1
2
3
ESPÉC ESP ÉCIES IES VEGE VEGETTAI AISS
DO CERRADO materiais para produção artesanal
Nadja Maria Mour Mourão ão
4
UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS
CENTRO DE ESTUDOS EM DESIGN & TECNOLOGIA
Reitor
Coordenadora
Dijon Moraes Júnior
Rita de Castro Engler
Vice Reitora
Vice Coordenadora
Santuza Abras
Sebastiana Luiza Bragança Lana
Chefe de Gabinete
Eduardo Andrade Santa Cecília
PESQUISA
Pró-Reitor de Planejamento, Gestão e Finanças
Sustentabilidade Na Produção Sustentabilidade Artesanal com Resíduos Vegetais: Uma prática do Design Sistêmico no Cerrado Mineiro
Giovânio Aguiar Pró-Reitora de Pesquisa e Pós-Graduação
Terezinha Abreu Gontijo Pró-Reitora de Ensino
Renata Nunes Vasconcelos Pró-Reitora de Extensão
Vânia Aparecida Costa
Autora
Nadja Maria Mourão Orientadoras
Lia Krucken Rita de Castro Engler Coordenação
ESCOLA DE DESIGN
Rita de Castro Engler
Diretora
Equipe da Pesquisa
Jacqueline Ávila Ribeiro Ribeiro Motta Vice Diretora
Simone Maria Brandão Marques de Abreu Coordenadora de Extensão
Giselle Hissa Safar Coordenador de Pesquisa
Edson José Carpintero Rezende
Nadja Maria Mourão Lidja Mourão Lataro Hoehne Haendel Mourão Lataro Hohene Michelle Hellene Machado de Souza Orlando Nunes Maria de Jesus Gomes Ribeiro
5
FICHA TÉCNICA CATÁLOGO Projeto Gráco Raquel Canaan Produção Editorial
Daniela Menezes Martins Raquel Canaan Fotograa Igor Zaidan Nadja Maria Mourão Lidja Mourão Lataro Hoehne Haendel Mourão Lataro Hohene Equipe de Apoio
Antonionne Franco Leone Ribeiro Daniela Menezes Martins Raquel Canaan
CONTATOS CEDTec – Centro de Estudos em Design e Tecnologia Escola de Design- UEMG Belo Horizonte – MG - Brasil
[email protected] (31) 3439.6506
6
AGRADECIMENTOS
Agradecemos à todos os parceiros, em especial à Prefeitura de Chapada Gaúcha, EMATER, IEF, FCMbio, ISPN, UEMG/PPGD, CEDTec, UFMG, CETEC, FM Tecnologia, Instituto Rosa Sertão, Associação de Artesãos e Bordadeiras de Serra das Araras, Associação de Moradores de Ribeirão do Areia, Associação de Moradores de Buraquinhos e à Equipe da Pesquisa. A pesquisa que originou esta proposta foi nanciada pelo ISPN - Instituto Sociedade População, Natureza, com recursos da União Europeia – Projeto “FLORELOS: Elos Ecossociais entre as Florestas Brasileiras”, com apoio nanceiro da União Europeia. A produção deste trabalho é parte do Programa Comunidades Criativas das Geraes – Edital ProExt 2010. Este documento é de responsabilidade do autor não podendo, em caso algum, considerar-se que reete a posição de seus doadores. Fomento: ProExt 2010 MEC/SESu
7
SUMÁRIO
Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 07 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 09
17. Orelha de Macaco . . . . . . . . . . . 29
1. Buriti . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10 2. Fava d’Anta . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
19. Pau Ferro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
3. Jatobá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14 4. Açoita Cavalo . . . . . . . . . . . . . . . . 16
21. Pau Santo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
5. Bate Caixa . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17 6. Bolsa de Pastor . . . . . . . . . . . . . . 18
23. Pau Terra da Flor Muidinha . . 35
7. Caixeta . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19 8. Caroba . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
25. Pereiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
9. Carobinha . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21 10. Caviúna do Cerrado . . . . . . . . . 22
27. Saboneteira . . . . . . . . . . . . . . . . 39
11. Chapéu de Napoleão . . . . . . . . 23 12. Chichá . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
29. Sucupira do Campo . . . . . . . . . . 41
13. Falso Pau Brasil . . . . . . . . . . . . . 25 14. Guatambu . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Boas Práticas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
15. Jacarandá . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27 16. Jequitibá . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
Lista de Imagens . . . . . . . . . . . . . . . . 47
18. Cinzeiro . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 20. Pau Mata Cachorro . . . . . . . . . . 32 22. Pau Terra do Campo . . . . . . . . . 34 24. Pente de Macaco . . . . . . . . . . . . 36 26. Pimenta de Macaco . . . . . . . . . . 38 28. Sapucaia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 30. Tingui . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42 Referência Bibliográca . . . . . . . . 46
8
9
PREFÁCIO
por Rita Engler Quando fui convidada para escrever o prefácio deste catálogo me senti honrada e feliz. Honrada porque tenho muito orgulho de fazer parte deste trabalho desde seu início, quando Nadja iniciou suas pesquisas no cerrado, conversamos muito sobre este projeto. Sempre incentivei e reconheci a importância e originalidade desta pesquisa desenvolvida pela então aluna do nosso programa de mestrado na UEMG.
Todos nós sabemos que o meio ambiente tem recursos limitados e que o equilíbrio está longe de ser mantido. Esta cultura baseada no consumo onde buscamos sempre mais, onde desejamos o próximo e ainda melhor produto, parece que ainda vai perdurar... A solução está em buscar produzir de forma sustentável, satisfazendo os desejos da sociedade ávida por novos produtos sem prejudicar o meio ambiente. Foi dentro desta ótica que foram desenvolvidas as ocinas realizadas em Chapada Gaúcha. O objetivo era criar novos produtos, melhorar a qualidade e atender a uma demanda crescente de forma sustentável. Para atingir estes ambiciosos objetivos a matéria prima principal foi coletada na natureza sem prejudicála, os resíduos vegetais, como o próprio nome já diz são partes de planta considerados residuais e de pouca valia para o meio ambiente. Estas plantas são conhecidas da população, porém estavam subutilizadas. Com sua aplicação em peças artesanais estes resíduos ganham nova vida, nova função e passam a fazer parte da cadeia produtiva, tornando-se matéria prima capaz de produzir peças artesanais de qualidade, muito apreciadas pelos turistas que visitam a região. As belas paisagens e a existência dos parques tem alavancado a indústria do turismo e é importante que se invista na formação da população sobre a necessidade do crescimento sustentável de foram a proteger o patrimônio natural da região. A utilização dos resíduos vegetais no artesanato permite o aumento da renda da população e a divulgação de suas características e tradições, trazendo mais turistas, melhorando e enriquecendo a região de forma sustentável. Este catálogo apresenta alguns exemplos de resíduos vegetais encontrados em abundância no cerrado brasileiro e sugere diferentes formas de utilização sem prejuízo para o meio-ambiente. Com certeza muitos poderão usufruir do seu conteúdo, boa leitura!
10
11
INTRODUÇÃO
Este catálogo registra algumas espécies vegetais do Cerrado Mineiro compatíveis à produção artesanal. Foi elaborada a partir dos dados da pesquisa para o Mestrado em Design, Inovação e Sustentabilidade/UEMG, titulada: “SUSTENTABILIDADE NA PRODUÇÃO ARTESANAL COM RESÍDUOS VEGETAIS: UMA PRÁTICA DO DESIGN SISTÊMICO NO CERRO MINEIRO”. Entre os objetivos da pesquisa foram investigados quais os resíduos vegetais, do bioma existente no município de Chapada Gaúcha – Minas Gerais, que podem ou são utilizados para a produção artesanal. São apresentadas 30 espécies vegetais do Cerrado Mineiro que fornecem matéria prima para o artesanato no Vale do Urucuia, entre as 55 cadastradas pelo nome popular, nos percursos da pesquisa, trajeto entre os municípios de Bonnópolis de Minas, Pintópolis e Chapada Gaúcha. Algumas espécies foram encontradas próximo à estrada, outras nas comunidades visitadas e na Reserva do Acari. As comunidades locais conhecem as plantas pelas características, valor nutricional ou como medicamento. As informações foram fornecidas pela população local, conrmadas por pesquisas na região e prossionais de instituições governamentais. Através deste catálogo, busca-se um novo modo de enfrentar o desao da inovação: ver o mundo produtivo de maneira sistêmica, distanciando do foco exclusivo do produto ou do seu ciclo de vida, estendendo atenção à cadeia produtiva completa e considerando a problemática inerente dos descartes de trabalho e a própria escassez de matéria prima. Considerando a natureza cíclica dos processos, é oportuno citar o princípio exposto por Lavoisier: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Novos padrões estão sendo estabelecidos, em que os resíduos podem e devem contribuir com o ciclo de vida, através da Economia Criativa.
12
1. BURITI
Mauritia flexuosa, Arecaceae Coqueiro buriti, Buritizeiro, miriti, muriti, muritim, muruti, palmeira dos brejos, carandá guaçu, carandaí guaçu
Caixas de talos de buriti, confeccionadas pela associação de bordadeiras de Serra das Araras.
Está presente em diversos biomas brasileiro, muito comum nas veredas. Seu fruto é uma fonte de alimento excepcional. Rico em vitaminas, cálcio, ferro e proteínas. Serve para doces, geleias, licores, sucos e para alimentação de animais Seu aroma e qualidades que são aproveitadas para diversos produtos de beleza (cremes, xampus, ltro solar, sabonetes, etc.). As folhas são usadas no artesanato para confecção de bolsas, tapetes, peças decorativas, brinquedos, bijuterias, redes, cobertura de tetos e cordas. Os talos das folhas ou “braços” servem para a fabricação de móveis e outros objetos utilitários. Os móveis confeccionados com Buritis são leves e resistentes. As folhas jovens também produzem uma bra muito na, conhecida como “seda” do Buriti, usadas na fabricação de peças mais delicadas. Além da riqueza do seu fruto e de toda palmeira para diversos setores. Os buritis são importantes para manutenção da água em olhos d’ água natural.
13
Frutos
Alto valor nutritivo, óleo para uso medicinal, cosmético e como amaciante de couros.
Folhas e Fibras
Cestos, balaios, redes, bolsas, esteiras, biojoias, divisórias e revestimentos.
Caule
Palmito, móveis, adornos, vinhos, licores, extrato para protetor solar.
Raiz
Mantêm as águas do ecossistema, extrato para remédios e produção artesanal.
14
2. FAVA D`ANTA
Dimorphandra mollis Benth Favela, faveira, falso barbatimão, cinzeiro, farinheiro.
Quadro confeccionado com resíduos vegetais da Fava D’anta.
Planta de origem brasileira, encontrada no Cerrado, entre Minas e Goiás. Árvore pequena e mediana de porte tortuoso, pode atingir entre 8 e 14 m de altura. Flores são pequenas de cor creme amarelada, em espigas. O fruto é um legume achatado, de cor variando de marrom escuro a quase negro. O interesse comercial na fava d’anta se concentra nos compostos medicinais presentes em seus frutos. A rutina é extraída da fava d’ anta, que possui alto teor da substância. A rutina é uma substância química que atua no processo de envelhecimento, melhora a circulação sanguínea e alivia as dores de varizes e hemorroidas por meio de mecanismos ainda desconhecidos. Possui propriedades vasoprotetoras, atuando sobre a resistência e permeabilidade capilar semelhantemente à vitamina P. Além da rutina, a madeira da fava d’anta é empregada na produção de objetos utilitários. É uma planta ornamental, considerada excelente para paisagismo e recuperação de áreas degradadas.
Folhas e Sementes
São utilizadas na medicina caseira, paisagismo e recuperação de áreas degradadas.
Frutos
Compostos medicinais - extração da Rutina reduz processo de envelhecimento, terapêutica no tratamento de doenças que envolvem radicais livres, melhora a circulação sanguínea e alivia dores de varizes.
Tronco | Casca
Rica em tanino, muito utilizado no curtimento de couro.
Madeira
Empregada para tabuado, confecção de caixas, compensados, forros, painéis, brinquedos e lenha.
15
16
3. JATOBÁ
Hymenaea stilbocarpa Jitaí, jutaí, jutaí açú, jatobeiro, jatobá mirim, jataí, jataí peba, jataí amarelo, jataí vermelho, jataíba, burandã, farinheira, burandã imbiúva, jatobá miúdo, jatobá da catinga.
Bolsa de algodão decorada com sementes de Jatobá, do Vale do Urucuia.
É encontrado do Piauí até o norte do Paraná. Espécie semidecídua, com 15 a 20 m de altura, e tronco com até um metro de diâmetro, retilíneo com a casca castanha acinzentada lisa.O fruto é consumido in natura e sua polpa é aproveitada para fazer farinha. Apresenta uso medicinal, sua resina e entrecasca são usadas para problemas respiratórios. A madeira pode ser usada na confecção de móveis, peças torneadas, engenhos, tonéis, carrocerias e vagões; na construção civil como vigas, caibros, assoalhos e esquadrias. Pelo ferimento de seu tronco fornece uma resina conhecida como “jutaicica” ou “copal” empregada na indústria de vernizes. Sua casca fornece corante amarelo. Sua resina, folhas e sementes são utilizadas na medicina caseira. A polpa das sementes é rica em cálcio e magnésio e além de fornecer alimento à fauna, é ótima para alimentação humana. Seus frutos são comercializados em feiras regionais de todas as regiões onde ocorre esta planta.
Folhas e Sementes
Frutos
Paisagismo, ornamentação, plantio para recuperação de áreas degradadas.
17
Alto valor nutricional, in natura ou no uso da polpa farinácea em bolos, pães, cremes, e outros. A polpa das sementes é rica em cálcio e magnésio.
Tronco
Fornece uma resina conhecida como “jutaicica” ou “copal” empregada na indústria de vernizes.
Casca
Fornece corante amarelo. Sua resina e entrecasca são usadas para problemas respiratórios.
Madeira
Excelente madeira para construções e mobiliário. Muito usada na construção de embarcações no período imperial.
18
4. AÇOITA CAVALO Luehea candicans
Açoita cavalo, açoita cavalo miúdo, Pau de canga, caiboti, mutamba preta, ubatinga. Madeira branca ou acinzentada, usada para confecção objetos utilitários e mobiliários. Dos galhos fazem-se cestos e açoide para cavalos. A embira presta-se para fabricação de cordas e barbantes. As sementes são usadas em objetos de decoração. O tanino extraído de sua casca é usado para curtir couros. Também é indicada para recuperação de áreas degradadas.
01
19
5. BATE CAIXA
02
Salvertia convallariaeodora Chapéu de couro, gritadeira ou douradão. Árvore de casca rugosa, ores brancas, frutos secos. A or é fecundada por mariposas noturnas, o que justica sua cor e sua forte fragrância durante as primeiras horas da noite. Uso: O pó da casca é usado para acidez estomacal; o chá das folhas para a má digestão e dores na coluna e o chá da casca para tosse. A casca da semente parece com um tridente. Usada em adornos artesanais.
03
20
6. BOLSA DE PASTOR
Zeyheria digitalis (Vell.) Hoehne Cinco folhas, Saco de carneiro, Saco de bode. O fruto tem um aspecto de cuia, que propicia o uso em pequenos objetos decorativos. É também utilizada como medicamento para problemas cutâneos. A madeira apresenta forma regular, própria utilização em mobiliário e para uso na construção civil. A árvore é muito ornamental, indicada para o paisagismo. Pela rapidez no crescimento esta espécie é amplamente utilizada em reorestamento.
05
04
21
6. CAIXETA
06
Tabebuia cassinoides Embaúva, imbaúba, umbaúba, umbaubeira, umbaúba do brejo, ambaíba, árvore da preguiça, caixeta do campo. Árvore de casca rugosa, ores brancas, frutos secos. A or é fecundada por mariposas noturnas, o que justica sua cor e sua forte fragrância durante as primeiras horas da noite. Uso: O pó da casca é usado para acidez estomacal; o chá das folhas para a má digestão e dores na coluna e o chá da casca para tosse. A casca da semente parece com um tridente. Usada em adornos artesanais.
07
22
8. CAROBA
08
Jacaranda pteroides Carobinha do campo, Caroba, Jacarandá de minas, Jacarandá, caiuá, Jacarandá-branco, caroba-branca, pau de colher, carobeira, Jacarandá-preto, mulher-pobre. Madeira branca ou acinzentada, usada para confecção objetos utilitários e mobiliários. Dos galhos fazem-se cestos e açoide para cavalos. A embira presta-se para fabricação de cordas e barbantes. As sementes são usadas em objetos de decoração. O tanino extraído de sua casca é usado para curtir couros. Também é indicada para recuperação de áreas degradadas.
09
23
10
9. CAROBINHA
Jacaranda puberola Cham. Jacarandá branco, caroba da mata, caroba, carobeira, caroba roxa, caroba do campo, caroba miúda,caroba pequena, caroba brava, pau de colher. A madeira é moderadamente pesada, mole e de pouca resistência quando exposta a umidade. Utilizada na construção civil em obras internas em geral como ripas, rodapés, portas e forros. Também muito usada em para calçados, mobiliário de pequeno porte e caixotaria em geral. A casca da semente é empregada no artesanato em objetos decorativos. Árvore ornamental podendo ser usada em urbanização.
11
24
10. CAVIÚNA-DO-CERRADO Dalbergia miscolobium Jacarandá, sapuvussu. Madeira moderadamente pesada, dura, decorativa e de grande durabilidade natural. É própria para mobiliário e acabamentos internos na construção civil. A árvore apresenta ótimas características para o paisagismo, principalmente pela folhagem verde azulada clara. Pode ser usada no plantio de áreas degradadas juntamente com outras espécies, visando à preservação permanente.
13
12
25
14
11. CHAPÉU DE NAPOLEÃO
Thevetia peruviana
Noz de cobra, acaimirim, cerbera. É uma planta arbustiva, de textura lenhosa, folhagem e oração decorativa, muito comum em diversas comunidades do Cerrado Mineiro e em Goiás. Todas as partes da planta são tóxicas, mas as sementes (semelhante à forma do chapéu de Napoleão) são muito utilizadas para o artesanato, principalmente em biojoias. Como arboreta, presta-se para pequenos espaços como calçadas estreitas e pátios residenciais.
15
26
12. CHICHÁ
16
Sterculia striata A. St.-Hil. & Nardim. Pau-rei, chichá do cerrado, sapucaia, castanha de macaco, amendoim de macaco, medubi guaçu, arachachá, chechá do norte, castanheiro do mato. A madeira é usada em obras internas, carpintaria e caixotaria. Também usada em palitos de fósforo, lápis, brinquedos e pasta de celulose. A casca da semente é de um formato diferente possibilitando diversos adornos em artesanato. As castanhas são consumidas pelo homem e por espécies da fauna. A árvore proporciona ótima sombra, tornando-se bastante ornamental e muito usada no paisagismo.
17
27
17
13. FALSO PAU BRASIL
Caesalpinia spinosa (Mol.) Kuntze sobrasil, saguaraji, saguaraji vermelho,sobraji, sobraju, socorujuva, sucurujuva, saguari, guaxambu, jucuruju, sabia-da-mata, caroça, socrujuva. A madeira dura, bastante pesada, bastante resistente. Utilizada em obras externas, como em mourões, postes, estacas e pontes. Apropriada para construção civil, naval e hidráulica. As sementes cam vermelhas, impermeabilizadas e resistentes. Ótimas para biojoias e aplicação artesanal.
18
28
14. GUATAMBU
20
Aspidosperma parvifolium guatambu oliva, guatambu branco, guatambu legítimo, guatambu amarelo, guatambu rosa, guatambu peroba, guatambu vermelho, guatambu marfim, peroba vermelha, pequiá branco, tambu, amarelão, peroba, pau de guatambu branco, pequiá marfim. Madeira pesada, dura, resistente e lisa, muito usada na construção civil. Empregada em ripas, tacos, ripas, caibros, peças torneadas, calcados, cabos de ferramentas, obras expostas, dormentes, mourões e cruzetas. A casca da semente é empregada no artesanato com o nome de pereirinha, ou coraçãozinho.
21
29
22
15. JACARANDÁ
Jacaranda brasiliana
boca de sapo, jacarandá boca de sapo, caroba, castelo de cavalo. Madeira moderadamente pesada, macia, textura na, pouco resistente. É empregada em objetos pequenos e caixotaria. A casca da semente é empregada em biojoias e outros objetos decorativos. A árvore é extremamente ornamental quando em or, e ótima para o paisagismo.
23
30
16. JEQUITIBÁ
Cariniana Strellensis
24
Jequitibá branco, jequitibá verde, bingueiro, mussambê, coatinga, coatingua, estopeira, cachimbeiro, rabo-de-macaco. Madeira moderadamente pesada e pouco durável em condições naturais. A madeira é indicada para estrutura de moveis, molduras, peças torneadas, compensado, calçados, cabo de ferramentas e na construção interna. A casca da semente é usada no artesanato para adornos utilitários. É uma arvore grande, pode ser empregada na ornamentação de parques. É indispensável no reorestamento heterogêneo.
25
31
17. ORELHA DE MACACO 26
Enterolobium timbouva Mart.
tamburê, chumbo, timbo, timburí, timbaíba. Madeira moderadamente pesada e durável, macia, textura grossa. A madeira é empregada na confecção de canoas e barcos, brinquedos, armação de mobiliário, miolo de portas, painéis, compensados, entalhes, esculturas. A semente seca é utilizada no artesanato e o fruto é consumido por roedores. A árvore oferece boa sombra e pode ser empregada na arborização de pastagem.
27
32
18. PAU DOCE
Vochysia tucanorum Mart.
28
Cinzeiro, quina doce, casca doce. Madeira pouco pesada, textura grossa, macia e fácil de trabalhar, de boa resistência mecânica e não é resistente à umidade. É empregada localmente para cangas de bois, construções rústicas e lenha. A árvore é bastante ornamental quando em or, podendo ser empregada no paisagismo. A semente é muito usada em biojoias.
29
33
19. PAU FERRO
30
Caesalpinea férrea Mart. pau ferro Árvore de madeira pesada, rústica com bras revessas, durável e resistente de longa durabilidade natural. Empregada na construção civil como vigas, caibros, estacas. No artesanato é valorizada pela diversidade das bras. Espécie ornamental
31
34
20. PAU MATA CACHORRO Simarouba Amara
32
Cabatã de leite, cajurana, calunga, caraíba, caroba, carrapatinho, caxeta, caxeta branca, caxeta de casca grossa, caxeta peluda, craíba, cupiúba, louro pisco, malacacheta, maraupaúba, marubá, marupá, marupá do campo, marupaí, marupaí do campo, marupaúba, entre outros. Madeira leve, fácil de trabalhar, pouca compacta, baixa resistência à umidade. É própria para forro e tabuados em geral, confecção de brinquedos, instrumentos musicais, caixotaria e objetos para guardar documentos. Esta madeira possui propriedades insetífugas. Arvore é bastante ornamental, paisagística, boa para reorestamento e útil para exploração de celulose.
33
35
21. PAU SANTO
34
Kyelmeyera variabilis Mart. Folha santa, saco de boi, pau de santo, pau de são José. Madeira leve, mole de tecido oxo, sem resistência. Empregada em confecção de caixotes, brinquedos. A casca da semente é valorizada no artesanato, usada para adornos e biojoias. Planta rústica, adequada às áreas abertas, compatível para reorestamento em áreas secas.
35
36
22. PAU TERRA DO CAMPO Qualea Grandiflora, Mart.
Pau terra, pau terra do campo, ariauá. 36 Árvore de até quinze metros de altura, tronco de casca lisa que solta um pó amarelado. Árvore que retira alumínio do solo, reduzindo a toxidez para as plantas que crescem ao seu lado. Suas sementes e goma são comidas por macacos, araras e outros animais. É um material muito utilizado em objetos de decoração. A casca do fruto seco, depois de aberto, recebe a denominação de Tridente. É utilizado em arranjo de ores secas e biojoias.
37
37
23. PAU TERRA DA FLOR MIUDINHA
Qualea parviflora
Estrelinha, pau terra mirim, pau terra, coatá quiçauá. Madeira leve, mole, fácil de cortar, medianamente resistente, de baixa durabilidade. A madeira desta espécie é empregada na construção de canoas, brinquedos e caixotaria. A casca da semente tem formato de estrela e muito usada em brincos e outros artesanatos. Espécie ornamental e pode ser utilizada para recuperação de áreas degradadas.
38
39
38
24. PENTE DE MACACO Pithecoctenium crucigerum
40
Pente de Macaco Trepadeira lenhosa que chega a formar tronco (cipó) com 5 a 10 cm de diâmetro. As ores tubulosas de cor brancoamarelada orescem principalmente na primavera e no verão. Os frutos são secos e deiscentes, com a parte externa coberta por espinhos grossos, usada na produção de arranjos e quadros artesanais.
41
39
25. PEREIRO
42
Aspidosperma pyriforlium Mart. Pereiro, Pereiro branco, pau de pereiro, pereiro de saia, pereiro preto, peroba-rosa, trevo, pereiro vermelho, orelha de morcego. É uma planta de madeira de cor amarela clara ou creme, ora com manchas avermelhadas, ora com faixas acastanhadas, moderadamente pesada, macia e fácil de trabalhar, de textura na e uniforme, resistente e muito durável. A casca da semente é empregada em biojoias e objetos de adorno. A árvore possui copa piramidal, bastante ornamental, empregada no paisagismo geral.
43
40
26. PIMENTA DE MACACO Xylopia aromática
44
Pimenta de negro, pachinhos, esfola bainha. Árvore de até quinze metros de altura, com copa em formato de cone, tronco reto e casca clara, estriada. Sementes secas e duras usadas em biojoias e na cozinha, como tempero apimentado e para amolecer carnes. Indicada para paisagismo e para recuperação de áreas degradadas.
45
41
27. SABONETEIRA
Sapindus saponaria
46
Jequitinhaçu, jequitiguaçu, saboeiro, sabão de soldado, salta Martim, jequiri, guiti, fruta de sabão, sabão de macaco, saboneteiro. Os frutos desta árvore servem para a lavagem de roupas. A saboneteira é também popularmente utilizada para ns medicinais e na arborização urbana. Seus frutos possuem vários glóbulos que se tornam amarelados quando maduros e suas sementes são pretas e duras. Usadas principalmente em biojoias.
47
42
28. SAPUCAIA Lecythis pisonis
48
sapucaia, castanha sapucaia, castanha vermelha, cumbuca de macaco, marmita de macaco, caçamba de macaco. Madeira moderadamente pesada, textura média, dura e resistente. Empregada em construção civil, como dormentes, caibros, mastros, ripas, tacos, portas, janelas. Também usada em carrocerias, cabo de ferramentas, e peças torneadas. A castanha é comestível e a casca usada em adornos artesanais. 49
43
29. SUCUPIRA DO CAMPO
Leucochloron inculiare
50
Chico pires, angico rajado, cortiça, pão de cortiça, sucupira do campo. Madeira moderadamente pesada, dura, resistente, textura média, decorativa, de boa durabilidade. Própria para mobiliário de luxo, instrumentos musicais, portas, lambris. As sementes são empregadas em objetos ornamentais e biojoias. Planta ornamental com folhagem brilhante e boa para recuperação de áreas degradadas.
51
44
30. TINGUI
Magonia pubescens
52
Cuitê, mata peixe, pau de tingui, timbó, timbó do cerrado, timpopeba, tinguiaçu, tingui capeta, tingui de cola. A madeira é moderadamente pesada, dura, textura média e resistente. Usada na construção civil em caibros, ripas, batentes de portas e janelas. Também usada como lenha. Do fruto do Tingui, sementes e cascas são valorizadas para uso artesanal. Esta espécie é muito comum no noroeste de Minas. Suas sementes, além da utilização no artesanato, são utilizadas para produção de sabão.
53
45
BOAS PRÁTICAS DE CONSERVAÇÃO DOS RESIDUOS VEGETAIS
46
SEMENTES O pré-beneciamento de sementes para produção de biojoias é uma atividade antiga, muito comum nas tribos indígenas. As sementes devem ser lavadas e submetidas em estufa (aproximadamente 60ºC/1 h). Este procedimento elimina os insetos que normalmente, reduzem a durabilidade do produto. Depois de secas as sementes devem receber óleos essenciais com propriedade repelente, buscando recuperar o brilho e aumentar a durabilidade. Deve-se utilizar uma mistura de três tipos de óleos essenciais, sendo canela, citronela e eucalipto. Utilizam-se três gotas da mistura para cada 300 gramas de semente. A mistura deve ser passada nas sementes com auxílio de uma anela (NOGUEIRA, 2008, p.6). As sementes secas são selecionadas por tamanho, qualidade e formato. As defeituosas e degradadas servem de adubo. Após a vericação, remove-se de forma manual, a casca que cobre a semente. Devem ser colocadas ao sol para secar, por uma semana. Depois destes procedimentos, as sementes são furadas. Para a produção artesanal, as sementes podem ser utilizadas inteiras, cortadas ao meio, em fatias, em forma de cascalho e todas essas formas podem ser pigmentadas.
FOLHAS E FIBRAS As bras são colocadas de molho em água limpa. Após este procedimento, adiciona-se uma boa quantidade de chá de raiz da urtiga branca ou folhas de vinagreira durante duas horas. Este método elimina insetos e o “leite da planta”, evitando alergias no artesão durante o manuseio. Ao serem retiradas do molho, as bras devem ser colocadas para secar a “meia sombra”, bem estendidas, para evitar que se quebrem. O tempo de secagem varia de acordo com a umidade relativa do ar. Depois de secas, as bras adquirem cores naturais, podendo ser tingidas com pigmentos naturais. Para impermeabilização, usa-se cola branca, goma caseira de farinha ou verniz industrial. Para produção de biojoias e objetos decorativos, as folhas passam pelos procedimentos de retirada da clorola, pigmentação com corantes naturais ou anilina.
47
Resíduos Vegetais Resíduos vegetais lavados e selecionados para produção artesanal.
Palhas secas: resíduos
Lavagem e Seleção dos Vegetais
Carobinha do campo ou Asa de barata preparada.
Palha de milho lavada e cortada.
Matéria prima Para produção Imagens do ciclo de manejo e beneciamento de materiais vegetais MOURÁO, 2011.
Carobinha do campo pigmentada anilina..
Palha de milho pigmentada com açafrão.
48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CARVALHO, P.E.R. Espécies orestais brasileiras: recomendações silviculturais potencialidades e uso da madeira. Brasília: EMBRAPA - CNPF/SPI, 1994. FELIX, A.A A. Identicação e movimento de técnica alternativa de controle de fungos em sementes utilizadas no artesanato. UnB: Instituto de Ciências Biológicas e Departamento de Fitopatologia, Brasília, 75 p., p. 1, p. 10-12, 2007. Disponível em: < http://repositorio.bce.unb.br/bitstream/10482/3322/1/2007_AnaAngelicaAlvesFelix.PDF> Acesso em 20 Jul. 2011. ISPN - INSTITUTO SOCIEDADE POPULAÇÃO NATURESA. O buriti – a palmeira de mil e uma utilidades. Disponível em: Acesso em: 15 Jan. 2010. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identicação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil, v.1, 4.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002, P.384. LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identicação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil, v.2, 4.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002, P.384. MADEIRA, F.A.; CÈZAR, E. Relatório do Projeto: Coleta e Beneciamento Sustentável da Fava D´anta no Município de Bonnópolis de Minas. Belo Horizonte. CETEC. 2008. MADEIRA, F.A; CÈZAR, E. Relatório técnico do Projeto de Implantação de unidades de beneciamento e comércio de produtos oriundos da base produtiva local em Bonnópolis de Minas. Belo Horizonte, CETEC-MG, 2009. REDE SEMENTES DO CERRADO. Sementes do Cerrado. Disponível em Acesso em 12 Jul. 2010. SOUZA, F. A. A. A cultura tradicional do sertanejo e seu deslocamento para implantação do Parque Grande Sertão Veredas. Dissertação em Ciências Florestais.Viçosa: UFV. 2010. Disponível em: < http://www.tede.ufv.br/tedesimplicado/ tde_arquivos/4/TDE-2007-01-29T075059Z-289/Publico/texto%20completo.pdf> Acesso em 20 Jun.2011 TATAGIBA, F. Buriti. “plantasdocerrado.com”. Disponível em:Acesso em 20 Jun 2011. VALLE, M. J. L. V. Sementes orestais utilizadas em artesanato no Rio de Janeiro. Trabalho de conclusão de curso Monograa. Curso de Engenharia Florestal, UFRRJ. Seropédica, RJ. 2008. Disponível em: Acesso em 20 Jun. 2011
49
REFERÊNCIAS DE IMAGENS Número 01, 02, 04, 06, 08, 10, 14, 16, 18, 20, 22, 23, 25, 26, 29, 31, 33, 35, 37, 41, 42, 44, 46, 48, 50, 52
Fonte LORENZI, H. Árvores brasileiras: manual de identicação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil, v.1, 4.ed. Nova Odessa, SP: Instituto Plantarum, 2002, p.353.
03, 05, 11, 21, 24, 28, 38
SRFLORES.COM.BR. Disponível em: Acesso em 12 Jul. 2011
07
FLORDOCERRADO Disponível em: < http://eptv.globo.com/terradagente/NOT,0,0,299142,Flor+do+Cerrado.aspx> Acesso em 20 jun. 2010.
09, 13, 15, 17, 19, 30, 32, 34, 36, 40, 45, 47, 49, 51, 53
MOURÃO, N.M. Registro em abril 2010.
12
VIVEROIANNI.COM.AR. Disponível em : http://www.viveroianni.com.ar/productos.asp?sele ct=Arbustos+y+Trepadoras&offset=140> Acesso em 20 jun. 2011.
39
CHAUA.ORG.BR. Disponível em < http://www.chaua.org.br/especie/pente-macaco> Acesso em Jul 2011.
43
ACASA. Museu do Objeto Brasileiro. Disponível em: Acesso em 20 Jun 2011.
27
ZANON, Y. Registro em Jul 2011.
50
51