Fichamento Literatura Comparada - Docxcorrigido

January 19, 2023 | Author: Anonymous | Category: N/A
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  Literatura Comparada 

CARVALHAL, Tânia Franco. Literatura Comparada.  4. ed. revista e ampliada. São Paulo: Ática, 1999.  1. Literatura comparada: os primórdios Neste capitulo a autora apresenta sua tentativa de definir a lc e faz uma breve retrospectiva dos estudos de literatura comparada objetivando apresentar o processo de surgimento do conceito.  A classificação de literatura comparada comparada expressa u uma ma gama de estudos que elegem metodologias diversas e objetos de análise variados conferindo à literatura comparada um amplo campo de atuação.  A literatura comparada surge como disciplina disciplina e de uma maneira sistematizada no século XIX e num contexto europeu e vinculada à corrente de pensamento cosmopolita cosmopolita que caracterizou caracterizou o século XIX. Sem dúvida n neste este século que a difusão do termo realmente acontecerá, sob a inspiração das Lições de anatomia comparada, de Cuvier (1800), da História comparada dos sistemas de filosofia, de Degérand (1804), e da Fisiologia comparada (1833), de Blainville. Entretanto o adjetivo “comparado” derivado do latim l atim comparativus,  já era empregado na idade média média (Carvalhal, 1999). O costume de comparar literaturas existe há muito tempo, no entanto foi a partir do século XIX, na França encontram-se os indícios de sistematizar a literatura comparada. “Conforme Carvalhal (1999) em 1816 é publicado o livro li vro „Curso de Literatura Comparada”, Comparada”, escrito por Noel e Laplace, que trata de uma recopilação de antologias de diversas literaturas sem nenhuma preocupação em compará-las (Carvalhal, 1999). Mais tarde surge o professor Abel-françois Villemain com sua obra Panorama da Literatura Francesa do século XVIII, citando o termo. Mas foi em 1830 que aparece a figura de J.J. Ampère onde se refere a história comparativa das artes e da literatura, em sua obra Discurso sobre a História da Poesia e dez anos depois torna utilizar o termo na sua obra História da Literatura Francesa Comparada ás Literaturas estrangeiras. Vale ressaltar que

 

na Alemanha, Itália e Grã Bretanha também surgem diversos intelectuais preocupados com a organização desta especialidade dentro dos currículos universitários. “Na Inglaterra, cabe a Hutcheson Macaulay Posnett a primazia do uso da expressão, em 1886, num livro teórico intitulado Comparative Literature” (CARVALHAL, 1999, p.11).  p.11).  2. As contribuições didáticas Em 1931, aparece a obra clássica Literatura Comparada escrita pelo francês Paul Van Tieghem, onde apresenta os primeiros indícios de fixação f ixação norteadora, apesar doo autor apresentar a LT como um apêndice da literatura geral e da historiografia assim, a tarefa do comparatista ficaria restrita a à pesquisa de "fatos comuns a duas literaturas parecidas". (Carvalhal, 1999, p.18). Contudo não foi na França que Van Tieghem teve seguidores tendo encontrado no Brasil Brasil Tasso da Silv Silveira eira como seu fervoroso seguidor. Esse professor em seu livro Literatura comparada mostra total adesão aos preceitos de Van Tieguem que se concentram em” pesquisar em”  pesquisar influências, buscar identidades, ou diferenças, restringindo o alcance da literatura comparada ao terreno das aproximações binárias e à constituição de "famílias literárias” (Carvalhal,1999, (Carvalhal,1999, p.20) Mais ainda, Silveira não considerou as contribuições de intelectuais brasileiros com fortes inclinações comparatistas. Se o fizemos já naquela época teríamos algo de novo na literatura comparada. Cabe destacar João Ribeiro a Augusto Meyer, autores que tiveram uma postura diversa da de Tasso da Silveira, pois neles se expressa a perspectiva crítica que impede a absorção passiva das noções estrangeiras fazendo passar pela peneira das restrições (Carvalhal, 1999) Para compor a história do comparativismo no Brasil, se faz necessário buscar “em estudos pontuais, dispersos em jornais e livros de crítica literária, pois aí estão, sem dúvida, as mais criativas contribuições” contribuições” ((Carvalhal, Carvalhal, 1999, p.27).  A visão obtusa que se tem de literatura comparada se deve às propostas propostas dos manuais que apresentam um modelo investigativo que não deixa espaço para as abordagens críticas.

 

“A conhecida obra de Marius-François Marius-François Guyard, A literatura comparada, traduzida em 1956 se vale dessa tendência: a distinção entre crítica e comparativismo, prejudicando a compreensão de ambas as atividades,”, pois se à primeira destina o paralelismo, à segunda cabe apenas o levantamento de dados sobre o que um autor leu de outro “(Carvalhal, “( Carvalhal, 1999, p.28). Claude Pichois e Andre-Michel Rousseau precursores de Guyard, elaboram outro manual mais elaborado embora restrito, considerando a literatura comparada mais para estudos de trocas literárias internacionais. Em sua terceira edição com a colaboração de Pierre Brunel, “ganha em interesse por seu caráter mais dialético e pela discussão em torno das contribuições teóricas recentes” recentes” ((Carvalhal,1999, Carvalhal,1999, p.30) Contudo não há muita novidade em suas propostas que se restringem em querer acentuar a complementariedade entre a literatura comparada e a literatura geral insistindo em que as coincidências, analogias e influências são o interesse central do comparatista (Carvalhal, 1999). As definições por eles propostas: [...] “privilegia o estudo de semelhanças (analogias e parentescos, na perspectiva até aqui rastreada), sem se ocupar com as eventuais diferenças. Isso não só limita a natureza da investigação como também cerceia o seu alcance. Ao aproximar elementos parecidos ou idênticos e só lidando com eles, o comparativista perde de vista a determinação da peculiaridade de cada autor ou texto e os procedimentos criativos que caracterizam a interação entre eles. Enfim, deixa de lado o que interessa interessa””. (Carvalhal, 1999, p. 31)

Importante autor, devido à singularidade de suas abordagens, Etiemble, sucessor de Carré na Sorbonne, em suas obras rebate a distinção entre literatura comparada e literatura geral. Para ele não há distinções entre as literaturas dos diversos países. Considerado um humanista, suas afirmações o aproximam mais da escola norte-americana do que da francesa. Carvalhal (1999) cita um trecho tr echo que define suas tendências:

“Opõe-se Etiemble a qualquer postura chauvinista e a todo provincialismo, prevendo para o comparativista a tarefa de reconhecer que a civilização dos homens, onde os valores se trocam desde milênios, não pode ser compreendida, apreciada, sem referência constante a essas trocas, cuja complexidade impede seja a

 

quem for de organizar nossa disciplina com relação a uma língua ou a um país, privilegiados entre todos” (Carvalhal, todos”  (Carvalhal, 1999, p.33).

 A posição de Etiemble entende que “há uma "interdependência universal das nações", expressão de Karl Marx para quem as obras de uma nação se tornam propriedade comum de todas as nações". Etiemble propõe o estudo de obras parecidas sem considerar possíveis contatos ou derivações; seu interesse é determinar o que denomina de "invariantes literárias", isto é, a unidade de fundo da literatura como totalidade (Carvalhal, 1999). 3. Nova orientações comparatistas  Até 1958, quando ocorreu o 2. ° Congresso da Associação Internacional de Literatura Comparada (AILC/IACL), a literatura comparada consistia em uma área de atuação quase que exclusiva de pesquisadores franceses. Com a publicação do artigo "A crise da literatura comparada", no qual René Wellek critica as fragilidades teóricas da disciplina, alguns manuais de literatura comparada sofrem seu primeiro grande abalo (Carvalhal,1999). Em seu texto, Wellek demonstra um posicionamento contrário aos pronunciamentos de F. Baldensperger, P. Van Tieghem, J. -M. Carré e M.-F. Guyard. As limitações impostas por tais autores, segundo ele,, “fizeram com que a literatura comparada se reduzisse a apenas uma análise de fragmentos, sem ter a possibilidade de integrá-los em uma síntese mais global e significativa” (Carvalhal,1999, p. 35), sem jamais chegar à análise da obra em significativa” (Carvalhal,1999, sua totalidade e, assim, transformando-a em uma "subdisciplina". Wellek , também opõe-se à distinção entre literatura comparada e literatura geral,  julgando-a insustentável e desnecessária, pois para ele a literatura "comparada" e "geral" se fundiriam inevitavelmente. Wellek critica “os pontos fracos das propostas clássicas: o exagerado determinismo causai das relações, a ênfase em fatores não literários, a análise dos contatos sem atentar para os textos em si mesmos, o binarismo reducionista” (Carvalhal,1999, reducionista”  (Carvalhal,1999, p. 38). “Sua proposta conclui pelo abandono dos estudos de fontes e influências em favor  (Carvalhal, 1999, de uma análise centrada no texto t exto e não em dados exteriores”. exteriores”. (Carvalhal, p37)

 

 P  Para ara Wellek as obras literária eram: “conjuntos em que a matéria -prima provinda de qualquer parte deixa de ser matéria inerte e é assimilada numa nova estrutura” estrutura” (Carvalhal, 1999, p.36). Portanto, a crítica de Wellek contribuiu para que o comparativismo tradicional fosse repensado e reformulado, porém muitas vezes suas observações não apresentaram propostas específicas a ele. Contudo a formulação de uma metodologia foi proposta por Dionyz Ďurišin e foi considerada por muitos como um "modelo" inovador. “Ďurišin preocupa-se em estabelecer classificações tipológicas através dos estudos comparados.” (Carvalhal, 1999, p.40). Com a finalidade de sistematizar as relações literárias, literárias , Ďurišin distingue entre contatos genéticos (análise de contatos externos e contatos internos) e relações de solidariedade tipológica as quais são diferenciadas de acordo com o pano de fundo social literário ou psicológico. O maior mérito da tipologia de Ďurišin é a “diferenciação entre estratégias integradoras — que seriam a imitação, a adaptação, o empréstimo ou decalque — e estratégias diferenciadoras (a paródia, a sátira, a caricatura)”. (Carvalhal, 1999 p. 41) Isso o possibilitou investigar as relações entre autores e obras, sistemas e subsistemas literários, regidos por certas normas e tendências estéticas, sociais e políticas. Assim, as relações entre os textos tornam-se o objeto de sua investigação. 4. O reforço teórico

Os estudos comparados mais recentes reformulam de alguns conceitos básicos da literatura comparada tradicional. Tynianov contribuiu com a noção de evolução literária e junto com outros autores foi rotulado como "formalista russo". Os formalistas russos consideravam o texto um sistema fechado, no qual se realizaria uma análise interna. Foram eles que estabeleceram a noção geral da linguagem poética como um conjunto de relações entre o todo e suas partes. Porém, os formalistas acabaram realizando uma análise estática e limitada, que deixava

 

de examinar as relações existentes com elementos extratextuais. Porém, Tynianov rompe com essa ideia “não limitando o estudo da obra literária às relações internas dos elementos de sua estrutura, mas integrando essa estrutura a outras e estudando suas relações recíprocas”. (Carvalhal, 1999, p.48) “Assim como Tynianov, M. Bakhtin foge às concepções "fechadas no texto" dos formalistas mais ortodoxos e resgata suas ligações com a história” (Carvalhal, 1999, p.48). Bakhtin estimulou a reflexão sobre a produção do texto proporcionando novas formas de leitura de um texto literário. ”Tais contribuições alteram os pressupostos básicos dos estudos comparados em sua formulação mais convencional” (Carvalhal, 1999p. 50). Sob a influência de Tynianov e Bakhtin “Julia Kristeva chegou à noção de "intertextualidade", termo por ela cunhado para designar o processo de produtividade do texto literário” (Carvalhal, 1999, p.50). Para a pesquisadora ormação de outro texto” texto ” (Carvalhal, 1999p. 50). “todo texto é absorção e transf ormação Essa ideia se funde a de outros autores e “o que era entendido como uma relação de dependência, a dívida que um texto adquiria com seu antecessor, passa a ser compreendido como um procedimento natural e contínuo cont ínuo de reescrita dos textos” (Carvalhal, 1999, p.52) e essa ideia passa ser incorporada pelos comparatistas. “Dessa forma, é possível compreender que o "diálogo" entre os textos não é um processo tranquilo nem pacífico, pois, sendo os textos um espaço onde se inserem dialeticamente estruturas textuais e extratextuais, eles são um local de conflito, que cabe aos estudos comparados investigar numa perspectiva sistemática de leitura intertextual. “(Carvalhal, 1999, p.53)”.  p.53)”.   A noção de intertextualidade abre um campo novo e sugere modos de atuação diferentes ao comparatista.

 

O pesquisador Harold Bloom sob a perspectiva da intertextualidade procura estabelecer uma teoria da poesia através da descrição das influências poéticas sob novos parâmetros: tradição e de originalidade. o riginalidade. Para ele, as interferências de um texto em outro são entendidas como males benéficos já que dinamizam o processo de evolução literária. Ele entende que os “grandes poetas fizeram essa história

deslendo

outros, de

maneira a criar espaço imaginativo para si próprios.” (Carvalhal, 1999p. 59 grifos do autor). Porém, sua proposição é limitada porque se refere somente a grandes poetas, não examina a possibilidade de coexistência de influências de outra natureza que não a poética e relega os aspectos formais dos poemas.  A reflexão proposta por Bloom foi f oi inicialmente levantada por T. S. Eliot e em seguida por Jorge Luis Borges. Eliot em sua obra "A tradição e o talento individual" sustentou noções consideradas essenciais à renovação dos estudos literários comparados. Para Eliot a tradição não seria apenas pautada na semelhança com o passado e sim numa percepção histórica da interação entre passado e presente obtida com muito esforço. “Nessa perspectiva, cada obra lê a tradição literária, prolonga-a ou rompe com ela de acordo com seu próprio alcance. alcance.”” (Carvalhal, 1999p. 63). Portanto, “a noção de originalidade, vista como sinônimo de "geração espontânea", criação desligada de qualquer vínculo com obras anteriores, cai por terra” (Carvalhal, 1999 p.63). Borges em seu ensaio intitulado "Kafka e seus precursores" questionam noções clássicas como os conceitos de originalidade, filiação e hierarquia cronológica na produção literária. Borges permite que a interação entre os textos seja entendida sob outro prisma ao declarar que é o texto de Kafka que faz realçar os textos anteriores e lhes dão sentido. Assim, Borges desloca o ângulo de observação, reverte a cronologia e quebra o sistema hierárquico. Para Borges: “o fato é que cada

 

escritor cria seus precursores”.  precursores”.  Seu trabalho modifica nossa concepção de passado como há de modificar o futuro. (Carvalhal, 1999, p.66). Esse famoso escritor também questiona noções á firmadas como a de autoria e originalidade. No conto "Pierre Menard, autor do Quixote” Borges, autoria conta a história de Pierre Menard que teria em mãos a tarefa de reescrever o Dom Quixote.

Porém o texto escrito por Menard, apesar de aparentemente

igual ao original é considerada pelo narrador totalmente diferente. “““ “““ A “face invisível deles, a que se revela pelo deslocamento temporal efetuado modifica integralmente o seu significado” ao copiar o Dom Quixote, Menard o reconstrói.”

(Carvalhal,1999,p.68).O

novo

texto

passa

a

apresentar

ambiguidades que o enriquecem. Nesse conto, portanto, Borges não só coloca em questão o conceito de originalidade na sua acepção convencional como também aspectos da vinculação de uma obra com seu autor.  A chamada "teoria da recepção", que surge no final dos anos 60 desloca o foco de interesse da crítica moderna para a figura do leitor. Hans Robert Jauss, um dos representantes desse movimento, defende as reações do público e as opiniões da crítica como um critério de análise histórica. Para ele, a tradição não se constrói sozinha e depende da recepção que o público dá às obras. “Desse modo, a obra não pode mais ser vista como algo acabado a deslocar-se intocável no tempo e no espaço, mas como um objeto mutável por efeito das leituras que a transformam” transformam” (Carvalhal, 1999, p70). Os estudos de recepção literária repercutiram na atuação comparatista e nela ganharam sentido. “ Assim,  Assim, tornam-se objeto da investigação comparatista a tradução da obra, o aparato crítico que a acompanha, os dados da edição” ediç ão” (Carvalhal, 1999, p71). “Os estudos de recepção literária contribuíram ainda para um entendimento diferente do conceito de influência”. Na formulação tradicional, o processo era apenas interpretado numa única direção: do emissor para o receptor, tendo este um papel passivo de quem "sofre" a influência. Os estudos de literatura comparada mais recentes consideram o receptor como

 

determinante no processo interliterário e ressaltam, portanto, a dupla direção dos influxos. “(Carvalhal, 1999, p.72)”.  p.72)”.   A articulação entre teoria literária e literatura comparada, e estudos interdisciplinares foram essenciais ao novo impulso que receberam os estudos comparatistas mostrando-se rentáveis e benéficos. 5. Literatura comparada e dependência cultural Como foi abordado nos capítulos anteriores, foram diversas as contribuições para os estudos da literatura comparada, principalmente em relação ao ponto forte da mesma que são os estudos de fontes e de influências. Os comparativistas clássicos se fixaram numa única ideia que seria a de pesquisar as analogias e natureza entres as obras. Mas, havia um propósito oculto que seria a “demarcação da dependência cultural” cultural” (Carvalhal, 1999, p.75), ou seja: a dominação de uma cultura sobre outra. Na verdade, buscar uma influência era constatar a superioridade de uma cultura e, portanto beneficiava apenas culturas sedimentadas.  Assim, um autor só era considerado no meio literário se estivesse filiado a uma fonte de nome, sendo a fonte o que contava. Esta forma de estabelecer as comparações só corroborava para solidificar o discurso neocolonialista.  A maneira de superar esse ideologia seria estabelecer esta belecer a diferença como o único valor crítico.  Articulando a diferença com a dependência, a primeira deixa de ser simplesmente mais um objeto a ser perseguido: [...]”  [...]”  é a diferença que permite nossa inserção no universal “(Carvalhal, 1999, p.77). Estabelecendo que comparar é também contrastar. Contrastes esses que auxiliam na compreensão de uma obra ou escritor. Surge então em 1928, uma proposta de ruptura com o projeto antropofágico de Oswald de Andrade: uma desvinculação do passado histórico

 

e se volta para a devoração do estrangeiro para a construção de uma síntese nacional (Carvalhal, 1999).

“ A  A intenção modificadora da proposta oswaldiana é muito clara; por isso o crítico aplica o termo "transculturação", para acentuar o processode deoutra transformação cultural caracterizado influência elementos cultura, acarretando a perda ou apela alteração dosde já existentes “( “(Carvalhal, 1999, p.79). 

Portanto, o projeto antropofágico passa a representação das culturas periféricas e dependentes, assimilando do dominador só o lhe importa (Carvalhal, 1999) O exemplo seria o método devorador das relações operadas entre textos, cabendo a intertextualidade dar conta. O risco está em que apenas se inverta a direção do estudo comparatista, trocando uma posição de passividade em relação à cultura europeia para uma posição voltada apenas para o nacional. Na verdade o que se mostra como um caminho para a literatura comparada é a assimilação crítica, selecionado do alheio o que interessa (Carvalhal, 1999): [... [...]] “Evitando o paralelismo binário de oposições, investiga os nexos das relações estabelecidas. Tais análises podem nos levar a um conhecimento mais preciso das relações estéticas e estas nos levarão a situar melhor, histórica e criticamente, os fenômenos literários”” (Carvalhal, 1999, p.81). literários

Repensando então o comparativismo tradicional que se baseava numa relação de dependência cultural dos países colonizados e a novo panorama que se apresenta com a cultura das diferenças, pode-se perceber que os países periféricos continuaram ilhados e com o olhar voltado para a cultura europeia especificamente para a matriz parisiense (Carvalhal, 1999). Para a autora o pensamento de Antonio Candido retrata a realidade da literatura nacional, most mostrando rando que o escritor brasileiro “oscila “ oscila entre a identificação com o universal e a afirmação do particular, vivendo um processo

 

de dilaceramento” dilaceramento” (Carvalhal, 1999, p.83) A originalidade da obra estaria na "à diferença que o texto dependente consegue inaugurar.” inaugurar.” (Carvalhal, (Carvalhal, 1999, p.84). Certamente que a autonomia da cultura não é dar as costas para o que é de fora e sim, ser capaz de ter um olhar crítico das outras culturas. ( Carvalhal,1999) Portanto os estudos comparatistas [...]] “podem colaborar para a avaliação do processo de [... descolonização que se desenvolve ao longo da literatura brasileira, analisando seus avanços e retrocessos [...] Ainda que as marcas de nacionalidade já não sejam situadas inicialmente (para que a análise comparativa não se reduza a uma afirmação de nacionalidades e, muito menos, ao exame do predomínio de uma sobre outra) elas se constituem em inevitável ponto de chegada” chegada ” (Carvalhal, 1999,  p.85).

Concluindo, foram apresentadas as questões mais relevantes para os estudos comparatistas e para a definição de seu campo de atuação. A literatura comparada deve contribuir para situar na história e criticamente o os fenômenos literários. Comparar com intenção de interpretar questões mais amplas que criação literária manifesta. Sendo assim se faz necessária a articulação do a literatura comparada com “o social, o político, o cultural, em suma, com a História num sentido abrangente abrangente”” (Carvalhal, 1999, p86). -----O que se espera é que o comparativismo deixe de ser visto apenas como o confronto entre obras ou autores, autores , como também não se restringa”  restringa”   à perseguição de uma imagem, de um tema, de um verso, de um fragmento, ou à análise da imagem/miragem que uma literatura faz de outras “(Carvalhal, 1999, p.86). Para, além disso, a literatura comparada pretende ainda contribuir para a elucidação de questões literárias que exijam perspectivas amplas. Desta forma, “a investigação de um mesmo problema em diferentes contextos literários permite que se ampliem os horizontes do conhecimento estético” estético ” e concomitantemente que pela análise dos contrastes se alcance uma visão crítica das literaturas nacionais (Carvalhal, 1999).

 

 Portanto, a literatura comparada com a sua atuação específica se integra às demais disciplinas que estudam o literário.

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