FICHAMENTO DURKHEIM

October 9, 2017 | Author: Eliakim Lucena | Category: Émile Durkheim, Sociology, Causality, Society, Science
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Fichamento do capítulo Durkheim do livro Clássicos da Sociologia....

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Desenvolveu um método consistente de análise sociológica; Estudos pioneiros na área da sociologia da religião e do conhecimento; Estudo importante sobre o fenômeno suicídio; Pensador do mundo moderno com sua tese da divisão do trabalho social, marcada pela diferenciação social e a especialização das funções; Pioneiro nas discussões sobre individualismo. BIOGRAFIA: Origem Judaica. Nasceu em 15 de abril de 1858, na cidade de Épinal, região da Alsácia, na França. Foi estudante da École Normale Superiéure. Parsons e Lukes falam que a obra de Durkheim pode ser dividia em duas partes: uma, materialista ou positivista, que realça o peso das estruturas sociais na explicação dos fenômenos sociais; outra, marcada pela publicação de “As formas elementares da vida religiosa”, apresenta um pensamento idealista ou culturalista, que destaca as representações simbólica no estudo da vida social. Nisbet e Giddens discordam da ideia de ruptura no pensamento de Durkheim. INFLUÊNCIAS: Positivismo: Descartes; Comte; poder da razão (Iluminismo) e na superioridade da ciência. Fundar uma sociologia “científica”. Evolucionismo: Darwin; Spencer; Espinas. Idealismo: Kant. Troca de ideias com Simmel. Desconhecia o pensamento de Weber. Busca contínua em fornecer para a sociologia sólidas bases filosóficas e procedimento metodológicos detalhados para realização de pesquisas sociais. Constante tentativa de construção de uma teoria sociológica.

No Curso de ciência social está 1) a retomada da visão positivista de método científico e 2) a tese do coletivo ou do social como ponto de partida lógico na explicação dos fenômenos sociais. Com o positivismo, as ciências sociais devem pautar-se pelos mesmos métodos das ciências naturais – pois o mundo natural e a realidade social estão submetidos ao determinismo da regularidade causal. Durkheim sustentava a tese de que a explicação da vida social tem seu fundamento na sociedade, e não no indivíduo. Uma vez criada pelo homem, a sociedade passa a funcionar de modo independente dos atores sociais, condicionando suas ações. A sociedade é muito mais do que a soma dos indivíduos que a compõem. Uma vez vivendo em sociedade, o homem da origem a instituições sociais que possuem dinâmica própria. A sociedade é uma realidade sui generis: os homens passam, mas a sociedade fica. Holismo metodológico – todo predomina sobre as partes. Em sociologia, a sociedade tem precedência lógica sobre o indivíduo. METODOLOGIA Durkheim elaborou “um método mais definido e mais adaptado à natureza particular dos fenômenos sociais”. Durkheim sistematiza e aprofunda os principais instrumentos da pesquisa sociológica, o que envolve a definição quanto: 1) ao objeto de estudo, 2) observação, 3) classificação e 4) explicação dos fenômenos sociais. O objeto da sociologia é o fato social. Para Durkheim, “é um fato social toda a maneira de agir, fixa ou não, capaz de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior, ou, ainda, que é geral no conjunto de uma dada sociedade tendo, ao mesmo tempo, uma existência própria, independente das suas manifestações individuais”. Duas características essenciais dos fatos sociais: 1) São exteriores. Comportamento social não procede do indivíduo, mas de algo exterior a ele: a sociedade. Deveres de irmão, esposo, cidadão, ou ainda as crenças e práticas religiosas, sinais, o sistema monetário e de crédito e as práticas de uma profissão.

Segundo Durkheim, “estamos pois em presença de modos de agir, de pensar e de sentir que apresentam a notável propriedade de existir fora das consciências individuais”. 2) São coercitivos. São impostos pela sociedade ao indivíduo. Segundo Durkheim, “não somente estes tipos de conduta ou pensamento são exteriores ao indivíduo, como são dotados dum poder imperativo e coercitivo em virtude do qual se lhe impõe, quer ele queira ou não”. A definição de fato social concorda com pressuposto epistemológico que a sociedade explica o indivíduo. Sendo produtos da sociedade, os fatos sociais são exteriores e coercitivos e a tarefa da sociologia consiste em explicar a ação das estruturas sociais sobre o comportamento dos agentes sociais. Distinção dos níveis biológicos, psicológicos e social da conduta humana. Nível bio – consciência orgânica – nível material – substrato fisiológico da memória individual. Nível individual – consciência psíquica – nível espiritual – substrato psíquico da memória coletiva. Nível social – consciência coletiva – nível hiperespiritual – substrato morfológico. Observação: fato social como coisa Segundo Durkheim, “a primeira regra e a mais fundamental é a de considerar os fatos sociais como coisas”. As ciências sociais devem adotar os mesmos métodos e procedimentos de pesquisa das ciências naturais. Para usar essa regra é preciso seguir alguns corolários: 1) É necessário afastar sistematicamente todas as noções prévias; 2) Tomar sempre como objeto de investigação um grupo de fenômenos previamente definidos por certas características exteriores que lhe sejam comuns, e incluir na mesma investigação todos os que correspondem a esta definição;

3) quando sociólogo empreende a exploração de uma qualquer ordem de fatos sociais, deve esforçar-se por considerá-los sob um ângulo em que eles se apresentam isolados de suas manifestações individuais. Separação entre o senso comum e a investigação sociológica. Classificação dos fatos sociais: normal x patológico O que distingue um fato social do outro é a sua regularidade. Um fato social é normal quando ele é encontrado na média das sociedades e é considerado anormal quando ele é extraordinário e eventual. Durkheim afirma também que o fato social normal representa um estado de saúde e que o fato social patológico um estado de doença. Fato social normal. Geral. Preservação da vida social. Fato social patológico. Anormal. Dificuldades em sobreviver. Para Durkheim, o crime é um fato social normal Explicação: a função social Entender as causas e as razões que explicam a ocorrência e as características de nosso comportamento coletivo.

Investigar separadamente a causa eficiente que o produz e a função que ele desempenha. A primeira investigação (busca da causa eficiente) deve preceder a segunda (explicação funcional). A explicação causal busca às origens dos fatos sociais, buscando entender como eles surgiram e se formaram. Origem histórico-causal. O método funcionalista consiste em determinar as consequências positivas dos fenômenos sociais para o conjunto da sociedade. Mostra como os fenômenos contribuem para a harmonia da sociedade. O fundamental é identificar a que tipo de necessidade corresponde qualquer fenômeno ou fato social e de que forma ele contribui para produzir a harmonia social.

TEORIA DA MODERNIDADE Preocupação de explicar os efeitos que as transformações modernas ocasionavam nos mecanismos de integração dos indivíduos na sociedade. A modernidade se caracteriza pela divisão do trabalho e pela especialização das funções. Implica em maior autonomia individual. Dificuldades nos processos de coesão social. A divisão do trabalho social (1893) Qual a função da divisão do trabalha cumpre nas sociedades modernas? Solidariedade mecânica

Solidariedade orgânica

(sociedade tradicional)

(sociedade moderna)

Laço de solidariedade

Consciência coletiva

Divisão do trabalho social

Organização social

Sociedades segmentadas

Sociedades diferenciadas

Tipo de direito

Direito repressivo

Direito restitutivo

Consciência coletiva. Segundo Durkheim, consciência coletiva é “um conjunto de crenças e sentimentos comuns à média dos membros de uma mesma sociedade, que forma um sistema determinado que possui vida própria”. Estudo das normas jurídicas. Um dos principais meios pelos quais a sociedade materializa (ou torna concreta) suas convicções morais, que são os elementos centrais da consciência coletiva. O direito é o símbolo visível do tipo de solidariedade que existe na sociedade. Direito repressivo. Predomínio da punição. Mostra a força da consciência coletiva sobre a vida dos indivíduos. Punição de todo desvio, pois o ato desviante pode colocar a coesão social em perigo. Exemplo. Mudanças social.

Crescimento quantitativo: Volume – aumento do número de indivíduos. Crescimento qualitativo: Densidade material – número de indivíduos em relação a uma superfície do solo. Densidade moral – intensidade de comunicações e trocas entre os indivíduos. Processo de diferenciação social e funcional – divisão do trabalho social. Definição econômica – aumento da produtividade e eficiência. Mas também possui função integradora e modifica os laços de solidariedade entre os indivíduos. Função moral. Criar um sentimento de solidariedade. Em que medida a solidariedade orgânica representa um novo mecanismo de integração social? Não apenas interdependência das atividades para satisfazer as demandas. A interdependência transfere os laços morais integradores da consciência coletiva para o indivíduo. A individualidade passa a ser um valor. A autonomia do indivíduo na sociedade. Patologias sociais. Crises. Lutas. Conflitos. Como explicar a existência da solidariedade orgânica e o contínuo estado de desagregação da sociedade moderna? Anomia. Caráter transitório. É através do conceito de anomia que Durkheim tenta explicar o enfraquecimento dos laços morais existente nas sociedades modernas. O suicídio (1897) Suicídio como um fato social relacionado à desintegração dos laços sociais. Indivíduo >>> sociedade

Suicídio egoísta. Não integração dos indivíduos. Ego social se afirma demasiadamente face ao ego social. Excesso de individualismo. Momentos de desagregação. Depressão e Melancolia. Excesso de individualismo. Suicídio altruísta. Quando o indivíduo se identifica em demasia com a coletividade. Mártires. Kamikazes, honra etc.). comum nas sociedade pré-modernas e tradicionais. Excesso de coletivismo. Sociedade >>> indivíduo Suicídio anômico. Deve-se a um estado de desregramento social, no qual as normas estão ausentes ou perderam o sentido. Típico das sociedades modernas. Crises econômicas ou abundância material. Falta de regulação. Suicídio fatalista. Resultado do excesso de regulamentação moral. Estados totalitários. Regimes militares. Superregulação. Problema da relação entre o indivíduo e a sociedade. Anomia. Problema central das sociedades modernas. Fruto da falta de articulação entre atividades e tarefas e da falta de uma moralidade orientadora central da modernidade. O aumento da autonomia pessoal representam uma conquista para o indivíduo, mas o exacerbamento do individualismo coloca em risco o processo de coesão e integração social. As formas elementares da vida religiosa (1912) As religiões dividem a realidade em duas esferas: a sagrada e a profana. O sagrado seria a transfiguração do social sobre os indivíduos. A sociedade é superior ao indivíduo e a religião não passa de uma expressão desse fato. Teoria do conhecimento mostrando que a capacidade do homem em explicar o mundo ao seu redor tem origem na sociedade que serve de modelo para este processo. ESFERA SAGRADA

RELIGIÃO = CRENÇAS IGREJA + RITOS

ESFERA PROFANA

ATIVIDADES FAMÍLIA ETC.

(ORGANIZAÇÃO) COTIDIANAS



TRABALHO,

RITOS

DEFINIÇÃO

NEGATIVOS

PROIBIÇÕES

POSITIVOS

DEVERES RELIGIOSOS

EXPIAÇÃO OU PIACULARES

CERIMÔNIAS DE PERDÃO

O fenômeno religioso tem sua gênese na sociedade. Esta força difusa, anônima e impessoal, mas, acima de tudo, superior, que os homens sentem que age sobre ele e a qual devem obediência, não passa de uma percepção não elaborada da força da sociedade sobre o indivíduo. Segundo Durkheim, a ciência e outras formas de conhecimento têm sua origem na religião. Formas primitivas de classificação. Os seres são classificados em duas esferas: a sagrada ou a profana. Logo, a religião disponibilizou ao homem critérios de classificação da realidade. Superar a antiga discussão epistemológica sobre a produção do conhecimento a partir da experiência ou das ideias inatas. Para Durkheim, as experiência dão o conteúdo da informação, mas a sociedade constrói no homem categorias lógicas, ajudando-o a organizar os dados da experiência.

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