FREUD - PERTURBAÇÃO PSICOGÊNICA DA VISÃO (Resumo)
February 25, 2017 | Author: Ivy Marins | Category: N/A
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FREUD - PERTURBAÇÃO PSICOGÊNICA DA VISÃO (Resumo) No capítulo “A concepção psicanalítica da perturbação da psicogênese da
visão”
(Die
psychogene
sehstörung
in
psychoanalytischer auffassung), da obra “Cinco Lições da Psicanálise, Leonardo da Vinci e Outros Trabalhos” (1910), Freud propõe tomar o exemplo da perturbação psicogênica da visão para demonstrar - sob a influência dos métodos de investigação psicanalítica - as modificações que se operam na concepção dos indivíduos acerca da gênese de distúrbios como a cegueira histérica, considerada um tipo de perturbação psicogênica visual. Segundo Freud, acreditava-se, de modo geral, que a gênese desses casos já seria conhecida, a partir de resultados das pesquisas da Escola Francesa (inclusive homens da categoria de Charcot, Janet e Binet), podendose, portanto, armar o mecanismo das perturbações histéricas, espontâneas, da visão, baseados apenas no modelo de sugestão hipnótica. Para ele, isto pareceria perfeitamente lógico e satisfaria qualquer pessoa que não levasse em consideração os numerosos enigmas que se escondem por trás dos conceitos da hipnose, da sugestão e da auto-sugestão. Para ele, observações como essas levariam a distinguir os processos mentais conscientes dos inconscientes. De acordo com Freud, a psicanálise também aceitava as hipóteses da dissociação e do inconsciente, porém os indivíduos relacionavam de modo mutuamente diferente. Segundo ele, a psicanálise ressaltava que as repressões dessa espécie desempenhavam um papel extraordinariamente importante na vida psíquica humana, mas que poderiam também, muitas vezes, falhar e que essas falhas da repressão constituiriam a precondição da formação de sintomas. Desse modo, as perturbações psicogênicas da visão dependeriam de certas idéias relacionadas com o fato de a visão ser suprimida da consciência, e do ponto de vista psicanalítico, haver-se-ia de admitir que tais idéias entrariam em oposição a outras idéias, mais poderosas, em relação às quais se adotou o conceito coletivo de ‘ego’ ( um conjunto constituído de modo heterogêneo, em épocas distintas) e, por esse motivo, se encontrariam reprimidos.
Atenta-se, então, a importância das pulsões na vida ideacional. Como uma tentativa de explicar, Freud afirmava que uma parte extremamente importante é desempenhada pela inegável oposição entre as pulsões que favorecem a sexualidade, a obtenção da satisfação sexual, e as demais pulsões que têm por objetivo a autopreservação do indivíduo - as pulsões do ego, que é ameaçado pelas exigências das pulsões sexuais e as desvia através de repressões, e estas, no entanto, nem sempre produzem o resultado esperado, e, em face disso, levam à formação de substitutos perigosos para o reprimido e a reações incômodas por parte do ego. Freud postula que tanto as pulsões sexuais como as pulsões do ego têm, em geral, os mesmos órgãos e sistemas de órgãos à sua disposição. O prazer sexual (libidinal) não possui relação apenas com a função dos genitais. Quanto mais estreita a ligação de que um órgão contra com uma das principais pulsões, mais ele se retrairia em relação ao outro, promovendo a perda do domínio do ego sobre seu órgão, que ficaria totalmente disponível às pulsões sexuais reprimidas. Quanto ao olho, costuma-se interpretar os obscuros processos psíquicos implicados na repressão da escoptofilia1 sexual e no desenvolvimento da perturbação psicogênica da visão, como se uma voz punitiva estivesse falando de dentro do indivíduo e dizendo “Como você tentou utilizar mal seu órgão para prazeres sensuais perversos, é justo que você nunca mais veja nada”, e como se, desta maneira, estivesse aprovando o resultado do processo. Contudo, a psicanálise está pronta a admitir, e até mesmo a postular, que nem todas as perturbações da visão devem ser psicogênicas, como as que são provocadas pela repressão da escoptofilia erótica. Há, ainda, mais uma linha de pensamento que se estende aos ramos da pesquisa orgânica provenientes da psicanálise. Podem os indivíduos a indagar-se se a supressão das pulsões sexuais componentes, que é determinada por influências do ambiente, é suficiente por si, para provocar perturbações funcionais nos órgãos, ou se deve haver condições especiais de sua constituição, para que os órgãos se excedam em seu papel erógeno, buscando, consequentemente, a repressão das pulsões. Freud orienta que se observe tais condições como a 1Em português, Escopofilia: gosto por olhar; uma variante do voyerismo freudiano
parcela
constitucional
da
psicogênicas e neuróticas.
disposição
para
adoecer
de
perturbações
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