Espaços cotidiano e vivenciado nas casas egípcias em Deir el

November 20, 2017 | Author: Narizinho Josiane | Category: Ancient Egypt, Osiris, Napoleon, Pharaoh, New Kingdom Of Egypt
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ESPAÇOS COTIDIANO E VIVENCIADO NAS CASAS EGÍPCIAS EM DEIR EL-MEDINA: O caso do Papiro Erótico de Turim. A escolha de trabalhar com alguma temática que envolvesse o Papiro Erótico de Turim, surgiu ainda na graduação de História, em meio à elaboração da monografia intitulada “História da Sexualidade no Egito Antigo” de 2008. Durante as pesquisas, um documento me atraiu a atenção, um papiro conhecido mundialmente como “Papiro Erótico de Turim”1, número de inventário 55001. Esta denominação adveio de seus “estranhos” desenhos eróticos distribuído em doze cenas variadas, em que aspectos da vida cotidiana egípcia foram representados em imagens de atos sexuais acrobáticos de mulheres com homens barbudos. Além disso, os homens representados possuíam desproporcionais membros genitais. Estas imagens estão dentro de um contexto satirizado e com inscrições dos diálogos dos personagens ao lado de cada cena. Este papiro ainda contém outra parte cujas cenas são de animais imitando ações humanas na vida cotidiana egípcia, o que torna este documento arqueológico ainda mais enigmático. O final do século XVIII e início do XIX marcaram a presença e a redescoberta do Egito faraônico por Napoleão, promovendo um interesse pelo legado do Egito Antigo em toda a Europa. Bonaparte levou consigo uma equipe de estudiosos como naturalistas, desenhistas, arqueólogos entre outros pesquisadores para colher todas as informações sobre a civilização do Egito, antigo e moderno, e com estas pesquisas, foi lançado “La Description de l'Égypte”2, primeira obra a descrever o Egito faraônico para o mundo. Durante este momento, muitos destes estudiosos e pessoas que faziam parte da comitiva de Napoleão Bonaparte, adquiriram, saqueando ou comprando no mercado negro, artefatos retirados das tumbas e templos. Nomeado cônsul da França no Egito por Bonaparte, o italiano Bernardino Michele Maria Drovetti foi um destes que montou uma grandiosa coleção de artefatos egípcios, a qual ficou conhecida como “Coleção Drovetti”. Esta foi comprada pelo 1

Documento hoje se encontra no museu Egipcio de Turim desde sua fundação em 1824.

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Descrição de l'Egypte foi publicado em Paris logo após a lendária e, finalmente, malfadada expedição

de Napoleão ao Egito 1798. Composta por 23 volumes, este trabalho despertou o interesse moderno no antigo Egito.

1

Museu Egípcio de Turim em 1824 consistindo de mais de 8000 itens, dentre os quais se encontrava o Papiro Erótico de Turim. Foi neste mesmo ano que tivemos o primeiro relato sobre o documento, quando Jean-François Champollion, que ficaria famoso por decifrar a escrita hieroglífica dos antigos egípcios, ao observar o Papiro Erótico de Turim, comentou em suas anotações: "Havia uma imagem de obscenidade monstruosa que me deu uma impressão muito estranha sobre a sabedoria egípcia e compostura...".3 O Papiro Erótico de Turim foi encontrado na antiga vila de Deir el-Medina ou vila dos artesãos4. Com datação de 1186-1069 a.C, o papiro pertence à XX Dinastia, situada no período administrativo dos Ramsés, comumente denominado de Período Ramessida. Habitada exclusivamente por estes artesãos que eram encarregados da construção, decoração e da disposição da mobília das tumbas de faraós e nobres egípcios, estes trabalhadores tinham que dominar a arte da escrita hieroglífica, característica que os tornavam diferenciados das demais populações do Egito antigo. Apenas uma parte ínfima desta sociedade sabia ler tais como os membros da família real, sacerdotes e escribas. Neste papiro existem inscrições ao lado das cenas e também contém uma inscrição particular que revela que este documento pertenceu a um escriba real do faraó, porém, seu nome não é conhecido porque esta parte do documento está rasurada. Também por isto ficou difícil identificar, por meio deste escriba, qual faraó era contemporâneo ao papiro. Sendo assim, com estes dados temos o entendimento de que os conhecimentos que circulavam em meio a elite também circulariam no âmbito dos artesãos de Deir el-Medina, informações estas que poderiam ter provocado problemas na relação elite/artesãos. Ainda sobre esta característica o pesquisador Antelme (1999) interpreta o Papiro Erótico de Turim como “Crítica social” dos artesãos em relação à elite de funcionários e sacerdotes egípcios. Devido a suas características incomuns e as várias interpretações deste documento, surgiu o interesse de estudar e pesquisar mais fontes (cultura material) provenientes da mesma região aonde o papiro foi encontrado. Com o passar das

3

ANTELME, R. S; ROSSIN, S. Sacred Sexuality in Ancient Egypt: The erotic secret of forbidden

papyru. Vermont: Inner Traditions International, 1999. p. 150. 4

Vila dos construtores dos Tumbas reais do Vale dos Reis.

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pesquisas, analisando outras fontes, outro foco de interesse apareceu, que foi estudar o contexto de produção do papiro, consequentemente o interesse pela Vila Deir el-Medina aumentou. Sobre esta comunidade de operário discutiresmo mais adiante quando falaremos sobre o contexto histórico do tema proposto. Antes vamos abordar como uma análise bibliográfica sobre este documento que favoreceu para o interesse pelos estudos sobre as casa, o cotidiano e o espaço vivenciado de Deir el-Medina. Como iniciei esta pesquisa pelo estudo do papiro, outro ponto percebido ainda nas primeiras observações desta pesquisa refere-se à quantidade de discursos e interpretações realizadas a cerca desta fonte iconográfica. Desde suas primeiras indagações na década de 1970 até 2010, tivemos vários discursos em relação ao papiro, sendo assim, podemos perceber três grupos de interpretações: Sexualidade, gênero e sátira: o primeiro grupo de interpretações trabalhou a sexualidade do papiro denominando-o como o “Kama Sutra do Egito antigo” ou “Guia sexual”, caráter religioso, aventuras amorosas de um sacerdote ou faraó - surgiram na década de 1970 e data deste período a elaboração do Catálogo do Museu Egípcio de Turim, sob o titulo: “Der Papyrus 55001 und seine satirisch-erotischen Zeichnungen und Inschriften”. Nas décadas de 1980 e 1990, a egiptóloga Lise Manniche em sua obra “A Vida Sexual no Antigo Egito”, de 1987, faz novas abordagens, novas pesquisas intitulando o papiro erótico de “Um quadrinho erótico”. Manniche vai defender a tese de que as cenas retratadas no papiro se passaram dentro dos “bordeis”,5 conhecidos como Casas de Cervejas no Egito antigo. Mesno sendo uma das interpretação mais comum acerca deste documento, não é a mais aceita atualmente, outros especialistas utilizaram esta fonte para tratarem de outros temas referente ao Egito Antigo como veremos asseguir. Durante o inicio da década de 1990 percebemos uma segunda linha interpretativa (de gênero) para o Papiro Erótico de Turim ainda seguia o padrão semelhante à de Manniche, porém a observação passou a ser a mulher, como na obra: “Women in Ancient Egypt” de Gay Robins, que destaca o papiro como “Alusão sexual

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MANNICHE, L. A vida sexual no Antigo Egito. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1987.

3

da mulher”6. Ainda na mesma característica de observação feminina neste documento, temos o livro: “Daughters of Isis, Women of Ancient Egypt”, de Joyce Tyldesley que descreve a mulher retratada no Papiro Erótico de Turim como sendo “prostituta”7. No trabalho “Eros on The Nile” o autor Karol Mysliwiec aborda a fonte como sendo uma representação da “arte erótica” egípcia8. A partir do final da década de 1990 e inicio dos anos 2000 apareceu um novo grupo de interpretações para o papiro em questão, que trabalha com a noção de “crítica social”9 que o autor Antelme publicou em seu livro: “Sacred Sexuality in Ancient Egypt: The erotic secret of forbidden papyru” em 1999. Mesmo com novas pesquisas a cerca deste documento as interpretações com teor sexual ainda permaneceram como podemos perceber o termo “pornográfico”10 utilizado para caracterizar o Papiro Erótico de Turim vai aparecer na obra: “Estudos Sobre o Erotismo no Egito Antigo”, do egiptólogo português Manuel Araújo. Por fim uma interpretação que foge a regra é a classificação do papiro como sátira11, passando a contextualizar e analisar a parte das cenas erótica da fonte com a outra parte do documento que contém cenas de animais em ações humanizadas. Geralmente, as abordagens feitas para com este documento são de uma a três paginas de livros que discorrem sobre temas gerais sobre sexualidade, gênero e sátira no Egito Antigo. Apesar de ter sido investigado pela historiografia da década de 1990 e anos 2000, não há certeza absoluta em relação à verdadeira função deste papiro tido como “erótico”. Uma publicação mais recente de 2010 trabalha o papiro como fonte para abordar a história das mulheres na época faraónica, em meio a este tema a pesquisadora Carolyn Graves-Brown abarca várias análises sobre o papel das mulheres egípcias, e uma dessas

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ROBINS, G. Women in Ancient Egypt. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press, 1993. p.

189. 7

TYLDESLEY, J. Daughters of Isis: women of Ancient Egypt. New York: Penguin Books.1995.p.67.

8

MYSLIWIEC, K. Eros on the Nile. Ithaca: Cornell University Press, 2004.p. 120.

9

ANTELME, R. S; ROSSIN, S. Sacred Sexuality in Ancient Egypt: The erotic secret of forbidden

papyru. Vermont: Inner Traditions International, 1999.p.151. 10

ARAÚJO, L. M. de. Estudos Sobre Erotismo No Antigo Egipto. Lisboa: Colibri, 1995.p.123.

11

HOULIHAN, P. F. Wit & Humour in Ancient Egypt. London: The Rubicon Press, 2001.p.130.

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análises e tratada em um capitulo sobre a sexualidade feminina do Egito Antigo, e dentro deste capítulo esta autora faz comentário em relação ao papiro, o classificando de satírico, mas precisamente de “humor sexual”12. Este estudo utiliza três linhas de interpretações como a sexualidade, gênero e sátira. E foi justamente estes discursos sobre a sátira referente ao Papiro Erótico de Turim que surgiu o interesse em trabalhar este documento de forma diferente daquilo que foi produzido pela historiografia. O utilizando para o tema do espaço cotidiano e vivenciado. Já que as imagens no Papiro representam sátiras do espaço cotidiano. Preferi estudar o espaço cotidiano e vivenciado verificados no Papiro juntamente com o auxílio de outras fontes de mesmo contexto de produção. Partido dos estudo que se referem ao papiro como sátira, interpretação mais aceita para se referir ao papiro, sob a óptica do humor-sexual, pode-se perceber que vários aspectos da vida cotidiana egípcias em Deir el-Medina estão em um contexto satírizado. Analisando este documento pretendo estudar as representações do cotidiano, do espaço vivenciado, e também do espaço interno e externo da vila. A casa para os egípcios também pode ser considerada um dos centros do cosmos. Podemos verificar isso mais presente no entendimento do templo, casa e do túmulo como sendo uma representação em menor escala do cosmo13, devido aos aspecto religioso dessa sociedade, a sua casa fazia parte deste centro. Segundo Bollnow a casa “É o lugar onde, no seu mundo, “habita”, onde ele está “em casa” e para onde sempre pode “voltar para seu lar”.14 Dentro dessas habitações egipcias, podemos encontrar indícios da presença religião e de cultos aos deuses, ou seja, a religião tomava conta de vários aspectos da vida cotidiana egípcia, não era por menos que na entrada de cada casa em Deir elMedina havia um altar ou cama suspensas, neste lugares havia a presença de imagens de Deuses, geralmente era a divindade protetora o como Bés entre outras divindades do

12

GRAVES-BROWN, Carolyn. Dancing for Hathor: Women in Ancient Egypt. New York: Continuum, 2010.p. 109. 13 BRANCAGLION, Antonio. Jr. Manual de Arte e Arqueologia do Egito Antigo II. Rio de Janeiro: Sociedade dos Amigos do Museu Nacional, 2004.p.19-20. 14 BOLLNOW, Otto Friedrich. O homem e o espaço. Trad. Aloísio Leoni Schmid. Curitiba: Editora UFPR, 2008.p.133-134.

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panteão. Sobre as camas ou altares suspensos na entradas das casas abordaremos em outra parte deste artigo. Estudando as moradias da vila Deir el-Medina, podemos demonstrar como o homem do Egito Antigo, mais precisamente em Deir el-Meidna, viviam em suas casas. Para o pesquisador Ballnow: “habitar, no entanto, significa sentir-se em casa, com enraizamento, pertinência.”15 Para os artesãos dessa comunidade, nada mais agradável, que voltar para seu lar depois de uma semana de trabalho pesados e arriscados; escavando e decorando as tumbas reais do Vale dos Reis. Deir el-Medina ficava distante deste Vale, não possibilitava o retorno diário dos trabalhadores, portanto estes artesãos caminhavam em direção ao Vale dos Reis e passavam a semana de trabalho em abrigos temporários, com o fim dos trabalhos durante a semana eles voltavam para as suas casa em Deir el-Medina. Não se sabe se ele ficavam neste abrigos sozinhos ou se levavam sua familia.16 Mesmo que podessem levar suas famílias estes abrigos temporários não tinha o mesmo sentido de moradia como as casas em Deir el-Medina. Para os artesãos egípcios a casa era um espaço de abrigo, e neste espaço que podemos perceber outros dois espaços. Um que é o próprio espaço da casa que podemos chamar de espaço interno – com os muros que cercam esta vila e as casa temos o espaço vivenciado. O outro espaço que não está protegido pelos muros da vila, de espaço externo. “O espaço se vê, agora, dividido em dois ambitos cujo contorno é nítido. Com os muros da casa, em espaço especial, privado, se separa do espaço grande, geral, e assim em espaço interno se separa de um espaço externo”17. A duplicidade do espaço interno e externo é importante para a estrutura posterior de todo o espaço vivenciado do Egito Antigo. “O espaço externo é o espaço da atividade no mundo, é o espaço do desabrigo, dos perigos e da exposição”18. No caso dos artesãos podemos analisar que no momento que deixavam suas moradias em direção dos trabalhos pesados no Vale dos Reis, passavam para outro espaço, o espaço da exposição 15

Idem. p. 135.

16

OLIVEIRA, H. Mãe, filha, esposa, irmã. Um estudo iconográfico acerca da condição da mulher

no Egito durante a XIX Dinastia (1307-1196 a.C.). O caso de Deir el-Medina. Tese (Programa de Pós-graduação em História) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2005.p.89. 17

BOLLNOW, Otto Friedrich. O homem e o espaço. Trad. Aloísio Leoni Schmid. Curitiba: Editora

UFPR, 2008.p.139. 18

Idem.p.139.

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aos perigos e ao espaço do desabrigo. Eles ficam expostos aos riscos do deserto como os efeitos do sol, do calor e da areia, o percuso que os levavam em direção aos acampamentos temporários por si só, já os colocavam em perigo e não mais ao sensação de abrigo e proteção dos lares em Deir el-Medina.

Figura 1: Como deveria ser a vila Deir el-Meidina. Novo Império. Fonte: OLIVEIRA, H. Mãe, filha, esposa, irmã. Um estudo iconográfico acerca da condição da mulher no Egito durante a XIX Dinastia (1307-1196 a.C.). O caso de Deir el-Medina. Tese (Programa de Pós-graduação em História) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2005.p.79.

A construção desta comunidade artesã não foi ao acaso, o homem necessita de um lugar que lhe proporcione silêncio e paz, no qual, ele possa se desligar do mundo e esquecer as ameaças externas, para estes artesãos a casa era um lugar de descanço e proteção, entendimento este que Bollnow vai se referir como a “função antropológica da casa”19. Além das moradias dentro de Deir el-Medina, temos na região mais próxima, o cemitério de tumbas privadas destes artesãos. As tumbas mais elaboradas são dos escribas, chefes de equipes e capatazes. Estes eram uma classe de melhor condição 19

Idem.p.145.

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social de dentro da vila, estes tinham condições de construir suas próprias tumbas privadas.

Figura 2: Desenho esquemático da Tumba de Sennedjem. XIX dinastia. Novo Império. Fonte: SAURA, M. S. La Tomba de Sennedjem a Deir el-Medina TT.1. Tese (Doutorado em Egiptologia) - Departament de Prehistória, História Antiga i Arqueologia, Universitat de Barcelona, Barcelona, 2006.p.57.

Estas tumbas de acordo com os padrões religioso no Egito Antigo, serviriam também de uma espécie de moradia para aquele ali seputado. Segundo Marina Buffa César os sacófagos egípcios significavam casas, a morada daquele que irá viver uma vida nova, a “casa é a visão do Mundo, onde há um céu (teto com a representação astronômica), um sol (fundo, ornado com o Livro dos Dois Caminhos) e quatro horizontes (as quatro tampas laterais)20”. Dentro destas câmaras funerárias o morto ficam juntamente com seus pertences como móveis, roupas, jóias, animais de estimação, objetos que utilizava em suas profissões em vida, imagens de servidores para o morto no pós-vida. Tudo que havia em sua casa o morto levaria consigo para a vida no além. Segundo a religião egípcia logo

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CÉSAR, Marina Buffa. O Escaravelho-Coração nas Práticas e Rituais Funerários do Antigo Egito.

Dissertação de Mestrado-UFRJ/MN Programa de Pós Graduação em Arqueologia, 2009. p.59.

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após a morte, o morto iria ser julgado perante o tribunal de Osiris21, neste tribunal o coração22 do morto era pesado na balança que segundo o professro Antonio Blancaglion: A passagem com sucesso pelo julgamento permitirá ao morto ser conduzido por Hórus ou Maat ou Amentet perante Osíris, na condição de “justificado” ou “verdadeiro de voz”, o que lhe assegurava uma sobrevivência eterna. O morto é representado em pose de júbilo, com os braços elevados, e adornado com plumas de avestruz simbolizando a sua harmonia com Maat (ver papiro de Anhay e Nesmim). Caso seu coração pesasse mais que Maat acusando a maldade e a não conformidade com a ordem o morto era entregue a Ammut, “a Devoradora”, uma criatura híbrida representada com cabeça de crocodilo, patas dianteiras de leão ou leopardo e as patas traseiras de hipopótamo. Essa figura é normalmente representada agachada, próxima à balança, pronta a engolir o coração dos culpados, o que causaria a morte definitiva e a não existência do morto.23

Após o julgamento no tribunal de Osíris, em caso de bem sucedido, o morto iria “viver” e “trabalhar” nos Campos Celestes que eram dividido e dos: o Campo de Juncos e/ou Campo das Oferendas, “um ambiente onde o morto teria uma vida eterna utópica numa terra de plenitude”24. Nestes Campos celestiais o morto teria um espaço cotidiano semelhante ao espaço vivenciado antes da morte. Neste espaço o morto farias as mesmas atividades cotidianas que em vida como o trabalho na corvéia arando, plantando e colhendo; este espçao de trabalhos agrículas se realizavam nos Campo das Oferendas que estaria localizado no ocidente celeste, onde o sol descia, aqui fazendo referência a 21

Era presidido por Osíris, o modelo de juiz, acompanhado por Ísis e Néftis e os Quatro Filhos de Hórus.

Os 42 deuses atuavam como assessores diante dos quais o morto teria que negar os 42 pecados específicos que não cometera em vida. Essa lista de crimes, transgressões de convenções sociais e proibições religiosas é conhecida como “Confissão Negativa”. 22

O coração, como sede da memória, continha os registros de todas as ações do morto em vida. A

pesagem estava sob os cuidados de Anúbis e Hórus e revelava a natureza. O veredicto do julgamento era registrado pelo deus Thoth, o escriba dos deuses. 23

BRANCAGLION, Antonio. Jr. Manual de Arte e Arqueologia do Egito Antigo II. Rio de Janeiro:

Sociedade dos Amigos do Museu Nacional, 2004. p.67. 24

GAMA, C.A. Os servidores funerários da coleção egípcia do Museu Nacional: Catálogo e Interpretação.

Dissertação de Mestrado-UFRJ/MN Programa de Pós Graduação em Arqueologia, 2008.p.174.

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Osíris o Deus da morte e da agricultura. Em relação aos Campo de Juncos, segundo Cintia

Gama: “seria, então, o campo oriental inundado, formado por mangues onde a barca solar repousa e regenera-se antes de sua nova jornada, de onde se inicia a trajetória a cada novo dia.”25

Figura 3: Representação de Senedjem trabalhando com sua esposa, no além. Tumba de Sennedjem, Deir el-Medina. XIX dinastia. Novo Imério.

Tanto as casa da primeira vida, quanto as casa (tumbas), na vida pós morte eram espaços de proteção e segurança para aqueles que ali habitavam. A tumba era o espaço onde o ká26 do morto morava, ou mais precisamente, no corpo mumificado.27 As oferendas ao morto eram feitas na capela, parte defora da tumba – seria a parte pública ou o espaço externo da casa do morto no Além. Outro aspecto do habitante no além e o ba que era confundido com alma do morto, este erro dever ser pelo fato deste elemento vagar pelo mundo dos vivos e depois retornar para a casa do seu morto. De quelquer forma a vida pós primeira morte, para os egipcios, eram uma espécie de prolongamento da vida terrena, um espelho da vida às margens do nilo, e para isso os antigos tomavam cuidado para que os seus pertences fossem levados consigo, para que tivessem uma vida semelhante, ou até mesmo melhor, que na sua primeira vida. 25

Idem. P.184.

26

Força vital do indivíduo que continuava a viver e proteger o morto, assim como também podia encarnar

em imagens do morto. 27 27

BRANCAGLION, Antonio. Jr. Manual de Arte e Arqueologia do Egito Antigo II. Rio de Janeiro:

Sociedade dos Amigos do Museu Nacional, 2004. p.

10

Ao abandonarem a Vila os artesãos deixaram para trás vários objetos como móveis, e utensílios domésticos. Objetos estes que foram representados em cenas presentes em tumbas privadas, entre outros suportos tais como os presentes no Papiro Erótico de Turim, além dos objetos cotidianos, discutiremos também representações de alguns aspectos da religião, os personagens retratados, assim como as suas posições e gestos. Através da análises das representações pretendo demonstrar como eram representados o espaço cotidiano e/ou espaço vivênciado da vila Deir el-Medina. Deixando claro que vamos utilizar o Papiro Erótico de Turim como fonte principal para abordar o tema do espaço vivênciado da casa, mais precisamente o espaço interno. Outras fontes serão utilizadas em conjunto com o papiro, documentos estes de mesmo contexto de produção que complementarão o entendimento das representações analisadas. O estudos das representações faz necessário no que se refere as análises feitas nas iconografias egípcias pois de acordo com a autora Denise Jodelet: “De fato, representar ou se representar corresponde a um ato de pensamento pelo qual um sujeito se reporta a um objeto. Este pode ser tanto uma pessoa, quanto uma coisa, um acontecimento material, psíquico ou social, um fenômeno natural, uma idéia, uma teoria etc.; pode ser tanto real quanto imaginário ou mítico, mas é sempre necessário.” 28

Sabemos que as cenas representadas no Papiro Erótico de Turim, na figura 4, se passa dentro de uma casa, pois a disposição das imagens e de alguns objetos são semelhantes aos verificados dentro das casa de Deir el-Medina e outras nos remete as cenas representadas nos painéis funerais das tumbas privadas no cemitério da vila.

Figura 4: Papiro Erótico de Turim.

28

JODELET, D. Representações sociais: um domínio em expansão. In: ______. (Org.). As

representações sociais. Tradução de Lílian Ulup. Rio de Janeiro: EdUERJ, 2001.p.22.

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Figura 5: Reconstrução de uma casa em Deir el-Medina. OLIVEIRA, H. Mãe, filha, esposa, irmã. Um estudo iconográfico acerca da condição da mulher no Egito durante a XIX Dinastia (1307-1196 a.C.). O caso de Deir el-Medina. Tese (Programa de Pós-graduação em História) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2005.p.78.

Figura 6: Papiro Erótico de Turim. Deir el-Medina. Novo Império.

Nestas primeiras cenas do papiro, na figura 6, observaremos alguns aspectos da vida cotidiana em Deir el-Medina, a questão da religião. Primeiro temos uma imagem de uma mulher inclinada em um ângula de 45 graus, na mesma posição do Deus Osíris, curiosamente aqui vemos uma inversão de papéis, uma vez que é a mulher quem ocupa o lugar sagrado da divindade masculino, sabemos que em Deir el-Medina a mulher tinha alguns “direito”, como o direito ao divórcio, ficar com os bens do marido, até em alguns casos tomar conta do trabalho do esposo em caso de ausência. Mesmo possuíndo o título de “senhora da casa“, mas quem era o chefe da família era o homem e somente o princípio masculino quem poderia ser representado na forma de Osíris. 12

Figura 7: Papiro funerário pertecente a Her-uben. Novo Império. Museu Egípcio do Caíro.

Figura 8: Óstraco de Deir el-Medina. Novo Império. (Museu Egípcio de Turim)

Esta cena da figura 7 é de um papiro funerários que pertencia à Her-uben como parte de seu guia para o além. A cena representa o grande deus Osíris despertado pelo seu próprio poder criador em seu túmulo no submundo. O Osíris está firmemente ancorada pela serpente abissal. Enquanto uma imagem tão sugestiva do sexo masculino pode parecer surpreendente neste caso (como o falecido é uma mulher), após os ritos funerários cada indivíduo falecido possuiem as mesmas possibilidades de renascimento em vida após a morte. Mesmo sendo o morto uma mulher a imagem que representa o renasciento é de Osíris. Outras cenas contidas no papiro nos remete aos as representações dos banquetes, festas que fazeiam parte do espaço vivenciado dos egípcios, nestas representações podemos verificar a existência das mulheres tocando instrumento musicais, dançando e fazendo acrobacias, vemos uma acrobata representada no Óstraco encontrado na vila, na figura 8. Os banquetes representados nas paredes das tumbas são uma perte do cotidiano que o morto desejasse ver realizada na sua vida pós morte. As dançarinas, musicas e os canticos são, juntamente com as oferendas, destinadas ao casal, senhores da casa onde ocorre o banquete.29 Nas cenas abaixo vemos fragmentos das representaçoes em banquetes das tumbas de Najt e Nebamon, e um desenho de Óstraco de Deir el-Medina.

29

BRANCAGLION Jr., A. O banquete funerário no Egito Antigo – Tebas e Saqqara: tumbas

privadas do Novo Império (1570-1293 a.C.). Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1999.p.118.

13

Figura 9: Músicas desenhadas na tumba de Najt. Novo Império. Tebas.

Figura 10: Desenho de uma tocadora de instrumento instrumento musical. Óstraco de Deirl el-Medina, XIX Dinastia. (Museu Egípcio de Turim)

Figura 11: Pintura em fragmento de afresco. Túmulo de Nebamon. Tebas, Novo Império XVIII dinastia. (Museu Britânico)

Observamos que as mulheres retratadas no Papiro erótico de Turim, colocaram seus instrumentos musicais no piso da casa, enquanto realizam o ato sexual com seu perceiro, formando assim um dos doze casais da cena. Em vez de cantar, dançar e fazer acrobacias, para entreter o casal dono casa, como vemos na figura 9 e 11, estas mulheres passam a fazer parte dos personagens principais destas representações. Tanto no papiro quanto nas imagens de banquetes existem a mobília em comum. Outro ponto semelhante são as ânforas para depósito de bebidas.

14

Figura 12: Ânforas para o depósitos de bebidas. Tumba do arquiteto Kha em Deir el-Medina. Novo Império

A cerveja era mais comum em Deir el-Medina, o vinho assim como a carne eram elementos mais caro mais comum na classe nobre da vila, ou para comemorar os ano de reinados dos faraós. A bebida era sagrado, pois os deuses apreciavam estas oferendas, e os vivos queriam que este líquido tivesse presente na sua vida cotidiana no além, não é por menos que ânforas eram colocadas nas tumbas privadas, , como podemos ver exemplos na Tumba do arquiteto real Kha, na figura 12, nobre morador da vila. É também era representadas nas paredes das tumbas.

Figura 13: Papiro Erótico de Turim.

Nesta parte do Papiro Erótico de Turim, temos dois momentos que foram satirizados, um no plano divino e o outro no plano terreno. Em relação ao plano divino, esta cena nos remete ao momento do da mitologia egípcia em que Ósíris foi mumificado e colocado sobre uma cama, e teve seu falo reconstituido magicamente em posição ereta, para que a união sexual ali ocorresse e gerasse um filho herdeiro. Na imagem no papiro temos justamente o oposto, temos um homem (Ósiris) que deveria esta deitado

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sobre a cama, aparece em baixo e com seu órgão genital não ereto, impossibilitando assim a consumação do ato sexual, e consequentemente a procriação divina.

Figura 14: Esboço de um alto relevo que também mostra o momento de ato sexual do casal Isis e Osíris. Fonte: ANTELME, R. S; ROSSIN, S. Sacred Sexuality in Ancient Egypt: The erotic secret of forbidden papyru. Vermont: Inner Traditions International, 1999. p.17.

A infertilidade no cotidiano de Deir el-Medina era algo bastante temido, tanto para os homens, quanto para as mulheres. Não ser fértio na vila poderia levar ao um div´rcio ou anulação da união do casal. Homem não ser fértio ou impotente era algo muito grave, pois este ao morrer, dependeria de um filho que perpertuasse sua memória, levando oferendas e fazendo ritos em sua tumba, com estes procedimentos o morto não tiria seu nome esquecido, pois só assim o seu pai “morto”, que vivia no além, não teria o risco de passar por uma segunda morte, que era a morte do esquecimento de sua memória. Voltando ao assunto sobre as casa em Deir el-Medina, era uma mobiliário doméstico caro, somente os nobre como arquitetos, chefes de equipes, sacerdotes, escribas e capatazes que formavam um grupo nobre dentro da vila30, podiam ter este artigo de luxo, o restante dos artesão dormiam em esteiras sobre o piso, ou dormiam no teto das casas, por onde subiam pelas escadas31. Em várias casa em Deir el-Medina temos um outra estrutura que ficava localizada logo no primeiro compartimento da casa, eram chamada de camas elevadas. De acordo com Michelle Lesley Brooker, as camas elevadas em Deir el-Medina tinham a função em que:

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VALBELLE, D. “Les Ouvriers de la Tombe”. Deir el-Medine à la époque Ramesside. Institute

Français d’Archéologie Orientale du Caire, 1985.p. 121-122. 31

Idem, p.118-120.

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The ancestors were seen as influential in the everyday lives of the people at Deir el-Medina, and they recognized that they too would become a deceased ancestor someday. The construction of the elevated bed for the ancestors therefore was not only dedicated to first deceased family members, but would also benefit, and be used by, each future family generation. When the homeowner entered the afterlife, this structure could be therefore used by their children, and their children’s children for the dedication, worship and offerings to the deceased. This conveys the belief of an ancient Egyptian, that life was a preparation for death.32

Os antepassados dos moradores das casa, eram considerados por estes como seres poderoso e que se fossem agradados com oferendas e ritos, trariam boa sorte para casa. Agradando o morto com oferendas e cultos, os moradores que dormissem ali tinham o sentimento de proteção do antepassado. Mesmo as camas comum, como vemos na figura 16, encontrados nas casa da vila, também transmitiam a proteção e o abrigo que os artesãos tinham em relaçao as suas casas.

Figura 15: Foto da cama elevada no sítio arqueológico em Deir el-Medina

Figura 16: Cama de Kha. XVIII Dinastia. 1428-1351 a.C. (Museu Egípcio de Turim)

A cama assim como a casa é o espaço de abrigo na vida humana. Segundo Ballnow: “por toda parte a cama confere, com seu calor e seu carater protetor, um sentimento de paz e abrigo ao homem.”33 Para os artesãos o sentimento de paz e abrigo, vinha justamente pela proteção dos seus antepassados, que os abrigava e os protegia do espaço externo. 32

BROOKER, M. L. A new approach of identifing the function of the elevated beds at Deir el-

Medina. Tese (Doutorado em Filosofia) – Institute of Archaeology and Antiquity, The University of Birmingham, 2009.p.132. 33

BOLLNOW, Otto Friedrich. O homem e o espaço. Trad. Aloísio Leoni Schmid. Curitiba: Editora

UFPR, 2008.p.179.

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Passamos agora para as próximas cenas do papiro na figura 14, trataresmo de outros objetos do espaço vivenciado, como acessório de beleza e outras mobílias existentes nas habitações de Deir el-Medina. Em relação aos objetos de beleza temos a representação de uma mulher se maquiando em frente a um espelho. A maquiágem servia tanto para o embelezamento e sedução, quanto para a proteção em alguns casos, os espelhos estavam ligados a divindade Hathor, a deusa vaca, deusa que tinha várias características tais como a protetora da beleza, da bebida, da música e da sexualidade. O espelho que a Dama segura, na figura 17, ao centro nos faz referência a divindade Hathor, mas outros elementos que percebemos no papiro como todo, nos remete as estas caracteríticas desta Deusa, como a referencia a bebida ou embriagues (ânforas); a beleza (o espelho e a maquiagem); a música (a harpa e o sistro34) e a própria sexualidade. Todos estes aspectos faziam parte da vida cotidiana e eram reproduzidas e representadas diversas vezes em em suas artes, principalmente nas iconografias funerárias, nas tumbas privadas dos nobre da vila. Percebemos que estes elementos analisados fazem parte da vida cotidiana dos egípcios. O espaço da vida cotidiana era tão impostante que até na vida no além, os egípcios se preocupavam em manter seus objetos, costumes e desejos que havia em seu espaço vivenciado.

Figura 17: Papiro Erótico de Turim, dama se maquiando.

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Sistro era uma espécie de Instrumento musical, um chocalho que eram utilizados nos cultos a Deusa Hathor.

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Figura 18: caixa de maquiágem da Tumba De Kha, XVIII dinastia, Novo Império.

Figura 19: cama, bancos, caixas e jarras. Tumba de Kha, XVIII dinastia, Novo Império.

Figura 20: Piruca da Merit esposa de Kha. Tumba de Kha, XVIII dinastia, Novo Império.

Dentre outros objetos que percebemos nas cenas do Papiro Erótico de Turim, são os acessório utilizados pelas mulheres, que por estarem portando jóias, de acordo com os padrões iconográfico egípcios, indica que são nobres. Além das jóias, as mulheres usam duas peças que fazem referência a questão da sexualidade, são a piruca, como as da figura 20, e o cinto de conchas, ambos são elementos da sexualidade e do erotismo egípcio. Tudo que se referia aos cabelos tinha conotação sexual, outra caracteristicas de teor sexual, são as presenças da Flor-de-Lotus – que aparecem nas cabeças de todas as mulheres no papiro e nas tumbas, temos nas cenas dos banquetes, mulhres cheirando estas flores. O outro elemento que aparece nas ultimas cenas do papiro, na figura abaixo, e a representação de um macaco que segundo Lisa Manniche, é um animal de

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estimação das senhora, retratado nas cenas de banquetes, mas em muitas das interpretações são eróticas.35

Figura 19: Papiro Erótico de Turim.

Com estes estudo sobre o espaço cotidiano e/ou espaço vivenciado, pode além de demonstrar alguns aspectos do dia-a-dia dos egípcios, que habitavam as casa em Deir elMedina. Observamos como o estudo do cotidiano pode nos ajudar a perceber vários hábitos e costumes dos antigos egípcios, tais como sua concepções da vida e da morte. Outro destaque deste artigo foi a importancia das fontes, como a utilização de uma fonte que antes era apenas utilizada como representação do sexo no Egito faraónico, pode e merece ser empregada para outros fins, que não somente erótico. O Papiro erótico de Turim, utilizado e contextualizadios com outras fonte, nos pode demonstrar, uma gama de diálogos acerca da vida vivenciada dos antigos egípcios de Deir el-Medina. Mesmo não empregando e analisando todas as cenas deste documento, o espaço cotidiano egipcio pode ser percebido e identificado.

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MANNICHE, L. A vida sexual no Antigo Egito. Rio de Janeiro: Imago Editora, 1987.p.41-43.

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