UFPB - Projeto de Pesquisa Quadro da arquitetura em João Pessoa Fichamento
Arquitetura Contemporânea no Brasil
Yves Yv es Bruand Br uand
Temática Reer!ncia
BRUA"#$ Yves% Arquitetura Contemporânea no Brasil. &'o Paulo( Perspectiva$ )*+)%
Os estilos históricos 1. Os esti estilo loss clas classic siciza izant ntes es
,"o Brasil$ costuma-se enlo.ar so. o r/tulo 0neoclássico0 todos os edi1cios onde se pode notar o empreo de um u m voca.ulário arquitet2nico cuja oriem distante distan te remonta 3 Antiuidade reco-romana% Portanto o que se convencionou chamar de neoclassicismo$ na realidade n'o passa de uma orma orma de ecletismo$ onde 4 poss1vel encontrar justapostos todos os estilos que utili5am colunas$ cornijas e ront6es$ da Renascen7a italiana ao &eundo 8mp4rio ranc!s$ passando pelo classicismo$ pelo .arroco e pelo verdadeiro neoclássico de ins do s4culo 9:888 e primeira metade do 989% Assim$ nessa cateoria de o.ras n'o e;iste qualquer unidade prounda$ mas apenas um certo parentesco$ devido ao esp1rito acad!mico que marca as diversas constru76es desse tipo% ?p% @Q , osto pelo estilo "apole'o 888$ claramente sens1vel na primeira d4cada do s4culo$ declinou posteriormente$ e assistiu-se a um retorno aos estilos anteriores$ que continuaram a ser essencialmente ranceses% prest1io do classicismo ranc!s era tal que classiicavam-se os edi1cios com caracter1sticas clássicas em tr!s cateorias principais( Nu1s 98:$ Nu1s 9: e Nu1s 9:8$ seundo sua decora7'o osse mais ou menos rica e suas achadas ossem planas ou tivessem corpos avan7ados lieiramente salientes% arquiteto carioca que ocupou ent'o o primeiro plano oi sem dLvida eitor de Eello$ em atividade de )+*+ a )*SI$ quando morreu prematuramente% G%%%H> ?p% @Q ,A morte sL.ita da eitor de Eello marcou o in1cio do decl1nio dos estilos classici5antes% ?p% @$ @+ 1.2.
O caso de ão Paulo
,A capital do ca4 conheceu um ecletismo pelo menos equivalente ao do Rio$ e ali$ mais uma ve5$ os estilos classici5antes tiveram papel importante nas primeiras d4cadas do s4culo% Contudo$ o conte;to onde se desenvolveram era totalmente dierente% A tradi7'o neoclássica$ solidamente implantada no Rio pela miss'o rancesa de )+)$ suriu com atraso em &'o Paulo% At4 por volta de )++I$ a cidade tinha o aspecto de um .uro colonial e apenas alumas resid!ncias dos plantadores de ca4 inspiravam-se nos modelos em voa na capital imperial% A ruptura com a tradi7'o local$ ocorrida em )++ com o 0Drand otel0 do alem'o Puttamer$ s/ se irmou com a constru7'o do monumento comemorativo da 8ndepend!ncia ?atualmente Euseu Paulista$ no .airro do 8pirana$ vasta constru7'o com arcadas e ordem cor1ntia$ sem oriinalidade nem poesia$ mas de propor76es corretas% Projetada pelo italiano Tomma5io Be55i e constru1da entre )++S e )++Q por seu compatriota Nuii Pucci$ essa o.ra teve rande repercuss'o e inauurou a era italiana em &'o Paulo% Com eeito$ a inlu!ncia peninsular oi t'o prounda em &'o Paulo quanto a da Fran7a no Rio de =aneiro$ em.ora por motivos dierentes% A enorme imira7'o italiana levou a &'o Paulo m'o-de-o.ra a.undante$ compreendendo vários artes'os e pedreiros ormados nos canteiros de o.ra de seu pa1s de oriemK era uma /tima oportunidade para os arquitetos italianos$ que tam.4m vieram em rande nLmeroK a maioria esta.eleceu-se na cidade em deinitivo$ enquanto aluns$ como Pucci$ que retornou em )+*$ voltaram 3 sua
pátria depois de aluns anos% Al4m disso$ muitos imirantes enriqueceram rapidamente com o com4rcio e a indLstria$ ormando uma clientela a.astada$ e mesmo riqu1ssima ?como as am1lias Eatara55o e Crespi$ que naturalmente dava preer!ncia aos compatriotas ali esta.elecidos V quando n'o ia .uscar arquitetos e construtores diretamente na 8tália% Portanto e;istia um am.iente italiano em &'o Paulo nas Lltimas d4cadas do s4culo 989 e$ principalmente$ nas primeiras d4cadas do 99K am.iente este que n'o era meramente supericial$ e sim decorrente de uma irme inten7'o da col/nia italiana de recriar uma atmosera que atenuasse a nostalia pelo pa1s distante que ora preciso dei;ar% Foi naturalmente o per1odo áureo da Renascen7a e do Eaneirismo que orneceu modelos e ontes de inspira7'o% livro de ca.eceira dos mestres-de-o.ra oriinários da pen1nsula era o Tratado das Cinco rdens da Arquitetura de :inola%> ?p% @+ ,G%%%H italianismo estava na modaK predominou tam.4m no Rio de =aneiro entre )+I e )*II$ e a aristocracia dos plantadores de ca4 adotou-o com entusiasmo% A dieren7a está em que$ devido 3s circunstâncias avoráveis encontradas em &'o Paulo$ ali ele se manteve vivo durante muito mais tempo que no Rio e n'o oi inteiramente suplantado pelos estilos ranceses% Eas os arquitetos italianos n'o oram os Lnicos a introdu5ir em &'o Paulo as ormas e o voca.ulário clássico% At4 por volta de )*II$ os alem'es desempenharam um papel determinanteK tra5idos a &'o Paulo por seus compatriotas que ormavam uma col/nia importante e pr/spera$ de imediato passaram a o5ar de rande prest1io$ n'o s/ junto 3 rica clientela industrial ermânica dos Dlette e dos "othmann$ mas tam.4mK junto a importantes am1lias locais ?Prates$ Paes dei Barros$ Chaves$ Jueiro5% G%%%H> ?p%@+ ,Ramos de A5evedo estava imprenado de cultura acad!mica( para ele$ :inola era o mestre indiscut1vel$ e e;iia dos alunos do curso de composi7'o arquitet2nica um conhecimento proundo da sua o.raK em sua opini'o esta era a melhor orienta7'o que era poss1vel dar e dedicava especial aten7'o aos projetos dos alunos$ ao controle das propor76es$ chamado de 0eometria do arquiteto0% Eas n'o se deve pensar que suas Lnicas preocupa76es eram o estilo e o desenho% &ua orma7'o t4cnica de enenheiro e suas qualidades de empresário levaram-no a criar uma empresa de materiais de constru7'o e mais tarde reorani5ar a antia &ociedade de #ius'o da 8nstru7'o Popular$ undada em )+@$ transormada por ele e chamada$ em )++S$ de Niceu de Artes e 1ciosK a nova institui7'o tornou poss1vel a orma7'o dos artes'os qualiicados de que ele precisava$ em todos os setores% Assim$ desde ins do s4culo$ Ramos de A5evedo diriiu uma rande irma$ onde empreava muitos cola.oradores estraneiros$ principalmente italianos$ destacando-se dentre eles #omi5iano Rossi$ Cláudio Rossi$ Felis.erto Ran5ini e Adolo Borione%> ?p% @* 0W percept1vel uma mudan7a de estilo devida 3 inlu!ncia destes% toque neoclássico caracter1stico das primeiras o.ras$ ainda vis1vel na Cai;a ?p% M) , ?p% M) 1.!.
Os outros centros "rasileiros# al$ador% Belo &orizonte
,8d!ntica situa7'o 4 encontrada em quase todo o BrasilK at4 cerca de )*MI$ a ado7'o de um estilo neoclássico ou neo-renascentista$ relativamente puro e um pouco pesado$ oi rera quase constante na maioria dos edi1cios oiciais$ ossem eles aculdades$ escolas$ teatros ?como o c4le.re rande teatro de Eanaus ou sedes dos principais /r'os overnamentais% G%%%H> ?p% M) ,&alvador$ a velha capital colonial$ ainda hoje conserva seu encanto de cidade colonial ra7as 3 predominância em seu centro de constru76es do s4culo 9:888$ tanto da arquitetura reliiosa$ quanto da civil% Eas essa caracter1stica era ainda muito mais marcante há uns sessenta anosK pode-se mesmo di5er que$ ent'o$ ela era praticamente e;clusiva$ pois todos os edi1cios constru1dos seuiam o mesmo estilo$ que preservava a unidade pereita do todo% Eas o valor desse conjunto e dos elementos que o compunham n'o oi perce.ido pelas autoridadesK responsáveis pelas primeiras mutila76es em edi1cios de qualidade ineável$ preconi5ando dessa orma a press'o dos interesses econ2micos que s/ se maniestaram mais tarde% desaparecimento da preeitura ?que$ como 4 rera no Brasil$
continha oriinalmente tam.4m a pris'o e do Palácio dos Dovernadores ?que passou em )*II e )*)S por duas reormas t'o completas que nada dei;aram su.sistir das caracter1sticas oriinais do monumento alteraram totalmente o aspecto de uma das pra7as mais t1picas da cidade% ra$ esse ato de vandalismo s/ pode ser e;plicado por motivos psicol/icosK a arquitetura colonial era despre5ada$ considerada indina de a.riar os poderes locais V cujo prest1io s/ podia ser acentuado ao ocupar edi1cios com achadas decoradas com colunas$ pilastras e ront6es$ e at4 mesmo$ no caso do Palácio dos Dovernadores$ coroado por uma cLpula eia e inLtil% Assim$ uma mentalidade comple;a$ onde se misturavam o desejo de imitar de modo servil o que era eito nas outras capitais do pa1s$ a preocupa7'o de n'o icar para trás e de seuir o 0proresso0$ a vontade de airmar que &alvador n'o era apenas um vest1io do passado$ como tam.4m uma cidade moderna$ atuali5ada$ n'o permitiu que a Bahia hist/rica escapasse 3 inlu!ncia de um pseudoclassicismo que ali prolierou de maneira acentuada e com lona dura7'o$ em.ora já estivesse superado quando oi ali introdu5ido%> ?p% M)$ MS ,&e esse estado de esp1rito tinha conseuido penetrar at4 nos antios centros da 4poca colonial$ 4 evidente que s/ podia impor-se com vior nas cidades de cria7'o mais recente$ principalmente tratando-se de Belo ori5onte$ a capital administrativa de um dos principais ?p% MM , ?p% Q) ,A moda do modern style n'o se limitou aos dois principais centros do pa1s% Aluns tra7os esparsos desse estilo podem ser encontrados em &alvador e em Belo ori5onte+M% Apesar de ter sido constru1da na 4poca de maior impulso do art nouveau, nesta cidade apenas alumas casas$ pertencentes a personalidades locais ?como =o'o Pinheiro$ overnador do ?p% Q@ ,G%%%H #u.uras e5 amplo uso dos a5ulejos desenhados por \asth Rodriues e retomou aluns elementos clássicos da arquitetura luso-.rasileira ?varandas$ .alc6es$ telhados planos de telhas-canal com laros .eirais$ lint4is das janelas$ ront6es com pináculos tomados de empr4stimo 3 arquitetura reliiosa e n'o 3 civil$ mas sem pretender utili5álos de modo arqueoloicamente corretoK a tudo isso junta outras ormas que já vinha utili5ando anteriormente com requ!ncia ?arcos-plenos de colora7'o romana$ curvas dos deraus da escada ou das muretas das varandas que lem.ram o art nouveau); inalmente e acima de tudo$ usava pedra .ruta muito escura disposta de modo irreular$ o que dava a seus edi1cios um aspecto .ruto e pesado$ em violento contraste com a cor clara do re.oco empreado sistematicamente na arquitetura portuuesa% G%%%H> ?p% Q@ ,
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