Ficha de Avaliação Formativa 2: Grupo I

March 8, 2023 | Author: Anonymous | Category: N/A
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FICHA DE AVALIAÇÃO FORMATIVA 2 NOME: ____________________________________________________ N. O: ______ TURMA: ______ DATA: ___ _____________________ __________________

GRUPO I PARTE A

Leia a composição lírica de Pai Soares de Taveirós que se apresenta.

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Como morreu quem nunca bem ouve da rem1 que mais amou, e quem viu quanto receou d’ela,2 e foi morto por ém:3 Ai mia senhor, assi moir’eu!  

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Como morreu quem foi amar quem lhe nunca quis bem fazer 4 e de quem lhe fez Deus veer de que foi morto com pesar:5   Ai mia senhor, assi moir’eu! Com’ ome que ensandeceu, 6

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senhor, com gram pesar que viu, e nom foi ledo7 nem dormiu depois, mia senhor, e morreu:   Ai mia senhor, assi moir’eu! Como morreu quem amou tal dona que lhe nunca fez bem, e quem a viu levar a quem a nom valia,8 nem a val:   Ai mia senhor, assi moir’eu!

(1) rem: pessoa (o vocábulo rem signica coisa mas nesta canga pode adotar-se o signicado apresentado). (2) e quem viu quanto receou / d’ela:  e quem viu acontecer aquilo que receou acerca dela. (3) por ém: por isso. (4) bem fazer: corresponder ao amor. (5) e de quem lhe fez Deus veer / de que foi morto com pesar:  e acerca de quem Deus lhe fez ver alguma coisa que o fez morrer com desgosto. (6) ensandeceu: enlouqueceu. (7) ledo: alegre. (8) quem a viu levar a quem / a nom valia: quem a viu car com quem a não merecia.

Apresente, de forma clara e bem estruturada, estrutur ada, as suas respostas aos itens que se seguem. 1. 2.

Identf Identfqu que e o gén género ero da can cantga tga r rova ovador dores esca, ca, justfc justfcand ando o a sua sua rres espos posa. a. Esa Esa cantga cantga evoc evoca a o em ema a da coia coia d de e amor, amor, a apre prese sena nando ndo-se -se u um m parale paralelis lismo mo enre enre a algu lguém ém que que morreu de amor e a siuação em que se enconra o sujeio poétco. 2.1 Explique de que orma ese paralelismo esruura a cantga, undamenando a sua resposa com ranscrições exuais.

3.

Refra Refra-se -se ao ao cam campo po ssem emânt ântco co (r (rela elacio cionad nado o com a mor more e e o lamen lameno) o) e ao rerã rerão o da ca cantg ntga, a, explicando como conribuem para concretzar a noção de coia de amor.

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PARTE B

Leia a composição lírica de Pero Gomes Barroso.1

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Moir’eu aqui de dessoriam 2 e dizem ca3 moiro d’amor; e haveria gram sabor4 de comer, se tevesse pam; e, amigos, direi-vos al:5 moir’eu do que em Portugal morreu Dom Ponço de Baiam. 6 E quantos m’ est’ a mi dirám 7 que nom posso comer d’amor, dê-lhis Deus [a]tam gram sabor com’ end’ eu hei; 8 e v[e]erám que há gram coita9 de comer quem dinheiros nom pod’ haver de que o compr’ e nom lho dam. d am.

(1) Esta canga segue a transcrição feita por Graça Videira Lopes na obra Cangas de Escárnio e Maldizer dos Trovadores e Jograis Galego-Portugueses , Lisboa, Editorial Estampa, julho de 2002, p. 422. (2) de dessoriam: de fraqueza, de esvaziamento (de fome). (3) ca: que. (4) gram sabor: ter vontade, ter gosto. (5) al: outra coisa. (6) Dom Poço de Baiam: dalgo português, rico-homem das cortes de D. Sancho I, D. Afonso II e D. Sancho II; possível referência irónica. (7) m’est’a mi dirám:  me dizem. (8) end’eu hei: disso tenho eu. (9) coita: sofrimento; ânsia.

Apresente, de forma clara e bem estruturada, estrutur ada, as suas respostas aos itens que se seguem. 1. 2.

Identf Identfqu que e o gén género ero da can cantga tga r rova ovador dores esca, ca, justfc justfcand ando o a sua sua rres espos posa. a. Explique Explique de q que ue orma orma se se pode pode cconsi onsidera derarr es esa a ca cantga ntga como uma crítc crítca aàn noção oção de co coia ia de de amor amor pre presen sene e na lírica rovadoresca. rovadoresca.

GRUPO II

Leia o texto seguinte. Em caso de necessidade, consulte as notas. A poesia de corte compilada no Cancioneiro da Ajuda e nos que se lhe seguem é, naturalmente, muito diversa da dos cantores rúscos, que correspondem aos gostos e interesses da gente rural, conquanto fossem também cantados nas vilas e cidades. 5

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Ao contrário da canga de amigo, o cantar de amor não sugere ambientes, sejam sicos, determinados por referências ao mundo exterior, ou sociais, resultantes da presença de personagens interessadas no enredo amoroso; não se refere à mãe, ao santo da romaria, às ondas do mar ou às árvores em or. Isto resulta de, ao contrário da poesia popular, esta não ser dramáca. Só duas ou três vezes respigamos alusões ao mundo ambiente: um poeta admirou uma dama por entre as ameias de um castelo; outro perdeu-se por uma mulher que viu em cabelo entoando um cantar. Estar «em cabelo», nesta época, era uma antecipação de estar nua. Não há espaço à volta nos cantares de amor, se excetuarmos as pastorelas, que imitam de perto as provençais, mas só a voz que canta na solidão: uma súplica do apaixonado para que a «senhor» reconheça e premeie o seu «serviço»; ou um elogio abstrato da beleza dela; ou uma descrição dos tormentos do poeta dirigida à piedade ou «mesura» 1 da «senhor».

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O amor era concebido à maneira cavaleiresca, como um «serviço». O cavaleiro «servia» a dama pelo tempo tem po que fosse necess necessário ário para merece merecerr o seu galard galardão. ão. Consis Consisa a esse esse serviç serviço o em dedica dedicar-lh r-lhee os pensamentos, os versos e os atos; em estar presente pr esente em certas ocasiões; em não se ausentar sem licença, etc. O servidor está para com a «senhor» como o vassalo feudal para com o suserano. A regra principal deste «serviço» era, além da delidade, o segredo. O cavaleiro devia fazer os possíveis para que ninguém sequer suspeitasse do nome da sua senhora, indo até ao sacricio de se privar do seu convívio, ou de se ngir apaixonado por outra. O disfarce, que consisa em dedicar versos a uma dama para ocultar a verdadeira amada, era frequente. Na grande maioria das cangas de amor, os requerimentos assíduos de «servidor» visam conseguir da «senhor» uma coisa que se designa pela expressão «fazer bem». É fácil compreender o que signica este

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eufemismo: um poeta, referindo-se a uma soldadeira venal 2, conta que ela não lhe quer «fazer bem» sem que primeiro o pretendente lhe pague um maravedi 3. O rei D. Dinis, tendo conseguido da «senhor» dos seus cantares de amor que ela zesse todo o «ben» sem faltar nada, pede-lhe, no m, segredo mútuo, porque, diz, se este «preito»4 for sabido, nem ele nem ela rarão daí esma nem louvor. Mas o que é próprio das cangas de amor e do seu modelo provençal é a distância a que o amante se coloca em relação à sua amada, a que chama senhor , tornando-a um objeto quase inacessível; a atude é a de uma espécie de ascese absnente, absnente, seja qual for a realidade a que as palavras servem de corna. A regra do segredo não é só, porventura, uma precaução exigida por amores clandesnos, numa sociedade em que o adultério era punido por lei constantemente transgredida, mas uma regra ascéca que tornava o amor mais intenso quanto mais solitário e à margem da sociedade. O amor trovadoresco e cavaleiresco é, por ideal, secreto, clandesno e impossível. ANTÓNIO JOSÉ SARAIVA, O Crepúsculo da Idade Média em Portugal , Lisboa, Gradiva Publicações Lda., s.d. (com adaptações).

(1) mesura: reverência, cortesia. (2) soldadeira venal: mulher que atuava nas festas a troco de um pagamento em dinheiro. (3) maravedi: moeda anga. (4) preito: pacto.

1. Para responder responder a cada um dos iens iens de 1.1 a 1.7, selecione a opção correa. Es Escreva, creva, na olha de resposas, resposas, o número de cada iem e a lera que identfca a opção escolhida. 1.1 O excerto apresentado centra-se na aceção de que o amor cortês é (A) a base da poesia criada pelos trovadores.

uma das temácas da poesia feminina peninsular. (C) a base em que assentam as cangas de amor peninsulares. (D) um reexo da relação entre o trovador e os suseranos. (B)

1.2 A expressão «o cantar de amor não sugere ambientes» (linha 4) refere-se ao facto de (A) as cangas de amor serem sem exceção, reexões do eu sobre o amor. normalm ente, não mencionarem cenários nem personagens. (B) as cangas de amor, normalmente,

as cangas de amor serem, sem exceção, reexões do eu sobre a sua «senhor». (D) as pastorelas não terem qualquer cenário. (C)

1.3 No trecho «o servidor está para com a “senhor” como o vassalo feudal para com o suserano» (linha 18),

compara-se (A) o trovador com um cavaleiro que presta um serviço essencial ao seu senhor feudal. (B) a «senhor» amada com um senhor feudal a quem se deve vassalagem e a quem se prestam serviços. (C) a «senhor» com uma dama que tem o direito de governar e atribuir sentenças. (D) o trovador com um vassalo que cumpre as tarefas para ser recompensado. 1.4 O preceito fundamental do amor cortês consisa (A) em ser leal à «senhor» de forma discreta.

em divulgar o amor pela «senhor». (C) na dedicação exclusiva à amada. (D) no sigilo acerca da idendade da «senhor». (B)

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1.5 Na frase «É fácil compreender o que signica este eufemismo» (linhas 24-25), o vocábulo «eufemismo»

indica que «fazer bem» é uma forma de (A) enfazar o signicado do pacto entre o servidor e a «senhor». (B) exagerar o signicado do pacto entre o servidor e a «senhor». (C) atenuar o signicado do pacto entre o servidor e a «senhor». (D) disfarçar o signicado do pacto entre o servidor e a «senhor». cavaleiresco leiresco é, por ideal, secreto, clandesno 1.6 O valor aspetual presente na frase «O amor trovadoresco e cava e impossível» (linhas 34-35) é (A) genérico. (B) habitual. (C) iteravo. (D) imperfevo. 1.7 O texto apresentado pode enquadrar-se no género (A) narravo.

descrivo. (C) argumentavo. (D) exposivo. (B)

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Identfque Identfque a unção unção sinát sinátca ca dese desempen mpenhada hada pe pelos los cons constui tuines nes indicad indicados. os. a) «de corte» (linha 1) b) «o cantar de amor» (linha 4) c) «as provençais» (linha 12)

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Identfque os processos onológicos e envolvidos nvolvidos na evolução d dos os seguines seguines ermos do latm pa para ra o poruguês poruguês conemporâneo. a) gram  grande b) moiro  morro c) veer   ver

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Classifq Classifque ue as oraçõe oraçõess subordi subordinada nadass presen presenes es nas exp express ressões ões segu seguine ines. s. a) «que viu em cabelo» (linha 9) b) «se excetuarmos as pastorelas» (linha 11)

20 ) c) «para que ninguém sequer suspeitasse do nome da sua senhora» (linha 20) GRUPO III

A parr do texto de António José Saraiva apresentado no Grupo II, construa uma sínese  bem estruturada do mesmo texto, com um mínimo de cento e oitenta e um máximo de duzentas e dez palavras.

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