Físico-Química A - 11º Ano (3º Teste)
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Físico-‐Química A -‐ 11º Ano
Física
Tópicos abordados:
-‐ Movimentos na Terra e no espaço
-‐ Satélites. Movimento circular e Uniforme;
-‐ O movimento de um satélite e o movimento circular uniforme;
-‐ Comunicações
-‐ Comunicação de informação a curtas distâncias; -‐ Sinais:
-‐ Som:
-‐ Tipos de ondas: longitudinais e transversais; -‐ Velocidade de propagação de uma onda; -‐ Sinal harmónico e onda harmónica; -‐ Sons harmónicos e complexos; -‐ Espectro sonoro;
-‐ Campos MagnéNcos:
-‐ Pólos e linhas de campo; -‐ Caracterização de um campo magnéNco; -‐ Campos magnéNcos criados por correntes eléctricas;
-‐ Campo eléctrico:
-‐ Pólos e linhas de campo; -‐ Caracterização de um campo eléctrico;
1) Movimentos na Terra e no espaço 1.1) Satélites. Movimento circular e uniforme Como já deves ter estudado, à volta da Terra (e de outros planetas) circulam satélites. Estes satélites podem ser naturais ou ar,ficiais. A Terra só possui um satélite natural, que é a Lua, no entanto nesta “era da comunicação” o número de satélites arNficiais aumenta mensalmente! E os satélites podem ser uNlizados para muitas coisas, como a metereologia, o reconhecimento (para fins militares) ou as telecomunicações. Apesar dos satélites GPS darem duas voltas à Terra por dia, existem satélites que dão uma volta à Terra por dia, os satélites geoestacionários. Estes satélites têm um período de 24H, estão a uma al,tude de cerca de 36 000 Km e o seu plano de órbita é o plano equatorial. Nestes satélites, a única força de actua é a força graví,ca. Então porque é que não caem para a Terra? Não caem para a Terra devido à sua velocidade! Acontece que estes satélites também Nnham uma velocidade, velocidade esta que era perpendicular à força gravíNca, fazendo-‐ os manter em órbita, no que se chama um movimento circular e uniforme.
Fg v
O movimento circular uniforme resulta de uma força que aponta para o centro do movimento, a força centrípeta, e da velocidade que é perpendicular a esta força. A força resultante e a aceleração são assim perpendiculares à velocidade. Atenção! Neste movimento não podemos dizer que a velocidade é constante, apenas que o módulo da velocidade é constante!
No exemplo dos satélites geoestacionários, o período do movimento é de 24H, mas nem sempre é assim. Se tomarmos por exemplo um disco de vinil, a rodar no gira-‐discos, temos uma situação aparentemente diferente, no entanto bastante semelhante.
Exemplo:
Com a ajuda de um marcador branco, faz um risco num disco de vinil que vá desde o centro do disco até um determinado ponto da circunferência em linha recta (um raio do disco). Coloca o vinil no gira-‐disco e fá-‐lo girar. Ao girar, vais reparar que o traço também gira, como um relógio. Admite que o vinil tem raio 20 cm.
Como calcularias a velocidade do gira-‐discos? E a sua aceleração?
Bem, em primeiro lugar teria que se medir (com um cronómetro) o tempo que demoraria a dar uma volta. Para fazer isto o melhor seria contar o tempo que este demoraria a dar 10 voltas, para diminuir um pouco a margem de erro. Imaginemos que demoraria 1,5 s a dar uma volta, por isso diríamos que Descobrindo o T, teríamos duas hipóteses, resultantes da má formulação deste problema. É que existem duas velocidades, a angular (variação do ângulo com o tempo) e a média (deslocamento por tempo). Este exercício foi formulado de propósito de forma a abordar estas duas vertentes da velocidade. Assim dizemos que: ou ou
Isto significa que, por cada segundo, há um deslocamento angular de 4,2 rad.
Nota:
Assim, tendo calculado a velocidade angular, basta subsNtuir:
Chegámos assim à velocidade angular e média, só falta a aceleração que também se calcular muito rapidamente. Esta aceleração é a aceleração centrípeta, porque a força resultante é centrípeta (aponta para o centro). Assim, temos que:
ou
ou
Temos assim o problema resolvido!
2) Comunicações 2.1) Comunicação de informações a curtas distâncias Comunicação significa tornar comum, e este sempre foi um tópico de muito interesse para o homem, visto que este queria comunicar para além da sua voz, porque esta era muito limitada. Assim surgiram os primeiros sistemas de comunicação. A comunicação pode ser feita a curtas ou longas distâncias e requer três coisas: um emissor, um sinal e um receptor. O emissor e o receptor são fáceis de compreender, mas o que é um sinal? Um sinal está ligado à alteração das caracterísNcas do meio ksico, ou seja, um sinal é uma perturbação no meio. E na frase anterior introduzimos uma nova necessidade para comunicar: um meio de propagação. Isto também é essencial, caso contrário o sinal não se propaga e não chega onde deveria. Exemplo: Imagina uma corda segurada nas duas pontas por duas pessoas. Se uma delas abanar a corda, a outra sente que essa pessoa abanou a corda; mas se as duas pessoas abanarem a corda ao mesmo tempo, já se torna mais diOcil disPnguir os sinais emiPdos por um e por outro, porque, como o meio é o mesmo, não se podem propagar ao mesmo tempo e no mesmo lugar. Mas vamos conNnuar com o exemplo da corda. Ao oscilar a corda, está-‐se a criar um pulso, ou seja, é enviado um sinal que se propaga, este sinal forma uma onda. Este pulso gera a transferência de energia que faz com que, consequentemente e ordenadamente, as várias partes da corda vão subindo e descendo, não havendo qualquer transporte de matéria.
As ondas podem ser, de acordo com a direcção de propagação: -‐ Transversais -‐ se oscilam perpendicularmente há direcção de propagação (ex.: corda a oscilar); -‐ Longitudinais -‐ se oscilam na direcção de propagação (ex.: mola esNcada).
Podemos ainda classificar as ondas em: -‐ Mecânicas -‐ se não se transmitem no vazio; necessitam de um meio de propagação (ex.: som); -‐ Electromagné,cas -‐ se se transmitem no vazio (ex.: luz).
E há um pequeno truque para as disNnguir. Exemplo: Estás na Lua. Imagina que está outra pessoa na Lua conPgo. Como sabes a Lua não tem atmosfera, logo não há ar. Por muito alto que tentes falar, ele nunca te vai ouvir (som necessita de meio de propagação -‐ mecânica) mas vais sempre vê-‐lo (luz não necessita de meio de propagação -‐ electromagnéPco). Este é apenas um pequeno exemplo ilustraNvo que te pode ajudar a lembrar dos Npos de ondas. Observa o quadro síntese seguinte.
Propagação
Ondas Orientação
Mecânicas (não se propagam no vazio) Electromagné,cas (propagam-‐se no vazio) Transversais (direcção de propagação perpendicular à de oscilação) Longitudinais (direcção de propagação igual à de oscilação)
Para determinarmos a velocidade das ondas, podemos uNlizar a seguinte fórmula (semelhante à forma original da velocidade):
Em que: -‐ s -‐ é a distância que o pulso (parte que define a amplitude -‐ ver à frente) percorre na corda; -‐ Δt -‐ o intervalo de tempo que demora a percorrer.
A velocidade máxima alguma vez experienciada corresponde à velocidade da luz (3 x 108 m/s), no entanto actualmente este assunto está em grande discussão. Uma onda diz-‐se periódica quando existe uma repeNção de uma parte da onda ao longo da propagação do sinal.
Vejamos o exemplo seguinte.
Exemplo: Uma onda electromagnéPca de frequência 16Hz e de comprimento de onda de 20 cm propaga-‐se. Qual a sua velocidade de propagação.
Sabemos que:
mas se considerarmos que s (distância) = λ (comprimento de onda); então vem que Δt(tempo) = T(período) (porque 1λ demora 1T), logo a fórmula pode ser escrita como
sabemos ainda que T = 1/f, logo
ou do que vem que
E assim descobrimos a velocidade de propagação daquela onda, que é 3,2 m/s.
Com as caracterísNcas de uma onda, podemos concluir que a melhor forma de a representar é através de uma função sinusoidal (Npo sin(x)). Dizemos assim que as ondas que se podem representar por este Npo de função se dizem de ondas harmónicas, como representado em baixo.
Estas ondas são definidas pelas expressões do Npo:
Em que: -‐ A -‐ é a amplitude da onda; -‐ w -‐ é a frequência ângular, que se calcula pela forma w = 2π.f ou w = 2π/T
Mas nem todas as ondas são simples, existem ainda ondas complexas que seriam impossível representar por apenas uma função sinusoidal, por isso são representadas pela sobreposição de várias ondas harmónicas. Um bom exemplo disto é o som. A maioria dos sons que ouvimos não são sons harmónicos, esses praNcamente só ouvimos no diapasão. Observa a figura seguinte para compreenderes melhor o processo de formação de sons complexos.
E é a parir destas sobreposições que resulta uma onda de um som complexo.
2.2) Som O som é uma onda mecânica e transversal. A velocidade do som no ar é de 300 m/s, no entanto este valor varia de material para material devido à pressão existente em cada material. O som faz variar essa pressão, por isso diz-‐se uma onda de pressão, no entanto este propaga-‐se mais rápido no ar, do que, por exemplo, na corNça. Um som sinusoidal, ou harmónico, ou puro, pode ser representado por uma função sin(x), no entanto, como já vimos anteriormente, isto acontece muito raramente. Existem duas caracterísNcas dos sons que se associa automaNcamente aos puros: -‐ Intensidade -‐ se é fraco ou forte (depende da amplitude); -‐ Altura -‐ se é grave ou agudo (depende da frequência).
Os sons complexos são os mais comuns e as caracterísNcas correspondem às de uma onda complexa.
O espectro sonoro está dividido em três partes, e pode ser medido em várias medidas.
Na figura acima temos representado o espectro do som, medido em frequências, que, para além de representar os infra-‐sons, audíveis e os ultra-‐sons, representa ainda uma caracterísNca muito importante dos sons audíveis: quando maior frequência, mais agudo são os sons. Confirma-‐ se!
2.3) Campo MagnéNco O campo magnéNco é uma grandeza ksica vectorial, representada por B (unidade: Telsa) que reflecte as relações electromagné,cas induzidas em ímans ou magnetes. Atenção! Um campo magnéNco não é necessariamente provocado por dois ímanes! As forças magnéNcas podem ser atrac,vas ou repulsivas, e existem dois pólos, o norte e o sul, que mutuamente se atraem, mas entre si, se repelam. Num campo magnéNco, existem umas linhas imaginárias que serviriam para representar a posição ocupada em determinado local, que se chamam linhas de campo. Estas linhas de campo têm o senNdo de norte-‐sul, tendo isto sido convencionado. Como dito, o campo magnéNco é um vector, que pode ser caracterizado por: -‐ Intensidade -‐ correspondente à densidade das linhas de campo; -‐ Direcção -‐ é tangente à linha de campo; -‐ Sen,do -‐ no senNdo da linha de campo (de N para S).
Um campo magnéNco diz-‐se uniforme quando estamos na presença de linhas de campo rectas, paralelas e equidistantes umas das outras. Aí nem a intensidade (módulo), nem a direcção, nem o senNdo do campo vão variar. Um exemplo de um campo magnéNco é a Terra. A Terra funciona como um grande íman, e ao usarmos uma bússola, o norte da agulha está a ser direccionado para o sul magnéNco. Mas como é que isto é possível? Assim, todas as bússolas estariam erradas! Não, na verdade o sul e o norte magnéNco estão trocados com o sul e o norte geográficos e por isso é que, na verdade, as bússolas apontam para o norte (apesar de apontarem para o sul magnéNco) (ver lado). No entanto os ímans não são a única forma de criar um campo magnéNco, existem outras, como a corrente eléctrica. Oersted foi um ksico que, num dia de trovoada, descobriu isto ao acaso. Tinha uma bússola e reparou que, sempre que caía uma trovoada, a bússola ficava desorientada e apontava para um síNo diferente. Oersted conclui então que, a corrente eléctrica também gerava um campo magnéNco, com as mesmas caracterísNcas de um íman. Mas havia um pequeno problema que era, num íman era muito simples saber qual era o norte ou o sul, mas como fazer isso com uma corrente eléctrica? Estableceu-‐se então a regra da mão direita.
Regra da Mão Direita -‐ Como saber para onde apontam as linhas de campo?
Sabemos que as linhas de campo apontam sempre de norte para sul. 1) Colocamos a mão, no senNdo da corrente eléctrica (I). 2) Fazemos pequenos gestos de abrir e fechar a mão, e é neste senNdo que as linhas de campo estão, podendo agora traçar o campo magnéNco em qualquer ponto.
Um solenoide ou uma bobina são exemplos já mais complicados, no entanto representam o mesmo princípio básico fundamental: existe campo magnéNco em todo o local onde passa uma
corrente eléctrica. (ao lado uma bobina). Na imagem ao lado podemos ver claramente a formação das linhas de campo que se formam de uma forma tridimensional impossível de representar, mas da qual resulta uma direcção, como sempre, de norte para sul.
2.4) Campo Eléctrico Tal como existe o campo magnéNco para interacções magnéNcas, existe o campo eléctrico para interacções eléctricas. Em primeiro lugar é melhor rever as unidades básicas das cargas eléctricas. Em termos eléctricos existem duas parqculas: o protão, que tem carga posiNva (+1), e o electrão, que tem carga negaNva (-‐1). Interessa ainda falar das cargas eléctricas elementares (as menores). A do protão é posi,va, e corresponde a 1,6 x 10-‐19 C (coulomb) e a do electrão é nega,va e corresponde a -‐1,6 x 10-‐19 C. Uma é o simétrico da outra. Vamos imaginar uma situação para compreendermos melhor. Imagina então duas cargas posiNvas (a azul), mas uma (central -‐ Q) maior do que a outra (periférica -‐ q). Visto que são cargas iguais, repelem-‐se, logo o vector F representa a força exercida em q para se deslocar no senNdo oposto em relação à outra. Os outros vectores na figura representam apenas o vector campo eléctrico (E) em
vários locais possíveis. Dizemos assim que Q é a carga criadora, e que q é a carga de prova. Se reparares ainda no senNdo dos vectore E1 e E2 ambos apontam para “fora” da carga, ou seja, concluímos que o sen,do das cargas posi,vas é sempre de dentro para fora, enquanto que o da nega,vas é de fora para dentro. E é por esta razão que as cargas com a mesma carga repelem-‐se, porque as linhas de campo não entram uma na outra, formando um campo oposto (ver lado). O vector campo eléctrico (E) é marcado da mesma forma que se marca o campo magnéNco (B) (ver atrás). No entanto quando é que o campo eléctrico é uniforme? Na mesma situação do que no campo magnéNco, quando temos linhas rectas, paralelas e equidistantes.
Vê a tabela seguinte para consolidares os conhecimentos. Campo Magné,co
Campo Eléctrico
Tipo de interacção
MagnéNca
Eléctrica
Vector do campo
B (Telsa)
E (V/m ou N/C)
Intensidade do campo
Depende da densidade
Sen,do
O mesmo das linhas de campo O mesmo das linhas de campo (Norte-‐sul) (PosiNvo-‐negaNvo)
Direcção
Tangente à linha de campo
Fórmula para calcular
-‐ ou
As linhas cruzam-‐se?
Não
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