Fernando Pessoa e Os Ismos de Vanguarda

January 17, 2019 | Author: Camila Sabino | Category: Modernism, Poetry, Reality, Life, Aesthetics
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Fernando Pessoa e os ismos de vanguarda Paulismo É uma invenção de Pessoa cujo nome deriva do poema “Impressões do crepúsculo”.  O Paulismo é um refinamento dos processos simbolistas, um estilo que se define pela voluntária confusão do subjectivo e o objectivo por: A associação de ideias desconexas. Frases nominais e exclamativas. Aberração da sintaxe. Vocabulário que expressa aborrecimento de viver (“Tão sempre a mesma, a Hora!”), o vazio da alma, um vago além (uso de maiúsculas nas palavras de mais importância). Perante o tédio de viver há uma ânsia de ideal e de alienação de si mesmo nos limites (“horizonte”, “portões”) do mundo de sonho criado por ele próprio. •



















O poema que inicia o Paulismo, “Impressões do crepúsculo”, é o precedente da poesia modernista em Portugal. O Paulismo conjuga duas tendências opostas: •

Saudosismo (Teixeira de Pascoaes).



Simbolismo – decadentista, que segue as tendências estéticas





europeias.

Interseccionismo O Interseccionismo deriva do Paulismo, supõe a adaptação deste às novas correntes estéticas: •

Futurismo: sobreposições dinâmicas, técnica procedente



da pintura que se aplica à poesia modernista. Cubismo: sobreposição dos planos dos objectos (presente e passado, real e onírico), que reflecte a superposição das sensações. •



O poema “Chuva oblíqua” (publicado na revista Orpheu) Orpheu) é considerado o exemplo mais significativo do Interseccionismo.

Sensacionismo O Sensacionismo (Walt Whitman) é criado por Pessoa e Mário de SáCarneiro e supõe uma arte sem regras que tenha como base a sensação. O mesmo Pessoa explica em diversos textos em que consiste, assim diz-nos que os três princípios da arte são: O da sensação: as sensações devem ser plenamente expressas. O da sugestão: a expressão das sensações deve evocar o maior número possível de outras sensações. O da construção: o assim produzido deve parecer-se a um ser organizado. •











A única realidade da vida é a sensação. A única realidade em arte é a consciência da sensação. ►

Não há filosofia, ética ou estética, mesmo na arte, seja qual for a parcela que delas haja na vida. Na arte existem apenas sensações e a consciência que dela temos. [...] ►

A arte, na sua definição plena, é a expressão harmónica da nossa consciência das sensações, ou seja, as nossas sensações devem ser expressas de tal modo que criem um objeto que seja uma sensação para os outros. [...] ►

Os três princípios da arte são: 1) cada sensação deve ser plenamente expressa [...]; 2) a sensação deve ser expressa de tal modo que tenha a capacidade de evocar como um halo em torno de uma manifestação central definida - o maior número possível de outras sensações; 3) o todo assim produzido deve ter a maior parecença possível com um ser organizado, por ser essa a condição da vitalidade. Chamo a estes três princípios 1) o da Sensação, 2) o da Sugestão, 3) o da Construção. ►

(Páginas Íntimas e de Auto-Interpretação, pp.137-138)

Assim, o Interseccionismo seria uma forma de concretizar o Sensacionismo.

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