FisioterapiaEPesquisa15 Vol 2

July 4, 2018 | Author: patyta fisio | Category: Major Depressive Disorder, Fibromyalgia, Pain, Flexibility (Anatomy), Clinical Medicine
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ISSN: 1809-2950

FISIOTERAPIA e PESQUISA REVISTA DE FISIOTERAPIA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ÓRGÃO OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO DE FISIOTERAPEUTAS DO BRASIL

Volume 15 – número 2

Abril – Junho 2008

Fisioterapia e Pesquisa em continuação a Revista de Fisioterapia da Universidade de São Paulo.

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Reitora Profa. Dra. Suely Vilela Sampaio Vice-Reitor Prof. Dr. Franco Maria Lajolo

Faculdade de Medicina Diretor Prof. Dr. Marcos Boulos

Depto. Fonoaudiologia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional Chefe Profa. Dra. Claudia Regina Furquim de Andrade

Curso de Fisioterapia Coordenadora Profa. Dra. Silvia Maria Amado João

Fisioterapia e Pesquisa v.15, n.2, abr./jun. 2008 Fisioterapia e Pesquisa / (publicação do Curso de Fisioterapia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo) v.1, n.1 (1994). – São Paulo, 2005. v. : il. Continuação a partir de v.12, n.1, 2005 de Revista de Fisioterapia da Universidade de São Paulo. Semestral: 1994-2004 Quadrimestral: a partir do v.12, n.1, 2005 Trimestral: a partir do v.15, n.1, 2008 Sumários em português e inglês ISSN 1809-2950 1. FISIOTERAPIA/periódicos I. Curso de Fisioterapia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo Filiada à

ISSN: 1809-2950

FISIOTERAPIA e PESQUISA REVISTA DO CURSO DE FISIOTERAPIA DA FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ÓRGÃO OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO DE FISIOTERAPEUTAS DO BRASIL

Volume 15 – número 2

Abril – Junho 2008 Fisioter Pesq. 2008;15(2)

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Fisioterapia e Pesquisa Publicação trimestral do Curso de Fisioterapia da Faculdade de Medicina da USP Fisioterapia e Pesquisa visa disseminar conhecimento científico rigoroso de modo a subsidiar tanto a docência e pesquisa na área quanto a fisioterapia clínica. Publica, além de artigos de pesquisa originais, revisões de literatura, relatos de caso/s, bem como cartas ao Editor. indexada em: LILACS – Latin American and Caribbean Health Sciences; LATINDEX – Sistema Regional de Información en Línea para Revistas Cientifícas de Américas; CINAHL – Cumulative Index to Nursing and Allied Health Literature; e SportDiscus. EDITORAS-CHEFES

Amélia Pasqual Marques Fofito / FMUSP – Depto. Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional, Faculdade de Medicina / USP

Débora Bevilaqua Grossi RAL/ FMRP/USP Depto. Biomecânica, Medicina e Reabilitação do Aparelho Locomotor, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto / USP

EDITORES ESPECIALISTAS

Celso R. Fernandes de Carvalho – Fofito / FMUSP Isabel de Camargo Neves Sacco – Fofito / FMUSP Jefferson Rosa Cardoso – Depto. Fisioterapia / Univ. Estadual de Londrina Raquel Simoni Pires – Laboratório de Neurociências / Univ. Cidade de São Paulo

Rosângela Corrêa Dias – EEFFTO – Escola Educ. Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional / Univ. Federal de Minas Gerais

Silvia Maria Amado João – Fofito / FMUSP

CORPO EDITORIAL

Anamaria Siriani de Oliveira

RAL, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto / USP Ribeirão Preto SP Brasil Depto. Engenharia Telecomunicações e Controle Escola Andre Fabio Kohn São Paulo SP Brasil Politécnica / USP Anke Bergmann Curso de Fisioterapia / Centro Univ. Augusto Motta Rio de Janeiro RJ Brasil Depto. Fisioterapia / Univ. Estadual de Londrina Antonio Fernando Brunetto Londrina PR Brasil Depto. Fisioterapia / Univ. Federal de Pernambuco Armèle Dornelas de Andrade Recife PE Brasil Barbara M. Quaney Medical Center / University of Kansas Kansas City KA EUA Fofito / Faculdade de Medicina / USP Clarice Tanaka São Paulo SP Brasil Cláudia R. Furquim de Andrade Fofito / Faculdade de Medicina / USP São Paulo SP Brasil School of Allied Health and Life Sciences / New York Chukuka S. Enwemeka Nova Iorque NY EUA Institute of Technology École de Réadaptation et GRIS, Faculté de Médecine / Univ. Debbie Feldman Montréal QC Canadá de Montréal Faculdade Ciências da Saúde/ Univ. Metodista de Piracicaba Piracicaba SP Dirceu Costa Brasil Fofito / Faculdade de Medicina / USP Fátima A. Caromano São Paulo SP Brasil Neurological Science Institute/ Oregon Health & Science Univ. Portland OR Fay B. Horak EUA Laboratoire d’Automatique, de Méchanique et d’Informatique, Franck Barbier Le Mont Houy França Industrielles et Humaines / Univ. de Valenciennes Depto. Fisioterapia / Univ. de Ribeirão Preto Gil Lúcio Almeida Ribeirão Preto SP Brasil Depto. Fisioterapia / Univ. Federal de São Carlos Helenice Jane C. Gil Coury São Carlos SP Brasil Dept. Public Health and Primary Health Care / Univ. of Bergen Bergen HD Jan Magnus Bjordal Noruega Depto. Ciências da Saúde / Univ. Nove de Julho João Carlos Ferrari Corrêa São Paulo SP Brasil Luci Fuscaldi Teixeira-Salmela EEFFTO / Univ. Federal de Minas Gerais Belo Horizonte MG Brasil Marcelo Bigal Dept. of Neurology, Albert Einstein College of Medicine Bronx NY EUA Escola de Educação Física / Univ. Federal do Rio Grande do Sul Porto Alegre RS Marco Aurélio Vaz Brasil Marcos Duarte Escola de Educação Fisica e Esportes / USP São Paulo SP Brasil Instituto do Coração, Faculdade de Medicina/ USP Maria Ignêz Zanetti Feltrim São Paulo SP Brasil Mariano Rocabado Facultad de Odontología / Univ. Andres Bello Santiago RMS Chile Fofito / Faculdade de Medicina / USP Raquel A. Casarotto São Paulo SP Brasil Depto. Fisioterapia / Univ. Federal Rio Grande do Norte Ricardo Oliveira Guerra Natal RN Brasil Rinaldo R. J. Guirro RAL / Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto / USP Ribeirão Preto SP Brasil EEFFTO / Univ. Federal de Minas Gerais Sérgio Teixeira da Fonseca Belo Horizonte MG Brasil Depto. Ciências da Saúde / Univ. Nove de Julho Simone Dal Corso São Paulo SP Brasil Depto. Fisioterapia / Univ. Federal de São Carlos Tânia de Fátima Salvini São Carlos SP Brasil Vera Lúcia Israel Curso Fisioterapia / Univ. Federal do Paraná – Litoral Matinhos PR Brasil

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S UMÁRIO C ONTENTS Editorial . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 117 Editorial

PESQUISA ORIGINAL ORIGINAL RESEARCH

Comparação dos efeitos da estimulação elétrica nervosa transcutânea e da hidroterapia na dor, flexibilidade e qualidade de vida de pacientes com fibromialgia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 118 Comparison of transcutaneous electrical nerve stimulation and hydrotherapy effects on pain, flexibility and quality of life on patients with fibromyalgia Tatiana F. Gomes da Silva, Eneida Yuri Suda, Camila Aparecida Marçulo, Fábio H. da Silva Paes, Gisele Targino Pinheiro

Impacto do grau de obesidade nos sintomas e na capacidade funcional de mulheres com osteoartrite de joelhos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125 Impact of the degree of obesity on symptoms and functional capacity of women with knee osteoarthritis Karina Simone de S. Vasconcelos, João Marcos D. Dias, Rosângela Corrêa Dias

Incidência de lesões na prática do rúgbi amador no Brasil . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 131 Incidence of injuries in the practice of amateur rugby in Brazil Luciane Machado Alves, Renato Paranhos Soares, Richard Eloin Liebano

Efeitos da reabilitação aquática na sintomatologia e qualidade de vida de portadoras de artrite reumatóide . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 136 Effects of aquatic rehabilitation on symptoms and quality of life in rheumatoid arthritis female patients Luis Roberto F. Ferreira, Paulo Roberto Pestana, Jussara de Oliveira, Raquel A. Mesquita-Ferrari

Interferência mútua entre atividade visual e atividade motora em jovens e idosos . . . . . . . . . . . 142 Mutual interference between a visual and a motor task in young and elderly subjects Patrícia P. dos Santos Teixeira, Mariana Callil Voos, Mariane S. Andrade Machado, Lílian Zanchetta Castelli, Luiz Eduardo R. do Valle, Maria Elisa P. Piemonte

O preparo bioético na graduação de Fisioterapia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 149 Bioethical education in physical therapy undergraduate course Fernanda Degilio Alves, Aline Bigongiari, Luis Mochizuki, William Saad Hossne, Marcos de Almeida

Atividade eletromiográfica do vasto medial oblíquo em portadoras da síndrome da dor patelofemoral . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 157 Electromyographyc activity of the vastus medialis oblique muscle in female patients with patellofemoral syndrome Sâmia Najara F. Bessa, Elielton Pedroza dos Santos, Renata A. Gomes Silveira, Paulo Henrique B. Maia, Jamilson Simões Brasileiro

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Validação da versão para a língua portuguesa do questionário de Medida Funcional para Amputados (Functional Measure for Amputees Questionnaire). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 164 Brazilian-Portuguese validation of the Functional Measure for Amputees Questionnaire Eneida R. Ono Kageyama, Mariana Yogi, Celisa Tiemi N. Sera, Leda Shizuka Yogi, André Pedrinelli, Olavo Pires de Camargo

Avaliação da amplitude de movimento e força da cintura escapular em pacientes de pós-operatório tardio de mastectomia radical modificada . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 172 Shoulder motion range and strength assessment in late post-operative patients having undergone modified radical mastectomy Priscila Fernandes Gouveia, Estela de Oliveira Gonzalez, Patrícia Arduino Grer, Camila Amaro Fernandes, Maurício Corrêa Lima

Perfil de fisioterapeutas brasileiros que atuam em unidades de terapia intensiva . . . . . . . . . . . . 177 A profile of Brazilian physical therapists in intensive care units Emilia Nozawa, George J. V. Sarmento, Joaquim M. Vega, Dirceu Costa, José Euclides P. Silva, Maria Ignez Z. Feltrim

Correlação entre cefaléia e disfunção temporomandibular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 183 Correlation between headache and temporomandibular joint dysfunction Mariana Sampaio Menezes, Sandra Kalil Bussadori, Kristianne P. Santos Fernandes, Daniela A. Biasotto-Gonzalez

Intervenção psicomotora em crianças de nível socioeconômico baixo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 188 Psychomotor intervention on children of low socioeconomic status Ana Carolina de Campos, Luiz Henrique Silva, Karina Pereira, Nelci A. C. Ferreira Rocha, Eloisa Tudella

Comportamento quimiometabólico do músculo sóleo na fase aguda da imobilização articular. . 194 Chemical metabolic behaviour of the soleus muscle during the acute phase of joint immobilisation Luciano Júlio Chingui, Rommel Padovan Braquinho, Maria Theresa M. Severi, Carlos Alberto da Silva

REVISÃO REVIEW

Estabilização segmentar da coluna lombar nas lombalgias: uma revisão bibliográfica e um programa de exercícios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 200 Spinal segmental stabilisation in low-back pain: a literature review and an exercise program Fábio Jorge R. França, Thomaz Nogueira Burke, Daniel Cristiano Claret, Amélia Pasqual Marques

Fatores de risco para linfedema após câncer de mama: uma revisão da literatura . . . . . . . . . . . . 207 Risk factors of arm lymphedema after breast cancer: a literature review Anke Bergmann, Inês Echenique Mattos, Rosalina Jorge Koifman Instruções para os autores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 214 Ficha de assinatura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 216

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E DITORIAL E DITORIAL A área da Fisioterapia vem apresentando nos últimos anos um crescimento vertiginoso no país, tanto no número de cursos de graduação e especialização quanto, principalmente, no número de programas de pós-graduação. Hoje contam-se nove programas, dos quais três preparam o doutorado. Além disso, docentes e pesquisadores se organizam nas diferentes regiões do país para solicitar novos programas. Essa intensificada atuação docente e de pesquisa pressiona ainda mais para que haja canais de qualidade para a circulação do conhecimento produzido. O crescimento da Fisioterapia e sua inserção na comunidade científica brasileira é um processo sem volta. O novo patamar atingido, com muito empenho de muitos, tem sido cada vez mais reconhecido por todos. E requer esforços de aprimoramento da qualidade, tanto dos produtores de conhecimento quanto dos veículos que o publicam. Fisioterapia e Pesquisa pretende cada vez mais crescer nos padrões de qualidade e de indexação para melhor servir à crescente comunidade cientifica da Fisioterapia no Brasil. Desde 2005, quando iniciamos o processo de mudanças, fizemos muitos avanços no sentido de atender aos padrões de qualidade exigidos. Dentre as mudanças atuais, para adequar a Revista aos critérios de excelência foi necessário alterar o corpo editorial, convidando pesquisadores de renome de diferentes regiões geográficas, para ampliar nossa abrangência. Também agregamos mais quatro membros estrangeiros ao corpo editorial. Ainda, foram instituídos editores especialistas, que terão como principal tarefa conferir agilidade e transparência ao processo de julgamento dos manuscritos. Os membros do corpo editorial e os editores especialistas terão participação ativa e irão contribuir permanentemente com a Revista, citando-a, encorajando alunos ou pós-graduandos a submeter artigos, submetendo eles próprios sua produção, além da emissão de pareceres. Finalmente, a partir deste número, a chefia de editoria será partilhada: à anterior editora-chefe junta-se agora a Profa. Débora Bevilaqua Grossi, unindo esforços para que a revista conquiste um lugar de destaque entre as revistas de Fisioterapia e possa ser um veículo eficiente e de qualidade para a circulação do conhecimento científico em nossa área, sempre tendo em mira o aprimoramento da qualidade da pesquisa e da assistência em Fisioterapia. Agradecemos a todos que nos vêm dando apoio, com o qual contamos para prosseguir aperfeiçoando Fisioterapia e Pesquisa. Amélia Pasqual Marques Débora Bevilaqua Grossi Editoras-chefes

Fisioter Pesq. Fisioter 2008;15(2) Pesq. 2008;15(2)

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Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v.15, n.2, p.118-24, abr./jun. 2008

ISSN 1809-2950

Comparação dos efeitos da estimulação elétrica nervosa transcutânea e da hidroterapia na dor, flexibilidade e qualidade de vida de pacientes com fibromialgia Comparison of transcutaneous electrical nerve stimulation and hydrotherapy effects on pain, flexibility and quality of life in patients with fibromyalgia Tatiana Fernandes Gomes da Silva1, Eneida Yuri Suda2, Camila Aparecida Marçulo3, Fábio Henrique da Silva Paes3, Gisele Targino Pinheiro3 Estudo desenvolvido na Clínica de Fisioterapia do Unicapital – Centro Universitário Capital, São Paulo, SP, Brasil 1

Fisioterapeuta da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia, São Paulo, SP, Brasil

2

Profa. Ms. do Curso de Fisioterapia do Unicapital (Centro Universitário Capital, São Paulo, SP, Brasil)

3

Graduandos em Fisioterapia no Unicapital, São Paulo, SP, Brasil

ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA

Eneida Yuri Suda R. Masuzo Naniwa 105 apto. TA84 Mogilar 08773-535 Mogi das Cruzes SP e-mail: [email protected]

APRESENTAÇÃO abr. 2007

ACEITO PARA PUBLICAÇÃO abr. 2008

Fisioter Pesq. Pesq. 2008;15(2):118-24 2008;15(2) 118 Fisioter

RESUMO: Este estudo visou comparar a eficácia da hidroterapia e da estimulação elétrica transcutânea do nervo (TENS) na melhora da sintomatologia de pacientes com fibromialgia Participaram do estudo 10 sujeitos com fibromialgia (48,8±9,8 anos) divididos em dois grupos: um tratado com hidroterapia e outro com TENS. Todos foram avaliados antes e após o tratamento quanto à flexibilidade (pelo índice terceiro dedo-solo), dor (por escala visual-analógica), qualidade de vida relacionada à saúde (pelos questionários SF-36 e Nottingham Health Profile – NHP) e tendência à depressão (pelo Inventário de Beck). Os dados foram tratados estatisticamente, com nível de significância fixado em p40 kg/m2), todas com OA bilateral de joelhos. Os sintomas de dor, rigidez e dificuldades funcionais foram avaliados pelo questionário The Western Ontario and McMaster Osteoarthritis Index (Womac). A capacidade funcional foi verificada por quatro testes de velocidade: marcha usual, marcha rápida, subir e descer escadas. Os dois grupos apresentaram um impacto moderado da obesidade na OA de joelhos, sem diferença quanto aos sintomas. As obesas se saíram melhor do que as obesas mórbidas nos testes de marcha usual e subir escadas, mas não nas atividades de marcha rápida e descer escadas, mais complexas e estressantes para a articulação do joelho. Conclui-se que o grau de obesidade não teve impacto nos sintomas de dor, rigidez e dificuldades funcionais associadas à OA de joelhos entre mulheres obesas e obesas mórbidas. E, em dois testes de capacidade funcional, as obesas dos dois grupos tiveram desempenho semelhante, sugerindo que outros fatores podem influenciar o desempenho funcional de obesas com OA de joelhos. DESCRITORES: Análise e desempenho de tarefas; Obesidade; Obesidade mórbida; Osteoartrite do joelho A BSTRACT: Women are at higher risk to knee osteoarthritis (OA) and obesity. Together, these diseases may ensue pain and functional limitations, mainly during locomotion. The purpose of this study was to compare the impact of the degree of obesity in symptoms and functional capacity of women with knee osteoarthritis. The sample studied was made up by 13 obese women (body mass index – BMI>30 kg/m2) and 15 morbid obese women (BMI>40 kg/m2), all with bilateral knee OA. The symptoms of pain, stiffness and functional difficulty were measured by the questionnaire The Western Ontario and McMaster Osteoarthritis Index (Womac). Functional capacity was evaluated by four speed tests: usual gait, fast gait, climbing and descending stairs. Both groups presented a moderate impact of obesity on knee osteoarthritis, with no differences between them concerning symptoms. Obese women had better results in the usual gait and climbing stairs tests than morbid obese ones, but not in fast gait and descending stairs, which are more complex and stressful tasks for the knee joint. It may be said that the degree of obesity had no impact on knee OA symptoms of pain, stiffness and functional difficulty; and, in two functional capacity tests, both obese women and women with morbid obesity showed similar performances, thus suggesting that other factors may influence functional capacity of obese women with knee osteoarthritis. KEY WORDS: Obesity; Obesity, morbid; Osteoarthritis, knee; Task performance and analysis

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INTRODUÇÃO A prevalência de obesidade vem aumentando não só nos países desenvolvidos, mas também naqueles em transição socioeconômica como o Brasil, tornando-se um problema de saúde pública1,2. Além dos riscos cardiovasculares e metabólicos associados, indivíduos obesos são mais propensos a apresentar doenças articulares como a osteoartrite (OA) de joelhos 3. A OA é uma doença degenerativa que acomete a cartilagem sinovial e estruturas periarticulares, associada a sintomas de dor, rigidez articular e crepitações4. Tanto a obesidade 5,6 quanto a OA de joelhos7 estão associadas a diversas incapacidades funcionais, principalmente em atividades de locomoção como a marcha e o uso de escadas. Estudos apontam uma relação crescente entre o grau de excesso de peso e as incapacidades, levando a maiores prejuízos entre as pessoas com obesidade grave ou mórbida, isto é, com índice de massa corporal (IMC) maior que 40 kg/cm2 8,9. Dentre a população em geral, as mulheres apresentam maior risco para desenvolver tanto obesidade10 quanto OA de joelhos 3,7. Uma vez que não há cura para essas doenças crônicas, compreender suas inter-relações e impactos sobre a capacidade funcional é essencial para que os profissionais de saúde possam direcionar suas intervenções e planejar as estratégias de tratamento mais adequadas a essa população de risco. O objetivo deste estudo foi comparar o impacto do grau de obesidade nos sintomas e capacidade funcional de mulheres com OA de joelhos. Dois grupos foram comparados: obesas e obesas mórbidas. A hipótese inicial era de que o maior excesso de peso entre as mulheres com obesidade mórbida estaria associado a maiores prejuízos funcionais e sintomas mais intensos.

METODOLOGIA A realização deste estudo foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesqui-

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sa da Universidade. Todas as voluntárias assinaram e receberam uma cópia do termo de consentimento livre e esclarecido. Os dados referentes a este estudo são provenientes de uma pesquisa sobre dor e capacidade funcional em obesos com OA de joelhos11,12. A amostra foi selecionada por conveniência, com pacientes de ambulatórios de tratamento de obesidade ou de serviços de reabilitação de hospitais universitários da cidade de Belo Horizonte, MG. Para o presente estudo, foram analisados os dados referentes a 28 mulheres, de acordo com a ordem de entrada no estudo, sem cálculo amostral específico. Elas foram divididas em dois grupos: grupo I, 13 mulheres obesas (IMC>30 kg/m2); e grupo II, 15 mulheres com obesidade mórbida (IMC>40 kg/m2). Todas as mulheres apresentavam diagnóstico clínico e radiográfico de OA em ambos os joelhos, segundo os critérios do Colégio Americano de Reumatologia 4 e deambulavam sem auxílios para a marcha. Foram excluídas as voluntárias que apresentassem: dor no joelho ou incapacidade funcional referente a essa articulação devido a lesões ligamentares, meniscais ou musculares não inerentes à OA; prótese total ou parcial em um ou ambos os joelhos ou quadris; artrite reumatóide, fibromialgia, lúpus eritematoso sistêmico e doenças reumáticas sistêmicas; cardiopatias descompensadas; défices auditivos ou visuais que impedissem a realização dos testes e medidas; agudização da OA de joelho; doenças neurológicas que afetassem a locomoção. Para a classificação da OA das participantes, um examinador que desconhecia seu estado clínico examinou as radiografias das articulações tibiofemorais em imagens anteroposteriores, com carga sobre os membros inferiores, e classificou cada imagem de acordo com os critérios de KellgrenLawrence (K-L), nos graus I a IV 13 . Cada articulação do joelho era analisada separadamente e, para efeito de análise dos dados, considerava-se a classificação do joelho com o maior grau de acometimento.

Procedimentos Sintomas da OA de joelhos: foi utilizado o questionário The Western Ontario and McMaster Osteoarthritis Index (Womac) para avaliar a intensidade de dor, rigidez articular e dificuldades funcionais decorrentes da OA de joelhos. O questionário, com três seções, foi aplicado na sua versão traduzida e validada para o Brasil14, por meio de entrevista assistida. As respostas de cada seção foram assinaladas em uma escala do tipo likert, nos níveis nenhuma, pouca, moderada, intensa e muito intensa. Para análise dos dados, esses níveis foram transformados respectivamente nos escores 0, 25, 50, 75 e 100. As respostas de cada seção eram somadas e obtinha-se uma média para cada sintoma avaliado. A mesma escala likert do Womac foi adaptada para avaliar a dor, sendo as voluntárias questionadas durante cada teste de capacidade funcional. Foi registrado, ainda o tempo de duração dos sintomas da OA de joelhos, considerando a época de aparecimento das dores articulares. Testes de capacidade funcional: a capacidade funcional foi avaliada por quatro testes de velocidade: marcha usual (MU), marcha rápida (MR), subir escadas (SE) e descer escadas (DE). Os testes de marcha foram realizados em um corredor plano e sem obstáculos, com distância percorrida de 25 m. Os três primeiros e os dois últimos metros foram desprezados como aceleração e desaceleração. Para medir a velocidade foram utilizadas células fotoelétricas que marcavam a passagem da voluntária ao início e ao final dos 20 metros mensurados (Kit Multisprint®, Inserra Ind. Mec. Ltda., Belo Horizonte, MG). Para familiarização, cada voluntária percorreu o corredor uma vez. Para o teste MU, elas eram orientadas a “caminhar em um ritmo normal”. Para o teste MR, a “caminhar o mais rápido possível”, com o estímulo verbal “rápido, rápido”. Os outros testes foram realizados em uma escada comum de prédio, de seis degraus, com corrimão. Para familiarização, cada voluntária subia e descia os seis degraus uma vez. Para

Vasconcelos et al.

Grau de obesidade e OA de joelhos

os testes, foram instruídas a realizar a atividade “em um ritmo normal, da maneira como tivessem costume de fazer no dia-a-dia“, sendo permitido o uso do corrimão. Também era permitido realizar os testes colocando os dois pés em cada degrau, ou alternando o apoio com cada pé em um degrau. O mesmo padrão quanto ao uso do corrimão e o tipo de apoio era utilizado durante todo o teste. As voluntárias iniciavam os testes ao comando “já” do examinador, momento em que era disparado o cronômetro. A contagem de tempo era interrompida quando era alcançado o último degrau com os dois pés, com a voluntária sempre olhando para frente. A ordem dos testes foi aleatorizada por sorteio e todas as voluntárias foram instruídas a utilizar um calçado usual, que considerassem confortável e seguro. Foram realizadas três medidas para cada teste, com intervalo de 15 a 30 segundos entre cada medida e 30 a 60 segundos entre cada tipo de teste. A coleta de dados foi realizada em uma única sessão, no horário entre as 14 e 17 horas.

Tabela 2 Resultados (média±desvio padrão) dos testes de velocidade segundo os grupos

Velocidade (média±desvio padrão) MU (m/s) Grupo I (Obesas)

1,18±0,16 1,60±0,25 64,57±15,93 67,46±18,58

Grupo II (Obesas graves) 1,02±0,13 1,44±0,23 51,35±14,94 53,52±22,00 Diferença entre os grupos p=0,009*

crita em termos de distribuição de freqüência. Foi utilizado o teste t para amostras não-relacionadas para comparar os grupos I e II em termos de idade, duração dos sintomas e resultados nos testes de velocidade. Para comparar os resultados da classificação radiográfica, do questionário Womac e do nível de dor durante a realização dos testes de capacidade funcional, foi utilizado o teste de Mann-Whitney, não-paramétrico. O nível de significância foi estabelecido como α=0,05.

RESULTADOS

Análise estatística Foi realizada a análise descritiva da amostra, com medidas de tendência central (média) e dispersão (desvio padrão) das variáveis idade, duração dos sintomas e IMC, além dos sintomas da OA de joelhos e resultados nos testes de capacidade funcional. A classificação radiográfica foi des-

Quanto à classificação da OA, a maioria das mulheres apresentaram nível II ou III na classificação K-L. No grupo I, quatro apresentavam nível II e cinco, nível III. No grupo II, havia cinco mulheres com nível II e cinco com nível III. Não foi possível obter as radiografias de duas mulheres do

Tabela 1 Dados descritivos das participantes (n=28) segundo os grupos

Grupo II Grupo I (Obesas (Obesas, n=13) graves, n=15)

Diferença entre os grupos

Idade (anos)

Mín. 29,5 36,6 Máx. 67,1 67,8 Média±dp 51,27 ± 11,76 53,37 ± 8,44

p=0,588

Tempo de OA (anos)

Mín. Máx. Média±dp

1,50 15 6,50 ± 4,56

0,66 17 6,78 ± 3,97

p=0,86

Mín. Máx. Média±dp

30,41 37,31 33,39 ± 2,25

41,25 59,83 47,56 ± 5,76

NA NA NA

Valores

2

IMC (kg/m )

p=0,097

p=0,032*

p=0,084

MU = Marcha usual; MR = Marcha rápida; SE = Subir escadas, em degraus por segundo; DE = Descer escadas,, em degraus por segundo; * diferença estatisticamente significante

Os dois grupos não apresentaram diferença quanto à idade ou duração dos sintomas (Tabela 1).

Variável

MR (m/s) SE (degraus/s) DE (degraus/s)

Mín.= Mínimo; Máx.= Máximo; dp = Desvio padrão; IMC = Índice de massa corporal; NA = Não se aplica

grupo II. Com o teste de Mann-Whitney, não foi observada diferença estatisticamente significante entre a classificação dos dois grupos (p=0,433). Em relação aos sintomas da OA, avaliados pelo Womac (onde o escore varia de 0, nenhum, a 100, muito intenso), no grupo I os resultados médios foram: 47,3±17,9 de intensidade de dor, 32,7±22,6 de rigidez e 32,4±21,6 de dificuldades funcionais. No grupo II, a média da intensidade de dor foi de 41,0±18,9, da rigidez, 30,0±33,0 e a de dificuldades funcionais foi de 40,4±18,2. Não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos quanto aos sintomas avaliados pelo questionário Womac (p=0,487 para dor, p=0,619 para rigidez e p=0,310 para dificuldades funcionais). O nível de dor durante os testes também não apresentou diferença estatística entre os grupos. No teste MU, os níveis médios de dor foram de 25,0±27,0 no grupo I e 11,7±16,0 no grupo II (p=0,196). No teste MR, 34,6±31,5 e 20,0±23,5 para os respectivos grupos (p=0,216). No teste de subir escadas, os níveis médios de dor foram de 30,8±25,3 (grupo I) e 30,0±19,4 (grupo II), com p=0,941; e, no teste de descer escadas, 42,3±31,3 (grupo I) e 33,3±22,5 (grupo II), com p=0,391. A Tabela 2 apresenta os resultados de cada grupo nos testes de capacidade funcional, avaliada pela velocidade desenvolvida. Pode-se observar que o grupo I obteve melhor desempenho nos testes MU e SE, alcançando maior velocidade. Nos outros testes, não houve diferença estatisticamente significante entre os grupos.

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DISCUSSÃO Este estudo procurou compreender como o grau de obesidade pode influenciar a capacidade funcional e o nível de sintomas em dois grupos de mulheres com OA de joelhos: obesas e obesas mórbidas. Considerando os sintomas da OA de joelhos, os resultados não confirmaram a hipótese inicial. Ambos os grupos apresentaram nível moderado de dor, rigidez e dificuldades funcionais e, na classificação radiográfica do grau de acometimento da articulação, sem diferenças estatisticamente significantes. Durante os testes de capacidade funcional, também não foram observadas diferenças quanto ao nível de dor. Alguns estudos mostram que o IMC pode influenciar os sintomas da OA de joelhos, estando os obesos em maior risco de apresentar dor15,16 e dificuldades funcionais17,18 quando comparados a indivíduos com peso normal. Marks19 observou que indivíduos com OA de joelhos e maiores níveis de IMC apresentam dor mais intensa em relação àqueles com menor IMC, utilizando uma escala analógica-visual e outro instrumento diverso do Womac. Não foram encontrados na literatura estudos que comparassem o nível dos sintomas da OA de joelhos entre indivíduos com obesidade e obesidade mórbida utilizando o Womac. No presente estudo, os resultados relativos aos sintomas apresentaram altos valores de desvio-padrão em ambos os grupos, o que já foi observado em outros estudos que utilizaram o questionário Womac20,21. Essa grande variabilidade pode ter influenciado a ausência de diferenças entre os grupos. Clinicamente, esses achados refletem a diversidade de respostas a doenças crônicas como a OA de joelhos e a obesidade. Segundo a Organização Mundial de Saúde 22, as doenças podem impactar a qualidade de vida e a capacidade funcional de diversas formas, com efeitos nas funções e estruturas do corpo, atividades funcionais e participação social. Fatores pessoais e ambientais também podem influenciar a funcionalidade e incapacidade22. Este estudo reforça a importância de se avaliarem as incapa-

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cidades de forma abrangente, considerando as diferenças e necessidades individuais dos pacientes. Com relação à capacidade funcional, os grupos apresentaram resultados diversos. Era esperado que as mulheres com obesidade mórbida desenvolvessem as atividades em menor velocidade, devido à maior massa corporal a ser deslocada8. Browning e Kram 23 também observaram que as forças compressivas nos joelhos durante a marcha são muito maiores em indivíduos obesos que naqueles com peso normal. Assim, uma menor velocidade de marcha pode ser uma estratégia utilizada pelos obesos para diminuir o impacto nessas articulações. Stenholm et al.24 confirmaram que o risco de limitações à velocidade de marcha aumenta a cada grau de obesidade, fato agravado pela presença de OA de joelhos entre as mulheres. No presente estudo, o maior grau de excesso de peso também teve impacto negativo na capacidade funcional das mulheres obesas mórbidas com OA de joelhos, considerando a velocidade de marcha usual. Quanto ao teste de marcha rápida, por outro lado, as obesas não conseguiram alcançar melhores resultados quando comparadas às obesas mórbidas. A maior velocidade exigida nesse teste pode ter provocado força excessiva nas articulações dos joelhos, limitando seu desempenho. A marcha rápida também parece ser uma atividade mais complexa e pouco comum no dia-a-dia dessas mulheres11, fatores que podem ter contribuído para esse baixo desempenho. Nas escadas, as obesas alcançaram maior velocidade no teste de subida, mas não no de descida. Atividades em escadas exercem maior estresse mecânico na articulação do joelho do que a marcha no plano25. Além disso, essas atividades estão associadas a altos níveis de dor e dificuldade funcional, tanto entre pessoas com OA de joelhos 11,26 quanto entre obesos 27,28 . Descer ou subir escadas exigem angulações de movimento e produção de forças diferenciadas, o que pode explicar os resultados diferentes para cada teste 29. A atividade de descer

escadas parece ser mais complexa e estressante para a articulação do joelho do que a de subir escadas, de forma que a simples diferença de peso corporal não favoreceu as mulheres obesas no teste de velocidade deste estudo. É possível que, se o teste SE fosse realizado de forma mais complexa, por exemplo, com maior número de degraus ou sem o uso do corrimão, o desempenho das mulheres obesas também não fosse melhor. Os grupos deste estudo apresentaram níveis semelhantes de dor durante os testes de velocidade, de forma que as diferenças encontradas em alguns testes parecem ser devidas a outros fatores. No entanto, os possíveis efeitos analgésicos de medicamentos não foram controlados neste estudo. Três mulheres do grupo II usavam antiinflamatórios não-esteróides no dia dos testes e as conseqüências disso não podem ser avaliadas nos presentes resultados. Sabia-se que duas mulheres do grupo I e quatro do grupo II praticavam atividade física regular, não sendo possível estabelecer o papel do condicionamento físico nos resultados do presente estudo. Indivíduos obesos, em geral, tendem a se exercitar pouco, apresentando baixos níveis de atividade física. Os sintomas da OA de joelhos podem fazer com que os indivíduos evitem atividades que provoquem ou intensifiquem sua dor, o que levaria à piora do condicionamento físico e maior fraqueza muscular. Alterações biomecânicas, causadas pela obesidade e pela OA de joelhos, podem ainda aumentar os gastos energéticos durante atividades de locomoção, com maiores exigências de condicionamento físico. Sutbeyaz et al.30 observaram que, em relação a indivíduos obesos sem OA de joelhos, obesos com OA de joelhos apresentam pior condicionamento físico geral e pior desempenho de mobilidade com os membros inferiores. Um menor condicionamento físico entre as mulheres com obesidade mórbida pode ter contribuído para seu pior desempenho nos testes MU e SE. Nesse caso, poder-seia concluir que, nos testes de marcha rápida e descida de escadas, o condicionamento físico teria sido menos

Vasconcelos et al.

importante do que os efeitos deletérios da OA de joelhos sobre a capacidade funcional. Dessa forma, mesmo que apresentassem melhor condicionamento, as mulheres obesas não conseguiriam alcançar melhores resultados, como nos testes de marcha usual e subida de escadas. O presente estudo analisou a obesidade apenas em termos do IMC, uma medida do excesso de peso para uma determinada altura. Outros fatores podem estar associados à obesidade, influenciando os sintomas e incapacidades associadas à OA de joelhos, como a composição corporal de massa gorda e massa magra31,32 e alterações metabólicas ou inflamatórias33,34. A força muscular também interage com a obesidade, podendo ser considerados os dois fatores mecânicos mais importantes na determinação da capacidade funcional de indivíduos com OA de joelhos35,36. O presente estudo apresenta outras limitações. A escolha da amostra não se baseou em cálculo específico e

Grau de obesidade e OA de joelhos

contamos com um pequeno número de participantes. As participantes dos grupos apresentavam heterogeneidade quanto à idade e tempo de sintomas da OA de joelhos e não houve pareamento por essas variáveis.

tégias de tratamento mais específicas e direcionadas às necessidades e possibilidades dos pacientes.

Os resultados deste estudo demonstram que as inter-relações entre obesidade e OA de joelhos são complexas e agem de diferentes formas sobre a capacidade funcional de mulheres. Estudos explorando a funcionalidade dessa população devem levar em conta essas inter-relações e especificidades, a fim de contribuir para a compreensão dos impactos das doenças crônicas e os mecanismos de adaptação e reação a seus efeitos. Ainda há muito a ser explorado neste tema, com a observação de outras variáveis de influência e a ampliação das maneiras de se avaliar a capacidade funcional, incluindo não só a velocidade, mas outras características. A compreensão dos impactos das doenças crônicas sobre a funcionalidade humana pode levar à elaboração de estra-

Os resultados permitem concluir que o grau de obesidade não teve impacto nos sintomas de dor, rigidez e dificuldades funcionais associadas à OA de joelho entre obesas e obesas mórbidas. No que se refere à capacidade funcional, o grau de obesidade teve influência diversa conforme o tipo de atividade: nos testes de marcha usual e subir escadas, as obesas mórbidas apresentaram pior desempenho, confirmando a hipótese do estudo. No entanto, nos testes de marcha rápida e descer escadas, atividades mais complexas e estressantes para a articulação do joelho, os dois grupos tiveram desempenhos semelhantes, sugerindo que outros fatores, além do grau de obesidade, podem influenciar o desempenho funcional de obesas com OA de joelhos.

CONCLUSÃO

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30 Sutbeyaz S, Sezer N, Koseoglu B, Ibrahimoglu F, Tekin D. Influence of knee osteoarthritis on exercise capacity and quality of life in obese adults. Obesity. 2007;15(8):2071-6. 31 Christensen R, Astrup A, Bliddal H. Weight loss: the treatment of choice for knee osteoarthritis? Osteoarthritis Cartilage. 2005;13(1):20-7. 32 Messier SP, Loeser RF, Miller G, Morgan T, Rejeski WJ, Sevidk M, et al. Exercise and dietary weight loss in overweight and obese older adults with knee osteoarthritis. Arthritis Rheum. 2004;50(5):1501-10. 33 Pennix B, Abbas H, Ambrosius W, Nicklas B, Davis C, Messier SP, et al. Inflammatory markers and physical function among older adults with knee osteoarthritis. J Rheumatol. 2004;31(10):2027-31. 34 Pottie P, Presle N, Terlain B, Netter P, Mainard D, Berenbaum F. Obesity and osteoarthrits: more complex than predicted! Ann Rheum Dis. 2006;65:1403-5. 35 Maly MR, Costigan PA, Olney SJ. Self-efficacy mediates walking performance in older adults with knee osteoarthritis. J Gerontol A Biol Sci Med Sci. 2007;62(10):1142-6. 36 Ling SM, Fried LP, Garret ES, Fan M, Ratanen T, Bathon JM. Knee osteoarthritis compromises early mobility function: The Women's Health and Aging Study II. J Rheumatol. 2003;30(1):114-20.

Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v.15, n.2, p.131-5, abr./jun. 2008

ISSN 1809-2950

Incidência de lesões na prática do rúgbi amador no Brasil Incidence of injuries in the practice of amateur rugby in Brazil Luciane Machado Alves1, Renato Paranhos Soares2, Richard Eloin Liebano3

Estudo desenvolvido no Curso de Fisioterapia do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP, Brasil 1

Fisioterapeuta

2

Prof. do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário São Camilo

3

Prof. Dr. do Programa de Mestrado em Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil

ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA

Luciane M. Alves R. Ângelo Alegro 76 02881-040 São Paulo SP e-mail: [email protected]

APRESENTAÇÃO set. 2007

ACEITO PARA PUBLICAÇÃO abr. 2008

RESUMO: Este estudo visou verificar a incidência de lesões traumáticas na prática esportiva do rúgbi amador no Brasil. A amostra constituiu-se de 42 praticantes amadores de duas equipes de rúgbi de São Paulo, do sexo masculino, com idade entre 18 e 30 anos. Foi aplicado a cada jogador um questionário em forma de entrevista para verificar a ocorrência de lesões após cada jogo de rúgbi disputado pela respectiva equipe durante cinco meses de 2006. Lesão foi definida como alguma dor ou dano físico sofrido por um jogador durante o treino e durante ou imediatamente após uma partida de rúgbi. Os dados das respostas dos jogadores foram analisados estatisticamente, com nível de significância estabelecido em p≤0,05. A incidência total de lesões foi de 574,16 por 1.000 horas de jogo. Houve predomínio de lesões nos membros inferiores em ambas as equipes. A manobra conhecida como tackle foi a maior causa de lesões. O segundo tempo foi o período do jogo em que a maioria das lesões ocorreu. Atacantes foram mais freqüentemente lesionados quando comparados aos defensores. A incidência de lesões traumáticas no rúgbi amador no Brasil mostrou-se extremamente alta, caracterizando uma importante diferença quando comparada à incidência de lesões em outros estudos feitos em países onde o rúgbi é um esporte mais popular. DESCRITORES: Futebol americano; Incidência; Traumatismos em atletas ABSTRACT: This study aimed at estimating the incidence of traumatic injuries in the practice of amateur rugby in Brazil. The sample consisted of 42 male, 18 to 30 year-old rugby amateur athletes from two different São Paulo teams. A questionnaire (by means of interview) was applied to each player inquiring on injuries suffered during and/or after every match (and training) his team played along five months of 2006. An injury was defined as any pain or physical impairment sustained by a player during or immediately after a rugby match or training. Data from volunteers’ answers were statistically analysed, and significance level set at p≤0.05. The total incidence of injuries was 574.16 per 1,000 match hours. Injuries were predominant in lower limbs. Tackling was the major cause of injuries. The second half was the period when most injuries occurred. Forwards were more often injured than backs. The incidence of traumatic injuries in rugby in Brazil were extremely high when compared to the injury incidence found by studies made in countries where rugby is usually practised. KEY WORDS: Athletic injuries; Football; Incidence

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INTRODUÇÃO O rúgbi é um esporte de colisão jogado pelos níveis de jogador júnior, amador, semiprofissional e profissional. Em um campo semelhante ao de futebol (com 15 jogadores em cada time, no caso do rugby union ou convencional), o objetivo é fazer passar a bola, que pode ser carregada nas mãos ou chutada, por entre dois postes que delimitam a área de gol adversária, de modo a que ela toque no chão na área de gol. Diz-se “de colisão” porque o jogador que estiver com a bola pode ser derrubado; o ato de derrubá-lo chama-se tackle. Jogadores se envolvem na disputa que inclui freqüentes períodos de atividade de alta intensidade (corrida, trote, lançamento da bola, tackle) separados por períodos de baixa intensidade (caminhando)1,2,3. As demandas fisiológicas do jogo de rúgbi são complexas, exigindo jogadores que tenham agilidade, velocidade altamente desenvolvida, força e potência muscular e potência aeróbia máxima. O jogo é disputado em dois tempos de 30 a 40 minutos cada (dependendo do nível da competição), separados por um intervalo de 10 minutos3. Esse esporte impõe freqüente e poderoso contato corporal, expondo potencialmente os jogadores a um grande número de lesões4. Considerando as diferenças nas aptidões e habilidades, condições do solo, padrões de arbitragem e atitudes de agressão e violência, as taxas de lesões podem ser mais elevadas em jogadores amadores de rúgbi, segundo a literatura pesquisada5,6,7. É importante conhecer a incidência de lesões na prática do rúgbi em jogadores do esporte amador, pois possibilita classificar as lesões mais freqüentes quanto ao risco, situações associadas ou predisponentes, o que permitirá elaborar programas de prevenção. O esporte é principalmente praticado nas regiões do mundo de forte influência inglesa (Austrália, Nova Zelândia, África do Sul, além do Reino Unido) e na França; na América do Sul, destacam-se a Argentina e o Uruguai. A literatura sobre lesões

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no rúgbi refere-se pois a esses países. Como não foram encontrados estudos a respeito no Brasil, o objetivo deste trabalho foi verificar a incidência de lesões traumáticas na prática esportiva do rúgbi amador no país.

METODOLOGIA O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa com Seres Humanos do Centro Universitário São Camilo. Todos os voluntários foram previamente esclarecidos e orientados sobre os procedimentos experimentais a que seriam submetidos no presente estudo. No caso de aceitação plena, assinaram um termo de consentimento livre e esclarecido. Dentre os entrevistados, foram selecionados 42 jogadores de rúgbi do sexo masculino, com idade entre 18 e 30 anos, saudáveis, com prática esportiva referida de no mínimo uma vez por semana e participação em no mínimo duas partidas por suas respectivas equipes durante o período de realização da pesquisa. Todos os voluntários eram amadores, ou seja, não recebiam qualquer pagamento para jogar ou treinar, e atuavam nas posições de atacantes e defensores. A Tabela 1 apresenta os dados de idade e características antropométricas da amostra estudada. Os jogadores integram duas equipes diferentes. A coleta de dados foi feita aos finais dos jogos de suas respectivas equipes durante o Campeonato Paulista de rúgbi (Time A, n=23) e a Liga Universitária (Time B, n=19), no período de fevereiro a junho de 2006. O Campeonato Paulista de 2006 Tabela 1 Idade e características antropométricas (média ± desvio padrão) dos jogadores estudados

Variável Média±desvio padrão Idade (anos) 23,78±3,38 Peso (kg) 85,92±12,01 Altura (m) 1,78±0,072 2 26,78±2,67 IMC (kg/m ) IMC = Índice de massa corporal

foi disputado por cinco equipes, resultando em oito jogos para cada equipe, além da final entre duas destas, por clubes do Estado de São Paulo. A Liga Universitária foi disputada em 2006 por 10 equipes universitárias da cidade de São Paulo em duas fases, resultando em seis jogos por equipe em média. Entretanto, durante o período da pesquisa, foram disputadas apenas três partidas pela equipe universitária. Os voluntários responderam a um questionário aplicado ao final de todos os jogos disputados por suas respectivas equipes. Para a proposta deste estudo, uma lesão foi definida como alguma dor ou dano físico sofrido por um jogador durante o treino e durante ou imediatamente após uma partida de rúgbi. Todas as lesões relatadas foram registradas indiferentemente de sua gravidade2,5,8,9. As lesões registradas foram classificadas de acordo com a região anatômica, período do jogo em que ocorreram, a posição (atacante, defensor) do jogador lesionado e a habilidade envolvida no momento da lesão: corrida, tackle, choque, scrum (disputa da bola lançada no meio de duas formações adversárias de oito jogadores cada), maul (disputa da bola por no mínimo três jogadores em pé), ruck (agrupamento de pelo menos um jogador de cada equipe, em pé, em torno da bola no chão).

Cálculo da incidência de lesões A taxa de lesões (ou incidência) é mais freqüentemente registrada por 1.000 horas de jogo segundo a posição do jogador2,3,5,8,10-14. A incidência de lesões foi calculada dividindo-se o número total de lesões sofridas pelos jogadores do time pelo tempo de exposição a lesões, multiplicando-se esse resultado por 1000. Para calcular o tempo de exposição a lesões (em horas de jogo, segundo a posição do jogador), multiplica-se o número total de partidas disputadas pelo número de jogadores em campo (em geral, 15) e pelo tempo de duração da partida (em média, 80 minutos, ou 1,33 horas)2,3,8,11.

Alves et al.

Incidência de lesões no rúgbi amador no Brasil

Análise estatística Os dados obtidos das respostas ao questionário foram organizados em tabelas, utilizando os programas SPSS v11.5®, Minitab 14® e Microsoft Excel XP®. A análise estatística foi realizada mediante o teste de igualdade de duas proporções, um teste não-paramétrico que verifica se a proporção de respostas de duas determinadas variáveis são estatisticamente significantes. Para este estudo, foi considerada estatisticamente significante a diferença ou correlação tal que p
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