz a u ´ ltima equa¸ca˜o do 2 2 2 sistema. Portanto, x + y = z . Este resultado na terceira equa¸ ca˜o nos fornece √ z = 22 . Ent˜ ao, x2 + y 2 = 12 .
57
Gentil
Observe que podemos reescrever as duas primeiras equa¸co˜es do sistema como: (x2 − y 2 ) · 0 = 0
2x y · 0 = 0
(1.40)
O que nos diz que x e y s˜ ao indeterminados. Conclus˜ ao: as ra´ızes quadradas de j s˜ ao em n´ umero infinito. √ Observe que os afixos de j, est˜ ao sobre um c´ırculo de raio √ altura z = 22 . z
ւ
√
2 2
e a uma
z
j
x
√
j
) β=45o
y
y
x
x
Nota: Como teremos oportunidade de ver, somente para pontos sobre o eixo z (isto ´e, pontos da forma (0, 0, z)) ´e que teremos infinitas ra´ızes quadradas, nos demais casos teremos no m´aximo quatro ra´ızes (quadradas). d) Para calcular as ra´ızes quadradas de 1 + i + j = (1, 1, 1), consideremos, p 1 + i + j = (x, y, z) = w ⇔ (x, y, z)2 = 1 + i + j. Para resolver esta equa¸ca˜o temos duas alternativas (lema 1, p´ ag. 35): p a 1 ) r = x2 + y 2 = 0 (x = y = 0), sendo assim, pelo lema, resulta, w2 = (−z 2 , 0, 0) = (1, 1, 1)
Est´ a possibilidade est´ a excluida. p a 2 2 2 ) r = x + y 6= 0 (x 6= 0 ou y 6= 0). Pelo lema devemos ter,
w2 =
(x2 − y 2 ) · 1 −
Sendo assim, temos:
x2
p z2 z2 , 2xy· 1− 2 , 2z x2 + y 2 = (1, 1, 1) 2 2 +y x +y
z2 =1 (x2 − y 2 ) · 1 − 2 x + y2 z2 =1 2x y · 1 − 2 x + y2 p 2z x2 + y 2 = 1
(1.41)
Resolver este sistema diretamente n˜ ao nos parece a sa´ıda mais acertada. Vamos resolvˆe-lo indiretamente: escrevamos w na forma trigom´etrica, isto ´e:
58 w = ρ (cos θ · cos β, sen θ · cos β, sen β), com − π2 < β < intervalo temos
π 2.
Para β neste
w2 = ρ2 (cos 2θ · cos 2β, sen 2θ · cos 2β, sen 2β) Igualando w2 a (1, 1, 1), resulta no seguinte sistema: ρ2 cos 2θ · cos 2β = 1 ρ2 sen 2θ · cos 2β = 1 ρ2 sen 2β = 1
(1.42) (1.43) (1.44)
Inicialmente observamos que, nesta u ´ ltima equa¸ca˜o devemos ter sen 2β > 0. Como assumimos − π2 < β < π2 segue que, −π < 2β < π; logo, para satisfazer (1.44), devemos ter 0 < 2β < π. Ou ainda, 0< β <
π 2
(1.45)
Uma primeira conclus˜ao ´e que todas as ra´ızes procuradas encontram-se no semiespa¸co z > 0. Pois bem, dividindo (1.43) por (1.42), obtemos: tg 2θ = 1. Da trigonometria temos, tg β = tg α ⇒ β = α + kπ, k ∈ Z Sendo assim, temos tg 2θ = tg
π π ⇒ 2θ = + kπ, k ∈ Z 4 4
Vamos impor a restri¸ca˜o 0 ≤ θ < 2π, ou ainda, 0 ≤ 2θ < 4π, para obter, 0≤
π + kπ < 4π ⇒ k = 0, 1, 2, 3. 4
Portanto,
k = 0: k = 1 :
π 2θ = + kπ ⇒ 4 k = 2: k = 3:
2θ =
π 4
2θ =
5π 4
2θ =
9π 4
2θ =
13π 4
Temos as seguintes possibilidades: P0 : Substituindo 2θ = π4 nas equa¸co˜es (1.42) e (1.43), obtemos (
ρ2 cos π4 · cos 2β = 1
ρ2 sen π4 · cos 2β = 1
⇒
(
√ 2 √ ρ2 cos 2β = 2 ρ2 cos 2β =
Juntamos uma destas equa¸co˜es com (1.44) para obter, √ ( 2 ρ cos 2β = 2 1 ⇒ tg 2β = √ 2 2 ρ sen 2β = 1
59
Gentil
Temos, ⇒
1 ) 2β √ 2
⊡
√ 3
) 2β √ 2
1 ⊡
Deste u ´ ltimo triˆ angulo tiramos, cos 2β =
√ 6 3
(1.46)
√ Voltando com este resultado no u ´ ltimo sistema obtemos ρ = 4 3. Observe que para obtermos a raiz w0 = ρ (cos θ · cos β, sen θ · cos β, sen β), precisamos dos senos e cossenos dos arcos θ e β. Para isto vamos utilizar as seguintes identidades trigonom´etricas: x sen = ± 2
r
r
1 − cos x x ; cos = ± 2 2
1 + cos x 2
As quais, para os nossos prop´ ositos se transformam em, sen λ = ±
r
1 − cos 2λ ; cos λ = ± 2
r
1 + cos 2λ 2
(1.47)
Substituindo (1.46) em (1.47), obtemos s s √ √ 3− 6 3+ 6 ; cos β = ± sen β = ± 6 6 Como escolher os sinais? Usando (1.45), optamos pelos sinais positivos. Temos ainda, √ 2 π ⇒ cos 2θ = 2θ = 4 2 Utilizando (1.47), temos s s √ √ 2 1− 2 1 + 22 sen θ = ; cos θ = 2 2 Finalmente podemos escrever a primeira raiz como, w0 = ρ (cos θ · cos β, sen θ · cos β, sen β) p √ s √ p √ s √ √ s √ 2+ 2 3+ 6 2− 2 3+ 6 3− 6 4 · , · , = 3 2 6 2 6 6
co˜es (1.42) e (1.43), obtemos P1 : Substituindo 2θ = 5π 4 nas equa¸ (√ √ 3 cos 5π 6 4 · cos 2β = 1 ⇒ cos 2β = − √ 5π 3 3 sen 4 · cos 2β = 1
60 Procedendo como no caso anterior, obtemos s s √ √ 3+ 6 3− 6 ; cos β = sen β = 6 6 Temos ainda,
√ 2 5π 2θ = ⇒ cos 2θ = − 4 2
Utilizando (1.47), temos sen θ =
s
1+ 2
√
2 2
; cos θ = −
s
1− 2
√
2 2
Finalmente podemos escrever a segunda raiz como, w1 = ρ (cos θ · cos β, sen θ · cos β, sen β) p √ s √ p √ s √ s √ √ 2 6 2 6 6 2 − 3 − 2 + 3 − 3 + 4 · , · , = 3 − 2 6 2 6 6
P2 : Substituindo 2θ = 9π co˜es (1.42) e (1.43), obtemos 4 nas equa¸ (√ √ 3 cos 9π 6 4 · cos 2β = 1 ⇒ cos 2β = √ 9π 3 3 sen 4 · cos 2β = 1 Procedendo como no caso anterior, obtemos s s √ √ 3− 6 3+ 6 sen β = ; cos β = 6 6 Temos ainda, 9π ⇒ 2θ = 4
(
sen 2θ = cos 2θ =
√ 2 2 √ 2 2
Utilizando (1.47), temos sen θ = −
s
1− 2
√ 2 2
; cos θ = −
s
1+ 2
√ 2 2
Finalmente podemos escrever a terceira raiz como, w2 = ρ (cos θ · cos β, sen θ · cos β, sen β) s s s p p √ √ √ √ √ √ 2 + 2 3 + 6 2 − 2 3 + 6 3 − 6 4 = 3 − · ,− · , 2 6 2 6 6
co˜es (1.42) e (1.43), obtemos P3 : Substituindo 2θ = 13π 4 nas equa¸ (√ √ 3 cos 13π 6 4 · cos 2β = 1 ⇒ cos 2β = − √ 13π 3 3 sen 4 · cos 2β = 1
61
Gentil
Procedendo como no caso anterior, obtemos s s √ √ 3+ 6 3− 6 sen β = ; cos β = 6 6 Temos ainda,
√ 2 5π ⇒ cos 2θ = − 2θ = 4 2
Utilizando (1.47), temos sen θ = −
s
1+ 2
√ 2 2
; cos θ =
s
1− 2
√
2 2
Finalmente podemos escrever a quarta raiz como, w3 = ρ (cos θ · cos β, sen θ · cos β, sen β) p p √ s √ √ s √ s √ √ 2− 2 3− 6 2+ 2 3− 6 3+ 6 4 · ,− · , = 3 2 6 2 6 6
Conclus˜ ao: s˜ ao em n´ umero de quatro as ra´ızes quadradas de (1, 1, 1), quais sejam: √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ 2+ 2 18+6 6 2− 2 18+6 6 18−6 6 w0 = 4 3 · , · , 2 6 2 6 6 w1 =
√ 4
w2 =
√ 4
w3 =
√ 4
3
3
3
− −
√
√ 2− 2 2
√
√ 2+ 2 2
√
√ 2− 2 2
·
· ·
√
√
√
√
18−6 6
√
18+6 6
18−6 6
√
6
6
6
,
√
√ 2+ 2 2
,−
,−
·
√
√ 2− 2 2
√
√ 2+ 2 2
·
√
18−6 6
·
√ 6
√
18+6 6
√
18−6 6
,
√
√ 6
6
,
√
18+6 6
,
√
√ 6
18−6 6
√
18+6 6
√
√ 6
6
Enfatizamos que estas s˜ ao as solu¸co˜es do sistema 1.41 (p´ag. 57) A seguir escrevemos estas ra´ızes em coordenadas polares (com duas decimais) e as plotamos no espa¸co: Z
w0 = 1, 32
22,50o
17,63o
w1 = 1, 32
112,50o 72,37o
w2 = 1, 32
202,50o 17,63o
w3 = 1, 32
292,50o 72,37o
Y X
Observamos que todas as ra´ızes n−´esimas de um hipercomplexo w = (x, y, z) est˜ ao, sempre, no mesmo semi-espa¸co de z (z > 0 ou z < 0), devido `a proposi¸ca˜o 9, p´ ag. 35.
62 e) Vamos calcular as ra´ızes quadradas de 1 − j = (1, 0, −1) por dois modos distintos: - Coordenadas retangulares: Neste caso devemos resolver o sistema, z2 2 2 (x − y ) · 1 − =1 x2 + y 2 z2 =0 2x y · 1 − x2 + y 2 p 2z x2 + y 2 = −1
Da u ´ ltima equa¸ca˜o observe que todas as ra´ızes devem estar no semi-espa¸co z < 0. 2 ´ ltima equa¸ca˜o Da primeira equa¸ca˜o concluimos que 1 − x2z+y2 6= 0. Da u concluimos que z 6= 0 e que x e y n˜ ao s˜ ao simultˆ aneamente nulos. Da segunda equa¸ca˜o concluimos que x = 0 ou y = 0 (nota: ou exclusivo). Temos dois casos a considerar: 1o ) y = 0 (portanto x 6= 0). Neste caso o sistema se reduz a, 2 x2 1 − z = 1 x2 2 z |x| = −1
(1.48) (1.49)
Tirando z na segunda equa¸ca˜o e substituindo na primeira obtemos, 1 1 = 1 ⇒ x4 − x2 − = 0 x2 1 − 4 x4 4 √ √ Resolvendo esta equa¸ca˜o obtemos x = ± 2 2 2+2 . Substituindo em (1.49) ob√ √ temos, z = − 2 2 2−2 . 2o ) x = 0 (portanto y 6= 0). Neste caso o sistema se reduz a, z2 y 2 1 − 2 = −1 y 2 z |y| = −1
(1.50) (1.51)
Tirando z na segunda equa¸ca˜o e substituindo na primeira obtemos, 1 1 y2 1 − = −1 ⇒ y 4 + y 2 − = 0 4 y4 4 √ √ Resolvendo esta equa¸ca˜o obtemos y = ± 2 2 2−2 . Substituindo em (1.51) ob√ √ temos, z = − 2 2 2+2 .
63
Gentil
√ Conclus˜ ao: Temos quatro valores para 1 − j, quais sejam: √ √ √ √ 2 2+2 2 2−2 , 0, − w0 = 2 2 w1 = w2 = w3 =
0, −
√
2
√
2
√ 2−2 , 2 √ 2
0, −
√
2
2+2
−
√
2
2+2
2
, 0, −
√ 2−2 , 2
√
−
√
2
√
2
√ 2−2 2
√ 2
2+2
A seguir escrevemos estas ra´ızes em coordenadas polares (com duas decimais) e as plotamos no espa¸co. Z
w0 = 1, 19
00,00o
−22,50o
w1 = 1, 19
90,00o
w2 = 1, 19
180,00o −22,50o
w3 = 1, 19
270,00o −67,50o
−67,50o
Y X
- Coordenadas Esf´ericas: Neste caso consideremos, w2 = ρ2 (cos 2θ · cos 2β, sen 2θ · cos 2β, sen 2β) Igualando w2 a (1, 0, −1), resulta no seguinte sistema: ρ2 cos 2θ · cos 2β = 1 ρ2 sen 2θ · cos 2β = 0 ρ2 sen 2β = −1
(1.52) (1.53) (1.54)
Inicialmente observamos que, nesta u ´ ltima equa¸ca˜o devemos ter sen 2β < 0. Como assumimos − π2 < β < π2 segue que, −π < 2β < π; logo, para satisfazer (1.54), devemos ter −π < 2β < 0. Ou ainda, −
π < β 0 4β ∈ IQ ⇒ cos 4β > 0 =⇒ sen 4θ > 0 sen 4β > 0 ⇒ ou ( cos 4θ < 0 4β ∈ IIQ ⇒ cos 4β < 0 =⇒ sen 4θ < 0
⇒ 4θ ∈ IQ ⇒ 4θ ∈ IIIQ
Conclus˜ ao, 4β ∈ IQ ∧ 4θ ∈ IQ ou 4β ∈ IIQ ∧ 4θ ∈ IIIQ
(1.60) (1.61)
Pois bem, dividindo (1.58) por (1.57): tg 4θ = 1. Da trigonometria, temos tg λ = tg α ⇒ λ = α + kπ, k ∈ Z Sendo assim, temos tg 4θ = tg
π π ⇒ 4θ = + kπ, k ∈ Z 4 4
Vamos inicialmente considerar a condi¸ca˜o (1.60). Temos, (1.60) : 4β ∈ IQ ∧ 4θ ∈ IQ. Temos, 4θ =
π + kπ ∈ IQ ⇒ k = 0, 2, 4, . . . k ´e par. 4
Sendo assim, temos √ 2 π π + kπ = cos = cos 4θ = cos 4 4 2
Este resultado no sistema original nos fornece, √ ( 4 √ ρ cos 4β = 2 2 ⇒ tg 4β = 4 2 ρ sen 4β = 1
(1.62)
68 Da identidade trigonom´etrica, cos2 x =
1 1+ tg 2 x ,
obtemos
√ 6 cos 4β = 3
(1.63)
√ Voltando com este resultado no u ´ ltimo sistema obtemos ρ4 = 3. Observe que para obtermos a raiz w0 = ρ (cos θ · cos β, sen θ · cos β, sen β), precisamos dos senos e cossenos dos arcos θ e β. Para isto vamos utilizar as seguintes identidades trigonom´etricas: r r x 1 − cos x 1 + cos x x ; cos = ± sen = ± 2 2 2 2 As quais, para os nossos prop´ ositos se transformam em, r r 1 − cos 2γ 1 + cos 2γ ; cos γ = ± sen γ = ± 2 2
(1.64)
tamb´em, sen 2γ = ±
r
1 − cos 4γ ; cos 2γ = ± 2
r
1 + cos 4γ 2
(1.65)
Substituindo (1.63) em (1.65), obtemos s p √ √ 3+ 6 18 + 6 6 cos 2β = = 6 6 Substituindo este resultado em (1.64), obtemos q q p p √ √ 72 − 12 18 + 6 6 72 + 12 18 + 6 6 sen β = ; cos β = 12 12 De (1.62) obtemos, √ 2 π 4θ = + kπ ⇒ cos 4θ = . 4 2 Temos, 4θ =
π 4
+ kπ ⇒ θ =
π 16
+
kπ 4 .
(1.66)
(1.67)
Plotando θ × k, k par, obtemos o θ= 9π 16 =101, 25 θ
k=2, 10,... θ
π θ= 16 =11, 25o
k=0, 8,... k
k θ= 17π =191, 25o 16
k=4, 12,...
k=6, 14,...
o θ= 25π 16 =281, 25
Observamos que quatro valores de k nos fornecem solu¸co˜es distintas: k = 0, 2, 4, 6. Temos,
69
Gentil
4θ =
Temos, ( i ) 4θ =
π 4.
k = 0: k = 2 :
π + kπ ⇒ 4 k = 4: k = 6:
Ent˜ ao, cos 4θ =
4θ =
π 4
4θ =
9π 4
4θ =
17π 4
4θ =
25π 4
√
2 2
de (1.65) obtemos p √ 2+ 2 cos 2θ = 2
Este resultado em (1.64) nos d´ a, sen θ =
q √ √ 2− 2+ 2 ; 2
cos θ =
q
2+
√
√ 2+ 2
2
Estes resultados, juntamente com (1.66), nos fornecem a solu¸ca˜o w0 = ρ (cos θ · cos β, sen θ · cos β, sen β): q q √ q q √ √ √ √ √ √ √ √ 2+ 2+ 2 72+12 18+6 6 2− 2+ 2 72+12 18+6 6 8 · , · , w0 = 3 2 12 2 12 ( ii ) Temos, 4θ =
9π 4 .
Ent˜ ao, cos 4θ =
√ 2 2
q
√ √ 72−12 18+6 6 12
!
de (1.65) obtemos
p √ 2+ 2 cos 2θ = − 2 Observe que, 4θ =
9π 8π + π π 9π ⇒ 2θ = ⇒ 2θ = ⇒ 2θ = π + ⇒ cos 2θ < 0. 4 8 8 8
Este resultado em (1.64) nos d´ a, sen θ =
q √ √ 2+ 2+ 2 ; 2
cos θ =
q √ √ 2− 2+ 2 − 2
Estes resultados, juntamente com (1.66), nos fornecem a solu¸ca˜o w2 = ρ (cos θ · cos β, sen θ · cos β, sen β) como, ! q q √ q q q √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ 2− 2+ 2 72+12 18+6 6 2+ 2+ 2 72+12 18+6 6 72−12 18+6 6 · , · , w2 = 8 3 − 2 12 2 12 12 ( iii ) Temos, 4θ =
17π 4 .
√
Ent˜ ao, cos 4θ = 22 de (1.65) obtemos p √ 2+ 2 cos 2θ = 2
Observe que, 4θ =
17π 16π + π π 17π ⇒ 2θ = ⇒ 2θ = ⇒ 2θ = 2π + ⇒ cos 2θ > 0. 4 8 8 8
70 Este resultado em (1.64) nos d´ a, q √ √ 2− 2+ 2 sen θ = − ; 2
cos θ =
q √ √ 2+ 2+ 2 − 2
Estes resultados, juntamente com (1.66), nos fornecem a solu¸ca˜o w4 = ρ (cos θ · cos β, sen θ · cos β, sen β) como, ! q q √ q q q √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ 2+ 2+ 2 72+12 18+6 6 2− 2+ 2 72+12 18+6 6 72−12 18+6 6 8 w4 = 3 − · ,− · , 2 12 2 12 12 ( iv ) Temos, 4θ =
25π 4 .
Ent˜ ao, cos 4θ =
√
2 2
de (1.65) obtemos p √ 2+ 2 cos 2θ = − 2
Observe que, 4θ =
25π 24π + π π 25π ⇒ 2θ = ⇒ 2θ = ⇒ 2θ = 3π + ⇒ cos 2θ < 0. 4 8 8 8
Este resultado em (1.64) nos d´ a, q √ √ 2+ 2+ 2 ; sen θ = − 2
cos θ =
q √ √ 2− 2+ 2 2
Estes resultados, juntamente com (1.66), nos fornecem a solu¸ca˜o w6 = ρ (cos θ · cos β, sen θ · cos β, sen β) como, ! q q √ q q q √ √ √ √ √ √ √ √ √ √ 2− 2+ 2 72+12 18+6 6 2+ 2+ 2 72+12 18+6 6 72−12 18+6 6 8 w6 = 3 · ,− · , 2 12 2 12 12 Vamos agora considerar a condi¸ca˜o (1.61) (p´ ag. 67). Temos, (1.61) : 4β ∈ IIQ ∧ 4θ ∈ IIIQ. Temos, 4θ =
π + kπ ∈ IIIQ ⇒ k = 1, 3, 5, . . . k ´e ´ımpar. 4
(1.68)
Sendo assim, temos √ 2 π π + kπ = − cos = − cos 4θ = cos 4 4 2
Este resultado no sistema original nos fornece, √ ( 4 √ ρ cos 4β = − 2 2 ⇒ tg 4β = − 4 2 ρ sen 4β = 1 Da identidade trigonom´etrica, cos2 x =
1 1+ tg 2 x ,
obtemos
√ 6 cos 4β = − 3 Substituindo (1.69) em (1.65), obtemos s p √ √ 3− 6 18 − 6 6 cos 2β = = 6 6
(1.69)
71
Gentil
Substituindo este resultado em (1.64), obtemos q q p p √ √ 72 − 12 18 − 6 6 72 + 12 18 − 6 6 sen β = ; cos β = 12 12 De (1.68) temos, 4θ = obtemos
θ
π 4
⇒
+ kπ
k=1, 9,...
θ =
π 16
+
kπ 4 .
o θ= 13π 16 =146, 25
k=3, 11,...
(1.70)
Plotando θ × k, k ´ımpar,
θ
k
o θ= 5π 16 =56, 25
k
o θ= 29π 16 =326, 25
k=7, 15,... o θ= 21π 16 =236, 25
k=5, 13,...
Observamos que quatro valores de k nos fornecem solu¸co˜es distintas: k = 1, 3, 5, 7. Temos, k = 1 : 4θ = 5π 4 13π k = 3 : 4θ = 4 π 4θ = + kπ ⇒ 4 k = 5 : 4θ = 21π 4 29π k = 7 : 4θ = 4 ( i ) 4θ =
5π 4 .
Ent˜ ao, cos 4θ = −
√ 2 2
de (1.65) resulta p √ 2− 2 cos 2θ = − 2
Observe que, 5π 4π + π π π 5π ⇒ 2θ = ⇒ 2θ = ⇒ 2θ = + ⇒ cos 2θ < 0. 4 8 8 2 8 Este resultado em (1.64) nos d´ a, q √ q √ √ √ 2+ 2− 2 2− 2− 2 sen θ = ; cos θ = 2 2 4θ =
Estes resultados, juntamente com (1.78), nos fornecem a solu¸ca˜o w1 = ρ (cos θ · cos β, sen θ · cos β, sen β): q q √ q q √ √ √ √ √ √ √ √ 2− 2− 2 72+12 18−6 6 2+ 2− 2 72+12 18−6 6 8 w1 = 3 · , · , 2 12 2 12 ( ii ) 4θ =
13π 4 .
Ent˜ ao, cos 4θ = −
√ 2 2
de (1.65) resulta p √ 2− 2 cos 2θ = 2
q √ √ 72−12 18−6 6 12
!
72 Observe que, 4θ =
13π 13π 8π + 4π + π π π ⇒ 2θ = ⇒ 2θ = ⇒ 2θ = π+ + ⇒ cos 2θ > 0. 4 8 8 2 8
Este resultado em (1.64) nos d´ a, q √ √ 2− 2− 2 ; sen θ = 2
cos θ =
q √ √ 2+ 2− 2 − 2
Estes resultados, juntamente com (1.78), nos fornecem a solu¸ca˜o w3 = ρ (cos θ · cos β, sen θ · cos β, sen β): q q √ q q √ √ √ √ √ √ √ √ 2+ 2− 2 72+12 18−6 6 2− 2− 2 72+12 18−6 6 w3 = 8 3 − · , · , 2 12 2 12 ( iii ) 4θ =
21π 4 .
Ent˜ ao, cos 4θ = −
q √ √ 72−12 18−6 6 12
!
√ 2 2 ,
de (1.65) obtemos p √ 2− 2 cos 2θ = − 2
Observe que, 4θ =
21π 16π + 4π + π π π 21π ⇒ 2θ = ⇒ 2θ = ⇒ 2θ = 2π+ + ⇒ cos 2θ < 0. 4 8 8 2 8
Este resultado em (1.64) nos d´ a, sen θ =
q √ √ 2+ 2− 2 ; − 2
cos θ =
q √ √ 2− 2− 2 − 2
Estes resultados, juntamente com (1.78), nos fornecem a solu¸ca˜o w5 = ρ (cos θ · cos β, sen θ · cos β, sen β): q √ q q √ q √ √ √ √ √ √ √ 2− 2− 2 72+12 18−6 6 2+ 2− 2 72+12 18−6 6 8 w5 = 3 − · ,− · , 2 12 2 12 ( iv ) 4θ =
29π 4 .
4θ =
29π 4 .
q √ √ 72−12 18−6 6 12
!
√
Ent˜ ao, cos 4θ = − 22 de (1.65) obtemos p √ 2− 2 cos 2θ = − 2
Observe que, 4θ =
29π 24π + 4π + π π π 29π ⇒ 2θ = ⇒ 2θ = ⇒ 2θ = 3π+ + ⇒ cos 2θ > 0. 4 8 8 2 8
Este resultado em (1.64) nos d´ a, q √ √ 2− 2− 2 ; sen θ = − 2
cos θ =
q √ √ 2+ 2− 2 2
Estes resultados, juntamente com (1.78), nos fornecem a solu¸ca˜o w7 = ρ (cos θ · cos β, sen θ · cos β, sen β): q √ q q √ q √ √ √ √ √ √ √ 2+ 2− 2 72+12 18−6 6 2− 2− 2 72+12 18−6 6 8 w7 = 3 · , − · , 2 12 2 12
q √ √ 72−12 18−6 6 12
!
73
Gentil
Escrevendo as oito solu¸co˜es (do sistema original), juntas, temos, w0 =
√ 8 3
√ w1 = 8 3
q
2−
2
w7 =
√ 8 3
√ 2− 2
· ·
q q √ √ √ √ 72+12 18+6 6 2− 2+ 2 , 12 2 q
q √ √ 2− 2+ 2 2 q √ √ 2+ 2− 2 2
q √ √ 2+ 2+ 2 − 2
√ w5 = 8 3 − √ w6 = 8 3
√ 2
√ 8 3 −
√ w4 = 8 3
√ 2+ 2
2+
√ w2 = 8 3 − w3 =
√
q
q q
q √ √ 2− 2− 2 2
2−
√
√ 2+ 2
2 2+
√
√ 2− 2
2
· ·
√ √ 72+12 18−6 6 , 12
· · · ·
q √ √ 2+ 2− 2 2
· ·
q q √ √ √ √ 72+12 18+6 6 72−12 18+6 6 , 12 12 q q √ √ √ √ 72+12 18−6 6 72−12 18−6 6 , 12 12
q q √ √ √ √ 72+12 18+6 6 2+ 2+ 2 , 12 2 q q √ √ √ √ 72+12 18−6 6 2− 2− 2 , 12 2 q √ √ 72+12 18+6 6 , 12 q √ √ 72+12 18−6 6 , 12
q
√ √ 72+12 18+6 6 , 12
q
√ √ 72+12 18−6 6 , 12
· ·
q √ √ 2− 2+ 2 − 2
q √ √ 2+ 2− 2 − 2
q √ √ 2+ 2+ 2 − 2
·
−
·
q √ √ 2− 2− 2 2
q
√ √ 72+12 18+6 6 , 12
q q √ √ √ √ 72+12 18−6 6 72−12 18−6 6 , 12 12
· ·
q
q q √ √ √ √ 72+12 18−6 6 72−12 18−6 6 , 12 12
√ √ 72+12 18+6 6 , 12
q √ √ 72−12 18+6 6 12
q q √ √ √ √ 72+12 18−6 6 72−12 18−6 6 , 12 12
Z
w0 = 1, 15
11, 25o 8, 82o
w1 = 1, 15
56, 25o
w2 = 1, 15
101, 25o
8, 82o
w3 = 1, 15
146, 25o 36, 18o
w4 = 1, 15
191, 25o
8, 82o
w5 = 1, 15
236, 25o
36, 18o
w6 = 1, 15
281, 25o
8, 82o
36, 18o
w7 = 1, 15
326, 25o
36, 18o
X
No gr´ afico, em azul temos as solu¸co˜es de ´ındices pares: w0 , w2 , w4 , e w6 ; e, em vermelho temos as solu¸co˜es de ´ındices ´ımpares: w1 , w3 , w5 , e w7 . Inicialmente observamos que apenas as solu¸co˜es de ´ındices pares s˜ ao ra´ızes (quartas) do hipercomplexo (1, 1, 1), isto ´e, satisfazem a equa¸ca˜o (x, y, z)4 = (1, 1, 1). Com efeito, basta observar que apenas estas satisfazem as exigˆencias da proposi¸ca˜o 12 (p´ ag. 44), isto ´e, cos β ≥ 0, cos 2β ≥ 0, e cos 3β ≥ 0. Para as solu¸co˜es de ´ındices ´ımpares, temos w2 = ρ2 2θ 2β , com cos 2β ≥ 0, o que significa que, pela proposi¸ca˜o 6 (p´ ag. 33), temos w2 · w2 = ρ2 2θ 2β · ρ2 2θ 2β = ρ4 4θ 4β w4 = w3 · w 6= w2 · w2
q q √ √ √ √ 72+12 18+6 6 72−12 18+6 6 , 12 12
Para uma an´ alise das solu¸co˜es do nosso sistema, vamos escrevˆe-las na forma polar (com duas decimais), assim:
Acontece que,
q √ √ 72−12 18+6 6 12
An´ alise das solu¸ co ˜es
Y
!
74 devido a n˜ ao associatividade da multiplica¸ca˜o. Vˆe-se da´ı que apenas as solu¸co˜es de ´ındices pares satisfazem w4 = w3 · w = (1, 1, 1). Para as de ´ındices ´ımpares temos w4 = w3 · w 6= (1, 1, 1). Nota: Podemos usar o programa para o c´ alculo de potˆencias, dado no apˆendice (p´ ag. 141) para confirmar estas afirmativas. A prop´ osito deixamos ao leitor o seguinte∗ : Desafio: Resolva, em R, o seguinte sistema: ˜=1 (x2 − y 2 )2 − 4x2 y 2 λ2 λ ˜=1 4xy(x2 − y 2 )λ2 λ 3 4z(x2 + y 2 ) 2 |λ| = 1
onde,
λ=1−
x2
z2 4z 2 ˜ =1− , λ 2 2 +y λ (x2 + y 2 )
Nota: Ver sistema (1.32), p´ ag. 37. No pr´oximo cap´ıtulo mostraremos que s˜ ao em n´ umero de quatro as ra´ızes quadradas de um hipercomplexo (n˜ ao-singular), deste modo conjecturamos que deve ser em n´ umero de oito as ra´ızes quartas. Se esta conjectura ´e verdadeira, onde estariam as outras quatro ra´ızes quartas de (1, 1, 1) ? ´ disto que nos ocuparemos agora. E Dado um hipercomplexo w = ρ θ β o diagrama a seguir,
ρ4 4θ
4β
ρ4 4θ
2β
ρ4 4θ
2β
ρ4 4θ
0
0 β≥ s 2 P 1) o c
P 3)
0
2θ
β< s3 co
cos β≥0
2β
(M
w
ρ2
3β
(M
ρ3 3θ
P
1)
co s3 β≥
0
( H1 )
( H2 )
(M
(M P 1)
( H3 )
P
co sβ
β
(M
ρ3 3θ
1)
≥
0
(M
co P 3 s2 ) β< 0
P
sβ co
(M
<
3)
0
( H4 )
mostra que existem quatro possibilidades para o c´ alculo de w4 . Este diagrama foi construido a partir da regra geral para a multiplica¸ca˜o de dois hipercomplexos na forma polar; regra esta dada ap´ os a prova da proposi¸ca˜o 6, p´ ag. 146. ∗ Este desafio foi divulgado a n´ ıvel nacional e em nossa home-page. Demos um prazo de trˆ es meses (a partir de 20.12.06) para sua resolu¸ca ˜o, ofertamos um prˆ emio acima de R$1.000, 00; n˜ ao houve vencedor.
75
Gentil
Do diagrama acima tiramos as seguintes hip´oteses (possibilidades): ( H1 )
cos β ≥ 0 ∧ cos 2β ≥ 0 ∧ cos 3β ≥ 0
⇒
w 4 = ρ4
4θ
4β
( H2 )
cos β ≥ 0 ∧ cos 2β ≥ 0 ∧ cos 3β < 0
⇒
w 4 = ρ4
4θ
2β
( H3 )
cos β ≥ 0 ∧ cos 2β < 0 ∧ cos β ≥ 0
⇒
w 4 = ρ4
4θ
2β
( H4 )
cos β ≥ 0 ∧ cos 2β < 0 ∧ cos β < 0
⇒
w 4 = ρ4
4θ
0
Observemos que ( H4 ) ´e uma inconsistˆencia, desta forma ficamos com trˆes possibilidades. A primeira hip´ otese, ( H1 ), j´a foi considerada e nos forneceu quatro ra´ızes. Quanto ` a hip´ otese ( H2 ), deixamos como exerc´ıcio ao leitor, mostrar que a mesma n˜ ao conduz a nenhuma raiz, de sorte que nos ocuparemos de ( H3 ): cos β ≥ 0 ∧ cos 2β < 0 ⇒ w4 = ρ4 4θ 2β . Nestas condi¸co˜es devemos resolver o seguinte sistema: 4 ρ cos 4θ · cos 2β = 1 4 ρ sen 4θ · cos 2β = 1 ρ4 sen 2β = 1
(1.71) (1.72) (1.73)
Pois bem, da u ´ ltima equa¸ca˜o concluimos que
( (1.71),(1.72) cos 4θ > 0 2β ∈ IQ ⇒ cos 2β > 0 =⇒ sen 4θ > 0 sen 2β > 0 ⇒ ou ( cos 4θ < 0 2β ∈ IIQ ⇒ cos 2β < 0 =⇒ sen 4θ < 0
⇒ 4θ ∈ IQ ⇒ 4θ ∈ IIIQ
Conclus˜ ao, 2β ∈ IQ ∧ 4θ ∈ IQ ou 2β ∈ IIQ ∧ 4θ ∈ IIIQ
(1.74) (1.75)
A restri¸ca˜o (1.74) ´e incompat´ıvel com ( H3 ), deve ser abandonada. Resta (1.75). Pois bem, dividindo (1.72) por (1.71): tg 4θ = 1. Da trigonometria, temos tg λ = tg α ⇒ λ = α + kπ, k ∈ Z Sendo assim, temos tg 4θ = tg
π π ⇒ 4θ = + kπ, k ∈ Z 4 4
Vamos considerar a condi¸ca˜o (1.75). Temos,
76 (1.74) : 2β ∈ IIQ ∧ 4θ ∈ IIIQ. Temos, 4θ =
π + kπ ∈ IIIQ ⇒ k = 1, 3, 5, . . . k ´e ´ımpar. 4
(1.76)
Sendo assim, temos cos 4θ = cos
π 1 π + kπ = − cos = − √ 4 4 2
Este resultado no sistema original nos fornece, √ ( 4 √ ρ cos 2β = − 2 2 ⇒ tg 2β = − 4 2 ρ sen 2β = 1 Da identidade trigonom´etrica, cos2 x =
1 1+ tg 2 x ,
cos 2β = −
obtemos
√ 6 3
(1.77)
Voltando com este resultado no u ´ ltimo sistema obtemos ρ4 = Substituindo (1.77) em (1.64), obtemos p p √ √ 18 + 6 6 18 − 6 6 ; cos β = sen β = 6 6 De (1.76) temos, 4θ = obtemos
θ
π 4
+ kπ
⇒
k=1, 9,...
θ =
π 16
+
kπ 4 .
o θ= 13π 16 =146, 25
k=3, 11,...
√
3.
(1.78)
Plotando θ × k, k ´ımpar,
θ
k
o θ= 5π 16 =56, 25
k
o θ= 29π 16 =326, 25
k=7, 15,... θ= 21π 16
k=5, 13,...
=236, 25o
Observamos que quatro valores de k nos fornecem solu¸co˜es distintas: k = 1, 3, 5, 7. k = 1 : 4θ = 5π 4 k = 3 : 4θ = 13π π 4 4θ = + kπ ⇒ 21π 4 k = 5 : 4θ = 4 k = 7 : 4θ = 29π 4
( i ) 4θ =
5π 4 .
Ent˜ ao, cos 4θ = −
√ 2 2
de (1.65) resulta p √ 2− 2 cos 2θ = − 2
77
Gentil
Observe que, 4θ =
5π 5π 4π + π π π ⇒ 2θ = ⇒ 2θ = ⇒ 2θ = + ⇒ cos 2θ < 0. 4 8 8 2 8
Este resultado em (1.64) nos d´ a, q √ √ 2+ 2− 2 ; 2
sen θ =
cos θ =
q √ √ 2− 2− 2 2
Estes resultados, juntamente com (1.78), nos fornecem a solu¸ca˜o w1 = ρ (cos θ · cos β, sen θ · cos β, sen β): q √ √ √ √ q √ √ √ √ √ √ √ 2− 2− 2 2+ 2− 2 18−6 6 18−6 6 6 8 w1 = 3 · , · , 18+6 2 6 2 6 6
( ii ) 4θ =
13π 4 .
Ent˜ ao, cos 4θ = −
√ 2 2
de (1.65) resulta
cos 2θ =
p
2− 2
√
2
Observe que, 4θ =
13π 8π + 4π + π π π 13π ⇒ 2θ = ⇒ 2θ = ⇒ 2θ = π+ + ⇒ cos 2θ > 0. 4 8 8 2 8
Este resultado em (1.64) nos d´ a, sen θ =
q √ √ 2− 2− 2 ; 2
cos θ =
q √ √ 2+ 2− 2 − 2
Estes resultados, juntamente com (1.78), nos fornecem a solu¸ca˜o w3 = ρ (cos θ · cos β, sen θ · cos β, sen β): q √ √ √ √ q √ √ √ √ √ √ √ 2+ 2− 2 2− 2− 2 18−6 6 18−6 6 18+6 6 8 w3 = 3 − · , · , 2 6 2 6 6 ( iii ) 4θ =
21π 4 .
Ent˜ ao, cos 4θ = −
√ 2 2 ,
de (1.65) obtemos
p √ 2− 2 cos 2θ = − 2
Observe que, 4θ =
21π 21π 16π + 4π + π π π ⇒ 2θ = ⇒ 2θ = ⇒ 2θ = 2π+ + ⇒ cos 2θ < 0. 4 8 8 2 8
Este resultado em (1.64) nos d´ a, sen θ = −
q √ √ 2+ 2− 2 ; 2
cos θ = −
q √ √ 2− 2− 2 2
Estes resultados, juntamente com (1.78), nos fornecem a solu¸ca˜o w5 = ρ (cos θ · cos β, sen θ · cos β, sen β): q √ √ √ √ q √ √ √ √ √ √ √ 2− 2− 2 2+ 2− 2 18−6 6 18−6 6 18+6 6 8 · , − · , w5 = 3 − 2 6 2 6 6
78 ( iv ) 4θ =
29π 4 .
4θ =
29π 4 .
Ent˜ ao, cos 4θ = −
√ 2 2
de (1.65) obtemos
p √ 2− 2 cos 2θ = − 2
Observe que, 4θ =
29π 24π + 4π + π π π 29π ⇒ 2θ = ⇒ 2θ = ⇒ 2θ = 3π+ + ⇒ cos 2θ > 0. 4 8 8 2 8
Este resultado em (1.64) nos d´ a, sen θ =
q √ √ 2− 2− 2 − ; 2
q
cos θ =
2+
√
√ 2− 2
2
Estes resultados, juntamente com (1.78), nos fornecem a solu¸ca˜o w7 = ρ (cos θ · cos β, sen θ · cos β, sen β): q √ q √ √ √ √ √ √ √ 2+ 2−√2 √18−6 √6 2− 2− 2 18−6 6 18+6 6 · , − · , w7 = 8 3 2 6 2 6 6 Reunindo estas quatro solu¸co˜es, temos: √ w1 = 8 3
q √ √ 2− 2− 2 2
√ w3 = 8 3 − w5 =
√ 8 3 −
√ w7 = 8 3
·
q √ √ 2+ 2− 2 2 q √ √ 2− 2− 2 2
q √ √ 2+ 2− 2 2
·
√
18−6 6
6
√
18−6 6
· ·
√
√
18−6 6
√
18−6 6
√
,
q √ √ 2+ 2− 2 2
√ 6 √ 6
6
,
,
·
q √ √ 2− 2− 2 2
,−
√
18−6 6
·
q √ √ 2+ 2− 2 2
q √ √ 2− 2− 2 − 2
·
√
√
6
18−6 6
·
√
18−6 6
18+6 6
√ 6
18−6 6
√
√
,
√ 6
√
,
6
18+6 6
,
√
√
6
√
√ 6
18+6 6
,
√
18+6 6
√
√ 6
6
Temos, wi4 = (1, 1, 1) para i = 1, 3, 5, 7. A seguir plotamos as oito ra´ızes quartas de (1, 1, 1): Z 72, 37o
w0 = 1, 15
11, 25o 8, 82o
w1 = 1, 15
56, 25o
w2 = 1, 15
101, 25o
8, 82o
w3 = 1, 15
146, 25o 72, 37o
w4 = 1, 15
191, 25o
8, 82o
w5 = 1, 15
236, 25o
72, 37o
w6 = 1, 15
281, 25o
8, 82o
w7 = 1, 15
326, 25o
72, 37o
Y X
No gr´ afico, em azul temos as ra´ızes de ´ındices pares: w0 , w2 , w4 , e w6 ; e, em vermelho temos as ra´ızes de ´ındices ´ımpares: w1 , w3 , w5 , e w7 .
79
Gentil
Uma conseq¨ uˆencia da proposi¸ca˜o 10 (p´ ag. 36) ´e o seguinte √ √ n ao Corol´ ario 4. Se n w = wk , ent˜ w˙ = w˙ k . Prova: Com efeito, seja w = (x, y, z) e wk = (a, b, c) uma raiz n−´esima de w. Temos, w˙ = (x, y, −z) e w˙ k = (a, b, −c). Por defini¸ca˜o de raiz n−´esima, temos wkn = (x, y, z); pela proposi¸ca˜o 10 resulta w˙ kn = (x, y, −z), o que prova que w˙ k ´e raiz n−´esima de w. ˙ Como uma conseq¨ uˆencia imediata deste corol´ ario, as oito ra´ızes quartas de (1, 1, −1) s˜ ao: w˙ 0 , w˙ 1 , w˙ 2 , w˙ 3 , w˙ 4 , w˙ 5 , w˙ 6 , w˙ 7 . Gr´ aficamente, temos Z −72, 37o
w˙ 0 = 1, 15
11, 25o −8, 82o
w˙ 1 = 1, 15
56, 25o
w˙ 2 = 1, 15
101, 25o
−8, 82o
w˙ 3 = 1, 15
146, 25o −72, 37o
w˙ 4 = 1, 15
191, 25o
−8, 82o
w˙ 5 = 1, 15
236, 25o
−72, 37o
w˙ 6 = 1, 15
281, 25o
−8, 82o
w˙ 7 = 1, 15
326, 25o
−72, 37o
Y X
Um Desafio A equa¸ca˜o de Pit´ agoras: x2 + y 2 = z 2
(1.79)
3
possui infinitas solu¸co˜es em R . O prop´ osito deste desafio ´e mostrarmos um “algoritmo” para encontrarmos um “grande” n´ umero de solu¸co˜es para esta equa¸ca˜o. Por exemplo, vamos agora encontrar 4 × 4 × 2 = 32 solu¸co˜es. Pois bem, tomamos x ∈ { w0 , w1 , w2 , w3 } y ∈ { w˙ 0 , w˙ 1 , w˙ 2 , w˙ 3 } onde, x = wk ´e qualquer uma das ra´ızes quadradas de (1, 1, 1); e tomamos y = w˙ k , qualquer uma das ra´ızes quadradas de (1, 1, −1). Ent˜ ao, x2 = wk2 = (1, 1, 1) ⇒ x2 + y 2 = (2, 2, 0) 2 y = w˙ k2 = (1, 1, −1) Tomando z 2 = (2, 2, 0), basta encontrarmos as ra´ızes quadradas de (2, 2, 0) em ´ o que faremos agora. Temos, C. E √ π (2, 2, 0) = 2(1, 1) = 2 2 4
ormula de Moivre: Dados o n´ umero complexo z = ρ θ Vamos relembrar a 2a f´ e o n´ umero natural n ( n ≥ 2 ), ent˜ ao existem n ra´ızes en´ezimas de z que s˜ ao da forma, √ zk = n ρ · cos nθ + k · 2π + i · sen nθ + k · 2π n n
80 Sendo assim, resulta: p √ 2 zk = 2 2 · cos
π/4 2
+k·
2π 2
+ i · sen
π/4 2
Tomando k = 0, 1 obtemos, √ √ √ √2+√2 2− 2 z0 = 4 8 · + i · 2 2 z1 =
Podemos escrever, z0 = z1 = Portanto, tomando,
+k·
2π 2
√ √ √ √ √ 2 2− 2 4 8 · − 2+ − i · 2 2
√ √ √ √ √ 2+ 2 2− 2 4 8· , , 0 2 2
√ √ √ √ √ 2− 2 2 4 8 · − 2+ , − , 0 2 2
x ∈ { w0 , w1 , w2 , w3 , w4 } y ∈ { w˙ 0 , w˙ 1 , w˙ 2 , w˙ 3 } z ∈ { z0 , z1 } obtemos 32 solu¸co˜es para a equa¸ca˜o proposta. Plotando as solu¸co˜es, temos (ver p´ ag. 61) Z
Y X
Ou ainda,
As bolinhas em azul representam as ra´ızes quadradas de (1, 1, 1), as bolinhas em vermelho representam as ra´ızes quadradas de (1, 1, −1) e as bolinhas
81
Gentil
em verde representam as ra´ızes quadradas de (2, 2, 0); de sorte que, combinando uma bolinha de cada cor temos as solu¸co˜es da equa¸ca˜o x2 + y 2 = z 2 . Nota: Se usarmos as raizes quadradas de 1 − j, calculadas anteriormente, obtemos outras 32 solu¸co˜es para a equa¸ca˜o dada. Vejamos mais um exemplo, A equa¸ca˜o de Fermat: x4 + y 4 = z 4 (1.80) possui infinitas solu¸co˜es em R3 . Vamos agora encontrar, seguindo o algoritmo dado, 8×8×4 = 256 solu¸co˜es, para esta equa¸ca˜o. Pois bem, tomamos x ∈ { w0 , w1 , w2 , w3 , w4 , w5 , w6 , w7 } y ∈ { w˙ 0 , w˙ 1 , w˙ 2 , w˙ 3 , w˙ 4 , w˙ 5 , w˙ 6 , w˙ 7 } onde, x = wk ´e qualquer uma das ra´ızes quartas de (1, 1, 1); e tomamos y = w˙ k , qualquer uma das ra´ızes quartas de (1, 1, −1). Ent˜ ao, x4 = wk4 = (1, 1, 1) ⇒ x4 + y 4 = (2, 2, 0) 4 4 y = w˙ k = (1, 1, −1)
Tomando z 4 = (2, 2, 0), basta encontrarmos as ra´ızes quartas de (2, 2, 0) em ´ o que faremos agora. Temos, C. E √ π (2, 2, 0) = 2(1, 1) = 2 2 4
Aplicando a f´ ormula de Moivre, resulta: p √ 4 2π zk = 2 2 · cos π/4 + i · sen 4 +k· 4 Tomando k = 0, 1, 2, 3 obtemos, q √ √ 2+ 2+√2 z0 = 8 8 · +i· 2
π/4 4
q √ √ 2− 2+ 2 2
+k·
q √ q √ √ √ 2− 2+ 2 2+ 2+ 2 + i · 2 2 q √ q √ √ √ √ 2+ 2+ 2 2− 2+ 2 z2 = 8 8 · − −i· 2 2 q √ q √ √ √ 2− 2+√2 2+ 2+ 2 z3 = 8 8 · − i · 2 2
√ z1 = 8 8 · −
Podemos escrever,
√ z0 = 8 8 ·
q √ q √ √ √ 2+ 2+ 2 2− 2+ 2 , , 2 2
√ z1 = 8 8 · − √ z2 = 8 8 · −
√ z3 = 8 8 ·
0
q √ q √ √ √ 2− 2+ 2 2+ 2+ 2 , , 2 2 q √ √ 2+ 2+ 2 , 2
q √ √ 2− 2+ 2 , 2
0
q √ √ 2− 2+ 2 − , 2
q √ √ 2+ 2+ 2 − , 2
0
0
2π 4
82 Portanto, tomando, x ∈ { w0 , w1 , w2 , w3 , w4 , w5 , w6 , w7 } y ∈ { w˙ 0 , w˙ 1 , w˙ 2 , w˙ 3 , w˙ 4 , w˙ 5 , w˙ 6 , w˙ 7 } z ∈ { z0 , z1 , z2 , z3 } obtemos 256 solu¸co˜es para a equa¸ca˜o proposta. Plotando as solu¸co˜es, temos Z
Y
X
Ou ainda,
As bolinhas em azul representam as ra´ızes quartas de (1, 1, 1), as bolinhas em vermelho representam as ra´ızes quartas de (1, 1, −1) e as bolinhas em verde representam as ra´ızes quartas de (2, 2, 0); de sorte que, combinando uma bolinha de cada cor temos as solu¸co˜es da equa¸ca˜o x4 + y 4 = z 4 .
Cap´ıtulo 2
Equa¸c˜ oes Resolu¸c˜ ao da equa¸c˜ ao a · w = b
2.1
Vamos resolver a equa¸ca˜o, a · w = b , onde a = (a1 , b1 , c1 ) e b = (a2 , b2 , c2 ) s˜ ao dados e w = (x, y, z) ´e a inc´ ognita. Vamos assumir que (isto ´e, vamos resolver esta equa¸ca˜o para o caso em que) a e b situam-se fora do eixo 0z (hipercomplexos n˜ ao-singulares). Pois bem, calculando o produto a · w em (D4 ), obtemos (a1 · x − b1 · y) γ, (a1 · y + x · b1 ) γ, c1 · r2 + z · r1 = (a2 , b2 , c2 ) Onde,
r1 =
q p a21 + b21 , r2 = x2 + y 2 e γ = 1 −
c1 ·z r1 ·r2
Devemos resolver o seguinte sistema, (a1 · x − b1 · y) γ = a2 (a1 · y + b1 · x) γ = b2 c1 · r2 + z · r1 = c2 Como, por hip´ otese, r2′ =
(2.1) (2.2) (2.3)
q a22 + b22 6= 0, vamos considerar dois casos,
1o ) b2 6= 0. Dividindo (2.1) por (2.2) e resolvendo em rela¸ca˜o a y, obtemos, y=
a1 b 2 − a2 b 1 ·x =µ·x a1 a2 + b 1 b 2
Temos, r2 = Ainda,
p p p x2 + y 2 = x2 + (µ · x)2 = |x| λ, onde, λ = 1 + µ2 > 0 γ =1−
c1 · z c ·z =1− 1 r1 · r2 r1 · |x| λ 83
(2.4)
84 Tirando z em (2.3) e substituindo nesta equa¸ca˜o, obtemos γ =1−
c1 c1 c − c1 |x| λ ·z = 1− · 2 r1 · |x| λ r1 · |x| λ r1 = 1−
c1 c2 − c21 |x| λ r12 |x| λ
(2.5)
Este resultado em (2.2) nos d´ a, c c − c2 |x| λ = b2 (a1 · µ · x + b1 · x) 1 − 1 2 2 1 r1 |x| λ Devemos considerar duas possibilidades: 1a ) x > 0, ( |x| = x ). Neste caso ficamos com, c c − c2 x λ = b2 x (a1 · µ + b1 ) 1 − 1 2 2 1 r1 x λ Resolvendo esta equa¸ca˜o para x encontramos, 1 c c b2 x= 2 r12 + 1 2 ρ1 a1 µ + b 1 λ Ou ainda (eliminando o parˆ ametro λ), x=
c1 c2 b2 1 2 p + r ρ21 a1 µ + b1 1 1 + µ2
Este resultado em (2.4) nos d´ a y e em z =
c2 −c1 |x| λ r1
nos d´ a z.
2a ) x < 0, ( |x| = −x ). Neste caso ficamos com, c c + c2 x λ x (a1 · µ + b1 ) 1 + 1 2 2 1 = b2 r1 x λ Resolvendo esta equa¸ca˜o para x encontramos, c c b2 1 r12 − 1 2 x= 2 ρ1 a1 µ + b 1 λ Ou ainda (eliminando o parˆ ametro λ), x=
c1 c2 b2 1 2 p − r ρ21 a1 µ + b1 1 1 + µ2
Este resultado em (2.4) nos d´ a y e em z =
c2 −c1 |x| λ r1
nos d´ a z.
o
2 ) a2 6= 0. Dividindo (2.2) por (2.1) e resolvendo em rela¸ca˜o a y, obtemos, o mesmo resultado que em (2.4). Substituindo γ de (2.5) em (2.1), obtemos c c − c2 |x| λ (a1 · x − b1 · µx) 1 − 1 2 2 1 = a2 r1 |x| λ
85
Gentil
Devemos considerar duas possibilidades: 1a ) x > 0, ( |x| = x ). Neste caso ficamos com, c c − c2 x λ = a2 x (a1 − b1 · µ) 1 − 1 2 2 1 r1 x λ Resolvendo esta equa¸ca˜o para x encontramos, 1 a2 c c x= 2 r12 + 1 2 ρ1 a1 − µ b 1 λ Ou ainda (eliminando o parˆ ametro λ), a2 c c 1 r12 + p 1 2 x= 2 ρ1 a1 − µ b 1 1 + µ2 2a ) x < 0, ( |x| = −x ). Neste caso ficamos com,
c c + c2 x λ = a2 x (a1 − b1 · µ) 1 + 1 2 2 1 r1 x λ Resolvendo esta equa¸ca˜o para x encontramos, 1 c c a2 x= 2 r12 − 1 2 ρ1 a1 − µ b 1 λ Ou ainda (eliminando o parˆ ametro λ), a2 c c 1 r12 − p 1 2 x= 2 ρ1 a1 − µ b 1 1 + µ2
Resumindo, a equa¸ca˜o (a1 , b1 , c1 ) · w = (a2 , b2 , c2 ), do primeiro grau, possui duas solu¸co˜es, dadas assim, a2 c1 c2 a2 c1 c2 1 1 2 2 √ √ x = r + r − x = ρ21 a1 −µ·b1 1 ρ21 a1 −µ·b1 1 1+µ2 1+µ2 y = µ·x a2 6= 0 ⇒ y = µ · x ou √ √ z = c2 −c1 1+µ2 x z = c2 +c1 1+µ2 x r1 r1 (2.6) Ou ainda, b2 b2 c1 c2 c c 1 2 √ x = r + r12 − √ 1 2 2 x = ρ12 a µ+b 2 1 ρ a µ+b 2 1+µ 1+µ 1 1 1 1 1 1 y = µ·x b2 6= 0 ⇒ y = µ · x ou √ √ z = c2 −c1 1+µ2 x z = c2 +c1 1+µ2 x r1 r1 (2.7) Nota: se a2 6= 0 e b2 6= 0 o leitor pode constatar que os dois casos acima nos fornecem a mesma solu¸ca˜o. Exemplo: Resolva a equa¸ca˜o: (1, −1, 2) · w = (1, 0, 3)
(2.8)
86 Solu¸ c˜ ao: Temos, (a1 , b1 , c1 ) = (1, −1, 2) e (a2 , b2 , c2 ) = (1, 0, 3); ent˜ ao r12 = 12 + (−1)2 = 2,
ρ21 = 12 + (−1)2 + 22 = 6
e, µ=
a1 b 2 − a2 b 1 1 · 0 − 1 · (−1) = =1 a1 a2 + b 1 b 2 1 · 1 + (−1) · 0
Sendo assim temos, 1 1 x = 6 1−1·(−1) · 2 + a2 6= 0 ⇒ y = 1 · x √ z = 3−2 √1+12 x 2
Ou ainda,
x= y= z =
√ 2·3 1+12
ou
1 1 x = 6 1−1·(−1) · 2 − y =1·x √ z = 3+2 √1+12 x 2
√ (1 + 3 2 ) √ 1 6 (1 + 3 2 ) √ 1 6 (−2 + 3 2 ) 1 6
x= ou y= z =
√ 2) √ 1 6 (1 − 3 2 ) √ 1 6 (2 + 3 2 ) 1 6
(1 − 3
Nota: Confira este resultado com o exemplo 4o ), p´ ag. 10. Z
b a
Y
X
1 + 3 √2 1 + 3 √2 −2 + 3 √2 , , = 1, 29 45, 00o w= 6 6 6 e 1 − 3 √2 1 − 3 √2 2 + 3 √2 ′ w = = 1, 29 225, 00o , , 6 6 6 Vamos conferir, temos, a = (1, −1, 2) = 2, 45 b = (1, 0, 3) = 3, 16
−45, 00o 54, 74o 00, 00o
71, 57o
Temos, a · w = 2, 45 = 3, 16
−45, 00o 54, 74o 00, 00o 71, 57o
· 1, 29
=b
45, 00o 16, 83o
16, 83o
53, 70o
√ 2·3 1+12
87
Gentil
Tamb´em,
2.1.1
a · w′ = 2, 45
−45, 00o 54, 74o
· 1, 29
= 3, 16
180, 00o 108, 44o
≃b
225, 00o 53, 70o
Resolu¸c˜ ao da equa¸c˜ ao b · w = a
Nos reais (ou complexos) temos,
a x = b ⇒ (a x) x−1 = b x−1 ⇒ b x−1 = a Isto ´e, para ir de a at´e b multiplicamos por x. Para voltar de b para a, multiplicamos ( b ) por x−1 (inverso de x). Perguntamos: e nos hipercomplexos, como fazemos para voltar? (ser´a que voltamos pelo mesmo caminho?). Temos, a·w =b
(2.9)
Vamos de a para b por dois caminhos (as duas solu¸co˜es de (2.9)). Para voltar de b para a basta permut´ a-los em (2.9), assim b·w ˜=a
(2.10)
(a2 , b2 , c2 ) · w ˜ = (a1 , b1 , c1 )
(2.11)
Ou ainda, Para resolver esta equa¸ca˜o (isto ´e, para encontrar w) ˜ basta, na solu¸ca˜o de (2.9) fazer a seguinte permuta, a = (a1 , b1 , c1 ) l l l b = (a2 , b2 , c2 ) Isto ´e, basta trocarmos os ´ındices: 1 ↔ 2. Ent˜ ao, a solu¸ca˜o de (2.10) fica, b1 b1 c2 c1 c c 1 2 √ x = r + r22 − √ 2 1 2 x = ρ12 a (−µ)+b 2 ρ a (−µ)+b 2 2 1+(−µ) 1+(−µ) 2 2 2 2 2 2 y = (−µ) · x y = (−µ) · x b1 6= 0 ⇒ ou √ √ 2 x 2 1+(−µ) c −c z = 1 2 z = c1 +c2 1+(−µ) x r r 2
2
Ou ainda,
a1 c2 c1 1 2 √ x = r + 2 ρ2 a2 −(−µ)·b2 2 1+(−µ)2 a1 = 6 0 ⇒ y = (−µ) · x √ 2 z = c1 −c2 1+(−µ) x r 2
Observe que,
µ ˜=
a1 c2 c1 1 2 √ r − x = 2 ρ2 a2 −(−µ)·b2 2 1+(−µ)2 y = (−µ) · x ou √ 2 z = c1 +c2 1+(−µ) x r
a2 b 1 − a1 b 2 = −µ a2 a1 + b 2 b 1
2
88 onde µ ˜ diz respeito ` a solu¸ca˜o de (2.10). Resumindo, a solu¸ca˜o da equa¸ca˜o (2.11) ´e dada por a1 a1 c c c c x = ρ12 a +µ·b r22 + √ 2 1 2 r22 − √ 2 1 2 x = ρ12 a +µ·b 1+µ 1+µ 2 2 2 2 2 2 y = −µ · x a1 6= 0 ⇒ y = −µ · x ou √ 2 √ 2 1+µ x 1+µ x c −c c +c z= 1 2r z= 1 2r 2
2
Ou ainda,
b1 c c r22 + √ 2 1 2 x = ρ12 −a µ+b 1+µ 2 2 2 b1 = 6 0 ⇒ y = −µ · x √ z = c1 −c2 1+µ2 x r 2
b1 c c r22 − √ 2 1 2 x = ρ12 −a µ+b 1+µ 2 2 2 y = −µ · x ou √ z = c1 +c2 1+µ2 x r 2
−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−−− Perguntamos: que rela¸co˜es devem existir entre as (duas) solu¸co˜es w e as (duas) solu¸co˜es w? ˜ Ser´ a que w · w ˜ = 1? Vamos responder esta pergunta para o caso particular do exemplo anterior. Vamos resolver a equa¸ca˜o, (1, 0, 3) · w ˜ = (1, −1, 2) “inversa” de (2.8). Solu¸ c˜ ao: Temos, r22 = 11 + 02 = 1, e, µ ˜=
ρ22 = 11 + 02 + 32 = 10
a2 b 1 − a1 b 2 = −µ = −1 a2 a1 + b 2 b 1
Vamos tomar para solu¸ca˜o, b1 c2 c1 1 2 √ x = r + 2 ρ2 −a2 µ+b2 2 1+µ2 b1 6= 0 ⇒ y = −µ · x √ z = c1 −c2 1+µ2 x r 2
b1 c2 c1 1 2 √ r − x = 2 ρ2 −a2 µ+b2 2 1+µ2 y = −µ · x ou √ z = c1 +c2 1+µ2 x r 2
Nota: poderiamos ter tomado, igualmente, a solu¸ca˜o para o outro caso ( a1 6= 0 ). Temos, −1 −1 1 1 √ 3·2 √ 3·2 · 1 + · 1 − x = x = 2 2 10 −1· 1+0 10 −1· 1+0 1+1 1+1 ou y = −1 · x y = −1 · x √ √ 2 2 z = 2−3· 11+1 x z = 2+3· 11+1 x Sendo assim, temos x= w ˜= y= z =
√ (1 + 3 2) √ 1 10 (−1 − 3 2) √ 1 10 (2 − 3 2) 1 10
x= ou y= z =
√ (1 − 3 2) √ 1 10 (−1 + 3 2) √ 1 10 (2 + 3 2) 1 10
89
Gentil
Vamos repetir aqui, para efeito de compara¸ca˜o, a solu¸ca˜o do “problema inverso”: √ √ 1 x = (1 + 3 2 ) x = 16 (1 − 3 2 ) 6 √ √ w = y = 61 (1 + 3 2 ) ou y = 16 (1 − 3 2 ) z = 1 (−2 + 3 √2 ) z = 1 (2 + 3 √2 ) 6 6
Quem ´e inverso de quem? Isto ´e, w · w ˜ = 1? Nota: Usando o programa dado no apˆendice (para multiplicar dois hipercomplexos) constatamos que apenas a primeira solu¸ca˜o de w ˜ ´e inversa da primeira solu¸ca˜o de w. Da rela¸ca˜o, w1 ρ = 1 θ1 −θ2 β1 −β2 w2 ρ2 Tomando w1 = 1 = 1
0o
0o
, temos que o inverso de w2 ´e, 1 1 = w2 ρ2
−θ2
−β2
Vamos escrever as solu¸co˜es anteriores na forma polar para ver quem ´e inverso de quem: (b → a) w ˜ = 0, 77
−45, 00o −16, 83o
ou w ˜ = 0, 77
135, 00o
53, 70o
Vamos repetir, para efeito de compara¸ca˜o, as solu¸co˜es w, (a → b) w = 1, 29
45, 00o 16, 83o
ou w′ = 1, 29
225, 00o 53, 70o
O que confirma a assertiva anterior. Logo, para irmos de a para b (a → b) vamos por dois caminhos, para retornar (b → a) tamb´em retornamos por dois caminhos. Apenas um destes ´e inverso de um dos caminhos da ida (por sinal o “menor caminho” tem inverso). Portanto, retornamos por um caminho diferente da ida (embora o outro seja o mesmo da ida). De outro modo: a solu¸ca˜o da equa¸ca˜o b → a nos d´ a duas op¸co˜es: ou voltamos pelo “mesmo caminho” (inverso) ou voltamos por um caminho diferente dos dois da ida.
90
2.1.2
Resolu¸c˜ ao da equa¸c˜ ao a · w −1 = b
a Vamos resolver a equa¸ca˜o, w = b (ou ainda a · w−1 = b) , onde a = (a1 , b1 , c1 ) e b = (a2 , b2 , c2 ) s˜ ao dados e w = (x, y, z) ´e a inc´ ognita. Vamos assumir que (isto ´e, vamos resolver esta equa¸ca˜o para o caso em que) a e b situam-se fora do eixo 0z. Inicialmente escrevemos w−1 , assim,
w−1 =
1 ( x, −y, −z ), ρ2
onde ρ2 = x2 + y 2 + z 2 .
Devemos resolver a seguinte equa¸ca˜o, (a1 , b1 , c1 ) ·
x −y −z , , , = (a2 , b2 , c2 ) ρ2 ρ2 ρ2
A resolu¸ca˜o direta deste sistema torna-se extremamente dif´ıcil (se ´e que ´e poss´ıvel). Vamos resolvˆe-lo indiretamente, aproveitando a solu¸ca˜o da equa¸ca˜o do primeiro grau a · w = b. Resolvemos esta equa¸ca˜o para as vari´ aveis ρx2 , −y ρ2 e −z ca˜o (2.7), p´ ag. 85), ρ2 , assim (ver equa¸ b2 x 1 2 √c1 c2 2 ρ2 = ρ21 a1 µ+b1 r1 + 1+µ −y x = µ · b2 = 6 0 ⇒ ρ2 ρ2 √ 2 x 1+µ · ρ2 c −c −z 2 1 = ρ2 r 1
Ou ainda,
b2 6= 0 ⇒
x=
1 ρ21
b2 a1 µ+b1
y = −µ · x z = − c2 ρ2 + r 1
c1 r1
c c r12 + √ 1 2 2 · ρ2
b2 x 1 2 √c1 c2 2 ρ2 = ρ21 a1 µ+b1 r1 − 1+µ −y x = µ · ou ρ2 ρ2 √ 2 x 1+µ · ρ2 c +c −z 2 1 = ρ2 r 1
1+µ
p 1 + µ2 · x
ou
x=
1 ρ21
b2 a1 µ+b1
y = −µ · x
z = − c 2 ρ2 − r 1
c1 r1
c c r12 − √ 1 2 2 · ρ2 1+µ
p 1 + µ2 · x
Neste instante o leitor poderia argumentar: a equa¸ca˜o a · w−1 = b ainda n˜ ao encontra-se resolvida devido a que ρ2 = x2 + y 2 + z 2 . Isto ´e verdade. Para contornar este obst´ aculo usaremos de um artif´ıcio. Pelo corol´ ario 2 (p´ ag. 33), temos a · w−1 = b ⇒ |a · w−1 | = |b| ⇒ |a| · w−1 = |b| ⇒ |a| ·
1 |a| = |b| ⇒ ρ = ρ |b|
Sendo assim, vamos considerar ρ como uma constante. Tendo em conta ρ1 que ρ = |a| |b| = ρ , resulta 2
b2 c1 c2 1 2 √ x = r + 2 ρ2 a1 µ+b1 1 1+µ2 b2 = 6 0 ⇒ y = −µ · x z = − c2 ρ1 2 + c1 p1 + µ2 · x r1
ρ2
r1
b2 c1 c2 1 2 √ x = r − 2 ρ2 a1 µ+b1 1 1+µ2 ou y = −µ · x z = − c2 ρ1 2 − c1 p1 + µ2 · x r1
ρ2
r1
91
Gentil
A outra solu¸ca˜o fica assim (ver equa¸ca˜o (2.6), p´ ag. 85), a2 a2 x 1 1 x 2 2 √c1 c2 2 √c1 c2 2 r + r − 2 = ρ2 2 = ρ2 ρ a −µ·b 1 ρ a −µ·b 1 1+µ 1+µ 1 1 1 1 1 1 −y −y x x = µ · = µ · a2 6= 0 ⇒ ou ρ2 ρ2 ρ2 ρ2 √ √ 2 x x 2 1+µ · ρ2 c2 −c1 −z −z = c2 +c1 1+µ · ρ2 = ρ2 r ρ2 r 1
1
Ou ainda,
a2 6= 0 ⇒
x =
1 ρ22
a2 a1 −µ·b1
c c r12 + √ 1 2 2
y = −µ · x
z = − c 2 r
ρ1 2 ρ2
1
+
1+µ
c1 r1
x =
ou
1 ρ22
a2 a1 −µ·b1
c c r12 − √ 1 2 2 1+µ
y = −µ · x
z = − c 2 r
p 1 + µ2 · x
1
ρ1 2 ρ2
−
c1 r1
p 1 + µ2 · x
Exemplo: Resolva a equa¸ca˜o: (1, −1, 2) · w−1 = (1, 0, 3). Ou ainda, (1, −1, 2) · (x, y, z)−1 = (1, 0, 3) Solu¸ c˜ ao: Temos, (a1 , b1 , c1 ) = (1, −1, 2) e (a2 , b2 , c2 ) = (1, 0, 3); ent˜ ao r12 = 12 + (−1)2 = 2,
ρ21 = 12 + (−1)2 + 22 = 6,
ρ22 = 12 + 02 + 32 = 10
e, µ= Temos,
a2 6= 0 ⇒
x=
1 10
a1 b 2 − a2 b 1 1 · 0 − 1 · (−1) = =1 a1 a2 + b 1 b 2 1 · 1 + (−1) · 0
1 1−1·(−1)
y = −1 · x z = − √3 6 + 2 10
·2+
√ 2·3 1+12
ou
√ √2 1 + 12 · x 2
Simplificando, obtemos √ 1 x = 10 (1 + 3 2) √ 1 y = − 10 (1 + 3 2) z = 1 (2 − 3 √2) 10
x=
1 10
1 1−1·(−1)
y = −1 · x z = − √3 6 − 2 10
√ 2) √ 1 ou y = − 10 (1 − 3 2) z = − 1 (2 + 3 √2) 10 x =
1 10 (1
−3
·2−
√2 2
√
√ 2·3 1+12
1 + 12 · x
92
2.1.3
Resolu¸c˜ ao da equa¸c˜ ao b · w −1 = a
Vamos resolver a equa¸ca˜o, wb = a (ou ainda b · w−1 = a) , onde a = (a1 , b1 , c1 ) e b = (a2 , b2 , c2 ) s˜ ao dados e w = (x, y, z) ´e a inc´ ognita. Vamos assumir que (isto ´e, vamos resolver esta equa¸ca˜o para o caso em que) a e b situam-se fora do eixo 0z. Inicialmente escrevemos w−1 , assim, w−1 =
1 ( x, −y, −z ), ρ2
onde ρ2 = x2 + y 2 + z 2 .
Devemos resolver a seguinte equa¸ca˜o, (a2 , b2 , c2 ) ·
x −y −z , , , = (a1 , b1 , c1 ) ρ2 ρ2 ρ2
(2.12)
A resolu¸ca˜o direta deste sistema torna-se extremamente dif´ıcil (se ´e que ´e poss´ıvel). Vamos resolvˆe-lo indiretamente, aproveitando a solu¸ca˜o da equa¸ca˜o do primeiro grau a · w = b. Inicialmente fa¸camos uma “mudan¸ca de vari´ aveis” , assim, X=
x −y −z , Y = 2, Z= 2. 2 ρ ρ ρ
(2.13)
O nosso sistema torna-se, (a2 , b2 , c2 ) · (X, Y, Z) = (a1 , b1 , c1 )
(2.14)
Para resolver esta equa¸ca˜o (isto ´e, para encontrar W = (X, Y, Z)) basta, na solu¸ca˜o de a · w = b fazer a seguinte permuta, a = (a1 , b1 , c1 ) l l l b = (a2 , b2 , c2 ) Isto ´e, basta trocarmos os ´ındices: 1 ↔ 2. Ent˜ ao, a solu¸ca˜o de (2.14) fica (ver equa¸ca˜o (2.6), p´ ag. 85), a1 a1 c c c c r22 + √ 2 1 2 r22 − √ 2 1 2 X = ρ12 a −(−µ)·b X = ρ12 a −(−µ)·b 1+(−µ) 1+(−µ) 2 2 2 2 2 2 Y = (−µ) · X Y = (−µ) · X ou a1 6= 0 ⇒ √ √ 2 2 c1 −c2 1+(−µ) X Z = c1 +c2 1+(−µ) X Z= r r 2
2
Ou ainda (ver equa¸ca˜o (2.7), p´ ag. 85), b1 c2 c1 1 2 √ r + X = 2 ρ2 a2 (−µ)+b2 2 1+(−µ)2 b1 6= 0 ⇒ Y = (−µ) · X √ 2 Z = c1 −c2 1+(−µ) X r 2
Observe que,
µ=
a1 b 2 − a2 b 1 a1 a2 + b 1 b 2
1↔2
=⇒
b1 c2 c1 1 2 √ r − X = 2 ρ2 a2 (−µ)+b2 2 1+(−µ)2 Y = (−µ) · X ou √ 2 Z = c1 +c2 1+(−µ) X r
a2 b 1 − a1 b 2 = −µ a2 a1 + b 2 b 1
2
93
Gentil
Vamos voltar com as vari´ aveis iniciais (dadas por (2.13)), ent˜ ao, a1 x 1 2 √ c2 c1 2 ρ2 = ρ22 a2 −(−µ)·b2 r2 + 1+(−µ) −y x = (−µ) · a1 = 6 0 ⇒ ρ2 ρ2 √ 1+(−µ)2 ρx2 c −c −z 1 2 ρ2 = r Ou ainda,
a1 x 1 2 √ c2 c1 2 ρ2 = ρ22 a2 −(−µ)·b2 r2 − 1+(−µ) −y x = (−µ) · ou ρ2 ρ2 √ 1+(−µ)2 ρx2 c +c −z 1 2 ρ2 = r
b1 c2 c1 x 1 2 √ r + = 2 2 ρ ρ2 a2 (−µ)+b2 2 1+(−µ)2 −y x b1 = 6 0 ⇒ ρ2 = (−µ) · ρ2 √ 2 x −z = c1 −c2 1+(−µ) ρ2 2 ρ r
b1 c2 c1 x 1 2 √ r − = 2 2 ρ ρ2 a2 (−µ)+b2 2 1+(−µ)2 −y x ou ρ2 = (−µ) · ρ2 √ 2 x −z = c1 +c2 1+(−µ) ρ2 2 ρ r
2
2
De outro modo, a1 c c x = ρ12 a +µ·b r22 + √ 2 1 2 · ρ2 1+µ 2 2 2 y = µ · x a1 6= 0 ⇒ √ 2 x 1+µ ρ2 c1 −c2 z= · (−ρ2 ) r 2
Ou ainda,
b1 c2 c1 1 2 √ · ρ2 x = r + 2 ρ2 −a2 µ+b2 2 1+µ2 b1 = 6 0 ⇒ y =µ·x √ 2 x z = c1 −c2 1+µ ρ2 · (−ρ2 ) r 2
2
2
a1 c c x = ρ12 a +µ·b r22 − √ 2 1 2 · ρ2 1+µ 2 2 2 y = µ · x ou √ 2 x 1+µ ρ2 c1 +c2 z= · (−ρ2 ) r 2
b1 c2 c1 1 2 √ · ρ2 r − x = 2 ρ2 −a2 µ+b2 2 1+µ2 y = µ·x ou √ 2 x z = c1 +c2 1+µ ρ2 · (−ρ2 ) r 2
Neste instante o leitor poderia argumentar: a equa¸ca˜o (2.12) ainda n˜ ao encontra-se resolvida devido a que ρ2 = x2 + y 2 + z 2 . Isto ´e verdade. Para contornar este obst´ aculo usaremos de um artif´ıcio. Pelo corol´ ario 2 (p´ ag. 33), temos b · w−1 = a ⇒ |b · w−1 | = |a| ⇒ |b| · w−1 = |a| ⇒ |b| ·
|b| 1 = |a| ⇒ ρ = ρ |a|
Sendo assim, vamos considerar ρ como uma constante. Tendo em conta ρ |b| que ρ = |a| = ρ2 , resulta 1
a1 c2 c1 1 2 √ x = r + 2 ρ1 a2 +µ·b2 2 1+µ2 a1 = 6 0 ⇒ y = µ·x z = − c1 ρ2 2 + c2 p1 + µ2 · x r2
ρ1
r2
a1 c2 c1 1 2 √ x = r − 2 ρ1 a2 +µ·b2 2 1+µ2 ou y = µ·x z = − c1 ρ2 2 − c2 p1 + µ2 · x r2
ρ1
r2
94 Ou ainda, b1 1 2 √c2 c1 2 r + x = 2 2 ρ −a µ+b 1+µ 2 2 1 b1 = 6 0 ⇒ y = µ·x z = − c1 ρ2 2 + c2 p1 + µ2 · x r2
2.2
ρ1
b1 1 2 √c2 c1 2 x = r − 2 2 ρ −a µ+b 1+µ 2 2 1 ou y =µ·x z = − c1 ρ2 2 − c2 p1 + µ2 · x
r2
r2
ρ1
r2
Resolu¸c˜ ao da equa¸c˜ ao a · w2 = b
Vamos resolver a equa¸ca˜o, a · w2 = b , onde a = (a1 , b1 , c1 ) e b = (a2 , b2 , c2 ) s˜ ao dados e w = (x, y, z) ´e a inc´ ognita. Vamos assumir que (isto ´e, vamos resolver esta equa¸ca˜o para o caso em que) a e b situam-se fora do eixo 0z. Pelo lema 1 (p´ ag. 35) podemos escrever, a·w2 = (a1 , b1 , c1 )· (x2 −y 2 )· 1−
p z2 z2 2 + y2 x = (a2 , b2 , c2 ) , 2 x y· 1− , 2z x2 + y 2 x2 + y 2
Realizando este produto em (D4 ), temos o seguinte sistema a resolver,
a1 · (x2 − y 2 ) 1 −
a1 · 2 x y 1 −
z2 z 2 γ = a2 − b · 2 x y 1 − 1 x2 + y 2 x2 + y 2
z2 z2 2 2 γ = b2 + (x − y ) 1 − · b 1 x2 + y 2 x2 + y 2 c1 · r2 + 2z
q a21 + b21 , q r2 = (x2 − y 2 ) · 1 −
Onde, r1 =
e,
z2 x2 +y 2
γ =1−
2
√
p x2 + y 2 · r1 = c2
+ 2xy · 1 −
z2 x2 +y 2
2
c1 ·2z x2 +y 2 r1 ·r2
Simplificando, temos
a1 · (x2 − y 2 ) − b1 · 2 x y
· 1−
x2
a1 · 2 x y + (x2 − y 2 ) · b1 · 1 −
x2
c1 · r2 + 2z r2 = (x2 + y 2 ) 1 −
Como, por hip´ otese, r2′ =
z2 · γ = a2 + y2
z2 · γ = b2 + y2
p x2 + y 2 · r1 = c2
x2
z 2 + y2
q a22 + b22 6= 0, vamos considerar dois casos,
(2.15)
(2.16) (2.17) (2.18)
95
Gentil
1o ) b2 6= 0. Dividindo (2.15) por (2.16) e simplificando, obtemos, µ ( x2 − y 2 ) − 2xy = 0, onde, µ =
a1 b 2 − a2 b 1 a1 a2 + b 1 b 2
(2.19)
2 ca˜o, em rela¸ca˜o Desta equa¸ca˜o obtemos, y 2 + 2x µ y −x = 0. Resolvendo esta equa¸ a y, temos q 4 x2 1 + µ12 − 2x ± µ (2.20) y= 2·1 Simplificando, p x y = − ± |x| ν, onde, ν = 1 + 1/µ2 µ
Para prosseguir devemos considerar duas possibilidades:
1 ) x > 0, ( |x| = x ). Neste caso ficamos com, y=−
x x x ± x ν ⇒ y = − + x ν, ou y = − − x ν µ µ µ
Nota: N˜ ao podemos ter x = 0, porquanto teriamos y = 0, o que n˜ ao satisfaz o sistema. Consideremos, em separado, cada uma destas possibilidades para y: 1.1 ) y = − µx + x ν = (− µ1 + ν)x. Vamos necessitar das somas 1 2 1 x2 + y 2 = x2 + (− + ν)x = x2 1 + (− + ν)2 = x2 λ µ µ
(2.21)
2 1 1 (2.22) x2 − y 2 = x2 − (− + ν)x = x2 1 − (− + ν)2 = x2 σ µ µ onde, λ = 1 + (− µ1 + ν)2 e σ = 1 − (− µ1 + ν)2 . Substituindo (2.21) em (2.18), resulta, z2 r2 = x2 λ 1 − 2 = |x2 λ − z 2 | x λ Este resultado em (2.17), fornece,
√ c1 · |x2 λ − z 2 | + 2z x λ · r1 = c2 (2.23) √ √ √ c ·2z x2 +y 2 c ·2z x2 +y 2 r1 c ·2z x2 +y 2 ·r1 γ = 1 − 1 r ·r = 1 − 1 r ·r · r = 1 − 1 r2 ·r 1 2 1 2 1 1 2 p 2 2 ´ ltima De (2.17), tiramos 2z x + y · r1 = c2 − c1 · r2 , substituindo nesta u equa¸ca˜o, temos
γ =1−
1 c1 · (c2 − c1 · r2 ) 1 2 ρ − c · c = 1 2 r12 · r2 r12 1 r2 =
1 1 2 ρ − c · c 1 2 r12 1 |x2 λ − z 2 |
(2.24)
96 Substituindo γ, (2.21) e (2.22) em (2.16), obtemos,
2a1 x
−
1 z2 1 2 1 · 2 ρ 1 − c1 · c2 2 = b2 + ν x + x2 σ b1 · 1 − 2 µ x λ r1 |x λ − z 2 |
Simplificando, temos
x2 λ − z 2 · ρ21 − Ainda,
λ r12 c1 c2 ·b = |x2 λ − z 2 | 2 a1 − µ1 + ν + σ b1 2
λ r12 ( x2 λ − z 2 ) ·b x2 λ − z 2 · ρ21 − 2 · c c = 1 2 |x λ − z 2 | 2 a1 − µ1 + ν + σ b1 2
Ou,
x2 λ − z 2 · ρ21 − ( ±1 ) · c1 c2 =
2 a1
Sendo assim, temos
λ r12 ·b − + ν + σ b1 2 1 µ
i λ r12 1h · b 2 ± c1 c2 x2 λ − z 2 = 2 1 ρ1 2 a1 − µ + ν + σ b 1
(2.25)
(2.26)
Chamando a constante do lado direito de τ , resulta |x2 λ − z 2 | = |τ |
Este resultado em (2.23) nos d´ a z em fun¸ca˜o de x, assim c1 · |τ | + 2z x
√
λ · r1 = c2 ⇒ z =
Logo, z2 =
c2 − c1 · |τ | √ 2 x r1 λ
(c2 − c1 · |τ |)2 4 x2 r12 λ
(2.27)
(2.28)
Agora vamos obter a seguinte rela¸ca˜o: x2
z2 1 1 (c − c1 · |τ |)2 (c − c · |τ |)2 = 2 · 2 21 2 = 4· 2 2 +y x λ 4 x r1 λ x 4 r12 λ2
Portanto, x2
z2 κ = 4 + y2 x
onde, κ= Temos ainda, γ=
c − c · |τ | 2 2 1 2 r1 λ
1 2 1 1 1 ρ 1 − c1 · c2 2 = 2 ρ21 − c1 · c2 = γ˜ 2 2 r1 |x λ − z | r1 |τ |
(2.29)
97
Gentil
Onde γ = γ˜ , agora ´e uma constante. Vamos substituir todos estes resultados em (2.16), κ 1 a1 · 2x − + ν x + x2 σ · b1 · 1 − 4 γ˜ = b2 µ x
Ent˜ ao,
x2 Isto nos d´ a,
2 a1 −
1 κ + ν + σ · b1 · 1 − 4 γ˜ = b2 µ x
κ x2 · 1 − 4 = x
2 a1
(− µ1
b2 + ν ) + σ · b1 γ˜
Vamos chamar a constante do lado direito de α, ent˜ ao, κ x2 · 1 − 4 = α ⇒ x4 − α x2 − κ = 0 x
Fa¸camos x2 = X, ent˜ ao, X 2 − α X − κ = 0. Sendo assim, temos √ α ± α2 + 4κ X= 2
A rela¸ca˜o x2 = X nos diz que devemos escolher X > 0 ( veja que α − |α| ≤ 0 ), portanto temos, √ α + α2 + 4κ x2 = 2 Ou ainda, s √ α + α2 + 4κ x=± 2 Lembre-se que esta ´e a op¸ca˜o 1 ) x > 0; portanto, finalmente, temos p √ 2α + 2 α2 + 4 κ x= 2 Fazendo um resumo (parcial), temos p √ 2α + 2 α2 + 4 κ x= 2 1 y= − +ν x µ z=
c2 − c1 · |τ | 1 √ · x 2 r1 λ
Onde, µ=
a1 b2 −a2 b1 a1 a2 +b1 b2
τ=
1 ρ21
h
2 a1
,
ν=
λ r12 1 − µ +ν
p 1 + 1/µ2 ,
+σ b1
λ = 1 + (− µ1 + ν)2 ,
i · b 2 ± c1 c2 ,
κ=
c2 −c1 ·|τ | 2 r1 λ
2
σ = 1 − (− µ1 + ν)2 ,
γ˜ =
1 r12
ρ21 − c1 · c2
1 |τ |
98 α=
b2 1 +ν )+σ·b1 2 a1 (− µ
γ ˜
Continuemos, 1.2 ) y = − µx − x ν = −( µ1 + ν)x. Vamos necessitar das somas x2 + y 2 = x2 +
−(
2 1 1 + ν)x = x2 1 + ( + ν)2 = x2 λ µ µ
(2.30)
2 1 1 + ν)x = x2 1 − ( + ν)2 = x2 σ (2.31) µ µ + ν)2 e σ = 1 − ( µ1 + ν)2 . Procedendo como no caso
x2 − y 2 = x2 − onde, λ = 1 + ( µ1 anterior, obtemos
−(
r2 = |x2 λ − z 2 |, γ =
1 1 2 ρ 1 − c1 · c2 2 2 2 r1 |x λ − z |
Substituindo γ, (2.30) e (2.31) em (2.16), obtemos,
1 z2 1 2 1 · 2 ρ 1 − c1 · c2 2 = b2 + ν x + x2 σ b1 · 1 − 2 µ x λ r1 |x λ − z 2 |
− 2a1 x
Simplificando, temos
x2 λ − z 2 · ρ21 −
c1 c2 = |x2 λ − z 2 | −2 a1
Procedendo como no caso anterior, obtemos 1h x2 λ − z 2 = 2 ρ1 −2 a1
λ r12 · b2 1 µ + ν + σ b1
i λ r12 · b ± c c 2 1 2 1 µ + ν + σ b1
(2.32)
Chamando a constante do lado direito de τ , resulta |x2 λ − z 2 | = |τ | As constantes κ e γ˜ s˜ ao como no caso anterior∗ . Vamos substituir todos estes resultados em (2.16),
− a1 · 2x
Ent˜ ao, x2 Isto nos d´ a,
κ 1 + ν x + x2 σ · b1 · 1 − 4 γ˜ = b2 µ x
− 2 a1
κ 1 + ν + σ · b1 · 1 − 4 γ˜ = b2 µ x
κ x2 · 1 − 4 = x ∗ s´ o
b2 − 2 a1 ( µ1 + ν ) + σ · b1 γ˜
que agora em fun¸ca ˜o dos novos valores das constantes que as precedem, evidentemente.
99
Gentil
Vamos chamar a constante do lado direito de α, ent˜ ao, κ x2 · 1 − 4 = α ⇒ x4 − α x2 − κ = 0 x No mais, tudo segue como no caso anterior. Fazendo um resumo (parcial), temos
p √ 2α + 2 α2 + 4 κ x= 2 1 +ν x y=− µ z=
c2 − c1 · |τ | 1 √ · x 2 r1 λ
Onde, µ= τ=
a1 b2 −a2 b1 a1 a2 +b1 b2
1 ρ21
h
,
λ r12 −2 a1
1 µ +ν
ν=
p 1 + 1/µ2 ,
+σ b1
λ = 1 + ( µ1 + ν)2 ,
i · b 2 ± c1 c2 ,
α=
κ=
b2 1 −2 a1 ( µ +ν )+σ·b1
c2 −c1 ·|τ | 2 r1 λ
σ = 1 − ( µ1 + ν)2 2
,
γ˜ =
1 r12
ρ21 − c1 · c2
γ ˜
2 ) x < 0, ( |x| = −x ). Neste caso ficamos com, y=−
x x x ± (−x) ν ⇒ y = − + x ν, ou y = − − x ν µ µ µ
Consideremos, em separado, cada uma destas possibilidades para y: alogo ao caso 1.1 ). 2.1 ) y = − µx + x ν = (− µ1 + ν)x. Desenvolvimento an´ Observe que o an´ alogo de (2.23) (p´ ag. 95), para este caso ´e: √ c1 · |x2 λ − z 2 | − 2z x λ · r1 = c2 donde, z=− Em, x=±
s
c2 − c1 · |τ | √ 2 x r1 λ α+
√ α2 + 4κ 2
optamos pelo sinal negativo, isto ´e, p √ 2α + 2 α2 + 4 κ x=− 2
(2.33)
1 |τ |
100 Fazendo um resumo (parcial), temos p √ 2α + 2 α2 + 4 κ x=− 2 1 y= − +ν x µ z=−
c2 − c1 · |τ | 1 √ · x 2 r1 λ
Onde, µ=
a1 b2 −a2 b1 a1 a2 +b1 b2
τ=
1 ρ21
h
2 a1
,
ν=
λ r12 1 − µ +ν
p 1 + 1/µ2 ,
+σ b1
λ = 1 + (− µ1 + ν)2 ,
i · b 2 ± c1 c2 ,
α=
κ= b2
1 2 a1 (− µ +ν )+σ·b1
c2 −c1 ·|τ | 2 r1 λ
σ = 1 − (− µ1 + ν)2
2
,
γ˜ =
1 r12
ρ21 − c1 · c2
1 |τ |
1 |τ |
γ ˜
Continuemos, 2.2 ) y = − µx − x ν = −( µ1 + ν)x. Neste caso (os passos s˜ ao os mesmos de 1.2 )), temos p √ 2α + 2 α2 + 4 κ x=− 2 1 +ν x y=− µ z=−
c2 − c1 · |τ | 1 √ · x 2 r1 λ
Onde, µ= τ=
a1 b2 −a2 b1 a1 a2 +b1 b2
1 ρ21
h
−2 a1
,
λ r12 1 µ +ν
ν=
p 1 + 1/µ2 ,
+σ b1
λ = 1 + ( µ1 + ν)2 ,
i · b 2 ± c1 c2 ,
α=
κ= b2
1 +ν )+σ·b1 −2 a1 ( µ
c2 −c1 ·|τ | 2 r1 λ
σ = 1 − ( µ1 + ν)2 2
,
γ˜ =
1 r12
ρ21 − c1 · c2
γ ˜
Podemos unificar as solu¸co˜es de 1.1 ) e 2.1 ); bem como as de 1.2 ) e 2.2 ) da seguinte forma:
101
Gentil
p √ 2α + 2 α2 + 4 κ x=± 2 1 y= − +ν x µ z=±
(2.34)
c2 − c1 · |τ | 1 √ · x 2 r1 λ
Onde, µ=
a1 b2 −a2 b1 a1 a2 +b1 b2
τ=
1 ρ21
h
2 a1
,
ν=
λ r12 1 − µ +ν
p 1 + 1/µ2 ,
+σ b1
i · b 2 ± c1 c2 ,
α=
σ = 1 − (− µ1 + ν)2
λ = 1 + (− µ1 + ν)2 , κ= b2
1 2 a1 (− µ +ν )+σ·b1
c2 −c1 ·|τ | 2 r1 λ
2
,
γ˜ =
1 r12
ρ21 − c1 · c2
1 |τ |
1 |τ |
γ ˜
e, p √ 2α + 2 α2 + 4 κ x=± 2 1 +ν x y=− µ z=±
(2.35)
c2 − c1 · |τ | 1 √ · x 2 r1 λ
Onde, µ= τ=
a1 b2 −a2 b1 a1 a2 +b1 b2
1 ρ21
h
−2 a1
,
λ r12 1 µ +ν
ν=
p 1 + 1/µ2 ,
+σ b1
λ = 1 + ( µ1 + ν)2 ,
i · b 2 ± c1 c2 ,
α=
κ= b2
1 +ν )+σ·b1 −2 a1 ( µ
c2 −c1 ·|τ | 2 r1 λ
σ = 1 − ( µ1 + ν)2 2
,
γ˜ =
1 r12
ρ21 − c1 · c2
γ ˜
An´ alise do resultado: i ) Qualquer que seja o sinal de α, x sempre resulta real. De fato, devemos ter √ 2α + 2 α2 + 4κ > 0. Ent˜ ao, √ √ α + α2 + 4κ > 0 ⇔ α > − α2 + 4κ Se α > 0 (ok!). Se α < 0: √ √ 2 ⇔ α2 < |α2 + 4κ| α > − α2 + 4κ ⇔ α2 < − α2 + 4κ o que ´e sempre verdade uma vez que κ > 0. ii ) Devido a presen¸ca do termo ± c1 c2 em τ , concluimos que podemos ter at´e
102 oito solu¸co˜es para a equa¸ca˜o a·w2 = b. Portanto, em H, uma equa¸ca˜o quadr´ atica pode ter at´e oito solu¸co˜es. iii ) Quando a = 1 = (1, 0, 0) ent˜ ao as solu¸co˜es de a·w2 = b s˜ ao precisamente as ra´ızes quadradas de b. Neste caso observe que, devido c1 = 0, temos um u ´ nico valor para τ , o que nos diz que s˜ ao em n´ umero de quatro as ra´ızes quadradas de um hiperimagin´ ario (n˜ ao singular). Nossa tarefa ainda n˜ ao encontra-se concluida. Falta resolver a equa¸ca˜o para o caso a2 6= 0. 2o ) a2 6= 0. Dividindo (2.16) por (2.15) e simplificando, obtemos, −µ ( x2 − y 2 ) + 2xy = 0, onde, µ =
a1 b 2 − a2 b 1 a1 a2 + b 1 b 2
Que ´e a mesma equa¸ca˜o obtida em (2.19) (p´ ag. 95), o que nos poupa algum trabalho. Seguindo os mesmos passos da resolu¸ca˜o para o caso b2 6= 0 chegamos a seguinte solu¸ca˜o: p √ 2α + 2 α2 + 4 κ x=± 2 1 y= − +ν x µ z=±
(2.36)
c2 − c1 · |τ | 1 √ · x 2 r1 λ
Onde, µ=
a1 b2 −a2 b1 a1 a2 +b1 b2
τ=
1 ρ21
h
,
ν= λ r12
−2 b1
1 −µ +ν
p 1 + 1/µ2 ,
+σ a1
λ = 1 + (− µ1 + ν)2 ,
· a 2 ± c1 c2
α=
i
a2
κ=
1 +ν )+σ a1 −2 b1 (− µ
c2 −c1 ·|τ | 2 r1 λ
σ = 1 − (− µ1 + ν)2 2
,
γ˜ =
1 r12
ρ21 − c1 · c2
γ ˜
e, p √ 2α + 2 α2 + 4 κ x=± 2 1 +ν x y=− µ z=±
(2.37)
c2 − c1 · |τ | 1 √ · x 2 r1 λ
Onde, µ=
a1 b2 −a2 b1 a1 a2 +b1 b2
,
ν=
p 1 + 1/µ2 ,
λ = 1 + ( µ1 + ν)2 ,
σ = 1 − ( µ1 + ν)2
1 |τ |
103
Gentil
τ=
1 ρ21
h
λ r12 2 b1
1 µ +ν
+σ a1
i · a 2 ± c1 c2 , α=
κ= a2
1 2 b1 ( µ +ν )+σ a1
c2 −c1 ·|τ | 2 r1 λ
2
,
γ˜ =
1 r12
ρ21 − c1 · c2
γ ˜
O leitor pode mostrar que se a2 6= 0 e b2 6= 0, ent˜ ao os dois casos nos d˜ ao a mesma solu¸ca˜o. Ou ainda: as solu¸co˜es dadas por (2.34) e (2.36) s˜ ao as mesmas; bem como as dadas por (2.35) e (2.37). (Contra)-Exemplo: Resolver a equa¸ca˜o: (1, 0, 1) · w2 = (−1, 0, 1). Solu¸ c˜ ao: Temos,
a = (a1 , b1 , c1 ) = (1, 0, 1) b = (a2 , b2 , c2 ) = (−1, 0, 1) Portanto, a1 = 1, a2 = −1,
b1 = 0, b2 = 0,
c1 = 1 c2 = 1
Se tentarmos calcular µ: µ=
a1 b 2 − a2 b 1 1 · 0 − (−1) · 0 = = 0, a1 a2 + b 1 b 2 1 · (−1) + 0 · 0
e n˜ ao podemos usar a f´ ormula para resolver esta equa¸ca˜o. A prop´ osito, observe que, para utilizar a f´ ormula, n˜ ao podemos ter, simultˆ aneamente, b1 = b2 = 0 e nem a1 = a2 = 0, isto ´e, a, b n˜ ao podem pertencer ao plano x0z ou ao plano y0z. Este caso deve ser tratado em separado. Embora n˜ ao possamos utilizar a f´ormula, a t´ecnica de resolu¸ca˜o da equa¸ca˜o a · w2 = b ainda se aplica p neste caso. Devido a que, por hip´ otese, estamos considerando r1 = a21 + b21 6= 0 e p r2′ = a22 + b22 6= 0, se b1 = b2 = 0 (plano x0z) ⇒ a1 6= 0, a2 6= 0;
a1 = a2 = 0 (plano y0z) ⇒ b1 6= 0, b2 6= 0. Pois bem, vamos resolver a equa¸ca˜o proposta. Substituindo os dados no sistema original, temos 1 · (x2 − y 2 ) − 0 · 2 x y · 1 −
z2 · γ = −1 x2 + y 2
1 · 2 x y + (x2 − y 2 ) · 0 · 1 − 1 · r2 + 2z
onde, r2 = (x + y ) 1 − 2
2
z2 ·γ =0 x2 + y 2
p x2 + y 2 · 1 = 1
p 1 · 2z x2 + y 2 z 2 , γ = 1 − x2 + y 2 1 · r2
(2.38)
1 |τ |
104 Simplificando o sistema, temos (x2 − y 2 ) 1 −
x2
xy 1 −
z2 · γ = −1 + y2
x2
r2 + 2z
z2 ·γ =0 + y2
p x2 + y 2 = 1
(2.39)
(2.40) (2.41)
2 De (2.39) e (2.40) concluimos que 1 − x2z+y2 · γ 6= 0, o que implica x y = 0. Observe que n˜ ao podemos ter, simultˆ aneamente, x = 0 e y = 0. Vamos considerar duas hip´ oteses, 1a ) y = 0 (portanto x 6= 0). Com esta hip´otese, obtemos z2 · γ = −1 x2 √ r2 + 2z x2 = 1
x2 1 −
(2.42) (2.43)
√ 2z x2 z 2 2 2 (2.44) r2 = x 1 − 2 = |x − z |, γ = 1 − x r2 √ De (2.43), tiramos 2z x2 = 1 − r2 , em γ, obtemos γ = 2 − 1/r2 . Estes resultados em (2.42), nos d˜ ao: x2 − z 2 = 0 ou x2 − z 2 = −1. De imediato, jogamos fora a primeira destas possibilidades (implica r2 = 0). Sendo assim, nos resta, r2 = | − 1| = 1. Este resultado em (2.43) nos d´ a z = 0, mas isto implica em x2 = −1. Logo, devemos considerar a outra hip´otese, 2
2a ) x = 0 (portanto y 6= 0). Com esta hip´otese, obtemos y2 1 −
z2 ·γ = 1 y2
r2 + 2z onde,
p y2 = 1
(2.45) (2.46)
p z 2 2z y 2 2 2 r2 = y 1 − 2 = |y − z |, γ = 1 − (2.47) y r2 p De (2.46), tiramos 2z y 2 = 1 − r2 , em γ, obtemos γ = 2 − 1/r2 . Estes resultados em (2.45), nos d˜ ao: y 2 − z 2 = 0 ou y 2 − z 2 = 1. De imediato, jogamos fora a primeira destas possibilidades (implica r2 = 0). Sendo assim, nos resta, r2 = |1| = 1. Este resultado em (2.46) nos d´ a z = 0; o que implica y = ± 1. Sendo assim, temos duas ra´ızes para a nossa equa¸ca˜o: w = (0, 1, 0) ou w = (0, −1, 0). Nota: Um outro caso que deve ser resolvido em separado ´e o da equa¸ca˜o (1, 1, 1) · w2 = (−1, 1, 1), porquanto neste caso temos o denominador de µ anulado. 2
105
Gentil
Exemplo: Resolver a equa¸ca˜o: (1, −1, 2) · w2 = (1, 0, 3).
Solu¸ c˜ ao: Temos,
a = (a1 , b1 , c1 ) = (1, −1, 2) b = (a2 , b2 , c2 ) = (1, 0, 3) Portanto, a1 = 1, a2 = 1,
b1 = −1, b2 = 0,
c1 = 2 c2 = 3
Como a2 6= 0 vamos usar as f´ ormulas (2.36) (p´ ag. 102) e (2.37) (p´ ag. 102). Temos, r12 = 12 + (−1)2 = 2, ρ21 = 12 + (−1)2 + 22 = 6 e, µ=
1 · 0 − 1 · (−1) a1 b 2 − a2 b 1 = =1 a1 a2 + b 1 b 2 1 · 1 + (−1) · 0
Temos, p 1 + 1/µ2 , p ν = 1 + 1/12 ,
Temos,
ν=
σ = 1 − (− µ1 + ν)2 √ σ = 1 − (− 11 + 2)2
λ = 1 + (− µ1 + ν)2 , √ λ = 1 + (− 11 + 2)2 ,
ν=
√ √ √ 2, λ = 2(2 − 2), σ = 2(−1 + 2)
Ent˜ ao, τ=
1 ρ21
τ=
1 6
Temos, 1o ) τ =
√
2 6
h
h
λ r12
1 −2 b1 − µ +ν +σ a1
· a 2 ± c1 c2
√ 2(2− 2)·2 √ √ −2·(−1) − 11 + 2 +2(−1+ 2)·1
i
·1±2·3
i
=
√ 2 6
±1
+ 1. Neste caso temos
√ c − c · |τ | 2 3 − 2 · 2 + 1 2 √ 1 2 1 6 √ √ = κ= = 2 ( 1 + 2 2 )2 2 r1 λ 24 2 · 2 · 2(2 − 2)
γ˜ =
√ 1 1 1 3 1 2 = 6 − 2 · 3 √ ρ 1 − c1 · c2 ( −1 + 3 2 ) = 2 r1 |τ | 2 2 + 1 17 6
α= α=
a2
1 +ν )+σ a1 −2 b1 (− µ
−2·(−1) (− 11 +
√
γ ˜ 1
√ √ 3 2 )+2(−1+ 2)·1 · 17 ( −1+3 2 )
=
1 12
√ (7 + 4 2)
106 Substituindo estes valores em x = ± x=± x=±
s
1 2· 12 ( 7+4
√ 6 12
√ 2 )+2
r
(7 + 4
r
1 12
√
2α+2
( 7+4 2
√ α2 +4 κ , 2
obtemos
√ √ 2 2 ) +4· 2412 (1+2 2)2
q √ √ √ 2 ) + ( 7 + 4 2 )2 + (1 + 2 2)2
Para estes valores de x, temos y= − z=± 2o ) τ =
√ 2 6
1 µ
√ + ν x= −1+ 2 x
c2 −c1 ·|τ | √ 2 r1 λ
·
1 x
= ± (3
√
√
√ 2+ 2
2−2)· 24
·
1 x
− 1. Neste caso temos
√ c − c · |τ | 2 3 − 2 · 2 − 1 2 √ 1 2 1 6 √ √ = = 2 ( 5 + 4 2 )2 κ= 2 r1 λ 24 2 · 2 · 2(2 − 2)
γ˜ =
√ 3 1 1 2 1 1 √ = − (1 + 3 2) = 6 − 2 · 3 − c · c ρ 1 2 r12 1 |τ | 2 2 − 1 17 6
α= α=
a2
1 +ν )+σ a1 −2 b1 (− µ
−2·(−1) (− 11 +
√
γ ˜
1 √ √ 2 )+2(−1+ 2)·1 · −3 2) 17 ( 1+3
Substituindo estes valores em x = ± x=± x=±
s
2· −1 12 ( 5+2
√ 6 12
√
2 )+2
r
√
2α+2
1 − 12 ( 5+2
2
√
2)
1 (5 + 2 = − 12
√ α2 +4 κ , 2
2
obtemos
+4· 2412 (5+4
r
√
2)2
q √ √ √ −( 5 + 2 2 ) + ( 5 + 2 2 )2 + (5 + 4 2)2
Para estes valores de x, temos y= − z=±
1 µ
√ + ν x= −1+ 2 x
c2 −c1 ·|τ | √ 2 r1 λ
·
1 x
= ± (3
√ √ √ 2+2)· 2+ 2 24
·
1 x
√ 2)
107
Gentil
ν=
√
As outras solu¸co˜es s˜ ao dadas por (2.37) (p´ ag. 102), onde, µ = 1 e 2. Temos,
λ = 1 + ( µ1 + ν)2 , √ √ λ = 1 + ( 11 + 2)2 = 2(2 + 2),
σ = 1 − ( µ1 + ν)2 √ √ σ = 1 − ( 11 + 2)2 = −2(1 + 2)
Temos, τ= τ=
1 ρ21 1 6
h
Temos, o
1 ) τ =−
√ 2 6
h
λ r12 2 b1
1 µ +ν
+σ a1
· a 2 ± c1 c2
√ 2(2+ 2)·2 √ √ 2·(−1) 11 + 2 +(−2)(1+ 2)·1
i
·1±2·3
i
=−
√ 2 6
± 1.
+ 1. Neste caso temos
√ c − c · |τ | 2 3 − 2 · − 2 + 1 2 √ 1 2 1 6 √ √ = 2 (2 2 − 1)2 κ= = 2 r1 λ 24 2 · 2 · 2(2 + 2)
γ˜ =
√ 3 1 1 1 1 2 = − (1 + 3 2) ρ 1 − c1 · c2 = 6−2·3 √ 2 r1 |τ | 2 − 2 + 1 17 6
α= α=
a2
1 +ν )+σ a1 2 b1 ( µ
γ ˜
1 √ √ √ 2·(−1) ( 11 + 2 )+(−2)(1+ 2)·1 · −3 2) 17 (1+3
Substituindo estes valores em x = ± x=± x=±
s
√
2· −1 12 ( 4
6 6
√ 2−7 )+2
r
√
1 (4 − 12
2
2α+2
√
1 (4 = − 12
α2 +4 κ
2
, obtemos
2 √ √ 2−7 ) +4· 2412 (2 2−1)2
q √ √ √ √ −( 4 2−7 )+ ( 4 2−7 )2 +(2 2−1)2 2
Para estes valores de x, temos y=− z=± Temos,
1 µ
√ + ν x=− 1+ 2 x
c2 −c1 ·|τ | √ 2 r1 λ
·
1 x
√ 2 − 7)
= ± (3
√ √ √ 2+2)· 2− 2 24
·
1 x
108 2o ) τ = −
√
2 6
− 1. Neste caso temos
√ c − c · |τ | 2 3 − 2 · − 2 − 1 2 √ 1 2 1 6 √ √ = 2 (4 2 − 5)2 κ= = 2 r1 λ 24 2 · 2 · 2(2 + 2)
γ˜ =
√ 1 1 1 3 1 2 √ = 6 − 2 · 3 − c · c ρ = − (1 − 3 2) 1 2 1 2 2 r1 |τ | 2 − 17 6 −1
α= α=
a2
1 2 b1 ( µ +ν )+σ a1
2·(−1) ( 11 +
√
γ ˜
1 √ √ 2 )+(−2)(1+ 2)·1 · −3 2) 17 (1−3
Substituindo estes valores em x = ± x=± x=±
s
1 2· 12 (2
√
6 6
√ 2−5 )+2
r
1 12
(2 2
√
2α+2
=
1 12
√ α2 +4 κ , 2
√ (2 2 − 5) obtemos
2 √ √ 2−5 ) +4· 2412 (4 2−5)2
q √ √ √ √ ( 2 2−5 )+ ( 2 2−5 )2 +(4 2−5)2 2
Para estes valores de x, temos y=− z=±
1 µ
√ + ν x=− 1+ 2 x
c2 −c1 ·|τ | √ 2 r1 λ
·
1 x
=±
(3
√ √ √ 2−2)· 2− 2 24
·
1 x
109
Gentil
Agrupando as ra´ızes temos,
x=±
√ 6 12
r
(7 + 4
y = −1+ z = ± (3 x=±
√
6 12
√ √ √ 2−2)· 2+ 2 24 r
−( 5 + 2
√ 2 x
y = −1+ √
z = ± (3 x=±
x=±
6 12
·
1 x
q √ √ √ ( 7 − 4 2 ) + ( 7 − 4 2 )2 + (1 − 2 2)2
6 12
√ 2 x
√ √ √ 2+2)· 2− 2 24
·
r
y =− 1+ z = ± (3
√ 2+ 2
r
√
z = ± (3
1 x
·
q √ √ √ 2 ) + ( 5 + 2 2 )2 + (5 + 4 2)2
√
2+2)· 24
y =− 1+
√
√ 2 x
q √ √ √ 2 ) + ( 7 + 4 2 )2 + (1 + 2 2)2
1 x
q √ √ √ ( −5 + 2 2 ) + ( −5 + 2 2 )2 + (−5 + 4 2)2
√ 2 x
√ √ √ 2−2)· 2− 2 24
·
1 x
110 Vamos agrupar estas ra´ızes (e seus respectivos quadrados) na forma polar (com duas decimais exatas): x > 0:
w = 1, 14
22, 50o
8, 41o ;
w2 = 1, 29
45, 00o
16, 83o
x < 0:
w = 1, 14
202, 50o 8, 41o ;
w2 = 1, 29
45, 00o
16, 83o
x > 0:
w = 1, 14
22, 50o
63, 15o ;
w2 = 1, 29
225, 00o 53, 70o
x < 0:
w = 1, 14
202, 50o 63, 15o ;
w2 = 1, 29
225, 00o 53, 70o
x > 0:
w = 1, 14
−67, 50o 26, 85o ;
w2 = 1, 29
225, 00o 53, 70o
x < 0:
w = 1, 14
112, 50o 26, 85o ;
w2 = 1, 29
225, 00o 53, 70o
x > 0:
w = 1, 14
−67, 50o 81, 59o ;
w2 = 1, 29
45, 00o
16, 83o
x < 0:
w = 1, 14
112, 50o 81, 59o ;
w2 = 1, 29
45, 00o
16, 83o
A seguir plotamos as oito solu¸co˜es da equa¸ca˜o: (1, −1, 2) · w2 = (1, 0, 3), Z
Y X
A solu¸ca˜o da equa¸ca˜o a · w2 = b para o caso em que a e b s˜ ao complexos (isto ´e, c1 = c2 = 0), fica: ( √ 0, 2p α + |α| = x=± √ 2 ± α, y= − z=0
se α < 0; se α > 0.
(2.48)
1 +ν x µ
Onde, µ=
a1 b2 −a2 b1 a1 a2 +b1 b2
,
ν= τ=
p 1 + 1/µ2 , λ
λ = 1 + (− µ1 + ν)2 ,
1 2 a1 − µ +ν +σ b1
· b2 ,
κ = 0,
σ = 1 − (− µ1 + ν)2
γ˜ = 1
111
Gentil
α=
b2 1 2 a1 (− µ +ν )+σ·b1
e, ( √ 0, 2p α + |α| = x=± √ 2 ± α,
se α < 0; se α > 0.
(2.49)
1 +ν x µ
y=− z=0 Onde, µ=
a1 b2 −a2 b1 a1 a2 +b1 b2
,
ν= τ=
p 1 + 1/µ2 , λ
−2 a1
1 µ +ν
α=
λ = 1 + ( µ1 + ν)2 ,
+σ b1
· b2 ,
κ = 0,
σ = 1 − ( µ1 + ν)2
γ˜ = 1
b2 1 −2 a1 ( µ +ν )+σ·b1
Para o caso em que a2 6= 0, fica: ( √ 0, 2p α + |α| = x=± √ 2 ± α, y= − z=0
se α < 0; se α > 0.
(2.50)
1 +ν x µ
Onde, µ=
a1 b2 −a2 b1 a1 a2 +b1 b2
,
ν=
τ=
p 1 + 1/µ2 , λ
λ = 1 + (− µ1 + ν)2 ,
1 −2 b1 − µ +ν +σ a1
α=
· a2
κ = 0,
σ = 1 − (− µ1 + ν)2
γ˜ = 1
a2 1 −2 b1 (− µ +ν )+σ a1
e, ( √ 0, 2p x=± α + |α| = √ 2 ± α, y=− z=0
1 +ν x µ
se α < 0; se α > 0.
(2.51)
112 Onde, µ=
a1 b2 −a2 b1 a1 a2 +b1 b2
,
ν=
τ=
p 1 + 1/µ2 , λ
2 b1
1 µ +ν
+σ a1
λ = 1 + ( µ1 + ν)2 , · a2 ,
κ = 0,
σ = 1 − ( µ1 + ν)2
γ˜ = 1
a2 1 2 b1 ( µ +ν )+σ a1
α=
Nota: Observe que n˜ ao utilizaremos as constantes λ e τ . Exemplo: Resolver a equa¸ca˜o: (2, 1, 0) · w2 = (1, 3, 0).
Solu¸ c˜ ao: Temos,
a = (a1 , b1 , c1 ) = (2, 1, 0) b = (a2 , b2 , c2 ) = (1, 3, 0) Portanto, a1 = 2, a2 = 1,
b1 = 1, b2 = 3,
c1 = 0 c2 = 0
Como a2 6= 0 vamos usar as f´ormulas (2.50) e (2.51). Temos, µ= Temos,
a1 b 2 − a2 b 1 2·3−1·1 = =1 a1 a2 + b 1 b 2 2·1+1·3
p 1 + 1/µ2 , p ν = 1 + 1/12,
ν=
Temos,
ν=
σ = 1 − (− µ1 + ν)2 √ σ = 1 − (− 11 + 2)2
√ √ 2, σ = 2(−1 + 2)
Ent˜ ao, α= α=
−2·1 (− 11 +
a2 1 −2 b1 (− µ +ν )+σ a1
√ 1 √ 2 )+2(−1+ 2)·2
=
√ 1+ 2 2
Sendo assim, temos x=±
√
2+2 2
√
2
; y = ( −1 +
√ 2 ) x; z = 0.
Agora vejamos a solu¸ca˜o (2.51): Temos, p ν = 1 + 1/µ2 , σ = 1 − ( µ1 + ν)2 p √ ν = 1 + 1/12 , σ = 1 − ( 11 + 2)2
Temos,
ν=
√ √ 2, σ = −2(1 + 2)
113
Gentil
Ent˜ ao, α= α=
2·1 ( 11 +
√
a2 1 2 b1 ( µ +ν )+σ a1
1 √ 2 )+(−2)(1+ 2)·2
=
√ 1− 2 2
Sendo assim, temos x = 0; y = 0; z = 0.
2.2.1
Algoritimo para extra¸c˜ ao de ra´ızes quadradas
A solu¸ca˜o da equa¸ca˜o a·w2 = b nos permite, tomando a = (1, 0, 0), extrair as ra´ızes quadradas de b. Para este caso as equa¸co˜es (2.34) (p´ ag. 101) e (2.35) (p´ ag. 101) transformam-se em, p √ 2α + 2 α2 + 4 κ x=± 2 1 y= − +ν x µ
(2.52)
c 1 z = ± √2 · 2 λ x
Onde, µ=
b2 a2
,
ν=
p 1 + 1/µ2 , κ=
λ = 1 + (− µ1 + ν)2 , c2 2 2λ ,
α=
σ = 1 − (− µ1 + ν)2
b2 1 2 (− µ +ν )
e, p √ 2α + 2 α2 + 4 κ x=± 2 1 y=− +ν x µ
(2.53)
1 c z = ± √2 · x 2 λ
Onde, µ=
b2 a2
,
ν=
p 1 + 1/µ2 , κ=
λ = 1 + ( µ1 + ν)2 ,
c2 2 2λ ,
α=
b2 1 −2 ( µ +ν )
σ = 1 − ( µ1 + ν)2
114 As equa¸co˜es (2.36) (p´ ag. 102) e (2.37) (p´ ag. 102) transformam-se em, p √ 2α + 2 α2 + 4 κ x=± 2 1 y= − +ν x µ
(2.54)
c 1 z = ± √2 · 2 λ x
Onde, µ=
b2 a2
,
ν=
p 1 + 1/µ2 , κ=
λ = 1 + (− µ1 + ν)2 , c2 2 2λ ,
α=
σ = 1 − (− µ1 + ν)2
a2 σ a1
e, p √ 2α + 2 α2 + 4 κ x=± 2 1 +ν x y=− µ
(2.55)
c 1 z = ± √2 · 2 λ x
Onde, µ=
b2 a2
,
ν=
p 1 + 1/µ2 , κ=
λ = 1 + ( µ1 + ν)2 , c2 2 2λ ,
α=
σ = 1 − ( µ1 + ν)2
a2 σ a1
Nota: O algoritmo acima aplica-se apenas quando em b = (a2 , b2 , c2 ) tivermos a2 6= 0 e b2 6= 0. √ Exemplo: Calcular 1 + i + j. Solu¸ c˜ ao: Temos, 1 + i + j = (1, 1, 1). Logo, a2 = 1, b2 = 1 e c2 = 1. Vamos inicialmente usar (2.54), ent˜ ao µ=
1 1
= 1,
λ = 1 + (− 11 + κ=
c2 2 2λ
p √ 1 + 1/12 = 2, √ √ σ = 1 − (− 11 + 2 )2 = 2 (−1 + 2 ) ν=
=
√ √ 2 2 ) = 2 (2 − 2 ),
1 25
√ (3 + 2 2 ),
α=
a2 σ
=
√ 1+ 2 2
115
Gentil
Substituindo estes resultados em (2.54), obtemos r
q √ √ 2) (1+ 2 )+ 3(3+2 2
x=± 2 √ y = ( 2 − 1)x √ √ 2 1 z = ± 2+ ·x 4 Agora consideremos (2.55), µ=
1 1
= 1,
λ = 1 + ( 11 + κ=
c2 2 2λ
p √ 1 + 1/12 = 2, √ √ σ = 1 − ( 11 + 2 )2 = −2 (1 + 2 ) ν=
=
√ √ 2 2 ) = 2 (2 + 2 ), 1 25
√ (3 − 2 2 ),
α=
a2 σ
=
√ 1− 2 2
Substituindo estes resultados em (2.54), obtemos x=±
r
q √ √ 2) (1− 2 )+ 3(3−2 2 2
√ y = −( 2 + 1 ) x √ √ 2 1 z = ± 2− ·x 4
Portanto, s˜ ao em n´ umero de quatro as ra´ızes quadradas de 1 + i + j.
116
Cap´ıtulo 3
Fun¸c˜ oes Hipercomplexas de Argumentos Hipercomplexos Nosso objetivo neste cap´ıtulo ´e modesto: generalizar algumas poucas fun¸co˜es das vari´ aveis complexas para o contexto dos hipercomplexos. N˜ ao ´e nosso objetivo desenvolver um “C´ alculo” de tais fun¸co˜es.
3.1
Generaliza¸c˜ ao da f´ ormula de Euler (26.01.07 ) Consideremos a f´ ormula de Euler, eiy = cos y + i sen y
para n´ umeros complexos. Podemos generalizar esta f´ormula, para o contexto dos hipercomplexos, de duas formas distintas eiy+jz = cos y cos z + i sen y cos z + j sen z e, eiy−jz = cos y cos z + i sen y cos z − j sen z Observe que estas exponenciais diferem apenas na terceira parcela, que s˜ ao sim´etricas; o que significa que calculando uma delas temos a outra, para o mesmo par (y, z) de argumentos, evidentemente. Observe tamb´em que s˜ ao fun¸co˜es pares, com respeito `a segunda vari´ avel, isto ´e, elas n˜ ao se alteram se trocarmos z por −z.
117
118 Exemplos: a) y
z
π
π
π
−π
−π
π
⇒ ⇒ ⇒ ⇒
−π −π
eiπ+jπ = cos π cos π + i sen π cos π + j sen π = 1 eiπ+j(−π) = cos π cos(−π) + i sen π cos(−π) + j sen (−π) = 1 ei(−π)+jπ = cos(−π) cos π + i sen (−π) cos π + j sen π = 1 ei(−π)+j(−π) = cos(−π) cos(−π) + i sen (−π) cos(−π) + j sen (−π) = 1
A outra exponencial nos fornece os mesmos valores. Resumindo, temos e(i+j)π = 1,
e(i−j)π = 1
e(−i+j)π = 1,
e(−i−j)π = 1
Nota: Observe que aqui “ tudo se passa no R3 ” . Por exemplo, 1 = (1, 0, 0), i = (0, 1, 0), j = (0, 0, 1) com soma ( + ) e produto ( · ) n˜ ao complexos, mas sim hipercomplexos. b)
y
z
π
2π
π
−2π
−π
2π
−π −2π
⇒ ⇒ ⇒ ⇒
eiπ+j2π = cos π cos 2π + i sen π cos 2π + j sen 2π = −1
eiπ+j(−2π) = cos π cos(−2π) + i sen π cos(−2π) + j sen (−2π) = −1 ei(−π)+j2π = cos(−π) cos 2π + i sen (−π) cos 2π + j sen 2π = −1 ei(−π)+j(−2π) = cos(−π) cos(−2π) + i sen (−π) cos(−2π) + j sen (−2π) = −1
A outra exponencial nos fornece os mesmos valores. Resumindo, temos e(i+2j)π = −1,
e(i−2j)π = −1
e(−i+2j)π = −1 ,
e(−i−2j)π = −1
c) y
z
π 2
π 2
π 2
−π 2 π 2
−π 2
−π 2
π
⇒ π π ⇒ ei 2 +j(− 2 ) = cos π2 cos(− π2 ) + i sen π2 cos(− π2 ) + j sen (− π2 ) = j ⇒ i(− π )+j π π π π π π 2 = cos(− ) cos e 2 2 2 + i sen (− 2 ) cos 2 + j sen 2 = j
⇒
−π 2
π
ei 2 +j 2 = cos π2 cos π2 + i sen π2 cos π2 + j sen π2 = j
π
π
ei(− 2 )+j(− 2 ) = cos(− π2 ) cos(− π2 ) + i sen (− π2 ) cos(− π2 ) + j sen (− π2 ) = j
A outra exponencial nos fornece valores sim´etricos, em resumo temos π
e(i+j) 2 e
(−i+j) π 2
= j, = j,
π
e(i−j) 2 e
(−i−j) π 2
= −j
= −j
119
Gentil
d) y
z
π
ei 2 +j2π = cos π2 cos 2π + i sen π2 cos 2π + j sen 2π = i
π 2
2π
π 2
−2π
−π 2
2π
⇒
−π 2 −2π
⇒ π ⇒ ei 2 +j(−2π) = cos π2 cos(−2π) + i sen π2 cos(−2π) + j sen (−2π) = i ⇒ i(− π )+j2π e 2 = cos(− π2 ) cos 2π + i sen (− π2 ) cos 2π + j sen 2π = −i π
ei(− 2 )+j(−2π) = cos(− π2 ) cos(−2π) + i sen (− π2 ) cos(−2π) + j sen (−2π) = −i
A outra exponencial nos fornece os mesmos valores, em resumo temos 1
e(i 2 +2j)π = i, e(i
−1 2 +2j)π
= −i,
1
e(i 2 −2j)π = i e(i
−1 2 −2j)π
= −i
O leitor pode mostrar que, eiπ + 1 = ejπ + 1 = 0
3.2
Generaliza¸c˜ ao de fun¸c˜ oes complexas elementares Aqui procuraremos generalizar algumas das fun¸co˜es complexas elementa-
res. Defini¸ c˜ ao 10 (Exponencial). Dado um hipercomplexo w = (x, y, z) a exponencial de w ´e definida por ew =
(
ex cos y cos z + i sen y cos z + j sen z ex cos y cos z + i sen y cos z − j sen z
(3.1)
Neste caso a exponencial ´e uma fun¸ca˜o bivalente. Isto ´e, a cada valor da vari´ avel w, associa dois valores. Cada uma das express˜ oes acima ´e denominado um ramo da exponencial. Cada ramo ´e uma fun¸ca˜o univalente, isto ´e associa um u ´ nico valor ` a vari´ avel w. Observe que os dois ramos da exponencial diferem apenas na terceira parcela que s˜ ao sim´etricas, de sorte que tendo um deles, temos tamb´em o outro. O primeiro dos ramos acima, chamaremos de ramo “principal” da exponencial. Observe que, |ew | = ex .
3.2.1
Logaritmo
Para definir logaritmo de hipercomplexos consideraremos (θ, β) como argumento principal, isto ´e, 0 ≤ θ < 2π e − π2 ≤ β ≤ π2 . Pela defini¸ca˜o de exponencial temos ρ eiθ+jβ = ρ (cos θ cos β + i sen θ cos β + j sen β), ρ eiθ−jβ = ρ (cos θ cos β + i sen θ cos β − j sen β).
120 Da forma trigonom´etrica de um hipercomplexo (veja p´ ag. 27), temos ρ cos θ · cos β + i sen θ · cos β + j sen β , se sen β ≥ 0; w= ρ cos θ · cos β + i sen θ · cos β − j sen β , se sen β ≤ 0.
Portanto,
w=
ρ eiθ+jβ ,
0≤ β ≤
se
ρ eiθ−jβ ,
se −
π 2
π 2;
≤ β ≤ 0.
- Logaritmo (Nos complexos)
Recordamos que o logaritmo complexo ´e definido como, ln z = ln r + iθ, z = reiθ - Logaritmo (Nos hipercomplexos) Para generalizar o logaritmo aos hipercomplexos, definimos ln ρ + iθ + jβ, se 0 ≤ β ≤ π2 ; ln w = ln ρ + iθ − jβ, se − π ≤ β ≤ 0. 2
Nota: Se deixarmos θ e β “livres” a fun¸ca˜o logaritmo resultar´a multivalente. Tal como foi definida acima, resultou numa fun¸ca˜o univalente; este ´e o ramo principal do logaritmo. Exemplos: a ) Seja w = −1 = 1
π
0
. Ent˜ ao,
ln (−1) = ln 1 + iπ + j 0 √ π π ao, b ) Seja w = i + j = 2 2 4 . Ent˜ ln (i + j) = ln Em outra nota¸ca˜o, ln (0, 1, 1) =
√
⇒ iπ = ln (−1)
2+i
π π +j 2 4
√ π π ln 2, , 2 4
A localiza¸ca˜o gr´ afica de ln (i + j), fica assim: Z
ln (i + j) = 1, 79
ln (i+j) Y
X
77, 56o
26, 02o
121
Gentil
Defini¸ c˜ ao de wµ Dados os n´ umeros hipercomplexos w e µ. w 6= 0, definimos wµ pela equa¸ca˜o wµ = eµ ln w Exemplos: a ) Calcule ij . Aplicando a defini¸ca˜o, temos ij = ej Temos, i=1
π 2
0
ln i
⇒ ln i = ln 1 + i π2 = i π2
Fazendo a multiplica¸ca˜o, j · ln i, encontramos (0, 0, 1) · 0, π2 , 0 = 0, 0,
π 2
Sendo assim, temos (ramo principal da exponencial), ej
ln i
= e0 cos 0 cos π2 + i sen 0 cos π2 + j sen π2
Sendo assim, resulta ij = j,
=j
ou (0, 1, 0)(0, 0, 1) = (0, 0, 1)
Pelo outro ramo da exponencial, obtemos ij = −j, ou (0, 1, 0)(0, 0, 1) = (0, 0, −1) Exerc´ıcio: Mostre que j i = j. b ) Calcule π i . Aplicando a defini¸ca˜o, temos π i = ei ln π Temos, π=π
0
0
⇒ ln π = ln π + i 0 + j 0 = ln π
Fazendo a multiplica¸ca˜o, i · ln π, encontramos (0, 1, 0) · ln π, 0, 0 = 0, ln π, 0 Sendo assim, temos
ei ln π = e0 cos ln π cos 0 + i sen ln π cos 0 ± j sen 0 Simplificando, obtemos π i = cos ln π + i sen ln π Em outra nota¸ca˜o fica, π (0, 1, 0) = cos ln π, sen ln π, 0 c ) Calcule π j . Aplicando a defini¸ca˜o, temos π j = ej
ln π
122 Temos, π=π
0
⇒ ln π = ln π + i 0 + j 0 = ln π
0
Fazendo a multiplica¸ca˜o, j · ln π, encontramos (0, 0, 1) · ln π, 0, 0 = 0, 0, ln π Sendo assim, temos (ramo principal) ej
ln π
= e0 cos 0 cos ln π + i sen 0 cos ln π + j sen ln π
Simplificando, obtemos
π j = cos ln π + j sen ln π Em outra nota¸ca˜o fica, π (0, 0, 1) = cos ln π, 0, sen ln π Para efeitos de compara¸ca˜o, escrevemos π (0, 1, 0) = cos ln π, sen ln π, 0 π (0, 0, 1) = cos ln π, 0, sen ln π Daqui, concluimos que
π (0, 1, 0) + π (0, 0, 1) = 2 cos ln π, sen ln π, sen ln π π (0, 1, 0) · π (0, 0, 1) = cos ln π, sen ln π, tg ln π cos ln π
π (0, 1, 0) = cos ln π, sen ln π, − tg ln π cos ln π π (0, 0, 1)
A seguir localizamos π i e π j no espa¸co: Z
π i = 1, 00
65, 59o
π j = 1, 00
0, 00o 65, 59o
0, 00o
πj Y πi X
Observe que π i ´e um n´ umero complexo e π j ´e um H − 2D. d ) Calcule π i+j . Aplicando a defini¸ca˜o, temos π i+j = e(i+j) ln π Temos, π=π
0
0
⇒ ln π = ln π + i 0 + j 0 = ln π
Fazendo a multiplica¸ca˜o, (i + j) · ln π, encontramos (0, 1, 1) · ln π, 0, 0 = 0, ln π, ln π
123
Gentil
Sendo assim, temos e(i+j) ln π = e0 cos ln π cos ln π + i sen ln π cos ln π + j sen ln π Simplificando, obtemos
π i+j = cos ln π cos ln π + i sen ln π cos ln π + j sen ln π No gr´afico temos, Z
π i+j = 1, 00
π i+j
65, 59o
65, 59o
Y
X
Em outra nota¸ca˜o fica, π (0, 1, 0)+(0, 0, 1) = cos ln π, sen ln π, tg ln π cos ln π
Observe que resultou,
π (0, 1, 0)+(0, 0, 1) = π (0, 1, 0) · π (0, 0, 1) e ) Calcule (1 + i)(1+j) . Aplicando a defini¸ca˜o, temos (1 + i)(1+j) = e(1+j) ln (1+i) Temos, 1+i=
√ 2
π 4
0
⇒ ln (1 + i) = ln
√
2 + i π4
Fazendo a multiplica¸ca˜o, (1 + j) · ln (1 + i), encontramos q √ √ √ (1, 0, 1) · ln 2, π4 , 0 = ln 2, π4 , ( ln 2)2 + ( π4 )2
Sendo assim, resulta e(1+j) ln (1+i) = e ln
√
2
cos π4 · cos
q q √ √ ( ln 2)2 + ( π4 )2 + i sen π4 · cos ( ln 2)2 + ( π4 )2 q √ +j sen ( ln 2)2 + ( π4 )2
Simplificando, obtemos q q q √ √ √ √ (1 + i)(1+j) = cos ( ln 2)2 + ( π4 )2 + i cos ( ln 2)2 + ( π4 )2 + j 2 sen ( ln 2)2 + ( π4 )2
Em outra nota¸ca˜o fica, q q q √ √ √ √ (1, 1, 0)(1, 0, 1) = cos ( ln 2)2 + ( π4 )2 , cos ( ln 2)2 + ( π4 )2 , 2 sen ( ln 2)2 + ( π4 )2
124 A localiza¸ca˜o gr´ afica de (1 + i)1+j , fica assim: Z
(1 + i)1+j =
√ 2
45, 00o
0, 86o
Y (1+i)1+j X
3.2.2
Fun¸ c˜ oes trigonom´ etricas com argumentos hipercomplexos
Queremos atribuir um significado aos s´ımbolos cos w e sen w, onde w ´e um hipercomplexo. Inicialmente lembramos que na trigonometria do c´ırculo unit´ ario, temos Y
p
↑
sen x
x
X
↑
cos x
Onde o ponto p ´e a interse¸ca˜o da reta de inclina¸ca˜o x com o c´ırculo unit´ ario. Definimos cos x como sendo a abscissa de p e sen x como sendo sua ordenada. Pois bem, nada obsta a que generalizemos a trigonometria do c´ırculo unit´ ario para a esfera unit´ aria, assim
→
Z
cte (x, z) p
0 cse (x, z)
x
z
↑
Y
sne (x, z)
→ X
Onde o ponto p ´e a interse¸ca˜o da reta de inclina¸ca˜o (x, z) com a esfera de raio unit´ ario. Definimos cosseno esf´erico de (x, z), denotado cse (x, z), como sendo a abscissa de p; definimos seno esf´erico de (x, z), denotado sne (x, z), como sendo sua ordenada. Como estamos no espa¸co surge mais uma fun¸ca˜o
125
Gentil
trigonom´etrica (esf´erica) dada pela cota de p; `a falta de um nome melhor a batizaremos de cota esf´eria: cte (x, z). Podemos mostrar a seguinte rela¸ca˜o entre as fun¸co˜es esf´ericas e circulares, cse (x, z) = cos x cos z sne (x, z) = sen x cos z cte (x, z) = sen z ´ v´alida a seguinte identidade, E cse 2 (x, z) + sne 2 (x, z) + cte 2 (x, z) = 1 Observe que os gr´ aficos das fun¸co˜es esf´ericas s˜ ao superf´ıcies. Na figura seguinte temos o gr´ afico do cse (x, z) no dom´ınio [0, 2π] × [0, 4π]. p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p ppp p p p p p ppp p p p p p p pp p p p p p p pp p p p p p p p p p p p p pp p p p p p p p p p pp p p p p p pp p p p p p p p p p pp p p p p p p p p p p p p p p p pp p p p p p p p p p p p p p p p p pp p p p p p p p p p pp p p p p p p p p p p p p p p p p pp p p p p p p p p p pp p p p p p p p p p p p pp p pp p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p pp p pp p pp p pp p pp p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p pp p pp p pp p p p pppppp p p p p p p p pp p pp p pp p p p p p p p p p pp p p pp p p p p p p p p pp p p p p p p p p pp p p p p p p p p p p p p p pp p p p p p p p p p pp p p p p p p p p p p p p p pp p p p p p p pp p p p p p pp p p pp p p p p p p p p p pp p p pp p p p pp p p pp p p p p p p p p p pp p p pp p p p p p p p p p p p p p ppppp p p p p p p p p p p p p p p p ppppp p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p pp p p pp p p p pp p p pp p p p p p p p p p pp p p pp p p p pp p p pp p p p p p p p pp p p p p p p p p p p p pp p p p p p p p p p p p p p p pp pp p p p p p p p p p p p pp pp p p p p p p p p pp pp p p p p p p p p p p pp pp p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p pp pp pp pp ppp pp pp pp pp p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p pp pp pp pp ppp pp pp pp pp p p p p p p p p p p p p p p p p p pp pp p p p p p p p pp pp p p p p p p p pp p p p p pp p p p p pp p p p p p p p p p p p pp p p p p pp p p p p pp p p p p p p p p p p pp p p p p p pp p p p p p p p p p p p p p p p p pp p p p pppp p p p p p p p p pp p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p p pp p p p p p p p p p p p p p pp p p p p p pp p p p p p p p p - Gr´ afico do cosseno esf´erico: cse (x, z) = cos x cos z . No estudo das vari´ aveis complexas, decorrem da equa¸ca˜o de Euler, as seguintes equa¸co˜es cos x =
eix + e−ix , 2
sen x =
eix − e−ix , 2i
que relacionam as fun¸co˜es trigonom´etricas circulares com exponenciais complexas. As fun¸co˜es circulares acima (de argumentos reais) s˜ao generalizadas para o plano complexo da seguinte forma, cos z =
eiz + e−iz , 2
sen z =
eiz − e−iz , 2i
Agora o argumento destas fun¸co˜es s˜ ao n´ umeros complexos. O nosso objetivo ser´ a generalizar estas fun¸co˜es de modo que elas aceitem argumentos hipercomplexos. Iniciemos com as equa¸co˜es, eix+jz = cos x cos z + i sen x cos z + j sen z
(3.2)
eix−jz = cos x cos z + i sen x cos z − j sen z
(3.3)
126 Tomando o oposto dos n´ umeros (3.2) e (3.3) obtemos, respectivamente − eix+jz = − cos x cos z − i sen x cos z − j sen z
(3.4)
− eix−jz = − cos x cos z − i sen x cos z + j sen z
(3.5)
Tomando o oposto de x nas quatro equa¸co˜es anteriores, obtemos, respectivamente e−ix+jz = cos x cos z − i sen x cos z + j sen z
(3.6)
e−ix−jz = cos x cos z − i sen x cos z − j sen z
(3.7)
− e−ix+jz = − cos x cos z + i sen x cos z − j sen z
(3.8)
− e−ix−jz = − cos x cos z + i sen x cos z + j sen z
(3.9)
Temos as seguintes somas, (3.3) + (3.6) :
cos x cos z =
eix−jz + e−ix+jz 2
(3.2) + (3.7) :
cos x cos z =
eix+jz + e−ix−jz 2
(3.2) + (3.8) :
sen x cos z =
eix+jz − e−ix+jz 2i
(3.3) + (3.9) :
sen x cos z =
eix−jz − e−ix−jz 2i
ix+jz
− eix−jz 2j
ix−jz
− eix+jz 2j
(3.2) + (3.5) :
sen z = ± e
(3.3) + (3.4) :
sen z = ∓ e
(3.10)
(3.11)
(3.12)
Nota: Na primeira equa¸ca˜o de (3.12) tome o sinal + se sen z ≥ 0 e o sinal − caso contr´ ario. Na segunda equa¸ca˜o d´ a-se ao contr´ario. O duplo sinal deve-se `a “divis˜ ao” por j, veja a proposi¸ca˜o 4, p´ ag. 20. Vamos necessitar dos seguintes produtos, ( i w = (0, 1, 0) · (x, y, z) = (−y, x, z) −(i w) = −(−y, x, z) = (y, −x, −z)
( ( (
−i w = (0, −1, 0) · (x, y, z) = (y, −x, z) −(−i w) = −(y, −x, z) = (−y, x, −z)
i (−w) = (0, 1, 0) · (−x, −y, −z) = (y, −x, −z) −(i (−w)) = −(y, −x, −z) = (−y, x, z)
−i (−w) = (0, −1, 0) · (−x, −y, −z) = (−y, x, −z) −(−i (−w)) = −(−y, x, −z) = (y, −x, z)
127
Gentil
p Nota:Para fazer as multiplica¸co˜es acima estamos assumindo r2 = x2 + y 2 6= 0. Na forma alg´ebrica temos ( −y + ix + jz, se z ≥ 0; i w = (−y, x, z) ⇒ iw = −y + ix − jz, se z ≤ 0.
−(i w) = (y, −x, −z) −i w = (y, −x, z)
−(−i w) = (−y, x, −z)
i (−w) = (y, −x, −z)
−(i (−w)) = (−y, x, z)
⇒
−(i w) =
⇒ ⇒
−i (−w) = (−y, x, −z)
−(−i (−w)) = (y, −x, z)
⇒ ⇒
y − ix − jz, se z ≥ 0; y − ix + jz, se z ≤ 0.
−i w = −(−i w) =
⇒ ⇒
(
(
(
−y + ix − jz, se z ≥ 0; −y + ix + jz, se z ≤ 0.
i (−w) =
(
y − ix − jz, se z ≥ 0; y − ix + jz, se z ≤ 0.
( −y + ix + jz, se z ≥ 0; −(i (−w)) = −y + ix − jz, se z ≤ 0. −i (−w) =
(
−(−i (−w)) =
Nota: −i(−w) = −(−iw). De posse destes resultados definimos, −(−iw) −iw +e , e 2 cos w = eiw + e−(iw) , 2 iw −(iw) , e + 2e cos w = e−(−iw) + e−iw , 2 iw −iw e −e , 2i sen w = e−(−iw) − e−(iw) , sen w =
y − ix + jz, se z ≥ 0; y − ix − jz, se z ≤ 0.
−y + ix − jz, se z ≥ 0; −y + ix + jz, se z ≤ 0.
(
y − ix + jz, se z ≥ 0; y − ix − jz, se z ≤ 0.
z ≥ 0; z ≤ 0. z ≥ 0; z ≤ 0. z ≥ 0;
z ≤ 0. 2i −(−iw) −(iw) −e , z ≥ 0; e 2i eiw − e−iw , 2i
z ≤ 0.
128
cte w =
cte w =
iw −(−iw) e −e , z ≥ 0; ± 2j ± e−(−iw) − eiw , z ≤ 0. 2j −(−iw) iw e −e , z ≥ 0; ∓ 2j ∓ eiw − e−(−iw) , z ≤ 0. 2j
As fun¸co˜es trigonom´etricas, com argumentos hipercomplexos, resultaram bivalentes, isto ´e, com dois ramos. Observe, em todas elas, que a parte de um ramo para z ≥ 0 ´e igual a parte do outro ramo para z ≤ 0. A parte de um ramo para z ≤ 0 ´e igual a parte do outro ramo para z ≥ 0; de sorte que, conhecendo um dos ramos, conhecemos o outro. Observe que quando w = (x, y, 0) = (x, y) estamos na ´algebra complexa e assim, os dois ramos de cada fun¸ca˜o, unificam-se em apenas um ramo. Chamaremos, para efeito de referˆencia, a primeira das defini¸co˜es, de cada uma das fun¸co˜es, de ramo principal. Exemplos ( a ) Encontre (no ramo principal) os seguintes n´ umeros: π π π π cos 2 , 4 , 0 ; sen 2 , 4 , 0 ; cte π2 , π4 , 0 . Solu¸ c˜ ao: Sendo w = π2 , π4 , 0 dado, temos iw = (−y, x, z)
⇒
−(iw) = (y, −x, −z)
⇒
−iw = (y, −x, z)
⇒
−(−iw) = (−y, x, −z)
⇒
Vamos calcular,
cos w =
i w = − π4 ,
−(iw) =
π 4,
−i w =
π 2,
− π2 , 0 π 4,
− π2 , 0
−(−iw) = − π4 ,
e−(−iw) + e−iw 2 −(−iw)
0
π 2,
0
Vamos inicialmente calcular a exponencial e . Neste momento surge uma d´ uvida: j´ a que a exponencial tem dois ramos∗ em qual deles calculamos esta exponencial? Respondemos: como z = 0 (isto ´e, sen z = 0) ´e indiferente, porquanto os dois ramos nos fornecem o mesmo valor. No caso em que sen z 6= 0 devemos escolher o ramo (com +j ou −j) que deu origem `a pr´opria exponencial. Por exemplo, neste caso, vemos pela equa¸ca˜o (3.10) (p´ ag. 126), que esta exponencial se originou da exponencial eix−jz portanto em (3.1) escolhemos o ramo com “−j”. Ent˜ ao, calculemos a exponencial de −(−iw) = − π4 , π2 , 0 . Pela equa¸ca˜o (3.1), temos ew = e−(−iw) = ex cos y cos z + i sen y cos z − j sen z π
= e− 4 cos
∗ Conforme
π π π cos 0 + i sen cos 0 − j sen 0 = i e− 4 2 2
equa¸ca ˜o (3.1), p´ ag. 119.
129
Gentil
Agora vamos calcular a exponencial e−iw . Pela equa¸ca˜o (3.10), vemos que esta exponencial se originou da exponencial e−ix+jz portanto em (3.1) escolhemos o ramo com “+j”. Ent˜ ao, −iw = π4 , − π2 , 0 , pela equa¸ca˜o (3.1), temos ew = e−iw = ex cos y cos z + i sen y cos z + j sen z π
= e 4 cos
π π π cos 0 − i sen cos 0 + j sen 0 = −i e 4 2 2
Somando estas duas exponenciais e divindo o resultado por dois, obtemos π π 2, 4,
cos
0 = − 2i
π
π
e 4 − e− 4
A calculadora HP − 48 trabalha com as fun¸co˜es elementares, com argumentos complexos, ela nos forneceu: cos
π π 2, 4
= (0, −0.868670961487)
o que confirma nosso resultado. Agora vamos calcular,
sen w =
eiw − e−iw 2i
N˜ ao necessitamos calcular, novamente, estas exponenciais. Com efeito, como j´a dissemos , devido a que w = (x, y, 0) estamos restritos `a ´algebra complexa e, π nesta, vale a identidade: iw = −i(−w). Do caso precedente, temos eiw = i e− 4 π (−i)w e e = −i e 4 . Fazendo a subtra¸ca˜o e dividindo por 2i obtemos, sen
π π 2, 4,
0 =
1 2
π
π
e 4 + e− 4
A calculadora HP − 48 nos forneceu: sen
π π 2, 4
o que confirma nosso resultado.
= (1.32460908925, 0)
No gr´ afico, Z
cos( π 2,
cos( π 2,
π 4,0)
ց
Y
sen ( π 2,
π 4 , 0 )=0, 87
sen ( π 2,
π 4 , 0 )=1, 32
270, 00o
0, 00o
0, 00o
0, 00o
π 4,0)
Quanto ` a fun¸ca˜o cota esf´erica uma simples inspe¸ca˜o em sua equa¸ca˜o nos informa de que cte w = 0. De fato, isto se deve a que na ´algebra complexa, vale: iw = −i(−w).
130 ( b ) Encontre (no ramo principal) os seguintes n´ umeros: cos π2 , π4 , π6 ; sen π2 , π4 , π6 ; cte π2 , π4 , Solu¸ c˜ ao: Sendo w = π2 , π4 , π6 dado, temos iw = (−y, x, z)
⇒
−(iw) = (y, −x, −z)
⇒
−iw = (y, −x, z)
⇒
−(−iw) = (−y, x, −z)
⇒
i w = − π4 ,
−(iw) =
π 4,
−i w =
cos w =
e−(−iw) + e−iw 2
.
π π 2, 6
− π2 , − π6 π 4,
−(−iw) = − π4 ,
Vamos calcular,
π 6
− π2 , π 2,
π 6
− π6
Vamos inicialmente calcular a exponencial e−(−iw) . Como no exemplo anterior, escolhemos o ramo de (3.1) com “−j”. Ent˜ ao, −(−iw) = − π4 , π2 , − π6 , temos
ew = e−(−iw) = ex cos y cos z + i sen y cos z − j sen z π
= e− 4 cos
π π π π π 1 −π √ = e 4 (i 3 − j) cos − + i sen cos − − j sen − 2 6 2 6 6 2
Agora vamos calcular a exponencial e−iw . Pela equa¸ca˜o (3.10), vemos que esta exponencial se originou da exponencial e−ix+jz portanto em (3.1) escolhemos o ramo com “+j”. Ent˜ ao, −iw = π4 , − π2 , π6 , pela equa¸ca˜o (3.1), temos ew = e−iw = ex cos y cos z + i sen y cos z + j sen z π
= e 4 cos −
√ π π π π π 1 π = e 4 (−i 3 + j) cos + i sen − cos + j sen 2 6 2 6 6 2
Somando estas duas exponenciais e divindo o resultado por dois, obtemos π √ π π π cos π2 , π4 , π6 = 41 i (e− 4 − e 4 ) 3 + j (e 4 − e− 4 )
A calculadora HP − 48, infelizmente (melhor dizendo, felizmente) foi fabricada antes do advento dos n´ umeros hipercomplexos, raz˜ ao porque n˜ ao temos como confirmar este resultado (a n˜ ao ser, claro, revisando os c´ alculos). Agora vamos calcular, sen w =
eiw − e−iw 2i
Uma destas exponenciais j´a possuimos alculo do cos w. Calculemos a expo do c´ nencial eiw , onde i w = − π4 , π2 , π6 . Esta exponencial foi originada de eix+jz (ver equa¸ca˜o (3.11)), portanto em (3.1) escolhemos o ramo com “+j”, assim ew = eiw = ex cos y cos z + i sen y cos z + j sen z π
= e− 4 cos
π π π π π 1 −π √ = e 4 (i 3 + j) cos + i sen cos + j sen 2 6 2 6 6 2
131
Gentil
Somando este resultado com o oposto da exponencial, e−iw =
√ 1 π4 e (−i 3 + j) 2
e dividindo o resultado por 2i, obtemos π π √ π π sen π2 , π4 , π6 = 41 (e 4 + e− 4 ) 3 − j (e 4 − e− 4 ) Vamos agora calcular
iw
cte w = ± e
− e−(−iw) 2j
Como sen z = sen π6 ≥ 0, escolhemos o sinal positivo nesta equa¸ca˜o. Observe que j´a possuimos as duas exponenciais para o c´ alculo desta fun¸ca˜o. Ent˜ ao, eiw =
1 −π √ e 4 (i 3 + j) 2
e−(−iw) =
1 −π √ e 4 (i 3 − j) 2
Tomando o oposto desta u ´ ltima equa¸ca˜o, somando com a primeira e dividindo o resultado por 2j, obtemos cte w =
1 2
π
e− 4
No gr´ afico, Z cos( π 2,
π π 4, 6
)
cos( π 2,
ց Y cte w
sen ( π 2,
π π 4, 6
)
π π 4, 6
o )=0, 87 270, 00
30, 00o
sen ( π 2,
π π 4, 6
o )=1, 23 0, 00
−20, 74o
cte ( π 2,
π π 4, 6
o )=0, 23 0, 00
0, 00o
132
Cap´ıtulo 4
Aplica¸ c˜ oes 4.1
Computa¸c˜ ao Gr´ afica
A multiplica¸ca˜o hipercomplexa pode ser vista como uma rota¸ca˜o no espa¸co. Isto nos sugere aplic´ a-la nas transforma¸co˜es geom´etricas. Rota¸ c˜ ao em torno da origem Segundo a proposi¸ca˜o 6 (p´ ag. 33) se multiplicarmos o n´ umero w1 = 1 · (cos θ · cos β, sen θ · cos β, sen β) pelo ponto (n´ umero) w = (x, y, z) obteremos uma rota¸ca˜o, deste u ´ ltimo, de um ˆangulo (θ, β). Para atender a referida proposi¸ca˜o basta escolher − π2 ≤ β ≤ π2 (isto ´e, cos β ≥ 0). Para obter a rota¸ca˜o - de argumento (θ, β) - de um ponto w = (x, y, z), em torno da origem, devemos realizar o produto: (cos θ · cos β, sen θ · cos β, sen β) · (x, y, z) Vamos calcular este produto para o caso especial em que, r1 =
p π (cos θ · cos β)2 + ( sen θ · cos β)2 = | cos β| = cos β 6= 0 ⇒ β 6= ± . 2
e w fora do eixo Oz. Sendo assim, multiplicamos em (D4 ): (x·cos θ·cos β−y· sen θ·cos β)γ, (y·cos θ·cos β+x· sen θ·cos β)γ, sen β·r2 +z·cos β Onde, r2 =
p x2 + y 2 e γ = 1 −
z√ sen β , cos β x2 +y 2
Fa¸camos,
isto ´e, γ = 1 − √
x′ =(x cos θ cos β − y sen θ cos β) γ y ′ =(y cos θ cos β + x sen θ cos β) γ p z ′ = x2 + y 2 · sen β + z · cos β 133
z x2 +y 2
tg β.
134 Para efeito de exemplifica¸ca˜o vamos rotacionar um n´ umero complexo w = (x, y, 0). Sendo assim temos γ = 1, logo, x′ =(x cos θ − y sen θ ) cos β y ′ =(y cos θ + x sen θ ) cos β p z ′ = x2 + y 2 · sen β
Observe que cos β funciona como um “fator de contra¸ca˜o”. Na figura a seguir rotacionamos sucessivamente um quadrado de lado unit´ ario:
Em cada figura θ assume os valores: 0o , 5o , 10o , 15o , . . . , 60o ; enquanto β = 30o permanece fixo. O quadrado, que inicialmente encontra-se no plano (complexo), ap´ os a opera¸ca˜o de rota¸ca˜o vai para o espa¸co (devido ao ˆangulo β), na figura temos a proje¸ca˜o no plano complexo, isto ´e, plotamos (x′ , y ′ ). Mais algumas figuras obtidas a partir da rota¸ca˜o hipercomplexa s˜ ao exibidas a seguir:
Para obter os quadrados acima existe uma rela¸ca˜o entre o “fator de escalonamento” (contra¸ca˜o) α e o ˆangulo θ desejado, assim: α = (cos θ + sen θ)−1 = cos β
135
Gentil
No caso da figura aplicamos “escalonamento sobre escalonamento”. Inicialmente, α = (cos 10o + sen 10o )−1 = cos β = 0, 8632. O segundo escalonamento ´e: 0, 8632 × 0, 8632, ent˜ ao: β = cos−1 (0, 8632 × o 0, 8632) = 41, 8284 , no terceiro escalonamento β = cos−1 (0, 86323) = 49, 9674o, etc.
4.2
Rob´ otica
Aqui queremos apenas deixar a sugest˜ ao de que se estudem a viabilidade de aplica¸ca˜o dos n´ umeros 3 − D na rob´ otica, cremos que isto n˜ ao ser´ a dif´ıcil.
4.3
Um Desafio Dirigido aos Matem´ aticos do Planeta Terra
Existem problemas sobre n´ umeros Reais que s´ o podem ser resolvidos com o aux´ılio dos n´ umeros Complexos, por exemplo certas equa¸co˜es c´ ubicas. Motivados por este fato podemos elaborar problemas sobre n´ umeros Complexos que s´ o podem ser resolvidos com o aux´ılio dos n´ umeros Hipercomplexos. Dentro deste contexto foi que elaboramos o Desafio a seguir.∗
∗ Este Desafio foi divulgado a n´ ıvel nacional e esteve dispon´ıvel em nossa home-page por cerca de dois meses, n˜ ao recebemos nenhuma proposta de resolu¸ca ˜o.
136
Um Desafio Dirigido aos Matem´ aticos do Planeta Terra Pr^ emio: R$ 1.000, 00.
24.08.07
Uma assembl´eia de avatares decidiu pˆ or `a prova (conhecer) o n´ıvel de desenvolvimento tecnol´ ogico do planeta terra. Para tanto, decidiram enviar um desafio aos mais ilustres dentre os matem´aticos do planeta terra. Seguiu-se a esta decis˜ ao um impasse: Este desafio versaria sobre que t´ opico da matem´atica? Ap´ os um dia inteiro de discuss˜ oes concluiram: n˜ ao deveriam enviar um desafio sobre um assunto de “fronteira”, porquanto s´ o os especialistas da respectiva area estariam aptos a atacar o problema; os demais estariam excluidos! A fim ´ de que o desafio se estendesse, de fato, a todos os matem´aticos do planeta terra, os algumas re´e que o assunto escolhido deveria ser comum a todos eles. Ap´ umeros Complexos! flex˜ oes deram o veredicto: N´ Ah! ia esquecendo: como os terr´aqueos s˜ ao consumidores - contumaz do caf´ezinho (ou do ch´ a), decidiram ofertar um prˆemio de R$ 1.000, 00 para custear estes estimulantes; talvez seja necess´ ario para as - poss´ıveis - noites em claro. O Desafio: Desejamos construir, de modo iterativo, a seq¨ uˆencia ( zn ) de n´ umeros Complexos dada em (4.1); onde, para isto, s˜ ao dados um termo inicial e dois parˆ ametros, assim: ( i ) Semente da seq¨ uˆencia: z0 = (1, 0); ( ii ) primeiro parˆ ametro: θ = −10o; ( iii ) segundo parˆ ametro: β = −8o .
cos nβ, n = 1, 2, 3, . . . , 11, 12. zn = (cos nθ, sen nθ) · cos 12β, n = 14, 16, 18, . . . cos 11β, n = 13, 15, 17, . . .
(4.1)
O Desafio consiste em: Munido apenas dos dados listados acima, e atuumeros complexos, C, obter a ando - de modo iterativo - dentro da estrutura n´ seq¨ uˆencia dada em (4.1)! Nota Importante: N˜ ao esquecer que os termos da seq¨ uˆencia s˜ ao n´ umeros ao definidas Complexos. C = ( R2 , +, ·) ´e uma estrutura alg´ebrica onde est˜ duas opera¸co˜es. Evite opera¸co˜es esp´ urias. Opera¸co˜es leg´ıtimas s˜ ao: adi¸ca˜o e multiplica¸ca˜o; e as que decorrem destas, tais como: subtra¸ca˜o, divis˜ao, potencia¸ca˜o e radicia¸ca˜o. Estamos chamando a aten¸ca˜o para este detalhe para que se evite opera¸co˜es que n˜ ao se justifiquem em uma estrutura alg´ebrica como a que estamos tratando. Por exemplo, a opera¸ca˜o, (cos −10o , sen − 10o ) · (1, 0) · cos −8o ∴ z0 → z1
´e “l´ ogicamente” v´alida, uma vez que se justifica na estrutura n´ umeros complexos. O Desafio consiste, precisamente, em: como sair do termo z1 para o termo z2 , atrav´es de uma estrutura alg´ebrica onde temos definida apenas uma adi¸ca˜o
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Gentil
e uma multiplica¸ca˜o? Como sair do termo z2 para o termo z3 , atrav´es. . . Como sair do termo z3 para do termo z4 , atrav´es. . . entenderam? Este Desafio ter´ a validade de um mˆes (se estender´ a at´e 24.09.07)∗ Mande sua resolu¸ca˜o para:
[email protected] Haver´a um u ´ nico vencedor: o que entregar a resolu¸ca˜o primeiro (se por email, vale a data e a hora do mesmo). Nota: Uma exigˆencia (´ obvia) ´e que n˜ ao podemos usar a resposta (seq¨ uˆencia dada em (4.1)) para obter a pr´opria resposta (uma esp´ecie de racioc´ınio circular). - Curiosidades acerca da seq¨ uˆ encia ( zn ) 1a ) Plotando os termos da seq¨ uˆencia no plano complexo, obtemos y
z0 =(1, 0) x −10o 1
2
3
2a ) A distˆancia - para a origem - das 12 primeiras bolinhas vale, p |zn | = (cos nθ cos nβ)2 + ( sen nθ cos nβ)2 = | cos nβ|
n = 1, 2, 3, . . . , 11, 12. 3 ) As bolinhas azuis (n = 14, 16, 18, . . .) est˜ ao em um c´ırculo de raio, p |zn | = (cos nθ cos 12β)2 + ( sen nθ cos 12β)2 = | cos 12β| a
4a ) As bolinhas vermelhas (n = 13, 15, 17, . . .) est˜ ao em um c´ırculo de raio, p |zn | = (cos nθ cos 11β)2 + ( sen nθ cos 11β)2 = cos 11β
∗ Boa Vista-RR/24.08.07 Nota: O .pdf deste Desafio est´ a dispon´ıvel em nossa p´ agina: www.dmat.ufrr.br/∼ gentil
138
Resolu¸c˜ ao do Desafio Este ´e um problema do “plano” mas cuja resolu¸ca˜o s´ o pode dar-se no “espa¸co”. Na verdade este (segundo) Desafio ´e uma variante de um que lan¸camos anteriormente. O primeiro Desafio ´e resolvido por “sucessivas multiplica¸co˜es” em H − 3D, enquanto este segundo ´e resolvido por “sucessivas divis˜ oes” em H − 3D, assim: Sejam w2 = 1 · w1 (1) w2
=
8o
10o
w1 w2
w1
,
(2) w2
e w1 = (1, 0, 0). Definimos,
=
1 w2
·
w1 w2
,
w1 (3) w2
=
1 w2
·
1 w2
·
w1 w2
Utilizaremos as divis˜oes (p´ ag. 146),
w1 w2
=
ρ ρ1
2
ρρ1
2
, ...
θ1 −θ2
β1 −β2
se
cos β1 ≥ 0, cos β2 ≥ 0
( DP 1 )
θ1 −θ2
β1 +β2
se
cos β1 < 0, cos β2 ≥ 0
( DP 3 )
Sendo assim, temos w1 w2
= 1 1
0o
0o
10o
=1
8o
−10o
−8o
Itera¸co˜es sucessivas nos d˜ ao: w1
(2)
w2
w1
(3) w2
=
1 w2
·
=
1 w2
1 w2
·
·
w1 w2
w1 w2
=
=
1 1
10o
1
10o
·1
−10o
−8o
=1
8o
−20o
−16o
·1
−20o
−16o
=1
8o
−30o
−24o
1
E assim sucessivamente. Note que, para efeitos das divis˜oes ( DP 1 ) e ( DP 3 ) temos que w2 = 1 · 10o 8o est´ a sempre fixo, enquanto os resultados parciais das divis˜oes ´e sempre colocado em w1 . Utilizamos ( DP 1 ), isto ´e, vamos subtraindo β2 = 8o , enquanto cos β1 ≥ 0, ap´ os o que utilizamos ( DP 2 ), isto ´e, somamos β2 = 8o e a´ı o ˆ angulo β1 ficar´ a oscilando entre dois valores: −88o − 8o = −96o ;
Itera¸co˜es: 12, 14, 16, . . .
(4.2)
−96o + 8o = −88o ;
Itera¸co˜es: 13, 15, 17, . . .
(4.3)
Observamos que, w1 (n)
w2
=1
−10o ·n
−8o ·n
;
n = 1, 2, . . .?
139
Gentil
Esta regra, para este quociente vale at´e que valor de n? Para responder a esta pergunta, recorremos ` a condi¸ca˜o de Moivre. Inicialmente observe que , ent˜ a o β = −8o = − 2π 45 π − 2(n−1) ≤ − 2π 45 ≤
Portanto,
w1 (n)
w2
=1
nθ
nβ
π 2(n−1)
⇒ n ≤ 12.
; n = 1, 2, . . . 12
onde θ = −10o e β = −8o . Temos, w=1
nθ
nβ
x = cos nθ cos nβ ⇒ y = sen nθ cos nβ z = sen nβ
Logo, a solu¸ca˜o (parcial) do nosso Desafio ´e: zn =
cos nθ cos nβ, sen nθ cos nβ ;
n = 1, 2, . . . , 12.
onde θ = −10o e β = −8o . De (4.2), concluimos que, zn = cos nθ cos 12β, sen nθ cos 12β ; n = 12, 14, 16, . . . De (4.3), concluimos que, zn =
cos nθ cos 11β, sen nθ cos 11β ;
n = 13, 15, 17, . . .
Sendo assim, temos (para solu¸ca˜o do Desafio): (cos nθ cos nβ, sen nθ cos nβ), n = 1, 2, . . . , 9, 10, 11. zn = (cos nθ cos 12β, sen nθ cos 12β), n = 12, 14, 16, . . . (cos nθ cos 11β, sen nθ cos 11β), n = 13, 15, 17, . . .
onde θ = −10o e β = −8o .
Observe que tudo se passa no “espa¸co”, a solu¸ca˜o do nosso Desafio ´e a “proje¸ca˜o” no plano Complexo de uma seq¨ uˆencia que encontra-se em 3 − D (ver figura da seq¨ uˆencia complexa que consta no Desafio). Para o primeiro Desafio que propomos (n˜ ao para este) construimos uma figura da seq¨ uˆencia no espa¸co, assim:
2
1 0
140
Apˆ endice Da impossibilidade de uma multiplica¸c˜ ao no R3 Existe uma prova (ver [3]) da impossibilidade dos n´ umeros tridimensionais. Vamos repetir aqui esta prova: A impossibilidade de um n´ umero complexo tri-dimensional. Examinaremos aqui o problema de introduzir uma multiplica¸ca˜o no espa¸co de trˆes dimens˜oes R3 de maneira que resulte uma generaliza¸ca˜o natural dos n´ umeros complexos como pontos do plano (α, β) = α + β i, assim como estes s˜ ao uma generaliza¸ca˜o natural dos n´ umeros reais como pontos da reta sob a identifica¸ca˜o (α, 0) = α. Em outras palavras, considerando os ternos ordenados de n´ umeros reais (α, β, γ) com as identifica¸co˜es (α, 0, 0) = α e (α, β, 0) = α + β i, e com as opera¸co˜es usuais de adi¸ca˜o e multiplica¸ca˜o por escalares, a quest˜ ao ´e: podemos definir uma multiplica¸ca˜o de vetores em R3 de modo que sejam v´alidos todos os axiomas de um corpo? N˜ ao ´e dif´ıcil mostrar que isto ´e imposs´ıvel. Com efeito, seja (α, β, γ) = α + β i + γ j (onde, ´e claro, j = (0, 0, 1)) e vamos supor que uma tal multiplica¸ca˜o est´ a definida. Ent˜ ao podemos escrever i j = α0 + β0 i + γ0 j onde α0 , β0 e γ0 s˜ ao reais. Multiplicando ambos os lados por i `a esquerda, obtemos −j = i2 j = i (i j) = i (α0 + β0 i + γ0 j) = α0 i − β0 + γ0 i j. Substituindo agora i j por α0 + β0 i + γ0 j, segue que ( α0 γ0 − β0 ) + ( α0 + β0 γ0 ) i + ( γ02 + 1 ) j = 0, contradizendo o fato de que γ0 ´e real. Note que para chegar a uma contradi¸ca˜o usamos apenas a associatividade e distributividade da multiplica¸ca˜o.
“Dizendo
isso,
gritou
bem
forte: ‘L´ azaro, saia para fora!’ O morto saiu. Tinha os bra¸ cos e as pernas amarrados. . . Jesus disse aos presentes: ‘Desamarrem e deixem que ele ande’.” Jo. (43 − 44 )
141
Gentil
Programa para multiplicar hipercomplexos O programa dado a seguir (calculadoras HP − 48, 49, 50) multiplica dois hipercomplexos: (a1 , b1 , c1 ) · (a2 , b2 , c2 ). ≪ → a 1 b 1 c1 a 2 b 2 c2 p ≪ ′ (a1 ∧ 2 + b1 ∧ 2)′ EV AL ′ r1 ′ ST O p ′ (a2 ∧ 2 + b2 ∧ 2)′ EV AL ′ r2 ′ ST O
IF ′ r1 == 0 AN D r2 == 0′ T HEN ′ − c1 ∗ c2 ′ EV AL 0 0 ELSE IF ′ r1 == 0 AN D r2 6= 0′ T HEN ′ − c1 ∗ c2 ∗ a2 /r2 ′ EV AL ′ ′
− c1 ∗ c2 ∗ b2 /r2 ′ EV AL
c1 ∗ r2 ′ EV AL
ELSE IF ′ r1 6= 0 AN D r2 == 0′ ′
T HEN ′ ′
ELSE ′ ′ ′ ′
− c1 ∗ c2 ∗ a1 /r1 ′ EV AL
− c1 ∗ c2 ∗ b1 /r1 ′ EV AL
c2 ∗ r1 ′ EV AL
1 − c1 ∗ c2 /(r1 ∗ r2 ) ′ EV AL
′
γ ′ ST O
(a1 ∗ a2 − b1 ∗ b2 ) ∗ γ ′ EV AL
(a1 ∗ b2 + a2 ∗ b1 ) ∗ γ ′ EV AL
c1 ∗ r2 + c2 ∗ r1 ′ EV AL EN D EN D EN D ≫
≫
Programa para o c´ alculo de potˆ encias Dados um seguir calcula a ≪ → x y ≪ x y
≫
≫
hipercomplexo w = (x, y, z) e um natural n ≥ 2 o programa a potˆencia wn . z n z 1 n 1 −
F OR I x y z M HC3D N EXT
Nota: M HC3D chama o programa anterior (o programa para multiplicar hipercomplexos 3D deve ser armazenado na vari´ avel M HC3D).
142 Prova da proposi¸ c˜ ao 6 (p´ ag. 33) Nota importante: Uma observa¸ca˜o importante a respeito desta proposi¸ca˜o ´e que, para qualquer n´ umero do eixo 0Z ( β = π2 + k π, k ∈ Z ) devemos π tomar θ = 0 e β = 2 ou θ = 0 e β = − π2 , antes de fazer a multiplica¸ca˜o. Prova: Consideremos algumas possibilidades: 1 ) r1 = r2 = 0. Suponhamos, w1 = (0, 0, c1 ) e w2 = (0, 0, c2 ) Na forma trigonom´etrica escrevemos, |c1 | cos 0 cos π2 , sen 0 cos π2 , sen π2 , c1 > 0 w1 = −π −π |c1 | cos 0 cos −π , c1 < 0 2 , sen 0 cos 2 , sen 2 |c2 | cos 0 cos π2 , sen 0 cos π2 , sen π2 , c2 > 0 w2 = −π −π |c2 | cos 0 cos −π , c2 < 0 2 , sen 0 cos 2 , sen 2
Calculando (em D1 ) o produto w1 · w2 , temos w1 · w2 = (−c1 · c2 , 0, 0), que na forma trigonom´etrica pode ser escrito: 1.1 ) c1 > 0 e c2 > 0 (−c1 · c2 < 0) w1 · w2 = | − c1 · c2 | cos π cos 0, sen π cos 0, sen 0 π π π π π π = |c1 | · |c2 | cos(0 + 0) cos( + ), sen (0 + 0) cos( + ), sen ( + ) 2 2 2 2 2 2 1.2 ) c1 > 0 e c2 < 0 (−c1 · c2 > 0) w1 · w2 = | − c1 · c2 | cos 0 cos 0, sen 0 cos 0, sen 0 π π π π π π = |c1 | · |c2 | cos(0 + 0) cos( − ), sen (0 + 0) cos( − ), sen ( − ) 2 2 2 2 2 2 1.3 ) c1 < 0 e c2 > 0 (−c1 · c2 > 0) w1 · w2 = | − c1 · c2 | cos 0 cos 0, sen 0 cos 0, sen 0 π π π π π π = |c1 | · |c2 | cos(0 + 0) cos(− + ), sen (0 + 0) cos(− + ), sen (− + ) 2 2 2 2 2 2 1.4 ) c1 < 0 e c2 < 0 (−c1 · c2 < 0) w1 · w2 = | − c1 · c2 | cos π cos 0, sen π cos 0, sen 0 π π π π π π = |c1 | · |c2 | cos(0 + 0) cos(− − ), sen (0 + 0) cos(− − ), sen (− − ) 2 2 2 2 2 2 2 ) r1 = 0 e r2 6= 0. Suponhamos, w1 = (0, 0, c1 ) e w2 = (a2 , b2 , c2 )
143
Gentil
Na forma trigonom´etrica escrevemos, |c1 | cos 0 cos π2 , sen 0 cos π2 , sen π2 , c1 > 0 w1 = −π −π , c1 < 0 |c1 | cos 0 cos −π 2 , sen 0 cos 2 , sen 2 w2 = ρ2 cos θ2 cos β2 , sen θ2 cos β2 , sen β2
Calculando (em D2 ) o produto w1 · w2 , temos w1 · w2 =
−
c1 · c2 · a 2 c ·c ·b , − 1 2 2 , c1 · r2 r2 r2
Vamos escrever este produto na forma trigonom´etrica, temos q p r2 = a22 + b22 = (ρ2 cos θ2 cos β2 )2 + (ρ2 sen θ2 cos β2 )2 = ρ2 | cos β2 | Observa¸ca˜o: r2 6= 0 ⇒ cos β2 6= 0. Ent˜ ao, c ρ sen β ·ρ2 cos θ2 cos β2 c ρ w1 · w2 = − 1 2 ρ 2| cos ,− 1 2 β | 2
2
sen β2 ·ρ2 sen θ2 cos β2 ρ2 | cos β2 |
, c1 ρ2 | cos β2 |
Nota: Para prosseguir vamos supor cos β2 > 0; esta n˜ ao ´e uma restri¸ca˜o s´eria devido ` a equa¸ca˜o (1.18), p´ ag. 25. Sendo assim, temos 2.1) cos β2 > 0 ( | cos β2 | = cos β2 ). Temos c ρ sen β2 ·ρ2 cos θ2 cos β2 c1 ρ2 sen β2 ·ρ2 sen θ2 cos β2 w1 · w2 = − 1 2 , − , c ρ cos β 1 2 2 ρ cos β ρ cos β 2
2
2
2
Ent˜ ao,
w1 · w2 = − c1 ρ2 cos θ2 sen β2 , −c1 ρ2 sen θ2 sen β2 , c1 ρ2 cos β2 2.1.1 ) c1 > 0
( |c1 | = c1 )
w1 · w2 = c1 ρ2 − cos θ2 sen β2 , − sen θ2 sen β2 , cos β2 π π π = |c1 |ρ2 cos(0 + θ2 ) cos( + β2 ), sen (0 + θ2 ) cos( + β2 ), sen ( + β2 ) 2 2 2
2.1.2 ) c1 < 0
( |c1 | = −c1 )
w1 · w2 = −c1 ρ2 cos θ2 sen β2 , sen θ2 sen β2 , − cos β2 π π π = |c1 |ρ2 cos(0 + θ2 ) cos(− + β2 ), sen (0 + θ2 ) cos(− + β2 ), sen (− + β2 ) 2 2 2
3 ) r1 6= 0 e r2 = 0. Suponhamos,
w1 = (a1 , b1 , c1 ) e w2 = (0, 0, c2 ) Na forma trigonom´etrica escrevemos, w1 = ρ1 cos θ1 cos β1 , sen θ1 cos β1 , sen β1
144 |c2 | cos 0 cos π2 , sen 0 cos π2 , sen π2 , c2 > 0 w2 = −π −π |c2 | cos 0 cos −π , c2 < 0 2 , sen 0 cos 2 , sen 2
Calculando (em D3 ) o produto w1 · w2 , temos w1 · w2 =
−
c ·c ·b c1 · c2 · a 1 , − 1 2 1 , c2 · r1 r1 r1
Vamos escrever este produto na forma trigonom´etrica, temos q p r1 = a21 + b21 = (ρ1 cos θ1 cos β1 )2 + (ρ1 sen θ1 cos β1 )2 = ρ1 | cos β1 | Observa¸ca˜o: r1 6= 0 ⇒ cos β1 6= 0. Ent˜ ao, ρ sen β1 ·c2 ·ρ1 cos θ1 cos β1 ρ w1 · w2 = − 1 ,− 1 ρ | cos β | 1
1
sen β1 ·c2 ·ρ1 sen θ1 cos β1 ρ1 | cos β1 |
, c2 · ρ1 | cos β1 |
3.1) cos β1 > 0 ( | cos β1 | = cos β1 ). Temos ρ sen β1 ·c2 ·ρ1 sen θ1 cos β1 ρ sen β1 ·c2 ·ρ1 cos θ1 cos β1 ,− 1 , c2 · ρ1 cos β1 w1 · w2 = − 1 ρ cos β ρ cos β 1
1
1
1
Ent˜ ao,
w1 · w2 = − c2 ρ1 cos θ1 sen β1 , −c2 ρ1 sen θ1 sen β1 , c2 ρ1 cos β1 3.1.1 ) c2 > 0
( |c2 | = c2 )
w1 · w2 = c2 ρ1 − cos θ1 sen β1 , − sen θ1 sen β1 , cos β1 π π π = |c2 |ρ1 cos(θ1 + 0) cos(β1 + ), sen (θ1 + 0) cos(β1 + ), sen (β1 + ) 2 2 2
3.1.2 ) c2 < 0
( |c2 | = −c2 )
w1 · w2 = −c2 ρ1 cos θ1 sen β1 , sen θ1 sen β1 , − cos β1 π π π = |c2 |ρ1 cos(θ1 + 0) cos(β1 − ), sen (θ1 + 0) cos(β1 − ), sen (β1 − ) 2 2 2 4 ) r1 6= 0 e r2 6= 0. Suponhamos,
w1 = (a1 , b1 , c1 ) e w2 = (a2 , b2 , c2 ) Na forma trigonom´etrica escrevemos, w1 = ρ1 cos θ1 cos β1 , sen θ1 cos β1 , sen β1 w2 = ρ2 cos θ2 cos β2 , sen θ2 cos β2 , sen β2
Calculando (em D4 ) o produto w1 · w2 , temos c ·c w1 · w2 = (a1 · a2 − b1 · b2 ) 1 − r1 ·r2 , (a1 · b2 + a2 · b1 ) 1 − 1
2
Escrevamos este produto na forma trigonom´etrica,
r1 = ρ1 | cos β1 |, r2 = ρ2 | cos β2 |
c1 ·c2 r1 ·r2
, c1 · r2 + c2 · r1
145
Gentil
Nota: Vamos considerar que cos β1 > 0 e cos β2 > 0. Temos, 1−
c1 ·c2 r1 ·r2
= 1−
ρ1 sen β1 ·ρ2 sen β2 ρ1 | cos β1 |·ρ2 | cos β2 |
=
cos(β1 +β2 ) cos β1 · cos β2
Tomando w1 · w2 = (X, Y, Z), temos: X = (ρ1 cos θ1 cos β1 · ρ2 cos θ2 cos β2 − ρ1 sen θ1 cos β1 · ρ2 sen θ2 cos β2 ) ·
cos(β1 +β2 ) cos β1 · cos β2
Y = (ρ1 cos θ1 cos β1 · ρ2 sen θ2 cos β2 + ρ2 cos θ2 cos β2 · ρ1 sen θ1 cos β1 ) ·
cos(β1 +β2 ) cos β1 · cos β2
Z = ρ1 sen β1 · ρ2 | cos β2 | + ρ2 sen β2 · ρ1 | cos β1 | Simplificando, X = ρ1 ρ2 cos β1 cos β2 cos(θ1 + θ2 ) ·
cos(β1 +β2 ) cos β1 · cos β2
Y = ρ1 ρ2 cos β1 cos β2 sen (θ1 + θ2 ) ·
cos(β1 +β2 ) cos β1 · cos β2
Z = ρ1 ρ2 ( sen β1 · | cos β2 | + sen β2 · | cos β1 |) Mais ainda, X = ρ1 ρ2 cos(θ1 + θ2 ) cos(β1 + β2 ) Y = ρ1 ρ2 sen (θ1 + θ2 ) cos(β1 + β2 ) Z = ρ1 ρ2 sen (β1 + β2 ) Nota: Aqui podemos incluir os casos anteriores: 1) r1 = r2 = 0, 2) r1 = 0, r2 6= 0, 3) r1 6= 0, r2 = 0. Juntando este u ´ ltimo caso (caso 4 ) com os anteriores (casos 1 ), 2 ) e 3 )) completamos a prova da proposi¸ca˜o.
146 Multiplica¸ c˜ ao na forma trigonom´ etrica sem restri¸ co ˜es Na prova anterior supomos cos β1 > 0 e cos β2 > 0, sem estas restri¸co˜es, isto ´e para uma f´ ormula geral vale (exerc´ıcio): M) Multiplica¸ca˜o
w1 · w2 =
ρ1 ρ2 ρ1 ρ2 ρ1 ρ2 ρ1 ρ2
θ1 +θ2
β1 +β2
se
cos β1 ≥ 0, cos β2 ≥ 0
( MP1 )
θ1 +θ2
−(β1 −β2 )
se
cos β1 ≥ 0, cos β2 < 0
( MP2 )
θ1 +θ2
β1 −β2
se
cos β1 < 0, cos β2 ≥ 0
( MP3 )
θ1 +θ2
−(β1 +β2 )
se
cos β1 < 0, cos β2 < 0
( MP4 )
ao D) Divis˜
w1 w2
=
ρ1 ρ2
θ1 −θ2
β1 −β2
se
cos β1 ≥ 0, cos β2 ≥ 0
( DP 1 )
ρ1 ρ2
θ1 −θ2
−(β1 +β2 )
se
cos β1 ≥ 0, cos β2 < 0
( DP 2 )
ρ1 ρ2
θ1 −θ2
β1 +β2
se
cos β1 < 0, cos β2 ≥ 0
( DP 3 )
ρ1 ρ2
θ1 −θ2
−(β1 −β2 )
se
cos β1 < 0, cos β2 < 0
( DP 4 )
147
Gentil
Programa para transformar coordenadas retangulares em polares
Vamos escrever um programa computacional para transformar um n´ umero hipercomplexo das coordenadas retangulares para polares. Antes precisamos rever um pouco das fun¸co˜es trigonom´etricas inversas, 1 ) y = arc sen x = sen −1 x. O dom´ınio e contra-dom´ınio de f = sen −1 s˜ ao dados por, π π f : [ −1, 1 ] −→ − , 2 2 Temos, π z π z ∴ − ≤ β≤ . ⇒ β = sen −1 sen β = ρ ρ 2 2
2 ) y = arc cos x = cos−1 x. O dom´ınio e contra-dom´ınio de f = cos−1 s˜ ao dados por, f : [ −1, 1 ] −→ [ 0, π ]
Nota: Observe que as fun¸co˜es sen −1 e cos−1 n˜ ao cobrem o terceiro quadrante. Para calcular 0 ≤ θ ≤ 2π, temos as seguintes possibilidades:
i ) x > 0, y > 0 ( IQ ). Neste caso podemos calcular θ por sen −1 ou cos−1 , indistintamente. y x , sen θ = cos θ = ρ cos β ρ cos β ii ) x < 0, y > 0 ( IIQ ). Neste caso fazemos θ = cos−1 . Isto ´e, x θ = cos−1 ρ cos β iii ) x > 0, y < 0 ( IV Q ). Neste caso fazemos θ = sen −1 . Isto ´e, y θ = sen −1 ρ cos β iv ) x < 0, y < 0 seguir:
( IIIQ ). Neste caso, obtemos θ com o aux´ılio da figura a
θ x
φ −x
y
Para obter θ: trocamos o sinal de x, calculamos o ˆangulo φ e tomamos θ = 180o + φ, assim: −x φ = cos−1 ⇒ θ = 180o + φ. ρ cos β O programa ´e dado a seguir:
148 - Retangular → Polar: (x, y, z) → ρ
θ
β
≪ → x y z p ≪ DEG ′ (x ∧ 2 + y ∧ 2 + z ∧ 2)′ EV AL ′ ρ ′ ST O ′
ASIN (z/ρ)′ EV AL
′
β ′ ST O
IF ′ cos β == 0′ T HEN ρ ′′ ρ′′ → T AG 0 ′′ θ′′ → T AG β ′′ β ′′ → T AG ELSE IF ′ x ≥ 0 AN D y ≥ 0′ T HEN ′ ACOS(x/(ρ ∗ cos(β))) ′ EV AL ′ θ ′ ST O ELSE
IF ′ x ≤ 0 AN D y ≥ 0′
T HEN ′ ACOS(x/(ρ ∗ cos(β))) ′ EV AL ′ θ ′ ST O ELSE IF ′ x ≥ 0 AN D y ≤ 0′ T HEN ′ ASIN (y/(ρ ∗ cos(β))) ′ EV AL ′ θ ′ ST O ELSE ′ 180 + ACOS(−x/(ρ ∗ cos(β)))′ EV AL ′ θ ′ ST O EN D EN D EN D ρ ′′ ρ′′ → T AG θ ′′ θ′′ → T AG β ′′ β ′′ → T AG EN D ≫
≫
- Polar → Retangular: ρ
θ
β
→ (x, y, z)
≪ → ρ θ β ≪ DEG ′ ρ ∗ cos(θ) ∗ cos(β)′ EV AL ′
ρ ∗ sen (θ) ∗ cos(β)′ EV AL ′
≫
ρ ∗ sen (β)′ EV AL
≫
Nota: entre com os ˆ angulos em graus. Para entrar com os ˆangulos em radiano troque, no programa, DEG por RAD.
Gentil
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Resenha de trabalhos A seguir listamos uma resenha de nossos trabalhos dispon´ıveis em nosso enderˆec¸o: www.dmat.ufrr.br/∼ gentil I - O Mito das Ambig¨ uidades nas Representa¸ c~ oes Decimais Resumo: Este trabalho p˜ oe fim ` as intermin´aveis pendengas sobre as representa¸co˜es decimais de reais do intervalo [ 0, 1 ]. Mostramos que as supostas ambig¨ uidades de algumas destas representa¸co˜es, tipo: 0, 5 = 1/2 = 0, 4999 . . . s˜ ao um mito. Aqui esclarecemos, em definitivo, igualdades tais como 0, 999 . . . = 1. II - Uma Curva de Peano In´ edita ( No Quadrado [ 0, 1 [×[ 0, 1 [ ) Resumo: N˜ ao temos conhecimento de que algu´em j´a tenha construido uma curva de Peano no quadrado [ 0, 1 [ × [ 0, 1 [. Construimos uma e mostramos que a mesma resulta com propriedades topol´ogicas “absurdamente” distintas da curva usual, isto ´e, da curva no quadrado [ 0, 1 ] × [ 0, 1 ]. III - Uma Sugest~ ao Para o Tratamento das Dimens~ oes na Teoria das Supercordas
Resumo: Neste trabalho mostramos uma t´ecnica para transitar entre dimens˜oes arbitr´arias: seja no sentido de reduzir, quanto elevar, uma dimens˜ao `a outra. Cremos que o mesmo possa ser u ´ til ao entendimento de algumas quest˜ oes concernentes ` as dimens˜oes na Teoria das Supercordas. Em resumo: provamos a possibilidade te´orica (matem´ atica) da transposi¸ca˜o de dimens˜oes. IV - Uma Modifica¸ c~ ao na Equa¸ c~ ao de Schr¨ oedinger Resumo: Neste trabalho estamos sugerindo uma modifica¸ca˜o na equa¸ca˜o de Schr¨oedinger (da Mecˆ anica Quˆ antica) de modo a obtermos solu¸co˜es reais para a fun¸ca˜o de onda. ´lgebras em Dimens~ V -A ao pot^ encia de Dois Resumo: O objetivo deste trabalho ´e desenvolver os n´ umeros 2N − dimensionais, ou seja, n´ umeros que est˜ ao em uma dimens˜ao que ´e potˆencia de dois. Por exemplo: ( i ) 20 = 1, na dimens˜ao 1 (reta) n´ umeros reais; 1 ( ii ) 2 = 2, na dimens˜ao 2 (plano) n´ umeros complexos; ( iii ) 22 = 4, na dimens˜ao 4 (hiperplano) n´ umeros quat´ernions. A partir destes exemplos somos levados a conjecturar que s˜ ao poss´ıveis os n´ umeros que moram em uma dimens˜ao que seja potˆencia de dois. VI - A M´ etrica Divina Resumo: Este artigo nasceu de um sentimento meu de solidariedade com os “menos favorecidos”. No caso do - cl´assico - paradoxo de Zen˜ao, Aquiles, numa atitude de puro esnobismo d´ a uma vantagem inicial `a tartaruga. Em nosso paradoxo a situa¸ca˜o se inverte: a tartaruga dar´ a uma distˆancia inicial a Aquiles para logo em seguida ultrapass´ a-lo e vencer a corrida. Mostraremos, com t´ecnicas matem´aticas recentes, que n˜ ao trata-se de um engodo - n˜ ao tomariamos em v˜ao o precioso (e j´ a escasso) tempo do leitor!.
150 VII - MATRIZ DIGITAL Resumo: Neste trabalho construimos - atrav´es do algoritmo da divis˜ao - uma matriz e mostramos aplica¸co˜es da mesma em: convers˜ ao de um inteiro positivo para uma base num´erica qualquer; c´ alculo de combina¸co˜es; teoria dos n´ umeros. VIII - Progress~ oes Aritm´ eticas e Geom´ etricas de ordem m Resumo: Neste trabalho estudamos, sob uma nova ´otica (isto ´e, a partir de uma nova defini¸ca˜o) as progress˜oes aritm´eticas e geom´etricas de ordem m. IX - Seq¨ u^ encias Aritm´ eticas e Geom´ etricas Multidimensionais Resumo: Neste trabalho desenvolvemos uma outra generaliza¸ca˜o das progress˜ oes aritm´eticas e geom´etricas: as progress˜oes aritm´eticas e geom´etricas multidimensionais (ou em dimens˜ao N ). X - TRAC ¸ADOS 3 − D ( Um aux´ılio para o tra¸cado de figuras no LATEX ) Resumo: Neste pequeno trabalho mostramos (deduzimos) o “menor algoritmo do mundo” para tra¸cados 3 − D. Este algoritmo nos auxilia no tra¸cado de algumas figuras no LATEX. c~ ao dos N´ umeros XI - N´ umeros Hipercomplexos−2D ( Uma Nova Generaliza¸ Reais ) Resumo: Neste trabalho construimos um novo sistema num´erico sobre o R2 . Este sistema resulta numa nova generaliza¸ca˜o dos n´ umeros reais. XII - N´ umeros Hipercomplexos−3D ( Uma Nova Generaliza¸ c~ ao dos N´ umeros Complexos ) Resumo: Neste trabalho construimos (sobre o R3 ) os n´ umeros tridimensionais, uma nova generaliza¸ca˜o dos n´ umeros complexos. XIII - O Problema do Cavalo Pastando Resumo: Neste trabalho resolvemos, apenas com matem´atica do ensino m´edio, o famoso problema do cavalo pastando. XIV - O Problema da r´ egua de combust´ ıvel Resumo: Neste trabalho resolvemos, apenas com matem´atica do ensino m´edio, o problema da r´egua de combust´ıvel.
Referˆ encias Bibliogr´ aficas [1] Fundamentos de matem´atica elementar (por) Gelson Iezzi (e outros). S˜ ao Paulo, Atual Ed., 1977- v.6 [2] Boyer, Carl Benjamin. Hist´ oria da Matem´ atica. S˜ ao Paulo - Edgar Bl¨ ucher, 1974. ´ [3] Bernardo Felzenszwalb. Algebras de Dimens˜ ao Finitas. 12o Col´oquio Brasileiro de Matem´ atica. IMPA, 1979. [4] Newton C. A. da Costa. Ensaio sobre os fundamentos da l´ ogica. S˜ ao Paulo: HUCITEC: Ed. da Universidade de S˜ ao Paulo, 1980. [5] Silva, Gentil Lopes. N´ umeros Hipercomplexos−2D (Uma nova generaliza¸ca ˜o dos n´ umeros reais). www.dmat.ufrr.br/∼ gentil [6] Ubaldi, Pietro. As No´ ures: T´ecnica e recep¸ca ˜o das correntes de pensamento. ´ Tradu¸ca˜o de Cl´ ovis Tavares. 4. ed. Rio de Janeiro: FUNDAPU, 1988.
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