Fichamento de Cidade Para Pessoas
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trabalho resumo do capítulo 1 e 4...
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Para convidar a parar em um espaço de transição, colunas, degraus, nichos e, principalmente, reentrâncias. Estes oferecem proteção contra o clima e boa visão do arredor. Detalhes de fachadas, mobiliário e equipamentos urbanos oferecem pontos de apoio para permanência, como na Piazza Del Campo em Siena. Os balizadores, em dias bonitos, estarão sendo todos usados. Uma fachada fechada, lisa e sem detalhes convida a não parar. Boas cidades para ficar tem fachadas irregulares e bons pontos de apoio, e cidades sem estes tem pouco a oferecer para o pedestre permanecer. Os melhores lugares combinam muitas vantagens e poucas desvantagens. Para se sentar, são necessárias quatro coisas: microclima agradável, boa localização, boa visibilidade, um nível de ruído baixo, sem poluição e vista interessante. As pessoas querem água, árvores, boa arquitetura, entre outros, mas também querem uma boa visão da vida e das pessoas do arredor. Os estudos de Estocolmo mostram isso, onde locais com pouco a oferecer tem pouco uso (ocupação de 7 a 12%) enquanto bancos com qualidade foram muito mais usados (61 a 72%). O design, encosto, materiais, entre outros, das cadeiras, influi diretamente no conforto, em conseqüência na duração de permanência. Para aumentar esse tempo de permanência, assentos secundários são vitais para os dias de alta demanda, como no verão. Desde degraus até floreiras podem ser usadas como assentos quando necessário. A beleza também pode significar uma oportunidade para se sentar. Como exemplo, Veneza tem poucos bancos, mas uma gama de elementos secundário faz com que a cidade seja sentável. Estes assentos são ocupados prioritariamente por crianças e jovens, enquanto adultos e idosos priorizam o conforto e maior cuidado com o local para sentar. Cidades socialmente viáveis implicam em criar opções de permanência. Bancos “largados” no meio do nada, distante de locais de transição, reentrâncias e recantos, fazem com que as pessoas não fiquem por muito tempo. As cadeiras móveis de Paris ou do Bryant Park oferecem flexibilidade e inúmeras oportunidades de vista, clima e local, com a simplicidade para guardá-las. Nas atividades estacionárias, os cafés de calçada têm um papel muito importante. Deixando de ser de cidades e culturas mediterrâneas, a cultura do café trouxe a idéia de lazer, de usufruir da cidade e da vida urbana em suas cadeiras. Copenhague e Melbourne, antes consideradas como inviáveis a essa cultura, tem, hoje, mais de 7.000 cadeiras, chegando de oito a doze meses de temporada.
A vida na calçada é o que torna esses cafés tão atraentes, mais a oportunidade de descansar. O tempo de permanência é muito mais longo do que o tempo de tomar um café em si, sendo a atividade real de recreação, lazer e prazer do espaço urbano. Sendo a vida na cidade produto do número e da duração de atividades, convidar as pessoas para caminhar e pedalar é um inicio, mas não o fim. Aliado a isso tem que haver opções de sentar e passar um tempo na cidade. 4.4 Boas cidades para encontrar pessoas
Ver e ser visto é o mais simples e comum encontro entre as pessoas. Contatos ativos e mais diretos são um grupo menor, ainda que versátil. Em diversas combinações, como encontros inesperados, esperados, espontâneos, entre outros, as oportunidades de ver e ouvir são condições prévias para a comunicação entre as pessoas na cidade. Para incentivar a observação da cidade como uma das mais importantes atrações urbanas, deve-se privilegiar o uso de bancos e outros assentos com visão de atrações, como água ou árvores, por exemplo. Como uma visão livre e desimpedida dessas atrações é vital, as linhas de visão devem ser tratadas cuidadosamente. Itens como carros, ônibus estacionados, prédios mal localizados, limitam essa visibilidade. E gradis grossos nas sacadas e terraços impedem a observação da vida das ruas dentro das moradias. O arquiteto precisa garantir a privacidade sem isolar o local do ambiente urbano. Contato visual dos prédios nos andares mais baixos com o espaço público é indispensável para uma experiência extensa. Lojas como a Apple, transparentes ao externo, conectam espaços públicos e privados, já lojas hermeticamente vedadas, com tijolos e vidros escuros, rodeada de anúncios, empobrecem a paisagem. As pesadas portas de aço que fecham essas lojas trazem uma sensação de insegurança e pouco interesse para uma caminhada noturna, pois não há o que olhar. Melbourne, onde é obrigatório que 60% das fachadas dos novos prédios sejam abertas e convidativas, teve bons resultados. Para residências, o uso de telas ou do paisagismo garante proteção, ou então de diferenças de altura, para que as residências fiquem uns degraus acima da rua, tendo uma bela vista urbana, com privacidade garantida. O ouvir e falar, ainda que importantes qualidades, passaram a ser mais e mais difícil. Caminhar por Veneza ou pelas ruas de tráfego intenso de Londres, Tóquio e Bangkok são experiências completamente opostas. No primeiro caso, é possível ter, em qualquer lugar, uma conversa agradável e sossegada, ouvindo sons próprios de outras interações
sociais. Já no segundo, todo o ruído urbano de veículos faz com que a conversa seja gritada, sendo esse um fator de estresse. Um exemplo é Burano, local de pedestrianismo, e uma rua de tráfego intenso em Copenhague. A Escola de Arquietura da Academia Real de Belas Artes da Dinamarca, concluiu que o nível de ruído de funda na rua principal é quase duas vezes o da rua local, sendo em ambos o nível bem constante. Poucas conversas podiam ser mantidas na rua principal. Para o encontro em espaços da cidade, o mobiliário é uma peça estratégica. Bancos longos e retos não convidam a permanecer, já os bancos de Ralph Erskine (1914-2005) colocam bancos em ângulo levemente aberto e de frente a uma mesinha. A cidade sendo local de encontro oferece oportunidades para trocas democráticas, onde as pessoas podem se expressam livremente. Espaços como a Praça de Maio em Buenos Aires, reforçam a idéia de que a arquitetura pode influenciar em relações sociais. 4.5 Autoexpressão, jogos e exercícios físicos
Cidades não precisam de espaços específicos para brincadeiras de crianças, os playgrounds.
A cidade em si, ocupa essa função. Veneza é um bom exemplo de como
monumentos, escadarias e proximidade a canais, viram formas de brincadeiras. Ao mesmo tempo em que os pais ficam mais ocupados, paradoxalmente, eles tem mais tempo livre. Este gera a necessidade e energia para atividades recreativas e criativas, podendo ocorrer nas áreas comuns da cidade. Por exemplo, festivais, festas de rua, noites culturais, entre outros. Sendo na atualidade a maior parte do trabalho estacionária, é necessária a presença de pistas específicas e outras instalações para as pessoas se exercitarem e respirarem ar fresco. Essa é uma mudança brutal na história. O convite para usar academias esportivas, pistas de caminhada, entre outros, é tão importante quanto o do caminhar pela cidade. Com uma “cidade cotidiana” melhor para atividades e p ermanência de humanos, as condições serão boas para crianças, idosos e atividades diárias. Com a melhora do espaço cotidiano comum, sendo o foca de uma boa política urbana, será integradora para todos. Ao invés de locais específicos para determinadas atividades, é necessário que a cidade se torne esse lugar. O elemento fixo de uma cidade é aquele que engloba o cotidiano. Já os flexíveis são instalações temporárias e eventos que podem ocorrer durante o ano, grandes (feiras natalinas, carnaval anual, etc.), médios (fogos de artifício, concertos em praças, etc.) ou
pequenos (músicos, teatros, etc.). Além desses dias, a cidade é apenas uma excelente cidade. 4.6 Bons lugares, ótima escala
Mesmo que todos os fatores que tornam melhor a qualidade urbana sejam ótimos, uma má qualidade espacial pode reduzir todos esses esforços a nada. Sem bons espaços e escala humana, não serão possíveis qualidades urbanas essenciais. Cidades como Hydra, na Grécia, ou Portofino, na Itália, se harmonizam completamente com o corpo e os sentidos humanos. Ruas de cidades antigas, com larguras de 3, 5, 8 ou 10 metros podem absorver facilmente o tráfego de pedestres de 2.400 a 7.800 pedestres por hora. Sendo proporções correspondentes as de resorts de férias, parques de diversão e shopping centers.
Todos locais que buscam o conforto dos freqüentadores. Seguindo a idéia de
situar cidades atraentes e coesas, o princípio de colocar pequenos espaços dentro de maiores atende esse método eficientemente. A Rambla de Barcelona tem o espaço de pedestres separado do espaço urbano maior por quiosques e duas fileiras de árvores de sombra. Bancas de comércio numa praça ou guarda sóis, mobiliário urbano, balizadores e toldos em café seguem o mesmo princípio, fazem o espaço parecer menor e mais aconchegante. Isso não ocorre em diversas cidades novas, que contam com espaços grandes e destituídos de caráter. Poucas atividades tem lugar nessas cidades, sendo tudo indiferente para o ficar. Em situações onde o problema já foi consolidado, a escala menor pode ser levada para a maior, por pérgolas, grupos de árvores, toldos, plantas e mobiliário. O resultado não será tão bom do se tivesse sido parte do programa desde o início. 4.7 Clima com ao nível dos olhos, por favor
O clima trabalha com três dimensões: macroclima, clima local e microclima. O primeiro é o clima regional, o segundo é o clima das cidades e do ambiente construído e o terceiro é o clima numa zona atmosférica local (uma única rua, reentrâncias ou em torno de um banco). O microclima, através de influxo de calor e ausência de ventos frios, cria uma zona de conforto que permite as pessoas aproveitar o dia, mesmo quando faz frio, já que a temperatura sentida na pele é agradável. A sensação de conforto é influenciada por inúmeros fatores, mas é fato que as características entre macro e microclima serem muito diferentes em determinadas
situações. Observando o fator vento, em um terreno de paisagem aberta, ele circula livremente, mas se reduz pela fricção com o terreno e a paisagem. Diminuí ainda mais se houver muitas árvores e prédios baixos agrupados, desviando os centos frios para cima dos prédios, não havendo quase vento entre eles. Em altos e isolados edifícios, o efeito é oposto, já que eles capturam ventos rápidos. Assim, o clima em torno desses edifícios é muito mais frio do que de um mesmo prédio, no mesmo lugar, sendo baixo. Os projetos, buscando se adaptar as condições climáticas locais, explora os aspectos mais desejáveis do clima enquanto evita os menos desejáveis. Países com sol forte e altas temperaturas, tem ruas estreitas sombreadas e construções com paredes grossas, tendo poucas aberturas. Já as de clima frio e vento constante, usando a Escandinávia como exemplo, construções até três andares, tetos inclinados, agrupadas, tendo ruas, praças e jardins pequenos, com muitas árvores entre as construções dando sombra e abrigo. Assim, o vento é elevado sobre a cidade, sendo evitado pelas ruas e jardins. Desse modo, aumentam as horas que podem ser passadas confortavelmente ao ar livre, como se o clima local tivesse deslocado 1.000 km ao sul. Desse modo, construir de forma inadequada a um clima pode criar um clima local desagradável para a vida urbana, como ocorre em regiões quentes com amplos sistemas viários, estacionamentos asfaltados e materiais de cobertura rígidos, que elevam a temperatura já alta para inaceitável. Sendo que sua redução através de árvores, telhados verdes e pavimentação porosa, seria imensamente benéfica. O caso de São Francisco, com presença de muitos ventos, e seu plano urbanístico de 1980, que desejava construir edifícios de altura elevada. Através de uma série de estudos da Universidade da Califórnia, em Berkeley, mostraram que o novo odelo traria sombras e aumentaria a intensidade dos ventos em certas áreas da cidade. Através de um referendo, a população deixou claro que não apoiava essa política. Os prédios novos teriam que ser baixos ou construídos em patamares, deixando o sol alcançar as ruas, sendo que todos os projetos deveriam passar por túnel de vento para garantir que não causariam problemas com o vento. Assim, mostra que é possível ter uma alta densidade de construção e ainda garantir um bom clima. E o planejamento climático é uma précondição para a construção. Para melhorar o microclima nas áreas de café em Oslo, capital da Noruega, foram usadas paredes de vidro, cobertas com toldos, aquecimento (lâmpadas de calor, aparelhos elétricos, piso ou cadeiras aquecidos, etc.), almofadas nos assentos e
cobertores para as costas e pernas do cliente permitem que a permanência por um longo tempo, apesar do vendo e do tempo. Os benefícios trazidos pelo cuidado com o macroclima e o clima local são imensos, convidando o caminhar e o pedalar, de modo sincero. 4.8 Belas cidades, boas experiências
Diferenças de altura e topografia, vistas de atrações próximas ou distantes, a vista de um lago, mar, paisagem ou montanhas, tudo influencia numa positiva qualidade urbana. A mescla de impressões sensoriais, como ruído de água, neblina, vapor, entre outros, é um recurso muito atrativo. Um espaço belo e com detalhes cuidadosamente planejados é uma qualidade, mas inútil se as condições básicas de segurança, clima e oportunidades para permanência não forem atendidos. Ao ver a Piazza Del Campo, em Siena, é visível que as qualidades visuais, funcionais e práticas são atendidas de forma convincente. É belo e funcional, isto sendo mostrado em 700 anos sendo a praça principal de Siena. A cidade de Melbourne busca combinar uma política de arte com uma de espaço comum, como uma galeria versátil para arte contemporânea. Entre exposições permanentes, obras temporárias e instalação, e uma ampla comunicação sobre arte com os moradores da cidade através de centros de arte, é estendido um convite ver e aprender sobre o que está na cidade. As obras temporárias trazem um fator de imprevisibilidade, de sempre ter algo novo para olhar, muito atraente para participar da cidade. Os elementos verdes da cidade têm valor de necessidade (fornecer sombra nos meses quentes, refrescar e limpar o ar, etc.) e simbólico (de recreação, beleza, sustentabilidade, etc.). Uma política de renovação urbana em Melbourne faz com que a cada ano sejam plantadas 500 árvores novas, tentando acabar com a idéia que perdurou por muito tempo de derrubar as árvores para dar espaço ao tráfego. A iluminação é um ponto importante também, já que traz sensação de segurança e qualidade visual durante a noite. Carros não são instrumentos de iluminação, logo a qualidade visual não deve se pautar neste elemento, mas pode na luz como arte, como Melbourne faz, e na cor, como a França. Todos os aspectos devem ser melhorados através da qualidade visual. 4.9 Boas cidades para pedalar
O ciclismo é um meio mais rápido e sustentável de tráfego a pé, tendo experiências sensoriais muito semelhantes a da caminhada. Há cidades onde o ciclismo não é realista, mas em muitas é, mesmo quando não aparenta ser. Em São Francisco, com topografia muito irregular, tem uma cultura ciclística forte. Dessa mesma forma, cidades mais frias e quentes também têm essa cultura. Tendo estrutura, clima e terreno adequados, o que inclui inúmeras cidades, é possível instaurar essa cultura ciclista. Em Copenhague, 37% do tráfego para o trabalho ou escola são feitos por bicicletas. Essa cidade conta com tráfego de bicicletas calmo, bicicletas mais confortáveis, grande número de mulheres ciclistas, incluindo todas as faixas etárias. A bicicleta e suas vias são uma alternativa simples, barata e de melhora urbana acentuada. O sistema coeso de Copenhague foi criado de forma gradativa. O sistema de manter as ciclofaixas separadas do tráfego motorizado por carros estacionados, espelhos especiais para ônibus e caminhões para ver os ciclistas e o sinal abrir antes para as bicicletas, garante segurança para esse meio de locomoção. Levar as bicicletas por rotas exclusivas que passam por parques e vias férreas desativadas, por ciclovias verdes, é uma possibilidade de passear pela cidade. Mas o espaço nas ruas é garantido e favorecido. A qualidade dessas vias no verão é garantida pela fixa de árvores nas laterais. Quanto mais bicicletas, mais o motorista precisa estar atento. Um sistema de transporte integrado à bicicleta necessita de estacionamentos para elas por toda a cidade, em escolas, escritórios e residências. Para que os passeios de bicicletas sejam interessantes, é necessário que haja espaço suficiente para não haver aglomeração, podendo atender também triciclos e “bicitáxis”, a preferência dos semáforos pelos ciclistas e permitir que ciclistas sem experiência possam pedalar em um ambiente relativamente seguro. A passagem de uma cultura de viagens rápidas e perigosas para a bicicleta traz um fluxo mais calmo, que deixa o ritmo mais lento e seguro. O sistema Vélib de Paris, podendo alugar uma bicicleta por hora, semana ou ano, sem ter de guardá-la ou mantê-la, foi rapidamente um serviço bem utilizado. Assim traz o ciclista menos experiente para conhecer e andar numa rede ainda não muito segura ou desenvolvida. As bicicletas públicas devem ser um elo para construir e reforçar a cultura ciclística, mas com cautela. A abertura de ruas para ciclistas é usada para promover cultura, sendo popular na América do Sul e Central.
Melbourne e Sydney caminham para o modelo de Copenhague, enquanto Nova York propõe um projeto para se tornar uma das metrópoles mais sustentáveis do mundo. Com sua densidade de construções, terreno plano e ruas largas, converter tráfego de automóveis para o de ciclistas é extremamente interessante. Com um quarto dos 3.000 km/h construídos, houve um expressivo aumento do tráfego de ciclistas. A bicicleta é uma resposta óbvia a muitos problemas que as cidades enfrentam no mundo todo: mudanças climáticas, saúde e sustentabilidade. Em condições ruins, o tráfego de bicicletas pode se dar por necessidade, devido ser uma opção barata e sustentável. Em Daca, em Bangladesh, 400.000 ciclorrquixás são vitais para seus 12 milhões de habitantes. Os bicitáxis de Daca são vistos como um problema para o desenvolvimento da cidade. Culturas de bicicletas como na China, Indonésia e Vietnã foram ou estão sendo esmagadas para abrir espaços para carros. Quando na verdade, a bicicleta usa efetivamente as ruas, não tem consumo de energia, não polui, garante mobilidade para quem não pode ter um carro e necessita de uma infraestrutura mais barata que outros tipos de tráfego.
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