Fichamento Referente Ao Livro a Cidade Como Um Jogos de Cartas
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Fich Ficham amen ento to refe refere rent nte e ao livr livro: o: “A cida cidade de como como um jogo jogo de cartas”
O livro “A cidade como um jogo de cartas” foi escrito com base no estudo Seis Novas Cidades em Roraima (IBAM, Rio, 1985). Em 1982, a União criou criou se seis is no novo voss Mu Munic nicíp ípio ioss no Terri Territó tório rio de Ro Rora raim ima. a. Este Este fato fato ab abri riuu a poss po ssib ibililid idad adee de de dese senv nvol olvi vime ment ntoo de no novo voss proj projet etos os arqu arquititet etôn ônic icos os qu quee estitive es vess ssem em co comp mpro rome metitido doss co com m a int inten ençã çãoo de de dese senv nvol olve verr a prát prátic icaa do urbanismo, a edificação da cidade e dos seus espaços habitáveis com a construção, em outro nível, da identidade dos seus moradores. No capítulo 1, intitulado “Um jogo de cartas”, Santos disserta a respeito do Tarô, baralho milenar criado na China. Ele procura fazer uma analogia entre as interpretações geradas pelas inúmeras combinações feitas com as cartas e as interpretações que os moradores têm da cidade em que vivem e de suas regras, uma vez que estes tentam se apropriar dos lugares em que residem, tornando-os apropriados a suas finalidades. É ne nest stee co cont ntex exto to qu quee se inse insere re o de desa safifio, o, pa para ra arqu arquititet etos os e urbanistas, de atender às necessidades dos moradores de tornar próprias as cidades em que que vivem. Assim, o fundamental é que que os projetos dos arquitetos arquitetos permitam reavaliações contínuas feitas por eles e pelas pessoas que irão viver nos lugares projetados por esses arquitetos. É preciso, portanto, retomar e rever linguagens; encontrar os meios para fazer com que o conhecimento popular e o erudito se encontrem e dialoguem. No seg segund undoo cap capítu ítulo, lo, “Comos “Comos e porquê porquêss int introd rodutó utórios rios”, ”, o aut autor or apresenta seu trabalho como uma série de reflexões sobre como se formam e desenvolvem as cidades, se ordenam e controlam os espaços edificados. Os conceitos e formulações apresentadas são aplicados a uma proposta prática, vez que as diretrizes genéricas apresentadas visam orientar a ação urbanística nas seis novas cidades de Roraima. No capítulo “O espaço e os jogos (do Poder)”, o autor, por meio do estudo de Foucault, verifica que certas propostas arquitetônicas, segundo a conj co njun untu tura ra,, po pode dem m se serv rvir ir co como mo ba base se de es estr trat atég égia iass po polílític ticas as ou co como mo instrumentos disciplinadores. Assim, são os políticos e não os arquitetos que impõem reflexões sobre a organização do espaço das cidades. Muitas vezes,
os espaços são criados para ordenar as relações sociais, sendo que os edifícios espelham a sociedade como são de fato. Levando em conta esse aspecto, na construção de espaços urbanos não se leva em consideração os localismos, as tradições e as necessidades da coletividade, mas o interesse dos que detém o poder político e econômico. No capítulo “As cidades como foram sendo em todo o mundo”, Santos mostra que os projetos e as edificações das cidades contribuem para definir o novo mundo de relações sociais e para disciplinar o uso dos espaços urbanos. O espaço urbano é repensado para se ajustar às condições do campo intelectual hegemônico da época. Os modos de pensar o espaço urbano, baseados na cultura erudita oficial, são confirmados pelos centros acadêmicos superiores, servindo de referência a toda a comunidade especializada e tornando-se indispensáveis a análises e reflexões. Neste contexto, esses modos de pensar adquiriram autonomia própria, multiplicandose e aprofundando-se a partir de si mesmos. No capítulo “As cidades como puderam ser no Brasil”, o autor mostra como
foi
a
origem
das
cidades
brasileiras.
Estas
não
surgiram
espontaneamente, mas foram concebidas prontas, com regras que definiam o espaço público e privado. A necessidade de ampliar e reorganizar as cidades se justificava por uma razão oculta: desejo de um espaço bem arrumado, no qual as pessoas, atividades e usos deveriam ser bem classificados e especificados nos devidos lugares, pois as misturas incomodam. É importante conservar a ordem e manter afastados os lugares errados e as localizações desagradáveis. Partindo desse ponto de vista, a criação de cidades como Belo horizonte, Volta Redonda, Goiânia, Londrina e Brasília expressam a proposta urbanista e arquitetônica desejável, já que procuravam eliminar o que se preferia que não existisse (lugares pobres, feios e incômodos). Os planos propostos desprezam as vocações criativas das cidades, preferindo o direcionamento explícito das razões materiais de produção. Assim, os espaços urbanos e arquitetônicos no Brasil foram e estão sendo gerados sobre representações artificialmente separadas que não levam em conta a cultura do dia-a-dia e o senso comum da população.
Os arquitetos e os urbanistas que procuram levar à prática teorias precisam romper as separações absolutas entre síntese e análise, caso seu objetivo seja uma atuação refletida e consciente sobre as cidades. É preciso perceber as idéias que estão presentes nas ruas, nas praças, nos meios de transporte, nos locais de trabalho dos centros urbanos. No capítulo “A cidade como um jogo”, o Santos afirma que o que acontece em uma cidade pode ser comparado ao jogo de cartas, uma vez que o jogo urbano se joga sobre um sítio determinado que envolve parceiros que se enfrentam segundo os grupos e filiações a que pertençam: Governo, Empresas e População. Desse modo, para haver um jogo limpo e transparente, é preciso que cada agente conheça e saiba o que são suas cartas, o quanto valem, além de ter domínio sobre as próprias jogadas. Para o autor, o comportamento dos que iniciam uma cidade se parece com o comportamento do jogador iniciante, o qual procura conhecer as regras do jogo com ansiedade visando se aperfeiçoar cotidianamente. Os naipes, os números e as figuras do jogo urbano são os elementos mais simples que fornecem a base da organização do espaço. O “jogo escolhido” para determinada cidade é a sua estrutura urbana, ou seja, as diversas formas de combinar as terras privadas e as áreas públicas. Desse modo, quanto maior for o número de pessoas que domine os princípios de articulação e conjugação dos vários tipos de espaços e de seus usos, maiores são as chances dos resultados serem bons e harmônicos. No capítulo “Informações sobre o território”, o autor descreve aspectos demográficos, territoriais, geomorfológicos, econômicos, dentre outros, a respeito de Roraima, de modo a situar espacialmente o espaço urbano dos seis municípios a serem criados. No capítulo “Uma estrutura para as cidades”, Santos critica os modelos de ocupação do espaço urbano brasileiro que valorizam abstrações em lugar das relações concretas e possível entre sociedade, economia, espaço e distribuição do poder. No capítulo “Sobre lotes e quarteirões”, o autor apresenta idéias a respeito dessas formas espaciais que formam a estrutura das cidades, tendo como pano de fundo as seis cidades novas de Roraima. O autor descreve o espaço físico dos lotes, a densidade e sua relação com o custo elevado da
urbanização, apresentando de maneira didática como se deve determinar o tamanho adequado de um lote e de um quarteirão. Na organização do espaço urbano, Santos afirma que o ideal é ter uma cidade misturada com quarteirões com lotes pequenos ao lado de outros com lotes grandes, pois quanto maior a variedade de lotes, melhor, uma vez que as famílias são diferentes e os objetivos e necessidades dos ocupantes da terra bastante distintos. Variedade e complementaridade de funções, cruzamento de usos e pessoas são excelentes para a cidade, já que garantem vida, segurança e animação. É preciso ter em mente que a arrumação rígida que é necessária a um hospital, fábrica ou loja não se aplica aos meios urbanos, uma vez que é mais difícil encontrar alternativas para a solução de problemas advindos desta postura rígida e isolacionista, que só favorece a morte do bom relacionamento entre as pessoas. No capítulo “Sobre ruas”, o autor afirma que a rua deve ser tratada como apoio de múltiplos usos, uma vez que elas permitem encontro e troca entre as pessoas. Desse modo, é preciso procurar uma reintegração da rua como complemento lógico dos lotes que a ela se vinculam e dos quarteirões por ela definidos, de maneira que a articulação entre esses três elementos faça surgir um tecido urbano harmônico. No capítulo “As ruas”, Santos as define e fala sobre sua importância na ligação entre os diversos pontos de interesse particular ou semipúblico com os interesses coletivos e na estimulação de trocas e representações da sociedade. Na construção de uma rua, é preciso ater-se ao fato de que nenhuma rua pode ser pensada independentemente do que aconteça ao longo de seu percurso, sob pena de originar complicações e problemas difíceis de serem solucionados. O autor descreve os tipos e as características que qualifica as ruas e suas hierarquias, mostrando que quanto maior a possibilidade de trajetos diferentes maiores as chances de um bom desenvolvimento urbano. No capítulo “O princípio da grelha”, o autor mostra as origens do traçado geométrico quadriculado que serviu de garantia para ordenação e desempenho de amplo leque de iniciativas territoriais e construtivas ao longo do tempo. Santos mostra o traçado de várias cidades ao redor do mundo que
foram construídas com base no princípio da grelha, o qual possibilita várias formas de evolução urbana. A interação entre grelhas e formas construídas é fundamental ao desenvolvimento das cidades, uma vez que as perspectivas de readaptação continuam abertas. No capítulo “A grelha”, o autor mostra didaticamente que o conjunto de ruas e quarteirões dá algo mais que uma simples soma, já que uma determinada área moldada por espaços públicos e privados tende a se diversificar e a exigir atividades complementares. Um lugar adquire seu caráter quanto maiores as tendências à diferenciação. Nas grelhas há diversas possibilidades de articular e localizar as áreas públicas, vez que no interior de cada grelha de vizinhança, por exemplo, as quadras podem ser divididas de muitas maneiras diferentes. Essa falta de uniformidade é muito positiva, pois a mistura de lotes grandes e pequenos com vários formatos garante a diversidade de ocupações e usos, tornando difícil a formação de guetos e áreas segregadas. O estudo do traçado geométrico da grelha foi aplicado no projeto dos seis Municípios que foram criados em Roraima, de modo que a evolução urbanística da cidade seguisse sempre os mesmos princípios lógicos. Neste contexto, cabe ressaltar que o crescimento de quaisquer cidades deve se fazer com o mínimo de controle e seguir padrões simples e que todos dominem, de modo a evitar surpresas desagradáveis e problemas difíceis de serem solucionados. Para Santos, o modelo da grelha é geral e só serve para ajudar a pensar, pois cada caso é um caso e exige adaptação. Os princípios terão de ser testados e revistos à medida que forem sendo aplicados. No capítulo “Perímetro urbano”, o autor descreve o seu conceito e indica sua importância para a cidade. O perímetro urbano é a fronteira de uma superfície que se quer ocupar com uma cidade, sendo fundamental para a organização administrativa do Município, pois separa as áreas urbanas das rurais e possibilita o planejamento urbanístico. Como as cidades estão sempre crescendo e mudando, o perímetro deve ser revisto continuamente de modo a refletir a dinâmica das cidades. Ademais, o desenho do perímetro urbano não deve seguir modelos, uma vez que este deve levar em conta as condicionantes
naturais de cada cidade, sua densidade e outros aspectos que são peculiares a ela. No capítulo “Formas de ocupação especial”, o autor mostra a importância da preservação de formações naturais como grupos de rochedos, morros, bosques e cursos de água, para o embelezamento e o lazer da própria cidade. É preciso também preservar as margens das estradas de forma a evitar congestionamentos e problemas relacionados a acidentes com os veículos automotores que passam pela via. No capítulo “Sobre infra-estrutura e equipamentos urbanos”, Santos demonstra a importância dos serviços de infra-estrutura urbana e dos equipamentos públicos para a estrutura das cidades. A qualidade e a quantidade dos serviços urbanos é fundamental para determinar quais são os bairros ou cidades “melhores” e “valorizadas” e quais são as “piores” e “desvalorizadas”.
Este
tipo
de
segregação
cria
muitos
problemas,
principalmente, para a parcela pobre da população, que é castigada com a falta de saneamento básico, de energia elétrica, de água encanada, de escolas, de postos de saúde e de locais de lazer. No capítulo “Serviços urbanos”, o autor mostra como a densidade de ocupação de uma área que aumenta descontroladamente torna mais complicada a programação e o controle dos serviços coletivos ou públicos. O maior problema urbano brasileiro se refere à infra-estrutura, visto que as cidades crescem sem previsão e organização. O grande aglomerado urbano que se forma nessas expansões passam a viver em condições precárias, convivendo com água poluída e ausência de esgotos, cujas maiores conseqüências são a mortalidade infantil e a má saúde dos adultos. É preciso desenvolver ações conjuntas tanto por parte do governo quanto da população para eliminar ou minimizar esses problemas. As soluções muitas vezes são simples e não envolvem grandes custos, mas a boa vontade do governo e a conscientização da população. Desse modo, Santos apresenta uma série de medidas e providências que podem ser adotadas pelo governo e pela população para preservar, captar e limpar a água que utilizam para beber, cozinhar e lavar. Além de manter o lençol freático livre de contaminação, é preciso também preocupar-se com o lixo que é gerado pelas cidades. É necessário
possuir uma coleta eficiente e locais adequados para a disposição final dos resíduos sólidos. O autor apresenta, de forma didática, orientações técnicas para a escolha adequada do local que servirá como aterro sanitário, e como deve ser processada a separação entre lixo orgânico e inorgânico. No capítulo “Equipamentos urbanos”, o autor os conceitua como aqueles serviços públicos que exigem áreas ou edificações próprias para funcionarem, como escolas, creches, praças, postos de saúde, parques, rodoviárias, cemitérios, centros de ação social, hospitais, reservas florestais, mercados, corpo de bombeiros, posto policial, posto telefônico, agência e postos de correio e edifícios públicos administrativos. Para a localização adequada desses equipamentos, o autor fornece alguns padrões urbanísticos muito úteis que podem ser aplicados nos projetos arquitetônicos e urbanísticos de quaisquer cidades. No capítulo “Urbanismo como lei”, Santos destaca que qualquer projeto urbanístico ou arquitetônico está condicionado a uma série de imposições simplistas definidas em lei. O que se pode ou não se pode fazer está condicionado a propriedade, seus limites e as restrições à sua utilização. Ele faz uma crítica às leis urbanísticas que são elaboradas de “cima para baixo”, sem considerar a realidade cotidiana das cidades e de seus habitantes. Leis que não possuem muita legitimidade, uma vez que grande parte da população não acredita muito nos seus direitos e muito menos nos seus deveres. A visão de que “todos são iguais, mas uns tantos privilegiados são ‘mais iguais’” é preponderante nesse sentido. A distorção gerada pelo que está formalizado na lei e a realidade do processo de urbanização origina problemas relacionados à grilagem de terras públicas por alguns indivíduos mal intencionados que aproveitam a omissão do poder público para se apropriar de terrenos cuja propriedade é pública. Caso emblemático dessa situação são as terras das novas cidades de Roraima que estão na mão de alguns indivíduos que se preparam para tirar vantagem de um processo de urbanização que eles estão impedindo que aconteça da melhor maneira possível. Enfim, saber sobre a cidade é ser dono de suas regras de formação e desenvolvimento. Por isso, elas têm de ser obrigatoriamente muito simples para garantir que todos possam jogar de modo transparente e honesto.
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