EVANDRO DA NÓBREGA - O Legado Historiográfico de Celso Mariz

April 6, 2023 | Author: Anonymous | Category: N/A
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ELEGÂNCIA, CONCISÃO E OBJETIVIDADE NO LEGADO HISTORIOGRÁFICO DE CELSO MARIZ  por  Evandro  Evandro da Nóbrega [*]

À Guisa de Introdução — Visita Sentimental de Despedida — Sousa, Piancó, Taperoá Celso na Amazônia No Jornal O Norte — Norte  — oComo —  Um dos — “Jov “Jovens ens Turcos” — No—Impé Império rio Turco-Otoman Turco-Ot omano — ODeputado Jorn Jornal al   AEstadual Notícia —  Projeção dos “Jovens Turcos” — Na Revolução de 1930 — Ainda a Revolução de 1930  — Augusto dos Anjos — Na Segunda Década do Século XX — Os “Jovens Turcos” no Poder — Rompimento de Camilo — Nos Tempos da  Era Nova  — Outras Obras de Celso Mariz —  Atravez —  Atravez do Sertão —  —  Apanhados  Apanhados Históricos da Parahyba — Parahyba  — Nossa Evolução Econômica  Econômica  — — O Apóstolo Ibiapina — Grande Fortuna Crítica — Um Livro que Ganhou o Mundo — Carlos Dias Fernandes — Cidades —  Cidades e Homens —  Homens  —  Memória da  Assembléia Legislativa —  Legislativa —  Pilões,   Pilões, Antes e Depois do Termo —  Notícia   Notícia Histórica de Catolé do  —  Figuras  Rocha —   Rocha  Figuras e Fatos — Fatos — De Dorgival Terceiro Neto — Outros Trabalhos de Celso — Um Pequeno Texto de Celso

À Guisa de Introdução —  Além do natural contato por intermédio da leitura de seus variados e atraentes livros, tivemos a felicidade de conviver pessoalmente com o mestre Celso Mariz. Esse contato frequente devia-se a duas principais: a) o fatoque de por muitos anos havermos editado o jornal O Norte, Norte , um circunstâncias dos muitos órgãos da Imprensa abrigavam artigos do primeiro biógrafo do Padre Ibiapina; e b) o detalhe de, por 17 anos, haver o autor  destas linhas sido casado com uma de suas primas prediletas, a socióloga Bernadete Mariz, da UFPB, fazendo-nos ele periódicas visitas domiciliares. Educado, cortês, elegante, solicitamente afável, sempre disposto a ouvir, Celso conversava sobre tudo e sobre todos — embora mantivesse inalterada sua crença em que “visitas nunca devem durar muito”, a medo de “incomodar o casal em seus afazeres diários”. Dificilmente haveria visita mais agradável que a sua. Num terno claro, ou em tom pastel, sentava-se quase cerimoniosamente. E, depois de alguma observação fortuita sobre os acontecimentos da hora,  punha-se à nossa disposição para discorrer a respeito de qualquer tema histórico. Na conversa, Celso era de impressionante didatismo; para lê-lo, no entanto, é preciso que o leitor esteja pelo menos familiarizado com a História brasileira e a História paraibana de fins do Império a inícios da República Nova — porque o Autor nem sempre diz tudo com todas as letras: espera que conheça tudo o que está implícito em tal ou qual afirmação. Um só exemplo de sua linguagem superconcisa: se ele dissesse, por exemplo, “sob Saraiva”, era para Você saber que se tratava do Gabinete Liberal do Segundo Reinado (Dom Pedro II), que durou de 6 de maio de 1885 a 20 de aagosto gosto do mesmo ano, sob a presidência do conselheiro José Antônio Saraiva — e todos os acontecimentos desse período. Enfim, não tinha este meu defeito estilístico de esgotar a paciência do leitor “puxando” por todos os detalhes...   Num desses últimos encontros, revelou, conformado Visita Sentimental de Despedida —  Num com seus mais de 95 anos de idade, que acabara de fazer demorado passeio de despedida pelos sertões paraibanos — porque sentia chegar sua hora.  Não dispondo de espaço suficiente, nem de tempo para mais refletirmos, e tendo que atender  à premência do deadline para a inserção deste capítulo na presente coletânea, limitamo-nos a dar, aqui, as indicações essenciais para que outros pesquisadores e/ou historiadores possam aprofu apr ofunda ndarr con consid sidera eraçõe çõess mai maiss per pertine tinente ntess sob sobre re o obj objeto eto do art artigo igo a seg seguir uir:: o ins insign ignee historiador, político, administrador e intelectual paraibano Celso Marques Mariz. Sousa, Piancó, Taperoá —  Ele nasceu no município de Sousa (PB), mais exatamente no sítio Escadinha, em 17 de dezembro de 1885 e faleceu em João Pessoa, a 3 de novembro de 1982. Seus pais: o Dr. Manuel Maria Marques Mariz (um dos descendentes do célebre vigário de Sousa que foi igualmente antepassado de muita gente boa, inclusive dos ex-governadores

 

João Agripino Filho e Antônio Marques da Silva Mariz) e Dona Adelina de Aragão Mariz. Celso ficou órfão de pai aos três anos de idade. Quem o criou, felizmente, foi seu padrinho, o Dr. Félix Joaquim Daltro Cavalcanti, ao tempo juiz municipal de Piancó. Como o magistrados têm vida mais um menos itinerante, pelo menos no início da carreira, logo passou o Dr. Daltro a residir em Taperoá, levando o pequeno Celso Mariz, de quem era tutor. Em Tape Tapero roá, á, o me meni nino no inic inicio iouu se seus us estud estudos os com com na esco escola la do prof profes esso sorr Min Miner ervi vino no Cavalcanti. Mais tarde, já na capital paraibana, matriculou-se, como ouvinte, no Seminário Diocesano — e não mais parou de estudar e aprender. Tanto que, poucos anos depois, já se iniciava no Jornalismo, como redator do jornal O Comércio, Comércio, com Arthur Achilles, e como colaborador do jornal A jornal A União, União, órgão oficial do Governo do Estado.  No início do século XX, registrou-se aquele conhecido fenômeno de Celso na Amazônia —  No a Amazônia atrair, com suas promessas de riqueza, levas e levas de nordestinos em busca de melhores condições de vida. Também as descrições das belezas naturais amazônicas juntaramse a isto — e eis que o jovem Celso Mariz, com seus olhos de um azul cinza e claro, inteligentes, inquietos e penetrantes, como sempre foram, decide tentar a vida no Norte do país. Esteve demoradamente em Belém do Pará e em Manaus. Viu o que tinha que ver, aprendeu muito, mas, em 1907, retornou à Paraíba natal. No Jornal O Norte — Em 7 de maio de 1908, os irmãos Oscar e Órris Soares, seus amigos, fundam, na capital paraibana, o jornal O Norte, Norte, no qual imediatamente ingressaria Celso Mariz. Mais tarde, apenas por certo período, viria a ser gerente (diretor) deste matutino pessoense que,   bem mais tarde, já na década de 1950, passaria a integrar a imensa cadeia jornalística dos Diários e Emissoras Associados, de Assis Chateaubriand. Na condição de jornalista, Celso viajou por diversos municípios do Estado, tendo a oportunidade de colher dados que, mais tarde lhe serviriam de subsídios para reflexões. a elaboração dos seus livros. Estava sempre aprendendo, tomando anotações, fazendo suas Salário de jornalista, por aqui, quase inapelavelmente, tem que ser complementado por outro emprego. Assim é que o jovem mas compenetrado Celso Mariz tornou-se sucessivamente (e até simultaneamente) professor da rede pública de Ensino (com exercício em Catolé do Rocha, onde conheceu Dona Santina Henriques de Sá, com quem se casou), inspetor regional do Ensino, Ensin o, conse conselheiro lheiro municipal municipal em Taper Taperoá oá e, final finalmente, mente, diretor da Secre Secretaria taria da Assem Assembleia bleia Legislativa do Estado. Como Deputado Estadual —  Nestas últimas funções, trabalhou por 16 anos: de 1914 a 1930. Teve pleno acesso, então, a todos os documentos do acervo do Legislativo que pudessem servir como fontes de informações para artigos, livros etc. Em 1924, Celso já era deputado estadual (exerceu plenamente o mandato de quatro anos). Tornou-se ainda diretor do jornal  A União, União, cargo que sempre foi de grande destaque, por  implicar na proximidade com o Poder local.  Na Administração do Interventor e depois Governador Argemiro de Figueiredo, assumiu o cargo de secretário de Governo, que corresponde ao de secretário-chefe da Casa Civil. Um dos “Jovens Turcos” —  Em 1915, aproximando-se o final do Governo Antônio da Silva Pessoa (irmão do futuro Presidente da República Epitácio Pessoa, então ministro do Supremo Supr emo Tribunal Feder Federal), al), que se daria no ano segu seguinte, inte, isto é, em 1916, parte da mocid mocidade ade  paraibana reuniu-se em torno da continuidade de sua política à frente do Estado, que obtivera   bons resultados. O grupo político, mesmo integrando um Partido político determinado (de tendência nitidamente epitacista, em contraposição aos valfredistas), se autodenominou de “os  jovens turcos” — numa alusão aos Jön aos  Jön Türkler [= Türkler [= “Jovens Turcos”] do antigo Império TurcoOtomano e cercanias. Como no caso dos “xiitas” que surgiriam na Política brasileira de fins do século XX, sem nenhuma ligação político e/ou religiosa com o xiismo muçulmano, obviamente que os “jovens turcos” tabajarinos nada tinham a ver, nem de longe, com os princípios do Jovens Turcos do Oriente Médio, da Ásia Menor, do mundo turco-muçulmano da época — que seria justamente desmantelado pelos Jovens Turcos, sob a liderança de Kemal Atatürk, o “pai dos turcos”. Dizendo ndo suc sucinta intamen mente: te: os Jov Jovens ens Tur Turcos cos ori origin ginais ais No Imp Impéri érioo Tur Turcoco-Oto Otoman manoo —  Dize constituíam uma sociedade secreta revolucionária de oficiais que lutavam por reformas na Turquia. A eles se juntou Kemal Atatürk (1881-1938), que terminaria como estadista, fundador 

 

da República da Turquia e seu primeiro presidente — pois se destacou como um dos principais líderes da rebelião desses mesmos Jovens Turcos que, iniciando-se em 1908, com a derrubada de um sultanato, viria a culminar em 1923 com a independência total da Turquia, dentro de um regime republicano. O comp comple leto to desm desmon onte te do antig antigoo e durad duradou ouro ro Imp Impér ério io Turco Turco-O -Oto toma mano no re resu sulto ltouu no surgimento, com apoio das potências ocidentais (para o bem e/ou para o mal) de inúmeros novos países em todo o Oriente Médio — infelizmente com a maioria nascendo como mona mo narq rqui uias as coma comand ndad adas as por por influ influen entes tes famí família liass que que se dest destaca acava vam m numa numa am ambi biên ênci ciaa essencialmente tribal. Tirante os excessos revolucionários dos Jovens Turcos originais (bem como o nem sempre  benéfico resultado de tais excessos), era no exemplo desses Jovens Turcos que se inspiravam os também ardorosos “jovens turcos” dessa quadra da História paraibana — mas apenas no sentido de um grupo organizado para derrubar velhas estruturas políticas remanescentes do Império e que a República brasileira ainda não conseguira substituir por novas práticas. fundou  A Notícia, Notícia, jornal que representava o O Jornal  A Notícia —  Em 1915, Celso Mariz fundou A  pensamento dos "jovens turcos", grupo que, como se viu, pretendia firmar-se como vanguarda do epitacismo, combatendo outras facções que seguiam as ordens do chefe maior, Epitácio. O Governador Pessoa, doente, passara o Governo ao presidente da Assembleia Legislativa, Dr. Solon de Lucena. Parente e amigo de José Mariz — outra figura que logo mais despontaria no mundo político local, além de pai do futuro Senador da República e Governador da Paraíba Antônio Marques da Silva Mariz —, Celso Mariz fazia parte, mesmo antes de se eleger  deputado estadual, desses mesmos “jovens turcos”, sendo, por sinal, um de seus expoentes. Ao lado dele, e sob a liderança de Antônio Pessoa e, depois, de Solon de Lucena, formavam grandes deBezerra, sua mocidade, comoepitacistas. Álvaro deOCarvalho, João Suassuna, Demócrito Almeida amigos e Alcides entre outros objetivo principal dos “jovens turcos”de e,  portanto, do novel órgão de Imprensa, já se sabe, era dar continuidade à política do Governador  Antônio da Silva Pessoa e ao epitacismo. Projeção dos “Jovens Turcos” —  Todos eles — Celso Mariz, Álvaro Pereira de Carvalho, João Suassuna, Demócrito de Almeida e Alcides Bezerra, além do líder inicial do grupo, Antônio da Silva Pessoa — tiveram papel de destaque na vida política, administrativa e cultural da Paraíba desse tempo. Álvaro de Carvalho, por exemplo, sendo vice-presidente do Estado, assumiria o Governo no mesmo dia 26 de julho de 1930, data do assassínio do presidente João Pessoas, permanecendo no cargo até 4 de outubro do mesmo ano. Embora breve, seu período governamental teve que enfrentar grave agitação política: o povo  paraibano estava em pé de guerra por causa do magnicídio cometido pelo advogado João Duarte Dantas. Registravam-se revoltas diárias, depredações, perseguições políticas, incêndios de casas de perrepistas e tudo o mais. Na Revolução de 1930 —  Foi, aliás, no Governo de Álvaro Pereira de Carvalho que se mudou o nome da capital paraibana para João Pessoa, criando-se também a Bandeira do Négo. O assassínio do presidente estadual João Pessoa certamente não foi o motivo da Revolução de 1930 19 30,, lo logo go de depo pois is ocor ocorri rida da — ma mass re repr pres esen ento touu o esto estopi pim m a reac reacen ende derr os ar ardo dore ress revolucionários, não apenas na Paraíba, obviamente, mas em todo o país. A Revolução, então dada como perdida por seus próprios líderes (e que, ironia histórica, viase abominada por próprio João Pessoa!), reacendeu extraordinariamente os ânimos, ante o espetáculo cívico que era o lento cortejo, pelo país, apresentando o cadáver da vítima de uma intriga pessoal que, no fundo, também carregava seu conteúdo político. E a morte de João Pessoa nada teve a ver com a divulgação de cartas amorosas pessoais envolvendo João Duarte Dantas e outra vítima inocente de tudo isto, Anayde Beiriz. Teve a ver, sim,, com out sim outras ras mis missiv sivas as — aqu aquela elass env envolv olvend endoo cor corrup rupção ção pol polític ítica, a, div divulg ulgada adass em dia diass sucessivos pelo jornal A jornal  A União e fartamente já transcritas nos livros do historiador Wellington Aguiar, entre outros, sem que os “cabeças-feitas” prestem atenção... Ainda a Revolução de 1930 —  Álvaro de Carvalho, apoiado por Celso Mariz e demais compan com panhei heiros ros,, tev tevee que dei deixar xar o Gov Govern ernoo est estadu adual, al, jus justame tamente nte por cau causa sa da vitó vitória ria da Revolução de 1930. Também ironicamente, há dois itens que Celso Mariz (partidário, como José Mariz e muitos outros, da Revolução de 1930) não poderia deixar de levar em conta, na

 

objetividade peculiar de suas reflexões políticas e historiográficas: 1) o ex-presidente Epitácio Pessoa, que tão veementemente combatera os tenentistas, tornarse-ia seia dis discre creto to par partid tidário ário da Rev Revolu olução ção de 193 1930, 0, emb embora ora ren renunc uncian iando do à vid vidaa púb públic lica, a, até desistindo de concorrer à reeleição para a Corte Internacional de Haia e adivinhando logo depois a intenção de Vargas de se perpetuar no Poder; e 2) o presidente estadual João Pessoa — colocado no Governo da Paraíba por influência direta de seu tio Epitácio e que, no Superior Tribunal Militar, castigara exemplarmente esses mesmos tenentes conturbadores da Presidência do mesmíssimo tio! — acabaria por ser o pivô involuntário (até porque já morto) do movimento revolucionário que tão radicalmente sepultou a República Velha. Augusto dos Anjos —  Retornando mais de uma década, no tempo: em fins de 1919, Celso Mariz e Álvaro de Carvalho, admiradores do poeta falecido há cerca de cinco anos, pedem a Órris Soares que escreva o “Elogio “Elogio de Augus Augusto to dos Anjos Anjos”. ”. O ensai ensaio, o, concluído por Órris em dezembro do mesmo ano, na praia Formosa, seria publicado, pela Imprensa Official da Paraíba, abrindo a segunda edição (póstuma) do Eu do  Eu [sob o título Eu título Eu e outras poesias]. poesias ]. A primeira edição, apenas com o texto do Eu do  Eu,, fôra publicada no Rio de Janeiro pelo próprio Augusto dos Anjos (1884-1914), pouco tempo antes de sua morte, com apoio financeiro do irmão Odilon dos Anjos. Na Segunda Década do Século XX —  Em 28 de outubro de 1912, inicia-se o Governo do  presidente estadual João Pereira de Castro Pinto, homem culto, amigo da Cultura e, portanto, com boas relações nos meios intelectuais. Deu todo apoio, por exemplo, à publicação de obras de escritores paraibanos por intermédio da então Imprensa Official (depois A União Editora). Legou Leg ou-no -noss gr grand andee núm número ero de obras obras ben benemé emérit ritas as e dur durado adoura uras, s, nas áre áreas as do Ens Ensino ino,, da Agricultura, do Comércio, da Comunicação Socialque e atécontinuavam no que diz respeito à separação entre Igreja e Estado, um dos postulados republicanos a ser desrespeitados nos Estados. E a Paraíba, que nunca tivera biblioteca pública, passou a contar com uma, na capital. Castro Pinto permaneceria no cargo até 24 de julho de 1915, data em que renunciou à Presidência do Estado, bastante magoado com a incompreensão demonstrada pelos políticos das duas facções principais (valfredistas e epitacistas) ante a posição de magistrado, neutra, que assumiu, ao abrir-se o processo de sua própria sucessão como Governador. Por isso, transferiuse definitivamente para o Rio de Janeiro. Os “Jovens Turcos” no Poder —  Em 24 de julho de 1915, com a renúncia do presidente estadual Castro Pinto, encerra-se seu Governo à frente da Paraíba. Quem assume o posto é o  primeiro vice-presidente do Estado, Antônio da Silva Pessoa, irmão do futuro Presidente da República Epitácio Pessoa. Antônio Pessoa governará até 24 de julho de 1916. Fez Governo igualmente operoso, mas, adoecendo, transferiu o cargo de Governador ao presidente da Assembleia Legislativa, deputado Solon Barbosa de Lucena. Solon de Lucena, que governaria até 22 de outubro de 1916, como continuador da obra de Antônio Pessoa, elevou ao Poder os mais destacados “jovens turcos”, a exemplo de Celso Mariz. Logicamente, supunha-se que seria candidato à sua própria sucessão, com o apoio de Antô An tôni nioo Pess Pessoa oa e, port portan anto to,, de Epit Epitác ácio io Pess Pessoa oa.. Ma Mass a lóg lógic icaa da Polí Políti tica ca é outra outra e, estabelecendo-se um impasse, com o surgimento de novos interessados, coube mais uma vez a Epitácio dar seu veredicto, ouvidos os condestáveis do Partido. Para suceder Solon, desta forma, viu-se indicado o deputado federal e general-médico Francisco Camilo de Holanda — que, por  sinal, como homem muito preparado, com espírito reformador e modernizador, logrou realizar  ótima administração, a qual se estendeu de 22 de outubro de 1916 a igual data de 1920. Rompimento de Camilo — Mas, com o tempo, Camilo rompeu com os Pessoa da nova geração, da poderosa família de Umbuzeiro — e, portanto, não pôde fazer seu sucessor. Conciliador, e tendo sido escolhido Presidente da República, Epitácio Pessoa até propusera uma solução: Camilo de Holanda renunciaria ao cargo de Governador, indo ocupar a sua vaga do  próprio Epitácio no Senado da República, ao passo que a presidência estadual caberia ao então vice-presidente Antônio Massa. Cami Camilo lo de Ho Hola land ndaa não não acei aceito touu essa essa comp compos osiçã ição, o, perm perman anec eceu eu no Go Gove vern rno, o, não não se aprese apr esento ntouu com comoo pos postula tulante nte à ree reeleiç leição, ão, nem ind indico icouu can candid didato ato algu algum. m. Já Pr Presid esident entee da República, Epitácio reuniu-se, no Rio de Janeiro, com o outro Senador paraibano, Venâncio

 

 Neiva, e os dois indicaram Solon de Lucena para o Governo paraibano. Nos Tempos da  Era Nova  —  Assim é que, em 1920, os “jovens turcos” paraibanos —  grupo de que Celso Mariz era um dos mais ativos participantes — finalmente se viram no Poder, quando, em 28 de outubro de 1920, iniciou-se o Governo do presidente estadual Solon Barbosa de Lucena. Demócrito de Almeida foi escolhido para Chefe de Polícia (o equivalente, hoje, ao Secretário da Segurança Pública); Álvaro de Carvalho ficou como secretário-geral (secretário de Governo); a Inspetoria do Tesouro coube a João Suassuna; a Diretoria-Geral de Instrução (a Secretaria da Educação e Cultura da época) passou às mãos de Alcides Bezerra; Celso Mariz continuou na diretoria da Secretaria-Geral da Assembleia Legislativa. Com esse time, Solon fez ótima administração, mesmo porque Camilo de Holanda, supereficiente, deixara   boa soma de recursos em caixa. Solon nomeou Valfredo Guedes Pereira como Prefeito da capital paraibana. Como intelectual, Celso Mariz não podia deixar de apoiar Solon de Lucena, como também o faziam José Américo de Almeida, o historiador Coriolano de Medeiros, o jornalista Carlos Dias Fernandes, o cônego Pedro Anísio, o poeta Américo Falcão, os políticos Alcides Bezerra e Álvaro de Carvalho, entre muitos outros. Um filho de Solon, Severino de Lucena, chegou a fundar a revista Era revista  Era Nova, Nova, com a qual colaborou Celso Mariz. O governo de Solon terminaria em 28 de outubro de 1924. Outras Obras de Celso Mariz —  A seguir, em ordem o mais possível cronológica, as demais obras de Celso:  Atravez do Sertão —  Em 1910, pela Imprensa Official da Parahyba do Norte, Celso Mariz  publica o livro Através livro  Através do Sertão [ Atravez   Atravez do Sertão, Sertão, na velha ortografia], com 135 páginas. Exemplares desta obra, num ligeiro levantamento, acham-se em pelo menos quatro bibliotecas do Estrangeiro, numa delas em edição fac-similar. Foi com este livro que Celso ingressou no IHGP.   Apanhados Históricos da Parahyba  —  É de 1922 a primeira edição de outro livro seu,  publicado pela Imprensa Official do Estado, sob o título de Apanhados de  Apanhados históricos da Parahyba, Parahyba, com 331 páginas, afora as quatro de apresentação/introdução. Em 1980, viria a lume a segunda edição, com 201 páginas, pela Editora Universitária da UFPB. Nossa Evolução Econômica  —  Em 1939, Celso lança, pelas oficinas gráficas do jornal  A União,, seu mais novo livro,  Evolução econômica da Paraíba, União Paraíba, com 217 páginas. Cerca de 40 anos depois, em 1978, sai, ainda por A União Editora, mais uma edição deste seu livro sobre o evolver econômico do Estado, Estado, com 155 páginas. A ppartir artir do lançamento original, em 1939, já se contavam, em 1978, nada menos que seis edições ou reimpressões da obra, cujos exemplares chegaram a pelo menos 17 bibliotecas do Exterior. É obra muito apreciada pelos historiadores, a  partir mesmo da clareza de exposição, da fidedignidade dos dados e da justeza das observações do Autor. É verdade que muitos outros especialistas trataram do passado econômico da Paraíba, mas o livro de Celso prossegue impavidamente clássico.

O Apóstolo Ibiapina —  Em 1942, uma nova obra de Celso Mariz surpreende a todos: é  Ibiapina, um apóstolo do Nordeste, Nordeste, sobre o notável missionário José Antônio Pereira Ibiapina (1806-1883) — um ex-seminarista, advogado, magistrado, chefe de Polícia e, entre outras coisas, político e deputado que, tendo-se desencantado com a Política e a vida partidária, tornou-se religioso, começando então a palmilhar grande área da região nordestina para atender  aos necessitados. Em suas benéficas andanças, construiu escolas, hospitais, açudes, cemitérios e suas célebres Casas de Caridade, aonde não chegava o papel do Governo central em termos de Educação e assistência social. Adicionalmente, Ibiapina, nascido em Sobral (CE), era filho de um dos fuzilados (o humilde cidadão Francisco Miguel Pereira) por participação em 1825 da Confederaç Confe deração ão do Equad Equador, or, movimento em que um irmão seu foi preso e também assas assassinado sinado,, com toda probabilidade pelo mesmo motivo. Grande Fortuna Crítica —  O vigoroso livro de Celso sobre Ibiapina — cuja segunda edição viria a sair em 1980, pela Editora Universitária da UFPB — foi pioneiro neste campo de estudos. É bem verdade que, bem depois, surgiriam obras mais completas e atualizadas, mas esse estudo celsiano permanece essencial em qualquer abordagem que se faça em torno do “apóst “ap óstolo olo do Nor Nordes deste” te”,, o qua qual,l, par paraa man manter ter em fun funcio cionam nament entoo sua suass cas casas as de car carida idade, de,  percorreu a pé vastas partes do Brasil. As obras que complementam em grande estilo esse livro

 

de Celso Mariz são, entre outras, 1) Crônicas das Casas de Caridade fundadas pelo Padre Ibiapina, Ibiapina, em duas versões, editadas, ambas, pelo estudioso Eduardo Hoornaert: a) a primeira, de 1981, pelas Edições Loyola, São Paulo; e b) a segunda edição, pelo Museu do Ceará/Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, Fortaleza, no ano de 2006; 2)  Padre Ibiapina, peregrino da caridade, caridade, do Padre Francisco Sadoc de Araújo, em duas edições: a) pela Gráfica Tribuna do Ceará, em 1995; e pelas Edições Paulinas, São Paulo, 1996; 3) 3) A  A missão ibiapina, ibiapina, de Ernando Luiz Teixeira de Carvalho [Gráfica Editora Berthier, Passo Fundo, 2008], considerada a mais atualizada das edições em torno do Padre Ibiapina; 4)   Instruçõe Instruçõess espir espirituais ituais do Padr Padree Ibiapina Ibiapina,, pel peloo Pad Padre re Jos Joséé Com Combli blinn (or (org.) g.),, Edi Editor toraa Paulus/Edições Paulinas, São Paulo, 1984, 112 páginas - ISBN: 85-349-0353-0. No release da casa publicadora, lê-se que, no século XIX, o Padre Ibiapina “foi o mestre dos sertanejos do  Nordeste. ‘Padre e Mestre’ era o seu nome. Quando ainda não havia caminhos, nem cidades, nem organização social ou política no interior do Nordeste, Pe. Ibiapina foi capaz de transmitir  uma sabedoria simples, rude, exigente e adaptada às necessidades dessa população. Em muitos lugares do Nordeste ainda se conservam fervorosamente práticas e devoções apregoadas há mais de cem anos pelo grande missionário. Este livro traz algumas das suas instruções tais como foram escritas, sem formalismos literários, por algumas das beatas das Casas de Caridade fundadas pelo missionário. Poderão parecer ingênuas para a mentalidade dos ‘letrados’ do fim do século XX. Mas estão em consonância com a condição da população rural do interior do  país.”; 5)   Padre Ibiapina, Ibiapina, de Lúcia Gaspar, pesquisa escolar  on line para a Fundação Joaquim  Nabuco, Recife (PE), disponível no URL http://basilio.fundaj.gov.br; eha, fé, no ação missionária do Padre nas dea Cra6) Crato to Caridade e Bar Barbal balha de Cariri aut autori oriaaCearense: da ent então ãoAgra gradua duanda nda em His Histór tória ia Sar SaraaIbiapina Cav Cavalca alcante nte Vilas Mor Moreir eira (Unive (Un iversi rsidad dadee Reg Region ional al do Car Cariri iri)) e bol bolsis sista ta de Inicia Iniciação ção Cie Cientí ntífic ficaa PIB PIBIC/ IC/URC URCA, A, com or orien ienta tação ção do doce docent ntee Oc Océl élio io Te Teixe ixeir iraa de Souz Souzaa (P (Pro rofe fess ssor or Me Mest stre re e pesq pesqui uisa sado dorr da Universidade Regional do Cariri e Orientador do Programa PIBIC/URCA); 7) Silêncio e penitência nas Casas de Caridade: O papel educador do Padre Ibiapina, Ibiapina , de Danielle Ventura Bandeira de Lima (então graduada em História pela Universidade Federal da Paraíba e Bolsista CAPES pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências das Religiões –  PPGCR da Universidade Federal da Paraíba – UFPB) e Carlos André Macedo Cavalcanti (do Programa de Pós Graduação em Ciências das Religiões, da UFPB); 8) 8) Padre  Padre Ibiapina, Ibiapina , do Padre José Comblin, Edições Paulinas, São Paulo, 1993; 9) “O mestre escola e a professora”, de Heloísa de O. Villella, in 500 anos de escola no  Brasil , de Elina Marta Lopes (org.) et alii, alii, Editora Autêntica, São Paulo, 2003; 10) Apóstolo 10)  Apóstolo do Nordeste, Nordeste , de J. Lindumberg Aquino, segunda edição, Crato, Ceará, 1970; 11) “Padre Ibiapina, gênio missionário do Nordeste, in jornal O Povo, Povo, edição de 17 de junho de 1977; 12) A pedagogia feminina das Casas de Caridade do Padre Ibiapina, de Maria das Graças de Loiola Madeira, Edições da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2008; 13) “Pe. Ibiapina: Figura matricial do Catolicismo sertanejo no Nordeste do século XIX”, de Eduardo Diatahy Bezerra de Menezes, na Revista na Revista do Instituto do Ceará, Ceará , 1998; 14)  Filhas e Irmãs do Padre Ibiapina: Educação e devoção na Paraíba (1860-1883), (1860-1883), dissertação de Mestrado de Maria Célia Marinho do Nascimento, da UFPB, João Pessoa, 2009; 15) Profetas 15)  Profetas do Nordeste, Nordeste , de Gutemberg Costa [Editora Clima, Natal, 1994]; 16)  Padre-Mestre Ibiapina e a Casa de Caridade de Triumpho, PE  [Gráfica Folha do Interior, Santa Cruz da Baixa Verde, 2004; 17) O missionário Padre Ibiapina, Ibiapina, de Antôn Antônio io Vicelmo [s/d, disponí disponível vel na Intern Internet] et] etc etc etc. Um Livro que Ganhou o Mundo —  Relembre-se que a edição original, ilustrada, deste livro, saíra em 1942, pela União Editora. A segunda edição, fac-similar, veio à luz pela Editora Univer Uni versit sitári áriaa da UFP UFPB, B, com 324 pág página inas. s. Tro Trouxe uxe dua duass cap capas: as: a origin original, al, par paraa man manter ter a autenticidade da obra, mas também uma capa propriamente dita, de design mais moderno, segundo exigência do Conselho Estadual de Cultura, que se decidiu pela publicação do reprint ,

 

autorizando-o. Este livro de Celso Mariz sobre Ibiapina encontra-se, por seus méritos próprios e também  por abordar a vida de conhecido religioso brasileiro, em pelo menos... 110 bibliotecas através do Mundo, a partir mesmo da Biblioteca do Congresso americano e da Smithsonian Institution, dois dos maiores acervos bibliográficos do Mundo, ao lado da Biblioteca do Museu de L’Hermitage, na Rússia. Em 1997, por sinal, já haviam sido publicadas, desde 1942, ano do lançamento original, nada menos que oito edições desta obra celsiana. Carloss Dias Carlo Ca rloss Dia Diass Fer Fernan nandes des —  É de 1943 outro trabalho de Celso Mariz: Carlo  Fernandes irrequieto [A União Editora, páginas].escritor Nela, aborda em vigoroso resumo aCarlos vida eAugusto obra do  polêmico, e boêmio33jornalista, e agitador político/cultural Furtad Fur tadoo de Men Mendon donça ça Dias Fer Fernan nandes des (18 (1874 74-19 -1942) 42),, que que,, nas nascido cido em Mam Mamang anguap uape, e, ter teria ia atuação em várias partes do país, especialmente no Rio de Janeiro — onde, entre outras obras de relevo, saiu, dele, em 1919, pela gráfica do  Jornal do Brasil , o livro de crítica social Políticos social  Políticos do  Norte, III: Epitácio Pessoa, Pessoa, com 306 páginas.  Na então Capital da República, Carlos fez-se amigo do escritor, jornalista e  factótum alagoano Elysio de Carvalho (1880-1925). Não é de todo improvável que Elysio — cuja intrigante trajetória iniciou-se com o anarquismo, tendo sido inspirador de José Oiticica. e tendeu depois para o integrismo europeu de extração fascista e até para o integralismo tupiniquim — tenha criado sua revista  América  Brasileira pensando  Brasileira  pensando não em se colocar a serviço, mas como uma possibilidade de ampliar sua influência social sob o Governo de Epitácio Pessoa (1919-1922). Afinal, tratava-se Epitácio (não obstante principal responsável pela edição da chamada “Lei contra o Anarquismo”, no pré-Comunismo brasileiro) de respeitado jurista, civilista e constitucionalista com ideias avançadas em comparação com o militarismo então reinante. Carlos, pordela. seu Basta turno,dizer era que um passou dos mais ativos propagandistas da oligarquia Paraíba e fora nada menos que 10 anos como diretor do dos jornalPessoa, oficial na  A União.. No Rio de Jan União Janeir eiro, o, o jorna jornalis lista ta mam maman angu guape apense nse fund fundou ou duas revis revistas: tas:   Rosa Cruz e Meridional  (de 1899), ao lado do próprio Elysio, Maurício Jobim, Tibúrcio de Freitas e Saturnino Saturni no M Meirell eirelles. es. O contido humor com que Celso dis discorre corre sobre Car Carlos los Dias Fernandes dá bem a medida de sua admiração por seu biografado. Mesmo antes de se tornar regional e nacionalmente conhecido, Carlos Dias Fernandes conviveu com Elysio de Carvalho, à época em que residia no Rio de Janeiro. Aliás, nesse   período, atuou em diversos periódicos, tais como   Jornal do Comércio, Comércio,  Imprensa  Imprensa,, de Rui Barbosa, a Gazeta da Tarde, Tarde, de Gastão Bousquet, Bousquet, A  A cidade do Rio, Rio, de José do Patrocínio etc. Testemunhas privilegiadas dos tempos do Presidente Epitácio, embora bem diferentes em  personalidade e temperamento, Carlos e Elysio tinham em comum o espírito crítico, inovador e sempre em busca das contestações trazidas pelas diversas teorias estéticas que pululavam à época. Cidades e Homens — De 1945 é mais uma obra de Celso Mariz, saída por A União Editora, sob o título de Cidades e homens, homens, com 285 páginas ilustradas. A segunda edição viria a lume  pela Editora Grafset, de José e Vladimir Neiva, em colaboração com o Governo do Estado, com 110 páginas ilustradas, sem perda de conteúdo, porém. Exemplares de edições deste livro se encontram em pelo menos cinco bibliotecas internacionais, inclusive em microfilme.  Memória da Assembléia Legislativa  — Em 1946, Celso publica, em forma de brochura, sua conferência sobre Areia sobre  Areia e a Rebelião de 1848 [Departamento de Publicidade de A de  A União, União, João Pessoa, 16 páginas], além do livro Memória da Assembleia Legislativa [da Paraíba], com 102  páginas,  págin as, pelo Depar Departamento tamento de Publ Publicidad icidadee do Governo estadual. Esta obra de Celso Mariz, a Memória da Assembleia, Assembleia, seria bem depois ampliada e atualizada por outro notável historiador   paraibano, Deusdedit Leitão, sertanejo como ele, seu amigo e admirador de longa data. A contribuição celsiana, já com o toque de outro mestre, Deusdedit, sairia em João Pessoa, no ano de 1987, com 193 páginas, sob os auspícios do Poder Legislativo paraibano, que então comemo com emorav ravaa seu ses sesqui quicen centen tenári árioo de ins instal talaçã ação. o. Exe Exempl mplare aress da obr obraa origin original al pod podem em ser  encontradas em pelo menos três bibliotecas internacionais, conforme pesquisa informal.  Pilões, Antes e Depois do Termo —  Em 1948, Celso Mariz publica, pelo Departamento de Publicidade do Estado da Paraíba, com 47 páginas ilustradas, o livro  Pilões, antes e depois do Termo [na velha ortografia, Piloens, ortografia,  Piloens, antes e depois do têrmo]. têrmo]. No mesmo ano, aparentemente

 

sai a segunda edição dessa mesma obra, pois exemplares dela podem ser encontrados, com tal indicação, em pelo menos duas bibliotecas de países estrangeiros. A referência a uma segunda edição pode ser que provenha de uma confusão entre esse título e o título de outro trabalho de Celso, Restauração Celso,  Restauração do município e criação da Comarca de Pilões, Pilões, publicado também em João Pessoa, pela Imprensa Oficial do Estado, em 1954, com 210 páginas ilustradas.  Notícia  Notíc ia Histórica Histórica de Catolé Catolé do Rocha  — A 7 de setembro de 1955, Celso pronunciou no IHGP uma conferência, comemorativa do cinquentenário da instituição, sobre a evolução cultur cul tural al da Pa Paraíb raíba, a, dep depois ois publi publicad cadaa no vol volume ume 13 da   Revista do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano (1958). anotolé de assinala a la publicação novo trabalho Celso Ma Mari riz: z: a   N Not otíc ícia ia hi hist stór óric icaa Já de o Ca Cato lé 1956 do Roch Ro chaa, pela pe Edito Editora ra deCo Come merci rcial al,, na de Co Coleç leção ão Mossoroense, de Mossoró (RN), com 50 páginas. A segunda edição saiu em 1980, na mesma Coleção. Figur Fig uras as e Fatos Fatos  —   No ano de 1976, aos 91 anos de idade, Celso Mariz surpreende novame nov amente nte os par paraib aibano anoss ao lan lançar çar,, por A Uni União ão Edi Editor tora, a, um livro livro del delicio icioso so,, ele elegan gante, te, informativo, de 223 páginas, sob o título de Figuras de  Figuras e fatos. fatos. Nele são reunidos artigos antigos e novos, alguns dos quais esparsos em diferentes publicações. Um dos encantos do livro é que abrange diferentes períodos de sua atuação, sempre naquele estilo sóbrio, elegante, conciso. Traça o retrato de alguns paraibanos que se notabilizaram e com os quais conviveu, de um modo ou outro. É livro que se acha em pelo menos três bibliotecas internacionais, para não falar das  brasileiras. De Dorgival Terceiro Neto —  Em 1999, sairia mais um trabalho do ex-governador, escritor  e acadêmico Dorgival Terceiro Neto, intitulado Celso Mariz: Uma legenda entre os melhores escritores paraibanos. paraibanos. Constitui o volume 10 da Coleção “Historiadores Paraibanos”, do IHGP, a queeditora também pertenceEmpório o autor da Uma edição de Celso Mariz, Mariz, de Dorgival, foi publicada  pela pessoense dosobra. Livros. Sebastião Nery, num dos livros da série Folclore série  Folclore político, político, conta que, certa vez, Argemiro de Figueiredo foi com Celso Mariz, seu secretário de Governo e amigo, ao presidente Vargas, no Palácio do Catete. Iam dizer como andava a Política na Paraíba e tentar reunir apoios para resistir a Epitacinho, filho de João Pessoa, que tentava derrubar Argemiro. Ao final fi nal da conversa, Vargas convidou Argemiro para almoçar. Celso, então, lembrou a Argemiro um compromisso:  já havia marcado um almoço com com... Frutuoso Dantas. Argemiro pôs-se a pensar, indeciso... Então, Getúlio levantou-se e estendeu a mão a Argemiro, dizendo: “Está bem, Governador, outro dia almoçaremos”. Não houve outro dia: na mesma tarde, Argemiro foi demitido... a  plaquette de 12 páginas Outros Trabalhos de Celso — Em 1953, saía, também de Celso, a plaquette intitulada  Adroaldo Guedes Alcoforado: Homenagem a um pioneiro do agave [Tipografia Chaves, João Pessoa]. De Celso é também a  plaquette com o título de Título de Benemerência, Benemerência, sem data, pela A União Companhia Editora, com 22 páginas. Cels Celsoo er eraa me memb mbro ro efet efetiv ivoo (e Pa Patr tron onoo da Cade Cadeir iraa nº nº.. 44, 44, cujo cujo at atua uall ocup ocupan ante te é o desembarga desem bargador dor e histo historiado riadorr Marco Marcoss Cavalc Cavalcanti anti de Albuqu Albuquerque erque)) do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, do qual chegou a ser presidente entre 1944 e 1946 (ingressara no IHGP em 18 de junho de 1910). Integrou, também, o Conselho Estadual de Cultura e foi um dos 10 fundadores da Academia Paraibana de Letras, em 1941. Dá nome a escolas municipais e estaduais, inclusive polivalentes, na Capital e no Interior da Paraíba. Homenagens mais que merecidas a quem tanto fez em defesa de nossa Cultura. Um Pequeno Texto de Celso — Em seus textos historiográficos, Celso Mariz, informa, por  exemplo, sobre o atual município de Teixeira (PB), que “o povoamento do Teixeira, como do Sertão paraibano, se deu como conseqüência do projeto de ocupação do Governo Geral [do Brasil] para o Interior da Paraíba, após a expulsão dos holandeses. O Governador Geral incentivara os baianos para o referido projeto de ocupação; daí um bom número de bandeirantes da Bahia sobem pelo [rio] Pajeú em demanda de terras não ocupadas. A Serra do Teixeira já vinha sendo atingida pelos grileiros da Casa da Torre, que subiam o mesmo Pajeú. Destaca Coriolano de Madeiros, com a sua autoridade de historiador [que] o principal fundador do  povoado foi Manuel Lopes Romeu, ou Romeira, proprietário em Natuba, o qual se passou com a família a Sabugy [Sabuji], em meado do século XVIII. Homem dado a caçadas, foi a serra em apreço onde encontrou o manancial hoje conhecido pelo nome Cacimba de Baixo, ao pé da

 

atual cidade. Sombreava a fonte, altaneiro e anoso angico, no qual zumbiam três colméias de umaa espé um espéci ciee de abel abelha hass deno denomin minad adas as Canu Canudo dos, s, dand dandoo o caça caçado dorr ao loca locall a expr expres essi siva va denominação Olho-d’Água dos Canudos, depois abreviado em Canudos. Conservou a tradição que, tendo Romeu se demorado na excursão, sua mulher Verônica Lins, tomada de receios, com uma filha e várias serviçais demandaram a serra, abrindo uma vereda que atingiu o platô. Dormiram a meia encosta. Alta noite, apareceu uma onça [...] morta a golpes de facão pelas duass mul dua mulher heres. es. A tri trilha lha tra transf nsform ormou ou-se -se numa numa est estrad rada, a, aind aindaa hoj hojee con conhec hecida ida pel pelaa ant antiga iga denominação Ladeira da Onça. Encontrando-se com o marido, manifestou-lhe este desejo para ali secaminho transportar família e logo o fez,se começando a situar-se. Notandoa que um por com ondea mais rápido o local comunicasse com o Sertão, NE,precisava foi aindadea mulher, auxiliada pela filha, quem imaginou o traçado e o executou, conservando até os nossos dias a denominação de Estrada da Verônica. Esta via, vingando socalcos, vencendo asperezas, calcando a serra até alcançar os campos sertanejos, perpetuou uma vocação raríssima entre as mulheres. Manuel Lopes e seu irmão João Leitão compraram a sesmaria e iniciaram a povoação de Canudos, nome que não pôde sobrepujar ao da Serra do Teixeira, finalmente fi nalmente Teixeira.”  _____________________  [*]  E VANDRO VANDRO   DA N ÓBREGA ÓBREGA [[email protected] e http://druzz.blogspot.com] é escritor,  jornalista, historiador e editor; integra o IHGP; trabalhou por 42 anos no jornal O Norte, Norte, por 39 anos na UFPB (cuja Sala de Imprensa fundou) e desde 1965 no Tribunal de Justiça da Paraíba (onde criou a Assessoria de Comunicação); é Assessor da Presidência do Tribunal, editor do informativo  Judiciarius  Judiciarius,, membro da Comissão dos 120 Anos do TJPB e editor do Memorial Virtual do Judiciário Paraibano. Tem grande número de livros e outros trabalhos publicados.

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