Fases Da Psicoterapia

December 13, 2022 | Author: Anonymous | Category: N/A
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Fases da psicoterapia: fenômenos do campo analítico

EIZIRIK, C. L., AGUIAR R. W, SCHESTATSKY, S. S. Psicoterapia de orientação analítica: fundamentos teóricos e clínicos. Porto Alegre: ArtMed, 2015

 

Psicoterapia Psicote rapia de Orientação Psicanalítica A psicoterapia de orientação analítica, a exemplo da psicanálise, pode ser estudada de acordo com suas três fases: Início; ✓Dicotomia

confiançadesconfiança;

Etapa interme intermediária; diária;

Término

• Resolução de conflitos;

• Luto pela separação.

 

Fase inicial •





Definição:

Etapa que se estende do primeiro contato do paciente com o terapeuta terape uta ate o estabeleciment estabelecimento o de uma aliança terapê terapêutica utica sólida. Pode ocupar algumas sessões ou perdurar por meses. •

Levar em consideração As características características da personalidade do paciente ; Habilidades do terapeuta em manejar as questões dessa etapa •



 

Preocupações •







Motivação; Recursos egóicos; Metas terapêuticas Não se pode considerar a etapa inicial como concluída •

enquanto está sendo cogitada a possibilidade de realização de uma psicoterapia psicoter apia d dee orientação analítica.

 

Fase inicial O grande risco nessa etapa é a interrupção abrupta do tratamento! Exame das motivações → Boa aliança terapêutica → Evitar o término precoce! Receber aconselhamentos e suporte para momentos difíceis;

Satisfazer um cônjuge ou outra pessoa;

✓ Discutir com o paciente tais

Criar uma relação simbiótica de dependência;

Satisfazer necessidades profissionais.

motivações motivações e auxiliar a descobrir motivações motivações mais

apropriadas e construtivas. Falsas motivações irredutíveis → Abandono do tratamento!

Fase inicial

 

➢ O conjunto

de todas as formas pelas quais o paciente vivencia com a pessoa do psicanalista, na experiência emocional da relação analítica.

➢ Quais

formas?

As representações que ele tem com seu próprio self;

As relações objetais que habitam seu psiquismo;

As fantasias inconscientes;

Distorções perceptivas.

 

Permite as interpretações do psicanalista que possibilitem a integração: Do presente com o passado;

Do imaginário com o real;

Do inconsciente com o consciente

 

Contratransferência: Irritação; Inquietude; Ansiedade; Pesar; Compaixão; Atração sexual; Falta ou excesso de empatia pelos problemas que o paciente traz.

 

Fase inicial Contratransferência:



Identificar e compreender contratransferência podemaser muito úteis no trabalho com o paciente e no estabelecimento de uma aliança terapêutica.

 

Ilustração clínica 1



Um terape peu uta de 41 anos estava atenden dendo a uma paciente de 36 anos nos em psicoterapia de or orie ient ntaç ação ão ps psic ican anal alít ític ica, a, duas duas ve vezzes por por sema semana na.. A pa paci cien ente te noto notou u que ele ele pa pare reci ciaa di dist stra raíd ído oe perrgunt pe gunto ouu-lh lhee se alg lgu uma coi oisa sa o estava in inccomo moda dand ndo. o. Ele respo espond ndeeu que que o seu seu fil filho tin inha ha sido diagnosticado com uma forma de leucemia e que estava muito preocupado com o resu sult ltaado do.. A pac acie ient ntee foi sim simpá páti ticca e dis disse que admi dmirava sua sua disp dispos osiição em ser ser hone honessto com el elaa e em comp compar arti tillha harr de dettal alhe hess de su suaa vid vida pess essoa oal. l. Ela Ela ate se senti entiu u mai aiss pr pró óxi xima ma po porr causa usa de tal re reve vela laçã ção. o. En Entr treetant tanto o, a cada cada sess sessão ão su subs bseq eque uent nte, e, a te terrapia apia des desvia viava o seu seu foc oco o. Tod odaa a vez que que a paciente cheg hegava , pergun unttava ao terapeuta como estava seu filho. O terapeuta parecia aliviado por ter uma paciente que se preocupava com sua situação e lhe contava, detalhadamente, sobre a quimioterapia que o filho estava recebendo e sua resposta ao tratamento. Também compartilhava seus próprios sentimentos de culpa e impotência. Depois de um período de várias semanas, a paciente percebeu que passava mais tempo es escu cuttand ndo o o rel elaato da do doeença nça e do tr traatame amento do fil filho do terape apeut uta. a. Por fim, fim, ela ela sen sentiu tiu que que não nã o podi podiaa mais mais co cons nsul ulta tarr com com o ter terap apeu eutta, por porqu quee esta estavva lhe lhe pag pagando ando hono honorrár ário ioss par para ouvir uvir os prob proble lema mass dele dele.. Pr Prof ofun unda dame ment ntee re ress ssen enti tida da,, de deci cidi diu u sa sair ir da te terrapia apia,, sem sem expli xpliccar a razão azão,, pois po is não não qu quer eria ia ferir erir os sent sentim imen ento to do ter terapeu apeuta ta..

 

Aliança terapêutica: O que o terapeuta deve fazer?

Atentar At entar à contratr contratransferência ansferência e às resistências;

Examinar as motivações; Criar um ambiente acolhedor de aceitação das dificuldades do paciente ; Respeitar a dor e o sofrimento do paciente

 

O que pode contribuir para que não aconteça a aliança terapêutica? •











Medo de perder o controle ou de enlouquecer; Medo de se deprimir; Fantasias eróticas; Reproduzir relações desastrosas; Mudanças que implicam abandono de antigas defesas; Criar um vínculo de dependência máximo.

 

Revisando Revisan do os objetivos •











Desenvolver uma sólida aliança terapêutica; Definir os problemas emocionais do paciente e os motivos que o levam a terapia; Acessar as estratégias defensivas utilizadas pelo paciente e seus modos de comunicar isso ao terapeuta; Esclarecer as origens do sofrimento psíquico do paciente ; Identificar seus principais conflitos intrapsíquicos, suas relações de objeto primitivas e seus seus traumas; traumas; Detectar e analisar as resistências mais precoces.

 

Exemplo de trecho clínico



Iniciando o trabalho com as defesas

T: Mesmo quando perguntei como você vivencia sua ansiedade, você me olhou como se eu tivesse falando uma língua estranha. Depois você foi capaz de dizer “borboletas”. Então seguiu me contando o que pensava a respeito das coisas, mas fica complicado – você dispersa e por aí







vamos. Vojo Vojo claramente claramente há ansiedade aqui. Quando ela começou? começou? P: Vindo para cá, não antes. Eu queria me tratar com alguém e você foi recomendada, mas, francamente, francament e, muito do que eu tenho que falar é de natureza íntima e sexual, então a vi e pensei “Oh não, ela não tem idade suficiente” (risos). T: Não tem idade suficiente. Quer dizer que você teve uma reação emocional quando me viu  – o que foi isso? P: É, mais propriamente medo de me confessar. confessar. Um medo que me parece normal. Estou falando com uma estranha sobre os meus problemas de natureza emocional ou ate mesmo física, e você é da minha idade id ade ou mais jovem do que eu e uma mulher atraente.

 

Exemplo de trecho clínico •



















Iniciando o trabalho com as defesas

T: Entã Então o qual qual foi a sua sua re reaç ação ão em emoc ocio iona nal? l? P: Bem, Bem, ansied ansiedade ade,, seg segura uramen mente. te. T: Então há certa ansiedade com relação a todo o processo de se abrir e de se deixar conhe onhece cerr po porr outr utra pesso essoa, a, tal alvvez, esp spec eciialment mentee, algué lguém m que que você cons nsiider dera jove ovem e atraen atr aente te.. Então Então novame novamente nte perceb percebemo emoss que há sentim sentiment entos os amb ambiv ivale alent ntes es aqui. aqui. P: Si Sim, m, eu real realme ment ntee tenho tenho sent sentim imen ento toss am ambi biva vale lent ntes es.. T: Uma parte de você procura alguém para se abrir, falar sobre tudo isso de forma a pode po derr ser ser ajud ajudad ado o, mas mas outr outraa part partee su suaa está está ap apaavo vorrad ado. o. P: Si Sim. m. T: E vo você cê per percebe cebe como como está está lilida dand ndo o com com essa essa an ansi sied edad ade? e? P: Usan Usando do as pa pala lavr vras as co como mo um escu escudo do pr prot otet etor or ou algo algo as assi sim? m? T: Você ocê est está adiv divinha inhan ndo ou ach chaa qu quee esta é uma uma da dass for orm mas de evit vitar ar.. .... P: Eu acho que é isso que estou fazendo ndo com você. Eu, o que estou fazendo ndo comigo é não me ap apro rofu funda ndarr o sufi sufici cien ente te..

 

Fase intermediária

 



Definição:



Período que se estende do momento no qual o terapeuta identifica uma razoá razoável vel aliança terapêutica estabelecida ate a ocasião em que uma séria proposta de término passa a ser discutida. Riscos •







Conluios narcísicos; Impasses; Interrupções; Intelectualizações não acompanhadas de insight

 

Fase intermediária •

Intervenções Interpretações acerca das resistências; Interpretações acerca da conflitiva inconsciente do paciente •





Objetivos paciente neuróticos: examinar, analisar explorar e resolver os sintomas e as dificuldades emocionais do paciente ; paciente borderline: construção de self coeso, com capacidades •



simbólicas inerentes àmais vida.eficazes e espaço mental para pensar as angústias

 



Toda forma de conduta, algo exagerada •

Actings (atuações):

que se manifesta como uma maneira única de que substituir algum conflito angústia não consegue ser ou lembrada, pensada, conhecida, simbolizada, verbalizada ou contida.

 



Resistências: Resultante de forças, dentro do paciente, que se opõem ao analista ou aos processos e procedimentos da análise, criando obstáculos na funções de recordar,, associar, recordar as sociar, elaborar, elaborar, bem como o desejo de mudar. mudar. •



 Insight : •

A atividade interpretativa do psicanalista leva aos insights do analisando, sendo que a lenta elaboração dos mesmos irá possibilitar a obtenção de mudanças psíquicas.

 

Fase intermediária Indicadores de perturbação:

Resistências Resist ências que não se resolvem, não se modificam, não se repetem; Alterações Alteraçõ es na aliança terapêutica; Episódios agressivos e destrutivos agudos; Falta de progresso terapêutico; Regressões repetitivas, actings. Qualquer tentativa séria de abandonar a terapia, feri ferir-se r-se ou ferir alguém; Sentimento ou feeling do terapeuta que a terapia não está evoluindo.

 

Ilustração clínica 2 •

Clara, 27 anos, sexo feminino, profissional da área da saúde, procura tratamento por sentir-se confusa, sem critérios para a escolha de companhias masculinas e isolada da família; relata extrema intolerância com a presença da mãe, labilidade afetiva e choro fácil. Expõe-se à noite pela rua sem se cuidar, frequentando bares em zona de meretrício, com riscos à segurança pessoal. Descreve mal-estar e desconforto por ter que relatar seu sofrimento e necessitar de tratamento. Gostaria de não precisar de ninguém, muito menos de uma psicoterapeuta; detesta combinar horários e ter limites. Diz estar decidida a não abrir mão de uma relação com um homem alcoolista que a expõe riscos, acordando-a durante sendo as noites para que o busque em bares. Apreciaa demais “situações atípicas”, esse traço conhecido por todos que com ela convivem; segundo costuma ouvir dos familiares é sempre e a “princípio do contra”.

 





Ilustração clínica 2



Suas sessões são extremamente difíceis e trabalhosas. Têm longos silêncios, presença pesada e negativista. Desafiadora, atrasa-se, argumenta que tinha anunciado serfalta, “do contra”, mantendo comportamentos autodestrutivos e, mesmo assim, comparecendo comparecendo às sessões.



Ataca os vínculos o tempo reeditando terapeuta sua relação maistodo, primitiva com oscom o objetos internos sadicamente atacados.

 

Fase final

 

Definição: •



Período que se estende da primeira menção séria de término do tratamento até o minuto final da última sessão combinada, para que o tratamento de fato termine. Riscos •



Términos fora dos timings adequados. Impasses relacionados ao fim do tratamento.

 

Objetivo •

Intervenções Balanços; Elaboração da separação.





Ajudar o paciente a examinar suas condições reais de vida para um término; Trabalhar as fim questões relativas ao luto pelo do pelo fim do relacionamento com o terapeuta; Identificar os ganhos conquistados e as situações que ainda merecem atenção

 

Quais indícios o terapeuta terapeuta pode ter para saber que qu e a etapa de término se aproxim a proxima? a? Mudança nos sintomas que determinam o tratamento ou que podem ter surgido ao longo deste; Vida sexual; Relações familiares; Reações profissionais; Relações Relaçõ es sociais; Quantidade de angústia e culpa; Contato com a realidade.

 

Quanto mais o terapeuta puder deduzir dos relat relatos os

Os indícios são tanto tanto mais significativos quanto

essas modificações, mais verdadeiras e fidedignas, como indicadores, serão.

menos “propagandeados” pelo paciente.

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