Fundamentos Do Handebol II (1)

January 15, 2018 | Author: Edeson Das Neves | Category: Distance Education, Cognition, Psychology & Cognitive Science, Cognitive Science, Sports
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apostila...

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ENSINO A DISTÂNCIA

LICENCIATURA EM

Educação Física FUNDAMENTOS DO HANDEBOL II Constantino Ribeiro de Oliveira Júnior Flávio Guimarães Kalinowski Marcus William Hauser

PONTA GROSSA / PR 2012

CRÉDITOS Universidade Estadual de Ponta Grossa João Carlos Gomes Reitor Carlos Luciano Sant’ana Vargas Vice-Reitor NUTEAD - UEPG Coordenação Geral Leide Mara Schmidt Coordenação Pedagógica Cleide Aparecida Faria Rodrigues Conselho Consultivo Pró-Reitor de Graduação - Graciette Tozetto Goes Pró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação - Benjamin de Melo Carvalho Pró-Reitor Extensão e Assuntos Culturais - Miguel Sanches Neto

Colaboradores Financeiros Ariângelo Hauer Dias Luiz Antonio Martins Wosiack Colaboradores de Planejamento Carlos Roberto Ferreira Silviane Buss Tupich Colaboradores em Informática Carlos Alberto Volpi Carmen Silvia Simão Carneiro Colaboradores em EAD Dênia Falcão de Bittencourt Jucimara Roesler Colaboradores de Publicação Álvaro Franco da Fonseca - Ilustrador Anselmo Rodrigues de Andrade Júnior - Designer Gráfico/Ilustrador Ceslau Tomczyk Neto – Ilustrador Dyego Marçal – Diagramador Márcia Zan Vieira – Revisora Rosecler Pistum Pasqualini - Revisora Vera Marilha Florenzano – Revisora Colaboradores Operacionais Edson Luis Marchinski Maria Clareth Siqueira

Todos os direitos reservados ao NUTEAD - Núcleo de Tecnologia e Educação Aberta e a Distância Universidade Estadual de Ponta Grossa, Ponta Grossa, Paraná, Brasil. Ficha catalográfica elaborada pelo Setor de Processos Técnicos BICEN/UEPG.

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA Núcleo de Tecnologia e Educação Aberta e a Distância - NUTEAD Av. Gal. Carlos Cavalcanti, 4748 - CEP 84030-900 - Ponta Grossa - PR Tel.: (42) 3220 3163 www.nutead.uepg.br 2009

APRESENTAÇÃO INSTITUCIONAL

A Universidade Estadual de Ponta Grossa é uma instituição de ensino superior estadual, democrática, pública e gratuita, que tem por missão responder aos desafios contemporâneos, articulando o global com o local, a qualidade científica e tecnológica com a qualidade social e cumprindo, assim, o seu compromisso com a produção e difusão do conhecimento, com a educação dos cidadãos e com o progresso da coletividade. No contexto do ensino superior brasileiro, a UEPG se destaca tanto nas atividades de ensino, como na pesquisa e na extensão Seus cursos de graduação presenciais primam pela qualidade, como comprovam os resultados do ENADE, exame nacional que avalia o desempenho dos acadêmicos e a situa entre as melhores instituições do país. A trajetória de sucesso, iniciada há mais de 40 anos, permitiu que a UEPG se aventurasse também na educação a distância, modalidade implantada na instituição no ano de 2000 e que, crescendo rapidamente, vem conquistando uma posição de destaque no cenário nacional. Atualmente, a UEPG é parceira do MEC/CAPES/FNED na execução do programas Pró-Licenciatura e do Sistema Universidade Aberta do Brasil e atua em 38 polos de apoio presencial, ofertando, diversos cursos de graduação, extensão e pós-graduação a distância nos estados do Paraná, Santa Cantarina e São Paulo. Desse modo, a UEPG se coloca numa posição de vanguarda, assumindo uma proposta educacional democratizante e qualitativamente diferenciada e se afirmando definitivamente no domínio e disseminação das tecnologias da informação e da comunicação. Os nossos cursos e programas a distância apresentam a mesma carga horária e o mesmo currículo dos cursos presenciais, mas se utilizam de metodologias, mídias e materiais próprios da EaD que, além de serem mais flexíveis e facilitarem o aprendizado, permitem constante interação entre alunos, tutores, professores e coordenação. Esperamos que você aproveite todos os recursos que oferecemos para promover a sua aprendizagem e que tenha muito sucesso no curso que está realizando. A Coordenação

SUMÁRIO

■ PALAVRAS DOS PROFESSORES

7

■ DEDICATÓRIA

9

■ OBJETIVOS & EMENTA

11

■ REPRESENTAÇÃO GRÁFICA UTILIZADA

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SISTEMAS DEFENSIVOS

■ SEÇÃO 1- TÁTICA GERAL ■ SEÇÃO 2- TÁTICA DEFENSIVA ■ SEÇÃO 3- TRANSIÇÃO ATAQUE E DEFESA/DEFESA ATAQUE E EXERCÍCIOS

SISTEMAS OFENSIVOS

■ SEÇÃO 1- SOBRE O ATAQUE ■ SEÇÃO 2- FASES DO ATAQUE ■ SEÇÃO 3- TIPOS DE ATAQUE E EXERCÍCIOS

O GOLEIRO E O PIVÔ

■ SEÇÃO 1- O GOLEIRO DE HANDEBOL E EXERCÍCIOS ■ SEÇÃO 2- O PIVÔ DE HANDEBOL E EXERCÍCIOS

15 17 23 51

61 62 66 69

81 82 93

■ PALAVRAS FINAIS

101

■ REFERÊNCIAS

102

■ NOTAS SOBRE OS AUTORES

105

PALAVRAS DOS PROFESSORES

O handebol é uma modalidade bastante prazerosa de se ensinar, aprender e de se praticar. Seus exercícios de iniciação são simples e se constituem em elementos incentivadores na aprendizagem desse esporte. Basicamente, o handebol é uma modalidade esportiva em que uma equipe tenta tomar posse do terreno de jogo do adversário e entre os jogadores de uma equipe há necessidade de existir uma grande cooperação, senso de responsabilidade coletiva e rapidez na tomada de decisões. No livro de Fundamentos do Handebol I, enfocamos os itens referentes aos passes, dribles, fintas e sobre as regras do handebol, onde foi propiciado aos acadêmicos a primeira abordagem para o trabalho com essa modalidade. O presente livro – Fundamentos do Handebol II - é uma contribuição ao aprendizado do handebol nos quesitos de sistemas defensivos, sistemas ofensivos e sobre as posições do goleiro e do pivô, onde se busca com que futuros profissionais de educação física sintam-se estimulados para promover o desenvolvimento dessa modalidade esportiva nas instituições de ensino públicas e particulares. O presente trabalho foi elaborado com base em pesquisas desenvolvidas em variadas referências e também pela experiência dos autores, que perpassam pelas situações vivenciadas pelos mesmos como atletas, árbitros e técnicos da modalidade. Esperamos que ele cumpra seus objetivos. Sejam bem-vindos e estamos a sua disposição.

Seus Professores Constantino Ribeiro de Oliveira Júnior Flávio Guimarães Kalinowski Marcus William Hauser

DEDICATÓRIA Dedicamos este livro aos professores Antonio Carlos Di Francisco, Gilberto de Carvalho, Luiz Alberto Pilatti e Luiz Gonzaga de Resende pelos seus brilhantes trabalhos na formação de atletas de handebol desenvolvidos em nosso município e por suas profícuas e vitoriosas atuações como técnicos dessa modalidade.

Constantino Ribeiro de Oliveira Júnior Flávio Guimarães Kalinowski Marcus William Hauser

OBJETIVOS & EMENTA

OBJETIVO GERAL ■ Desenvolver os conteúdos e métodos para aplicação dos sistemas ofensivos, sistemas defensivos, goleiro e pivô, visando a educação física escolar.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS ■

Identificar as particularidades dos sistemas defensivos e ofensivos do handebol.

■ Introduzir noções de fundamentos esportivos relacionadas às posições do goleiro e do pivô. ■ Identificar os principais jogos pré-desportivos e suas aplicações em educação física escolar, visando o aprendizado dos sistemas defensivos e ofensivos. ■ Analisar métodos de ensino das habilidades esportivas necessárias para o ensino dos sistemas defensivos e ofensivos da modalidade esportiva handebol.

EMENTA ■ Sistemas ofensivos e defensivos. Tática de jogo. Indicações de conteúdos da modalidade nos diversos ciclos da escolarização. Jogos pré-desportivos. Trabalho do pivô e do goleiro. Regras básicas e possibilidades de adaptação aos objetivos propostos.

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA UTILIZADA

1. Bola .......................................................................................... 2. Trajetória da bola ...................................................................... 3. Trajetória do jogador .................................................................. 4. Jogador com a bola .................................................................. 5. Jogador em movimento ............................................................. 6. Jogador saltando ...................................................................... 7. Jogador fazendo giro ................................................................ 8. Trajetória da bola indo e voltando ............................................. 9. Trajetória do jogador indo e voltando ........................................ 10. Jogador correndo de costas ....................................................... 11. Bola demonstrada abstratamente ............................................. 12. Representação dos lados: D (direito); E (esquerdo); F (frente); C (costas)

MARCUS WILLIAM HAUSER

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao término desta unidade você será capaz de:

Fundamentos do Handebol II

CONSTANTINO RIBEIRO DE OLIVEIRA JÚNIOR FLÁVIO GUIMARÃES KALINOWSKI

UNIDADE I

Sistemas Defensivos

■ Compreender a função da tática de jogo; ■ Conhecer os sistemas táticos defensivos.

ROTEIRO DE ESTUDOS ■ SEÇÃO 1:

Tática geral

■ SEÇÃO 2:

Tática defensiva

■ SEÇÃO 3:

Transição ataque e defesa/defesa ataque e exercícios

15 UNIDADE 1

Universidade Aberta do Brasil

PARA INÍCIO DE CONVERSA Como visto no livro de Fundamentos do Handebol I, você, como futuro profissional de educação física, atuará na área da licenciatura e sua responsabilidade dentro da escola será muito mais que ensinar gestos técnicos das modalidades esportivas. Além de formar cidadãos, no tempo e espaço destinado à aula de Educação Física, você terá a responsabilidade de ser o interlocutor para que seus alunos compreendam a lógica do handebol. Agora centrando atenção aos aspectos táticos da modalidade. Neste início de conversa, você será instigado a pensar no papel que a tática ocupa nas relações entre indivíduos, grupos e na sociedade como um todo. Mesmo tendo como foco desta unidade instigar você a compreender o papel do termo “tática” no handebol, cabe destacar que a tática está envolvida no seu cotidiano. Pois, a cada momento as relações entre indivíduos, entre grupos e no seio da sociedade estão permeadas de decisões que levam em consideração o cenário. Sendo assim, ter consciência sobre o que ocorre no seu entorno, permite a você definir a melhor tática para agir no momento adequado. Portanto, esta unidade apresentará a função da tática defensiva no trabalho com o handebol. Os assuntos tratados nesta unidade, composta de três seções, partem da lógica de que uma equipe adversária deve ser impedida de concretizar seu objetivo. Ou seja, marcar o gol. Para que isso ocorra, a equipe, na posição defensiva, deve identificar a estratégia adversária e assim, identificando, deve lançar mão de recursos individuais, de grupo e de equipe para frustrar o plano adversário e recuperar a posse de bola. Ou seja, você terá contato com alternativas táticas de jogo na defesa. Bom estudo!

16 UNIDADE 1

TÁTICA GERAL

Lugar e preferência. Esses dois termos já foram apresentados a vocês em outras disciplinas de seu curso. “Lugar” aqui se refere ao ponto em que você se encontra para que faça suas escolhas. “Preferência” diz

Fundamentos do Handebol II

SEÇÃO 1

respeito às escolhas feitas por vocês para que se possa avançar frente a uma decisão a ser tomada. Pois bem. Nesta disciplina, entende-se como lugar o espaço em que você estuda para conquistar a licença para atuar como professor no ensino formal. Preferência seria o termo para designar a seleção de informações e conteúdos vinculados aos aspectos táticos da modalidade em questão.

VOCÊ PODE SE PERGUNTAR: AONDE SE QUER CHEGAR COM ESSA ARGUMENTAÇÃO INICIAL?

No entendimento de que você terá um universo muito mais amplo a estudar do que o limite dos conteúdos apresentados nesta unidade. Na compreensão de que os aspectos táticos a serem vistos aqui possuem um recorte específico, que tem como finalidade inseri-lo na discussão sobre o tema. Como exemplo, você poderá ler nas argumentações iniciais de Simões (2008). Para este autor, os aspectos táticos ligados aos aspectos defensivos devem ser vinculados a “diferentes postos específicos defensivos” (SIMÕES, 2008, p. 18). Ele vai além. Propõe a ideia de que “todas as intervenções técnicas e táticas têm sua essência a partir da posição base” (Ibidem).

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Universidade Aberta do Brasil

Diferentes postos específicos defensivos? Posição base?

As argumentações iniciais de Simões são mais específicas. Para ele, “muitos profissionais vivem em função da aplicação de exercícios encontrados em livros e apostilas” (Ibidem). Como proposta a essa situação, interpretada por nós como uma ação de simples reprodução de informações, Simões propõe em seu livro a discussão conceitual dentro de esquema, articulado numa perspectiva “conceitual, referencial e operacional no qual os exercícios obedecem a certas regras de verificação” (Ibid, p. 19). Você pode depreender do contexto apresentado por Simões algumas situações. Entre elas, a de que a investigação individual para aprofundar informações contidas em livros e apostilas é essencial para que você construa uma bagagem teórica sobre o tema em foco. Ao mesmo tempo, coloca em alerta a situação de que não basta ter a informação e reproduzi-la. A compreensão (tanto sua quanto a dos alunos que você irá trabalhar) é essencial para que em situações vivenciadas na quadra, indivíduos, grupo e equipe possam agir de acordo com sua autonomia e leitura do contexto vivenciado. Contexto este que é mais complexo do que se poderia imaginar.

Ok. Alerta dado! Mas começar por onde?

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já lhe foi alertado que para pertencer a uma determinada área ou grupo, você necessita decifrar e compartilhar determinados códigos (postos específicos, posição base, etc.). No caso desta disciplina, o básico sobre a tática deve ser trabalhado. Portanto, a preferência se manifesta neste contexto. Entre a vasta bibliografia existente, optou-se, nesta unidade, recorrer como fonte principal às informações contidas na obra de Martini

Fundamentos do Handebol II

Essa é uma preocupação interessante. Interessante pelo fato de que

(1983). Essa escolha se dá pelo fato de que se entende que essa obra permite uma descrição detalhada sobre a tática e seus princípios. Porém, fica a ressalva de que a busca por autores mais recentes permitirá a você a complementação sobre o assunto tratado. Essa descrição detalhada lhe permitirá conhecer, ao menos, os aspectos básicos necessários para um aprofundamento futuro.

O que é tática? Existe diferença entre tática geral e defensiva?

O entendimento sobre o termo pode ser resgatado por meio de Fernandes (1996, p. 594) que o apresenta como “a arte de dispor e ordenar as tropas em posições e terrenos favoráveis para o combate”. O conceito apresentado serve para que você se inspire para pensar o handebol. Dispor e ordenar as tropas. No caso do handebol, foi visto no primeiro livro que a equipe no terreno de jogo é composta por sete jogadores. Ou seja, a “tropa” seria a sua equipe. E o terreno a ser utilizado seria a quadra, e o combate entre duas “tropas” seria a sua equipe e a adversária.

Mas como dispô-los e ordená-los para colocá-los em situações favoráveis de combate?

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Universidade Aberta do Brasil

Martini (1983) utiliza de conceito mais específico de tática relacionada ao handebol tendo por base Harre e Mahlo e apresenta princípios gerais a serem considerados para que se possa responder a questão formulada no destaque anterior. Para ele, tática seria

[...] o conjunto dos processos de ataque e de defesa individuais e de equipe, que são utilizados com base nas regras de jogo, no modo de luta do adversário e nas várias situações de jogo e com a ajuda das quais deve ser baseada a concepção de configuração do jogo para conseguir resultado ótimo (Ibid., p. 117).

O conceito de processos técnicos foi apresentado na disciplina de Fundamentos do Handebol I. Ou seja, seria um recurso para entender os fundamentos do handebol de forma isolada ou em conjunto com outros fundamentos. Daí a divisão entre processos técnicos simples e complexos. Também as regras do jogo foram exploradas por você tanto no livro didático quanto nas aulas práticas. Neste livro, cabe reconhecer como se estrutura o modo de luta do adversário em situações variadas de jogo. As configurações de jogo veremos com relação à lógica de trabalho a ser implementada de acordo com as idades dos alunos. Justamente por pensar em aluno é que se entende o conceito de tática de Martini como adequado. Por quê? Pelo fato de se pensar em resultado ótimo. Lembre-se da diferença que se apresentou entre rendimento ótimo e máximo. Com base em Kirsch, Koch e Oro (1983) visualizouse, no primeiro livro, de que o rendimento máximo se refere à lógica do treinamento de alto rendimento, enquanto o rendimento ótimo seria

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meio desta ação, busca-se uma otimização da prática. Considere essa ideia de resultado ou rendimento ótimo. Com base nele, pense nas possibilidades de se entender o jogo na lógica dos princípios táticos gerais propostos por Martini (1983, p. 117)

Fundamentos do Handebol II

aquele em que se procura cumprir com os objetivos determinados e, por

Jogar taticamente disciplinado; Auxílio mútuo; Preparação e execução no momento exato; Criação de superioridade numérica; Antevisão das ações dos jogadores da sua equipe e dos adversários.

Pense essas situações no contexto das aulas práticas feitas por você na disciplina de Fundamentos do Handebol I. Como pensar em jogar taticamente disciplinado? A ideia de transição seria um exemplo. Quem não tem ideia do que acontece em quadra, corre para o ataque num momento em que sua equipe ainda está defendendo e precisando do seu auxílio. Portanto, ter a leitura adequada do jogo prevê compreender a tática para ser disciplinado no jogo.

Com essa disciplina não se quer dizer que o aluno não possa ser criativo e autônomo. Deve sim usar a criatividade, no entanto, tendo a leitura sobre tudo que ocorre no terreno de jogo.

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O auxílio mútuo é um dos princípios mais importantes. Tanto no ataque quanto na defesa, sem a utilização do mesmo o jogo se tornaria individualizado ao máximo. Nesse contexto, o drible acabaria sendo um dos principais fundamentos. Porém, como visto, o passe e a recepção são dois processos técnicos importantíssimos no jogo. E para a boa execução dos mesmos, o auxílio entre jogadores torna-se essencial. São diversas as situações em que o auxílio é requisitado tanto na defesa quanto no ataque. Por isso, a necessidade de amarrá-lo com outro princípio que seria a preparação e execução no momento exato e a superioridade numérica. Caso não exista comunicação entre os pares, não haverá auxílio nem coordenação de movimentos para se preparar uma ofensiva ou defensiva. A superioridade numérica é um princípio pelo qual os jogadores conseguem sobrepor sua tática frente ao adversário, sempre dominando melhor o espaço de jogo.

Qual é a situação em que você terá melhor possibilidade de êxito? Marcando dois adversários ou tendo o auxílio de um colega para marcar um oponente? Daí a ideia de auxiliar e criar a superioridade numérica num determinado espaço.

Entre os princípios elencados por Martini (1983) você encontrará a necessidade de antevisão das ações dos jogadores da sua equipe e dos adversários. Não existe como auxiliar o colega, criar superioridade numérica, preparar e executar ações em momentos exatos se você não estiver atento para o que ocorre no terreno de jogo. Para demonstrar a importância deste princípio, basta relembrá-lo de que na execução dos fundamentos técnicos você foi alertado para a utilização do recurso da visão periférica. Ao mesmo tempo em que a visão está focada na recepção de uma bola, a atenção está situada no entorno. Ao primeiro sinal de movimentação do jogador oponente, você se deslocará para auxiliar seu colega para que ocorra o passe e a recepção sem interferência do oponente. Esse exemplo também serve para quem está

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o passe pode ser acelerado ou retardado, conforme a necessidade. Daí a importância em ficar atento para essa movimentação. Para encerrar esta seção, basta lembrá-lo de que a compreensão sobre a tática está inserida numa lógica de ação que envolve indivíduo, grupo e equipe. Essa distinção será explorada adiante.

Fundamentos do Handebol II

passando a bola. Ao perceber a movimentação do colega e do adversário,

SEÇÃO 2 TÁTICA DEFENSIVA

Você inicia essa nova seção com o objetivo de compreender o que vem a ser a tática defensiva. Antes, porém, faz-se necessário discutir sobre os motivos que levaram a decisão de iniciar esta unidade pela lógica da tática defensiva. Nas aulas práticas da disciplina de Fundamentos do Handebol I, você trabalhou os movimentos no terreno de jogo. Esses movimentos são considerados a base para o desenvolvimento do jogo. Portanto, tanto o “sprint”, como a parada brusca, a mudança de direção simples ou dupla, a corrida para trás, corrida lateral, como as corridas em curva são movimentações no terreno de jogo sem ou com bola que podem ser utilizadas tanto para o ataque quanto para a defesa. Marcar é uma ação que nem sempre é privilegiada nas aulas práticas. Existe preferência pelos praticantes do handebol em atacar. Seja pelo fato de estar de posse de bola, seja pela possibilidade imediata de se marcar um gol. De qualquer forma, marcar não tem sido a preferência de muitos durante o jogo.

Vale salientar que no momento em que você pensar a metodologia e o planejamento do ensino do handebol, você precisa entender que na bibliografia da área do handebol se afirma que a parte defensiva deve ser privilegiada depois que se domine os elementos do ataque.

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No entanto, existem alguns ditos populares que apontam que a defesa é o melhor ataque. No caso do handebol, defender é uma ação que tem sua definição em dois momentos do jogo: a) no início dele, após o sorteio, em que uma equipe inicia com posse de bola ou; b) no momento em que se perde a posse de bola.

Qual momento seria esse? Você cometeu uma infração e o árbitro apita. Nesse momento, você já não possui a posse de bola e toda ação individual volta-se para a recuperação dessa bola.

A ideia é a de que uma partida será iniciada e sua equipe não venceu o sorteio. Por esse motivo, você iniciará na defesa e sua equipe terá dois objetivos. Primeiro, evitar que a equipe adversária faça um gol e, segundo, tomar a posse de bola do adversário.

Nesse contexto, quais são os conceitos que você deve dominar para alcançar esses dois objetivos?

O primeiro deles é o de que você deverá usar todos os recursos técnicos e táticos para lutar pela posse da bola. Nesse sentido, você deve

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geral de tática. Principalmente ao que se refere à ocupação do terreno de jogo. Para atender a ementa desta disciplina e pensar numa sequência de apresentação da tática defensiva no sentido de auxiliá-lo na compreensão de sua utilização, nesta seção serão utilizados Martini (1983) e Ehret et.al. (2002).

Fundamentos do Handebol II

lembrar o conceito trabalhado na primeira seção, referente ao conceito

Martini (1983, p. 152) apresenta a tática defensiva como “todas ações individuais, de tática de grupo e de equipe, na luta com o ataque adversário”. Desta citação fica a necessidade de compreender quais seriam as ações individuais, de grupo e de equipe necessárias para se constituir uma defesa eficiente. Mas antes de você usar o filtro acima, cabe apresentar o que Martini estabelece como as bases da tática defensiva: “Segurança de um equilíbrio defensivo; Recuperar a tempo para a defesa; Distribuir os adversários; Ataque firme adversário que está de posse da bola” (1983, p. 152).

Porém, como realizar essas ações e em que momento?

Os conceitos apresentados como base levam em consideração o desenvolvimento do jogo como um todo. Como a proposta é pensar no início do jogo, você pode recorrer para Ehret et. al (2002, p. 65) quando é apresentado a estrutura metodológica da tática de defesa no treinamento infanto-juvenil. Na proposta de Ehret et. al (2002), a lógica de utilização do handebol é apresentada numa cultura alemã. Naquele espaço, o treinamento considera três momentos. O primeiro chamado de “Formação básica”, o segundo de “Treinamento de base” e o terceiro de “Treinamento de construção”.

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O que se pensa para cada uma dessas etapas?

Essa lógica é apresentada no volume um de publicação deste autor, com a preocupação em trabalhar crianças de seis (6) a dez, onze/12 anos, iniciando com a lógica de domínio dos elementos ofensivos para depois trabalhar os defensivos. No entanto, a lógica defensiva segue um padrão que vai da marcação individual na quadra toda, delimitando posteriormente para a metade da quadra e por fim próximo à área de goleiro. Essa direção permitirá a construir uma “pré-forma da marcação zona e combinada”. Essa é a ideia para trabalhar a redução de espaço de marcação até chegar à lógica de que cada jogador é responsável pela marcação de seu oponente numa área delimitada. A lógica do treinamento de base também se divide em dois momentos. No primeiro, existe a preocupação em variar a marcação individual e num segundo, a defesa configurada como “defesa 1:5 (defesa 3:3 individual combinada com defesa por zona como por exemplo na defesa 3:0+3)” (EHRET et. al. p. 65). Essa proposta é trabalhada no volume dois e pretende trabalhar com jovens de 13/14 anos. Já o treinamento de construção é utilizado para designar a defesa chamada de 3:2:1 em relação à bola, ofensiva e defensiva e com transição de 4:2 para 6:0. Defesa 6:0 e variações de acordo com o jogo. Essa proposta está detalhada no volume três e prevê o trabalho com alunos entre 15/16 e 17/18 anos.

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Pois, as nomenclaturas foram inseridas anteriormente para instigá-

Fundamentos do Handebol II

O que significa essas nomenclaturas apresentadas nessa sequência?

lo a pensar como se constrói a configuração da defesa no handebol a partir da divisão dos jogadores no terreno de jogo. Trataremos desta informação mais à frente. Cabe agora pensar na lógica da tática defensiva por meio dos filtros individual, grupo e equipe.

TÁTICA DEFENSIVA INDIVIDUAL

O que vem a ser a tática defensiva individual?

Novamente recorra a Martini. Para este autor, significa a “capacidade de o jogador se opor ao adversário atacante” (1983, p. 153). Tecnicamente foi verificado que essa oposição deve ser feita de acordo com as regras. Ou seja, deve-se utilizar o tronco para desviar ou bloquear a passagem do adversário. Para que o aluno consiga acompanhar seu oponente deve-se dominar a posição base e as técnicas de deslocamento lateral.

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Lembrando-se da posição base: Posição adequada que permita deslocar-se rapidamente em qualquer direção. Pés paralelos (com pequeno afastamento - largura dos ombros), apoio na planta dos pés, pernas semiflexionadas,     palmas das mãos para frente e à altura dos ombros. Pequeno desequilíbrio do corpo à frente, tronco ereto. E os deslocamentos? Manter um dos pés no solo. Não saltar e utilizar passadas curtas e rápidas.

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direto com o adversário em que a preocupação central é evitar que esse adversário auxilie o colega de equipe dele, que não recepcione a bola e de preferência que não se desloque livremente para onde quiser. Mas como conseguir êxito nestas tarefas? Martini (1983, p. 153) fala em princípios a serem seguidos. São eles:

Fundamentos do Handebol II

Em outras palavras, a marcação individual permite um confronto

- Defensor entre o adversário e o gol; - Observar seu adversário para reagir de acordo com a situação; - Observar tudo a sua volta;

Dos três princípios apresentados destaca-se o primeiro. Essa é uma situação em que muitas crianças têm dificuldade em entender. A bola parece exercer um fascínio na criança e até em adultos. No momento da marcação, muitas vezes, o olhar do defensor está voltado para a bola e o posicionamento como princípio da marcação individual é esquecido. Aqui duas dicas são importantes: a) manter-se entre o adversário e a baliza defensiva; b) utilizar a visão periférica para observar tudo em volta. Lembre-se que os princípios táticos gerais serão alcançados por meio destas ações. Ehret (2002) apresenta outras habilidades táticas importantes para uma marcação individual. Seriam elas, a ideia de perturbar a recepção do adversário, de tal forma que a tarefa de se colocar entre a linha de passe seria uma ação importante. Parece contraditório com o que se apresentou com base em Martini (1983). Porém, não o é. Colocar-se na linha de passe pode ser feito sem perder o posicionamento de marcação. Como? Aproximando do seu oponente, bloqueando sua passagem com o tórax e utilizando os braços para atrapalhar a recepção. Ou ainda, executar a ação de interceptação da bola no momento exato, procurando realizar bloqueios no arremesso do adversário.

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Os bloqueios defensivos podem ser baixos, médios e altos, dependendo dos arremessos executados. A ilustração anterior demonstra um bloqueio alto.

O domínio desses princípios é primordial para mais tarde obter êxito em outros sistemas, como seria o caso da marcação por zona.

Ainda sobre a marcação individual, Martini (1983, p. 153) aponta para tarefas a serem cumpridas quando do confronto com o oponente. Seriam elas:

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Diminuir o espaço de movimento do adversário; Impedir o adversário de ir ao espaço livre; Impedir a recepção da bola, o passe e o remate; Jogar a bola para fora; Obrigar o adversário a deslocar-se para locais desfavoráveis.

Essas tarefas, de certo modo já foram comentadas na trajetória de construção desta seção. Destaca-se que para cumpri-las cabe lembrar que o espaço com maiores alternativas de jogo está na região central da quadra em relação às laterais. Por isso a necessidade de deslocar o adversário para as laterais. As possibilidades de remate dos adversários serão diminuídas com esta ação. As informações que seguirão são tratadas com nomenclaturas diferentes. Porém, a orientação é a mesma. Martini (1983, p. 154) apresenta como “modalidades de marcação individual”. Ehret et.al. (2002) apresenta como “formas de defesa individual”. De qualquer forma, seguem as informações básicas. Para Martini, as modalidades seriam a marcação “apertada e de perto”; “a de vigilância” e a “marcação de interceptação”. Para Ehret et. al. o que delimitaria a forma seria a proximidade com a área de gol. Para ele, a defesa individual pode ser dividida na quadra toda, na própria quadra e próximo ao setor de área. As formas de marcação de Ehret et. al. permitem a vivência de uma marcação bastante ofensiva, de tal forma que o adversário é pressionado a perder a posse de bola no seu campo defensivo. Porém, exige muita movimentação defensiva para acompanhar o marcador. Em termos de aprendizado, essa sequência (quadra toda, meia quadra e próximo à área) permite uma vivência de marcação pela qual as variações de marcação próximo a área serão bem dominadas.

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Se criança é sinônimo de movimento, inverte essa lógica não é restringir possibilidades de vivências?

Martini (1983) apresenta outros elementos interessantes para pensar a marcação individual. A marcação apertada ou de perto pressupõe contato com o adversário. Tanto faz ser dentro dos nove metros ou numa marcação na quadra toda. O importante é saber que o marcador deve estar com uma grande flexão das pernas, pois estará numa posição base baixa; a base conquistada pelo afastamento lateral das pernas é maior que nas outras modalidades. Há necessidade de alerta o tempo todo. Já a marcação de vigilância pressupõe certa distância entre os oponentes, e a posição base é considerada média em relação a flexão das pernas. Por fim, a marcação de intercepção é aquela em que o marcador se coloca na linha de passe.

Qual a diferença entre esta modalidade de marcação e a linha de passe descrita anteriormente?

Como visto nas práticas da disciplina de Fundamentos do Handebol I, existe uma posição que um jogador se posiciona próximo a linha delimitadora da área do goleiro. Pois bem, esse jogador é chamado de pivô. E sua característica é a de jogar de costas para o gol. Neste sentido, o marcador se coloca ente ele e o colega que tentará o passe a esse pivô. Essa situação, bem como a de se colocar entre a linha de passe de

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baliza defensiva) são as únicas em que o marcador não se posiciona entre o adversário e seu gol. Ainda neste livro, estaremos pormenorizando a posição do pivô no jogo de handebol. Tenha como norte que a marcação individual é a que dá base para todas as outras formas ou sistemas de marcação.

Fundamentos do Handebol II

jogadores que se posicionam próximos as linhas laterais (próximas ao

TÁTICA DE GRUPO Para falar de marcação, sobretudo pelo aprimoramento tático do jogo, os filtros selecionados para que você consiga entender o sistema defensivo passa pela lógica de compreender o trabalho em grupo. Para que você se posicione quanto à nomenclatura, na disciplina de Fundamentos do Handebol I, você verificou que os fundamentos podem ser trabalhados enquanto processos técnicos simples ou complexos, na medida em que se articulam alguns processos (por exemplo, a recepção seguida de drible e o remate). Na medida em que se colocam de dois a quatro jogadores no terreno de jogo, e estes se ajudam mutuamente, toda a ação deve ser coordenada para que os princípios táticos gerais sejam utilizados. Ou seja, as ações devem ser executadas no momento exato e, para isso, a observação de todos os jogadores é primordial. Para esse conjunto de ações, Martini (1982) chama de “tática de grupo na defesa”.

Trata da colaboração de dois a quatro jogadores. É a base da tática de defesa, pois na disputa direta com o adversário que leva a bola,

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estão sempre implicados apenas grupos de jogadores e o resto da equipe está pronta a entrar em ação (Ibid., p. 155-156).

No âmbito da defesa, nas principais ações táticas descritas por Martini encontram-se a “ajuda”, o “deslizamento”, a “blocagem dos remates à baliza”, a “colaboração com o guarda-redes” (termo usado para designar o goleiro), o “comportamento no grupo em igualdade e inferioridade numérica”. Vamos nos ater a descrição de cada uma das ações proposta por Martini. Lembre-se de que a descrição dessas ações tem como objetivo aproximá-lo aos conceitos da área. A alternativa, neste momento, será construir um cenário em que as ações serão colocadas no âmbito de defesa individual quadra inteira e meia quadra. No entanto, a ajuda descrita por Martini (1982) tem uma descrição de ações próximas à área de goleiro. Porém, o processo de desenvolvimento é o mesmo, independente da distância que o defensor esteja da sua área. A ideia central é manter tão pequeno quanto possível os espaços abertos na defesa. Imagine a situação em que o atacante recebe um passe. O defensor que estava a certa distância, numa posição de vigilância, entra em contato direto com o atacante. Para isso, o mesmo se desloca em direção ao oponente. Na medida em que faz essa movimentação, abre-se um espaço no lugar em que ele partiu para o movimento. Pois é justamente esse espaço que será fruto de atenção dos colegas. Os mesmos, um de cada lado, movimentam-se para diminuir esse espaço, evitando que outro atacante ocupe aquele lugar.

Essa mesma ação próxima à área do goleiro serve para evitar que um jogador adversário, no caso o pivô, ocupe aquele espaço para receber a bola, girar e lançar a gol.

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se desmarquem. A lógica é combater uma ação de bloqueio. Bloqueio seria a ação de um atacante vir a construir uma barreira com o próprio corpo para auxiliar o colega a se desmarcar. Essa barreira é feita no marcador do colega. Na medida em que o atacante chega para “obstruir” a passagem do marcador, esse dá um passo à frente ou atrás para deslizar do indivíduo que tentou bloqueá-lo.

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O deslizamento seria outra ação tática para evitar que os atacantes

Dito de outra forma, o defensor pode sair de um bloqueio adversário deslizando pela sua frente ou por trás, acompanhando o oponente que ele estava marcando. Após esse deslizamento, o marcador volta-se ao seu oponente novamente. Outra ação decorrente desta mesma situação é a chamada troca de marcação. A ação do bloqueio será tentada pelo atacante. No momento em que o marcador percebe a ação do seu adversário não tem mais tempo para fazer o deslizamento e acompanhar o adversário. Neste momento, o colega defensor que acompanhava o atacante que veio realizar o bloqueio, troca a marcação, voltando-se para o atacante que se desmarcou. O primeiro defensor que recebeu o bloqueio passa a marcar o atacante que realizou esse bloqueio.

Não se perca: O deslizamento é feito para que o defensor continue marcando o mesmo atacante que estava sob sua responsabilidade; A troca de marcação é feita quando o bloqueio do atacante foi eficiente e auxiliou ao companheiro atacante se desmarcar. Nesta ação existe a troca de marcação entre os defensores.

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A blocagem é um recurso utilizado pelos defensores para evitar que uma bola lançada chegue ao gol. Normalmente existe a ação de dois ou três jogadores que tentam blocar a bola por meio do levantamento dos braços, para interceptar uma bola lançada por cima da defesa. Martini (1982) enfatiza a necessidade de êxito nesta ação, pois se a bola passar pelos defensores, o goleiro terá dificuldades em defender, uma vez que sua visão quase sempre está encoberta. A ideia de colaboração com o goleiro surge da necessidade do defensor tentar defender um dos lados do gol. A situação decorre da seguinte ação. Um atacante tenta lançar a bola no lado direito do gol. Os defensores estavam tentando uma blocagem do lado esquerdo. Tendo o goleiro percebido que a defesa estava fechando o lado esquerdo, sua atenção ficou concentrada no lado direito, o que aumenta, em muito, sua chance de defender o remate. Na mesma situação, caso o atacante lance a bola no lado esquerdo, existe a possibilidade da defesa blocar parcialmente a bola. Essa ação diminuirá a velocidade da bola, permitindo ao goleiro reagir a tempo de evitar o gol. Numa situação ou outra, a ação defensiva é central para que o goleiro possa aumentar sua chance de defender um remate. Por fim, cabe apresentar a você algumas situações de jogo em que a ação do grupo está diretamente ligada ao contexto de igualdade ou de inferioridade numérica frente aos adversários.

Como proceder quando os atacantes ficam em maior número que os defensores? Quais ações devem ser desencadeadas quando existe a igualdade entre atacantes e defensores num determinado espaço?

Martini (1982) coloca algumas situações em que essa igualdade ou inferioridade pode surgir. Uma delas é o chamado contra-ataque. Essa ação será descrita como uma das fases do ataque contra uma defesa. De qualquer forma, quando ocorre esse contra-ataque, várias possibilidades podem ocorrer.

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que existe uma igualdade de jogadores. Neste caso, a defesa pode e deve lançar-se numa marcação individual ou uma defesa à zona. Essa nomenclatura significa que cada jogador poderá marcar um adversário, ou cada jogador é responsável por um espaço na quadra (zona) e o jogador que entrar neste espaço será marcado. Porém, a escolha por uma ou outra tem relação direta com o número

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O primeiro exemplo explorado por Martini (1982) é a situação de

de jogadores envolvidos na ação. Caso seja uma ação de dois atacantes contra dois defensores (2X2), a marcação individual é a mais indicada. Neste caso, duas possibilidades são exploradas por Martini. Uma delas é a de que os defensores conseguem parar o ataque. Outra seria o ataque passar pela marcação. Neste caso, os defensores correm em direção a sua área e tentam separar os dois atacantes.

Por que afastar os dois defensores? Para que os mesmos não possam construir uma tática de equipe no ataque por meio de combinações táticas de base.

Caso tenham três atacantes envolvidos neste contra-ataque, Martini (1982, p. 158) propõe que os defensores se posicionem à frente de sua área de gol (numa zona) e executem a seguinte ação: “[...] tenta-se marcar o atacante do meio e desviar para fora os dois atacantes das pontas”. Uma última situação seria o contra-ataque em que quatro atacantes disputam espaço com quatro defensores (4X4). Neste caso, recomendase que os quatro defensores dominem a área central à frente de seu gol, numa tentativa de retardar os atacantes para que os demais defensores possam se posicionar na defesa. Essa situação é chamada por Martini de “temporária à zona”.

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Quais seriam as ações para se pensar numa situação de inferioridade numérica?

Resumidamente, Martini apresenta três situações para que os defensores visualizem as ações a serem adotadas. São elas definidas também pelo contra-ataque em que o ataque encontra-se em superioridade de dois jogadores frente à inferioridade de um defensor (2X1); numa situação três atacantes contra dois defensores (3X2) e de quatro atacantes contra três defensores (4X2). No primeiro caso (2X1), o defensor deve se preocupar em não ser ultrapassado. Lembre-se de que o defensor deve se posicionar entre o adversário e o seu gol. Mas nesse caso, ele deve se posicionar entre os dois atacantes (no sentido das linhas laterais) e entre os jogadores e seu gol (no sentido da linha de fundo). Martini descreve que se os atacantes passaram da linha central, o defensor deve simular ataque ao portador da bola e se dirigir numa marcação do outro atacante, no caso do primeiro segurar a bola na simulação do defensor. O defensor poderá interceptar um passe ou realizar uma falta que será suficiente para que sua equipe retome a posição de defesa. Na situação de três contra dois (3X2), os defensores devem tentar forçar o ataque a rematar de média distância (9 metros). Essa tentativa se dá pela ação de marcação zona na frente de sua área. Na última situação, tenta-se uma marcação na frente da área de goleiro. Faz-se uma marcação forte aos jogadores do centro e se sobrar algum jogador livre, este deve ser da lateral. Com relação à tática de grupo, as ações descritas devem ser trabalhadas em simulações de ataque contra defesa, com a possibilidade

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alternativas é que o jogador poderá fixar suas possibilidades e a partir daí ter autonomia para escolher a melhor opção.

TÁTICA DE EQUIPE Nesta subseção você terá contato com o que pode se chamar de

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de visualização das alternativas existentes. Somente vivenciando essas

sistemas defensivos. A ideia da tática de equipe está centrada no fato de que todos os jogadores se auxiliam mutuamente no confronto com a equipe adversária. Para se chegar nessa fase, cabe ressaltar que alguns autores exploram o que pode se chamar de fases defensivas. Outra opção de entrada na temática é definir as configurações que são obtidas por meio da distribuição e função de cada jogador no seu espaço de jogo. A ideia será apresentar essas fases até chegar a um sistema zonal, bem como mostrar de que maneira você poderá identificar esse sistema, além de apontar a nomenclatura para cada posição em quadra.

Por onde começar?

Primeiro apresentando as três modalidades de defesa proposta por Martini (1982, p. 159). Para ele, uma equipe pode marcar individual, defesa à zona ou defesa mista. Com relação à primeira, marcação individual, vale lembrar que se pode utilizar a quadra toda ou meia quadra. Na quadra toda, existe maior possibilidade do atacante se desmarcar em função do grande espaço

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existente para a marcação. Porém, é uma marcação agressiva e muito utilizada no mini-handebol, com crianças entre seis e oito anos. Já a marcação meia quadra começa o processo de restrição de espaço, no qual dificulta mais para os atacantes e a ideia de ajuda ao companheiro poderá existir. Também utilizado no mini-handebol, porém para crianças até 12 anos. Na marcação individual, exige-se muito trabalho de deslocamento lateral e existem seis disputas individuais no campo de jogo.

Martini (1982, p. 159) apresenta princípios da marcação individual: Ficar entre o adversário e a própria baliza; Adversário deve sempre estar sob controle visual; Observar a bola e o jogo na totalidade; Surpreender o atacante que escapou da marcação.

A segunda forma de marcação é a chamada marcação à zona. Na figura abaixo, você poderá entender a lógica deste tipo de marcação. Como o próprio nome diz, cada jogador defende uma determinada zona. Para configurar o tipo de marcação a ser utilizada, levam-se em conta algumas características. Pense que a equipe adversária está bem distribuída na quadra, de tal forma que seus jogadores conseguem infiltrar nos espaços de defesa e finalizar a gol. Nesse caso, uma defesa que diminuísse os espaços seria mais adequada. Portanto, necessitaria de uma defesa com bastante amplitude e pouca profundidade.

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Para compreender a figura anterior, e ao mesmo tempo pensar numa defesa que tenha as características descritas, a primeira seta que aponta para as linhas laterais definiria a amplitude da defesa. Ou seja, se você distribuir os jogadores de tal forma que a configuração feita por eles se aproximar das linhas laterais você terá uma defesa com amplitude. Ao mesmo tempo, olhe para as duas setas paralelas às laterais. Elas definem a profundidade da defesa. Ou seja, sai da linha de fundo em direção ao centro da quadra. Na trajetória destas setas, você pode observar que existem três linhas defensivas. A primeira que está situada entre os seis metros até próximo dos nove metros (pontilhada). Uma segunda linha que está situada entre os oito aos dez metros e uma terceira linha que vai aproximadamente aos treze metros. Considere estas três linhas e compare em relação a seta que aponta para as linhas laterais. A primeira linha possui mais amplitude que as outras duas. A terceira linha possui mais profundidade que as outras duas. A segunda é uma linha intermediária.

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Pois bem, vamos pensar no primeiro exemplo dado sobre uma marcação que fechasse os espaços de infiltração. Nesse caso, você precisaria distribuir seus jogadores na primeira linha defensiva.

Que tipo de defesa zona eu obteria com essa distribuição?    Fazendo isso, você teria uma marcação chamada 6:0. Mas por que 6:0?

Justamente pelo fato de ter a ação dos seis jogadores marcando na primeira linha defensiva. E feito isso, você terá a seguinte configuração:

Visualize como, neste sistema, os espaços perto da área ficaram restritos.

Lembre-se dos princípios gerais de marcação e tente pensá-los na ação de cada jogador neste sistema.

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que em cada um dos círculos representados na ilustração corresponde a um jogador. Esses jogadores são identificados pela sua posição. A nomenclatura para identificá-los segue a lógica da seta de profundidade. Ou seja, a linha de fundo e a baliza servem como referência para essa definição. Considerando essa situação, você poderá visualizar que existem

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Antes de detalhar alguns pontos desse sistema, você precisa entender

três postos de marcação de cada lado. Três à direita da baliza e três a esquerda da baliza. Portanto, em algumas referências, você encontrará a nomenclatura de marcados, posto um na direita ou na esquerda. Tratarse-á de um marcador na lateral. Alguns autores o chamam de “extremodireito” ou “extremo-esquerdo”.

  também de “lateral- esquerdo” A posição dois pode ser chamada ou de “lateral-direito”. A posição três pode ser chamada de “centralesquerdo” ou “central-direito”.

Esta configuração é dada ao sistema 6X0. Segundo Martini (1982, p. 161), nas posições centrais colocam-se jogadores mais altos para tentar blocar remates em suspensão. Os jogadores baixos nas extremidades e os médios nas posições dois. Outra informação com base em Martini (1982, p, 161) tem relação com regras a serem adotadas pelos jogadores nesse tipo de defesa.

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Resumidamente, existe a orientação de que a defesa deve se mover em direção a movimentação da bola no trabalho de ataque. Todos devem se mover ao mesmo tempo; quando um jogador adversário entra nas linhas dos nove metros (pontilhada), o jogador correspondente adianta a marcação e entra em contato com o mesmo. Os defensores de sua direita e da esquerda aproximam-se um do outro com deslocamentos laterais a fim de auxiliar na marcação (cobertura). Este mesmo atacante que entrou nos nove metros realiza um passe para seu colega na sua lateral. O marcador correspondente do atacante que recepcionará a bola adianta a marcação para entrar em contato com o mesmo. A cobertura deste marcador se dará pelo colega ao lado e pelo retorno do primeiro marcador à linha de seis metros. Esse retorno se dará em diagonal na direção em que a bola foi passada.

Outras indicações pertinentes de Martini: - Os marcadores extremos não abandonam seus postos junto aos seis metros; -Os pivôs são marcados pelo lado contrário do braço de remate; - Numa troca de posições dos atacantes, os defensores o acompanham até o limite do colega ao lado, quando haverá a troca de marcação; - Jogadores que entrarem próximo aos seis metros deverão ser marcados com contato e se houver deslocamento, os defensores deverão avisar e passar a marcação para o vizinho.

Entre as principais desvantagens desse sistema estariam a fragilidade contra equipes que rematam de meia-distância; deixa os jogadores adversários livres para movimentação da bola, sendo, portanto, ineficaz para retomada da bola.

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que as principais características estão vinculadas com o fato da defesa se tornar mais agressiva em termos de tentativa de recuperação da bola. Para isso, existe uma redistribuição dos jogadores na segunda e na terceira linha defensiva. Quanto mais profunda as marcações, mais forte elas se tornam em relação a perturbar e induzir a erro a movimentação do ataque. Mais difícil torna-se o remate de meia distância, porém, mais frágil se

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Com base nesse sistema de marcação zona, existem variações em

torna a marcação junto aos seis metros. Ou seja, os pivôs começam a ter espaço para recepcionar e finalizar a gol.

   Outra característica interessante é a possibilidade da marcação

em profundidade proporcionar o contra-ataque, pois os jogadores mais velozes se posicionam na 2ª e 3ª linha. Ao mesmo tempo, Martini elenca vantagens e desvantagens de outros sistemas de marcação. Veja o sistema 5:1.

Em termos de nomenclatura, veja que um dos jogadores assume a posição de “Defensor Avançado Central”. O outro jogador, na posição 3 permanece com “Central”. Entre as tarefas destinadas a esse sistema está o equilíbrio entre evitar remates de meia distância na região central e evitar passes ao pivô. A movimentação do DAC varia entre se posicionar à frente (+ ou – 10 m.) na posição central e deslocar-se em diagonal para marcar os atacantes

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laterais direito e esquerdo (ou armadores direito e esquerdo). Quando desta ação, ele retorna para dentro dos nove metros. A movimentação só não fecha a base de um triângulo.

Quais seriam outros sistemas que trabalham na segunda linha de marcação?

Pois as alternativas seriam o 4:2, 3:3 e 1:5. Cada um deles possui características específicas na luta com a equipe adversária. Em linhas gerais, a defesa nesta linha aumenta a profundidade, diminui a amplitude

  

(ou largura) facilita o contra-ataque. Ao mesmo tempo, deixa vulnerável a defesa em função de abrir mais espaços para infiltração e para a ação de um ou dois pivôs.

Em termos específicos, Martini nos apresenta as tarefas dos jogadores neste sistema. Para ele, os defensores das extremas possuem as mesmas funções dos outros sistemas, ou seja, marcar os extremos

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centrais marcam os pivôs e atacantes que infiltram. Entre as principais vantagens, esse sistema pode ser usado contra um ataque com dois pivôs (2:4), ao mesmo tempo em que cobre bem a zona central. Por outro lado, é uma defesa muito aberta, facilitando o jogo um contra um (1X1) e deixando as extremas com muito espaço. A defesa 3:3 tem seus jogadores distribuídos em duas linhas

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e deslocar-se para auxiliar os marcadores do posto 2. Os marcadores

defensivas e, de acordo com Simões (2008, p. 72), possui “o intuito de

  

dificultar a circulação da bola, de impedir os arremessos de média e longa distância e de recuperar a posse de bola”. Esse tipo de defesa depende muito do trabalho de lateralidade de seus jogadores.

O sistema 1:5 é uma defesa muito agressiva em termos de atrapalhar a circulação da bola. Porém, você pode observar que é uma alternativa para início do trabalho zonal. Isso pelo fato de que ainda tem bastante espaço para a marcação, considerando a sequência do trabalho de marcação individual. A caracterização desse tipo de defesa é a seguinte:

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As marcações que são mais agressivas em termos de profundidade são as que marcam na terceira linha defensiva. Estas são caracterizadas por distribuição dos jogadores nas três linhas defensivas, de tal forma    que tenta evitar a eficiência de uma equipe que tenha bom rendimento em remates de média e longa distância. Entre as configurações possíveis estariam o sistema 3:2:1 e o sistema 3:1:2.

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Martini (1982), estaria a vigia do atacante por dois defensores, bem como a fácil adaptação do novo sistema de acordo com a movimentação do adversário. Tem amplitude e profundidade o que permite facilidade para a saída ao contra-ataque. Entre as desvantagens estaria a necessidade de muita movimentação, em caso contrário, perde sua eficiência. Também é considerada fraca

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Entre as principais vantagens deste tipo de marcação, segundo

contra uma equipe que utilize bem dois pivôs. Alternativa a esse sistema está o 3:1:2 que coloca dois marcadores

!    

na terceira linha e um na segunda, atuam de forma mais intensa na marcação dos armadores (ou laterais).

Por fim, dentro da lógica dos sistemas de marcação, existe a modalidade de defesa mista. Outra designação seria “sistema defensivo combinado” como propõe Simões (2008, p. 72). A ideia desta modalidade é a de que em algum momento de um jogo um atacante está desequilibrando o jogo. Dito de outra forma, o jogador atacante está com alto índice de aproveitamento em termos de finalização e assistência. A defesa não consegue marcá-lo. A opção é deslocar um defensor para marcá-lo individualmente. Normalmente se usa a distribuição dos defensores na primeira linha e um na marcação individual. Caracteriza-se aí o sistema 5+1.

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Outra opção é disponibilizar dois defensores para a marcação individual. Aí será lançada mão do sistema 4+2 (SIMÕES, 2008, p. 73).

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Duas informações de Martini (1983) são relevantes para se fechar essa seção. A primeira delas está vinculada a situação em que a equipe defensora encontra-se em superioridade numérica. Isso pode ocorrer

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O sistema 1:5 apresentado anteriormente poderia ser uma alternativa, pois cinco jogadores na segunda linha dão o combate e um jogador na primeira para realizar a cobertura. Outra opção seria lançar mão de um sistema 5:1 para recuperação da equipe em caso de jogo intenso e ao mesmo tempo ser mais ofensivo para a retomada da bola. Pois como você teve oportunidade de ver, essa

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quando um jogador da equipe adversária foi excluído por dois minutos.

defesa possui amplitude e profundidade, o que permite um equilíbrio interessante entre infiltrações e remates.

Por outro lado, o que fazer quando a defesa está em inferioridade numérica?

O maior desafio é passar o tempo de exclusão de um membro da equipe sem tomar gol. O mais recomendável é fazer uma defesa 5:0. Com este sistema, abre-se mão de marcar lançamentos de média e longa distância e concentra a defesa para evitar infiltrações. Nesse sentido, o trabalho de equipe tem que ser redobrado, uma vez que o trabalho de deslocamento lateral tem que ser muito mais rápido para marcar e fazer a cobertura na ajuda ao colega.

SEÇÃO 3 TRANSIÇÃO ATAQUE E DEFESA/ DEFESA ATAQUE E EXERCÍCIOS

Nesta seção você terá contato com as possibilidades de conhecer o que vem a ser chamado de transição. Mas tomará consciência do processo complexo e contínuo que ocorre durante o jogo de handebol. A primeira situação a ser visualizada é que no jogo de handebol existe a necessidade do jogador se manter atento para as transições que

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ocorrem durante a partida. Utilização dos princípios táticos gerais é condição ímpar para que se identifique uma clara oportunidade. Esteja o jogador no ataque ou na defesa. Aliás, essa é uma condição essencial para se jogar o handebol. Pois, identificando uma clara oportunidade de infiltração, o jogador tem que reagir de imediato, caso contrário aquele espaço se fecha quando o marcador tem a percepção de que é necessário cobrir um espaço deixado. Existe uma expressão que diz o seguinte: “a janela fecha rápido, surgiu a oportunidade, tem que aproveitar”.

Pois bem, o que nesta seção será visto?

Pretende-se mostrar que a transição entre ataque e defesa e defesa ataque ocorre por fases, que podem passar de uma a outra ou simplesmente saltar fases. Como esta unidade está centrada na defesa, você se aterá em algumas indicações de ações referentes ao processo de marcação. As fases de transição entre defesa para ataque serão vistas na unidade que aborda a tática do ataque. Neste sentido, de imediato, recorremos a informações de Cuesta (2009). Numa palestra intitulada “Ataque, Defesa e Contra-ataque”, Cuesta apresentou uma estruturação da transição destes sistemas. O raciocínio de Cuesta passa pela construção dos conceitos e ações necessárias para o desenvolvimento do jogo. Algumas situações apresentadas retomam o contra-ataque, até pelo fato de que a defesa age e reage frente à possibilidade do contraataque adversário. A função deste contra-ataque é justamente conseguir realizar o gol antes da organização do sistema defensivo. Para isso, várias situações são estruturadas. Para que você possa identificar o trabalho a ser realizado pela defesa, minimamente a estrutura do contra-ataque tem que ser dada. Para Cuesta, existem fases definidas e elas seriam a iniciação, a transição e a finalização do contra-ataque.

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que a equipe adversária perde o controle da bola. Porém, esse contraataque só terá possibilidade de início se houver o controle desta por parte da defesa.

Fundamentos do Handebol II

A iniciação do contra-ataque tem seu desenrolar no momento em

Cabe aqui você retomar todas as ações defensivas e ofensivas, técnicas e táticas, para visualizar a luta para retomada da posse de bola.

A transição do contra-ataque se dá na lógica do desenvolvimento do jogo. Têm-se o início desta fase no momento em que o jogador consegue controlar a bola e vai até o momento em que a equipe consegue vantagem frente à defesa adversária. Nesta transição são utilizados os processos técnicos como o passe, recepção, drible, fintas para se desmarcar. Essas situações são definidas por Cuesta (2009) como “qualidade de transição”. A finalização seria a última etapa, pois inicia no momento em que a equipe adquiriu a vantagem e vai até o momento em que se aproveita desta vantagem e finaliza a gol. Também se considera a desistência de finalização para estruturar o ataque num sistema definido para que se possa novamente construir uma vantagem para tentativa de finalização. Frente a essa descrição das fases do ataque, surge a sistematização para entendimento do retorno defensivo após perder a posse da bola, De qualquer forma, como já explorado nesta unidade, os objetivos deste momento seriam a recuperação da bola, bem como a tentativa de retardar o contra-ataque do adversário para que a defesa possa se recompor.

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Quais ações seriam pertinentes para se atingir esses objetivos?

Primeira ação é pensar em levar os adversários para zonas menos eficazes. O que seriam essas zonas menos eficazes? O desvio do adversário para as laterais da quadra. O início do retorno defensivo é apresentado por Cuesta (2009) com o alerta para a necessidade da construção de uma mentalidade de defesa no sentido de “reagir” ao contra-ataque e de que parte dos jogadores tem a função de “correr para trás”. Essa corrida para trás tem o objetivo de ganhar o espaço no terreno de jogo e impedir uma finalização sem oposição. Mais. Tenta evitar a finalização e se não conseguir, ao menos, levar o adversário para uma zona desfavorável. Quando se diz parte dos jogadores correr para trás é porque outros têm o objetivo de pressionar o que é chamado de “primeiro passe do goleiro”, seja curto ou longo. O que significa isso? Imagine uma finalização que foi para fora da baliza. O goleiro tem um tiro de meta e tentará repor a bola o mais rápido possível. Como ele tentará ganhar espaço em sua área para fazer o lançamento que iniciará o contra-ataque, um defensor deve tentar impedir esta ação. Um passe curto tentará o contra-ataque saindo com um jogador próximo. Já o passe longo tenta surpreender a defesa com um jogador que correu para frente. Como tentar impedir isso? Por meio da ação do goleiro da equipe que está defendendo. Este deve se posicionar entre os 10/11 metros para dissuadir o passe longo. Se este ocorrer, o goleiro poderá interceptar esse passe. Caso a bola seja lançada direta a sua baliza, o mesmo terá tempo de recuperação para a defesa.

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implantado sempre, tendo em vista que a regra que permite a saída rápida também proporciona a possibilidade do contra-ataque.

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Cabe aqui ressaltar que a mentalidade de retorno rápido deve ser

Quais seriam outras fases e ações defensivas?

A fase de transição iniciaria pelo controle da bola por parte do time adversário. Nesse sentido, o defensor deve utilizar o recurso da falta. Como visto na disciplina de Fundamentos do Handebol I, a falta é um recurso técnico a ser utilizado no jogo. Neste caso, saber o momento de usar constitui num recurso tático. Ou seja, retardar o adversário por meio de uma falta no começo do contra-ataque. Porém, Cuesta alerta para o cuidado em não cometer faltas táticas passíveis de exclusão, o que prejudicaria o time, Dois outros recursos são apresentados nessa transição: a interceptação e as dissuasões. O processo de interceptação pode ser trabalhado com exercícios que simulem a interrupção de passes e recepções. Portanto, todos os exercícios vistos até aqui, desde o Fundamentos do Handebol I servem para trabalhar essa ação. A dissuasão tem relação direta com ações que tentem fazer o adversário mudar de opinião sobre a ação do contra-ataque. Outra ação que deve ser foco de exercícios é a recuperação (tomar) da bola no momento do drible. Normalmente, um dos jogadores pode não ter a opção do passe e assim tentará driblar até o campo adversário. Também, nesta transição da defesa para o ataque, existe a possibilidade de surpreender o adversário por meio de uma substituição. Como o jogador que entrará pode não estar no campo visual do atacante, este pode surpreender e tomar a posse de bola.

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Uma das últimas fases do retorno para a defesa seria a finalização. Essa fase se concretiza quando os jogadores estão próximos a sua área de gol. Como o processo de retorno à defesa nem sempre é tranquilo (em função da disputa com o adversário), a trajetória de corrida dos defensores nem sempre coincide com o espaço destinado a ele para marcação. Nesse sentido é que se propõe que os jogadores organizam uma “defesa temporária”. Essa defesa temporária tem como objetivo dissuadir os atacantes de chegar a fase de finalização. Para tanto, Cuesta apresenta a preocupação que essa defesa deve ter no sentido de se posicionar entre os nove a dez metros e atacar os adversários. Dito de outra forma, ter uma defesa temporária ofensiva, pois se manter uma atitude passiva provavelmente perderá vantagens de espaço. Com essa ação pretende-se provocar erros nas tomadas de decisões do adversário entre finalizar ou fazer um último passe. As dissuasões devem ser interpretadas como formas de ataque ao jogador de posse de bola e tentar interceptar o passe feito para o próximo posto, como apresenta Cuesta. O que seria esse próximo posto? O jogador mais próximo ao de posse da bola. Por fim, a recuperação para a defesa se concretiza com uma organização num dos sistemas defensivos apresentados. Claro que somente chegará a essa fase caso a defesa não tenha obtido êxito em nenhuma das outras fases no sentido de recuperação da posse de bola.

EXERCÍCIOS A) Estando os alunos espalhados pela quadra, ao sinal, tomar posição de defensor e voltar à posição normal. B) Estando os alunos espalhados pela quadra, deslocar-se lateralmente ao comando auditivo ou visual do professor. C) Estando os alunos espalhados pela quadra, deslocar-se ao comando auditivo ou visual do professor, para a frente e para trás.

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que servirá de guia à frente do grupo, e estes deverão seguir os movimentos do guia. E) Os alunos deverão correr à vontade pela quadra, ao sinal, realizar três deslocamentos para a direita e três para a esquerda.

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D) Estando os alunos espalhados pela quadra, colocar um elemento

F) Estando os alunos espalhados pela quadra, estes deverão realizar o deslocamento em forma de triângulo.

G) Estando os alunos em fileiras, realizar a movimentação lateral e corridas em diagonal.

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H) Estando os alunos em fileiras, realizar a movimentação lateral e corridas em diagonal, com a inserção de um oponente.

I) Estando os alunos em fileiras, correndo pela linha de 6 metros e retornar pela linha de 9 metros. J) Estando os alunos em posição de defensores, realizar a técnica de defesa no salto do atacante, em variadas posições dentro da quadra.

- Todos os exercícios anteriormente vistos podem sofrer variações na utilização de materiais e nas formas de execução.

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Fundamentos do Handebol II

Nesta unidade você teve contato com a descrição do papel do termo “tática” no handebol, destacando que a tática está envolvida no seu cotidiano. Sobretudo, os assuntos desta unidade foram estruturados em três seções, que partiram da lógica de que uma equipe adversária deve ser impedida de concretizar seu objetivo, marcar o gol. Para concretização desta caminhada dividiu-se a seção um em tática, a seção dois em tática defensiva onde se aprofundou a tática individual, de grupo e de equipe. Na última seção, você teve contato com a lógica de transição, culminando em exercícios voltados para o trabalho da defesa.

01) Quanto aos exercícios para a organização dos sistemas defensivos, você deve trabalhar a identificação de cada posto de marcação e desenvolver a movimentação dos jogadores em função de duas situações: a) Trajetória da bola. Ou seja, marcação voltada para a bola; b) Trajetória de corrida do adversário. Ou seja, marcação voltada para o adversário. 02) Busque, nas bases de dados, textos que abordem conceitualmente a tática. Uma indicação seria buscar não seguinte endereço: www.scielo.br/cgi-in/wxis.exe/iah/?IsisScript=iah/iah.xis&base=article^ dlibrary&fmt=iso.pft&lang=p 03) Construa exercícios para o aprendizado dos sistemas defensivos a partir das seguintes orientações: - Como forma de exercitar essa iniciação de recuperação da bola, trabalhe com disputas de 1X1, duplas, trios para recuperação de bolas descontroladas. - Atividades individuais de recuperação de bolas que estão no solo (parada ou rolando); - Definir e simular situações em que se busca o equilíbrio entre os jogadores que tentarão a antecipação de corrida para conquistar espaços, correndo para frente e os jogadores que ficarão para trás para lutar pela posse de bolas descontroladas. A recomendação é a de que você deve trabalhar o jogo exercício em que situações de inferioridade numérica sejam vivenciadas. Ex.: 3x2; 4x3; 5x4.

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UNIDADE 1

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FLÁVIO GUIMARÃES KALINOWSKI MARCUS WILLIAM HAUSER

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao término desta unidade você será capaz de: ■ Compreender a função da tática de jogo;

Fundamentos do Handebol II

CONSTANTINO RIBEIRO DE OLIVEIRA JÚNIOR

UNIDADE II

Sistemas Ofensivos

■ Conhecer os sistemas táticos ofensivos.

ROTEIRO DE ESTUDOS ■ SEÇÃO 1:

Sobre o ataque

■ SEÇÃO 2:

Fases do ataque

■ SEÇÃO 3:

Tipos de ataque e exercícios

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Universidade Aberta do Brasil

PARA INÍCIO DE CONVERSA Nos esportes coletivos os procedimentos de ataque são inatos aos jogadores brasileiros. Em conversas informais, é comum a referência a grandes atacantes, principalmente no futebol brasileiro. Pretende-se, nesTa unidade, demonstrar as principais características dos sistemas ofensivos utilizados no Handebol. A demonstração inicia por sistemas mais tradicionais em que a equipe possui três armadores (central, direito e esquerdo), dois pontas ou alas (direito e esquerdo) e um pivô que pode ou não alternar posicionamentos fixos ou móveis, dependendo de situações diversas. Em outra situação, também está demonstrado sistemas diferenciados, onde são exploradas as situações de contra-ataque e execução de bloqueios e cortinas. Busque em seus estudos visualizar todas as situações apresentadas como sendo práticas e possíveis de ocorrer no seu futuro cotidiano como professor dessa disciplina em instituições de ensino. Bom estudo!

SEÇÃO 1 SOBRE O ATAQUE

Sabemos que o handebol apresenta-se como uma disputa constante entre o ataque e a defesa. Portanto, cabe aos professores e treinadores das equipes estudarem táticas e aplicá-las de forma que uma procure sobrepujar a outra. Neste tópico procuramos apresentar uma forma didática baseada nas situações encontradas durante o jogo, mostrando as condições e fases necessárias para sua execução. Afinal de contas, quais as características de um ataque no jogo de handebol ?

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momento em que a equipe está de posse de bola, nas várias situações em que os jogadores se encaminham em direção ao gol, através de passes combinados com um grupo de jogadores que se organizam de forma a agredir o gol. As situações em que os jogadores se encaminham em direção ao gol podem ser: defesa do goleiro interceptação de um passe ou arremesso cobrança de um lateral; cobrança de um tiro livre, saída de

Fundamentos do Handebol II

As características mais marcantes de um ataque encontram-se no

bola, entre outros.

Mas afinal de contas, quando começa o ataque no handebol ? Uma equipe inicia um ataque quando está de posse de bola, ou ainda, quando está para entrar em posse de bola.

1. Condições necessárias para execução correta de uma tática de ataque 1.1 Preparação Teórica – são todos aqueles esforços empreendidos com o objetivo de facilitar a assimilação por parte dos atletas referentes ao desenho ofensivo da equipe, essas ações podem se executadas através de explanações ou quadro de avisos destacando os princípios básicos que norteiam todas as ações ofensivas, como, por exemplo: a) Ataque à meta; b) manter a posse de bola; c) Especificação de cada tipo de adversário; d) Ritmos diferentes nas fases do jogo; e) Falso ataque; f) Superioridade numérica; g) Explorar os pontos fracos do adversário; h) Frente ampla de ataque. a) Ataque à meta – Consiste na máxima a se explorar, definir e orientar todos os objetivos do ataque, portanto, são todas

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as precauções que deve tomar uma equipe atacante para que esteja constantemente atacando a meta adversária, mesmo quando a sua intenção principal não seja o arremesso ao gol. b) Manter a posse da bola – é de vital importância, uma vez que a equipe que está de posse de bola é a que efetivamente encontra-se em ataque. Então, mantendo a posse de bola, a equipe estará sempre procurando uma maneira de chegar ao gol adversário, ao mesmo tempo em que reduz o tempo que teria o seu adversário para atacá-lo. c) Especificação de cada tipo de adversário - Em um jogo, uma equipe modifica o seu sistema de ataque dependendo da situação usada pela defesa adversária, procurando, assim, envolver os seus oponentes através de jogadas préestabelecidas, com variações de acordo com as situações apresentadas pelas defesas. d) Ritmos diferentes nas fases do jogo – Em um ataque podese contar com mudanças no ritmo do jogo, que servirá para modificar o equilíbrio defensivo usado pelo adversário. Para efeito de ilustração, exemplificamos uma equipe que começa com ataque posicional e modifica rapidamente para circulação complexa, obtendo, com isso, uma falha na movimentação da defesa e, assim, consegue o arremesso em condições favoráveis. e) Falso ataque – São tentativas dos atacantes, utilizando-se de fintas, trocas de passes e mudanças de posição em ataques de circulação, no sentido de atrair os defensores em um setor da quadra, para que em outro setor, haja uma melhor oportunidade para penetração de seus companheiros. f) Superioridade numérica – São as formas de criar situações de jogo, em determinados setores da quadra, procurando colocar um número maior de atacantes do que defensores, na tentativa de dificultar as ações defensivas, a fim de possibilitar melhores condições de finalização. g) Explorar os pontos fracos do adversário – Com o intento de lograr a marcação do gol, toda equipe que ataca deverá

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ao retornar para posição de defesa, ou defensores com baixa estatura, posicionamento em desequilíbrio defensivo, entre outras, procurando, com isso, tirar proveito desses elementos negativos. h) Frente ampla de ataque – São as diversas maneiras utilizadas pelos atacantes em ocupar amplamente os espaços

Fundamentos do Handebol II

observar os pontos fracos da defesa adversária, como: demora

físicos da quadra de jogo, obrigando, assim, os defensores a abrirem espaços entre seus companheiros para poderem executar a marcação, deixando espaços livres de marcação para infiltração. 1.2 Preparação Física – é uma parte indispensável e essencial a todo programa de treinamento, caso não haja uma boa preparação física não haverá a possibilidade de haver uma boa execução técnica e tática em nenhuma fase do ataque. De outra parte, o atleta bem preparado fisicamente tem plenas condições de executar todos os movimentos, pois, está no ápice das suas capacidades físicas (velocidade, força, reflexo, explosão, entre outras). 1.3 Preparação Técnica – é a parte do treinamento no qual a preocupação maior está em aprimorar as condições técnicas individuais dos jogadores. Desta feita, fazendo com que eles executem com rapidez, perfeição e precisão todos os movimentos que compõem os gestos próprios do handebol. Esse aprimoramento das condições técnicas é desenvolvido através de trabalhos didáticos crescentes e exercícios que estimulam cada vez mais o interesse do jogador ou atleta em se aperfeiçoar para que possa atingir os objetivos desejados.

Assim, a técnica é o desenvolvimento das habilidades individuais do jogador.

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1.4 Preparação Tática – é o conjunto de movimentos estudados e treinados, procurando utilizar ao máximo as habilidades das técnicas individuais, aproveitando-as de forma conjunta para aplicação através dos sistemas que serão utilizados nas varias situações do jogo durante uma partida.

Portanto, a tática é uma aplicação das potencialidades e habilidades individuais de cada jogador para desempenho coletivo.

SEÇÃO 2 FASES DO ATAQUE # 2.1 Contra-ataque simples – é a participação rápida de um jogador, que parte da defesa para o ataque, de forma isolada e adiantada, para receber a bola, dominando-a e executando o arremesso ao gol.

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#  2.2 Contra-ataque combinado ou composto – é a participação rápida de dois ou mais jogadores que partem adiantados, recebendo a bola da sua defesa e procurando a melhor colocação pra o arremesso.

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2.3 Contra-ataque sustentado ou apoiado – é a participação rápida de dois ou mais jogadores que partem adiantados, recebendo a bola, e quando sofrem a marcação dos adversários são apoiados por seus companheiros, que partem da defesa para o ataque posteriormente, aos primeiros e, de passagem, posicionam-se em melhores condições para executar o arremesso.

Ao analisar o “contra-ataque” é possível observar a existência de fases bem distintas que contribuem de forma decisiva para uma execução bem sucedida. Assim, para o sucesso de um contra-ataque torna-se necessário uma sincronização de movimentos entre os participantes, bem como os movimentos próprios de cada fase que o compõe. Então, o contra-ataque será tão mais eficiente quanto mais rápida for a posse da bola, independente se a bola for tomada pelo goleiro ou qualquer outro jogador da defesa, coincidindo com o momento em que o jogador executa o pique (sprint) inicial e parte para a quadra adversária em ritmo crescente, girando a cabeça e olhando para trás para receber a bola, progredindo de posse dela e ao aproximarse da meta adversária executar o arremesso.

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dos tipos de contra-ataques anteriormente descritos, seja porque foram superados numericamente pela equipe adversária, ou por quaisquer outros motivos, a equipe atacante entrará na fase de organização e repouso, assim deverá organizar-se de forma a posicionar seus atacantes para se recuperar do esforço empreendido pelo contra ataque, mantendo a troca de passes para novamente executar o ataque, não devendo, nesta

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2.4 Organização e repouso - quando da impossibilidade da execução

fase, ocorrer precipitações de arremessos a gol, a não ser que ocorra uma falha gritante na defesa adversária. 2.5 Ataques em sistema – esta é a parte em que uma equipe após organizar-se entra em ataque posicional ou de circulação. Para isso, utiliza-se de cortinas, bloqueios e desmarcações em jogadas ensaiadas com a finalidade de envolver a defesa adversária e atingir o objetivo do jogo, o gol.

SEÇÃO 3 TIPOS DE ATAQUE

3.1 Ataque posicional – Neste momento, a equipe que passou da defesa para o ataque já superou a fase de organização e repouso, então, situam seus jogadores em suas posições características, oportunizando com que a bola circule de forma rápida e segura entre os atacantes. É bom destacar que no ataque posicional, a equipe deve estar ciente da necessidade de atacar a meta adversária, procurando assim, ficar em superioridade numérica na zona onde estão sendo executadas as jogadas em combinações de dois ou de três jogadores. Os ataques posicionais podem ser com 1 pivô ou 2 pivôs.

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Ataque posicional com 1 pivô: caracterizado pelo único pivô movimentar-se por toda a defesa adversária.

Ataque posicional com 2 pivôs: normalmente nesse tipo de ataque, um dos pivôs movimenta-se por toda a defesa adversária e o outro pivô mantém um posicionamento fixo. Situações de jogo em que deve ser empregado o ataque posicional A) Bons jogadores em suas posições específicas; B) Finalizadas as ações de contra ataque sem êxito, (4ª fase do ataque); C) Adversários fisicamente bem superiores; D) Quando o placar estiver favorável. Características do ataque posicional A) Circulação da bola em condições pré-estabelecidas, (treinadas); B) Ataques sucessivos à meta adversária (fintas e arremessos); C) Desmarcação individual; D) Bloqueios; E) Cortinas; F) Combinações entre dois ou três jogadores (principalmente no jogo nas laterais da quadra).

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!  $ %  A) 6 x 0 - é o sistema onde temos os 6 jogadores abertos jogando sobre a linha dos 9 metros do adversário. B) 5 x 1 - é o sistema onde temos 5 jogadores na linha dos 9 metros e 1 jogador (pivô) na linha dos 6 metros.

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Sistemas ofensivos mais utilizados

C) 4 x 2 - é o sistema onde temos 4 jogadores na linha dos 9 metros e 2 jogadores (pivôs) na linha dos 6 metros. D) 3 x 2 x 1 – é o sistema mais tradicional do jogo ofensivo, temos 3 armadores (direito, central e esquerdo) jogando na linha dos 9 metros, 2 alas nas pontas, entre as linhas de 9 e 6 metros e 1 pivô na linha dos 6 metros. 3.2. Ataque em circulação – Consiste basicamente em fazer a bola e os jogadores circularem, procurando, através desta circulação, tentar ludibriar a defesa adversária, obtendo, assim, melhores condições para executar o arremesso.

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O ataque em circulação poderá ser executado de duas maneiras: 3.2.1 Com circulação dos jogadores – esta situação ocorre quando há a movimentação dos jogadores, mas a bola permanece dentro de uma zona pré-estabelecida. Assim, os jogadores circulam passando dentro desta zona ou setor da quadra e a bola não sai deste setor delimitado. 3.2.2 Com circulação da bola e jogadores – nesta situação, tanto jogadores quanto a bola circulam obedecendo a uma movimentação constante e estabelecida em toda a frente da área de defesa adversária. Características do ataque em circulação: A) Aumentar as dificuldades de marcação para a defesa; B) Necessidades de um ótimo preparo físico; C) Dificulta o ataque pela necessidade de sincronismo (mais necessidade de treinamento); D) Aumenta a possibilidade de erros de ataque

Por ser um trabalho mais complexo e quase sempre pré-estabelecido, onde os jogadores e ou a bola seguem uma determinada movimentação, é óbvia a dificuldade que a defesa terá no trabalho de acompanhar e prever a movimentação dos jogadores e da bola, dificultando, ainda mais, as ações defensivas. Por outro lado, fica patente a necessidade de um ótimo preparo físico para que o atacante possa sustentar a velocidade no seu trabalho de circulação.

Então, a maior dificuldade para os jogadores executarem trabalhos de circulação no ataque consiste no elevado nível de habilidade técnica de todos os componentes da equipe, de tal forma que todos os jogadores dominem os aspectos de: a) receber e passar a bola em movimento; b) dominar vários tipos de arremessos, e; c) dominar todas as posições no ataque.

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executado com trabalho de circulação próximo à linha da área (6 metros), circulação na linha de tiro livre (9 metros) e circulação complexa, executados simultaneamente nos 6 e nos 9 metros.

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Ainda, convém salientar que o ataque em circulação pode ser

Os erros mais comuns no ataque em circulação são: A) Falta de objetividade – Neste aspecto, é bom salientar a necessidade que o atacante tem em ameaçar constantemente o gol adversário, a fim de evitar a caracterização do jogo passivo, mas oferecer condições de aproveitar-se das falhas da defesa no momento em que ela se apresentar par executar o arremesso em melhores condições. Descuidos com as bolas roubadas – Necessidade em manter um equilíbrio defensivo, cobrindo todos os setores da quadra, no intuito de precaver-se contra possíveis contra-ataques oriundos das bolas roubadas.

Táticas específicas do jogo no ataque Todas as ações ofensivas e defensivas estão na razão direta dos jogadores que estão à disposição para a execução das funções específicas. 5.1 Desmarcação: é um recurso utilizado pelo jogador com as habilidades de sua técnica individual, com o intento de ficar em melhor posição para um arremesso ao gol, didaticamente podemos dividir em desmarcação direta e indireta. A) Desmarcação direta: é o recurso onde o jogador usando as habilidades de sua técnica individual, sem a posse da bola, procura fugir da marcação do adversário, ocupando uma boa posição na quadra, para receber um passe e, para isso, utiliza-se de: a) mudanças de direção; b) jogo de pernas; c) e fintas.

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B) Desmarcação indireta: é o recurso tático de uma equipe através da movimentação dos jogadores e da bola (utilizando-se de bloqueios e cortinas), para obter uma melhor posição de finalização ao gol. C) Cortinas: são passagens rápidas pelo jogador atacante em frente ao defensor, tirando a visão da bola e não permitindo o deslocamento desse defensor para frente. D) Bloqueio: são artifícios táticos utilizados pelos jogadores

atacantes   &  '  ( com o intento de impedir o deslocamento lateral do defensor, para facilitar a penetração do companheiro.

Os bloqueios também podem ser realizados de forma frontal ou lateral, dependendo das necessidades ocasionadas pelo jogo.

EXERCÍCIOS – SISTEMAS OFENSIVOS A) Individualmente, executar o drible e tentar arremessar no gol, tendo um adversário fazendo a marcação. Variar o exercício com dois defensores.

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Fundamentos do Handebol II

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 B) Individualmente, receber a bola arremessada por um companheiro de distâncias que variem de 10 a 20 metros, executar um drible e



arremessar no gol. Alternar as formas de arremesso.

C) Em trios e posicionados lateralmente, atravessar toda a quadra trocando passes e na linha de 9 metros executar o arremesso em suspensão, visando os ângulos superiores. Alternar a direção do arremesso. D) Estando os alunos divididos em duas equipes com cinco elementos, uma equipe ataca em um lado da quadra, realizando somente

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passes sem que a bola toque o piso e os adversários tentam tomar a posse



de bola. Quando a defesa interceptar a bola, inverte-se as posições de ataque e defesa.



E) Estando os alunos divididos em trios, trocar passes em



deslocamento no sentido do comprimento da quadra, executando a formação do “oito”. Ao se aproximar da área de 9 metros, o aluno com a posse da bola deverá arremessar a bola contra o gol. Variar as formas de



arremesso.

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atacante (armadores), trocando passes em deslocamento no sentido do comprimento da quadra. O outro trio irá atuar como defensor tentando evitar o gol. Alternar os trios em ataque e defesa. G) Estando os alunos divididos em quartetos, um dos quartetos irá atuar com três armadores e um pivô, trocando passes em deslocamento

Fundamentos do Handebol II

F) Estando os alunos divididos em trios, um dos trios irá atuar como

no sentido do comprimento da quadra. O outro quarteto irá atuar como defensor, tentando evitar o gol. Alternar os quartetos em ataque e defesa. Variar o exercício a partir do número de alunos por grupo para trios e quintetos. H) Estando os alunos divididos em sextetos, o primeiro sexteto vai atuar como atacante e o outro sexteto vai atuar como defensor. Efetuar a circulação da bola, alternando a formação do ataque para um pivô e dois pivôs. Alternar os sextetos em ataque e defesa. * Todos os exercícios anteriormente vistos podem sofrer variações na utilização de materiais e nas formas de execução.

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Nesta unidade, você teve contato com a descrição dos sistemas ofensivos mais utilizados no handebol. Os assuntos desta unidade foram estruturados de três seções (Sobre o Ataque, Fases do Ataque e Tipos de Ataque), sendo, na sequência, apresentados alguns exercícios, que partiram da lógica de que uma equipe de handebol deve conseguir a realização de gols na equipe adversária.

01) Monte uma série de exercícios que tenha por objetivo principal o desenvolvimento da atenção dos jogadores durante uma fase do ataque. 02) Estabeleça vantagens e desvantagens de se possuir uma equipe com 1 pivô ou com 2 pivôs.

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UNIDADE 2

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OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao término desta unidade você será capaz de: ■ Compreender as funções do pivô e do goleiro de handebol;

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CONSTANTINO RIBEIRO DE OLIVEIRA JÚNIOR

UNIDADE III

O Goleiro e o Pivô

■ Conhecer suas contribuições como importantes elementos de uma equipe.

ROTEIRO DE ESTUDOS ■ SEÇÃO 1:

O goleiro de handebol e exercícios

■ SEÇÃO 2:

O pivô de handebol e exercícios

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PARA INÍCIO DE CONVERSA Nesta unidade III, abordaremos as posições do goleiro e do pivô no jogo de handebol, as quais são de fundamental importância para a equipe dessa modalidade. No caso do goleiro, esse jogador, além da natural função de tentar impedir que adversários façam os gols, ele também atua como orientador, tanto de posicionamento de defesa quanto de ataque, pois seu campo de visão dentro da quadra é bastante grande. Também é o único jogador que tem uma área própria de trabalho, delimitada pela linha de 6 metros e pode concomitantemente atuar em toda a quadra. A posição de pivô possui, na comparação com o goleiro, também uma multiplicidade de funções, quer sejam a de tentar fazer gols ou de permitir a jogadores de sua equipe que venham a penetrar na defesa adversária, pois sua posição próxima a área de 6 metros possibilita essa situação. Portanto, para as duas posições, são exigidos jogadores com qualidades especiais, nas quais se destacam, entre muitas, a coragem e o senso de cooperação com toda a equipe. Então, bons estudos e boas atuações para nossos goleiros e pivôs.

SEÇÃO 01 O GOLEIRO DE HANDEBOL E EXERCÍCIOS

Em um esporte bastante dinâmico em termos de movimentações e deslocamentos, o goleiro de handebol é de fundamental importância, quer por sua função precípua de defender a meta e tentar evitar os gols adversários, quer pela possibilidade de rapidamente repor a bola em jogo e propiciar ataques a sua equipe em que sejam efetuados gols, respondendo diretamente pelo ritmo inicial da equipe, quando a mesma retoma a posse de bola através do goleiro.

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durante o ataque adversário e também do ataque de sua equipe, pois a sua visão é privilegiada em ambos os casos, podendo inclusive no caso de sua equipe estar no ataque, participar efetivamente do mesmo. No âmbito psicológico, seu desempenho está atrelado à estimulação da combatividade de sua equipe e também ao controle emocional de seus colegas. Os seus prováveis e normais erros cometidos são dificilmente

Fundamentos do Handebol II

Sua responsabilidade também consiste na orientação da sua defesa

corrigidos por seus companheiros de equipe e muitas vezes a equipe fica abalada, devendo o próprio goleiro buscar a minimização das falhas cometidas.

Um goleiro afetado psicologicamente pode afetar todo o desempenho de uma equipe de handebol.

Os postulantes à posição de goleiro precisam de algumas aptidões específicas e inerentes ao bom desempenho, tais como: a) Qualidades Físicas: * Flexibilidade: fundamental, no aspecto de que o goleiro necessita realizar intervenções em que os sistemas musculares e articulares são exigidos muitas vezes no limite máximo de suas possibilidades. * Tempo de reação: nesse aspecto, o goleiro atua com a capacidade de realizar defesas em intervalos de tempo mínimos. * Força explosiva: essa qualidade física prevê a realização de um gesto desportivo em um curto espaço de tempo. * Resistência muscular localizada: qualidade física inerente a vários esportes, no caso do goleiro de handebol, ela se mostra importante no aspecto de certos grupos musculares dos jogadores dessa posição serem utilizados por várias vezes durante uma partida. * Velocidade dos segmentos corporais: essa qualidade física mostrase atrelada ao tempo de reação e a força explosiva e no caso dos

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segmentos corporais relacionados aos membros superiores e inferiores ela é de fundamental importância. * Coordenação: face à complexidade dos movimentos executados pelo goleiro, a coordenação motora nos gestos desportivos permite ao mesmo a execução dos fundamentos. * Ritmo: os movimentos ritmados fazem parte do repertório motor do goleiro de handebol, considerando ainda que o jogo ocorre normalmente em espaços de tempo diversos, dependendo do placar da partida ou ainda de condições físicas dos atletas participantes.

Pelo visto anteriormente, pode-se considerar que o goleiro de handebol possui necessidades bastante diversas como jogador e deve se constituir em um dos principais elementos de uma equipe.

b) Qualidades Psicológicas: * Coragem: fundamental para o desempenho das funções, face à posição de goleiro requerer muitas vezes atitudes ousadas durante o jogo. * Controle emocional: na condição de goleiro, a administração das emoções é primordial no controle do jogo. O imediatismo ou a retenção da bola por ocasião da reposição da mesma no jogo, pode determinar o placar favorável ou não para a sua equipe. * Capacidade de concentração: pelas condições do goleiro durante o jogo e pelo fato do mesmo poder ficar não participativo do ataque de sua equipe, cabe ao mesmo ficar concentrado no jogo e evitar distrações. * Condição de trabalho em equipe: conforme já foi abordado, o goleiro é fundamental na orientação das ações defensivas e ofensivas de sua equipe, sendo sua participação, nessa situação, fundamental.

84 UNIDADE 3

podem consagrar o goleiro. Talvez por ser um jogador que possua uma posição de destaque, que pode executar movimentos além dos outros jogadores que jogam em quadra, sua realização pessoal e profissional ao defender aquela meta, seja a grande razão pela qual a maioria das crianças, quando conhecem o handebol, almejam ser goleiros.

Fundamentos do Handebol II

A realização de defesas de difícil execução, quando consumadas,

Para Mechia (1981), o goleiro de handebol é o último defensor e o primeiro atacante.

POSIÇÃO BÁSICA DO GOLEIRO O goleiro de handebol deve ficar colocado no centro da baliza, estando entre 1,00 até 1,50 metros à frente da linha do gol. As plantas dos pés devem estar separadas e alinhadas com a largura dos ombros, para que se busque uma boa estabilidade tanto estática quanto dinâmica. Os membros inferiores (coxas e pernas) devem permanecer semiflexionadas, estando o tronco inclinado para a frente. Essa posição básica deve ser bem natural, descontraída. O corpo não deve estar em tensão muscular, permitindo ao goleiro o movimento em qualquer momento e em qualquer direção, com a velocidade de reação que o mesmo requer. A posição básica em relação ao centro da baliza está ilustrada conforme segue:

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FORMAÇÃO DA TÉCNICA BÁSICA DO GOLEIRO O goleiro precisa ser familiarizado com o gol e as respectivas dimensões da baliza (3 metros de comprimento e 2 metros de altura), pois seu desempenho depende do reconhecimento e da consequente orientação espacial que o mesmo tem em relação a esse local. Dada a grande variedade de arremessos efetuados pelos jogadores, as defesas do goleiro podem variar em posições alta, média e baixa, sendo que normalmente na posição alta utilizam-se apenas os membros superiores, na posição média existe a utilização de membros superiores e inferiores e na posição baixa ocorre normalmente a utilização dos membros inferiores. A ilustração a seguir demonstra as possibilidades de trajetória da bola em relação ao gol adversário:

86 UNIDADE 3

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Para tais arremessos, a utilização da envergadura do goleiro é

primordial na redução da visão do atacante dos pontos vulneráveis à passagem da bola. Em virtude da grande variabilidade das formas de arremesso, os goleiros necessitam de múltiplas formas de execução das defesas. Esses arremessos podem ser realizados de regiões centrais e a posição inicial do goleiro já foi descrita anteriormente, porém, nos arremessos das laterais (alas) há necessidade de uma adaptação da posição adotada nos arremessos de centro.

Qual é essa adaptação na posição ?

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A adaptação a que foi feita referência estabelece a trave como ponto inicial da nova posição do goleiro, estando o mesmo com os membros inferiores em pequeno afastamento, pernas semiflexionadas, pequena inclinação do corpo (tronco) à frente, braço ao lado da trave, flexionado e elevado, a lateral protegendo o ângulo acima.

      

As posições anteriormente descritas podem sofrer pequenas variações em função da antropometria do goleiro, sendo que, a partir de tais posições o goleiro ao efetuar a defesa deve sempre tentar amortecer o impacto da bola, lançando-a ao solo e posteriormente recuperando a posse da mesma, a fim de efetuar a reposição da mesma em jogo. Algumas situações de jogo exigem que o goleiro deixe a posição próxima ao gol e se desloque em direção ao atacante. Esse movimento é denominado por saída do gol.

88 UNIDADE 3

A saída do gol deve ocorrer em situações claras de consignação

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Como e quando deve ocorrer a saída do gol?

do gol por parte do atacante que já está livre das possíveis marcações efetuadas pelos defensores. Nesse caso, o goleiro irá tentar, como último recurso para evitar a marcação do gol, um deslocamento em direção ao     $ 5 atacante, visando a intercepção da bola.

Esse deslocamento deve ser rápido e vigoroso e com os membros inferiores e superiores em maior amplitude possível, tentando reduzir a visão do gol por parte do atacante.

89 UNIDADE 3

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EXERCÍCIOS PARA GOLEIRO DE HANDEBOL A) Estando o goleiro em pé, o mesmo desloca-se com pequenos passos laterais, curtos e rápidos, sobre um semicírculo imaginário traçado no solo, ligando as duas traves verticais. Toca levemente a trave e volta     sempre olhando para frente. Alternar o exercício, recebendo e devolvendo 

uma bola na altura do peito.    





B) Estando o goleiro em pé, o mesmo desloca-se com pequenos passos frontais, curtos e rápidos, efetuando a trajetória da ilustração a seguir. Toca levemente a trave e volta sempre olhando para frente. 



90 UNIDADE 3



de distância da mesma, chutar a bola com a parte interna do pé em direção a parede e recepcionar a mesma com as mãos.

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C) Estando o goleiro em pé e de frente para uma parede, a 2 metros

D) Dois goleiros, estando um de frente para o outro, chutam a bola com a parte interna dos pés, um para o outro, seguidamente, usando alternadamente os dois pés. A recepção deve ser feita com as mãos.



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E) O goleiro e um companheiro estão alinhados um à frente do outro. O goleiro lança a bola ao ar, entretanto, o companheiro lança a sua bola ao goleiro, que a apanha rapidamente e lhe devolve, apanhando depois a bola que lançou ao alto. F) Estando o goleiro defronte a uma parede, com uma distância entre 1 a 3 metros, o mesmo defende com o braço, a mão, o pé, as pernas ou o corpo a bola que é arremessada de encontro com a parede.



G) Estando o goleiro de costas para a parede e de frente para um companheiro. O goleiro lança a bola ao companheiro, que atira uma bola simultaneamente na parede. O goleiro volta-se rapidamente e apanha a



bola que bateu na parede. H) O goleiro está no gol, de costas para o companheiro, o qual deve lançar a bola com pouca força, baixa/alta, direita/esquerda, o goleiro volta-se rapidamente a um sinal sonoro qualquer e defende a bola.

 92 UNIDADE 3



Fundamentos do Handebol II



* Todos os exercícios anteriormente vistos podem sofrer variações na utilização de materiais e nas formas de execução.

SEÇÃO 02 O PIVÔ DE HANDEBOL E EXERCÍCIOS

A terminologia empregada na denominação pivô, nos indica como o principal elemento de uma estrutura. No caso do handebol, o pivô é um jogador de extrema importância devido principalmente ao seu posicionamento dentro dos esquemas táticos de uma equipe. Esse posicionamento baseia-se no mesmo permanecer durante boa parte do jogo bastante próximo ou ainda infiltrado na defesa adversária, objetivando a abertura de espaço para seus companheiros de equipe conseguirem penetrar na defesa, ou ainda, encontrar espaços para o recebimento da bola em condições de se efetuar um arremesso a meta adversária. Nessa situação, o handebol se caracteriza como um desporto em que os atacantes buscam a invasão de uma área adversária (área de 6 metros). Para Bompa (2005), o handebol é um jogo de invasão com disputa direta pela bola, a qual está em constante circulação entre os jogadores.

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Qual a contribuição do pivô de handebol para o ataque além da natural possibilidade de se fazer um gol ?

O pivô pode contribuir substancialmente para executar ou facilitar a invasão da área oponente e o principal motivo para essa situação é o seu

6-27 posicionamento durante o jogo, que se caracteriza por ocorrer bastante

próximo do gol adversário, podendo o mesmo ser verificado na ilustração a seguir:

Por ser um jogador bastante marcado durante um jogo, o pivô de handebol deve possuir uma série de estratégias para execução de seus arremessos, pois o mesmo normalmente atua em espaços reduzidos e muitas vezes faz uso de quedas frontais e laterais para conseguir efetuar seus remates à meta adversária, fazendo dessa forma com que ele tenha necessidades extras em relação aos demais jogadores.

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Dentre tais necessidades, podemos destacar a força explosiva para execução de giros parciais ou totais em torno do próprio eixo do corpo e a força dinâmica para execução de bloqueios em jogadores de defesa. Outra situação típica do pivô é a sua grande capacidade de recepção da bola em passes efetuados pelos seus companheiros, pois, conforme já citado, o mesmo normalmente está com uma marcação adversária bastante grande. .

A atuação em espaços reduzidos podem acarretar por parte do pivô a invasão da área de 6 metros e o cometimento de uma infração de ataque.

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Um fator fundamental para o bom desempenho do pivô é o seu constante deslocamento, podendo o mesmo ser frontal ou lateral. Esses deslocamentos fazem com que a defesa adversária mantenha sua atenção constante nesse jogador e, dessa forma, atentem-se apenas parcialmente na marcação dos demais jogadores, o que pode propiciar ao ataque a marcação do gol. O ideal é que o deslocamento se processe de forma alternada em termos de ritmo (lento, médio e rápido) e também ocorra alternância nos locais onde acontece o deslocamento, podendo, em certas situações, o pivô se manter parado por alguns instantes. . Outra situação fundamental desenvolvida pelo pivô é denominada tecnicamente por fixação. A fixação consiste em uma busca de se desestabilizar um ou mais defensores, através de constantes deslocamentos entre os atacantes e, nesse caso, o pivô possui uma importância supra. Molina (2006) afirma que o principal objetivo é o de “chamar a atenção de um defensor”, assim o atacante deve fixar o marcador em uma determinada posição vantajosa para este. Também a fixação pode ocorrer por um dos armadores ou pontas (alas), o que pode possibilitar ao pivô o ganho de um espaço de jogo, quer seja para ampliar sua movimentação ou ainda para receber a bola para consignação do gol. Cabe ressaltar também que o pivô, face à sua natural proximidade com a área de 6 metros, possui condições maiores que os outros jogadores de repor a bola em jogo, após a faltas cobradas na linha de 9 metros (linha pontilhada) e, dessa forma, ter um maior controle sobre o ritmo do jogo, podendo acelerar esse ritmo em caso de sua equipe estar em desvantagem no placar ou reduzi-lo em caso do placar ser favorável a sua equipe.

EXERCÍCIOS PARA PIVÔ DE HANDEBOL A) Estando em pé e posicionado lateralmente em relação as laterais da quadra, executar o deslocamento lateral próximo à linha de 6 metros.

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da quadra, executar o deslocamento frontal próximo à linha de 6 metros. C) Estando em pé e posicionado lateralmente em relação as laterais da quadra, executar o deslocamento lateral próximo à linha de 6 metros, por entre cones posicionados próximos a essa linha.

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B) Estando em pé e posicionado frontalmente em relação as laterais

D) Estando em pé e posicionado frontalmente em relação as laterais da quadra, executar o deslocamento frontal próximo à linha de 6 metros, por entre cones posicionados próximos a essa linha. E) Estando em pé e posicionado de costas para a baliza, receber a bola de outro jogador, efetuar o meio giro e arremessar em direção ao gol. Alternar os sentidos do giro e as posições em relação à área de 6 metros.

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F) Estando ajoelhado em um colchão (tatami), executar a queda frontal ao mesmo tempo que arremessa a bola no gol.



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 G) Estando ajoelhado em um colchão (tatami), executar a queda lateral ao mesmo tempo que arremessa a bola no gol. Alternar o lado da queda.

* Todos os exercícios anteriormente vistos podem sofrer variações na utilização de materiais e nas formas de execução.

www.pedagogiadohandebol.com.br www.bibliotecadigital.unicamp.br/document/?code=vtls000085200&opt=4 www.rbceonline.org.br/revista/index.php/RBCE/article/viewArticle/343 www.fefnet178.fef.unicamp.br/ojs/index.php/fef/article/view/225 www.brasilhandebol.com.br www.revistaescola.abril.com.br/fundamental-2/fundamentos-pratica-handebol686109.shtml?page=all

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Nesta unidade você teve contato com as posições de goleiro e pivô nas equipes de handebol. Tais assuntos foram abordados em duas unidades, com as respectivas denominações referentes às posições. Também na sequência foram apresentados alguns exercícios, que partiram da lógica de uma equipe de handebol conseguir através do goleiro a não realização de gols pela equipe adversária e também a possibilidade desse jogador repor a bola em jogo em um ritmo por ele determinado, o que pode beneficiar a sua equipe. No caso do pivô, jogador bastante marcado durante um jogo, essa posição foi abordada no enfoque de posicionamento, funções e também com alguns exercícios que se aplicados irão potencializar essa função.

01) Busque em referências bibliográficas as principais características físicas inerentes à posição de pivô de handebol. 02) Estabeleça 5 exercícios para as posições de goleiro e pivô, buscando que tais exercícios envolvam, de forma simultânea, as duas situações.

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PALAVRAS FINAIS

Cara Acadêmica e Caro Acadêmico Chegamos ao final desse livro de Fundamentos do Handebol II, onde abordamos os sistemas defensivos, os sistemas defensivos e as posições de goleiro e pivô, procurando em todas as etapas uma linguagem acessível e onde o caráter didático foi preponderante. Junto com o livro de Fundamentos de Handebol I, visto anteriormente e também de nossa autoria, esperamos que você tenha tido bastante proveito nessa modalidade tão especial e que no ambiente escolar é bastante praticada em nosso país – Brasil. Dessa forma, o incentivamos a trabalhar o handebol no ambiente escolar e temos certeza que você terá sucesso nessa bonita carreira de Professor de Educação Física.

Seus Professores Constantino Ribeiro de Oliveira Júnior Flávio Guimarães Kalinowski Marcus William Hauser

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CONSTANTINO RIBEIRO DE OLIVEIRA JUNIOR

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NOTAS SOBRE OS AUTORES

Possui graduação em Licenciatura em Educação Física pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (1990), especialização em Teoria e Prática do Futebol/Futsal pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Arapongas (1991), especialização em Ciência da Educação Motora pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (1993), especialização em Pedagogia do Esporte pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (1994), mestrado em Educação pela Universidade Metodista de Piracicaba (1996) e doutorado em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (2003). Atualmente é Professor Adjunto da Universidade Estadual de Ponta Grossa e do Programa de Mestrado/Doutorado em Ciências Sociais Aplicadas. Tem experiência na área de Educação Física, com ênfase em Estudos do Lazer. Atua principalmente nos seguintes temas: Trabalho, Lazer, Políticas púbicas, Meninos de rua, Identidade.

FLÁVIO GUIMARÃES KALINOWSKI Possui graduação em Licenciatura em Educação Física pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (1978), Técnico em desportos nas modalidades de Futebol e basquetebol pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (1978), especialista em Ciências do Esporte pela Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1979), especialista em técnica Desportiva Handebol pelo Instituto Porto Alegre (1980) e mestre em Educação Física com área de concentração em Biodinâmica do Movimento Humano pela Universidade de São Paulo (1995). Atualmente é Diretor do Setor de Ciências Biológicas e da Saúde (SEBISA) da Universidade Estadual de Ponta Grossa, professor de educação física na Rede Oficial de Ensino do Governo do Estado do Paraná, professor adjunto lotado no Departamento de Educação Física da Universidade Estadual de Ponta Grossa e professor

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das disciplinas de Medidas e Avaliação dos Cursos de Especialização em Atividade Física – Personal/Populacional Trainning e Esporte Escolar. Atuando principalmente nos seguintes temas: atividade física, obesidade e prescrição de exercícios físicos e esportes coletivos.

MARCUS WILLIAM HAUSER Graduado em Engenharia Civil e Educação Física (UEPG). Especialista em Teorias e Métodos de Pesquisa em Educação Física, com área de concentração em Treinamento Desportivo (UEPG). Mestre em Engenharia de Produção, com área de concentração em Qualidade de Vida no Trabalho (UTFPR). Atualmente é Professor Assistente da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG). Docente da Faculdade Sagrada Família (FASF) e do Pré-Universitário Sagrada Família. Possui experiência profissional nas áreas de Engenharia Civil e Educação Física e atua como docente nas disciplinas de Fundamentos do Handebol, Métodos Quantitativos, Bioestatística e Biomecânica. Atualmente é coordenador do Curso de Graduação de Licenciatura em Educação Física/EaD (UEPG) e dos Cursos de Especialização em Atividade Física (Personal/Populacional Trainning) e Esporte Escolar.

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