Ficha Português 6.º ano

January 20, 2018 | Author: Ana Ildefonso | Category: Linguistics, Linguistic Typology, Semiotics, Languages
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Ficha Português 6.º ano...

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Treino para o 2.ºMomento de Avaliação de PORT

A aldeia de Pedro Alecrim A camioneta vai ficando vazia, paragem após paragem. Quando eu e o Nicolau, e também a Rita, a Joana e o Martinho, descemos, o motorista tem a acompanhá-lo apenas o silêncio da camioneta, que arranca aos solavancos 1, engasgada em fumo negro. A Joana não se cansa. Entra logo em casa que fica rente à estrada. Espera-a um cão minúsculo, o Beloi, que nos cumprimenta com meia dúzia de ladridos. Já com a motorizada a trabalhar, bem acelerada, sem guarda-lamas e bastante amolgada, o Afonso, irmão da Rita, aguarda-a com impaciência, prestes a começar uma corrida louca. Não sei como é que a Rita ainda não nos apareceu com um braço engessado, ou com a caratoda pintada com tintura! O Afonso adora correr. Só não treina a sério para campeão nacional de motocrosse porque não tem dinheiro para comprar uma máquina potente. O Martinho entra na loja da mãe, um pomar ali perto da paragem da camioneta, sempre cheio de abelhas que se fartam de reinar sobre a fruta. Ficámos eu e o Nicolau. Para chegarmos a casa temos de andar um bom pedaço por entre campos e montes. De vez em quando, assustámo-nos quando, saído duma lura, salta um coelho bravo e foge a grande velocidade, ou vemos as perdizes a levantar voo, assustadas com a nossa presença. E lá vamos nós a subir, sempre a subir. Que ideia tola foi essa dos nossos pais em terem resolvido morar numa aldeia tão pequena! São vinte casas, contadas e recontadas, com cinco lâmpadas públicas quase sempre fundidas, dois fontanários e um lavadoiro público, uma capela e uma venda onde há de tudo, desde fósforos a panelas. Felizmente que a luz elétrica chegou ao Pragal quando eu andava na escola primária. Lembro-me que nesse dia estoiraram foguetes e o tio Zé Maria Coxo, o dono da venda, ligou a televisão a cores e fartou-se de vender bebidas e rebuçados. O Nicolau e eu sabemos os caminhos de cor. Sabemos o sítio onde fica uma pedra mais escura, onde brota a mais pequenina nascente, o local exato dum buraco mais avantajado2. E somos amigos das rãs, que vivem descansadas nas poças de água, cobertas por uma manta de limos verdes. António Mota, Pedro Alecrim, Edinter Jovem Vocabulário: 1

solavancos: balanços imprevistos ou violentos de um veículo ou da pessoa que este transporta.

2

avantajado: que excede as dimensões do que é normal.

Responda aos itens seguintes, de acordo com as orientações dadas.

1.

O texto começa com a chegada da camioneta à aldeia de Pedro Alecrim. 1.1. Transcreva a expressão que prova que, depois da saída dos cinco adolescentes, o condutor fica sozinho. 1.2. Identifique o recurso expressivo presente em «[...] camioneta, que arranca […] engasgada em fumo negro.» (l.3 e 4) e explique o seu valor.

2.

A certa altura, o narrador apresenta a sua opinião quanto ao facto de a sua família ter ido viver para aquela aldeia. 2.1. Transcreva a frase em que ele manifesta essa opinião. 2.2. Descreva em dois aspetos, no mínimo, a aldeia de Pedro Alecrim.

3.

Mencione como expressaram as pessoas a sua alegria, no dia em que a eletricidade chegou ao Pragal.

4.

Explique a seguinte expressão: “[…] andar um bom pedaço por entre […]” (l.13).

5.

“E somos amigos das rãs […]” (l.22) Relacione a expressão anterior com a origem/proveniência de Nicolau e Pedro.

6.

No capítulo três, Pedro questiona-se sobre «Como é que se pode gostar de Português com uma professora assim?». Concorda com a questão? Porquê? Justifique a sua resposta, apresentando, pelo menos, dois motivos que atestem o seu ponto de vista.

GRAMÁTICA 1.

Releia as expressões e identifique as classes a que pertencem as palavras destacadas da coluna A, associando-as às respetivas classes gramaticais apresentadas na coluna B. A

B

1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.

«[…] um lavadoiro público […]» (l.18) «[…] com meia dúzia de ladridos.» (l.6) «[…] tem a acompanhá-lo […]» (l.2) «[…] e bastante amolgada, […]» (l.7) «[…] reinar sobre a fruta.» (l.12) «[…] que nos cumprimenta […]» (l.5 e 6) «[…] descemos, o motorista […]» (l.2)

(A) (B) (C) (D) (E) (F) (G)

preposição verbo adjetivo advérbio pronome determinante nome

2.

Classifique a relação que se estabelece entre as palavras destacadas em cada alínea. (A) — Mexe o molho com a colher, enquanto eu vou colher flores ao jardim. (B) Era uma casa com um muro coberto de hera.

(C) — Peça na oficina uma peça nova para o carro. (D) — Gosto do sabor doce da fruta madura, ao contrário do sabor amargo da fruta verde. (E) — Sinto-me contente, feliz, rejubilante...

Da expressão «[...] onde brota a mais pequenina nascente, o local exato dum buraco mais avantajado 2.» (l.21 e 22),

3.

transcreva um vocábulo para cada uma das orientações dadas. (A) Palavra derivada por sufixação. (B) Palavra derivada por parassíntese.

4. Identifique os constituintes de frase sublinhados. (A) O Pedro andava na escola. (B) Todos corriam para a camioneta. (C) O Luís bateu no Pedro. (D) O Pedro e o Nicolau caminhavam lentamente.

ESCRITA «E somos amigos das rãs, que vivem descansadas nas poças de água, cobertas por uma manta de limos verdes.» (l.22 e 23) denuncia um prazer especial de Pedro e Nicolau pelos animais, em particular, e pela natureza, em geral. Imagine que iria num passeio pelo campo com estes personagens. Escreva um texto narrativo no qual conte a sua aventura pelo campo e que experiências atravessaria com eles. O seu texto, com um mínimo de 140 e um máximo de 200 palavras, deve incluir: – uma situação inicial, o seu desenvolvimento (peripécias) e um desfecho; – localização espácio-temporal; – dois momentos de diálogo com verbos introdutores de diálogo diferentes;

– duas figuras de estilo; – um título adequado.

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