EXERCÍCIO DE ESCANSÃO E CLASSIFICAÇÃO DE RIMAS

May 9, 2019 | Author: Ande Santana | Category: Metre (Poetry), Narrative Forms, Poetic Form, Poetics, Phonaesthetics
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EXERCÍCIO DE ESCANSÃO E CLASSIFICAÇÃO CLASSIFICAÇÃ O DE RIMAS

“Aquilo? É de ferro fundido,  foi a forma que que fez, não a mão. mão.

Escansão: Contagem de sílabas poéticas.

 Rimas: _________________________  _________________________  _________________________  ___________ ____________________ ______

Possui duas regas: 1. Contam-se as sílabas até a última sílaba tônica do verso.

2. No encontro entre vogais pode ocorrer sinérese e diérese. Rimas: podem ser classificadas quanto à disposição, quanto à acentuação e quanto à classe gramatical. Exercício: faça a escansão de todos os poemas abaixo e classifique as rimas (de acordo com a disposição, acentuação e classe gramatical dos poemas 1, 2, 5, 7, 9, 10, 11 e 12

1. Gregório de Matos Discreta e formosíssima Maria Enquanto estamos vendo c laramente Na vossa ardente vista o sol ardente E na rosada face a Aurora fria.  _________________________ __ Rimas: _______________________  __________________________  ______________ _________________ _____

2. Fernando Pessoa O poeta é um fingidor Finge tão c ompletamen ompletamente te Que chega a fingir que é dor  A dor que deveras deveras sente.  _________________________ __ Rimas: _______________________  __________________________  ______________ _________________ _____

3. Gonçalves Dias Esta noite – era a lua já morta  Anhangá me vedava vedava sonhar; Eis na horrível caverna, que habito, Rouca voz começou-me a chamar.

4. Construção (Chico Buarque)  Amou daquela vez como se fosse a última Beijou sua mulher como se fosse a última E cada filho seu como se fosse o único E atravessou a rua com seu passo tímido Subiu a construção como se fosse máquina Ergueu no patamar quatro paredes sólidas Tijolo com tijolo num desenho mágico  _________________________ __ Rimas: _______________________  __________________________  ______________ _________________ _____

5. Luís Vaz de Camões Mas um velho de aspecto venerando, Que ficava nas praias, entre a gente, Postos em nós os olhos, meneando Três vezes a cabeça, descontente,  A voz pesada um pouco alevantando alevantando Que nós no mar ouvimos claramente C’um saber só de experiências feito, Tais palavras tirou do esperto peito:  _________________________ __ Rimas: _______________________  __________________________  ______________ _________________ _____

6. Carlos Drummond de Andrade Com a chave na mão Quer abrir a porta, Não existe porta; Quer morrer no mar, Mas o mar secou; Quer ir para Minas, Minas não há mais, José, e agora.

9. Gonçalves Dias Já silva, já ruge do vento o pegão; Estorcem-se os leques dos verdes palmares,  Volteiam, rebramam, rebramam, doudejam doudejam nos ares,  Até que lascados baqueiam no chão. chão.  _________________________ _ Rimas: ________________________  _________________________  ___________ ____________________ ______

10. Alberto de Oliveira Estranho mimo aquele vaso! Vi-o, Casualmente, uma vez, de um perfumado Contador sobre o mármor luzidio, Entre um leque e o começo de um bordado.

 Amadurecimento?  Amadurecimento? Da lei, a aplicação? Riqueza, crescimento? Progresso da Nação?

12. Augusto dos Anjos  Vês! Ninguém assistiu assistiu ao formidável formidável Enterro de tua última quimera. Somente a Ingratidão – esta pantera – Foi tua c ompanheira inseparável! inseparável!  _________________________ _ Rimas: ________________________  _________________________  ___________ ________________ __

Gabarito Escansão: Contagem de sílabas poéticas. Possui duas regas: 1. Contam-se as sílabas até a última sílaba tônica do verso.

2. No encontro entre vogais pode ocorrer sinérese e diérese. Rimas: podem ser classificadas quanto à disposição, quanto à acentuação e quanto à classe gramatical. Exercício: faça a escansão de todos os poemas abaixo e classifique as rimas (de acordo com a disposição, acentuação e classe gramatical dos poemas 1, 2, 5, 7, 9, 10, 11 e 12

1. Gregório de Matos Discreta e formosíssima Maria Enquanto estamos vendo claramente Na vossa ardente vista o sol ardente E na rosada face a Aurora fria.

R: Versos decassílabos. Rimas: ABBA – opostas ou interpoladas.  A – rica e feminina. B – rica e feminina. 2. Fernando Pessoa O poeta é um fingidor Finge tão completamen completamente te Que chega a fingir que é dor  A dor que deveras deveras sente.

Esta noite – era a lua já morta  Anhangá me vedava vedava sonhar; Eis na horrível caverna, que habito, Rouca voz começou-me a chamar.

Um ferrageiro de Carmona, que me informava de um balcão:

6. Carlos Drummond de Andrade

“Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto…  _________________________ _ Rimas: ________________________  _________________________  ___________ ____________________ ______

 Amadurecimento?  Amadurecimento? Da lei, a aplicação? Riqueza, crescimento? Progresso da Nação?

8. João Cabral de Melo Neto

Mas um velho de aspecto venerando, Que ficava nas praias, entre a gente, Postos em nós os olhos, meneando Três vezes a cabeça, descontente,  A voz pesada um pouco alevantando Que nós no mar ouvimos claramente C’um saber só de experiências fe ito, Tais palavras tirou do esperto peito: R: Versos decassílabos – oitava rimas

11. Olavo Bilac

Rimas:_________________________  _______________________________  _________________________ ______

7. Sílvia Araújo Mota

 __________________________  ______________ _________________ _____

poéticas. Exdrúxulas 5. Luís Vaz de Camões

Com a chave na mão Quer abrir a porta, Não existe porta; Quer morrer no mar, Mas o mar secou; Quer ir para Minas, Minas não há mais, José, e agora.

R: Redondilha maior. Rima ABAB Cruzadas  A – pobre, masculina B – rica, feminina 3. Gonçalves Dias

 _________________________ __ Rimas: _______________________

Subiu a construção como se fosse máquina Ergueu no patamar quatro paredes sólidas Tijolo com tijolo num desenho mágico R: Versos alexandrinos – doze sílabas

 Versos: Eneassílabos.

4. Construção (Chico Buarque)  Amou daquela vez vez como se fosse a última Beijou sua mulher como se fosse a última E cada filho seu como se fosse o único E atravessou a rua com seu passo tímido

7. Sílvia Araújo Mota

R: Versos hexassílabos; Rima: ABAB – Cruzadas  A – pobre, feminina B – pobre, masculina 8. João Cabral de Melo Neto Um ferrageiro de Carmona, que me informava de um balcão:

“Aquilo? É de ferro fundido,

 foi a forma que que fez, não a mão. mão.  R: Octassílabos, Octassílabos, oito sílabas sílabas poéticas. 9. Gonçalves Dias Já silva, já ruge do vento o pegão; Estorcem-se os leques dos verdes palmares,  Volteiam, rebramam, rebramam, doudejam doudejam nos ares,  Até que lascados baqueiam baqueiam no chão.

R: Versos Hendecassílabos. Rima: ABBA – Opostas ou Interpoladas.  A – rica, masculina B – rica, feminina 10. Alberto de Oliveira

Estranho mimo aquele vaso! Vi-o, Casualmente, uma vez, de um perfumado Contador sobre o mármor luzidio, Entre um leque e o começo de um bordado.

R: Versos decassílabos Rimas ABAB – Cruzadas ou Alternadas  A – rima rara, feminina B – rima rica, feminina 11. Olavo Bilac “Ora (direis) ouvir estrelas! Certo Perdeste o senso!” E eu vos direi, no entanto, Que, para ouvi-Ias, muita vez desperto E abro as janelas, pálido de espanto… R: Versos decassílabos. ABAB –

Cruzadas  A – rima rica, feminina B – rima rara, feminina 12. Augusto dos Anjos

 Vês! Ninguém assistiu assistiu ao formidável formidável Enterro de tua última quimera. Somente a Ingratidão – esta pantera – Foi tua companheira inseparável! inseparável! R: Versos decassílabos. ABBA –

Opostas  A – rima pobre, feminina B – rima rica, feminina

A versificação consiste em possibilitar uma melhor compreensão de como se constrói um poema, dividindo em partes e detalhando cada uma delas, assim como está sendo feito no desenrolar deste trabalho. Entre muitas das regras que a versificação impõe, as principais citadas aqui são: os versos, estrofes, rima e encadeamento, esses também tem suas subdivisões que não cabe citá-las aqui, pois iria estender muito um assunto com pretensão resumida. Versificação

Versificação é a técnica e arte de fazer versos. Verso

É cada linha do poema; é uma palavra ou conjunto de palavras com unidade rítmica. Ex.: “Quem é esse viajante

Quem é esse menestrel Que espalha esperança E transforma sal em mel?”

(Milton Nascimento e Fernando Brant) Estrofe

Estrofes são agrupamentos de versos. Elas podem ser classificadas quanto ao número de versos. Monóstico – estrofe com um verso. Dístico – estrofe com dois versos. Terceto – estrofe co três versos. Quadra ou Quarteto  – estrofe com quatro versos. Quintilha  – estrofe com cinco versos. Sextilha – estrofe com seis versos. Septilha  – estrofe com sete versos. Oitava – estrofe com oito versos. Nona – estrofe com nove versos. Décima – estrofe com dez versos. Observação: Há certos tipos de poesia, como a balada e o rondó, que apresentam versos que se repetem no fim das estrofes. Esses versos são chamados de Refrão ou Estribo. Rima

Rima é a identidade ou semelhança de sons que ocorre no fim dosa versos, embora possa ocorrer também no meio do verso (rima interna). O que importa na rima é que haja coincidência de sons (total ou parcial) e não das letras que a formam. A rima acentua o ritmo melódico do texto poético. Há vários tipos de rima e para especificá-los no poema, convencionou-se usar as letras do alfabeto: os versos que estão ligados entre si pela rima recebem letras iguais. Verso Branco

Verso branco é o verso que não tem rima. “A menina tonta passa metade do dia

a namorar quem passa pela rua, que a outra metade fica pra namorar-se no espelho

A menina tonta tem olhos de retrós preto, cabelos de linha de bordar, e a boca é um pedaço de qualquer tecido vermelho.”

(Manuel de Fonseca) Encadeamento

Quando o verso não finaliza juntamente com um segmento sintático, ocorre o encadeamento ou Enjabement, que é a continuação do sentido de um verso no verso seguinte: “E entra a Saudade... Fiquei Como assombrado e sem voz!”

(Teixeira de Pascoaes) Os versos são classificados de acordo com o número de sílabas poéticas que possuem: Monossílabo – verso com uma sílaba poética. Dissílabo – verso com duas sílabas poéticas. Trissílabo – verso com três sílabas poéticas. Tetrassílabo – verso co quatro sílabas poéticas. Pentassílabo (ou redondilha maior)  – verso com cinco sílabas poéticas. Hexassílabo – verso com seis sílabas poéticas. Heptassílabo – verso com sete sílabas poéticas. Octossílabo – verso com oito s;ilabas poéticas. Eneassílabo – verso com nove sílabas poéticas. Decassólabo – verso com dez sílabas poéticas. Hendecassílabo – verso com onze sílabas poéticas. Dodecassílabo (ou alexandrino)  – verso com doze sílabas poéticas. Verso Bárbaro – verso com mais de doze sílabas poéticas. Metro

É a medida do verso. Metrificação é o estudo da medida dos versos, é a contagem das sílabas poéticas ou sílabas dos versos. As sílabas dos versos são sonoras e sua contagem é feita de maneira auditiva, diferente, portanto, da contagem estritamente gramatical que ocorre no texto em prosa. Na contagem das sílabas poéticas estão ligadas umas às outras mais intimamente, o que conforme ao texto o ritmo e a melodia próprios do verso. Se ocorrer na prosa essa ligação mais íntima entre as palavras, tem-se a prosa poética. Em função do ritmo, muitas vezes o poema reduz ou alonga as sílabas poéticas. Por isso, para se medir um verso e proceder à contagem das sílabas , é necessário contar até a ultima sílaba tônica do verso e observar os encontros vocálicos. Conclusão

Conclui-se que para se construir um poema, basta seguir cada etapa das explicações aqui esclarecidas. Cada item deve ser bem elaborado, reunindo todos em uma só porção. Podemos colocar tudo isso mais resumidamente dizendo que o autor que queira seguir as regras só precisará trabalhar por si próprio para conseguir uma forma de unir as palavras com coesão e transmitido um sentido lógico.

Versificação Verso – representa cada unidade construtiva rítmica de

seja, FORTE-fraco-fraco. Pá|gi|nas | cá|li|das; | pá|li|das | pá|gi|nas T A A T A A T A A T A A

uma poesia. Métrica – é a quantidade de sílabas poéticas. Escansão - é a contagem do número de sílabas poéticas.

Atenção: Brancos e Livres são os versos sem rima e

Importante: Contam-se as sílabas até a última tônica.

Rima

Es|tou | de | vol|ta | pro | meu | a|con|che| go - átona 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Sem|pre | quis | te | dar | ca|ri|nho e | pai| xão – tônica 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 (O fenômeno que se verifica na sílaba poética número oito chama-se elisão (sons vocálicos diferentes). A | col|cha a|ca|ba | de a|que|cer | nós | dois 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 Além da elisão na sílaba poética número seis, há crase (a mesma vogal) na número três.

A saber... O número de sílabas é determinante para sua classificação: Uma – Monossílabos; Duas – Dissílabos; Três – Trissílabos Quatro – Tetrassílabos Cinco – Pentassílabos ou redondilha menor (acentos na 2ª e 5ª) Seis – Hexassílabos (acentos na 2ª e 6ª sílabas) Sete – Heptassílabos ou redondilha maior (acentos na 3ª e 5ª) Oito – Octossílabos Nove – Eneassílabos ou jâmbicos (acentos na 3ª, 6ª e 9ª) Dez – Decassílabos = heróico (acentos na 6ª e 10ª) ou sáficos (acentos na 4ª, 8ª e 10ª) Onze – Hendecassílabos ou datílicos (acentos na 2ª, 5ª, 8ª e 11ª) Doze – Dodecassílabos ou alexandrinos (se os acentos forem na 6ª e 12ª) Mais de doze – Bárbaros

Repetição Antecanto – repetição do verso no início de cada estrofe. Bordão – repetição do verso no final de cada estrofe. Estribilho ou Refrão – repetição constante dos versos.

Quanto ao número de versos:

métrica respectivamente.

Identidade sonora, normalmente, no fim de cada verso. Quanto à combinação  Alternadas ou Cruzadas – ABAB

...casa ...forte ...brasa ...norte

Emparelhadas ou Paralelas – AABB

...vento ...lento ...ponho ...sonho

 Interpoladas ou Opostas – ABBA

...viso ...fraca ...maca ...riso

Continuadas – repetição da mesma rima ao longo do

poema.

Mistas – são as que não seguem esquematização regular. Quanto à acentuação tônica Oxítonas – agudas ou masculinas Paroxítonas – graves ou femininas Proparoxítonas – esdrúxulas Quanto à coincidência sonora Perfeita ou Soante – há correspondência completa de

sons: tento / vento – vele / sele.

 Imperfeita ou Toante – há correspondência parcial de

Monóstico – um verso Dístico – dois versos Terceto – três versos Quadra ou quarteto – quatro versos Quintilha – cinco versos Sextilha – seis versos Septilha – sete versos Oitava – oito versos Nona – nove versos Décima – dez versos

sons: âmbar /amar



até /ate.

Quanto à Morfologia Rica – classes gramaticais diferentes: contente / tente Pobre – a mesma classe gramatical: coração / união Preciosa – palavras quase sem rima: pauta / nauta Coroadas – As que ocorrem dentro de um mesmo verso.

Ex.: O triste existe em sofrimento lento. (Castro Alves)

Ritmo É o traço forte ou fraco que marca os intervalos numa versificação.

Estrofe – é o agrupamento de versos.

Binário

FORMAS FIXAS

Chama-se ascendente o ritmo melódico fraco-FORTE; O | ri|so | ven|ce o | pran|to A T A T A T A O binário descendente mostra uma relação FORTE-fraco. Tin|has | tan|to | me|do | va|go e | frou|xo T A T A T A T A T A À relação fraco-fraco-FORTE chamamos ascendente;  “Tu | cho|ras|te em | pre|sen|ça | da | mor|te” (G. Dias)

A

tercetos, normalmente composto por versos decassílabos e de conteúdo lírico; . Balada: poema formado por três oitavas e uma quadra; . Rondel: poema formado por duas quadras e uma

Ternário

A

. Soneto: poema formado por dois quartetos e dois

T

A

A

T

A

A

T

Temário descendente mostra uma relação inversa, ou

quintilha;

. Rondó: poema com estrofação uniforme de quadras; . Vilanela: poema formado por uma quadra e vários

tercetos.

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